Você está na página 1de 10

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ VARA

FAMÍLIA DA COMARCA DE BELO HORIZONTE – MG

FULANO DE SILVA, nacionalidade (...), estado civil (...), profissão (...),


inscrito no RG (...,) e no CPF (...), residente e domiciliada na (...), endereço
eletrônico (...), dados que indicam para fins do art. 77, V, vem
respeitosamente perante Vossa Excelência, com base na Lei 13.146/2015,
nos artigos 1.767 e ss. do Código Civil, bem como nos artigos 747 a 763 do
Código de Processo Civil, ajuizar:

AÇÃO DE INTERDIÇÃO COM TUTELA DE URGÊNCIA


(CURATELA PROVISÓRIA)

em face de FULANA DA SILVA, nacionalidade (...), estado civil (...), profissão


(...), inscrito no RG (...,) e no CPF (...), residente e domiciliada na (...),
endereço eletrônico (...), pelas razões de fato e de direito a seguir aduzidas.

I- DA TRAMITAÇÃO PRIORITÁRIA

Considerando que a interditanda é pessoa com deficiência intelectual,


requer a concessão do benefício de TRAMITAÇÃO PRIORITÁRIA à pessoa
com deficiência, nos termos do art.1048, §§ 1º a 4º, do Código de Processo
Civil c/c art. 71 do Estatuto do Idoso e art. 9º, VII, da Lei n.º 13.146/2015,
conforme laudo médico que instrui esta exordial.

II- DOS FATOS E RAZÕES DA INTERDIÇÃO

A Requerente adotou a Requerida, em 10/01/1995, quando ela ainda era


um bebê, conforme decisão judicial anexa que autorizou a adoção. Quando
nasceu, a requerida já apresentava um estado de saúde grave, pois teve três
fraturas no crânio, insuficiência respiratória, icterícia e septicemia. Apesar
de todas as dificuldades, a Requerida conseguiu se recuperar, sendo que
sua genitora sempre proporcionou a ela todos os cuidados que necessitou ao
longo da vida.

Trata-se de pessoa com deficiência intelectual grave, vez que foi


clinicamente diagnosticada com malformação congênita cerebral (CID10
Q04.6), esquizofrenia de lábios abertos na região parietal esquerda, CID
Q.046 e transtorno de ansiedade, CID F.41.1, conforme laudo médico de
especialistas, que seguem na instrução documental.

Como fator agravante, também foi constato na requerida o transtorno não-


verbal de aprendizagem, decorrente das sequelas da referida lesão cerebral,
quadro que acarretou limitações na sua capacidade cognitiva que
interferem, além de outras áreas, no seu desenvolvimento na sociedade,
conforme relatório de investigação neuropsicológica e relatório
psicopedagógico anexos a esta exordial.

Em virtude de seu quadro clínico a requerida é incapaz de gerir sua vida


sozinha, tanto nos aspectos financeiros quanto às atividades da vida diária,
necessitando de assistência total de sua mãe, ora requerente, para todo tipo
de tomada de decisão, sendo dependente de controle médico periódico e
psicoterapia, conforme relatórios médicos anexos.

Destarte, outra característica da deficiência cognitiva da autora é que ela


não compreende a dimensão da realidade, ou seja, ela interpreta todas as
situações da vida de forma concreta e objetiva, não tendo discernimento
para entender a subjetividade das situações.

Diante da situação é possível perceber que, embora atingida a maioridade


civil, a requerida não possui capacidade cognitiva para tomar as decisões de
sua vida negocial e patrimonial de forma livre, voluntária e segura, podendo
colocar em risco sua própria dignidade, pois está vulnerável na sociedade
atual.

Vale ressaltar que a incapacidade da requerida existe tão somente em


relação a sua vida financeira e negocial, aspectos nos quais a interditanda é
pessoa totalmente dependente de sua mãe para quaisquer tomadas de
decisões sem riscos de prejuízos para gestão de sua vida civil.

Apesar da requerida ter a maioridade cível, a mesma não possui


desenvolvimento cognitivo que a possibilite tomar conta da sua vida
patrimonial e negocial sem assistência de terceiros, pois não possui
desenvolvimento cognitivo para, por exemplo, celebrar contratos, fechar
negócios, gerir seu próprio patrimônio e dinheiro, sem o risco de praticar os
referidos atos com vícios que lhe causaram enormes prejuízos.

Cumpre esclarecer ainda que não existem bens móveis ou imóveis em nome
da interditanda. De igual modo a interditanda ainda não percebe nenhum
tipo de benefício previdenciário, tendo apenas uma conta poupança em seu
nome administrada por sua mãe, ora requerente, com saldo de R$
150.000,00.

Conformando-se com o quadro irreversível e permanente de deficiência


intelectual grave da requerida e diante do diagnóstico comprovado
incapacidade cognitiva para gerir sua vida financeira, a requerente, na
condição de responsável legal e detentora do poder familiar propõe a
presente ação de interdição, a fim de resguardar o presente e o futuro da
requerida, zelando por sua dignidade e pela garantia e afirmação de seus
direitos.

III- DOS REQUISITOS LEGAIS DA CURATELA

Sobre a interdição da pessoa com deficiência, a Lei n° 13.146/2015 (LBI)


trouxe alterações significativas no conceito da incapacidade civil, passando
a vigorar o entendimento de que, em regra, a pessoa com deficiência física,
mental ou intelectual, não é incapaz para os atos da sua vida civil.

Sendo a capacidade jurídica a regra, o legislador estabeleceu a exceção de


que a pessoa com deficiência pode ser considerada incapaz apenas para os
atos patrimoniais e negociais, vejamos o disposto no art. 84 da LBI,
vejamos:

Art. 84. A pessoa com deficiência tem assegurado o direito ao


exercício de sua capacidade legal em igualdade de condições
com as demais pessoas.
§ 1º Quando necessário, a pessoa com deficiência será
submetida à curatela, conforme a lei.
§ 3º A definição de curatela de pessoa com deficiência constitui
medida protetiva extraordinária, proporcional às necessidades
e às circunstâncias de cada caso, e durará o menor tempo
possível.
No caso da pessoa com deficiência, é permitido a sua curatela quando
verificada que a pessoa é de fato incapaz, seja por critério etário ou
psicológico, para a prática de todos ou alguns atos civis e/ou patrimoniais.

No caso em comento, diante de todos os relatórios médicos anexos, é


inquestionável que a requerida é pessoa com deficiência intelectual
desprovida de discernimento para todos os atos da vida patrimonial.

Uma das características da deficiência da requerida é que ela não


compreende a dimensão da realidade. Em outras palavras, a requerida não
possui discernimento dos riscos de um negócio jurídico, podendo facilmente
ser enganada para celebrar negócios ou contratos que possam causar danos
patrimoniais irreversíveis e irreparáveis.

Por sua vez, o Código de Processo Civil, em seu art. 747, prevê as pessoas
competentes para promover a ação de interdição, vejamos:

Art. 747. A interdição pode ser promovida:


I - pelo cônjuge ou companheiro;
II - pelos parentes ou tutores;
III - pelo representante da entidade em que se encontra
abrigado o interditando;
IV - pelo Ministério Público.
Parágrafo único. A legitimidade deverá ser comprovada por
documentação que acompanhe a petição inicial.
Considerando que a requerente é mãe adotiva da requerida, conforme
sentença de adoção anexa, resta justificada e comprovada a sua
legitimidade para ingressar com a presente ação.

O Código Civil estipulou que os requisitos aplicáveis à interdição são os


mesmos concernentes ao instituto da tutela, conforme o disposto em seu
art. 1.774. Desta feita, extrai-se do art. 1.735 do CC/02 os fatores que
impedem uma pessoa de assumir a função de curadora de outrem, vejamos:

Art. 1.735. Não podem ser tutores e serão exonerados da


tutela, caso a exerçam:
I - aqueles que não tiverem a livre administração de seus bens;
II - aqueles que, no momento de lhes ser deferida a tutela, se
acharem constituídos em obrigação para com o menor, ou
tiverem que fazer valer direitos contra este, e aqueles cujos
pais, filhos ou cônjuges tiverem demanda contra o menor;
III - os inimigos do menor, ou de seus pais, ou que tiverem sido
por estes expressamente excluídos da tutela;
IV - os condenados por crime de furto, roubo, estelionato,
falsidade, contra a família ou os costumes, tenham ou não
cumprido pena;
V - as pessoas de mau procedimento, ou falhas em probidade,
e as culpadas de abuso em tutorias anteriores;
VI - aqueles que exercerem função pública incompatível com a
boa administração da tutela.
No caso em comento, a requerente não se enquadra em nenhum dos
impedimentos para ser nomeada como curadora da requerida. Vale dizer
que a requerente possui a livre administração dos seus bens, sendo
plenamente capaz para administrar os bens da requerida.

A requerente também declara que não possui qualquer conflito de interesse


com a Requerida, vez que não têm obrigação constituída para com esta, bem
como não têm a intenção de fazer valer qualquer direito contra ela e não
possui nenhuma demanda contra a requerida.

Outrossim, inexiste animosidade familiar envolvendo a requerente e a


requerida, ao contrário, a mãe e responsável legal, sempre se preocupou em
proporcionar o melhor para ela se desenvolver, sendo que nunca lhe faltou
assistência afetiva e material.

A requerente não possui nenhuma condenação criminal, bem como não tem
maus antecedentes, conforme certidão negativa criminal anexa. Ademais, a
requerida declara que dispõe de tempo para atender às necessidades da
requerida, bem como cuidar de seus interesses.

Destarte, o art. 755, inc. I, do CPC/15 prevê que o requerente da ação de


interdição pode ser o curador. Por sua vez, o parágrafo 1° do mencionado
dispositivo legal também dispõe que a curatela deve ser atribuída a quem
melhor atender aos interesses do curatelado.

Posto isto, considerando que a requerente é a mãe adotiva da requerida,


bem como preenche todos os demais requisitos mencionados acima, não há
justo motivo que impeça a sua nomeação para exercer o múnus de curador
da requerida, haja vista a evidente incapacidade da interditanda para
praticar os atos da vida patrimonial e negocial.

IV- DOS LIMITES DA CURATELA

A Lei 13.146/2015 – LBI desatrelou o conceito de incapacidade civil e de


deficiência, por serem ideias autônomas e independentes. A referida lei
deixou claro que a regra é que a pessoa com alguma deficiência é
plenamente capaz.

Como toda regra tem sua exceção, a LBI não desconsiderou o fato de que
algumas deficiências deixam a pessoa com incapacidade para os atos de sua
vida patrimonial e negocial.

Pensando justamente na proteção dos direitos dessa pessoa com deficiência


potencialmente incapaz, foi que o legislador dispôs em seu art. 85 da LBI
sobre a possibilidade da curatela da pessoa com deficiência quando
verificada a sua incapacidade em relação aos seus bens e negócios, vejamos:

Art. 85. A curatela afetará tão somente os atos relacionados


aos direitos de natureza patrimonial e negocial.
§ 1o A definição da curatela não alcança o direito ao próprio
corpo, à sexualidade, ao matrimônio, à privacidade, à
educação, à saúde, ao trabalho e ao voto.
§ 2o A curatela constitui medida extraordinária, devendo
constar da sentença as razões e motivações de sua definição,
preservados os interesses do curatelado.
No presente caso restou comprovado que, apesar da requerida ter a
maioridade civil, a mesma possui uma deficiência cognitiva grave, que a
impede de compreender a dimensão da realidade, conforme relatórios
médicos.

Em outras palavras, a interditanda possui dificuldade para interpretar as


mais diversas situações da vida, desprovida de senso de valor financeiro das
coisas, incapaz de enxergar prejuízos na celebração de qualquer negócio
jurídico, fato que pode representar um perigo para sua vida financeira e
negocial.

Ademais, o art. 775, inc. I, do CPC dispõe que, ao se decretar a interdição,


será fixado os limites da curatela de acordo com o estado e o
desenvolvimento mental do interdito.

Ora Excelência, a interditanda já passou por inúmeros tratamentos


médicos, mas até o presente momento não obteve uma melhora no seu
quadro clínico, de modo que não possui a capacidade para perceber as
vantagens e desvantagens de qualquer negócio patrimonial ou financeiro,
fato que, por si só, justifica a nomeação de um curador para os referidos
atos.

Neste sentido, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais decidiu que em casos


de deficiência cognitiva grave, a decretação da curatela para os atos da vida
patrimonial, negocial é a medida mais adequada, vejamos:

APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE INTERDIÇÃO/CURATELA - LEI


FEDERAL Nº 13.146/2015 (ESTATUTO DA PESSOA COM
DEFICIÊNCIA) - OBSERVÂNCIA - PESSOA PORTADORA DE
DOENÇA MENTAL - DIFICULDADE DE ADMINISTRAR SEUS
BENS - INTERDIÇÃO PARCIAL - POSSIBILIDADE - RECURSO
PROVIDO. 1. A curatela é medida excepcional, eis que diz
respeito à capacidade da pessoa para gerir os atos da vida
civil, de forma que somente poderá ser concedida caso seja
demonstrado inequivocamente e de forma robusta que o
interditando não possui discernimento. 2. Havendo
comprovação da efetiva incapacidade da interditanda em
administrar seus bens, deve ser reformada a sentença que
indeferiu o pedido de curatela, sendo que o pedido de
interdição deve ser julgado parcialmente procedente,
impondo-se os limites previstos na Lei Federal nº
13.146/2015 (Estatuto da Pessoa com Deficiência). 3. Recurso
ao qual se dá provimento. (TJ-MG - AC: 10003140009154001
MG, Relator: Teresa Cristina da Cunha Peixoto, Data de
Julgamento: 23/02/2017, Câmaras Cíveis / 8ª CÂMARA
CÍVEL, Data de Publicação: 04/04/2017)

Ante todo o exposto, requer a declaração de incapacidade em relação a todos


os atos patrimoniais e negociais, a fim de garantir a proteção aos interesses
da requerida.

V- DA CURATELA PROVISÓRIA

A LBI prevê a possibilidade da curatela provisória, na qual se nomeia o


curador provisoriamente caso fique demonstrado a ausência de
discernimento que resulte na incapacidade do interditando para administrar
seus bens, vejamos o disposto no art. 87, do referido diploma legal.

Art. 87. Em casos de relevância e urgência e a fim de proteger


os interesses da pessoa com deficiência em situação de
curatela, será lícito ao juiz, ouvido o Ministério Público, de oficio
ou a requerimento do interessado, nomear, desde logo, curador
provisório, o qual estará sujeito, no que couber, às disposições
do Código de Processo Civil.
Além do dispositivo mencionado, o art. 749, parágrafo único do CPC/15
também prevê a possibilidade de nomeação de curador provisório para a
prática de determinados atos, vejamos:

Art. 749. Incumbe ao autor, na petição inicial, especificar os


fatos que demonstram a incapacidade do interditando para
administrar seus bens e, se for o caso, para praticar atos da
vida civil, bem como o momento em que a incapacidade se
revelou.
Parágrafo único. Justificada a urgência, o juiz pode nomear
curador provisório ao interditando para a prática de
determinados atos.
A tutela de urgência para a autorização da curatela provisória poderá ser
antecipada, desde que estejam presentes elementos que evidenciem a
probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do
processo, conforme disposição do artigo 300 do CPC/15, vejamos:
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver
elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo
de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
§ 1o Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode,
conforme o caso, exigir caução real ou fidejussória idônea para
ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer,
podendo a caução ser dispensada se a parte economicamente
hipossuficiente não puder oferecê-la.
§ 2o A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou
após justificação prévia.
§ 3o A tutela de urgência de natureza antecipada não será
concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos
da decisão.
No que tange à probabilidade do direito, os relatórios médicos anexos nesta
exordial demostram a deficiência cognitiva da requerida, não deixando
dúvidas de que ela é incapaz para a prática dos patrimoniais e negociais,
sem a intervenção de terceiro, pois não possui discernimento para mensurar
os riscos de um negócio jurídico, sendo facilmente enganada por qualquer
pessoa.

Ademais o alto grau de comprometimento cognitivo da requerida poderá ser


aferido por esse competente juízo, em simples interrogatório em audiência,
se assim V.Exa. entender por necessário para concessão da curatela
provisória.

De igual modo o perigo na demora na prestação jurisdicional se demonstra


pelo fato de a Requerida já ser maior de idade, praticar atos jurídicos com a
sua manifestação de vontade viciada, tendo em vista sua vulnerabilidade
cognitiva em razão da deficiência que reflete em sua segurança econômica.

Ademais, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais entende que demostrado a


necessidade, deve ser concedida a curatela provisória, vejamos:

AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO DE INTERDIÇÃO -


CURATELA PROVISÓRIA - ESTUDO TÉCNICO - INEXISTÊNCIA
DE PROVA QUE DESABONE A CONDUTA DA CURADORA
PROVISÓRIA - ANTECIPAÇÃO DE TUTELA - AUSÊNCIA DOS
REQUISITOS - DECISÃO MANTIDA. - A tutela de urgência
poderá ser antecipada, desde que estejam presentes elementos
que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou
o risco ao resultado útil do processo, conforme disposição do
artigo 300 do CPC/15. - A curatela é medida excepcional,
porquanto diz respeito à capacidade da pessoa para gerir os
atos da vida civil, de modo que somente poderá ser concedida
quando demonstrado inequivocamente e de forma robusta que
o interditando não possui discernimento e que o requerente da
curatela é pessoa capaz e de conduta ilibada, hábil a exercer o
encargo de curador. - Embora comprovada nos autos a
necessidade de nomeação de um curador provisório para a
idosa, conforme noticia o Relatório de Estudo Técnico expedido
pelo Setor Psicossocial do juízo da Comarca de Contagem, a
agravada reúne melhores condições de assumir o encargo da
curatela provisória da mãe, ora interditanda. - Assim,
considerando que não há nos autos elementos que desabonem
a conduta da ora agravada em exercer a curatela provisória da
interditanda, a manutenção da decisão agravada é medida que
se impõe.(TJ-MG - AI: 10079140380274001 MG, Relator: Yeda
Athias, Data de Julgamento: 28/03/2017, Câmaras Cíveis / 6ª
CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 07/04/2017)
Posto isto, diante da gravidade da deficiência cognitiva da requerida e da
comprovada aptidão e idoneidade da parte autora, torna-se imperiosa a
nomeação da requerente como curadora provisória da interditanda.

VI- DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS

Por todo exposto, o autor pede e requer:

a) a concessão do benefício de tramitação prioritária à pessoa com


deficiência, nos termos do art. 1048, §§ 1º a 4º, do Código de Processo
Civil c/c art.71 do Estatuto do Idoso e art. 9º, VII, da Lei n. º
13.146/2015, conforme laudo médico que instrui esta exordial;

b) a intimação do representante do Ministério Público para intervir no


feito;

c) a concessão da Tutela de Urgência, determinando-se a expedição do


competente TERMO DE CURATELA PROVISÓRIA, nomeando a
requerente como curadora da interditanda, a fim de representá-la nos
atos da vida patrimonial e negocial, perante todos os órgãos públicos e
privados, inclusive, para fins previdenciários junto ao INSS;

d) a citação da requerida para que compareça em audiência, a ser


designada pelo Juízo, onde deverá ser entrevistada, após o que, se
quiser, poderá oferecer resposta no prazo legal, sob pena de não o
fazendo lhe ser nomeado Curador Especial que o faça;

e) a confirmação da Tutela Provisória de Urgência, julgando-se


PROCEDENTE o pedido para decretar a interdição da requerida,
declarando-a relativamente incapaz para os atos da vida civil e
determinando a expedição do competente TERMO DE CURATELA
DEFINITIVA, nomeando a requerente como curadora da interditanda,
a fim de representá-la nos atos da vida patrimonial e negocial, perante
todos os órgãos públicos e privados, inclusive, para fins
previdenciários junto ao INSS;

f) a produção de todos os meios de provas admitidos em direito,


inclusive prova pericial ou prova técnica simplificada a serem
oportunamente especificadas;

g) a juntada de documentos anexos.

Dá-se a causa o valor de R$ 1.000,00 (mil reais) para efeitos fiscais.

Termos em que pede deferimento.

Local e data

Advogado
OAB

Você também pode gostar