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Justiça Federal da 1ª Região

PJe - Processo Judicial Eletrônico

07/11/2023

Número: 1007161-35.2022.4.01.4001
Classe: PROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL
Órgão julgador: Juizado Especial Cível Adjunto à Vara Federal da SSJ de Picos-PI
Última distribuição : 23/11/2022
Valor da causa: R$ 20.000,00
Assuntos: Pessoa com Deficiência
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? SIM
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? SIM
Partes Procurador/Terceiro vinculado
PAULO HENRIQUE BORGES LOPES (AUTOR) VIDAL GENTIL DANTAS (ADVOGADO)
INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL (REU)
Central de Análise de Benefício - Ceab/INSS (TERCEIRO
INTERESSADO)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
14067 23/11/2022 11:10 BENEFÍCIO ASSISTENCIAL Inicial
92788
1
=Advocacia Especializada =
Bel. Vidal Gentil Dantas
OAB – PI 99-B
Rua São José n° 80, 1° andar,
Fone/Fax (089) 3422-3593 Picos – Piauí e-mail: vidalgentil@msn.com

EXMO. SR. DR. JUIZ FEDERAL DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA


SUBSEÇÃO DE PICOS– PIAUÍ.

RESUMO FÁTICO:
BENEFICIO ASSISTENCIAL
DER: 16.11.2021
NB: 710.121.060-1
Motivo do Indeferimento: “Não atende ao requisito de impedimentos de
longo prazo”
Doenças: “ Hemiparesia e limitação de força muscular em antebraço e mão
direita, dores e limitações de mobilidade em membro inferior direito
causados por acidente de moto – CID-10 : M255, S837, G562.”

PAULO HENRIQUE BORGES LOPES, brasileiro,


inscrito no CPF nº 451.533.008-03, portador do RG nº 3.063.965 SSP-PI,
residente e domiciliado na Rua projetada, 323, B. urbano, Picos (PI), através
de seu advogado legalmente constituído consoante mandato procuratório
anexo, com escritório profissional à Rua São José, 80, 1° andar, centro, na
cidade de Picos (PI), vem respeitosamente, à presença de Vossa Excelência
requerer a presente

AÇÃO PREVIDENCIÁRIA DE CONCESSÃO DE


BENEFÍCIO ASSISTENCIAL C/ PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DE TUTELA,

contra o INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO


SOCIAL – INSS, com fundamento nas leis 8.213/91 e 8.742/93, bem como
nos artigos 203, inciso V, da Constituição Federal, 300 e 319 do Novo Código
de Processo Civil, pelas razões fáticas e jurídicas a seguir aduzidas:

“A Justiça atrasada não é Justiçam, senão injustiça qualificada e manifesta”


(Rui Barbosa)

Assinado eletronicamente por: VIDAL GENTIL DANTAS - 23/11/2022 11:09:45 Num. 1406792788 - Pág. 1
https://pje1g.trf1.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22112311042767400001394890949
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PRELIMINARMENTE

DA COMPROVAÇÃO DE RESIDÊNCIA
Que o autor reside em casa cedida pela senhora “Maria
Fatima Ramos”, situada na Rua projetada, 323, B. urbano, Picos (PI),
conforme comprovante de residência em anexo.

ANTECIPAÇÃO DE TUTELA
O art. 300 do Código de Processo Civil, mantém a
possibilidade do pedido de tutela de urgência, com antecipação dos efeitos
da tutela, ligada a pedido que envolve a probabilidade do direito e o perigo
do dano ou risco ao resultado útil do processo.

Art. 300. A tutela de urgência será concedida


quando houver elementos que evidenciem a
probabilidade do direito e o perigo de dano ou o
risco ao resultado útil do processo.

No presente caso, torna-se incontestável a evidente


existência do direito do autor, devidamente comprovada mediante farta
documentação comprobatória anexada ao presente petitório inicial, bem
como o perigo de dano, tendo em vista o autor se encontrar enfermo e com o
quadro clínico bastante avançado, necessitando sobremaneira do seu
benefício para seu sustento e tratamento médico.

Diante da Situação fática arguida, requer liminarmente


Concessão do beneficio do autor desde a data do Requerimento, ou seja,
16.11.2021, para os devidos fins.

DOS FATOS

Que o Requerente nasceu em 17.02.1994, contando


assim com de 28 (vinte e oito) anos de idade.
O autor sofreu acidente de moto em 23.09.2019, com
fratura exposta no joelho direito, realizado tratamento de urgência,

“A Justiça atrasada não é Justiçam, senão injustiça qualificada e manifesta”


(Rui Barbosa)

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atualmente encontra-se com hemiparesia e limitação de força muscular em
antebraço e mão direita e também com dores e limitações de mobilidade em
membro inferior direito – CID-10: M255, S837, G562. O que o impossibilita
e o limita para o exercício de qualquer atividade capaz de lhe garantir a sua
sobrevivência, fato este que ensejou o mesmo requerer Benefício
Assistencial sob nº 710.121.060-1 em 16.11.2021, e este fora indeferido,
sob a alegação de que o autor “Não atende ao requisito de impedimentos
de longo prazo”, conforme comunicação de decisão anexa.

Assim sendo, M.M Juiz, a justificativa de indeferimento


do requerido é totalmente inviável, visto que, o autor preenche os
requisitos para o acesso ao benefício, sendo pessoa de baixa renda e
possuindo doença que o deixa incapaz para o trabalho, em consequência
desse fato, o mesmo não tem como garantir a sua própria subsistência,
sofrendo com a falta de recursos. O caso do autor gera sim incapacidade
laborativa, criando barreiras físicas e psicológicas na disputa de
oportunidades no mercado de trabalho.

A incapacidade que acomete o requerente acarreta


diversas limitações para o desempenho das mais simples atividades do
dia a dia, fazendo com que o autor necessite do auxílio de muletas para
se locomover, consequentemente o mesmo não tem nenhuma condição de
trabalhar; não havendo o que se questionar quanto ao cometimento de
um grave equívoco por parte da autarquia federal requerida.

Portanto Excelência, quando o INSS indeferiu o pedido do


benefício assistencial, não teve cautela para analisar que o autor possui
incapacidade laborativa, conforme atestados médicos, exames e receitas em
anexo, necessitando do benefício para sobreviver, estando assim,
incapacitado à condução de uma vida normal, e posterior ingresso no
mercado de trabalho, sendo que é uma pessoa pobre e humilde ,ficando
clara a necessidade do Benefício Assistencial devido para continuar
sobrevivendo.

“A Justiça atrasada não é Justiçam, senão injustiça qualificada e manifesta”


(Rui Barbosa)

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A família do Requerente não tem condições para
sobreviver dignamente, nem tampouco ingressar no mercado de trabalho,
visto que o Autor, é pessoa pobre, sobrevive à míngua, com escassos
recursos.

DO DIREITO

Vale ressaltar Excelência que nossa jurisprudência


dominante tem se manifestado quanto às doenças das quais o
requerente é portador e análogas, assegurando que as mesmas se
configuram sim como doenças que causam incapacidade laborativa e
que dão total direito ao recebimento de benefício assistencial, conforme
se vê abaixo:

PREVIDENCIÁRIO. BENEFÍCIO ASSISTENCIAL AO


PORTADOR DE DEFICIÊNCIA. COMPROVAÇÃO DOS
REQUISITOS NECESSÁRIOS À OBTENÇÃO DA BENESSE
VINDICADA. - A autora requer a concessão do benefício
previdenciário de prestação continuada, aduzindo, em síntese,
que conta com mais de 50 anos de idade, possuindo
doença crônica degenerativa na coluna e artrose
generalizada, e não tem condições de sobreviver dignamente,
uma vez que não tem mais condições de trabalhar. - O benefício
assistencial de prestação continuada ou amparo social encontra
assento no art. 203, V, da Constituição Federal, tendo por
objetivo primordial a garantia de renda à pessoa deficiente e ao
idoso com idade igual ou superior a 65 (sessenta e cinco anos)
em estado de carência dos recursos indispensáveis à satisfação
de suas necessidades elementares, bem assim de condições de
tê-las providas pela família. - Segundo a Lei 13.146/2015
(Estatuto da Pessoa com Deficiência) "para efeito de concessão
do benefício de prestação continuada, considera-se pessoa com
deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de
natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em
interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua
participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de
condições com as demais pessoas". De acordo com a referida
lei, entende-se por longo prazo o impedimento cujos efeitos
perduram pelo prazo mínimo de 2 (dois) anos. - Cotejando o
resultado do referido estudo social com as conclusões do laudo
judicial, restou comprovada a situação de vulnerabilidade
social da autora, a qual não pode trabalhar, já que não
tem condições para o exercício de atividade laborativa
que lhe promova o sustento, provado, também, que vive
em situação de miserabilidade, restando evidente que o
estado clínico da parte autora implica a existência de
impedimento de longo prazo, o qual, em interação com
uma ou mais barreiras, poderia obstruir sua participação

“A Justiça atrasada não é Justiçam, senão injustiça qualificada e manifesta”


(Rui Barbosa)

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plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições
com as demais pessoas, devendo, assim, ser considerada
pessoa com deficiência para os efeitos legais, razão pela
qual faz jus ao benefício pretendido desde o requerimento
efetuado em 03/01/2012. - Os juros e a correção monetária
das parcelas devidas devem ser os mesmos aplicados à
caderneta de poupança, obedecendo ao determinado pela Lei nº
11.960/09, a qual continua em vigor, como salientado pelo
Exmo. Ministro Luiz Fux, quando do julgamento da Questão de
Ordem nas Ações de Inconstitucionalidade nºs 4357 e 4425. - A
r. sentença já foi proferida sob a égide do CPC/2015, razão pela
qual os honorários advocatícios devem ser fixados consoante
preceitua o artigo 85,§ 3º, do CPC/2015, cujo percentual será
definido em sede de liquidação do julgado. 1 - Apelo do INSS e
Remessa providos parcialmente.

(TRF-2 - APELREEX: 00015926720174029999 RJ 0001592-


67.2017.4.02.9999, Relator: PAULO ESPIRITO SANTO, Data de
Julgamento: 19/12/2017, 1ª TURMA ESPECIALIZADA)

PREVIDENCIÁRIO. BENEFÍCIO POR INCAPACIDADE.


APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. COISA JULGADA.
INOCORRÊNCIA. AGRAVAMENTO DA MOLÉSTIA.
ESPONDILOSE CERVICAL AVANÇADA. LAUDO PERICIAL.
TERMO INICIAL DA INCAPACIDADE. DATA DE INÍCIO DO
BENEFÍCIO. MARCO TEMPORAL. TUTELA ESPECÍFICA. 1. O
agravamento da moléstia configura nova causa de pedir e
afasta, sob esta fundamentação, a coisa julgada. 2. O direito à
aposentadoria por invalidez e ao auxílio-doença pressupõe a
presença de três requisitos: (1) qualidade de segurado ao tempo
de início da incapacidade, (2) carência de 12 (doze)
contribuições mensais, salvo as hipóteses previstas no art. 26,
II, da Lei nº 8.213/91, que dispensam o prazo de carência, e (3)
requisito específico, relacionado à existência de incapacidade
impeditiva para o labor habitual em momento posterior ao
ingresso no RGPS, aceitando-se, contudo, a derivada de doença
anterior, desde que agravada após o ingresso no RGPS, nos
termos do art. 42, § 2º, e art. 59, parágrafo único, ambos da Lei
nº 8.213/91. 3. A desconsideração do laudo somente se
justifica por significativo contexto probatório contraposto à
conclusão do perito judicial, constituído por exames que sejam
seguramente indicativos da aptidão para o exercício de
atividade laborativa. 4. Apontada no laudo pericial a
incapacidade para o exercício de atividade profissional,
não se admite que seu termo inicial seja definido para
momento anterior ao trânsito em julgado de ação judicial
precedente. 5. Diante da prova no sentido da
incapacidade total e permanente por ser portadora de
espondilose cervical avançada, faz jus a parte autora à
concessão de aposentadoria por invalidez. Circunstâncias
do caso concreto. 6. Determinada a imediata
implementação do benefício.

“A Justiça atrasada não é Justiçam, senão injustiça qualificada e manifesta”


(Rui Barbosa)

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(TRF-4 - AC: 50209007620194049999 5020900-
76.2019.4.04.9999, Relator: OSNI CARDOSO FILHO, Data
de Julgamento: 10/03/2020, QUINTA TURMA)

(TST - RR: 2483920115090669, Relator: Luiz Philippe


Vieira De Mello Filho, Data de Julgamento: 18/11/2015,
7ª Turma, Data de Publicação: 20/11/2015)

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ,


PREENCHIDOS OS REQUISITOS PARA A CONCESSÃODO
BENEFÍCIO. - Pedido de concessão de auxílio-doença em
aposentadoria por invalidez- Extrato do CNIS informa o
recolhimento de contribuições previdenciárias, em nome da
autora, de 06/2002 a 07/2006, de 09/2006 a 06/2007, de
09/2007 a 02/2008 e de 03/2015 a 05/2015. Consta,
também, a concessão de diversos auxílios-doença, sendo o
primeiro de 03/11/2004 a 03/01/2005 e o último concedido e
cessado em 25/05/2008.- Consulta ao sistema Dataprev
informa que, na realidade, o último auxílio-doença foi
concedido em 25/05/2008 e cessado em 03/04/2014, em
razão de decisão judicial (fls. 126).- Aparte autora, do lar,
atualmente com50 anos de idade, submeteu-se à perícia
médica judicial.- O laudo atesta que a parte autora apresenta
hipertensão essencial (CID 10 I10), episódio depressivo grave
com sintomas psicóticos (CID 10 F32.3), artrose não
especificada (CID 10 M 19.9), Lumbago com ciática (CID
10 M54.4), outro deslocamento de disco cervical (CID 10
M50.2) e radiculopatia (CID 10 M54.1). As patologias são
crônico-degenerativas graves, incapacitando total
permanentemente para qualquer atividade laborativa.
Informa que a incapacidade teve início em 2008.- Verifica-se
dos documentos apresentados que a parte autora esteve
vinculada ao Regime Geral de Previdência Social por mais de
12 (doze) meses, além do que recebeu auxílio-doença até
03/04/2014 e ajuizou demanda em 31/03/2015, mantendo
pois, a qualidade de segurado, nos termos do art. 15, II, da Lei
8.213/91- Observo que a previsão legal de manutenção da
qualidade de segurado da Previdência Social,
independentemente de contribuições, encontra-se no art. 15,
da Lei 8.213/91, que em seu inc. I assegura tal condição ao
segurado que se encontra em gozo de benefício, não havendo
qualquer distinção acerca da forma de sua concessão.- Assim,
a concessão do benefício em razão d e tutela antecipada
posteriormente cessada não retira da parte autora a qualidade
de segurado da Previdência Social.- Quanto a incapacidade, o
laudo judicial é claro ao descrever as patologias das quais a
parte autora é portadora, concluindo pela incapacidade total e
definitiva para o labor.-

Da mesma forma Excelência, o autor preenche todos os


requisitos exigidos pela Lei 8.742, de 07/12/93, uma vez que não atende

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apenas ao quesito de deficiência física, como também aos demais requisitos
exigidos pela mencionada lei.

Requisitos para a Concessão de Benefício Assistencial,


Vejam:

Art. 20 da LOAS: O benefício de prestação continuada é a


garantia de um salário-mínimo mensal à pessoa com
deficiência e ao idoso com 65 (sessenta e cinco) anos ou mais
que comprovem não possuir meios de prover a própria
manutenção nem de tê-la provida por sua família.
§ 1o Para os efeitos do disposto no caput, a família é composta
pelo requerente, o cônjuge ou companheiro, os pais e, na
ausência de um deles, a madrasta ou o padrasto, os irmãos
solteiros, os filhos e enteados solteiros e os menores tutelados,
desde que vivam sob o mesmo teto.
§ 2o Para efeito de concessão deste benefício, considera-se
pessoa com deficiência aquela que tem impedimentos de longo
prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os
quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua
participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de
condições com as demais pessoas. (Redação dada pela Lei nº
12.470, de 2011)
§ 3o Considera-se incapaz de prover a manutenção da pessoa
com deficiência ou idosa a família cuja renda mensal per
capita seja inferior a 1/4 (um quarto) do salário-mínimo.
§ 4o O benefício de que trata este artigo não pode ser
acumulado pelo beneficiário com qualquer outro no âmbito da
seguridade social ou de outro regime, salvo os da assistência
médica e da pensão especial de natureza indenizatória.
§ 5o A condição de acolhimento em instituições de longa
permanência não prejudica o direito do idoso ou da pessoa com
deficiência ao benefício de prestação continuada.
§ 6o A concessão do benefício ficará sujeita à avaliação da
deficiência e do grau de incapacidade, composta por avaliação
médica e avaliação social realizadas por médicos peritos e por
assistentes sociais do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
§ 7o Na hipótese de não existirem serviços no município de
residência do beneficiário, fica assegurado, na forma prevista
em regulamento, o seu encaminhamento ao município mais
próximo que contar com tal estrutura.
§ 8o A renda familiar mensal a que se refere o § 3o deverá ser
declarada pelo requerente ou seu representante legal,
sujeitando-se aos demais procedimentos previstos no
regulamento para o deferimento do pedido.
§ 9º A remuneração da pessoa com deficiência na condição de
aprendiz não será considerada para fins do cálculo a que se
refere o § 3o deste artigo.
§ 9o Os rendimentos decorrentes de estágio supervisionado e
de aprendizagem não serão computados para os fins de cálculo
da renda familiar per capita a que se refere o § 3o deste artigo.

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§ 10. Considera-se impedimento de longo prazo, para os fins do
§ 2o deste artigo, aquele que produza efeitos pelo prazo mínimo
de 2 (dois) anos.
§ 11. Para concessão do benefício de que trata o caput deste
artigo, poderão ser utilizados outros elementos probatórios da
condição de miserabilidade do grupo familiar e da situação de
vulnerabilidade, conforme regulamento.
§ 12. São requisitos para a concessão, a manutenção e a
revisão do benefício as inscrições no Cadastro de Pessoas
Físicas - CPF e no Cadastro Único para Programas Sociais do
Governo Federal - Cadastro Único, conforme previsto em
regulamento.
§ 13. O requerimento, a concessão e a revisão do benefício
ficam condicionados à autorização do requerente para acesso
aos seus dados bancários, nos termos do disposto no inciso V
do § 3º do art. 1º da Lei Complementar nº 105, de 10 de janeiro
de 2001

O manual de procedimentos para a operacionalização do


Benefício Assistencial a idosos e deficientes, que está disposto no Decreto n°
1.744 de 08 de dezembro de 1995, art. 2°, inciso II descreve com clareza o
que seria a pessoa portadora de deficiência física:

“Considera-se pessoa portadora de deficiência aquela


incapacitada para a vida independente e para o trabalho, em
razão de anomalias, ou lesões irreversíveis de natureza
hereditária, congênitas ou adquiridas, que impeçam o
desempenho das atividades da vida diária e do trabalho.”

Nossos Tribunais Pátrios também são unânimes em


confirmar o que fora alegado, bem como dão ênfase a casos em tudo a este
semelhantes, além disso, asseguram que o benefício assistencial deve ser
concedido a partir da data do requerimento administrativo, vejamos:

PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. BENEFÍCIO


ASSISTENCIAL AO DEFICIENTE. TERMO INICIAL.
REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO. ENTENDIMENTO
PACÍFICO DO STJ. 1. Cuida-se de inconformismo com acórdão
do Tribunal de origem que entendeu devida a concessão do
benefício assistencial ao deficiente, considerando como termo
inicial o requerimento administrativo. 2. É assente o
entendimento do STJ no sentido de que, na existência de
requerimento administrativo, este deve ser o marco
inicial para o pagamento do benefício discutido, sendo
irrelevante que tenha a comprovação da implementação
dos requisitos se verificado apenas em âmbito judicial. 3.
A propósito: "Nos termos da jurisprudência do STJ, o benefício
previdenciário de cunho acidental ou o decorrente de invalidez
deve ser concedido a partir do requerimento administrativo e, na
sua ausência, a partir da citação. A fixação do termo a quo a

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partir da juntada do laudo em juízo estimula o enriquecimento
ilícito do INSS, visto que o benefício é devido justamente em
razão de incapacidade anterior à própria ação judicial." (REsp
1.411.921/SC, Rel. Ministro Humberto Martins, Segunda
Turma, julgado em 15/10/2013, DJe 25/10/2013). No mesmo
sentido: AgInt no REsp 1.611.325/RN, Ministro Francisco
Falcão, Segunda Turma, DJe 24/03/2017; AgInt no REsp
1.601.268/SP, Rel. Ministro Sérgio Kukina, Primeira Turma, DJe
30/6/2016; AgInt no REsp 1.790.912/PR, Rel. Ministro Gurgel
de Faria, Primeira Turma, DJe 17/10/2019. REsp
1.731.956/PE, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda
Turma, DJe 29/5/2018. 4. Recurso Especial não provido.

(STJ - REsp: 1851145 SE 2019/0357415-0, Relator: Ministro


HERMAN BENJAMIN, Data de Julgamento: 18/02/2020, T2 -
SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: DJe 13/05/2020)

O requerente é pessoa absolutamente pobre, à margem


da proteção social, não desfruta do mínimo necessário à sobrevivência, bem
como não participa da distribuição de renda administrada pelas autoridades
constituídas, vive com uma renda inferior a ¼ (um quarto) do salário mínimo
nacional, abaixo do nível de tolerância, e com seu estado de saúde
comprometido severamente, não tem condições de desempenhar algum
trabalho que garanta a sua sobrevivência.

O referido Instituto é carente de propedêutica médica


especializada, e as perícias realizadas não se servem de exames
especializados com médicos especialistas para cada caso, realizam exames
apenas a olhos vistos; certamente se houvessem perscrutado a suplicante
adequadamente, através de especialistas, poderiam auferir com justeza essa
decisão.

Há de ser observado ainda, MM. Julgador, que a


incapacidade não está ligada apenas ao aspecto médico, mas também e
principalmente ao aspecto sócio-cultural. Quer dizer, mesmo que o segurado
permaneça apto para outros serviços, não dispondo ele de acesso a esse
mercado de trabalho, haverá incapacidade.

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(Rui Barbosa)

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REQUERIMENTOS

Destarte, Emérito Julgador, estando presente o


“periculum in mora” (o perigo da demora da tramitação de uma Ação do porte
a presente), em face de a evidente natureza alimentar da simplória prestação
suprimida, e o “fumus boni juris” (a fumaça do bom direito), pois a ninguém
pode ser negado o direito de defesa e mesmo porque nenhuma lesão ao
direito se excluirá da apreciação do Poder Judiciário, em face da grave
situação de saúde da Requerente, e seu estado de pobreza, que não dispõe
de condições para uma vida normal, e posterior ingresso no mercado de
trabalho, bem assim, o direito do autor faz-se lídimo aos comandos do
artigo 203, inciso V, da Constituição Federal, bem como da Lei 8.742,
de 07/12/93.

O art. 300 do Código de Processo Civil Pátrio


assegura a antecipação da tutela, portanto pede o suplicante, que lhe seja
concedido a ANTECIPAÇÃO DA TUTELA JURISDICIONAL, initio litis, sem
audiência da parte contrária, para que seja CONDENADO o Instituto
Suplicado a CONCEDER O BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA,
sob n° 710.121.060-1, desde a data do requerimento, ou seja, 16.11.2021,
gerando pagamento da respectiva data do requerimento administrativo,
acrescido de juros, correção monetária e honorários advocatícios a base de
20% (vinte por cento) sobre o valor da condenação (Art. 85 do novo CPC) do
saldo remanescente, incidindo ainda sobre 12 (doze) parcelas vincendas do
beneficio vindicado.

Requer a citação do Instituto Réu, na pessoa de seu


representante legal, para contestar a presente Ação no prazo legal, sob pena
de revelia (art. 344 do novo CPC) e confissão quanto à matéria de fato e
demais combinações atinentes à matéria, e ao final JULGAR PROCEDENTE
a presente Ação em todos os seus termos, para efeito de que seja
condenado o Instituto Suplicado a conceder o benefício de assistência social,
sob n° 710.121.060-1.

“A Justiça atrasada não é Justiçam, senão injustiça qualificada e manifesta”


(Rui Barbosa)

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O Requerente protesta ainda provar as suas alegações
por todos os meios de provas em direito admitidas, máxime, pelo seu
depoimento pessoal, bem como pelo do representante legal do Requerido, sob
pena de confesso, oitiva de testemunhas, que serão arroladas
oportunamente, perícia médica, realizada por uma junta médica, formada
por dois médicos, indicada por Vossa Excelência para provar a deficiência da
Requerente, vistorias, juntada de outros documentos, tudo de logo
requerido, bem como, caso entender necessário, determine realização de
estudo social, através de assistentes sociais, para comprovar o estado de
hipossuficiência da Requerente, o que não é o meu entendimento.

Por oportuno, e em obediência ao princípio de economia e


celeridade processual, desde já o Autor apresenta quesitos complementares
a serem respondidos pelos médicos peritos.

Requer finalmente, os benefícios da justiça gratuita por


ser o requerente pobre na acepção legal do termo consoante a lei 1.060/50.

Dá-se á causa o valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais),


para fins meramente fiscais.

Nesses termos,
Pede deferimento.

Picos (PI), 23 de Novembro de 2022.

“A Justiça atrasada não é Justiçam, senão injustiça qualificada e manifesta”


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QUESITOS A SEREM RESPONDIDOS PELOS MÉDICOS PERITOS:

1. O(A) requerente necessita de acompanhamento especial e


permanente?
( ) sim ( ) não

2. A doença do(a) Requerente o(a) incapacita para o exercício de


atividades próprias de sua idade em relação por exemplo: o lazer,
freqüência escolar, pratica de esportes, atividades sociais, culturais e
outras?
( ) sim ( ) não

3. Está o(a) examinado(a) incapacitado(a) para o trabalho?


( ) sim ( ) não

4. Em caso de resposta afirmativa ao terceiro quesito:


4.1 É suscetível de recuperação para o seu próprio trabalho?
( ) sim ( ) não
4.2. É suscetível de reabilitação para outra atividade?
( ) sim ( ) não’
4.3. Houve apenas redução de sua capacidade de trabalho?
( ) sim ( ) não
5. Em caso de Resposta negativa ao quesito “TRES”:
51. A reaquisição de capacidade de trabalho é
( ) parcial ( ) total
5.2. Está o requerente apto para o exercício de trabalho diverso do que
habitualmente exercia?
( ) sim ( ) não

6. A incapacidade decorre de acidente de trabalho?


( ) sim ( ) não

7. As moléstias adquiridas pelo requerente atualmente apresentam


quadro clínico estável?
( ) sim ( ) não

8. É possível determinar a data de inicio da doença?


( ) sim ( ) não

9. É possível determinar a data de inicio da incapacidade?


( ) sim ( ) não

“A Justiça atrasada não é Justiçam, senão injustiça qualificada e manifesta”


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