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Justiça Gratuita
I- PRELIMINARMENTE:
A) DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA
O requerente declara para os devidos fins ser pobre na forma da lei, uma vez
que seu sustento é de baixa renda, motivo pelo qual não tem como arcar com custas e
demais despesas processuais.
Diante disso, requer o autor que lhe seja deferido o benefício da justiça
gratuita, não lhe sendo cobradas as custas processuais, tendo em vista que não dispõe
de meios para custear a presente demanda sem prejuízo da própria sobrevivência, em
conformidade com o disposto no Novo Código de Processo Civil, in verbis:
A análise social foi farovável, porém o benefício foi negado por entender o INSS
que a Requerente NÃO ATENDE AO CRITÉRIO DE DEFICIÊNCIA PARA O
ACESSO AO BPC-LOAS.
Entretanto, os atestados e laudos médicos carreados nos autos demonstram o
estado de impedimento a longo prazo da parte Autora, em decorrência de VISÃO
MONOCULAR, devido a Cegueira do olho esquerdo, que ocasionou outros problemas
de saúde ao longo do tempo.
Dessa forma, como fazem prova os documentos anexados com a presente ação
judicial, bem como os demais a serem produzidos no decorrer do processo, a Parte
Autora faz jus ao benefício previdenciário indeferido, razão pela qual busca o Poder
Judiciário para ver seu direito reconhecido.
III. DO DIREITO:
REDAÇÃO ORIGINAL:
2º Para efeitos de concessão deste benefício, a pessoa portadora de
deficiência é aquela incapacitada para o trabalho e para a vida
independente.
NOVA REDAÇÃO:
2o- Para efeito de concessão do benefício de prestação continuada,
considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo
prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em
interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação
plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais
pessoas. (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015)
A partir daí, contata-se a superação do conceito anterior de deficiência, calcado
na (in)capacidade laborativa, e passa-se a adotar o critério da (des)igualdade de
oportunidades. Ou seja, com o advento da nova legislação, pessoa com deficiência é
aquela que, em virtude de impedimentos e barreiras, não possui as mesmas condições de
participar da vida em sociedade que as demais pessoas.
Nesse sentido, cumpre salientar que o novo conceito de pessoa com deficiência
foi primeiramente estabelecido pelo art. 1º da Convenção Internacional sobre os
Direitos da Pessoa com Deficiência, constitucionalizado pelo Brasil ao seguir o rito do
art. 5º, §3º da Constituição Federal (incorporado em nosso ordenamento jurídico
com força de EMENDA CONSTITUCIONAL), com a consequente promulgação do
Decreto nº 6.949/09.
Por sua vez, o art. 3º, I, do mesmo diploma define a deficiência como “toda
perda ou anormalidade [...] que gere incapacidade para o desempenho de atividade,
dentro do padrão considerado normal para o ser humano”, sendo ela permanente
quando insuscetível de recuperação ou alteração, apesar de novos tratamentos.
Súmula 29, da TNU: Para efeitos do art. 20, § 2º, da Lei 8.742, de
1993, a incapacidade para a vida independente não só é aquela que impede
as atividades mais elementares da pessoa, mas também a impossibilita de
prover ao próprio sustento.
DA VISÃO MONOCULAR
Em, 21 de Fevereiro de 2019, a TNU fixou a seguinte tese no Tema 177. Para os
requerimentos administrativos formulados a partir de 07 de novembro de 2016 (Decreto
n. 8.805/16), em que o indeferimento do Benefício da Prestação Continuada pelo INSS
ocorrer em virtude do não reconhecimento da deficiência, é desnecessária a produção
em juízo da prova da miserabilidade, salvo nos casos de impugnação específica e
fundamentada da autarquia previdenciária ou decurso de prazo superior a 2 (dois) anos
do indeferimento administrativo;
V. DOS PEDIDOS: