Você está na página 1de 12

1º OFÍCIO GERAL – Boa Vista/RR

AO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL ADJUNTO À VARA FEDERAL DA SUBSEÇÃO


JUDICIÁRIA DE BOA VISTA/RR

PAJ nº 2021/005-00256

JARDEL GUIMARÃES PINHEIRO, brasileiro, solteiro, nascido em 09.09.1978,


desempregado, portador do RG nº 173783 SESP/RR e inscrito no CPF nº 866.611.082-15,
residente e domiciliado na Rua José Maria Carneiro, n° 94, Bairro Dr. Airton Rocha, Boa
Vista/RR, CEP 69.318-760, vem, sob a assistência jurídica gratuita da DEFENSORIA PÚBLICA
DA UNIÃO, com base no art. 5º, inciso LXXIV, da Constituição Federal, por meio da
presentante legal in fine assinada, propor a presente

AÇÃO PREVIDENCIARIA PARA CONCESSÃO DE AUXÍLIO-DOENÇA OU


APOSENTADORIA POR INVALIDEZ

COM PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA

em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL (INSS), autarquia


Federal, com endereço na Av. Glaycon de Paiva, 86 - Mecejana, Boa Vista - RR, 69301-250 , a
ser citado na pessoa do seu representante legal, pelos fatos e fundamentos que passa a
expor:

__________________________________________
Av. Nossa Senhora da Consolata, 613, Centro, CEP: 69.301-011, Boa Vista/RR
dpu.rr@dpu.gov.br - Tel.: (95) 3212-3000| www.dpu.gov.br

Página 1 de 12
1º OFÍCIO GERAL – Boa Vista/RR

I. DA JUSTIÇA GRATUITA E AS PRERROGATIVAS DA DEFENSORIA


PÚBLICA

Primeiramente, a parte autora requer a concessão do benefício da Justiça


Gratuita, nos termos do art. 98 do CPC, haja vista que sua hipossuficiência a impossibilita
de arcar com as custas processuais e os honorários advocatícios, sem que reste
prejudicado seu próprio sustento e de sua família.
Outrossim, requer-se sejam observadas as prerrogativas dos Defensores
Públicos Federais, especialmente no que concerne às intimações pessoais com remessa
dos autos e à contagem em dobro de todos os prazos processuais, com amparo no
disposto no art. 44, I, da LC nº 80/94.

II. DOS FATOS

O Sr., Jardel Guimarães Pinheiro, possui o ensino médio completo, e já sofria


desde longa data, com problemas na coluna, no qual o restringia de executar algumas
atividades, mas pela necessidade teve que continuar a trabalhar. Foi, porém no ano de
2010, em que a parte requerente que nesta época exercia função em atividades de serviço
braçal nos serviços de limpeza e conservação em uma empresa terceirizada, que ao estar
podando uma árvore um dos galhos atingiu o seu joelho direito e o lesionou.

Com o seu retorno ao trabalho pode sentir as dores em sua coluna com maior
grau de intensidade e por mais logos períodos de tempo. A partir disso, a vida do referido
não foi mais a mesma, houveram contínuas rotatividades empregatícias, que por sua vez
resultavam no desligado por justa causa, por conta da apresentação de diversos atestados
médicos e laudos de afastamento.

Até chegar no momento atual, com lesões graves em ambos os joelhos e


também com lesões severas em sua coluna nas partes cervicais e lombares, que agora o
impedem definitivamente de exercer atividades laborativas, sendo a ajuda financeira
prestada pela mãe do requerente a sua única fonte de renda.

__________________________________________
Av. Nossa Senhora da Consolata, 613, Centro, CEP: 69.301-011, Boa Vista/RR
dpu.rr@dpu.gov.br - Tel.: (95) 3212-3000| www.dpu.gov.br

Página 2 de 12
1º OFÍCIO GERAL – Boa Vista/RR

Em 10/12/2010, houve a solicitação administrativamente do benefício


previdenciário de auxílio-doença (NB 543.951.105-5) junto ao Instituto Nacional de Seguro
Social (INSS), o qual foi deferido e mantido somente até 01/03/2011, tendo em vista a
constatação, por meio de perícia médica, da sua incapacidade para o trabalho ou para
atividade habitual (documentos em anexo).
Após anos a parte autora precisou novamente solicitar administrativamente o
benefício previdenciário de auxílio-doença (NB 626.595.931-3), junto ao Instituto Nacional
de Seguro Social (INSS), o qual obteve deferimento do benefício em 01/02/2019 e sendo
cessado em 29/09/2019.
E precisando estender o benefício por mais tempo fez nova solicitação, contudo
mesmo diante dos documentos médicos apresentados o resultado foi o indeferimento, pela
circunstância de não apresentação ou não conformação dos dados contidos no
atestado médico. É evidente que a decisão da autarquia previdenciária não deve
prosperar, devendo ser concedido o beneficio à parte requerente, conforme será exposto a
seguir (documentos médicos em anexo).

Destaca-se que a parte autora não possui todos documentos médicos desde o
início de suas consultas no ano de 2010. Seu documento mais antigo trata-se de um TFD
com mais de 10 (dez) anos, embora não tenha data neste referido documento, constava a
idade da parte autora na época que, corrobora para essa afirmativa. O TFD do requerente
era para um tratamento cirúrgico para realizar o procedimento de Artroscopia Cirúrgica com
Meniscectomia Medial no Joelho Direito (CID 10: M 23.9), pois o assistido possuía e ainda
possui, um edema no joelho direito que ocasiona muita dor e limitação local.

Ocorre que foi após essa lesão no joelho direito, e pelo fato de não ter sido
realizado tratamento cirúrgico que o requerente adquiriu maiores complicações em sua
coluna, pois ao continuar a realizar suas atividades laborais houve um esforço maior, que
gerou por sua vez um agravamento nas suas dores de coluna.

Conforme pesquisa realizada em sites de ortopedia, pessoas que apresentam


problemas referentes a dores no joelho (CID 10: M 23.9), “não podem ser atribuídas
somente a uma lesão física quando o paciente já apresentava alguma doença da
__________________________________________
Av. Nossa Senhora da Consolata, 613, Centro, CEP: 69.301-011, Boa Vista/RR
dpu.rr@dpu.gov.br - Tel.: (95) 3212-3000| www.dpu.gov.br

Página 3 de 12
1º OFÍCIO GERAL – Boa Vista/RR

coluna”, pois as dores no joelho podem e são também causadas por um problema na parte
inferior das costas, os músculos ao redor dos joelhos são alimentados por nervos que se
originam na parte inferior da coluna. Dessa forma, a irritação ou compressão desses nervos
em sua origem espinhal provocam complicações e mais sofrimento. 1

Diante disso, o Sr., Jardel Guimarães Pinheiro, continuou exercendo atividades


braçais, que o impulsionavam cada vez mais em sua piora, há o registro de seu
encaminhamento em 06/02/2014, para consulta com o médico especialista em ortopedia e
traumatologia, Dr. Alberto Ferreira de Souza, onde novamente foi atestado que o autor
refere sentir dores na coluna há mais 6 anos e que há uma exacerbação das dores quando
ele efetua esforço ou levanta peso, sofrendo limitação aos movimentos de inclinação frontal
e lateral, além de perda de resistência e equilíbrio e limitação local pela lesão em seu joelho
direito.
Após, o médico solicitou afastamento do assistido de suas atividades laborativas
por 30 (trinta) dias. Conforme registro médico assinado pelo médico clínico geral, Dr.
Herreira Neto, datado em 06/02/2014, há relato e data (14/06/2013) que o autor esteve em
busca tratamento fármaco para suas dores na coluna constando no documento
de referência e contra-referência, que nada mais é que o encaminhamento do usuário para
atendimento em níveis de especialização mais complexas .

Neste momento, já em consulta com o Dr. Alberto Ferreira de Souza, médico


especialista em ortopedia e traumatologia, em 14/06/2013, constatou-se ser o autor,
portador de abaulamentos discais em L3-L4 e L4-L5 com redução do sinal de disco
invertebral em L3-L4 (CID 10: M51.0).

Embora o autor estivesse fazendo o acompanhamento e aguardando para


realizar sua cirurgia, este precisava manter suas atividades laborais em razão do seu
sustento, assim já com o histórico das patologias no joelho direito e na coluna, no ano de
2018 o autor ao estar trabalhando perdeu o equilíbrio e lesionou de imediato o seu
joelho esquerdo. Ambos agora com LCA, lesão do ligamento ( CID 10: S83) e o direito com
lesão meniscal (CID 10 - M23).
1
Disponível em: <https://renekusabara.com.br/>.
__________________________________________
Av. Nossa Senhora da Consolata, 613, Centro, CEP: 69.301-011, Boa Vista/RR
dpu.rr@dpu.gov.br - Tel.: (95) 3212-3000| www.dpu.gov.br

Página 4 de 12
1º OFÍCIO GERAL – Boa Vista/RR

Ao retornar novamente as consultas o médico se surpreendeu pois ao informar


ao seu paciente que precisaria assim realizar novo procedimento cirúrgico, o requerente
informou que não havia nem realizado a primeira, que deveria ter sido realizada há pelo
menos oito anos atrás.
Em consoante com as lesões em ambos os joelhos, ocorreu uma grade piora e
diversas crises de dor no autor, que foi encaminhado pelo médico Carlos Cabrejo, no dia
10/08/2018, para a Neurocirurgia devido a Hérnia de disco em L3-L4 e L4-L5 com redução
do sinal de disco invertebral em L3-L4 (CID 10: M51.0).

Ademais, o autor possui também diversos laudos médicos principalmente


referente ao ano de 2019, onde constam a necessidade de afastamento de suas atividades
laborativas: em 01/02/2019 necessitou de 30 dias de afastamento; em 20/08/2019 conforme
o laudo médico e consulta com do Dr. Alberto Ferreira de Souza, ortopedista e
traumatologista, foi relatado pelo médico que:

O paciente Jardel Guimarães Pinheiro faz acompanhamento ortopédico


devido a sua lesão de menisco no joelho direito e aguarda cirurgia para
correção. Assim, não pode trabalhar em serviços braçais com levantamento
de peso. Sugiro adaptação funcional ou afastamento.

E no mês posterior em 17/09/2019, o Dr. Alberto Ferreira de Souza, ortopedista


e traumatologista, relatou que o autor se queixa de dores na coluna lombar e irradiação em
membro inferior esquerdo e direito, faz uso de medicação, refere não ter apresentado
melhora, e por fim, o médico indicou o afastamento de suas atividades laborais.

Em consulta de retorno ao médico Dr. Vitor Paracat Santiago, também


ortopedista e traumatologista, no dia 23/04/2020, o médico expôs no no documento médico
que:
Há o histórico de trauma com lesão no joelho direito, apresentando também
a lesão ligamentar mais cisão meniscal. Aguardando TFD devido a
impossibilidade de realizar funções laborativas devido a dores recorrentes
mais instabilidade. Solicito o afastamento do serviço por 30 (trinta) dias,
para o tratamento fisioterapêutico.

__________________________________________
Av. Nossa Senhora da Consolata, 613, Centro, CEP: 69.301-011, Boa Vista/RR
dpu.rr@dpu.gov.br - Tel.: (95) 3212-3000| www.dpu.gov.br

Página 5 de 12
1º OFÍCIO GERAL – Boa Vista/RR

Além disto, o autor relatou continuar a sentir dores e dificuldade em mexer-se.


Em exame físico realizado pelo médico, relatou dor à palpação na coluna lombar e dores
aos movimentos de inclinação lateral e flexão da coluna lombar com grande limitação
referente aos membros inferiores em razão das lesões em ambos os joelhos, aliás estava
inclusive neste dia fazendo o uso de muletas por conta das limitações e dores ao se
locomover, de modo que o médico indicou afastamento das atividades laborativas por mais
30 dias.
Alegou ainda que as dores que possui iniciaram há mais de 10 (dez) anos, que
estava antes da pandemia a realiza serviço braçal diariamente e refere quedas em seu
trabalho pela perda de equilíbrio e ausência de resistência em seus membros inferiores.
Sendo assim, resta notório, em consonância com os laudos médicos da parte do
autor, que este encontra-se incapacitado de exercer atividades laborativas sem que haja o
agravamento de sua saúde.

Ainda, vale ressaltar que a data de início da incapacidade (DII) da parte


requerente é do ano de 2010, consoante documentos e históricos médicos em anexo.
No entanto, após ser cessado o benefício no ano de 2011, a outra data referente ao
início da incapacidade (DII) da parte requerente em razão de nova solicitação do
auxílio doença foi no ano de 2019 no qual também foi cessado no mesmo ano.

Em razão dos fatos expostos, a decisão do INSS merece ser reformada, com a
consequente procedência do pedido, porquanto ao autor possui incapacidade laborativa,
devendo lhe ser concedido o benefício previdenciário.

III. DA FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA

a) Do auxílio doença e da aposentadoria por invalidez


Conforme o art. 25, I, da Lei 8.213/1991, a parte autora possui qualidade de
segurado, uma vez que cumpre o período de carência desde 07.01.2008, conforme CNIS e
CTPS, em anexo.
Segundo os artigos 59 a 63 da Lei 8.213/91, o auxílio-doença será devido ao
segurado que ficar incapacitado para o trabalho por mais de quinze dias consecutivos e
__________________________________________
Av. Nossa Senhora da Consolata, 613, Centro, CEP: 69.301-011, Boa Vista/RR
dpu.rr@dpu.gov.br - Tel.: (95) 3212-3000| www.dpu.gov.br

Página 6 de 12
1º OFÍCIO GERAL – Boa Vista/RR

enquanto persistir a incapacidade com expectativa de recuperação. Ademais, não será


suspenso ou cessado o benefício até que seja tido o segurado por reabilitado para sua
profissão ou para uma nova função, ou aposentado por invalidez, se considerado
irrecuperável.
Ressalta-se, por oportuno, que o auxílio-doença consiste em um benefício de
caráter temporário, sendo devido ao segurado apenas enquanto durar a incapacidade
suscetível de recuperação, pois, caso se constate a irreversibilidade da situação, será
ele aposentado por invalidez, ou, caso recuperado, será cessado o benefício.
Verificou-se, ademais, que o requerente encontra-se incapacitado de exercer
atividades laborativas, conforme demonstrado em atestados e laudos recentes, como
também a necessidade de realizar procedimentos cirúrgicos.
Quanto à condição de segurado da parte requerente, não perde, como
pacificamente reconhecido pela jurisprudência, a qualidade de segurado quem, mesmo sem
contribuir, permanece inapto ao exercício de suas funções habituais. A este respeito, calha
transcrever o seguinte julgado:

AGRAVO INTERNO - PREVIDENCIÁRIO - AUXÍLIO-DOENÇA -


PRESCRIÇÃO DO FUNDO DE DIREITO - NÃO OCORRÊNCIA -
CESSAÇÃO DAS CONTRIBUIÇÕES EM DECORRÊNCIA DE
INCAPACIDADE - MANUTENÇÃO DA QUALIDADE DE SEGURADO.
1. Agravo Interno em ação ajuizada em face do INSS, objetivando a
concessão do benefício de auxílio-doença. 2. Alegação da autarquia no
sentido de que teria ocorrido a prescrição do fundo de direito e que o autor
não possuía a qualidade de segurado. 3. Ainda que se admita a incidência
do prazo extintivo aos benefícios concedidos antes das alterações
introduzidas no artigo 103 da Lei 8.213/91, entendimento sobre o qual tenho
reservas, fato é que tal prazo foi fixado em 10 anos. Assim, verificada a
incapacidade em dezembro de 1992, e ocorrido o ajuizamento em janeiro de
2002, não há que se falar em prescrição, considerada a actio nata. 4.
Também não assiste razão à autarquia ao alegar que o autor não mantinha
a condição de segurado à época da eclosão da incapacidade, pois como já
é cediço na jurisprudência do STJ, e assim foi reconhecido na decisão
anterior, não perde a qualidade de segurado aquele que deixa de contribuir
por período superior a doze meses em razão de ter sido acometido por
males que o tornaram incapacitado para o trabalho. 5. Agravo Interno
conhecido, mas não provido. (TRF2 - REO 200251020004080 - REO -
REMESSA EX OFFICIO – 460598 - Relator (a) - Desembargador Federal
ABEL GOMES - Sigla do órgão - TRF2 - Órgão julgador - PRIMEIRA
TURMA ESPECIALIZADA - E-DJF2R - Data:03/02/2011 - Página:08). (Grifo
nosso).

__________________________________________
Av. Nossa Senhora da Consolata, 613, Centro, CEP: 69.301-011, Boa Vista/RR
dpu.rr@dpu.gov.br - Tel.: (95) 3212-3000| www.dpu.gov.br

Página 7 de 12
1º OFÍCIO GERAL – Boa Vista/RR

Com efeito, a data de início da incapacidade (DII) do autor é do ano de 2010,


consoante documentos médicos em anexo.
Impõe-se, diante do exposto, a imediata concessão do benefício de auxílio-
doença, cujos requisitos se encontram devidamente preenchidos.
Caso se verifique tratar-se de incapacidade permanente, requer-se a
concessão do benefício de aposentadoria por invalidez.
Ademais, caso a perícia judicial conclua pela necessidade de acompanhamento
permanente do autor para a realização de atividades da vida diária, requer-se a concessão
do acréscimo do art. 45 da Lei nº. 8.213/1991.

IV. DA REABILITAÇÃO PROFISSIONAL

Conforme determina o art. 62 da Lei n° 8.213/1991, o segurado o segurado em


gozo de auxílio-doença, insuscetível de recuperação para sua atividade habitual, deverá
submeter-se a processo de reabilitação profissional para o exercício de outra atividade.

Nesse sentido, não será suspenso ou cessado o benefício até que haja a
reabilitação do segurado para sua profissão ou para uma nova função que lhe garanta a
subsistência, ou aposentado por invalidez, se considerado irrecuperável.
Portanto, requer seja determinado à autarquia previdenciária que mantenha o
benefício da parte autora até que haja o encerramento do processo de reabilitação, já que é
impossível seu retorno às mesmas atividades.

V. DA TUTELA DE URGÊNCIA

O caso vertente, induvidosamente, comporta a antecipação dos efeitos da tutela


pretendida, na forma do artigo 300 do CPC. A plausibilidade do direito vindicado repousa
no acervo documental reunido, que atesta o estado de saúde da parte requerente, e o
perigo de dano irreparável decorre da própria natureza alimentar do benefício, sobretudo em
se tratando de pessoa desprovida de recursos financeiros, que fica impossibilitada de prover
seu sustento pelo trabalho.
Nesse cenário, o provimento de tutela de urgência que assegure a concessão do
benefício do auxílio-doença é medida que se impõe.

__________________________________________
Av. Nossa Senhora da Consolata, 613, Centro, CEP: 69.301-011, Boa Vista/RR
dpu.rr@dpu.gov.br - Tel.: (95) 3212-3000| www.dpu.gov.br

Página 8 de 12
1º OFÍCIO GERAL – Boa Vista/RR

VI. DO PREQUESTIONAMENTO

Nesta oportunidade, prequestiona-se, desde já, os dispositivos constitucionais


mencionados nesta petição inicial, para que, eventualmente, seja possível a interposição de
recurso extraordinário.

VII. DOS PEDIDOS

Ante o exposto, requer:

a) os benefícios da Justiça Gratuita, e a observância das prerrogativas dos


Defensores Públicos Federais, à luz do artigo 98 do CPC e da Lei
Complementar nº 80/94 (art. 44, inciso I);

b) a tutela de urgência, para que se lhe conceda imediatamente o


pagamento das prestações do benefício previdenciário de auxílio-doença,
devendo mantê-lo enquanto persistir a enfermidade ensejadora do
benefício; caso Vossa Excelência entenda não ser possível deferir a
medida requerida neste momento, seja ela determinada após a perícia
médica, nos termos do art. 303 do CPC;

c) caso seja constatado, por meio do laudo pericial, a condição de invalidez


(incapacidade insuscetível de reabilitação para o exercício de qualquer
atividade), requer a concessão da tutela provisória de urgência,
determinando-se ao INSS que inicie imediatamente o pagamento das
prestações do benefício previdenciário de aposentadoria por invalidez,
com fulcro no artigo 77 do Decreto n.º 3.048/1999 c/c arts. 62 e 101 da
Lei n.º 8.213/1991;

d) a determinação ao INSS para que, na primeira oportunidade em que se


pronunciar nos autos, apresente o Processo de Concessão do
Benefício Previdenciário para apuração dos valores devidos à Parte
Autora, conforme determinado pelo art. 11 da Lei n.º 10.259/2001, sob
pena de cominação de multa diária, nos termos do art. 139, IV, do CPC, a
ser fixada por este Juízo;
__________________________________________
Av. Nossa Senhora da Consolata, 613, Centro, CEP: 69.301-011, Boa Vista/RR
dpu.rr@dpu.gov.br - Tel.: (95) 3212-3000| www.dpu.gov.br

Página 9 de 12
1º OFÍCIO GERAL – Boa Vista/RR

e) seja declarada a manutenção da qualidade de segurada da autora;

f) seja declarado o preenchimento dos requisitos de carência;

g) a citação do INSS para, querendo, contestar a presente ação;

h) a designação de audiência de conciliação;

i) sejam julgados procedentes todos os pedidos deduzidos nesta peça


inaugural, condenando-se o INSS a conceder-lhe o benefício de auxílio-
doença desde a data do requerimento administrativo, ou o benefício da
aposentadoria por invalidez, bem como o pagamento dos atrasados

j) seja determinado que o médico perito responda fundamentadamente os


quesitos abaixo indicados;

k) caso a perícia verifique a existência de incapacidade permanente, a sua


conversão em aposentadoria por invalidez, bem como o acréscimo
previsto no art. 45 da Lei nº. 8.213/1991, caso se reconheça a
necessidade de acompanhamento permanente da autora;

l) requer a realização de perícia social para que sejam analisados os


elementos socioeconômicos, profissionais e culturais em que está
inserida a parte autora e a consequente condenação do INSS à
concessão da aposentadoria por invalidez (social) desde a cessação do
auxílio-doença assim como ao pagamento dos valores acumulados;

m) a reabilitação profissional da autora se caso for indeferido o benefício


previdenciário de auxílio doença, conforme previsto no art. 62 da Lei n°
8.213/1991.

Requer a produção de todas as provas admissíveis, em especial as documentais


em anexo e a perícia médica e socioeconômica a ser admitida e realizada em juízo.

Dá-se à causa o valor de R$ 35.079,27 (trinta e cinco mil, setenta e nove reais e
noventa e dois centavos), na forma do art. 292, I, §2º do CPC.

__________________________________________
Av. Nossa Senhora da Consolata, 613, Centro, CEP: 69.301-011, Boa Vista/RR
dpu.rr@dpu.gov.br - Tel.: (95) 3212-3000| www.dpu.gov.br

Página 10 de 12
1º OFÍCIO GERAL – Boa Vista/RR

Boa Vista/RR, 16 de março de 2021.

RAQUEL GIOVANINI DE MOURA


Defensora Pública Federal

NATHÁLIA KAROLINE GOMES RODRIGUES


Estagiária da Defensoria Pública da União

__________________________________________
Av. Nossa Senhora da Consolata, 613, Centro, CEP: 69.301-011, Boa Vista/RR
dpu.rr@dpu.gov.br - Tel.: (95) 3212-3000| www.dpu.gov.br

Página 11 de 12
1º OFÍCIO GERAL – Boa Vista/RR

QUESITOS PARA A PERÍCIA MÉDICA

1 – Qual a profissão que a parte autora exercia e qual sua idade?

2 - A atividade exercida demanda esforço físico e movimentação corporal?

3 - A parte autora possui alguma enfermidade ou lesão?

4 – Qual é a manifestação clínica verificada após a enfermidade ou lesão?

5 – Após a lesão ou enfermidade e suas manifestações clínicas, é possível concluir que


estas geram incapacidade para o exercício laboral da atividade específica da parte autora?

6 – Há risco ou agravamento da enfermidade, caso a parte autora continue exercendo a


mesma atividade específica?

7 – Há risco pessoal ou para terceiros, caso a parte autora continue exercendo a mesma
atividade específica?

8 – Há possibilidade de reabilitação profissional, considerando as características pessoais


da parte autora?

__________________________________________
Av. Nossa Senhora da Consolata, 613, Centro, CEP: 69.301-011, Boa Vista/RR
dpu.rr@dpu.gov.br - Tel.: (95) 3212-3000| www.dpu.gov.br

Página 12 de 12

Você também pode gostar