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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUÍZ

(A) DE DIREITO DA ÚNICA VARA CÍVEL DA COMARCA DE


SÃO GABRIEL - ESTADO DA BAHIA.           

VLSO, brasileira, casada, autônoma, portadora da


Cédula de Identidade RG n° XXXXXXXXXXXXXXXXXXX
SSP/BA, inscrita no CPF n° XXXXXXXXXXXXXX, filha de
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
e XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX, residente e
domiciliada na Rua
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
XXX, por intermédio de seu advogado in fine, constituído
mediante instrumento de procuração em anexo, com
escritório profissional para intimações situado na Rua
_______________________, vem respeitosamente, perante Vossa
Excelência, observando-se o procedimento previsto no art.
1767 do Código Civil e nos artigos 1.177 a 1.186 do Código
de Processo Civil vigente propor:

INTERDIÇÃO COM PEDIDO DE CURATELA


PROVISÓRIA EM ANTECIPAÇÃO DE TUTELA

em favor de MOP, brasileiro, solteiro, desempregado,


portador da Cédula de Identidade RG n°
XXXXXXXXXXXXXXXX SSP/BA, inscrito no CPF n°
XXXXXXXXXXXXXXXXXXX, filho de
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX e
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX, residente e
domiciliado na Rua
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
X,, pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos:

INICIALMENTE

Pugna, perante Vossa Excelência para que seja


deferido o benefício da justiça gratuita, garantido pelo art.
4º da Lei nº. 1.060/50 c/c alterações introduzidas pela Lei
nº. 7.510/86, vez que se declara pobre no sentido jurídico
do termo, conforme declaração anexa, não podendo arcar
com custas processuais e honorários advocatícios sem
prejuízo do próprio sustento e de sua família;
DOS FATOS

1. O interditando, é filho da Requerente possui


atualmente 22 (vinte e dois) anos, sendo acometido
de Retardo Mental Grave e Transtornos Globais do
Desenvolvimento, respectivamente CID F72 e F84,
conforme comprova relatório médico anexo.

2. Em virtude de tal doença o interditando vive sob o


uso de medicamentos, já tendo os médicos concluídos que
o seu quadro clínico é irreversível, o que o impossibilita de
reger sua própria vida.

3. A Requerente possui condições físicas e mentais


para figurar como curador do interditando, consoante laudo
médico anexo.

4. É importante salientar, por oportuno, que a


Requerente não registra antecedentes criminais, conforme
atesta Certificado de Antecedentes Criminais emitido
pela Secretaria de Segurança Pública do Estado da Bahia e
Certidão de Distribuição para fins gerais emitida pelo
Tribunal Regional Federal da 1ª Região.

DO DIREITO

5. O art. 1º do Código Civil estatui que toda pessoa é


capaz de direitos e deveres na ordem civil. Assim, liga-se à
pessoa a ideia de personalidade, que é consagrado nos
direitos constitucionais de vida, liberdade e igualdade.

6. Todavia essa capacidade pode sofrer restrições


legais quanto ao seu exercício, visando proteger os que
são acometidos de uma deficiência juridicamente
apreciável. Os artigos 3º e 4º do Código Civil graduam a
forma de proteção, a qual assume a feição de
representação para os absolutamente incapazes e a de
assistência para os relativamente incapazes. A
incapacidade cessa quando a pessoa atinge a maioridade,
tornando-se, por conseguinte, plenamente capaz para os
atos da vida civil.
7. Entretanto, pode ocorrer, por razões outras, que a
pessoa, apesar da maioridade, não possua condições para
a prática dos atos da vida civil, ou seja, para reger a sua
pessoa e administrar os seus bens. Persiste, assim, a sua
incapacidade real e efetiva, a qual tem de ser declarada
por meio do procedimento de interdição.

8. Indubitável que, às deficiências, sejam elas


físicas, psicológicas ou mentais, com grau de
incapacitação total não permitem a pessoa com
deficiência o exercício pleno da vida civil. Tal é assim, que
o Código Civil em seu art. 3º, inciso III e o art. 1768, inciso
II, estabelece, em caráter público, a representação jurídica
das pessoas absolutamente incapazes pelos seus pais,
tutores e curadores.

9. Nesse passo, disciplina o Código Civil em seu art.


1.767, in verbis:

Art. 1767. Estão sujeitos a curatela:

I - aqueles que, por enfermidade ou


deficiência mental, não tiverem o
necessário discernimento para os atos da
vida civil;

II - aqueles que, por outra causa


duradoura, não puderem exprimir a sua
vontade;

III - os deficientes mentais, os ébrios


habituais e os viciados em tóxicos;

IV - os excepcionais sem completo


desenvolvimento mental;

V - os pródigos.

10. O Código de Processo Civil elenca no art. 1.117 o


rol dos legitimados para requerer a interdição:
Art. 1.177. A interdição pode ser
promovida:

I - pelo pai, mãe ou tutor;

II - pelo cônjuge ou algum parente


próximo;

III - pelo órgão do Ministério Público.

11. Posto isso, depreende-se que o interditando faz


jus à proteção, a qual será assegurada ante a sua
interdição e a nomeação da Requerente como sua
curadora, a fim de que esta possa representá-lo ou assisti-
lo no exercício dos atos da vida civil, de acordo com os
limites da curatela prudentemente fixados na sentença de
interdição, haja vista, que a incapacidade do interditando
está comprovada por meio do laudo medico anexo, sendo
patente a legitimidade ativa da Requerente e a
possibilidade jurídica do pedido ora pleiteado.

DA CURATELA PROVISÓRIA EM ANTECIPAÇÃO DE


TUTELA

12. A Requerente requer a antecipação dos efeitos


da tutela pretendida, nomeando-a curadora provisória do
interditando, porquanto entende que já há nos autos prova
inequívoca capaz de convencimento da credibilidade das
alegações contidas nesta exordial.

13. A prova inequívoca deflui dos elementos de


convicção em anexo e dos fatos já aduzidos, os quais
demonstram a incapacidade do interditando para reger a
sua pessoa. Desse modo, consubstanciada está à
verossimilhança da alegação, a plausibilidade do direito
invocado (fumus boni juris), ante a proteção exigida pelo
ordenamento jurídico pátrio aos interesses do incapaz.

14. Ademais, conforme exposto alhures, o


interditando vive sob a vigilância da Requerente. Assim,
demonstrado está o fundado receio de dano de difícil
reparação (periculum in mora) ao patrimônio do
interditando, até a efetivação da tutela pleiteada. Destarte,
mister a concessão de medida liminar de antecipação de
tutela, consoante o art. 273 do Código de Processo Civil,
de modo a nomear a Requerente como curadora provisória
ao interditando.

15. Ressalte-se que não há qualquer perigo de


irreversibilidade do provimento antecipado, pois a
Requerente, como curadora, estará sempre sujeito a
prestação de contas e destituição em caso de má gestão e
administração dos bens e interesses do interditando. 

DO PEDIDO

Ante ao exposto, REQUER:

a) Os benefícios da Justiça Gratuita, vez que se


declara pobre no sentido jurídico do termo, conforme
declaração anexa;

b) A intimação do ilustre representante do Ministério


Público para intervir no feito ad finem;

c) A antecipação da tutela jurisdicional, deferindo a


curatela provisória do interditando MOP, a Requerente,
para que esta possa representá-lo, tudo nos termos do art.
273 do CPC;

d) A citação do interditando, com os benefícios do


§2º do art. 172 do CPC, para que compareça em audiência
a ser designada por este Juízo, onde deverá ser
interrogado, após o que, se quiser, poderá oferecer
resposta no prazo legal, sob pena de se sujeitar aos efeitos
da revelia;

e) Seja declarada a interdição de MOP, nomeando-se


como sua curadora a Requerente, expedindo-se o edital e o
mandado referidos no artigo 1.184 do Código de Processo
Civil;

f) Protesta provar o alegado por todo o meio de


provas em direito admitido, em especial pela juntada de
documentos anexos, pericia médica, perícia social e oitiva
de testemunhas. Todos os documentos em anexos
conferem com os originais.

Dá à causa o valor de R$ 880,00 (oitocentos e oitenta


reais), para efeitos fiscais.

Nestes Termos,

Pede e espera Deferimento.

São Gabriel – BA, 12 de março de 2016.

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