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I- PRELIMINARMENTE
I. 1 – DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA
A Requerente é pessoa economicamente vulnerável e hipossuficiente na forma da lei,
não podendo arcar com as custas judiciais e os honorários advocatícios sem comprometer a
própria subsistência. Destarte, visto ser o acesso à justiça direito fundamental de pleitear todos os
outros direitos em condições de igualdade com a parte contrária, a requerente, na presente
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demanda, resta assistida por esta Defensoria Pública Estadual, conforme declaração anexa, com
esteio na LC nº 80/1994 e na LC estadual nº 03/1990.
Assim, pugna-se, desde logo, a isenção de quaisquer custas e emolumentos, assim
como a obrigação de arcar com honorários advocatícios ao final, como benefícios da Justiça
Gratuita, preconizados no inciso LXXIV, do art. 5º da CF/88, da Lei nº. 1.060/50, arts 98 e 99 do
CPC.
I. 2 – DA AUSÊNCIA DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS REPETITIVAS
À luz do que dispõe o art. 976 do Código de Processo Civil, vale afirmar ao Douto
Julgador que o caso em tela não se trata de uma demanda repetitiva, nem configura um risco de
ofensa à isonomia e nem à segurança jurídica.
I.3 – DA IMPOSSIBILIDADE DE APRESENTAÇÃO DE ENDEREÇO ELETRÔNICO
DAS PARTES
Tanto a parte autora quanto o réu são hipossuficientes e não possuem acesso à rede
mundial de computadores, razão pela qual não é possível informar seus endereços eletrônicos.
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III – DO DIREITO
A interdição das pessoas incapazes e a instituição da curatela são importantes
institutos jurídicos do direito civil. Ao longo do tempo, a curatela serviu como instrumento
voltado para a proteção do interesse patrimonial e a defesa do curatelado.
Todavia, a dignidade da pessoa humana ao ser reconhecida como valor fundamental,
inerente à pessoa e a humanização das relações sociais e jurídicas, notou-se a insuficiência dos
institutos citados e a necessidade de profundos ajustes.
O Estatuto da Pessoa com Deficiência, Lei 13.146/2015, veio regulamentar esses
institutos com o intuito de promover, proteger e assegurar o exercício pleno e equitativo de todos
os direitos humanos e liberdades fundamentais por todas as pessoas com deficiência, além de
promover o respeito pela sua dignidade.
A curatela passa a ter índole de medida excepcional, a ser adotada somente quando e
na medida em que for necessária. Portanto, preza-se a análise de cada caso concreto, nos termos
do arts. 84, §3º e 85 do citado Estatuto.
Art. 85. A curatela afetará tão somente os atos relacionados aos direitos de natureza
patrimonial e negocial.
Trata-se de isonomia e respeito à pessoa com deficiência que a depender do grau desta
faz-se necessário à presença de um curador, que irá auxiliá-lo, especialmente, nos atos de natureza
patrimonial, visto que a pessoa com deficiência possui um impedimento físico, mental, intelectual
ou sensorial de longo prazo que obsta a sua atuação na vida social.
Dispõe o Estatuto:
Art. 2o Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo
prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma
ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em
igualdade de condições com as demais pessoas. (grifo nosso).
O novo Estatuto revogou os incisos do artigo 3º e art. 4º do Código Civil, deixando de ser
absolutamente incapazes os “que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário
discernimento para a prática dos atos da vida civil” e de ser relativamente incapaz “os
excepcionais, sem desenvolvimento mental completo”. Assim, passaram a ser considerados
relativamente incapazes aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir
sua vontade.
Através da narrativa fática e pelo atestado médico em anexo, verifica-se que a
demandada é incapaz de gerir, por si só, os atos de sua vida civil, uma vez que necessita de ajuda
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para realizar suas atividades diárias, em razão da deficiência intelectual que a acomete. Logo, em
virtude da mencionada deficiência a requerida não possui condições de discernimentos adequados.
A manifesta incapacidade da interditanda para atuar na vida civil a torna sujeita à
curatela, conforme preceitua o artigo 1.767 do Código Civil:
Conforme tal dispositivo, a requerente é parte legítima para figurar no pólo ativo deste
pleito, pois é irmã da interditanda, capaz de prestar-lhe plena assistência a este.
Segundo Beviláqua: “curatela é o encargo público, conferido, por lei, a alguém, para
dirigir a pessoa e administrar os bens de maiores, que por si não possam fazê-lo”. Logo, a
nomeação de curador ao enfermo ou pessoa com deficiência é medida que visa auxiliar a pessoa
que em razão de causa transitória ou permanente, não pode exprimir sua vontade, para ajudar estes
na administração dos bens e nos atos da vida cotidiana.
Diante da situação narrada, além das provas acostadas aos autos, verifica-se que a
interditanda é incapaz de gerir, por si só, os atos de sua vida civil. Tal incapacidade da requerida
para atuar na vida civil torna-a sujeito à curatela, não sendo suficiente o pedido de decisão
apoiada.
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§ único. A tutela provisória de urgência, cautelar ou antecipada, pode ser concedida
em caráter antecedente ou incidental
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que
evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil
do processo.
[...]
§ 2o A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação
prévia.
Enunciado 32: A redação do art. 300, caput, superou a distinção entre os requisitos
da concessão para a tutela cautelar e para a tutela satisfativa de urgência, erigindo a
probabilidade e o perigo na demora a requisitos comuns para a prestação de ambas
as tutelas de forma antecipada.
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A exposição fática explicita a possibilidade de haver dano irreparável, visto que a
requerente, é irmã da interditanda, necessita ser nomeada sua curadora para proteger os interesses
daquele. Assim, a demora na prestação jurisdicional pode ocasionar máculas irreversíveis aos
direitos da interditanda, incapaz de defender seus interesses senão por meio da irmã aqui
requerente.
IV – DO PEDIDO
EX POSITIS, a Autora vem à presença desse Juízo apresentar a atual postulação e a
faz com respaldo nos artigos 1.767 e seguintes do Código Civil, passando a requerer que Vossa
Excelência digne-se a:
a) A concessão dos benefícios da gratuidade da Justiça em sua integralidade, nos
termos da Declaração de Hipossuficiência Econômica anexa,consoante preconizam os artigos 98 e
99 do Código de Processo Civil;
b) A intimação pessoal da parte patrocinada quando o ato processual depender de
providencia ou informação que somente por ela possa ser realizada ou prestada, nos moldes do art.
186,§2º, do Código de Processo Civil;
c) A CITAÇÃO da interditanda, para comparecer à audiência a ser designada por
Vossa Excelência a fim de ser entrevistado conforme determina o art. 751 do Código de Processo
Civil;
d) Decorrido o prazo estipulado pelo artigo 752, caput, do Código de Processo Civil,
que Vossa Excelência nomeie o competente perito para a realização de exame médico-pericial no
Interditando com a elaboração do respectivo laudo;
e) Determinar a intimação do Ministério Público para que acompanhe o feito ad
finem, conforme art. 178, II, do Código de Processo Civil;
f) A antecipação da tutela provisória de urgência, nos termos do art. 300 do
Código de Processo Civil, para concessão imediata da CURATELA PROVISÓRIA a
requerente, mediante compromisso;
g) Decretar a INTERDIÇÃO da SraXXXXXXXXXXXXXXXX, por sentença, por
sentença, nomeando como sua curadora, sua irmã, a Sra. XXXXXXXXXXXXXXXXXX, nos
termos dos arts. 1.767 e 1.775 do CPC, para exercer, em nome daquele, todos os atos da vida civil,
bem como, logo em seguida, determine a intimação desta última para, no prazo legal, prestar o
compromisso do artigo 759, inciso I, do CPC;;
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permanecerá por 6 (seis) meses, na imprensa local, 1 (uma) vez, e no órgão oficial, por 3 (três)
vezes, com intervalo de 10 (dez) dias, constando do edital os nomes do interdito e do curador, a
causa da interdição, os limites da curatela e, não sendo total a interdição, os atos que o interdito
poderá praticar autonomamente, tudo como ordena o artigo 755, §3º, do Código de Processo Civil.
Protesta-se provar o alegado por todos os meios admitidos em Direito, notadamente,
oitiva de testemunhas, juntada ulterior de documentos, perícia, bem como quaisquer outras
providências que Vossa Excelência julgue necessárias à perfeita resolução do pleito, ficando tudo,
de logo, requerido.
Dá-se à causa o valor de R$ 880,00 (oitocentos e oitenta reais).
Nestes termos
Pede e espera deferimento.
Teresina, 13 de setembro de 2016.
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ADVOGADO
OAB XXXXXXXXX
ROL DE DOCUMENTOS:
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