Você está na página 1de 7

AO DOUTO JUÍZO DA VARA DE FAMILIA E DAS SUCESSÕES DA

COMARCA DE PORTO REAL – BA

Lannister Joffrey, holandês, casado, desempregado, portador do CPF/MF nº


356.254.628-32, com Documento de Identidade de n° 56.5489.5471-1, e-mail
joffreylannister@gmail.com, residente e domiciliado na Rua das Acácias, n.
236, Jardim Esmeralda, CEP: 12256-803, Dorne/SP, juntamente com seu irmão,
Lannister Tommen, brasileiro, viúvo, desempregado, portador do CPF/MF nº
338.978.534-21, com Documento de Identidade de n° 56.874.925-3, e-mail
tommenlanistar@gmail.com, residente e domiciliado na Rua das Lince, n. 152,
Jardim Esmeralda, CEP: 12256-805, Dorne/SP, vem, respeitosamente, por
intermédio de seus procuradores à Presença de Vossa Excelência, com fulcro no
artigo 1.767 do Código Civil (CC) combinado com o artigo 747, artigo 300, §2º
do Código de Processo Civil/2015 (CPC), propor a presente:

AÇÃO DE INTERDIÇÃO COM TUTELA DE URGENCIA E


CURATELA PROVISÓRIA,

em face de Myrcella, brasileira, solteira, desempregada, RG, CPF nº, e-mail


myrcela@got.com, domiciliado (a) e residente rua/avenida, número, bairro,
CEP, cidade de Porto Real – BA, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

I - PRIORIDADE NA TRAMITAÇÃO

Os REQUERENTE é pessoa idosa, acima de 60 anos (sessenta) anos, razão


pela qual requesta a prioridade da tramitação da presente demanda, nos termos
do artigo 71, do Estatuto do Idoso - Lei nº 10.741/2013 e nos termos do art.
1048, inciso I, do Código de Processo Civil.

II. DA JUSTIÇA GRATUITA

As partes autora requer a Vossa Excelência que lhe seja concedido os benefícios
da Assistência Gratuita, em consonância com o art. 98 e seguintes do Novo
Código de Processo Civil, alegando ser juridicamente necessitada, haja vista não
possuir emprego fixo ou fonte de renda, percebendo apenas de proventos que
recebe através de trabalhos esporádicos, conforme cópia de sua CTPS anexa,
não dispondo condições financeiras para arcar com as despesas de custas
processuais e honorários advocatícios, sem prejuízo do próprio sustento ou de
sua família.

Portanto, os autores fazem jus e requer as benesses da justiça gratuita, conforme


declaração de hipossuficiência econômica anexada.

III. DOS FATOS

Myrcella, 64 anos encontra-se acometida pelas enfermidades CID 10 – F192


Transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de múltiplas drogas e ao
uso de outras substâncias psicoativas – síndrome de dependência,

Dessa forma, o Sra. Myrcella já não goza de pleno discernimento e de condições


para continuar a exercer os atos da sua vida civil, sendo necessária a nomeação
de um curador para representa-lo, sendo esta posição ora pleiteada pelos
requerentes, considerando, principalmente, o fato da requerida encontrar-se
internada em uma clínica de recuperação na cidade de Porto Real – BA, desde
2004, devido a problemas psiquiátricos, vício em substâncias tóxicas e um
histórico recorrente de prodigalidade, com episódios em que gastou fortunas em
uma única noite com drogas.

Destaque-se que Myrcella é solteira e tem um histórico com uso frequente de


drogas, e vale reiterar que em apenas uma noite gastou uma vasta fortuna com
drogas. Ante ao falecimento de seu pai, Robert Baratheon, que deixou uma vasta
fortuna, avaliada em aproximadamente R$ 1 bilhão de reais, os requerentes,
Joffrey e Tommem pretendem impedir que sua irmã Myrcella faça mal uso do
dinheiro e lapidação do patrimônio.

E devido à proximidade de seu pai Robert Baratheon com Myrcella, a mesma


possui em sua posse um CADERNO de anotações contendo todas as senhas
bancarias, podendo assim ter acesso aos valores e vir a dilapidar-lo.

Isto posto, tanto para efeito de acompanhar o tratamento da irmã, bem como
proceder com os demais acompanhamentos dos atos da vida civil de Myrcella, é
necessário que seja concedida a curatela ora pleiteada.

IV. DO DIREITO

O artigo 1º do Código Civil estatui que "toda pessoa é capaz de direitos e


deveres na ordem civil". Assim, liga-se à pessoa a ideia de personalidade, que é
consagrado nos direitos constitucionais da vida, liberdade e igualdade.

É a aptidão de exercer por si os atos da vida civil, dependendo, portanto, do


discernimento, que é critério, prudência, juízo, tino, inteligência, e, sob o prisma
jurídico, da aptidão que tem a pessoa de distinguir o lícito do ilícito, o
conveniente do prejudicial. (Curso de Direito Civil Brasileiro: Teoria Geral do
Direito Civil. São Paulo: Saraiva)
Todavia essa capacidade pode sofrer restrições legais quanto ao seu exercício,
visando proteger os que são portadores de uma deficiência jurídica apreciável.
Assim, segundo Maria Helena Diniz, a incapacidade é a restrição legal ao
exercício dos atos da vida civil.

A incapacidade cessa quando a pessoa atinge a maioridade, tornando-se, por


conseguinte, plenamente capaz para os atos da vida civil.

Entretanto, pode ocorrer, por razões outras, que a pessoa, apesar da maioridade,
não possui condições para a prática dos atos da vida civil, ou seja, para reger a
sua pessoa e administrar os seus bens. Persiste, assim, a sua incapacidade real e
efetiva, a qual tem de ser declarada por meio do procedimento de interdição,
tratado nos art. 747 no Novo Código de Processo Civil, bem como nomeado
curador, consoante art. 1.767 do CC.

Posto isto, depreende-se que o interditando faz jus à proteção, a qual será
assegurada ante sua interdição e a nomeação dos autores como seu curador, a
fim de que este possa representa-lo ou assisti-lo no exercício dos atos da vida
civil, de acordo com os limites da curatela prudentemente fixados na sentença de
interdição.

V. DA CURATELA PROVISÓRIA C/C ANTECIPAÇÃO DE TUTELA

Ante a proteção exigida pelo ordenamento jurídico pátrio aos interesses do


incapaz, como o interditando não detém mais o elementar discernimento para a
prática dos atos da vida civil, torna-se temerária e incerta a adequada gestão dos
recursos fundamentais à sua manutenção.

Destarte, mister a concessão de medida liminar de antecipação de tutela,


consoante o art. 300 do CPC, de modo a nomear os autores como curador
provisório do interditando, nos moldes do competente termo de compromisso.
VI. DA NECESSIDADE DA CONCESSÃO DE TUTELA

A antecipação da tutela jurisdicional, instituto trazido ao nosso ordenamento


processual civil através da lei nº 8.952/94, teve por escopo adiantar o
provimento jurisdicional com relação ao bem jurídico a que se visa tutelar. Tal
antecipação pressupõe uma pretensão guarnecida nos casos em que a urgência
for contemporânea à propositura da ação, com a exposição da lide, do direito
que se busca realizar e do perigo de dano ou de risco ao resultado útil do
processo. Estes são os requisitos exigidos no art. 303, do CPC para autorização
da antecipação.

Ante a proteção exigida pelo ordenamento jurídico pátrio aos interesses do


incapaz, como o interditando não detém o elementar discernimento para a
prática dos atos da vida civil, torna-se temerária e incerta a adequada gestão dos
recursos fundamentais à sua manutenção.

Destarte, mister a concessão de medida liminar de antecipação de tutela,


consoante o art. 300 do CPC, de modo a nomear os autores como curador
provisória ao interditando.

Portanto, tendo em vista que o processo judicial leva algum tempo, pois deve
obedecer, necessariamente, a certos princípios constitucionais, como o
contraditório e a ampla defesa, é preciso que se observe também o princípio da
efetividade da prestação jurisdicional. Assim, o tempo poderia tornar inócua a
decisão jurisdicional final, motivo pelo qual justifica-se a concessão da
antecipação de tutela referida.

VII. DOS PEDIDOS


Ante o exposto, requer:

1. Solicito diligencia conforme disposto no art. 319, § 1° (CPC), para citação da


requerida caso necessário.

2. A concessão dos benefícios da gratuidade da justiça;

3. A concessão da tutela provisória de urgência, nos termos do art. 300 do CPC,


com a nomeação da parte autora como curador provisória do interditando.

4. Citação do interditando para que, em dia designado por Vossa Excelência,


seja efetuada sua entrevista, nos termos do art. 752 do CPC:

5. Seja concedido prazo para impugnação por parte do interditando, nos termos
do art. 752 do CPC;

6. A intervenção do digno Membro do Ministério Público, na condição de fiscal


da ordem jurídica;

7. Seja julgado procedente o pedido.

Protesta provar por todos os meios de prova admitidos em direito, que ficam
desde já requeridos.

Atribui-se à causa o valor de R$ 1.000.000.000 (Um bilhão de reais)

Nestes termos, Espera deferimento.

Dorne, 16 de março de 2022

Estagiário: Alex Nogueira Lázaro


OAB/SP Nº

Você também pode gostar