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AO EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ( ) VARA

FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE ALAGOAS

TRAMITAÇÃO PRIORITÁRIA

FAILLA NAJAMA CORREIA SOUZA, brasileira, solteira, incapaz,


devidamente inscrita no RG nº 4153177-9 e no CPF nº 092.040.034-56, residente e
domiciliada na Rua W 15, Qd. 21, Cidade Universitária, Maceió – AL, CEP: 57.000-
000, vem, mui respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, por intermédio de
seu advogado, devidamente qualificado em instrumento procuratório, propor:

AÇÃO DE CONCESSÃO DE BENEFÍCIO LOAS

Em face do INSTITUTO NACIONAL DE ALAGOAS – INSS, autarquia


federal, de direitos e deveres públicos, inscrita no CNPJ nº 29.979.036/0001-40, com
sede, na comarca da autora, na Rua Eng. Roberto Gonçalves Menezes, nº 149, Centro,
Maceió – AL, CEP: 57.020-080, pelos fulcros do art. 20, §2º da Lei nº 8.742, de 1993,
sob os argumentos que se seguem.
DA SÍNTESE FÁTICA

A autora requereu o benefício LOAS, administrativamente, no dia


XX/XX/20XX, de nº 712.430.112-3, o qual foi indeferido sob a justificativa de que a
autora não preenchia os requisitos de deficiência necessários para a concessão do
pedido.
Entretanto, a autora é incapaz, a medida em que é portadora dos CIDs: F90
(Transtorno Hipercinético), F06.6 (Transtorno de Labilidade Emocional) e F07.8
(Outros Transtornos de Personalidade e do Comportamento Devido a Doença
Cerebral, Lesão e Disfunção). Desta feita, resta claro que é a autora pessoa incapaz e
preenchedora dos requisitos necessários para o recebimento do benefício pleiteado.
É o necessário!

PRELIMINARMENTE I – DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA


Em conformidade com o art. 5º, LXVIII, da CF e art. 98 do CPC, será
concedida a assistência judiciária gratuita àqueles que comprovadamente se
mostrarem hipossuficientes em arcar com as custas e as despesas processuais.
Diante deste cenário, sendo a autora pessoa pobre, e incapaz de exercer
qualquer atividade laboral, requer pela concessão da gratuidade judiciária, devendo
esta ser estendida até o fim do processo, conforme os moldes legais, uma vez que a
autora não possui condições financeiras de arcar com as custas e as despesas
processuais sem comprometer a sua sobrevivência.

DO DIREITO II – DOS REQUISITOS PARA A CONCESSÃO DO BENEFÍCIO


LOAS DEFICIENTE
A Lei Orgânica de Assistência Continuada (Lei nº 8.742, de 1993) trata das
diretrizes que regem o benefício pleiteado pela autora, bem como, aqueles
direcionados aos idosos, cada qual com suas particularidades.
Em se tratando do recebimento do benefício LOAS voltado às pessoas com
deficiência, esclarece a lei:
Art. 20. O benefício da prestação continuada é
a garantia de um salário mínimo mensal à
pessoa com deficiência e ao idoso com 65
(sessenta e cinco) anos ou mas que
comprovem não possuir meios que
comprovem a própria manutenção nem de tê-
la provida por sua família.
(...)
§2º Para efeito de concessão do benefício de prestação continuada,
considera-se pessoa com deficiência aquela que tem e impedimento de
longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual,
em interação com uma ou mais barreiras, pedo obstruir sua
participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições
com as demais pessoas.

Logo, é necessária a comprovação da incapacidade da beneficiária, bem


como, da impossibilidade de terceiros, ainda que familiares, cuidarem e suprirem
suas necessidades. Além disso, a incapacidade deve ser comprovada de mais de 2
anos.
Ademais, é cediço a necessidade de cumprir com os quesitos de
miserabilidade para que lhe seja concedido o benefício LOAS nos moldes da lei.
No caso em tela, a autora compreende todos os requisitos exigidos por lei,
uma vez que é pessoa intelectual e mentalmente incapaz de responder por si mesma,
vivendo às custas da mãe, pessoa idosa que também precisa de ajuda. Salienta-se que
a negativa dos pleitos autorais é de demasiados prejuízos para a autora.

III – DOS CIDs QUE ACOMETEM A AUTORA E A EXISTÊNCIA DE


ELEMENTOS COMPROBATÓRIOS SUFICIENTES PARA AO
PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS LEGAIS
Excelência, para que possamos compreender um pouco mais do que
acomete a autora, passaremos a discorrer ao que tange os CIDs que acometem a
referida.
De acordo com laudo médico, a autora é portadora de pelo menos 3 CIDs
de natureza psicossocial, quais sejam: F90, F06.6 e F07.8. O primeiro, refere-se a um
Transtorno Hipercinético, comumente conhecido como TDAH, cujos sintomas
limitam significativamente a autora e exercer qualquer atividade laboral, uma vez
que, a capacidade de concentração e aprendizagem da autora jaz maculada
severamente.
O segundo trata-se de Transtorno de Labilidade Emocional, o qual
acomete
a autora com severa instabilidade no controle de suas emoções. As alterações
repentinas de humor, assim como, as exacerbadas reações às mais variadas situações
colocam em perigo não só a autora em si como os demais ao seu redor, uma vez que
sem ter o controle necessário de seu lado emocional, fica exposta desde a um
isolamento social à um acesso de raiva extremo.
O terceiro, compreende Outros Transtornos Orgânicos da Personalidade e
do Comportamento Devidos a Doença Cerebral, Lesão e Disfunção, que agrega
demais complicações que envolvam limitações ou má formações na personalidade,
acometendo o paciente com “efeitos” além dos transtornos especificados já
preexistentes.
Nesse diapasão, demonstradas as limitações da autora, descritas com
clareza em laudo médico, bem como, sabendo que não possui condições financeiras e
que não possuem quem a sustente sem comprometer a sobrevivência e terceiros,
resta claro o cumprimento de todos os requisitos exigidos em lei pela autora, em
favor da concessão do benefício requerido por ela.

IV – DOS REQUERIMENTOS
Diante de todo o exposto, requer pelos seguintes pedidos:

1. A citação do réu, na pessoa do Gerente Executivo do INSS, a fim de que


apresente sua defesa, caso deseje;
2. O deferimento do pedido de assistência gratuita judiciária, nos moldes
dos art. 5º, LXVIII, da CF e art. 98, do CPC, em favor da autora;
3. A concessão do benefício LOAS Deficiente, em favor da autora,
conforme
o devido reenchimentos dos requisitos legais;
4. A condenação do réu, ao pagamento dos valores
retroativos, a contar da
data do requerimento administrativo;
5. A tramitação processual 100% virtual, em zelo ao
Princípio da Celeridade Processual;
6. A condenação do réu, ao pagamento das custas e despesas
processuais,
bem como dos honorários advocatícios;
Nestes termos,
Pede deferimento.
Maceió – AL, 30 de maio de 2023.

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