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EXMO. SR. DR.

JUIZ FEDERAL DA 2 VARA DA COMARCA DE MEDEIROS –


RIO DE JANEIRO

PROCESSO XXXXXXXXX

A requerida, já qualificada nos autos em epígrafe, vem,


respeitosamente, perante V.Exa. através de seu advogado “in fine” assinado
apresentar:

CONTESTAÇÃO

Na ação de Interdição proposta em seu desfavor pelo requerente, igualmente


qualificado, conforme as inclusas razões.

I-Síntese Inicial.

Na exordial a Requerente informou sua assistência a


requerida em outra cidade na cidade de Medeiros por ser seu domicilio, há 20
km de distância de sua residência na cidade e comarca de Lins, por quem foi
criada, mesmo sem ter sido adotada legalmente.

Declarou não ter a requerida condições psíquicas devido a suas limitações


mentais e mal de Alzheimer, não sendo possível ter capacidade civil e responder
por seus atos, precisa de auxilio para tomar banho, tomar remédios e se
alimentar, tomar remédios que controlam sua depressão, mal de Alzheimer e
outras patologias psíquicas. informações essas juntadas nos autos: relatórios
emitidos pelo Hospital Público Municipal, constante de todas as informações que
confirmam seu nome como acompanhante da interditando nos tratamentos.

II- Da Realidade dos Fatos

Não correspondem com a verdade os fatos narrados pela


requerente, haja vista que a requerida com a idade de 92 anos encontra-se com
algumas limitações físicas, mas obstante, goza de sua capacidade mental e
sanidade, e vem até este juízo, sentindo-se lesada pelas alegações sofridas.

A requerida assumiu o papel de mãe desde que a requerente foi abandonada


por genitora, não sabendo sequer quem é o seu pai.

Durante todo o tempo de convivência entre as partes, foi


possível perceber todas as disfunções que a requerente possuía, relatados
através de seu comportamento, o que não foi motivo para que a requerida
deixasse de assumir o papel de mãe com amor e dedicação, cuidando da
requerente até que completasse a maioridade, assim como de seus estudos e
permitindo que nada lhe faltasse. Devido ao histórico de comportamento, a partir
da maioridade os problemas tornaram-se mais sérios e freqüentes.

Mesmo diante de todo cuidado, a requerida foi surpreendida, ficando indignada


quando recebeu a carta citatória da Ação de Interdição, alegando a possibilidade
de sua incapacidade civil.

A requerente na realidade quer interditar a requerida para


poder ficar no controle de suas finanças, não satisfeita com todos os problemas
que trouxe para a requerida desde a infância quer agora se aproveitar da
situação para se apossar de seus bens e rendimentos, sabendo que a
requerente não tem herdeiros, que mesmo apesar de não ter um registro de
adoção, o tempo que se manteve com a requerida, foi tratada como filha em
todos os aspectos.

III- Das Preliminares

Da Incapacidade Processual

Disposto no artigo 337 CPC determina a possibilidade de alegar:

Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o


mérito, alegar:
IX - incapacidade da parte, defeito de
representação ou falta de autorização;
X - convenção de arbitragem;
XI - ausência de legitimidade ou de interesse
processual;
Assim, diante de decisão judicial, a requerente esta
impossibilitada de ter conta bancária ou movimentar recursos financeiros, por
causa de sua prodigalidade; pela impossibilidade de administrar bens de
terceiros se a mesma é parcialmente interditada para exercer tais funções para
si mesmo.

A requerida não mostrou idoneidade, apenas quer se


apossar dos bens daquela que lhe criou e a quem sempre trouxe vários
problemas, principalmente em relação ao dinheiro, a requerida quer mesmo
usando de má fé e de declarações falsas que não condiz com a verdade da
requerida tomar aquilo que não é de direito seu, usando de todos os meios,
entre eles de mentiras para conseguir aquilo que deseja.

Da Ilegitimidade da Parte

A legitimidade deverá ser comprovada por documentação


que acompanha a petição inicial, ditames do artigo 747 do NCPC, o que não foi
feito pela requerente, que não usou com a verdade, em sua petição inicial,
omitindo atestado em seu desfavor omitindo de ser relativamente incapaz.

Destarte dispõem o art. 748 CPC:

Art. 748. O Ministério Público só promoverá


interdição em caso de doença mental grave:
I - se as pessoas designadas nos incisos I,
II e III do art. 747 não existirem ou não
promoverem a interdição;
II - se, existindo, forem incapazes as
pessoas mencionadas nos incisos I e II do
art. 747.

Dispõe ainda art.750 Caput.

Art. 750. O requerente deverá juntar laudo


médico para fazer prova de suas alegações
ou informar a impossibilidade de fazê-lo.

A requerente apresentou relatórios médicos emitidos por


Hospital Publico Municipal, onde constava seu nome como acompanhante nos
tratamentos da requerida, e isso não quer dizer que a requerida tenha tantos
problemas de saúde como veio alegar.
Sendo assim, não é possível identificar os pressupostos na petição da
requerente, pois os relatórios médicos apresentados que não foram conclusivos
suficientemente para a alegação da requerente, e a requerida tem posse de
laudos periciais que confirmam sua saúde mental, sua capacidade civil, sem a
necessidade de terceiro que a represente.

IV- Dos Pedidos

Ante o exposto requer:

A) Posto isto requer o requerido o indeferimento do pedido de interdição;

B) condenação da requerente no pagamento de despesas processual e


honorária advocatícios.

B) Provar o requerido suas alegações por todos os meios de prova em


direito admitidos, notadamente depoimento pessoal da requerente,
testemunhal, cujo rol depositará em cartório oportunamente, e pericial.

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

Rio de janeiro 15 de outubro de 2019.

Paula Paes

OAB 11111/11

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