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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA _ VARA DE

FAMÍLIA E SUCESSÕES DA COMARCA DE CAUCAIA – CEARÁ.

URGENTE!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

e sua esposa por seus procuradores que esta subscreve, conforme


instrumento procuratório em anexo, com fundamento no artigo 747 do Código
de Processo Civil e artigo 85 da Lei n. 13.146/2015, vêm à presença de Vossa
Excelência requerer

CURATELA COM PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA da Sra.

, pelos motivos e de direito a seguir aduzidos.

I – DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA

Requerem que lhes sejam concedidos os benefícios da Assistência


Judiciária, por serem pobres na forma da legislação de regência, não podendo
arcar com as despesas processuais, sob pena de prejudicar seu sustento
próprio, como bem ressaltam as inclusas Declarações, nos termos da
legislação nacional, IN VERBIS:
Art. 99.  O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na petição
inicial, na contestação, na petição para ingresso de terceiro no processo ou
em recurso.
[...]
§ 3o Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência deduzida
exclusivamente por pessoa natural.(NOVO CPC)

ART. 5ºTodos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
[...]
LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que
comprovarem insuficiência de recursos; (Constituição Federal 88).
PARCELAMENTO DO RECOLHIMENTO DE CUSTAS, CASO INDEFERIDO O
BENFÍCIO SUSO E POSSIBILIDADE DE RECOLHIMENTO AO FINAL DO
PROCESSO

O novo CPC dirime o seguinte:

Art. 98[...]
§ 6º Conforme o caso, o juiz poderá conceder direito ao parcelamento de
despesas processuais que o beneficiário tiver de adiantar no curso do
procedimento.

A jurisprudência pátria também dirime o seguinte:

EMENTA:POSSIBILIDADE DE PAGAMENTO DAS CUSTAS DO PROCESSO


AO FINAL - Ausente vedação legal e qualquer prejuízo, é de ser concedida a
faculdade de pagamento das despesas processuais a final, se a parte,
momentaneamente, enfrenta dificuldades financeiras para atender o
pagamento dos emolumentos. Indeferimento que implica vedação de acesso
à Justiça, princípio consagrado pelo art. 5º, incisos XXXV e LV da
Constituição Federal. Agravo provido. (TJRS - AI 70000312967 - 12ª C.Cív. -
Relª Desª Ana Maria Nedel Scalzilli - J. 10.02.2000)

PAGAMENTO DAS CUSTAS PROCESSUAIS AO FINAL DO PROCESSO -


POSSIBILIDADE - AINDA QUE NÃO EXISTA PERMISSÃO PARA TAL, E DE
SE DEFERIR O PAGAMENTO DAS CUSTAS PROCESSUAIS AO FINAL DO
PROCESSO, UMA VEZ QUE NÃO EXISTE PREJUÍZO AS PARTES E AO
ESTADO, TENDO EM VISTA QUE PAGAMENTO AO FINAL NÃO SE
CONFUNDE COM ISENÇÃO, ALÉM DE NÃO OBSTAR A PRESTAÇÃO
JURISDICIONAL - Agravo de instrumento não provido. (TJRS - AI 599263456
- RS - 16ª C.Cív. - Rel. Des. Roberto Expedito da Cunha Madrid - J.
16.06.1999)

AGRAVO DE INSTRUMENTO - PESSOA JURÍDICA - GRATUIDADE DE


JUSTIÇA - PAGAMENTO DE CUSTAS A FINAL - POSSIBILIDADE - Em razão
das peculiaridades do caso concreto, defere-se o recolhimento das custas
de distribuição a final, para possibilitar o acesso a justiça de empresa que
passa por dificuldades financeiras, sem que, por seu porte, se lhe conceda o
benefício da gratuidade de justiça, possível em tese de ser estendido a
pessoa jurídica. Agravo provido em parte. (TJRS - AI 598000024 - RS - 4ª
C.Cív. - Rel. Des. João Carlos Branco Cardoso - J.06.05.1998
DA PRIORIDADE PROCESSUAL
A requerida é pessoa que detém uma idade superior aos
60(sessenta) anos, conforme certidão de nascimento anexa, detendo assim
prioridade,nos termos da previsão do CPC, IN VERBIS:
Art. 1.048. Terão prioridade de tramitação, em qualquer juízo ou tribunal, os
procedimentos judiciais:
I – em que figure como parte ou interessado pessoa com idade igual ou
superior a 60 (sessenta) anos ou portadora de doença grave, assim
compreendida qualquer das enumeradas no art. 6º, inciso XIV, da Lei nº
7.713, de 22 de dezembro de 1988;

II – DOS FATOS

A Requerida nunca se casou e não possui filhos, é tia legitima (pelo


lado materno) do requerente, que juntamente com sua esposa, veem há
mais de 10 anos cuidando e atendendo todas as necessidades de vida da
requerida.
Nobre juízo é de bom alvitre ressaltar que a requerida é
acompanhada pelo expert DOUTOR, médico geriatra, conforme pode ser visto
no laudo médico ora apresentado e datado 02/09/2019, a requerida é portadora
de doença de ALZHAIMER (CID G30) já em estágio avançado, conforme
relatado em seu laudo com as seguintes palavras:
“O médico relata que a paciente apresenta déficit de memória,
de atenção, prejuízo na linguagem, distúrbio de sono e
alteração de comportamento. O déficit cognitivo a incapacita
para realização de atividade de vida diária de modo
independente, bem como seus bens. trata-se de doença neuro-
degenerativo de caráter progressivo e sem possibilidade de
cura.”
Desta forma Excelência a mesma não apresenta condições para
prática de atos da vida civil, vez que não possui capacidade de andar além de
problemas mentais que geram dificuldades para realizar atividades cotidianas,
não possui consciência da sua idade, não consegue sair sozinha e depende
sempre de alguém, inclusive para receber seu benefício.
É necessário ser esclarecido Exa. que os requerentes já exercem
faticamente todos os cuidados inerentes a curatela em favor da promovida,
sendo fácil se comprovar através da procuração pública que a requerida
outorgou ao primeiro autor, seguindo a mesma em anexo.
É de bom alvitre ressaltar que a promovida NUNCA casou,
possuindo ainda sua certidão de nascimento, que segue em anexo.
Atendendo a determinação processual que obriga as partes e seus
procuradores a atuarem se utilizando da boa-fé processual, os promoventes
informam que o único parente vivo da requerida, além de seu sobrinho, é sua
irmã,que também é portadora de sérios problemas de saúde, avançada idade e
que não possui condições de exercer o múnus em comento.
É de bom e necessário alvitre ressaltar que seguem em anexo
3(três) declarações de testemunhas corroborando e confirmando os fatos
narrados acima.
Assim Exa.,os Requerentes já cuidam da requerida há mais de 10
anos, sendo necessário a concessão de curatela unicamente com efeitos
patrimoniais visando o recebimento e a administração do benefício recebido e
demais atos negociais.
III- DO DIREITO
São relativamente incapazes nos termos do artigo 4º, do Código
Civil, os que, por deficiência mental, tenham o discernimento reduzido; os
excepcionais, sem desenvolvimento mental completo; aqueles que, por causa
transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade, dentre outras
hipóteses.
Devido ao seu estado de saúde física e mental, o qual já restou
suficientemente demonstrado na exposição fática acima, tem-se que a
Requerida apresenta-se incapaz relativamente para gerir os atos da vida civil
de natureza negocial, necessitando da expedição de Curatela, conforme
estabelece o novo Estatuto da Pessoa com Deficiência, Lei n. 13.146/2015:
Art. 85. A curatela afetará tão somente os atos relacionados aos direitos de
natureza patrimonial e negocial.
§ 1o A definição da curatela não alcança o direito ao próprio corpo, à
sexualidade, ao matrimônio, à privacidade, à educação, à saúde, ao trabalho
e ao voto.
§ 2o A curatela constitui medida extraordinária, devendo constar da
sentença as razões e motivações de sua definição, preservados os
interesses do curatelado.
§ 3o No caso de pessoa em situação de institucionalização, ao nomear
curador, o juiz deve dar preferência à pessoa que tenha vínculo de natureza
familiar, afetiva ou comunitária com o curatelado. (g. N.)

O Código civil dirime o seguinte:


Art. 1.767. Estão sujeitos a curatela:
I - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir
sua vontade; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
Art. 1.775. O cônjuge ou companheiro, não separado judicialmente ou de
fato, é, de direito, curador do outro, quando interdito.
§1 o Na falta do cônjuge ou companheiro, é curador legítimo o pai ou a mãe;
na falta destes, o descendente que se demonstrar mais apto.
§ 2 o Entre os descendentes, os mais próximos precedem aos mais remotos.
§ 3 o Na falta das pessoas mencionadas neste artigo, compete ao juiz a
escolha do curador.
ART. 1.775-A.  NA NOMEAÇÃO DE CURADOR PARA A PESSOA COM
DEFICIÊNCIA, O JUIZ PODERÁ ESTABELECER CURATELA
COMPARTILHADA A MAIS DE UMA PESSOA. (INCLUÍDO PELA LEI Nº 13.146,
DE 2015) (VIGÊNCIA)(g.f)

Bem assim, não se cogita mais o conceito de civilmente incapaz, na


medida em que os arts. 6º e 84, do mesmo diploma, deixam claro que a
deficiência não afeta a plena capacidade civil da pessoa, que passa a ser
dotada de plena capacidade legal, ainda que haja a necessidade de adoção de
institutos assistenciais específicos, como a tomada de decisão apoiada e,
extraordinariamente, a curatela, para a prática de atos na vida civil de cunho
negocial.
Com efeito, faz-se necessária a adoção dessa medida excepcional a
par da outra via assistencial de que pode se valer a pessoa com deficiência:  a
tomada de decisão apoiada, diante da ausência de pessoas idôneas, com as
quais a Requerida mantenha vínculos e que gozem de sua confiança, para
prestar-lhe apoio na tomada de decisão sobre atos da vida civil, fornecendo-
lhes os elementos e informações necessários para que possa exercer sua
capacidade.
Ademais, exige-se ainda da pessoa com deficiência, que seja dotada
de grau de discernimento que permita a indicação dos seus apoiadores, o que
não se verifica na espécie.
Desta forma, como são os Requerentes que cuidam conjuntamente
da Requerida, necessário se faz concessão de curatela unicamente com
efeitos patrimoniais visando o recebimento e a administração dos benefícios
recebidos e demais atos negociais, conforme previsão do art. 1775-A do código
civil citado acima.

IV- DA TUTELA DE URGÊNCIA


A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que
evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao
resultado útil do processo, nos termos do artigo 300 do Código de Processo
Civil.
Bem assim, o artigo 87 da Lei n. 13.146/2015, determina que em
casos de relevância e urgência, a fim de proteger os interesses da pessoa com
deficiência em situação de curatela, que o juiz, de ofício ou a requerimento do
interessado, nomeie, desde logo, curador provisório.
Evidencia-se o direito alegado diante da existência fática da
incapacidade que impede a Requerida de receber ou até mesmo administrar o
seu benefício previdenciário, bem como outras situações de cunho
eminentemente patrimonial.
Quanto ao perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo,
verifica-se aquele diante da possível demora processual, o que inevitavelmente
gerará prejuízos ao exercício da curatela, podendo haver embaraços junto a
autarquia previdenciária.
Assim sendo pretendem os promoventes que Vossa Excelência em
um ato de lídima justiça, defira a presente antecipação de tutela de urgência
concedendo provisoriamente a Curatela da Requerida.

IV- DO PEDIDO

ANTE O EXPOSTO, requerem os promoventes que Vossa


Excelência, após recebimento e autuação do presente, digne-se em:
a) Determinar, URGENTEMENTE, liminarmente inaudita altera
pars na forma do artigo 87, da Lei n. 13.146/15, a nomeação dos Requerentes
como Curadores Provisórios da Requerida, para práticas de direitos de
natureza patrimonial e negocial, bem como outros necessários, em razão de
sua impossibilidade;
b) A citação da Requerida para, em dia designado, comparecer
perante o juiz, afim de ser entrevistada minuciosamente acerca de sua vida,
negócios, bens, vontades, preferências e laços familiares e afetivos e sobre o
que mais lhe parecer necessário para convencimento quanto à sua capacidade
para praticar atos da vida civil, podendo, no prazo de 15 (quinze) dias contado
da entrevista, impugnar o pedido;
c) A intimação do Ministério Público;
d) Que seja decretada a Curatela definitiva, com os respectivos
trâmites legais elencados no art. 84, da Lei n. 13.146/2015;
f) Requerem os benefícios da gratuidade da justiça;
g) Em caso de indeferimento do benefício supra requerido, requer
que as custas sejam recolhidas ao final do processo de forma parcelada;

h) Caso o juízo julgue pertinente, requer que a única irmã da


requerida, , seja citada dos termos da presente ação e caso deseje ofereça
resposta no prazo legal, sob pena de revelia e confissão;

i) Postulam ainda a prioridade processual, conforme relatado acima;

REQUEREM ainda que todas as notificações/intimações do presente


feito sejam realizadas no nome dos advogados que abaixo subscrevem, no
endereço Edifício Premium Business, Av. Humberto Monte nº 2929, Sala 316
torre sul, bairro Pici, CEP 60.440-593,Fortaleza-Ceará,e- mail:
elizabeth.martins123@bol.com.br e amoneli_adv@yahoo.com.br, sob pena de
nulidade, bem como estes sejam habilitados e tenham acesso aos autos do
processo em epígrafe.
Por fim, protestam provar o alegado por todos os meios de prova
admitidos em direito, especialmente pelos documentos juntados e pela
possibilidade de juntada posterior de novos, pelo depoimento pessoal das
partes sob pena de confesso e oitiva de testemunhas, cujo rol será anexado
posteriormente.
Dá-se a causa o valor de R$ 100,00(cem reais) para fins fiscais.
Nestes termos, respeitosamente,
Pedem Deferimento.

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