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PAGINA_CAPA_PROCESSO_PJE_0100298-93.2021.5.01.

0039

Poder Judiciário
Justiça do Trabalho
Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região

AÇÃO TRABALHISTA - RITO SUMARÍSSIMO


ATSum 0100298-93.2021.5.01.0039
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Processo Judicial Eletrônico

Data da Autuação: 17/04/2021


Valor da causa: R$ 42.340,71

Partes:
RECLAMANTE: CRISTIANE LOPES DO NASCIMENTO - CPF: 051.454.397-33
ADVOGADO: FREDERICO ARMOND BORGES - OAB: RJ138639
RECLAMADO: KIARGOS SERVICOS E FACILITY LTDA - CNPJ: 28.871.366/0001-55
ADVOGADO: RONALDO RIBEIRO DOS SANTOS - OAB: RJ75465-D
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA 39ª VARA DO
TRABALHO DE RIO DE JANEIRO.

Processo nº 0100298-93.2021.5.01.0039

CRISTIANE LOPES DO NASCIMENTO, já qualificada nos


autos do processo em epígrafe, que move em face de KIARGOS SERVIÇOS E
FACILITY LTDA por intermédio de seus advogados, vem mui
respeitosamente à presença de Vossa Excelência, apresentar PROVA NOVA,
pelos motivos e fatos a seguir aduzidos:

A Reclamante tomou ciência e conseguiu prova nova, do


qual neste momento junta aos autos, que se faz de suma importância, haja
vista, demonstrar a prática reincidente de coação da empresa Ré em face de
seus empregados.

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Somente é possível a juntada de documento quando se
tratar de documento novo, destinado a fazer prova de fatos ocorridos depois
dos articulados na defesa dos interesses da Reclamante, do qual somente foi
obtido após dia 17/06/2021, em pesquisa perante este tribunal.

No mesmo sentido, estabelece o artigo 435 do CPC, in


verbis:

Art. 435. É lícito às partes, em qualquer tempo,


juntar aos autos documentos novos, quando
destinados a fazer prova de fatos ocorridos depois dos
articulados ou para contrapô-los aos que foram
produzidos nos autos.

Parágrafo único. Admite-se também a juntada


posterior de documentos formados após a petição
inicial ou a contestação, bem como dos que se
tornaram conhecidos, acessíveis ou disponíveis
após esses atos, cabendo à parte que os produzir
comprovar o motivo que a impediu de juntá-los
anteriormente e incumbindo ao juiz, em qualquer
caso, avaliar a conduta da parte de acordo com o art.
5º .

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Dessa forma, a Reclamante faz a juntada do documento da
AÇÃO DISTRIBUÍDA PELO MPT – MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO
DO RIO DE JANEIRO – AÇÃO CIVIL PÚBLICA Com pedido de antecipação
de tutela de evidência e urgência, processo nº 0100420-
11.2021.5.01.0006, que tramita perante a 6ª Vara do Trabalho do Rio de
Janeiro.

Contudo, o MPT adentrou com a presente ação após mais


uma denúncia ocorrida contra a empresa Reclamada KIARGOS SERVIÇOS E
FACILITY LTDA, referente as coações para o pedido de demissão em face das
funcionárias do HOSPITAL NAVAL MARCILIO DIAS.

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A Reclamada já sofreu o Inquerido Civil Público nº
000137.2014.01.0001/6-05, após o término do contrato, que os
trabalhadores de Volta Redonda, não foram recolocados em novos postos de
trabalho e tampouco dispensados, sendo que o próprio MPT instaurou
denúncia de fato para apurar os indícios de que a empresa estaria coagindo
trabalhadores a pedir demissão, se eximindo de pagar as devidas verbas
rescisórias do rompimento contratual por parte do empregador sem justa
causa.

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O MPT fez a proposta do Termo de Ajuste de Conduta,
porém, a Reclamada não anuiu à proposta.

Durante a instrução do inquérito investigado pelo MPT-


RJ, constatou-se que a mesma ilegalidade foi praticada em relação às
representações do MPT localizadas nos municípios de Cabo Frio, Niterói e
Petrópolis, somando-se, assim, à prática da empresa nas cidades de Campos
dos Goytacazes e Volta Redonda.

Anteriormente a empresa tinha a razão social de ARGOS


SERVIÇOS EMPRESARIAIS LTDA, foi alterada em 02 de setembro de 2016,
motivo pelo qual, em diversos documentos colacionados aos autos constará o
nome antigo da empresa.

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Outra notícia de fato, NF 0037.2015, envolvendo cerca de
500 obreiros, relatava situação similar em contrato de prestação de serviços
com o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, atingido todas as
comarcas do interior do Estado do Rio de Janeiro em que há representação do
MP-RJ.

Durante os anos de 2014 a 2015, a gravidade do dano


perpetrado também chegou ao conhecimento do MPT por intermédio da
Ouvidoria da Procuradoria Geral do Trabalho, tendo sido instaurado o IC

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00630/2015 e, posteriormente juntado ao inquérito mais antigo (IC
0127/2014) para prosseguimento.

Segundo a defesa sempre apresentada pela Reclamada,


alega que na ocasião, as demissões não estavam revestidas de vícios de
consentimento, conforme denúncia formulada. “O pedido de demissão
apresentado pelo empregado, reveste-se do caráter de ato jurídico perfeito e
acabado!”, afirmou o advogado da Reclamada, e agora a frase mudou para
que os empregados tem o “livre arbítrio” para pedir a demissão.

Entretanto, as cartas juntadas aos autos do inquérito


apurado pelo MPT-RJ, que sempre seguem o mesmo padrão informando que
não irão cumprir o aviso prévio, solicitando dispensa ou se não fizerem até o
dia determinado será descontado das verbas rescisórias, é possível observar a
criação de uma peça teatral ensaiada pela Reclamada, tendo como assistentes
de palco os prepostos da empresa, com vistas a criar a cena do crime perfeito.

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As cartas de demissão comprovam o teor da denúncia
apresentada, e que a Reclamada KIARGOS, continua com a prática
reincidente em face de seus empregados, pois a padronização da carta de
pedido de demissão das funcionárias que trabalhavam no HOSPITAL NAVAL
MARCILIO DIAS SÃO AS MESMAS: “Os empregados foram obrigados a
assinar uma carta de demissão perante a KIARGOS como condição para
serem mantidos na atual prestadora, CRESCER SRVIÇOS. São centenas de
empregados, que neste momento buscam a JUSTIÇA para não terem seus
direitos lesionados.

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Contudo, as oitivas realizadas durante o inquérito também
ratificaram o teor da denúncia: os trabalhadores tiveram que pedir demissão,
apesar de a empresa ter ciência do procedimento padrão quando do término
de contrato em razão de outra empresa ter sido vencedora no processo
licitatório. Na ausência de postos de trabalho para realocar os trabalhadores,
estes deveriam ter sido dispensados sem justa causa, assegurando-lhes,
portanto, os direitos trabalhistas rescisórios, não a supressão destas
garantias legais.

Embora a investigação tenha iniciado em Volta Redonda,


que a princípio teria proporções limitadas, o desenrolar ganhou escopo para
outras dimensões, demonstrando no curso do inquérito prática ilegal e
abusiva adotada pela Reclamada a cada encerramento de contrato de
prestação de serviços com a Administração Pública.

A bem da verdade em todas as unidades do MPT no


Estado do Rio de Janeiro, em unidade do MP do Estado do Rio de Janeiro, e,
mais recentemente no Hospital Naval Marcílio Dias, demonstrando que a
conduta ilícita e até mesmo desumana é contumaz e passível de impunidade.

Primeiramente, a empresa forçou os trabalhadores a


pedirem demissão, quando na verdade deveria dispensá-los e arcar com as
verbas rescisórias devidas.

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Não se pode imputar ao trabalhador o risco do negócio! A
Reclama, ciente dos prazos a cumprir e das diretrizes a seguir, tinha plena
ciência das condutas a serem executadas em caso da não renovação dos
contratos de prestação de serviço com entes da Administração Pública, do
qual foi declarada perdedora em 04/11/2020.

A Reclamada apropriou-se indevidamente dos valores


rescisórios quando coagiu os trabalhadores a abrirem mão de receber o aviso
prévio como garantia de que seriam contratados pela empresa vencedora do
certame.

O teor da denúncia recentemente recebida pelo MPT-RJ,


documento juntado aos autos neste ato, revela, de uma vez por todas, o
modus operandi da Reclamada que, há pelo menos cinco anos, tem coagido
e a ameaçado seus próprios trabalhadores a pedirem demissão pois não há
postos de trabalho suficientes para realocá-los.

Insta salientar que o Douto Magistrado HELIO RICARDO


SILVA MONJARDIM DA FONSECA Juiz do Trabalho Titular da 6ª Vara do
Trabalho do Rio de Janeiro, deferiu parcialmente a liminar pleiteada pelo
MPT-RJ:

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Dessa forma, Nobres Desembargadores, a Reclamante não
teve uma opção como rechaçado na sentença de 1º grau, e sim uma COAÇÃO
para pedir demissão.

Diante do exposto, requer a Vossa Excelência, o


recebimento da prova nova, comprovando a coação em face dos empregados
da Reclamada e reitera as inicial, demonstrando assim a coação em face dos
empregados.

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Termos em que,
Pede Deferimento.

Rio de Janeiro, 12 de julho de 2021.

Daniela Gonçalves dos Santos Frederico Armond Borges


OAB/SP 212.223 OAB/RJ 138.639

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ID. aef5261 - Pág. 15
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Poder Judiciário
Justiça do Trabalho
Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região

Ação Civil Pública Cível


0100420-11.2021.5.01.0006
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Processo Judicial Eletrônico

Data da Autuação: 19/05/2021


Valor da causa: R$ 10.000.000,00

Partes:
RECLAMANTE: MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO
RECLAMADO: KIARGOS SERVICOS E FACILITY LTDA
PAGINA_CAPA_PROCESSO_PJE

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ID. 27bb974 - Pág. 1
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MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO

Procuradoria Regional do Trabalho da 1a Região

EXMO. SR. DR. JUIZ DA ___ VARA DO TRABALHO DO TRIBUNAL REGIONAL DO


TRABALHO DA 1ª REGIÃO

O MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO, pela Procuradoria Regional do


Trabalho da 1ª Região, com sede na Rua Santa Luzia, nº 173, Castelo, Rio de Janeiro – RJ, neste
ato representado pelo Procurador do Trabalho digitalmente assinado, com base nos Arts. 127 e
129, II e III da Constituição da República, no inc. IV do Art. 83, da Lei Complementar 75/93, nos
Arts. 2º, 3º, 9º, 442 e segs da CLT e na Lei nº 7.347/1985, vem, respeitosamente, à presença de
Vossa Excelência, ajuizar a presente

AÇÃO CIVIL PÚBLICA


Com pedido de antecipação de tutela de evidência e urgência

em face de KIARGOS SERVIÇOS E FACILITY LTDA., CNPJ 28.871.366/0001-55,


com sede na Avenida Presidente Wilson, 231, sala 1401, Centro, Rio de Janeiro – RJ, CEP 20030-
905, pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos:

1. DOS FATOS

1.1. Do Inquérito Civil Público nº 000127.2014.01.0001/6-05

Após ter tomado conhecimento de que os trabalhadores da Ré, que prestavam serviços
para o Ministério Público do Trabalho em Volta Redonda e cujo contrato de prestação de serviços
havia terminado, e que esses trabalhadores não foram realocados em novos postos de trabalho e
tampouco dispensados, o próprio Parquet laboral instaurou denúncia de fato para apurar indícios

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de que a empresa estaria coagindo os trabalhadores a pedir demissão, se eximindo de pagar as


devidas verbas rescisórias decorrentes do rompimento contratual por parte do empregador sem
justa causa. (Doc.1.Notícia de Fato)

Registre-se, inicialmente, que a razão social da Ré, até então denominada Argos Serviços
Empresariais Ltda, foi alterada em 02 de setembro de 2016, motivo pelo qual, em diversos
documentos colacionados aos autos constará o nome antigo da empresa. (Doc.2.Alteração da
Razão Social).

A denúncia de fato culminou na instauração de inquérito civil público registrado sob o


número 000127.2014.01.0001/6-05.

Com o intuito de tentar esclarecer e equacionar eventuais irregularidades, foi designada


audiência administrativa com representantes da empresa. (Doc.3.Ata de Audiência 01).

Na ocasião, foi dito à Ré a respeito da ilegalidade quanto à prática de compelir os


empregados, por diversos meios, a pedirem demissão quando do encerramento de contratos de
serviços firmados pela investigada, quando esta não possuía outros postos de trabalho para alocar
os trabalhadores.

Foi proposto Termo de Ajuste de Conduta, porém, a Ré não anuiu à proposta.

Durante a instrução do inquérito, constatou-se que a mesma ilegalidade foi praticada em


relação às representações do MPT localizadas nos municípios de Cabo Frio, Niterói e Petrópolis,
somando-se, assim, à prática da empresa nas cidades de Campos dos Goytacazes e Volta Redonda.

Em decorrência da extensão do dano, o procedimento investigatório foi encaminhado à


Sede do MPT (Rio de Janeiro) com o fito de apurar as supostas irregularidades praticadas pela Ré
quando do término do contrato de prestação de serviços. (Doc.4.Despacho.Encaminhamento
Sede)

Com o fito de dar continuidade e instruir o inquérito com provas probatórias, ex-
trabalhadores da Ré foram notificados para prestar depoimento na qualidade de testemunhas, tanto

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na sede do MPT quanto por Carta Precatória. (Doc.5.Despacho.Expedição de Carta


Precatória).

Vejamos o conteúdo abordado nas oitivas:

ANALINE DAMAS DA SILVA (Doc.6.Depoimento):


“Que trabalhou para a investigada, prestando serviços na sede
da Procuradoria Regional do Trabalho da 1ª Região, de
dezembro de 2012 a dezembro de 2013; que exercia a função de
recepcionista; que no início de novembro de 2013, o supervisor
da declarante realizou reunião com todas as recepcionistas que
prestaram serviços no local acima referido, informando que não
mais seria renovado o contrato com o MPT e que a empresa
não tinha outros postos de trabalho para lotar as
trabalhadoras, sendo que aconselhava que estas pedissem
demissão, pois, se não o fizessem, teriam que ficar na sede da
empresa, localizada na Barra da Tijuca, sem posto de trabalho
fixo, tendo que cobrir faltas ou férias; questionado pelas
trabalhadoras sobre a questão do aviso prévio se elas tivessem
que pedir demissão, o supervisor afirmou que tentaria fazer com
que o mês de novembro trabalhado fosse considerado aviso
prévio das empregadas cumprido; que, em meados de novembro,
informou que não seria possível considerar tal mês como de
aviso prévio; que aquelas que pediram demissão, seguindo o
conselho do supervisor, tiveram o aviso prévio descontado; que
nem todas as trabalhadoras foram contratadas pela empresa que
sucedeu a investigada na prestação de serviços no MPT, sendo
que a empresa investigada passou a encaminhar essas pessoas
para locais distantes de sua residência, sem pagar a diferença
do vale transporte, o que acabou forçando-as a pedir demissão;
que a declarante optou por pedir demissão de plano e foi
contratada em seguida pela empresa sucessora, permanecendo
nesta Procuradoria como recepcionista”.

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CARLA MONTEIRO COSTA (Doc.7.Depoimento):


“que trabalhou para a investigada de dezembro de 2012 à
janeiro de 2014, na função de recepcionista, prestando serviços
na sede desta Procuradoria Regional; que por volta de
novembro, o supervisor da empresa investigada realizou
reunião com todas as empregadas que prestavam serviços para
o MPT, informando que o contrato de prestação de serviços não
seria renovado e que a empresa não possuía postos de trabalho
para alocá-las, razão pela qual seria melhor para elas que
pedissem demissão e se candidatassem a uma vaga na empresa
que sucedesse a investigada na prestação de serviços; afirmou
o supervisor, ainda, que quem optasse por permanecer na
empresa teria que trabalhar na sede, que se localiza na Barra da
Tijuca, em uma sala comercial pequena; que as trabalhadoras
ficaram com medo de sua situação, pois o supervisor frisou por
diversas vezes a falta de postos e que a melhor opção seria o
pedido de demissão; que, por isso, a declarante optou por se
demitir; que mesmo havendo tempo hábil para o cumprimento
do aviso prévio, que coincidiria com o último mês de contrato
entre MPT e investigada, houve desconto de tal parcela das
trabalhadoras”.

NADIA FERREIRA NASCIMENTO (Doc.8.Depoimento):


“que trabalhou para a empresa ARGOS durante todo o tempo
em que esta prestou serviços ao MPT, ou seja, pouco mais de um
ano, até janeiro de 2014; que exercia a função de recepcionista;
que no início de novembro, o Senhor Feliciano, supervisor da
ARGOS, informou sobre a não renovação de contrato de
prestação de serviços firmado com o MPT, salientando que quem
optasse por continuar na empresa ficaria como reserva, podendo
ser alocada cada dia em um posto diferente, inclusive em locais
distantes; que quem não quisesse ficar em tal situação deveria

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pedir demissão; que a declarante, com medo de como seria essa


reserva, pediu demissão; que soube que as pessoas que
permaneceram na empresa ficavam sendo deslocadas de postos
de serviço, tendo, por exemplo, que trabalhar em Niterói,
quando residia em Campo Grande, sem que houvesse a
concessão de vale transporte suficiente para tal, o que acabou
culminando com o pedido de demissão; que pode citar como
exemplo a empregada Dailane”.

TAMARA RESENDE MARQUES (Doc.9.Depoimento):


“que trabalhou para a empresa investigada durante todo o
contrato desta com o MPT, o qual se iniciou em dezembro de
2012 e findou em janeiro de 2014; que no final do contrato, no
mês de novembro, o supervisor da ARGOS realizou reunião com
as trabalhadoras que prestavam serviços nesta Procuradoria,
informando que não haveria renovação do contrato e que
aquelas que quisessem permanecer no MPT deveriam pedir
demissão; afirmou que a empresa KICARGOS não possuía
postos de trabalho para realocá-las; que ante a informação de
inexistência de postos, com medo de ficar "rodando" em vários
postos de serviço a declarante optou por pedir demissão; que
sabe de um caso que a empregada acabou optando por pedir
demissão justamente por ser alocada em postos diferentes,
inclusive distantes”.

VIVIANE MARINS NERY CÂMARA (Doc.10.Depoimento):


“que foi contratada pela empresa ARGOS no dia 4 de dezembro
de 2012 para prestar serviços de recepcionista na sede da
Procuradoria do Trabalho da 1ª Região; que permaneceu na
empresa até o fim do contrato desta com o MPT; que antes não
prestava serviços nesta instituição; que próximo ao final do
contrato MPT e ARGOS o supervisor desta fez uma reunião com
as trabalhadoras, informando o fim do contrato e que quem

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quisesse continuar prestando serviços no MPT deveria pedir


demissão e que quem optasse por continuar na empresa, ante a
inexistência de postos de serviços vagos, teria que ficar cobrindo
faltas ou na sede da empresa, na Barra da Tijuca; que a
declarante optou por pedir demissão mesmo não continuando
a prestação de serviços para o MPT, sendo que no dia em que
foi à empresa fazer o pedido, questionou sobre o aviso prévio,
uma vez que tinha interesse em cumpri-lo para não sofrer tal
desconto; que a empresa não permitiu o cumprimento do aviso
prévio e promoveu o desconto relativo a tal período; que a
declarante ficou desempregada por 4 meses após o término deste
contrato”.

PRISCILA SANTOS LUDOVINO (Doc.11.Depoimento):


“que começou a trabalhar para a ARGOS em dezembro de 2012,
na função de recepcionista, prestando serviços na sede da
Procuradoria do Trabalho da 1ª Região; que não prestava
serviços para o MPT antes da contratação pela ARGOS; que
próximo ao final do contrato, o supervisor da investigada falou
para a declarante que o contrato não seria renovado e que quem
quisesse permanecer no posto teria que pedir demissão e que a
empresa não possuía outro posto de serviço para alocá-la e que
quem não pedisse demissão teria que ficar na sede da empresa,
na Barra da Tijuca, onde haveria indicação de postos que
eventualmente ficassem descobertos por falta ou férias; que a
declarante ficou temerosa de sua situação com esta
possibilidade de ficar na reserva da empresa e acabou optando
por pedir demissão; que sabe dizer que as trabalhadoras que se
mantiveram na empresa foram colocadas em postos de serviços
distantes, acreditando a declarante que a empresa o fez com o
propósito específico de forçar o pedido de demissão; que pode
citar como exemplo as empregadas Erica, Luciana Alves e
Dailane; que sabe dizer que a Dailane pediu demissão; que a

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empresa não deu as trabalhadoras possibilidade de cumprir o


aviso prévio e promoveu o desconto de tal parcela”.

SUELLEN BERTY BRASILINO (Doc.12.Depoimento):


“Que começou trabalhar para a Argos em 28 de janeiro de
2013; que foi registrada como auxiliar de serviços gerais, mas
que prestava atividade de auxiliar de escritório na Procuradoria
do Trabalho no Município de Campos dos Goytacazes; que
permaneceu nessa empresa até o fim do contrato desta com o
MPT, em 28 de janeiro de 2014; que antes disso não
desempenhava atividades no MPT; que no dia 27 de janeiro a
nova empresa que venceu a licitação, denominada
Competitividade, entrou em contato com a depoente para
perguntar se tinha interesse em ser contratada e continuar
desempenhando as atividades nesta PTM; que em seguida, a
depoente entrou em contato com a empresa Argos a fim de
questionar o que estava ocorrendo e em qual novo posto de
trabalho a empresa a colocaria; que então a senhora Valéria
informou que não tinha ciência do encerramento do contrato
com MPT; que em seguida a senhora Valéria, da empresa
Argos, começou a falar para depoente que era melhor que ela
pedisse demissão; que a depoente se negou a pedir demissão e
solicitou que a empresa informasse um novo posto de trabalho;
que a empresa encaminhava telegramas à depoente, solicitando
que ela comparecesse ao Rio de Janeiro, sob pena de abandono
de emprego; que nesses telegramas não havia informação
sobre o novo posto de trabalho; que a empresa Argos ficou
enrolando, tendo em seguida afirmado que apenas existia uma
vaga no setor de limpeza, mas que a depoente deveria ir à sede
no Rio de Janeiro, para saber qual era o local do posto de
trabalho; que a depoente em razão de possuir interesse nessa
vaga, compareceu ao Rio de Janeiro, ocasião em que foi
informada pela senhora Valéria que seria colocada de férias;

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que após o término dessas férias, foi dispensada sem justa


causa pela empresa, tendo constado como data de baixa o dia
14/04/2014; que foi descontado da rescisão o valor do salário
do mês de fevereiro, a título de faltas; que a depoente não teve
culpa, pois a empresa é quem não indicava o novo posto; que
o que compreende da conduta adotada pela empresa de não
prestar informações sobre o novo posto de trabalho e de exigir
que a depoente se deslocasse daqui para o Rio de Janeiro tinha
o propósito de forçá-la a pedir demissão; que sabe que tal
situação ocorreu com outros colegas, como o senhor Yuri, que
trabalhava na PTM de Volta Redonda; que acredita que todos
os colegas que prestaram serviço ao MPT pediram demissão, a
exceção da depoente e do senhor Yuri; que isto ocorreu por
conta de pressão exercida pela empresa”.

JAQUELINE GUIMARÃES DE OLIVEIRA


(Doc.13.Depoimento)
“que trabalhou para a empresa Argos Serviços Empresariais no
período entre 16/04/2013 a 28/01/2014, no posto da empresa na
Procuradoria do Trabalho de Petrópolis; que a Carteira de
Trabalho foi anotada como Auxiliar de Serviços Gerais, mas a
função da depoente na Procuradoria era de Auxiliar de
Escritório; que foi informada pelo Diretor da Procuradoria de
Petrópolis que o contrato com a empresa Argos teria se
encerrado e que outra empresa passaria a prestar serviços no
lugar da Argos; que continuou trabalhando da mesma forma
aguardando um comunicado ou contato por parte da empresa
Argos; que por eles não terem entrado em contato, a depoente
ligou para a empresa e falou com Valeria Nunes; que não sabe
informar o cargo desta pessoa na empresa, mas quando se
identificou, passaram a ligação para esta pessoa; que falou para
a Valéria que estava aguardando a posição da empresa para
saber o que fazer e que continuava prestando serviços na

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Procuradoria; que a depoente várias outras ligações para a


empresa para saber o que faria com o seu trabalho; que após
muitas ligações, a Valéria informou a depoente que se quisesse
continuar na empresa, teria que trabalhar na limpeza em
Xerém, sendo que a Valéria não informou mais nada além
disso; que a depoente não teve escolha a não ser enviar um
pedido de demissão por e-mail; que compareceu na empresa
apenas para dar baixa na carteira de trabalho e recebeu um
valor pequeno pela rescisão do contrato; que por ter pedido
demissão, a empresa descontou da depoente o valor do aviso
prévio, de forma que as verbas rescisórias ficaram em valor
muito pequeno”.

LUCAS MARCHETTI RODRIGUES DE AGUIAR


(Doc.14.Depoimento)
“esclareceu que trabalhou para empresa investigada de
31/01/2013 até 29/01/2014, na função de auxiliar de serviços
gerais; que pediu demissão de livre e espontânea vontade, sem
qualquer coação por parte da empresa; que não foi pressionado
a pedir demissão; que, ao tomar conhecimento de que a
empresa perderia o contrato com o MPT, o supervisor da
empresa, Sr. Feliciano, informou que o depoente seria
realocado em outro posto de trabalho na Barra da Tijuca; que
o depoente não tinha intenção de trabalhar na Barra da Tijuca,
no Rio de Janeiro, pois reside em São Gonçalo e o local de
trabalho ficaria distante da sua residência, razão pela qual
pediu demissão, pois não tinha interesse em trabalhar em local
distante; que recebeu as verbas rescisórias a que fazia jus; que
desde 29/01/2014 presta serviços à PTM de Niterói, na função
de auxiliar de escritório, tendo como empregador a empresa
COMPETITIVIDADE”.

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Número do processo: 0100420-11.2021.5.01.0006
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Número do processo: ATSum 0100298-93.2021.5.01.0039
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MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO

Procuradoria Regional do Trabalho da 1a Região

GESSYANA APOENA CHAVES DA SILVA CARLOS


(Doc.15.Depoimento)
“ que trabalhou na empresa ARGOS SERVIÇOS
EMPRESARIAIS de agosto de 2013 a janeiro de 2014, na função
de auxiliar de serviços gerais; que soube do emprego através da
D. Angela, que trabalha nesta Procuradoria; que enviou o
currículo por email e foi aceita; que não sabe dizer quantos
funcionários trabalhavam para a empresa em Cabo Frio; que
em janeiro recebeu uma ligação de uma pessoa da empresa
dizendo que se a depoente quisesse continuar trabalhando na
Procuradoria deveria pedir demissão, pois eles não iriam
mandá-la embora; que não sabe dizer o nome da pessoa que
ligou; que lhe foi dito que caso a depoente quisesse permanecer
na empresa, iria trabalhar para outro tomador de serviços, em
outra cidade, não sabendo dizer onde seria, apenas que não
seria no Município de Cabo Frio; que, após isso, para não
perder o emprego, pediu demissão; que, em verdade, se sentiu
coagida, pois sentiu que a empresa não queria, realmente,
oferecer outro posto de trabalho; que no telefonema é que soube
que a empresa perdeu o contrato com a Procuradoria, mas não
foi dada opção real de trabalho a qualquer outro tomador de
serviços; que acha que se não pedisse demissão, a empresa
acabaria demitindo a depoente; que não sabe dizer se a empresa
continua ativa; que conheceu outro funcionário da empresa
quando foi assinar o contrato com a atual empresa para a qual
trabalha (COMPETITIVIDADE LTDA, que possui contrato com
a PRT); que não conversou com essa pessoa para saber se
passou pela mesma situação, mas sabe dizer que se chama Yuri
e é de Volta Redonda; que recebe o mesmo salário do emprego
anterior e possui a mesma jornada de trabalho; que não conhece
outra pessoa que trabalhou na Argos; que recebeu de verbas
rescisórias apenas 13º salário e dias trabalhados; que ainda não
tinha tirado férias pois estava na empresa há menos de 1 ano;

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Procuradoria Regional do Trabalho da 1a Região

que não recebeu férias proporcionais pelo tempo que trabalhou;


que se sentiu prejudicada porque no novo contrato de trabalho
o tempo para concessão de férias começou a contar do início”.

E, conforme será demonstrado na exordial, a rescisão contratual da prestação de serviços


junto ao MPT não foi um caso isolado.

Outra notícia de fato, NF 0037.2015, envolvendo cerca de 500 obreiros, relatava situação
similar em contrato de prestação de serviços com o Ministério Público do Estado do Rio de
Janeiro, atingido todas as comarcas do interior do Estado do Rio de Janeiro em que há
representação do MP-RJ.

Dizia a denúncia:

“Informo que a empresa ARGOS SERVIÇOS EMPRESARIAIS


LTDA., fornecedora de empregados terceirizados para o
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO,
em razão do encerramento de seu contrato junto ao órgão,
determinou que todos os empregados pedissem demissão no dia
30/01/2015 e que constasse na carta de demissão que não iriam
cumprir o aviso prévio. Assim, a empresa informou aos
empregados que a verba referente ao aviso não cumprido será
descontada da rescisão. Portanto, a empresa acabará retendo o
salário integral do mês de janeiro de todos os funcionários a
título de compensação pelo suposto não cumprimento do aviso
prévio. Os funcionários estão desesperados, pois não receberão
seu salário. O salário deveria ser pago na próxima sexta-feira.
É preciso que alguma medida urgente seja tomada para que os
trabalhadores recebam seu salário devidamente”

A referida denúncia foi anexada ao inquérito em tramitação para continuidade da


investigação. (Doc.16.Noticia de Fato MP.RJ)

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Procuradoria Regional do Trabalho da 1a Região

A gravidade do dano perpetrado também chegou ao conhecimento do MPT por


intermédio da Ouvidoria da Procuradoria Geral do Trabalho, tendo sido instaurado o IC
00630/2015 e, posteriormente juntado ao inquérito mais antigo (IC 0127/2014) para
prosseguimento.

Vejamos:

“A empresa ARGOS prestava serviços de terceirização ao


Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) e, neste
ano de 2015, encerrou o contrato com o MPRJ. Assim, a partir
do dia 30/01/15, o MPRJ passou a ser atendido pela empresa
APPA SERVIÇOS TEM RAMOS E EFETIVOS LIDA. (CNPJ
05.969.07110001-10), para os serviços terceirizados de copa,
cozinha, recepção e telefonia. Neste contexto, todos os
empregados da antiga ARGOS foram aproveitados pela atual
APPA SERVIÇOS TEMPORÁRIOS E EFETIVOS LTDA. para os
serviços terceirizados do MPRJ em todo o Estado do RJ. No
entanto, os inúmeros empregados em todo o Estado no
receberam o pagamento referente ao mês de janeiro/2015. Os
empregados foram obrigados a assinar uma carta de demissão
perante a ARGOS como condição para serem mantidos na
atual prestadora, APPA SRVIÇOS. São centenas de
empregados, que temem formalizar uma denúncia, em razão do
risco de perderem os seus empregos. Entre perder o emprego ou
apenas a salário de janeiro, o trabalhador tem escoIhido perder
apenas o salário do mês passado. A notícia chegou ao meu
conhecimento e eu não poderia deixar de apoiar o trabalhador,
razão pela qual pela qual apresento o presente pedido de
providências na tutela do trabalhador desprotegido”.

Em documentação juntada aos autos do IC 0630/2015, foram anexados TRCTs e cartas


de demissão dos trabalhadores que prestavam serviços em unidades do Ministério Público do
Estado do Rio de Janeiro.

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Segundo a defesa, na ocasião, as demissões não estavam revestidas de vícios de


consentimento, conforme denúncia formulada. “O pedido de demissão apresentado pelo
empregado, reveste-se do caráter de ato jurídico perfeito e acabado!”, afirmou o advogado da Ré.

Entretanto, Exma. das cartas juntadas aos autos do inquérito, é possível observar a criação
de uma peça teatral ensaiada pela Ré, tendo como assistentes de palco os prepostos da empresa,
com vistas a criar a cena do crime perfeito.

Nas cartas, ora juntadas como exemplos, é notório, não só texto padrão como também a
clareza de que a renúncia de direitos, qual seja, a do aviso prévio, que estava ligada diretamente
à manutenção do posto de trabalho que seria gerido pela nova empresa vencedora da licitação no
lugar até então ocupado pela Ré. (Doc.18.Cartas de Demissão)

Cristiane Carvalho da Silva:


“Venho por meio desta, comunicar formalmente a decisão de
me desligar da empresa, pelo motivo de continuar prestando
serviços ao Ministério Público do Rio de Janeiro, solicitando
portanto, o encerramento imediato do contrato de trabalho e
abrindo mão do aviso prévio”.

Luciana das Graças Paula Rodrigues:


“(...) peço demissão, sem o cumprimento do aviso prévio, tendo
em visto que a empresa Argos não mais prestará serviços ao
Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro por motivo de
perda da licitação. E pretendo continuar neste órgão junto a
nova empresa”.

Luiza Hellena Duarte:


“Venho por meio desta apresentar meu pedido de demissão do
cargo que ocupo nesta empresa por querer continuar no

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Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro. Tendo


interesse em desligar-me imediatamente, não cumprir aviso
prévio”.

Débora Cristina de Jesus Seixas Fortes:


“Por motivos pessoais, venho por meio desta apresentar meu
pedido de demissão do cargo que ocupo nesta empresa. Informo
ainda que não cumprirei o aviso prévio. Sem mais”.

Olívia Pereira Alves:


“(...)venho por meio desta, comunicar a decisão de me desligar
da empresa, por motivos de ordem pessoal. Informo que não
cumprirei o aviso prévio”.

Luciana Alves dos Santos:


“Por razões particulares, venho apresentar-lhes minha decisão
do emprego que ocupo nesta empresa desde 04/12/2012. Tendo
interesse em desligar-me, imediatamente sem cumprir aviso
prévio. Aguardo um pronunciamento favorável subscrevo-me”

As cartas de demissão comprovam o teor da denúncia apresentada: “Os empregados


foram obrigados a assinar uma carta de demissão perante a ARGOS como condição para serem
mantidos na atual prestadora, APPA SRVIÇOS. São centenas de empregados, que temem
formalizar uma denúncia, em razão do risco de perderem os seus empregos”.

Sem mais.

Em razão de a Ré ter contrato firmado com o MPT-RJ, o Procurador oficiante, titular do


IC, solicitou à Diretoria Administrativa informações e providências cabíveis acerca do contrato
de prestação de serviços mantido pela Ré.

Em resposta ao despacho, o MEMO GECON/DIREG/PRT 1ª REG. / Nº 052/15, de 07 de


maio de 2015, foram prestados os seguintes esclarecimentos pela Diretoria Regional:

14

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Número do processo: 0100420-11.2021.5.01.0006
Número do documento: 21051917311196900000131827253

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Número do processo: ATSum 0100298-93.2021.5.01.0039
ID. 27bb974 - Pág. 15
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MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO

Procuradoria Regional do Trabalho da 1a Região

“Trata-se de esclarecimentos acerca do contrato 12/2013 com a


empresa Argos Serviços Empresariais ltda. sendo objeto a
'disponibilização de 1 (um) Auxiliar de Serviços Gerais,
conforme descrito no Anexo 1 (Termo de Referência) do
Edital/Pregão n.10/2012' na PTM Volta Redonda, vigência
28.01.13 a 28.01.14, e cujas atividades laborativas foram
realizadas pelo empregado Yuri Ribeiro Silva. Informo-vos que
relativamente ao pagamento de última fatura de nº 2498, período
de 01.01 a 28.01.2014, coube-nos analisar dentre outros
documentos, inicialmente, Relatório Mensal de Fiscalização
(anexo) enviado pela Sra. Fabíola P. Ramalho, em que não
constam irregularidades. Que também dos documentos afetos ao
referido empregado e mensalmente requeridos para cada
pagamento devido, conforme contrato, enviados oportunamente
pela empresa, foram verificadas as pendências elencadas em e-
mail anexo. Ressalto-vos que em se tratando de última fatura,
requeremos da empresa a situação do empregado, se
remanejado ou rescisão de contrato, e ainda acompanhado do
atestado de saúde demissional. Somente em 14/04/14 a empresa
enviou e-mail justificando a demora no pagamento das verbas
rescisórias cujo Termo de Rescisão e comprovante de crédito
bancário seguiram anexos, mesmo na impossibilidade de
homologação ou do exame demissional aludidos pela empresa.
Coube-nos por fim, ato contínuo, dar ciência sob Memo
DIREG/GECON/PRT 1" REGIÃO N° 072/14, a fim de dar
prosseguimento ao' Processo de Pagamento
2.01.000.002667/2014-11, e principalmente para que o
sobrestamento não desse causa a qualquer entendimento de
enriquecimento ilícito por parte da administração, já
recomendado pelo TCU”. (Doc.19.Resposta DG)

15

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Procuradoria Regional do Trabalho da 1a Região

À Perícia Contábil foi encaminhada toda a documentação juntada ao inquérito para


análise. Dos 296 TRCTs apresentados, por amostragem, foram selecionados 100 documentos para
verificação dos termos rescisórios examinados, compreendendo 1/3 dos mesmos.

Conforme laudo pericial (Doc.20.Laudo Pericial), constatou-se que:

⮚ 70 (setenta) TRCTs possuem causa de afastamento


pedido de dispensa do empregado com aviso prévio descontado
do empregado;
⮚ 25 (vinte e cinco) TRCTs possuem causa de afastamento
através de extinção normal do contrato de trabalho por prazo
determinado;
⮚ 5 (cinco) empregados foram demitidos sem justa causa
pelo empregador com cumprimento de aviso prévio na forma
trabalhada.

Em audiência realizada na PRT-1ª com representantes da empresa, em 15 de maio de


2017, o Procurador oficiante fez um breve resumo do conteúdo do inquérito, destacando que o
laudo pericial contábil identificou uma série considerável de trabalhadores cujas rescisões teriam
ocorrido por pedido de demissão. (Doc.21.Ata de Audiencia)

As oitivas realizadas também ratificaram o teor da denúncia: os trabalhadores tiveram


que pedir demissão, apesar de a empresa ter ciência do procedimento padrão quando do término
de contrato em razão de outra empresa ter sido vencedora no processo licitatório. Na ausência de
postos de trabalho para realocar os trabalhadores, estes deveriam ter sido dispensados sem justa
causa, assegurando-lhes, portanto, os direitos trabalhistas rescisórios, não a supressão destas
garantias legais.

Em 17 de julho de 2017, o Procurador oficiante indagou à a Diretoria Geral do MPT no


Rio de Janeiro sobre o contrato de prestação de serviços mantido com a Reclamada e toda a sua
tramitação, tendo obtido a seguinte resposta do setor:

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Procuradoria Regional do Trabalho da 1a Região

“A EMPRESA KIARGOS SERVIÇOS E FACILITY LTDA,


CNPJ nº 28.871.366/0001-55, firmou com a PRT1ª Região/RJ,
com a Razão Social denominada de ARGOS SERVIÇOS
EMPRESARIAIS LTDA, CNPJ nº 28.871.366/0001-55 (o
mesmo), os seguintes Contratos:

- TC 36/2012 - SERVIÇOS DE RECEPÇÃO - SEDE DA PRT -


INICIADO EM 04.12.2012 E FINALIZADO EM 03.01.2014,
SENDO SUBSTITUÍDA PELA EMPRESA PROJEBEL
SERVIÇOS COMÉRCIO LTDA, CNPJ 02.295.753/0001-05; -
TC 01/2014 - INICIADO EM 06.01.2014;

- TC 12/2013 - SERVIÇOS DE SUPORTE OPERACIONAL E


APOIO ADMINISTRATIVO - PTM DE VOLTA REDONDA -
INICIADO EM 28.01.2013 E FINALIZADO EM 28.01.2014,
SENDO SUBSTITUÍDA PELA EMPRESA
COMPETITIVIDADE LTDA, CNPJ 68.313.105/0001-34 – TC
08/2014 – INICIADO EM 29.01.2014;

- TC 13/2013 - SERVIÇOS DE SUPORTE OPERACIONAL E


APOIO ADMINISTRATIVO - PTM DE CAMPOS DOS
GOYTACAZES - INICIADO EM 28.01.2013 E FINALIZADO
EM 28.01.2014, SENDO SUBSTITUÍDA PELA EMPRESA
COMPETITIVIDADE LTDA, CNPJ 68.313.105/0001-34 - TC
09/2014 -INICIADO EM 29.01.2014;

- TC 14/2013 - SERVIÇOS DE SUPORTE OPERACIONAL E


APOIO ADMINISTRATIVO - PTM DE CABO FRIO -
INICIADO EM 28.01.2013 E FINALIZADO EM 28.01.2014,
SENDO SUBSTITUÍDA PELA EMPRESA
COMPETITIVIDADE LTDA, CNPJ 68.313.105/0001-34 - TC
10/2014 – INICIADO EM 29.01.2014;

17

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- TC 15/2013 - SERVIÇOS DE SUPORTE OPERACIONAL E


APOIO ADMINISTRATIVO - PTM DE NITERÓI - INICIADO
EM 28.01.2013 E FINALIZADO E M 28.01.2014, SENDO
SUBSTITUÍDA PELA EMPRESA COMPETITIVIDADE
LTDA, CNPJ 68.313.105/0001-34 - TC 11/2014 - INICIADO
EM 29.01.2014;

- TC 16/2013 - SERVIÇOS DE SUPORTE OPERACIONAL E


APOIO ADMINISTRATIVO - PTM DE PETRÓPOLIS -
INICIADO EM 28.01.2013 E FINALIZADO EM 28.01.2014,
SENDO SUBSTITUÍDA PELA EMPRESA
COMPETITIVIDADE LTDA, CNPJ 68.313.105/0001-34 - TC
12/2014 – INICIADO EM 29.01.2014”. (Doc.22.Resposta DG2)

A resposta demonstra que a Ré não foi vitoriosa no pregão seguinte, sendo substituída
por outra.

Embora a investigação tenha iniciado em Volta Redonda, que a princípio teria proporções
limitadas, o desenrolar ganhou escopo para outras dimensões, demonstrando no curso do inquérito
prática ilegal e abusiva adotada pela Ré a cada encerramento de contrato de prestação de serviços
com a Administração Pública.

Em todas as unidades do MPT no Estado do Rio de Janeiro, em unidade do MP do Estado


do Rio de Janeiro, e, mais recentemente no Hospital Naval Marcílio Dias, demonstrando que a
conduta ilícita e até mesmo desumana é contumaz e passível de impunidade.

Em novembro de 2020, chegou ao conhecimento do MPT nova denúncia (Doc.23.Notícia


de Fato. Hospital Marcílio), por intermédio da Ouvidoria do MP do Estado do Rio de Janeiro,
com o seguinte teor:

“Venho por meio deste comunicado me meio as lágrimas. Sou


funcionária da firma Kiargos trabalhando com funcionária
terceirizada no hospital Naval Marcílio Dias, onde já trabalho

18

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há 10 anos. E o que estamos vivendo é bizarro. Estávamos em


processo licitatório para a troca de firma, e a nossa firma, a
Kiargos, perdeu a licitação, e ai começou o nosso inferno.
Todos os dias eles chamam várias meninas em horário
individual, para fazer o que estamos chamando de "entrevista
com o diabo"! Ficam nos pressionando a pedir demissão,
alegando que se pedirmos a outra firma que venceu a licitação
irá nos contratar. Vejam bem, eu já trabalho no Hospital a mais
de 10 anos, e sempre que uma firma que perdeu a licitação sai,
ela nos demite e nos paga todos os nosso diretos, e assim somo
recontratadas pela nova firma. Mais a Kiargos não quer
demitir ninguém e fica os pressionando a pedir demissão. Nos
mandaram um comunicado afirmando que após o dia
12/11/2020, que é o dia que termina o contrato da firma com o
hospital devemos aguardar em casa. Ai o funcionário fica em
casa, sem querer pedir demissão, e a nova firma entra e não te
contrata, porque você não está lá. Só que já sabemos que essa
estratégia da firma Kiargos é para nos fazer cansar e nos forçar
a pedir demissão, com medo de não se recontratada. Todos já
sabem que eles não tem onde nos realocar!!!Ficam nos
interrogando e nos forçando a pedir demissão, isso é um
ABSURDO. Se eles não tem onde nos realocar eles tem que nos
demitir e pagar nossos direitos”.

O teor da denúncia recentemente protocolada revela, de uma vez por todas, o modus
operandi da Ré que, há pelo menos cinco anos, tem coagido e a ameaçado seus próprios
trabalhadores a pedirem demissão pois não há postos de trabalho suficientes para realocá-los.

Os trabalhadores, diante da pressão sofrida, cedem à força empresarial e abrem mão de


direitos indisponíveis assegurados por lei.

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Somente neste ano, em janeiro de 2021, dados do CAGED registram 26 dispensas. Por
amostragem, 13 foram classificadas sem justa causa.

No ano de 2020, ocorreram dispensas nos meses de janeiro (15), fevereiro (10), março
(05), abril (09), maio (10), junho (09), julho (15), agosto (20), setembro (08), outubro (05),
totalizando 106 dispensas naquele período. Foram escolhidos, aleatoriamente, 41 trabalhadores
dispensados. Desta seleção, 14 demissões foram sem justa causa; o restante, 27, a pedido.

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E, diante de tal cenário, o Ministério Público do Trabalho recorre a esta Justiça


Especializada em busca do cumprimento da lei, da reparação dos danos causados, e da tutela
jurisdicional para coibir práticas abusivas desta natureza, que são inadmissíveis em um país tão
castigado pelas mazelas governamentais, pela impunidade dos seus algozes, cujo sistema jurídico
tem o valor social do trabalho, muito embora ainda represente a letra fria do ordenamento.

DA FUNDAMENTAÇÃO

2.1 Da Dignidade da Pessoa Humana

A dignidade da pessoa humana é um dos eixos primordiais dos direitos fundamentais


assegurados pela Carta Maior. A sua importância é tamanha que, no primeiro artigo da
Constituição da República do Brasil de 1988, inciso III, estabelece, de forma taxativa, este direito
como sendo fundamental, consagrado, portanto, pela legislação pátria.

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união


indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal,

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constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como


fundamentos:

III – a dignidade da pessoa humana;

Este princípio consagrado é o pressuposto basilar para qualquer relação que venha a ser
construída, pois o respeito mútuo é condição sine qua non entre as partes envolvidas. Pelo menos,
é o que se espera dos homens de bem.

Como destaca a e. jurista Carmem Lúcia Antunes Rocha1, verbis:

“A constitucionalização do princípio da dignidade da pessoa


humana modifica, em sua raiz, toda a construção jurídica: ele
impregna toda a elaboração do Direito, porque ele é o elemento
fundante da ordem constitucionalizada e posta na base do
sistema. Logo a dignidade da pessoa humana é princípio havido
como superprincípio constitucional, aquele no qual se fundam
todas as escolhas políticas estratificadas no modelo de direito
plasmado na formulação textual da Constituição”.

Concomitantemente, outro princípio fundamental também está no rol daqueles que são
diretrizes em um Estado Democrático de Direito:

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união


indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal,
constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como
fundamentos:

1
ROCHA, Carmem Lúcia Antunes. O princípio da dignidade da pessoa humana e a exclusão social. Revista
de Interesse Público, Porto Alegre, n.4, p.23/47, 1999.

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IV – os valores sociais do trabalho...;

Os dois princípios descritos acima representam o sustentáculo da existência da


República Federativa do Brasil e, por isso, devem estar alinhados, integrados e ser assegurados
em seu total cumprimento para fazer valer o ditame primordial da Carta Magna. Portanto, é
inegável a integração social e promoção da dignidade decorrente do exercício do trabalho pelo
cidadão.

Como leciona Arnaldo Sussekind2, os instrumentos normativos alusivos às relações de


trabalho devem objetivar a prevalência dos valores sociais do trabalho. E o respeito à dignidade
do trabalhador constitui um dos direitos supraestatais inerentes ao ser humano, cuja observância
independe da vigência de leis nacionais ou tratados internacionais.

Ainda no plano estrutural da Constituição de 1988, a ordem econômica passou a ter por
fundamento a valorização do trabalho humano, tendo por escopo maior assegurar a todos, sem
exceção, a “existência digna, conforme os ditames da justiça social”, sendo ainda balizada pelo
princípio da “função social da propriedade”. (art. 170, caput, e inciso III, CRFB/88).

Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do


trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a
todos existência digna, conforme os ditames da justiça social,
observados os seguintes princípios:

III – função social da propriedade;


VIII – busca do pleno emprego;

Dessa forma, somente se mostra lícito e consentâneo com a ordem jurídica o exercício da
atividade econômica que atenda aos princípios da valorização social do trabalho, da dignidade
humana e da função social da propriedade.

2
SUSSEKIND, Arnaldo e outros. Instituições do Direito do Trabalho. LTr, São Paulo, 20ª edição, p.145, 2002.

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E mais, a função social da propriedade (CF, art. 170, III), e as políticas de ações
afirmativas, louvadas em doutrina, jurisprudência e legislação nacional limitam a autonomia
negocial no âmbito trabalhista, em entendimento adequado à ordem constitucional pátria. Nesse
sentido, o ordenamento jurídico brasileiro passou a adotar a dignidade da pessoa humana como
eixo norteador de garantias fundamentais, ao lado do valor social do trabalho (CF, art. 1º, III e
IV).

Como é sabido, o trabalho, em razão de seu “valor social” (Constituição, arts. 1º, inc. IV
e 170, caput), é objeto de tutela especial por normas de ordem pública, isto significando que a
liberdade de contrato, nesta matéria, é restrita, não sendo autorizado aos particulares negociar o
conteúdo mínimo “indisponível” dos direitos trabalhistas, assim entendido como aquele que, de
acordo com princípios constitucionais e a legislação própria, preserve a condição humana do
trabalhador.

Ou, em outras palavras, o Estado limita a liberdade de contrato entre capital e trabalho
para preservar o princípio da dignidade da pessoa humana do trabalhador (Constituição, art. 1º,
inc. III).

No caso em tela, os princípios constitucionais mencionados foram frontalmente violados


pela Ré, a saber:

Coagidos, os trabalhadores pedem demissão, abrem mão dos seus direitos legalmente
assegurados em troca da manutenção do emprego pela empresa sucessora no processo licitatório.

A prática ilegal, inicialmente denunciada nos anos de 2014 e 2015, perpetua no mercado,
visto que, em 2020, já com outra razão social, a Ré continua a atuar da mesma maneira com seus
empregados, tratando-os como marionetes, independente das consequências no seu quadro de
pessoal.

Até quando os trabalhadores serão tratados dessa maneira por empresas dessa estirpe?

Em tempos de pandemia, a palavra EMPATIA passou a fazer parte do nosso vocabulário


cotidiano.

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Entretanto, não é isso que se observa nas empresas que adotam condutas nada
convencionais para garantir o lucro, a geração de emprego e renda.

Ao que parece, o respeito à dignidade da pessoa humana e os valores sociais do trabalho


continuam sempre onde estiveram, na letra fria da lei.

Portanto, NADA pode atropelar a dignidade da pessoa humana, pois, uma vez devastado
o respeito ao próximo perde-se totalmente a referência do indivíduo e daquilo que ele representa
no meio em que vive. Os valores que tangenciam este princípio estrutural são consequências do
Estado Democrático de Direito que se almeja construir e preservar.

2.2 Da Proteção do Trabalhador

A orientação constitucional não deixa dúvidas de que o Direito do Trabalho é e deve ser
regido pelo Princípio da Proteção do Trabalhador, ou seja, trata-se de:

“...um direito especial, que se distingue do direito


comum, especialmente porque, enquanto o segundo supõe a
igualdade das partes, o primeiro pressupõe uma situação de
desigualdade que ele tende a corrigir com outras desigualdades.
A necessidade de proteção social aos trabalhadores constitui a
raiz sociológica do Direito do Trabalho e é imanente a todo o
seu sistema jurídico”.3

E como reflexo do princípio protetor, tem-se que, ao lado do conteúdo contratual da relação
de trabalho, também prevalece o conteúdo institucional regido por normas de caráter cogente,
cuja incidência independe da vontade dos contratantes.

Em nítidas linhas, o Professor Amauri Mascaro do Nascimento, expõe:

“Sustentam que no direito do trabalho existe um princípio maior,


o protetor, diante de sua finalidade de origem, que é a proteção

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jurídica do trabalhador, compensadora da inferioridade em que


se encontra no contrato de trabalho, pela sua posição econômica
de dependência ao empregador e de subordinação às suas
ordens de serviço. O direito do trabalho, sob essa perspectiva, é
um direito conferido ao trabalhador como meio de dar equilíbrio
entre os sujeitos do contrato de trabalho, diante da natural
desigualdade que os separa e favorece uma das partes do vínculo
jurídico, a patronal.” (NASCIMENTO, Amauri Mascaro do.
Compêndio de Direito do Trabalho. 2ª ed. São Paulo: LTr, 1976,
pág. 304.

O Ministro do Tribunal Superior do Trabalho – TST, Maurício Godinho Delgado, conclui


sobre a amplitude da incidência do princípio tutelar e protetor que, por exercer tamanha
influência, se irradia e inspira todo o ordenamento jurídico laboral, ao postar em linotipos:

“o princípio tutelar influi em todos os seguimentos do Direito


Individual do Trabalho, influindo na própria perspectiva desse
ramo ao construir-se, desenvolver-se e atuar como direito.
Efetivamente, há ampla predominância nesse ramo jurídico
especializado de regras essencialmente protetivas, tutelares da
vontade e interesse obreiros; seus princípios são
fundamentalmente favoráveis ao trabalhador; suas presunções
são elaboradas em vista do alcance da mesma vantagem jurídica
retificadora da diferenciação social prática. Na verdade, pode-
se afirmar que sem a ideia protetiva-retificadora o Direito
Individual do Trabalho não se justificaria histórica e
cientificamente”. (DELGADO, Mauricio Godinho. Princípios de
Direito Individual e Coletivo do Trabalho. LTr- São Paulo:
2001, p. 23.)

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Ora, não se questiona o poder potestativo do empregador extinguir o contrato individual


de trabalho, mas o abuso do poder diretivo ao dispensar seus trabalhadores de uma forma
totalmente descabida e insana, evidenciando a fragilidade de uma das partes do negócio jurídico,
que fica desamparada e de mãos atadas diante das condições sob as quais são expostas. Muitas
das vezes, por questão de sobrevivência se submete a condições desfavoráveis e indignas.

No caso em tela, fica evidente a desproteção jurídica do trabalhador, que se vê ameaçado,


coagido e lesionado ao abrir mão dos seus direitos, como o aviso prévio e, acima de tudo, a sua
dignidade. Isto representa nada mais nada menos do que uma afronta ao princípio da proteção do
trabalhador e às normas protetivas do Direito do Trabalho.

O Código Civil preconiza como defeito do negócio jurídico a coação e a lesão, situação fática
perfeitamente cabível e comprovada no caso em tela.

Artigo 151. A coação, para viciar a declaração da vontade, há


de ser tal que incuta ao paciente fundado temor de dano
iminente e considerável à sua pessoa, à sua família e aos seus
bens.

Artigo 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente


necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação
manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta.

E mais, a legislação civilista taxa como nulo o negócio jurídico simulado, a destacar:

Artigo 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o


que se dissimulou, se válido for na substância e na forma.
(...)
II – contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não
verdadeira;

Quais proteções os trabalhadores tiveram quando da rescisão do contrato de trabalho?

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Como figura hipossuficiente na relação, como poderia ter assegurado os seus diretos
diante do poder diretivo e abusivo e do empregador?

Tais dispositivos legais demonstram cabalmente a desproteção jurídica do trabalhador em


várias vertentes. O princípio da proteção aqui mencionado, nas mais diversas formas de sua
expressão, tem o escopo de assegurar a eficaz e adequada aplicação das normas existentes do
ordenamento jurídico brasileiro.

O que se pretende na presente demanda é reestabelecer a ordem jurídica, que foi devastada
pela Ré ao atropelar e infringir normas elencadas em todas as esferas do direito pátrio.

2.3 Da Violação dos Artigos 7º, inciso I, II, III, XXI, XXVI, e 8º, inciso III, da
Constituição Federal

Artigo 7º. São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além


de outros que visem à melhoria de sua condição social:

I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou


sem justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá
indenização compensatória, dentre outros direitos;

II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;

III - fundo de garantia do tempo de serviço;

XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no


mínimo de trinta dias, nos termos da lei;

XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de


trabalho;

Artigo 8º. É livre a associação profissional ou sindical,


observado o seguinte:

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III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos


ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou
administrativas;

Primeiramente, a empresa forçou os trabalhadores a pedirem demissão, quando na


verdade deveria dispensá-los e arcar com as verbas rescisórias devidas.

Não se pode imputar ao trabalhador o risco do negócio! A Ré, ciente dos prazos a cumprir
e das diretrizes a seguir, tinha plena ciência das condutas a serem executadas em caso da não
renovação dos contratos de prestação de serviço com entes da Administração Pública.

A Ré apropriou-se indevidamente dos valores rescisórios quando coagiu os trabalhadores


a abrirem mão de receber o aviso prévio como garantia de que seriam contratados pela empresa
vencedora do certame.

A Ré abusou do poder diretivo quando coagiu frontalmente o trabalhador, colocando-o


em uma posição extremamente desfavorável, quando alegou que ele deveria pedir demissão, pois,
se assim não o fizesse, seria colocado na reserva, ou seja, ficaria alocado na sede, localizada na
Barra da Tijuca, para suprir folgas, férias...e como a Ré atuava em várias cidades do Estado, pouco
importava onde o trabalhador morava, o que em muitos casos ficava inviável “aceitar” o posto na
sede em razão da logística do trabalho, ou seja, a proposta era impraticável, o que forçava o pedido
de demissão do trabalhador!

(...)que as trabalhadoras ficaram com medo de sua


situação, pois o supervisor frisou por diversas vezes a falta
de postos e que a melhor opção seria o pedido de
demissão; que, por isso, a declarante optou por se demitir;
que mesmo havendo tempo hábil para o cumprimento do
aviso prévio(...)

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Número do processo: 0100420-11.2021.5.01.0006
Número do documento: 21051917311196900000131827253

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Número do processo: ATSum 0100298-93.2021.5.01.0039
ID. fb28a74 - Pág. 10
Número do documento: 21072806511285100000136202735
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(...)e que a empresa não tinha outros postos de trabalho


para lotar as trabalhadoras, sendo que aconselhava que
estas pedissem demissão, pois, se não o fizessem, teriam
que ficar na sede da empresa, localizada na Barra da
Tijuca, sem posto de trabalho fixo, tendo que cobrir faltas
ou férias(...)

(...) as trabalhadoras que se mantiveram na empresa foram


colocadas em postos de serviços distantes, acreditando a
declarante que a empresa o fez com o propósito específico de
forçar o pedido de demissão(...)

(...)com medo de ficar "rodando" em vários postos de serviço a


declarante optou por pedir demissão; que sabe de um caso que
a empregada acabou optando por pedir demissão justamente
por ser alocada em postos diferentes, inclusive distantes”(...)

Nesse interim, cumpre ressaltar que a assistência sindical prevista no artigo 8º, inciso III,
da Carta Magna, se estende até o momento da homologação, não podendo a legislação ordinária
retirar do âmbito de proteção dos trabalhadores os direitos fundamentais previstos no artigo 477
da CLT, expondo os trabalhadores as mais diversas formas de ardis, coações, lesões e fraudes.

Os TRTCs juntados aos autos não apresentam a data, assinatura do empregado, do


empregador e muito menos a chancela do sindicato no ato da homologação.

A malfadada dita Reforma Trabalhista deixou, por certo, o trabalhador ainda mais
vulnerável perante o seu empregador, uma vez que o deixou o hipossuficiente na cova com os
leões, sem chance de defesa.

Ainda que o legislador quisesse suprimir tais atribuições do então Ministério do Trabalho,
a inconstitucionalidade e inconvencionalidade de tal medida contrariaria todas as normas

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ID. 0189dcd - Pág. 1
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constitucionais e convenções internacionais que obrigam os estados membros a fiscalizarem o


cumprimento das leis trabalhistas por parte das empresas.

Conforme estabelece a Convenção de Filadélfia, todo o Estado tem o dever de proteger


as relações laborais, in verbis, no seu preâmbulo:

"Considerando que a paz para ser universal e duradoura deve


assentar sobre a justiça social; Considerando que existem
condições de trabalho que implicam, para grande número de
indivíduos, miséria e privações , e que o descontentamento que
daí decorre põe em perigo a paz e a harmonia universais, e
considerando que é urgente melhorar essas condições no que se
refere, por exemplo, à regulamentação das horas de trabalho, à
fixação de uma duração máxima do dia e da semana de trabalho,
ao recrutamento da mão-de-obra, à luta contra o desemprego, à
garantia de um salário que assegure condições de existência
convenientes, à proteção dos trabalhadores contra as moléstias
e graves ou profissionais e os acidentes do trabalho, à proteção
das crianças, dos adolescentes e das mulheres, às pensões de
velhice e de invalidez, à defesa dos interesses dos trabalhadores
empregados no estrangeiro, à afirmação do princípio "para
igual trabalho, mesmo salário", à afirmação do princípio de
liberdade sindical, à organização do ensino profissional e
técnico, e outras medidas análogas; Considerando que a não
adoção por qualquer nação de um regime de trabalho realmente
humano cria obstáculos aos esforços das outras nações
desejosas de melhorar a sorte dos trabalhadores nos seus
próprios territórios.

A Conferência reafirma os princípios fundamentais sobre os quais repousa a Organização,


principalmente os seguintes:

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a) o trabalho não é uma mercadoria;


b) a liberdade de expressão e de associação é uma condição indispensável a um progresso
ininterrupto;
c) a penúria, seja onde for, constitui um perigo para a prosperidade geral;
d) a luta contra a carência, em qualquer nação, deve ser conduzida com infatigável energia, e por
um esforço internacional contínuo e conjugado, no qual os representantes dos empregadores e dos
empregados discutam, em igualdade, com os dos Governos, e tomem com eles decisões de caráter
democrático, visando o bem comum.

Além disso, conforme Verbete 57 sobre a reforma trabalhista aprovado durante a 2ª


Jornada de Direito Material e Processual do Trabalho, promovida pela Anamatra, o artigo 477-A
da CLT, que trata da dispensa coletiva, padece de inconstitucionalidade e inconvencionalidade.

O ART. 477-A DA CLT PADECE DE


INCONSTITUCIONALIDADE, ALÉM DE
INCONVENCIONALIDADE, POIS VIOLA OS ARTIGOS 1º, III,
IV, 6º, 7º, I, XXVI, 8º, III, VI, 170, CAPUT, III E VIII, 193, DA
CONSTITUIÇÃO FEDERAL, COMO TAMBÉM O ARTIGO 4º
DA CONVENÇÃO Nº 98, O ARTIGO 5º DA CONVENÇÃO Nº
154 E O ART. 13 DA CONVENÇÃO Nº 158, TODAS DA OIT.
VIOLA, AINDA, A VEDAÇÃO DE PROTEÇÃO INSUFICIENTE
E DE RETROCESSO SOCIAL. AS QUESTÕES RELATIVAS À
DISPENSA COLETIVA DEVERÃO OBSERVAR: A) O DIREITO
DE INFORMAÇÃO, TRANSPARÊNCIA E PARTICIPAÇÃO DA
ENTIDADE SINDICAL; B) O DEVER GERAL DE BOA FÉ
OBJETIVA; E C) O DEVER DE BUSCA DE MEIOS
ALTERNATIVOS ÀS DEMISSÕES EM MASSA.

Portanto, o trabalhador tem o interesse legítimo de que seu sindicato lhe preste
assistência, inclusive nos atos rescisórios, razões pelas quais o Ministério Público entende
que esse direito do trabalhador não poderia ter sido afastado pela reforma, como de fato e
de direito não o foi.

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Outrossim, por fim, ainda que esse Juízo entenda de forma contrária, o fato é que aos
trabalhadores foram negados direitos de assistência do sindicato com atribuições para tal e, como
consequência, a presente exordial traz à tona as diversas lesões trabalhistas sofridas pelos obreiros
da Ré.

2.4 Do Contrato de Trabalho

No Brasil e no mundo, o Direito do Trabalho surge para inserir um mínimo ético na


relação entre o empregador (capitalista – patrão) e o trabalhador, cuja única coisa que tem a
oferecer ao mercado é sua força de trabalho, a qual, por estar intrinsecamente relacionada ao seu
ser, precisa ser tutelado para que o trabalho seja fonte de vida e valorização do humano e não de
sua degradação.

Aqui, a situação não é diferente tampouco da base social que autorizou o nascimento do
Direito do Trabalho. O trabalhador é hipossuficiente com relação ao seu empregador, sem
dúvidas.

O Direito do Trabalho atual não é o da CLT, é o Direito Constitucional do Trabalho. A


Constituição Federal de 1988 recepcionou a referida legislação adaptando-a à nova ordem social
estabelecida e fixando os paradigmas a serem observados pelo Estado a partir dos princípios por
si trazidos.

Trata-se ainda de direito garantista, no entanto equalizado com os novos direitos


consagrados na Constituição Federal, e não, divergente. O princípio da livre iniciativa ou da
autonomia privada harmoniza-se com o direito do trabalho na medida em que passa a ser
entendida “como liberdade valorizada enquanto compatível com os demais princípios e regras
que lhe são opostos e que lhe são limitativos, ficando evidenciada a sua proteção enquanto se
justifique por sua função social”. (VECCHI, 2004, p. 123).

Não se pode fechar os olhos para os arts. 2º e 3º da CLT, quando a relação configurada
se amolda completamente a tais dispositivos legais, como se tal norma fosse avessa às

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constitucionais. Ao contrário, a CRFB/88 veio somente enfatizar, pelo destaque que deu ao
trabalho, que quando este se configure nos moldes celetistas seja eficazmente garantido, em
respeito não somente ao trabalhador, mas também a toda a sociedade brasileira.

Consentânea com a matriz constitucional, a Consolidação das Leis do Trabalho inaugura


seu texto estabelecendo os requisitos que envolvem a relação de emprego, revisitando o tema no
art. 442. Os ‘caputs’ dos arts. 2º e 3º da CLT encerram minudências que, ocorrentes, deflagram o
vínculo empregatício. Aquele, quando define o empregador, indicando, outrossim, o caráter
‘intuitu personae’ conducente à prestação dos serviços; este, na medida em que concebe a figura
do empregado, determinando os pressupostos necessários para que o liame se configure.

Assim, se o contrato de trabalho, na dicção do artigo 442 da CLT, "é o acordo tácito ou
expresso, correspondente à relação de emprego", sempre que, numa relação entre duas pessoas,
estiverem presentes os requisitos dos artigos 2º e 3º da CLT, haverá uma relação de emprego e
sua forma jurídica: um contrato de trabalho, com as consequências dele decorrentes.

E, em uma relação saudável, as partes têm que ser livres. Délio Maranhão3 “acerta a jugular
quando enfatiza que o trabalhador é livre, e esta liberdade nunca é demais acentuar. Se, na
prestação de trabalho, fica subordinado ao empregador, esta subordinação, que se funda no
contrato, livremente aceito, no mesmo contrato encontra seus limites”.

Além disso, as obrigações decorrentes do contrato de trabalho são uma via de mão de
dupla, tanto por parte do empregado, que deve prestar um serviço para qual foi contratado, como
para o empregador, que deve pagar pelo serviço prestado. E toda essa relação perpassa um dos
princípios fundamentais desta relação, qual seja, o princípio da execução de boa-fé.

No caso em tela, o princípio da execução de boa-fé passou longe da Ré que, ao submeter


seus trabalhadores a condições aviltantes, coloca-os em situações extremas para aceitarem
acordos vis e lesivos.

3
SUSSEKIND, Arnaldo e outros. Instituições do Direito do Trabalho. LTr, São Paulo, 20ª edição, p.239, 2002.

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2.5 Do Abuso do Poder Diretivo

A conduta abusiva da empresa representa ilícito a ser combatido no âmbito das relações
laborais, seja porque viola direitos fundamentais do grupo de trabalhadores, em desrespeito à sua
dignidade, seja também diante do desprezo que a prática traduz para o ordenamento jurídico
constitucional.

Com efeito, o abuso de poder utilizado pelo empregador, por meio outros empregados,
ultrapassa a esfera discricionária de direção e organização empresarial, desbordando para o
âmbito da ilicitude e da ausência de razoabilidade e racionalidade.

As práticas irregulares demonstradas não podem ser toleradas, muito menos respaldadas
pelo poder de direção do empregador, que encontra baliza no respeito exigido à dignidade da
pessoa humana, fundamento constitucional do Estado Democrático de Direito (art. 1º, III, da
Constituição Federal).

Quer-se dizer que qualquer conduta do empregador, no âmbito da relação jurídico-


laboral, há de guardar respeito e consideração aos direitos fundamentais do trabalhador, de
latitude constitucional, os quais, na condição de normas de reconhecido status superior no
ordenamento jurídico, espraiam-se e assentam-se como manto protetivo para a parte
hipossuficiente, constituindo fator limitante e relativizador da autonomia da vontade do
empregador.

Sobre esse tema, que se projeta, na atualidade, como um dos mais relevantes no campo
do direito constitucional, é obrigatória a invocação de decisão do Supremo Tribunal Federal (RE
201.819-8-RJ, 2ª Turma, Min. Redator Gilmar Mendes, DJ 27/10/2006), quando assenta,
enfaticamente, que, nas relações privadas, os direitos fundamentais constituem obstáculo à
liberdade de ação, não se admitindo o desrespeito a eles e a decorrente causação de prejuízo
às vítimas da conduta adotada. Do acórdão, extraem-se os seguintes trechos, de maior interesse
para a presente ação:

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“I – EFICÁCIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS NAS


RELAÇÕES PRIVADAS. As violações a direitos fundamentais
não ocorrem somente no âmbito das relações entre o cidadão e
o Estado, mas igualmente nas relações travadas entre pessoas
físicas e jurídicas de direito privado. Assim, os direitos
fundamentais assegurados pela Constituição vinculam
diretamente não apenas os poderes públicos, estando
direcionados também à proteção dos particulares em face dos
poderes privados.
II – (...) A autonomia privada, que encontra claras limitações de
ordem jurídica, não pode ser exercida em detrimento ou com
desrespeito aos direitos e garantias de terceiros, especialmente
aqueles positivados em sede constitucional, pois a autonomia da
vontade não confere aos particulares, no domínio de sua
incidência e atuação, o poder de transgredir ou de ignorar as
restrições postas e definidas pela própria Constituição, cuja
eficácia e força normativa também se impõem, aos particulares,
no âmbito de suas relações privadas, em tema de liberdades
fundamentais. A tese de que os direitos fundamentais são
aplicáveis em relações jurídicas dessa natureza [relações entre
particulares] tem em conta, principalmente, a dimensão
funcional dos direitos fundamentais. É intuitivo que, quando se
vislumbra os direitos fundamentais a partir de sua finalidade –
a qual é, em suma, assegurar níveis máximos de autonomia e
dignidade dos indivíduos – torna-se pertinente sua aplicação em
todas as situações nas quais possa ser comprometida essa esfera
de autonomia, sendo irrelevante se isso ocorre em decorrência
da atuação de um poder privado ou público. É por essa razão
que a autonomia privada – que encontra claras limitações de
ordem jurídica – não pode ser exercida em detrimento ou com
desrespeito aos direitos e garantias de terceiros, especialmente
aqueles positivados em sede constitucional, pois a autonomia da
vontade não confere aos particulares, no domínio de sua

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incidência e atuação, o poder de transgredir ou de ignorar as


restrições postas e definidas pela própria Constituição, cuja
eficácia e força normativa também se impõem, aos particulares,
no âmbito de suas relações privadas, em tema de liberdades
fundamentais.”

Pode-se dizer que o sistema jurídico nacional estabelece restrições à autonomia da


vontade do empregador, diante de casos em que a sua conduta caracteriza-se pela nota da
abusividade ou discriminação, em prejuízo dos trabalhadores, a refletir, sob essa lente de visão,
ameaça ou desrespeito a direitos fundamentais a eles reconhecidos, integrantes da esfera da
dignidade humana, a exemplo da integridade psico-física.

Tem-se, na situação presente, a caracterização evidente de abuso de poder da empresa


(art. 187 do Código Civil), a exigir tutela judicial eficaz, de natureza inibitória e reparatória, por
força da proteção constitucional assegurada à coletividade de trabalhadores vítima dessa conduta.

Não é demais, aqui, invocar-se a doutrina do magistrado trabalhista Sérgio Torres


Teixeira4, ao pontuar que “o direito de despedir, mesmo sendo um legítimo direito do empregador,
somente mantém tal status no plano empírico quando legitimamente exercido. Direito
potestativo não equivale a direito absoluto. Mesmo um direito como o de despedir, cuja prática
pelo empregador independe da vontade do empregado, exige, para o seu válido exercício, a
observância das diretrizes estabelecidas pelo ordenamento jurídico, de acordo com a sua função
social, sob pena de ser enquadrado como abuso de direito”.

Ressalte-se, pois, que o sistema normativo de proteção ao trabalhador não tolera e repele
veementemente tais práticas, além de exigir a punição adequada do empregador que, no afã de
atingir os seus objetivos empresariais, gere e conduz o seu empreendimento com a utilização de
métodos e procedimentos ilícitos e abusivos.

Fica evidente que a dispensa dos trabalhadores é um direito do empregador, mas, a


conduta adotada, sem sombra de dúvidas, fere o ordenamento jurídico brasileiro, pois além de

4
In WANDELI, Leonardo Vieira. Despedida abusiva: o direito (do trabalho) em busca de uma nova racionalidade.
São Paulo: LTr, 2004

37

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massacrar direitos fundamentais, demonstra o abuso do poder diretivo da Ré. Aliás, conduta esta
reiterada posteriormente, conforme denúncia apresentada pelo sindicato da categoria. Motivo
claro e notório que tal postura diretiva deve ser coibida e punida.

2.6 Da Apropriação Indébita e da Coação Moral

Os depoimentos colhidos em sede de inquérito civil configuram prática de crime


tipificado no artigo 168 do Código Penal como apropriação indébita, “apropriar-se de coisa
alheia móvel, de que tem a posse ou a detenção”.

A Ré abusou da boa-fé objetiva que deve reger uma relação contratual e, mediante coação
e pressão, fez com que os obreiros pedissem demissão, abrindo mão de direitos indisponíveis
assegurados por lei!

Válido lembrar que a apropriação indébita dos valores reflete diretamente no


recolhimento das contribuições federais (fiscais e previdenciárias), conforme prevê o artigo 168-
A do Código Penal.

No que tange à coação exercida, a conduta ilícita está prevista no artigo 22 do Código
Penal, “Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem, não
manifestamente ilegal, se superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem”.

A recente notícia de fato autuada no MPT demonstra claramente a ameaça, a coação, o


medo provocado nestes trabalhadores ao longo dos últimos anos.

Reiteramos a denúncia para ratificar a sessão de tortura vivenciada pelos obreiros


receosos de serem chamados para a “entrevista com o diabo”

“Venho por meio deste comunicado me meio as lágrimas. Sou


funcionária da firma Kiargos trabalhando com funcionária
terceirizada no hospital Naval Marcílio Dias, onde já trabalho
há 10 anos. E o que estamos vivendo é bizarro. Estávamos em

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Assinado eletronicamente por: MARCELO JOSE FERNANDES DA SILVA - 19/05/2021 17:44:44 - 61ecff6
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Número do processo: 0100420-11.2021.5.01.0006
Número do documento: 21051917311196900000131827253

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Número do processo: ATSum 0100298-93.2021.5.01.0039
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processo licitatório para a troca de firma, e a nossa firma, a


Kiargos, perdeu a licitação, e ai começou o nosso inferno. Todos
os dias eles chamam várias meninas em horário individual, para
fazer o que estamos chamando de "entrevista com o diabo"!
Ficam nos pressionando a pedir demissão, alegando que se
pedirmos a outra firma que venceu a licitação irá nos contratar.
Vejam bem, eu já trabalho no Hospital a mais de 10 anos, e
sempre que uma firma que perdeu a licitação sai, ela nos demite
e nos paga todos os nosso diretos, e assim somo recontratadas
pela nova firma. Mais a Kiargos não quer demitir ninguém e
fica os pressionando a pedir demissão. Nos mandaram um
comunicado afirmando que após o dia 12/11/2020, que é o dia
que termina o contrato da firma com o hospital devemos
aguardar em casa. Aí o funcionário fica em casa, sem querer
pedir demissão, e a nova firma entra e não te contrata, porque
você não está lá. Só que já sabemos que essa estratégia da firma
Kiargos é para nos fazer cansar e nos forçar a pedir demissão,
com medo de não se recontratada. Todos já sabem que eles não
tem onde nos realocar!!!Ficam nos interrogando e nos forçando
a pedir demissão, isso é um ABSURDO. Se eles não tem onde
nos realocar eles tem que nos demitir e pagar nossos direitos”.

Não restam dúvidas acerca da conduta criminal perpetrada pela Ré.


As palavras falam por si.

3. DO DANO MORAL INDIVIDUAL

No caso dos autos, os trabalhadores que sempre a atenderam e cumpriram suas obrigações
contratuais, tiveram seus direitos vilipendiados pelo empregador, que se fez valer da força
existente na relação contratual para coagir os obreiros a propostas nada convencionais e lícitas,

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Número do processo: 0100420-11.2021.5.01.0006
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quais sejam, “instruindo” a força de trabalho a pedir demissão sob a ameaça iminente de ser
realocado na sede da empresa, cujo local era de difícil acesso; e pedir demissão, “abrindo mão”
de garantias legais com a promessa de serem mantidos no posto de trabalho sob a gestão da
empresa vencedora da licitação.

A conduta empresarial demonstra a crueldade dos seus dirigentes que, impiedosos, se


valeram das condições menos favoráveis dos seus obreiros para tirar vantagem, sem pudor, sem
temor, convictos da impunidade e do alcance da lei.

Nesta lide, o foco é a ilicitude praticada pela Ré ao se apropriar indevidamente das verbas
rescisórias, coagindo o trabalhador a pedir demissão e, consequentemente, abrindo mão de
direitos legalmente assegurados.

Destarte, impõe-se que, além da reparação coletiva, esta ação também abranja reparações
individuais. Ambas as reparações (coletiva e individual) devem constituir-se em sanção idônea a
dissipar a descrença social posta na ordem jurídica e ainda a coibir, de forma pedagógica,
ulteriores atos lesivos da mesma natureza por parte de demais empregadores.

O pleito de indenização individual nos autos desta ação está em sintonia com os
ensinamentos do mestre Kazuo Watanabe, para quem todo o sistema de tutela coletiva foi
construído com o escopo de "tratar molecularmente os conflitos de interesses coletivos, em
contraposição à técnica tradicional de solução atomizada, para com isso conferir peso político
maior às demandas coletivas, solucionar mais adequadamente os conflitos coletivos, evitar
decisões conflitantes e aliviar a sobrecarga do Poder Judiciário, atulhado de demandas
fragmentárias" (Código Brasileiro de Defesa do Consumidor, comentado, Forense Universitária,
5ª edição, p. 631).

Certo é que a violação da dignidade dos trabalhadores não pode ficar impune. Nesse
passo, afigura-se cabível a reparação da coletividade dos trabalhadores, não só pelos danos
causados, mas, igualmente, para desestimular tais atos.

Oportuno se torna dizer que:

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“não somente a dor psíquica pode gerar danos morais; devemos


ainda considerar que o tratamento transindividual aos
chamados interesses difusos e coletivos origina-se justamente da
importância destes interesses e da necessidade de uma efetiva
tutela jurídica. Ora, tal importância somente reforça a
necessidade de aceitação do dano moral coletivo, já que a dor
psíquica que alicerçou a teoria do dano moral individual acaba
cedendo lugar, no caso do dano moral coletivo, a um sentimento
de desapreço e de perda de valores essenciais que afetam
negativamente toda uma coletividade. (...) Assim, é preciso
sempre enfatizar o imenso dano moral coletivo causado pelas
agressões aos interesses transindividuais afeta-se a boa imagem
da proteção legal a estes direitos e afeta-se a tranqüilidade do
cidadão, que se vê em verdadeira selva, onde a lei do mais forte
impera. Tal intranqüilidade e sentimento de desapreço gerado
pelos danos coletivos, justamente por serem indivisíveis,
acarretam lesão moral que também deve ser reparada
coletivamente. Ou será que alguém duvida que o cidadão
brasileiro, a cada notícia de lesão a seus direitos, não se vê
desprestigiado e ofendido no seu sentimento de pertencer a uma
comunidade séria, onde as leis são cumpridas? Omissis. A
reparação moral deve se utilizar dos mesmos instrumentos da
reparação material, já que os pressupostos (dano e nexo causal)
são os mesmos. A destinação de eventual indenização deve ser o
Fundo Federal de Direitos Difusos, que será responsável pela
utilização do montante para a efetiva reparação deste
patrimônio moral lesado. Com isso, vê-se que a coletividade é
passível de ser indenizada pelo abalo moral, o qual, por sua vez,
não necessita ser a dor subjetiva ou estado anímico negativo, que
caracterizariam o dano moral na pessoa física...” (In, André de
Carvalho Ramos, A Ação Civil Pública e o Dano Moral Coletivo)

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Assim, o restabelecimento da ordem jurídica envolve a adoção de duas medidas: a


primeira, tendente a impedir que a reclamada descumpra a lei; e a segunda que propicie a
reparação do dano social emergente da conduta da reclamada e o dano individual também daí
decorrente.

Em termos de reparação individual, entende o Ministério Público do Trabalho que cada


trabalhador que foi vítima da conduta empresarial faz jus a uma indenização por danos morais daí
decorrentes.

Assim, a título de reparação individual, pede o Ministério Público do Trabalho que a Ré


seja condenada ao pagamento de indenização a título de dano moral individual – base, podendo
o trabalhador postular caso deseja valor superior, no importe de R$ 20.000,00 (vinte mil reais).

O pedido de condenação ao pagamento de dano moral individual abrangerá todos


os trabalhadores que tiveram seus interesses e direitos violados, nos termos da
fundamentação e dos pedidos acolhidos por essa Justiça especializada, e que tenham sido
forçados a pedirem demissão, abrir mão do aviso prévio ou de quaisquer outros direitos
rescisórios por dispensa sem justa causa dentro do biênio anterior ao ajuizamento.

Por se tratarem de relações continuadas, atuais e futuras, terão direito ao


pagamento de dano moral individual, todo trabalhador que venha a pedir demissão ou abrir
mão de quaisquer direitos, em mesmas condições que as explicitadas na fundamentação,
cujos rompimentos contratuais se derem nos mesmos moldes descritos nesta exordial,
durante o curso da presente demanda até o trânsito em julgado, com ou sem o deferimento
da tutela de urgência/evidência, mas abrangidos pela decisão de mérito.

Tudo na forma dos arts. 95 e 97 da Lei 8078/90, comprovando que se enquadram no


comando contido na decisão de mérito e procedendo as liquidações e execuções respectivas.

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4. DO DANO MORAL COLETIVO

As condutas adotadas pela Ré traduzem, comprovadamente, uma ofensa intolerável ao


ordenamento jurídico, a expressar o desprezo evidente a valores básicos e regras de proteção à
dignidade dos trabalhadores, em prejuízo a um universo coletivo de trabalhadores atuais e futuros.

Demonstrou-se, pois, à evidência, a utilização de práticas ilícitas reiteradas, visto que,


apesar da investigação já em curso promovida pelo Parquet laboral, a Ré adotou a mesma conduta,
conforme noticiado pelo sindicato da categoria e já apontado nos autos.

É inequívoco, pois, que o desrespeito flagrante ao ordenamento jurídico representa danos


à coletividade de trabalhadores que vivenciou – e vivencia –, no seu cotidiano, a indignidade das
práticas ilícitas observadas.

Essa violação aos direitos dos trabalhadores – e a forma como se têm concretizado – não
pode ser admitida em um Estado Democrático de Direito, cuja Constituição inclui o respeito à
dignidade da pessoa humana como cânone maior e centro axiológico do sistema jurídico (art. 1º,
III).

Ademais, não se pode conceber que a empresa, eventualmente, em momento posterior,


apenas corrija a sua conduta, a partir de determinado período, mediante a cessação das
irregularidades descritas, desconsiderando-se as ofensas injustas e graves já perpetradas à ordem
jurídica e os danos causados à coletividade de trabalhadores vítima das condutas ilícitas reveladas.

Tem-se, assim, a evidência de danos a interesses de natureza coletiva, cuja gravidade e


intolerabilidade enseja a devida reparação, nos moldes previstos na legislação. Nesse sentido, é
autorizada a lição de André de Carvalho Ramos:

“(...) Não somente a dor psíquica pode gerar danos morais;


devemos ainda considerar que o tratamento transindividual aos
chamados interesses difusos e coletivos origina-se justamente da

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importância destes interesses e da necessidade de uma efetiva


tutela jurídica. Ora, tal importância somente reforça a
necessidade de aceitação do dano moral coletivo, já que a dor
psíquica que alicerçou a teoria do dano moral individual acaba
cedendo lugar, no caso do dano moral coletivo, a um sentimento
de desapreço e de perda de valores essenciais que afetam
negativamente toda uma coletividade. (...) Assim, é preciso
sempre enfatizar o imenso dano moral coletivo causado pelas
agressões aos interesses transindividuais afeta-se a boa imagem
da proteção legal a estes direitos e afeta-se a tranqüilidade do
cidadão, que se vê em verdadeira selva, onde a lei do mais forte
impera. (A Ação Civil Pública e o Dano Moral Coletivo. In:
Revista de Direito do Consumidor, São Paulo:RT, nº25, p. 80/98,
jan/jun, 1998)

O quadro presente reflete, sem dúvida, a ocorrência de dano coletivo, em face da violação
grave da ordem jurídica, em desrespeito à dignidade dos trabalhadores, de maneira a ensejar a
necessária condenação da empresa.

Desta maneira, o interesse que o Ministério Público do Trabalho visa a proteger é


nitidamente de caráter coletivo lato sensu, evitando que a requerida viole as normas trabalhistas,
em prol dos atuais trabalhadores e, também, dos trabalhadores que venham a ser admitidos pela
empresa no futuro.

Com efeito, a lesão em questão decorre de uma origem comum, perpetuadas no tempo,
correspondente a ato lesivo ao ordenamento jurídico, em que são vítimas grupo de trabalhadores
da Ré, atuais e futuros, e que legitimam o MPT na defesa dos interesses coletivos e difusos.

Ao formular pedidos de caráter inibitório e pro futuro, pretende o Ministério Público do


Trabalho que as obrigações se estendam aos trabalhadores atuais e os que serão contratados pela
empresa, ou seja, a pessoas determináveis porém de quantificação numérica indeterminada e sem

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Número do processo: 0100420-11.2021.5.01.0006
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possibilidade de qualificação ou individualização, o que também dá caráter difuso ao direito posto


em julgamento.

Os efeitos pecuniários decorrentes da lesão às normas poderiam, em tese, ser


enquadrados como interesse individual homogêneo, o que por si só já legitimaria, também, o
Ministério Público do Trabalho para ajuizar a ação civil pública respetiva.

Os ensinamentos de Hugo Nigro Mazzilli (“A defesa dos interesses difusos em juízo”,
23ª ed., 2010) demonstram que os “interesses individuais homogêneos são aqueles de grupo,
categoria ou classe de pessoas determinadas ou determináveis, que compartilham prejuízos
divisíveis, de origem comum, normalmente oriundos das mesmas circunstâncias de fato”.

A jurisprudência ratifica a legitimidade do órgão ministerial nesse sentido:

RECURSO DE REVISTA. MINISTÉRIO PÚBLICO DO


TRABALHO.LEGITIMIDADE ATIVA. DIREITOS
INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS. I. O posicionamento desta
Corte Superior é no sentido de que, em conformidade com o art.
129, III, da CF/88, o Ministério Público do Trabalho tem
legitimidade ativa para promover a defesa judicial, por meio de
ação civil pública, dos direitos coletivos em sentido amplo, neles
incluídos os direitos individuais homogêneos. II. Recurso de
revista de que se conhece, por violação dos arts. 127 c/c 129, III,
da CF/88, e a que se dá provimento. (RECURSO DE REVISTA:
RR 1229004820085080101)

RECURSO DE REVISTA DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO


TRABALHO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA COM PEDIDO DE
TUTELA INIBITÓRIA CUMULADA COM INDENIZAÇÃO
POR DANOS MORAIS COLETIVOS. CONDUTA
REITERADA DA RECLAMADA DE SE UTILIZAR DO
PODER JUDICIÁRIO COMO ÓRGÃO MERAMENTE

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HOMOLOGADOR DAS RESCISÕES CONTRATUAIS.


DESCUMPRIMENTO DO ART. 477 DA CLT. O Ministério
Público do Trabalho pode propor Ação Civil Pública com pedido
de tutela inibitória cumulada com indenização por danos morais
coletivos, quando evidenciada a prática reiterada da Reclamada
de se utilizar do Poder Judiciário como órgão homologador de
rescisões contratuais, sem observar o disposto no art. 477 da
CLT, afrontando direitos de uma série de trabalhadores, bem
como da própria sociedade que se vê enfraquecida quando o
Judiciário é utilizado para a prática de atos simulados e
distorcidos. Note-se que um dos pedidos do órgão ministerial, no
que se refere à Reclamada, de “promover as rescisões
contratuais segundo as disposições do art. 477 da CLT, deixando
de utilizar do Poder Judiciário como órgão homologador de
rescisões”, não implica obstar o acesso da Reclamada ao Poder
Judiciário mas, sim, implica respeitar os direitos
constitucionalmente garantidos, notadamente o do Ministério
Público de atuar em defesa da ordem jurídica (art. 127, caput,
da CF), bem como o dever do Poder Judiciário apreciar
qualquer lesão ou ameaça à direito. Recurso de Revista
conhecido e provido. (PROCESSO Nº TST-RR-200-
20.2006.5.08.0011. 30/04/2015)

Nesse passo, não é demais dizer que, no tempo atual, tornaram-se imprescindíveis a
imediata reação e a resposta eficaz do sistema jurídico, em face de situações reveladoras de
condutas que configuram lesão injusta a interesses juridicamente titularizados pela coletividade,
em todas as suas expressões (grupos, classes ou categorias).

Assinale-se, destarte, que o reconhecimento jurídico do dano moral coletivo e da


imperiosidade da sua adequada reparação traduz a mais importante vertente evolutiva, na
atualidade, do sistema de responsabilidade civil, em seus contínuos desdobramentos, a significar
a extensão do dano a uma órbita coletiva de direitos, de essência tipicamente extrapatrimonial,

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não subordinada à esfera subjetiva do sofrimento ou da dor individual. São direitos que traduzem
valores jurídicos fundamentais da coletividade, que lhes são próprios, e que refletem, no horizonte
social, o largo alcance da dignidade dos seus membros.

A caracterização do dano coletivo não se vincula nem se condiciona à observação ou


demonstração evidentes de efeitos subjetivos negativos, uma vez que se trata de dano que se
estabelece de forma objetiva, concernindo ao fato que reflete uma violação grave de direitos
coletivos (dano in reipsa), cuja essência é tipicamente extrapatrimonial.

Não é admissível, em suma, que o autor da conduta ilícita, diante do sistema jurídico – e
da lógica de equidade, justiça e razoabilidade que o orienta –, possa tirar proveito de práticas ou
omissões lesivas à coletividade ou grupos de pessoas, delas se enriquecendo patrimonialmente ou
auferindo situações de vantagem.

Se assim ocorresse, quebrar-se-ia toda a estrutura principiológica que informa e legitima


o ordenamento, resultando em se corromper a viga-mestra que dá suporte à responsabilidade civil,
exatamente refletida em uma reação jurídica pertinente e eficaz, a emergir diante da conduta ilícita
danosa, de molde a tornar não estimulante ou compensador para o agente e outros potenciais
violadores a reiteração da prática condenada.

A reparação que se almeja constitui um meio legalmente previsto de se assegurar que não
vingue a ideia ou o sentimento de desmoralização do ordenamento jurídico e dos princípios
basilares que lhe dão fundamento, em especial o do respeito à dignidade humana, em toda a
extensão que se lhe reconhece.

Em outros termos, é relevante para o sistema jurídico a garantia de uma condenação


eficaz, diante da caracterização do dano moral coletivo, principalmente porque, nas hipóteses em
que apenas a imposição judicial de uma abstenção (não fazer), para cessar a conduta danosa, ou
mesmo de realização de conduta exigida por lei (fazer), constituiria para o ofensor uma situação
de conforto, ou mesmo favorecimento, em face das consequências danosas já produzidas no
tempo, decorrentes da violação do ordenamento jurídico, em detrimento da coletividade.

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Número do processo: 0100420-11.2021.5.01.0006
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Número do processo: ATSum 0100298-93.2021.5.01.0039
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E mais: nessas hipóteses, deve-se objetivar a imposição ao ofensor de uma condenação


pecuniária que signifique penalização pela prática de conduta tão reprovável quanto ilícita, que,
certamente, resultou em benefícios indevidos para si.

Portanto, a lesão injusta a interesses coletivos enseja reação e resposta equivalente a uma
reparação adequada à tutela almejada, traduzida essencialmente por uma condenação pecuniária,
a ser arbitrada pelo juiz, com destinação específica. Na espécie, o Ministério Público do Trabalho
objetiva não só fazer cumprir o ordenamento jurídico, mas, também, restaurá-lo, à vista da
violação havida, o que se concretiza por meio da condenação em parcela pecuniária
correspondente à reparação pelos danos coletivos.

Dessa maneira, por meio do manejo da Ação Civil Pública, pretende o Ministério Público
do Trabalho a responsabilização pelos atos ilícitos perpetrados pela empresa, e que resultaram
danos ao sistema jurídico e à coletividade de trabalhadores.

Assim, o restabelecimento da ordem jurídica abrange a suspensão da continuidade das


lesões e o impedimento para que a ré não volte a adotar tais práticas no futuro (tutela inibitória),
além da medida de natureza indenizatória, suficiente a propiciar a reparação do dano coletivo
emergente das condutas ilícitas, ofensivas a direitos fundamentais tutelados pelo ordenamento
jurídico, no âmbito das relações de trabalho.

Ressalta-se, ademais, que o Tribunal Superior do Trabalho firmou posição, de maneira


elogiável, nesses casos, quanto ao reconhecimento do dano moral coletivo e à necessidade de se
estabelecer condenação ao pagamento de indenização.

Exemplo destas manifestações, vejamos o seguinte acórdão:

“II) DANO MORAL COLETIVO. CARACTERIZAÇÃO (...).


1. A reparabilidade do dano moral coletivo não pode ter as
mesmas premissas do dano moral tradicional, já que este,
baseado no Código Civil, é dotado de cunho meramente
patrimonialista e individualista, não enxergando, assim, os

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valores transindividuais de um sentimento coletivo.De fato, a


honra coletiva tem princípios próprios que não se confundem
com os interesses pessoais, na medida em que leva em conta a
carga de valores de uma comunidade como um todo,
corporificando-se no momento em que se atestam os objetivos,
as finalidades e a identidade de uma comunidade política. Nessa
senda e considerando que o Texto Constitucional afirma a
soberania, a cidadania, a dignidade da pessoa humana, os
valores sociais do trabalho, a livre iniciativa e o pluralismo
político, como sendo fundamentos do Estado Democrático de
Direito, tem-se que a Empresa Ré, por intermédio de um de seus
prepostos, ao desrespeitar e submeter seus trabalhadores a
condições humilhantes de trabalho, circunstância, aliás,
agravada pelo fato de a diretoria, quando informada, mais do
que manifestar descaso, demonstrar concordância e aprovação
em relação à conduta do autor do gravame, produziu uma lesão
significativa a interesses extrapatrimoniais da coletividade e,
como tal, merece ser condenada na reparação do mal, em valor
adequado e justo. De fato, o ato da reclamada não só lesionou
os princípios inerentes a dignidade da pessoa humana,
comprometendo a qualidade de vida dos trabalhadores, como
também violou diversos valores sociais, na medida em que a
prática atingiu também, como é curial, a vida familiar, a vida
comunitária e a sociedade como um todo. (...)” (AIRR-90040-
64.2006.5.04.0007, 7ª Turma, Rel. Min. MARIA DORALICE
NOVAES, em 30/03/2010)

Portanto, considerando a gravidade das lesões praticadas e da premissa da impunidade


acerca das condutas adotadas de forma reiterada pela Ré, requer na presente demanda a
condenação de natureza pecuniária que signifique reparação e sancionamento eficaz à empresa,
medida que se apresenta como mecanismo adequado de responsabilização jurídica, no plano da
tutela dos direitos coletivos e difusos (art.1º e 13 da Lei nº 7.347/85 e art. 6º, VII, e 83, do CDC),

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devendo ser fixada indenização no valor R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais) em face dos
danos causados e sua extensão e reiteração no tempo, em prejuízo aos trabalhadores. A
destinação dos valores será indicada pelo MPT em fase de execução.

5. PRECEDENTE RECENTE. CASO SIMILAR

O MPT ajuizou ação civil pública em face da empresa SEGIL - VIGILÂNCIA E


SEGURANÇA LTDA., cujo teor do inquérito que resultou no processo judicial que versava, em
síntese, a respeito da devolução da multa do FGTS para liberação da chave de conectividade do
FGTS e das guias para obtenção do seguro-desemprego.

E mais! As condições nas quais os trabalhadores foram submetidos também


demonstraram total descaso, desrespeito e humilhação aos obreiros que estiveram a serviço da Ré
e que foram dispensados após a mesma ter contratos de prestação de serviços encerrados com a
Administração Pública.

Situações idênticas, diga-se de passagem, e que precisam ser definitivamente coibidas


pelo Poder Judiciário, pois condutas empresariais desta natureza não podem se tornar rotineiras,
comuns e, principalmente, ficarem impunes e às margens da Lei!

O Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região, em acórdão proferidos nos autos da


referida ação nº 0100094-14.2018.5.01.0020 condenou a empresa pela prática abusiva,
determinando o bloqueio de valores para pagamento das indenizações compensatórias referentes
aos 40% do FGTS dos trabalhadores prejudicados, bem como determinando que a empresa
abstenha-se de promover dispensas abusivas dispensada aos trabalhadores, consistente no
tratamento indigno e desrespeitoso, submissão a condições degradantes.

Para tanto, foi condenada ainda ao pagamento de danos morais coletivos por atingir a
finalidade punitivo-pedagógica do instituto.

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O relator do recurso ordinário interposto pelo MPT, desembargador Marcelo Augusto


Souto de Oliveira, concluiu que:

(...) Ao contrário dos frágeis fundamentos adotados pelo MM.


Juízo de origem na sentença recorrida, estão plenamente
comprovados os artifícios fraudulentos perpetrados pela
reclamada contra um grupo de trabalhadores que tiveram as
suas rescisões contratuais levadas a efeito em março do ano de
2016, seja porque os compeliu fortemente a tomar a iniciativa
pela ruptura do contrato de trabalho, submetendo-os a
condições ambientais degradantes, inclusive por extenso lapso
de tempo (por cerca de um mês e, em média diária de 12 horas),
seja porque os coagiu, moral e economicamente, a devolver
parte substancial de suas parcelas resilitórias, especificamente
a indenização compensatória de 40% (quarenta por cento) do
Fundo de Garantia. E quanto a isso, é pouco relevante que
alguns trabalhadores, vendo a necessidade de recorrer ao Poder
Judiciário para tentar diminuir os prejuízos por eles
experimentados, viram seus pleitos individuais ser julgados
improcedentes. E isso porque ficou claro que a reclamada, ao
coagir parte de seus trabalhadores a devolver a indenização de
40% (quarenta por cento) do Fundo de Garantia, tomou todas
as cautelas necessárias para que a apropriação indébita dos
valores não fosse presenciada por terceiros ou outros
empregados, como, v.g., os seus supervisores, escolhidos a dedo,
para deporem em Juízo ou não fossem gravadas, como sói
ocorrer nos dias atuais, pelos empregados diretamente
prejudicados por meio de aparelhos celulares”.
(Doc.46.Acordao Segil)

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6. DA DECLARAÇÃO DE NULIDADE DAS DISPENSAS HAVIDAS E DAS QUE


VENHAM A SER REALIZADAS DURANTE O ÚLTIMO BIÊNIO, DURANTE O
TRÂMITE DA PRESENTE DEMANDA ATÉ O TRÂNSITO EM JULGADO,
CONVERTENDO AS DE PEDIDO DE DEMISSÃO A DISPENSAS SEM JUSTA CAUSA,
CONDENANDO A RÉ AO PAGAMENTO DE DIREITOS RESCISÓRIOS NÃO
ADIMPLIDOS NO MOMENTO OPORTUNO

O objetivo da presente demanda, em relação aos direitos individuais homogêneos, é


abarcar todos os trabalhadores que tenham pedido demissão, que abriram mão de direitos como o
aviso prévio, que tenham devolvido valores à empresa, durante o biênio anterior ao ajuizamento
e que venham a sofrer idênticas lesões durante o trâmite da presente demanda até o seu trânsito
em julgado.

Dessa forma, nos termos do art. 95 e 97 da Lei 8078/90, poderão proceder a comprovação
e que se enquadram no comando contido na sentença e promoverem a liquidação e a execução de
seus haveres.

7. DA CONCLUSÃO

Os pedidos relativos aos danos em relação aos direitos individuais homogêneos


deduzidos na presente petição inicial não estão restritos aos trabalhadores que foram
localizados e ouvidos em depoimentos perante o Ministério Público do Trabalho, pois na
definição do artigo 81, inciso III, da Lei 8078/90, tais direitos decorrem de origem comum
e, portanto, abrangem todos os trabalhadores que passaram pela mesma situação de fato
descrita nesta exordial.

A defesa de tais direitos terá como procedimento as regras previstas nos artigos 95 e 97
do Código de Defesa do Consumidor, verbis:

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Artigo. 95. Em caso de procedência do pedido, a condenação


será genérica, fixando a responsabilidade do réu pelos danos
causados.

Artigo. 97. A liquidação e a execução de sentença poderão ser


promovidas pela vítima e seus sucessores, assim como pelos
legitimados de que trata o art. 82.

Dessa forma, o pedido desafia condenação genérica para pagamento de todos os atingidos
que vierem a se habilitar em liquidação e execução individuais ou coletivas.

Os valores dos danos morais individuais e coletivos foram calculados com base em todas
as provas documentais e testemunhais colhidas em sede de inquérito civil público, cuja ampla
defesa e contraditório foram assegurados à Ré que, silenciou-se diante da investigação a ela
imputada.

8. DA LIMINAR. DA ANTECIPAÇÃO DE TUTELA POR URGÊNCIA E


EVIDÊNCIA TAMBÉM EM RELAÇÃO ÀS OBRIGAÇÕES DE DAR/PAGAR

Desde antes do atual Código de Processo Civil, quando no sistema jurídico processual
civil foram inseridas as inovações relativas à antecipação dos efeitos da tutela, a jurisprudência e
a doutrina asseguravam a antecipação dos efeitos da tutela em relação às obrigações de dar/pagar.

No presente caso, imperiosa a antecipação de tais efeitos, a uma porque os trabalhadores


foram enganados, coagidos, extorquidos pela Ré, quando da conduta reprovável acerca da
rescisão contratual.

A duas porque os trabalhadores já foram por demais desrespeitados em sua dignidade e


necessitam, com urgência, das verbas rescisórias que lhes eram asseguradas por direito para
sustento próprio e da família.

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A três porque a própria Doutrina reconhece que a antecipação de tutela e sua efetivação
devem ocorrer em relação às obrigações de dar, quando existe o receio de que a sua não satisfação
prejudicará ou acarretará a perda de direito de posição superior ao direito de crédito, como o
direito à sobrevivência.

Neste sentido é a lição de Marinoni, in ANTECIPAÇÃO DE TUTELA, 10ª Edição,


REVISTA DOS TRIBUNAIS:

“Atualmente, diante das novas regras dos arts. 273, § 3º, e 475-
O, II e § 2º do Código de Processo Civil, não pode haver mais
dúvida de que a decisão que concede a tutela antecipada pode
levar à integral realização do direito e, assim, a uma “execução
completa”, embora fundada em cognição sumária ou exauriente
e não definitiva. É bom frisar, porém, justamente pela razão de
que isto faz parte da ideia de “pesos e contrapesos” inerente ao
sistema, que a efetivação da tutela antecipada pode ser suspensa
ou limitada, nos termos do art. 558 do Código de Processo Civil.
...

O risco do negócio não é do empregado, mas sim do empregador. No caso em tela, o


contrato firmado com a Administração Pública, que por sua vez realiza licitação para contratar
prestador de serviços, o vencedor da licitação tem, ao certo, a vigência do referido pacto. A Ré
sabia exatamente o prazo de encerramento do contrato.

Mas, ao concorrer novamente no novo processo licitatório, foi derrotada. E as


consequências desta derrota JAMAIS poderiam ser transferidas ao trabalhador.

Não é um problema do empregado se o contrato terminou, se a empresa não teve renovado


o contrato, se não há dinheiro em caixa para pagar aquilo que é devido aos seus trabalhadores.

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A empresa, diante da impossibilidade de realocá-lo, pode dispensá-lo, desde que o faça


dentro dos limites legais. O que não foi o caso, conforme já demonstrado na presente exordial.

E todo este cenário é uma bola de neve, pois há o temor da dilapidação de patrimônio ou
mesmo a transferência de ativos para terceiros, motivo pelo qual se apela ao Judiciário para que
os créditos trabalhistas sejam satisfeitos.

Por isso, se faz necessária a adoção de medidas para assegurar o direito daqueles que
tiveram suas próprias verbas rescisórias dissipadas em condutas eivadas de ilegalidade das mais
diversas formas e imoralidade sem precedentes!

Presentes, pois, o periculum in mora e o fumus boni juris, pressupostos indispensáveis à


concessão da medida liminar.

Posto isto, requer o Ministério Público do Trabalho, com fundamento no art. 12, da Lei
n.º 7.347/85, liminarmente, a concessão de medida liminar para determinar a indisponibilidade
e o bloqueio de todos os bens imóveis, móveis, créditos contra devedores, ações e ativos
depositados junto a Instituições financeiras (bancárias e consórcios) em nome da Ré.

Para tanto, requer, neste momento: a) sejam oficiados os Cartórios de Registro de Imóveis
do Município do Rio de Janeiro para procederem à averbação da constrição judicial incidente
sobre os bens imóveis da reclamada; b) sejam adotados os procedimentos para bloqueio online
dos valores encontrados em contas correntes e aplicações financeiras em nome da reclamada,
através do sistema BACENJUD, com posterior transferência dos valores encontrados à disposição
do juízo; c) expedição de ofício à Secretaria da Receita Federal para que encaminhe cópias das
Declarações de Bens e Rendimentos da reclamada referentes aos exercícios de 2015, 2016 e 2017;
d) expedição de ofício ao DETRAN/RJ com a finalidade de bloqueio dos veículos encontrados
em nome da reclamada.

As medidas acima são requeridas sem prejuízo de outras que, futuramente, porventura se
mostrarem adequadas para a satisfação da indisponibilidade de bens da reclamada.

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Portanto REQUER este Órgão Ministerial a antecipação dos efeitos da tutela, nos termos
abaixo descritos nos pedidos.

7. DOS PEDIDOS

Em caráter liminar:

a) Sejam declarados nulos os pedidos de demissão havidos no último biênio, bem como até
o trânsito em julgado, que tenham ocorrido nos mesmos moldes descritos na
fundamentação, ou seja, mediante coação ou qualquer meio fraudulento para impedir o
recebimento das verbas resilitórias, inclusive por meio de documentos em que o
trabalhador supostamente abre mão de tais direitos ou os tenha devolvido ao réu,
respeitado o biênio anterior ao ajuizamento;

b) Condenação da ré ao pagamento de todos os direitos resilitórios ou devolução de valores


efetuados pelos trabalhadores à ré, decorrentes da nulidade postulada no item a, com juros
e correção monetária;

c) Seja a ré condenada a obrigação de não fazer consistente em interromper e não mais


efetuar, definitivamente, quaisquer tipos das condutas abusivas dispensadas aos
trabalhadores, consistentes no tratamento indigno e desrespeitoso, principalmente sob
forma de coação, que tenham por objetivo levar os trabalhadores a pedirem demissão,
abrirem mão de direitos assegurados por lei, ou devolvê-los ao empregador;

d) Seja a ré condenada a abstenção de apropriação indevidamente de valores devidos aos


trabalhadores a título de verbas rescisórias e/ou qualquer verba de natureza
remuneratória/indenizatória;

e) Em caso de descumprimento das alíneas , b, c e d seja fixada multa diária de R$ 5.000,00


(cinco mil reais), por trabalhador prejudicado, reversível ao Fundo de Amparo ao
Trabalhador e também sujeita às correções e juros previstos na Justiça do Trabalho;

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https://pje.trt1.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21072806512690300000136202737
Número do processo: ATSum 0100298-93.2021.5.01.0039
ID. 8ca22b5 - Pág. 17
Número do documento: 21072806512690300000136202737
MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO

Procuradoria Regional do Trabalho da 1a Região

f) A submissão dos pedidos de demissão ou recibo de quitação de rescisão do contrato de


trabalho, formado por empregado com mais de um ano de serviço, devendo ser assistido
pelo respectivo sindicato ou perante a autoridade do Ministério da Economia (Trabalho),
uma vez que a reforma trabalhista padece de inconstitucionalidade e
inconvencionalidade, pois aos entes sindicais cabem a assistência jurídica, judicial e
administrativa aos trabalhadores e ao Ministério da Economia (Trabalho), considerando
que ao Estado por imposições da Convenção da Filadélfia e demais normas
internacionais, a fiscalização do cumprimento das leis por parte das empresas;

Em caráter definitivo:

Requer, por fim, a procedência da presente ação civil pública, confirmando-se a medida
liminar deferida, e condenando-se a empresa ao cumprimento das seguintes obrigações:

g) A manutenção dos pedidos liminares, inclusive a multa (pedidos de a a f);

h) Condenação ao pagamento ou a restituição imediata dos valores não pagos quando das
efetivas dispensas (travestidas de pedido de demissão) ou devolvidos pelos trabalhadores
à Ré a título de verbas rescisórias e ou afins, com juros e correção monetária;

i) O pagamento de indenização a título de dano moral coletivo no valor de R$ 10.000.000,00


(dez milhões de reais), quantia arbitrada considerando a gravidade, a natureza, a
reincidência e a repercussão das condutas ilícitas denunciadas, cuja destinação será feita
pelo MPT na fase de execução;

j) O pagamento de indenização a título de dano moral individual – base, podendo o


trabalhador postular caso deseja valor superior, no importe de R$ 20.000,00 (vinte mil
reais);

Requer, por fim, o seguinte:

57

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Número do processo: 0100420-11.2021.5.01.0006
Número do documento: 21051917311196900000131827253

Assinado eletronicamente por: FREDERICO ARMOND BORGES - 28/07/2021 06:52 - 8ca22b5


https://pje.trt1.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21072806512690300000136202737
Número do processo: ATSum 0100298-93.2021.5.01.0039
ID. 8ca22b5 - Pág. 18
Número do documento: 21072806512690300000136202737
MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO

Procuradoria Regional do Trabalho da 1a Região

k) A citação da Ré para contestar, querendo, a ação;

l) A notificação pessoal dos atos processuais, com remessa dos autos ao Ministério Público
do Trabalho, nos termos dos artigos 18, inciso II, alínea “h” e 84, inciso IV, da Lei
Complementar nº 75/93; dos artigos 180 e 183 do novo CPC e do Provimento TST/CGJT
nº04/2000;

m) A produção das provas que se façam necessárias;

n) A remessa de ofícios com as peças dos autos ao Ministério Público Federal e Ministério
Público do Estado do Rio de Janeiro para apuração dos crimes previstos nos artigos 168
e 168-A, do Código Penal;

Registra-se, para todos os fins, que são autênticos os documentos anexados em cópia a esta ação
(art. 830 da CLT).

Dá-se à presente ação o valor de R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais).

Nestes termos,
pede deferimento.

Rio de Janeiro, 19 de maio de 2021.

MARCELO JOSÉ FERNANDES DA SILVA


Procurador do Trabalho

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Número do processo: 0100420-11.2021.5.01.0006
Número do documento: 21051917311196900000131827253

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Número do processo: ATSum 0100298-93.2021.5.01.0039
ID. 8ca22b5 - Pág. 19
Número do documento: 21072806512690300000136202737
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Número do processo: 0100420-11.2021.5.01.0006
Número do documento: 21051917361811800000131827865

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Número do processo: ATSum 0100298-93.2021.5.01.0039
ID. 8ca22b5 - Pág. 20
Número do documento: 21072806512690300000136202737
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Número do processo: 0100420-11.2021.5.01.0006
Número do documento: 21051917361811800000131827865

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Número do processo: ATSum 0100298-93.2021.5.01.0039
ID. 66e2b7f - Pág. 1
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Número do processo: 0100420-11.2021.5.01.0006
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Número do processo: ATSum 0100298-93.2021.5.01.0039
ID. 66e2b7f - Pág. 2
Número do documento: 21072806513269800000136202738
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Número do processo: 0100420-11.2021.5.01.0006
Número do documento: 21051917364253500000131827905

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Número do processo: ATSum 0100298-93.2021.5.01.0039
ID. 66e2b7f - Pág. 3
Número do documento: 21072806513269800000136202738
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Número do processo: 0100420-11.2021.5.01.0006
Número do documento: 21051917364253500000131827905

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Número do processo: ATSum 0100298-93.2021.5.01.0039
ID. 66e2b7f - Pág. 4
Número do documento: 21072806513269800000136202738
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Número do processo: 0100420-11.2021.5.01.0006
Número do documento: 21051917364253500000131827905

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Número do processo: ATSum 0100298-93.2021.5.01.0039
ID. 66e2b7f - Pág. 5
Número do documento: 21072806513269800000136202738
Assinado eletronicamente por: MARCELO JOSE FERNANDES DA SILVA - 19/05/2021 17:44:45 - ebab14d
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Número do processo: 0100420-11.2021.5.01.0006
Número do documento: 21051917364253500000131827905

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Número do processo: ATSum 0100298-93.2021.5.01.0039
ID. 66e2b7f - Pág. 6
Número do documento: 21072806513269800000136202738
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Número do processo: ATSum 0100298-93.2021.5.01.0039
ID. 66e2b7f - Pág. 7
Número do documento: 21072806513269800000136202738
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Número do processo: 0100420-11.2021.5.01.0006
Número do documento: 21051917364253500000131827905

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Número do processo: ATSum 0100298-93.2021.5.01.0039
ID. 66e2b7f - Pág. 8
Número do documento: 21072806513269800000136202738
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Número do processo: 0100420-11.2021.5.01.0006
Número do documento: 21051917364253500000131827905

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Número do processo: ATSum 0100298-93.2021.5.01.0039
ID. 66e2b7f - Pág. 9
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https://pje.trt1.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21051917370874200000131827954
Número do processo: 0100420-11.2021.5.01.0006
Número do documento: 21051917370874200000131827954

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https://pje.trt1.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21072806513269800000136202738
Número do processo: ATSum 0100298-93.2021.5.01.0039
ID. 66e2b7f - Pág. 10
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Assinado eletronicamente por: MARCELO JOSE FERNANDES DA SILVA - 19/05/2021 17:44:45 - d28d9d5
https://pje.trt1.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21051917370874200000131827954
Número do processo: 0100420-11.2021.5.01.0006
Número do documento: 21051917370874200000131827954

Assinado eletronicamente por: FREDERICO ARMOND BORGES - 28/07/2021 06:52 - 66e2b7f


https://pje.trt1.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21072806513269800000136202738
Número do processo: ATSum 0100298-93.2021.5.01.0039
ID. 66e2b7f - Pág. 11
Número do documento: 21072806513269800000136202738
MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO
PROCURADORIA DO TRABALHO NO MUNICÍPIO DE VOLTA REDONDA

RELATÓRIO DE ENCAMINHAMENTO

Vieram os autos conclusos em virtude da juntada da

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Precatória expedida à PTM de Campos dos Goytacazes e da NF 37.2015.

Trata-se de procedimento instaurado nesta PTM, tendo por


objetivo investigar a conduta da empresa ARGOS SERVIÇOS EMPRESARIAIS LTDA,
quando encerrou sua prestação de serviços no âmbito do MPT no ano de 2014.

No curso da instrução processual conduzida pela colega


então titular do feito, foram expedidas cartas precatórias às PTMs do
interior do Estado do Rio de Janeiro. Buscava-se verificar a veracidade das
alegações colhidas nesta unidade no sentido de que a investigada coagia
seus empregados a demitirem-se quando da cessação do contrato de prestação

Documento assinado eletronicamente por PAULA ROMA DE MOURA, em 05/02/2015, às 10h03min31s (horário de Brasília).
de serviços firmado entre investigada e suas tomadoras. Nas hipóteses em
que não havia outro posto de trabalho para recolocação dos empregados, a
inquirida obrigava-os a pedirem demissão.

Tais alegações foram confirmadas nas PTMs de Volta


Redonda, Cabo Frio, Petrópolis e Campos dos Goytacazes.

Já no que se refere à NF 37.2015, a mesma traz ao


conhecimento deste órgão que fatos similares aos apurados por este IC
estariam ocorrendo novamente, desta vez envolvendo os empregados da
investigada que prestam serviços no âmbito do Ministério Público do Estado
do Rio de Janeiro – MPRJ.

Informa a referida notícia de fato que cerca de 500


(quinhentos) empregados da empresa ARGOS que prestam serviços nas unidades
e instalações do MPRJ em todo o Estado do Rio de Janeiro estariam sendo
coagidos a pedirem demissão e declararem que não cumprirão o aviso prévio
trabalhado.

MINSTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO – Procuradoria do Trabalho no Município de Volta Redonda


Rua Antônio Leal de Souza Neto, nº 31 – Bairro Jardim Paraíba – Volta Redonda/RJ – CEP 27.215-000
Telefone: (24) 3338-0876 – Fax: (24) 3338-9477
Endereços eletrônicos: Endereços eletrônicos: prt1.vr@mpt.gov.br prt1.denunciavr@mpt.gov.br

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Número do processo: 0100420-11.2021.5.01.0006
Número do documento: 21051917372109500000131827980

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https://pje.trt1.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21072806513269800000136202738
Número do processo: ATSum 0100298-93.2021.5.01.0039
ID. 66e2b7f - Pág. 12
Número do documento: 21072806513269800000136202738
MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO
PROCURADORIA DO TRABALHO NO MUNICÍPIO DE VOLTA REDONDA

Informa a denúncia, ainda, a existência de duas funcionárias


nesta situação que prestam serviços no município de Volta Redonda.

De acordo com o artigo 2º da Lei 7.347/85, a competência


funcional é determinada pelo local da lesão. A leitura da OJ 130 da SDI-2

Endereço para verificação do documento original: https://assinatura.mpt.gov.br/prt1/processoEletronico/consultas/valida_assinatura.php?id=1490336&ca=X8Q7HB73ANDVSVS4


do C. TST assevera a competência concorrente das varas do trabalho dos
locais onde ocorra a lesão, nas hipóteses de dano regional.

Contudo, na hipótese que ora se assevera, conforme já vem


entendendo a d. Câmara de Coordenação e Revisão, em atenção à celeridade e
efetividade da condução das investigações, entende esta Procuradora por
oportuna a condução da mesma na sede da PRT da 1ª Região.

Apesar de o dano operar-se em praticamente todas as comarcas do


interior do Estado do Rio de Janeiro, já que os empregados encontram-se em
todas as unidades do MP Estadual, as lesões em tela emanam todas de um

Documento assinado eletronicamente por PAULA ROMA DE MOURA, em 05/02/2015, às 10h03min31s (horário de Brasília).
único local, qual seja a sede da investigada situada no Bairro da Barra da
Tijuca no município do Rio de Janeiro. As decisões que são capazes de
determinar as lesões ou mesmo fazer cessá-las não são tomadas nos postos de
trabalho situados no interior do Estado, mas sim na sede da empresa.

Em idêntico sentido, recente julgado da Câmara de Coordenação e


Revisão:

“CONFLITO NEGATIVO DE ATRIBUIÇÕES.


TERCEIRIZAÇÃO.DANO SUPRARREGIONAL OU NACIONAL.
ATRIBUIÇÃO CONCORRENTE. ELEIÇÃO DO FORO DA SEDE DA
EMPRESA, DE ONDE SE IRRADIA A LESÃO, EM RAZÃO DA
CONVENIÊNCIA DA INVESTIGAÇÃO. Tratando-se de dano
com extensão nacional ou suprarregional, há
competência concorrente para a Ação Civil Pública
das varas do trabalho das sedes dos Tribunais
Regionais do Trabalho. Sendo assim, a atribuição
ministerial poderá ser fixada na Sede de qualquer
uma das Procuradorias Regionais em cujo território
se desenvolva a atividade lesiva. Especificamente
no que concerne às investigações de terceirização
com vasta abrangência, esta Câmara tem firmado
entendimento de que, em razão da conveniência da
investigação, esta deve ser desenvolvida no local
de onde partem as contratações irregulares, ou
MINSTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO – Procuradoria do Trabalho no Município de Volta Redonda
Rua Antônio Leal de Souza Neto, nº 31 – Bairro Jardim Paraíba – Volta Redonda/RJ – CEP 27.215-000
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ID. 66e2b7f - Pág. 13
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MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO
PROCURADORIA DO TRABALHO NO MUNICÍPIO DE VOLTA REDONDA

seja, o local da sede da empresa, de onde se


irradia a lesão que atinge trabalhadores em mais de
um estado da Federação.” - PROCESSO
PGT/CCR/14002/2014

Além de tudo o que fora exposto, insta considerar-se, ainda,


que a imensa maioria dos trabalhadores lesados encontram-se lotados nas

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unidades do Parquet estadual situadas na capital, onde esta instituição
concentra a maior parte de suas atividades. Já no município de Volta
Redonda, há notícia de apenas duas empregadas prestando serviços.

Considerando o exposto, por ora, determino à


secretaria que encaminhe os autos à sede da PRT da 1ª Região, aos cuidados
do Coordenador de 1º Grau para as providências cabíveis.

Volta Redonda, 05 de fevereiro de 2015.

Assinado Digitalmente

Documento assinado eletronicamente por PAULA ROMA DE MOURA, em 05/02/2015, às 10h03min31s (horário de Brasília).
PAULA ROMA DE MOURA
Procuradora do Trabalho

MINSTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO – Procuradoria do Trabalho no Município de Volta Redonda


Rua Antônio Leal de Souza Neto, nº 31 – Bairro Jardim Paraíba – Volta Redonda/RJ – CEP 27.215-000
Telefone: (24) 3338-0876 – Fax: (24) 3338-9477
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Número do documento: 21051917372109500000131827980

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Número do processo: ATSum 0100298-93.2021.5.01.0039
ID. 66e2b7f - Pág. 14
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MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO
MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO
Procuradoria do Trabalho no Município de - Volta Redonda

Procedimento: 000127.2014.01.001/6
Investigado: ARGOS SERVICOS EMPRESARIAIS LTDA

DESPACHO

Ante a negativa da empresa em firmar TAC, necessário se


faz melhor instruir o feito para ajuizamento de ACP.

Dos 30 TRCTs apresentados, 20 são por iniciativa do

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empregado.

De modo a angariar as provas necessárias da conduta


ilícita de coação para pedido de demissão quando do fim dos contratos
de prestação de serviços, adotem-se as seguintes medidas:
a) verifique na sede a disponibilidade da sala de
audiências, de preferência para quintas ou sextas-feiras , de modo a
designar audiência com as seguintes ex-empregadas indicadas às fls.
32/34 e constantes dos TRCTs do Anexo I: Analine Damas da Silva,
Carla Monteiro Costa, Nadia Ferreira Nascimento, Priscila Santos
Ludovino, Tamara Resende Marques, Viviane Marins Nery Câmara. Havendo
disponibilidade, deverá ser designada a audiência, em consonância com
a disponibilidade de agenda desta signatária e encaminhada intimação

Documento assinado eletronicamente por MICHELLE BASTOS CHERMONT, em 06/07/2014, às 20h58min03s (horário de Brasília).
às testemunhas referidas para que compareçam à audiência em questão.
b) Encaminhem-se Ofícios às PTMs de Campos, Cabo Frio,
Niterói e Petrópolis, com cópia de fls. 02, 25, 32/34 e deste
descpacho, a fim de serem constituídas Cartas Precatórias para a
oitiva, respectivamente, das seguintes testemunhas: Suellen Berty
Brazilino, Gessyana Apoena Chaves da S. Carlos, Lucas Marchetti
Rodrigues de Aguiar e Jaqueline Guimarães de Oliveira (encaminhar
também cópia dos TRCTs de cada um dos empregados à respectiva unidade
do MPT, juntamente com os demais documentos). Tal oitiva tem como
objetivo aferir se tais empregados foram coagidos pela empresa
inquirida a pedirem demissão quando do encerramento do contrato de
prestação de serviços celebrados entre esta e o MPT.

No mais, aguardem-se as audiências designadas,fazendo-se


os autos conclusos antes com a devolução de alguma das cartas
precatórias referidas no item "b".

Volta Redonda, 20 de junho de 2014

MICHELLE BASTOS CHERMONT


PROCURADORA DO TRABALHO

Rua Antônio Leal de Sousa Neto, nº 31 - Jardim Paraíba


CEP: 27215-000 - Jardim Paraíba - VOLTA REDONDA/RJ
CEP 27215-000 - Fone (24)3338-6557 - Fax (24)3338-9477

Assinado eletronicamente por: MARCELO JOSE FERNANDES DA SILVA - 19/05/2021 17:44:45 - 7ce65d7
https://pje.trt1.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21051917373628300000131828014
Número do processo: 0100420-11.2021.5.01.0006
Número do documento: 21051917373628300000131828014

Assinado eletronicamente por: FREDERICO ARMOND BORGES - 28/07/2021 06:52 - 66e2b7f


https://pje.trt1.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21072806513269800000136202738
Número do processo: ATSum 0100298-93.2021.5.01.0039
ID. 66e2b7f - Pág. 15
Número do documento: 21072806513269800000136202738
MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO
MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO
Procuradoria do Trabalho no Município de Volta Redonda

TERMO DE DEPOIMENTO

Ao 18 dias do mês de julho do ano de 2014, às 10h00min, na sede da


Procuradoria Regional do Trabalho da 1a Região, com a presença da Exma.
Procuradora do Trabalho, Dra. Michelle Bastos Chermont, designada para
presidir o(a) Inquérito Civil nº 000127.2014.01.001/6 - 103, instaurado em
face de ARGOS SERVICOS EMPRESARIAIS LTDA , compareceu o(a) Sr(a). ANALINE
DAMAS DA SILVA, identidade nº 10.297.741-0, na qualidade de depoente.

Indagada, respondeu:
Que trabalhou para a investigada, prestando serviços na sede da Procuradoria
Regional do Trabalho da 1ª Região, de dezembro de 2012 à dezembro de 2013;
que exercia a função de recepcionista; que no início de novembro de 2013, o
supervisor da declarante realizou reunião com todas as recepcionistas que
prestaram serviços no local acima referido, informando que não mais seria
renovado o contrato com o MPT e que a empresa não tinha outros postos de
trabalho para lotar as trabalhadoras, sendo que aconselhava que estas
pedissem demissão, pois, se não o fizessem, teriam que ficar na sede da
empresa, localizada na Barra da Tijuca, sem posto de trabalho fixo, tendo
que cobrir faltas ou férias; questionado pelas trabalhadoras sobre a questão
do aviso prévio se elas tivessem que pedir demissão, o supervisor afirmou
que tentaria fazer com que o mês de novembro trabalhado fosse considerado
aviso prévio das empregadas cumprido; que, em meados de novembro, informou
que não seria possível considerar tal mês como de aviso prévio; que aquelas
que pediram demissão, seguindo o conselho do supervisor, tiveram o aviso
prévio descontado; que nem todas as trabalhadoras foram contratadas pela
empresa que sucedeu a investigada na prestação de serviços no MPT, sendo que
a empresa investigada passou a encaminhar essas pessoas para locais
distantes de sua residencia, sem pagar a diferença do vale transporte, o que
acabou forçando-as a pedir demissão; que a declarante optou por pedir
demissão de plano e foi contratada em seguida pela empresa sucessora,
permanecendo nesta Procuradoria como recepcionista.

Nada mais havendo a acrescentar, é encerrada a presente ata, que foi por
mim, Mariana Antonelli Santacruz Lima,___________, lavrada e por todos os
presentes assinada.

MICHELLE BASTOS CHERMONT


Procuradora do Trabalho

ANALINE DAMAS DA SILVA


Depoente

Rua Antônio Leal de Sousa Neto, nº 31 - Jardim Paraíba


CEP: 27215-000 - Jardim Paraíba - VOLTA REDONDA/RJ
CEP 27215-000 - Fone (24)3338-6557 - Fax (24)3338-9477

Assinado eletronicamente por: MARCELO JOSE FERNANDES DA SILVA - 19/05/2021 17:44:45 - f4ab8a3
https://pje.trt1.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21051917374900300000131828044
Número do processo: 0100420-11.2021.5.01.0006
Número do documento: 21051917374900300000131828044

Assinado eletronicamente por: FREDERICO ARMOND BORGES - 28/07/2021 06:52 - 66e2b7f


https://pje.trt1.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21072806513269800000136202738
Número do processo: ATSum 0100298-93.2021.5.01.0039
ID. 66e2b7f - Pág. 16
Número do documento: 21072806513269800000136202738
MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO
MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO
Procuradoria do Trabalho no Município de Volta Redonda

TERMO DE DEPOIMENTO

Aos 18 dias do mês de julho do ano de 2014, às 10h15min, na sede da


Procuradoria Regional do Trabalho da 1a Região, com a presença da Exma.
Procuradora do Trabalho, Dra. Michelle Bastos Chermont, designada para
presidir o(a) Inquérito Civil nº 000127.2014.01.001/6 - 103, instaurado em
face de ARGOS SERVICOS EMPRESARIAIS LTDA , compareceu o(a) Sr(a). CARLA
MONTEIRO COSTA, identidade nº 24.292.634-3, na qualidade de depoente.

Indagada, respondeu:
que trabalhou para a investigada de dezembro de 2012 à janeiro de 2014, na
função de recepcionista, prestando serviços na sede desta Procuradoria
Regional; que por volta de novembro, o supervisor da empresa investigada
realizou reunião com todas as empregadas que prestavam serviços para o MPT,
informando que o contrato de presatção de serviços não seria renovado e que
a empresa não possuía postos de trabalho para alocá-las, razão pela qual
seria melhor para elas que pedissem demissão e se candidatassem a uma vaga
na empresa que sucedesse a investigada na prestação de serviços; afirmou o
supervisor, ainda, que quem optasse por permanecer na empresa teria que
trabalhar na sede, que se localiza na Barra da Tijuca, em uma sala comercial
pequena; que as trabalhadoras ficaram com medo de sua situação, pois o
supervisor frisou por diversas vezes a falta de postos e que a melhor opção
seria o pedido de demissão; que, por isso, a declarante optou por se
demitir; que mesmo havendo tempo hábil para o cumprimento do aviso prévio,
que coinscidiria com o último mês de contrato entre MPT e investigada, houve
desconto de tal parcela das trabalhadoras.

Nada mais havendo a acrescentar, é encerrada a presente ata, que foi por
mim, Mariana Antonelli Santacruz Lima,___________, lavrada e por todos os
presentes assinada.

MICHELLE BASTOS CHERMONT


Procuradora do Trabalho

CARLA MONTEIRO COSTA


Depoente

Rua Antônio Leal de Sousa Neto, nº 31 - Jardim Paraíba


CEP: 27215-000 - Jardim Paraíba - VOLTA REDONDA/RJ
CEP 27215-000 - Fone (24)3338-6557 - Fax (24)3338-9477

Assinado eletronicamente por: MARCELO JOSE FERNANDES DA SILVA - 19/05/2021 17:44:46 - bed53db
https://pje.trt1.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21051917381117700000131828089
Número do processo: 0100420-11.2021.5.01.0006
Número do documento: 21051917381117700000131828089

Assinado eletronicamente por: FREDERICO ARMOND BORGES - 28/07/2021 06:52 - 66e2b7f


https://pje.trt1.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21072806513269800000136202738
Número do processo: ATSum 0100298-93.2021.5.01.0039
ID. 66e2b7f - Pág. 17
Número do documento: 21072806513269800000136202738
MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO
MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO
Procuradoria do Trabalho no Município de Volta Redonda

TERMO DE DEPOIMENTO

Aos 18 dias do mês de julho do ano de 2014, às 10h30min, na sede da


Procuradoria Regional do Trabalho da 1a Região, com a presença da Exma.
Procuradora do Trabalho, Dra. Michelle Bastos Chermont, designada para
presidir o(a) Inquérito Civil nº 000127.2014.01.001/6 - 103, instaurado em
face de ARGOS SERVICOS EMPRESARIAIS LTDA , compareceu o(a) Sr(a). NADIA
FERREIRA NASCIMENTO, identidade nº 12.205.637-7, na qualidade de depoente.

Indagada, respondeu:
que trabalhou para a empresa ARGOS durante todo o tempo em que esta prestou
serviços ao MPT, ou seja, pouco mais de um ano, até janeiro de 2014; que
exercia a função de recepcionista; que no início de novembro, o Senhor
Feliciano, supervisor da ARGOS, informou sobre a não renovação de contrato
de presatção de serviços firmado com o MPT, salientando que quem optasse por
continuar na empresa ficaria como reserva, podendo ser alocada cada dia em
um posto diferente, inclusive em locais distantes; que quem não quisesse
ficar em tal situação deveria pedir demissão; que a declarante, com medo de
como seria essa reserva, pediu demissão; que soube que as pessoas que
permaneceram na empresa ficavam sendo deslocadas de postos de serviço,
tendo, por exemplo, que trabalhar em Niterói, quando residia em Campo
Grande, sem que houvesse a concessão de vale tranporte suficiente para tal,
o que acabou culminando com o pedido de demissão; que pode citar como
exemplo a empregada Dailane.

Nada mais havendo a acrescentar, é encerrada a presente ata, que foi por
mim, Mariana Antonelli Santacruz Lima,___________, lavrada e por todos os
presentes assinada.

MICHELLE BASTOS CHERMONT


Procuradora do Trabalho

NADIA FERREIRA NASCIMENTO


Depoente

Rua Antônio Leal de Sousa Neto, nº 31 - Jardim Paraíba


CEP: 27215-000 - Jardim Paraíba - VOLTA REDONDA/RJ
CEP 27215-000 - Fone (24)3338-6557 - Fax (24)3338-9477

Assinado eletronicamente por: MARCELO JOSE FERNANDES DA SILVA - 19/05/2021 17:44:46 - 2cb20aa
https://pje.trt1.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21051917382385200000131828121
Número do processo: 0100420-11.2021.5.01.0006
Número do documento: 21051917382385200000131828121

Assinado eletronicamente por: FREDERICO ARMOND BORGES - 28/07/2021 06:52 - 66e2b7f


https://pje.trt1.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21072806513269800000136202738
Número do processo: ATSum 0100298-93.2021.5.01.0039
ID. 66e2b7f - Pág. 18
Número do documento: 21072806513269800000136202738
MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO
MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO
Procuradoria do Trabalho no Município de Volta Redonda

TERMO DE DEPOIMENTO

Aos 18 dias do mês de julho do ano de 2014, às 10h45min, na sede da


Procuradoria Regional do Trabalho da 1a Região, com a presença da Exma.
Procuradora do Trabalho, Dra. Michelle Bastos Chermont, designada para
presidir o(a) Inquérito Civil nº 000127.2014.01.001/6 - 103, instaurado em
face de ARGOS SERVICOS EMPRESARIAIS LTDA , compareceu o(a) Sr(a). TAMARA
RESENDE MARQUES, identidade nº 24.501.420-4, na qualidade de depoente.

Indagada, respondeu:
que trabalhou para a empresa investigada durante todo o contrato desta com o
MPT, o qual se iniciou em dezembro de 2012 e findou em janeiro de 2014; que
no final do contrato, no mês de novembro, o supervisor da ARGOS realizou
reunião com as trabalhadoras que prestavam serviços nesta Procuradoria,
informando que não haveria renovação do contrato e que aquelas que quisessem
permanecer no MPT deveriam pedir demissão; afirmou que a empresa ARGOS não
possuía postos de trabalho para realocá-las; que ante a informação de
inexistência de postos, com medo de ficar "rodando" em vários postos de
serviço a declarante optou por pedir demissão; que sabe de um caso que a
empregada acabou optando por pedir demissão justamente por ser alocada em
postos diferentes, inclusive distantes.

Nada mais havendo a acrescentar, é encerrada a presente ata, que foi por
mim, Mariana Antonelli Santacruz Lima,___________, lavrada e por todos os
presentes assinada.

MICHELLE BASTOS CHERMONT


Procuradora do Trabalho

TAMARA RESENDE MARQUES


Depoente

Rua Antônio Leal de Sousa Neto, nº 31 - Jardim Paraíba


CEP: 27215-000 - Jardim Paraíba - VOLTA REDONDA/RJ
CEP 27215-000 - Fone (24)3338-6557 - Fax (24)3338-9477

Assinado eletronicamente por: MARCELO JOSE FERNANDES DA SILVA - 19/05/2021 17:44:46 - a757fc1
https://pje.trt1.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21051917383564800000131828141
Número do processo: 0100420-11.2021.5.01.0006
Número do documento: 21051917383564800000131828141

Assinado eletronicamente por: FREDERICO ARMOND BORGES - 28/07/2021 06:52 - 66e2b7f


https://pje.trt1.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21072806513269800000136202738
Número do processo: ATSum 0100298-93.2021.5.01.0039
ID. 66e2b7f - Pág. 19
Número do documento: 21072806513269800000136202738
MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO
MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO
Procuradoria do Trabalho no Município de Volta Redonda

TERMO DE DEPOIMENTO

Aos 18 dias do mês de julho do ano de 2014, às 11h15min, na Sede da


Procuradoria do Trabalho da 1ª Região, com a presença da Exma. Procuradora
do Trabalho, Dra. Michelle Bastos Chermont, designada para presidir o(a)
Inquérito Civil nº 000127.2014.01.001/6 - 103, instaurado em face de ARGOS
SERVICOS EMPRESARIAIS LTDA , compareceu o(a) Sr(a). VIVIANE MARINS NERY
CÂMARA, identidade nº 20.574.482-4, na qualidade de depoente.

Indagada, respondeu:
que foi contratada pela empresa ARGOS no dia 4 de dezembro de 2012 para
prestar serviços de recepcionista na sede da Procuradoria do Trabalho da 1ª
Região; que permaneceu na empresa até o fim do contrato desta com o MPT; que
antes não prestava serviços nesta instituição; que próximo ao final do
contrato MPT e ARGOS o supervisor desta fez uma reunião com as
trabalhadoras, informando o fim do contrato e que quem quisesse continuar
prestando serviços no MPT deveria pedir demissão e que quem optasse por
continuar na empresa, ante a inexistência de postos de serviços vagos, teria
que ficar cobrindo faltas ou na sede da empresa, na Barra da Tijuca; que a
declarante optou por pedir demissão mesmo não continuando a prestação de
serviços para o MPT, sendo que no dia em que foi à empresa fazer o pedido,
questionou sobre o aviso prévio, uma vez que tinha interesse em cumpri-lo
para não sofrer tal desconto; que a empresa não permitiu o cumprimento do
aviso prévio e promoveu o desconto relativo a tal período; que a declarante
ficou desempregada por 4 meses após o término deste contrato.

Nada mais havendo a acrescentar, é encerrada a presente ata, que foi por
mim, Mariana Antonelli Santacruz Lima,___________, lavrada e por todos os
presentes assinada.

MICHELLE BASTOS CHERMONT


Procuradora do Trabalho

VIVIANE MARINS NERY CÂMARA


Depoente

Rua Antônio Leal de Sousa Neto, nº 31 - Jardim Paraíba


CEP: 27215-000 - Jardim Paraíba - VOLTA REDONDA/RJ
CEP 27215-000 - Fone (24)3338-6557 - Fax (24)3338-9477

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Número do processo: 0100420-11.2021.5.01.0006
Número do documento: 21051917385496000000131828176

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Número do processo: ATSum 0100298-93.2021.5.01.0039
ID. 66e2b7f - Pág. 20
Número do documento: 21072806513269800000136202738
MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO
MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO
Procuradoria do Trabalho no Município de Volta Redonda

TERMO DE DEPOIMENTO

Aos 18 dias do mês de julho do ano de 2014, às 11h20min, na Sede da


Procuradoria do Trabalho da 1ª Região, com a presença da Exma. Procuradora
do Trabalho, Dra. Michelle Bastos Chermont, designada para presidir o(a)
Inquérito Civil nº 000127.2014.01.001/6 - 103, instaurado em face de ARGOS
SERVICOS EMPRESARIAIS LTDA , compareceu o(a) Sr(a). PRISCILA SANTOS
LUDOVINO, identidade nº 020644472-1, na qualidade de depoente.

Indagada, respondeu:
que começou a trabalhar para a ARGOS em dezembro de 2012, na função de
recepcionista, prestando serviços na sede da Procuradoria do Trabalho da 1ª
Região; que não prestava serviços para o MPT antes da contratação pela
ARGOS; que próximo ao final do contrato, o supervisor da investigada falou
para a declarante que o contrato não seria renovado e que quem quisesse
permanecer no posto teria que pedir demissão e que a empresa não possuía
outro posto de serviço para alocá-la e que quem não pedisse demissão teria
que ficar na sede da empresa, na Barra da Tijuca, onde haveria indicação de
postos que eventualmente ficassem descobertos por falta ou férias; que a
declarante ficou temerosa de sua situação com esta possibilidade de ficar na
reserva da empresa e acabou optando por pedir demissão; que sabe dizer que
as trabalhadoras que se mantiveram na empresa foram colocadas em postos de
serviços distantes, acreditando a declarante que a empresa o fez com o
propósito específico de forçar o pedido de demissão; que pode citar como
exemplo as empregadas Erica, Luciana Alves e Dailane; que sabe dizer que a
Dailane pediu demissão; que a empresa não deu as trabalhadoras possibilidade
de cumprir o aviso prévio e promoveu o desconto de tal parcela.

Nada mais havendo a acrescentar, é encerrada a presente ata, que foi por
mim, Mariana Antonelli Santacruz Lima,___________, lavrada e por todos os
presentes assinada.

MICHELLE BASTOS CHERMONT


Procuradora do Trabalho

PRISCILA SANTOS LUDOVINO


Depoente

Rua Antônio Leal de Sousa Neto, nº 31 - Jardim Paraíba


CEP: 27215-000 - Jardim Paraíba - VOLTA REDONDA/RJ
CEP 27215-000 - Fone (24)3338-6557 - Fax (24)3338-9477

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Número do processo: 0100420-11.2021.5.01.0006
Número do documento: 21051917390879500000131828203

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Número do processo: ATSum 0100298-93.2021.5.01.0039
ID. 0c84a8f - Pág. 1
Número do documento: 21072806513653200000136202739
Assinado eletronicamente por: MARCELO JOSE FERNANDES DA SILVA - 19/05/2021 17:44:47 - 6767349
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Número do processo: 0100420-11.2021.5.01.0006
Número do documento: 21051917392173000000131828228

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Número do processo: ATSum 0100298-93.2021.5.01.0039
ID. 0c84a8f - Pág. 2
Número do documento: 21072806513653200000136202739
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Número do processo: 0100420-11.2021.5.01.0006
Número do documento: 21051917392173000000131828228

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Número do processo: ATSum 0100298-93.2021.5.01.0039
ID. 0c84a8f - Pág. 3
Número do documento: 21072806513653200000136202739
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Número do processo: 0100420-11.2021.5.01.0006
Número do documento: 21051917393728100000131828256

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Número do processo: ATSum 0100298-93.2021.5.01.0039
ID. 0c84a8f - Pág. 4
Número do documento: 21072806513653200000136202739
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Número do processo: 0100420-11.2021.5.01.0006
Número do documento: 21051917395266500000131828284

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Número do processo: ATSum 0100298-93.2021.5.01.0039
ID. 0c84a8f - Pág. 5
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Número do processo: 0100420-11.2021.5.01.0006
Número do documento: 21051917401287000000131828312

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Número do processo: ATSum 0100298-93.2021.5.01.0039
ID. 0c84a8f - Pág. 6
Número do documento: 21072806513653200000136202739
Assinado eletronicamente por: MARCELO JOSE FERNANDES DA SILVA - 19/05/2021 17:44:47 - 1e2b26e
https://pje.trt1.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21051917401287000000131828312
Número do processo: 0100420-11.2021.5.01.0006
Número do documento: 21051917401287000000131828312

Assinado eletronicamente por: FREDERICO ARMOND BORGES - 28/07/2021 06:52 - 0c84a8f


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Número do processo: ATSum 0100298-93.2021.5.01.0039
ID. 0c84a8f - Pág. 7
Número do documento: 21072806513653200000136202739
MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO
MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO
Procuradoria do Trabalho no Município de - VOLTA REDONDA

NOTÍCIA DE FATO 000037.2015.01.001/6

1 Informações Básicas

1.1 Narração dos fatos

Direitos desrespeitados:
Informo que a empresa ARGOS SERVIÇOS EMPRESARIAIS
LTDA., fornecedora de empregados terceirizados para o
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, em
razão do encerramento de seu contrato junto ao órgão, determinou
que todos os empregados pedissem demissão no dia 30/01/2015 e
que constasse na carta de demissão que não iriam cumprir o aviso
prévio. Assim, a empresa informou aos empregados que a verba
referente ao aviso não cumprido será descontada da rescisão.
Portanto, a empresa acabará retendo o salário integral do mês de
janeiro de todos os funcionários a título de compensação pelo
suposto não cumprimento do aviso prévio. Os funcionário estão
desesperados, pois não receberão seu salário. O salário deveria
ser pago na próxima sexta-feira. É preciso que alguma medida
urgente seja tomada para que os trabalhadores recebam seu
salário devidamente.

Período da ocorrência dos fatos:


Janeiro de 2015

Local dos fatos:


Volta Redonda e todos os demais locais em que há funcionário
terceirizado no MPRJ.

Número estimado de trabalhadores atingidos e seus nomes:


cerca de 500

Informações que você souber (nome, endereço, telefone, e-mail)


sobre testemunhas dos fatos, para eventual contato:
Rua Desembargador Ellis Hermydio Figueira, nº 629, Aterrado
Tels.: (24) 3341-2627 / 3341-1225 (fax)
SUELI BATISTA GONZAGA - empregada terceirizada

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Número do processo: 0100420-11.2021.5.01.0006
Número do documento: 21051917402505800000131828329

Assinado eletronicamente por: FREDERICO ARMOND BORGES - 28/07/2021 06:52 - 0c84a8f


https://pje.trt1.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21072806513653200000136202739
Número do processo: ATSum 0100298-93.2021.5.01.0039
ID. 0c84a8f - Pág. 8
Número do documento: 21072806513653200000136202739
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MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO
Procuradoria do Trabalho no Município de - VOLTA REDONDA

ADALTA DE OLIVEIRA SILVA - empregada tercerizada

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Número do processo: 0100420-11.2021.5.01.0006
Número do documento: 21051917402505800000131828329

Assinado eletronicamente por: FREDERICO ARMOND BORGES - 28/07/2021 06:52 - 0c84a8f


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Número do processo: ATSum 0100298-93.2021.5.01.0039
ID. 0c84a8f - Pág. 9
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1.2 Informações complementares

Data da Denúncia:
02/02/2015 13:54:32

Fez denúncia ao Ministério do Trabalho e Emprego, com o fim de


que seja realizada fiscalização na denunciada?:
Não.

Denunciante deseja manter identidade sob sigilo?:


Sim.

Município em que ocorrem os fatos:


Volta Redonda - RJ

A denúncia envolve informações sigilosas (sobre pessoas ou


fatos)?:
Não.

Você é empregado do denunciado?:


Denunciante sob sigilo.

Você é vítima dos fatos?:


Denunciante sob sigilo.

Há trabalhadores idosos prejudicados?:


Não.

Há trabalhadores crianças ou adolescentes prejudicados?:


Não.

Há trabalhadores com deficiência prejudicados?:


Não.

Autoriza receber informações a respeito das eventuais


providências tomadas e ciência de arquivamento por e-mail?:
Sim.

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Número do processo: 0100420-11.2021.5.01.0006
Número do documento: 21051917402505800000131828329

Assinado eletronicamente por: FREDERICO ARMOND BORGES - 28/07/2021 06:52 - 0c84a8f


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Número do processo: ATSum 0100298-93.2021.5.01.0039
ID. 0c84a8f - Pág. 10
Número do documento: 21072806513653200000136202739
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2 Denunciados

2.1 Dados do Denunciado

Tipo de Pessoa: Jurídica


Nome: ARGOS SERVICOS EMPRESARIAS LTDA
CNPJ:
Nome Fantasia:
Tipo da empresa: Matriz
Número de
empregados:
Atividade
Serviços empresariais
econômica:
Endereço: AVENIDA DAS AMÉRICAS, - , RIO DE JANEIRO
Número: 500
Complemento: BLOCO 6, COB 615
Bairro: BARRA DA TIJUCA
Cidade: Volta Redonda
UF: RJ
CEP:
Ponto de
No downtown
referência:
Como chegar:
DDD: (21)
Telefone: 2220-1617
E-mail: contato@argosservice.com.br

Assinado eletronicamente por: MARCELO JOSE FERNANDES DA SILVA - 19/05/2021 17:44:48 - 580625f
https://pje.trt1.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21051917402505800000131828329
Número do processo: 0100420-11.2021.5.01.0006
Número do documento: 21051917402505800000131828329

Assinado eletronicamente por: FREDERICO ARMOND BORGES - 28/07/2021 06:52 - 0c84a8f


https://pje.trt1.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21072806513653200000136202739
Número do processo: ATSum 0100298-93.2021.5.01.0039
ID. 0c84a8f - Pág. 11
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3 Denunciantes

3.1 Denunciante sob Sigilo

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Número do processo: 0100420-11.2021.5.01.0006
Número do documento: 21051917402505800000131828329

Assinado eletronicamente por: FREDERICO ARMOND BORGES - 28/07/2021 06:52 - 0c84a8f


https://pje.trt1.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21072806513653200000136202739
Número do processo: ATSum 0100298-93.2021.5.01.0039
ID. 0c84a8f - Pág. 12
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ID. 0814589 - Pág. 2
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Número do processo: 0100420-11.2021.5.01.0006
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ID. 0814589 - Pág. 10
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~

MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO


PROCURADORIA REGIONAL DO TRABALHO DA 1" REGIÃO

MEMOGECON/DiREG/PRTla REG./ NO052/15

RiÇlde Janeiro, 07 de maio de 2015.


Processo. 2.01.000.007541/20 15.13

Referência: Resposta ao' Despacho da Sra. Dir. Regional relativamente a


documento "Despacho" do Exmo. Procurador do Trabalho Marcelo José Fernandes
da Silva - constante em IC 000127.2014.01.001/6.

Senhora Diretora Regional"

Trata-se de esclarecimentos acerca do contrato 12/2013 com a empresa Argos


Serviços Empresariais ltda. sendo objeto a 'disponibilização de 1 (um) Auxiliar de Serviços
Gerais, conforme descrito no Anexo 1 (Termo de Referência) do Edital/Pregão n.10/2012' na
PTM Volta Redonda, vigência 28.01.13 a 28.01.14, e cujas atividades laborativas foram
realizadas pelo empregado Yuri Ribeiro Silva.
Informo-vos que relativamente ao pagamento de última fatura de nO 2498,
período de 01.01 a 28.01.2014, coube-nos analisar dentre outros documentos, inicialmente,
Relatório Mensal de Fiscalização (anexo) enviado pela Sra. Fabíola P. Ramalho, em que não
constam irregularidades. Que também dos documentos afetos ao referido empregado e
mensalmente requeridos para cada pagamento devido, conforme contrato, enviados
oportunamente pela empresa, foram verificadas as pendências elencadas em e-mail anexo.
Ressalto-vos que em se tratando de última fatura, requeremos da empresa a.
situação do empregado, se remanejado ou rescisão de contrato, e ainda acompanhado do
atestado de saúde demissional. Somente em 14/04/14 a empresa enviou e-mail justificando a
demora no pagamento das verbas rescisórias cujo Termo de Rescisão e comprovante de
crédito bancário seguiram anexos, mesmo na impossibilidade de homologação ou do exame
demissional aludidos pela empresa.
Coube-nos por fim, ato contínuo, dar ciência sob Memo DIREG/GECON/PRT 1"
REGIÃO N° 072/14, a fim de dar prosseguimento ao' Processo de Pagamento
2.01.000.002667/2014-11, e principalmente para que o sobrestamento não desse causa a
qualquer entendimento de enriquecimento ilícito por parte da administração, já recomendado
pelo TCU.

. Jespe,tosa.~ente,
~. Af. aDf.w-
~ X.
Mw:us-ees~Lei~õsta ~ofti~~
Chefe da Divisãiréfe Gestão de Contratos ~ ~ /lf!Á.Om1M&!-
~~~otM.~_
~,

jJ /5//5
NEUZEJ.~~eIRO!
~R~

Assinado eletronicamente por: MARCELO JOSE FERNANDES DA SILVA - 19/05/2021 17:44:48 - 152769a
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Número do processo: 0100420-11.2021.5.01.0006
Número do documento: 21051917410972900000131828401

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Número do processo: ATSum 0100298-93.2021.5.01.0039
ID. 0814589 - Pág. 12
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MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO
PROCURADORIA REGIONAL DO TRABALHO DA 1ª REGIÃO
DIVISÃO DE ASSESSORAMENTO E PERÍCIAS CONTÁBEIS

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1. IDENTIFICAÇÃO

IC n. 127.2014.01.001/6-05
Empresa: ARGOS SERVIÇOS EMPRESARIAIS LTDA

2. OBJETIVO

Recebemos o procedimento em epígrafe encaminhado pelo Procurador do


Trabalho, Doutor MARCELO JOSE FERNANDES DA SILVA, para que este Setor
analise a documentação apresentada pela investigada em cotejo com a denúncia,

Documento assinado eletronicamente por Tatiana Paiva Dias em 27/10/2016, às 14h46min36s (horário de Brasília).
consoante r. despacho exarado em 23/5/2016.

3. ANÁLISE TÉCNICA

A presente denúncia versa sobre a prática de conduta irregular no sentido de


compelir os empregados, por diversos meios, a pedirem demissão quando do
encerramento de contratos de prestação de serviços firmados pela investigada, quando
esta não possui outros postos de trabalho para alocar tais trabalhadores.

No pecionamento eletrônico datado de agosto/2015, este Setor verificou que a


investigada apresentou cerca de 296 (duzentos e noventa e seis) termos rescisórios.
Considerando que esta Perícia analisa a documentação enviada pelas empresas através
de critérios técnicos de amostragem, foram selecionados 100 (cem) TRCTs, ou seja, 1/3
do total de termos rescisórios foram examinados, cabendo dizer que:

Lauda 1 de 6
TATIANA PAIVA DIAS
Analista Pericial - Economia

Assinado eletronicamente por: MARCELO JOSE FERNANDES DA SILVA - 19/05/2021 17:44:48 - 2f48a14
https://pje.trt1.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21051917421876300000131828524
Número do processo: 0100420-11.2021.5.01.0006
Número do documento: 21051917421876300000131828524

Assinado eletronicamente por: FREDERICO ARMOND BORGES - 28/07/2021 06:52 - 0814589


https://pje.trt1.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21072806514677000000136202740
Número do processo: ATSum 0100298-93.2021.5.01.0039
ID. 0814589 - Pág. 13
Número do documento: 21072806514677000000136202740
MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO
PROCURADORIA REGIONAL DO TRABALHO DA 1ª REGIÃO
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• 70 (setenta) TRCTs possuem causa de afastamento pedido de dispensa do
empregado com aviso prévio descontado do empregado;
• 25 (vinte e cinco) TRCTs possuem causa de afastamento através de extinção
normal do contrato de trabalho por prazo determinado;
• 5 (cinco) empregados foram demitidos sem justa causa pelo empregador com
cumprimento de aviso prévio na forma trabalhada.

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Documento assinado eletronicamente por Tatiana Paiva Dias em 27/10/2016, às 14h46min36s (horário de Brasília).
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Lauda 2 de 6
TATIANA PAIVA DIAS
Analista Pericial - Economia

Assinado eletronicamente por: MARCELO JOSE FERNANDES DA SILVA - 19/05/2021 17:44:48 - 2f48a14
https://pje.trt1.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21051917421876300000131828524
Número do processo: 0100420-11.2021.5.01.0006
Número do documento: 21051917421876300000131828524

Assinado eletronicamente por: FREDERICO ARMOND BORGES - 28/07/2021 06:52 - 0814589


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Número do processo: ATSum 0100298-93.2021.5.01.0039
ID. 0814589 - Pág. 14
Número do documento: 21072806514677000000136202740
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Lauda 3 de 6
TATIANA PAIVA DIAS
Analista Pericial - Economia

Assinado eletronicamente por: MARCELO JOSE FERNANDES DA SILVA - 19/05/2021 17:44:48 - 2f48a14
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Número do processo: 0100420-11.2021.5.01.0006
Número do documento: 21051917421876300000131828524

Assinado eletronicamente por: FREDERICO ARMOND BORGES - 28/07/2021 06:52 - 0814589


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Número do processo: ATSum 0100298-93.2021.5.01.0039
ID. 0814589 - Pág. 15
Número do documento: 21072806514677000000136202740
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Lauda 4 de 6
TATIANA PAIVA DIAS
Analista Pericial - Economia

Assinado eletronicamente por: MARCELO JOSE FERNANDES DA SILVA - 19/05/2021 17:44:48 - 2f48a14
https://pje.trt1.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21051917421876300000131828524
Número do processo: 0100420-11.2021.5.01.0006
Número do documento: 21051917421876300000131828524

Assinado eletronicamente por: FREDERICO ARMOND BORGES - 28/07/2021 06:52 - 0814589


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Número do processo: ATSum 0100298-93.2021.5.01.0039
ID. 0814589 - Pág. 16
Número do documento: 21072806514677000000136202740
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Lauda 5 de 6
TATIANA PAIVA DIAS
Analista Pericial - Economia

Assinado eletronicamente por: MARCELO JOSE FERNANDES DA SILVA - 19/05/2021 17:44:48 - 2f48a14
https://pje.trt1.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21051917421876300000131828524
Número do processo: 0100420-11.2021.5.01.0006
Número do documento: 21051917421876300000131828524

Assinado eletronicamente por: FREDERICO ARMOND BORGES - 28/07/2021 06:52 - 0814589


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Número do processo: ATSum 0100298-93.2021.5.01.0039
ID. 0814589 - Pág. 17
Número do documento: 21072806514677000000136202740
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Documento assinado eletronicamente por Tatiana Paiva Dias em 27/10/2016, às 14h46min36s (horário de Brasília).
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Submetemos este Laudo Pericial à Procuradora do Trabalho em 27/10/2016.

TATIANA PAIVA DIAS


ANALISTA PERICIAL EM ECONOMIA
MATRÍCULA Nº 600.2191-8

Lauda 6 de 6
TATIANA PAIVA DIAS
Analista Pericial - Economia

Assinado eletronicamente por: MARCELO JOSE FERNANDES DA SILVA - 19/05/2021 17:44:48 - 2f48a14
https://pje.trt1.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21051917421876300000131828524
Número do processo: 0100420-11.2021.5.01.0006
Número do documento: 21051917421876300000131828524

Assinado eletronicamente por: FREDERICO ARMOND BORGES - 28/07/2021 06:52 - 0814589


https://pje.trt1.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21072806514677000000136202740
Número do processo: ATSum 0100298-93.2021.5.01.0039
ID. 0814589 - Pág. 18
Número do documento: 21072806514677000000136202740
Número do processo: ATSum 0100298-93.2021.5.01.0039
Número do documento: 21072806514677000000136202740
Assinado eletronicamente por: FREDERICO ARMOND BORGES - 28/07/2021 06:52 - 0814589
Documento assinado eletronicamente por Daiana Santos Ramires Sobral em 16/05/2017, às 17h08min45s (horário de Brasília).
Endereço para verificação do documento original: http://www.prt1.mpt.mp.br/servicos/autenticidade-de-documentos?view=autenticidades CODIGO : id=3551872&ca=HQJ5E9MK8A8CBTZR

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Assinado eletronicamente por: MARCELO JOSE FERNANDES DA SILVA - 19/05/2021 17:44:49 - be076e6

ID. 0814589
https://pje.trt1.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21051917423445700000131828552
Número do processo: 0100420-11.2021.5.01.0006
Número do documento: 21051917423445700000131828552

- Pág. 19

    






  
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Documento assinado eletronicamente por CELSO BARRETO DE ALMEIDA FILHO em 27/07/2017, às 12h35min21s (horário de Brasília).
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Assinado eletronicamente por: MARCELO JOSE FERNANDES DA SILVA - 19/05/2021 17:44:49 - 6796391
https://pje.trt1.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21051917425603900000131828585
Número do processo: 0100420-11.2021.5.01.0006
Número do documento: 21051917425603900000131828585

Assinado eletronicamente por: FREDERICO ARMOND BORGES - 28/07/2021 06:52 - 0814589


https://pje.trt1.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21072806514677000000136202740
Número do processo: ATSum 0100298-93.2021.5.01.0039
ID. 0814589 - Pág. 20
Número do documento: 21072806514677000000136202740

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Endereço para verificação do documento original: mptdigital.cosmos.mpt.mp.br/processoEletronico/consultas/valida_assinatura.php?m=2&id=586634&ca=GCZANHZBG6ES226E

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Documento assinado eletronicamente por CELSO BARRETO DE ALMEIDA FILHO em 27/07/2017, às 12h35min21s (horário de Brasília).

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Assinado eletronicamente por: MARCELO JOSE FERNANDES DA SILVA - 19/05/2021 17:44:49 - 6796391
https://pje.trt1.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21051917425603900000131828585
Número do processo: 0100420-11.2021.5.01.0006
Número do documento: 21051917425603900000131828585

Assinado eletronicamente por: FREDERICO ARMOND BORGES - 28/07/2021 06:52 - d0e24e0


https://pje.trt1.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21072806515125200000136202742
Número do processo: ATSum 0100298-93.2021.5.01.0039
ID. d0e24e0 - Pág. 1
Número do documento: 21072806515125200000136202742
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Em 12/11/2020 16:42:11
Sistema de Gestão de Ouvidoria - SGO

Detalhamento da Comunicação
Comunicação 722395 Origem INTERNET Suborigem
Situação Em Análise Email para
Nome ANÔNIMO Tipo de Pessoa Sexo Não informado
Data de Nascimento CPF/CNPJ RG Órgão Emissor
Nome da Mãe
Telefone residencial Não informado Telefone celular Não informado Telefone comercial Não informado
Escolaridade
Ocupação/Profissão
Endereço Comunicante
Comunicação contra Instituição, Membro ou Servidor Não
Identificação Anônimo
Atenção: O comunicante AUTORIZOU o compartilhamento pela Ouvidoria do MPRJ dessa comunicação e dos seus
dados pessoais com outras Ouvidorias integrantes do Ministério Público Federal, Estadual e do Distrito Federal,
bem como outras Ouvidorias Públicas.
Justificativa do Anonimato:

Ponto de Referência

Direitos Humanos Não Prioridade de acompanhamento Não Análise Ouvidor(a) Sim


Endereço do Fato Rua César Zama,185/LINS DE VASCONCELOS-RIO DE JANEIRO-RJ-20725090

Suposto autor do fato Kiargos Serviços e Facility Ltda


Relato Venho por meio deste comunicado me meio as lágrimas.
Sou funcionária da firma Kiargos trabalhando com funcionária terceirizada no hospital Naval Marcílio Dias, onde já
trabalho há 10 anos. E o que estamos vivendo é bizarro.
Estávamos em processo licitatório para a troca de firma, e a nossa firma, a Kiargos, perdeu a licitação, e ai
começou o nosso inferno.
Todos os dias eles chamam várias meninas em horário individual, para fazer o que estamos chamando de
"entrevista com o diabo"!
Ficam nos pressionando a pedir demissão, alegando que se pedirmos a outra firma que venceu a licitação irá nos
contratar.
Vejam bem, eu já trabalho no Hospital a mais de 10 anos, e sempre que uma firma que perdeu a licitação sai, ela
nos demite e nos paga todos os nosso diretos, e assim somo recontratadas pela nova firma. Mais a Kiargos não
quer demitir ninguém e fica os pressionando a pedir demissão.
Nos mandaram um comunicado afirmando que após o dia 12/11/2020, que é o dia que termina o contrato da firma
com o hospital devemos aguardar em casa.
Ai o funcionário fica em casa, sem querer pedir demissão, e a nova firma entra e não te contrata, porque você não
está lá. Só que já sabemos que essa estratégia da firma Kiargos é para nos fazer cansar e nos forçar a pedir
demissão, com medo de não se recontratada. Todos já sabem que eles não tem onde nos realocar!!!
Ficam nos interrogando e nos forçando a pedir demissão, isso é um ABSURDO. Se eles não tem onde nos
realocar eles tem que nos demitir e pagar nossos direitos.

Área de Atuação Classe de Comunicação DENÚNCIA


Atribuição

Caso

Ementa
Assunto CNMP
Outro Órgão Protocolo de Outro Órgão

Assinado eletronicamente por: MARCELO JOSE FERNANDES DA SILVA - 19/05/2021 17:44:49 - a851c35
https://pje.trt1.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21051917431357900000131828614
Número do processo: 0100420-11.2021.5.01.0006
Número do documento: 21051917431357900000131828614

Assinado eletronicamente por: FREDERICO ARMOND BORGES - 28/07/2021 06:52 - d0e24e0


https://pje.trt1.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21072806515125200000136202742
Número do processo: ATSum 0100298-93.2021.5.01.0039
ID. d0e24e0 - Pág. 2
Número do documento: 21072806515125200000136202742
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Em 12/11/2020 16:42:11
Sistema de Gestão de Ouvidoria - SGO

Andamento Data Andamento Destinatário


Ingresso 11/11/2020 Ouvidoria
Venho por meio deste comunicado me meio as lágrimas.
Sou funcionária da firma Kiargos trabalhando com funcionária terceirizada no hospital Naval Marcílio Dias, onde já trabalho há 10 anos.
E o que estamos vivendo é bizarro.
Estávamos em processo licitatório para a troca de firma, e a nossa firma, a Kiargos, perdeu a licitação, e ai começou o nosso inferno.
Todos os dias eles chamam várias meninas em horário individual, para fazer o que estamos chamando de "entrevista com o diabo"!
Ficam nos pressionando a pedir demissão, alegando que se pedirmos a outra firma que venceu a licitação irá nos contratar.
Vejam bem, eu já trabalho no Hospital a mais de 10 anos, e sempre que uma firma que perdeu a licitação sai, ela nos demite e nos
paga todos os nosso diretos, e assim somo recontratadas pela nova firma. Mais a Kiargos não quer demitir ninguém e fica os
pressionando a pedir demissão.
Nos mandaram um comunicado afirmando que após o dia 12/11/2020, que é o dia que termina o contrato da firma com o hospital
devemos aguardar em casa.
Ai o funcionário fica em casa, sem querer pedir demissão, e a nova firma entra e não te contrata, porque você não está lá. Só que já
sabemos que essa estratégia da firma Kiargos é para nos fazer cansar e nos forçar a pedir demissão, com medo de não se
recontratada. Todos já sabem que eles não tem onde nos realocar!!!
Ficam nos interrogando e nos forçando a pedir demissão, isso é um ABSURDO. Se eles não tem onde nos realocar eles tem que nos
demitir e pagar nossos direitos.

Assinado eletronicamente por: MARCELO JOSE FERNANDES DA SILVA - 19/05/2021 17:44:49 - a851c35
https://pje.trt1.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21051917431357900000131828614
Número do processo: 0100420-11.2021.5.01.0006
Número do documento: 21051917431357900000131828614

Assinado eletronicamente por: FREDERICO ARMOND BORGES - 28/07/2021 06:52 - d0e24e0


https://pje.trt1.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21072806515125200000136202742
Número do processo: ATSum 0100298-93.2021.5.01.0039
ID. d0e24e0 - Pág. 3
Número do documento: 21072806515125200000136202742
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 1ª REGIÃO
6ª VARA DO TRABALHO DO RIO DE JANEIRO
ACPCiv 0100420-11.2021.5.01.0006
RECLAMANTE: MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO
RECLAMADO: KIARGOS SERVICOS E FACILITY LTDA

Vistos etc.

Alega o MPT que a Ré coagiu seus empregados a


apresentar carta de dispensa, de forma a terem o contrato de
trabalho rompido por iniciativa própria.

Assim, requerer concessão de tutela para que:

a) Sejam declarados nulos os pedidos de rompimento por


iniciativa dos empregados, isso no último biênio, bem como até o trâ
nsito em julgado, que tenham ocorrido nos mesmos mol
des descritos na fundamentação, ou seja, mediante coação ou
qualquer meio fraudulento para impedir o
recebimento das verbas resilitórias, consequentes da resilição
de iniciativa do
empregador, inclusive por meio de documentos em que o trabal
hador supostamente abre mão de tais direitos ou os tenha d
evolvido ao réu, respeitado o biênio anterior ao ajuizamento;

b) Condenação da ré ao pagamento de todos os direitos


resilitórios ou devolução de valores efetuados pelos trabalhadores
à ré, decorrentes da nulidade postulada no item ‘a’, com juros e
correção monetária;

c) Seja a Reclamada condenada à obrigação


de não fazer consistente em interromper e não mais
efetuar, definitivamente, quaisquer tipos
das condutas abusivas, a exemplo das dispensas dos
trabalhadores, consistentes no tratamento
indigno e desrespeitoso, principalmente sob forma de coação,
que tenham por objetivo levar os trabalhadores a tomarem a

Assinado eletronicamente por: HELIO RICARDO SILVA MONJARDIM DA FONSECA - Juntado em: 16/06/2021 15:41:56 - 96ea052

Assinado eletronicamente por: FREDERICO ARMOND BORGES - 28/07/2021 06:52 - d0e24e0


https://pje.trt1.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21072806515125200000136202742
Número do processo: ATSum 0100298-93.2021.5.01.0039
ID. d0e24e0 - Pág. 4
Número do documento: 21072806515125200000136202742
iniciativa de romperem o contrato, abrirem mão de direitos
assegurados por lei, ou devolvê-los ao empregador;

d) Seja a ré condenada à abstenção de apr


opriação indevidamente de valores devidos aos
trabalhadores a título de verbas rescisórias e
/ou qualquer verba de natureza remuneratória/indenizatória;

e) Em caso de descumprimento das alíneas, b, c


e d, que seja fixada a multa diária de R$ 5.000,00 (cinco mil
reais), por
trabalhador prejudicado, reversível ao Fundo de Amparo ao
Trabalhador e também sujeita às correções e juros previstos na
Justiça do Trabalho;

f) A submissão dos pedidos de rompimento de


iniciativa dos empegados, ou recibo de quitação de rescisão do
contrato de trabalho, formado por empregado com mais de um ano de
serviço, devendo ser assistido pelo respectivo Sindicato ou perante
a autoridade do Ministério da Economia (Trabalho), uma vez q
ue a reforma trabalhista padece de inconstit
ucionalidade e inconvencionalidade, pois aos entes sindicais
cabem a assistência jurídica, judicial e administrativa aos
trabalhadores e ao Ministério da Economia (Trabalho), considerando
que ao Estado por imposições da Convenção da Filadélfi
a e demais normas internacionais, a fiscalização do
cumprimento das leis por parte das empresas.

Os requisitos para antecipação dos efeitos da tutela,


são, dentre outros, a prova inequívoca que leva à verossimilhança
das alegações do Autor, ou seja, dos fatos alegados pela parte
requerente, bem como a plausibilidade do requerimento em si, tendo
como limite para a concessão desta a reversibilidade dos efeitos
que se pretende antecipar, sob a consequência de não poder retornar
ao status quo especialmente diante da possível improcedência.

Assinado eletronicamente por: HELIO RICARDO SILVA MONJARDIM DA FONSECA - Juntado em: 16/06/2021 15:41:56 - 96ea052

Assinado eletronicamente por: FREDERICO ARMOND BORGES - 28/07/2021 06:52 - d0e24e0


https://pje.trt1.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21072806515125200000136202742
Número do processo: ATSum 0100298-93.2021.5.01.0039
ID. d0e24e0 - Pág. 5
Número do documento: 21072806515125200000136202742
Assim, tenho que não estão preenchidos os requisitos do
art. 300 do CPC, e que há o risco da irreversibilidade da tutela
pretendida, pelo que INDEFIRO o requerimento de concessão da
tutela pretendida nas alíneas "a", "b", "c", "d", "e" e "f", do rol
de pedidos formulados pelo MPT.

Entretanto, uma vez que as denúncias apresentadas pelo


Parquet demonstram a existência de graves violações aos direitos
trabalhistas de seus empregados, é curiosamente laboravam em favor
do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, vejo a
necessidade de garantir o pagamento das verbas resilitórias dos
empregados dispensados como se assim desejassem quando a empresa
Ré, em verdade procedeu às dispensas imotivadas, razão pela qual,
com a permissão do art. 297 do CPC c/c art. 765 da CLT, determino
o bloqueio do valor de R$ 2.000.000,00 da empresa Ré, valor
esse estimado considerando o número informado de trabalhadores
(500 trabalhadores).

Deverá a Secretaria utilizar o sistema SISBAJUD e, de


forma concomitante, expedir mandado de bloqueio de créditos em mãos
de terceiro, no caso dirigido ao Ministério Público do Estado do
Rio de Janeiro, para que este disponibilize o numerário antes
indicado em favor deste Juízo, para garantir, em sendo o caso,
ainda que parcialmente, o pagamento das verbas resilitórias dos
trabalhadores que, supostamente, tiveram seus direitos trabalhistas
violados.

Desse modo, defiro parcialmente a tutela pretendida,


nos moldes acima indicados.

Intime-se e cumpra-se.

RIO DE JANEIRO/RJ, 16 de junho de 2021.

HELIO RICARDO SILVA MONJARDIM DA FONSECA


Assinado eletronicamente por: HELIO RICARDO SILVA MONJARDIM DA FONSECA - Juntado em: 16/06/2021 15:41:56 - 96ea052
https://pje.trt1.jus.br/pjekz/validacao/21061021043020300000133254331?instancia=1
Juiz do Trabalho Titular
Número do processo: 0100420-11.2021.5.01.0006
Número do documento: 21061021043020300000133254331

Assinado eletronicamente por: FREDERICO ARMOND BORGES - 28/07/2021 06:52 - d0e24e0


https://pje.trt1.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21072806515125200000136202742
Número do processo: ATSum 0100298-93.2021.5.01.0039
ID. d0e24e0 - Pág. 6
Número do documento: 21072806515125200000136202742
INTIMAÇÃO

Fica V. Sa. intimado para tomar ciência da Decisão ID 96ea052


proferida nos autos.

Vistos etc.

Alega o MPT que a Ré coagiu seus empregados a


apresentar carta de dispensa, de forma a terem o contrato de
trabalho rompido por iniciativa própria.

Assim, requerer concessão de tutela para que:

a) Sejam declarados nulos os pedidos de rompimento por


iniciativa dos empregados, isso no último biênio, bem como até o trâ
nsito em julgado, que tenham ocorrido nos mesmos mol
des descritos na fundamentação, ou seja, mediante coação ou
qualquer meio fraudulento para impedir o
recebimento das verbas resilitórias, consequentes da resilição
de iniciativa do
empregador, inclusive por meio de documentos em que o trabal
hador supostamente abre mão de tais direitos ou os tenha d
evolvido ao réu, respeitado o biênio anterior ao ajuizamento;

b) Condenação da ré ao pagamento de todos os direitos


resilitórios ou devolução de valores efetuados pelos trabalhadores
à ré, decorrentes da nulidade postulada no item ‘a’, com juros e
correção monetária;

c) Seja a Reclamada condenada à obrigação


de não fazer consistente em interromper e não mais
efetuar, definitivamente, quaisquer tipos
das condutas abusivas, a exemplo das dispensas dos
trabalhadores, consistentes no tratamento
indigno e desrespeitoso, principalmente sob forma de coação,

Assinado eletronicamente por: HELIO RICARDO SILVA MONJARDIM DA FONSECA - Juntado em: 16/06/2021 15:42:56 - 600692e

Assinado eletronicamente por: FREDERICO ARMOND BORGES - 28/07/2021 06:52 - d0e24e0


https://pje.trt1.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21072806515125200000136202742
Número do processo: ATSum 0100298-93.2021.5.01.0039
ID. d0e24e0 - Pág. 7
Número do documento: 21072806515125200000136202742
que tenham por objetivo levar os trabalhadores a tomarem a
iniciativa de romperem o contrato, abrirem mão de direitos
assegurados por lei, ou devolvê-los ao empregador;

d) Seja a ré condenada à abstenção de apr


opriação indevidamente de valores devidos aos
trabalhadores a título de verbas rescisórias e
/ou qualquer verba de natureza remuneratória/indenizatória;

e) Em caso de descumprimento das alíneas, b, c


e d, que seja fixada a multa diária de R$ 5.000,00 (cinco mil
reais), por
trabalhador prejudicado, reversível ao Fundo de Amparo ao
Trabalhador e também sujeita às correções e juros previstos na
Justiça do Trabalho;

f) A submissão dos pedidos de rompimento de


iniciativa dos empegados, ou recibo de quitação de rescisão do
contrato de trabalho, formado por empregado com mais de um ano de
serviço, devendo ser assistido pelo respectivo Sindicato ou perante
a autoridade do Ministério da Economia (Trabalho), uma vez q
ue a reforma trabalhista padece de inconstit
ucionalidade e inconvencionalidade, pois aos entes sindicais
cabem a assistência jurídica, judicial e administrativa aos
trabalhadores e ao Ministério da Economia (Trabalho), considerando
que ao Estado por imposições da Convenção da Filadélfi
a e demais normas internacionais, a fiscalização do
cumprimento das leis por parte das empresas.

Os requisitos para antecipação dos efeitos da tutela,


são, dentre outros, a prova inequívoca que leva à verossimilhança
das alegações do Autor, ou seja, dos fatos alegados pela parte
requerente, bem como a plausibilidade do requerimento em si, tendo
como limite para a concessão desta a reversibilidade dos efeitos
que se pretende antecipar, sob a consequência de não poder retornar
ao status quo especialmente diante da possível improcedência.

Assinado eletronicamente por: HELIO RICARDO SILVA MONJARDIM DA FONSECA - Juntado em: 16/06/2021 15:42:56 - 600692e

Assinado eletronicamente por: FREDERICO ARMOND BORGES - 28/07/2021 06:52 - d0e24e0


https://pje.trt1.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21072806515125200000136202742
Número do processo: ATSum 0100298-93.2021.5.01.0039
ID. d0e24e0 - Pág. 8
Número do documento: 21072806515125200000136202742
Assim, tenho que não estão preenchidos os requisitos do
art. 300 do CPC, e que há o risco da irreversibilidade da tutela
pretendida, pelo que INDEFIRO o requerimento de concessão da
tutela pretendida nas alíneas "a", "b", "c", "d", "e" e "f", do rol
de pedidos formulados pelo MPT.

Entretanto, uma vez que as denúncias apresentadas pelo


Parquet demonstram a existência de graves violações aos direitos
trabalhistas de seus empregados, é curiosamente laboravam em favor
do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, vejo a
necessidade de garantir o pagamento das verbas resilitórias dos
empregados dispensados como se assim desejassem quando a empresa
Ré, em verdade procedeu às dispensas imotivadas, razão pela qual,
com a permissão do art. 297 do CPC c/c art. 765 da CLT, determino
o bloqueio do valor de R$ 2.000.000,00 da empresa Ré, valor
esse estimado considerando o número informado de trabalhadores
(500 trabalhadores).

Deverá a Secretaria utilizar o sistema SISBAJUD e, de


forma concomitante, expedir mandado de bloqueio de créditos em mãos
de terceiro, no caso dirigido ao Ministério Público do Estado do
Rio de Janeiro, para que este disponibilize o numerário antes
indicado em favor deste Juízo, para garantir, em sendo o caso,
ainda que parcialmente, o pagamento das verbas resilitórias dos
trabalhadores que, supostamente, tiveram seus direitos trabalhistas
violados.

Desse modo, defiro parcialmente a tutela pretendida,


nos moldes acima indicados.

Intime-se e cumpra-se.

RIO DE JANEIRO/RJ, 16 de junho de 2021.

HELIO RICARDO
Assinado eletronicamente SILVA
por: HELIO MONJARDIM
RICARDO SILVA DA - Juntado
MONJARDIM DA FONSECA FONSECAem: 16/06/2021 15:42:56 - 600692e
https://pje.trt1.jus.br/pjekz/validacao/21061615415011100000133581369?instancia=1
Juiz do Trabalho Titular
Número do processo: 0100420-11.2021.5.01.0006
Número do documento: 21061615415011100000133581369

Assinado eletronicamente por: FREDERICO ARMOND BORGES - 28/07/2021 06:52 - d0e24e0


https://pje.trt1.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21072806515125200000136202742
Número do processo: ATSum 0100298-93.2021.5.01.0039
ID. d0e24e0 - Pág. 9
Número do documento: 21072806515125200000136202742
SUMÁRIO
Documentos

Data da
Id. Documento Tipo
Assinatura

61ecff6 19/05/2021 17:44 Petição Inicial Petição Inicial

8c253a2 19/05/2021 17:44 Notícia de fato Documento Diverso

ebab14d 19/05/2021 17:44 Alteração contratual Documento Diverso

d28d9d5 19/05/2021 17:44 Ata de aud. administrativa Documento Diverso

9415751 19/05/2021 17:44 despacho Documento Diverso

7ce65d7 19/05/2021 17:44 despacho Documento Diverso

f4ab8a3 19/05/2021 17:44 depoimento Analine Documento Diverso

bed53db 19/05/2021 17:44 Depoimento Carla Documento Diverso

2cb20aa 19/05/2021 17:44 Depoimento Nadia Documento Diverso

a757fc1 19/05/2021 17:44 depoimento tamara Documento Diverso

7fb81f7 19/05/2021 17:44 depoimento Viviane Documento Diverso

326502e 19/05/2021 17:44 depoimento priscila Documento Diverso

6767349 19/05/2021 17:44 depoimento Suellen Documento Diverso

a17d3cc 19/05/2021 17:44 Depoimento Jaqueline Documento Diverso

f788916 19/05/2021 17:44 depoimento Lucas Documento Diverso

1e2b26e 19/05/2021 17:44 Depoimento Gessyana Documento Diverso

580625f 19/05/2021 17:44 Notícia de fato MP RJ Documento Diverso

44b2f97 19/05/2021 17:44 Notícia de fato da Ouvidoria PGT Documento Diverso

9cd5a81 19/05/2021 17:44 Cartas de demissão Documento Diverso

152769a 19/05/2021 17:44 Reposta DG Documento Diverso

2f48a14 19/05/2021 17:44 Laudo Técnico Documento Diverso

be076e6 19/05/2021 17:44 ata de aud. adm Documento Diverso

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a851c35 19/05/2021 17:44 Notícia de fato Hosp Marcílio Documento Diverso

96ea052 16/06/2021 15:41 Decisão Decisão

600692e 16/06/2021 15:42 Intimação Intimação

Assinado eletronicamente por: FREDERICO ARMOND BORGES - 28/07/2021 06:52 - d0e24e0


https://pje.trt1.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21072806515125200000136202742
Número do processo: ATSum 0100298-93.2021.5.01.0039
ID. d0e24e0 - Pág. 10
Número do documento: 21072806515125200000136202742
SUMÁRIO

Documentos
Id. Data de Documento Tipo
Juntada
aef5261 28/07/2021 MPT RJ AÇÃO CIVIL PÚBLICA CONTRA A Manifestação
06:52 KIARGOS
27bb974 28/07/2021 Documento Novo 1-20 Documento Diverso
06:52
fb28a74 28/07/2021 Documento Novo 21-30 Documento Diverso
06:52
0189dcd 28/07/2021 Documento Novo 31-40 Documento Diverso
06:52
8ca22b5 28/07/2021 Documento Novo 41-60 Documento Diverso
06:52
66e2b7f 28/07/2021 Documento Novo 61-80 Documento Diverso
06:52
0c84a8f 28/07/2021 Documento Novo 81-100 Documento Diverso
06:52
0814589 28/07/2021 Documento Novo 101-120 Documento Diverso
06:52
d0e24e0 28/07/2021 documento prova nova - 121-130 Documento Diverso
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