Você está na página 1de 18

Processo 5025974-27.2019.4.02.

5001/ES, Evento 1, INIC1, Página 1

AO JUIZO DO _ JUIZADO ESPECIAL FEDERAL – SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO


DO ESPÍRITO SANTO

PATRICIA COELHO MATTOS, brasileira, solteira, preparadora de serviços,


portadora do documento de identidade sob o n.º 3.187.103, CPF sob o n.º
130.593.447-44, e-mail: patriciaarthurmattos@gmail.com, residente e
domiciliada na Rua Bezerra de Menezes, 342, Praia de Itapoã, Vila velha,
Espírito Santo, CEP: 29101-642, vem, respeitosamente, por meio de sua
advogada devidamente constituída conforme instrumento de procuração em
anexo (art. 36 do CPC), com escritório situado à Rua Professor Annor da Silva,
nº 15, Boa Vista II, Vila Velha - ES, CEP 29102-770, Tel.: 3421-2104 – Núcleo
de Prática Jurídica da Universidade de Vila Velha (NUPRAJUR-UVV), onde
deverá receber intimações, à presença de Vossa Excelência propor a presente

AÇÃO PREVIDENCIÁRIA - BENEFÍCIO DE AUXÍLIO DOENÇA C/C PEDIDO DE


TUTELA PROVISÓRIA

contra o INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL (INSS), pessoa jurídica de


direito público, na pessoa de seu representante legal da procuradoria federal da
autarquia previdenciária, com endereço na avenida Luciano das Neves, lado ímpar, S/N,
bairro Boa Vista, Vila Velha/ES, CEP: 29.107-370, pelos fatos e fundamentos que a
seguir aduz.

CAMPUS - BOA VISTA


Rua Prof. Annor da Silva– Boa Vista, Município de Vila Velha-ES, CEP 29.102-770
Telefone: Geral - (27) xx 3421-2104 – Escritório ModeloInternet: www.uvv.brr
Processo 5025974-27.2019.4.02.5001/ES, Evento 1, INIC1, Página 2

1- DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA

A requerente não tem condições financeiras para demandar em juízo sem


prejuízo do sustento próprio ou de sua família, sendo assim, requer o deferimento da
Gratuidade da Justiça, com fulcro no artigo 5º, LXXIV, CF e artigo 98 do CPC/15, ficando
a mesma dispensada do pagamento de quaisquer despesas processuais, com as
devidas comprovações anexadas.

2- FATOS

A Parte Autora que tem sofrido com dores no punho direito desde 2015, o
que tem impossibilitado de realizar suas atividades, nesta mesma época se submeteu
a tratamento de fisioterapia, não tendo efetiva melhora, entretanto continuou
trabalhando até agosto de 2016. No ano de 2018 fez jus ao benefício de salário-
maternidade.

Insta ressaltar que desempenhava a função de preparadora de serviços


desde Abril de 2014, conforme comprovação da CTPS (em anexo), que consiste na
realização das seguintes atividades: Arremate de sola de sapatos de bebês, e que
manuseava ininterruptamente tesoura para corte de sobra de borracha, relata ainda que,
arrematava cerca de 3.000 a 4.000 sapatos por dia.

Contudo continuava a sentir fortes dores no expediente, por esse motivo,


procurou novamente orientação médica, tendo sido diagnosticada com Sinovite (CID M
65.9), conforme laudos médicos em anexo.

CAMPUS - BOA VISTA


Rua Prof. Annor da Silva– Boa Vista, Município de Vila Velha-ES, CEP 29.102-770
Telefone: Geral - (27) xx 3421-2104 – Escritório ModeloInternet: www.uvv.brr
Processo 5025974-27.2019.4.02.5001/ES, Evento 1, INIC1, Página 3

A Sinovite é a inflamação da membrana sinovial, um tecido que reveste a


parte interna de algumas articulações, e por isso a Sinovite pode acontecer no pé,
tornozelo, joelho, quadril, mão, punho, cotovelo ou ombro. Nessa doença a membrana
sinovial, que é responsável por produzir o líquido sinovial, fica mais espessa e surgem
mais vasos sanguíneos, o que causa sangramento dentro da articulação.

Segundo site especializado, a Sinovite manifesta-se através de sintomas


como: Aumento da temperatura na articulação, que pode ser sentida pelo toque; Dor ao
movimentar a articulação afetada; Local pode ficar mais avermelhado; Pode haver um
pequeno inchaço local; Dificuldade em movimentar a articulação e o membro afetado
devido a dor ou inchaço.

Pois bem, a AUTORA vem sentido fortes dores, tentando através de


sessões de fisioterapia e tomando medicamentos anti-inflamatórios sanar seu problema
de saúde. Atualmente não consegue fazer movimentos com o braço direito e que muitas
vezes este mesmo braço fica dormente, não consegue fazer inclusive os afazeres
domésticos como varrer, lavar louças, sem que seja acometida por fortes dores. Apesar
de realizar constante tratamento médico, não apresenta melhoras no seu quadro clínico,
o que a torna incapaz para o seu trabalho habitual na função de preparadora de serviços.

Diante do seu quadro clínico, postulou, em 19/12/2018, a concessão de


benefício por incapacidade laborativa, o qual restou indeferido pelo Instituto Nacional do
Seguro Social, por entender que não foi constatada a incapacidade para o trabalho.

Porém, conforme se extrai dos atestados e exames anexos a Autora


continua doente e sem condições de trabalho. Assim, busca a tutela jurisdicional para
ver garantido o seu direito de receber o benefício de auxílio-doença.

CAMPUS - BOA VISTA


Rua Prof. Annor da Silva– Boa Vista, Município de Vila Velha-ES, CEP 29.102-770
Telefone: Geral - (27) xx 3421-2104 – Escritório ModeloInternet: www.uvv.brr
Processo 5025974-27.2019.4.02.5001/ES, Evento 1, INIC1, Página 4

3- FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA

No caso apresentado a requerente vê-se privada de seu direito a


subsistência pelo fato da negativa do INSS para a concessão do auxílio doença,
benefício esse necessário visto que a mesma se encontra incapacitada para
realizar sua atividade laboral habitual.

O artigo 201, inciso I, da Constituição Federal dispõe ser de


responsabilidade da previdência social a proteção do trabalhador em hipóteses
de doença, como em comento, in verbis:

Art. 201. A previdência social será organizada


sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de
filiação obrigatória, observados critérios que preservem o
equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da
lei, a:
I. cobertura dos eventos de doença, invalidez,
morte e idade avançada.

A pretensão que fundamenta a presente ação judicial vem amparada


no art. 59 da Lei n.º 8.213/91, que dispõe:

Art. 59. O auxílio-doença será devido ao segurado que,


havendo cumprido, quando for o caso, o período de
carência exigida nesta Lei, ficar incapacitado para o seu
trabalho ou para a sua atividade habitual; por mais de
15 (quinze) dias consecutivos.

É exigência legal que para concessão do auxílio doença o requerente


deste benefício tenha contribuído durante 12 meses, conforme previsto na Lei
de previdência social em seu artigo 25, in verbis:

CAMPUS - BOA VISTA


Rua Prof. Annor da Silva– Boa Vista, Município de Vila Velha-ES, CEP 29.102-770
Telefone: Geral - (27) xx 3421-2104 – Escritório ModeloInternet: www.uvv.brr
Processo 5025974-27.2019.4.02.5001/ES, Evento 1, INIC1, Página 5

Art. 25. A concessão das prestações


pecuniárias do Regime Geral de Previdência Social
depende dos seguintes períodos de carência, ressalvado o
disposto no art. 26:
I. auxílio doença e aposentadoria por invalidez:
12 (doze) contribuições mensais.

Conforme cópia da CTPS, a requerente contribui com o INSS há mais


de 10 anos, o que demonstra que a requerente possui outro requisito legal que
lhe garante o recebimento do benefício almejado.

De acordo com os atestados e exames anexos, a Parte Autora sofre


de Sinovite (CID M 65.9), doença que provoca fortes dores, impossibilitando o
seu retorno ao trabalho.

Também, in casu, não se pode perder de vista o parecer técnico do


médico assistente da Parte Autora, indicando que, atualmente, está incapacitada
temporariamente para o trabalho. Tudo isto é o que se pode extrair do laudo
médico anexo.

Atestado/ Laudo médico – Doutor Ricardo Feres,


especialista em Ortopedia e Traumatologia, CRM-ES
3.108.
Conclusão: Paciente com dor no punho direito, com
dificuldades para flexão e extensão, em tratamento sem
melhora do quadro clínico.

O diagnóstico feito pelos peritos médicos do INSS foi realizado de


forma superficial e, inobstante o conhecimento profissional destes profissionais,
não é crível que uma mera análise superficial da pessoa periciada dê elementos
suficientes para fins de deferimento ou indeferimento do benefício postulado.

CAMPUS - BOA VISTA


Rua Prof. Annor da Silva– Boa Vista, Município de Vila Velha-ES, CEP 29.102-770
Telefone: Geral - (27) xx 3421-2104 – Escritório ModeloInternet: www.uvv.brr
Processo 5025974-27.2019.4.02.5001/ES, Evento 1, INIC1, Página 6

Ressalta-se que o posicionamento administrativo da autarquia-ré,


dando alta, ao segurado sabidamente doente, apresenta-se desarrazoado e
descampado do direito em vigor escoltado na Carta Magna de 1988 que, dentre
outros, assegura a todos os cidadãos brasileiros um mínimo de “dignidade
humana” e, em especial, “cobertura plena” aos inscritos no Regime Geral de
Previdência Social quando na ocorrência de eventos de “doença” e de
“incapacidade laboral”.

Nada disso restou observado pelo INSS no presente caso!

Portanto, é certo que o diagnóstico médico da Parte Autora, impede,


sem sombras de dúvidas, que exerça sua atividade laborativa, sob pena de
agravamento das moléstias, uma vez que para se curar necessita de tratamento
médico adequado, fazendo jus ao benefício de auxílio-doença.

Nesse sentido:

PREVIDENCIÁRIO. REEXAME NECESSÁRIO. AUXÍLIODOENÇA.


INTERRUPÇÃO. REQUISITOS PREENCHIDOS.
REESTABELECIMENTO DO BENEFÍCIO. REMESSA IMPROVIDA. 1.
Ao segurado do INSS é garantida a percepção de auxílio-doença
quando, em razão de acidente ou doença, ficar incapacitado para o seu
trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias
consecutivos. 2. Persistindo a causa da incapacidade para o exercício
da atividade habitual do segurado, não poderia ser cessado o benefício
até que o segurado fosse dado como habilitado para o desempenho de
nova atividade que lhe garanta a subsistência. Inteligência do art. 62
da Lei nº. 8.213/91. 3. Remessa desprovida. (TJ-MA - REEX:
0426962014 MA 0031053-26.2012.8.10.0001, Relator: LOURIVAL DE
JESUS SEREJO SOUSA, Data de Julgamento: 24/09/2015,
TERCEIRA CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 06/10/2015)

APELAÇÃO CÍVEL - PEDIDO DE CONCESSÃO DE BENEFÍCIO


PREVIDENCIÁRIO - INCAPACIDADE PARA O EXERCÍCIO DA
ATIVIDADE HABITUAL - PRESENÇA DOS REQUISITOS PARA A
CONCESSÃO DO AUXÍLIO-DOENÇA - INTELIGÊNCIA DO ARTIGO
59 DA LEI 8.213/91 - HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS - CRITÉRIOS
DE FIXAÇÃO - INTELIGÊNCIA DO ARTIGO 20, § 3º, DO CÓDIGO DE
PROCESSO CIVIL E SÚMULA 111, DO SUPERIOR TRIBUNAL DE
CAMPUS - BOA VISTA
Rua Prof. Annor da Silva– Boa Vista, Município de Vila Velha-ES, CEP 29.102-770
Telefone: Geral - (27) xx 3421-2104 – Escritório ModeloInternet: www.uvv.brr
Processo 5025974-27.2019.4.02.5001/ES, Evento 1, INIC1, Página 7

JUSTIÇA. 1. É devido o benefício de auxílio-doença ao segurado que,


pós cumprido o período de carência, ficar incapacitado para o seu
trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 dias
consecutivos, nos termos do disposto no artigo 59, caput, da Lei
8.213/91. 2. Os honorários advocatícios foram arbitrados de forma
razoável e com observância aos critérios previstos no artigo 20, § 3º,
do Código de Processo Civil, e Súmula 111, do Superior Tribunal de
Justiça. 3. Apelação desprovida. (TJ-PR - AC: 5821285 PR 0582128-
5, Relator: Guilherme Luiz Gomes, Data de Julgamento: 11/08/2009,
7ª Câmara Cível, Data de Publicação: DJ: 226)

AGRAVO DE INSTRUMENTO. ACIDENTE DE TRABALHO. AUXÍLIO-


DOENÇA. RESTABELECIMENTO DE BENEFÍCIO EM TUTELA
PROVISÓRIA DE URGÊNCIA. POSSIBILIDADE NO CASO
CONCRETO. VEDAÇÃO DE FIXAÇÃO DE ALTA PROGRAMADA
PARA BENEFÍCIO JUDICIALMENTE REATIVADO.
IMPOSSIBILIDADE DE PREDEFINIÇÃO DO TEMPO NECESSÁRIO
PARA A RETOMADA, PELO SEGURADO, DE SUA CAPACIDADE
LABORAL. DECISÃO MANTIDA. 1. A presença dos pressupostos do
artigo 300 do novo CPC autoriza a concessão da tutela provisória de
urgência contra a autarquia previdenciária. 2. Caso concreto em que o
distúrbio ortopédico que acomete a parte autora (sinovite crepitante
crônica da mão e do punho) impõe ponderável limitação física para o
regular desempenho da sua atividade laboral de costume, pelo que faz
jus, em princípio, ao benefício postulado. 3. Ademais, é fato comum e
notório que muitas doenças, sequelas e sintomas não evoluem bem
durante os tratamentos médicos a que são submetidos certos
segurados, sobretudo em função das múltiplas circunstâncias fáticas e
variantes clínicas que influem no processo de recuperação de cada
paciente. Nesse contexto, afigura-se descabida a prefixação de uma
data específica de cessação do benefício concedido, tendo em conta a
impossibilidade de se prever como será a resposta do segurado ao seu
tratamento... Incerteza sobre a evolução do quadro clínico da
acidentada que inviabiliza - por via de consequência - a predefinição
do lapso temporal que lhe será necessário para recobrar sua
capacidade laboral. Precedentes jurisprudenciais. 4. Por outro lado, a
concessão, a manutenção ou o restabelecimento liminar de prestações
acidentárias - enquanto não encerrada a instrução processual -
representam medidas de verdadeira prudência, em atenção ao caráter
alimentar da verba previdenciária. Decisão confirmada. AGRAVO DE
INSTRUMENTO DESPROVIDO. (Agravo de Instrumento Nº
70074004284, Nona Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator:
Carlos Eduardo Richinitti, Julgado em 25/10/2017). (TJ-RS - AI:
70074004284 RS, Relator: Carlos Eduardo Richinitti, Data de
Julgamento: 25/10/2017, Nona Câmara Cível, Data de Publicação:
Diário da Justiça do dia 31/10/2017).

CAMPUS - BOA VISTA


Rua Prof. Annor da Silva– Boa Vista, Município de Vila Velha-ES, CEP 29.102-770
Telefone: Geral - (27) xx 3421-2104 – Escritório ModeloInternet: www.uvv.brr
Processo 5025974-27.2019.4.02.5001/ES, Evento 1, INIC1, Página 8

Assim sendo, o indeferimento do benefício previdenciário não


encontra suporte na legislação pátria, uma vez que a Parte Autora preenche
todos os requisitos necessários à concessão do benefício de auxílio-doença,
tendo em vista que não possui condições de exercer seu labor temporariamente.
Desse modo, requer a concessão do benefício de auxílio doença, desde o
requerimento administrativo administrativo.

4- TUTELA PROVISÓRIA

O código de processo civil prevê em seu artigo 300 os requisitos para


concessão da tutela de urgência, como em comento, in verbis:

Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando


houver elementos que evidenciem a probabilidade do
direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do
processo.

No presente caso, verifica-se a incidência dos requisitos impostos por lei,


havendo a probabilidade do direito, uma vez que a requerente contribui com o
INSS há mais de dez anos, conforme demonstrado através da CTPS, bem como
possuir os laudos médicos que comprovam a sua incapacidade laborativa.

Ademais, a requerente não consegue exercer sua atividade pelas fortes dores
sofridas, que a impossibilitam de prover sua subsistência, já que não possui outra
renda financeira a não ser a que conseguia pelo exercício de sua atividade.

Diante disso, comprova-se a presença do requisito de risco de dano, tendo em


vista que a requerente necessita desse benefício para arcar com sua
subsistência, tendo que recorrer ao auxílio de sua família para superar as
dificuldades financeiras.

CAMPUS - BOA VISTA


Rua Prof. Annor da Silva– Boa Vista, Município de Vila Velha-ES, CEP 29.102-770
Telefone: Geral - (27) xx 3421-2104 – Escritório ModeloInternet: www.uvv.brr
Processo 5025974-27.2019.4.02.5001/ES, Evento 1, INIC1, Página 9

Dessa forma, requer a Vossa Excelência, desde já, A CONCESSÃO


LIMINARMENTE DO PEDIDO ora pleiteado nos presentes autos de modo que
venha deferir à parte requerente o auxílio doença.

5- PEDIDOS

Diante do exposto, requer:

1) Seja concedida a gratuidade de justiça nos moldes do art. 98 do CPC,


uma vez que a requerente declara ser pobre no sentido da lei, conforme
comprovação em anexa;
2) A concessão da tutela antecipada, na forma do art. 300 do CPC, para que
a autarquia ré conceda o benefício imediatamente, pois é evidente que o
não recebimento do mesmo, acarretará prejuízos irreparáveis a parte
autora;
3) A citação da autarquia ré, já qualificada nos autos para oferecer resposta
com as advertências previstas no art. 20 da Lei 9.099/95 c/c o art. 1º da
Lei 10.259/01;
4) Seja nomeado médico especialista na área de ortopedia, para
constatação do direito pleiteado;
5) Sejam julgados procedentes todos os pedidos, condenando-se o INSS a
concessão, em favor da autora, do BENEFÍCIO DE AUXÍLIO DOENÇA a
partir do requerimento administrativo que se deu no dia 19/12/2018, com
pagamento das prestações vencidas e vincendas, corrigidas
monetariamente e acrescidas de juros moratórios legais, contados da
citação até a data do efetivo pagamento;
6) Sendo constatada a incapacidade da autora como definitiva, seja
transformado o benefício de auxílio doença em APOSENTADORIA POR
INVALIDEZ;

CAMPUS - BOA VISTA


Rua Prof. Annor da Silva– Boa Vista, Município de Vila Velha-ES, CEP 29.102-770
Telefone: Geral - (27) xx 3421-2104 – Escritório ModeloInternet: www.uvv.brr
Processo 5025974-27.2019.4.02.5001/ES, Evento 1, INIC1, Página 10

7) Requer ainda a produção de todos os meios de provas em direito


admitidos, em especial a pericial;

8) Dá-se à causa o valor de R$23.000,00 (vinte e três mil reais)


Termos em que,
Pede deferimento.

Vila Velha/ES, 8 de novembro de 2019.

LIVIA HERINGER PEVIDOR BERNARDES


OAB/ES nº 22.269

MYLENA FREITAS FERRARI / LEONARDO DA MOTA ROSSATI

ACADÊMICOS DE DIREITO

CAMPUS - BOA VISTA


Rua Prof. Annor da Silva– Boa Vista, Município de Vila Velha-ES, CEP 29.102-770
Telefone: Geral - (27) xx 3421-2104 – Escritório ModeloInternet: www.uvv.brr
Processo 5025974-27.2019.4.02.5001/ES, Evento 4, CONT1, Página 1

ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO
PROCURADORIA-GERAL FEDERAL
PROCURADORIA FEDERAL NO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
GEAC/NPREV - GERÊNCIA DE ATUAÇÃO EM CONTENCIOSO DO NPREV
RUA JOSÉ ALEXANDRE BUAIZ, 160, ED. LONDON OFFICE TOWER, 11º ANDAR, SALA 1107, ENSEADA DO SUÁ, VITÓRIA-ES - CEP: 29.050-545 TELEFONE (27) 3041-4300 -

FAX: (27) 3041-4319 - E-MAIL: PF.ES@AGU.GOV.BR

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) JUIZ(A) DO(A) JUÍZO FEDERAL DA 3º JUIZADO ESPECIAL DE


VITÓRIA

NÚMERO: 5025974-27.2019.4.02.5001
REQUERENTE(S): PATRICIA COELHO MATTOS
REQUERIDO(S): INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS, pessoa jurídica de direito público,


representado(a) pelo membro da Advocacia-Geral da União infra assinado(a), vem, respeitosamente, à
presença de Vossa Excelência, apresentar,

CONTESTAÇÃO

à pretensão da parte autora, pelos fundamentos fáticos e jurídicos a seguir aduzidos:

I - DA CAUSA:

Pretende a parte autora obter a concessão de benefício previdenciário por incapacidade.

Não faz jus a parte autora ao benefício pretendido, pelas razões abaixo.

II – DO MÉRITO:

A legislação vigente determina que para concessão do auxílio-doença, faz-se necessária a


demonstração de que o segurado encontra-se incapacitado para o trabalho por mais de quinze dias
consecutivos, como se pode ver do art. 59 da Lei n.º 8.213/91:

Art. 59. O auxílio-doença será devido ao segurado que, havendo cumprido, quando for o
caso, o período de carência exigido nesta Lei, ficar incapacitado para o seu trabalho ou
para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.
Parágrafo único. Não será devido auxílio-doença ao segurado que se filiar ao Regime
Geral de Previdência Social já portador da doença ou da lesão invocada como causa
para o benefício, salvo quando a incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou
agravamento dessa doença ou lesão.

Sobre a aposentadoria por invalidez, assim dispõe o art. 42 da Lei nº 8.213/91:


Processo 5025974-27.2019.4.02.5001/ES, Evento 4, CONT1, Página 2

Art. 42. A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência
exigida, será devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for
considerado incapaz e insuscetível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe
garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.
...
§ 2º A doença ou lesão de que o segurado já era portador ao filiar-se ao Regime Geral de
Previdência Social não lhe conferirá direito à aposentadoria por invalidez, salvo quando
a incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou agravamento dessa doença ou
lesão.

Assim, verifica-se que a concessão dos referidos benefícios pressupõe que o segurado
esteja incapaz para o trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias
consecutivos no caso do auxílio-doença ou que o segurado esteja totalmente incapaz e ainda
insuscetível de REABILITAÇÃO para o exercício de QUALQUER ATIVIDADE que lhe garanta a
subsistência no caso de aposentadoria por invalidez.

Por outro, a concessão de ambos também depende da comprovação de que:

1. a parte autora detém/mantém a qualidade de segurado;


2. cumpriu a carência de 12 meses (salvo rol do art. 151);
3. a incapacidade é posterior ao ingresso/reingresso no RGPS.

Além disso, quanto ao auxílio-acidente, assim dispõe a Lei 8213/91:

Art. 86. O auxílio-acidente será concedido, como indenização, ao segurado quando, após
consolidação das lesões decorrentes de acidente de qualquer natureza, resultarem
seqüelas que impliquem redução da capacidade para o trabalho que habitualmente
exercia.

Verifica-se que o benefício de auxílio acidente é reparador, ou seja, não visa a


substituição do salário de contribuição do segurado, tendo como requisito fundamental a existência de
seqüela que reduza definitivamente a capacidade laborativa. Assim, o deferimento do benefício em
tela pressupõe a ocorrência concomitante dos seguintes requisitos:

a) que tenha havido um acidente de qualquer natureza ou a ocorrência de doença


relacionados com a atividade profissional;
b) que deste acidente ou doença resultem seqüelas; e
c) que haja redução da capacidade funcional.

Outrossim, caso haja pedido neste sentido, a Lei n. 8.213/91 possibilita aos aposentados
por invalidez que necessitem do auxílio permanente de outra pessoa o recebimento do adicional de
25% previsto no art. 45. Entretanto, há que ficar bem nítido que o pagamento do adicional de 25%
nunca foi automático para todos os aposentados por invalidez.Pelo contrário, somente aqueles
aposentados por invalidez que comprovem, através de laudo médico, que necessitavam da ajuda
permanente de outra pessoa é que fariam jus ao citado benefício.

Por sua vez assim dispões os artigos 62 e 101 da Lei 8213/91, especificamente quanto à
reabilitação:

Art. 62. O segurado em gozo de auxílio-doença, insusceptível de recuperação para sua


atividade habitual, deverá submeter-se a processo de reabilitação profissional para o
exercício de outra atividade. Não cessará o benefício até que seja dado como habilitado
para o desempenho de nova atividade que lhe garanta a subsistência ou, quando
considerado não-recuperável, for aposentado por invalidez.

Art. 101. O segurado em gozo de auxílio-doença, aposentadoria por invalidez e o


Processo 5025974-27.2019.4.02.5001/ES, Evento 4, CONT1, Página 3

pensionista inválido estão obrigados, sob pena de suspensão do benefício, a submeter-se


a exame médico a cargo da Previdência Social, processo de reabilitação profissional por
ela prescrito e custeado, e tratamento dispensado gratuitamente, exceto o cirúrgico e a
transfusão de sangue, que são facultativos.

Relativamente à qualidade de segurado, é imperativa sua manutenção no momento do


surgimento da incapacidade. Essa manutenção se dá pela constância das situações fáticas ensejadoras
da filiação, na forma dos artigos 10 a 13, estendendo-se pelo período de graça tratado no artigo 15,
todos daquela lei, não se olvidando das regras tratadas na Lei n. 8.212/91 relativamente ao
recolhimento de contribuições.

Frise-se que o indeferimento com base na ausência de um requisito não torna


incontroversos os demais. Tendo em vista que a concessão de benefício é ato administrativo vinculado,
todos os requisitos devem estar presentes.

In casu, o(s) requerimento(s) formulado(s) pela parte autora foi(ram) corretamente


indeferido(s).

Pois bem, não há qualquer razão para afastar a conclusão administrativa que concluiu
pela ausência de preenchimento dos requisitos.

Portanto, a requerente não faz jus ao pedido do beneficio previdenciário em tela.

A título de argumentação, caso seja deferida a concessão do auxílio-doença, requer seja


fixada a DCB, nos termos da nova redação do art. 60, §§ 8º e 9º da Lei nº 8.213/91:

“Art. 60 ...............................................................
.....................................................................................
§ 8o Sempre que possível, o ato de concessão ou de reativação de auxílio-doença,
judicial ou administrativo, deverá fixar o prazo estimado para a duração do
benefício.
§ 9o Na ausência de fixação do prazo de que trata o § 8o deste artigo, o benefício
cessará após o prazo de cento e vinte dias, contado da data de concessão ou de
reativação do auxílio-doença, exceto se o segurado requerer a sua prorrogação
perante o INSS, na forma do regulamento, observado o disposto no art. 62 desta Lei.

Em relação a eventual pedido de indenização por danos morais, o mesmo deve ser
indeferido, uma vez que não se observa, na presente hipótese, qualquer justificativa para o
deferimento, aplicando-se o recente Enunciado n.º 58 aprovado pelas Turmas Recursais do Espírito
Santo, in verbis: "O indeferimento de requerimento administrativo para concessão de benefício
previdenciário ou assistencial somente dá causa à indenização por danos extrapatrimoniais, se
evidente a prática de ato administrativo ilegal ou o exercício abusivo do controle administrativo capaz
de gerar transtorno psicológico excepcional." (Diário Eletrônico da JF da 2ª Região, 12.06.2017, pág.
204)

IV - DOS REQUERIMENTOS

Diante do exposto, requer o INSS:

1. Seja a presente contestação recebida e processada, por tempestiva e regular;

2. Caso se trate de processo sob o rito sumaríssimo dos Juizados Especiais Federais,
requer seja intimada a parte autora para que, sob pena de extinção da ação, renuncie expressamente
aos valores que excedam ao teto de 60 (sessenta) salários mínimos na data da propositura da ação e
que, eventualmente venham a ser identificados ao longo do processo, inclusive em sede de execução,
salvo se constar nos autos que a parte já o fez.
Processo 5025974-27.2019.4.02.5001/ES, Evento 4, CONT1, Página 4

3. Sejam declarados improcedentes os pedidos formulados na exordial;

4. Em caso de eventual procedência, requer:

a observância da prescrição quinquenal


a fixação do termo inicial do benefício na data do laudo pericial que constatou a suposta
incapacidade;
que conste expressamente do dispositivo sentencial a referência de que o benefício
poderá ser cancelado, caso a parte autora retorne voluntariamente ao trabalho ou
recobre a capacidade para o trabalho;
Constar data de cessação do benefício;
que a correção monetária seja feita pelo INPC, nos termos do art. 41-A na Lei
8.213/91, observando o julgamento do RE n° 870.947/SE pelo STF, bem como o
entendimento firmado pelo Superior Tribunal de Justiça em sede de recurso
especial repetitivo, Recursos Especiais nos 1.492.221/PR, 1.495.144/RS e
1.495.146/MG, Tema n° 905/STJ.

Nestes termos, pede deferimento.

Vitória, 20 de novembro de 2019.

assinado digitalmente
CAMILA ALTOÉ TARGA
Procuradora Federal
ROL DE DOCUMENTOS

01- Procuração;
02- Documentos pessoais;
03- Requerimento administrativo com indeferimento do pedido de auxílio-doença;
04- Laudo médico atestando a tendinite no punho direito;
05- Relatório da empresa atestando as atividades desenvolvidas pela autora;
06- Laudo da fisioterapeuta atestando a realização de tratamento no pulso da
autora;
07- Perícia do juízo
08- Novo laudo médico atestando a impossibilidade da autora exercer as atividades
na empresa que é empregada.
Processo 5025974-27.2019.4.02.5001/ES, Evento 49, SENT1, Página 1

Poder Judiciário
JUSTIÇA FEDERAL
Seção Judiciária do Espírito Santo
3º Juizado Especial de Vitória

PROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL Nº 5025974-27.2019.4.02.5001/ES


AUTOR: PATRICIA COELHO MATTOS
RÉU: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

SENTENÇA

Trata-se de demanda objetivando a condenação do INSS a conceder


auxílio-doença desde 19/12/2018, com posterior conversão em aposentadoria por
invalidez.

O requerimento administrativo NB 31/626.093.773-7, formulado em


19/12/2018, foi indeferido porque não foi constatada incapacidade para o trabalho
(Evento 1, INDEFERIMENTO6).

O perito nomeado pelo juízo, especialista em ortopedia, diagnosticou


tendinite do punho direito (quesito 3, evento 39). Afirmou que a autora possui aptidão
para exercer a atividade habitual de preparadora de serviços em fábrica de calçado
infantil.

A autora impugnou o laudo pericial (evento 46):


Processo 5025974-27.2019.4.02.5001/ES, Evento 49, SENT1, Página 2

O perito diagnosticou tendinite do punho direito, mas atestou que os Testes


de Phalen e Frinklestein tiveram resultado negativo e que não havia edema no punho
(quesito 4). Isso basta para fundamentar a conclusão pela ausência de limitações
funcionais (quesito 8). Consequentemente, todos os demais quesitos ficaram
prejudicados. O perito não descreveu sintomas da doença não por ter praticado exame
pericial omisso, mas porque negou a constatação de manifestação de sintomas.

Nos juizados especiais os atos processuais são regidos pela simplicidade e


pela informalidade (art. 2º da Lei nº 9.099/95), razão pela qual o laudo pericial não
precisa conter fundamentação detalhada.

O fato de o perito ter relatado histórico de tendinite não o obriga a


reconhecer incapacidade para o trabalho. Para ter direito ao auxílio-doença ou à
aposentadoria por invalidez, não basta ao segurado comprovar estar doente: é preciso
ficar comprovado que a doença tenha causado alterações que impeçam o desempenho
das funções específicas de uma atividade ou ocupação.

Falta, portanto, pelo menos um dos requisitos necessários à concessão de


benefício por incapacidade (seja auxílio-doença, seja aposentadoria por invalidez), qual
seja, a prova da incapacidade para o trabalho.

Dispositivo

Julgo IMPROCEDENTE o pedido.

Sem honorários advocatícios e custas judiciais (art. 55 da Lei nº 9.099/95 c/c


Processo 5025974-27.2019.4.02.5001/ES, Evento 49, SENT1, Página 3

o art. 1º da Lei nº 10.259/01). Defiro o benefício da assistência judiciária gratuita.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

Documento eletrônico assinado por ROGERIO MOREIRA ALVES, Juiz Federal, na forma do artigo 1º, inciso III, da
Lei 11.419, de 19 de dezembro de 2006 e Resolução TRF 2ª Região nº 17, de 26 de março de 2018. A conferência da
autenticidade do documento está disponível no endereço eletrônico https://eproc.jfes.jus.br, mediante o
preenchimento do código verificador 500000697097v4 e do código CRC f4bb0d2f.

Informações adicionais da assinatura:


Signatário (a): ROGERIO MOREIRA ALVES
Data e Hora: 14/7/2020, às 18:51:43

5025974-27.2019.4.02.5001 500000697097 .V4

Você também pode gostar