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TUTELA E CURATELA
TUTELA
Tutela é o direito que uma autoridade recebe para zelar por um indivíduo menor de idade. Tutela
é dar amparo, proteção e auxílio, e é o que ocorre quando crianças ficam órfãos, ou não têm pais
presentes, ou até mesmo não possuem uma família. Tutela é também utilizado para falar sobre
um território que foi confiado a outro país ou à ONU, significa que ele está sob tutela.
Art. 1.728. Os filhos menores são postos em tutela:
I — com o falecimento dos pais, ou sendo estes julgados ausentes;
II — em caso de os pais decaírem do poder familiar
TUTOR
Art. 1.735. Não podem ser tutores e serão exonerados da tutela, caso a exerçam:
I – aqueles que não tiverem a livre administração de seus bens;
II – aqueles que, no momento de lhes ser deferida a tutela, se acharem constituídos em obrigação para com o
menor, ou tiverem que fazer valer direitos contra este, e aqueles cujos pais, filhos ou cônjuges tiverem demanda
contra o menor;
III – os inimigos do menor, ou de seus pais, ou que tiverem sido por estes expressamente excluídos da tutela;
IV – os condenados por crime de furto, roubo, estelionato, falsidade, contra a família ou os costumes, tenham ou
não cumprido pena;
V – as pessoas de mau procedimento, ou falhas em probidade, e as culpadas de abuso em tutorias anteriores;
VI – aqueles que exercerem função pública incompatível com a boa administração da tutela.
NÃO É OBRIGADO SER TUTOR:
representar o menor, até os dezesseis anos, nos atos da vida civil, e assisti-lo, após essa idade, nos atos em que for
parte;
receber as rendas e pensões do menor, e as quantias a ele devidas;
fazer-lhe as despesas de subsistência e educação, bem como as de administração, conservação e melhoramentos
de seus bens;
alienar os bens do menor destinados a venda;
promover-lhe, mediante preço conveniente, o arrendamento de bens de raiz.
O TUTOR PRECISA DE AUTORIZAÇÃO DO JUIZ PARA (ART. 1748 CC):
O tutor tem direito a ser pago pelo que realmente despender no exercício da tutela e a perceber remuneração
proporcional à importância dos bens administrados, salvo nos casos em que o menor não possuir bens ou rendas
para tanto.
FISCALIZAÇÃO E PRESTAÇÃO DE CONTAS
Para fiscalizar os atos do tutor, pode o juiz nomear um “protutor”, nos moldes do art.1.742, CC. Este poderá ter
direito a uma gratificação módica pela fiscalização efetuada, lembrando que será solidariamente responsável por
eventuais prejuízos causados ao menor.
Os tutores, ou seus herdeiros, são obrigados a prestar contas de dois em dois anos, e também quando, por
qualquer motivo, deixarem o exercício da tutela ou toda vez que o juiz achar conveniente, na forma do art. 1.757,
CC.
Os tutores devem, ainda, apresentar ao juiz balanço anual de sua administração, nos termos do art. 1.756, CC.
Dessa forma, fica perceptível uma série de serviços jurídicos que podem ser oferecidos pelo advogado no
contexto de qualquer família que necessite da adequada aplicação do instituto da tutela
EXTINÇÃO DA TUTELA PARA O TUTOR E O TUTELADO
Testamentária
A Tutela Testamentária é aplicada conforme a vontade dos pais. Por isso, é registrada por meio de
testamento ou documento idêntico, indicando quem irá exercer a função de tutor em caso de falecimento
de ambos, nos moldes do art. 1.729 do Código Civil.
Partindo do princípio do dever de cuidado e de que os pais querem sempre o melhor para seus filhos, a
tutela testamentária tende a contemplar o melhor interesse da criança ou adolescente.
Nesse sentido, a vontade registrada em testamento deverá ser respeitada, ainda que o tutor nomeado não seja
parente consanguíneo.
Contudo, para que esta nomeação seja válida é necessário que ao falecer, os genitores estejam no
exercício do poder familiar. Do contrário, esta indicação será nula de acordo com o art. 1.730 do CC.
Além disso, é importante destacar que no caso de morte de apenas um dos genitores, o outro exercerá o
poder familiar com exclusividade. Dessa forma, conforme art. 1.631 CC, a tutela testamentária só
produzirá efeitos após o falecimento de ambos os pais.
TIPOS DE TUTELA NO DIREITO DA FAMÍLIA
Legítima
A Tutela Legítima é aplicada quando os pais não tiverem optado pela testamentária.
Neste caso, a função de tutor recairá sobre os parentes consanguíneos do menor de 18 anos, na
forma do art. 1.731, CC, que traz a ordem legal de preferência entre os parentes. Vale registrar que
essa ordem de preferência não é absoluta.
Por isso, é essencial observar os arts. 28, §3º e 29 do ECA. Estes determinam a análise dos
interesses do menor, incluindo-se, dentre eles, a relação de afinidade e afetividade com o parente
e a inexistência de qualquer incompatibilidade.
TIPOS DE TUTELA NO DIREITO DA FAMÍLIA
Dativa
A Tutela Dativa é aplicada quando não houver a testamentária e não for possível aplicar a legítima. Neste caso, o juiz
nomeará pessoa idônea para exercer a função de tutor nos termos do art. 1.732 do CC.
Trata-se da última forma de tutela ou daquela subsidiária, pois decorre da escolha do magistrado em sentença judicial.
Por isso, normalmente acontece em processo de iniciativa do Ministério Público.
O mesmo valerá para os menores abandonados, sem pais conhecidos ou tendo estes sido destituídos do poder
familiar.
Nesse contexto, esses menores terão tutores nomeados pelo juiz, ou serão recolhidos a estabelecimento público para
este fim destinado.
Contudo, na falta desse estabelecimento, ficam sob a tutela das pessoas que, voluntária e gratuitamente, se
encarregam da sua criação (art. 1.734, CC).
É o Estado Juiz assumindo a obrigação de garantir a devida representação legal para o menor de 18 anos, ante à
impossibilidade das demais formas de suprir o poder familiar em favor daquela criança ou adolescente.
IMPEDIMENTOS PARA O EXERCÍCIO DA TUTELA
art. 1.735. Não podem ser tutores e serão exonerados da tutela, caso a exerçam:
I – aqueles que não tiverem a livre administração de seus bens;
II – aqueles que, no momento de lhes ser deferida a tutela, se acharem constituídos em obrigação para com o
menor, ou tiverem que fazer valer direitos contra este, e aqueles cujos pais, filhos ou cônjuges tiverem demanda
contra o menor;
III – os inimigos do menor, ou de seus pais, ou que tiverem sido por estes expressamente excluídos da tutela;
IV – os condenados por crime de furto, roubo, estelionato, falsidade, contra a família ou os costumes, tenham ou
não cumprido pena;
V – as pessoas de mau procedimento, ou falhas em probidade, e as culpadas de abuso em tutorias anteriores;
VI – aqueles que exercerem função pública incompatível com a boa administração da tutela.
PRINCIPAIS ASPECTOS DA TUTELA PARA A PRÁTICA JURÍDICA
Para dar um toque especial em nosso artigo, vou destacar agora uma lista de detalhes jurídicos
que fazem toda a diferença para a compreensão do tema da tutela na prática da advocacia.
Já registro que a maior parte das demandas judiciais e extrajudiciais envolvendo a temática deste
tema no nosso dia a dia, passam por algum desses pontos que todo bom advogado dessa área
deve dominar. Tomem nota!
DIFERENÇA ENTRE TUTELA E GUARDA
Como os sujeitos destinatários da tutela são os menores de 18 anos, vale a pena ainda trazer a diferença
em relação ao instituto da guarda.
Para essa diferença ficar bem clara, precisamos primeiro entender o conceito didático de poder familiar.
Segundo a doutrina de Carlos Roberto Gonçalves, poder familiar nada mais é do que “o conjunto de
direitos e deveres atribuídos aos pais, no tocante à pessoa e aos bens dos filhos menores”.
Nesse sentido, quando falamos em guarda, partimos do pressuposto que ainda existe poder familiar de um dos
pais do menor. Neste contexto, a guarda – e qualquer de suas modalidades – irá limitar ou organizar o
exercício do poder familiar.
E quando tratamos de tutela, a ideia central é que houve a perda do poder familiar de ambos os pais por
algumas das hipóteses legais ou pelo falecimento declaração de ausência dos pais.
Logo, para que esse menor não fique desamparado juridicamente, o instituto da tutela se apresenta
como solução jurídica cabível.
FINALIDADE COMUM ENTRE TUTELA E CURATELA
A princípio, embora tratadas no mesmo capítulo, tutela e curatela são institutos autônomos.
Porém, de modo geral ambas têm a finalidade de garantir a representação legal e administração de
pessoas incapazes para a prática de atos jurídicos.
Diferença entre tutela e curatela
A grande diferença entre tutela e curatela é justamente a proteção jurídica à pessoa.
Entre algumas hipóteses pontuais previstas na legistação civil, a principal diferença entre elas é
que:
• Na tutela a representação legal recairá sobre pessoa menor de 18 anos de idade;
• Enquanto na curatela a proteção jurídica será destinada a pessoas incapazes de manifestar a própria vontade por
causa transitória ou permanente.
CURATELA
Lei nº 13.146 de 06 de Julho de 2015
Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência
(Estatuto da Pessoa com Deficiência)
Art. 85. A curatela afetará tão somente os atos relacionados aos direitos de
natureza patrimonial e negocial.
§ 1º A definição da curatela não alcança o direito ao próprio corpo, à sexualidade,
ao matrimônio, à privacidade, à educação, à saúde, ao trabalho e ao voto.
§ 2º A curatela constitui medida extraordinária, devendo constar da sentença as
razões e motivações de sua definição, preservados os interesses do curatelado.
§ 3º No caso de pessoa em situação de institucionalização, ao nomear curador, o
juiz deve dar preferência a pessoa que tenha vínculo de natureza familiar, afetiva
ou comunitária com o curatelado.
Lei nº 13.146 de 06 de Julho de 2015
Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência
(Estatuto da Pessoa com Deficiência)
Curatela compartilhada para filho interditado não é obrigatória, decide STJA adoção da curatela
compartilhada de pessoa interditada, diferentemente do que ocorre com a guarda
compartilhada de filhos, não é obrigatória para o juízo, mesmo que haja pedido dos
interessados. O entendimento foi aplicado pela Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça –
STJ em decisão recente