Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
IV - DO DIREITO
O CÓDIGO CIVIL, ao tratar da incapacidade para os atos da vida civil, preleciona:
Art. 4º São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer
(Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
II - os ébrios habituais, os viciados em tó xicos;
III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua
vontade;
IV - os pró digos.
O Requerido, como se verifica de seu estado de saú de, doente da vontade e da inteligência,
porque ultimamente nã o sabe se expressar e nem compreende o que faz, necessita do
amparo judicial com urgência.
No presente caso, temos que a interdiçã o pode ser promovida pelo cô njuge, como no caso a
requerente esposa do requerido, conforme dispõ e o artigo 747, inciso I do CPC:
Art. 747 A interdição pode ser promovida:
I – Pelo cônjuge ou companheiro
O artigo 1.767, inciso I, do CÓDIGO CIVIL dispõ e:
Art. 1.767. Estão sujeitos à curatela:
I – Aqueles que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário
discernimento para os atos da vida civil;
Desse modo, está o Requerido sujeita à curatela, por nã o gozar da clareza de razã o,
indispensá vel para exercer por si só os atos da vida civil.
Nessas condiçõ es, compete à Requerente, como curadora de seu cô njuge, substituí-lo nos
recebimentos e na administraçã o do seu patrimô nio, como também movimentar suas
contas e saldos bancá rios, nas instituiçõ es bancá rias do Banco Itaú em que mantém conta, e
em todos os atos da vida civil.
Assim, a teor do que dispõ e os artigos 1.774 e 1.775, § 1, do novel CÓDIGO CIVIL, verbis:
Art. 1.774. Aplicam-se à curatela as disposições concernentes à tutela, com as
modificações dos artigos seguintes:
Art. 1.775. O cônjuge ou companheiro, não separado judicialmente ou de fato, é, de
direito, curador do outro, quando interdito.
§ 1o Na falta do cô njuge ou companheiro, é curador legítimo o pai ou a mã e; na falta destes,
o descendente que se demonstrar mais apto.
§ 2o Entre os descendentes, os mais pró ximos precedem aos mais remotos.
§ 3o Na falta das pessoas mencionadas neste artigo, compete ao juiz a escolha do curador.
A Requerente esposa do Requerido, portanto a legitimidade para a propositura da presente
açã o de interdiçã o é perfeitamente adequada, além de se apresentar indene de dú vida.
Nesta perspectiva, afigura-se patente a necessidade de nomear curadora ao
Requerido com a maior brevidade possível, para que se possa administrar os bens
do requerido, para assim conseguir saldar os compromissos decorrentes de suas
necessidades vitais, uma vez que não tem pleno discernimento para tanto perante as
agências bancárias e juntamente ao seu patrimônio.
Por isso, a nomeaçã o de curadora à incapaz afigura-se como medida imperiosa à proteçã o
de sua vida, de sua saú de e de seus interesses, haja vista que nã o apresenta condiçõ es de
providenciar por si pró prio o suprimento de suas necessidades fundamentais.
V - DA ANTECIPAÇÃO DE TUTELA
Pelas razõ es alinhavadas nas linhas pretéritas, presentes estã o a verossimilhança da
alegaçã o e a prova inequívoca dos fatos, somado ao fundado receio de dano irrepará vel, o
que impõ e a aplicaçã o do artigo 300 do CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL, onde está
instituído, de modo explícito e generalizado, a antecipaçã o dos efeitos da tutela pretendida
na inicial, ao preconizar:
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que
evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do
processo.
§ 2o A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia.
§ 3o A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver
perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão.
VEJA EXCELÊNCIA, NECESSÁRIO SE FAZ À NOMEAÇÃO DE CURADORA PROVISÓRIA
PARA O REQUERIDO, PARA QUE ASSIM SEJAM ADMINISTRADOS, SEU PATRIMÔNIO JÁ
MENCIONADO E AS NECESSIDADES BÁSICAS E FUNDAMENTAIS DO REQUERIDO PARA
O FIM DE SE EVITAR PREJUÍZO AO REQUERIDO, BEM COMO SERVIRÁ PARA GERIR E
ADMINISTRAR SEU PATRIMÔNIO JÁ MENCIONADO E AS NECESSIDADES BÁSICAS E
FUNDAMENTAIS DO REQUERIDO a fim de que a Requerida possa representá-lo nos
atos da vida civil, sobretudo na adequada gestão dos recursos fundamentais à sua
manutenção, convertendo-se em Curatela definitiva ao julgamento final da presente
Ação.
Diante de tais circunstâ ncias é inegá vel a existência de fundado receio de dano irrepará vel
e de difícil reparaçã o, pois a demora no deslinde da demanda certamente acarretará
prejuízo à vida e a dignidade do requerido, sendo imprescindível a imediata nomeação
de curadora ao incapaz inaudito altera para, considerando a primeira necessidade de
assistência à sua saú de e adequada gestã o dos recursos fundamentais à sua manutençã o.
Neste contexto, a Requerente se compromete a zelar pelo seu cô njuge incapacitado e pelos
seus interesses, acompanhando-o em seus tratamentos e cuidando quando estiver em
tratamento especializado ou em recuperaçã o, ou seja, prestando todos os caprichos de
esposa zelosa e cuidadosa com para com o seu companheiro.
VI - DOS PEDIDOS
EX POSITIS requer:
a) Seja dada prioridade na tramitaçã o do feito, com fulcro nos art. 1.048, I do CPCP c/c o
art. 71 da Lei 10.741/03, visto que as partes sã o idosos;
b) Sejam concedidos à Requerente, os Benefícios da Justiça Gratuita, com fulcro no art. 5º
LXXIV da Constituiçã o da Repú blica e na Lei nº 1.060/50, haja vista nã o ter condiçõ es
econô micas e/ou financeiras de arcar com as custas processuais e demais despesas
aplicá veis à espécie, honorá rios advocatícios, sem prejuízo pró prio ou de sua família.
c) Seja a presente açã o de interdiçã o processada nos termos do artigo 747 e seguintes do
Có digo de Processo Civil;
d) Seja, com fundamento no artigo 300, do Có digo de Processo Civil, Antecipado os Efeitos
da Tutela Pretendida, nomeando a Requerente xxxxxxxxxxx, Curadora do Requerido,
para que a mesma possa representá -lo em Juízo ou fora dele, na administraçã o de sua
pessoa e bens, e recebimento dos seus benefícios previdenciá rios como também na
administraçã o de seu patrimô nio e celebraçã o de suas contas bancá rias, até decisã o final,
prestando para tanto, o compromisso legal, ocasiã o em que ao final a curatela deverá ser
deferida em definitivo, uma vez que as necessidades do Requerido sã o vitais e prementes,
expedindo-se o competente alvará;
e) Sejam deferidos, para o bom termo das diligências, os benefícios do artigo 212, § 2º, do
Có digo de Processo Civil;
f) Seja o Requerido citada no endereço indicado no preâ mbulo desta peça madrugadora,
para responder a presente demanda;
g) Seja realizada perícia médica através do IMESC, caso necessá rio, na residência do
requerido tendo em vista a dificuldade de locomoçã o, porque restrita ao leito e em uso de
sonda.
h) Seja intimado o douto representante do Ministério Pú blico para, na condiçã o de "custos
legis", intervir e acompanhar a presente demanda até o seu final, sob pena de nulidade, ex vi
dos artigos 176,177 e 178, incisos I e II, todos do Có digo de Processo Civil;
i) Seja, ao final, julgada procedente a presente açã o, decretando a interdiçã o do Requerido
e nomeando-a curadora a pessoa da Requerente;
Protesta provar o alegado por todos os meios de provas em direito admitido, sem exceçã o,
em especial a documental inclusa e a médico-pericial que desde já se requer, bem como
apresentaçã o de demais documentos que forem ordenados, depoimento pessoal do
Requerido e testemunhal, eventualmente arroladas em momento oportuno, reservando-se
o direito de usar os demais recursos probató rios que se fizerem necessá rios ao deslinde da
açã o.
Dá -se a presente o valor de R$ xxxxxxxx
Termos em que,
Pede e aguarda o respeitá vel deferimento
ESTADO, XXX de XXXXX de XXXXX
ADVOGADO
OAB/SP xxxx