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Curso Intensivo Teórico-Prático de Formação para Acesso ao Curso de Formação de Inspetores

Estagiários da Polícia Judiciária, Aviso, Programa, Bibliografia e Legislação Essencial e Complementar (2015)
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PARTE III – QUESTÕES TEÓRICO-PRÁTICAS RELATIVAMENTE A TODAS AS


MATÉRIAS CONSTANTES DO AVISO

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TÍTULO I – DIREITO CONSTITUCIONAL: QUESTÕES TEÓRICO-PRÁTICAS
RELATIVAMENTE A TODAS AS MATÉRIAS CONSTANTES DO AVISO

Utilizar-se-á, como já se referiu, na análise de cada tema, a exemplificação teórico-


prática dos vários aspectos do regime da concreta questão a estudar. Para facilitar a
localização, mantêm-se, em cada tema, os tópicos genéricos que constam da Parte III,
aparecendo, em todas as matérias, a seguintes estrutura:
A – TÓPICOS DE DESENVOLVIMENTO:
B – CASOS PRÁTICOS E QUESTÕES TEÓRICO-PRÁTICAS A RESOLVER:

1. Direito Constitucional:

1.1. Princípios fundamentais

A – TÓPICOS DE DESENVOLVIMENTO:
Princípios fundamentais – artigos 1.º a 11.º, da CRP 1976
1.1.1. República Portuguesa – artigo 1.º, da CRP 1976.
1.1.2. Estado de Direito Democrático – artigo 2.º, da CRP 1976.
1.1.3. Soberania e legalidade – artigo 3.º, da CRP 1976.
1.1.4. Cidadania portuguesa – artigo 4.º, da CRP 1976.
1.1.5. Território – artigo 5.º, da CRP 1976.
1.1.6. Estado unitário – artigo 6.º, da CRP 1976.
1.1.7. Relações internacionais – artigo 7.º, da CRP 1976.
1.1.8. Direito internacional – artigo 8.º, da CRP 1976.
1.1.9. Tarefas fundamentais do Estado – artigo 9.º, da CRP 1976.
1.1.10. Sufrágio universal e partidos políticos – artigo 10.º, da CRP 1976.
1.1.11. Símbolos nacionais e língua oficial – artigo 11.º, da CRP 1976.

B – CASOS PRÁTICOS E QUESTÕES TEÓRICO-PRÁTICAS A


RESOLVER:

CASO 1 – Num texto com o máximo de 20 linhas, procure, à luz das normas
constitucionais pertinentes, abordar conjuntamente os seguintes temas: República
Portuguesa; Estado de Direito Democrático; Soberania; unidade do Estado; Território e
tarefas fundamentais do Estado.
CASO 2 – Num texto com o máximo de 20 linhas, procure, à luz das normas
constitucionais pertinentes, abordar conjuntamente os seguintes temas: República
Portuguesa; Estado de Direito Democrático; Soberania; Sufrágio universal e partidos.
CASO 3 – Os grandes princípios em que assenta a República portuguesa são:
□ O princípio da dignidade da pessoa humana;
□ A dignidade da pessoa humana e a soberania baseada na vontade popular;
□ A criação de uma sociedade livre, justa e solidária;
□ A dignidade da pessoa humana, a soberania popular e a protecção mais
elevada dos direitos fundamentais com vista à criação de uma sociedade livre, justa e
solidária.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 1.º, da CRP 1976.

CASO 4 – Identifique, entre as opções seguintes, aquela que não corresponde a uma
referência reflexa que se possa retgirar do princípio da eminente dignidade da pessoa humana
enquanto princípio axiológico e limite transcendente do poder cosntituinte:
□ A dignidade é “pessoal”, mas, por isso mesmo, igualmente “universal”;

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□ A dignidade é de todos e de cada um, enquanto ser em relação com os demais,
mas é, muito em especial, “dignidade daqueles cuja dignidade mais facilmente pode ser
posta em causa”;
□ A dignidade não tem sexo: a dignidade da pessoa humana é da pessoa em
“qualquer dos géneros, masculino e feminino”;
□ A dignidade depende, gradativamente, do sexo (masculino ou feminino).
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 1.º, da CRP 1976.

CASO 5 – Identifique, entre as opções seguintes, aquela que não corresponde a uma
referência reflexa que se possa retgirar do princípio da eminente dignidade da pessoa humana
enquanto princípio axiológico e limite transcendente do poder cosntituinte:
□ A dignidade não tem nacionalidade: refere-se quer a portugueses, quer a
estrangeiros;
□ A dignidade permanece, independentemente dos seus comportamentos, mesmo
quando ilícitos e sancionados pela ordem jurídica;
□ A pessoa humana digna tem “preço” pois não é um “fim em si mesma”;
□ A dignidade da pessoa (humana) leva à necessidade da protecção dos bens de
personalidade daí a tutela penal após a morte (profanação de cadáver; ofensa à memória de
pessoa falecida).
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 1.º, da CRP 1976.

CASO 6 – A dignidade da pessoa humana não é um específico direito (subjectivo)


mas essencialmente um “princípio englobante” onde se fundamentam todos os direitos
fundamentais.
□ A frase é verdadeira;
□ A frase é falsa;
□ Só em parte a frase é verdadeira;
□ Só em parte a frase é falsa.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 1.º, da CRP 1976.

CASO 7 – A dignidade da pessoa humana exige o respeito pela liberdade e


autonomia da pessoa. Face às seguintes opções, identifique a que não corresponde a uma
dessas dimensões ou manifestações dessa autonomia.
□ O direito ao livre desenvolvimento da personalidade;
□ O direito à reserva da intimidade da vida privada;
□ O direito à liberdade de expressão e informação;
□ O direito de propriedade privada.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 1.º, da CRP 1976.

CASO 8 – A dignidade da pessoa humana exige a criação de condições económicas


de vida capazes de assegurar liberdade e bem estar. De entre as opções, indique a que não
configura uma dessas “condições”:
□ O salário mínimo nacional;
□ O direito à habitação que preserve a intimidade e privacidade pessoal e familiar;
□ O direito das pessoas idosas à segurança económica;
□ O direito a um parceiro conjugal gentil e, se possível, bonito.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 1.º, da CRP 1976.

CASO 9 – A expressão «sociedade livre, justa e solidária» significa:


□ A existência de “espaços de subjectividade” na vida pessoal e institucional;

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□ A ideia de “justiça” ligada à universalidade dos direitos e exigências da igualdade,
proporcionalidade e da articulação comparativa e racional das diferentes posições das pessoas
em sociedade numa “lógica de coerência”;
□ A ideia de “solidariedade” enquanto chave para efectivar a liberdade pessoal e a
justiça social que dão sentido à dignidade – a exigência de “redes de solidariedade” onde a
pessoa se integre e realize (“desabrochamento” ou “épanouissement”) na sua dimensão
“(est)ético-existencial”;
□ A criação de campos de golfe em todos os distritos.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 1.º, da CRP 1976.

CASO 9 – É usual identificar-se um nível vertical e horizontal de solidariedade que


garante a dignidade da pessoa humana em todas as circunstâncias. Diga qual das opções não
corresponde ao nível da solidariedade vertical:
□ A actividade do Estado e demais poderes públicos e sociedade no seu conjunto
com vista à realização dos direitos económicos, sociais e culturais;
□ O dever dos cidadãos de sufrágio;
□ O dever de pagar impostos;
□ Os deveres de defender e promover a protecção da saúde.
FUNDAMENTO LEGAL: artigos 1.º, artigo 9.º, alínea d), 49.º, n.º 2, 64.º, n.º 1,
103.º, da CRP 1976.

CASO 10 – É usual identificar-se um nível vertical e horizontal de solidariedade


que garante a dignidade da pessoa humana em todas as circunstâncias. Diga qual das opções
não corresponde ao nível da solidariedade horizontal:
□ O dever de defender o ambiente;
□ O dever dos cidadãos de sufrágio;
□ O dever de preservar, defender e valorizar o património cultural;
□ Os deveres de defender e promover a protecção da saúde.
FUNDAMENTO LEGAL: artigos 1.º, artigo 9.º, alínea d), 64.º, n.º 1, 66.º, n.º 1,
78.º, n.º 1, da CRP 1976.

CASO 11 – Identifique a opção errada. Com a fórmula “Estado de Direito


Democrático” pretende-se significar que:
□ Há uma confluência entre o Estado de Direito e a Democracia;
□ O poder político pertence ao povo e é exercido de acordo com a regra da maioria
com subordinação (material e formalmente) à CRP 1976 e respectiva fiscalização jurídica
dos actos do poder;
□ Os direitos fundamentais podem ser assegurados e efectivados plenamente
fora da democracia representativa e fora do exercício de direitos fundamentais.
□ Há uma interacção dos princípios substantivos (soberania do povo e dos direitos
fundamentais) e a mediatização dos princípios adjectivos da constitucionalidade e da
legalidade.
FUNDAMENTO LEGAL: artigos 2.º, 3.º, n.º 1, 10.º, n.º 1, 3.º, n.º 2, 108.º, 110.º,
n.º 2, 114.º, n.º 1, 187.º, 204.º, 225.º, n.º 3, 266.º, 268.º, n.º 4, e 278.º, 288.º, da CRP 1976.

CASO 12 – O Povo português enquanto totalidade e unidade dos cidadãos é detentor


de todo o poder e da soberania. Face a isso, diga qual das opções é falsa:
□ A justiça é administrada em nome dos particulares;
□ A Justiça é administrata em nome do povo;
□ As Forças Armadas encontram-se ao serviço do Povo;
□ O povo detém todo o poder.

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FUNDAMENTO LEGAL: artigos 3.º, 108.º, 202.º, n.º 1, e 275.º, n.º 4, da CRP
1976.

CASO 13 – Em matéria de atribuição ou fixação da cidadania portuguesa, seguem-


se alguns princípios internacionais. Diga qual das opções não é verdadeira:
□ O elo de ligação efectiva;
□ A proibição de discriminações (sexo, raça, religião ou situação económica);
□ A proibição de um Estado dispor sobre as condições de aquisição e de perda de
uma cidadania estrnageira;
□ O alcance colectivo da aquisição ou perda de cidadania, para certos grupos
de pessoas.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 4.º, da CRP 1976.

CASO 14 – Em matéria de território, diga qual das opções não é verdadeira:


□ No interior das suas fronteiras o Estado exerce, em plenitude, o seu poder, com
exclusivo de execução autoritária ou coerciva das suas leis;
□ Nenhum Estado renuncia à faculdade de declarar qual o território que considera
seu e de estabelecer as parcelas que o compõem;
□ A referência do território ao Estado através do respectivo Direito decorre o
princípio da unidade jurídica;
□ O território nem sempre é uno e indivisível (como a soberania) em virtude de
ser território do Estado, sujeito ao mesmo Direito e ao mesmo poder.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 5.º, da CRP 1976.

CASO 15 – Em matéria de território, diga qual das opções não é verdadeira:


□ No interior das suas fronteiras o Estado exerce, em plenitude, o seu poder, com
exclusivo de execução autoritária ou coerciva das suas leis;
□ Nenhum Estado renuncia à faculdade de declarar qual o território que considera
seu e de estabelecer as parcelas que o compõem;
□ A referência do território ao Estado através do respectivo Direito decorre o
princípio da unidade jurídica;
□ O território não é um limite para o poder político efectivo mas é-o para o
povo que não pode deslocar-se ou residir no estrangeiro, continuando a pertencer ao
Povo português.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 5.º e 14.º, da CRP 1976.

CASO 16 – Diga qual das opções é a mais correcta. O território português abrange:
□ O território de Portugal historicamente definido no continente europeu e os
arquipélagos dos Açores e da Madeira;
□ O território de Portugal historicamente definido no continente europeu e os
arquipélagos dos Açores e da Madeira e o nosso mar;
□ O território de Portugal historicamente definido no continente europeu e os
arquipélagos dos Açores e da Madeira, o espaço hídrico e aéreo;
□ O território de Portugal historicamente definido no continente europeu e os
arquipélagos dos Açores e da Madeira, acrescido do espaço aéreo e hídrico (zona
económica exclusiva, fundos marinhos contíguos, zona contígua.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 5.º e 14.º, da CRP 1976.

CASO 16 – Em matéria de território português, detecte a opção que não é


verdadeira:

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□ As águas territoriais vão até às 12 milhas náuticas, a partir da linha de base que é
a baixa-mar;
□ A zona económica exclusiva abrange as 200 milhas náuticas do ponto mais
próximo das linhas de base;
□ Os fundos marinhos contíguos equivalem à plataforma continental, que tem por
limite exterior a linha cujos pontos definem o bordo exterior da margem continental ou a
linha cujos pontos ditam 200 milhas náuticas do ponto mais próximo das linhas de base;
□ A zona contíngua tem por limite a linha cujos pontos distam 48 milhas
náuticas.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 5.º, da CRP 1976 + artigo 7.º, da Lei n.º 34/2006
– 24 milhas.

CASO 16 – Identifique a opção que não corresponde a uma manifestação da


cidadania no relacionamento com o território português:
□ O direito de se deslocarem e fixarem livremente em qualquer parte do território
nacional;
□ O direito de não emigrar ou de não sair do território nacional e o direito de
regressar;
□ Impossibilidade de expulsão do território nacional;
□ Impossibilidade de extradição, salvo, em condições de reciprocidade estabelecidas
em convenção internacional, nos casos de terrorismo e de criminalidade internacional
organizada e desde que a ordem jurídica do Estado requisitante consagre garantias de um
processo justo e equitativo ou em aplicação de normas de cooperação judiciária penal no
âmbito da União Europeia.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 5.º, 33.º, n.os 1, 3 e 5, 44.º, n.os 1 e 2, da CRP
1976.

CASO 17 – A independência nacional abrange três dimensões. Diga qual das opções
não é uma dessas dimensões:
□ A dimensão política;
□ A dimensão cultural;
□ A dimensão sócio-económica;
□ A dimensão desportiva.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 9.º, da CRP 1976.

CASO 17 – Diga qual destas opções não corresponde a uma garantia da própria
subsistência do Estado:
□ Proibição de alienação de qualquer parte do território português ou do direito de
soberania sobre ele exercido, sem prejuízo de rectificação de fronteiras;
□ A sujeição ao ordenamento jurídico português, observadas certas condições, dos
cidadãos portugueses que se encontrem ou residam no estrangeiro e dos estrangeiros e
apátridas que se encontrem ou residam em Portugal e a não admissibilidade de extradição de
cidadãos portugueses do território nacional salvo em casos excepcionais e com todas as
garantias;
□ A proibição de associações armadas ou de tipo militar, militarizadas ou
paramilitares;
□ A não atribuição ao Presidente da República da função de garantia da
independência nacional e da unidade do Estado.
FUNDAMENTO LEGAL: artigos 5.º. n.º 3, 9.º, 14.º, 15.º, 33.º, n.os 3 e 5, 46.º, n.º
4, e 120.º, da CRP 1976.

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CASO 17 – Diga qual destas opções não corresponde a uma garantia da própria
subsistência do Estado:
□ A declaração de guerra em caso de agressão efectiva ou iminente;
□ O reforço da unidade nacional como um dos fins e a integridade da soberania do
Estado como limite material da autonomia político-administrativa dos Açores e da Madeira;
□ A obrigação do Estado de assegurar a defesa nacional;
□ A defesa da Pátria como um dever não fundamental de todos os Portugueses
e a não obrigatoriedade do serviço militar nos termos e pelo período que a lei
prescrever.
FUNDAMENTO LEGAL: artigos 9.º, 135.º, alínea c), 225.º, n.os 2 e 3, 273.º, e
os
276.º, n. 1 e 2, da CRP 1976.

CASO 18 – Diga qual destas opções não corresponde a uma das tarefas
fundamentais do Estado para a afirmação da independência e identidade nacional:
□ O património cultural e a língua portuguesa ;
□ A despromoção da democratização da educação e da cultura (artigos 73.º e
74.º);
□ A relevância dos símbolos nacionais;
□ O reforço da unidade nacional e dos laços de solidariedade entre os portugueses
como requisito de autonomia das regiões autónomas.
FUNDAMENTO LEGAL: artigos 9.º, alíneas e) e f), e 66.º, n.º 2, alíneas a), c) e
e), 11.º, 73.º, 74.º, 225.º, n.º 2, da CRP 1976.

CASO 19 – Diga qual destas opções não corresponde ao conjunto de condições que
propiciam a realização dos interesses colectivos e individuais dos cidadãos portugueses no
contexto de um Estado independente:
□ O Estado não deve desenvolver relações económicas “com todos os povos”,
salvaguardando sempre a independência nacional e os interesses dos portugueses e da
economia do país;
□ Assegurar uma política científica e tecnológica favorável ao “desenvolvimento do
país”;
□ Adoptar uma política nacional de energia, e uma política nacional da água com
preservação dos recursos naturais e o do equilíbrio ecológico, promovendo, neste domínio, a
cooperação internacional;
□ A lei disciplina a actividade e os investimentos por parte de pessoas singulares ou
colectivas estrangeiras, a fim de garantir a sua contribuição para o desenvolvimento do país
e defender a “independência nacional” e os interesses dos trabalhadores.
FUNDAMENTO LEGAL: artigos 9.º, alíneas l) e m), 81.º, alínea f), e 87.º, da CRP
1976.

CASO 20 – Diga qual destas opções não corresponde à ideia de “assegurar a


participação democrática dos cidadãos na resolução dos problemas nacionais”:
□ Predisposição de instrumentos propiciadores do exercício dos direitos políticos
dos cidadãos, da realização das eleições e dos referendos e da actividade dos partidos e dos
grupos de cidadãos;
□ A educação voltada para “ participação democrática na vida colectiva”;
□ A ideia é igualmente retomada nos preceitos relativos à juventude, à terceira idade,
à organização económica, à participação de homens e mulheres, às regiões autónomas, ao
procedimento administrativo;
□ Identificar as várias etnias.

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FUNDAMENTO LEGAL: artigos 9.º, 70.º, n.º 2, 72.º, n.º 3, 73.º, n.º 2, 80.º, alínea
g), 109.º, 225.º, n.º2, 267.º, n.º 5, da CRP 1976.

CASO 21 – Diga qual destas opções é a mais adequada face às tarefas que se ligam
à preservação da identidade e independência nacional e aos laços privilegiados com os países
de língua portuguesa:
□ Assegurar o ensino, a valorização permanente, o uso da língua portuguesa e
sua promoção e difusão internacional;
□ Assegura a valorização permanente;
□ Defender o uso da língua portuguesa;
□ Promover a difusão internacional da língua portuguesa.
FUNDAMENTO LEGAL: artigos 9.º, da CRP 1976.

CASO 22 – O sufrágio, relativo às eleições e referendo, em Portugal, possui várias


características. Identifique a opção que considere mais adequada:
□ Universal, directo, secreto e individual;
□ Directo;
□ Secreto;
□ Individual.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 10.º, da CRP 1976.

CASO 23 – O Povo pode exercer o seu “poder soberano” de outras formas que não
por meio de eleições ou referendos. Nas opções que seguem, diga a que se não lhe afigura
correcta:
□ Plenários de cidadãos eleitores nas freguesias de população diminuta;
□ Plenários de cidadãos eleitores nas freguesias de população diminuta;
□ O povo só exerce o poder nas formas previstas na Constituição;
□ Por meio das armas, se necessário.
FUNDAMENTO LEGAL: artigos 10.º, n.º 2, in fine, 3.º, n.º 1, 10.º, 108.º, e 245.º,
n.º 2, da CRP 1976.

CASO 24 – Diga qual das oções se afigura errada. A adopção do português como
língua oficial implica:
□ O uso exclusivo do português pelos titulares, nessa qualidade, dos órgãos do
Estado, das regiões autónomas e do poder local, bem como de quaisquer entidades públicas,
tanto no país como no estrangeiro;
□ A produção em português de todos os actos do Estado e de todos os procedimentos
e processos a eles tendentes (políticos, legislativos, administrativos, jurisdicionais);
□ A publicação em português de todos os diplomas emitidos por esses órgãos;
□ A comunicação entre todos os órgãos e serviços do Estado e de quaisquer
entidades públicas em português, mirandês ou castelhano;
FUNDAMENTO LEGAL: artigos 11.º, da CRP 1976.

1.2. Direitos e deveres fundamentais:

1.2.1. Princípios gerais

A – TÓPICOS DE DESENVOLVIMENTO:
Parte I – Direitos e deveres fundamentais, Título I – Princípios gerais – artigos 12.º
a 23.º, da CRP 1976
1.2.1.1. Princípio da universalidade – artigo 12.º, da CRP 1976.

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1.2.1.2. Princípio da igualdade – artigo 13.º, da CRP 1976.
1.2.1.3. Portugueses no estrangeiro – artigo 14.º, da CRP 1976.
1.2.1.4. Estrangeiros, apátridas, cidadãos europeus – artigo 15.º, da CRP 1976.
1.2.1.5. Âmbito e sentido dos direitos fundamentais – artigo 16.º, da CRP 1976.
1.2.1.6. Regime dos direitos, liberdades e garantias – artigo 17.º, da CRP 1976.
1.2.1.7. Força jurídica – artigo 18.º, da CRP 1976.
1.2.1.8. Suspensão do exercício de direitos – artigo 19.º, da CRP 1976.
1.2.1.9. Acesso ao direito e tutela jurisdicional efectiva – artigo 20.º, da CRP 1976.
1.2.1.10. Direito de resistência – artigo 21.º, da CRP 1976.
1.2.1.11. Responsabilidade das entidades públicas – artigo 22.º, da CRP 1976.
1.2.1.12. Provedor de Justiça – artigo 23.º, da CRP 1976.

B – CASOS PRÁTICOS E QUESTÕES TEÓRICO-PRÁTICAS A


RESOLVER:

CASO 25 – Diga em que se traduz o princípio da universalidade.


CASO 26 – Diga em que se traduz o princípio da igualdade.
CASO 27 – Identifique os principais aspectos do regime jurídico dos direitos,
liberdades e garantias e qual a consequência da sua violação por um agente da Polícia
Judiciária.
CASO 28 – A Polícia Judiciária pode decretar a suspensão do exercício de direitos
fundamentais?
CASO 29 – Perante uma ordem de um agente da Polícia Judiciária, que resulta de
um capricho e arrogância do mesmo e não tem correspondência na lei, o que poderá fazer um
cidadão face a uma ordem desse tipo que aquele lhe venha a dirigir?
CASO 30 – Em que se concretiza o direito de acesso ao direito e a uma tutela
jurisdicional efectiva?
CASO 31 – Para além dos tribunais, haverá alguma entidade a que o cidadão possa
recorrer, em última instância, para reinvindicar uma concreta ajuda na salvaguarda ou
preservação de um seu direito fundamental?
CASO 32 – O que se entende pelo princípio da unicidade da figura do provedor de
Justiça?
CASO 33 – A Polícia Judiciária pode tratar de modo diferenciado um cidadão
português e um cidadão estrangeiro?

CASO 34 – Uma das opções é falsa, identifique-a. O princípio da universalidade


significa que:
□ Todos quantos fazem parte da comunidade política integram (igualmente) a
comunidade jurídica e são titulares dos direitos e deveres aí consagrados;
□ Os direitos fundamentais têm ou podem ter por sujeitos todas as pessoas
integradas na comunidade política, no povo;
□ Nem todos os estrangeiros podem gozar da totalidade dos direitos reconhecidos
na ordem jurídica portuguesa;
□ Somente a terceira opção não é verdadeira.
FUNDAMENTO LEGAL: artigos 12.º, da CRP 1976.

CASO 35 – Uma das opções é falsa, identifique-a. A igualdade perante a lei não é
igualdade exterior à lei:
□ A igualdade é, antes de tudo, igualdade na lei, tendo por destinatários, desde logo,
os próprios órgãos de criação do Direito;
□ Os tribunais devem respeitar o princípio da igualdade;

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□ O respeito do princípio da igualdade pelos órgãos e agentes administrativos, a par
dos princípios da proporcionalidade, da justiça, da imparcialidade e da boa fé.
□ Nem todos podem ter os mesmos direitos face a diferentes leis.
FUNDAMENTO LEGAL: artigos 12.º, e 266.º, n.º 2, da CRP 1976.

CASO 36 – Diga qual destas vertentes não é uma manifestação da vertente positiva
da igualdade:
□ A vedação de privilégios (situações de vantagem não fundadas) e de
discriminações;
□ Tratamento igual de situações iguais (ou tratamento semelhante de situações
semelhantes);
□ Tratamento desigual de situações desiguais, mas substancial e objectivamente
desiguais e não criadas ou mantidas artificialmente pelo legislador;
□ Tratamento em moldes de proporcionalidade das situações relativamente iguais
ou desiguais e que, consoante os casos, se converte para o legislador ora em mera faculdade,
ora em obrigação.
FUNDAMENTO LEGAL: artigos 12.º, da CRP 1976.

CASO 37 – Diga, face às opções apresentadas, qual delas não corresponde a uma
das dimensões específicas do controlo da intensidade e critério da igualdade:
□ A proibição de arbítrio – a imposição da igualdade de tratamento para situações
iguais e a interdição de tratamento igual para situações manifestamente desiguais (tratar o
que é igual; tratar diferentemente o que é diferente;
□ A proibição de discriminação – aponta para a ilegitimidade de qualquer
diferenciação de tratamento baseada em critérios subjectivos;
□ A obrigação de diferenciação – surge como forma de compensar as desigualdades
de oportunidade;
□ A proibição de mistura – o que é preto deve ficar preto e o que é branco deve
ficar branco.
FUNDAMENTO LEGAL: artigos 13.º, da CRP 1976 + Acs. TC n.os 412/02, e
569/08.

CASO 38 – Identifique a opção errada. Os portugueses no estrangeiro:


□ São titulares de todos os direitos que não sejam incompatíveis com a ausência do
país;
□ Estão sujeitos a todos os deveres que não sejam incompatíveis com a ausência do
país;
□ Gozam da protecção do Estado para o exercício dos respectivos direitos
fundamentais.
□ Nenhuma das opções é falsa.
FUNDAMENTO LEGAL: artigos 14.º, da CRP 1976.

CASO 39 – Identifique a opção correcta. Os estrangeiros e apátridas são


equiparados, em matéria de direitos e deveres, aos cidadãos portugueses:
□ Não é verdade;
□ Não é inteiramente verdade, há várias excepções;
□ Menos nos direitos políticos;
□ Menos em matéria de exercício de funções sem natureza predominantemente
técnica.
FUNDAMENTO LEGAL: artigos 15.º, da CRP 1976.

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CASO 40 – Diga qual das seguintes opções não corresponde a um direito
fundamental implícito:
□ O direito a não sujeição a experiências médicas ou científicas sem consentimento
do próprio;
□ O direito ao nome;
□ O direito ao reconhecimento e ao estabelecimento da paternidade e da
maternidade;
□ O direito da trabalhadora ou da candidata a emprego a ter de realizar testes
ou exames de gravidez.
FUNDAMENTO LEGAL: artigos 16.º, da CRP 1976.

CASO 41 – Qual destas opções não contém um direito análogo aos Direitos,
Liberdades e Garantias:
□ O direito à vida;
□ O direito a fazer-se acompanhar por advogado perante qualquer autoridade;
□ O direito de resistência;
□ O direito de queixa ao Provedor de Justiça.
FUNDAMENTO LEGAL: artigos 17.º, 20.º, n.º 1, n.º 2, 3.ª parte, 21.º, 23.º e 24.º,
da CRP 1976.

CASO 41 – Qual destas opções não faz parte do regime material dos Direitos,
Liberdades e Garantias:
□ Aplicabilidade imediata;
□ Vinculatividade de entidades públicas e privadas;
□ Dever estatal de protecção;
□ A maior amplitude nas restrições.
FUNDAMENTO LEGAL: artigos 18.º, da CRP 1976.

CASO 42 – Qual destas opções não faz parte do regime material dos Direitos,
Liberdades e Garantias:
□ Autorização constitucional de restrição;
□ Proporcionalidade das restrições;
□ Tangibilidade do núcleo essencial do direito;
□ Proibição de retroactividade da lei restritiva.
FUNDAMENTO LEGAL: artigos 18.º, da CRP 1976.

CASO 43 – Qual destas opções se afigura errada à luz do actual regime de suspensão
do exercício de direitos:
□ Permissão de prática de actos de revisão constitucional;
□ Proibição sob pena de inexistência, de dissolução da Assembleia da República
□ Proibição de actos relativos à convocação ou à realização do referendo nacional;
□ Em geral, não poder ser afectada a aplicação das regras constitucionais relativas
aos órgãos de soberania e de governo próprio das regiões autónomas ou aos direitos e
imunidades dos respectivos titulares.
FUNDAMENTO LEGAL: artigos 19.º, 289.º, da CRP 1976.

CASO 44 – Qual destas opções se afigura errada à luz do actual regime de suspensão
do exercício de direitos:
□ Sujeição a fiscalização de constitucionalidade e de legalidade (porque se trata de
actos normativos), mas só sucessiva, tanto abstracta como concreta e tanto do decreto de
declaração do Presidente da República;

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□ Proibição sob pena de inexistência, de dissolução da Assembleia da República
□ Proibição de actos relativos à convocação ou à realização do referendo nacional;
□ Impossibilidade de exercício do direito de petição e do direito de resistência
pelos cidadãos.
FUNDAMENTO LEGAL: artigos 19.º, da CRP 1976.

CASO 45 – O direito ao patrocínio judiciário tem de ser conjugado com outros


preceitos. Identifique a opção que não corresponde a um desses preceitos:
□ O direito a não escolher defensor mas a ser-lhe nomeado;
□ A garantia geral ou “imunidade” do patrocínio forense;
□ A questão da constitucionalidade da reserva, em geral, do exercício da advocacia
e do patrocínio judiciário a advogados inscritos na respectiva ordem profissional;
□ O princípio da reserva de governo interno e disciplina nas associações públicas
profissionais.
FUNDAMENTO LEGAL: artigos 20.º, 32.º, n.º 3, e 208.º, da CRP 1976.

CASO 46 – O facto de a justiça não poder ser denegada por insuficiência de meios
económicos, tem algumas implicações. Identifique a opção que não corresponde a uma dessas
implicações constitucionais:
□ A vinculação legislativa à criação de um sistema de apoio judiciário que garanta
“a todos” um efectivo direito de acesso, não apenas ao direito, mas também aos tribunais,
judiciais ou não;
□ O conceito de insuficiência económica é um conceito relativo, que não pode ser
dissociado do valor das custas judiciais e dos encargos no acesso ao direito e aos tribunais e
que deve ser, caso a caso, concretamente avaliado;
□ A justiça não pode ser denegada por insuficiência, devendo entender-se
consagrado um conceito amplo de apoio ou de assistência judiciária;
□ Os pobres não podem ter conflitos de interesses, com outras pessoas, que
careçam de tutela jurisdicional efectiva.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 20.º, da CRP 1976.

CASO 47 – Escolha a opção certa. O princípio “pro actione” significa que:


□ O direito ao processo, conjugado com o direito à tutela jurisdicional efectiva,
impõe, por conseguinte, a prevalência da justiça material sobre a justiça formal, isto é,
sobre uma pretensa justiça que, sob a capa de “requisitos processuais”, se manifeste
numa decisão que, afinal, não consubstancia mais do que uma simples denegação de
justiça;
□ Os tribunais estão abertos às necessidades das pessoas;
□ Aos tribunais devem as pessoas entregar os seus problemas;
□ Todos os problemas são resolvidos com acção nos tribunais.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 20.º, da CRP 1976.

CASO 48 – Escolha a opção certa. O direito a que uma causa seja objecto de uma
decisão jurisdicional em processo equiativo, tempo ou prazo razoável significa que:
□ O direito ao processo, conjugado com o direito à tutela jurisdicional efectiva,
impõe, por conseguinte, a prevalência da justiça material sobre a justiça formal, isto é, sobre
uma pretensa justiça que, sob a capa de “requisitos processuais”, se manifeste numa decisão
que, afinal, não consubstancia mais do que uma simples denegação de justiça;
□ O direito a que a causa seja objecto de uma decisão jurisdicional em prazo
razoável, sob pena de responsabilidade civil extracontratual do Estado em virtude da função
jurisdicional;

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□ O direito a uma decisão salomónica;
□ O direito a que a causa seja objecto de uma decisão jurisdicional em prazo
razoável sob pena de responsabilidade civil extracontratual do Estado em virtude da
função jurisdicional e, ainda, que as normas processuais proporcionem aos interessados
meios efectivos de defesa dos seus direitos ou interesses legalmente protegidos e
paridade entre as partes na dialéctica que elas protagonizam no processo – o processo
equitativo postula, por isso, a efectividade do direito de defesa no processo, bem como
dos princípios do contraditório e da igualdade de armas (ou processual).
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 20.º, n.º 4, da CRP 1976 + artigos 12.º a 14.º, da
Lei n.º 67/2007, de 31-12, alterada pela Lei n.º 31/2008, de 17-07 + Acs. TC n.os 632/99,
618/07, 212/00, 248/02.

CASO 49 – Em matéria de acesso a uma tutela jurisdicional, o princípio do


contraditório é fundamental. Indique a opção que não corresponde a uma concretização de
tal princípio:
□ Trata-se “garantia da participação efectiva das partes no desenvolvimento de todo
o litígio, mediante a possibilidade de, em plena igualdade, influírem em todos os elementos
(factos, provas, questões de direito) que se encontrem em ligação com o objecto da causa e
que em qualquer fase do processo apareçam como potencialmente relevantes para a decisão”;
□ Quanto à produção de prova, o TC tem entendido que um tal direito não implica
necessariamente a admissibilidade de todos os meios de prova permitidos em direito em
qualquer tipo de processo e independentemente do objecto do litígio e não exclui em absoluto
a introdução de limitações quantitativas na produção de certos meios prova, desde que não
sejam arbitrárias ou desproporcionadas
□ O Princípio do contraditório e o direito de defesa postulam ainda o
reconhecimento do “direito de vista do processo”, o que implica que, sob o ponto de vista
jurídico-constitucional, a possibilidade de consulta dos autos só possa ser restringida
observados que sejam determinados pressupostos;
□ A condenação como litigante de má fé não pressupõe a prévia audição do
interessado em termos de este poder alegar o que tiver conveniente sobre uma
anunciada e previsível condenação.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 20.º, n.º 4, da CRP 1976 + Acs. n.os 661/94,
440/94, 209/95, 604/95, 357/98, 289/02, 362/04 e 681/06, 673/05, 658/06, 157/08, 646/06,
530/08.

CASO 50 – Escolha a opção que não é verdadeira. A tutela jurisdicional efectiva


exige:
□ Postula a adopção de um sistema de providências cautelares que acautele o efeito
útil da acção, impedindo uma lesão grave e dificilmente reparável do direito ou interesse
legalmente protegido que se pretende defender em tribunal;
□ A tutela jurisdicional efectiva impõe, para além do respeito pela obrigatoriedade
da decisão e pelo caso julgado, a atribuição à parte que obtém uma sentença favorável do
direito a um processo de execução da decisão em causa, se bem que, na concreta conformação
do processo de execução, o legislador possa, atendendo, designadamente, à natureza da
prestação exequenda (v.g. prestação e facto infungível), prever apenas a utilização de meios
indirectos de constrangimento à execução;
□ O direito a ganhar a acção quando se tem razão;
□ A terceira opção é a errada.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 20.º, n.º 4, da CRP 1976 + Ac. TC n.º 677/95,
281/04, 276/06.

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CASO 51 – Escolha a opção que não é verdadeira. O direito de resistência – onde
se inclui a legítima defesa – possui os seguintes vectores essenciais:
□ Ele tem fundamento, antes de mais, individual, de defesa de direitos,
designadamente de Direitos, Liberdade e Garantias;
□ O direito de resistência não tem, um fundamento exclusiva ou mesmo
primariamente jurídico-público ou supra-individual, como se se tratasse de uma delegação
nos cidadãos da função pública de defesa da ordem jurídica;
□ O direito de resistência concebido ao serviço de direitos individuais (e
fundamentais) não se compagina com um dever: os cidadãos têm o direito, não têm o dever
(jurídico) de defender os seus direitos.
□ O direito de resistência é um dever jurídico que impele todos os cidadãos à
devida defesa dos seus direitos fundamentais
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 21.º, da CRP 1976.

CASO 52 – Escolha a opção que não é verdadeira. A distinção entre o direito de


resistência e os direitos de objecção de consciência e à greve passa pelas seguintes ideias:
□ A objecção de consciência funda-se num elemento subjectivo (a convicção moral,
religiosa ou filosófica da pessoa);
□ A resistência num elemento objectivo (a constitucionalidade ou o direito
afectado);
□ A objecção de consciência envolve um conflito de deveres (de consciência e de
cidadania), que não encontramos no direito de resistência;
□ A objecção de consciência é uma expressão de maioria, ao passo que a
resistência surge como forma de actuação de uma minoria de cidadãos.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 21.º, da CRP 1976. A objecção de consciência é
uma expressão de minoria, ao passo que a resistência surge como forma de actuação que pode
interessar a quaisquer cidadãos.

CASO 53 – Escolha a opção que não é verdadeira. ANTÓNIO, inspector da PJ,


costuma utilizar métodos de prova proibidos para, dessa forma, conseguir melhores
resultados na investigação e perseguição criminal. Que responsabilidade poderá ser assacada
ao Estado português?
□ O ANTÓNIO deve ser demitido;
□ O ANTÓNIO deve ser criminalmente responsabilizado;
□ O ANTÓNIO, enquanto funcionário do Estado Português, implica a
responsabilidade conjunta de ambos;
□ Há lugar a responsabilidade criminal, disciplinar e, eventualmente,
responsabilidade civil extracontratual do Estado Português em virtude do acto ilícito
do ANTÓNIO que se projectou negativa e danosamente na esfera jurídica dos cidadãos.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 22.º, da CRP 1976.

CASO 54 – Poderá JOSEFINA, sem ser com o recurso aos tribunais, lograr que
sejam melhorados os processos de atendimento no departamento da Polícia Judiciária?
□ Pode, recorrendo ao Presidente da República;
□ Pode, recorrendo ao Primeiro-Ministro;
□ Pode, recorrendo à Ministra da Administração Interna;
□ Pode, recorrendo ao Provedor de Justiça.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 23.º, da CRP 1976.

CASO 55 – Escolha a opção errada. O provedor de justiça possui as seguintes


prerrogativas:

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□ A iniciativa de fiscalização abstracta de inconstitucionalidade e de ilegalidade por
acção;
□ Assinalar as deficiências de legislação, emitindo recomendações para a sua
interpretação, alteração ou revogação ou sugestões para a elaboração de nova legislação;
□ Emitir parecer, a solicitação da Assembleia da República, sobre quaisquer
matérias relacionadas com a sua actividade;
□ Não pode tomar parte nos trabalhos das comissões parlamentares
competentes, quando o julgue conveniente e sempre que estas solicitem a sua presença.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 23.º, 281.º, n.º 2, alínea d)da CRP 1976 + artigo
20.º, n.º 1, alíneas b) e c), do Estatuto. Pode tomar parte nos trabalhos das comissões
parlamentares competentes, quando o julgue conveniente e sempre que estas solicitem a sua
presença – artigo 23.º, n.º 2.

CASO 56 – Escolha a opção errada. As queixas ao provedor de justiça


correspondem a manifestações específicas do direito de petição:
□ Dependem do interesse directo, pessoal e legítimo;
□ Podem ter por objecto tanto a defesa de direitos próprios como de outrem, o que
é sem semelhança com o que se passa com o pedido de habeas corpus;
□ Podem ter por objecto a defesa de interesses difusos, ligados ou não a direitos
subjectivos, tal qual dispõe o artigo;
□ Podem ter por objecto não só decisões ilegais e injustas mas também deficiências
no funcionamento dos serviços e na qualidade e eficácia da Administração;
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 20.º, n.º 1, alínea e), 23.º, 31.º, n.º 2, 52.º, n.º 3,
alínea a), e 60.º, n.º 3, e 267.º, n.º 2, da CRP 1976 + artigo 24.º, n.º 2, do Estatuto + Ac. TC
n.º 103/87.

1.2.2. Direitos, liberdades e garantias pessoais

A – TÓPICOS DE DESENVOLVIMENTO:
Título II – Direitos, liberdades e garantias – artigos 24.º a 47.º, da CRP 1976
Capítulo I – Direitos, liberdades e garantias pessoais, artigos 24.º a 47.º, da CRP
1976.
1.2.2. Direitos, liberdades e garantias pessoais, artigos 24.º a 47.º, da CRP 1976.
1.2.2.1. Direito à vida – artigo 24.º, da CRP 1976.
1.2.2.2. Direito à integridade pessoal – artigo 25.º, da CRP 1976.
1.2.2.3. Outros direitos pessoais – artigo 26.º, da CRP 1976.
1.2.2.4. Direito à liberdade e à segurança – artigo 27.º, da CRP 1976.
1.2.2.5. Prisão preventiva – artigo 28.º, da CRP 1976.
1.2.2.6. Aplicação da lei criminal – artigo 29.º, da CRP 1976.
1.2.2.7. Limites das penas e das medidas de segurança – artigo 30.º, da CRP 1976.
1.2.2.8. Habeas corpus – artigo 31.º, da CRP 1976.
1.2.2.9. Garantias de processo criminal – artigo 32.º, da CRP 1976.
1.2.2.10. Expulsão, extradição e direito de asilo – artigo 33.º, da CRP 1976.
1.2.2.11. Inviolabilidade do domicílio e da correspondência – artigo 34.º, da CRP
1976.
1.2.2.12. Utilização da informática – artigo 35.º, da CRP 1976.
1.2.2.13. Família, casamento e filiação – artigo 36.º, da CRP 1976.
1.2.2.14. Liberdade de expressão e informação – artigo 37.º, da CRP 1976.
1.2.2.15. Liberdade de imprensa e meios de comunicação social – artigo 38.º, da
CRP 1976.
1.2.2.16. Regulação da comunicação social – artigo 39.º, da CRP 1976.

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1.2.2.17. Direitos de antena, de resposta e de réplica política – artigo 40.º, da CRP
1976.
1.2.2.18. Liberdade de consciência, de religião e de culto – artigo 41.º, da CRP 1976.
1.2.2.19. Liberdade de criação cultural – artigo 42.º, da CRP 1976.
1.2.2.20. Liberdade de aprender e ensinar – artigo 43.º, da CRP 1976.
1.2.2.21. Direito de deslocação e de emigração – artigo 44.º, da CRP 1976.
1.2.2.22. Direito de reunião e de manifestação – artigo 45.º, da CRP 1976.
1.2.2.23. Liberdade de associação – artigo 46.º, da CRP 1976.
1.2.2.24. Liberdade de escolha de profissão e acesso à função pública – artigo 47.º,
da CRP 1976.

B – CASOS PRÁTICOS E QUESTÕES TEÓRICO-PRÁTICAS A


RESOLVER:
CASO 57 – O que significa dizer-se que a vida humana, intra e extra-uterina, é
inviolável?
CASO 58 – Quando a produção de prova contende com o corpo ou com o equilíbrio
biopsíquico do cidadão, que direito(s) está(ão) a ser lesado(s)?
CASO 59 – A proibição de microfones ou “escutas ambientais” nos lugares íntimos
visam garantir que direito fundamental?
CASO 60 – Identifique alguns métodos de obtenção da prova que contendem com
o direito à privacidade ou, no limite, à reserva da intimidade da vida privada, pessoal e
familiar.
CASO 61 – Explicite o condicionalismo em que pode ser restringido direito à
liberdade por meio da prisão preventiva à luz dos preceitos constitucionais.
CASO 62 – Diga quais são as consequências e qual é a justificação dogmática do
princípio da aplicação retroactiva da lei penal mais favorável.
CASO 63 – Identifique as várias dimensões constitucionais do princípio da
legalidade criminal.
CASO 64 – Justifique a solução constitucional adoptada pelo legislador constituinte
português em matéria de limites das penas e das medidas de segurança.
CASO 65 – Diga em que se traduz o instituto constitucional do “habeas corpus” e
como é concretizado na lei processual penal.
CASO 66 – Diga, no texto constitucional, onde se encontra consagrado o princípio
da plenitude das garantias de defesa (ou “mais ampla defesa”).
CASO 67 – Como se materializa o princípio constitucional do (duplo grau de)
recurso.
CASO 68 – Comente a seguinte afirmação à luz dos preceitos constitucionais:
«Ninguém pode ser total ou parcialmente privado da liberdade, a não ser em consequência
de sentença judicial condenatória…».
CASO 69 – Explicite o condicionalismo constitucional a respeitar por quem
proceder à privação da liberdade de um qualquer cidadão.
CASO 70 – Que direito assiste ao cidadão no caso de ter sido injustamente privado
da sua liberdade por parte de um agente da PJ?
CASO 71 – ANTÓNIO encontra-se detido há quarenta e nove horas sem que haja
sido presente a uma autoridade judiciária ou sequer informado dos seus direitos e deveres.
Quid Iuris?
CASO 72 – Comente, à luz do texto constitucional, a seguinte afirmação: «A prisão
preventiva tem natureza excepcional».
CASO 73 – Identifique o condicionalismo constitucional que rodeia qualquer
decisão judicial que ordene ou mantenha uma medida de privação da liberdade de um
cidadão.

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CASO 74 – Relacione o princípio da legalidade criminal, ínsito no artigo 29.º, n.º
1, da CRP 1976, com o princípio do Estado de Direito Democrático e os seus sub-princípios
da segurança e confiança jurídicas (artigo 2.º, da CRP 1976).
CASO 75 – O que significa a expressão “lex praevia, lex scripta, lex stricta, lex
certa” e onde ganha consagração nos preceitos constitucionais.
CASO 76 – Em que se traduz e em que preceito constitucional ganha corpo o
princípio “ne bis in idem”?
CASO 77 – Identifique, à luz dos preceitos constitucionais, quais são os direitos dos
cidadãos que hajam sido injustamente condenados.
CASO 78 – Comente a seguinte afirmação à luz dos preceitos constitucionais: «A
pena de prisão perpétua ou a medida de segurança de duração ilimitada ou indefinida não
é constitucionalmente admissível já que atentaria contra os princípios da dignidade da
pessoa humana e da ressocialização, senão mesmo contra a ideia de Estado de Direito
Democrático».
CASO 79 – ANTÓNIO está preocupado por o seu pai ter sido condenado a 25 anos
de prisão, já que tem 80 anos e o mais certo é não resistir e ainda ter incómodos com esse
assunto, nomeadamente sendo-lhe pedido para substituir o seu pai na prisão. Analise se tal
preocupação, à luz dos preceitos constitucionais, possui algum fundamento.
CASO 80 – ANTÓNIO sequestrou, recentemente, a sua mulher, mantendo-a em
casa num quarto fechado, tendo sido criminalmente responsabilizado. Por esse facto, anda
com uma grande depressão porque julga que ficará, igual e automaticamente, sem a sua carta
de condução e lhe serão retirados os poderes que detém sobre os seus filhos no contexto das
designadas “responsabilidades parentais” ou “poder paternal”.
CASO 81 – ANTÓNIO foi condenado a uma pena de prisão efectiva, tendo-lhe sido
dito que, com isso, ficava postergada a sua formação profissional e académica; e, ainda, que
teria de fazer “abstinência sexual” durante todo o tempo do presídio. Diga se concorda com
tais preocupações à luz dos preceitos constitucionais respectivamente aplicáveis.
CASO 82 – Diga em que se traduz, à luz dos preceitos constitucionais, o princípio
da presunção de inocência e quais são as consequências que, de tal princípio, derivam para a
matéria da produção da prova penal.
CASO 83 – O direito a escolher defensor e a ser por ele assistido em todos os actos
do processo é uma garantia constitucional que deve ser compreendida à luz do “status activus
processualis” defensório. Esclareça o que se pretende significar com a frase anterior.
CASO 84 – Diga onde se encontra consagrado e em que se traduz o princípio da
reserva judicial em matéria de restrições de direitos fundamentais em processo penal.
CASO 85 – Em que se traduz o princípio do acusatório.
CASO 86 – Explicite o sentido e regime jurídico do princípio constitucional inerente
às proibições de prova ou prova proibida.
CASO 87 – Diga onde se encontra consagrado e em que se traduz o princípio do
“juiz natural”.
CASO 88 – Comente a seguinte afirmação à luz dos preceitos constitucionais: «A
Constituição da República Portuguesa proíbe a extradição de cidadãos portugueses».
CASO 89 – Relacione e elabore um pequeno texto, com base na CRP 1976, a partir
dos seguintes termos: extradição, cidadão português, condições de reciprocidade,
criminalidade organizada e terrorismo.
CASO 90 – Diga em que se traduz a inviolabilidade do domicílio.
CASO 91 – Diga em que se traduz a inviolabilidade do sigilo da correspondência e
de outros meios de comunicação na CRP 1976 e como se manifesta na lei processual penal.
CASO 92 – Comente a seguinte frase à luz do texto constitucional: «O agente da
PJ pode entrar de noite no domicílio de qualquer pessoa, sem o seu consentimento».

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CASO 93 – Comente a seguinte afirmação: «A CRP 1976 proíbe toda e qualquer
ingerência das autoridades públicas na correspondência, nas telecomunicações e nos demais
meios de comunicação privada».
CASO 94 – Identifique, à luz do texto constitucional, em que se traduz o direito à
autodeterminação informacional ou “informativa”.
CASO 95 – Em matéria de protecção de dados de carácter pessoal, em que se traduz
o princípio da vinculação ao fim e a proibição de transmigração de dados.
CASO 96 – Um agente da PJ, após deter ABDUL EL SAHIB, uma vez chegado à
cela da prisão da PJ, proíbe-o terminantemente de rezar. Permitirá a CRP 1976 tal conduta?
CASO 97 – Uma vez detido, ABDUL é forçado, pelo agente da PJ, a comer
alimentos que a sua religião não lhe permite. Admitirá a CRP 1976 tal tipo de actuação?
CASO 98 – Um agente da PJ de Coimbra, no dia 13 de Novembro de 2015, dirigiu-
se à Praça da República e mandou, sem mais nem menos, de modo autoritário, dispersar
várias pessoas que aí se encontravam reunidas em amena conversação, quando eram apenas
21h00 e inexistia qualquer situação criminosa gravosa. Permitirá a CRP 1976 tal actuação?
CASO 99 – ABDUL EL SHERIFF pretende, juntamente com alguns amigos,
constituir uma associação, de tipo militar, para combater os infiéis, em território português.
Para tal, invoca a sua liberdade de associação. Terá razão à luz da CRP 1976?

CASO 100 – A violação de um direito, liberdade ou garantia, por parte de um


funcionário da Polícia Judiciária, no exercício de funções, implica:
□ Responsabilidade civil, criminal e disciplinar desse funcionário;
□ Responsabilidade civil, criminal e disciplinar desse funcionário e das chefias;
□ Responsabilidade civil, criminal e disciplinar desse funcionário, das chefias e da
Polícia;
□ Responsabilidade civil, criminal e disciplinar do funcionário e
responsabilidade civil solidária da PJ e do Estado31.
FUNDAMENTO LEGAL: (HOJE 2015) artigo 153.º, Decreto-Lei n.º 275-
A/2000; artigo 14.º, da Lei n.º 37/2008, de 06-08; artigos 483.º, 562.º a 566.º, do Código
Civil; e artigos 1.º a 10.º, da Lei n.º 67/2007, de 31 de Dezembro, alterada pela Lei n.º
31/2008, de 17-07 (Responsabilidade civil extracontratual do Estado e Pessoas Colectivas de
Direito Público); artigo 22.º, da CRP 1976.

CASO 101 – Escolha a opção errada. A inviolabilidade da vida humana implica:


□ As pessoas idosas podem ser mortas mais facilmente do que as novas;
□ A vida extra e intra-uterina é inviolável;
□ A vida intra-uterina é parcialmente desprotegida, embora o aborto cubra uma área
típica de defesa importante;
□ A interrupção voluntária da gravidez reconduz-se a uma total desprotecção da vida
intra-uterina, durante um certo período de tempo da gestação.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 24.º, da CRP 1976.

CASO 102 – Escolha a opção errada. O direito à integridade física inclui:


□ O direito a não sofrer ofensas corporais;
□ O direito a não sofrer tratamentos médico-cirúrgicos compulsivos;
□ O direito a poder ser recolhida, no seu corpo, prova contra si;
□ O direito a não sofrer tratamentos ou penas cruéis, degradantes, desumanos ou
humilhantes.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 25.º, da CRP 1976.

31
Caso Prático retirado do Exame para Admissão ao Curso de Inspectores da PJ de 2006.

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CASO 103 – Escolha a opção errada. O direito à integridade física afasta certo tipos
de métodos de investigação criminal:
□ Práticas correspondentes a privação de sono, privação sensitiva (de visão, audição,
tacto e olfacto), bombardeamento sensitivo (mediante exposição prolongada a som em
volume elevado ou a luz intensa), sujeição a isolamento, sujeição a posições incómodas,
dolorosas ou humilhantes, imposição de nudez, simulação de afogamento (incluindo a
modalidade conhecida por “waterboarding”), sujeição a hipotermia, exploração de fobias,
humilhação de cariz sexual, religioso, cultural ou social, encarceramento em espaço exíguo;
□ Práticas consistentes em sacudir a vítima, a administração e algemas,
nomeadamente, mediante uso demasiado apertado e prolongado;
□ Simulações de execução, ameaça à vida e integridade física do próprio ou de
terceiros e de represálias sobre familiares, exibição pública em estado de nudez, detenção
com impedimento de qualquer comunicação com o exterior, imposição prolongada de venda
sobre os olhos;
□ Escutas telefónicas.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 25.º, da CRP 1976.

CASO 104 – Escolha a opção errada. O direito à integridade física afasta certo tipos
de métodos de investigação criminal:
□ Utilização de hipnose, de electrochoque e de substâncias alucinatórias e de
técnicas de condicionamento psicológico, vulgarmente integradas no conceito geral de
lavagem cerebral, como modo de diminuir resistência da vítima;
□ A sujeição a interrogatório sob narco-análise ou com utilização de polígrafo ou
ainda sujeição a interrogatório durante um período de tempo particularmente prolongado;
□ As gravações de depoimentos destemunhais;
□ Sujeição da pessoa a angústia gerada por espera prolongada pelo início de
interrogatório, aplicação de tratamento ou de execução de pena particularmente penosos.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 25.º, da CRP 1976.

CASO 105 – Escolha a opção errada. O direito geral de personalidade postula a


tutela abrangente de todas as formas de lesão de bens de personalidade independentemente
de estarem ou não tipicamente consagrados:
□ Prevêem-se hipóteses típicas de direitos de personalidade postulados pela
exigência angular de respeito pela dignidade humana, sem prejuízo de outras que se venham
a reconhecer como será o caso do direito ao nome, à autodeterminação informacional ou à
ressocialização;
□ O legislador constituinte, desde 1997, consagrou um direito (geral) ao
desenvolvimento da personalidade;
□ O direito ao bom nome e reputação;
□ O dever de respeito pela personalidade humana não prevalece para além da
vida.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 26.º, da CRP 1976.

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CASO 106 – Escolha a opção certa. O direito à reserva da intimidade da vida
privada e familiar significa:
□ A expressão paradigmática de todos os direitos pessoais, surgindo como o
direito de oposição à divulgação da vida privada (public disclosure of private facts), mas
também o direito ao respeito da vida privada, ou seja, o direito de oposição à
investigação sobre a vida privada (intrusion);
□ Poder estar sossegado em casa;
□ Poder estar só;
□ Só se ser incomodado quando se quiser.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 26.º, da CRP 1976 + Ac. TC n.º 128/92.

CASO 107 – Escolha a opção errada. O direito à reserva da intimidade da vida


privada e familiar significa:
□ A admissão de um diário pessoal, como prova em processo penal, mesmo no
caso da investigação de um crime de abuso sexual de crianças;
□ A admissão da valoração das listagens da “via verde”, requisitadas pelo Ministério
Público, considerando que tais dados se situam numa zona muito distante do núcleo sensível
da intimidade pessoal, pelo que não seria constitucionalmente exigível que o respectivo acto
fosse ordenado ou validado por um juiz;
□ O direito ao sigilo das telecomunicações, conjugado com a reserva de intimidade
da vida privada são suficientes para legitimar a destruição de escutas, antes mesmo de o
arguido as conhecer;
□ A possibilidade de realização de exames médicos destinados à verificação da
aptidão física e psíquica do trabalhador para o exercício da sua profissão, bem como a
elaboração e registo informático de fichas clínicas e de aptidão.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 26.º, n.º 1, 34.º, n.º 4, da CRP 1976 + Ac. TC n.º
368/02, 607/03, 70/08, 213/08.

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TÍTULO II – DIREITO PENAL: QUESTÕES TEÓRICO-PRÁTICAS


RELATIVAMENTE A TODAS AS MATÉRIAS CONSTANTES DO AVISO

2. Direito Penal:

(Parte) Geral:

2.1. Princípios gerais

A – TÓPICOS DE DESENVOLVIMENTO:
LIVRO I – Parte Geral
TÍTULO I – Da lei criminal
CAPÍTULO ÚNICO – Princípios gerais – artigos 1.º a 9.º, do Código Penal
2.1. Princípios gerais
2.1.1. Princípio da legalidade – artigo 1.º, do CP
2.1.2. Aplicação no tempo – artigo 2.º, do CP
2.1.3. Momento da prática do facto – artigo 3.º, do CP
2.1.4. Aplicação no espaço: princípio geral – artigo 4.º, do CP
2.1.5. Factos praticados fora do território português – artigo 5.º, do CP
2.1.6. Restrições à aplicação da lei portuguesa – artigo 6.º, do CP
2.1.7. Lugar da prática do facto – artigo 7.º, do CP
2.1.8. Aplicação subsidiária do Código Penal – artigo 8.º, do CP
2.1.9. Disposições especiais para jovens – artigo 9.º, do CP

B – CASOS PRÁTICOS E QUESTÕES TEÓRICO-PRÁTICAS A


RESOLVER:

CASO 56 – Quanto um agente da PJ pretende averiguar se um facto configura o


preenchimento de um tipo legal crime ou não, ele encontra-se:
□ Proibido de recorrer à analogia se a conduta não se contiver no âmbito de
protecção da norma;
□ Proibido de recorrer a lei cuja entrada em vigor é posterior aos factos;
□ Proibido de aplicar lei posterior aos factos, excepto no caso de sucessão de leis no
tempo e sempre aquela for a concretamente mais favorável;
□ Todas as respostas são verdadeiras.

CASO 57 – Em matéria de aplicação da lei penal no tempo, vigora a seguinte regra:


□ A pena é determinada pela lei vigente no momento da prática do facto ou do
preenchimento dos pressupostos de que depende;
□ Quando lei vigente no momento da prática dos factos vem a ser revogada antes do
trânsito em julgado, não cessa a execução e os seus efeitos penais;
□ Quando a lei valer para um determinado período de tempo, não continua a ser
punível o facto praticado durante esse período;
□ Havendo sucessão de leis penais no tempo, nem sempre será aplicável ao agente
o regime concretamente mais favorável.

CASO 58 – Em que se traduz o princípio “nullum crimen, nulla poena sine lege”?

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CASO 59 – O princípio “nullum crimen sine lege” significa que:
□ Não há crime sem lei anterior que como tal preveja uma certa conduta;
□ O legislador tem de considerar um determinado facto como crime, descrevendo-
o e impondo-lhe como consequência jurídica uma sanção criminal ;
□ Esquecimentos, lacunas, deficiências de regulamentação ou de redacção
funcionam sempre contra o legislador e a favor da liberdade do arguido;
□ Todas as respostas são verdadeiras.

CASO 60 – O princípio “nullum poena sine lege” significa que:


□ Não há crime sem lei anterior;
□ Há pena sem lei;
□ Não podem ser aplicadas penas ou medidas de segurança que não estejam
expressamente cominadas em lei anterior;
□ Antes da pena há a lei.

CASO 61 – Idenfique o segmento que não corresponde a um critério de


determinação concreta da lei penal mais favorável, havendo sucessão de leis penais no tempo:
□ A pena de multa (ainda que elevada) é mais favorável do que uma pena de prisão
(ainda que leve);
□ O juízo complexivo de maior ou menor favor não deve resultar apenas, em
princípio, da contemplação isolada de um elemento do tipo legal ou da sanção, mas da
totalidade do regime a que o caso se submete;
□ O sopeso da gravidade dos dois regimes não pode ser feito exclusivamente em
abstacto, mas com apelo a circunstâncias concretas do caso;
□ Aproveita-se, de uma e de outra lei, os aspectos mais favoráveis e constrói-se
um regime complexo e novo (soma dos pedaços).

CASO 62 – Comente a seguinte afirmação: as leis temporárias são uma excepção


à aplicação plena do princípio da aplicação retroactiva da lei penal mais favorável.

CASO 63 – O princípio da terrorialidade significa que:


□ O Estado aplica o seu direito penal a todos os factos penalmente relevantes
que tenham ocorrido no seu território, com indiferença por quem ou contra quem
foram tais factos cometidos;
□ O Estado pune todos os factos penalmente relevantes praticados pelos seus
nacionais, com indiferença pelo lugar onde eles foram praticados e por aquelas pessoas contra
quem o foram;
□ O Estado exerce o seu poder punitivo relativamente a factos dirigidos contra os
seus interesses nacionais específicos, sem consideração do autor que os cometeu ou do lugar
em que foram cometidos;
□ O Estado pune todos os factos contra os quais se deva lutar a nível mundial ou
que internacionalmente ele tenha assumido a obrigação de punir, com indiferença pelo lugar
da comissão, pela nacionalidade do agente ou pela pessoa da vítima.

CASO 64 – O princípio da nacionalidade significa que:


□ O Estado português passa a ter competência para conhecer dos factos que foram
praticados no estrangeiro por estrangeiros que se encontram em Portugal e cuja extradição,
tendo sido requerida, não pode ser concedida;
□ O Estado pune todos os factos penalmente relevantes praticados pelos seus
nacionais, com indiferença pelo lugar onde eles foram praticados e por aquelas pessoas
contra quem o foram;

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□ O Estado exerce o seu poder punitivo relativamente a factos dirigidos contra os
seus interesses nacionais específicos, sem consideração do autor que os cometeu ou do lugar
em que foram cometidos;
□ O Estado pune todos os factos contra os quais se deva lutar a nível mundial ou
que internacionalmente ele tenha assumido a obrigação de punir, com indiferença pelo lugar
da comissão, pela nacionalidade do agente ou pela pessoa da vítima.

CASO 65 – O princípio da defesa dos interesses nacionais significa que:


□ O Estado português passa a ter competência para conhecer dos factos que foram
praticados no estrangeiro por estrangeiros que se encontram em Portugal e cuja extradição,
tendo sido requerida, não pode ser concedida;
□ O Estado pune todos os factos penalmente relevantes praticados pelos seus
nacionais, com indiferença pelo lugar onde eles foram praticados e por aquelas pessoas contra
quem o foram;
□ O Estado exerce o seu poder punitivo relativamente a factos dirigidos contra
os seus interesses nacionais específicos, sem consideração do autor que os cometeu ou
do lugar em que foram cometidos;
□ O Estado pune todos os factos contra os quais se deva lutar a nível mundial ou
que internacionalmente ele tenha assumido a obrigação de punir, com indiferença pelo lugar
da comissão, pela nacionalidade do agente ou pela pessoa da vítima.

CASO 66 – O princípio complementar da aplicação universal ou da universalidade


significa que:
□ O Estado exerce o seu poder punitivo relativamente a factos dirigidos contra os
seus interesses nacionais específicos, sem consideração do autor que os cometeu ou do lugar
em que foram cometidos;
□ O Estado pune todos os factos contra os quais se deva lutar a nível mundial
ou que internacionalmente ele tenha assumido a obrigação de punir, com indiferença
pelo lugar da comissão, pela nacionalidade do agente ou pela pessoa da vítima;
□ O Estado português passa a ter competência para conhecer dos factos que foram
praticados no estrangeiro por estrangeiros que se encontram em Portugal e cuja extradição,
tendo sido requerida, não pode ser concedida;
□ O Estado pune todos os factos penalmente relevantes praticados pelos seus
nacionais, com indiferença pelo lugar onde eles foram praticados e por aquelas pessoas contra
quem o foram.

CASO 67 – O princípio da administração supletiva da justiça penal significa que:


□ O Estado pune todos os factos penalmente relevantes praticados pelos seus
nacionais, com indiferença pelo lugar onde eles foram praticados e por aquelas pessoas contra
quem o foram;
□ O Estado exerce o seu poder punitivo relativamente a factos dirigidos contra os
seus interesses nacionais específicos, sem consideração do autor que os cometeu ou do lugar
em que foram cometidos;
□ O Estado pune todos os factos contra os quais se deva lutar a nível mundial ou
que internacionalmente ele tenha assumido a obrigação de punir, com indiferença pelo lugar
da comissão, pela nacionalidade do agente ou pela pessoa da vítima;
□ O Estado português passa a ter competência para conhecer dos factos que
foram praticados no estrangeiro por estrangeiros que se encontram em Portugal e cuja
extradição, tendo sido requerida, não pode ser concedida.

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2.2. Pressupostos da punição

A – TÓPICOS DE DESENVOLVIMENTO:
TÍTULO II – Do facto
CAPÍTULO I – Pressupostos da punição – artigos 10.º a 20.º, do Código Penal [ver,
ainda, o disposto nos artigos 31.º a 39.º, do Código Penal; artigos 118.º a 121.º; 122.º a 126.º;
127.º e 128.º, do Código Penal, visto que influencia, positiva ou negativamente, a decisão
que opta pela punição ou não].
2.2. Pressupostos da punição
2.2.1. Comissão por acção e por omissão – artigo 10.º, do CP.
2.2.2. Responsabilidade das pessoas singulares e colectivas – artigo 11.º, do CP.
2.2.3. Actuação em nome de outrem – artigo 12.º, do CP.
2.2.4. Dolo e negligência – artigo 13.º, do CP.
2.2.5. Dolo – artigo 14.º, do CP.
2.2.6. Negligência – artigo 15.º, do CP.
2.2.7. Erro sobre as circunstâncias do facto – artigo 16.º, do CP.
2.2.8. Erro sobre a ilicitude – artigo 17.º, do CP.
2.2.9. Agravação da pena pelo resultado – artigo 18.º, do CP.
2.2.10. Inimputabilidade em razão da idade – artigo 19.º, do CP.
2.2.11. Inimputabilidade em razão de anomalia psíquica – artigo 20.º, do CP.
CAPÍTULO III – Causas que excluem a ilicitude e a culpa – artigos 31.º a 39.º, do
Código Penal
2.2.12. Causas que excluem a ilicitude e a culpa
2.2.12.1. Exclusão da ilicitude – artigo 31.º, do CP.
2.2.12.2. Legítima defesa – artigo 32.º, do CP.
2.2.12.3. Excesso de legítima defesa – artigo 33.º, do CP.
2.2.12.4. Direito de necessidade – artigo 34.º, do CP.
2.2.12.5. Estado de necessidade desculpante – artigo 35.º, do CP.
2.2.12.6. Conflito de deveres – artigo 36.º, do CP.
2.2.12.7. Obediência indevida desculpante – artigo 37.º, do CP.
2.2.12.8. Consentimento – artigo 38.º, do CP.
2.2.12.9. Consentimento presumido – artigo 39.º, do CP.
TÍTULO V – Extinção da responsabilidade criminal – artigos 118.º a 128.º, do
Código Penal
CAPÍTULO I – Prescrição do procedimento criminal – artigos 118.º a 121.º, do CP
2.2.13. Extinção da responsabilidade criminal
2.2.13.1. Prescrição do procedimento criminal
2.2.13.1.1. Prazos de prescrição – artigo 118.º, do CP.
2.2.13.1.2. Início do prazo – artigo 119.º, do CP.
2.2.13.1.3. Suspensão da prescrição – artigo 120.º, do CP.
2.2.13.1.4. Interrupção da prescrição – artigo 121.º, do CP.
CAPÍTULO II – Prescrição das penas e das medidas de segurança – artigos 122.º a
126.º, do Código Penal
2.2.13.2. Prescrição das penas e das medidas de segurança
2.2.13.2.1. Prazos de prescrição das penas – artigo 122.º, do CP.
2.2.13.2.2. Efeitos da prescrição da pena principal – artigo 123.º, do CP.
2.2.13.2.3. Prazos de prescrição das medidas de segurança – artigo 124.º, do CP.
2.2.13.2.4. Suspensão da prescrição – artigo 125.º, do CP.
2.2.13.2.5. Interrupção da prescrição – artigo 126.º, do CP.
CAPÍTULO III – Outras causas de extinção – artigos 127.º a 128.º, do Código Penal
2.2.13.3. Outras causas de extinção

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2.2.13.3.1. Morte, amnistia, perdão genérico, indulto e extinção – artigo 127.º, do
CP.
2.2.13.3.2. Efeitos – artigo 128.º, do CP.

B – CASOS PRÁTICOS E QUESTÕES TEÓRICO-PRÁTICAS A


RESOLVER:

CASO 68 – A responsabilidade penal das pessoas colectivas significa que:


□ Nem somente as pessoas singulares são penalmente puníveis;
□ As pessoas colectivas e os seus membros são penalmente puníveis;
□ As pesssoas colectivas são penalmente puníveis mesmo quando os seus membros
tenham actuado contra ordens ou instruções expressas de quem de direito;
□ As pessoas colectivas somente são responsáveis pelos crimes previstos
expressamente na lei penal que sejam cometidos em seu nome e no seu interesse por
pessosas que nelas ocupem uma posição de liderança ou actuem sob a sua autoridade,
desde que o agente não actue contra ordens ou instruções expressas de quem de direito.

CASO 69 – Actua com dolo directo, o agente que:


□ Representando um facto que preenche um tipo de crime, actua com intenção
de o realizar;
□ Representa a realização de um facto que preenche um tipo de crime como
consequência necessária da sua conduta;
□ Representa a realização de um facto que preenche um tipo de crime como
consequência possível da conduta e se conforma com aquela realização;
□ Não procede com o cuidado a que, segundo as circunstâncias, se encontra obrigado
e de que é capaz.

CASO 70 – Actua com dolo necessário, o agente que:


□ Representando um facto que preenche um tipo de crime, actua com intenção de o
realizar;
□ Representa a realização de um facto que preenche um tipo de crime como
consequência necessária da sua conduta;
□ Representa a realização de um facto que preenche um tipo de crime como
consequência possível da conduta e se conforma com aquela realização;
□ Não procede com o cuidado a que, segundo as circunstâncias, se encontra obrigado
e de que é capaz.

CASO 71 – Actua com dolo eventual, o agente que:


□ Representando um facto que preenche um tipo de crime, actua com intenção de o
realizar;
□ Representa a realização de um facto que preenche um tipo de crime como
consequência necessária da sua conduta;
□ Representa a realização de um facto que preenche um tipo de crime como
consequência possível da conduta e se conforma com aquela realização;
□ Não procede com o cuidado a que, segundo as circunstâncias, se encontra obrigado
e de que é capaz.

CASO 72 – ZECA, maior de idade, visita a sua irmã ANA, de 10 anos de idade,
no colégio onde é aluna interna. Sempre que a visita exige-lhe dinheiro sob ameaças.
ANA furta vários objectos e dinheiro do colégio para dar a ZECA. Qual a
responsabilidade penal de ANA?

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□ ANA não é penalmente responsável por ser inimputável em razão da idade;
□ ANA é co-autora de ZECA nos furtos;
□ ZECA é instigador e ANA autora material;
□ ANA é autora material dos furtos e ZECA não é penalmente responsável32.
FUNDAMENTO LEGAL: HOJE (2015): Artigo 19.º, do Código Penal, podendo,
no entanto, ser alvo de medidas tutelares educativas, que constam a Lei n.º 166/99, de 14 de
Setembro, alterada pela Lei n.º 4/2015, de 15 de Janeiro.

CASO 73 – ZECA, maior de idade, que sofre de uma doença mental, apropriou-se,
recentemente, de um queijo e de uma garrafa de macieira da mercearia da tia JOQUINA, sem
aquela disso se apercebesse.
□ ZECA é autor material de um crime de furto;
□ JOQUINA é instigadora e ZECA autor material de um crime de furto;
□ JOQUINA é autora material do furto e ZECA não é penalmente responsável;
□ ZECA não é penalmente responsável por ser inimputável em razão de
anomalia psíquica;

2.3. Formas do crime

A – TÓPICOS DE DESENVOLVIMENTO:
CAPÍTULO II – Formas do crime – artigos 21.º a 30.º, do Código Penal.
2.3. Formas do crime
2.3.1. Actos preparatórios – artigo 21.º, do CP.
2.3.2. Tentativa – artigo 22.º, do CP.
2.3.3. Punibilidade da tentativa – artigo 23.º, do CP.
2.3.4. Desistência – artigo 24.º, do CP.
2.3.5. Desistência em caso de comparticipação – artigo 25.º, do CP.
2.3.6. Autoria – artigo 26.º, do CP.
2.3.7. Cumplicidade – artigo 27.º, do CP.
2.3.8. Ilicitude na comparticipação – artigo 28.º, do CP.
2.3.9. Culpa na comparticipação – artigo 29.º, do CP.
2.3.10. Concurso de crimes e crime continuado – artigo 30.º, do CP.

B – CASOS PRÁTICOS E QUESTÕES TEÓRICO-PRÁTICAS A


RESOLVER:

CASO 74 – CARLOS e FRANCISCO, conhecidos de longa data, resolvem


assaltar um estabelecimento lá do bairro. Para tanto levam um pé de cabra e aguardam
a hora de fecho para entrar através da porta das traseiras (não tendo chegado a entrar).
□ Com a sua conduta incorrem na prática do crime de furto, em co-autoria;
□ Com a sua conduta incorrem na prática de um crime de furto, em co-autoria, na
forma tentada;
□ A conduta de ambos não representa actos de execução pelo que não podem
ser punidos pelo crime de furto;
□ Já praticaram actos preparatórios pelo que incorrem na prática de um crime de
furto, em co-autoria, na forma tentada33.
FUNDAMENTO LEGAL: HOJE (2015): Artigos 21.º e 22.º, n.º 2, alíneas a) a
c), a contrario sensu, do Código Penal.

32
Caso Prático retirado do Exame para Admissão ao Curso de Inspectores da PJ de 2006.
33
Caso Prático retirado do Exame para Admissão ao Curso de Inspectores da PJ de 2006.

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CASO 75 – CARLOS e FRANCISCO, conhecidos de longa data, resolvem assaltar


uma mercearia lá do bairro. Para tanto, CARLOS fica com o veículo ligado e à espera do
FRANCISCO que vai lá dentro e, mediante exibição de arma de fogo, consegue que a dona
JOQUINA lhe entregue géneros alimentícios e o pouco dinheiro que possuía na caixa
registadora.
□ Com a sua conduta incorrem na prática do crime de furto, em co-autoria;
□ Com a sua conduta incorrem na prática de um crime de furto, em co-autoria, na
forma tentada;
□ A conduta de ambos não representa actos de execução pelo que não podem ser
punidos pelo crime de furto;
□ Incorrem na prática de um crime de roubo, em co-autoria, na forma
consumada.

CASO 76 – INÁCIO, tomando conhecimento de que CARLOS e FRANCISCO


estavam em dificuldades económicas, sugeriu-lhes que assaltassem a loja da tia JOAQUINA.
Nesse sentido, pediram a ADALBERTO que lhes emprestasse um chave “Mestra”, que ele
já utilizara noutros “trabalhos”, com vista a mais facilmente se introduzirem na mercearia.
Deste modo, com vista à implementação do seu plano, CARLOS ficou com o veículo ligado
e à espera do FRANCISCO que foi lá dentro e se apropriou de géneros alimentícios e o pouco
dinheiro que se encontrava na caixa registadora.
□ INÁCIO é instigador, ADALBERTO cúmplice e CARLOS e FRANCISCO
co-autores de um crime de furto qualificado consumado;
□ Com a sua conduta todos incorrem na prática de um crime de furto, em co-autoria,
na forma consumada;
□ INÁCIO é instigador, ADALBERTO cúmplice e CARLOS e FRANCISCO co-
autores de um crime de roubo;
□ Incorrem na prática de um crime de roubo, em co-autoria, na forma consumada.

CASO 77 – CARLOS, que se desentendeu com INÁCIO, deu-lhe um tiro com vista
a matá-lo, mas, dada a sua fraca visão, apenas o atinge de raspão no braço, sem consequências
mortais.
□ CARLOS cometeu um crime de homicídio simples, sob a forma tentada;
□ CARLOS cometeu um crime de homicídio qualificado, sob a forma tentada;
□ CARLOS cometeu um crime de ofensas à integridade física consumado;
□ CARLOS cometeu um crime de ofensa à integridade física qualificada, sob a
forma tentada.

CASO 78 – CARLOS e FRANCISCO decidiram assaltar a mercearia da tia


JOQUINA, levando um “pé de cabra” com vista a estruncar a porta de entrada. Quando se
encontravam já com o “pé de cabra” a “forçar a entrada”, CARLOS, que é supersticioso,
sofreu um calafrio a percorrer-lhe a espinha e decidiu afastar-se do local. Por sua vez,
FRANCISCO, que não é dado a “essas coisas do além”, continuou o intento criminoso e só
o interrompeu, após abrir a porta, quando ouviu, ao longe, a sirene do carro da polícia
judiciária, não levando nada consigo.
□ CARLOS, ao desistir, não é punido, já FRANCISCO será punido por crime
de furto qualificado na forma tentada;
□ CARLOS e FRANCISCO são punidos, em co-autoria, por crime de roubo tentado;
□ Nem CARLOS, nem FRANCISCO são punidos, em virtude de haverem desistido;
□ CARLOS e FRANCISCO são punidos, em co-autoria, por crime de roubo
consumado.

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CASO 79 – Comete o crime de homicídio previsto no artigo 131.º do Código


Penal quem:
□ Ao conduzir uma viatura em plena via pública atropela um peão que,
inopinadamente, atravessa a rua;
□ O proprietário de um cão de fila brasileiro que atiça o animal para atacar
um seu vizinho, com quem discutia, vindo este a morrer;
□ O médico que, a pedido de um doente terminal, desliga o ventilador, vindo este a
falecer;
□ A mãe que mata o filho após o parto, estando sob a sua influência perturbadora34.
FUNDAMENTO LEGAL: HOJE (2015): Artigos 13.º, 14.º, n.º 1, 26.º («quem
executar o facto», sendo o cão um instrumento como o seria o uso de um ferro ou instrumento
com aptidão a retirar a vida).

2.4. Queixa e acusação particular

A – TÓPICOS DE DESENVOLVIMENTO:
TÍTULO IV – Queixa e acusação particular – artigos 113.º a 117.º, do Código Penal.
2.4. Queixa e acusação particular
2.4.1. Titulares do direito de queixa – artigo 113.º, do CP.
2.4.2. Extensão dos efeitos da queixa – artigo 114.º, do CP.
2.4.3. Extinção do direito de queixa – artigo 115.º, do CP.
2.4.4. Renúncia e desistência do direito de queixa – artigo 116.º, do CP.
2.4.5. Acusação particular – artigo 117.º, do CP.

B – CASOS PRÁTICOS E QUESTÕES TEÓRICO-PRÁTICAS A


RESOLVER:

CASO 80 – O ofendido de um crime de furto do artigo 203.º do CP, que tem a


natureza semipública, pode apresentar queixa do mesmo:
□ Logo que dele tenha conhecimento, mesmo que desconheça a identidade dos
seus autores;
□ Só pode apresentar queixa depois de saber a identidade dos seus autores;
□ Durante seis meses após a prática do facto, mesmo que só tenha conhecimento do
facto depois;
□ A qualquer altura porque não existe prazo para a apresentação de queixa nestes
casos35.
FUNDAMENTO LEGAL: HOJE (2015): Artigo 113.º, n.º 1, 115.º, n.º 1 (a
contrario sensu) e 116.º (a contrario sensu), do Código Penal.

CASO 81 – CARLOS, ofendido de um crime de furto praticado por ZECA, punido


e previsto no artigo 203.º do CP, que tem a natureza semipública, morreu sem apresentar
queixa do mesmo, tendo-lhe sobrevivido o seu cônjuge JOLINA, os seus irmãos FELÍCIO e
MORETTI. Provou-se que o cônjuge JOLINA e MORETTI, que tinham um caso amoroso
entre si, se encontravam mancomunados com ZECA. A quem pertence o direito de queixa?
□ JOLINA, FELÍCIO e MORETTI devem, conjuntamente, exercer o direito de
queixa;
□ JOLINA e FELÍCIO não podem exercer o direito de queixa;

34
Caso Prático retirado do Exame para Admissão ao Curso de Inspectores da PJ de 2006.
35
Caso Prático retirado do Exame para Admissão ao Curso de Inspectores da PJ de 2006.

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□ FELÍCIO é o único a poder exercer o direito de queixa do seu familiar;
□ Todos se encontram impedidos de exercer o direito de queixa.

CASO 82 – CARLOS, ofendido de um crime de furto praticado por ZECA, punido


e previsto no artigo 203.º do CP, que tem a natureza semipública, morreu sem apresentar
queixa do mesmo, tendo-lhe sobrevivido o seu filho menor JUANITO. Dependendo o
processo de queixa, pode o MP dar início ao procedimento no prazo de seis meses a contar
da data em que tiver conhecimento do facto e dos seus autores?
□ Ninguém pode exercer o direito de queixa;
□ JUANITO é o único a poder exercer o direito de queixa;
□ JUANITO, mediante representação por mandatário judicial, pode exercer o direito
de queixa;
□ JUANITO, mediante representação por mandatário judicial, ou o
MINISTÉRIO PÚBLICO, em seu nome, podem exercer o direito de queixa.

CASO 83 – CARLOS, ofendido de um crime de furto praticado por ZECA e


ZILDA, punido e previsto no artigo 203.º do CP, que tem a natureza semipública, morreu
sem apresentar queixa do mesmo, tendo-lhe sobrevivido o seu filho menor JUANITO. Contra
quem e por quem poderá ser apresentada a queixa?
□ Ninguém pode exercer o direito de queixa;
□ JUANITO é o único a poder exercer o direito de queixa e somente contra ZECA;
□ JUANITO, mediante representação por mandatário judicial, pode exercer o direito
de queixa, contra ZECA e ZILDA;
□ JUANITO, mediante representação por mandatário judicial, ou o
MINISTÉRIO PÚBLICO, em seu nome, podem exercer o direito de queixa, contra
ZECA ou ZILDA, bastando apenas que o seja contra um dos comparticipantes.

CASO 84 – CARLOS, ofendido de um crime de furto praticado por ZECA, punido


e previsto no artigo 203.º do CP, que tem a natureza semipública, morreu sem apresentar
queixa do mesmo, tendo-lhe sobrevivido o seu filho menor de 16 anos JUANITO. Quando
se extingue o direito de queixa?
□ Passados seis meses a contar da data em que o titular tiver tido conhecimento do
facto e dos seus autores;
□ Passados seis meses a contar da data da morte do ofendido;
□ No prazo de seis meses a contar da data em que o ofendido perfizer 18 anos;
□ Passado um ano.

CASO 85 – CARLOS, ofendido de um crime de furto praticado por ZECA, punido


e previsto no artigo 203.º do CP, que tem a natureza semipública, decidiu, num primeiro
momento, apresentar queixa, mas, depois, comoveu-se com ZECA e perdoou-lhe, chegando
mesmo a enviar-lhe uma missiva nesse sentido. Poderá o filho menor de CARLOS, o
JUANITO, no caso de morte súbita do seu pai, apresentar queixa contra ZECA?
□ Não pode, visto o titular do direito de queixa inicial (CARLOS) ter
renunciado de modo expresso com o inequívoco envio de uma missiva;
□ Pode, desde que o faça passados seis meses a contar da data da morte do ofendido;
□ Pode, no prazo de seis meses a contar da data em que o ofendido perfizer 18 anos;
□ Pode, tanto o MINISTÉRIO PÚBLICO como o JUANITO, embora em prazos
distintos.

Direito Penal – (Parte) Especial:

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2.5. Crimes contra as pessoas:

2.5.1. Homicídio

A – TÓPICOS DE DESENVOLVIMENTO:

LIVRO II – Parte Especial


TÍTULO I – Dos crimes contras as pessoas
CAPÍTULO I – Dos crimes contra a vida – artigos 131.º a 139.º, do Código Penal.
2.5. Crimes contra as pessoas:
2.5.1 – Homicídio
2.5.1.1. Homicídio (simples ou matricial) – artigo 131.º, do CP.
2.5.1.2. Homicídio qualificado – artigo 132.º, do CP.
2.5.1.3. Homicídio privilegiado – artigo 133.º, do CP.
2.5.1.4. Homicídio a pedido da vítima – artigo 134.º, do CP.
2.5.1.5. Incitamento ou ajuda ao suicídio – artigo 135.º, do CP
2.5.1.6. Infanticídio – artigo 136.º, do CP.
2.5.1.7. Homicídio por negligência – artigo 137.º, do CP.
2.5.1.8. Exposição ou abandono – artigo 138.º, do CP.
2.5.1.9. Propaganda do suicídio – artigo 139.º, do CP.

B – CASOS PRÁTICOS E QUESTÕES TEÓRICO-PRÁTICAS A


RESOLVER:

CASO 86 – CARLOS e SAMUEL são vizinhos. E, de há algum tempo a esta parte,


ambos se desentenderam, de tal modo que, após uma discussão, CARLOS desfere uma
marretada em SAMUEL, com vista a retirar-lhe a vida. O que vem a lograr.
□ CARLOS cometeu, em autoria material, um crime de homicídio simples, sob
a forma consumada;
□ CARLOS cometeu um crime de homicídio simples, sob a forma tentada;
□ CARLOS cometeu um crime de homicídio qualificado;
□ CARLOS cometeu um homicídio negligente.

CASO 87 – CARLOS, filho de JOANA e PEDRO, que anda com más companhias,
foi convencido, em 10 de Novembro de 2015, pela namorada CAROLINA, a matar os pais
para, dessa forma, mais depressa herdar a fortuna da família e poderem viver a sua via de
sonhos em Paris. No dia 13 de Novembro de 2015, após beber um litro de vinho branco,
ganha coragem e mata, com uma arma de fogo os seus pais.
□ CAROLINA é punida como instigadora, CARLOS cometeu, em autoria
material, dois crimes de homicídio qualificado, sob a forma consumada;
□ CAROLINA é punida como cúmplice, CARLOS cometeu, em autoria material,
um crime de homicídio qualificado, sob a forma consumada;
□ CARLOS cometeu um crime de homicídio qualificado, sob a forma tentada;
□ CAROLINA e CARLOS são co-autores (moral e material) de dois crimes de
homicídio qualificado, sob a forma consumada.

CASO 88 – CARLOS, com 70 anos, é casado com FELISMINA, vinte anos mais
nova do que ele. De há algum tempo a esta parte, a FELISMINA tem andado a “dar ricas
casadelas” com GUMERCINDO, là para os lados da vinha das Sesmarias. Um dia, na taberna
da aldeia, o taberneiro diz ao CARLOS que ele devia ter juízo e matar-se, pois é uma pouca
vergonha ser (“cornudo”) traído pela sua esposa e ser a “jacota” de toda a aldeia. Face a isto,

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CARLOS meteu ao bolso um revólver, com o firme propósito de tirar a vida a FELISMINA,
só que, ao chegar ao pé dela, apercebeu-se do neto e, por instantes, abandonou a sua resolução
criminosa. No dia seguinte, à noite, ao colocar o prato da sopa ao marido, FELISMINA
esboçou um pequeno sorriso que logo aquele interpretou como sendo uma atitude de escárnio
com o seguinte conteúdo: “Come a sopa ó meu cornudo!”. Movido pelo desespero e pelas
pulsões que havia retraído, até aí, ao abandonar a resolução criminosa inicial, CARLOS
descarregou o carregador do revólver na sua esposa.
□ CARLOS não cometeu qualquer crime já que lavou a “testada da sua honra”;
□ CARLOS cometeu um crime de homicídio qualificado consumado;
□ CARLOS cometeu um crime de homicídio privilegiado, sob a forma
consumada;
□ CARLOS cometeu um crime de homicídio negligente.

CASO 89 – ABDUL foi visitar, aos HUC, a sua mãe ZILMAG, que padece de uma
doença terminal (cancro) que lhe está a atrofiar e a “comer”, pouco a pouco, os ossos e lhe
provoca, diariamente, horríveis dores que a mesma somente suporta a troco de fortes doses
de morfina medicamente receitada. Numa visita, ZILMAG pediu, ao ABDUL, por Alá, que
arranjasse uma forma de trazer, para o Hospital, esctricnina, com vista a misturá-la com uma
solução de vitaminas que diariamente tem de tomar e assim morrer lentamente e em paz.
ABDUL acedeu, comovido e a custo, ao pedido insistente, reiterado e firme que lhe foi feito
pela sua mãe. A esctricinina veio a revelar-se altamente eficaz e mortal, pois ZILMAG
morreu passadas oito horas após a sua ingestão.
□ ABDUL não cometeu qualquer crime;
□ ABDUL cometeu um crime de homicídio qualificado, sob a forma consumada;
□ ABDUL cometeu um crime de homicídio privilegiado, sob a forma consumada;
□ ABDUL cometeu um homicídio a pedido da vítima, sob a forma consumada.

CASO 90 – ABDUL, com o propósito de aniquilar os infiéis, “infiltrou-se” numa


rede social, BODYBOOK, na internet, e, nas salas de conversação (“chatroom”), instiga as
mentes mais frágeis a suicidarem-se, dando-se mesmo ao trabalho de lhes indicar vários
métodos adequados a tal desiderato e, nalguns casos, logra mesmo enviar substâncias tóxicas
para uma morte “mais certeira”. O certo é que, recentemente, duas “conversadoras”, da rede
social, MARISA e TERESA, vieram a suicidar-se. A primeira fê-lo após ter conversado com
ABDUL na 2.ª feira. A segunda fê-lo após ter recebido substâncias tóxicas, por parte de
ABDUL. Em qualquer uma das situações, nenhuma das jovens teria logrado ter êxito no seu
intento de por fim à sua vida se não tivesem colhido o “apoio” de ABDUL.
□ ABDUL não cometeu qualquer crime;
□ ABDUL cometeu um crime de incitamento ou ajuda ao suicídio, sob a forma
consumada;
□ ABDUL cometeu dois crimes de incitamento ou ajuda ao suicídio, sob a forma
consumada, ainda que o de MARISA tenha sido (“incitamento”) e o da TERESA
(«ajudou»);
□ ABDUL cometeu um homicídio a pedido da vítima, sob a forma consumada.

CASO 91 – MARIA é casada com o MANUEL. Recentemente, MARIA encontra-


se grávida e está prestes a parir (“dar à luz”). No dia 13 de Novembro de 2015, emocionou-
se e começou a sentir contracções ritmadas, a indiciarem, de modo inequívoco, a proximidade
e presença do parto. Ciente de que tinha tido, há cerca de nove meses, um caso extra-
matrimonial, com ABDUL, um africano da Guiné, tem receio de que, com o nascimento do
seu filho, venha ao de cima a sua traição amorosa. Por isso, logo que sente que o seu feto

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começa a ser expulso, MARIA faz, com as suas pernas um letal movimento de tesoura, que
apanha e abafa o novo ser e lhe provoca a sua morte por estrangulamento.
□ MARIA não cometeu qualquer crime;
□ MARIA cometeu um crime de infanticídio, sob a forma consumada;
□ MARIA cometeu um crime de aborto.
□ MARIA cometeu um feticídio.

CASO 92 – ABEL, ao volante do seu Ferrari, circula no IC2, acompanhado da


última modelo de sucesso da Moda Lisboa – GERALDINA. Por momentos, ao conversar e
olhar para GERALDINA, ABEL largou o volante e tirou os olhos da estrada, com isso
levando a que o veículo, dado a alta velocidade, galgasse o separador central e fosse embater
frontalmente no veículo que seguia no sentido de marcha oposto, assim provocando a morte
aos seus dois ocupantes.
□ ABEL cometeu um crime de homicídio doloso consumado;
□ ABEL cometeu dois crimes de homicídio negligentes, sob a forma
consumada;
□ ABEL não cometeu qualquer crime.
□ ABEL cometeu um crime de homicídio negligente, sob a forma consumada.

CASO 93 – MARIA, que não é casada, que se encontrava grávida – e andava com
a cinta ligada –, decidiu parir (“dar à luz”) sem que ninguém disso se apercebesse. Tendo
dado à luz um bebé de cor, de raça negra, quando se encontrava casada com um indíviduo de
raça brança, logo decidiu abandonar a criança na “roda” das irmãs Carmelitas de Coimbra, à
noitinha. A bebé viria a ser encontrada logo de madrugada, cheia de fome e muito resfriada.
□ MARIA não cometeu qualquer crime;
□ MARIA cometeu um crime de exposição ou abandono, sob a forma
consumada;
□ MARIA cometeu um crime de ofensa à integridade física do bebé.
□ MARIA cometeu um crime de omissão de auxílio.

CASO 94 – ABDUL, que pretende destruir “the way of life” ocidental, criou uma
página, na Internet, onde publicita vários métodos ou substâncias aptas à provocação do
suicídio dos jovens.
□ ABDUL não cometeu qualquer crime;
□ ABDUL cometeu um crime de incitamento ou ajuda ao suicídio, sob a forma
consumada;
□ ABDUL cometeu um crime de propaganda do suicídio, sob a forma
consumada.
□ ABDUL cometeu um crime de omissão de auxílio.

2.5.2. Sequestro

A – TÓPICOS DE DESENVOLVIMENTO:
LIVRO II – Parte Especial
TÍTULO I – Dos crimes contras as pessoas
CAPÍTULO IV – Dos crimes contra a liberdade pessoal – artigos 153.º a 162.º, do
CP.
2.5.2 – Sequestro
2.5.2.1. Sequestro – artigo 158.º, do CP.

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B – CASOS PRÁTICOS E QUESTÕES TEÓRICO-PRÁTICAS A
RESOLVER:

CASO 95 – JORGE, por ciúmes, não deixou a sua mulher sair à rua sozinha, ontem,
tendo-a deixado fechada em casa quando foi trabalhar.
□ Comete o crime de sequestro na sua forma agravada por se prolongar no tempo;
□ Não comete nenhum crime por estar no seu direito;
□ Não comete o crime de sequestro porque a sua mulher pode pedir ajuda quando
quiser;
□ Comete o crime de sequestro, na sua forma simples36.
FUNDAMENTO LEGAL: HOJE (2015): Artigo 158.º, n.º 1 (não se aplica o n.º
2 por não se verificar um dos indicadores temporais e agravadores aí indicados), do Código
Penal.

CASO 96 – JORGE, marido “à moda antiga”, tem a mania de controlar a sua


esposa, de tal modo que lhe fecha todas as portas da casa, com excepção da da varanda térrea
que dá para a Rua Fernando Pessoa, junto à Praça dos Restauradores.
□ Comete o crime de sequestro na sua forma agravada por se prolongar no tempo;
□ Não comete nenhum crime por estar no seu direito;
□ Não comete o crime de sequestro porque a sua mulher pode sair pela porta
da varanda térrea que dá para a rua;
□ Comete o crime de sequestro, na sua forma simples.

2.5.3. Abuso sexual de crianças

A – TÓPICOS DE DESENVOLVIMENTO:
LIVRO II – Parte Especial
TÍTULO I – Dos crimes contras as pessoas
CAPÍTULO V – Dos crimes contra a liberdade e autodeterminação sexual – artigos
163.º a 179.º, do Código Penal
Secção II – Crimes contra a autodeterminação sexual – artigo 171.º a 179.º, do
Código Penal.
2.5.3. Abuso sexual de crianças
2.5.3.1. Abuso sexual de crianças – artigo 171.º, do CP.
2.5.3.2. Abuso sexual de menores dependentes – artigo 172.º, do CP.
2.5.3.3. Actos sexuais com adolescentes – artigo 173.º, do CP.
2.5.3.4. Recurso à prostituição de menores – artigo 174.º, do CP.
2.5.3.5. Lenocínio de menores – artigo 175.º, do CP.
2.5.3.6. Pornografia de menores – artigo 176.º, do CP.
2.5.3.7. Agravação – artigo 177.º, do CP.
2.5.3.8. Queixa – artigo 178.º, do CP.
2.5.3.9. Inibição do poder paternal e proibição do exercício de funções – artigo 179.º,
do CP.

B – CASOS PRÁTICOS E QUESTÕES TEÓRICO-PRÁTICAS A


RESOLVER:

CASO 97 – JOANA, de 13 anos, no caminho da escola para casa, na passada


semana, foi confrontada com um indivíduo que se interpôs no seu caminho. Após uma

36
Caso Prático retirado do Exame para Admissão ao Curso de Inspectores da PJ de 2006.

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conversa de carácter pornográfico, exibiu os seus órgãos genitais a JOANA que, assustada,
fugiu.
□ Este indivíduo comete o crime de abuso sexual de crianças previsto no número 1
do artigo 172.º do Código Penal;
□ Este indivíduo comete o crie de abuso sexual de crianças previsto no número 1 do
artigo 172.º do Códiog Penal, na forma tentada;
□ Este indivíduo comete o crime de abuso sexual de crianças previsto no
número 3 do artigo 172.º do Código Penal;
□ Este indivíduo não comete qualquer crime, por não se ter verificado qualquer acto
sexual37.
FUNDAMENTO LEGAL: HOJE (2015): Artigo 171.º, n.º 3, alínea a), do Código
Penal. Nota, à data era o que em texto se refere, mas com as alterações legislativas,
modificou-se a numeração do preceito.

CASO 98 – Porque é que a Lei pune mais gravemente os crimes sexuais contra
os menores de 14 anos? 38.
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TÓPICOS A ENQUADRAR NA RESPOSTA:
Deverá ser considerado, se referido:
→ O bem jurídico protegido é o livre desenvolvimento da personalidade do menor
na esfera sexual.
→ O abuso sexual infantil acarreta grandes danos ao desenvolvimento da criança,
prejudicando gravemente o livre desenvolvimento da sua personalidade e provocam a perda
violenta de auto-estima.
→ Provoca a perda da auto-estima, pode provocar dificuldades de relacionamento,
com perda de confiança nos adultos, e até levar ao suicídio.
→ Muitas vezes o agressor é próximo da vítima – família, vizinhos, conhecidos,
professores, amigos. O agressor ocupa assim uma posição de poder em relação à vítima,
utilizando esse poder para intimidar a vítima.

CASO 99 – “Um homem de 22 anos foi detido esta quarta-feira por suspeita [de]39
ter praticado sexo oral com uma criança de 13 anos”.

37
Caso Prático retirado do Exame para Admissão ao Curso de Inspectores da PJ de 2006.
38
Caso Prático retirado do Exame para Admissão ao Curso de Inspectores da PJ de 2006.
39
Aditado por nós e não constante do original, com vista à correcção gramatical e
frásica.

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De que tipo de crime estamos a falar e quem tem competência para proceder
à sua investigação? Justifique.
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TÓPICOS A ENQUADRAR NA RESPOSTA:
→ Artigo 171.º, n.os 1 e 2, do Código Penal – Crime contra a autodeterminação
sexual – Abuso Sexual de Crianças.
→ Os factos descritos são subsumíveis na previsão do citado artigo, porquanto a
vítima tem 13 anos de idade e tendo o acto sexual de relevo consistido em coito oral, a
conduta delituosa é punida com pena de prisão de 3 a 10 anos.
→ Lei n.º 49/2008, de 27 de Agosto (LOIC):
A direcção da investigação criminal cabe ao Ministério Público, ou seja, a
competência originária cabe àquela autoridade judiciária – artigo 2.º.
→ A investigação deste crime é da competência reservada da Polícia Judiciária nos
termos do artigo 7.º, n.º 3, alínea a).
→ No entanto, nos termos do disposto no artigo 8.º, n.º 1, o Procurador-Geral da
República pode deferir a investigação deste tipo de crime a outro órgão de polícia criminal,
depois de ouvidos os órgãos de polícia criminal envolvidos, desde que tal se afigure, em
concreto, mais adequado ao bom funcionamento da investigação e quando se verifique algum
dos pressupostos elencados nas alíneas a) a d) do mesmo número, salvo se se verificar alguns
dos condicionalismos enunciados no n.º 2.

Na apreciação da resposta serão tidos em conta a clareza e correcção do domínio da


expressão escrita, a objectividade e capacidade de síntese, a correcção científica e o seu
espírito crítico.

CASO 100 – «Estrangula marido agressor com a ajuda dos dois filhos.
Os gritos desesperados de EMÍLIA, de 40 anos, alertarem anteontem à noite os dois
filhos. No pátio da casa, a mulher lutava contra o marido, ANTÓNIO, de 43 anos, que a
tentava estrangular com uma corda. Os dois jovens, uma menor de 14 anos e um rapaz de

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13, atacaram de imediato o pai. ANTÓNIO empunhou uma pistola e EMÍLIA reagiu: pegou
na corda com que quase foi morta e estrangulou o marido».
«Abusa duas vezes da filha menor.
Farta de sofrer em silêncio, MARIA (nome fictício), de 13 anos, decidiu contar à
mãe os abusos sexuais que sofreu recentemente, às mãos do pai. O pesadelo acabou
anteontem, com a detenção do abusador».
In Imprensa escrita, Fevereiro de 2011.

Nas sociedades ocidentais a família nuclear deveria constituir um refúgio de afectos


e de protecção, imune à violência intra-membros.

Como explicar as constantes notícias de violência extrema que emergem no seio


familiar de forma crescente? 40.
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Caso Prático retirado do Exame para Admissão ao Curso de Inspectores da PJ de 2010.

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TÓPICOS A ENQUADRAR NA RESPOSTA:
Referência ao conceito de violência intra-familiar, enumerando as suas formas (acto
exercido sobre pessoa que habite no mesmo agregado doméstico à qual reiteradamente são
infligidos sofrimentos físicos, sexuais, mentais, económicos, através de ameaças, coacção ou
outros meios)
→ Violência conjugal (vulgo violência doméstica):
→ Homicídios.
→ Coacção psicológica/emocional.
→ Privação da liberdade ambulatória.
→ Violência sexual.
→ Abuso sexual de crianças e/ou menores.
→ Maus tratos infligidos a crianças e idosos.

Fenómeno da violência doméstica como consequência do chamado “poder


patriarcal”. Ascendência parental, resultando a violência da existência dessa “ordem
hierárquica”, ou seja, o agressor assume-se como alguém que pensa que os outros não são
tão importantes como ele próprio e o facto de o homem considerar a mulher e os filhos como
sua “propriedade”.
Vulnerabilidade causada por factores fora do controle das vítimas em razão da idade,
do sexo, de dependência económica, da condição física ou de saúde. Também produto da
posição estruturalmente frágil que estes grupos ocupam na sociedade (mulheres, crianças,
pessoas idosas, deficientes e dependentes).
Ambivalência de papéis por parte do agressor e de sentimentos por parte da vítima
– quem deveria assumir-se como protector, torna-se no agressor.
Factores impeditivos da denúncia que contribuem para a perpetuação do silêncio e
consequentemente da impunidade: medo, censura social, vergonha e receio de não ser
acreditado, principalmente no caso do abuso sexual de crianças, mas também nos maus tratos
a idosos.
Transversalidade destes crimes, na medida em que não se focalizam apenas nos
sectores mais desfavorecidos da sociedade.
A relação de proximidade cmoo factor potenciador da prevalência deste tipo de
crimes.

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Alteração das premissas comummente aceites em como “o criminoso é um
estranho” e “a casa é um espaço seguro”.
(Dualidades antagónicas em relação ao que poderá ser designado por
ciminalidade comum: criminoso = estranho/casa = espaço seguro).
Factores sociológicos (alcoolismo; toxicodependência; desemprego; distúrbios
emocionais; perturbações mentais, sadismo; vivências de infância marcadas por agressão
sexual ou violência parental).

Na apreciação da resposta serão tidos em conta a clareza e correcção do domínio da


expressão escrita, a objectividade e capacidae de síntese, a correcção científica e o seu
espírito crítico.

2.6. Crimes contra o património:

2.6.1. Furto

A – TÓPICOS DE DESENVOLVIMENTO:
LIVRO II – Parte Especial
TÍTULO II – Dos crimes contra o património – artigos 202.º a 235.º, do Código
Penal
CAPÍTULO I – Disposição Preliminar
CAPÍTULO II – Dos crimes contra a propriedade – artigos 203.º a 216.º, do Código
Penal [todavia, somente interessam os artigos 203.º, 204.º, 206.º, 207.º, 211.º, do Código
Penal]
2.6. Crimes contra o património41:
2.6.1. Furto
2.6.1.1. Definições legais – artigo 202.º, do CP.
2.6.1.2. Furto (simples ou matricial) – artigo 203.º, do CP.
2.6.1.3. Furto qualificado – artigo 204.º, do CP.
2.6.1.4. Restituição ou reparação – artigo 206.º, do CP.
2.6.1.5. Acusação particular – artigo 207.º, do CP.
2.6.1.6. Violência depois da subtracção – artigo 211.º, do CP.

B – CASOS PRÁTICOS E QUESTÕES TEÓRICO-PRÁTICAS A


RESOLVER:

CASO 101 – ANTÓNIO, com 16 anos de idade, apoderou-se de uma bicicleta que
estava junto ao muro duma casa abandonada.
□ ANTÓNIO cometeu um crime de furto;
□ ANTÓNIO cometeu um crime de roubo;
□ ANTÓNIO não cometeu qualquer crime porque a bicicleta estava abandonada;
□ ANTÓNIO não cometeu qualquer crime, porque não é penalmente responsável42.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 203.º, do CP.

41
Verifica-se, aqui, um manifesto lapso do Aviso, já que deveria dizer «Dos crimes contra a
propriedade», já que os crimes apontados – furto e roubo – encontram-se dentro do CAPÍTULO II, intitulado «Dos
crimes contra a propriedade», sendo a expressão «Dos crimes contra o património em geral» a que pertence ao
CAPÍTULO III e abarca os artigos 217.º a 226.º, do CP, sem que do Aviso conste qualquer desses crimes em especial.
A única justificação plausível prende-se em ter-se feito uso do TÍTULO II, em que, aí, todos estes crimes são
agrupados sob a designação «Dos crimes contra o património». Exigir-se-ia, contudo, algum rigor.
42
Caso Prático retirado do Exame para Admissão ao Curso de Inspectores da PJ de 2010.

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CASO 102 – ANTÓNIO, apoderou-se de uma bicicleta que estava fixa num suporte
colocado na traseira de uma autocaravana de dois turistas germânicos.
□ ANTÓNIO cometeu um crime de furto qualificado;
□ ANTÓNIO cometeu um crime de furto;
□ ANTÓNIO cometeu um crime de roubo;
□ ANTÓNIO não cometeu qualquer crime.

CASO 103 – ANTÓNIO, aproveitando a paragem de uma autocaravana de dois


turistas germânicos, num semáforo da avenida, logrou abrir a porta traseira da mesma e retirar
um instrumento de GPS.
□ ANTÓNIO cometeu um crime de furto;
□ ANTÓNIO cometeu um crime de roubo;
□ ANTÓNIO não cometeu qualquer crime;
□ ANTÓNIO cometeu um crime de furto qualificado.

CASO 104 – ANTÓNIO, aproveitando a ida ao supermercado de dois turistas


germânicos, logrou retirar de cima/atrás do porta bagagem da autocaravana uma mala de
roupa, onde também encontrou jóias no valor de € 20.401,00.
□ ANTÓNIO cometeu um crime de furto;
□ ANTÓNIO cometeu um crime de furto qualificado;
□ ANTÓNIO cometeu um crime de roubo;
□ ANTÓNIO não cometeu qualquer crime.

CASO 105 – ANTÓNIO, conhecido carteirista, viaja no metro que vai apenhado de
gente. Como é usual, começa a efectuar a sua proveitosa “colheita”, retirando, do bolso das
pessoas e das bolsas das senhoras, carteiras e todo o tipo de objectos valiosos que vai
encontrando (jóias, dinheiro, moedas, etc.).
□ ANTÓNIO cometeu um crime de furto;
□ ANTÓNIO cometeu um crime de furto qualificado;
□ ANTÓNIO cometeu um crime de roubo;
□ ANTÓNIO não cometeu qualquer crime.

CASO 106 – ABDUL, que nunca trabalhou, no dia dos finados, acompanhou a sua
mãe ao cemitério onde ambos depositaram flores junta à campa da sua avó. Logo nesse dia,
ABDUL reparou que algumas campas ostentavam jarras em prata e em bronze, pelo que, ao
escurecer, decidiu escalar o muro e apropriar-se de todo o tipo de objectos votados ao culto
religioso e postos junto das campas. Fez seus três vasos em prata que “(re-)colheu” em três
campas diferentes e dois vasos que “(re-)colheu” em duas campas diferentes, assim pondo
em alto sofrimento cinco famílias.
□ ABDUL cometeu um crime de furto;
□ ABDUL cometeu um crime de furto qualificado;
□ ABDUL cometeu um crime de roubo;
□ ABDUL cometeu cinco crimes de furto qualificado.

CASO 107 – ABDUL, que nunca trabalhou, entrou na Igreja do Carmo e, com um
jeitinho, simulou que se dirigia para a caixa de esmolas, com vista a aí depositar a sua esmola,
quando, na verdade, com o auxílio de uma pequena faca, rompeu o fundo e fez cair todas as
moedas e notas para dentro de um saco que logo colocou no bolso.
□ ABDUL cometeu um crime de furto;
□ ABDUL cometeu um crime de furto qualificado;
□ ABDUL cometeu um crime de roubo;

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□ ABDUL cometeu um crime de abuso de confiança.

CASO 108 – ABDUL seguia, no IC2, com o seu desportivo veículo quando, a dada
altura, se depara com um acidente de um Ferrari, pertencente a um jogador de futebol da
Académica de Coimbra. Carecido de dinheiro, ABDUL aproveita o estado de inconsciência
do jogador de futebol para lhe sonegar o anel de ouro e duas notas de € 50,00.
□ ABDUL cometeu um crime de furto qualificado;
□ ABDUL cometeu um crime de roubo;
□ ABDUL cometeu um crime de abuso de confiança;
□ ABDUL cometeu um crime de furto simples;

CASO 109 – MOAHMED, após o ataque do DAESCH – grupo terrorista –, ao


Restaurante “MON AMOUR”, que matou e feriu cerca de 15 pessoas, na Praça da República,
em Coimbra, aproveitou o facto para retirar todos os haveres de 10 vítimas mortais (carteiras,
anéis, dinheiro, telemóveis, etc).
□ ABDUL cometeu dez crimes de furto qualificado;
□ ABDUL cometeu um crime de roubo;
□ ABDUL cometeu um crime de abuso de confiança;
□ ABDUL cometeu dez crimes de furto simples.

CASO 110 – MOAHMED, mecânico e electricista de profissão, tomou


conhecimento que está na cidade o JÚLIO IGLESIAS que, como sempre, circula com o seu
“ROI ROLCI” recheado de muito dinheiro das “tournées” no porta-luvas. Munido de um
software avançado, logra abrir as portas e retirar do porta-luvas, que se encontrava fechado à
chave, a quantia de € 25.000,00.
□ ABDUL cometeu um de furto qualificado;
□ ABDUL cometeu um crime de roubo;
□ ABDUL cometeu um crime de dano;
□ ABDUL cometeu um crime de furto simples.

CASO 111 – ABDUL introduziu-se, de modo ilegítimo e subreptício, na moradia


de CABUL, com vista a apropriar-se das jóias, prataria e dinheiro que aí viesse a encontrar.
Logrou levar consigo um colar de ouro, uma jarra de prata e € 25.000,00 em dinheiro, assim
obtendo um ganho total superior a € 50.000,00.
□ ABDUL cometeu um crime de roubo;
□ ABDUL cometeu um crime de violação de domicílio;
□ ABDUL cometeu um crime de furto simples;
□ ABDUL cometeu um de furto qualificado.

CASO 112 – ABDUL foi ao supermercado LEVA E PAGA, SA, onde permaneceu
escondido nas casas de banho, para fugir ao controlo do segurança e lograr, de noite,
apoderar-se de 3 auto-rádios e 5 garrafas de macieira, avaliados, respectivamente, em €
330,00 e € 100,00.
□ ABDUL cometeu um crime de roubo;
□ ABDUL cometeu um crime de introdução em lugar vedado ao público;
□ ABDUL cometeu um crime de furto simples;
□ ABDUL cometeu um de furto qualificado.

CASO 113 – ABDUL, que já foi agente da PJ, e por isso ainda possuía o uniforme
e elementos de identificação, simulou estar em serviço e logrou, junto de um comerciante de

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telemóveis, “confiscar-lhe” cinco telemóveis, alegando que se encontrava “em serviço” e que
aquela marca havia sido proibida e punha em risco a Segurança Interna do país.
□ ABDUL cometeu um crime de roubo;
□ ABDUL cometeu um crime de abuso de designação, sinal, uniforme ou traje
próprios da função do serviço público, nacional ou estrangeiro;
□ ABDUL cometeu um crime de furto simples;
□ ABDUL cometeu um de furto qualificado.

CASO 114 – ABDUL sai, todos os dias, do seu apartamento com vista a apoderar-
se de objectos de outras pessoas, assim ganhando o seu sustento, visto que lhe não é
conhecido o exercício de qualquer outra profissão.
□ ABDUL cometeu um crime de roubo;
□ ABDUL cometeu um crime de abuso de designação, sinal, uniforme ou trajo
próprios da função do serviço público, nacional ou estrangeiro;
□ ABDUL cometeu um crime de furto simples;
□ ABDUL cometeu um de furto qualificado.

CASO 115 – ABDUL, que nunca trabalhou, decidiu, para manter os seus vícios do
tabaco e da heroína, apoderar-se da reforma da senhora JOQUINA, de baixo valor e que é o
único sustento da mesma. Com tal conduta, a JOQUINA ficou sem qualquer possibilidade
de comprar os alimentos e os medicamentos naquele mês, por não possuir outras fontes de
rendimentos nem qualquer tipo de aforro bancário.
□ ABDUL cometeu um crime de roubo;
□ ABDUL cometeu um crime de abuso de confiança;
□ ABDUL cometeu um crime de furto simples;
□ ABDUL cometeu um de furto qualificado.

CASO 116 – ABDUL, diletante e sem profissão, numa visita a um industrial, com
vista a lograr emprego, no contexto da entrevista, apropriou-se de um documento onde se
encontrava descrito o modo de produção de uma importante vacina para uma doença
contagiosa que passou a grassar por todo o país. Sem tal fórmula, o industrial não pôde
produzir o novo fármaco e deixou de lucrar milhões de euros.

CASO 117 – ABDUL apropriou-se, no paiol do exército português, de duas ogivas


nucleares que podem ser incorporadas em bombas atómicas.
□ ABDUL cometeu um crime de roubo;
□ ABDUL cometeu um crime de poluição;
□ ABDUL cometeu um crime de furto simples;
□ ABDUL cometeu um de furto qualificado.

CASO 118 – ABDUL, em visita ao Museu de Castro, destacou a tela dos painéis de
São Vicente e colocou-os na mochila, com vista a vendê-los a um negociante de arte e fazer
algum dinheiro para alimentar os seus vícios.
□ ABDUL cometeu um crime de roubo;
□ ABDUL cometeu um crime de dano;
□ ABDUL cometeu um crime de furto simples;
□ ABDUL cometeu um de furto qualificado.

CASO 119 – ABDUL, mediante arrombamento/escalamento/chaves falsas de uma


porta lateral, logrou entrar na moradia de JASMIM, famoso actor, e apropriar-se de uma jarra
de prata, vários talheres em ouro e € 500,00 em dinheiro. Tudo no valor global de € 23.500,00.

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□ ABDUL cometeu um crime de roubo;
□ ABDUL cometeu um crime de dano;
□ ABDUL cometeu um crime de furto simples;
□ ABDUL cometeu um de furto qualificado.

CASO 120 – ABDUL, sem profissão conhecida, viciado em várias substâncias


psicotrópicas, decidiu assaltar a farmácia PICA-PICA, S.A., junto a São Martinho, em
Coimbra. Nesse sentido, colocou o seu revólver a tiracolo, de tal modo que, quando apontou
à empregada da farmácia a substância que queria que esta lhe entregasse, a dita arma era bem
visível e perceptível. Face a tal aterrorizadora visão, a empregada não hesitou em fornecer os
medicamentos e demais substâncias psicotrópicas, com a esperança de não ser baleada e a
sua vida igualmente ser poupada.
□ ABDUL cometeu um crime de roubo;
□ ABDUL cometeu um crime de arma proibida;
□ ABDUL cometeu um crime de furto simples;
□ ABDUL cometeu um de furto qualificado.

CASO 121 – ABDUL e CABUL, ambos desempregados, decidiram que, doravante,


executariam vários crimes, todos os meses, com vista a poderem ter uma vida de “Pop-Star”.
Nesse sentido, ambos cooperaram em vários assaltos a habitações e estabelecimentos
comerciais, do distrito de Coimbra, uma vezes sendo o ABDUL a dar as indicações, outra
vez sendo o CABUL, em comunhão de esforços.
□ ABDUL cometeu um de furto qualificado;
□ ABDUL cometeu um crime de roubo;
□ ABDUL cometeu um crime de arma proibida;
□ ABDUL cometeu um crime de furto simples.

2.6.2. Roubo

A – TÓPICOS DE DESENVOLVIMENTO:
LIVRO II – Parte Especial
TÍTULO II – Dos crimes contra o património – artigos 202.º a 235.º, do Código
Penal
CAPÍTULO II – Dos crimes contra a propriedade – artigos 203.º a 216.º, do Código
Penal [todavia, somente interessa, aqui, o disposto nos artigos 210.º e 211.º, do Código Penal,
dedicados ao crime de roubo]
2.6.2. Roubo
2.6.2.1. Roubo – artigo 210.º, do CP.
2.6.2.2. Violência depois da subtracção – artigo 211.º, do CP.

B – CASOS PRÁTICOS E QUESTÕES TEÓRICO-PRÁTICAS A


RESOLVER:

CASO 122 – NUNO apercebe-se que o seu amigo MOISÉS tem um telemóvel novo,
de última geração. No sábado à noite, no sítio do costume, desafia MOISÉS a beber para o
embriagar. Resolve subtrair esse telemóvel para si, o que consegue, dado o estado ébrio de
MOISÉS.
□ Comete um crime de furto.
□ Comete um crime de roubo.
□ Comete um crime de furto e de ofensas corporais.

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□ Comete um crime de furto e um crime de roubo43.
FUNDAMENTO LEGAL: HOJE (2015): Artigo 210.º, n.º 1 («pondo-a na
impossibilidade de resistir» após embriaguez), do Código Penal.

Ac. TRP de 4-07-2012 : II. A conduta do arguido que, contra a vontade da vítima,
subtraiu telemóveis que esta tinha no bolso e junto ao corpo implica o uso de força física que
deve ser qualificada como «violência» instrumental da subtração, integrando, por isso, a
prática de um crime de Roubo, do art. 210.º, n.º 1 do Cód. Penal.

CASO 123 – ABDUL levou a sua amiga JOANA à Discoteca “LP”, em Coimbra,
com vista a poder deitar-lhe um psicotrópico na bebida e lograr, assim, apoderar-se de todo
o dinheiro, jóias, telemóvel e demais objectos valiosos que a mesma guarda na sua bolsa de
mão, no montante de € 1.500,00.
□ Comete um crime de furto.
□ Comete um crime de roubo.
□ Comete um crime de furto e de ofensas corporais.
□ Comete um crime de ofensa à integridade física e um crime de roubo.

2.6.3. Insolvência dolosa

A – TÓPICOS DE DESENVOLVIMENTO:
LIVRO II – Parte Especial
TÍTULO II – Dos crimes contra o património – artigos 202.º a 235.º, do Código
Penal
CAPÍTULO IV – Dos crimes contra direitos patrimoniais – artigo 227.º a 229.º-A,
do CP
2.6.3 – Insolvência dolosa
2.6.3.1. Insolvência dolosa – artigo 227.º, do CP.
2.6.3.2. Insolvência negligente – artigo 228.º, do CP44.
2.6.3.3. Favorecimento de credores – artigo 229.º, do CP.
2.6.3.4. Agravação – artigo 229.º-A, do CP.

B – CASOS PRÁTICOS E QUESTÕES TEÓRICO-PRÁTICAS A


RESOLVER:

CASO 124 – ABDUL, empresário do calçado, que realizou um forte investimento


na sua fábrica, em 2010, viu-se em dificuldades económicas, no início de 2012, por força da
grave crise económica que o país começou a atravessar entre 2009 e 2011, de tal modo que
tem vindo a ocultar património, mormente com a compra de mercadorias a crédito, com o
fim de as vender ou utilizar em pagamento por preço sensivelmente inferior ao corrente.
Ademais, tem sonegado e feito desaparecer alguns bens da sua empresa, colocando-os, por
meio de “negócios de favor”, na titularidade de outras pessoas e familiares. Pretende que os
seus credores não tenham direito a nada. Forçado a apresentar-se à insolvência, veio mesmo
a mesma a ser declarada, tendo sido essencial para tal a conduta de ABDUL de dissipação,
destruição e sonegação de activos do seu património.
□ Comete um crime de furto.
□ Comete um crime de roubo.

43
Caso Prático retirado do Exame para Admissão ao Curso de Inspectores da PJ de 2006.
44
O estudo da insolvência dolosa necessita que se diferencia a mesma dessoutra negligente, daí a opção
em texto, embora, à letra, o Aviso apenas exija o estudo do crime que se prevê no artigo 227.º, do CP. Os demais
crimes estão ligados e consideramos que o seu estudo está directamente implicado, daí a sua referenciação em texto.

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□ Comete um crime de dano.
□ Comete um crime de insolvência dolosa

2.7. Crimes contra a paz, identidade cultural e integridade pessoal:

2.7.1. Tortura

A – TÓPICOS DE DESENVOLVIMENTO:
TÍTULO III – Dos crimes contra a identidade cultural e integridade pessoal – artigos
236.º a 246.º, do Código Penal
2.7. Crimes contra a paz, identidade cultural e integridade pessoal:
2.7.1. Tortura – artigos 243.º a 246.º, do Código Penal.
2.7.1.1. Tortura e outros tratamentos cruéis, degradantes ou desumanos – artigo
243.º. do CP
2.7.1.2. Tortura e outros tratamentos cruéis, degradantes ou desumanos graves –
artigo 244.º, do CP
2.7.1.3. Omissão de denúncia – artigo 245.º, do CP
2.7.1.4. Incapacidades – artigo 246.º, do CP
[ver ainda, complementarmente, a relevância da tortura, ao nível do artigo 10.º, n.º
1, alínea b), Lei n.º 31/2004, de 22 de Julho – Adapta a legislação penal portuguesa ao
Estatuto do Tribunal Penal Internacional, tipificando as condutas que constituem crimes de
violação do direito internacional humanitário – 17.ª alteração ao Código Penal].

B – CASOS PRÁTICOS E QUESTÕES TEÓRICO-PRÁTICAS A


RESOLVER:

CASO 125 – INÁCIO, inspector da Polícia Judiciária portuguesa, no contexto da


averiguação do desaparecimento de uma menina de 7 anos, encontra-se a questionar o
Padrasto MAUDASILVA e a mãe BOADASILVA. O interrogatório já decorre há mais de
doze horas, sem que INÁCIO tenha autorizado qualquer intervalo para ir à casa de banho ou
para descansar. MAUDASILVA está exausto e sonolento, pelo que, face a mais uma
investida do inspector INÁCIO, confessa que matou e esquartejou a menina e deitou os seus
pedaços na pocilga, onde se encontram a ser engordados 4 porcos de grande porte. Por sua
vez, cheia de fome e com dores de barriga provocadas pela vontade de ir à casa de banho,
BOADASILVA, a contragosto, lá confessou, igualmente, a sua participação no
desaparecimento e ocultação do cadáver da sua filha. Não fôra as longas horas de
interrogatório, a sede e as dores de barriga e jamais o inspector da PJ teria logrado obter
qualquer confissão, no âmbito daquela investigação criminal. Terá o inspector da PJ cometido
algum crime?
□ Comete um crime de ofensa à integridade física qualificada.
□ Comete um crime de ameaça.
□ Comete um crime de coacção.
□ Comete um crime de tortura e outros tratamentos cruéis, degradantes ou
desumanos.

CASO 126 – INÁCIO, inspector da PJ, sabendo que ANASTÁCIO tem um fraco
por BELA, visando que o mesmo confesse um crime de que é suspeito ser o autor, começa a
provocar sofrimento e cansaço físicos ou psicológicos graves em BELA, com vista a “apelar”
aos sentimentos pessoais (“compaixão” e “amor”) de INÁCIO e, dessa forma, o levar a ceder
e a confessar os factos subjacentes ao crime imputado. Com tal actuação INÁCIO pretende

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“forçar” ANASTÁCIO a confessar o cometimento de um crime de homicídio, ocorrido no
mês de Setembro de 2015. Que crime deve ser imputado ao inspector da PJ?
□ Comete um crime de ofensa à integridade física qualificada;
□ Comete um crime de ameaça;
□ Comete um crime de coacção.
□ Comete, em concurso efectivo, um crime de tortura e outros tratamentos
cruéis, degradantes ou desumanos na pessoa de BELA e um crime de coacção na pessoa
de ANASTÁCIO.

CASO 127 – INÁCIO, inspector da PJ, pretendendo intimidar ANASTÁCIO, opta


por agir sobre a namorada do mesmo – BELA –, ameaçando “partir-lhe todos os ossos” até
que o ANASTÁCIO se decida a confessar todos os factos sobre investigação criminal.
Receoso do que possa acontecer com BELA, ANASTÁCIO propõe-se confessar tudo o que
lhe é pedido. Com tal actuação, INÁCIO pretende “intimidar” e “forçar” ANASTÁCIO a
confessar o cometimento de um crime de homicídio, ocorrido no mês de Setembro de 2015.
Que crime deve ser imputado ao inspector da PJ?
□ Comete, em concurso efectivo, um crime de tortura e outros tratamentos
cruéis, degradantes ou desumanos na pessoa de BELA e um crime de ameaça na pessoa
de ANASTÁCIO;
□ Comete um crime de tortura e outros tratamentos cruéis;
□ Comete um crime de ameaça;
□ Comete um crime de coacção.

CASO 128 – INÁCIO é um inspector da PJ que tem uma “estranha e eficaz folha
de serviço”. Na verdade, veio a verificar-se que, reiteradamente, em todos os seus
interrogatórios, INÁCIO tem feito uso de técnicas de interrogatório que configuram
verdadeiras ofensas à integridade física e psicológica dos arguidos. De facto, é ó que se pode
depreender dos longos interrogatórios e da proibição de ida aos sanitários que implementa,
no decurso das suas investigações criminais. Só o uso destas formas agressivas de
interrogatório é que justificam o elevado nível de confissões que tem vindo a obter no decurso
das investigações criminais que lhe são confiadas. Que crime deve ser imputado ao inspector
da PJ?
□ Comete um crime de tortura e outros tratamentos cruéis.
□ Comete um crime de ameaça;
□ Comete um crime de integridade física qualificada;
□ Comete um crime de tortura e outros tratamentos cruéis, degradantes ou
desumanos graves.

CASO 129 – INÁCIO, inspector da PJ, sem os seus superiores hierárquicos


saberem, introduziu no seu gabinete, que possui uma casa de banho com banheira, uma
bateria com 84 volts de potência, uma mesa, que usou em tempos no “bondage sexual”, com
uma sua “sado-masoquista” companheira, bem como várias algemas e um chicote de cordas
e bagas de metal. Dependendo da dificuldade do interrogatório, o inspector da PJ faz faz uso
de veradeiros “simulacros de afogamentos” e procede à aplicação de pequenas descargas
eléctricas. E, em última instância, quando nada disto funciona, deixa fluir a sua veia de
alquimista e administra uma das duas seguintes substâncias: escopolamina ou tipoental
(“soro da verdade”). Que crime deve ser imputado ao inspector da PJ?
□ Comete um crime de tortura e outros tratamentos cruéis.
□ Comete um crime de tortura e outros tratamentos cruéis, degradantes ou
desumanos graves.
□ Comete um crime de integridade física;

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□ Comete um crime de ofensa à integridade física qualificada.

CASO 130 – INÁCIO, inspector da PJ, no decurso dos interrogatórios, costuma


exaltar-se e atirar com objectos aos arguidos. Recentemente, estando a interrogar ANÍBAL,
com vista a averiguar se foi ele que cometeu o crime de homcídio contra BELZEBU, atirou-
lhe com a enciclopédia luso-brasileira, que pesa cerca de 5kg, tendo-lhe logo provocado uma
lesão maxilo-facial. Recebeu 20 pontos e ficou com o rosto parcialmente negro do pisado
provocado pelo impacto da enciclopedia e correspectiva lesão física. Que crime deve ser
imputado ao inspector da PJ?
□ Comete um crime de tortura e outros tratamentos cruéis.
□ Comete um crime de tortura e outros tratamentos cruéis, degradantes ou
desumanos graves.
□ Comete um crime de integridade física;
□ Comete um crime de ofensa à integridade física qualificada.

CASO 131 – CASO 120 – INÁCIO é um inspector da PJ que tem uma estranha e
eficaz folha de serviço. Na verdade, veio a verificar-se que, reiteradamente, em todos os seus
interrogatórios, INÁCIO tem feito uso de técnicas de interrogatório, que configuram
verdadeiras ofensas à integridade física e psicológica dos arguidos, como é o caso dos longos
interrogatórios e da proibição de ida aos sanitários que implementa, no decurso das suas
investigações criminais. Só o uso destas formas agressivas de interrogatório é que justificam
o elevado nível de confissões que tem obtido no decurso das investigações criminais que lhe
são confiadas. Suponha que o arguido veio a suicidar-se após o interrogatório, por desânimo.
Que crime deve ser imputado ao inspector da PJ?
□ Comete um crime de tortura e outros tratamentos cruéis.
□ Comete um crime de ameaça;
□ Comete um crime de integridade física qualificada;
□ Comete um crime de tortura e outros tratamentos cruéis, degradantes ou
desumanos graves.

CASO 132 – INÁCIO, inspector da PJ, sem os seus superiores hierárquicos


saberem, introduziu no seu gabinete, que possui uma casa de banho com banheira, uma
bateria com 84 volts de potência, uma mesa, que usou em tempos no “bondage sexual”, com
uma sua “sado-masoquista” companheira, bem como várias algemas e um chicote de cordas
e bagas de metal. Dependendo da dificuldade do interrogatório, o inspector da PJ faz faz uso
de veradeiros “simulacros de afogamentos” e procede à aplicação de pequenas descargas
eléctricas. E, em última instância, quando nada disto funciona, deixa fluir a sua veia de
alquimista e administra uma das duas seguintes substâncias: escopolamina ou tipoental
(“soro da verdade”). Suponha que sobreveio a morte ao arguido em virtude do uso de tais
técnicas. Que crime deve ser imputado ao inspector da PJ?
□ Comete um crime de tortura e outros tratamentos cruéis.
□ Comete um crime de tortura e outros tratamentos cruéis, degradantes ou
desumanos graves.
□ Comete um crime de integridade física;
□ Comete um crime de ofensa à integridade física qualificada.

CASO 133 – INÁCIO, inspector da PJ, no decurso dos interrogatórios, costuma


exaltar-se e atirar com objectos aos arguidos. Recentemente, estando a interrogar ANÍBAL,
com vista a averiguar se foi ele que cometeu o crime de homcídio contra BELZEBU, atirou-
lhe com a enciclopédia luso-brasileira, que pesa cerca de 5kg, tendo-lhe logo provocado uma
lesão maxilo-facial. Recebeu 20 pontos e ficou com o rosto parcialmente negro do pisado

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provocado pela lesão. Suponha que sobreveio a morte após o traumatismo crianiano, que
aparentemente parecia superficial e banal. Que crime deve ser imputado ao inspector da PJ?
□ Comete um crime de tortura e outros tratamentos cruéis.
□ Comete, em concurso efectivo, um crime de tortura e outros tratamentos
cruéis, degradantes ou desumanos graves.
□ Comete um crime de integridade física;
□ Comete um crime de ofensa à integridade física qualificada.

CASO 134 – Suponha, face a qualquer uma das circunstâncias anteriormente


relatadas, que o superior hierárquico – RAMIRO – do inspector da PJ – ANASTÁCIO –,
sabia daquelas especiais “práticas” de interrogatório e nunca denunciou tais factos ao
Ministério Público.
□ Comete um crime de tortura e outros tratamentos cruéis;
□ Comete um crime de tortura e outros tratamentos cruéis, degradantes ou
desumanos graves;
□ Comete um crime de omissão de auxílio;
□ Comete um crime de omissão de denúncia.

CASO 135 – ANASTÁCIO, antigo inspector da PJ, que foi criminalmente


condenado por vários crimes de tortura e outros tratamentos cruéis, tem receio de que a
concreta gravidade dos factos se projecte negativamente na sua idoneidade cívica, temendo
principalmente vir a ser incapacitado para eleger o Presidente da República. Pronuncie-se
sobre tal receio.
□ O receio é desprovido de sentido;
□ Não poderá ser eleito Presidente;
□ Não poderá ser jurado;
□ O receio faz sentido, podendo até igualmente ser impedido de ser eleito para
ser jurado, pelo período de dois a dez anos.

2.8. Crimes contra a vida em sociedade:

2.8.1. Falsificação de documentos

A – TÓPICOS DE DESENVOLVIMENTO:
TÍTULO IV – Dos Crimes contra a vida em sociedade – artigos 247.º a 307.º, do
Código Penal
CAPÍTULO II – Dos crimes de Falsificação – artigos 255.º a 271.º, do Código Penal
SECÇÃO I – Disposição Preliminar –, artigo 255.º, do Código Penal
SECÇÃO II – Falsificação de documentos – artigos 256.º a 261.º, do Código Penal
2.8. Crimes contra a vida em sociedade:
2.8.1. Falsificação de documentos
2.8.1.1. Definições legais – artigo 255.º, do CP.
2.8.1.2. Falsificação ou contrafacção de documento – artigo 256.º, do CP.
2.8.1.3. Falsificação praticada por funcionário – artigo 257.º, do CP.
2.8.1.4. Falsificação de notação técnica – artigo 258.º, do CP.
2.8.1.5. Danificação ou subtracção de documento e notação técnica – artigo 259.º,
do CP.
2.8.1.6. Atestado falso – artigo 260.º, do CP.
2.8.1.7. Uso de documento de identificação ou de viagem alheio – artigo 261.º, do
CP.

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B – CASOS PRÁTICOS E QUESTÕES TEÓRICO-PRÁTICAS A
RESOLVER:

CASO 136 – Os documentos possuem três funções que, de uma ou outra forma, são
punidas pelos crimes de falsificação de documentos. Identifique-as.
SOLUÇÃO: Função representativa (representação de pensamento humano); função
probatória (documento é apto para a prova de um facto juridicamente relevante, isto é, de um
faccto com o efeito de constituir modificar ou extinguir uma relação jurídica); Função de
garantia (o documento é uma declaração com identificação do emitente – pessoa física ou
jurídica)

CASO 137 – O documento pode ser intencional ou ocasional. Diga o que isso
significa.
SOLUÇÃO: O documento pode ser intencional, ou seja, ter sido criado ab initio
com a função probatória, ou ser ocasional, isto é, ter adquirido essa função posteriormente à
sua criação.

CASO 138 – ANTÓNIO, proprietário de um Ferrari, teve um pequeno sinistro, por


inabilidade sua na condução ao estacionar no parque dos Abutres, junto ao Mondego. Fez
constar da participação enviada à seguradora danos que não correspondem à verdade.
□ Não cometeu qualquer crime de falsificação ou contrafacção de documentos;
□ Cometeu um crime de falsificação de documentos;
□ Cometeu um crime de falsas declarações;
□ Cometeu um crime de burla.

CASO 139 – ANA e BELA, filha e mãe, foram às compras à Baixa de Coimbra.
ANA, que tirou a carta de condução há alguns meses, anda entusiasmada e pediu à mãe para
ser ela a conduzir. Ocorre que, dada a sua fraca inexperiência, ao estacionar o veículo, acaba
por bater num outro que se encontrava estacionado, pertencente a CARLOS. BELA, com
espírito maternal, aflita e apouquentada com as consequências que poderiam advir para a sua
filha, decide, já perante o agente da PSP, assumir que a responsabilidade pelo sinistro é sua
visto ser ela que ia a conduzir (quando bem sabia que isso não correspondia à verdade).
□ Cometeu um crime de falsificação de documentos;
□ Cometeu um crime de desobediência;
□ Cometeu um crime de burla;
□ Não cometeu qualquer crime de falsificação ou contrafacção de documentos.

CASO 140 – ANA, que recentemente provocou um grave acidente de viação, viria
a ficar sem a sua carta de condução. Por isso, dirigiu-se ao organismo competente para a
emissão das cartas de condução e inventou uma história a dizer que havia extraviado a sua
carta de condução, com vista a que lhe fosse emitida uma segunda via.
□ Cometeu um crime de falsificação de documentos;
□ Cometeu um crime de desobediência;
□ Cometeu um crime de burla.
□ Não cometeu qualquer crime de falsificação ou contrafacção de documentos.

CASO 141 – ANTÓNIO, empresário do ramo dos transportes rodoviários de


mercadorias, decidiu alterar por completo o Alvará que lhe permitia, até Outubro de 2015,
transportar em território português mercadorias. Para isso, utilizou um papel semelhante ao
original, fabricando ex novo a base material do documento e procedeu à alteração da data de
validade.

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□ Cometeu um crime de falsificação ou contrafacção de documentos;
□ Cometeu um crime de desobediência;
□ Cometeu um crime de burla.
□ Não cometeu qualquer crime de falsificação de documentos.

CASO 142 – ANTÓNIO assinou um contrato-promessa depois de ele ter sido junto
a uma acção cível sem essa assinatura. Terá cometido algum crime?
□ Cometeu um crime de falsificação ou contrafacção de documentos;
□ Cometeu um crime de desobediência;
□ Cometeu um crime de burla.
□ Não cometeu qualquer crime de falsificação de documentos.

CASO 143 – ANTÓNIO, amante do desporto automóvel, colocou, num veículo,


uma chapa de matrícula de outro veículo, com o propósito de obter um passaporte técnico
necessário à participação numa prova desportiva. Cometeu algum crime?
□ Cometeu um crime de desobediência;
□ Cometeu um crime de furto;
□ Cometeu um crime de falsificação ou contrafacção de documentos;
□ Não cometeu qualquer crime de falsificação de documentos.

CASO 144 – Um juiz colocou, num processo judicial, à margem do mesmo, uma
“cota” cujo conteúdo não é verdadeiro, mas com o único e exclusivo propósito de iludir o
inspector judicial e, assim, afastar a sua responsabilidade no atraso do processo, bem como
qualquer sanção disciplinar.
□ Cometeu um crime de desobediência;
□ Cometeu um crime de falsificação ou contrafacção de documentos;
□ Cometeu um crime de furto;
□ Não cometeu qualquer crime de falsificação de documentos.

CASO 145 – ANTÓNIO, sabendo que dado documento não é da sua autoria, assina-
o como se fosse seu.
□ Cometeu um crime de desobediência;
□ Cometeu um crime de falsificação ou contrafacção de documentos;
□ Cometeu um crime de furto;
□ Não cometeu qualquer crime de falsificação de documentos;

CASO 146 – ANTÓNIO traçou uma assinatura ilegível no lugar destinado à


assinatura do sacador de um cheque alheio e preenche-o com o valor de € 130,00, criando a
aparência de que por aquela forma dá legitimamente uma ordem de pagamento a uma
instituição de crédito.
□ Cometeu um crime de desobediência;
□ Cometeu um crime de falsificação ou contrafacção de documentos;
□ Cometeu um crime de furto;
□ Não cometeu qualquer crime de falsificação de documentos;

CASO 147 – ANA assinou, com o seu nome verdadeiro, um documento da autoria
de BELA.
□ Cometeu um crime de desobediência;
□ Cometeu um crime de falsificação ou contrafacção de documentos;
□ Cometeu um crime de furto;
□ Não cometeu qualquer crime de falsificação ou contrafacção de documentos.

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CASO 148 – ANA assinou, com o seu nome verdadeiro, um documento em que
assume uma obrigação sem tem poderes para tal.
□ Cometeu um crime de desobediência;
□ Cometeu um crime de falsificação ou contrafacção de documentos;
□ Cometeu um crime de furto;
□ Não cometeu qualquer crime de falsificação ou contrafacção de documentos.

CASO 149 – ANA assinou um documento, com o nome de BELA, com sua prévia
autorização.
□ Cometeu um crime de desobediência;
□ Cometeu um crime de falsificação ou contrafacção de documentos;
□ Cometeu um crime de furto;
□ Não cometeu qualquer crime de falsificação ou contrafacção de documentos.

CASO 150 – ANA apõe o seu nome num cheque alheio, fazendo-se passar por co-
titular da conta sacada, para induzir a pessoa a quem o entrega a fornecer-lhe mercadorias.
□ Cometeu um crime de burla;
□ Cometeu um crime de falsificação ou contrafacção de documentos;
□ Cometeu um crime de furto;
□ Não cometeu qualquer crime de falsificação ou contrafacção de documentos,
mas, sim, um crime de burla.

CASO 151 – ANA apõe o seu nome num cheque relativo a uma conta de uma
sociedade, sem que tenha poderes para assinar cheques da referida sociedade.
□ Cometeu um crime de burla;
□ Cometeu um crime de falsificação ou contrafacção de documentos;
□ Cometeu um crime de furto;
□ Não cometeu qualquer crime de falsificação ou contrafacção de documentos.

CASO 152 – ANA, escrivã do Tribunal de Coimbra, fez constar num auto de
arrematação que o maior lance foi de € 50.000,00, oferecido pela arrematante CARLOS,
quando, na verdade, bem sabia que DINIS tinha sido o arrematante que havia efectuado o
maior lance de € 65.000,00.
□ Cometeu um crime de burla;
□ Cometeu um crime de falsificação ou contrafacção de documentos;
□ Cometeu um crime de furto;
□ Não cometeu qualquer crime de falsificação ou contrafacção de documentos.

CASO 153 – ANA, que é sacadora de um cheque, induz a instituição bancária a


apor no mesmo a declaração do seu extravio, bem sabendo que esse extravio não se tinha
verificado.
□ Cometeu um crime de burla;
□ Cometeu um crime de falsificação ou contrafacção de documentos;
□ Cometeu um crime de furto;
□ Não cometeu qualquer crime de falsificação ou contrafacção de documentos.

CASO 154 – ANA, que subscreveu um contrato de locação financeira (“leasing”),


procedeu à assinatura do certificado de recepção do veículo, embora soubesse que o veículo
nunca existiu.
□ Cometeu um crime de burla;

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□ Cometeu um crime de falsificação ou contrafacção de documentos;
□ Cometeu um crime de furto;
□ Não cometeu qualquer crime de falsificação ou contrafacção de documentos.

CASO 155 – ANA declarou, na outorga de uma escritura pública de habilitação de


herdeiros, que o falecido não deixara descendentes vivos, embora soubesse que o de cujus –
o falecido – havia deixado uma descendente viva.
□ Cometeu um crime de burla;
□ Cometeu um crime de falsificação ou contrafacção de documentos;
□ Cometeu um crime de furto;
□ Não cometeu qualquer crime de falsificação ou contrafacção de documentos.

CASO 156 – ANA encontra-se a utilizar um Alvará falso que foi “fabricado” por
DIANA.
□ Cometeu um crime de burla;
□ Cometeu um crime de falsificação ou contrafacção de documentos;
□ Cometeu um crime de furto;
□ Não cometeu qualquer crime de falsificação ou contrafacção de documentos.

CASO 157 – ANA destruiu um documento de dívida em poder do seu credor


CARLOS com vista à eliminaçao da prova da dívida.
□ Cometeu um crime de dano;
□ Cometeu um crime de falsificação ou contrafacção de documentos;
□ Cometeu um crime de furto;
□ Comete o crime de danificação ou subtracção de documento e notação
técnica.

CASO 158 – AMBRÓSIO fez seu um vale postal que foi emitido em favor de
AMBRIONIOSO e que, por engano, foi colocado na sua caixa de correio.
□ Cometeu um crime de dano;
□ Cometeu um crime de falsificação ou contrafacção de documentos;
□ Cometeu um crime de furto;
□ Comete o crime de danificação ou subtracção de documento e notação
técnica.
CASO 159 – ANITA é uma reputada médica de Coimbra. CAROLINA é uma
jovem licenciada que se encontra a estudar e a concorrer ao curso de ingresso na Polícia
Judiciária. No dia da prova, fruto de muito estudar, cansada, viria a adormecer. Aflita e
porque ser inspectora da PJ sempre foi o seu grande sonho desde criança, decidiu ir ter com
ANITA (médica) e pediu-lhe para que emitisse um atestado médico de internamento, com
invocação de uma doença grave, por 4 dias, com vista a que o mesmo fosse apresentado à
Direcção Nacional da Polícia Judiciária e, assim, CAROLINA viesse a lograr a marcação de
uma nova data para realização da dita prova escrita. Quem e que crime cometeu?
□ Ninguém cometeu qualquer crime;
□ ANITA cometeu um crime de atestado falso;
□ CAROLINA cometeu um crime de atestado falso;
□ ANITA e CAROLINA, ainda que por justificação legal distinta, cometeram,
cada uma, um crime de atestado falso.

CASO 160 – ZULMIRA utiliza sistematicamente a identidade da sua irmã


CARLA, utilizando o seu bilhete de identidade em várias situações:

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□ ZULMIRA comete o crime de falsificação de documentos, por falsificar o bilhete
de identidade;
□ ZULMIRA comete o crime de falsificação de documentos, por fazer constar
falsamente que a sua identidade é a de outra pessoa;
□ ZULMIRA comete o crime de falsificação de documentos, ao usar um documento
de outra pessoa;
□ ZULMIRA não comete o crime de falsificação de documentos45.
Fundamento legal: a conduta preenche o tipo legal de crime previsto no artigo 261.º
(Uso de documento de identificação ou de viagem alheio), do Código Penal, daí não se poder
falar de crime de falsificação de documentos, previsto no artigo 256.º, do Código Penal.

2.8.2. Contrafação de moeda

A – TÓPICOS DE DESENVOLVIMENTO:
TÍTULO IV – Dos Crimes contra a vida em sociedade – artigos 247.º a 307.º, do
Código Penal
CAPÍTULO II – Dos crimes de Falsificação – artigos 255.º a 271.º, do Código Penal
SECÇÃO III – Falsificação de moeda, título de crédito e valor selado – artigos 262.º
a 268.º, do Código Penal
2.8.2. Contrafação de moeda
2.8.2.1. Contrafação de moeda – artigo 262.º, do CP.
2.8.2.2. Depreciação do valor de moeda metálica – artigo 263.º, do CP.
2.8.2.3. Passagem de moeda falsa de concerto com o falsificador – artigo 264.º, do
CP.
2.8.2.4. Passagem de moeda falsa – artigo 265.º, do CP.
2.8.2.5. Aquisição de moeda falsa para ser posta em circulação – artigo 266.º, do
CP.
2.8.2.6. Títulos equiparados a moeda – artigo 267.º, do CP.
2.8.2.7. Contrafacção de valores selados – artigo 268.º, do CP.

B – CASOS PRÁTICOS E QUESTÕES TEÓRICO-PRÁTICAS A


RESOLVER:

CASO 161 – ANA, empresária do Design e Marketing, atingida pela crise,


conseguiu, através de um amigo de longa data que tem na Imprensa Nacional Casa da Moeda,
obter umas “velhas chapas” de fabrico de notas de € 20,00, ligeiramente danificadas, que
haviam sido enviadas para destruição pela INCM mas foram “aproveitadas” pelo dito amigo
que as guardou em sua casa. O mesmo fez com os moldes de fazer moedas de € 2,00. Utilizou
materiais similares aos originais e as notas e as moedas têm uma razoável aptidão para
ludibriar e enganar qualquer pessoa menos atenta.
□ ANA comete o crime de furto;
□ ANA comete o crime de burla;
□ ANA comete o crime de falsificação ou contrafacção de documentos;
□ ANA comete o crime de contrafacção de moeda.

CASO 162 – ANA, ourives, apercebeu-se que as moedas de € 2,00 possuem uma
liga de ouro e prata encrustada. Com a ajuda de um amigo, logra obter uma máquina que
conseque limar ligeiramente a moeda, perdendo esta algum do metal nobre (ouro e prata)
usado no seu fabrico. Aplica o processo a milhares de moeda e logra, desse jeito, obter uma

45
Caso Prático retirado do Exame para Admissão ao Curso de Inspectores da PJ de 2006.

500
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quantia considerável de ouro que, após derreter e transformar em “plaquetas”, utiliza no
fabrico de jóias, sem prejuízo de reaproveitar igualmente todas as moedas que depreciou
facialmente com a retirada dos ditos metais “nobres”.
□ ANA comete o crime de furto;
□ ANA comete o crime de depreciação do valor de moeda metálica;
□ ANA comete o crime de falsificação ou contrafacção de documentos;
□ ANA comete o crime de contrafacção de moeda.

CASO 163 – Suponha, a partir do condicionalismo fáctico anterior, que não é a


ANA mas o BELMIRO que procede à passagem da moeda falsa, em comunhão de esforço
com aquela, dividindo entre eles os dividendos de tal “frutuosa empreitada”.
□ ANA é punida com o crime de depreciação do valor de moeda metálica e
BELMIRO é punido com o crime de passagem de moeda falsa de concerto com o
falsificador;
□ ANA comete o crime de depreciação do valor de moeda metálica;
□ ANA comete o crime de falsificação ou contrafacção de documentos;
□ ANA comete o crime de contrafacção de moeda.

CASO 164 – A ANA das Moedas é uma empresária do ramo turístico. Estando a
sua empresa com alguma crise negocial, decide realizar, a vários clientes, a troca de cheques
de viagem falsos por moeda.
□ ANA é punida com o crime de passagem de moeda falsa;
□ ANA comete o crime de depreciação do valor de moeda metálica;
□ ANA comete o crime de falsificação ou contrafacção de documentos;
□ ANA comete o crime de contrafacção de moeda.

CASO 165 – ANA, empresária de uma “boite”, na zona alta de Lisboa, decidiu,
dada a crise que grassa no negócio, adquirir, a um grupo mafioso romeno, uma tonelada de
moedas de euros falsos que visa “passar” no contexto do seu negócio nocturno.
□ ANA é punida com o crime de aquisição de moeda falsa para ser posta em
circulação;
□ ANA comete o crime de depreciação do valor de moeda metálica;
□ ANA comete o crime de falsificação ou contrafacção de documentos;
□ ANA comete o crime de contrafacção de moeda.

CASO 166 – Suponha, nos casos anteriormente relatados, que em lugar de moeda
as condutas incidiam sobre títulos de crédito, bilhetes ou fracções da lotaria nacional ou
cartões de crédito. Que ilícito criminal teria cometido ANA?
□ ANA é punida com o crime de aquisição de moeda falsa para ser posta em
circulação;
□ ANA comete o crime de depreciação do valor de moeda metálica;
□ ANA comete o crime de falsificação ou contrafacção de documentos;
□ ANA comete, respectivamente, cada um dos crimes, por força do equiparação
dos títulos a moeda (artigo 267.º, do CP).

CASO 167 – ANA procedeu à contrafacção e falsificação de valores selados ou


timbrados – no caso selos –, cujo fornecimento é um exclusivo do Estado – no caso mediante
concessão aos CTT. Que crime cometeu?
□ ANA é punida com o crime de aquisição de moeda falsa para ser posta em
circulação;
□ ANA comete o crime de depreciação do valor de moeda metálica;

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□ ANA comete o crime de falsificação ou contrafacção de documentos;
□ ANA comete o crime de contrafacção de valores selados.

CASO 168 – ANA empregou valores selados ou timbrados falsos ou falsificados


como legítimos ou intactos (– no caso selos –, cujo fornecimento é um exclusivo do Estado
– no caso mediante concessão aos CTT). Que crime cometeu?
□ ANA é punida com o crime de aquisição de moeda falsa para ser posta em
circulação;
□ ANA comete o crime de depreciação do valor de moeda metálica;
□ ANA comete o crime de falsificação ou contrafacção de documentos;
□ ANA comete o crime de contrafacção de valores selados.

CASO 169 – ANA adquiriu, recebeu em depósito/importou ou introduziu em


território nacional os valores selados ou timbrados [– no caso selos –, cujo fornecimento é
um exclusivo do Estado – no caso mediante concessão aos CTT]. Que crime cometeu?
□ ANA é punida com o crime de aquisição de moeda falsa para ser posta em
circulação;
□ ANA comete o crime de depreciação do valor de moeda metálica;
□ ANA comete o crime de falsificação ou contrafacção de documentos;
□ ANA comete o crime de contrafacção de valores selados.

CASO 170 – ANA procedeu à contrafacção ou falsificação de selos, cunhos, marcas


ou chancelas públicos. Que crime cometeu?
□ ANA comete o crime de contrafacção de valores selados;
□ ANA comete o crime de depreciação do valor de moeda metálica;
□ ANA comete o crime de falsificação ou contrafacção de documentos;
□ ANA comete o crime de contrafacção de selos, cunhos, marcas ou chancelas.

CASO 171 – ANA procedeu à aquisição, recebimento em depósito, importação ou


introdução em território nacional dos selos, cunhos, marcas ou chancelas contrafeitos ou
falsificados. Que crime cometeu?
□ ANA comete o crime de contrafacção de valores selados;
□ ANA comete o crime de depreciação do valor de moeda metálica;
□ ANA comete o crime de falsificação ou contrafacção de documentos;
□ ANA comete o crime de contrafacção de selos, cunhos, marcas ou chancelas.

CASO 172 – ANA utilizou selos, cunhos, marcas ou chancelas sem autorização de
quem de direito. Que crime cometeu?
□ ANA comete o crime de contrafacção de valores selados;
□ ANA comete o crime de depreciação do valor de moeda metálica;
□ ANA comete o crime de falsificação ou contrafacção de documentos;
□ ANA comete o crime de contrafacção de selos, cunhos, marcas ou chancelas.

CASO 173 – ANA, peixeira na ribeira do Porto, colocou uma punção (sinal que
serve para certificar a correspondência entre o instrumento de medição e o seu padrão) falsa
na sua balança, de tal modo que consegue iludir os clientes vendendo-lhe 850g de peixe como
se fossem 1000g.
□ ANA comete o crime de contrafacção de valores selados;
□ ANA comete o crime de depreciação do valor de moeda metálica;
□ ANA comete o crime de falsificação ou contrafacção de documentos;
□ ANA comete o crime de Pesos e medidas falsos.

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CASO 174 – ANA, peixeira na ribeira do Porto, modificou uma punção (sinal que
serve para certificar a correspondência entre o instrumento de medição e o seu padrão) já
existente na sua balança, de tal modo que consegue iludir os clientes vendendo-lhe 850g de
peixe como se fossem 1000g.
□ ANA comete o crime de contrafacção de valores selados;
□ ANA comete o crime de Pesos e medidas falsos;
□ ANA comete o crime de depreciação do valor de moeda metálica;
□ ANA comete o crime de falsificação ou contrafacção de documentos.

CASO 175 – ANA, peixeira na ribeira do Porto, adulterou o instrumento de medição


sujeito à existência de uma punção – a sua balança –, de tal modo que consegue iludir os
clientes vendendo-lhe 850g de peixe como se fossem 1000g.
□ ANA comete o crime de contrafacção de valores selados;
□ ANA comete o crime de depreciação do valor de moeda metálica;
□ ANA comete o crime de falsificação ou contrafacção de documentos;
□ ANA comete o crime de Pesos e medidas falsos.

CASO 176 – ANA, peixeira na ribeira do Porto, ouviu dizer que BELA tinha
balanças muito boas, já que conseguiu fazer passar 850g de peixe como se fossem 1000g.
Por isso, deciciu adquirir-lhe tal balança e passa agora a pesar o peixe com esse instrumento
de medição falsificado
□ ANA comete o crime de contrafacção de valores selados;
□ ANA comete o crime de depreciação do valor de moeda metálica;
□ ANA comete o crime de falsificação ou contrafacção de documentos;
□ ANA comete o crime de Pesos e medidas falsos.

CASO 177 – FERNANDO, de 17 anos de idade, resolve reproduzir uma nota de 50


euros utilizando o scanner e a impressora que tem em casa.
□ Comete o crime de contrafacção de moeda, mesmo que seja só para experimentar;
□ Não comete o crime de contrafacção de moeda;
□ Comete o crime de contrafacção de moeda, se as notas ficarem com bom aspecto;
□ Comete o crime de contrafacção de moeda, se tiver intenção de a utilizar em
negócio46.
FUNDAMENTO LEGAL: HOJE (2015): artigo 262.º, n.º 1, do Código Penal.

2.8.3. Incêndios, explosões e condutas especialmente perigosas

A – TÓPICOS DE DESENVOLVIMENTO:
TÍTULO IV – Dos Crimes contra a vida em sociedade – artigos 247.º a 307.º, do
Código Penal
CAPÍTULO III – Dos crimes de perigo comum – artigos 272.º a 286.º, do Código
Penal [todavia, para efeitos do Aviso, apenas interessam os artigos 272.º, 285.º e 286.º, do
Código Penal]
2.8.3. Incêndios, explosões e condutas especialmente perigosas
2.8.3.1. Incêndios, explosões e outras condutas especialmente perigosos – artigo
272.º, do CP.
2.8.3.2. Agravação pelo resultado – artigo 285.º, do CP.
2.8.3.3. Atenuação especial e dispensa da pena – artigo 286.º, do CP.

46
Caso Prático retirado do Exame para Admissão ao Curso de Inspectores da PJ de 2006.

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B – CASOS PRÁTICOS E QUESTÕES TEÓRICO-PRÁTICAS A


RESOLVER:

CASO 178 – ANA, após uma desavença numa discoteca com o Segurança da
mesma, saiu e dirigiu-se a uma estação de serviço onde adquiriu uma garrafa de água de 1,5l,
que despejou e encheio com gasolina. Muniu-se, igualmente, de um conjunto de guardanapos
que, encimando a garrafa, serviram de rastilho. Regressou à discoteca e, após incendiar o
rastilho, atirou com o “coktail” para dentro da discoteca, com vista a incendiar todo o efifício.
Dados os materiais inflamáveis, logo o incêndio se alastrou à parte da danceteria e do bar,
onde se chegaram mesmo a verificar explosões em virtudes dos líquidos inflamáveis e
concentrados em garrafas sob pressão aí existentes.
□ Comete o crime de dano;
□ Comete o crime de incêndios, explosões e outras condutas especialmente
perigosas;
□ Comete o crime de contrafacção de ofensa à integridade física;
□ Comete o crime de dano qualificado.

CASO 179 – ANA encontra-se a realizar um piquenique na Serra do Marão. Não


tendo optado por delimitar, com pedras ou um qualquer recipiente, acendeu uma fogueira,
para grelhar as febras de porco para o almoço, que, por manifesta falto de jeito, veio logo a
alastrar-se a toda a mata em redor, tornando-se totalmente incontrolável.
□ Comete o crime de dano;
□ Comete o crime de contrafacção de ofensa à integridade física;
□ Comete o crime de incêndios, explosões e outras condutas especialmente
perigosas;
□ Comete o crime de dano qualificado.

CASO 180 – ANA, recentemente despedida por BELA, decidiu, por um sistema de
ventilação da sede da sua antiga empresa, “injectar” um gás altamente explosivo para dentro,
com vista à sua acumulação e posterior ignição com o simples acender dos itnerruptores da
electricidade ou, ainda, contando com o isqueiro de ANA que é viciada em tabaco e o utiliza
várias vezes ao dia. O que veio a ocorrer.
□ Comete o crime de dano;
□ Comete o crime de contrafacção de ofensa à integridade física;
□ Comete o crime de incêndios, explosões e outras condutas especialmente
perigosas;
□ Comete o crime de dano qualificado.

CASO 181 – ANA, que é uma bioquímica de sucesso, viu, recentemente, ser-lhe
chumbada a atribuição de uma bolsa de doutoramento e, com isso, teve de colocar um ponto
final na preciosa investigação que vinha desenvolvendo nas substâncias e armas bioquímicas.
Entrou em depressão. Fruto dessa depressão, perdeu o equilíbrio e decidiu vingar-se do
Estado português. Nesse sentido, aproveitou as comemorações do 5 de Outubro, no CCB,
para aí libertar “gás sarim”, altamente letal para o ser humano.
□ Comete o crime de dano;
□ Comete o crime de contrafacção de ofensa à integridade física;
□ Comete o crime de incêndios, explosões e outras condutas especialmente
perigosas;
□ Comete o crime de dano qualificado.

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CASO 182 – ANA, física nuclear de sucesso, viu, recentemente, ser-lhe chumbada
a atribuição de uma bolsa de doutoramento e, com isso, teve de colocar um ponto final na
preciosa investigação que vinha desenvolvendo nas substâncias e armas radioactivas ou
atómicas. Entrou em depressão. Fruto dessa depressão, perdeu o equilíbrio e decidiu vingar-
se do Estado português. Nesse sentido, aproveitou as comemorações do 5 de Outubro, no
CCB, para aí libertar substâncias radioactivas, chegando ao ponto de contaminar alguns
alimentos e água que viria a ser ingerida por todos os participantes no evento. Todos eles
contraíram formas avançadas e mortíferas de cancro.
□ Comete o crime de dano;
□ Comete o crime de contrafacção de ofensa à integridade física;
□ Comete o crime de incêndios, explosões e outras condutas especialmente
perigosas;
□ Comete o crime de dano qualificado.

CASO 183 – ANA, ambientalista, viu, recentemente, ser-lhe chumbada a atribuição


de uma bolsa de doutoramento e, com isso, teve de colocar um ponto final na preciosa
investigação que vinha desenvolvendo nas substâncias e armas radioactivas ou atómicas.
Entrou em depressão. Fruto dessa depressão, perdeu o equilíbrio e decidiu vingar-se do
Estado português. Nesse sentido, aproveitou as comemorações do 5 de Outubro, em Santa
Comba Dão, junto à barragem da Aguieira, para colocar uma carga meticulosa de explosivos
junto às paredes principais. Com a explosão, a água, contida na albufeira da barragem,
“evadiu-se” e inundou e submergiu todas as populações num raio de 30 kms2.
□ Comete o crime de dano;
□ Comete o crime de incêndios, explosões e outras condutas especialmente
perigosas;
□ Comete o crime de contrafacção de ofensa à integridade física;
□ Comete o crime de dano qualificado.

CASO 184 – ANA que se aborreceu com a sua vizinha BELA, decidiu, através de
um embate com o seu veículo, derrubar uma trave mestre de sustentação da casa de BELA,
assim logrando o desmoronamento completo da moradia.
□ Comete o crime de dano;
□ Comete o crime de incêndios, explosões e outras condutas especialmente
perigosas;
□ Comete o crime de contrafacção de ofensa à integridade física;
□ Comete o crime de dano qualificado.

CASO 185 – ANA está num concerto, no parque de Coimbra, onde actuam os
SCORPIONS. E, a dada altura, decide, conjuntamente com as suas amigas, fazer uma
pequena fogueira para se aquecerem e instigar os cantores a cantarem “slows” mediante
acendimento dos isqueiros no ar, embora bem soubessem que estão rodeadas de árvores.
□ Comete o crime de dano;
□ Comete o crime de incêndios, explosões e outras condutas especialmente
perigosas;
□ Comete um crime de poluição;
□ Não comete qualquer crime.

2.8.4. Associação criminosa

A – TÓPICOS DE DESENVOLVIMENTO:

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TÍTULO IV – Dos Crimes contra a vida em sociedade – artigos 247.º a 307.º, do
Código Penal
SECÇÃO II – Dos crimes contra a paz pública – artigos 297.º a 306.º, do Código
Penal [todavia, por força do Aviso, somente interessa o disposto no artigo 299.º, do CP].
2.8.4. Associação criminosa – artigo 299.º, do Código Penal.
2.8.4.1. Associação criminosa – artigo 299.º, do CP.

B – CASOS PRÁTICOS E QUESTÕES TEÓRICO-PRÁTICAS A


RESOLVER:

CASO 186 – ANA e BELA, jovens e desempregadas – desde 2011 –, estão


desanimadas com o país. Estão à beira do desespero, visto que já passaram fome e têm pouco
dinheiro para fazer face às necessidades essenciais do dia a dia e não têm direito a qualquer
prestação social ou de previdência do Estado Português. Decidem, por isso, falar com
CATARINA para, conjuntamente, actuarem de modo concertado, durante o tempo necessário
a ficarem “bem de vida”, com vista a cometeu um ou mais crimes, nomeadamente furtos,
burlas e outros delitos, sem que nunca tenha previsto a possibilidade de matarem quem quer
que fosse. O certo é que ganharam gosto pela sua nova actividade e ela ainda hoje persiste,
sem ser detectadas pelos OPC.
□ Não cometem qualquer crime;
□ Cometem o crime de furto, burla ou o que praticarem;
□ Cometem um crime de associação criminosa;
□ Cometem o crime de associação criminosa em concurso efectivo com cada um
dos crimes que, no contexto da mesma, efectivamente forem cometendo.

CASO 187 – Suponha que DIANA, que tem fama de boa costureira, ouve falar do
“sucesso económico” das três amigas e quer-se juntar às mesmas, dando-lhes apoio logístico
e técnico, nomeadamente fazendo-lhe máscaras e fatos para ocultarem a sua verdadeira
identidade e assim também obter algum proveito económico.
□ Não comete qualquer crime;
□ Comete o crime de furto;
□ Comete um crime de associação criminosa;
□ Comete o crime de associação criminosa, na modalidade de apoiante.

CASO 188 – Suponha, ainda, que ELIANA decidiu fornecer armas, munições e
locais para as reuniões às quatro amigas.
□ Não comete qualquer crime;
□ Comete o crime de associação criminosa, na modalidade de apoiante;
□ Comete o crime de furto;
□ Comete um crime de associação criminosa.

CASO 189 – Suponha, ainda, que, por unanimidade, ANA e BELA foram
designadas como as “chefes”, sendo elas que dão a maior parte das instruções e elaboram a
estratégia de ataque.
□ Não comete qualquer crime;
□ Comete o crime de associação criminosa, na modalidade de chefia ou
direcção;
□ Comete o crime de furto;
□ Comete um crime de associação criminosa.

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2.8.5. Organizações terroristas

A – TÓPICOS DE DESENVOLVIMENTO:
Passado:
TÍTULO IV – Dos Crimes contra a vida em sociedade – artigos 247.º a 307.º, do
Código Penal
SECÇÃO II – Dos crimes contra a paz pública – artigos 297.º a 306.º, do Código [a
matéria encontra-se nos artigos 300.º e 301.º, do Código Penal, que foram, entretanto,
revogados!] =
Presente:
A matéria encontra-se actualmente regulada nos artigos 1.º a 8.º (e 9.º a 11.º), da Lei
de Combate ao Terrorismo – Lei n.º 52/2003, de 22 de Agosto, alterada pela Declaração de
Rectificação n.º 16/2003, de 29-03, Leis n.os 59/2007, de 04-09, 25/2008, de 05-06, e
17/2011, de 03-05, e 60/2015, de 24-06.
2.8.5. Organizações terroristas
2.8.5.1. Objecto – artigo 1.º, da Lei n.º 52/2003, de 22 de Agosto.
2.8.5.2. Organizações terroristas – artigo 2.º, da Lei n.º 52/2003, de 22 de Agosto.
2.8.5.3. Outras organizações terroristas – artigo 3.º, da Lei n.º 52/2003, de 22 de
Agosto.
2.8.5.4. Terrorismo – artigo 4.º, da Lei n.º 52/2003, de 22 de Agosto.
2.8.5.5. Terrorismo internacional – artigo 5.º, da Lei n.º 52/2003, de 22 de Agosto.
2.8.5.6. Financiamento do terrorismo – artigo 5.º-A, da Lei n.º 52/2003, de 22 de
Agosto.
2.8.5.7. Responsabilidade penal das pessoas colectivas e equiparadas – artigo 6.º, da
Lei n.º 52/2003, de 22 de Agosto.
2.8.5.8. Comunicação de decisão final condenatória – artigo 6.º-A, da Lei n.º
52/2003, de 22 de Agosto.
2.8.5.9. Direito subsidiário – artigo 7.º, da Lei n.º 52/2003, de 22 de Agosto.
2.8.5.10. Aplicação no espaço – artigo 8.º, da Lei n.º 52/2003, de 22 de Agosto.

B – CASOS PRÁTICOS E QUESTÕES TEÓRICO-PRÁTICAS A


RESOLVER:

CASO 190 – CARLOS é um fervoroso apoiante das correntes mais extremistas do


Islão, assistindo todas as semanas aos encontros de propaganda extremista promovidos por
MOOHAMED, um membro confesso da AL-QUAEDA que procura dessa forma recrutar
novos elementos. No final de cada encontro é feito um peditório para MOOHAMED fazer
face às suas despesas. CARLOS faz sempre questão de contribuir com nunca mais de 50
cêntimos, para ajudar a causa.
□ CARLOS cometeu o crime de organizações terroristas;
□ CARLOS não cometeu qualquer crime, porque é livre de entregar o seu dinheiro
a quem ele quiser;
□ CARLOS não cometeu qualquer porque a quantia em causa é irrisória;
□ CARLOS não cometeu qualquer crime porque a quantia em causa apenas é
utilizada para o financiamento de acções de propaganda47.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 2.º, n.os 1 e 2, da Lei n.º 52/2003, de 22 de
Agosto, alterada pela Declaração de Rectificação n.º 16/2003, de 29-10, Leis n.os 59/2007,
de 04-09, 25/2008, de 05-06, 17/2011, de 03-05, e 60/2015, de 24-06.

47
Caso Prático retirado do Exame para Admissão ao Curso de Inspectores da PJ de 2006.

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CASO 191 – Em que medida a luta contra o terrorismo afecta as liberdades
individuais?48.
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_____________________________
TÓPICOS A ENQUADRAR NA RESPOSTA:
Deverá ser considerado, se referido:
→ A dualidade dos interesses: segurança na sociedade vs liberdades individuais.
→ O princípio dos vasos comunicantes.
→ A variação entre os períodos de terrorismo, quando aumentam as restrições dos
direitos fundamentais, para reforço do Estado na função de perseguir e punir os criminosos
vs os períodos de paz, quando aumentam as liberdades individuais.
→ A necessidade de o indivíduo ceder perante o colectivo, para o combate ao
terrorismo.
→ O perigo de o Estado abusar do poder, justificado pela necessidade de asegurar a
segurança da sociedade, legislando no “calor” do perigo, perseguindo uns e outors
(criminosos e inocentes).

CASO 192 – Em caso de operações que revelem especial risco de branqueamento


ou de financiamento do terrrorismo, nomeadamente quando se relacionem com um
determinado país ou jurisdição sujeito a contramedidas adicionais decididas pelo Conselho
da União Europeia, as autoridades de supervisão do respectivo sector podem determinar às
entidades financeiras o dever de comunicação imediata dessas operações ao Procurador-
Geral da República e à Unidade de Informação Financeira, quando:
□ O seu montante for igual ou superior a € 50 000;
□ O seu montante for igual ou superior a € 50 000 e tiverem como destino países
terceiros;
□ O seu montante for igual ou superior a € 5 000;
□ O seu montante for igual ou superior a € 5 000 e estejam associados a cidadãos
nacionais indiciados por crimes de branqueamento ou financiamento do terrorismo49.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 27.º, da Lei n.º 25/2008 (Lei do Terrorismo).
Ver diploma pois a resposta sugerida parece não estar correcta.

CASO 193 – ANA e BELA, jovens portuguesas, desempregadas após se


licenciarem em química e em engenharia mecânica, foram “seduzidas” pela ideologia
Jihadistas, de tal modo que, em Portugal, decidiram constituir uma organização com vista a
levar a cabo vários ataques contra o Estado português, nomeadamente atacando discotecas,

48
Caso Prático retirado do Exame para Admissão ao Curso de Inspectores da PJ de 2006.
49
Caso Prático retirado do Exame para Admissão ao Curso de Inspectores da PJ de 2010.

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monumentos, meios de transporte e de comunicação. Num desses ataques, no passado dia 13
de Novembro de 2015, lograram matar 25 pessoas, numa discoteca de Coimbra, e fazer
explodir um autocarro onde seguiam 35 crianças.
□ Cometeram o crime de organizações terroristas;
□ Cometeram o crime de organizações terroristas e 60 crimes de homicídio;
□ Não cometeram qualquer crime.
□ Cometeram, cada uma delas, o crime de organizações terroristas e 60 crimes
de homicídio.

CASO 194 – CATARINA tomou conhecimento da actividade de ANA e BELA e,


após se apaixonar por um muçulmano lutador, decide aderir ao movimento de luta das
portuguesas.
□ Cometeu o crime de organizações terroristas;
□ Cometeu o crime de associação criminosa;
□ Não cometeu qualquer crime.
□ Cometeu o crime de organizações terroristas na modalidade de adesão.

CASO 195 – Suponha, face aos dois exemplos anteriores, que é ANA que chefia a
organização terrorista. Que importância possui esse facto?
□ Cometeu o crime de organizações terroristas;
□ Cometeu o crime de associação criminosa;
□ Não cometeu qualquer crime.
□ Cometeu o crime de organizações terroristas na modalidade de chefia.

CASO 196 – Suponha, face exemplos anteriores, que foi ABDUL que propiciou
todas as condições materiais e de organização para poder ter nascido esta organização
terrorista. Que importância possui esse facto?
□ Cometeu o crime de organizações terroristas;
□ Cometeu o crime de associação criminosa;
□ Cometeu o crime de organizações terroristas na protecção avançada dos
actos preparatórios.
□ Cometeu o crime de organizações terroristas na modalidade de chefia.

CASO 197 – Suponha que, afinal, CATARINA, depois de um “arrufo de


namorados”, decide abandonar a organização de ANA e BELA e as denuncia, tendo, por isso
mesmo, a PJ logrado impedir um atentado à Biblioteca Joanina em Coimbra, com os
elementos de prova fornecidos por CATARINA e que foram decisivos para a captura das
criminosas. Que importância possui esse facto?
□ Cometeu o crime de organizações terroristas;
□ Cometeu o crime de associação criminosa;
□ Cometeu o crime de outras organizações terroristas;
□ Cometeu o crime de organizações terroristas, podendo a pena ser
especialmente atenuada ou dispensada.
FUNDAMENTO LEGAL: Artigo 2.º, n.º 5, da Lei n.º 52/2003.

CASO 198 – ANA e BELA decidiram, entre si, constituir um agrupamento que,
mediante actuação concertada, visa praticar, em Portugal, um conjunto de crimes que
instalem um clima de medo e, simultaneamente, possuam aptidão para prejudicar a
integridade e a independência do Estado português. Para tal, decidem atacar, de forma
estratégica, alguns meios de comunicação, exercendo chantagem e pedindo avultadas somas

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de dinheiro para a cessação dos actos criminosos. A actividade será especialmente dirigida
contra os ciganos, muçulmanos e homossexuais. Que importância possui esse facto?
□ Cometeu o crime de organizações terroristas;
□ Cometeu o crime de associação criminosa;
□ Cometeu o crime de racismo e xenofobia;
□ Cometeu o crime de outras organizações terroristas.
FUNDAMENTO LEGAL: Artigo 3.º, n.º 1, da Lei n.º 52/2003.

CASO 199 – ANA e BELA decidiram, entre si, constituir uma célula do movimento
DAESH ou “Estado Islâmico” e, nesse contexto, decidiram, estratégica e metodicamente,
cometer vários crimes. À 2.ª Feira atacam nas mesquitas da zona de Lisboa. À 4.ª Feira
inviabilizam as redes dos transportes urbanos do Porto, Coimbra e Lisboa. À 5.ª Feira
provocam explosões nos quartéis da zona de Lisboa. À 6.ª Feira, dedicam-se a aperfeiçoar
um produto químico que visam poder utilizar brevemente num ataque ao metro de Lisboa.
Ao sábado, munidos de armas biológicas, percorrem os principais estádios de futebol da
região sul de Portugal.
□ Cometem o crime de organizações terroristas;
□ Cometem o crime de associação criminosa;
□ Cometem o crime de dano;
□ Cometem, em concurso efectivo, um crime de organizações terroristas e um
de terrorismo.
FUNDAMENTO LEGAL: Artigo 2.º, n.º 1, alíneas a) a f), e 4.º, n.º 1, da Lei n.º
52/2003.

CASO 200 – ANA e BELA decidiram, entre si, constituir uma célula do movimento
DAESH ou “Estado Islâmico” e, nesse contexto, decidiram, estratégica e metodicamente,
cometer vários crimes, mas, para isso, necessitam de custosas armas, explosivos e outros
produtos químicos. Precisamente, para fazer face a tal custo, decidiram cometer vários crimes
de furto qualificado, roubo, extorsão, burla informática, falsidade informática e falsificação.
Munidos do proveito económico de tais crimes, projectam ataques contra grupos de pessoas,
ciganos, campos de futebol e escolas, por todo o país.
□ Cometem o crime de organizações terroristas;
□ Cometem o crime de associação criminosa;
□ Cometem o crime de dano;
□ Cometem, em concurso efectivo, um crime de organizações terroristas e um
de terrorismo.
FUNDAMENTO LEGAL: Artigo 2.º, n.º 1, alíneas a) a f), e 4.º, n.º 2, da Lei n.º
52/2003.

CASO 201 – ANA e BELA decidiram, entre si, constituir uma célula do movimento
DAESH ou “Estado Islâmico”, com sede em Coimbra, para abater e subverter o Estado de
Direito português. Nesse contexto, decidiram, estratégica e metodicamente, cometer vários
crimes. Por meio de uma rádio, que construíram (e na Internet), passaram a difundir
mensagens, ao público, no sentido de angariar simpatizantes para a sua causa e os incitar ao
cometimento de crimes contra vida, integridade física ou librdade de pessoas, senão mesmo
contra a segurança dos transportes, por meio de explosões ou ataques com armas de fogo.
□ Cometem o crime de organizações terroristas;
□ Cometem o crime de associação criminosa;
□ Cometem o crime de dano;
□ Cometem, em concurso efectivo, um crime de organizações terroristas e um
de terrorismo.

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FUNDAMENTO LEGAL: Artigo 2.º, n.º 1, alíneas a) a f), e 4.º, n.º 3 (ou 4), da
Lei n.º 52/2003.

CASO 202 – JOÃO, jovem licenciado e desempregado, após ouvir algumas


mensagens da célula do “Estado Islâmico”, com sede em Coimbra, decidiu aceder/obter
acesso, através do seu computador as mensagens, com vista a desenvolver todos os actos
necessários ao seu recrutamento para a “causa”.
□ Cometem o crime de organizações terroristas;
□ Cometem o crime de associação criminosa;
□ Cometem o crime de dano;
□ Comete um crime de terrorismo.
FUNDAMENTO LEGAL: Artigo 2.º, n.º 1, alíneas a) a f), e 4.º, n.º 5, da Lei n.º
52/2003.

CASO 203 – AZIR é um rabi de uma mesquita Síria. Recentemente, ao efectuar


algumas sessões, na mesquita de Lisboa, contactou pessoalmente com JOÃO e ISMAEL,
com vista a “doutriná-los” e persuadi-los a se juntarem à “cruzada contra os infiéis”. Logrou,
efectivamente, recrutar os portugueses e persuadi-los ao cometimento de vários atentados e
homicídios em solo português.
□ Comete um crime de terrorismo;
□ Cometem o crime de organizações terroristas;
□ Cometem o crime de associação criminosa;
□ Cometem o crime de dano.
FUNDAMENTO LEGAL: Artigo 2.º, n.º 1, alíneas a) a f), e 4.º, n.º 6, da Lei n.º
52/2003.

CASO 204 – TOMÁS é um antigo Sargento das Forças Especiais do Exército


português. Recentemente, não obstante adorar a carreira militar, ficou “bloqueado”
legalmente de renovar o seu contrato. Mergulhou numa grande depressão e perdeu o “amor
à pátria”. Frágil, foi abordado por uma célula terrorista e, actualmente, encontra-se a treinar
e a instruir vários jovens, fanáticos e adeptos fervorosos da “causa”, nomeadamente
ensinando-os a montar e despoletar engenhos explosivos.
□ Cometem o crime de organizações terroristas;
□ Comete um crime de terrorismo;
□ Cometem o crime de associação criminosa;
□ Cometem o crime de dano.
FUNDAMENTO LEGAL: Artigo 2.º, n.º 1, alíneas a) a f), e 4.º, n.º 7, da Lei n.º
52/2003.

CASO 205 – TRUMP, magnata do petróleo, numa das suas tiradas megalómanas,
mandou publicar, nos vários meios de comunicação social, que estaria pronto a dar uma
recompensa de 100 milhões de euros ao grupo terrorista que provocasse “mais estragos” e
mortes de pessoas. Mais, está disposto a mandar fazer medalhas para estabelecer
diferenciadas categorias de louvores.
□ Cometem o crime de organizações terroristas;
□ Comete um crime de terrorismo;
□ Cometem o crime de associação criminosa;
□ Cometem o crime de dano.
FUNDAMENTO LEGAL: Artigo 2.º, n.º 1, alíneas a) a f), e 4.º, n.º 8, da Lei n.º
52/2003.

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CASO 206 – Tendo em conta o condicionalismo anterior, suponha que a
publicitação ocorre por via da internet.
□ Cometem o crime de organizações terroristas;
□ Comete um crime de terrorismo;
□ Cometem o crime de associação criminosa;
□ Cometem o crime de dano.
FUNDAMENTO LEGAL: Artigo 2.º, n.º 1, alíneas a) a f), e 4.º, n.º 9, da Lei n.º
52/2003.

CASO 207 – JOÃO comprou uma passagem para a Síria, com vista a integrar um
campo de preparação que lá existe, para fazer o seu “tirocínio” em “terrorismo” e poder,
assim, posteriormente, em Portugal e por toda a Europa ser uma “lança” do Estado Islâmico.
□ Cometem o crime de organizações terroristas;
□ Comete um crime de terrorismo;
□ Cometem o crime de associação criminosa;
□ Cometem o crime de dano.
FUNDAMENTO LEGAL: Artigo 2.º, n.º 1, alíneas a) a f), e 4.º, n.º 10, da Lei n.º
52/2003.

CASO 208 – JOÃO comprou uma passagem para a Síria, com vista a aderir ao
Estado Islâmico.
□ Cometem o crime de organizações terroristas;
□ Comete um crime de terrorismo;
□ Cometem o crime de associação criminosa;
□ Cometem o crime de dano.
FUNDAMENTO LEGAL: Artigo 2.º, n.º 1, alíneas a) a f), e 4.º, n.º 11, da Lei n.º
52/2003.

CASO 209 – JOÃO, multimilionário, possuidor de um Iate, ancorado em Portimão,


após se ter “apaixonado” pela “causa islâmica”, decidiu organizar verdadeiras excursões de
jovens portugueses para receberem “treino terrorista” ou se juntarem mesmo ao Estado
Islâmico, na Síria.
□ Cometem o crime de organizações terroristas;
□ Comete um crime de terrorismo;
□ Cometem o crime de associação criminosa;
□ Cometem o crime de dano.
FUNDAMENTO LEGAL: Artigo 2.º, n.º 1, alíneas a) a f), e 4.º, n.º 12, da Lei n.º
52/2003.

CASO 210 – No condicionalismo dos onze casos anteriores, suponha que o agente
abandona volutariamente a sua actividade ou afasta ou faz diminuir consideravelmente o
perigo por ela provocado, ou mesmo, ainda, chegar a impedir que o resultado que a lei quer
evitar se verifique, ou auxiliar concretamente na recolha de provas decisivas para
identificação ou captura de outros responsáveis.
□ Cometem o crime de organizações terroristas;
□ Comete um crime de terrorismo, mas a pena pode ser especialmente
atenuada ou mesmo dispensada;
□ Cometem o crime de associação criminosa;
□ Cometem o crime de dano.
FUNDAMENTO LEGAL: Artigo 2.º, n.º 1, alíneas a) a f), e 4.º, n.º 13, da Lei n.º
52/2003.

512
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CASO 211 – JOÃO, integra-se num agrupamento, com BELA e DINA que,
actuando concertadamente, visam prejudicar a integridade ou a independência de um Estado,
impedir, alterar ou subverter o funcionamento das instituições desse Estado ou de uma
organização pública internacional, forçar as respectivas autoridades a praticar um acto, a
abster-se de o praticar ou a tolerar que se pratique, ou ainda intimidar certos grupos de pessoas
ou populações, mediante o planeamento de vários crimes contra a vida, a integridade física
ou a liberdade das pessoas, contra a segurança dos transportes e das comunicações, incluindo
as informáticas, telegráficas, telefónicas, de rádio ou de televisão; bem como crimes de
produção dolosa de perigo comum, através de incêndio, explosão, libertação de substâncias
radioactivas ou de gases tóxicos ou asfixiantes, de inundação ou avalancha, desmoronamento
de construção, contaminação de alimentos e águas destinadas a consumo humano ou difusão
de doença, praga, planta ou animal nocivos; e todo o tipo de actos que destruam ou que
impossibilitem o funcionamento ou desviem dos seus fins normais, definitiva ou
temporariamente, total ou parcialmente, meios ou vias de comunicação, instalações de
serviços públicos ou destinadas ao abastecimento e satisfação de necessidades vitais da
população; senão mesmo a investigação e desenvolvimento de armas biológicas ou químicas;
e, por último, a dinamização de crimes que impliquem o emprego de energia nuclear, armas
de fogo, biológicas ou químicas, substâncias ou engenhos explosivos, meios incendiários de
qualquer natureza, encomendas ou cartas armadilhadas.
□ Cometem o crime de organizações terroristas;
□ Comete um crime de terrorismo internacional;
□ Cometem o crime de associação criminosa;
□ Cometem o crime de dano.
FUNDAMENTO LEGAL: Artigo 2.º, n.º 1, alíneas a) a f), 3.º, n.º 1, e 5.º, n.º 1, da
Lei n.º 52/2003.

CASO 212 – ABDUL EL SAHIB, conhecido pregador muçulmano, costuma


deambular por toda a Europa, na conquista de novos crentes para a sua religião islâmica.
Nesse sentido, tem uma relação especial com ANASTÁCIO, contabilista da mesquita de
Lisboa e com quem tem um “esquema” no sentido de este ir, junto dos frequentadores da
mesquita de Lisboa, recolhendo fundos, bens ou valores susceptíveis de ser convertidos
facilmente em dinheiro para os canalisar para os fervorosos combatentes do ISIS. Com essas
quantias, uma célula ibérica, ligada ao Estado Islâmico e encabeçada por LEONDINA, tem
vindo a efectuar vários ataques em França, Espanha e Portugal. Que responsabilidade
criminal tem ANASTÁCIO?
□ Cometem o crime de organizações terroristas;
□ Comete um crime de Financiamento do terrorismo;
□ Cometem o crime de associação criminosa;
□ Cometem o crime de dano.
FUNDAMENTO LEGAL: Artigo 2.º, n.º 1, alíneas a) a f), 3.º, n.º 1, e 5.º-A, da
Lei n.º 52/2003.

CASO 213 – Tendo presente o condicionalismo fáctico anterior. Suponha que o


ANASTÁCIO invocava que os fundos não provieram de terceiros e que, a final, eram seus e
advinham de uma herança e que, no fim de contas, por vicissitudes várias, nunca tinham
efectivamente sido entregues a qualquer grupo terrorista. Tal argumentação bastará para
afastar a responsabilidade de ANASTÁCIO?
□ Cometem o crime de organizações terroristas;
□ Comete um crime de Financiamento do terrorismo;
□ Cometem o crime de outras organizações terroristas;

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□ Cometem o crime de terrorismo internacional.
FUNDAMENTO LEGAL: Artigo 2.º, n.º 1, alíneas a) a f), 3.º, n.º 1, e 5.º-A, da
Lei n.º 52/2003.

CASO 214 – Em todos os casos anteriores, se em lugar de os agentes serem pessoas


singulares (humanas) fossem pessoas colectivas (jurídicas), teria dado a mesma resposta?
□ Quanto à responsabilidade específica, teria;
□ Não lhes teria imputado qualquer responsabilidade por não se encontrar prevista
a responsabilidade criminal de pessoas colectivas;
□ Haveria responsabilidade das pessoas colectivas nos termos do Código Penal;
□ Consideraria criminalmente responsáveis as pessoas colectivas em virtude da
norma específica consagrada na lei do terrorismo.
FUNDAMENTO LEGAL: Artigo 6.º-A, da Lei n.º 52/2003.

CASO 215 – Suponha que os ataques de 13 de Novembro de 2015, em Paris


(França), haviam sido perpetrados por uma célula terrorista, composta por Sírios, luso-
descendentes e portugueses, activos na zona da Amadora. Consideraria competentes os
tribunais para julgar os perpetradores desses ataques terroristas?
□ Não;
□ Somente se o agente fosse encontrado em Portugal;
□ Somente quando constituíssem os crimes previstos nos artigos 2.º e 4.º da Lei n.º
52/2003;
□ Sim, quanto aos crimes previstos nos artigos 2.º e 4.º e, nalguns casos – os dos
crimes dos artigos 3.º, 5.º, 5.º-A, quando o agente se encontrasse em Portugal e não
pudesse ser extraditado ou entregue em execução de mandado de detenção europeu.

2.8.6. Tráfico de armas

A – TÓPICOS DE DESENVOLVIMENTO:
2.8.6. Tráfico de armas – artigo 87.º (Tráfico e mediação de armas), da Lei n.º
5/2006, de 23 de Fevereiro, alterada pelas Leis n.os 59/2007, de 04-09, 17/2009, de 06-05,
26/2010, de 30-08, 12/2011, de 27-04, e 50/2013, de 24-07 [devem, ainda, tomar-se em linha
de conta os artigos 1.º a 3.º, 4.º a 11.º, 11.º-A a 20.º, 27.º a 38.º, 45.º, 46.º, 60.º a 66.º, 72.º a
96.º, e 107.º a 111.º, do dito diploma, pois ajudam a perceber as regras essenciais das armas
de fogo].

B – CASOS PRÁTICOS E QUESTÕES TEÓRICO-PRÁTICAS A


RESOLVER:

CASO 216 – MARCELO comprou numa loja em Andorra meia dúzia de aerossóis
de defesa (gás pimenta). Ao chegar a Portugal guardou um para si e ofereceu os restantes às
suas irmãs (três), mãe e namorada, para protecção.
□ MARCELO não cometeu qualquer crime porque os aerossóis de defesa (gás
pimenta) não são armas proibidas por lei;
□ MARCELO cometeu o crime de tráfico de armas;
□ MARCELO não cometeu qualquer crime porque se limitou a oferecer os aerossóis
de defesa (gás pimenta), sem a obtenção de qualquer contrapartida;
□ MARCELO cometeu o crime de contrabando50.

50
Caso Prático retirado do Exame para Admissão ao Curso de Inspectores da PJ de 2006.

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FUNDAMENTO LEGAL: artigo 2.º, n.º 1, alíneas a), e 87.º, n.º 1, da Lei n.º
37/2008, de 06 de Agosto.

CASO 217 – Uma pistola de alarme transformada para 6,35 mm, para efeitos de
enquadramento jurídico, é considerada uma arma da classe:
□ A;
□ B;
□ B1;
□ C51.
FUNDAMENTO LEGAL: artigos 2.º, n.º 1, alínea t), e 3.º, n.º 2, alínea e), da Lei
n.º 5/2006 (alterações Lei n.º 17/2009) – Lei das Armas.

CASO 218 – JOSÉ possui, em Coimbra, uma loja onde vende artifícios diversos
para a pesca e caça. Com a crise e as novas exigências legais para a caça, o JOSÉ perdeu
clientes e logo teve, para não fechar a loja, que engendrar novas “fontes alternativas” de
rendimentos. Dessa forma, no seu círculo de clientes começou difundiu a ideia de que
passaria a ter armamento militar e de guerra, entre armas, engenhos e munições com alguma
capacidade, para quem pretendesse entretecer-se com actividades de tiro ao alvo num campo
de treino que ele próprio criou. Todas o armamento pesado, de tipo militar (metralhadoras,
granadas, obuses), foi adquirido sem documentação, por via do principal fornecedor russo do
exército português e com o auxílio precioso do CAPITÃO do exército de Coimbra
VALDEMAR. Ao efectuar tais vendas, sem autorização e fora das condições legais e em
contravenção às prescrições das autoridades competentes, estará JOSÉ a cometer algum
ilícito criminal?
□ JOSÉ apenas comete um ilícito tributário/fiscal;
□ JOSÉ comete um crime de traição à pátria;
□ JOSÉ comete um crime de tráfico de armas;
□ JOSÉ comete um crime de tráfico e mediação de armas.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 87.º, n.º 1, Lei n.º 5/2006 (alterações Lei n.º
17/2009) – Lei das Armas.

CASO 219 – Face ao condicionalismo anterior, suponha que a acção de venda de


armas tinha sido realizada com a colaboração efectiva de JONAS que é um inspector da PJ.
Manteria a resposta anteriormente formulada ou alterá-la-ia?
□ Mantinha a resposta;
□ Alterava a resposta e imputava o mesmo crime ao JONAS;
□ Alterava a resposta e imputava dois crimes, uma JOSÉ e outra ao JONAS;
□ Alterava qualitativamente a resposta, já que “contagiava” a qualificação da
qualidade de funcionário incumbido da prevenção e investigação criminal ao JOSÉ, por
força da regra geral da ilicitude na comparticipação.
FUNDAMENTO LEGAL: Artigo 28.º, do CP; artigo 87.º, n.º 2, alínea a), Lei n.º
5/2006 (alterações Lei n.º 17/2009) – Lei das Armas.

CASO 220 – Suponha, ainda, que as armas e o material vendido pelo JOSÉ se
destinavam a várias organizações ou associações criminosas a actuarem dentro e fora do
território português. Teria a qualidade do destinatário das vendas de armamento alguma
relevância na qualificação criminal?
□ Não teria, mantinha a resposta;
□ Teria, alterava a resposta e imputava o mesmo crime aos compradores;

51
Caso Prático retirado do Exame para Admissão ao Curso de Inspectores da PJ de 2010.

515
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□ Alterava a resposta e imputava vários crimes ao JOSÉ;
□ Alterava qualitativamente a resposta, já que o conhecimento de que a venda
se destina a organizações ou associações criminosas aumenta a ilicitude e punição
criminal.
FUNDAMENTO LEGAL: Artigo 87.º, n.º 2, alínea b), Lei n.º 5/2006 (alterações
Lei n.º 17/2009) – Lei das Armas.

CASO 221 – Suponha, igualmente, que JOSÉ começou a viver exclusivamente dos
proventos que obtinha da venda desse armamento “pesado” ou de “tipo militar”, tendo até
desprezado a venda de canas de pesca e caçadeiras, que passaram a ser pura “decoração” e
visavam dar a ilusão ou aparência da existência de uma actividade comercial lícita. Teria tal
facto alguma importância ao nível da qualificação criminal das condutas do JOSÉ?
□ Não teria, mantinha a resposta;
□ Alterava qualitativamente a resposta, já que a “habitualidade” ou “modo de
vida” tem reflexo na qualificação e agravação da punição;
□ Teria, alterava a resposta e imputava o mesmo crime aos compradores;
□ Alterava a resposta e imputava vários crimes ao JOSÉ.
FUNDAMENTO LEGAL: Artigo 87.º, n.º 2, alínea c), Lei n.º 5/2006 (alterações
Lei n.º 17/2009) – Lei das Armas.

CASO 222 – Em todos os casos anteriores, envolvendo o armeiro JOSÉ, teria


alguma relevância criminal uma conduta sua de abandono da actividade, ou mesmo uma
qualquer sua tentativa de reaver (re-compra) as armas, assim impedindo que os compradores
praticassem quaisquer ilícitos criminais; ou, ainda, uma sua conduta de colaboração com a
PJ no sentido de se recolher prova com vista à identificação e captura dos destinatários e
potenciais utilizadores das armas?
□ Não teria, mantinha a resposta;
□ Alterava qualitativamente a resposta, já que poderia ocorrer a atenuação
especial da pena ou dispensa da mesma;
□ Teria, alterava a resposta e imputava o mesmo crime aos compradores;
□ Alterava a resposta e imputava vários crimes ao JOSÉ.
FUNDAMENTO LEGAL: Artigo 87.º, n.º 3, Lei n.º 5/2006 (alterações Lei n.º
17/2009) – Lei das Armas.

2.8.7. Tráfico e outras atividades ilícitas (de estupefacientes)

A – TÓPICOS DE DESENVOLVIMENTO:
2.8.7. Tráfico e outras atividades ilícitas (de estupefacientes) – a matéria encontra-
se regulada no artigo 21.º, do Decreto-Lei n.º 15/93, de 22-01, alterado pela Declaração de
Rectificação n.º 20/93, de 20-02, Decreto-Lei n.º 81/95, de 22-04, Lei n.º 45/96, de 03-09,
Decreto-Lei n.º 214/2000, de 02-09, Lei n.º 30/2000, de 28-11, Decreto-Lei n.º 69/2001, de
24-02, Leis n.os 101/2001, de 25-08, 104/2001, de 25-08, Decreto-Lei n.º 323/2001, de 17-
12, Leis n.os 3/2003, de 15-01, 47/2003, de 22-08, 11/2004, de 27-03, 17/2004, de 17-05,
14/2005, de 26-01, 48/2007, de 29-08, 59/2007, de 04-09, 18/2009, de 11-05, 38/2009, de
20-07, Decreto-Lei n.º 11472011, de 30-11, Leis n.os 13/2012, de 26-03, 22/2014, de 28-04,
e 77/2014, de 11-11 [importa, no entanto, sublinhar que é preciso analisar e compreender
alguns outros artigos e as Tabelas anexas ao diploma para correctamente aplicar o crime do
Aviso].

B – CASOS PRÁTICOS E QUESTÕES TEÓRICO-PRÁTICAS A


RESOLVER:

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CASO 223 – FERNANDES é empregado de balcão numa discoteca de Lisboa muito


conhecida, e aproveita a sua actividade para vender umas pastilhas, que têm muita procura,
que diz conterem codeína, mas que bem sabe não ser verdade, por serem um composto de
medicamentos que não inclui aquela substância. Analisadas as pastilhas confirma-se a
utilização de medicamentos, entre os quais diazepam.
□ FERNANDES comete o crime de tráfico de estupefacientes, por vender as
pastilhas como se de produto estupefaciente se tratasse, sendo punido com uma pena de
prisão de 4 a 12 anos;
□ FERNANDES não comete o crime de tráfico de estupefacientes, pois as pastilhas
não contêm qualquer substância ilícita prevista nas tabelas como estupefacientes;
□ FERNANDES comete outro crime, por estar a enganar as pessoas vendendo-lhes
um produto que não corresponde ao descrito;
□ FERNANDES comete o crime de tráfico de estupefacientes, por vender
pastilhas que contêm uma substância incluída nas tabelas como estupefaciente, sendo
punido com uma pena de prisão de 1 a 5 anos52.

FUNDAMENTO LEGAL: (HOJE 2015) artigo 21.º, n.º 1, Tabela IV (Diazepam).

CASO 224 – EDUARDO, veterinário, cede ao seu irmão FERNANDO,


toxicodependente, algumas doses de morfina, que dispõe no âmbito da sua actividade médica,
depois de muitas insistências deste.
□ EDUARDO comete o crime de tráfico de estupefacientes, pois bem sabe que a
morfina é um produto proibido e que o seu irmao é toxicodependente, sendo punido com
pena de prisão de 4 a 12 anos;
□ EDUARDO não comete o crime de tráfico de estupefacientes, porque a morfina
se destina apenas ao seu irmão que é toxicodependente e necessita de consumir para não
sofrer;
□ EDUARDO comete o crime de tráfico de estupefacientes, pois bem sabe que
está a agir em contrário à autorização, sendo punido com pena de prisão de 5 a 15 anos;
□ EDUARDO não comete o crime de tráfico de estupefacientes53.
FUNDAMENTO LEGAL: (HOJE 2015) artigos 4.º, 10.º, e 21.º, n.º 2, Decreto-
Lei n.º 15/93, de 22-01.

CASO 225 – Quem, após ter utilizado uma seringa para se injectar, a abandonar em
local público:
□ Criando deste modo um dano ambiental, fica sujeito ao pagamento de uma multa;
□ Não comete qualquer tipo de ilícito;
□ Criando deste modo perigo para a sociedade, fica sujeito à prestação de trabalhos
a favor da comunidade;
□ Criando deste modo perigo para a vida ou a integridade física de outra pessoa
é punido com pena de prisão até 1 ano ou com pena de multa54.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 32.º, da Lei da Droga (Decreto-Lei n.º 15/93).

52
Caso Prático retirado do Exame para Admissão ao Curso de Inspectores da PJ de 2006.
53
Caso Prático retirado do Exame para Admissão ao Curso de Inspectores da PJ de 2006.
54
Caso Prático retirado do Exame para Admissão ao Curso de Inspectores da PJ de 2010. NOTA BEM:
Do Aviso não consta esta matéria se levado à letra o crime lá mencionado – ou seja, somente se equacionam condutas
à luz do artigo 21.º, da Lei da Droga.

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CASO 226 – Num pequeno texto, com não mais de 15 linhas, procure explicar e
justificar o bem jurídico protegido pela dita legislação da “droga”, substâncias
estupefacientes e psicotrópicas.
FUNDAMENTO LEGAL: Indicação de alguns tópicos:
1 – Existe uma manifesta divergência ou desentendimento na doutrina e na
jurisprudência acerca da identificação do bem jurídico protegido.
2 – Têm vindo a aumentar as pressões para a liberalização de certo tipo de drogas
“leves”.
3 – Algumas drogas e o seu uso abusivo está ligado ao sexo e à matéria das doenças
sexualmente transmissíveis – DST; HIV, Hepatite B e C, etc.
4 – A divergência doutrinal e jurisprudencial:
4.1. A saúde pública seria o bem jurídico protegido;
4.2. Síntese de algumas posições:
Ao identificar o bem jurídico protegido, a jurisprudência tem aludido, mas
genericamente, a “bens jurídicos variados, de carácter pessoal, todos recondutíveis ao
bem mais geral da saúde pública” (Ac. do STJ de 2.10.08, proc. N.º 08P1314, in
www.dgsi.pt), aos bens jurídicos “vida, saúde, coesão inter-individual das organizações
fundacionais da sociedade” (Ac. STJ de 28.4.04, proc. n.º 0491116, in www.dgsi.pt), à
“saúde individual dos consumidores e pública, liberdade individual e estabilidade
familiar e até à economia do Estado, afectada por negócios com origem no mundo
subterrâneo da droga” (Ac. do STJ de 4.10.06, proc. N.º 069812, www.dgsi.pt) ou a “saúde
pública em conjunto com a liberdade” (Ac. do STJ de 10.10.07, proc. n.º 07P2684, in
www.dgsi.pt), aqui se manifestando a alusão implícita à dependência provocada pela
droga. Afirma-se no acórdão do Tribunal Constitucional n.º 426/91: “O escopo do legislador
é evitar a degradação e destruição de seres humanos provada pelo consumo de
estupefacientes, que o respectivo tráfico indiscutivelmente potencia. O tráfico põe em
causa uma pluralidade de bens jurídicos: vida, integridade física e liberdade dos virtuais
consumidores de estupefacientes e, ademais, afecta a vida em sociedade, na medida em
dificulta a inserção social dos consumidores e possui comprovada eficácia
criminógena”. Assim também a doutrina: “É possível distinguir diversos bens jurídicos
protegidos com a incriminação do tráfico de estupefacientes: a vida, a integridade física, a
liberdade de determinação dos consumidores e estupefacientes… No entanto, todos eles
podem ser englobados num bem abrangente: a saúde pública em geral” (J. L. MORAIS
ROCHA, Droga – Regime Jurídico, Livraria, Livraria Petrony, 1994, p. 61). “O bem
jurídico primordialmente protegido pelas previsões do tráfico é o da saúde e integridade
física dos cidadãos vivendo em sociedade, mais sinteticamente a saúde pública.
Protecção da própria humanidade, acrescentam alguns, se encarada a sua destruição a
longo prazo. Há quem fale ainda na protecção da liberdade do cidadão, em alusão implícita
à dependência que a droga gera (…). Em segundo lugar, estará em causa a protecção da
economia do Estado, que pode ser completamente desvirtuada nas suas regras – como tem
sucedido em alguns países da América Latina – com a existência desta economia paralela ou
subterrânea erigida pelos traficantes” (A. G. LOURENÇO MARTINS, Droga e Direito,
Lisboa, Aequitas Editorial Notícias, 1994, p. 122).

CASO 226 – HANS HÜG e FRÄULIN DÜRIG, jovem casal alemão, adquiriu uma
vivenda na Lousã onde pretendem viver de um modo “natural”. Nesse sentido, decidiram,
num pequeno terreno anexo à habitação, erguer uma estufa onde, sem qualquer autorização
das entidades oficiais portuguesas, têm vindo a cultivar [ou outras situações relevantes:
produzir, fabricar, extrair, preparar, oferecer, puser à venda, vender, distribuir, comprar, ceder ou por
qualquer título receber, proporcionar a outrem, transportar, importar, exportar, fizer transitar ou
ilicitamente detiver, fora dos casos previstos no artigo 40.º, plantas, substâncias ou preparações

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compreendidas nas tabelas I a III] papoulas soníferas (Papaver), com vista à extracção de ópio
e seu fornecimento a terceiros, para assim granjearem dinheiro para criarem e educarem as
suas duas filhas.
□ HANS HÜG e FRÄULIN DÜRIG não cometem qualquer crime;
□ HANS HÜG e FRÄULIN DÜRIG cometem um ilícito contra-ordenacional;
□ HANS HÜG e FRÄULIN DÜRIG cometem o crime de tráfico e outras
actividades ilícitas, pois bem sabem que estão a agir em contrário à autorização, sendo
punido com pena de prisão de 4 a 12 anos;
□ HANS HÜG e FRÄULIN DÜRIG não cometem o crime de tráfico e outras
actividades ilícitas.
FUNDAMENTO LEGAL: (HOJE 2015) artigo 21.º, n.º 1,Tabela I-A (ópio), do
Decreto-Lei n.º 15/93, de 22-01.

CASO 227 – Tendo em conta o caso anterior, manteria a sua decisão se a substância
em cultivo fosse uma das que consta da tabela IV?
□ Mantinha;
□ Não manteria;
□ HANS HÜG e FRÄULIN DÜRIG cometem o crime de tráfico e outras
actividades ilícitas, pois bem sabem que estão a agir em contrário à autorização, sendo
punido com pena de prisão de 1 a 5 anos;
□ HANS HÜG e FRÄULIN DÜRIG não cometem o crime de tráfico e outras
actividades ilícitas.
FUNDAMENTO LEGAL: (HOJE 2015) artigo 21.º, n.º 4, Tabela IV, do Decreto-
Lei n.º 15/93, de 22-01.

CASO 228 – Suponha, ainda, que o jovem casal tinha sido autorizado a cultivar a
dita planta, com vista a depois ser canalizada para a indústria farmacêutica, mas, entretanto,
decidiu cultivar uma outra planta proibida e que não constava do título de autorização. Que
responsabilidade lhes imputaria?
□ Mantinha a resposta anterior;
□ Não manteria;
□ HANS HÜG e FRÄULIN DÜRIG cometem o crime de tráfico e outras
actividades ilícitas, pois bem sabem que estão a agir em contrário à autorização, sendo
punido com pena de prisão de 5 a 15 anos;
□ HANS HÜG e FRÄULIN DÜRIG não cometem o crime de tráfico e outras
actividades ilícitas.
FUNDAMENTO LEGAL: (HOJE 2015) artigo 21.º, n.os 2 e 3, do Decreto-Lei n.º
15/93, de 22-01.

CASO 229 – ADALBERTO, dono da farmácia PICA-PICA, em São Martinho, que


também é médico, tem-se aproveitado dessa qualidade para ceder vários gramas de
cetobemidona a JONAS que é um conhecido toxicodependente da zona. Fá-lo, contra o que
a lei dispõe, não usando receituário e não procedendo à identificação do benefíciário da
substância em causa.
□ ADALBERTO não comete qualquer crime;
□ ADALBERTO comete um ilícito contra-ordenacional e disciplinar;
□ ADALBERTO comete o crime de tráfico e outras actividades ilícitas, pois
bem sabe que está a agir em contrário à autorização, sendo punido com pena de prisão
de 4 a 12 anos;
□ HANS HÜG e FRÄULIN DÜRIG não cometem o crime de tráfico e outras
actividades ilícitas.

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____________________________________________________________________________________________
FUNDAMENTO LEGAL: (HOJE 2015) artigo 16.º, n.os 1 e 2, 21.º, n.º 2, Tabela
I-A cetobemidona), do Decreto-Lei n.º 15/93, de 22-01.

CASO 230 – E se a substância cedida fosse uma das seguintes: Ecgnonina;


Canabis; Psilocina; Levanfetamina; Butalbital – manteria a sua resposta?
□ ADALBERTO não comete qualquer crime;
□ ADALBERTO comete um ilícito contra-ordenacional e disciplinar;
□ ADALBERTO comete o crime de tráfico e outras actividades ilícitas, pois
bem sabe que está a agir em contrário à autorização, sendo punido com pena de prisão
de 4 a 12 anos;
□ HANS HÜG e FRÄULIN DÜRIG não cometem o crime de tráfico e outras
actividades ilícitas.
FUNDAMENTO LEGAL: (HOJE 2015) artigo 16.º, n.os 1 e 2, 21.º, n.º 1, Tabela
I-A (Cetobemidona), Tabela I-B (Ecgnonina), Tabela I-C (Canabis); Tabela II-A (Psilocina),
Tabela II-B (Levanfetamina), Tabela II-C (Butalbital), do Decreto-Lei n.º 15/93, de 22-01.

2.8.8. Falsidade informática

A – TÓPICOS DE DESENVOLVIMENTO:
2.8.8. Falsidade informática – artigos 1.º, 2.º e 3.º, 9.º e 10.º, da Lei n.º 109/2009, de
15 de Setembro [embora o crime do Aviso se encontre apenas no artigo 3.º, mas todos os
outros preceitos referenciados são necessário a um bom estudo e compreensão do âmbito de
aplicação do tipo legal de crime de falsidade informática].
2.8.8.1. Objecto
2.8.8.2. Definições
Capítulo II – Disposições penais materiais
2.8.8.3. Falsidade informática – artigo 3.º, da lei n.º 109/2009, de 15-09.
2.8.8.4. Responsabilidade penal das pessoas colectivas e entidades equiparadas –
artigo 9.º, da Lei n.º 109/2009, de 15-09.
2.8.8.5. Perda de bens – artigo 10.º, da Lei n.º 109/2009, de 15-09.

B – CASOS PRÁTICOS E QUESTÕES TEÓRICO-PRÁTICAS A


RESOLVER:

CASO 231 – CARLA, funcionária bancária encarregue de fiscalizar o software


informático relativo aos saldos das contas, alterou o valor do saldo da sua conta bancária de
100 euros para 1000 euros, para fazer face a umas despesas inesperadas.
□ CARLA cometeu o crime de roubo;
□ CARLA cometeu o crime de furto;
□ CARLA cometeu o crime de contrafacção de moeda;
□ CARLA cometeu o crime de falsidade informática55.
FUNDAMENTO LEGAL: (HOJE 2015) artigo 3.º, n.º 1, da Lei n.º 109/2009, de
15-09.

CASO 232 – FILIPE, técnico informático com avançados conhecimentos da


engenharia computacional, decidiu interferir no sistema informático que dá a ordem de
pagamentos, de tal modo que o seu salário passa de € 500,00 para € 5.000,00, sem que
ninguém desconfie disso.
□ FILIPE cometeu o crime de falsificação de documentos;

55
Caso Prático retirado do Exame para Admissão ao Curso de Inspectores da PJ de 2006.

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□ FILIPE cometeu o crime de furto;
□ FILIPE cometeu o crime de falsidade informática;
□ FILIPE cometeu o crime de contrafacção de moeda.
FUNDAMENTO LEGAL: (HOJE 2015) artigo 3.º, n.º 1, da Lei n.º 109/2009, de
15-09.

CASO 233 – CARLA, funcionária bancária, que tem duas filhas e um marido
desempregado, aflita com as despesas e receosa pela época natalícia que se avizinha, decidiu,
sem dar disso conta a ninguém nem para tal se encontrar autorizada, alterar o plafond do seu
cartão bancário de pagamento de € 1.500,00 para € 2.500,00 e, simultaneamente, apagar o
valor de € 1.499,00 que já tinha efectuado de débitos, assim lhe permitindo ter um cartão
“limpo” e pronto para utilizar nas compras natalícias.
□ CARLA cometeu o crime de roubo;
□ CARLA cometeu o crime de furto;
□ CARLA cometeu o crime de contrafacção de moeda;
□ CARLA cometeu o crime de falsidade informática.
FUNDAMENTO LEGAL: (HOJE 2015) artigo 3.º, n.º 2 + 386.º, do CP + 3.º, n.º
5, da Lei n.º 109/2009, de 15-09.

CASO 234 – Suponha que CARLA só tinha podido efectuar aquelas operações, no
cartão bancário de débito, através de um dispositivo electrónico-digital que lhe permitiu
aceder à rede bancária e utilizar ou reprogramar os dados informáticos aí existentes. Tenha,
neste contexto, em conta que foi FELÍCIO que importou tal tipo de dispositivo do estrangeiro.
□ CARLA e FELÍCIO cometem, cada um, ainda que com fundamentação
distinta, um crime de falsidade informática;
□ FELÍCIO cometeu um ilícito tributário contra-ordenacional;
□ CARLA e FELÍCIO não cometeram qualquer crime;
□ CARLA cometeu o crime de falsidade informática.
FUNDAMENTO LEGAL: (HOJE 2015) artigo 3.º, n.os 1, 2 e 4, da Lei n.º
109/2009, de 15-09.

CASO 235 – CARLA, funcionária bancária, entrou no sistema informático do


Banco estatal onde trabalha e, no local onde se encontravam valores em atraso relativamente
ao seu crédito pessoal à habitação, apagou-os. Quid Iuris?
□ CARLA cometeu o crime de roubo;
□ CARLA cometeu o crime de furto;
□ CARLA cometeu o crime de contrafacção de moeda;
□ CARLA cometeu o crime de falsidade informática.
FUNDAMENTO LEGAL: (HOJE 2015) artigo 3.º, n.º 2 + 386.º, do CP + 3.º, n.º
5, da Lei n.º 109/2009, de 15-09.

2.8.9. Desvio de subsídio

A – TÓPICOS DE DESENVOLVIMENTO:
2.8.9. Desvio de subsídio – a matéria encontra-se regulada no artigo 37.º (Desvio de
subvenção, subsídio ou crédito bonificado), do Decreto-Lei n.º 28/84, de 20-01, alterado pela
Declaração de Rectificação de 31/03/1984, Decretos-Leis n.os 347/89, de 12-10, 6/95, de 17-
01, 20/99, de 28-01, 162/99, de 13-05, 143/2001, de 26-04, Leis n.os 13/2001, de 04-06, e
108/2001, de 28-11, e Decreto-Lei n.º 70/2007, de 21-04, e 20/2008, de 21-04.
2.8.9.1. Desvio de subvenção, subsídio ou crédito bonificado – artigo 37.º, do
Decreto-Lei n.º 28/84, de 20-01.

521
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B – CASOS PRÁTICOS E QUESTÕES TEÓRICO-PRÁTICAS A


RESOLVER:

CASO 236 – MANUEL, agricultor, beneficiou de um subsídio para promover um


tipo de cultura, co-financiado por fundos comunitários e pelo Estado português. Findo o
investimento a que se propôs e porque lhe sobrou uma quantia considerável, MANUEL
comprou uma viatura para seu uso pessoal.
□ MANUEL não comete o crime de desvio de subsídio, pois cumpriu integralmente
o projecto aprovado, podendo dispor livremente da quantia remanescente;
□ MANUEL comete o crime de desvio de subsídio;
□ MANUEL comete outro crime, que não o desvio de subsídio, por ter utilizado a
quantia sobrante;
□ MANUEL não comete qualquer crime56.
FUNDAMENTO LEGAL: (HOJE 2015): artigo 37.º, n.º 1, da Decreto-Lei n.º
28/84, de 20 de Janeiro.

CASO 237 – MANUEL, empresário agrícola, beneficiou de uma linha de crédito


bonificada, concedida pelo Estado Português e implementada por protocolo com a instituição
bancária estatal CGD, para reconstruir as suas estufas que foram destruídas pelo furacão
KATRINA. Todavia, farto de trabalhar na agricultura decidiu utilizar os € 50.000,00 na
compra de uma autocaravana e efectuar um proveitoso passeio pela Europa.
□ MANUEL não comete o crime de desvio de subsídio, pois cumpriu integralmente
o projecto aprovado, podendo dispor livremente da quantia remanescente;
□ MANUEL comete o crime de desvio de subvenção, subsídio ou crédito
bonificado;
□ MANUEL comete outro crime, que não o desvio de subsídio, por ter utilizado a
quantia sobrante;
□ MANUEL não comete qualquer crime.
FUNDAMENTO LEGAL: (HOJE 2015): artigo 37.º, n.º 2, da Decreto-Lei n.º
28/84, de 20 de Janeiro.

CASO 238 – A sociedade CENOURA E BATATA, S.A., até 2008, sempre se


dedicou à agricultura, com uma forte exportação de vegetais para vários países europeus. De
repente, em 2009, começa a ser “tocada” pela crise económica e muda de estratégia, passando
a captar subvenções e subsídios do Estado Português, bem como crédito bonificado, mas
somente aplica 40% dos mesmos, desviando o remanescente para um fundo oculto que
permite aos sócios-gerentes uma vida faustosa e de luxo. Fruto de algum engenho, logram
ludibriar todas as vistorias e inspecções em fiscalização dos ditos valores subsdiados,
subvencionados e do crédito bonificado. Tudo num valor superior a € 40.000,00. Que
responsabilidade criminal lhe assacaria?
□ A sociedade CENOURA E BATATA, S.A. não comete qualquer crime, já que o
que aplicam é suficiente, sendo justo que se divirtam e trabalhem em proporções idênticas;
□ A sociedade CENOURA E BATATA, S.A. comete o crime de desvio de
subvenção, subsídio ou crédito bonificado;
□ A sociedade CENOURA E BATATA, S.A. comete outro crime, que não o desvio
de subsídio, por ter utilizado a quantia sobrante;
□ A sociedade CENOURA E BATATA, S.A. comete, simultaneamente, nas
várias modalidades o crime de desvio de subvenção, subsídio ou crédito bonificado

56
Caso Prático retirado do Exame para Admissão ao Curso de Inspectores da PJ de 2006.

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agravado e, visto serem factos reiterados sem que o dano haja sido reparado, poderá,
ainda, o tribunal ordenar a sua dissolução.
FUNDAMENTO LEGAL: (HOJE 2015): artigo 37.º, n.os 1, 2, 3, 4, e 5, da
Decreto-Lei n.º 28/84, de 20 de Janeiro.

2.8.10. Contrabando

A – TÓPICOS DE DESENVOLVIMENTO:
A matéria encontra-se regulada, essencialmente, no Capítulo II – Crimes Aduaneiros
– artigos 92.º, 93.º, 94.º, 97.º-A, e 102.º, do Regime Geral das Infracções Tributárias – Lei
n.º 15/2001, de 05/06, Declaração de Rectificação n.º 15/2001, de 04-08, Lei n.º 109-B/2001,
de 27/12, DL n.º 229/2002, de 31/10, Leis n.os 32-B/2002, de 30/12, 107-B/2003, de 31/12,
55-B/2004, de 30/12, 39-A/2005, de 29/07, 60-A/2005, de 30/12, 53-A/2006, de 29/12, 22-
A/2007, de 29/06, Decreto-Lei n.º 307-A/2007, de 31/08, Leis n.os 67-A/2007, de 31/12, 64-
A/2008, de 31/12, 3-B/2010, de 28/04, DL n.º 73/2010, de 21/06, Leis n.os 55-A/2010, de
31/12, 64-B/2011, de 30/12, 20/2012, de 14/05, 66-B/2012, de 31/12, Decreto-Lei n.º 6/2013,
de 17-01, Leis n.os 83-C/2013, de 31/12, 75-A/2014, de 30/09, 82-B/2014, de 31/12, e 82-
E/2014, de 31/12; e Lei n.º 107/2001, de 8 de Setembro.
2.8.10. Contrabando.
2.8.10.1. Contrabando – artigo 92.º, da Lei n.º 15/2001, de 05-06.
2.8.10.2. Contrabando de circulação – artigo 93.º, da Lei n.º 15/2001, de 05-06.
2.8.10.3. Contrabando de mercadorias de circulação condicionada em embarcações
– artigo 94.º, da Lei n.º 15/2001, de 05-06.
2.8.10.4. Contrabando de mercadorias susceptíveis de infligir a pena de morte ou
tortura – artigo 97.º-A, da Lei n.º 15/2001, de 05-06.
2.8.10.5. Crimes de contrabando previstos em disposições especiais – artigo 102.º,
da Lei n.º 15/2001, de 05-06 [+ e artigos 100.º a 103.º, da Lei n.º 107/2001, de 8 de Setembro].
2.8.10.5.1. Na Lei de Bases do Património Cultural
2.8.10.5.1.1. As infracções criminais previstas no Código Penal – artigo 100.º, da
Lei n.º 107/2001, de 8 de Setembro.
2.8.10.5.1.2. Crime de deslocamento – artigo 101.º, da Lei n.º 107/2001, de 8 de
Setembro.
2.8.10.5.1.3. Crime de exportação ilícita – artigo 102.º, da Lei n.º 107/2001, de 8 de
Setembro.
2.8.10.5.1.4. Crime de destruição de vestígios – artigo 103.º, da Lei n.º 107/2001,
de 8 de Setembro.

B – CASOS PRÁTICOS E QUESTÕES TEÓRICO-PRÁTICAS A


RESOLVER:

CASO 239 – MARIA comprou, numa tabacaria em Lisboa, 1500 maços de tabaco
que levou consigo para Londres, onde os vendeu a preço de mercado, obtendo um lucro de
7000 euros. Com o seu comportamento:
□ Não cometeu qualquer crime porque não há prestação tributária em falta;
□ Cometeu o crime de contrabando de circulação;
□ Não cometeu qualquer crime porque a prestação tributária em falta não é
penalmente relevante;
□ Cometeu o crime de contrabando57.

57
Caso Prático retirado do Exame para Admissão ao Curso de Inspectores da PJ de 2006.

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FUNDAMENTO LEGAL: (HOJE 2015) Os crimes de contrabando, previstos nos
artigos 92.º e seguintes do RGIT, exigem que a prestação tributária em falta seja superior a €
15.000,00 [note-se que no passado, à data do exame de 2006, o valor era de € 7.500,00, daí
a resposta assinalada como correcta].

CASO 240 – MARIA, que conhece CARLOS, motorista TIR, decidiu importar, da
Gronelândia, 2000kg de bacalhau, e pediu a este último que lho trouxesse para Portugal,
misturada no meio de outra mercadoria que trazia para outros clientes no seu camião
frigorífico. Chegado a Vilar Formoso, MARIA apressa-se a retirar a mercadoria para o seu
camião frigorífico e não procede, como se lhe exigia, à passagem pela respectiva alfândega
para “legalizar” a mercadoria. O bacalhou teria de ter pago uma prestação tributária
aduaneira na ordem dos € 15.000,00. Cometeu MARIA algum crime?
□ Não cometeu qualquer crime porque não há prestação tributária em falta;
□ Cometeu o crime de contrabando de circulação;
□ Não cometeu qualquer crime porque a prestação tributária em falta não é
penalmente relevante;
□ Não comeeteu qualquer crime porque a prestação tributária em falta não é
penalmente relevante, embora haja responsabilidade contra-ordenacional.
FUNDAMENTO LEGAL: (HOJE 2015) Os crimes de contrabando, previstos nos
artigos 92.º (a contrario) do RGIT exigem que a prestação tributária em falta seja superior a
€ 15.000,00; o que significa que se aplica o artigo 108.º (Descaminho), do RGIT.

CASO 241 – Suponha, tendo presente a factualidade do caso anterior, que a


prestação tributária em falta era, agora, de € 15.000,01. Daria a mesma resposta quanto à
responsabilidade da MARIA?
□ Não cometeu qualquer crime porque não há prestação tributária em falta;
□ Cometeu o crime de contrabando de circulação;
□ Cometeu o crime de contrabando porque a prestação tributária em falta é
penalmente relevante;
□ Não comeeteu qualquer crime porque a prestação tributária em falta não é
penalmente relevante, embora haja responsabilidade contra-ordenacional.
FUNDAMENTO LEGAL: (HOJE 2015) Os crimes de contrabando, previstos nos
artigos 92.º, n.º 1, alínea a), do RGIT exigem que a prestação tributária em falta seja superior
a € 15.000,00: aplica-se o artigo 108.º (Descaminho), do RGIT.

CASO 242 – Suponha, tendo presente o caso anterior, que não havia lugar ao
pagamento de qualquer prestação tributária mas o valor da mercadoria entrada em território
nacional, de modo irregular, ascendia ao montante de € 50.000,01. Daria a mesma resposta?
□ Não cometeu qualquer crime porque não há prestação tributária em falta;
□ Cometeu o crime de contrabando de circulação;
□ Cometeu o crime de contrabando, apesar de não haver lugar a prestação
tributária em falta, em virtude de a mercadoria, objecto da infracção, ser de valor
aduaneiro superior a € 50.000,00;
□ Não cometeu qualquer crime porque a prestação tributária em falta não é
penalmente relevante, embora haja responsabilidade contra-ordenacional.
FUNDAMENTO LEGAL: (HOJE 2015) Os crimes de contrabando, previstos nos
artigos 92.º, n.º 1, alínea a), (2.ª parte do dispositivo de onde consta a pena) do RGIT.

CASO 243 – Suponha que ANTÓNIO detém, em circulação, no interior do território


português, mercadoria no montante de € 50.000,05, que não pagou os respectivos “direitos
alfandegários”; ou, alternativamente, suponha que a dita mercadoria teria de pagar €

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15.000,01 a título de tributo aduaneiro. Que responsabilidade criminal assacaria ao
ANTÓNIO?
□ Não cometeu qualquer crime, num caso e noutro;
□ Cometeu o crime de contrabando de circulação;
□ Cometeu, em ambos os casos, um crime de contrabando de circulação, quer
no caso de haver lugar a prestação tributária superior a € 15.000,00, quer no caso de a
mercadoria objecto da infracção ser de valor aduaneiro superior a € 50.000,00;
□ Não comeeteu qualquer crime porque a prestação tributária em falta não é
penalmente relevante, embora haja responsabilidade contra-ordenacional.
FUNDAMENTO LEGAL: (HOJE 2015) O crime de contrabando, constante do
artigo 93.º do RGIT.

CASO 244 – Suponha que ANTÓNIO detém, a bordo de uma embarcão de


arqueação não superior a 750 toneladas, duas toneladas de mercadorias de circulação
destinada a comércio. Terá alguma responsabilidade criminal?
□ Não cometeu qualquer crime, num caso e noutro;
□ Cometeu o crime de contrabando de circulação;
□ Cometeu, em ambos os casos, um crime de contrabando de circulação;
□ Cometeu o crime de contrabando de mercadorias de circulação condicionada
em embarcações.
FUNDAMENTO LEGAL: (HOJE 2015) O crime de contrabando, constante do
artigo 94.ºdo RGIT.

2.9. Crimes contra o Estado:

2.9.1. Corrupção

A – TÓPICOS DE DESENVOLVIMENTO:
TÍTULO V – Dos crimes contra o Estado – artigos 308.º a 386.º, do Código Penal
CAPÍTULO IV – Dos crimes cometidos no exercício de funções públicas, Secção I
– Da corrupção – artigos 372.º a 374.º-B, do Código Penal.
2.9.1. Corrupção
2.9.1.1. Recebimento indevido de vantagem – artigo 372.º, do CP.
2.9.1.2. Corrupção passiva – artigo 373.º, do CP.
2.9.1.3. Corrupção activa – artigo 374.º, do CP.
2.9.1.4. Agravação – artigo 374.º-A, do CP.
2.9.1.5. Dispensa ou atenuação de pena – artigo 374.º-B, do CP.
2.9.1.6. Conceito de funcionário – artigo 386.º, do CP.

B – CASOS PRÁTICOS E QUESTÕES TEÓRICO-PRÁTICAS A


RESOLVER:

CASO 245 – JOSÉ ANTÓNIO precisa de fazer uma escritura de compra e venda
de um imóvel com muita urgência para assegurar um bom preço que negociou arduamento.
Para tanto, contacta NUNES, seu antigo colega de escola e funcionário de um notário, para
lhe fazer a escritura nessa semana, prometendo pagar-lhe mais 20% do preço do acto.
□ JOSÉ ANTÓNIO comete um crime de corrupção passiva, sendo punido com pena
de prisão de 1 a 8 anos, por ser um acto ilícito;
□ JOSÉ ANTÓNIO comete um crime de corrupção passiva, sendo punido com pena
de prisão até 2 anos ou com pena de multa até 240 dias, por ser um acto lícito;

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____________________________________________________________________________________________
□ JOSÉ ANTÓNIO comete um crime de corrupção activa, sendo punido com pena
de prisão de 6 meses a 5 anos, por ser um acto ilícito;
□ JOSÉ ANTÓNIO comete um crime de corrupção activa, sendo punido com
pena de prisão até 6 meses ou com pena de multa até 60 dias, por ser um acto lícito58.
FUNDAMENTO LEGAL: HOJE (2015): Artigo 373.º, do CP (a penologia já não
coincide, fruto da sua agravação para «um a oito anos» (n.º 1) ou «um a cinco anos» (n.º 2).

CASO 246 – Porque é que a Lei pune a corrupção?59


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____________________________________________
TÓPICOS A ENQUADRAR NA RESPOSTA:
Deverá ser considerado, se referido:
→ A corrupção corrói os alicerces de um Estado de Direito Democrático, fragiliza
as estruturas da República, baseada na dignidade da pessoa humana, pela violação de
princípios fundamentais consagrados na Constituição da República: o princípio da igualdade
dos cidadãos perante a lei, o princípio da igualdade de oportunidades, o princípio da
autonomia intencional do Estado, o princípio da transparência da isenção e da legalidade de
actuação da Adminstração Pública.
→ A disseminação da corrupção da sociedade, ao perverter os princípios da
transparência, da imparcialidade, da igualdade, da justiça e da boa-fé, que têm de orientar e
parametizar a actuação do funcionário, debilita a confiança do cidadão na “respublica” e
causa60 insanáveis prejuízos na consciência e exercício da cidadania.
→ Por isso, a luta contra a corrupção é preocupação prioritária e dominante de todos
os Estados de Direito Democráticos.
→ O objecto de protecção reconduz-se ao prestígio e à dignidade do Estado61, como
pressupostos da sua eficácia ou operacionalidade na prossecução legítima dos interesses que
lhe estão adstritos.

CASO 247 – JOSÉ, fiscal camarário, solicitou a quantia de € 100,00 a ISABEL,


proprietária de um estabelecimento comercial, como contrapartida para não a autuar por
infracções que detectou no âmbito de uma fiscalização. Porque ISABEL não entregou a JOSÉ
qualquer quantia, este elaborou o competente auto de notícia.
□ JOSÉ cometeu um crime de corrupção passiva para acto ilícito, na forma tentada;
□ JOSÉ cometeu um crime de corrupção activa para acto ilícito;
□ JOSÉ não cometeu qualquer crime porque não recebeu a quantia solicitada e
elaborou o auto de notícia;
□ JOSÉ cometeu um crime de corrupção passiva para acto ilícito62.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 373.º, n.º 1, do CP.

58
Caso Prático retirado do Exame para Admissão ao Curso de Inspectores da PJ de 2006.
59
Caso Prático retirado do Exame para Admissão ao Curso de Inspectores da PJ de 2006.
60
Corrigiu-se o manifesto lapso ortográfico “cauda” por “causa”, constante do original.
61
Corrigiu-se o manifesto lapso “estado” por “Estado”, constante do original.
62
Caso Prático retirado do Exame para Admissão ao Curso de Inspectores da PJ de 2010.

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CASO 248 – JACINTA, cuja filha anda na Escola Primária, foi notificada, pelo
Conselho Directivo, que a Professora de Matemática – FELISMINA – deu um 5 (numa escala
de 1 a 5) a Matemática à sua descendente. No dia seguinte, decidiu enviar um ramo de flores
e uma caixa de chocolates à Professora, já que nos encontrávamos na época natalícia. A
professora aceitou a prenda. Terá a conduta de FELISMINA alguma relevância criminal?
□ FELISMINA não cometeu qualquer crime;
□ JACINTA cometeu um crime de corrupção activa e FELISMINA um crime de
recebimento indevido de vantagem;
□ FELISMINA cometeu o crime de enriquecimento injustificado;
□ FELISMINA não cometeu qualquer crime, visto que a sua conduta é
socialmente adequada e conforme aos usos e costumes.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 372.º, n.os 1 e 3, do CP.

CASO 249 – DAGOBERT, empreteiro algarvio, que costuma apresentar vários


pedidos de licenciamento, junto do Município de Portimão, tem vindo, a pedido da
funcionária GERTRUDES, a entregar vários bilhetes de avião e “livres-passes” para fins de
semana em Albergues com SPA, sempre num valor superior a € 300,00, por cada ano. A
entrega dos “vouchers” é levada a cabo, na maior parte dos casos, na festa de anos de ANITA,
filha de GERTRUDES, onde participa, igualmente, a filha de DAGOBERT – LENA. Não
fôra a sua função no Município e nunca GERTRUDES teria recebido a dita “vantagem
patrimonial”. Terá alguma relevância criminal a conduta de GERTRUDES?
□ GERTRUDES não cometeu qualquer crime;
□ GERTRUDES cometeu um crime de corrupção passiva;
□ GERTRUDES cometeu um crime de recebimento indevido de vantagem;
□ GERTRUDES não cometeu qualquer crime, visto que a sua conduta é socialmente
adequada e conforme aos usos e costumes.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 372.º, n.os 1 e 3 (a contrario), do CP.

CASO 250 – DAGOBERT, empreteiro algarvio, que costuma apresentar vários


pedidos de licenciamento, junto do Município de Portimão, tem vindo, a prometer, à
funcionária GERTRUDES, que lhe entregará vários bilhetes de avião e “livres-passes” para
fins de semana em Albergues com SPA, sempre num valor superior a € 300,00, por cada ano.
Não fôra a sua função no Município e nunca teria GERTRUDES recebido a dita “vantagem
patrimonial”. Terá alguma relevância criminal a conduta de DAGOBERT?
□ DAGOBERT não cometeu qualquer crime;
□ DAGOBERT cometeu um crime de corrupção passiva;
□ DAGOBERT cometeu um crime de recebimento indevido de vantagem ;
□ DAGOBERT não cometeu qualquer crime, visto que a sua conduta é socialmente
adequada e conforme aos usos e costumes.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 372.º, n.os 1 e 3 (a contrario), do CP.

CASO 251 – Tendo em conta o caso anterior, suponha que DAGOBERT, em lugar
de de “prometer”, efectivamente entregava a dita vantagem patrimonial na festa de anos de
ANITA, filha de GERTRUDES, onde participa, igualmente, a filha de DAGOBERT –
LENA. Não fôra a sua função no Município e nunca GERTRUDES teria ocorrido a entrega
da dita “vantagem patrimonial”. Terá alguma relevância criminal a conduta de DAGOBERT?
□ DAGOBERT não cometeu qualquer crime;
□ DAGOBERT cometeu um crime de corrupção activa;
□ DAGOBERT não cometeu qualquer crime, visto que a sua conduta é socialmente
adequada e conforme aos usos e costumes.

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□ DAGOBERT cometeu um crime de recebimento indevido de vantagem.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 372.º, n.os 2 e 3 (a contrario), do CP.

CASO 252 – ANA, que trabalha na CCDR (Comissão de Coordenação e


Desenvolvimento Regional) do Centro, tem vindo, a troco de prestar informações de serviço
à empresa de BENTO (empresa ligada à construção civil e turismo), a receber várias
vantagens patrimoniais (despesas respeitantes a deslocações e alojamento no estrangeiro,
bolsa “Louis Vitton”, make-up “Belle”, etc., tudo) no valor anual de € 2.345,00. Qual a
responsabilidade de ANA e de BENTO?
□ BENTO não cometeu qualquer crime, já que não é “pecado” pedir ajuda;
□ ANA e BENTO cometeram, respectivamente, um crime de corrupção
passsiva e activa para acto ilícito;
□ ANA e BENTO não cometeram qualquer crime, visto que as suas condutas são
socialmente adequadas e conformes aos usos e costumes.
□ ANA e BENTO cometeram um crime de recebimento indevido de vantagem.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 373.º, n.o 1, e 374.º, n.º 1, do CP. [Ac. TRL de
15/11/2011 – Processo n.º 504/04.6JFLSB.L1-5].

CASO 253 – ANA e BORGES possuem uma associação, de direito privado (“ANA
e BELA, associação dos bons condutores”), sem fins lucrativos, onde se realizam exames
teóricos e práticos aos candidatos à obtenção de carta de condução. Acontece que, fruto da
crise, decidiram engendrar um esquema segundo o qual aceitam e solicitam, de cada
candidato, que pretenda inequivocamente ter resultados positivos nos exames, que lhes
entregue, além das taxas normais de inscrição, um valor não inferior a € 650,00. Com tal
valor, o candidato tem a certeza absoluta de que terá sucesso no exame e, fruto dos resultados
advindos do mesmo, que o Estado português, por meio do organismo legalmente competente,
lhe emitirá a respectiva carta de condução. Que relevância possui a conduta da dita associação
e dos respectivos dois associados?
□ Não se verifica qualquer crime;
□ ANA e BORGES, conjuntamente com a associação de direito privado,
cometeram, tantos crimes de corrupção passsiva para acto ilícito quantos os candidatos
a condutores implicados;
□ ANA e BENTO não cometeram qualquer crime, visto que as suas condutas são
socialmente adequadas e conformes aos usos e costumes.
□ ANA e BENTO cometeram um crime de recebimento indevido de vantagem.
FUNDAMENTO LEGAL: artigos 11.º, n.º 2, 373.º, n.o 1, e 386.º, n.º 1, alínea d),
do CP. [Ac. TRL, de 28/09/2011 – Processo n.º 76/10.2GTEVR-3)

CASO 254 – ANA, que sabe ter o seguro automóvel caducado e a inspecção com o
prazo já ultrapassado, decidiu, numa operação policial de fiscalização rodoviária, com vista
a “amansar” o agente policial, meter, entre os papéis, uma nota de € 50,00, na esperança que
o agente policial viesse a fazer “vista grossa” e, eventualmente, nem sequer se dignasse
efectuar uma fiscalização completa ao veículo. O agente policial – BASTOS – vem a
recolher a nota e, como ANA congeminou, mandou-a seguir viagem sem a autuar.
□ ANA incorreu num crime de recebimento indevido de vantagem;
□ ANA e BASTOS incorreram num crime de recebimento indevido de vantabgem;
□ ANA e BASTOS não cometeram qualquer crime, visto que as suas condutas são
socialmente adequadas e conformes aos usos e costumes.
□ ANA cometeu um crime de corrupção activa para acto ilícito e BASTOS
cometeu um crime de corrupção passiva para acto ilícito.

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FUNDAMENTO LEGAL: artigos 373.º, n.o 1, e 374.º, do CP. [Ac. TRL, de
22/05/2012 – Processo n.º 08.2GGLSB.L1-5].

CASO 255 – Tendo presente a situação fáctica anterior, suponha que BASTOS não
“cedeu” às “intenções” de ANA, tendo efectuado uma fiscalização ainda mais rigorosa. Daria
a mesma resposta?
□ ANA incorreu num crime de corrupção activa consumado;
□ ANA e BASTOS incorreram num crime de recebimento indevido de vantagem;
□ ANA e BASTOS não cometeram qualquer crime, visto que as suas condutas são
socialmente adequadas e conformes aos usos e costumes.
□ ANA cometeu um crime de corrupção activa, sob a forma tentada.
FUNDAMENTO LEGAL: artigos 23.º, e 373.º, n.o 1, do CP. [Ac. TRL, de
22/05/2012 – Processo n.º 08.2GGLSB.L1-5].

CASO 256 – ANTÓNIO, construtor civil de Portimão, costuma ter os seus camiões
a circular nas estradas algarvias. Nesse sentido, junto de alguns amigos que possui na GNR,
logrou engendrar um esquema mensal de entrega de “envelopes com dinheiro” e vales para
gasóleo, utilizáveis no estaleiro da empresa. Vários agentes de autoridade aderiram a tal
esquema, sendo, a partir daí, mais “generosos” nas suas acções de fiscalização e nunca
elaborando autos por “peso excessivo” aos camiões de ANTÓNIO, embora notoriamente tal
situação ocorresse. Qual é a responsabilidade de ANTÓNIO e dos vários agentes da GNR?
□ ANTÓNIO não comete qualquer crime, já que está a “governar” a sua vida e a da
sua empresa;
□ ANTÓNIO comete um crime de recebimento indevido de vantabgem;
□ ANTÓNIO e os agnetes de autoridade não cometeram qualquer crime, visto que
as suas condutas são socialmente adequadas e conformes aos usos e costumes.
□ ANTÓNIO cometeu vários crimes (tantos quantos os agentes da GNR) de
corrupção activa, sob a forma consumada, e os agentes da GNR vários crimes de
corrupção passiva sob a forma consumada.
FUNDAMENTO LEGAL: artigos 373.º, n.o 1, e 374.º, n.º 1, do CP. [Ac. TRL, de
22/05/2012 – Processo n.º 08.2GGLSB.L1-5].

CASO 257 – Em cada um dos casos anteriores, dedicados à corrupção, teria alguma
influência o facto de a vantagem patrimonial ser de valor elevado?
□ Não teria.
□ Teria, mudaria o crime a imputar.
□ Dependeria, caso a caso, de uma análise concreta.
□ Implicaria a agravação da punição em ¼, nos seus limites mínimo e máximo.
FUNDAMENTO LEGAL: o de cada crime + artigo 374.º-A, do CP.

CASO 258 – Se os agentes da GNR tivessem denunciado o crime após a prática do


acto ou antes da prática tivessem repudiado a vantagem, tal teria alguma influência na
punição?
□ Não teria.
□ Teria, mudaria o crime a imputar.
□ Dependeria, caso a caso, de uma análise concreta.
□ Implicaria a possibilidade de ocorrer a dispensa de pena.
FUNDAMENTO LEGAL: Artigo 374.º-A,n.º 1, alíneas a) e b), do CP.

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CASO 259 – Suponha, agora, que um dos agentes da GNR havia denunciado o
“esquema criminoso” e ajudado à obtenção de prova efectiva, antes do seu julgamento em
1.ª instância, tal teria alguma influência na punição?
□ Não teria.
□ Teria, mudaria o crime a imputar.
□ Dependeria, caso a caso, de uma análise concreta.
□ Implicaria a possibilidade de ocorrer a atenuação especial de pena.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 374.º-A, n.º 2, alínea a), do CP.

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TÍTULO III – DIREITO PROCESSUAL PENAL: QUESTÕES TEÓRICO-
PRÁTICAS RELATIVAMENTE A TODAS AS MATÉRIAS CONSTANTES DO
AVISO

3. Direito Processual Penal:

3.1. Princípios gerais

A – TÓPICOS DE DESENVOLVIMENTO:
3.1. Princípios gerais
3.1.1. Disposições preliminares e gerais – artigos 1.º a 7.º, do Código de Processo
Penal [com especial atenção ao artigo 4.º, que apela para os ditos princípios gerais do
processo penal] – – aprovado pelo Decreto-Lei n.º 78/87, de 17-02, alterado pela Declaração
de 31/03/1987, Decretos-Leis n.os 387-E/87, de 29-12, e 212/89, de 30-06, Lei n.º 57/91, de
13-08, Decretos-Leis n.os 423/91, de 30-10, 343/93, de 01/10, 317/95, de 28/11, Leis n.os
59/98, de 25/08, 3/99, de 13/01, 7/2000, de 27/05, Decreto-Lei n.º 320-C/2000, de 15/12, Lei
n.º 30-E/2000, de 20/12, Declaração de Rectificação n.º 9-F/2001, de 31-03, Lei n.º 52/2003,
de 22-08, Declaração de Rectificação n.º 16/2003, de 29-10, Decreto-Lei n.º 324/2003, de
27-12, Lei n.º 48/2007, de 29-08, Declaração de Rectificação n.º 100-A/2007, de 26-10,
Decreto-Lei n.º 34/2008, de 26-02, Leis n.os 52/2008, de 28-08, 115/2009, de 12-10, 26/2010,
de 30-08, 20/2013, de 21-02, Declaração de Retificação n.º 21/2013, de 19-04, e Lei Orgânica
n.º 2/2014, de 06-08, e Leis n.os 27/2015, de 14-04, 58/2015, de 23-06, e 130/2015, de 04-09.
3.1.1.1. Definições legais – artigo 1.º, do CPP.
3.1.1.2. Legalidade do processo – artigo 2.º, do CPP.
3.1.1.3. Aplicação subsidiária – artigo 3.º, do CPP.
3.1.1.4. Integração das lacunas – artigo 4.º, do CPP.
3.1.1.5. Aplicação da lei processual penal no tempo – artigo 5.º, do CPP.
3.1.1.6. Aplicação da lei processual no espaço – artigo 6.º, do CPP.
3.1.1.7. Suficiência do processo penal – artigo 7.º, do CPP.

1.ª Classificação dos princípios gerais do processo penal português – FIGUEIREDO


DIAS (1974; 1988-9)63
A – Princípios gerais do Processo Penal ligados à promoção ou iniciativa processual:
i) Princípio da oficialidade;
ii) Princípio da legalidade;
iii) Princípio da acusação.
B – Princípios ligados à prossecução ou decurso processual:
i) Princípio da investigação;
ii) Princípio da contraditoriedade;
iii) Princípio da suficiência;
iv) Princípio da concentração.
C – Princípios ligados à prova:
i) Princípio da investigação;
ii) Princípio da livre apreciação da prova;
iii) Princípio in dubio pro reo.

63
DIAS, Jorge de Figueiredo, Direito Processual Penal, Lições do Prof. Doutor Jorge de Figueiredo
Dias, coligidas por Maria João Antunes, Assistente da Faculdade de Direito de Coimbra, Secção de Textos da
Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, 1988-9: (1-160): 81-160.

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2.ª Classificação dos princípios gerais do processo penal de PAULO PINTO DE
ALBUQUERQUE (2011-15):

PAULO PINTO DE ALBUQUERQUE, no seu “Comentário ao Código Penal…”64,


reconduz os princípios gerais do processo penal a quatro critérios:

I – Princípios gerais relativos à estrutura (ou “estruturais”) do processo.


II – Princípios gerais relativos à acção penal.
III – Princípios gerais relativos à produção da prova.
IV – Princípios gerais relativos à decisão ou sentença.

Desse modo, o citado autor concretiza o leque dos princípios gerais do processo
penal do seguinte modo:
I – Princípios gerais relativos à estrutura (ou “estruturais”) do processo:
a. O princípio da jurisdição.
b. O princípio do juiz natural.
c. O princípio da legalidade do processo.
d. O princípio do processo equitativo.
e. O princípio da acusação ou do acusatório.
f. O princípio do contraditório.
g. O princípio da lealdade.
h. O princípio da celeridade.

II – Princípios gerais relativos à acção penal:


a. O princípio da oficialidade.
b. O princípio da legalidade da acção penal.
c. O princípio da suficiência.
d. O princípio da adesão.

III – Princípios gerais relativos à produção da prova:


a. O princípio da publicidade.
b. O princípio da oralidade.
c. O princípio da concentração.
d. O princípio da investigação.

IV – Princípios gerais relativos à decisão ou sentença:


a. O princípio da livre apreciação da prova.
b. O princípio da imediação.
c. O princípio da presunção da inocência.
d. O princípio in dubio pro reo.
e. O princípio do caso julgado e do caso decidido.

3.ª Classificação dos princípios gerais do processo penal de GERMANO


MARQUES DA SILVA:

64
ALBUQUERQUE, Paulo Pinto de, Comentário do Código de Processo Penal à Luz da Constituição
da República e da Convenção Europeia dos Direitos do Homem, 4.ª Edição Actualizada, Universidade Católica
Editora, Lisboa, 2011: (1-1714): 51-62, em Anotação ao artigo 4.º.

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Na obra Direito Processual Penal Português65, GERMANO MARQUES DA
SILVA identifica cinco critérios de arrumação da sua tipologia de princípios gerais do
processo penal português. Vejamos:

I. Princípios inerentes à estrutura do processo:


1. Princípio da presunção de inocência.
2.Princípio da jurisdição e do juiz natural ou legal.
2.1. Princípio da jurisdição.
2.2. O juiz natural ou legal.
3. A estrutura acusatória.
3.1. Princípio do acusatório.
3.2. Limitações do acusatório por actos com estrutura inquisitória.
4. Princípio da igualdade de oportunidades – isonomia processual.
5. Direito de ampla defesa.
5.1. Defesa técnica e pessoal.
5.2. Defesa pessoal; defesa pessoal positiva e negativa.
5.2.1. Defesa pessoal positiva.
5.2.2. Defesa negativa: direito ao silencio e nemo tenetur se detegere.
5.3. Defesa técnica: direito a defensor em todos os actos do processo.
6. Princípio da lealdade.
II. Princípios relativos à promoção processual:
1. Princípio da oficialidade.
2. Princípios da legalidade e da oportunidade
3. Princípio da acusação.

III. Princípios relativos à prossecução processual:


1. Princípio do contraditório.
2. Princípio da investigação.
3. Princípio da suficiência.
4. Princípio da celeridade e da economia processuais.
4.1. Princípio da celeridade.
4.2. Princípio da economia processual.

IV – Princípios relativos à prova:


1. Princípio da presunção de inocência. Princípio in dubio pro reo.
1.1. In dubio pro reo
1.2. Direito ao silêncio e à não auto-inculpação.
1.2.2.1 Direito ao silêncio.
1.2.2.2. Direito à não auto-inculpação.
2. Princípio da prova livre.
3. Princípio da investigação ou da verdade material.

V – Princípios relativos à forma:


1. O conceito de forma dos actos processuais.
2. Princípio da publicidade.
3. Princípio da oralidade.
3.1. Princípio da oralidade.
3.2. Princípio da imediação.

65
SILVA, Germano Marques da, Direito Processual Penal Português, Noções Gerais, Sujeitos
Processuais e Objecto, Volume I, Universidade Católica Editora, Lisboa, 2013: (1-416): 44-104.

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3.3. Forma escrita e língua dos actos processuais.
4. Princípio da concentração.
5. Princípio da proibição de perseguição penal múltipla (ne bis in idem).

4.ª Classificação dos princípios gerais do processo penal de PAULO SOUSA


MENDES (2013; 2014):

Por sua vez, PAULO SOUSA MENDES, nas suas Lições de Direito Processual
Penal66, identifica a seguinte tipologia de processos gerais do processo penal português:

I. Princípios do início do procedimento


1. Princípio da oficialidade vs. princípio da acusação privada
1.1. Oficialidade
1.2. Acusação privada
2. Princípio da acusação vs. princípio da investigação
2.1. Acusação
2.2. Investigação
3. Princípio da legalidade vs. Princípio da oportunidade
3.1. Legalidade
3.2. Oportunidade
II. Princípios da prossecução do procedimento
1. Princípio da audiência e defesa vs. segredo de justiça interno
1.1. Audição
1.2. Segredo de justiça interno
2. Princípio da celeridade e concentração vs. garantias de defesa
2.1. Celeridade
2.2. Garantias de defesa
3. Princípio do julgamento justo e equitativo
3.1. Nemo tenetur se ipsum accusare
3.2. A jurisprudência do Tribunal Europeu dos Direitos Humanos
III. Princípios relativos à prova
1. Princípios relativos à prova
2. Princípio da imediação
3. Princípio da livre apreciação da prova vs. prova legal
3.1. Livre apreciação da prova
3.2. Meios de prova de valor reforçado
4. Princípio in dubio pro reo
IV. Princípios relativos à forma
1. Princípio da publicidade vs. segredo de justiça externo e restrições à publicidade
2. Princípio da oralidade

5.ª Classificação complementar dos princípios gerais do processo penal,


mediante mobilização dessoutros que se encontram na Criminologia Forense por
BENJAMIM SILVA RODRIGUES (2015):

Para BENJAMIM SILVA RODRIGUES, na sua obra “Da Prova Penal” e,


igualmente, nessoutra “Criminologia Forense” 67, haveria que identificar, em complemento

66
MENDES, Paulo Sousa, Lições de Direito Processual Penal, Reimpressão da Edição de Setembro de
2013, Livraria Almedina, Coimbra, 2014: (1-238): 201-223.
67
Veja-se, desenvolvidamente, a matéria dos citados princípios, nas seguintes obras: RODRIGUES,
Benjamim Silva, Da Prova Penal, Tomo X – Os Princípios (Gerais do Processo Penal e) da Prova Criminológico-

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aos princípios “clássicos” do processo penal português, um conjunto de outros novos
princípios. Dessa forma, sugere-nos a seguinte tipologia de princípios gerais do processo
penal e especiais oriundos da criminologia forense:

CAPÍTULO I – DOS PRINCÍPIOS GERAIS DO PROCESSO PENAL


1. OS PRINCÍPIOS ESTRUTURANTES DO PROCESSO (E DA PROVA)
PENAL VIGENTES NO CONCRETO ORDENAMENTO JURÍDICO DE ACTUAÇÃO
1.1. O princípio da investigação ou da “verdade material”.
1.2. O princípio da livre apreciação da prova (ou sistema da “prova livre”).
1.3. O princípio in dubio pro reo.
1.4. O princípio da publicidade.
1.5. O princípio da oralidade.
1.6. O princípio da imediação.
1.7. O princípio da contraditoriedade (e audiência)
1.8. O princípio da proibição de auto-incriminação (“nemo tenetur se ipsum
accusare”).
1.9. O princípio da “integridade e força probatória” da “prova para além de qualquer
dúvida razoável”.
1.10. O princípio da plenitude da assistência dos juízes.

CAPÍTULO II – DOS PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS CRIMINOLÓGICO-


FORENSES EM MATÉRIA DE PROVA PENAL
1.1. Princípio da “cientificidade forense” (imparcialidade, autonomia,
independência, integridade, pluralidade democrático-científica, fidelidade, rigor,
compromisso, probidade e adesão a “padrão ético-social mais elevado”.
1.2. O princípio da “lealdade” ou da “igualdade de armas” entre a acusação e a
defesa;.
1.3. O princípio da proibição de aniquilamento do “âmbito mínimo ou nuclear da
intimidade” (intimidade/dignidade da pessoa humana);
1.4. O princípio da proibição de “alineação do fim”;
1.5. O princípio da subsidiariedade “em cascata”, para dentro e para fora, dos
métodos ocultos, ou da “preferência pelos métodos menos lesivos”;
1.6. O princípio da “unidade do sistema jurídico probatório” ou da não validade da
prova obtida mediante conduta que configure o preenchimento de um tipo legal de crime (ou
“relação de mútua complementaridade funcional”)
1.7. O princípio da relativa inoperatividade probatória de método científico não
corroborado com outros;
1.8. O princípio do controlo ou (segurança e da proibição de contaminação ou)
manutenção da “cadeia de custódia” (“chain of custody”);
1.9. O princípio da presunção de inocência ou do “ónus probandi acusatório”;
1.10. O princípio da defesa ou da plenitude das garantias de defesa;
1.11. O princípio da legalidade da prova ou do “relativo fechamento” da “cláusula
aberta” do artigo 125.º, do CPP;
1.12. O princípio da precaução em contexto de “incerteza jurídico-científica”;
1.13. O princípio da pertinência semiótica (vestígio, indício e prova);
1.14. O princípio da não violação das regras da racionalidade e da lógica discursivo-
jurídica.

Forense, 1.ª Edição, Rei dos Livros, 2015: (1-126). E, ainda, do mesmo autor: Criminologia Forense, Tomo I, 1.ª
Edição, Emporio do Direito/Rei dos Livros, Brasil-Portugal, Lisboa, 2015: (1-325).

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B – CASOS PRÁTICOS E QUESTÕES TEÓRICO-PRÁTICAS A
RESOLVER:

CASO 260 – Num pequeno texto, claro, sucinto e coerente, que não ultrapasse 20
linhas, procure aludir à temática dos princípios gerais do processo penal ligados à promoção
ou iniciativa.
FUNDAMENTO LEGAL: o candidato tem de aludir aos princípios da
oficialidade, legalidade e da acusação.

CASO 261 – Num pequeno texto, claro, sucinto e coerente, que não ultrapasse 20
linhas, procure aludir à temática dos princípios gerais do processo penal ligados à
prossecução ou decurso processual.
FUNDAMENTO LEGAL: o candidato tem de aludir aos princípios da
investigação, da contraditoriedade, da suficiência e da concentração.

CASO 262 – Num pequeno texto, claro, sucinto e coerente, que não ultrapasse 20
linhas, procure aludir à temática dos princípios gerais do processo penal ligados à prova.
FUNDAMENTO LEGAL: o candidato tem de aludir aos princípios da
investigação, da livre apreciação da prova, do in dubio pro reo.

CASO 263 – O princípio da oficialidade significa que:


□ A iniciativa (ou o impulso) da investigação da prática de uma infracção e a decisão
de a submeter ou não a julgamento encontram-se entregues a uma entidade pública ou estatal
que interpreta o interesse da comunidade, constituída em Estado, na perseguição oficiosa das
infracções.
□ Saber se a iniciativa da investigação criminal deve ser deferida ao juiz da causa
ou antes a qualquer outra entidade dele diferenciada, visto que o Estado não pode demitir-se
do seu dever de perseguir e punir todos os crimes e todos os criminosos.
□ Compete a uma entidade pública – o Ministério Público –, e agora de forma
exclusiva, a iniciativa de investigar a prática de uma infracção e a decisão de a submeter
ou não a julgamento.
□ A necessidade de o Estado tomar sobre os seus ombros, de forma exclusiva, a
tarefa de investigar, esclarecer, perseguir e sentenciar os crimes cometidos dentro da sua
“jurisdição”.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 219.º, n.º 1, da CRP 1976; e artigos 48.º, 241.º,
53.º, n.º 2, alínea a), 262.º, n.º 1, e 276.º, n.º 1, do CPP.

CASO 264 – Complete, escolhendo a opção acertada. O princípio da oficialidade


não se afirma, contudo, sem:
□ Limitações derivadas dos crimes semi-públicos.
□ Excepções advindas da existência dos crimes particulares, em sentido estrito.
□ Não é verdade, afirma-se sem limitações ou excepções.
□ Limitações derivadas da existência dos crimes semi-públicos e excepções
advindas da existência dos crimes particulares em sentido estrito.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 219.º, n.º 1, da CRP 1976; e artigos 48.º, 241.º,
53.º, n.º 2, alínea a), 262.º, n.º 1, e 276.º, n.º 1, do CPP.

CASO 265 – O princípio da oficialidade é paralisado pelos crimes semi-públicos:


□ Não é verdade.
□ É verdade.
□ É verdade, exigindo-se a queixa para a “desparalização” da acção penal.

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□ E pelos crimes particulares.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 219.º, n.º 1, da CRP 1976; e artigos 48.º, 241.º,
53.º, n.º 2, alínea a), 262.º, n.º 1, e 276.º, n.º 1, do CPP.

CASO 266 – O princípio da oficialidade é bloqueado pelos crimes particulares:


□ Não é verdade.
□ É verdade.
□ É verdade, exigindo-se a uma queixa, acusação particular e constituição de
assistente para que a acção penal prossiga, indo o MP “à boleia” do assistente.
□ E pelos crimes semi-públicos.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 219.º, n.º 1, da CRP 1976; e artigos 48.º, 241.º,
53.º, n.º 2, alínea a), 262.º, n.º 1, e 276.º, n.º 1, do CPP.

CASO 267 – À luz do princípio da oficialidade, tente justificar, dogmaticamente,


em 10 linhas, a razão pela qual o legislador adopta a natureza de crime particular para certo
tipo de condutas sociais ético-socialmente reprovadas e criminalizadas.
FUNDAMENTO LEGAL: Justificação, nas palavras de FIGUEIREDO DIAS:
«O fundamento da existência de crimes particulares lato sensu reside, por um lado, em
que certas infracções (por exemplo, certas formas de ofensas corporais, danos, furtos,
injúrias, difamações) não se relacionam com bens jurídicos fundamentais da comunidade
de modo tão directo e imediato que aquela sinta, em todas as circunstâncias da lesão – v.g.,
atenta a sua insignificância –, necessidade de reagir automaticamente contra o infractor. Se
o ofendido entende não fazer valer a exigência de retribuição, a comunidade considera que o
assunto não merece ser apreciado em processo penal.
Complementa a consideração anterior a ideia de que em certas infracções (por
exemplo nos crimes sexuais, no furto entre parentes) a promoção processual contra ou sem
a vontade do ofendido pode ser inconveniente ou mesmo prejudicial para interesses seus
dignos de consideração, porque estreitamente relacionados com a sua esfera íntima ou
familiar; perante um tal conflito de interesses juridicamente relevantes o legislador dá
prevalência ao interesse do particular, considerado em si mesmo e no reflexo que assume em
interesses públicos.
A estas razões juntar-se-ão outras. Na verdade, não é estranha à existência de
crimes particulares em sentido amplo o actual mandamento político-criminal de
descriminalização aqui alcançado, não por via legal mas sim por via real68. Por outro
lado, está ainda presente uma outra linha de força do actual programa político-criminal
– a diversão (supra, n.º m. 28) –, nesta matéria conseguida através de uma mediação ainda
que mitigada».

CASO 268 – O princípio da legalidade significa, em matéria processual penal, que:


□ O Estado deve corresponder ao seu dever de administração e realização da justiça
penal, obtendo a condenação judicial de todos (e só) os culpados de infracções criminais.
□ Não há lugar a juízo de “oportunidade” sobre a promoção e prossecução do
processo penal, antes esta se apresenta como um dever para o Ministério Público uma vez
verificadas determinadas condições.
□ O Ministério Público está obrigado a promover o processo penal, abrindo
inquérito criminal, sempre que tenha adquirido a notícia de um crime e a deduzir a acusação
se tiver recolhido indícios suficientes de se ter verificado crime e de quem foi o seu agente.
□ Todas as asserções são verdadeiras.

68
Assim FIGUEIREDO DIAS como na nota 1, 21. Sobre a descriminalização, do
mesmo autor Direito Penal 2, § 2, n.º m. 28 ss.

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FUNDAMENTO LEGAL: Artigos 241.º e seguintes, e 262.º, n.º 2, e 283.º, n.º 1,
do CPP.

CASO 269 – O princípio da acusação significa, em matéria processual penal, que:


□ Não é ao advogado que cabe tal papel.
□ A imparcialidade e objectividade que, conjuntamente com a independência,
são condições indispensáveis de uma autêntica decisão judicial só estarão asseguradas
quando a entidade julgadora não tenha também funções de investigação preliminar e
acusação das infracções, mas antes possa apenas investigar e julgar dentro dos limites
que lhe são postos por uma acusação fundamentada e deduzida por um órgão
diferenciado (em regra o MP ou um juiz de instrução).
□ O Ministério Público está obrigado a acusar.
□ O juiz de instrução criminal está obrigado a pronunciar.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 32.º, n.º 5, da CRP 1976; artigos 40.º, 241.º, e
262.º, n.os 1 e 2, e 263.º, 276.º, n.º 1, 288.º, n.º 1, 358.º e 359.º, do CPP.

CASO 270 – Não basta, para que se dê satisfação às exigências materiais, contidas
no princípio da acusação, que o princípio se consagre, é ainda necessário que se respeitem as
implicações que dele substancialmente derivam. Diga quais das respostas concretizam tais
“implicações”:
□ O tribunal a quem cabe o julgamento não pode, por sua iniciativa, começar uma
investigação tendente ao esclarecimento de um crime e à determinação dos seus agentes.
□ A dedução da acusação é pressuposto de toda a actividade jurisdicional de
investigação, conhecimento e decisão, visto que ela afirma publicamente que sobre alguém
recai uma suspeita tão forte de responsabilidade por um crime que impõe uma decisão
judicial.
□ A acusação define e fixa, perante o tribunal, o objecto do processo.
□ Todas as asserções são verdadeiras.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 32.º, n.º 5, da CRP 1976; artigos 40.º, 241.º, e
262.º, n.os 1 e 2, e 263.º, 276.º, n.º 1, 288.º, n.º 1, 358.º e 359.º, do CPP.

CASO 271 – O princípio da investigação (“instrutório” ou “inquisitório”) ou da


verdade material, no processo penal português, significa que:
□ O poder-dever que ao tribunal incumbe de esclarecer e instruir
autonomamente, mesmo para além das contribuições da acusação (MP) e da defesa
(advogado), o “facto” sujeito a julgamento, criando aquele mesmo as bases necessárias
à sua decisão.
□ A dedução da acusação é pressuposto de toda a actividade jurisdicional de
investigação, conhecimento e decisão, visto que ela afirma publicamente que sobre alguém
recai uma suspeita tão forte de responsabilidade por um crime que impõe uma decisão
judicial.
□ Deve perseguir-se a verdade material.
□ Todas as asserções são verdadeiras.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 32.º, n.º 5, da CRP 1976; artigos 40.º, 241.º, e
262.º, n.os 1 e 2, e 263.º, 276.º, n.º 1, 288.º, n.º 1, 358.º e 359.º, do CPP.

CASO 272 – O princípio da contraditoriedade ou do contraditório significa que:


□ O juiz penal não deve levar a cabo a sua actividade solitariamente, mas deve, para
tanto, ouvir quer a acusação, quer a defesa.
□ Audiatur et altera pars e nemo potest inauditu damnari.

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□ O juiz não tem de (ou sequer deve) permanecer passivo a ouvir o debate que
perante ele se desenrola, pois toda a prossecução processual deve cumprir-se de modo a fazer
ressaltar não só as razões da acusação, mas também as da defesa.
□ Todas as asserções são verdadeiras.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 32.º, n.º 5, da CRP 1976; artigos 61.º, n.º 1,
alíneas a), b) e f), 69.º, n.º 1, alínea a), 298.º, 301.º, n.º 2, 321.º, n.º 3, 327.º, n.º 1, 355.º, n.º
2, e 360.º, n.os 1 e 2, do CPP; artigo 10.º, da DUDH; e artigo 6.º, CEDH.

CASO 273 – O princípio da suficiência, no processo penal, em contexto de


“questões prejudiciais”, significa que:
□ O processo penal é, em princípio, lugar adequado ao conhecimento de todas as
questões cuja solução se revele necessária à decisão a tomar.
□ O processo penal é promovido independentemente de qualquer outro e nele se
resolvem todas as questões que interessarem à decisão da causa.
□ Se não se contivesse dentro dos mais apertados limites a possibilidade de o
processo penal ser sustido ou interrompido – e, em todo o caso fracturado – pelo simples
surgimento nele de uma questão (penal ou sobretudo não penal) susceptível de uma cognição
judicial autónoma, pôr-se-iam em sério risco as exigências compreensíveis e relevantíssimas,
de concentração processual ou de continuidade do processo penal; e permitir-se-ia que, por
este modo, se levantassem indirectamente obstáculos ao exercício daquele processo.
□ Todas as asserções são verdadeiras.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 7.º, do CPP.

CASO 274 – Na compreensão do princípio da suficiência, no processo penal,


costuma aludir-se a três grupos ou espécies de questões prejudiciais. Procure, num texto com
não mais de 10 linhas, identificá-las e explicar o seu significado.
FUNDAMENTO LEGAL: Segundo FIGUEIREDO DIAS:
«a) as questões prejudiciais não penais em processo penal, v.g., a relativa à
propriedade de uma coisa objecto de um eventual crime de furto (questão prejudicial civil);
b) as questões prejudiciais penais em processo não penal, v.g., a atinente à falsificação
criminosa de um escrito com que se pretende fundar legalmente uma acção civil; c) as
questões prejudiciais penais em processo penal, v.g., a de saber se é criminoso um certo
facto ofensivo da honra e consideração de outrem, para efeito do n.º 4 do artigo 164.º do CP
(difamação = hoje, é o artigo 180.º, do CP).
Dentro do grupo a) haverá que dar particular atenção às questões prejudiciais
constitucionais em processo penal (cfr. artigo 280.º da Constituição). Tratar-se-á aqui de uma
prejudicialidade de certo modo diferente de todas as outras, que toca a legitimidade
constitucional (e portanto a validade) da própria lei aplicável, mas que nem por isso deixará
de se poder subsumir no conceito geral de questão prejudicial».

CASO 275 – O princípio da concentração significa que:


□ O processo penal exige uma prossecução tanto quanto possível unitária e
continuada de todos os termos e actos processuais, devendo o complexo destes, em todas as
fases do processo, desenvolver-se na medida do possível concentradamente, seja no espaço
seja no tempo.
□ A audiência é contínua decorrendo sem qualquer interrupção ou adiamento até ao
seu encerramento.
□ Se não se contivesse dentro dos mais apertados limites a possibilidade de o
processo penal ser sustido ou interrompido – e, em todo o caso fracturado – pelo simples
surgimento nele de uma questão (penal ou sobretudo não penal) susceptível de uma cognição
judicial autónoma, pôr-se-iam em sério risco as exigências compreensíveis e relevantíssimas,

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de concentração processual ou de continuidade do processo penal; e permitir-se-ia que, por
este modo, se levantassem indirectamente obstáculos ao exercício daquele processo.
□ Somente a 1.ª e 2.ª as asserções são verdadeiras.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 328.º, do CPP.

CASO 276 – Em matéria de princípios ligados à prova, costuma referir-se que o


princípio da investigação ou da verdade material significa que:
□ Em processo penal está em causa não a “verdade formal”, mas a “verdade
material”, que há-de ser tomada em duplo sentido: no sentido de uma verdade subtraída
à influência que, através do seu comportamento processual, a acusação e a defesa
queiram exercer sobre ela; mas também no sentido de uma verdade que, não sendo
“absoluta” ou “ontológica”, há-de ser antes de tudo uma verdade judicial, prática e
sobretudo, não uma verdade obtida a todo o preço mas processualmente válida.
□ A exclusão da ciência privada do juiz parece (“quod non est in actis non es in
mundo”).
□ Se não se contivesse dentro dos mais apertados limites a possibilidade de o
processo penal ser sustido ou interrompido – e, em todo o caso fracturado – pelo simples
surgimento nele de uma questão (penal ou sobretudo não penal) susceptível de uma cognição
judicial autónoma, pôr-se-iam em sério risco as exigências compreensíveis e relevantíssimas,
de concentração processual ou de continuidade do processo penal; e permitir-se-ia que, por
este modo, se levantassem indirectamente obstáculos ao exercício daquele processo.
□ Todas as asserções são verdadeiras.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 127.º, do CPP.

CASO 277 – Em matéria de princípios ligados à prova, costuma referir-se que o


princípio da livre apreciação da prova (ou sistema da “prova livre” ou “íntima convicção do
julgador”) significa que:
□ O juiz não tem de prestar contas a quem quer que seja.
□ A prova pode ser livre (sistema da prova livre) ou “amarrada” (sistema da prova
legal) a um valor atribuído à mesma pelo legislador.
□ A prova tem uma hierarquia concreta.
□ Não pode de modo algum querer apontar para uma apreciação imotivável e
incontrolável – e portanto arbitrária – da prova produzida. Se a apreciação da prova é,
na verdade, discricionária, tem evidentemente esta discricionariedade os seus limites
que não podem ser licitamente ultrapassados: a liberdade de apreciação da prova é, no
fundo, uma liberdade de acordo com um dever – o dever de perseguir a chamada
“verdade material” – de tal sorte que a apreciação há-de ser, em concreto, recondutível
a critérios objectivos e, portanto, em geral susceptível de motivação e controlo (possa
embora a lei renunciar à motivação e ao controlo efectivos.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 125.º, do CPP.

CASO 278 – O princípio da livre apreciação da prova ou da livre convicção do juiz


vale, em geral, no nosso direito processual penal, para todo o domínio da prova produzida.
□ Não é verdade.
□ É verdade.
□ Não é inteiramente verdade.
□ É verdade, mas com importantes limitações ou excepções que advêm, entre
outras, da prova testemunhal, do testemunho de “ouvi dizer”, da negação ou confissão
dos factos, do silêncio do arguido e da prova pericial.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 127.º, 128.º e seguintes, 129.º, 344.º, n.os 2, 3,
alínea c), e 4, 61.º, n.º 1, alínea c), 343.º, n.º 1, e 345.º, 163.º, n.º 1, 169.º, 170.º, do CPP.

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CASO 279 – O princípio “in dubio pro reo” (ou da “presunção de inocência do
arguido até à condenação”), ligado à prova penal, significa que:
□ Na dúvida, o melhor é condenar.
□ Em direito processual penal não existe o chamado ónus da prova formal,
segundo o qual as partes teriam o dever de produzir as provas necessárias a escorar as
suas afirmações de facto, sob pena de não verem os factos respectivos ser tidos como
provados.
□ A dúvida não é boa para o arguido.
□ É verdade, mas com importantes limitações ou excepções que advêm, entre outras,
da prova testemunhal, do testemunho de “ouvi dizer”, da negação ou confissão dos factos, do
silêncio do arguido e da prova pericial.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 9.º, da Decaração dos Direitos do Homem e do
Cidadão; artigo 11.º, n.º 1, da Declaração Universal da ONU; artigo 6.º, n.º 2, da CEDH.

CASO 280 – O princípio da publicidade, ligado à forma do processo penal, significa


que:
□ Não há julgamentos sem as portas abertas.
□ O Povo português deve assistir aos julgamentos para serem válidos.
□ As audiências dos tribunais são públicas, devendo por tal entender-se, de
acordo com o artigo 86.º, que a publicidade do processo implica a assistência, pelo
público em geral, à realização dos actos processuais; a narração dos actos processuais,
ou reprodução dos seus termos, pelos meios de comunicação social; e a consulta do auto
e obtenção de cópias, extractos e certidões de quaisquer partes dele.
□ Não existe segredo de justiça.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 206.º, da CRP 1976; artigo 86.º, e 321.º, do CPP.

CASO 281 – O princípio da oralidade, ligado à forma do processo penal, significa


que:
□ Ocorram actos que se processem sob a forma oral.
□ A oralidade significa a exclusão da escrita.
□ Quando se fala da “oralidade” como princípio geral do processo penal tem-
se pois em vista a forma oral de atingir a decisão: o processo será dominado pelo princípio
da escrita quando o juiz profere a decisão na base de actos processuais que foram
produzidos por escrito (actas, protocolos, etc.); será pelo contrário dominado pelo
princípio da oralidade quando a decisão é proferida com base em uma audiência de
discussão oral da matéria a considerar.
□ Tudo se grava no processo penal.
FUNDAMENTO LEGAL: artigos 96.º, 298.º, 348.º, 350.º, 355.º, 360.º, 363.º e
423.º, do CPP.

CASO 282 – O princípio da imediação, ligado à forma do processo penal, significa


que:
□ Existe uma relação de proximidade comunicante entre o tribunal e os
participantes no processo, de modo tal que aquele possa obter uma percepção própria
do material que haverá de ter como base da sua decisão.
□ Se proíbem as videoconferências.
□ Se proíbem as “testemunhas com identidade protegida”.
□ Tudo se passa à frente do juiz.
FUNDAMENTO LEGAL: artigos 96.º, 298.º, 348.º, 350.º, 355.º, 360.º, 363.º e
423.º, do CPP.

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CASO 283 – O princípio da proibição de auto-incriminação (“nemo tenetur se ipsum


accusare”) processo penal, significa que:
□ Ninguém é preso sem acusação.
□ Nenhuma pessoa deve ser obrigada (ou colocada na posição de) a contribuir,
com actos ou palavras, para a sua auto-incriminação.
□ Tem direito ao silêncio.
□ Se presume inocente.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 32.º, n.º 2, da CRP 1976; artigo 61.º, n.º 1, alínea
d), do CPP.

CASO 284 – O princípio da proibição de “alienação do fim”, em matéria probatória,


no processo penal português, significa que:
□ Não se pode alienar o fim de uma prova.
□ Nenhuma prova, envolvendo dados de carácter pessoal, colhidos para um
certo fim, pode ser utilizada, no processo penal, para fim distinto do que presidiu à sua
recolha e tratamento.
□ A prova não pode ser alheia ao processo penal.
□ O sangue colhido para análise clínicas não pode ser utilizado para análises
forenses.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 187.º, n.º 7, do CPP.

CASO 285 – O princípio da “integridade e força probatória” da “prova para além


de qualquer dúvida razoável”, em matéria probatória, no processo penal português, significa
que:
□ A acusação deve carrear, para o processo penal, prova que, fora de qualquer
“dúvida”, permita “derrubar” a presunção de inocência de que goza todo o arguido, até ao
trânsito em julgado de uma sentença condenatória.
□ A prova tem de ser “íntegra”, não contaminada e possuidora de força probatória
bastante para ultrapassar a soleira da “prova para além de qualquer dúvida razoável”.
□ Não basta produzir prova penal, há que fazê-lo de modo a que ela seja propíica a
manter a crença, para além de qualquer dúvida razoável, de que o investigado, suspeito ou
arguido cometeu os factos sob investigação criminal.
□ Todas as asserções são verdadeiras.
FUNDAMENTO LEGAL: artigos 1.º, 2.º, 9.º, alínea b), 18.º, n.os 2 e 3, 20.º, n.os
1 e 4, 25.º e 27.º, da CRP 1976; 187.º, n.º 7, do CPP.

CASO 286 – O princípio da plenitude da assistência dos juízes significa que:


□ Somente podem intervir na sentença os juízes que hajam efectivamente
assistido a todos os actos de instrução e discussão praticados na audiência de
julgamento, com vista à correcção do julgamento da causa, quer em sede de
apuramento da matéria de facto, quer em sede da matéria de direito.
□ Só os juízes presentes é que decidem.
□ Todos os juízes têm de estar presentes para decidir.
□ Devem estar sempre presentes os juízes no julgamento.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 328.º-A, do CPP, introduzido pela Lei n.º
27/2015, de 14 de Abril.

CASO 287 – O princípio da “cientificidade forense” (imparcialidade, autonomia,


independência, integridade, pluralidade democrático-científica, fidelidade, rigor,
compromisso, proibidade e adesão a um “padrão ético-social mais elevado”) significa que:

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□ As perícias de investigação-exploração-explicação (da “cena do crime”) deve
respeitar, simultaneamente, as regras de produção do conhecimento científico e jurídico.
□ O conhecimento científico forense deve possuir as seguintes características:
imparcialidade, autonomia, independência, integridade, pluralidade democrático-científica,
fidelidade, rigor, compromisso, probidade e adesão a um “padrão ético-social mais elevado”.
□ As 1.ª e 2.ª asserções são verdadeiras.
□ O conhecimento científico é único e o jurídico é plural.
FUNDAMENTO LEGAL:

CASO 288 – O princípio da “lealdade” ou da “igualdade de armas” entre a acusação


e a defesa significa que:
□ O Ministério Público, enquanto “dominus” da acção penal pública, não pode, por
estratégia processual, “esconder”, sonegar ou ocultar provas da defesa, com vista a usufruir
de uma aparente posição mais confortável e prevalente.
□ O Ministério Público deve fornecer à defesa, quer lhes sejam favoráveis ou não,
todos os elementos de prova de que lança mão para sustentar a sua acusação, não podendo
fazer jus a cálculos de oportunidade ou de estratégia processual, atento os critérios de estrita
objectividade e legalidade por que se deve reger.
□ As 1.ª e 2.ª asserções são verdadeiras.
□ O MP deve ser leal.
FUNDAMENTO LEGAL: artigos 13.º, 18.º, n.os 2 e 3, 20.º, n.os 1 e 4, 32.º, n.os 1 e
5, 202.º, 219.º, n.º 1, da CRP 1976.

CASO 289 – O princípio da proibição de aniquilamento do “âmbito mínimo” ou


“nuclear da intimidade” significa que:
□ Não vale todo o tipo de prova, no processo penal português, visto que alguma
prova, quando ferir ou melindrar, de modo insuportável, o âmbito mínimo ou nuclear da
intimidade deve ser considerada proibida.
□ A exigência de que, por força da eminente dignidade da pessoa humana, não se
destrua o seu direito à reserva da intimidade da vida privada, pessoal e familiar, que impedirá
o desabrochamento (est)ético-existencial dessa pessoa.
□ As 1.ª e 2.ª asserções são verdadeiras.
□ Não se pode tocar na dignidade da pessoa humana.
FUNDAMENTO LEGAL: artigos 1.º, 18.º, n.os 2 e 3, 26.º, 34.º, n.os 1 e 4, 35.º, n.os
1 e 5, da CRP 1976; artigo 126.º, da CPP.

CASO 290 – O princípio da proibição de “alienação do fim” significa que:


□ Fica proibido, em matéria probatória, no processo penal português,
transportar ou efectuar a “transmigração” da prova obtida e produzida num processo
para outro, sem que haja uma devida ponderação judicial e um contexto legal
autorizativo para o efeito.
□ A prova pode passar de um processo para outro.
□ Não há prova se o sujeito estiver alienado.
□ Não se pode usar o sangue das análises clínicas para as perícias de ADN forenses.
FUNDAMENTO LEGAL: artigos 187.º, n.º 7, da CPP, artigo 34.º, n.º 3, da Lei n.º
5/2008, de 12 de Fevereiro, alterada pela Lei n.º 40/2013, de 25 de Junho.

CASO 291 – O princípio da subsidiariedade “em cascata”, para dentro e para fora,
dos métodos ocultos, ou da preferência pelos métodos menos lesivos, significa que:
□ A impossibilidade de cumular dois métodos ocultos de investigação criminal;
□ Um nível de subsidiariedade para fora dos métodos ocultos.

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□ Um nível de subsidiariedade para dentro dos métodos ocultos.
□ Todas as asserções são verdadeiras.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 18.º, n.º 2, e 272.º, da CRP 1976.

CASO 292 – O princípio da subsidiariedade “em cascata”, para dentro e para fora,
dos métodos ocultos, ou da preferência pelos métodos menos lesivos, significa que:
□ Deve dar-se preferência aos métodos (ocultos ou não) menos lesivos ou “abertos”,
“não ocultos ou descobertos” de investigação criminal face aos métodos “ocultos”;
□ Um nível de subsidiariedade para fora dos métodos ocultos – deve dar-se
preferência aos métodos “não ocultos” face aos “ocultos”.
□ Um nível de subsidiariedade para dentro dos métodos ocultos – entre os métodos
ocultos de investigação deve operar uma relação de subsidiariedade, preferindo-se os menos
lesivos aos mais lesivos, com proibição de cumular dois métodos ocultos.
□ Todas as asserções são verdadeiras.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 18.º, n.º 2, e 272.º, da CRP 1976.

CASO 293 – O princípio da “unidade do sistema jurídico probatório” ou da não


validade da prova obtida mediante conduta que configure o preenchimento de um tipo legal
de crime (ou “relação de mútua complementaridade funcional”) significa que:
□ A não validade da prova obtida mediante conduta que configure o preenchimento
de um tipo legal de crime ou;
□ A existência de uma “relação de mútua complementaridade funcional” entre a lei
substantiva penal e a processual.
□ Só valem como prova dos factos ou coisas reproduzidas as reproduções
fotográficas, cinematográficas, fonográficas ou que hajam sido obtidas por qualquer outro
meio electrónico ou quaisquer reproduções mecânicas, desde que a sua obtenção não
preencha um ilícito criminal.
□ Todas as asserções são verdadeiras.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 167.º, n.º 1, do CPP; artigo 9.º, do Código Civil.

CASO 294 – O princípio da relativa inoperatividade probatória de método científico


não corroborado com outros significa que:
□ Ninguém deve ser criminalmente punido com base em prova exclusivamente
“científica” e não corroborada ou coonestada com outros meios complementares de
(obtenção da) prova e não “contextualizada”, social e geograficamente;
□ A prova científica é passível de erro, falsificação e contaminação, pelo que se
exige que, para os evitar, haja a devida coonestação ou corroboração por outros (tipos de)
meios de prova;
□ A prova científica é incriminatoriamente inoperante se não for complementada
com outra que não possua essa natureza.
□ Todas as asserções são verdadeiras.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 38.º, da Lei n.º 5/2008, de 12 de Fevereiro,
alterada pela Lei n.º 40/2013, de 25 de Junho.

CASO 295 – O princípio do controlo ou (segurança e da proibição de contaminação


ou) da manutenção da “cadeia de custódia” (“chain of custody”) significa que:
□ Exigem-se adequados níveis de controlo e segurança nos processos de
produção de toda a prova penal;
□ A prova deve ser guardada num cofre ou no frigorífico;
□ A prova é confidencial.

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□ O controlo, a segurança e a garantia da não não contaminação são vertentes ou
aspectos que não importam para a prova penal.
FUNDAMENTO LEGAL: artigos 31.º a 33.º, da Lei n.º 5/2008, de 12 de
Fevereiro, alterada pela Lei n.º 40/2013, de 25 de Junho.

CASO 296 – O princípio da presunção de inocência ou do “ónus probandi


acusatório” significa que:
□ O arguido é sempre presumido inocente até ao trânsito em julgado de uma decisão
condenatória;
□ O arguido é inocente;
□ O arguido só é inocente se não tiver sido condenado;
□ A presunção de inocência do arguido obriga o MP a ter de carrear, para o
processo penal, prova basstante para lograr êxito da acusação e obter uma sentença
condenatória com trânsito em julgado para pôr cobro à dita presunção.
FUNDAMENTO LEGAL: artigos 1.º, 18.º, n.os 2 e 3, 25.º, 26.º e 27.º, 32.º, n.º 2,
da CRP 1976.

CASO 297 – O princípio da defesa ou da plenitude das garantias de defesa (ou “mais
ampla defesa”) significa que:
□ O arguido tem o direito a utilizar todos os meios de defesa permitidos por lei,
desde que não sejam inúteis, despropositados, repetitivos ou dilatórios;
□ O arguido só utiliza a prova que o juiz e o MP permitirem;
□ O arguido só se defende plenamente com prova admitida;
□ O arguido só pode usar prova prevista na lei processual penal.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 32.º, n.º 1, da CRP 1976; artigo 340.º, n.º 4, do
CPP.

CASO 298 – O princípio da legalidade da prova ou do “relativo fechamento” da


“cláusula aberta” do artigo 125.º, do CPP, significa que:
□ Só pode ser utilizada prova que não haja sido expressamente proibida;
□ Todas as provas que não hajam sido proibidas por lei não poderiam deixar de ser
integradas no processo penal português;
□ A cláusula aberta de entrada de novos métodos probatórios pode vir a
“fechar-se” em virtude de o novo meio de (obtenção da) prova ofender, em grau
insuportável, um direito fundamental e, por isso, não se afigurar possível, à luz do
disposto no artigo 18.º, n.os 2 e 3, da CRP 1976, a sua “entrada” no acervo de métodos
probatórios legitimados no actual CPP;
□ Todas as asserções são verdadeiras.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 32.º, n.º 1, da CRP 1976; artigo 340.º, n.º 4, do
CPP.

CASO 299 – O princípio da precaução em contexto de “incerteza jurídico-


científica” significa que:
□ Face ao “naufrágio” do sistema científico em granjear a devida prova, para a
ligação de um resultado criminoso a uma conduta do agente, dever-se-á considerar que isso
é um convite para a retirada da “cena” (do crime) do criminólogo forense e a entrada, de
pleno, do jurista;
□ O ónus da prova estaria revertido em proveito dos juristas;
□ Este princípio de precaução vem revelar, simultaneamente, uma dupla
relatividade, quer no que respeita à prova científica, quer no que respeita à prova
jurídica;

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□ O jurista tem de chorar antes de doer.
FUNDAMENTO LEGAL:

CASO 300 – O princípio da pertinência semiótica (vestígio, indício e prova)


significa que:
□ O criminólogo forense tem de possuir um conhecimento específico e amplo
(“saber”), uma formação adequada e vasta (“formação”) e, em não poucos casos, deverá
valer-se dos conhecimentos que foi adquirindo ao longo da sua vida de investigador,
estudioso e criminólogo forense (“experiência”);
□ A cena do crime contém os vestígios, sinais, indícios, mas, depois, por meio de
uma actividade intelectual de “significação” ou de mobilização dos “meaning-making
processes” é que se vai “eleger” como “candidato positivo de prova” um dado elemento ou
sinal (completamente insignificante ao “olho nu” ou ao “olho não cientificamente guiado”
que se encontra na cena do crime;
□ O criminólogo forense é chamado, simultaneamente, a uma investigação
(“enquête”) e questionamento (“quête”) de natureza epistemológico e empírico;
□ Todas as asserções são verdadeiras.
FUNDAMENTO LEGAL:

CASO 301 – O princípio da não violação das regras da racionalidade e lógica


discursivo-jurídica significa que:
□ Num Estado de Direito Democrático, exige-se que o discurso jurídico, em geral,
e, o incriminatório, em especial, obedeçam a certas regras e formas que são imprescindíveis
à demonstração da possibilidade e validade da sua fundamentação racional;
□ As decisões judiciais têm de se caracterizar por “consensos racionais” que são
susceptíveis de uma “justificação discursiva” a partir das denominadas “regras de
argumentação”;
□ O discurso jurídico deve seguir regras que são, antes de mais, específicas da
racionalidade discursiva;
□ Todas as asserções são verdadeiras.
FUNDAMENTO LEGAL:

3.2. Sujeitos do processo

3.2.1. Do juiz e do tribunal

A – TÓPICOS DE DESENVOLVIMENTO:
3.2. Sujeitos do processo – artigos 8.º a 84.º, do Código de Processo Penal.
PARTE I
LIVRO I – Dos Sujeitos do Processo
TÍTULO I – Do Juiz e do tribunal
CAPÍTULO I – Da jurisdição – artigos 8.º a 9.º, do Código de Processo Penal.
CAPÍTULO II – Da Competência
SECÇÃO I – Competência material e funcional – artigos 10.º a 18.º, do Código de
Processo Penal.
SECÇÃO II – Competência territorial – artigos 19.º a 23.º, do Código de Processo
Penal.
SECÇÃO III – Competência por conexão – artigos 24.º a 31.º, do Código de
Processo Penal.
CAPÍTULO III – Da declaração de incompetência – artigos 32.º e 33.º, do Código
de Processo Penal

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CAPÍTULO IV – Dos conflitos de competência – artigos 34.º a 36.º, do Código de
Processo Penal.
CAPÍTULO V – Da obstrução ao exercício da jurisdição – artigos 37.º e 38.º, do
Código de Processo Penal.
CAPÍTULO VI – Dos impedimentos, recusas e escusas – artigos 39.º a 47.º, do
Código de Processo Penal.
TÍTULO II – Do Ministério Público e dos órgãos de polícia criminal – artigos 48.º
a 56.º, do Código de Processo Penal.
TÍTULO III – Do arguido e do seu defensor – artigos 57.º a 67.º, do Código de
Processo Penal.
TÍTULO IV – Da Vítima – artigo 67.º-A, do Código de Processo Penal.
TÍTULO V – Do assistente – artigos 68.º a 70.º, do Código de Processo Penal.
TÍTULO VI – Das partes civis – artigos 71.º a 84.º, do Código de Processo Penal –
aprovado pelo Decreto-Lei n.º 78/87, de 17-02, alterado pela Declaração de 31/03/1987,
Decretos-Leis n.os 387-E/87, de 29-12, e 212/89, de 30-06, Lei n.º 57/91, de 13-08, Decretos-
Leis n.os 423/91, de 30-10, 343/93, de 01/10, 317/95, de 28/11, Leis n.os 59/98, de 25/08, 3/99,
de 13/01, 7/2000, de 27/05, Decreto-Lei n.º 320-C/2000, de 15/12, Lei n.º 30-E/2000, de
20/12, Declaração de Rectificação n.º 9-F/2001, de 31-03, Lei n.º 52/2003, de 22-08,
Declaração de Rectificação n.º 16/2003, de 29-10, Decreto-Lei n.º 324/2003, de 27-12, Lei
n.º 48/2007, de 29-08, Declaração de Rectificação n.º 100-A/2007, de 26-10, Decreto-Lei n.º
34/2008, de 26-02, Leis n.os 52/2008, de 28-08, 115/2009, de 12-10, 26/2010, de 30-08,
20/2013, de 21-02, Declaração de Retificação n.º 21/2013, de 19-04, e Lei Orgânica n.º
2/2014, de 06-08, e Leis n.os 27/2015, de 14-04, 58/2015, de 23-06, e 130/2015, de 04-09.

TÍTULO I – Do juiz e do tribunal.


CAPÍTULO I – Da jurisdição
3.2.1. Do juiz e do tribunal – artigos 8.º a 47.º, do Código de Processo Penal.
3.2.1.1. Administração da justiça penal – artigo 8.º, do CPP.
3.2.1.2. Exercício da função jurisdicional penal – artigo 9.º, do CPP.
CAPÍTULO II – Da competência
SECÇÃO I – Competência material e funcional
3.2.1.3. Disposições aplicáveis – artigo 10.º, do CPP.
3.2.1.4. Competência do Supremo Tribunal de Justiça – artigo 11.º, do CPP.
3.2.1.5. Competência das relações – artigo 12.º, do CPP.
3.2.1.6. Competência do tribunal do júri – artigo 13.º, do CPP.
3.2.1.7. Competência do tribunal colectivo – artigo 14.º, do CPP.
3.2.1.8. Determinação da pena aplicável – artigo 15.º, do CPP.
3.2.1.9. Competência do tribunal singular – artigo 16.º, do CPP.
3.2.1.10. Competência do juiz de instrução – artigo 17.º, do CPP.
3.2.1.11. Tribunal de Execução das Penas – artigo 18.º, do CPP.
SECÇÃO II – Competência territorial
3.2.1.12. Regras gerais – artigo 19.º, do CPP.
3.2.1.13. Crime cometido a bordo de navio ou aeronave – artigo 20.º, do CPP.
3.2.1.14. Crime de localização duvidosa ou desconhecida – artigo 21.º, do CPP.
3.2.1.15. Crime cometido no estrangeiro – artigo 22.º, do CPP.
3.2.1.16. Processo respeitante a magistrado – artigo 23.º, do CPP.
SECÇÃO III – Competência por conexão
3.2.1.17. Casos de conexão – artigo 24.º, do CPP.
3.2.1.18. Conexão de processos da competência de tribunais com sede na mesma
comarca – artigo 25.º, do CPP.
3.2.1.19. Limites à conexão – artigo 26.º, do CPP.

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3.2.1.20. Competência material e funcional determinada pela conexão – artigo 27.º,
do CPP.
3.2.1.21. Competência determinada pela conexão – artigo 28.º, do CPP.
3.2.1.22. Unidade e apensação dos processos – artigo 29.º, do CPP.
3.2.1.23. Separação dos processos – artigo 30.º, do CPP.
3.2.1.24. Prorrogação da competência – artigo 31.º, do CPP.
CAPÍTULO III – Da declaração de incompetência
3.2.1.25. Conhecimento e dedução da incompetência – artigo 32.º, do CPP.
3.2.1.26. Efeitos da declaração de incompetência – artigo 33.º, do CPP.
CAPÍTULO IV – Dos conflitos de competência
3.2.1.27. Casos de conflito e sua cessação – artigo 34.º, do CPP.
3.2.1.28. Denúncia do conflito – artigo 35.º, do CPP.
3.2.1.29. Resolução do conflito – artigo 36.º, do CPP.
CAPÍTULO V – Da obstrução ao exercício da jurisdição
3.2.1.30. Pressupostos e efeito – artigo 37.º, do CPP.
3.2.1.31. Apreciação da decisão – artigo 38.º, do CPP.
CAPÍTULO VI – Dos impedimentos, recusas e escusas
3.2.1.32. Impedimentos – artigo 39.º, do CPP.
3.2.1.33. Impedimentos por participação em processo – artigo 40.º, do CPP.
3.2.1.34. Declaração de impedimento e seu efeito – artigo 41.º, do CPP
3.2.1.35. Recurso – artigo 42.º, do CPP.
3.2.1.36. Recusas e escusas – artigo 43.º, do CPP.
3.2.1.37. Prazos – artigo 44.º, do CPP.
3.2.1.38. Processo e decisão – artigo 45.º, do CPP.
3.2.1.39. Termos posteriores – artigo 46.º, do CPP.
3.2.1.40. Extensão do regime de impedimentos, recusas e escusas – artigo 47.º, do
CPP.

B – CASOS PRÁTICOS E QUESTÕES TEÓRICO-PRÁTICAS A


RESOLVER:

CASO 302 – São sujeitos do processo:


□ O tribunal, o Ministério Público, o arguido, o assistente e as partes civis;
□ O juiz, o Ministério Público, os órgãos de polícia criminal, o arguido e as
testemunhas;
□ O juiz, o Ministério Público, o defensor e o advogado do assistente;
□ O arguido, o assistente, as partes civis e as testemunhas69.
FUNDAMENTO LEGAL: ANTES (2015): Artigos 8.º a 84.º do Código de
Processo Penal.

CASO 303 – São sujeitos do processo:


□ O juiz, o Ministério Público, os órgãos de polícia criminal, o arguido e as
testemunhas;
□ O tribunal, o Ministério Público, o arguido, a vítima, o assistente e as partes
civis;
□ O juiz, o Ministério Público, o defensor e o advogado do assistente;
□ O arguido, o assistente, as partes civis e as testemunhas70.

69
Caso Prático retirado do Exame para Admissão ao Curso de Inspectores da PJ de 2006.
70
Caso Prático retirado do Exame para Admissão ao Curso de Inspectores da PJ de 2006.

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FUNDAMENTO LEGAL: DEPOIS (2015): Artigos 8.º a 84.º do Código de
Processo Penal. NOTA BEM: a resposta, após a Lei n.º 130/2015, de 04 de Setembro, que
aditou o artigo 67.º-A (Vítima) é diferente e deveria contar com uma hipótese explicitada
como a 2.ª que se assinalou como certa.

CASO 304 – Considera-se “autoridade judiciária”:


□ O juiz;
□ O juiz, o juiz de instrução criminal;
□ O juiz, o juiz de instrução criminal e o Ministério Público;
□ O juiz, o juiz de instrução e o Ministério Público, cada um relativamente aos
actos processuais que cabem na sua competência.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 1.º, alínea b), do CPP.

CASO 305 – Considera-se “órgão de polícia criminal”:


□ Todas as entidades policiais a quem caiba levar a cabo quaisquer actos ordenados
por uma entidade judiciária;
□ Todas as entidades policiais a quem caiba levar a cabo actos determinados pelo
CPP;
□ A polícia judiciária, a PSP e a polícia marítima;
□ Todas as entidades e agentes policiais a quem caiba levar a cabo quaisquer
actos ordenados por uma autoridade judiciária ou determinados pelo CPP.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 1.º, alínea c), do CPP.

CASO 306 – Considera-se “autoridade de polícia criminal”:


□ Todas as entidades policiais a quem caiba levar a cabo quaisquer actos ordenados
por uma entidade judiciária;
□ Todas as entidades policiais a quem caiba levar a cabo actos determinados pelo
CPP;
□ A polícia judiciária, a PSP e a polícia marítima;
□ Os directores, oficiais, inspectores e subinspectores de polícia e todos os
funcionários policiais a quem as leis respectivas reconhecerem aquela qualificação.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 1.º, alínea d), do CPP.

CASO 307 – Considera-se “suspeito”:


□ Toda a pessoa relativamente à qual exista indício de que cometeu ou se
prepara para cometer um crime, ou que nele participou ou se prepara para participar;
□ Toda a pessoa relativamente à qual existem vestígios de cometimento de um
crime;
□ Toda a pessoa apanhada em flagrante delito;
□ Toda a pessoa acusada pelo MP.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 1.º, alínea e), do CPP.

CASO 308 – Considera-se “terrorismo”:


□ As condutas que integrarem os crimes de organização terrorista, terrorismo e
terrorismo internacional;
□ As condutas que integrarem os crimes de organização terrorista;
□ As condutas que integrarem os crimes de terrorismo;
□ As condutas que integrarem os crimes de terrorismo internacional.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 1.º, alínea i), do CPP.

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CASO 309 – Considera-se “criminalidade violenta”:
□ As condutas que dolosamente atingirem a integridade física e a vida das pessoas;
□ As condutas que condutas que dolosamente se dirigirem contra a vida, a
integridade física, a liberdade pessoal, a liberdade e autodeterminação sexual ou a autoridade
pública e forem puníveis com pena de prisão de máximo igual ou superior a 5 anos;
□ As condutas que atingirem dolosamente a liberdade pessoal;
□ As condutas que atingirem dolosamente a vida humana.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 1.º, alínea j), do CPP.

CASO 310 – Considera-se “criminalidade especialmente violenta”:


□ As condutas que dolosamente atingirem a integridade física e a vida das pessoas;
□ As condutas que condutas que dolosamente se dirigirem contra a vida, a
integridade física, a liberdade pessoal, a liberdade e autodeterminação sexual ou a
autoridade pública e forem puníveis com pena de prisão de máximo igual ou superior a
8 anos;
□ As condutas que atingirem dolosamente a liberdade pessoal;
□ As condutas que atingirem dolosamente a vida humana.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 1.º, alínea l), do CPP.

CASO 311 – Considera-se “criminalidade altamente organizada”:


□ As condutas que dolosamente atingirem a integridade física e a vida das pessoas;
□ As condutas que integrarem crimes de associação criminosa, tráfico de
pessoas, tráfico de armas, tráfico de estupefacientes ou de substâncias psicotrópicas,
corrupção, tráfico de influência, participação económica em negócio ou
branqueamento;
□ As condutas que atingirem dolosamente a liberdade pessoal;
□ As condutas que atingirem dolosamente a vida humana.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 1.º, alínea m), do CPP.

CASO 312 – São, presentemente, órgãos de polícia criminal:


□ A Autoridade da Concorrência, a Guarda Nacional Republicana, Pessoal da
Carreira Florestal da GNR, Polícia de Segurança Pública, Administração Tributária e
Aduaneira, Instituto da Segurança Social, Polícia Marítima, Polícia Judiciária, Serviço
de Estrangeiro e Fronteiras, Inspecção-Geral do Ambiente e do Ordenamento do
Território;
□ A Autoridade da Concorrência, a Guarda Nacional Republicana, Pessoal da
Carreira Florestal da GNR, Polícia de Segurança Pública, Administração Tributária e
Aduaneira, Instituto da Segurança Social, Polícia Marítima, Polícia Judiciária, Serviço de
Estrangeiro e Fronteiras, Inspecção-Geral do Ambiente e do Ordenamento do Território e os
guardas prisionais;
□ Inspecções Gerais da Administração Pública Directa e Indirecta, guardas
prisionais, polícias municipais, funcionários judiciais, Comissão do Mercado de Valores
Mobiliários, Direcção-Geral das Alfândegas e dos Impostos Especiais sobre o Consumo;
Entidade Reguladora do Sector Eléctrico, Entidade Reguladora da Comunicação Social,
Entidade Reguladora dos Serviços das Águas e Resíduos, Autoridade de Supervisão dos
Fundos e Pensões, Autoridade Nacional de Aviação Civil, Autoridade da Mobilidade
Terrestre, Autoridade Nacional de Comunicações, Autoridade Nacional de Segurança
Rodoviária, Secretário-Geral do Sistema de Segurança Interna;
□ A Autoridade da Concorrência, a Guarda Nacional Republicana, Pessoal da
Carreira Florestal da GNR, Polícia de Segurança Pública, Administração Tributária e

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Aduaneira, Instituto da Segurança Social, Polícia Marítima, Polícia Judiciária, Serviço de
Estrangeiro e Fronteiras, Inspecção-Geral do Ambiente e do Ordenamento do Território e os
guardas prisionais, Secretário-Geral do Sistema de Segurança Interna.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 1.º, alínea c), do CPP (ver diplomas de cada uma
das entidades identificadas como tal: artigos 1.º e 12.º, da Lei n.º 63/2007, de 6.11, artigos
1.º e 11.º da Lei n.º 53/2007, de 31.8; artigo 5.º, do Decreto-Lei n.º 22/2006, de 2.2 conjugado
com o artigo 2.º do Decreto-Lei n.º 111/98, de 24.4; artigo 40.º, n.º 2, do RGIT, aprovado
pelo n.º 1 do artigo 1.º da Lei n.º 15/2001, de 5.6; artigo 2.º, n.º 2, do Estatuto aprovado pelo
Decreto-Lei n.º 248/95, de 21.9; artigos 1.º e 11.º da Lei n.º 37/2008, de 6.8; artigos 1.º e 12.º,
n.º 1, alínea b), da Lei n.º 63/2007, de 6.2; artigo 1.º, n.º 2, do Decreto-Lei n.º 252/2000, de
16.10; artigos 2.º, alínea n), e 11.º, do Decreto-Lei n.º 276-B/2007, de 31.7).

CASO 313 – O princípio da legalidade do processo (“sine processum sine legem”)


significa que:
□ Só nos termos de um processo previsto em lei ou diploma equivalente pode
ser aplicada pena ou medida de segurança;
□ Ninguém é punido fora de um processo penal;
□ Sem processo não há pena;
□ A lei indica a forma de seguir o processo.
FUNDAMENTO LEGAL: artigos 165.º, n.º 1, alínea c), e 205, n.º 1, da CRP e no
artigo 6.º da CEDH.

CASO 314 – O princípio da legalidade das medidas de coacção e de garantia


patrimonial significa que:
□ Só pode ser aplicada uma medida cautelar restritiva da liberdade das pessoas
que se encontre prevista previamente na lei;
□ Não se pode aplicar analogicamente uma medida de coacção;
□ Só as medidas de coacção e de garantia patrimonial legalmente previstas é que são
válidas;
□ A liberdade das pessoas impede a aplicação de medidas de coacção e de garantia
patrimonial.
FUNDAMENTO LEGAL: artigos 27.º e 62.º da CRP e no artigo 5.º, n.º 1, da
CEDH, tendo sido consagrada no artigo 191.º do CPP.

CASO 315 – O princípio da legalidade da acção penal significa que:


□ O MP avança com a acção sob a alçada da lei;
□ O MP está obrigado por lei a fazer seguir a acção penal;
□ Verificando-se os pressupostos processuais e havendo indícios suficientes da
prática do facto, a decisão de submeter o facto criminoso a julgamento é obrigatória
para o MP;
□ O MP é o “dominus” da acção penal.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 219.º, da CRP 1976.

CASO 316 – Num pequeno texto, claro, sucinto e coerente, procure abordar a
temática dos limites da integração de lacunas no processo penal português.
FUNDAMENTAÇÃO LEGAL: artigo 4.º, do CPP.
Segundo PAULO P. ALBUQUERQUE:
«Os limites da integração de lacunas são: (1) o julgador não pode aplicar
analogicamente normas excepcionais (artigo 11.º do CC), (2) o julgador não pode aplicar
analogicamente normas processuais materiais (sobre este ponto, ver a anotação ao artigo
5.º) em violação do princípio da legalidade criminal, por força do artigo 29.º, n.º 3, da CRP,

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e do artigo 7.º da CEDH; (3) o julgador não pode aplicar analogicamente normas processuais
proprio sensu em violação do direito constitucional de acesso aos tribunais, por força do
artigo 20.º, n.º 1, da CRP, e do artigo 6.º, § 1.º, da CEDH».

CASO 317 – Num pequeno texto, procure identificar e concretizar o conteúdo dos
principais princípios estruturantes do actual processo penal português.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 4.º, do CPP.
Segundo PAULO P. ALBUQUERQUE:
«a. O princípio da jurisdição.
b. O princípio do juiz natural.
c. O princípio da legalidade do processo.
d. O princípio do processo equitativo.
e. O princípio da acusação ou do acusatório.
f. O princípio do contraditório.
g. O princípio da lealdade.
h. O princípio da celeridade».

CASO 318 – O princípio da jurisdição significa que:


□ Só pode ser aplicada uma pena criminal por um tribunal;
□ Nenhuma pena criminal ou medida de segurança pode ser aplicada fora de
um tribunal judicial;
□ Não podem existir tribunais especiais para perseguir e punir certo tipo de crimes;
□ Os tribunais comuns e não os marítimos é que devem julgar o crime contra a
segurança da navegação.
FUNDAMENTO LEGAL: artigos 202.º e 209.º, n.º 4, da CRP e no artigo 8.º do
CPP; artigo 169.º do Decreto-Lei n.º 33.252, de 20.11.1943.

CASO 319 – O princípio do juiz natural significa que:


□ Só pode ser aplicada uma pena criminal por um tribunal;
□ Nenhuma causa pode ser subtraída ao tribunal cuja competência esteja
fixada em lei anterior;
□ Não podem existir tribunais especiais para perseguir e punir certo tipo de crimes;
□ Os tribunais comuns e não os marítimos é que devem julgar o crime contra a
segurança da navegação.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 32.º, n.º 9, da CRP 1976.

CASO 320 – O princípio da legalidade do processo penal significa que:


□ Só nos termos de um processo previsto em lei ou diploma equivalente pode
ser aplicada pena criminal ou medida de segurança;
□ O processo penal obedece à lei;
□ Não há pena sem lei processual penal;
□ Ninguém pode ser punido fora de um processo penal.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 165.º, n.º 1, alínea c), e 205.º, n.º 1, da CRP 1976, no
artigo 6.º da CEDH e nos artigos 2.º e 9.º do CPP.

CASO 321 – O princípio do processo (célere, justo e) equitativo significa que:


□ O processo penal deve ser acelerado;
□ A causa deve ser julgada mediante processo equitativo, que reconheça ao
acusador (Ministério Público ou assistente) e ao arguido uma posição de igualdade
material (“igualdade de armas”), tal como é naturalmente imposto pelo princípio da
igualdade;

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□ O processo penal deve ser justo;
□ O processo penal deve levar à justiça.
FUNDAMENTO LEGAL: artigos 2.º, 13.º, 20.º, n.º 4, e 32.º, n.º 1, da CRP 1976;
e, ainda, por exemplo, o disposto nos artigos 283.º, n.º 3, alínea d), e n.º 7, e 315.º, n.º 4, do
CPP.

CASO 322 – O princípio da acusação ou do acusatório significa que:


□ A estrutura acusatória do processo supõe uma fase de investigação, secreta, sem
contraditório, dominada pelo Ministério Público, em que se define o objecto do processo, e
uma fase de julgamento, pública, com contraditório, dominada pelo juiz, em que se julga o
objecto do processo, impondo-se uma separação funcional e orgânica entre estas duas fases;
□ Quem acusa não julga e quem julga não acusa, competindo ao acusador definir o
objecto do processo e vincular tematicamente o julgador;
□ O princípio da acusação representa, pois, uma concretização constitucional do
princípio da imparcialidade do tribunal;
□ Todas as asserções são verdadeiras.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 32.º, n.º 5, da CRP; e, ainda, o disposto nos
artigos 40.º e 311.º, n.º 2, alínea a), e n.º 3, do CPP.

CASO 323 – O princípio do contraditório significa que:


□ Qualquer sujeito ou participante processual deve ser ouvido sobre as questões em
que for “interessado” ou que o “afectem” e, designadamente, sobre a produção de meios de
prova;
□ As partes em contenda devem ser ouvidas (o princípio do contraditório), sendo
esta uma das principais garantias do processo judicial;
□ Não deve ser dada a oportunidade quer à acusação quer à defesa de ter
conhecimento e comentar as petições requeridas e a prova produzida pela outra parte;
□ Somente as duas 1.as asserções são verdadeiras.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 32.º, n.º 5, da CRP 1976; e, ainda, o disposto nos
artigos 36.º, n.º 1, 107.º, n.º 2, 165.º, n.º 2, 321.º, n.º 3, 323.º, alínea f), 327.º, n.º 2, 340.º, n.º
2, 411.º, n.º 6, 413.º, n.º 1, 417.º, n.os 1 e 5, 439.º, n.º 1, 442.º, n.º 1, do CPP; artigo 6.º, § 1.º,
da CEDH.

CASO 328 – Num pequeno texto, coerente e conciso, com um máximo de 5 linhas,
pronuncie-se sobre a existência ou não de ónus de alegar em processo penal.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 78.º, n.º 3, do CPP.
Segundo PAULO P. ALBUQUERQUE:
«Não há ónus de contradizer no processo penal português, nem mesmo em relação
aos factos relativos à questão da responsabilidade civil (artigo 78.º, n.º 3). Por maioria de
razão, também não há ónus de alegar causas que excluem a ilicitude ou a culpa, nem
causas de extinção do procedimento criminal (caso julgado, litispendência, caso decidido,
prescrição do procedimento criminal, amnistia)».

CASO 329 – O princípio da lealdade tem duas vertentes. Procure, num pequeno
texto, coerente, claro e conciso, com não mais do que 15 linhas, pronunciar-se sobre este
tema.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 32.º, n.º 8, da CRP 1976; e, ainda, o disposto nos
artigos 118.º, 120.º, 123.º, 128.º e 401.º, do CPP.
Segundo PAULO P. ALBUQUERQUE:

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«O princípio da lealdade tem uma dupla vertente. Por um lado, respeita à produção
de prova e, por outro lado, respeita à condução dos sujeitos processuais no processo,
incluindo o juiz e o MP.
A primeira vertente do princípio consiste na proibição da aquisição e da produção
de meios de prova adquiridos por meios desleais, como decorre do artigo 32.º, n.º 8, da
CRP, e do artigo 128.º, do CPP.
A segunda vertente do princípio consiste na proibição do venire contra factum
proprium, como resulta do requisito da legitimidade estabelecido quer no regime de arguição
de nulidades, irregularidades e proibições de prova (ver a anotação aos artigos 118.º, 120.º e
123.º) quer no regime de interposição de recursos (ver a anotação ao artigo 401.º). Em
qualquer um dos destes regimes, o requisito da legitimidade está espelhado na palavra
“interessado”. Destarte, nenhum sujeito processual pode reagir contra facto ou decisão que
promoveu, a que anuiu ou com que concordou (acórdão Bricmont v. Bélgica, de 7.7.1989, e
STEFAN TRECHSEL, 2005: 161 e 215) e, por exemplo, os sujeitos processuais não podem
“aproveitar-se de alguma omissão ou irregularidade porventura cometida ao longo dos actos
processuais em que tiveram intervenção, guardando-a como um “trunfo” para, em fase
ulterior do processo, se e quando tal lhes pareça conveniente, a suscitarem e obterem a
destruição do processado” (acórdão do TC n.º 429/95 e, aplicando este princípio num caso
de falta de documentação dos actos processuais, o acórdão do STJ, de 29.4.2009, in CJ, Acs.
do STJ, XVII, 1, 253, ou afastando a revisão com base em “factos novos” conhecidos do
recorrente, o excelente acórdão do STJ, de 27.1.2010, in CJ, Acs. do SYJ, XVIII, 1, 203, ou
ainda no tocante à legitimidade do MP para recorrer de decisões que promoveu, o igualmente
distinto acórdão do STJ, de 7.7.2010, in CJ, Acs. do STJ, XVIII, 2, 221). Menos ainda podem
os sujeitos processuais praticar um acto processual depois de ultrapassada a fase própria para
o efeito, em que o podiam e deviam ter feito, com base em omissão ou irregularidade
processual que prejudica um outro sujeito processual (acórdão do STJ, de 19.5.2010, in CJ,
Acs. do STJ, XVIII, 2, 198; ver também a anotação ao artigo 119.º, n.º 12). Este princípio
vale também para os agentes do Estado e, em particular, para a autoridade judiciária, como
tem sido repetidamente acentuado pelo tribunal Constitucional, no entendimento de que
decorre do conceito de Estado de Direito um processo leal e respeitador da “confiança
legítima” dos cidadãos nas decisões dos tribunais (acórdãos do TC n.º 429/95, n.º 39/2004,
n.º 44/2004, n.º 159/2004 e n.º 722/2004, e acórdão do STJ, de 24.9.2003, in CJ, Acs. do STJ,
XI, 3, 177, e, de modo enfático, acórdão do TEDH Scoppola v. Itália (n.º 2) (GC), de
17.9.2009 (The Court considers that a person charged with an offence must be abble to
expect the state to act in good faith… it is contrary to the principle of legal certainty and the
protection of the legitimate trust of persons engaged in judicial proceedings for a State to be
able to reduce unilateral the advantages attached to the waiver of certain rights inherent in
the concept of fair trial), e na doutrina, FIGUEIREDO DIAS, 1996: 332, e 2007: 196,
DAMIÃO DA CUNHA, 2002 a: 455, 666 e 667, e, 2009: 574, GIL MOREIRA DOS
SANTOS, 2003: 401, CLAUS ROXIN, 1998: 64 e 65, KK-PFEIFFER, 2003, anotação 28.ª
da introdução, GOLLWITZER, 2005: 322 e 323, e MEYER-GÖSSNER, 2007: anotação 19.ª
da introdução). Ele está, aliás, expressamente enunciado no artigo 182.º do CPP italiano, no
regime das nulidades, que inspirou de perto a lei portuguesa. Os pontos II, 1.1. e 1.2. da
Directiva n.º 1/2008 da PGR, e ponto II 1.1. da Circular n.º 4/2010 também consagram
expressamente este dever de o MP sustentar nas fases processuais posteriores e em todas as
instâncias uma posição assumida previamente».

CASO 330 – Aborde, num texto conciso e claro, não superior a 15 linhas, a matéria
dos deveres de colaboração dos sujeitos processuais, no actual processo penal português.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 32.º, n.º 1, da CRP, e nos artigos 55.º, 61.º, n.º 1,
alínea d), 345.º, do CPP; artigo 6.º, § 1.º, da CEDH.

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Segundo PAULO P. ALBUQUERQUE:
«A condução de alguns sujeitos processuais no processo está também subordinada
a um dever de colaboração com o tribunal.
Há um dever de colaboração do MP com o tribunal com vista à “descoberta da
verdade material e à boa decisão da causa”, dada a sua função constitucional de promotor da
acção penal e de defensor da legalidade democrática.
Há um dever de colaboração do assistente com o tribunal e o MP com vista à
“descoberta da verdade material e à boa decisão da causa”, dado o seu papel de “colaborador”
do MP (artigo 69.º, n.º 1), sito é, de “acusador auxiliar” da acusação pública no processo que
tenha por objecto crimes públicos e semi-públicos; por maioria de razão, este dever de
colaboração do assistente com o tribunal existe também no processo que tenha por objecto
crimes particulares, dado o papel de “acusador principal” do assistente nesse processo.
Há um dever de colaboração do lesado, do demandado que não seja
simultaneamente arguido e do interveniente com o tribunal ou o MP com vista à
“descoberta da verdade material e à boa decisão da causa”, no que respeita à questão da
responsabilidade civil.
Há um dever de colaboração do OPC com o tribunal e com o MP na descoberta
da verdade material, atento o seu papel de “coadjuvação” das autoridades judiciárias com
vista à realização das finalidades do processo (ver a anotação ao artigo 55.º).
Nem o arguido, nem o demandado seja simultaneamente arguido têm o dever
de colaboração com o tribunal ou o MP com vista à “descoberta da verdade material e à boa
decisão da causa” (nemo tenetur se ipsum accusare), dado o seu direito constitucional ao
silêncio (artigo 32.º, n.º 1, da CRP) (ver a anotação ao artigo 61.º). Da conjugação deste
direito com a inexistência daquele dever decorrem várias consequências práticas importantes:
(1) o arguido não tem de prestar depoimento, seja sob juramento ou não, seja incriminador
ou desculpante (ver a NOTA PRÉVIA ao Artigo 345.º); (2) o arguido não tem de entregar
quaisquer documentos ou outros elementos de prova que posam ser utilizados no (“nesse”)
processo contra ele (artigo 12.º do Decreto-Lei n.º 29/2008, de 25.2, e artigo 14.º, n.º 5, da
Lei n.º 109/2009, de 15.9, que consagram uma regra geral derivada do direito constitucional
ao silêncio, DÁ MESQUITA, 2010: 114, nota 66, admitindo, com base em jurisprudência
norte-americana, a injunção de entrega de dados auto-incriminadores se houver informação
prévia suficiente de que os documentos existem e estão na posse do visado e se demonstrar
de forma independente do suspeito que os documentos são da sua autoria, e SILVA DIAS e
VÂNIA RAMOS, 2009: 55, que concluem que, diante da suspeita, o sujeito fiscalizado deve
ser constituído arguido, competindo a um tribunal decidir sobre qual o interesse prevalecente
a partir desse momento, se o do arguido à não auto-incriminação, se o do órgão fiscalizador
à descoberta da verdade), pelo que nos casos previstos na lei, em que seja imposto o dever
de entrega de documentos ou outros elementos de prova no âmbito da colaboração devida
pelos cidadãos a órgãos de fiscalização da administração pública, estes elementos de prova
entregues pelo sujeito fiscalizado não podem ser utilizados contra ele em processo criminal
(esta é a tese da chinese Wall do Tribunal Constitucional alemão, segudno GOLLWITZER,
2005: 422, e é também a tese mais conforme com o artigo 14.º, n.º 3, alínea c), do PIDCP,
tendo o Comité dos Direitos Humanos, no caso Kelly v. Jamaica (comunicação 253/1987),
concluído que a proibição convencional “tem de ser entendida em termos da abstenção de
qualquer pressão directa ou indirecta, física ou psicológica, das autoridades investigadoras
sobre o acusado, com vista à obtenção de uma confissão”); (3) a pena do arguido não pode
ser agravada por ele não ter confessado, nem mostrado arrependimento, isto é, do silêncio do
arguido não se pode presumir que o arguido se conforma com o facto ou não está arrependido
(contra acórdão do STJ, de 5.2.1998, in CJ, Acs. do STJ, VI, 1, 190); (4) a pena do arguido
não pode ser agravada por ele imputar os factos a outra pessoa, mesmo que se venha a apurar
que essa pessoa nenhuma responsabilidade tem (mas contra acórdão do STJ, de 24.102006,

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in CJ, Acs. do STJ, XIV, 3, 216). O arguido tem o direito a expor quaisquer factos em sua
defesa e não pode ser censurado por a sua defesa ter sido julgada como provada».

CASO 331 – O princípio da celeridade significa que:


□ Consiste em que o arguido deve ser julgado no mais curto prazo compatível com
as garantias de defesa;
□ Os atrasos graves do processo imputáveis a quaisquer entidades públicas devem,
em regra, ser compensados com a atenuação especial da pena;
□ O atraso do processo imputável a entidades públicas como fundamento do
arquivamento do processo;
□ Somente as duas 1.as asserções são verdadeiras.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 32.º, n.º 2, da CRP, e artigos 72.º, n.º 2, alínea
d), do CP; artigos 323.º, alínea g), e 340.º, n.º 4, alínea c), e 362.º, n.º 2, do CPP.

CASO 332 – Num pequeno texto, não superior a 25 linhas, procure abordar os
designados princípios processuais penais “relativos à acção penal”.
FUNDAMENTO LEGAL: São os seguintes:
«a. O princípio da oficialidade.
b. O princípio da legalidade da acção penal.
c. O princípio da suficiência.
d. O princípio da adesão».

CASO 333 – O princípio da oficialidade significa que:


□ A iniciativa de investigar uma notícia do crime e a decisão de submeter o facto
criminoso a julgamento cabe a uma entidade oficial, o MP;
□ Não há um dever de investigar toda a notícia do crime, como não há uma reserva
absoluta da decisão de submeter um facto criminoso a julgamento em benefício do MP,
verificando-se quatro desvios: os crimes semi-públicos, os crimes particulares, os crimes
públicos em que é admissível a acção popular e as denúncias anónimas sem indícios;
□ O processo penal é de natureza oficiosa;
□ Somente as duas 1.as asserções são verdadeiras.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 219.º da CRP, e artigos 48.º, 262.º, n.º 2, do CPP.

CASO 334 – O princípio da legalidade da acção penal significa que:


□ A iniciativa de investigar uma notícia do crime e a decisão de submeter o facto
criminoso a julgamento cabe a uma entidade oficial, o MP;
□ Verificando-se os pressupostos processuais e havendo indícios suficientes da
prática do facto, a decisão de submeter o facto criminoso a julgamento é obrigatória para o
MP;
□ O legislador constituinte adoptou uma solução compromissória e flexível, no
sentido da prevalência do princípio da legalidade concatenada com o reconhecimento do
princípio da oportunidade (“exercer a acção penal orientada pelo princípio da legalidade”),
pelo que não há um dever constitucional de acusar sempre que se verifiquem indícios
suficientes da prática do facto criminoso;
□ Somente as duas últimas asserções são verdadeiras.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 219.º da CRP, e artigos 48.º, 262.º, n.º 2, do CPP.

CASO 335 – O princípio da suficiência significa que:


□ A promoção da acção penal não depende de qualquer outro processo e no processo
penal resolvem-se todas as questões prejudiciais que interessarem à decisão da causa;

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□ A promoção da acção penal não depende de qualquer outro processo e no
processo penal resolvem-se todas as questões prejudiciais que interessarem à decisão da
causa, excepto para questões prejudiciais sobre a existência de um crime;
□ No processo penal tudo se resolve para punir o criminoso;
□ Todas as asserções são verdadeiras.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 7.º, do CPP (natureza excepcional da norma).

CASO 336 – O princípio da adesão significa que:


□ O pedido de indemnização civil “fundado” na prática de um crime é deduzido no
processo penal respectivo;
□ O pedido de indemnização civil “fundado” na prática de um crime é deduzido
no processo penal respectivo, salvo algumas excepções legalmente previstas;
□ O pedido de indemnização civil, havendo lugar a crime, pode ser deduzido dentro
ou fora do processo penal;
□ A indemnização civil pode ser deduzida fora do processo penal onde se verifica o
facto lesivo originador da responsabilidade civil.
FUNDAMENTO LEGAL: artigos 71.º, do CPP; e, “excepções legalmente
previstas” nos artigos 72.º, 377.º, n.º 1, e 400.º, n.º 3, do CPP.

CASO 337 – Num pequeno texto, que não ultrapasse 20 linhas, procure, de modo
conciso, claro e coerente, abordar a temática dos princípios do processo penal ligados à
produção da prova.
FUNDAMENTO LEGAL: Tais princípios são:
«a. O princípio da publicidade.
b. O princípio da oralidade.
c. O princípio da concentração.
d. O princípio da investigação».

CASO 338 – O princípio da publicidade significa que:


□ A publicidade do processo abrange uma dupla vertente: a publicidade
interna, relativa ao acesso ao processo pelos sujeitos processuais que não sejam o MP e
o juiz e a publicidade externa, relativa ao acesso ao processo pelo público;
□ Há segredo de justiça;
□ Há publicidade interna;
□ Há publicidade externa.
FUNDAMENTO LEGAL: publicidade interna – artigo 32.º, n.º 5, 2.ª parte, da
CRP, e artigo 89.º, do CPP); publicidade externa – artigo 206.º da CRP, e artigos 86.º e
321.º do CPP).

CASO 339 – O princípio da oralidade significa que:


□ A publicidade do processo abrange uma dupla vertente: a publicidade
interna, relativa ao acesso ao processo pelos sujeitos processuais que não sejam o MP e
o juiz e a publicidade externa, relativa ao acesso ao processo pelo público;
□ Há segredo de justiça;
□ Há publicidade interna;
□ Há publicidade externa.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 96.º, do CPP.

CASO 340 – O princípio da concentração significa que:

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□ A audiência de julgamento é contínua, decorrendo sem qualquer interrupção ou
adiamento até ao seu encerramento, devendo a deliberação ser tomada e a sentença elaborada
em seguida ao encerramento da discussão;
□ A audiência de julgamento é contínua, decorrendo sem qualquer interrupção
ou adiamento até ao seu encerramento, devendo a deliberação ser tomada e a sentença
elaborada em seguida ao encerramento da discussão, ressalvando-se somente as
situações excepcionais legalmente admitidas (doença, necessidades fisiológicas,
descanso, etc.);
□ Todos os sujeitos têm de estar concentrados nas suas tarefas;
□ Não se admitem distrações.
FUNDAMENTO LEGAL: artigos 328.º, 365.º, n.º 1 e 373.º, n.º 1, do CPP.

CASO 341 – O princípio da investigação significa que:


□ O juiz tem competência para ordenar oficiosamente a produção de todos os meios
de prova que entenda necessários para “à descoberta da verdade” e à “boa decisão da causa”;
□ A “descoberta da verdade” respeita à imputação dos factos da acusação pública
ou particular e da contestação, à determinação das incriminações e das sanções e à fixação
da responsabilidade civil.
□ A “boa decisão da causa” respeita à verificação dos pressupostos processuais,
incluindo a determinação da competência do tribunal e da legitimidade dos sujeitos
processuais, e à decisão de todas as questões prévias, interlocutórias e incidentais, incluindo
a verificação dos pressupostos das medidas de coacção e de garantia patrimonial.
□ Todas as asserções são verdadeiras.
FUNDAMENTO LEGAL: artigos 323.º, alíneas a) e b), 327.º, n.º 2, e 340.º, n.os 1
e 2, do CPP.

CASO 342 – Num pequeno texto, claro e conciso, com um máximo de 20 linhas,
procure abordar a temática dos princípios relativos à decisão ou sentença.
FUNDAMENTO LEGAL: Há que aludir aos seguintes princípios:
«a. O princípio da livre apreciação da prova.
b. O princípio da imediação.
c. O princípio da presunção da inocência.
d. O princípio in dubio pro reo.
e. O princípio do caso julgado e do caso decidido».

CASO 343 – O princípio da livre apreciação da prova significa que:


□ A prova é apreciada segundo as regras da experiência e a livre apreciação da
entidade competente, com vista à descoberta da verdade material;
□ Este princípio concretiza os princípios constitucionais do Estado de Direito, da
separação e interdependência dos poderes e da independência dos tribunais consagrados nos
artigos 2.º e 203.º da CRP.
□ O processo penal prevê vários desvios a este princípio.
□ Todas as asserções são verdadeiras.
FUNDAMENTO LEGAL: artigos 2.º e 203.º, da CRP 1976; artigo 127.º, do CPP.

CASO 344 – O princípio da imediação significa que:


□ Só podem ser valoradas na sentença as provas que tiverem sido produzidas ou
examinadas na audiência de julgamento;
□ Este princípio tem natureza constitucional, pois considera-se que ele se encontra
ínsito na ideia de um Estado de Direito Democrático.

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□ O princípio não é uma garantia apenas da defesa, mas uma garantia da própria
sentença, pelo que ele protege tanto o arguido como o assistente;
□ Todas as asserções são verdadeiras.
FUNDAMENTO LEGAL: Excepções ao princípio – artigos artigos 129.º, n.º 1, e
356, n.os 1 a 5, e 357.º, n.º 1, do CPP.

CASO 345 – O princípio da presunção de inocência significa que:


□ Todo o arguido se presume inocente até ao trânsito em julgado da sentença de
condenação;
□ O princípio rege a valoração da prova pela autoridade judiciária, isto é, o processo
de formação da convicção sobre os meios de prova, mas também tem consequências
importantes em outras decisões tomadas no processo penal e fora dele;
□ O princípio não é uma garantia apenas da defesa, mas uma garantia da própria
sentença, pelo que ele protege tanto o arguido como o assistente;
□ Somente as duas 1.as asserções são verdadeiras.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 32.º, n.º 2, da CRP; artigo 6.º, § 2.º, da CEDH,
artigo 127.º, do CPP.

CASO 346 – O princípio do in dubio pro reo significa que:


□ Ele decorre do princípio da culpa e, em última instância, do princípio do Estado
de Direito;
□ Ele complementa o princípio da presunção da inocência, mas não se confunde com
este;
□ O princípio do in dubio pro reo dispõe que, finda a valoração da prova, a dúvida
insanável sobre os factos deve favorecer o arguido, ou seja, o princípio in dubio pro reo só
intervém depois de concluída a tarefa da valoração da prova e quando o resultado da
valoração da prova não é conclusivo, pelo que não se trata verdadeiramente de um princípio
de direito probatório, mas antes de uma regra de decisão na falta de uma convicção para além
da dúvida razoável sobre os factos;
□ Todas as asserções são verdadeiras.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 32.º, n.º 2, da CRP; artigo 6.º, § 2.º, da CEDH,
artigo 127.º, do CPP.

CASO 347 – O princípio do caso julgado significa que:


□ Ele exige que se proceda a uma aplicação genérica e indiferenciada ao processo
penal dos vários normativos que no processo civil tratam a questão;
□ Uma vez julgado determinados factos face a um agente, não pode repetir-se e
julgar-se novamente esse agente pelos mesmos factos em virtude do caso julgado que,
entretanto, se formou;
□ Uma vez julgado não há recurso;
□ Somente as 1.ª e 2.ª asserções são verdadeiras.
FUNDAMENTO LEGAL: artigos 4.º, 375.º e 376.º, do CPP.

CASO 348 – O princípio do caso decidido significa que:


□ O despacho final do inquérito proferido pelo MP não é uma sentença, nem
beneficia da protecção constitucional do artigo 29.º, n.º 5, da CRP, mas ele produz
efeitos jurídicos preclusivos importantes que são protegidos pela lei processual, isto é,
ele tem força de caso decidido;

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□ Uma vez julgado determinados factos face a um agente, não pode repetir-se e
julgar-se novamente esse agente pelos mesmos factos em virtude do caso julgado que,
entretanto, se formou;
□ Ele exige que se proceda a uma aplicação genérica e indiferenciada ao processo
penal dos vários normativos que no processo civil tratam a questão;
□ Uma vez julgado determinados factos face a um agente, não pode repetir-se e
julgar-se novamente esse agente pelos mesmos factos em virtude do caso julgado que,
entretanto, se formou;
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 29.º, n.º 5, da CRP 1976; e artigos 279.º, 282.º,
n.º 3, e 449.º, n.º 2, do CPP.

CASO 349 – O princípio do caso decidido significa que:


□ O despacho final do inquérito proferido pelo MP não é uma sentença, nem
beneficia da protecção constitucional do artigo 29.º, n.º 5, da CRP, mas ele produz
efeitos jurídicos preclusivos importantes que são protegidos pela lei processual, isto é,
ele tem força de caso decidido;
□ Uma vez julgado determinados factos face a um agente, não pode repetir-se e
julgar-se novamente esse agente pelos mesmos factos em virtude do caso julgado que,
entretanto, se formou;
□ Ele exige que se proceda a uma aplicação genérica e indiferenciada ao processo
penal dos vários normativos que no processo civil tratam a questão;
□ Uma vez julgado determinados factos face a um agente, não pode repetir-se e
julgar-se novamente esse agente pelos mesmos factos em virtude do caso julgado que,
entretanto, se formou.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 29.º, n.º 5, da CRP 1976; e artigos 279.º, 282.º,
n.º 3, e 449.º, n.º 2, do CPP.

CASO 350 – Num pequeno texto, não superior a 15 linhas, procure, de forma
concisa, clara e coerente, abordar o problema da aplicação da lei processual penal no tempo.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 4.º, do CPP.
Segundo PAULO P. ALBUQUERQUE:
«1. A aplicação da lei processual penal no tempo depende da natureza da norma em
causa. Há dois tipos de normas processuais: normas processuais materiais e normas
processuais proprio sensu.
2. As normas processuais materiais estão sujeitas ao princípio da legalidade
criminal. Essas normas são as normas processuais que representam, em termos materiais,
uma verdadeira pré-conformação da penalidade a que o arguido pode ficar sujeito.
3. O termo da referência para aferir da sucessão de normas processuais deste tipo é
o da data dos factos. As normas da lei nova são retroactivas quando são aplicadas a factos
verificados no período da vigência da lei anterior.
4. O artigo 29.º, n.º 4, da CRP não só proíbe que se aplique retroactivamente normas
processuais materiais menos favoráveis ao arguido, como impõe que se aplique
retroactivamente as normas processuais materiais mais favoráveis (ou menos desfavoráveis)
ao arugido. 5.
5. Por outro lado, quando as normas processuais materiais vigentes no momento da
prática do facto punível forem diferentes das estabelecidas em leis posteriores, é sempre
aplicável “o regime que concretamente se mostrar mais favorável ao agente”. Portanto, a
comparação da lei nova e da lei velha deve ser feita em termos concretos (isto é, em face das
características do caso concreto) e globais (ou seja, em face do conjunto das normas
aplicáveis), analogamente ao disposto no artigo 2.º, n.º 4, do CP. Vale neste tocante, por
maioria de razão, a doutrina do acórdão de fixação de jurisprudência do STJ n.º 11/2005, nos

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termos do qual, sucedendo-se no tempo leis sobre o prazo de prescrição do procedimento
contra-ordenacional, não poderão combinar-se, na escolha do regime concretamente mais
favorável, os dispositivos mais favoráveis de cada uma das leis concorrentes (ver também os
acórdãos nele citados, que se referem à questão mais geral da aplicação em bloco da sucessão
de leis penais no tempo).
6. São exemplos de normas processuais materiais: normas relativas à natureza
pública, semi-pública ou particular do ilícito criminal e, nomeadamente, normas que
transformem um crime público em crime semi-público (acórdãos do TC n.º 644/98, n.º
523/99 e 169/2002), normas relativas ao exercício, caducidade e desistência do direito de
queixa e de constituição como assistente (assento do STJ de 16.12.1987, tirado sobre o
“perdão de parte”, e, na doutrina, FIGUEIREDO DIAS, 1993: 679), normas relativas à
prescrição do procedimento criminal e, nomeadamente, aos prazos, causas de interrupção e
suspensão e efeitos da prescrição (acórdãos do TC n.º 523/99 e n.º 122/00, assento do STJ
n.º 1/98 e, no direito anterior, assento do STJ de 19.11.1975, in BMJ, 251, 75 e, no plano
internacional, acórdão do TEDH Cöeme e Outros v. Bélgica de 22.6.2000, e ainda na
doutrina, FIGUEIREDO DIAS, 1993: 700), normas relativas à aplicação, substituição e
revogação de medidas de coacção, com a excepção do termo de identidade e residência (no
tocante aos prazos de prisão preventiva, GOMES CANOTILHO e VITAL MOREIRA, 2007:
490, mas contra os acórdãos do TC n.º 155/88 e n.º 70/90, jurisprudência expressamente
repudiada pelo acórdão do TC n.º 250/92), normas relativas ao ónus da prova (certíssimo,
acórdão do TRL, de 20.1.2000, in CJ, XXV, 1, 141), normas relativas à fundamentação das
decisões (acórdão do STJ, de 3.10.2002, in CJ, Acs. do STJ, X, 3, 185), normas relativas à
reformatio in pejus em recurso interposto apenas pelo arguido (acórdãos do TC n.º 250/92,
n.º 451/93, n.º 339/97, e n.º 183/2001) e normas relativas à liberdade condicional e liberdade
para prova (acórdão do TRC, de 16.3.2000, in CJ, XXV, 5, 42, e, na doutrina, desde logo,
TAIPA DE CARVALHO, 2008: 351 e 352, e PEDRO CAEIRO, 2001: 243) ou normas
relativas à fixação do limite da pena aplicável no âmbito dos procedimentos sumários
(acórdão do TEDH Scoppola v. Itália (GC), de 17.9.2009). Em qualquer um destes casos, a
sucessão de leis no tempo é, pois, regida pelo artigo 29.º, n.º 4, da CRP (também neste
sentido, além dos Autores já citados, FERNANDA PALMA, 2008: 1377, concluindo que
“não deixa de se poder invocar directamente o artigo 29.º, n.º 4, a partir de um conceito amplo
de leis penais, quando a lei nova interferir com uma posição processual do arguido,
reconhecendo direitos essenciais à defesa que, em última análise, a não serem reconhecidos,
poriam em causa uma condenação de acordo com o princípio da legalidade ou do processo
justo e equitativo”)».

CASO 351 – Num pequeno texto, não superior a 15 linhas, procure, de forma
concisa, clara e coerente, abordar o problema da aplicação da lei processual penal no espaço.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 6.º, do CPP.
Segundo PAULO P. ALBUQUERQUE:
«1. Estabelece-se a regra da territorialidade na aplicação da lei processual penal
portuguesa. Só a lei processual portuguesa se aplica em território português e a lei processual
portuguesa aplica-se em território português a todos os cidadãos, quer sejam Portugueses ou
não. Há, contudo, restrições, tais como as imunidades fundadas no direito internacional e no
direito constitucional (ver a anotação aos artigos 139.º e 227.º).
2. A aplicação das normas de direito processual português fora do território nacional
pode decorrer de tratados, convenções ou tratados internacionais».

CASO 352 – Por força do princípio da suficiência do processo penal, verifica-se


que:

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□ O tribunal penal tem competência para decidir todas as questões prejudiciais
penais e não penais que interessarem à decisão da causa;
□ Quando o tribunal penal entender que é necessário decidir a questão prejudicial
num tribunal não penal o processo deve ser suspenso para que o tribunal competente decida,
sem se perder de vista que esta faculdade do tribunal penal é excepcional, por contrariar o
princípio constitucional do julgamento do processo penal no mais curto prazo possível;
□ Havendo uma questão prejudicial, em processo penal, o tribuntal tem de ter em
conta que o período máximo da suspensão do processo penal é de um ano, não se admitindo
prorrogações da suspensão para além deste prazo;
□ Todas as asserções são verdadeiras.
FUNDAMENTO LEGAL: artigos 20.º, n.os 1 e 4, e 32.º, n.º 2, da CRP 1976; e
artigo 7.º, do CPP.

CASO 353 – Identifique qual das opções não configura um dos três requisitos
cumulativos exigidos legalmente para que o juiz penal possa suspender o processo penal por
mor de uma questão prejudicial:
□ A questão prejudicial afigura-se como uma questão juridicamente autónoma e
essencial para a imputação do ilícito criminal no caso sub judice no tribunal penal, como, por
exemplo, a questão do estado civil das pessoas;
□ O tribunal penal está impedido legalmente ou impossibilitado em termos fácticos
de decidir a questão prejudicial pelos seus próprios meios;
□ O arguido e, se o houver e a questão lhe disser respeito, o responsável civil têm a
faculdade legal de discutir no tribunal não penal a questão prejudicial;
□ Não se afigurar conveniente proceder à devolução das questões (prejudiciais)
não penais.
FUNDAMENTO LEGAL: artigos 20.º, n.os 1 e 4, e 32.º, n.º 2, da CRP 1976; e
artigo 7.º, do CPP.

3.2.1. Do juiz e do tribunal

A – TÓPICOS DE DESENVOLVIMENTO:
3.2. Sujeitos do processo – artigos 8.º a 84.º, do Código de Processo Penal.
PARTE I
LIVRO I – Dos Sujeitos do Processo
TÍTULO I – Do Juiz e do tribunal
CAPÍTULO I – Da jurisdição – artigos 8.º a 9.º, do Código de Processo Penal.
CAPÍTULO II – Da Competência
SECÇÃO I – Competência material e funcional – artigos 10.º a 18.º, do Código de
Processo Penal.
SECÇÃO II – Competência territorial – artigos 19.º a 23.º, do Código de Processo
Penal.
SECÇÃO III – Competência por conexão – artigos 24.º a 31.º, do Código de
Processo Penal.
CAPÍTULO III – Da declaração de incompetência – artigos 32.º e 33.º, do Código
de Processo Penal
CAPÍTULO IV – Dos conflitos de competência – artigos 34.º a 36.º, do Código de
Processo Penal.
CAPÍTULO V – Da obstrução ao exercício da jurisdição – artigos 37.º e 38.º, do
Código de Processo Penal.
CAPÍTULO VI – Dos impedimentos, recusas e escusas – artigos 39.º a 47.º, do
Código de Processo Penal.

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TÍTULO II – Do Ministério Público e dos órgãos de polícia criminal – artigos 48.º
a 56.º, do Código de Processo Penal.
TÍTULO III – Do arguido e do seu defensor – artigos 57.º a 67.º, do Código de
Processo Penal.
TÍTULO IV – Da Vítima – artigo 67.º-A, do Código de Processo Penal.
TÍTULO V – Do assistente – artigos 68.º a 70.º, do Código de Processo Penal.
TÍTULO VI – Das partes civis – artigos 71.º a 84.º, do Código de Processo Penal –
aprovado pelo Decreto-Lei n.º 78/87, de 17-02, alterado pela Declaração de 31/03/1987,
Decretos-Leis n.os 387-E/87, de 29-12, e 212/89, de 30-06, Lei n.º 57/91, de 13-08, Decretos-
Leis n.os 423/91, de 30-10, 343/93, de 01/10, 317/95, de 28/11, Leis n.os 59/98, de 25/08, 3/99,
de 13/01, 7/2000, de 27/05, Decreto-Lei n.º 320-C/2000, de 15/12, Lei n.º 30-E/2000, de
20/12, Declaração de Rectificação n.º 9-F/2001, de 31-03, Lei n.º 52/2003, de 22-08,
Declaração de Rectificação n.º 16/2003, de 29-10, Decreto-Lei n.º 324/2003, de 27-12, Lei
n.º 48/2007, de 29-08, Declaração de Rectificação n.º 100-A/2007, de 26-10, Decreto-Lei n.º
34/2008, de 26-02, Leis n.os 52/2008, de 28-08, 115/2009, de 12-10, 26/2010, de 30-08,
20/2013, de 21-02, Declaração de Retificação n.º 21/2013, de 19-04, e Lei Orgânica n.º
2/2014, de 06-08, e Leis n.os 27/2015, de 14-04, 58/2015, de 23-06, e 130/2015, de 04-09.

TÍTULO I – Do juiz e do tribunal.


CAPÍTULO I – Da jurisdição
3.2.1. Do juiz e do tribunal – artigos 8.º a 47.º, do Código de Processo Penal.
3.2.1.1. Administração da justiça penal – artigo 8.º, do CPP.
3.2.1.2. Exercício da função jurisdicional penal – artigo 9.º, do CPP.
CAPÍTULO II – Da competência
SECÇÃO I – Competência material e funcional
3.2.1.3. Disposições aplicáveis – artigo 10.º, do CPP.
3.2.1.4. Competência do Supremo Tribunal de Justiça – artigo 11.º, do CPP.
3.2.1.5. Competência das relações – artigo 12.º, do CPP.
3.2.1.6. Competência do tribunal do júri – artigo 13.º, do CPP.
3.2.1.7. Competência do tribunal colectivo – artigo 14.º, do CPP.
3.2.1.8. Determinação da pena aplicável – artigo 15.º, do CPP.
3.2.1.9. Competência do tribunal singular – artigo 16.º, do CPP.
3.2.1.10. Competência do juiz de instrução – artigo 17.º, do CPP.
3.2.1.11. Tribunal de Execução das Penas – artigo 18.º, do CPP.
SECÇÃO II – Competência territorial
3.2.1.12. Regras gerais – artigo 19.º, do CPP.
3.2.1.13. Crime cometido a bordo de navio ou aeronave – artigo 20.º, do CPP.
3.2.1.14. Crime de localização duvidosa ou desconhecida – artigo 21.º, do CPP.
3.2.1.15. Crime cometido no estrangeiro – artigo 22.º, do CPP.
3.2.1.16. Processo respeitante a magistrado – artigo 23.º, do CPP.
SECÇÃO III – Competência por conexão
3.2.1.17. Casos de conexão – artigo 24.º, do CPP.
3.2.1.18. Conexão de processos da competência de tribunais com sede na mesma
comarca – artigo 25.º, do CPP.
3.2.1.19. Limites à conexão – artigo 26.º, do CPP.
3.2.1.20. Competência material e funcional determinada pela conexão – artigo 27.º,
do CPP.
3.2.1.21. Competência determinada pela conexão – artigo 28.º, do CPP.
3.2.1.22. Unidade e apensação dos processos – artigo 29.º, do CPP.
3.2.1.23. Separação dos processos – artigo 30.º, do CPP.
3.2.1.24. Prorrogação da competência – artigo 31.º, do CPP.

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CAPÍTULO III – Da declaração de incompetência
3.2.1.25. Conhecimento e dedução da incompetência – artigo 32.º, do CPP.
3.2.1.26. Efeitos da declaração de incompetência – artigo 33.º, do CPP.
CAPÍTULO IV – Dos conflitos de competência
3.2.1.27. Casos de conflito e sua cessação – artigo 34.º, do CPP.
3.2.1.28. Denúncia do conflito – artigo 35.º, do CPP.
3.2.1.29. Resolução do conflito – artigo 36.º, do CPP.
CAPÍTULO V – Da obstrução ao exercício da jurisdição
3.2.1.30. Pressupostos e efeito – artigo 37.º, do CPP.
3.2.1.31. Apreciação da decisão – artigo 38.º, do CPP.
CAPÍTULO VI – Dos impedimentos, recusas e escusas
3.2.1.32. Impedimentos – artigo 39.º, do CPP.
3.2.1.33. Impedimentos por participação em processo – artigo 40.º, do CPP.
3.2.1.34. Declaração de impedimento e seu efeito – artigo 41.º, do CPP
3.2.1.35. Recurso – artigo 42.º, do CPP.
3.2.1.36. Recusas e escusas – artigo 43.º, do CPP.
3.2.1.37. Prazos – artigo 44.º, do CPP.
3.2.1.38. Processo e decisão – artigo 45.º, do CPP.
3.2.1.39. Termos posteriores – artigo 46.º, do CPP.
3.2.1.40. Extensão do regime de impedimentos, recusas e escusas – artigo 47.º, do
CPP.
B – CASOS PRÁTICOS E QUESTÕES TEÓRICO-PRÁTICAS A
RESOLVER:

CASO 354 – Diga em que se traduz o princípio sine poena sine judicio que inspira
o disposto no artigo 8.º, do CPP:
□ Nenhuma pena criminal ou medida de segurança pode ser aplicada fora do
tribunal judicial;
□ Os tribunais são soberanos;
□ Nenhum juiz pode julgar sem processo adequado;
□ Não há pena sem processo penal.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 202.º, da CRP 1976; e artigo 8.º, do CPP; artigo
6.º, da CEDH.

CASO 355 – Diga em que se traduz o dever de coadjuvação:


□ O direito da autoridade judiciária à coadjuvação por todas as autoridades do
Estado e o dever destas conferirem preferência à coadjuvação solicitada sobre qualquer
outro serviço;
□ Os polícias devem ajudar as autoridades judiciárias;
□ Os órgãos de polícia criminal coadjuvam os tribunais;
□ A Polícia Judiciária coadjuva o Ministério Público na acção penal.
FUNDAMENTO LEGAL: artigos 9.º e 55.º, do CPP.

CASO 356 – Suponha que um antigo Primeiro-Ministro, de um Governo da


República Portuguesa, enquanto se encontrava no exercício das suas funções, cometeu vários
crimes de corrupção, recebimento indevido de vantagem patrimonial, falsificação de
documentos e fraude tributárias. Qual é o tribunal competente para conhecer de tais crimes?
□ O tribunal criminal (1.ª instância) territorialmente competente;
□ O Pleno das Secções Criminais do STJ;
□ A Secção Criminal do STJ;
□ O Tribunal da Relação de Lisboa.

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FUNDAMENTO LEGAL: artigo 11.º, n.º 3, alínea a), do CPP.

CASO 357 – Suponha, ainda, no condicionalismo factual anterior, que se se


afigurava necessário obter prova mediante ingerência nas comunicações electrónicas – uso
da internet, telefone e telemóvel – privadas do Primeiro-Ministro. Quem teria competência
para ordenar tal “ingerência” nas comunicações privadas?
□ O juiz da Secção Criminal do STJ;
□ O Pleno das Secções Criminais do STJ;
□ O Presidente do STJ;
□ O Tribunal da Relação de Lisboa.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 11.º, n.º 2, alínea b), do CPP.

CASO 358 – ANTÓNIO considera que o seu amigo PLATÃO se encontra preso/
injustificada e ilegalmente. Quem tem competência para conhecer de um eventual “habeas
corpus” que aqueleoutro venha a interpor em benefício destoutro?
□ O juiz da Secção Criminal do STJ;
□ O Pleno das Secções Criminais do STJ;
□ O Presidente do STJ;
□ As secções criminais do STJ.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 11.º, n.º 4, alínea c), do CPP.

CASO 359 – Suponha que um antigo Primeiro-Ministro, de um Governo da


República Portuguesa, enquanto se encontrava no exercício das suas funções, cometeu vários
crimes de corrupção, recebimento indevido de vantagem patrimonial, falsificação de
documentos e fraude tributárias. Quem é competente para dirigir a instrução?
□ O tribunal criminal (1.ª instância) territorialmente competente;
□ O Pleno das Secções Criminais do STJ;
□ A cada juiz das Secções Criminais do STJ;
□ O Tribunal da Relação de Lisboa.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 11.º, n.º 7, do CPP.

CASO 360 – ANTÓNIO é juiz no Tribunal de Soure. É acusado de ter cometido um


crime de recebimento indevido de vantagem patrimonial e outro de corrupção passiva. Que
tribunal tem competência para o julgar?
□ O tribunal criminal (1.ª instância) territorialmente competente;
□ O Pleno das Secções Criminais do STJ;
□ A cada juiz das Secções Criminais do STJ;
□ As Secções Criminais do Tribunal da Relação de Coimbra.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 12.º, n.º 3, alínea a), do CPP.

CASO 361 – ANTÓNIO, português, decidiu ir prestar serviço militar em forças


armadas inimigas, tendo-lhe vindo a ser imputado o crime previsto e punido no artigo 309.º,
do Código Penal. Poderá este julgamento ser da competência do tribunal de júri?
□ Não pode;
□ Pode;
□ Pode, sendo requerida a intervenção deste tribunal pelo MP;
□ Pode, sendo requerida a intervenção deste tribunal pelo MP, pelo assistente
ou pelo arguido, visto que respeita a um dos crimes que a lei processual admite como
passíveis de tal intervenção.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 13.º, n.º 1, do CPP.

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CASO 362 – ANTÓNIO matou a sua companheira de há mais de 40 anos. Poderá
o julgamento deste crime ocorrer mediante intervenção do tribunal de júri?
□ Pode, sendo requerida a intervenção deste tribunal pelo MP, pelo assistente
ou pelo arguido, visto que respeita a um dos crimes que a lei processual admite como
passíveis de tal intervenção;
□ Pode, sendo requerida a intervenção deste tribunal pelo MP;
□ Não pode;
□ Pode.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 13.º, n.º 2, do CPP.

CASO 363 – Suponha, em cada um dos casos anteriores – intervenção do tribunal


de júri –, que o MP (ou o assisente, ou o arguido), após meditar melhor, considera inoportuna
a intervenção do tribunal de júri e pretende retirar o seu requerimento. Poderá fazê-lo?
□ Pode;
□ Não pode;
□ Não pode, por o requerimento é irretractável;
□ Pode, se prestar caução.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 13.º, n.º 4, do CPP.

CASO 364 – ANA, que tem 18 anos, pretende saber se pode ser membro de um
tribunal de júri. O que lhe diria?
□ Pode;
□ Não pode;
□ Pode, nalgumas condições;
□ Pode, se possuir escolaridade obrigatória, não padecer de doença ou
anomalia física ou psíquica impeditiva do desempenho do cargo, estiver no pleno goz
dos seus direitos civis e políticos e não se encontrar presa ou detida, nem em estado de
contumácio ou ter já sofrido pena de prisão efectiva.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 3.º, n.º 1, alíneas a) (a contrario), b), c), d), e e),
do Decreto-Lei n.º 387-A/87, de 29 de Dezembro (Regime do Júri em Processo Penal).

CASO 365 – Procure identificar, nas várias opções, aquela que não corresponde à
competência do tribunal colectivo.
□ O julgamento dos processos que, não devendo ser julgados pelo tribunal do júri,
respeitarem a crimes previstos no título III e no Capítulo I do Título V do Livro II do Código
Penal e na Lei Penal Relativa às Violações do Direito Internacional Humanitário;
□ Julgar os processos que, não devendo ser julgados pelo tribunal singular,
respeitarem a crimes dolosos ou agravados pelo resultado, quando for elemento do tipo a
morte de uma pessoa e não devam ser julgados em processo sumário;
□ Julgar os processos que, não devendo ser julgados pelo tribunal singular,
respeitarem a crimes cuja pena máxima, abstratamente aplicável, seja superior a 5 anos de
prisão mesmo quando, no caso de concurso de infrações, seja inferior o limite máximo
correspondente a cada crime e não devam ser julgados em processo sumário.
□ Julgar os crimes de injúria.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 14.º, do CPP; artigos 181.º, 184.º, 188.º e 189.º,
do Código Penal; Decreto-Lei n.º 387-A/87, de 29 de Dezembro (Regime do Júri em Processo
Penal), Lei n.º 31/2004, de 22 de Julho, alterada pela Lei n.º 59/2007, de 04-09.

CASO 366 – Num pequeno texto, aborde a temática da distribuição de competências


entre o tribunal colectivo e o juiz presidente.
FUNDAMENTAL LEGAL: artigo 14.º, do CPP.

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TÓPICOs:
«A. competência exclusiva do juiz presidente;
B. competência exclusiva do tribunal colectivo;
C. competência concorrente do tribunal colectivo e do juiz presidente;
D. competência de qualquer juiz togado;
E. competência de qualquer juiz togado ou jurado».

CASO 367 – Diga qual das seguintes competências não pertence, em exclusivo, ao
juiz presidente:
□ Decidir sobre as causas de incapacidade e incompatibilidade e impedimentos,
escusa ou recusa dos jurados;
□ Ordenar a substituição do MP e do defensor e admitir o advogado faltoso no início
da audiência a intervir logo que comparecer.
□ Decidir sobre a justificação de faltas e as medidas de reacção à falta injustificada.
□ Não homologar a desistência da queixa ou da acusação particular e decidir
sobre a desistência da acusação.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 14.º, 51.º, n.º 2, 116.º, 330.º, n.º 1, e 330.º, n.º 2,
do CPP; artigo 7.º, n.º 4, do Decreto-Lei n.º 387-A/87, de 29 de Dezembro (Regime do Júri
em Processo Penal.

CASO 368 – Diga qual das seguintes competências não pertence, em exclusivo, ao
juiz presidente:
□ Ordenar oficiosamente, deferir ou indeferir a presença de alguma testemunha,
perito ou consultor técnico ou parte civil por ser indispensável à boa decisão da causa e
proceder à inquirição ou tomada de declarações dos presentes, mesmo que isso implique a
alteração da ordem de produção da prova;
□ Ordenar a detenção do arguido, testemunha, perito ou consultor técnico que
perturbem o decurso da audiência e tenham de intervir no acto ou cuja presença seja
indispensável;
□ Decidir sobre a aplicação de medidas de coacção e pronunciar-se sobre os pedidos
de habeas corpus em virtude de prisão ilegal;
□ Não ordenar a notificação edital do arguido e a declaração de contumácia e
os seus efeitos.
FUNDAMENTO LEGAL: artigos 85.º, n.º 2, 194.º, n.º 1, 223.º, n.º 1, 331.º, n.º 2,
332.º, n.º 4, do CPP.

CASO 369 – Diga qual das seguintes competências não pertence, em exclusivo, ao
juiz presidente:
□ Ordenar oficiosamente, deferir ou indeferir a dispensa das testemunhas, dos
peritos, do assistente e das partes civis do local da audiência;
□ Arbitrar a compensação a testemunhas, peritos e consultores técnicos;
□ Conhecer as incapacidades, as incompatibilidades, os impedimentos, as escusas e
as recusas dos jurados e dirigir o processo de designação de jurados efectivos e suplentes;
□ Não ordenar a notificação edital do arguido e a declaração de contumácia e
os seus efeitos.
FUNDAMENTO LEGAL: artigos 353.º, n.os 1 e 2, 317.º, n.os 1 e 2, do CPP; artigos
7.º e 13.º, do Decreto-Lei n.º 387-A/87, de 29.12.

CASO 370 – Diga qual das seguintes competências não pertence, em exclusivo, ao
juiz Presidente:
□ Ordenar o adiamento ou a interrupção da audiência;

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□ Ordenar que a audiência se inicie, prossiga ou se conclua fora dos dias úteis, fora
das horas de expediente dos tribunais ou no período de férias judiciais;
□ Deferir ou indeferir a prática de acto fora do prazo legal e determinar a renovação
dos actos a que o requerente tenha direito a assistir;
□ Nenhuma.
FUNDAMENTO LEGAL: artigos 103.º, n.º 2, alínea b), 328.º, n.º 5, do CPP.

CASO 371 – Diga qual das seguintes competências não pertence, em exclusivo, ao
Juiz Presidente:
□ Ordenar oficiosamente, deferir ou indeferir o requerimento para declaração da
excepcional complexidade do processo;
□ Restringir o acesso do público à audiência ou a parte da audiência ou em
declarações tomadas fora da audiência;
□ Admitir a assistência e a intervenção de pessoas por “razões atendíveis”, no caso
de audiência com exclusão de publicidade;
□ Não deferir ou indeferir a reprodução de peças processuais ou documentos
incorporados no processo até à sentença de 1.ª instância.
FUNDAMENTO LEGAL: artigos 107.º, 5, artigo 87.º, n.os 1 e 4, 88.º, n.º 2, alínea
a),127.º, 321.º, n.º 1, do CPP.

CASO 372 – Diga qual das seguintes competências não pertence, em exclusivo, ao
Juiz Presidente:
□ Deferir ou indeferir a transmissão ou registo de imagens ou de tomadas de som
relativas à audiência;
□ Ordenar oficiosamente, deferir ou indeferir a proibição de narração de actos
processuais quando tenha sido determinada a exclusão da assistência de público com base
nalguma das razões do artigo 87.º, n.º 2, valendo esta ordem até que o juiz determine a
publicidade da audiência;
□ Deferir ou indeferir a consulta do processo dentro ou fora da secretaria pelo
arguido, assistente, ofendido, lesado e responsável civil ou por qualquer outra pessoa que
nisso revelar interesse legítimo;
□ Nenhuma.
FUNDAMENTO LEGAL: artigos 88.º, n.os 2, alínea b), e 3, 89.º, n.º 4, 90.º, n.º 1,
do CPP.

CASO 373 – Diga qual das seguintes competências não pertence, em exclusivo, ao
Juiz Presidente:
□ Decidir sobre a publicidade da audiência para produção de prova suplementar;
□ Decidir sobre a ordem na audiência;
□ Declarar aberta a audiência;
□ Nenhuma.
FUNDAMENTO LEGAL: artigos 85.º, n.º 1, e artigo 323.º, alínea e), 329.º, n.º 3,
371.º, n.º 5, do CPP.

CASO 374 – Diga qual das seguintes competências não pertence, em exclusivo, ao
Juiz Presidente:
□ Ordenar a retirada da sala das pessoas que devam testemunhar ou ser ouvidas;
□ Fazer uma exposição sucinta sobre o objecto do processo e dar a palavra aos
sujeitos processuais presentes para indicar os factos que se propõem provar;
□ “Regular activamente” as exposições introdutórias, isto é, evitar que elas sejam
dilatórias ou se transformem em “alegações preliminares”.

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□ Decidir sobre as questões prévias ou incidentais, sendo elas, por exemplo, a
decisão sobre a incompetência do tribunal, o conflito de competência, e a obstrução ao
exercício da jurisdição.
FUNDAMENTO LEGAL: artigos 32.º, n.º 1, 35.º, n.º 1, 38.º, n.º 1, e 339.º, n.os 1
2 e 3, do CPP.

CASO 375 – Diga qual das seguintes competências não pertence, em exclusivo, ao
Juiz Presidente:
□ Requisitar o auxílio da força pública e dar ordens a esta força para repor e manter
o seu poder de presidência do acto processual;
□ Ordenar a detenção de pessoa que perturbe a ordem dos trabalhos, mas deva ainda
intervir ou estar presente, sendo a detenção até à altura da sua intervenção ou durante o tempo
em que a sua presença for indispensável;
□ Ordenar o afastamento de pessoas que assistem à audiência e, designadamente, de
menor de dezoito anos ou de quem, pelo seu comportamento, puser em causa a dignidade ou
a disciplina do acto;
□ Nenhuma.
FUNDAMENTO LEGAL: artigos 85.º, n.os 2 e 4, 87.º, n.º 6, e 324.º, do CPP.

CASO 376 – Diga qual das seguintes competências não pertence, em exclusivo, ao
Juiz Presidente:
□ Ordenar que o arguido se encontre sob as medidas de cautela necessárias para
prevenir o perigo de fuga ou actos de violência;
□ Advertir os advogados e defensores e retirar-lhes a palavra;
□ Comunicar oficiosamente, deferir ou indeferir o requerimento para comunicação
da alteração substancial ou não substancial dos factos e da qualificação jurídica dos factos e
concessão de prazo para preparação de defesa;
□ Nenhuma.
FUNDAMENTO LEGAL: artigos 325.º, n.os 3, 4 e 7, 326.º, 358.º, n.º 1 e 359.º, n.º
3, do CPP.

CASO 377 – Diga qual das seguintes competências não pertence, em exclusivo, ao
Juiz Presidente:
□ Conceder a palavra para alegações orais no final da produção da prova, admitir a
réplica, controlar a extensão das alegações, autorizar o seu prolongamento;
□ Conceder a palavra ao arguido para últimas declarações;
□ Encerrar a audiência;
□ Decidir sobre a conexão de processos na mesma fase processual e sobre a
separação de processos.
FUNDAMENTO LEGAL: artigos 30.º, n.º 1, e artigo 334.º, n.º 5, in fine, 360.º,
n.os 1, 2 e 3, 361.º, n.º 1, e 361.º, n.º 2, do CPP.

CASO 378 – Diga qual das seguintes competências não pertence, em exclusivo, ao
Juiz Presidente:
□ Conduzir os interrogatórios na audiência para produção de prova suplementar e
deferir ou indeferir pedidos de esclarecimento ou perguntas feitos pelos outros juízes,
jurados, MP, defensor ou o representante do assistente;
□ Ordenar oficiosamente, deferir ou indeferir a prática de actos urgentes ou cuja
demora possa acarretar perigo para a aquisição ou a conservação da prova, ou para a
descoberta da verdade;

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□ Ordenar oficiosamente, deferir ou indeferir a tomada de declarações fora do
tribunal, quer em simultâneo com a audiência de julgamento quer em momento distinto;
□ Nenhuma.
FUNDAMENTO LEGAL: artigos 318.º, n.º 1, e 319.º, n.º 1, 320.º, n.º 1, 371.º, n.º
3, do CPP.

CASO 379 – Diga qual das seguintes competências não pertence, em exclusivo, ao
Juiz Presidente:
□ Alterar a ordem de produção da prova e a ordem dos róis de testemunhas;
□ Dirigir e moderar a discussão e proibir expedientes manifestamente impertinentes
e dilatórios;
□ Nomear intérprete;
□ Nenhuma.
FUNDAMENTO LEGAL: artigos 92.º, n.º 2, 323.º, alínea g), 331.º, n.º 2, 348.º,
n.º 3, do CPP.

CASO 380 – Diga qual das seguintes competências não pertence, em exclusivo, ao
Juiz Presidente:
□ Alterar a ordem de produção da prova e a ordem dos róis de testemunhas;
□ Dirigir e moderar a discussão e proibir expedientes manifestamente impertinentes
e dilatórios;
□ Nomear intérprete;
□ Nenhuma.
FUNDAMENTO LEGAL: artigos 92.º, n.º 2, 323.º, alínea g), 331.º, n.º 2, 348.º,
n.º 3, do CPP.

CASO 381 – Diga qual das seguintes competências não pertence, em exclusivo, ao
Juiz Presidente:
□ Identificar o arguido e fazer-lhe as advertências e os avisos legais e determinar o
seu interrogatório separado;
□ Formular perguntas ao arguido em qualquer momento e deferir ou indeferir
perguntas requeridas pelo MP, pelo representante do assistente ou pelo defensor;
□ Ordenar oficiosamente, deferir ou indeferir que sejam mostradas ao arguido, ao
assistente, às partes civis e às testemunhas “quaisquer pessoas, documentos ou objectos
relacionados com o tema da prova”;
□ Decidir sobre impedimentos, recusas e escusas dos peritos, intérpretes e
funcionários de justiça.
FUNDAMENTO LEGAL: artigos 47.º, n.º 2, 342.º, n.os 1 e 2, e artigo 343.º, n.os 1,
2, 3 e 4, e artigo 344.º, n.º 1, e 345.º, n.os 1 e 2, do CPP.

CASO 382 – Diga qual das seguintes competências não pertence, em exclusivo, ao
Juiz Presidente:
□ Autorizar que o arguido, o assistente, a parte civil, a testemunha, o perito, o
consultor técnico e o intérprete se socorram de apontamentos escritos;
□ Ordenar oficiosamente, deferir ou indeferir a remessa das partes civis para
os tribunais civis;
□ Formular perguntas ao assistente e deferir ou indeferir perguntas requeridas pelo
MP, pelo defensor ou pelos representantes do assistente ou das partes civis;
□ Receber o juramento das testemunhas e o compromisso dos peritos e dos
intérpretes e fazer-lhes a advertência legal e decidir sobre a desnecessidade de prestação de
juramento.

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FUNDAMENTO LEGAL: artigos 82.º, n.º 3, 91.º, n.º 3, 96.º, n.º 2, e artigo 323.º,
alínea d), 346.º, n.º 1, do CPP.

CASO 383 – Diga qual das seguintes competências não pertence, em exclusivo, ao
Juiz Presidente:
□ Identificar as testemunhas e colocar-lhes perguntas em qualquer momento;
□ Inquirir as testemunhas menores de dezasseis anos e deferir ou indeferir perguntas
colocadas a estas testemunhas a pedido dos outros juízes, dos jurados, do MP, do defensor
ou dos representantes do assistente e das partes civis;
□ Decidir chamar pessoas a depor referidas no depoimento de ouvir dizer da
testemunha e autorizar o depoimento indirecto pela testemunha;
□ Decidir sobre se a confissão é livre, integral e sem reservas e se deve ter lugar
e em que medida a produção de prova quanto aos factos confessados.
FUNDAMENTO LEGAL: artigos 344.º, n.º 3, alínea c), e n.º 4, 348.º, n.º 1, 349.º,
do CPP.

CASO 384 – Diga qual das seguintes competências não pertence, em exclusivo, ao
Juiz Presidente:
□ Inquirir as testemunhas menores de dezasseis anos e deferir ou indeferir perguntas
colocadas a estas testemunhas a pedido dos outros juízes, dos jurados, do MP, do defensor
ou dos representantes do assistente e das partes civis;
□ Decidir chamar pessoas a depor referidas no depoimento de ouvir dizer da
testemunha e autorizar o depoimento indirecto pela testemunha;
□ Decidir sobre a conexão de processos na mesma fase processual e sobre a
separação de processos;
□ Verificar a aptidão física e mental da pessoa para prestar testemunha, determinar
a sua sujeição a perícia sobre a personalidade, decidir sobre o impedimento e a recusa a depor
como testemunha, advertir os parentes e afins do direito de não depor, decidir sobre a
legitimidade da escusa, e decidir sobre as imunidades e prerrogativas das testemunhas.
FUNDAMENTO LEGAL: artigos 30.º, n.º 1, 129.º, n.º 1, 131.º, n.os 2 e 3, 133.º e
134.º, 135.º, n.º 2, 334.º, n.º 5, in fine, 349.º, do CPP.

CASO 385 – Diga qual das seguintes competências não pertence, em exclusivo, ao
Juiz Presidente:
□ Tomar as medidas adequadas para protecção de testemunhas especialmente
vulneráveis;
□ Tomar declarações aos peritos e aos consultores técnicos e deferir ou indeferir os
pedidos de esclarecimento ou perguntas “sugeridos” pelos outros juízes, os jurados, o MP, o
defensor ou os representantes do assistente e das partes civis;
□ Ordenar oficiosamente, deferir ou indeferir a leitura, visualização ou audição de
documentos e autos de inquérito e de instrução.
□ Decidir sobre os demais pressupostos processuais (“questões prévias ou
incidentais susceptíveis de obstar à apreciação do mérito da causa das quais não tenha
ainda havido decisão”), incluindo ordenar oficiosamente, deferir ou indeferir a perícia
sobre o estado psíquico do arguido.
FUNDAMENTO LEGAL: artigos 324.º, alínea c), 338.º, n.º 1, 350.º, 351.º, n.os 1
e 2, 355.º, n.º 1, do CPP; artigos 26.º a 31.º, da Lei n.º 93/99, de 14.07.

CASO 386 – Diga qual das seguintes competências não pertence, em exclusivo, ao
Juiz Presidente:

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□ Controlar a legalidade das perguntas colocadas às testemunhas, proibindo as que
são ilegais;
□ Controlar a observância do modelo de “interrogatório directo” quer no que toca à
limitação do âmbito do contra-interrogatório à matéria tratada no interrogatório directo quer
no que respeita à legitimidade do MP, defensor e dos representantes do assistente e das partes
civis para contra-interrogar e, nomeadamente, autorizar o defensor de um co-arguido a
inquirir as testemunhas indicadas por um outro co-arguido;
□ Ordenar a consignação na acta da audiência de requerimentos orais e ordenar que
a transcrição dos requerimentos e protestos verbais seja feita somente depois da sentença se
os considerar dilatórios;
□ Todas as asserções são verdadeiras.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 98.º, n.º 3, 128.º, n.º 2, 130.º, 132.º, n.º 2, 138.º,
n.os 2 e 3, 348.º, n.os 4 e 6, 362.º, n.º 2, do CPP.

CASO 387 – Diga qual das seguintes competências não pertence, em exclusivo, ao
Juiz Presidente:
□ Assinar a acta da audiência e verificar o conteúdo da acta;
□ Decidir sobre a desconformidade entre o teor da acta e o ocorrido na audiência;
□ Certificar-se da conformidade da transcrição com as declarações quando forem
utilizados meios estenográficos, estenotípicos ou outros diferentes da escrita comum;
□ Todas as asserções são verdadeiras.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 100.º, n.os 1, 2, e 3, 101.º, n.º 2, 362.º, n.º 1, alínea
g), do CPP.

CASO 388 – Diga qual das seguintes competências não pertence, em exclusivo, ao
Juiz Presidente:
□ Conhecer de ilegalidades (nulidades ou irregularidades) atinentes a actos da
competência do juiz presidente;
□ Proceder à correcção das irregularidades da sentença e dos despachos por si
proferidos;
□ Decidir sobre a execução das sanções, custas, indemnizações e mais quantias
impostas no processo que correu diante do tribunal colectivo;
□ Todas as asserções são verdadeiras.
FUNDAMENTO LEGAL: artigos 122.º, n.º 3, 380.º, n.os 1 e 3, e 470.º, n.º 1, do
CPP.

CASO 389 – Diga qual das seguintes competências não pertence, em exclusivo, ao
Tribunal Colectivo:
□ Conhecer de ilegalidades (nulidades ou irregularidades) atinentes a actos da
competência do juiz presidente;
□ Decidir sobre a incompetência do tribunal, o conflito de competência, e a
obstrução ao exercício da jurisdição;
□ Decidir sobre os demais pressupostos processuais (“questões prévias ou
incidentais susceptíveis de obstar à apreciação do mérito da causa das quais não tenha ainda
havido decisão”), incluindo ordenar oficiosamente, deferir ou indeferir a perícia sobre o
estado psíquico do arguido;
□ Decidir sobre a conexão de processos na mesma fase processual e sobre a
separação de processos.
FUNDAMENTO LEGAL: artigos 30.º, n.º 1, 32.º, n.º 1, 35.º, n.º 1, 38.º, n.º 1,
334.º, n.º 5, in fine, 338.º, n.º 1, 351.º, n.os 1 e 2, do CPP.

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CASO 390 – Diga qual das seguintes competências não pertence, em exclusivo, ao
Tribunal Colectivo:
□ Decidir sobre impedimentos, recusas e escusas dos peritos, intérpretes e
funcionários de justiça;
□ Decidir sobre as questões atinentes à assistência por defensor, à substituição de
defensor e à representação judiciária dos assistentes;
□ Ordenar oficiosamente, deferir ou indeferir a remessa das partes civis para os
tribunais civis;
□ Todas as asserções são verdadeiras.
FUNDAMENTO LEGAL: artigos 47.º, n.º 2, 65.º, 66.º, n.os 2 e 3, 67.º, 70.º, n.º 1,
82.º, n.º 3, do CPP.

CASO 391 – Diga qual das seguintes competências não pertence, em exclusivo, ao
Tribunal Colectivo:
□ Deferir ou indeferir a produção de meios de prova requerida na audiência de
julgamento e, portanto, decidir sobre as proibições de prova; portanto, o juiz presidente defere
ou indefere a produção de meios de prova requerida antes da audiência de julgamento, mas
não tem competência para se pronunciar sozinho sobre os requerimentos de produção de
prova feitos na audiência;
□ Decidir sobre se a confissão é livre, integral e sem reservas e se deve ter lugar e
em que medida a produção de prova quanto aos factos confessados;
□ Determinar o exame no local;
□ Todas as asserções são verdadeiras.
FUNDAMENTO LEGAL: artigos 340.º, n.º 1, 344.º, n.º 3, alínea c), e n.º 4, 354.º,
do CPP.

CASO 392 – Diga qual das seguintes competências não pertence, em exclusivo, ao
Tribunal Colectivo:
□ Ordenar oficiosamente, deferir ou indeferir a suspensão das alegações para
produção de “meios de prova supervenientes”;
□ Ordenar a produção de “prova suplementar”, determinar os meios de prova que
devem ser produzidos;
□ Decidir sobre o caso de absoluta impossibilidade de a deliberação se seguir ao
encerramento da discussão;
□ Todas as asserções são verdadeiras.
FUNDAMENTO LEGAL: artigos 360.º, n.º 4, 365.º, n.º 1, 369.º, n.º 2, 371.º, n.º
1, do CPP.

CASO 393 – Diga qual das seguintes competências não pertence, em exclusivo, ao
Tribunal Colectivo:
□ Conhecer de ilegalidades (nulidades ou irregularidades) atinentes a actos da
competência do tribunal colectivo;
□ Proceder à correcção dos despachos proferidos pelo tribunal colectivo;
□ Decidir sobre o caso de absoluta impossibilidade de a deliberação se seguir ao
encerramento da discussão;
□ Submeter meios de prova oficiosamente; portanto, a produção do meio de
prova deve ser determinada pelo juiz presidente ou pelo conjunto dos juízes togados; se
um ou dois juízes asas do tribunal colectivo considerarem a produção de meio de prova
indispensável, não podem determinar a respectiva produção.

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FUNDAMENTO LEGAL: artigos 365.º, n.º 1, 380.º, n.º 3, (a competência do juiz
presidente funda-se no artigo 323.º, alíneas a) e b), e a competência do tribunal colectivo
funda-se nos artigos 327.º, n.º 2, e 340.º, n.º 2), do CPP.

CASO 394 – Diga qual das seguintes opções não configura uma competência
concorrente do tribunal colectivo e do juiz presidente:
□ Ordenar oficiosamente, deferir ou indeferir a suspensão das alegações para
produção de “meios de prova supervenientes”;
□ A 1.ª asserção;
□ Submeter meios de prova oficiosamente; portanto, a produção do meio de prova
deve ser determinada pelo juiz presidente ou pelo conjunto dos juízes togados; se um ou dois
juízes asas do tribunal colectivo considerarem a produção de meio de prova indispensável,
não podem determinar a respectiva produção;
□ Decidir sobre a presença do arguido na audiência; portanto, a presença ou o
afastamento do arguido devem ser determinados pelo juiz presidente ou pelo conjunto dos
juízes togados; se um ou dois juízes asas do tribunal colectivo considerarem a presença ou o
afastamento do arguido indispensável, não podem ordená-lo.
FUNDAMENTO LEGAL: artigos 360.º, n.º 4, (a competência do juiz presidente
funda-se no artigo 323.º, alíneas a) e b), e a competência do tribunal colectivo funda-se nos
artigos 327.º, n.º 2, e 340.º, n.º 2); (a competência do juiz presidente funda-se nos artigos
332.º, n.º 4, e 333.º, n.os 1 e 2, e na competência do tribunal colectivo nos artigos 325.º, n.º 4,
332.º, n.º 5, 334.º, n.º 3, e 352.º), do CPP.

CASO 395 – Diga qual das seguintes opções não configura uma competência de
qualquer juiz togado:
□ Decidir sobre o seu próprio impedimento ou escusa ou os requerimentos de
impedimento ou recusa dirigidos contra si;
□ É a 4.ª asserção;
□ Ler o acórdão;
□ Decidir sobre a presença do arguido na audiência; portanto, a presença ou o
afastamento do arguido devem ser determinados pelo juiz presidente ou pelo conjunto dos
juízes togados; se um ou dois juízes asas do tribunal colectivo considerarem a presença ou o
afastamento do arguido indispensável, não podem ordená-lo.
FUNDAMENTO LEGAL: Artigos 41.º, n.os 1 e 2, artigos 43.º, n.os 1 e 4, 372.º, n.º
3, do CPP; A competência do juiz presidente funda-se nos artigos 332.º, n.º 4, e 333.º, n.os 1
e 2, e na competência do tribunal colectivo nos artigos 325.º, n.º 4, 332.º, n.º 5, 334.º, n.º 3, e
352.º. do CPP.

CASO 396 – Diga qual das seguintes opções não configura uma competência de
qualquer juiz togado ou jurado:
□ Decidir sobre o seu próprio impedimento ou escusa ou os requerimentos de
impedimento ou recusa dirigidos contra si;
□ É a 1.ª asserção;
□ Formular perguntas ao arguido, assistente e às partes civis;
□ Formular perguntas às testemunhas em qualquer momento e dar “indicações”
quanto à forma de prestar depoimento.
FUNDAMENTO LEGAL: Artigos 41.º, n.os 1 e 2, artigos 43.º, n.os 1 e 4, 132.º, n.º
1, alínea c), 345.º, n.º 1, 346.º, n.º 1, e 347.º, n.º 1, 348.º, n.º 5, do CPP.

CASO 397 – Diga qual das seguintes opções não configura uma competência de
qualquer juiz togado ou jurado:

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□ Decidir sobre o seu próprio impedimento ou escusa ou os requerimentos de
impedimento ou recusa dirigidos contra si;
□ É a 1.ª asserção;
□ Pedir ao juiz presidente que formule perguntas adicionais à testemunha menor de
dezasseis anos;
□ “Sugerir” ao juiz presidente pedidos de esclarecimentos ao perito ou ao consultor
técnico ou perguntas úteis para a boa decisão da causa.
FUNDAMENTO LEGAL: Artigos 41.º, n.os 1 e 2, artigos 43.º, n.os 1 e 4, 349.º,
350.º, n.º 1, do CPP.

CASO 398 – Num pequeno texto, claro, coerente e conciso, procure abordar o tema
da competência do tribunal singular em contexto penal.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 16.º, do CPP.

CASO 399 – Comente a seguinte afirmação: «O tribunal singular tem uma


competência abstracta própria ou residual e uma competência determinada de modo
concreto».
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 16.º, do CPP.
Segundo PAULO P. ALBUQUERQUE:
«1. O tribunal singular tem uma competência abstracta própria ou residual e uma
competência determinada de modo concreto.
2. A competência abstracta própria está no n.º 2 do artigo 16.º e inclui os crimes
contra a autoridade pública e os crimes puníveis com pena igual ou inferior a cinco anos de
prisão. A reserva da competência do tribunal singular relativamente aos crimes e, portanto,
independente da moldura dos crimes em causa. Esta reserva tem três consequências:
a. o tribunal singular pode aplicar pena superior a cinco anos de prisão a um crime
contra a autoridade pública, por exemplo, aos crimes de auxílio de funcionário a evasão
(artigo 350.º do CP) ou de motim de preso (artigo 354,ç do CP);
b. o tribunal singular pode aplicar pena até 25 anos de prisão, quando se tratar de
concurso de crimes contra a autoridade pública; por exemplo, o concurso de três crimes de
resistência e coacção a funcionário cometidos pela mesma pessoa contra três agentes da
polícia no exercício de funções (artigo 347.º do CP) e um crime de destruição de objectos
colocados sob o poder público cometido pela mesma pessoa (artigo 355.º do CP) deve ser
julgado pelo tribunal singular;
c. o tribunal singular só pode julgar o concurso de crimes contra a autoridade pública
e de crimes de outra natureza quando a moldura abstracta do concurso for igual ou inferior a
cinco de prisão; por exemplo, ao tribunal singular compete julgar o concurso de um crime de
desobediência (artigo 348.º, n.º 1, do CP) e de um crime de injúria à autoridade pública no
exercício das suas funções (artigo 181.º e 184.º do CP) cometidos pela mesma pessoa; mas
compete ao tribunal colectivo julgar o concurso de um crime de homicídio de guarda prisional
(artigo 132.º, n.º 2, alínea j), do CP) e de um crime de evasão (artigo 352.º do CP) cometidos
pela mesma pessoa (ver a anotação 3.º ao artigo 14.º).

III – A competência abstracta residual do tribunal singular (Anotação 3).


3. A competência abstracta residual está fixada no n.º 1 do artigo 16.º. O tribunal
singular conhece todos os crimes puníveis com pena máxima igual ou inferior a cinco anos
de prisão, bem como todos os crimes puníveis apenas com outras penas que não a de prisão
e ainda os crimes a que deva ser aplicada medida de segurança. Transitoriamente, o tribunal
singular julga ainda os crimes de emissão de cheque sem provisão puníveis com pena de
prisão superior a cinco anos de prisão pendentes aquando da entrada em vigor da Lei n.º
59/98, de 25.8, que revogou o artigo 16.º, n.º 2, alínea b), na versão inicial do CPP. Portanto,

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após o início da vigência desta lei, o tribunal singular perdeu a competência para julgar os
crimes de emissão de cheque sem provisão puníveis com pena de prisão superior a cinco
anos, cometidos depois da sua entrada em vigor (acórdão do TRP, de 12.7.2000, in CJ, XXV,
4, 224, e acórdão do TRL, de 16.1.2002, in CJ, XXVII, 1, 133).

IV – A determinação in concretum da competência do tribunal singular (Anotações


4 a 7).
4. Os termos da determinação in concretum da competência do tribunal singular
estão fixados no n.º 3 do artigo 16.º. A disposição é excepcional, na medida em que contraria
os critérios de determinação geral da competência do tribunal, e, portanto, não admite
aplicação analógica (por exemplo, o juiz de instrução não pode usar da faculdade prevista no
artigo 16º, n.º 3, do CPP no final da instrução; ver acórdão do TRC, de 25.11.1998, in CJ,
XXIII, 5, 57). Compete ao tribunal singular julgar os processos por crimes previstos no artigo
14.º, n.º 2, alínea b), quando o Ministério entenda que não deve ser aplicada, em concreto,
pena de prisão superior a cinco anos. Esta faculdade pode ser usada pelo MP na acusação,
quer seja imputado ao arguido um só crime punível com pena superior a cinco anos de prisão
(por exemplo, o crime de roubo), puníveis com uma moldura penal abstracta superior a cinco
anos de prisão. Esta faculdade pode ser usada pelo MP “na acusação”, isto é, na acusação
pública (por crimes públicos ou semi-públicos), não podendo ser usada no requerimento de
adesão do MP à acusação particular. Neste caso, nem o MP acusa, nem tem um conhecimento
ulterior à acusação do concurso de infracções. Portanto, se a moldura penal abstracta dos
crimes imputados pelo assistente na acusação particular for superior a cinco anos de prisão,
o tribunal competente é o tribunal colectivo e o MP não pode subtrair a acusação particular
à competência do tribunal colectivo com base no artigo 16.º, n.º 3.
5. Foi eliminada pela Lei n.º 90-B/95, de 1.9, a possibilidade de determinação
concreta do tribunal competente em função de um juízo de prognose relativamente à medida
de segurança aplicável. Portanto, sendo previsível a aplicação de medida de segurança, o
artigo 16.º, n.º 3, não pode ser aplicado.
6. O juízo de determinação da competência do tribunal singular é um juízo objectivo
do Ministério Público, fundamentado na apreciação de todas as circunstâncias relativas à
ilicitude, à culpa e à punibilidade dos agentes. Não se trata de uma decisão discricionária,
mas antes de uma concretização da relevância constitucional do princípio da oportunidade.
O dever de privilegiar a aplicação do julgamento pelo tribunal singular ao abrigo do artigo
16.º, n.º 3, previsto no artigo 12.º, n.º 1, alínea c) da Lei n.º 51/2007, de 31.8, é vazio de
conteúdo. Por esta razão simples: a referida alínea c) aplica-se aos crimes do artigo 11.º e aos
crimes e pessoas do artigo 14.º da dita lei n.º 51/2007 e quer num caso quer no outro os crimes
são puníveis com pena abstracta igual ou inferior a cinco anos de prisão, pelo que o artigo
16.º, n.º 3, não pode ser usado. Esta conclusão mantém-se intacta diante do artigo 16.º, n.º 1,
alínea c) da Lei n.º 38/2009, de 20.7.
7. Na proposta de lei do novo CPP, exigia-se comum acordo do arguido e do
assistente para o exercício desta faculdade pelo MP e previa-se que o juiz singular podia, em
qualquer momento, ordenar a remessa dos autos para o tribunal colectivo, quando entendesse
estar em causa uma medida criminal mais severa do que a que havia ditado provisoriamente
a sua competência, mas o ponto 58 do n.º 2 do artigo 2.º da Lei n.º 43/86, omitiu a exigência
de comum acordo e deixou de prever a faculdade de remessa do processo ao tribunal
colectivo».

CASO 400 – Num pequeno texto, com não mais do que 15 linhas, procure abordar
a temática da competência do juiz de instrução.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 17.º.

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CASO 401 – Num pequeno texto, com não mais do que 15 linhas, procure abordar
a temática da competência material do Tribunal de Execução das Penas.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 18.º.
Segundo PAULO P. ALBUQUERQUE
«A competência material do TEP inclui:
a. a homologação do plano individual de readaptação do condenado em pena
relativamente indeterminada e do condenado que se encontre preso há mais de cinco anos e
as respectivas modificações;
b. a concessão e a revogação da licença de saída jurisdicional;
c. a concessão e a revogação da liberdade condicional ao condenado em pena de
prisão ou em pena relativamente indeterminada;
d. a declaração como cumprida da pena de prisão efectiva que concretamente caberia
ao crime cometido por condenado em pena relativamente indeterminada, quando seja
recusada ou revogada a liberdade condicional (artigo 90.º, n.º 3, do CP);
e. a revisão e a prorrogação da medida de segurança de internamento de
inimputáveis;
f. a concessão da liberdade para prova e a sua revogação;
g. a decisão sobre a prestação de trabalho a favor da comunidade e sobre a sua
revogação, nos casos de execução sucessiva de medida de segurança e de pena privativas da
liberdade e da suspensão da execução da pena de prisão em virtude de anomalia psíquica
sobrevinda ao agente (artigos 99.º, n.os 3, 4 e 6, 105.º, n.º 3, e 106.º, n.º 3, do CP);
h. a determinação do cumprimento de pena ou do internamento pelo tempo
remanescente, no caso de revogação da prestação de trabalho a favor da comunidade ou da
liberdade condicional de indivíduo sujeito a medida de segurança detentiva e a pena de prisão
(artigo 99.º, n.º 6, do CP);
i. a decisão do internamento ou da suspensão da execução da pena de prisão de
imputáveis portadores de anomalia psíquica sobrevinda durante a execução da pena de prisão
e arespectiva revisão;
j. a concessão e a revogação da liberdade condicional nestes casos;
k. a declaração da caducidade do internamento de imputável em estabelecimento
destinado a inimputáveis no caso de simulação de anomalia psíquica (artigo 108.º do CP);
l. a declaração de contumácia do condenado que dolosamente se tenha eximido à
execução da pena ou de medida de internamento, bem como a decretação do arresto de bens
(artigo 476.º do CPP);
m. a decisão sobre a modificação da execução da pena de prisão aplicada ao
condenado que sofra de doença grave e irreversível em fase terminal;
n. a declaração da extinção da execução da pena de prisão (que não foi suspensa,
nem substituída por prestação de trabalho a favor da comunidade na sentença condenatória),
da pena relativamente indeterminada e da medida de segurança de internamento;
o. a determinação da execução da pena acessória de expulsão quando seja declarada
extinta a pena de prisão efectiva, bem como a determinação da execução antecipada da pena
de expulsão em substituição da concessão da liberdade condicional (artigo 151.º, n.º 5, da Lei
n.º 23/2007, de 4.7);
p. a decisão sobre o cancelamento provisório no registo criminal de factos ou
decisões nele inscritos;
q. o julgamento do recurso sobre a legalidade da transcrição nos certificados do
registo criminal, nos termos do artigo 25.º, n.º 2, da Lei n.º 57/98, de 18.8;
r. a emissão de parecer sobre a concessão e revogação do indulto;
s. a aplicação e a revogação do indulto e a aplicação da amnistia e do perdão
genérico;

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t. a informação do ofendido nos termos dos artigos 480.º, n.º 3, e 482.º, n.º 2, do
CPP».

CASO 402 – Num pequeno texto, com não mais do que 15 linhas, procure abordar
a temática da competência territorial.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 19.º, do CPP.

CASO 403 – Suponha que ANTÓNIO é alvo de um crime cometido a bordo de


navio. Qual é o tribunal competente?
□ O tribunal da área do porto português para onde o agente se dirigir;
□ O tribunal da área do porto português para onde o agente desembarcar;
□ Não se dirigindo o agente para território português ou nele não desembarcando,
ou fazendo parte da tripulação, o tribunal da área da matrícula;
□ Todas as asserções são verdadeiras.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 20.º, n.º 1, do CPP.

CASO 404 – Suponha que ANTÓNIO é alvo de um crime cometido a bordo de


aeronave. Qual é o tribunal competente?
□ O tribunal da área do aeroporto português para onde o agente se dirigir;
□ O tribunal da área do aeroporto português para onde o agente desembarcar;
□ Não se dirigindo o agente para território português ou nele não desembarcando,
ou fazendo parte da tripulação, o tribunal da área da matrícula;
□ Todas as asserções são verdadeiras.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 20.º, n.os 1 e 2, do CPP.

CASO 405 – Suponha que ANTÓNIO é alvo de um crime cometido a bordo de


aeronave. Qual é o tribunal competente?
□ O tribunal da área do aeroporto português para onde o agente se dirigir;
□ O tribunal da área do aeroporto português para onde o agente desembarcar;
□ Não se dirigindo o agente para território português ou nele não desembarcando,
ou fazendo parte da tripulação, o tribunal da área da matrícula;
□ Todas as asserções são verdadeiras.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 20.º, n.os 1 e 2, do CPP.

CASO 406 – Suponha que ANTÓNIO é alvo de um crime de localização duvidosa


ou desconhecida (crime relacionado com áreas diversas e existem dúvidas sobre aquela em
que se localiza o elemento relevante para determinação da competência territorial). Qual é o
tribunal competente?
□ O tribunal de qualquer das áreas;
□ O tribunal de qualquer das áreas, preferindo o daquela onde primeiro tiver havido
notícia do crime;
□ Não se dirigindo o agente para território português ou nele não
desembarcando, ou fazendo parte da tripulação, o tribunal da área da matrícula;
□ A asserção anterior está errada.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 21.º, n.º 1, do CPP.

CASO 407 – Suponha que ANTÓNIO, cidadão português, cometeu um homicídio


(de BENJAMIM) em França. Poderá algum tribunal português considerar-se competente?
□ O tribunal da área onde o agente tiver sido encontrado;
□ O tribunal do domicílio do agente criminoso;

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□ Falhando qualquer das duas hipóteses anteriores, o tribunal da área onde primeiro
tiver havido notícia do crime;
□ Todas as asserções são verdadeiras.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 22.º, n.º 1, do CPP.

CASO 408 – Suponha que ANTÓNIO, cidadão português, cometeu um homicídio


(de BENJAMIM) em França, mas a solução venenosa foi preparada com ervas oriundas de
Arcos de Valdevez. Poderá algum tribunal português considerar-se competente?
□ O tribunal da área onde o agente tiver sido encontrado;
□ O tribunal do domicílio do agente criminoso;
□ Falhando qualquer das duas hipóteses anteriores, o tribunal da área onde primeiro
tiver havido notícia do crime;
□ O tribunal da área nacional onde tiver sido praticado o último acto relevante.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 22.º, n.º 2, do CPP.

CASO 409 – Suponha que ANTÓNIO, cidadão português, ofendeu o magistrado


judicial BENJAMIM na sua integridade física. Acontece que tal processo vem a caber ao
tribunal onde BENJAMIM é juiz. Que tribunal deverá considerar-se competente para o
julgamento?
□ O tribunal da área onde o agente tiver sido encontrado;
□ O tribunal do domicílio do agente criminoso;
□ Falhando qualquer das duas hipóteses anteriores, o tribunal da área onde primeiro
tiver havido notícia do crime;
□ O tribunal da mesma hierarquia ou espécie com sede mais próxima.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 23.º, 1.ª parte, do CPP.

CASO 410 – Diga em que casos se procede à conexão de processos:


□ Quando vários agentes tiverem cometido diversos crimes em comparticipação, na
mesma ocasião ou a ocultar os outros, desde que os processos se encontrem simultaneamente
na fase de inquérito, instrução ou julgamento;
□ Quando vários agentes tiverem cometido diversos crimes reciprocamente na
mesma ocasião ou lugar, desde que os processos se encontrem simultaneamente na fase de
inquérito, instrução ou julgamento;
□ Quando o mesmo crime tiver sido cometido por vários agentes em
comparticipação, desde que os processos se encontrem simultaneamente na fase de inquérito,
instrução ou julgamento;
□ Todas as asserções são verdadeiras.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 24.º, n.os 1, alíneas c) a e), e 2, do CPP.

CASO 411 – Suponha que ANTÓNIO cometeu vários crimes de homicídio cujo
conhecimento é da competência de tribunais que possuem sede na mesma comarca. Poderá
dar-se a conexão?
□ Não pode;
□ Pode, se todos os juízes estiverem de acordo;
□ Pode, mas desde que ocorra nos termos dos artigos 19.º e seguintes do CPP;
□ Não pode, excepto se assim o requerer o arguido.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 25.º, do CPP.

CASO 412 – Suponha que ANTÓNIO cometeu vários crimes de homicídio cujo
conhecimento é da competência de tribunais que possuem sede na mesma comarca. Poderá
dar-se a conexão?

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□ Não pode;
□ Pode, se todos os juízes estiverem de acordo;
□ Pode, mas desde que ocorra nos termos dos artigos 19.º e seguintes do CPP,
e não se trate de processos que sejam e processos que não sejam da competência de
tribunais de menores;
□ Não pode, excepto se assim o requerer o arguido.
FUNDAMENTO LEGAL: artigos 25.º e 26.º, do CPP.

CASO 413 – Suponha que ANTÓNIO cometeu vários crimes e que se apura que
alguns são da competência de tribunais de diferente hierarquia ou espécie. Que tribunal
deverá considerar-se competente?
□ Depende;
□ O tribunal mais elevado;
□ O tribunal de hierarquia ou espécie mais elevada, de tal modo que o STJ
prefere ao TR e o TR ao de 1.ª instância;
□ O tribunal mais elevado e mais próximo da morada do arguido.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 27.º, do CPP.

CASO 414 – No caso de se verificar que os processos devessem ser da competência


de tribunais com jurisdição em diferentes áreas ou com sede na comarca, deve entender-se
que é competente:
□ O tribunal competente para conhecer do crime a que couber pena mais grave;
□ Tendo os crimes igual gravidade, o tribunal a cuja ordem o arguido estiver preso
ou, havendo vários arguidos presos, aquele à ordem do qual estiver preso o maio número;
□ Se não houver arguidos presos ou o seu número for igual, o tribunal da área onde
primeiro tiver havido notícia de qualquer dos crimes;
□ Todas as asserções são verdadeiras.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 28.º, do CPP.

CASO 415 – Diga em que casos se procede à organização de um único processo e


à apensação dos demais respeitantes ao crime determinante da competência por conexão:
□ Para todos os crimes determinantes de uma conexão;
□ Havendo processos já instaurados e distintos, após o conhecimento da conexão
procede-se à apensação de todos àquele que respeitar ao crime determinante da competência
por conexão;
□ Sempre que os magistrados o entenderem;
□ A 3.ª hipótese está errada.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 29.º, do CPP.

CASO 416 – Diga em que casos se procede à separação de processos:


□ Houver na separação um interesse ponderoso e antendível de qualquer arguido,
nomeadamente no não prolongamento da prisão preventiva;
□ A conexão puder representar um grave risco para a pretensão punitiva do Estado,
para o interesse do ofendido ou do lesado;
□ A conexão puder retardar excessivamente o julgamento de qualquer dos arguidos;
□ Todas as asserções são verdadeiras.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 30.º, do CPP.

CASO 417 – Diga em que casos se não procede à separação de processos:


□ Houver na separação um interesse ponderoso e antendível de qualquer arguido,
nomeadamente no não prolongamento da prisão preventiva;

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□ A conexão puder representar um grave risco para a pretensão punitiva do Estado,
para o interesse do ofendido ou do lesado;
□ Quando o arguido a tal se opuser;
□ Houver declaração de contumácia, ou o julgamento decorrer na ausência de um
ou alguns dos arguidos e o tribunal tiver como mais conveniente a separação de processo.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 30.º, n.º 1, alíneas a), b), c) e d) do CPP.

CASO 418 – Diga em que casos se procede à separação de processos em virtude de


requerimento do arguido:
□ Houver na separação um interesse ponderoso e antendível de qualquer arguido,
nomeadamente no não prolongamento da prisão preventiva;
□ A conexão puder representar um grave risco para a pretensão punitiva do Estado,
para o interesse do ofendido ou do lesado;
□ Quando algum ou alguns dos arguidos o requerer, no prazo de oito dias, em
virtude de outro ou outros dos arguidos terem requerido a intervenção do júri e sua
admissão;
□ Houver declaração de contumácia, ou o julgamento decorrer na ausência de um
ou alguns dos arguidos e o tribunal tiver como mais conveniente a separação de processo.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 30.º, n.os 2 e 3, do CPP.

CASO 419 – Identifique qual das situações não legitima o julgamento do arguido
na sua ausência:
□ Sendo a iniciativa do tribunal;
□ Tendo-se o arguido oposto ao processo sumaríssimo;
□ Tendo-o requerido o arguido;
□ Viver o arguido na Região Autónoma da Madeira.
FUNDAMENTO LEGAL: artigos 333.º, n.º 2, 334.º, n.os 1 e 2, do CPP.

CASO 420 – Havendo uma situação de incompetência do tribunal, como e quando


é a mesma conhecida e deduzida?
□ Pelo tribunal, sendo conhecida e declarada oficiosamente;
□ Deduzida pelo MP, até ao trânsito em julgado da decisão final;
□ Deduzida pelo arguido e assistente, até ao trânsito em julgado da decisão final;
□ Todas as asserções se afiguram correctas.
FUNDAMENTO LEGAL: artigos 32.º, n.º 1, do CPP.

CASO 421 – Havendo uma situação de incompetência do tribunal, como e quando


é a mesma conhecida e deduzida?
□ Sendo incompetência territorial, até ao início do debate instrutório, tratando-se de
juiz de instrução;
□ Sendo incompetência territorial, até ao início da audiência de julgamento,
tratando-se de tribunal de julgamento;
□ Nunca;
□ Somente a 3.ª hipótese é que não está correcta.
FUNDAMENTO LEGAL: artigos 32.º, n.º 2, alíneas a) e b), do CPP.

CASO 422 – A declaração de incompetência de um tribunal provoca vários efeitos.


Qual destes efeitos é que não ocorre:
□ Remessa do processo para o tribunal competente, o qual anula os actos que não e
teriam praticado se perante ele tivesse ocorrido o processo e ordena a repetição dos actos
necessários para conhecer da causa;

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□ O tribunal declarado incompetente pratica os actos processuais urgentes;
□ As medidas de coacção ou de garantia patrimonial ordenadas pelo tribunal
declarado incompetente conservam eficácia mesmo após a declaração de incompetência, mas
devem, no mais breve prazo, ser convalidadas ou infirmadas pelo tribunal competente;
□ A repetição de todos os actos e libertação de arguidos presos
preventivamente.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 33.º, do CPP.

CASO 423 – Não nos encontramo-nos perante um conflito positivo ou negativo de


competência quando:
□ Em qualquer estado do processo, dois ou mais tribunais, de diferente ou da mesma
espécie, se considerarem competentes ou incompetentes para conhecer do mesmo crime
imputado ao mesmo arguido;
□ Um dos tribunais se declarar, mesmo oficiosamente, incompetente ou
competente, segundo o caso;
□ Quando dois ou mais tribunais, de diferente ou da mesma espécie, se não
considerarem competentes ou incompetentes para conhecer do mesmo crime imputado ao
mesmo arguido;
□ Em qualquer estado do processo, dois ou mais tribunais, de diferente ou da mesma
espécie, se considerarem competentes para conhecer do mesmo crime imputado ao mesmo
arguido.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 34.º, n.os 1 e 2, do CPP.

CASO 424 – Entende-se que um juiz não se encontra abrangido por um


impedimento quando:
□ Quando for, ou tiver sido, cônjuge ou representante legal do arguido, do ofendido
ou de pessoa com a faculdade de se constituir assistente ou parte civil ou quando com
qualquer dessas pessoas viver ou tiver vivido em condições análogas às dos cônjuges;
□ Quando ele, ou o seu cônjuge, ou a pessoa que com ele viver em condições
análogas às dos cônjuges, for ascendente, descendente, parente até ao 3.º grau, tutor ou
curador, adoptante ou adoptado do arguido, do ofendido ou de pessoa com a faculdade de se
constituir assistente ou parte civil ou for afim destes até àquele grau;
□ Quando tiver intervindo no processo como representante do Ministério Público,
órgão de polícia criminal, defensor, advogado do assistente ou da parte civil ou perito ou
quando no processo tiver sido ouvido ou dever sê-lo como testemunha;
□ Andou na Escola com o arguido.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 39.º, n.º 1, alíneas a) a d), do CPP.

CASO 425 – BENJAMIM é juiz na comarca de Coimbra. Apaixonou-se e costuma


“ficar com” CATARINA, que é igualmente magistrada e intervém em múltiplos processos
no mesmo tribunal. Verifica-se ou não uma situação de impedimento?
□ Não;
□ O namoro ou “ficar com” não é relevante;
□ Devem continuar a namorar e a trabalhar juntos;
□ Não poderão exercer funções, a qualquer título, no mesmo processo se o
“ficar com” significar que vivem em condições análogas às dos cônjuges ou em união de
facto.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 39.º, n.º 3, do CPP.

CASO 426 – O legislador criou o instituto do impedimento por participação em


processo com vista a dar expressão plena ao princípio do acusatório, daí que fique vedado a

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qualquer juiz intervir em julgamento, recurso ou pedido de revisão relativos a processos em
que:
□ Aplicou medida de coação prevista nos artigos 200.º a 202.º;
□ Presidiu a debate instrutório ou tenha participado em julgamento anterior;
□ Proferiu ou participou em decisão de recurso ou pedido de revisão anteriores;
□ Todas as asserções são verdadeiras.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 40.º, do CPP.

CASO 427 – O legislador criou o instituto do impedimento por participação em


processo com vista a dar expressão plena ao princípio do acusatório, daí que fique vedado a
qualquer juiz intervir em julgamento, recurso ou pedido de revisão relativo a processos em
que:
□ Aplicou medida de coação prevista nos artigos 200.º a 202.º;
□ Presidiu a debate instrutório ou tenha participado em julgamento anterior;
□ Recusou o arquivamento em caso de dispensa de pena, a suspensão provisória ou
a forma sumaríssima por discordar da sanção proposta;
□ Todas as asserções são verdadeiras.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 40.º, alíneas a) a e), do CPP.

3.2.2. Do Ministério Público e dos Órgãos de Polícia Criminal

A – TÓPICOS DE DESENVOLVIMENTO:
LIVRO I – Dos sujeitos processuais
TÍTULO II – Do Ministério Público e dos órgãos de polícia criminal – artigos 48.º
a 56.º, do Código de Processo Penal
3.2.2. Do Ministério Público e dos Órgãos de Polícia Criminal – artigos 48.º a 56.º,
do Código de Processo Penal.
3.2.2.1. Legitimidade – artigo 48.º, do CPP.
3.2.2.2. Legitimidade em procedimento dependente de queixa – artigo 49.º, do CPP.
3.2.2.3. Legitimidade em procedimento dependente de acusação particular – artigo
50.º, do CPP.
3.2.2.4. Homologação da desistência da queixa ou da acusação particular – artigo
51.º, do CPP.
3.2.2.5. Legitimidade no caso de concurso de crimes – artigo 52.º, do CPP.
3.2.2.6. Posição e atribuições do Ministério Público no processo – artigo 53.º, do
CPP.
3.2.2.7. Impedimentos, recusas e escusas – artigo 54.º, do CPP.
3.2.2.8. Competência dos órgãos de polícia criminal – artigo 55.º, do CPP.
3.2.2.9. Orientação e dependência funcional dos órgãos de polícia criminal – artigo
56.º, do CPP.

B – CASOS PRÁTICOS E QUESTÕES TEÓRICO-PRÁTICAS A


RESOLVER:

CASO 428 – O Ministério Público (MP) é o titular da acção penal. Significa que:
□ Apenas o MP tem legitimidade para promover o processo penal, dependendo da
vontade deste;
□ O MP tem legitimidade para promover o processo penal, mas apenas se tiver
queixa do ofendido;
□ O MP tem legitimidade para promover o processo penal, se o procedimento
criminal não depender de queixa nem de acusação particular;

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□ O MP deve promover o processo penal, sem restrições, por respeito ao princípio
da legalidade71.
FUNDAMENTO LEGAL: HOJE (2015): Artigos 48.º (excepçoes artigos 49.º a
52.º), 241.º, 262.º e 267.º, do CPP.

CASO 429 – São órgãos de polícia criminal:


□ Todas as entidades policiais com competência para levar a cabo actos processuais;
□ Todas as entidades e agentes a quem caiba levar a cabo quaisquer actos
ordenados por uma autoridade judiciária;
□ Todas as entidades e agentes policiais a quem caiba levar a cabo quaisquer actos
ordenados por uma autoridade judiciária;
□ A Polícia Judiciária, a Guarda Nacional Republicana e a Polícia de Segurança
Pública72.
FUNDAMENTO LEGAL: (HOJE 2015) artigo 1.º, alínea c), do CPP; artigo 3.º,
n.º 4, alíneas a) e b), 4.º e 5.º, da Lei da Organização da Investigação Criminal – Lei n.º
49/2008, de 27-08, alterada pelas 34/2013, de 16-05, 38/2015, de 11-05, e 57/2015, de 23-
06.

CASO 430 – O Ministério Público tem legitimidade para promover o processo


penal:
□ Sem restrições;
□ Oficiosamente;
□ A pedido das pessoas lesadas;
□ Com as restrições constantes dos artigos 49.º a 52.º.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 48.º, do CPP.

CASO 431 – Quando o procedimento criminal depende de queixa, do ofendido ou


de outras pessoas, isso significa que o MP:
□ Não pode oficiosamente promover a acção penal;
□ Pode promover oficiosamente a acção penal;
□ Não pode oficiosamente promover a acção penal enquanto tais pessoas não lhe
pagarem para isso;
□ É necessário que essas pessoas dêem conhecimento do facto ao MP, para que
este promova o processo.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 49.º, do CPP.

CASO 432 – Quando o procedimento criminal depende de acusação particular, isso


significa que o MP:
□ Não pode oficiosamente promover a acção penal;
□ Pode promover oficiosamente a acção penal;
□ Não pode oficiosamente promover a acção penal enquanto tais pessoas não lhe
pagarem para isso;
□ É necessário que essas pessoas se queixem, se constituam assistentes e
deduzam acusação particular.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 50.º, n.º 1, do CPP.

CASO 433 – Quando o procedimento criminal depende de acusação particular, isso


significa que o MP:

71
Caso Prático retirado do Exame para Admissão ao Curso de Inspectores da PJ de 2006.
72
Caso Prático retirado do Exame para Admissão ao Curso de Inspectores da PJ de 2006.

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□ Procede oficiosamente a quaisquer diligênicas que julgar indispensáveis à
descoberta da verdade e couberem na sua competência;
□ Participa em todos os actos processuais em que intervier a acusação particular;
□ Acusa conjuntamente com a acusação particular e recorre autonomamente das
decisões judiciais;
□ Todas as asserções são verdadeiras.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 50.º, n.º 2, do CPP.

CASO 434 – Cabe, no processo penal português, ao Ministério Público:


□ Colaborar com o tribunal na descoberta da verdade;
□ Colaborar com o tribunal na realização do direito;
□ Actuar, em todos os actos processuais, mediante obediência a critérios de estrita
objectividade e legalidade;
□ Todas as asserções são verdadeiras.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 53.º, n.º 1, do CPP.

CASO 435 – Qual destas competências não cabe, no processo penal português, em
especial, ao Ministério Público:
□ Receber as denúncias, as queixas e as participações e apreciar o seguimento a dar-
lhes;
□ Decretar escutas telefónicas;
□ Dirigir o inquérito criminal;
□ Deduzir acusação, interpor recursos, promover a execução das penas.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 53.º, n.º 2, alíneas a) a e) (a contrario sensu), e
187.º, n.º 1 (a contrario sensu), do CPP.

CASO 436 – Qual destas competências não cabe, no processo penal português, em
especial, ao Ministério Público:
□ Receber as denúncias, as queixas e as participações e apreciar o seguimento a dar-
lhes;
□ Decretar escutas telefónicas;
□ Dirigir o inquérito criminal;
□ Deduzir acusação, interpor recursos, promover a execução das penas.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 53.º, n.º 2, alíneas a) a e), do CPP.

CASO 437 – Num pequeno texto, com não mais de 20 linhas, aborde o tema do
poder de direcção do inquérito que é posto sob os ombros do MP.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 53.º, do CPP.
Segundo PAULO P. ALBUQUERQUE:
«O poder de direcção do inquérito tem as seguintes consequências:
a. Só ao Ministério Público compete determinar a incompetência das secções do
Ministério Público durante o inquérito e resolver os conflitos de competência entre secções
(ver a anotação ao artigo 266.º).
b. Só ao MP compete decidir sobre os demais pressupostos processuais durante o
inquérito e, designadamente, verificar os requisitos de legalidade, tempestividade e
legitimidade da queixa e homologar a respectiva desistência, declarar a amnistia do crime e
a prescrição do procedimento criminal (ver a anotação aos artigos 49.º, 51.º e 277.º).
c. Ao Ministério Público compete determinar a conexão e a separação de inquéritos
antes de terem sido distribuídos no tribunal (ver a anotação aos artigos 24.º e 30.º).
d. Só ao Ministério Público compete conhecer dos fundamentos de impedimento,
recusa e escusa dos magistrados do Ministério Público (artigo 54.º).

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e. Ao Ministério Público compete conhecer dos fundamentos de impedimento,
recusa e escusa dos peritos, intérpretes e funcionários de justiça no inquérito (artigo 47.º),
com ressalva dos incidentes relativos a peritos, intérpretes e funcionários que intervenham
em actos processuais presididos pelo juiz.
f. Ao Ministério Público compete decidir sobre o segredo e a publicidade na fase de
inquérito (ver a anotação aos artigos 86.º e 89.º), autorizar a reprodução de peças processuais
ou de documentos incorporados no inquérito (artigo 88.º, n.º 2, alínea a) ou a transmissão ou
registo de imagens ou de tomadas de som relativas à prática de qualquer acto processual
(artigo 88.º, n.º 2, alínea b) e autorizar o acesso aos autos por terceiros (ver a anotação ao
artigo 90.º).
g. Ao MP compete validar os actos cautelares realizados pelo órgão de polícia
criminal durante a fase “pré-processual” e durante o inquérito, com a excepção daqueles da
competência expressa do juiz de instrução (ver a anotação ao artigo 249.º).
h. Só ao MP compete ordenar a restituição dos objectos apreendidos durante o
inquérito (ver a anotação ao artigo 186.º).
i. Só ao MP compete ordenar a venda de coisas sem valor, perecíveis, perigosas,
deterioráveis ou cuja utilização implique a perda de valor ou qualidades ou a sua afectação a
finalidade pública ou socialmente útil, as medidas de conservação ou manutenção necessárias
ou a sua destruição imediata no inquérito (ver a anotação ao artigo 185.º).
j. Só ao MP compete realizar diligências de prova no inquérito, seja com vista a
decidir acusar ou arquivar seja com vista a apurar da existência de pressupostos de aplicação
de uma medida de coacção (ver a anotação ao artigo 213.º).
k. Só ao MP compete requisitar o auxílio da força pública em acto processual por si
dirigido na fase de inquérito e dirigir essa força pública nesse acto (ver a anotação ao artigo
85.º).
l. Só ao MP compete decidir sobre a necessidade de perícia à testemunha durante a
inquirição (ver a anotação ao artigo 131.º).
m. Só ao MP compete nomear e substituir o perito no inquérito, ressalvada a
competência exclusiva do juiz (ver a anotação ao artigo 154.º).
n. Só a MP compete ordenar as medidas pontuais de segurança das testemunhas
previstas no artigo 20.º, n.º 2, da Lei n.º 93/99, de 14.7, durante o inquérito.
o. Só ao MP compete julgar justificada a falta das pessoas convocadas para
diligências de inquérito por si ordenadas ou efectuadas pelo OPC com competência delegada
(ver a anotação ao artigo 116.º).
p. Só ao MP compete arbitrar a compensação às testemunhas, peritos e consultores
técnicos convocadas que comparecem às diligências de inquérito por si ordenadas ou
efectuadas pelo OPC com competência delegada (ver a anotação ao artigo 317.º).
q. Só o MP compete ordenar a junção de documentos necessários para os fins do
inquérito e validar a junção de documentos efectuada pelo OPC, ressalvada a competência
exclusiva do juiz de instrução (ver a anotação ao artigo 164.º).
r. Só ao MP compete ordenar a quebra de segredo profissional no inquérito nos
termos do artigo 2.º, n.º 2, da Lei n.º 5/2002, de 11.1 (ver a anotação ao artigo 181.º).
s. Só ao MP cabe decidir sobre a urgência dos actos processuais da sua competência
sempre que o entenda vantajoso ou necessário durante o inquérito (ver a anotação ao artigo
103.º).
t. Só ao MP cabe decidir sobre a urgência dos actos processuais da sua competência
sempre que o entenda vantajoso ou necessário durante o inquérito (ver a anotação ao artigo
103.º).
u. Ao Ministério Público compete declarar a inexistência, a nulidade, a
irregularidade e a proibição de prova no inquérito, ressalvada a competência própria do juiz
de instrução (ver a anotação ao artigo 118.º).

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v. Só ao MP compete avaliar a denúncia anónima e ordenar a sua destruição no
inquérito (ver a anotação ao artigo 246.º).
w. Só ao MP compete ordenar a redacção do auto por súmula em relação ao acto
processual da sua competência e até ordenar que a diligência não seja documentada, quando
o entender desnecessário, ressalvados os actos processuais cuja documentação é obrigatória
(ver a anotação ao artigo 275.º)».

CASO 438 – Qual destas competências não cabe, no processo penal português, aos
órgãos de polícia criminal:
□ Coadjuvação das autoridades judiciárias com vista à realização das finalidades do
processo;
□ Colher notícia dos crimes;
□ Impedir as consequências dos crimes, descobrir os seus agentes e levar a cabo os
actos necessários e urgentes destinados a assegurar os meios de prova;
□ Deduzir acusação, interpor recursos, promover a execução das penas.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 55.º, n.º 2, do CPP.

CASO 439 – É usual referir-se que a competência de “coadjuvação” dos OPC inclui
três dimensões. Num pequeno texto, procure desenvolver essa temática.
FUNDAMENTO LEGAL:
«a. A competência cautelar própria.
b. A competência delegada pela autoridade judiciária.
c. A competência de iniciativa das intervenções judiciais restritivas de direitos
fundamentais».
Desenvolvidamente:
«III – A competência cautelar própria (Anotação 2).
2. Os OPC têm competência própria para colher notícia dos crimes, tomar “medidas
cautelares e de polícia” (ver a anotação aos artigos 248.º a 253.º) e proceder à detenção de
pessoas (ver a anotação aos artigos 254.º a 261.º). Mas os actos cautelares ou de polícia e a
detenção não são actos processuais e só são válidos se forem convalidados pela autoridade
judiciária competente. Acresce que a circunstância de um OPC actuar no âmbito de
competência material ou territorial de outro OPC não obsta à validade dos actos praticados,
uma vez que não há um OPC natural (concorda, DÁ MESQUITA, 2010: 394). Por outro
lado, esta competência cautelar própria não se confunde com a competência administrativa
de prevenção de perigo (Gefahrenabwehr), subordinada aos limites da Lei n.º 53/2008, de
29.8. Em situações de conflito entre o dever de perseguição de crimes e o dever de prevenção
de perigos, como nas de tomada de reféns, prevalece então este dever de acordo com o
princípio de que é mais importante prevenir a lesão de um direito do que sancionar a sua
lesão (também assim, MIGUEL NOGUEIRA DE BRITO, 2009: 320, com base na doutrina
da Gemeinsame Richtlinien der Justizminister/-senatoren und der Inenminister/-senatoren
des Bundes und der Länder über die Anwendung unmittelbaren Zwanges durch
Polizeibeamte auf Anordnung des Staatsanwalts, nos termos da qual “a prevenção de perigos
é tarefa da polícia. Neste domínio não há qualquer espaço para directivas do MP (…).
Ocorrendo numa mesma situação da vida ao mesmo tempo tarefas de perseguição criminal e
prevenção de perigos, são o MP e a polícia competentes para tomar as medidas necessárias
para o cumprimento das suas tarefas. Neste caso é em especial medida necessária uma
cooperação estreita e de confiança entre o MP e a polícia (…). Isto vale também quando a
situação não permita a ponderação adequada e simultânea de ambas as tarefas. Neste caso
deve decidir-se na situação concreta, segundo o princípio da ponderação dos bens e deveres,
se o bem jurídico mais elevado é a perseguição criminal ou a prevenção de perigos. Se a
situação exigir uma decisão urgente sobre a aplicação de força directa e uma discussão sobre

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qual é a tarefa prevalecente na situação concreta – se necessário também com consulta dos
superiores hierárquicos –, a polícia deve decidir sobre ela”).
IV – A competência delegada pela autoridade judiciária (Anotação 3).
3. Ao invés, os actos praticados pelos órgãos de polícia criminal no exercício de
competência delegada pela autoridade judiciária competente são actos processuais válidos,
salvo declaração em contrário da referida autoridade judiciária (ver as anotações aos artigos
263.º, 270.º e 273.º).
V – A competência de iniciativa das intervenções judiciais restritivas de direitos
fundamentais (Anotação 4).
4. Os OPC têm ainda um poder de promoção autónoma das intervenções judiciais
restritivas de direitos fundamentais quando haja urgência ou perigo na demora. Este poder é
excepcional (também, DÁ MESQUITA, 2003: 137) e não vincula o MP, podendo o
magistrado do MP opor-se-lhe antes e depois da prolação da decisão judicial».

CASO 440 – A dita coadjuvação dos órgãos de polícia criminal para a realização
das “finalidades do processo penal”, significa que:
□ O OPC deve prestar a sua colaboração para a “boa decisão da causa”, isto é, a
verificação dos pressupostos processuais, incluindo a determinação da competência do
tribunal e da legitimidade dos sujeitos processuais, e a decisão de todas as questões
interlocutórias e incidentais, incluindo a verificação dos pressupostos das medidas de
coacção e de garantia patrimonial;
□ O OPC deve prestar a sua colaboração para a “descoberta da verdade”, ou seja,
sobre a questão da imputação crimnal, a questão da determinação das sanções criminais e a
questão da responsabilidade;
□ Dirigir o inquérito criminal;
□ A 3.ª opção é errada.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 55.º, do CPP.

CASO 441 – Quando se refere que os OPC actuam sob orientação e dependência
funcional das autoridades judiciárias, tal significa que:
□ Mantêm, no entanto, a independência orgânica e a autonomia técnica e táctica,
que é exercida de acordo com a cadeia de comando hierárquico interno e, em última análise,
de acordo com as ordens do ministro da justiça no que respeita à PJ e com as ordens de
ministro da administração interna no que respeita à PSP, ao SEF e a GNR;
□ O conceito de autonomia técnica consiste na “utilização de um conjunto de
conhecimento e de métodos de agir adequados”. O conceito de autonomia táctica consiste na
“escolha do tempo, lugar e modo adequados à prática dos actos correspondentes ao exercício
das atribuições legais dos órgãos de polícia criminal”;
□ Nada podem fazer sem autorização da autoridade judiciária;
□ A 3.ª opção é errada.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 56.º, do CPP; artigo 2.º, n.os 4 e 5, da Lei n.º
49/2008, de 27.8, que substituiu a Lei n.º 21/2000, de 10.8.

CASO 442 – Num pequeno texto, aluda à forma como se manifesta o princípio da
dependência funcional dos OPC relativamente às autoridades judiciárias.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 56.º, do CPP.
Segundo PAULO P. ALBUQUERQUE:
«A dependência funcional do OPC em relação à autoridade judiciária manifesta-se
do seguinte modo:
a. Ela controla a actividade cautelar das forças policiais, por meio dos relatórios
legais (artigo 253.º do CPP).

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b. Ela orienta a investigação por eles realizada, delegando “diligências e
investigações” (artigos 270.º, n.os 1 e 3, e 290.º, n.º 2, do CPP) ou a própria “investigação de
um crime” (artigo 7.º, n.os 1 e 2, da Lei n.º 49/2008, de 27.8) e emitindo ordens e instruções
específicas sobre actos (“dar instruções específicas sobre a realização de quaisquer actos”,
artigo 2.º, n.º 7, da Lei n.º 49/2008, de 27.9).
c. Ela fiscaliza, a todo o tempo, a actividade processual dos órgãos de polícia crimnal
(artigo 2.º, n.º 7, da Lei n.º 49/2008, de 27.8, e artigos 3.º, n.º 1, alínea n), 10.º, n.º 2, alínea
h), 56.º, alínea e), 58.º, n.º 1, alínea e), da Lei n.º 60/98, de 27.8), incluindo a actividade
susceptível de ter relevância processual penal não integrada no processo e os resultados
obtidos, anulando os actos realizados e ordenando a sua repetição, quando necessário (sob
pena de outro modo de frustrar o controlo do MP, como muito justamente nota DÁ
MESQUITA, 2005: 65, nota 14, em face da limitação introduzida pela Lei n.º 23/92, de 20.8,
na competência fiscalizadora do MP, no sentido de visar apenas a actividae processual dos
OPC).
d. Esta orientação e fiscalização implicam um poder de “directo contacto” com os
agentes encarregues da investigação criminal (FARIA COSTA, 1994: 221), ou, dito de outro
modo, um relacionamento “o mais imediato possível” com estes (DAMIÃO DA CUNHA,
1993: 135).
e. Ela avoca o processo in totum ou um acto processual em concreto, a qualquer
momento (artigo 2.º, n.º 7, da Lei n.º 49/2008, de 27.9).
f. Ela coordena a actividade dos órgãos de polícia criminal (artigo 56.º, alínea d), e
58.º, n.º 1, alínea d), da Lei n.º 60/98, de 27.8) e define formas de articulação entre os órgãos
de polícia criminal, organismos de reinserção social e estabelecimentos de acompanhamento,
tratamento e cura (artigo 63.º, n.º 1, alínea f), e 2.º, alínea e), da lei n.º 60/98, de 27.8).
g. Ela determina as diligências de prova que devem ser documentadas (artigo 275.º,
n.º 1).
h. Ela determina ou fiscaliza os actos processuais em que é vantajoso ou necessário
proceder-se com urgência (artigo 103.º, n.º 2, alínea b).
i. Mas a dependência funcional não inclui a fiscalização geral por meio de
inspecções, inquéritos e sindicâncias dos serviços, como previa o artigo 1.º, n.º 1, do Decreto-
Lei n.º 295-A/90, de 21.9, entretanto revogado pela nova Lei Orgânica, aprovada pelo
Decreto-Lei n.º 275-A/2000, de 9.11, tendo a fiscalização, no caso da PJ, sido conferida à
Inspecção Geral dos Serviços de Justiça, que tem até poder de acesso a processos em segredo
de justiça (artigo 10.º do Decreto Regulamentar n.º 78/2007, de 30.7, e criticando esta norma
“tão aberrante”, TEODÓSIO JACINTO, 2009 b: 58, que conclui no sentido de que “conferir
poderes a uma autoridade administrativa, dependente do Ministro da Justiça, para aceder a
processos em segredo de justiça, viola princípios tão elementares como a tutela constitucional
do segredo de justiça, a autonomia no exercício da acção penal e, em última instância, a
própria independência dos tribunais”) e não tendo sido reposta pelo artigo 16.º do Decreto-
Lei n.º 49/2008, de 27.8, que refere apenas o poder de fiscalização do MP “no decurso do
inquérito” e o poder de ordenar inspecções “para fiscalização do cumprimento da lei, no
âmbito da investigação criminal desenvolvida no decurso do inquérito” (também assim,
TEODÓSIO JACINTO, 2009 b: 60), sem prejuízo da já referida fiscalização da actividade
susceptível de ter relevância processual, mesmo não integrada no inquérito».

3.2.3. Do arguido e do seu defensor

A – TÓPICOS DE DESENVOLVIMENTO:
LIVRO I – Dos sujeitos processuais
TÍTULO III – Do arguido e do seu defensor – artigos 57.º a 67.º, do Código de
Processo Penal.

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3.2.3. Do arguido e do seu defensor
3.2.3.1. Qualidade de arguido – artigo 57.º, do CPP.
3.2.3.2. Constituição de arguido – artigo 58.º, do CPP.
3.2.3.3. Outros casos de constituição de arguido – artigo 59.º, do CPP.
3.2.3.4. Posição processual – artigo 60.º, do CPP.
3.2.3.5. Direitos e deveres processuais – artigo 61.º, do CPP.
3.2.3.6. Defensor – artigo 62.º, do CPP.
3.2.3.7. Direitos do Defensor – artigo 63.º, do CPP.
3.2.3.8. Obrigatoriedade de assistência – artigo 64.º, do CPP.
3.2.3.9. Assistência a vários arguidos – artigo 65.º, do CPP.
3.2.3.10. Defensor nomeado – artigo 66.º, do CPP.
3.2.3.11. Substituição de defensor – artigo 67.º, do CPP.

B – CASOS PRÁTICOS E QUESTÕES TEÓRICO-PRÁTICAS A


RESOLVER:

CASO 443 – DINIS está a ser inquirido na PJ. Quando confrontado com algumas
declarações de MARIA, testemunha, exige ser constituído arguido, para maiores garantias de
defesa.
□ DINIS não pode ser constituído arguido porque está a ser ouvido como
testemunha;
□ DINIS não pode ser constituído arguido porque não foi levantado auto de notícia
que o dê como agente do crime.
□ DINIS tem direito a ser constituído arguido, a seu pedido;
□ DINIS não tem direito a ser constituído arguido, a seu pedido, por não se estar a
efectuar qualquer diligência que pessoalmente o afecte73.
FUNDAMENTO LEGAL: HOJE (2015): Artigos 59.º, n.º 2 (e 58.º, n.º 2), do
CPP.

CASO 444 – FILOMENA, Inspectora, está a interrogar EMANUEL, de 17 anos de


idade. O seu colega, NUNO, chama a atenção de FILOMENA para a necessidade de defensor
por o arguido ser menor.
□ FILOMENA pode nomear um defensor;
□ EMANUEL não tem direito a ser assistido por advogado;
□ FILOMENA deve levar o processo ao seu superior hierárquico para que este
nomeie um defensor, sem o qual não pode realizar o interrogatório;
□ FILOMENA tem que interromper o interrogatório para enviar o inquérito ao
Ministério Público74.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 64.º, n.º 1, alínea d), do CPP [sem prejuízo de a
solução resultar também indirectamente do disposto no artigo 144.º, n.os 3 e 4, do CPP].

CASO 445 – É obrigatória a assistência por defensor


□ Quando um menor de 21 anos for constituído arguido;
□ Quando uma testemunha desconheça a língua portuguesa;
□ Quando o arguido detido é interrogado pelo juiz de instrução;
□ Quando um arguido é interrogado por um órgão de polícia criminal75.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 64.º, n.º 1, alíneas a) e c), do CPP.

73
Caso Prático retirado do Exame para Admissão ao Curso de Inspectores da PJ de 2006.
74
Caso Prático retirado do Exame para Admissão ao Curso de Inspectores da PJ de 2006.
75
Caso Prático retirado do Exame para Admissão ao Curso de Inspectores da PJ de 2010.

590
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Estagiários da Polícia Judiciária, Aviso, Programa, Bibliografia e Legislação Essencial e Complementar (2015)
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CASO 446 – É obrigatória a constituição de arguido sempre que:


□ Corra inquérito contra pessoa determinada;
□ O denunciado preste declarações perante qualquer autoridade judiciária;
□ O suspeito seja detido por um órgão de polícia criminal;
□ No decorrer de uma inquirição a testemunha peça a sua constituição76.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 58.º, n.º 1, alínea c), do CPP.

CASO 447 – Quem é que pode assumir a qualidade de arguido?


□ Aquele contra quem foi deduzida acusação;
□ Aquele contra quem for requerida instrução num processo penal;
□ Aquele contra quem for deduzida acusaçao num processo penal;
□ Somente a 1.ª asseração não é verdadeira.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 57.º, n.º 1, do CPP.

CASO 448 – Num pequeno texto, procure esclarecer a especificidade da matéria da


constituição de arguida de uma pessoa colectiva e demais entidades equiparadas.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 57.º, n.º 1, do CPP.
Há que distinguir:
A pessoa colectiva e as entidades equiparadas podem ser arguidas e devem ser
representadas no processo penal nos termos gerais legais ou estatutárias (artigos 21.º, n.º 1, e
22.º, do CPC, ex vi do artigo 4.º do CPP), isto é:
a. Pessoas colectivas: a pessoa que os estatutos determinarem ou, na falta de
disposição estatutária, a administração ou a quem for por ela designado (artigo 163.º, n.º 1,
do CC).
b. Sociedades civis: administradores, nos termos do contrato ou de harmonia com
as regras fixadas no artigo 985.º do CC (artigo 996.º, n.º 1, do CC).
c. Sociedades por quotas: artigo 252.º do CSC.
d. Sociedades anónimas: artigo 405.º do CSC.
e. Sociedades em nome colectivo: artigo 192.º do CSC.
f. Associações de facto: artigo 163.º do CC e artigo 22.º do CPC (Velho) 1961 – e
26.º, do CPC 2013.

CASO 449 – Num pequeno texto, procure esclarecer os direitos processuais do


“suspeito”.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 57.º, n.º 1, do CPP.
Há que distinguir:
«a. direito à constituição como arguido (artigo 59.º, n.º 2), que corresponde ao
“direito de ser avisado”, right to be warned, reconhecido pelo United States Supreme Court
na fórmula do famoso Miranda warning: “você tem o direito de permanecer em silêncio,
qualquer coisa que você diga pode ser usado contra si num tribunal, você tem o direito à
assistência de um advogado, e se você não pode pagar um advogado, um ser-lhe-á nomeado
antes de qualquer interrogatório se você o desejar” (you have the right to remain silent,
anything that you say can be used against you in a court of law, you have the right to the
presence of an attorney, and if you cannot afford an attorney one will be appointed for you
prior any questioning if you so desire);
b. direito à não utilização das suas declarações como prova (artigo 58.º, n.º 5) e,
consequentemente, direito à inaplicabilidade da incriminação do falso testemunho (também
assim, MEDINA SEIÇA, 19999: 80 e 83), direito ao silêncio (artigo 132.º, n.º 2, por maioria

76
Caso Prático retirado do Exame para Admissão ao Curso de Inspectores da PJ de 2010.

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de razão) (com inteira razão, LOBO MOUTINHO, 2000: 151, 157, 167 e 168, GIL
MOREIRA DA SILVA, 2003: 153, e SILVA DIAS e VÂNIA RAMOS, 2009: 20 e 22, que
estendem o direito às pessoas “orientadas ou pressionadas por agentes da administração da
justiça penal a declararem contra si mesmas”, vigorando o princípio nemo tenetur “mesmo
antes da constituição como arguido”) e direito a não entregar documentos ou elementos de
prova que possam ser utilizados no (“nesse”) processo contra si (artigo 14.º, n.º 5, da Lei n.º
109/2009, de 15.9, que consagra uma regra aplicável também a outros crimes além dos crimes
informáticos);
c. direito a defensor (artigo 132.º, n.º 4, por maioria de razão);
d. direito à notificação da revista ou da busca em que é “visado” e o de se fazer
acompanhar ou substituir por pessoa da sua confiança durante a diligência (artigos 175.º e
176.º);
e. direito de impugnar a ordem de revista ou busca, independentemente da
constituição como arguido (ver a anotação ao artigo 175.º);
f. direito de requerer a devolução da sua correspondência apreendida (artigo 179.º,
n.º 1, alínea a) e artigo 252.º, n.º 1) e direito de impugnar o despacho judicial que conhece do
seu requerimento, independentemente da constituição como arguido;
g. direito de examinar os suportes técnicos das suas conversações ou comunicações
gravadas (artigo 188.º, n.º 12, conjugado com o artigo 187.º, n.º 4, alínea a);
h. direito a um procedimento legal de identificação diante do órgão de polícia
criminal (ver a anotação ao artigo 250.º);
i. direito a não estar detido mais do que seis horas no posto policial mais próximo
para identificação (artigo 250.º, n.º 6);
j. direito de contactar com pessoa da sua confiança durante todo o processo de
identificação, incluindo o período de detenção no posto policial (artigo 250.º, n.º 9)».

CASO 450 – A constituição de arguido afigura-se obrigatória nalgumas situações


bem definidas na lei processual penal. Identifique a situação em que tal não ocorrerá:
□ Corra inquérito contra pessoa determinada em relação à qual haja suspeita fundada
da prática de crime, esta prestar declarações perante qualquer autoridade judiciária ou órgão
de polícia criminal;
□ Tenha de ser aplicada a qualquer pessoa uma medida de coacção ou de garantia
patrimonial;
□ O suspeito for detido por um órgão de polícia criminal;
□ No decorrer de uma fiscalização rodoviária.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 58.º, n.º 1, alíneas a) a c), do CPP.

CASO 451 – A constituição de arguido afigura-se obrigatória nalgumas situações


bem definidas na lei processual penal. Identifique a situação em que tal não ocorrerá:
□ Corra inquérito contra pessoa determinada em relação à qual haja suspeita fundada
da prática de crime, esta prestar declarações perante qualquer autoridade judiciária ou órgão
de polícia criminal;
□ A pedido de qualquer cidadão, ainda que sobre o mesmo não recaia qualquer
suspeita de cometimento de crime e não se encontre em curso qualquer processo
criminal.
□ For levantado auto de notícia que dê uma pessoa como agente de um crime e
aquele lhe for comunicado, salvo se a notícia for manifestamente infundada;
□ O suspeito for detido, em flagrante, por um órgão de polícia criminal.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 58.º, 254.º, 255.º, do CPP.

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CASO 452 – A constituição de arguido, pelos OPC, tem de seguir certas regras, sob
pena de:
□ Não poder ser validada, no prazo 10 dias, pela autoridade judiciária competente;
□ As declarações prestadas pela pessoa visada não poderem ser utilizadas como
prova;
□ Somente poderem ser utilizadas as provas anteirores à não validação da
cosntituição de arguido;
□ Todas as asserções são verdadeiras.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 58.º, n.os 3, 5 e 6, do CPP.

CASO 453 – A constituição de arguido, pelos OPC, tem de seguir certas regras, sob
pena de:
□ Não poder ser validada, no prazo 10 dias, pela autoridade judiciária competente;
□ As declarações prestadas pela pessoa visada não poderem ser utilizadas como
prova;
□ Somente poderem ser utilizadas as provas anteirores à não validação da
cosntituição de arguido;
□ Todas as asserções são verdadeiras.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 58.º, n.os 3, 5 e 6, do CPP.

CASO 454 – Num pequeno texto, aborde a matéria dos efeitos do regime da
convalidação da constituição como arguido.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 58.º, do CPP.
Segundo PAULO P. ALBUQUERQUE:
«Há quatro situações possíveis:
a. O órgão de polícia criminal não comunica ou comunica fora de prazo à
autoridade judiciária a constituição como arguido.
b. O órgão de polícia criminal comunica à autoridade judiciária a constituição como
arguido dentro de prazo, mas esta omite a validação.
c. O órgão de polícia criminal comunica à autoridade judiciária a constituição como
arguido dentro de prazo, mas esta valida fora de prazo.
d. O órgão de polícia criminal comunica à autoridade judiciária a constituição como
arguido dentro de prazo, mas esta rejeita a validação, isto é, a testemunha foi indevidamente
constituída como arguido».

CASO 455 – ANTÓNIO, inspector da PJ, encontra-se a inquirir BENJAMIM que


não é arguido – alguém que se encontrava perto do local onde foi cometido um crime de
homicídio qualificado –, pelo que, a dada altura, face ao modo como lhe responde a certas
perguntas, começa a nutrir a sensação de que tem demasiados conhecimentos e só pode estar
implicado. O que deve fazer?
□ Continuar o interrogatório até o apanhar em contradição;
□ Pedir a um colega ou superior hierárquico que continue o interrogatório;
□ Utilizar o polígrafo para ver se está a faltar à verdade ou não;
□ Suspender o acto de inquirição e comunicar ao BENJAMIM que, a partir
desse momento, aquele deve considerar-se arguido num processo penal, com explicação,
se necessário, dos direitos e deveres processuais penais que lhe assistem.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 58.º, n.º 2, ex vi 59.º, n.º 1, do CPP.

CASO 456 – ANTÓNIO, inspector da PJ, suspeita que BEN está implicado no
cometimento de um crime, tendo mesmo efectuado algumas diligências que tal
inequivocamente o indicia. O que deve fazer BEN?

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□ Pedir para que seja continuado o interrogatório até ser apanhado em contradição;
□ Pedir que seja um colega ou superior hierárquico de ANTÓNIO que continue o
interrogatório;
□ Pedir para que seja usado o polígrafo para ver se está a faltar à verdade ou não;
□ Pedir para ser constituído arguido, sempre que já estiverem a ser efectuadas
diligências destinadas a comprovar a imputação.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 58.º, n.º 2, ex vi 59.º, n.º 2, do CPP.

CASO 457 – A partir do momento em que uma pessoa adquire a qualidade de


arguido, é-lhe assegurado o exercício de um leque de direitos e de deveres processuais,
embora lhe possam ser aplicadas medidas de coacção e de garantia patrimonial, bem como
sujeição à efectivaçao de certas diligências probatórias. A legislação processual penal
reconhece, presentemente, ao arguido, um todo um leque de direitos processuais penais.
Identifique, entre as várias opções, aquela que não corresponde a um direito que assista, no
processo penal português, a qualquer arguido.
□ Estar presente aos actos processuais que directamente lhe disserem respeito;
□ Ser ouvido pelo tribunal ou pelo juiz de instrução sempre que eles devam tomar
qualquer decisão que pessoalmente o afecte;
□ Ser informado dos factos que lhe são imputados antes de prestar declarações
perante qualquer entidade;
□ Escolher o magistrado ou agente policial que o poderá interrogar.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 60.º e 61.º, n.o 1, alíneas a) a c), do CPP.

CASO 458 – A legislação processual penal reconhece, ao arguido, certos direitos.


Identifique a opção que não se reconduz a um direito processual de qualquer arguido, no
acutal processo penal português.
□ Não responder a perguntas feitas, por qualquer entidade, sobre os factos que lhe
forem imputados e sobre o conteúdo das declarações que acerca deles prestar;
□ Não responder a perguntas feitas sobre a sua identidade e vida pessoal e
familiar;
□ Constuir ou pedir a nomeação de advogado;
□ Ser assistido por defensor em todos os actos processuais em que participar e,
quando detido, comunicar, mesmo em privado, com ele.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 61.º, n.o 1, alíneas d a f, do CPP.

CASO 459 – A actual legislação processual penal portuguesa reconhece, ao arguido,


certos direitos processuais penais. Identifique a opção que não se reconduz a um direito
processual reconhecido a qualquer arguido, no panorama nacional.
□ Intervir no inquérito e na instrução, oferecendo provas e requerendo as diligências
que se lhe afigurarem necessárias;
□ Não cumprimentar os OPC que o interrogam;
□ Ser informado, pela autoridade judiciária ou OPC perante os quais seja obrigado
a comparecer, dos direitos que lhe assistem;
□ Recorrer das decisões favoráveis.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 61.º, n.o 1, alíneas d) a f), do CPP.

CASO 460 – Nem só de direitos vive o arguido, já que também lhe são assacados
alguns deveres processuais, no actual processo penal português. Identifique, nas várias
opções, aquela que não corresponde a um desses deveres processuais reconhecidos a qualquer
arguido.

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□ Comparecer perante o juiz, o MP ou os OPC sempre que a lei o exigir e para tal
tiver sido devidamente convocado;
□ Responder com verdade às perguntas feitas por entidade competente sobre a sua
identidade e, nalguns casos legalmente impostos, sobre os seus antecedentes criminais;
□ Prestar termo de identidade e residência logo que assuma a qualidade de arguido;
□ Não se sujeitar a diligências de prova e medidas de coação e garantia
patrimonial especificadas na lei e ordenadas e efectuadas por entidade competente.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 61.º, n.o 3, alíneas a) a d), do CPP.

CASO 461 – Procure, num pequeno texto, abordar o tema dos direitos do arguido à
luz do direito constitucional português e do direito internacional dos direitos humanos a que
o Estado Português se encontra vinculado, em matéria processual penal.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 61.º, do CPP.
«São os seguintes os direitos pessoais do arguido:
a. o direito ao respeito pela sua integridade física e moral (artigos 25.º e 32.º, n.º 8,
da CRP, e artigo 3.º da CEDH);
b. o direito de respeito pela sua vida privada, pelo seu domicílio, pela sua
correspondência e pelas suas comunicações (artigo 32.º, n.º 8, conjugado com os artigos 26.º,
n.os 1 e 2, e 34.º, da CRP, e artigo 8.º, da CEDH);
c. o direito à liberdade de circulação (artigo 2.º do protocolo 4.º à CEDH);
d. os direitos do detido à liberdade:
i. direito de só ser privado da liberdade nos casos previstos na lei e na forma prevista
na lei (artigo 27.º, n.os 2 e 3, da CRP, e artigo 5.º, § 1.º, da CEDH);
ii. direito de ser informado imediatamente e de forma compreensível das razões da
sua prisão ou detenção e dos seus direitos (artigo 27.º, n.º 4, da CRP, e artigo 5.º, § 2.º, da
CEDH), incluindo o direito de conhecer e consultar os elementos do processo que indiciam
os factos imputados e que fundamentam a decisão de aplicação da medida de coacção (artigo
194.º, n.os 7 e 8, do CPP);
iii. direito de ser apresentado imediatamente a um juiz (artigo 28.º, n.º 1, da CRP, e
artigo 5.º, § 3.º, da CEDH);
iv. direito à comunicação da privação da liberdade a parente ou pessoa de confiança
(artigo 28.º, n.º 3, da CRP);
v. direito de ser julgado num prazo razoável ou a ser posto em liberdade (artigo 5.º,
§ 3.º, da CEDH), de que fazem parte o direito à excepcionalidade da prisão preventiva (artigo
28.º, n.º 2, da CRP) e o direito de só estar preso dentro de prazos legais (artigo 28.º, n.º 4, da
CRP);
vi. direito a recurso a um tribunal para se pronunciar sobre a legalidade da detenção
(artigo 5.º, § 4.º, da CEDH), incluindo o direito ao habeas corpus (artigo 31.º, n.º 1, da CRP);
vii. direito a indemnização por privação da liberdade em violação da CRP e da lei
(artigo 27.º, n.º 5, da CEDH) ou em violação da CEDH (artigo 5.º, § 5.º, da CEDH)
e. o direito ao tribunal:
i. o direito a um tribunal imparcial e independente (artigo 6.º, § 1.º, da CEDH);
ii. o direito a um tribunal estabelecido pela lei (artigo 6.º, § 1.º, da CEDH);
iii. o direito a um julgamento no mais curto prazo compatível com as garantias da
defesa (artigo 32.º, n.º 2, da CRP) ou num prazo razoável (artigo 6.º, § 1.º, da CEDH);
iv. o direito de exposição (artigo 98.º, n.º 1, do CPP);
v. o direito a um julgamento público e a uma sentença proferida publicamente (artigo
6.º, § 1.º, da CEDH);
vi. o direito à motivação das decisões judiciais (artigo 6.º, § 1.º, da CEDH);

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vii. o direito ao recurso (artigo 32.º, n.º 1, da CRP, e artigo 6.º, § 1.º, da CEDH) e o
direito ao duplo grau de jurisdição em matéria de facto (artigo 2.º do protocolo n.º 7 à CEDH)
(mas ver a anotação ao artigo 399.º).
viii. o direito à execução das decisões judiciais (artigo 6.º, § 1.º, da CEDH),
incluindo o direito de execução da sentença condenatória nos termos da lei (artigo 27.º, n.º 2
da CRP), mantendo os seus direitos fundamentais com as limitações inerentes ao sentido da
condenação e às exigências da execução (artigo 30.º, n.º 5, da CRP);
ix. o direito ao caso julgado (artigo 6.º, § 1.º, da CEDH, e artigo 4.º do protocolo
adicional n.º 7 à CEDH);
f. o direito a todas as garantias de defesa (artigo 32.º, n.º 1, da CRP), numa expressão
já proveniente da primeira Constituição republicana, que corresponde ao direito a um
processo equitativo (artigo 20.º, n.º 4, da CRP, e artigo 6.º, § 1.º, da CEDH):
i. o direito ao silêncio (artigo 6.º, § 1.º, da CEDH, artigo 32.º, n.º 1, da CRP, e artigos
61.º, n.º 1, alínea h), 141.º, n.º 4, alínea a), 343.º, n.º 1, do CPP) e o direito a não colaborar
com as autoridades judiciárias (sobre o direito à não auto-incriminação, ver a anotação ao
artigo 4.º);
ii. o direito à igualdade de armas (artigo 6.º, § 1.º, da CEDH, e artigo 32.º, n.º 1, da
CRP;
iii. o direito ao contraditório (artigo 32.º, n.º 5, da CRP, e artigo 6.º, § 1.º, da CEDH),
designadamente, o direito ao interrogatório como arguido (artigo 272.º, n.º 1, do CPP), o
direito a ser informado pessoalmente da acusação (artigo 6.º, § 3.º, alínea a), da CEDH,
artigos 113.º, n.º 9, e 283.º, n.º 5, do CPP), o direito de audição sobre as decisões relativas à
disciplina da audiência e à direcção dos trabalhos (artigo 322.º, n.º 1, do CPP), o direito de
audição sobre decisão que pessoalmente o afecte (artigo 61.º, n.º 1, alínea b), e artigo 327.º,
n.º 1, do CPP), o direito de contraditar meios de prova dos outros sujeitos processuais, mesmo
os oficiosamente produzidos pelo tribunal (artigos 139.º, n.º 3, e 327.º, n.º 2, do CPP) e o
direito a ser informado sobre o que se passou na audiência na sua ausência (artigo 332.º, n.º
7, do CPP);
iv. o direito de dispor do tempo e dos meios necessários para a preparação da defesa
(artigo 6.º, § 3.º, alínea b), da CEDH);
v. o direito de apresentar prova em sua defesa e contestar a prova da acusação (artigo
6.º, §§ 1.º, e 3.º, alínea d), da CEDH);
vi. o direito à imediação (artigo 6.º, § 3.º, alínea d), da CEDH);
vii. o direito a ser informado dos seus direitos (artigo 61.º, n.º 1, alínea g), do CPP),
incluindo o direito de ser informado do seu direito de recorrer da sentença e do respectivo
prazo nos termos do artigo 333.º, n.º 6);
viii. o direito de falar livre na sua pessoa e de não prestar juramento (artigo 140.º,
n.os 1 e 3, do CPP);
ix. o direito a tradutor gratuito (artigo 6.º, § 3.º, alínea e), da CEDH);
g. o direito à presunção da inocência (artigo 32.º, n.º 2, da CRP, e artigo 6.º, § 2.º,
da CEDH) (ver a anotação ao artigo 127.º).
h. o direito a defensor
i. direito de escolher defensor (artigo 32.º, n.º 3, da CRP, e artigo 6.º, § 3.º, alínea
c), da CEDH);
ii. direito de solicitar nomeação de defensor ao tribunal (artigo 64.º, n.º 1, alínea e),
do CPP);
iii. direito a assistência gratuita por defensor quando não tiver meios para remunerar
o defensor (artigo 20.º, n.º 1, da CRP, e artigo 6.º, § 3.º, alínea c), da CEDH);
iv. direito de ser assistido pelo seu defensor em todos os actos do processo (artigo
32.º, n.º 3, da CRP), o que inclui um direito de contacto e consulta a qualquer momento do
advogado, que não pode ser obstruído ou dificultado de modo a inutilizá-lo em termos

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práticos (CLAUS ROXIN e HAN ACHENBACH, 2006: 50 e 51, com dois exemplos da
jurisprudência do Bundesgerichtshof de obstrução prática do direito);
v. direito do detido de falar em privado com defensor (artigo 61.º, n.º 1, alínea f), do
CPP);
i.i. o direito a defender-se a si próprio (artigo 6.º, § 3.º, alínea c), da CEDH, e artigo
14.º, n.º 3, alínea d), do PIDCP);
j.j. o direito a estar presente aos actos processuais que lhe disserem respeito e a ser
julgado na ausência apenas nos casos previstos na lei (artigo 32.º, n.º 6, da CRP) e de
prescindir desse direito (artigo 334.º, n.º 2, do CPP);
k.k. o direito a um processo de estrutura acusatória (artigo 32.º, n.º 5, da CRP),
incluindo o direito a uma instrução judicial do processo (artigo 32.º, n.º 4, da CRP)».

CASO 462 – Procure, num pequeno texto, abordar o tema dos direitos da pessoa
colectiva e outras entidades equiparadas quando constituídas arguidas, no processo penal
português.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 61.º, do CPP.
«Os direitos da pessoa colectiva são os seguintes:
a. O direito ao respeito pela sua sede e instalações, pela sua correspondência e pelas
suas comunicações.
b. Os direitos ao tribunal acima referidos.
c. Os direitos a todas as garantias da defesa acima referidos, incluindo o direito à
não auto-incriminação (STEFAN TRECHSEL, 2005: 349, SILVA DIAS e VÂNIA RAMOS,
2009: 42, e GERMANO MARQUES DA SILVA, 2009 a: 800 e 801), com a excepção dos
direitos de falar livremente na sua pessoa e de não prestar juramento e o direito a tradutor
gratuito.
d. O direito à presunção da inocência.
e. Os direitos a defensor acima referidos.
f. O direito de defender-se a si própria.
g. O direito de estar presente aos actos processuais que lhe disserem respeito e de
ser julgada na ausência apenas nos casos previstos na lei e de prescindir desse direito e
h. O direito a um processo de estrutura acusatória».

CASO 463 – Procure, num pequeno texto, abordar o tema dos direitos de que a
pessoa colectiva e outras entidades equiparadas, quando constituídas arguidas, não gozam.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 61.º, do CPP.
«A pessoa colectiva não tem os seguintes direitos:
a. O direito ao respeito pela integridade física e moral.
b. O direito de respeito pela vida privada.
c. O direito à liberdade de circulação.
d. Os direitos do detido à liberdade.
e. Os diretios a falar livremente na sua pessoa.
f. O direito a não prestar juramento e
g. O direito a tradutor gratuito».

CASO 464 – Quando é que o arguido pode constituir advogado?


□ Somente na fase de julgamento;
□ Somente no primeiro interrogatório judicial;
□ No inquérito criminal;
□ Em qualquer altura do processo penal.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 62.º, do CPP.

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CASO 465 – Diga qual das opções seguintes não corresponde a um direito do
defensor.
□ Interpor recursos;
□ Assistir o arguido em todos os actos processuais;
□ Possuir bancada própria no tribunal;
□ Decidir da estratégia defensiva, ainda que contra a vontade do arguido.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 63.º, n.os 1 e 2, do CPP.

CASO 466 – Face aos casos em que é obrigatória a assistência do defensor ao


arguido, procure identificar a opção errada.
□ É obrigatória a assistência do defensor nos interrogatórios de arguido detido ou
preso;
□ É obrigatória a assistência do defensor no debate instrutório e na audiência, salvo
tratando-se de processo que não possa dar lugar à aplicação de pena de prisão ou de medida
de segurança de internamento;
□ Em qualquer acto processual, à excepção da constituição de arguido, sempre que
o arguido for cego, surdo, mudo, analfabeto, desconhecedor da língua portuguesa, menor de
21 anos, ou se suscitar a questão da sua inimputabilidade ou da sua imputabilidade diminuída;
□ No acto de constituição de arguido, após ter sido ouvido como testemunha e
considerado suspeito.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 64.º, n.os 1 alíneas a) a c), do CPP.

CASO 467 – Face aos casos em que é obrigatória a assistência do defensor ao


arguido, procure identificar a opção errada, isto é, em que tal obrigatoriedade de assistênica
por defensor (advogado) não ocorre.
□ Nos recursos ordinários ou extraordinários;
□ Nos casos a que se referem os artigos 271.º e 294.º, do CPP;
□ Na audiência de julgamento realizada na ausência do arguido e nos demais casos
legalmente previstos;
□ No acto de constituição de arguido.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 64.º, n.os 1 alíneas d) a g), do CPP.

CASO 468 – Se o arguido não tiver advogado constituído nem defensor nomeado e
tiver sido deduzida acusação:
□ Não é obrigatória a constituição de arguido;
□ Pode aguardar o julgamento para proceder à constituição de defensor;
□ Espera que lhe nomeiem defensor;
□ É obrigatória a nomeação de defensor, devendo a sua identificação constar
do despacho de encerramento do inquérito.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 64.º, n.º 3, do CPP.

CASO 469 – Num dado processo criminal existem vários arguidos, poderão todos
eles ser defendidos pelo mesmo defensor?
□ Não;
□ Sim;
□ Nunca;
□ Sim, se isso não contrariar a função da defesa.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 65.º, do CPP.

CASO 470 – Diga em que casos o defensor poderá ser substituído:

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□ Se o defensor, relativamente a um acto em que a assistência for necessária, não
comparecer;
□ Se o defensor, relativamente a um acto em que a assistência for necessária, se
ausentar antes de terminado;
□ Se o defensor, relativamente a um acto em que a assistência for necessária,
abandonar a defesa;
□ Todas as asserções são verdadeiras.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 67.º, do CPP.

3.2.4. Vítima

A – TÓPICOS DE DESENVOLVIMENTO:
LIVRO I – Dos sujeitos processuais
TÍTULO IV – Vítima – artigo 67.º-A, do Código de Processo Penal + Estatuto da
Vítima, constante do anexo à Lei n.º 130/2015, de 04 de Setembro.
3.2.4. Vítima
3.2.4.1. Vítima – artigo 67.º-A, do CPP + Estatuto da Vítima – Lei n.º 130/2015, de
4 de Setembro (Anexo).

B – CASOS PRÁTICOS E QUESTÕES TEÓRICO-PRÁTICAS A


RESOLVER:

CASO 471 – Diga o que se deve entender, hoje em dia, por “vítima”, no processo
penal português. A vítima é:
□ A pessoa singular que sofreu um dano, nomeadamente um atentado à sua
integridade física ou psíquica, um dano emocional ou moral, ou um dano patrimonial,
diretamente causado por ação ou omissão, no âmbito da prática de um crime;
□ Os familiares de uma pessoa cuja morte tenha sido diretamente causada por um
crime e que tenham sofrido um dano em consequência dessa morte;
□ Os que viviam em condições análogas ao cônjuge que faleceu criminosamente;
□ Somente as duas primeiras asserções são verdadeiras.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 67.º-A, n.º 1, alínea a), do CPP.

CASO 472 – Diga o que se deve entender, hoje em dia, por “vítima”, no processo
penal português. A vítima é:
□ A pessoa singular que sofreu um dano, nomeadamente um atentado à sua
integridade física ou psíquica, um dano emocional ou moral, ou um dano patrimonial,
diretamente causado por ação ou omissão, no âmbito da prática de um crime;
□ Os familiares de uma pessoa cuja morte tenha sido diretamente causada por um
crime e que tenham sofrido um dano em consequência dessa morte;
□ Os que viviam em condições análogas ao cônjuge que faleceu criminosamente;
□ Somente as duas primeiras asserções são verdadeiras.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 67.º-A, n.º 1, alínea a), do CPP.

CASO 473 – Diga o que se deve entender, hoje em dia, por “vítima especialmente
vulnerável”, no processo penal português. A “vítima especialmente vulnerável” é:
□ A vítima cuja especial fragilidade resulte, nomeadamente, da sua idade, do
seu estado de saúde ou de deficiência, bem como do facto de o tipo, o grau e a duração
da vitimização haver resultado em lesões com consequências graves no seu equilíbrio
psicológico ou nas condições da sua integração social;

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□ Os familiares de uma pessoa cuja morte tenha sido diretamente causada por um
crime e que tenham sofrido um dano em consequência dessa morte;
□ O cônjuge da vítima ou a pessoa que convivesse com a vítima em condições
análogas às dos cônjuges, os seus parentes em linha reta, os irmãos e as pessoas
economicamente dependentes da vítima;
□ Uma pessoa singular com idade inferior a 18 anos.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 67.º-A, n.º 1, alínea a), i), ii) e c), do CPP.

CASO 474 – Em matéria de vítima, no processo penal português, após 2015,


passaram-se a reconhecer sete princípios estruturantes. Não opções pode encontrar vários
desses princípios. Diga qual é a opção certa:
□ O princípio da igualdade, respeito e reconhecimento, autonomia da vontade,
confidencialidade, consentimento, informação e do acesso equitativo aos cuidados de
saúde;
□ O princípio da igualdade e da ajuda;
□ O princípio do mútuo auxílio;
□ O princípio da verdade.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 67.º-A, do CPP; artigos 3.º a 9.º, do Estatuto da
Vítima, anexo da Lei n.º 130/2015, de 04 de Setembro.

3.2.4. Do assistente

A – TÓPICOS DE DESENVOLVIMENTO:
LIVRO I – Dos sujeitos processuais
TÍTULO V – Do assistente – artigos 68.º a 70.º, do Código de Processo Penal.
3.2.4. Do assistente
3.2.4.1. Assistente – artigo 68.º, do CPP.
3.2.4.2. Posição processual e atribuições dos assistentes – artigo 69.º, do CPP.
3.2.4.3. Representação judiciária dos assistentes – artigo 70.º, do CPP.

B – CASOS PRÁTICOS E QUESTÕES TEÓRICO-PRÁTICAS A


RESOLVER:

CASO 475 – O processo penal português reconhece a várias pessoas e entidades a


possibilidade de se constituirem assistentes no processo penal. Diga qual das opções não
configura uma dessas situações legais:
□ Os ofendidos, desde que maiores de 16 anos;
□ As pessoas que possuem legitimidade para se queixar ou deduzir acusação
particular;
□ O cônjuge sobrevivo, sempre que o cônjuge falecido tenha renunciado à
queixa;
□ No caso de o ofendido ser menor de 16 anos ou por outro motivo incapaz, o
representante legal.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 68.º, n.º 1, alíneas a), b), c) (a contrario), e d),
do CPP

CASO 476 – Identifique, nas opções que se seguem, as pessoas e entidades que não
podem constituir-se assistentes no processo penal:
□ Os ofendidos, desde que maiores de 16 anos;
□ No caso de o ofendido morrer sem ter renunciado à queixa, o cônjuge sobrevivo
não separado judicialmente de pessoas e bens ou a pessoa, de outro ou do mesmo sexo, que

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com o ofendido vivesse em condições análogas às dos cônjuges, os descendentes e adoptados,
ascendentes e adoptantes, ou, na falta deles, irmãos e seus descendentes, salvo se alguma
dessas pessoas houver comparticipado no crime;
□ No caso de o ofendido ser menor de 16 anos ou por outro motivo incapaz, o
representante legal e, na sua falta, as pessoas indicadas na alínea anterior, segundo a ordem
aí referida, ou, na ausência dos demais, a entidade ou instituição com responsabilidades de
protecção, tutelares ou educativas, quando o mesmo tenha sido judicialmente confiado à sua
responsabilidade ou guarda, salvo se alguma delas houver auxiliado ou comparticipado no
crime;
□ Todas as asserções são verdadeiras.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 68.º, n.º 1, alíneas a), c), d), do CPP.

CASO 477 – Compete ao assistente, no processo penal, um leque de atribuições.


Identifique a que não corresponde a uma sua atribuição:
□ Colaborar com o Ministério Público;
□ Intervir no inquérito e na instrução, oferecendo provas e requerendo as diligências
que se afigurarem necessárias e conhecer os despachos que sobre tais iniciativas recaírem;
□ Deduzir acusação independentemente da do Ministério Público e, no caso de
procedimento dependente de acusação, ainda que aquele a não deduza;
□ Todas as asserções são verdadeiras.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 69.º, n.º 2, alíneas a) a c), do CPP.

CASO 478 – Compete ao assistente, no processo penal, um leque de atribuições.


Identifique a que não corresponde a uma sua atribuição:
□ Interpor recurso das decisões que os afectem, mesmo que o MP o não tenha feito,
dispondo, para o efeito, de acesso aos elementos processuais imprescindíveis;
□ Intervir no inquérito e na instrução, oferecendo provas e requerendo as diligências
que se afigurarem necessárias e conhecer os despachos que sobre tais iniciativas recaírem;
□ Deduzir acusação independentemente da do Ministério Público e, no caso de
procedimento dependente de acusação, ainda que aquele a não deduza;
□ Decretar uma medida de coacção ou garantia patrimonial.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 69.º, n.º 2, alíneas a) a c), do CPP.

CASO 479 – No processo penal, conferem-se aos assistentes vários direitos


relativamente ao processo. Identifique a opção que não corresponde a um desses direitos:
□ O direito de requerer a suspensão do processo após a acusação ou o requerimento
para abertura da instrução;
□ O direito de requerer a conexão e a separação de processos;
□ O direito de requerer e ser ouvido sobre a decretação da excepcional complexidade
do processo e de requerer a prorrogação de certos prazos;
□ Requerer a aplicação de uma medida de coacção ou garantia patrimonial.
FUNDAMENTO LEGAL: artigos 7.º, n.º 3, 30.º, n.º 1, 107.º, n.º 6, 215.º, n.º 4, do
CPP.

CASO 480 – No processo penal, conferem-se aos assistentes vários direitos


relativamente ao processo penal português. Identifique a opção que não corresponde a um
desses direitos:
□ O direito de requerer a aceleração processual e a conhecer a violação dos prazos
do inquérito;
□ O direito de requerer a reforma de auto perdido, extraviado ou destruído;
□ Requerer a aplicação de uma medida de coacção ou garantia patrimonial.

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□ Só a 3.ª opção não é verdadeira.
FUNDAMENTO LEGAL: artigos 102.º, n.º 2, 108.º, n.º 1, 276.º, n.os 7 e 8, do
CPP.

CASO 481 – No processo penal, conferem-se aos assistentes vários direitos


relativamente ao tribunal. Identifique a opção que não corresponde a um desses direitos:
□ O direito de requerer a aceleração processual e a conhecer a violação dos
prazos do inquérito;
□ O direito de deduzir a incompetência do tribunal e de suscitar o conflito de
competência.
□ O direito de requerer a declaração de obstrução ao exercício de jurisdição e a
atribuição da competência a outro tribunal;
□ O direito de requerer a declaração de impedimento do juiz e a recusa do juiz.
FUNDAMENTO LEGAL: artigos 32.º, n.º 1, 35.º, n.º 1, 38.º, n.º 1, 41.º, n.º 2, 43.º,
n.º 3, 108.º, n.º 1, 276.º, n.os 7 e 8, do CPP.

CASO 482 – No processo penal, conferem-se aos assistentes vários direitos


relativamente ao processo. Identifique a opção que não corresponde a um desses direitos:
□ O direito de requerer a aceleração processual e a conhecer a violação dos prazos
do inquérito;
□ O direito de requerer a reforma de auto perdido, extraviado ou destruído;
□ O direito a ser notificado pessoalmente de decisões, incluindo a decisão de
arquivamento, a acusação do MP e o despacho que designa data para julgamento, e o direito
à contagem do prazo para a prática de actos susbsequentes à notificação de acordo com a
regra excepcional do artigo 113.º, n.º 12;
□ A 1.ª e 2.ª opções não são verdadeiras.
FUNDAMENTO LEGAL: artigos 102.º, n.º 2, 108.º, n.º 1, 113.º, n.º 9, 276.º, n.os
7 e 8, 277.º, n.º 2, 283.º, n.º 5, 313.º, n.º 2, do CPP.

CASO 483 – No processo penal, conferem-se, aos assistentes, vários direitos de


participação no inquérito criminal. Identifique a opção que não corresponde a um desses
direitos:
□ O direito de requerer a aceleração processual e a conhecer a violação dos
prazos do inquérito;
□ O direito de intervir activamente no inquérito, oferecendo provas e requerendo
diligências e conhecendo dos despachos que sobre essas iniciativas recaírem;
□ O direito de requerer, durante o inquérito, ao juiz de instrução a prática de actos
processuais fundamentais, incluindo o direito de requerer a aplicação de medida de coacção
e de se pronunciar sobre a modificação, substituição ou revogação de medida de coacção e
interpor da decisão que aplique, modifique, substitua ou revogue medida de coacção;
□ O direito de estar presente ou representado no interrogatório do arguido para
aplicação de medida de coacção por si requerida.
FUNDAMENTO LEGAL: artigos 69.º, n.º 2, alínea a), 108.º, n.º 1, 268.º, n.º 1,
alínea b), n.º 2, 269.º, n.º 2, 276.º, n.os 7 e 8, do CPP.

CASO 484 – No processo penal, conferem-se aos assistentes vários direitos de


participação no inquérito criminal. Identifique a opção que não corresponde a um desses
direitos:
□ O direito de requerer a aceleração processual e a conhecer a violação dos
prazos do inquérito;

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□ O direito de requerer a prestação de declarações para memória futura e intervir na
mesma;
□ O direito de requerer a suspensão provisória do processo e de discordar desta,
quando requerida por outro sujeito;
□ O direito de requerer a intervenção hierárquica.
FUNDAMENTO LEGAL: artigos 108.º, n.º 1, 271.º, n.º 1, 276.º, n.º 8, 278.º, n.º
1, 281.º, n.º 1, do CPP.

CASO 485 – No processo penal português, conferem-se aos assistentes vários


direitos de participação no inquérito criinal. Identifique a opção que não corresponde a um
desses direitos:
□ O direito de deduzir acusação por crimes públicos e semi-públicos desde que a
acusação particular tenha por objecto os factos acusados pelo MP, parte destes factos ou
outros que não importem alteração substancial destes e o direito de requerer a produção de
meios de prova que não constem da acusação do MP;
□ O direito de requerer a aceleração processual e a conhecer a violação dos
prazos do inquérito;
□ O direito de acusar autonomamente por crimes particulares;
□ O direito de ser ouvido sobre a publicidade externa.
FUNDAMENTO LEGAL: artigos 86.º, n.os 2 e 4, 108.º, n.º 1, 271.º, n.º 1, 276.º,
n.º 8, 278.º, n.º 1, 281.º, n.º 1, do CPP.

CASO 486 – No processo penal português, conferem-se aos assistentes vários


direitos de participação no inquérito criminal. Identifique a opção que não corresponde a um
desses direitos:
□ O direito de requerer a aceleração processual e a conhecer a violação dos prazos
do inquérito;
□ O direito de acesso ao inquérito;
□ O direito de ser notificado das decisões que recaiam sobre os seus requerimentos,
nos termos gerais;
□ Não é verdadeira a 1.ª opção.
FUNDAMENTO LEGAL: artigos 69.º, n.º 2, alíneas a) e c), 89.º, n.º 1, 108.º, n.º
1, 113.º, n.º 9, 271.º, n.º 1, 276.º, n.º 8, 278.º, n.º 1, 281.º, n.º 1, do CPP.

CASO 487 – No processo penal português, conferem-se aos assistentes vários


direitos de participação na instrução criminal. Identifique a opção que não corresponde a um
desses direitos:
□ O direito de requerer a abertura de instrução em relação a factos que constituam
crimes públicos e semi-públicos pelos quais o MP não tiver deduzido acusação e o direito de
oferecer provas e requerer diligências para esse efeito;
□ O direito de assistir aos actos de instrução por si requeridos e suscitar pedidos de
esclarecimento ou requerer que sejam formuladas as perguntas que entenderem relevantes;
□ O direito de participar no debate instrutório e de ser notificado para o efeito;
□ Nenhuma.
FUNDAMENTO LEGAL: artigos 285.º, 289.º, n.os 1 e 2, 297.º, n.º 3, do CPP.

CASO 488 – No processo penal português, conferem-se aos assistentes vários


direitos de participação na instrução criminal. Identifique a opção que não corresponde a um
desses direitos:

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□ O direito de requerer a abertura de instrução em relação a factos que constituam
crimes públicos e semi-públicos pelos quais o MP não tiver deduzido acusação e o direito de
oferecer provas e requerer diligências para esse efeito;
□ O direito de assistir aos actos de instrução por si requeridos e suscitar pedidos de
esclarecimento ou requerer que sejam formuladas as perguntas que entenderem relevantes;
□ O direito de requerer a comunicação da alteração de factos descritos na acusação
ou no requerimento de abertura de instrução durante a instrução e da qualificação jurídica
dos factos;
□ Nenhuma.
FUNDAMENTO LEGAL: artigos 285.º, 289.º, n.os 1 e 2, 297.º, n.º 3, 303.º, n.º 1,
303.º, n.º 5, do CPP.

CASO 489 – No processo penal português, conferem-se aos assistentes vários


direitos de participação no julgamento. Identifique a opção que não corresponde a um desses
direitos:
□ O direito de participar na audiência de julgamento e de ser notificado para o efeito;
□ O direito de requerer a comunicação de uma alteração não substancial de factos
ao defensor e de recusar o julgamento por factos novos;
□ O direito de alegar no final da audiência por intermédio do seu representante;
□ Nenhuma.
FUNDAMENTO LEGAL: artigos 311.º, n.º 3, 346.º, 358.º, n.º 1, 359.º, n.º 3, do
CPP.

CASO 490 – No processo penal português, conferem-se aos assistentes vários


direitos de participação no julgamento. Identifique a opção que não corresponde a um desses
direitos:
□ O direito de participar na audiência de julgamento e de ser notificado para o efeito;
□ O direito de requerer a comunicação de uma alteração não substancial de factos
ao defensor e de recusar o julgamento por factos novos;
□ O direito de intervir no processo sumário e de não concordar com o processo
sumaríssimo relativamente a crime particular;
□ Nenhuma.
FUNDAMENTO LEGAL: artigos 311.º, n.º 3, 346.º, 358.º, n.º 1, 359.º, n.º 3, 388.º,
392.º, n.º 2, do CPP.

CASO 491 – Num pequeno texto, procure abordar os designados direitos


específicos do assisente em matéria de produção de prova penal.
FUNDAMENTO LEGAL:
Segundo P. P. ALBUQUERQUE:
« ad. O direito de não depor como testemunha (artigo 133.º, n.º 1, alínea b).
ae. O direito de não prestar juramento (artigo 145.º, n.º 4).
af. O direito de depor no domicílio se estiver impossibilitado de comparecer na
audiência (artigo 319.º, n.º 1).
ag. O direito de recusar o perito (artigo 153.º, n.º 2), de ser notificado do despacho
que ordena a perícia (artigo 154.º, n.º 3), de designar um consultor técnico (artigo 155.º, n.º
1, de assistir à perícia, salvo se ela for susceptível de ofender o pudor (artigo 156.º, n.º 2), de
requerer esclarecimentos ao perito (artigo 157.º, n.º 1) e requerer esclarecimentos adicionais,
nova perícia ou renovação da perícia (artigo 158.º, n.º 1).
ah. O direito de requerer a conferência, na sua presença, da transcrição de registo
fonográfico (artigo 166.º, n.º 3).

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ai. O direito de examinar, a partir do encerramento do inquérito, os suportes técnicos
das conversações ou comunicações e obter, à sua custa, cópia das partes que pretendam
transcrever para juntar ao processo, bem como dos relatórios previstos no n.º 1, até ao termo
dos prazos previstos para requerer a abertura da instrução (artigo 188.º, n.º 8).
aj. O direito de se pronunciar sobre questões incidentais e meios de prova, mesmo
que tenham sido oficiosamente produzidos pelo tribunal (artigo 327.º).
ak. O direito de apresentar testemunhas, de alterar o rol de testemunhas (artigo 316.º,
n.º 1), de prescindir de testemunhas e de ser ouvido sobre a dispensa de testemunhas, os
peritos, outro assistente e as partes civis (artigo 353.º, n.º 3, e 387.º, n.º 4).
al. O direito a solicitar a colocação de questões ao arguido (artigo 345.º, n.º 2), às
partes civis (artigo 347.º, n.º 1), a testemunhas menores de 16 anos (artigo 349.º), aos peritos
e consultores técnicos (artigo 350.º, n.º 1) e às pessoas que intervenham na reabertura da
audiência para determinação da sanção (artigo 371.º, n.º 3).».

CASO 492 – No actual processo penal português, reconhecem-se, ao assistente,


vários direitos de sindicância e impugnação das ilegalidades. Procure abordar esta temática,
num pequeno texto, coerente, conciso e claro, com não mais de 15 linhas.
FUNDAMENTO LEGAL:
Segundo PAULO P. ALBUQUERQUE:
«am. O direito de fazer-se acompanhar por advogado em todas as diligências em
que intervier e de o seu advogado ser notificado para as mesmas (artigo 70.º, n.º 3, e artigo
273.º, n.º 3).
an. O direito de arguir a inexistência, a nulidade insanável, a nulidade sanável e a
irregularidsade de actos e omissões processuais e invocar proibições de prova (sendo o
“interessado”).
ao. O direito de recorrer autonomamente das decisões que o afectem (artigos 69.º,
n.º 2, alínea c), e 401.º, n.º 1, alínea b), incluindo o direito de interpor recurso da
absolvição, do despacho de não pronúncia ou da condenação em pena cuja espécie ou
medida ele considera insuficientes, dos despachos sobre medidas de coacção e de garantia
patrimonial, devendo ter acesso aos elementos processuais indispensáveis, sem prejuízo do
regime do segredo de justiça (ou seja, valendo também para o assistente os termos previstos
no artigo 194.º, n.º 7).
ap. O direito de desistir do recurso interposto, até ao momento de o processo ser
concluso ao relator para exame preliminar (artigo 415.º, n.º 1).
aq. O direito de renunciar ao direito ao recurso (artigo 497.º, n.º 2).
ar. O direito de ser notificado para comparecer na audiência no tribunal de recurso
(artigo 421.º, n.º 2).
as. O direito de interpor revisão de sentenças absolutórias ou despachos de não
pronúncia (artigo 450.º, n.º 1, alínea b).
at. O direito de apresentar meios de prova para o juízo de revisão (artigo 459.º, n.º
1).
au. O direito de pedir a revisão e confirmação de sentença penal estrangeira (artigo
236.º).
av. O direito de interpor recurso de fixação de jurisprudência (artigo 437.º, n.º 5).
aw. O direito de interpor recurso de decisão proferida contra jurisprudência fixada
pelo STJ (artigo 446.º, n.º 2).
ax. O direito à isenção do pagamento da taxa de justiça (artigo 517.º).
ay. O direito a reaver as custas se a decisão revista tiver sido absolutória, mas no
juízo de revisão a sentença for condenatória (artigo 463.º, n.º 3, alínea b)».

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CASO 493 – No actual processo penal português, além de se reconhecerem vários
direitos ao assistente, igualmente se lhe impõem vários deveres processuais. Procure abordar
esta temática, num pequeno texto, coerente, conciso e claro, com não mais de 15 linhas.
FUNDAMENTO LEGAL:
Segundo PAULO P. ALBUQUERQUE:
«a. O dever de prestar declarações com verdade (artigo 145.º, n.º 2) e de participar
em acareação (artigo 146.º, n.º 1), reconhecimento (artigo 147.º, n.º 1) e reconstituição do
facto (artigo 150.º, n.º 1).
b. O dever de indicar a sua residência, o local de trabalho ou outro domicílio à sua
escolha, para efeito de notificação (artigo 145.º, n.º 5).
c. O dever de o seu representante estar presente na audiência no procedimento por
crime particular (artigo 330.º, n.º 2).
d. O dever de permanecer no local da audiência (artigo 353.º, n.º 1).
e. O dever de suportar as despesas da publicação da sentença absolutória (artigo
378.º, n.º 1).
f. O dever de suportar as despesas da repetição de actos quando deu causa à nulidade
(artigo 122.º, n.º 2).
g. O dever de suportar conjuntamente com o arguido a responsabilidade pelos
encargos que não puderem ser imputados à simples actividade de um ou de outro, se forem
simultaneamente condenados em taxa de justiça o arguido e o assistente (artigo 514.º, n.º 3).
h. O dever de suportar a taxa de justiça em certos casos (artigo 515.º).
i. O dever de o assistente condenado em taxa paga suportar também os encargos a
que a sua actividade houver dado lugar, quando o procedimento depender de acusação
particular (artigo 518.º).
j. O dever de suportar o pagamento de taxa de justiça para constituição como
assistente, a qual é levada em conta no caso de o assistente ser, a final, condenado em nova
taxa (artigo 519.º)».

CASO 494 – O processo penal português reconhece a existência da figura do


ofendido e atribui-lhe vários efeitos processuais. Procure esclarecer esta matéria a partir da
elaboração de um pequeno texto, claro e conciso, com não mais de 15 linhas.
FUNDAMENTO LEGAL:
Segundo PAULO P. ALBUQUERQUE:
«a. A condição de ofendido é condição da legitimidade em procedimento criminal
dependente de queixa e de acusação (artigos 49.º, n.º 1, e 50.º, n.º 1).
b. Os interesses do ofendido podem ser motivo da separação dos processos (artigo
30.º, n.º 1, alínea b).
c. A relação com o ofendido é motivo de impedimento do juiz (artigo 39.º, n.º 1,
alínea a).
d. A relação com o ofendido pode ser motivo de suspeição da testemunha (artigo
138.º, n.º 3).
e. Os interesses do ofendido podem ser motivo da imposição da medida de coacção
de proibição de permanência (artigo 200.º, n.º 1, alínea a).
f. O número de ofendidos pode ser motivo da decretação da excepcional
complexidade do processo (artigo 215.º, n.º 3, artigo 390.º, alínea c)».

CASO 495 – O processo penal português reconhece a existência da figura do


ofendido e atribui-lhe vários direitos processuais. Procure esclarecer esta matéria a partir da
elaboração de um pequeno texto, claro e conciso, com não mais de 15 linhas.
FUNDAMENTO LEGAL:
Segundo PAULO P. ALBUQUERQUE:

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« a. Direito de se constituir como assistente (artigo 68.º, n.º 1, alínea a).
b. Direito de ser notificado da notícia do crime, sempre que o Ministério Público
tenha razões para crer que ele a desconhece (artigo 247.º, n.º 1).
c. Direito de ser notificado da denúncia anónima (artigo 246.º, n.º 6).
d. Direito de ser notificado da acusação e do arquivamento (artigos 277.º, n.º 3, e
283.º, n.º 5).
e. Direito de ser notificado da libertação do arguido (artigo 217.º, n.º 3, e artigo
480.º, n.º 3).
f. Direito de ser notificado da fuga do arguido (artigo 482.º, n.º 2).
g. Direito de ser informado das principais decisões judiciárias que afectem o estatuto
do “agressor”, nos casos de “reconhecida perigosidade potencial” do dito agressor (artigo
247.º, n.º 4, ver infra).
h. Direito de ser ouvido sobre a publicidade externa (artigo 86.º, n.os 2 e 4, mas ver
a anotação respectiva).
i. Direito de acesso ao inquérito (artigo 89.º, n.º 1, ver a anotação respectiva).
j. Direito de fazer-se acompanhar nas diligências em que intervier e de o seu
advogado ser notificado para as mesmas (artigo 273.º, n.º 3).
k. Direito de o ofendido menor vítima de crime contra a liberdade e
autodeterminação sexual ser inquirido em declarações para memória futura (artigo 271.º, n.º
2).
l. Direito de ser notificado para julgamento sumário se a sua presença for útil (artigo
383.º, n.º 1).
m. Direito de ser informado sobre o regime do direito de queixa e as suas
consequências processuais, bem como sobre o regime jurídico do apoio judiciário e o regime
e serviços responsáveis pela instrução de pedidos de indemnização a vítimas de crimes
violentos e os pedidos de adiantamento às vítimas de violência doméstica e ainda da
existência de instituições públicas, associativas ou particulares que desenvolvam actividades
de apoio às vítimas de crimes (artigo 247.º, n.os 2 e 3)».

3.2.5. Das partes civis

A – TÓPICOS DE DESENVOLVIMENTO:
LIVRO I – Dos sujeitos processuais
TÍTULO VI – Das partes civis – artigos 71.º a 84.º, do Código de Processo Penal.
3.2.5. Das partes civis
3.2.5.1. Princípio de adesão – artigo 71.º, do CPP.
3.2.5.2. Pedido em separado – artigo 72.º, do CPP.
3.2.5.3. Pessoas com responsabilidade meramente civil – artigo 73.º, do CPP.
3.2.5.4. Legitimidade e poderes processuais – artigo 74.º, do CPP.
3.2.5.5. Dever de informação – artigo 75.º, do CPP.
3.2.5.6. Representação – artigo 76.º, do CPP.
3.2.5.7. Formulação do pedido – artigo 77.º, do CPP.
3.2.5.8. Contestação – artigo 78.º, do CPP.
3.2.5.9. Provas – artigo 79.º, do CPP.
3.2.5.10. Julgamento – artigo 80.º, do CPP.
3.2.5.11. Renúncia, desistência e conversão do pedido – artigo 81.º, do CPP.
3.2.5.12. Liquidação em execução de sentença e reenvio para os tribunais civis –
artigo 82.º, do CPP.
3.2.5.13. Reparação da vítima em casos especiais – artigo 82.º-A, do CP.
3.2.5.14. Exequibilidade provisória – artigo 83.º, do CPP.
3.2.5.15. Caso julgado – artigo 84.º, do CP.

607
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B – CASOS PRÁTICOS E QUESTÕES TEÓRICO-PRÁTICAS A


RESOLVER:

CASO 496 – Prevê-se, no processo penal português, a consagração do princípio da


adesão em matéria de formulação de pedido de indemnização civil fundado na prática de um
crime. Com tal princípio pretende-se significar que:
□ O pedido de indemnização civil “fundado” na responsabilidade contratual ou
extracontratual decorrente da prática do crime deve ser deduzido no processo penal;
□ A acção civil é autónoma face à penal;
□ A indemnização civil não pode ser deduzida fora do processo penal;
□ Havendo crime só pode haver lugar a indemnização civil se houver condenação
no processo penal.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 71.º, do CPP.

CASO 497 – Não obstante a consagração do princípio da adesão, o legislador


processual penal previu vários casos em que a formulação do pedido indemnizatório pudesse
ocorrer fora do processo penal. Qual das seguintes opções não corresponde a uma dessas
situações?
□ O processo penal não tiver conduzido à acusação dentro de oito meses a contar da
notícia do crime, ou estiver sem andamento durante esse lapso de tempo;
□ O processo penal tiver sido arquivado ou suspenso provisoriamente, ou o
procedimento se tiver extinguido antes do julgamento;
□ O procedimento depender de queixa ou de acusação particular;
□ Quando houver muitos arguidos.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 72.º, n.º 1, alíneas a) a c), do CPP.

CASO 498 – Não obstante a consagração do princípio da adesão, o legislador


processual penal previu vários casos em que a formulação do pedido indemnizatório pudesse
ocorrer fora do processo penal. Qual destas situações opções não corresponde a uma dessas
situações?
□ Não houver ainda danos ao tempo da acusação, estes não forem conhecidos ou
não forem conhecidos em toda a sua extensão;
□ A sentença penal não se tiver pronunciado sobre o pedido de indemnização civil;
□ For deduzido contra o arguido e outras pessoas com responsabilidade meramente
civil, ou somente contra estas haja sido provocada, nessa acção, a intervenção principal do
arguido;
□ Nenhuma, visto que todas as asserções são verdadeiras.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 72.º, n.º 1, alíneas d) a f), 82.º, n.º 3, do CPP.

CASO 499 – Não obstante a consagração do princípio da adesão, o legislador


processual penal previu vários casos em que a formulação do pedido indemnizatório pudesse
ocorrer fora do processo penal. Quando:
□ O valor do pedido permitir a intervenção civil do tribunal colectivo, devendo o
processo penal correr perante tribunal singular;
□ Nenhuma, visto que todas as asserções são verdadeiras;
□ O processo penal correr sob a forma sumária ou sumaríssima;
□ O lesado não tiver sido informado da possibilidade de deduzir o pedido civil no
processo penal ou notificado para o fazer.

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FUNDAMENTO LEGAL: artigo 72.º, n.º 1, alíneas g) a i), 75.º, n.º 1, 77.º, n.º 2,
do CPP.

CASO 500 – Quem tem legitimidade para deduzir o pedido de indemnização civil?
Diga qual das opções é a verdadeira:
□ O arguido;
□ O defensor;
□ O lesado, isto é, a pessoa que sofreu danos ocasionados pelo crime, ainda que
se não tenha constituído ou não possa constituir-se assisente;
□ O assistente.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 74.º, n.º 1, do CPP.

CASO 501 – Existe alguma obrigação, para os OPC e autoridades judiciárias, de


procederem à informação, sempre que tomarem conhecimento da existência de eventuais
lesados, da possibilidade de os mesmos poderem deduzir pedido de indemnização em
processo penal e das respectivas formalidades a observar?
□ Não;
□ Sim, só nalguns casos;
□ Sim, sempre;
□ Se estiverem bem-dispostos e isso não lhes der muito trabalho.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 75.º, n.º 1, do CPP.

CASO 502 – O lesado tem o direito a formular um pedido de indemnização civil na


acção penal respectiva. Nessa situação, quem o representa?
□ O MP;
□ O JIC;
□ A mãe do lesado;
□ O advogado, defensor nomeado ou escolhido.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 76.º, n.º 1, do CPP.

CASO 503 – O pedido de indemnização civil, a deduzir pelo lesado, deve ser
formulado em que momento processual?
□ Na acusação, sempre que apresentado pelo MP ou pelo assistente;
□ Em requerimento articulado, no prazo em que deve ser apresentada a acusação;
□ Até ao julgamento;
□ Somente a 1.ª e 2.ª hipóteses são verdadeiras.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 76.º, n.º 1, do CPP.

CASO 504 – Em pedido de indemnização civil, o demandado pode responder ao


lesado através de uma dada peça processual e num certo tempo, sendo certo que também são
atribuídos certos efeitos processuais à posição processual do demandado. Face a isso,
identifique a opção que não se afigura verdadeira:
□ A contestação pode ser apresentada no prazo de 20 dias;
□ A contestação é articulada;
□ A não contestação não implica a confissão dos factos;
□ A falta de contestação implica a confissão dos factos.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 76.º, n.º 1, do CPP.

CASO 505 – Identifique, num pequeno texto, claro e conciso, as causas de extinção
da instância civil no processo penal:
«a. O julgamento de mérito.

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b. A absolvição de instância.
c. O compromisso arbitral.
d. A desistência do pedido, a confissão do pedido ou a transacção sobre o pedido.
e. A impossibilidade ou inutilidade superveniente da lide.
f. A morte do arguido».

3.3. Prova

3.3.0. Prova – Disposições gerais

A – TÓPICOS DE DESENVOLVIMENTO:
LIVRO III – Da prova – artigos 124.º a 190.º, do Código de Processo Penal [+ meios
de prova e métodos de obtenção da prova constantes de legislação processual penal
extravagante].
TÍTULO I – Disposições gerais – artigos 124.º a 127.º, do Código de Processo Penal

TÍTULO II – Dos meios de prova – artigos 128.º a 170.º, do Código de Processo


Penal
CAPÍTULO I – Da prova testemunhal – artigos 128.º a 139.º, do Código de Processo
Penal
CAPÍTULO II – Das declarações do arguido, do assistente e das partes civis –
artigos 140.º a 145.º, do Código de Processo Penal
CAPÍTULO III – Da prova por acareação – artigo 146.º, do Código de Processo
Penal
CAPÍTULO IV – Da prova por reconhecimento – artigos 147.º a 149.º, do Código
de Processo Penal
CAPÍTULO V – Da reconstituição do facto – artigo 150.º, do Código de Processo
Penal
CAPÍTULO VI – Da prova pericial – artigos 151.º a 163.º, do Código de Processo
Penal
CAPÍTULO VII – Da prova documental – artigos 164.º a 170.º, do Código de
Processo Penal
TÍTULO III – Dos meios de obtenção da prova – artigos 171.º a 190.º, do Código
de Processo Penal
CAPÍTULO I – Dos Exames, artigos 171.º a 173.º, do Código de Processo Penal

CAPÍTULO II – Das revistas e buscas – artigos 174.º a 177.º, do Código de Processo


Penal
CAPÍTULO III – Das apreensões – artigos 178.º a 186.º, do Código de Processo
Penal
CAPÍTULO IV – Das escutas telefónicas – artigos 187.º a 190.º, do Código de
Processo Penal.

LIVRO III – Da prova


TÍTULO I – Disposições gerais - artigos 124.º a 127.º, do Código de Processo Penal
3.3.1. Objecto da prova – artigo 124.º, do CPP.
3.3.2. Legalidade da prova – artigo 125.º, do CPP.
3.3.3. Métodos proibidos de prova – artigo 126.º, do CPP.
3.3.4. Livre apreciação da prova – artigo 127.º, do CPP.

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B – CASOS PRÁTICOS E QUESTÕES TEÓRICO-PRÁTICAS A
RESOLVER:

CASO 506 – A prova conseguida através de tortura é considerada ilegal. O que


tenciona o legislador evitar ou proteger com tal medida?77
__________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
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_________________________________________________________________________
____________________________________________
TÓPICOS A ENQUADRAR NA RESPOSTA:
Deverá ser considerado, se referido:
→ O Estado de Direito e os direitos fundamentais, nomeadamente o artigo 25.º, n.º
2, e 19.º, n.º 6, da CRP.
→ A integridade da prova, relativa à capacidade de determinação ou livre
manifestação da vontade da prova.
→ O bem jurídico, respeitante à integridade pessoal enquanto bem cuja protecção é
conatural à existência do Estado de Direito Democrático.
→ No Código Penal, está integrado nos crimes contra a paz e humanidade, punindo
a actuação de funcionário público, por violação de direitos enquanto agente representante do
Estado.
→ O artigo 126.º, do CPP, que reafirma a proibição de utilização de provas obtidas
mediante o recurso à tortura, decretando a nulidade das mesmas.
→ O artigo 243.º, do CPP, integrado no capítulo relativo aos crimes contra a
Humanidade, do Título – Dos Crimes contra a Paz e a Humanidade.
→ O conceito de tortura, definido na Convenção contra a Tortura e outros
Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes, da ONU, assinada por Portugal
em 1985 e em vigor desde Março de 1989, como “qualquer acto por meio do qual uma dor
ou sofrimentos agudos, físicos ou mentais, são intencionalmente causados a uma pessoa com
os fins de, nomeadamente, obter dela ou de uma terceira pessoa informações ou confissões,
a punir por um acto que ela ou uma terceira pessoa cometeu ou se suspeita que tenha
cometido, intimidar essa ou uma terceira pessoa, ou por qualquer outro motivo baseado numa
forma de discriminação, desde que essa dor ou esses sofrimentos sejam infligidos por um
agnte público ou qualquer pessoa agindo a título oficial, a sua instigação ou com o seu
consentimento expresso ou tácito”.
→ A existência de um Comité Contra a Tortura, no âmbito desta Convenção.
→ A proibição da prática de tortura mesmo em situações excepcionais, seja de
guerra ou ameaça de guerra, de instabilidade política interna ou outro estado de excepção.
→ A adopção da Convenção Europeia Para a Prevenção da Tortura e das Penas e
Tratamentos Desumanos ou Degradantes, de 1987, no âmbito do Conselho da Europa.
→ Referir, entre outras e para além das acima indicadas, a Carta das Nações Unidas,
a Declaração Universal dos Direitos do Homem, o Pacto Internacional sobre os direitos Civis
ou Políticos, o Código de Conduta para os Funcionários Responsáveis pela Aplicação da Lei,
a Convenção pela Salvaguarda dos Direitos do Homem e Liberdades Fundamentais.

77
Caso Prático retirado do Exame para Admissão ao Curso de Inspectores da PJ de 2006.

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CASO 507 – Escolha a opção que não concretiza o objecto da prova penal:
□ Todo o facto juridicamente relevante;
□ Todo o facto apto a apurar a existência do crime e a punibilidade do arguido e
determinar as consequências do crime;
□ Os factos relevantes para a verificação dos pressupostos processuais, nulidades,
irregularidades e proibições de prova;
□ Não abrange os factos relevantes para a decisão sobre as questões prévias,
interlocutórias ou incidentais verificadas na pendência do processo, incluindo a
determinação dos factos relevantes para a verificação dos pressupostos das medidas de
coacção e de garantia patrimonial e da credibilidade das testemunhas, peritos e
consultores técnicos.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 124.º, do CPP.

CASO 508 – Os meios de prova não são confundíveis com os meios de obtenção da
prova. Da seguinte listagem, identifique os que não são meios de prova:
□ A prova testemunhal, declarações do arguido, assistente e partes civis, acareação,
reconhecimento, reconstituição do facto, perícia e documentos;
□ O exame, revista, busca, apreensão, escuta telefónica, captação de som e
imagem, instrumentos amovíveis de localização por GPS;
□ A prova testemunhal, declarações do arguido, assistente e partes civis;
□ A prova testemunhal, acareação, reconhecimento, reconstituição do facto, perícia
e documentos;
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 124.º, do CPP.

CASO 509 – Os meios de prova não são confundíveis com os meios de obtenção da
prova. Da seguinte listagem, identifique os que não são meios de obtenção da prova:
□ A prova testemunhal, declarações do arguido, assistente e partes civis,
acareação, reconhecimento, reconstituição do facto, perícia e documentos;
□ O exame, revista, busca, apreensão (documentos e correspondência), escuta
telefónica, captação de som e imagem, instrumentos amovíveis de localização por GPS;
□ O exame, revista, busca, apreensão, escuta telefónica;
□ O exame, revista, busca, instrumentos amovíveis de localização por GPS;
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 124.º, do CPP.

CASO 510 – Os meios de prova não são confundíveis com os meios de obtenção da
prova. Da seguinte listagem, identifique a noção exacta de cada uma dessas realidades:
□ Os meios de obtenção de prova visam a detecção de indícios da prática do
crime constituindo um meio de aquisição para o processo de uma prova “preexistente”
e, em regra, contemporânea ou preparatória do crime; distintamente, os meios de prova
formam-se no momento da sua própria produção no processo, visando a “reprodução”
(“avaliação”) do facto e, nessa medida, constituindo um meio de aquisição para o
processo de uma prova “posterior” à prática do crime;
□ Os meios de obtenção de prova não visam a detecção de indícios da prática do
crime constituindo um meio de aquisição para o processo de uma prova “preexistente” e, em
regra, contemporânea ou preparatória do crime; distintamente, os meios de prova formam-se
no momento da sua própria produção no processo, visando a “reprodução” (“avaliação”) do
facto e, nessa medida, constituindo um meio de aquisição para o processo de uma prova
“posterior” à prática do crime;
□ Os meios de obtenção de prova formam-se no momento da sua própria produção
no processo, visando a “reprodução” (“avaliação”) do facto e, nessa medida, constituindo um

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meio de aquisição para o processo de uma prova “posterior” à prática do crime; distintamente,
os meios de prova visam a detecção de indícios da prática do crime constituindo um meio de
aquisição para o processo de uma prova “preexistente” e, em regra, contemporânea ou
preparatória do crime;
□ Os meios de obtenção de prova visam obter a prova, os meios de prova visam
demonstrar a prova;
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 124.º, do CPP.

CASO 511 – Comente a seguinte frase: «Toda a prova que não é expressamente
proibida por uma lei é prova permitida».
FUNDAMENTO LEGAL: 125.º, do CPP.

CASO 512 – Comente o seguinte Acórdão do Tribunal da Relação do Porto de


21/03/2013 à luz do princípio da legalidade da prova penal:
«A localização através da tecnologia GPS (Global Positioning System) está sujeita
a autorização judicial, aplicando-se, por interpretação analógica, o disposto no artigo 187.°
do Código de Processo Penal»78.

CASO 513 – Comente o seguinte Acórdão do Tribunal da Relação de Évora de


07/10/2008 à luz do princípio da legalidade da prova penal:
«A localização através da tecnologia GPS (Global Positioning System) está sujeita
a autorização judicial, aplicando-se, por interpretação analógica, o disposto no artigo 187.°
do Código de Processo Penal»79.

CASO 514 – Num pequeno texto, aborde a temática dos métodos proibidos de prova
no processo penal português e suas principais consequências no caso de uma indevida
utilização.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 126.º, n.os 1 a 4, do CPP.

CASO 515 – À luz das proibições de prova e métodos proibidos de prova, no


processo penal português, identifique a opção errada:
□ Podem ser utilizadas as provas obtidas mediante tortura, coacção ou, em
geral, ofensa da integridade física ou moral das pessoas;
□ Não pode ser usada prova obtida mediante perturbação da liberdade de vontade
ou de decisão através de maus tratos, ofensas corporais, administração de meios de qualquer
natureza, hipnose ou utilização de meios cruéis ou enganosos;
□ Não podem ser utilizadas provas obtidas mediante perturbação, por qualquer
meio, da capacidade de memória ou de avaliação;
□ Não pode ser utilizado o polígrafo e a narco-análise ou “soro da verdade” para
obter prova penal;
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 126.º, n.º 1, do CPP.

CASO 516 – À luz das proibições de prova e métodos proibidos de prova, no


processo penal português, identifique a opção errada:

78
Acedido e consultado, em 2015-12-06, na URL:
<http://www.dgsi.pt/jtrp.nsf/56a6e7121657f91e80257cda00381fdf/b0fa2aa7d8fa4ce780257b4900518387?OpenD
ocument&Highlight=0,GPS>.
79
Acedido e consultado, em 2015-12-06, na URL:
<http://www.dgsi.pt/jtrp.nsf/56a6e7121657f91e80257cda00381fdf/b0fa2aa7d8fa4ce780257b4900518387?OpenD
ocument&Highlight=0,GPS>.

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□ Pode ser utilizada a força física quando o visado não colabore na obtenção
ou produção de dada prova que implique substância biológica;
□ Não pode ser usada “chantagem”;
□ Não se pode prometer a “salvação” para obter certo tipo de prova penal;
□ Não podem ser utilizados meios ilícitos de escutas ou “software” de intercepção
telefónica adquirido na internet;
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 126.º, n.º 1, do CPP.

CASO 517 – ANTÓNIO, inspector da PJ, adquiriu, na internet, um “software” que


instalou no seu computador e lhe permite, em tempo real, escutar as conversações e
comunicações privadas das pessoas de quem conhece o número de telemóvel. Poderá tal
prova ser utilizada num concreto processo penal e terá a conduta do inspector alguma
consequência jurídica? Escolha a opção correcta:
□ Pode utilizar todo o tipo de prova que bem entender, contanto que não seja a
tortura;
□ Pode efectuar escutas telefónicas clandestinas;
□ Pode efectuar escutas telefónicas clandestinas, tanto mais que a simples aquisição
do software não é criminalizada;
□ Não pode efectuar escutas telefónicas clandestinas, tanto mais que a simples
aquisição do software já é criminalizada, havendo, ainda, lugar a responsabilidade civil,
disciplinar e criminal do inspector da PJ, sendo a prova proibida utilizável contra o
mesmo;
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 126.º, n.º 3 e 4, do CPP.

CASO 518 – Identifique qual das opções se afigura correcta, tendo em conta o que
estudou em matéria de regime da nulidade da prova proibida:
□ A nulidade da prova proibida que atinge o direito à integridade física e moral
previsto no artigo 126.º, n.os 1 e 2, do CPP, é insanável; a nulidade da prova proibida
que atinge os direitos à privacidade previstos no artigo 126.º, n.º 3 é sanável pelo
consentimento do titular do direito;
□ A nulidade da prova proibida que atinge o direito à integridade física e moral
previsto no artigo 126.º, n.os 1 e 2, do CPP, é sanável;
□ A nulidade da prova proibida que atinge os direitos à privacidade previstos no
artigo 126.º, n.º 3 é insanável pelo consentimento do titular do direito;
□ A nulidade da prova proibida que atinge o direito à integridade física e moral
previsto no artigo 126.º, n.os 1 e 2, do CPP, é sanável; a nulidade da prova proibida que atinge
os direitos à privacidade previstos no artigo 126.º, n.º 3 é insanável pelo consentimento do
titular do direito;
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 126.º, n.os 1, 2 e 3, do CPP.

CASO 520 – O legislador português consagrou uma multiplicidade de proibições


de prova, dispersas pelo CPP, procure, num pequeno texto, abordar tal temática.
FUNDAMENTO LEGAL:
Segundo PAULO P. ALBUQUERQUE:
«a. No caso dos artigos 58.º, n.º 5, 61.º, n.º 1, alínea h), 133.º e 140.º, n.º 3, 141.º,
n.º 4, alínea a), e 343.º, n.º 1, há uma proibição de prova resultante da intromissão na vida
privada na medida em que se omita ou se viole o dever de informação e advertência do
suspeito ou arguido. A violação desta proibição tem o efeito da nulidade das provas obtidas,
salvo consentimento do titular do direito, isto é, do suspeito ou arguido (artigo 126.º, n.º
3, do CPP). (Assim também, COSTA ANDRADE, 1992: 88, 89 e 203, e MEDINA SEIÇA,

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1999: 94, 123 e 124, que admitem a ratificação pelo arguido das anteriores declarações depois
de cumprido o dever de informação).
b. No caso do artigo 92.º, n.º 5, há uma proibição de prova resultante da
intromissão na vida privada. A violação desta proibição tem o efeito da nulidade das provas
obtidas, salvo consentimento do titular do direito, isto é, do arguido cujas conversações
foram traduzidas pelo intérprete (artigo 120.º, n.º 3).
c. No caso do artigo 103.º, n.º 4, há uma proibição de prova resultante da
perturbação da capacidade de memória ou de avaliação do arguido e, por isso, é
irrelevante o consentimento do arguido (artigo 126.º, n.º 2, alínea b), do CPP).
d. No caso dos artigos 132.º, n.º 2, e 134.º, há uma proibição de prova resultante
da intromissão na vida privada (também assim, COSTA ANDRADE, 1992: 77 e 203). A
violação desta proibição tem o efeito da nulidade das provas obtidas, salvo consentimento
do titular do direito, isto é, da testemunha que prestou depoimento (artigo 126.º, n.º 3, do
CPP).
e. No caso do artigo 147.º, n.º 7, há uma proibição de prova resultante de
intromissão na vida privada. A violação desta proibição tem o efeito da nulidade das provas
obtidas, salvo consentimento do titular do direito, isto é, a pessoa alegadamente
reconhecida (artigo 126.º, n.º 3, do CPP).
f. Nos casos dos artigos 156.º, n.os 4 e 6, há uma proibição de prova resultante de
intromissão na vida privada. A violação desta proibição tem o efeito da nulidade das provas
obtidas, salvo consentimento do titular do direito, isto é, a pessoa visada pela perícia
(artigo 126.º, n.º 3, do CPP).
g. Nos casos do artigo 167.º, há uma proibição de prova resultante de intromissão
na vida privada. A violação desta proibição tem o efeito da nulidade das provas obtidas,
salvo consentimento do titular do direito, isto é, a pessoa visada pelas reproduções (artigo
126.º, n.º 3, do CPP). Mas não constitui meio proibido de prova a cassete que contém a
gravação automática da mensagem de ameaças ditada pelo arguido para o telemóvel com
gravador do ofendido, quando se tratar do único meio prático eficaz de garantir ao ofendido
o seu direito de protecção contra a vitimização repetida e secundária (ver a NOTA PRÉVIA
ao artigo 68.º, e a anotação ao artigo 167.º sobre outras reproduções não proibidas).
h. Nos casos dos artigos 179.º, n.º 3, e 180.º, n.º 3, há proibições de prova
resultantes de intromissão na correspondência. A violação destas proibições tem o efeito
da nulidade das provas obtidas, salvo consentimento do titular do direito, isto é, do autor
da correspondência (artigo 126.º, n.º 3, do CPP). Aliás, esta solução é consentânea com as
nulidades sanáveis previstas nos n.os 1 e 2 do artigo 179.º e nos n.os 1 e 2 do artigo 180.º.
i. Nos casos dos artigos 187.º, n.os 5 e 7, e 190.º, prevêem-se proibições de prova
resultantes de intromissão nas telecomunicações. A violação destas proibições tem o efeito
da nulidade das provas obtidas, salvo consentimento do titular do direito, isto é, da pessoa
escutada (artigo 126.º, n.º 3, do CPP)».

CASO 521 – O legislador português conhece, ainda, três casos de proibição de


prova que se encontram relacionados com o modo de formação da convicção do julgador,
procure, num pequeno texto, abordar tal temática.
FUNDAMENTO LEGAL:
Segundo PAULO P. ALBUQUERQUE:
«O CPP conhece ainda três casos de proibições de prova relacionadas com a
violação do princípio da imediação. São os casos dos artigos 129.º, n.os 1 e 3 (depoimento
indirecto), 130.º, n.os 1 e 2 (vozes públicas e convicções pessoais) e 355.º (leitura, audição ou
visualização de declarações prévias ao julgamento). O regime de conhecimento destas
proibições de prova tem sido fonte de polémica na jurisprudência, defendendo-se a existência
quer de um erro notório na apreciação da prova (acórdão do STJ, de 2.10.1996, in BMJ,

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460, 541, e, na doutrina, SIMAS SANTOS e LEAL-HENRIQUES, 2000: 740), quer de uma
nulidade insanável da sentença e do julgamento, que deve ser repetido (acórdão do STJ,
de 5.6.1991, in BMJ, 408, 405, acórdão do TRP, de 4.7.2000, in CJ, XXVI, 4, 222, e acórdão
do TRC, de 6.4.2005, in CJ, XXX, 2, 45), quer ainda de uma nulidade da sentença, “nos
termos do artigo 122.º, n.º 1, do CPP” (acórdão do STJ, de 27.6.2007, in CJ, Acs. só STJ,
XV, 2, 230, e acórdão do TRP, de 23.4.2008, in CJ, XXXIII, 2, 233). Em simultâneo,
defende-se a subida imediata dos recursos de despachos autorizando a leitura de prova
proibida na audiência (acórdão do STJ, de 8.2.1995, in CJ, Acs. do STJ, III, 1, 194)».

CASO 522 – Aborde e comente, num pequeno texto, de um modo crítico, à luz do
princípio da liberdade da apreciação da prova, a seguinte afirmação: «O juiz forma a sua
convicção como bem entender, já que é soberano, devendo condenar com base nesse
pressuposto».
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 127.º. do CPP.
«O princípio da livre apreciação da prova é direito constitucional concretizado.
Ele não viola a CRP, antes a concretiza (Acórdão do TC n.º 1165/96, reiterado pelo acórdão
n.º 464/97): “A livre apreciação da prova não pode ser entendida como uma operação
puramente subjectiva, emocional e, portanto, imotivável. Há-de traduzir-se em valoração
racional e crítica, de acordo com as regras comuns da lógica, da razão, das máximas de
experiência e dos conhecimentos científicos, que permita ao julgador objectivar a apreciação
dos factos, requisitos necessários para uma efectiva motivação da decisão”. Por isso, é
admissível a livre valoração da prova prestada por testemunha que não indica a razão de
conhecimento (acórdão do TC n.º 248/2009, sobre a inconstitucionalidade do artigo 638.º do
CPC)».

CASO 523 – O princípio da livre apreciação tem limites endógenos e exógenos


quando ao exercício do poder de livre apreciação da prova. Identifique-os num pequeno texto.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 127.º. do CPP.
«LIMITES ENDÓGENOS
a. Ao grau de convicção requerido pela decisão.
b. À proibição de meios de prova.
c. À observância do princípio da presunção da inocência.
LIMITE EXÓGENO
d. À observância do princípio in dubio pro reo».

3.3.1. Dos meios de prova

3.3.1.1. Da prova testemunhal

A – TÓPICOS DE DESENVOLVIMENTO:
LIVRO III – Da Prova
TÍTULO II – Dos meios de prova
CAPÍTULO I – Da prova testemunhal – artigos 128.º a 139.º, do Código de Processo
Penal
3.3.1.1. Da prova testemunhal
3.3.1.1.1. Objecto e limites do depoimento – artigo 128.º, do CPP
3.3.1.1.2. Depoimento indirecto – artigo 129.º, do CPP.
3.3.1.1.3. Vozes públicas e convicções pessoais – artigo 130.º, do CPP.
3.3.1.1.4. Capacidade e dever de testemunhar – artigo 131.º, do CPP.
3.3.1.1.5. Direitos e deveres da testemunha – artigo 132.º, do CPP.
3.3.1.1.6. Impedimentos – artigo 133.º, do CPP.

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3.3.1.1.7. Recusa de depoimento – artigo 134.º, do CPP.
3.3.1.1.8. Segredo profissional – artigo 135.º, do CPP.
3.3.1.1.9. Segredo de funcionários – artigo 136.º, do CPP.
3.3.1.1.10. Segredo de Estado – artigo 137.º, do CPP.
3.3.1.1.11. Regras da inquirição – artigo 138.º, do CPP.
3.3.1.1.12. Imunidades, prerrogativas e medidas especiais de protecção – artigo
139.º, do CPP [+ Lei de Protecção de Testemunhas – Lei n.º 93/99, de 14 de Julho, alterada
pelas Leis n.os 29/2008, de 04-07, e 42/2010, de 03-09].

B – CASOS PRÁTICOS E QUESTÕES TEÓRICO-PRÁTICAS A


RESOLVER:

CASO 524 – «O meu marido, antes de morrer, disse que quem o baleou foi o
ROGÉRIO». Este tipo de depoimento tem algum valor probatório) Justifique80.
__________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
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_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
__________________________
TÓPICOS A ENQUADRAR NA RESPOSTA:
→ Artigo 129.º, n.os 1 e 3, do Código de Processo Penal.
→ Questão no domínio dos meios de prova, o depoimento indirecto consiste numa
comunicação, com função informativa, de um facto que o sujeito teve conhecimento por
terceiro, potencial testemunha.
→ Sendo impossível a inquirição da testemunha originária – por morte, anomalia
psíquica superveniente ou impossibilidade de ser encontrada – o depoimento indirecto vale
como meio de prova.
→ Constitui a principal excepção ao princípio geral da prova testemunhal, segundo
o qual o testemunho assenta no conhecimento directo dos factos e constitui um acto pessoal
(artigos 128.º, n.º 1, e 138.º, n.º 1).

Na apreciação da resposta serão tidos em conta a clareza e correcção do domínio da


expressão escrita, a objectividade e capcidade de síntese, a correcção científica e o seu
espírito crítico.

CASO 525 – ANTÓNIO, inspector da PJ, encontra-se a interrogar uma testemunha.


A dada altura, verifica que a testemunha não se encontra a relatar factos de que tomou
conhecimento directo e que constituem objecto da prova. O que deve fazer?

80
Caso Prático retirado do Exame para Admissão ao Curso de Inspectores da PJ de 2010.

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□ Insistir, até que sejam relatados outros factos;
□ Advertir a testemunha;
□ Alertar a testemunha para falar verdade;
□ Sensibilizar a testemunha para a necessidade de cingir o seu depoimento
testemunhal aos factos de que possua conhecimento directo e possam possuir alguma
aptidão probatória.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 128.º, n.º 1, do CPP.

CASO 526 – ANTÓNIO, inspector da PJ, encontra-se a interrogar uma testemunha.


A dada altura, verifica que a testemunha se limita a tecer comentários sobre o carácter e
personalidade do arguido. O que deve fazer?
□ Insistir, até que sejam relatados outros factos;
□ Advertir a testemunha;
□ Somente o tribunal o pode fazer, antes de proceder à determinação da pena
ou medida de segurança aplicáveis, e apenas na medida estritamente indispensável para
a prova de elementos constitutivos do crime;
□ Sensibilizar a testemunha para a necessidade de cingir o seu depoimento
testemunhal aos factos de que possua conhecimento directo e possam possuir alguma aptidão
probatória.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 128.º, n.º 2, do CPP.

CASO 526 – JOANA, juíza de Direito, encontra-se a interrogar a testemunha


KELLY. A dada altura, verifica que a testemunha se limita a depor sobre factos que ouviu a
JELLINEK. O que deve fazer?
□ Parar a diligência probatória;
□ Continuar com o depoimento testemunhal;
□ Sensibilizar a testemunha para a necessidade de cingir o seu depoimento
testemunhal aos factos de que possua conhecimento directo e possam possuir alguma
aptidão probatória e mandar chamar as pessoas que são a verdadeira fonte de
conhecimento dos factos relatados pela testemunha;
□ Sensibilizar a testemunha para a necessidade de cingir o seu depoimento
testemunhal aos factos de que possua conhecimento directo e possam possuir alguma aptidão
probatória.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 129.º, n.º 1, do CPP.

CASO 527 – Face ao circunstancialismo fáctico anterior, daria a mesma resposta no


caso de a testemunha se encontrar a ler um documento redigido por terceiro que identifica os
factos que a testemunha não teve conhecimento directo?
□ Sim;
□ Não;
□ Não, visto que, nesse caso, tal leitura é permitida;
□ Não pode, em caso algum, servir como meio de prova o depoimento de quem
recusar ou não estiver em condições de indicar a pessoa ou a fonte através das quais tomou
conhecimento dos factos.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 129.º, n.º 2, do CPP.

CASO 528 – Suponha que a KELLY estava, a final, não a reproduzir os factos que
lhe haviam sido relatados por uma pessoa em concreto, mas o que corria, na aldeia, como
“vox populi” ou mesmo como rumor. Que atitude deveria tomar a juíza de Direito JOANA?
□ Não deveria igualmente admitir tal depoimento;
□ Deveria, agora, admitir o depoimento;

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□ Não teria qualquer relevância;
□ Era livre de adoptar a solução que bem entendesse.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 130.º, n.º 1, do CPP.

CASO 529 – Das opções que se apresentam, diga aquela que não é verdadeira, em
matéria de admissão de manifestação de meras convicções pessoais sobre factos ou respectiva
interpretação.
□ Admitem-se as meras convicções pessoais quando for impossível cindi-las do
depoimento sobre factos concretos;
□ Admitem-se as meras convicções pessoais quando tiver lugar em função de
qualquer ciência, técnica ou arte;
□ Admitem-se as meras convicções pessoais quando ocorrem no estádio de
determinação da sanção;
□ Nenhuma.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 130.º, n.º 2, alíneas a) a c), do CPP.

CASO 530 – ANTÓNIO, que abusa da bebida e tem um problema psíquico, foi
recentemente interdito. Poderá, de alguma forma, ser validado o seu depoimento
testemunhal?
□ Não;
□ Pode, se não estiver bêbedo e estiver calmo;
□ Não pode, visto que não tem capacidade para ser testemunha;
□ Pode se lhe fizerem um teste de alcoolémia à entrada do tribunal.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 131.º, n.º 1, do CPP.

CASO 531 – Quando o juiz procura a “razão de ciência” de dado testemunho


prestado por uma testemunha, ele procura:
□ Saber se a pessoa é inteligente;
□ Saber se a pessoa está bêbeda e calma;
□ Indagar do modo como a pessoa obteve o dito conhecimento e se ele é coerente
e pertinente com a capacidade intelectual da testemunha, mormente ao nível da
memorização, perguntando-lhe outros factos contemporâneos do que se encontra a
indagar;
□ Ter a certeza sobre o conhecimento demonstrado pela testemunha, apesar do longo
tempo decorrido sobre os factos.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 131.º, n.º 1 e 2, do CPP.

CASO 532 – Num pequeno texto, procure abordar os deveres e direitos das
testemunhas.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 132.º, do CPP.

CASO 533 – As testemunhas possuem direitos e deveres. Identifique, na lista que


se segue, a opção que não é verdadeira:
□ Apresentar-se, no tempo e no lugar devidos, à autoridade por quem tiver sido
legitimamente convocada ou notificada, mantendo-se à sua disposição até ser por ela
desobrigada;
□ Prestar juramento, sempre que ouvida por uma autoridade judiciária;
□ Obedecer a ordens legítimas que lhe sejam dadas
□ Não ser obrigada a responder com verdade às perguntas que lhe forem
dirigidas.

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FUNDAMENTO LEGAL: artigo 132.º, n.º 1, alíneas a) a c), e d) (contrario sensu),
do CPP.

CASO 534 – Qual destas pessoas, indicadas nas várias opções, pode, efectivamente,
ser testemunha no processo penal português?
□ O arguido e os co-arguidos no mesmo processo ou em processos conexos,
enquanto mantiverem aquela qualidade;
□ As pessoas que se tiverem constituído assistentes, a partir do momento da
constituição;
□ As partes civis e os peritos, nas perícias pelos mesmos realizadas;
□ A senhora MARIA que viu como decorreu o assalto à padaria da MIKAS.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 132.º, n.º 1, alíneas a) a c), e d) (todas a contrario
sensu), do CPP.

CASO 535 – Esclareça qual destas pessoas pode recusar a prestação de depoimento:
□ Os descendentes, os ascendentes, os irmãos, os afins até ao 2.º grau, os adoptantes,
os adoptados e o cônjuge do arguido;
□ Quem tiver sido cônjuge do arguido ou quem, sendo de outro ou do mesmo sexo,
com ele conviver ou tiver convivido em condições análogas às dos cônjuges, relativamente a
factos ocorridos durante o casamento ou a coabitação;
□ As pessoas descritas nas duas primeiras hipóteses;
□ A senhora MARIA que viu como decorreu o assalto à padaria da MIKAS.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 134.º, n.º 1 e 2, do CPP.

CASO 536 – Num pequeno texto, identifique quem pode escusar-se a depor sobre
os factos que se encontrem sobre segredo profissional e quando ocorre a “quebra” ou
levantamento do mesmo e correspectiva obrigação de depor.
FUNDAMENTO LEGAL: artigos 135.º, 136.º e 137.º, do CPP.

CASO 537 – Num pequeno texto, esclarece as principais regras da inquirição no


processo penal.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 138.º, do CPP.

3.3.1.2. Das declarações do arguido, do assistente e das partes civis

A – TÓPICOS DE DESENVOLVIMENTO:
LIVRO III – Da Prova
TÍTULO II – Dos meios de prova
CAPÍTULO II – Das declarações do arguido, do assistente e das partes civis –
artigos 140.º a 145.º, do Código de Processo Penal.
3.3.1.2. Das declarações do arguido, do assistente e das partes civis
3.3.1.2.1. Declarações do arguido: Regras gerais – artigo 140.º, do CPP.
3.3.1.2.2. Primeiro interrogatório judicial de arguido detido – artigo 141.º, do CPP.
3.3.1.2.3. Juiz de instrução competente – artigo 142.º, do CPP.
3.3.1.2.4. Primeiro interrogatório não judicial de arguido detido – artigo 143.º, do
CPP.
3.3.1.2.5. Outros interrogatórios – artigo 144.º, do CPP.
3.3.1.2.6. Declarações e notificações do assistente e das partes civis – artigo 145.º,
do CPP.

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B – CASOS PRÁTICOS E QUESTÕES TEÓRICO-PRÁTICAS A
RESOLVER:

CASO 538 – Qual é o condicionalismo processual que legitima a possibilidade de


o arguido prestar declarações:
□ Encontrar-se livre na sua pessoa;
□ Não prestar juramento;
□ Depor sobre os factos de que tenha conhecimento directo;
□ Todas as asserções são verdadeiras.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 140.º, do CPP.

CASO 539 – O primeiro interrogatório judicial de arguido detido implica:


□ Que o arguido seja interrogado pelo juiz de instrução criminal no prazo
máximo de quarenta e oito horas após a detenção, logo que lhe for presente com a
indicação circunstanciada dos motivos da detenção e das provas que a fundamentam;
□ A possibilidade de qualquer inspector da PJ interrogar o arguido à frente do juiz;
□ O interrogatório é feito exclusivamente pelo inspector da PJ;
□ O interrogatório é feito pelo magistrado do MP.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 141.º, n.º 1, do CPP.

CASO 540 – Além do Juiz e do MP, quem mais pode estar presente no primeiro
interrogatório judicial de arguido detido?
□ O pai do arguido;
□ O pai e a mãe do arguido;
□ Os familiares do arguido;
□ O defensor.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 141.º, n.º 1, do CPP.

CASO 541 – Face ao disposto no artigo 142.º, do CPP, diga em que medida tal
preceito se compatibiliza com o princípio do juiz natural constitucionalmente consagrado no
artigo 32.º, n.º 9, da CRP 1976.
FUNDAMENTO LEGAL:

CASO 542 – Esclareça, num texto claro e conciso, em que casos ocorre o primeiro
interrogatório não judicial de arguido detido.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 143.º, do CPP.

3.3.1.3. Da prova por acareação

A – TÓPICOS DE DESENVOLVIMENTO:
LIVRO III – Da Prova
TÍTULO II – Dos meios de prova
CAPÍTULO III – Da prova por acareação – artigo 146.º, do Código de Processo
Penal
3.3.1.3. Da prova por acareação – artigo 146.º, do CPP.
3.3.1.3.1. Pressupostos e procedimento – artigo 146.º, do CPP.

B – CASOS PRÁTICOS E QUESTÕES TEÓRICO-PRÁTICAS A


RESOLVER:

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CASO 543 – Diga, face às opções seguintes, qual das mesmas é falsa e não
corresponde ou respeita o actual regime da prova por acareação:
□ A acareação pode ocorrer entre co-arguidos, entre o arguido e o assistente, entre
testemunhas ou entre estas, o arguido e o assistente sempre que houver contradição entre as
suas declarações e a diligência se afigurar útil à descoberta da verdade;
□ O anterior vale para as partes civis;
□ A acareação é imposta legalmente em qualquer processo penal;
□ Na acareação, pede-se, após reproduzir as declarações, às pessoas acareadas, que
as confirme ou modifiquem e, quando necessário, que contestem as das outras pessoas.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 146.º, n.os 1 a 4, do CPP.

CASO 544 – Num pequeno texto, aborde a matéria da prova por acareação,
mormente no que respeita à sua tipologia.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 146.º, do CPP.
«a. Entre os co-arguidos.
b. Entre o arguido e o assistente.
c. Entre o arguido e a testemunha.
d. Entre testemunhas.
e. Entre o assistente e a testemunha.
f. Entre os assistentes.
g. Entre o arguido, o assistente e a testemunha.
h. Entre o arguido e as partes civis.
i. Entre o assistente e as partes civis.
j. E, no que respeita ao pedido civil, entre as partes civis.
k. Entre o lesado e a testemunha.
l. Entre o responsável civil e a testemunha.
m. Entre as partes civis e a testemunha».

3.3.1.4. Da prova por reconhecimento

A – TÓPICOS DE DESENVOLVIMENTO:
LIVRO III – Da Prova
TÍTULO II – Dos meios de prova
CAPÍTULO IV – Da prova por reconhecimento – artigos 147.º a 149.º, do Código
de Processo Penal
3.3.1.4. Da prova por reconhecimento
3.3.1.4.1. Reconhecimento de pessoas – artigo 147.º, do CPP.
3.3.1.4.2. Reconhecimento de objectos – artigo 148.º, do CPP.
3.3.1.4.3. Pluralidade de reconhecimento – artigo 149.º, do CPP.

B – CASOS PRÁTICOS E QUESTÕES TEÓRICO-PRÁTICAS A


RESOLVER:

CASO 545 – Identifique a opção errada. A prova por reconhecimento traduz-se em:
□ Solicitar-se à pessoa que deve fazer a identificação que a descreva, com indicação
de todos os pormenores que se recorda;
□ Perguntar-se à pessoa que deve fazer a identificação se já tinha visto a pessoa
antes e em que condições;
□ Perguntar-se à pessoa que deve fazer a identificação se se lembra de outras
circunstâncias que possam influir na credibilidade da identificação;
□ Perguntar-se à pessoa de que religião é.

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FUNDAMENTO LEGAL: artigo 147.º, do CPP.

CASO 546 – Identifique a opção errada, à luz do actual procedimento de produção


da prova por reconhecimento:
□ Chamarem-se duas pessoas que apresentem as maiores semelhanças possíveis,
inclusive de vestuário, com a pessoa a identificar;
□ Colocação da pessoa a identificar junto com duas outras parecidas, apresentando
as mesmas condições em que poderia ter sido vista pela pessoa que procede ao
reconhecimento;
□ Pergunta-se à pessoa chamada a reconhecer se reconhece algumas das pessoas na
fila;
□ Mesmo havendo o risco de intimidação da pessoa que vai identificar, nunca
há ocultação da sua identificação face às pessoas a serem identificadas.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 147.º, n.º 3,do CPP.

CASO 547 – Identifique, em termos singelos e claros, como se procede à prova de


reconhecimento de objectos.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 148.º, do CPP.

3.3.1.5. Da reconstituição do facto

A – TÓPICOS DE DESENVOLVIMENTO:
LIVRO III – Da Prova
TÍTULO II – Dos meios de prova
CAPÍTULO IV – Da reconstituição do facto – artigo 150.º, do Código de Processo
Penal
3.3.1.5. Da reconstituição do facto
3.3.1.5.1. Pressupostos e procedimento – artigo 150.º, do CPP.

B – CASOS PRÁTICOS E QUESTÕES TEÓRICO-PRÁTICAS A


RESOLVER:

CASO 548 – Identifique a opção errada. A reconstituição do facto implica:


□ Na reprodução, tão fiel quanto possível, das condições em que se afirma ou se
supõe ter ocorrido o facto e na repetição do modo de realização do mesmo;
□ O despacho que ordenar a reconstituição do facto deve conter uma indicação
sucinta do seu objecto, dia, hora e local em que ocorrerão as diligências e da forma da sua
efectivação, eventualmente com recurso a meios audiovisuais;
□ A diligência não pode ser pública;
□ A publicidade da diligência deve, na medida do possível, ser evitada.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 150.º,do CPP.

3.3.1.6. Da prova pericial

A – TÓPICOS DE DESENVOLVIMENTO:
LIVRO III – Da Prova
TÍTULO II – Dos meios de prova
CAPÍTULO VI – Da prova pericial – artigos 151.º a 163.º, do Código de Processo
Penal
3.3.1.6. Da prova pericial
3.3.1.6.1. Quando tem lugar – artigo 151.º, do CPP.

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3.3.1.6.2. Quem a realiza – artigo 152.º, do CPP.
3.3.1.6.3. Desempenho da função de perito – artigo 153.º, do CPP.
3.3.1.6.4. Despacho que ordena a perícia – artigo 154.º, do CPP.
3.3.1.6.5. Consultores técnicos – artigo 155.º, do CPP.
3.3.1.6.6. Procedimento – artigo 156.º, do CPP.
3.3.1.6.7. Relatório pericial – artigo 157.º, do CPP.
3.3.1.6.8. Esclarecimentos e nova perícia – artigo 158.º, do CPP.
3.3.1.6.9. Perícias médico-legais e forenses – artigo 159.º, do CPP.
3.3.1.6.10. Perícia sobre a personalidade – artigo 160.º, do CPP.
3.3.1.6.11. Realização de perícias – artigo 160.º-A, do CPP.
3.3.1.6.12. Destruição de objectos – artigo 161.º, do CPP.
3.3.1.6.13. Remuneração do perito – artigo 162.º, do CPP.
3.3.1.6.14. Valor da prova pericial – artigo 163.º, do CPP.

B – CASOS PRÁTICOS E QUESTÕES TEÓRICO-PRÁTICAS A


RESOLVER:

CASO 549 – No âmbito de um inquérito é necessário proceder a uma perícia, de


carácter urgente, para determinar se uma determinada peça é do século II ou se é uma
imitação.
□ O inquérito tem que ir ao Ministério Público para que este ordene a perícia;
□ O inquérito tem que ir ao Juiz por ser da competência exclusiva deste;
□ A Polícia Judiciária pode fazer esse exame e dar o seu parecer;
□ O Coordenador de Investigação Criminal pode ordenar a perícia a efectuar
por organismo oficial81.
FUNDAMENTO LEGAL: (HOJE 2015) Artigos 11.º, n.º 1, alínea h), e 12.º, n.º
1, alínea a), da Lei n.º 37/2008, de 06 de agosto.

CASO 550 – Identifique a opção errada. A prova pericial tem lugar sempre que:
□ A prova dos factos puder ser obtida por outros meios;
□ A percepção ou a apreciação dos factos exigirem especiais conhecimentos
técnicos;
□ A percepção ou a apreciação dos factos exigirem especiais conhecimentos
científicos ou artísticos;
□ A percepção ou a apreciação dos factos ficar facilitada pelos instrumentos técnico-
científicos;
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 151.º, do CPP.

CASO 551 – ANTÓNIO, juiz da comarca de Coimbra, pediu, no contexto de uma


acção penal, uma perícia de ADN, face à amostra “problema” que foi apanhada na cena do
crime. O perito forense concluiu pelo “match” com a amostra “referência” colhida ao
arguido. Todavia, em pleno julgamento entende desvalorizar o juízo pericial. Poderá fazê-
lo?
□ Pode, tranquilamente, à luz da sua livre convicção;
□ Pode se o MP estiver de acordo;
□ Pode se o MP e o defensor a isso se não opuserem;
□ Não pode, a não ser que o julgador possua os tais conhecimentos usados e
fundamente a sua divergência à luz de tais conhecimentos.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 163.º, do CPP.

81
Caso Prático retirado do Exame para Admissão ao Curso de Inspectores da PJ de 2006.

624
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3.3.1.7. Da prova documental

A – TÓPICOS DE DESENVOLVIMENTO:
TÍTULO II – Dos meios de prova
CAPÍTULO VII – Da prova documental – artigos 164.º a 170.º, do Código de
Processo Penal
3.3.1.7. Da prova documental
3.3.1.7.1. Admissibilidade – artigo 164.º, do CPP.
3.3.1.7.2. Quando podem juntar-se documentos – artigo 165.º, do CPP.
3.3.1.7.3. Tradução, decifração e transcrição de documentos – artigo 166.º, do CPP.
3.3.1.7.4. Valor probatório das reproduções mecânicas – artigo 167.º, do CPP.
3.3.1.7.5. Reprodução mecânica de documentos – artigo 168.º, do CPP.
3.3.1.7.6. Valor probatório dos documentos autênticos e autenticados – artigo 169.º,
do CPP.
3.3.1.7.7. Documento falso – artigo 170.º, do CPP.

B – CASOS PRÁTICOS E QUESTÕES TEÓRICO-PRÁTICAS A


RESOLVER:

CASO 552 – Escolha a opção certa. A prova por documento é aquela que:
□ Corresponde a uma declaração, sinal ou notação corporizada em escrito ou
em qualquer outro meio técnico;
□ Corresponde a prova electrónico-digital;
□ Corresponde ao depoimento das pessoas;
□ Corresponde a papéis.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 164.º, do CPP.

CASO 553 – ANTÓNIO, inspector da PJ, encontrou, em casa de um criminoso, um


“vídeo caseiro” onde ele, com a sua “maîtresse” se recriam sexualmente. A filmagem ocorreu
sem que a tal “companheira” soubesse. Poderá tal prova, que se encontra numa cassette de
vídeo (VHS) ser usada em processo penal?
□ Pode;
□ Pode se todos derem consentimento;
□ Pode ser só se utilizar a parte onde aparece a companheira e esta der autorização
para tal;
□ Não pode, visto que foi obtida de modo ilícito e jurídico-penalmente
relevante.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 167.º, n.º 1, do CPP.

3.3.2. Dos meios de obtenção da prova

LIVRO III – Da Prova


TÍTULO III – Dos meios de obtenção da prova – artigos 171.º a 190.º, do Código
de Processo Penal
3.3.2. Dos meios de obtenção da prova

3.3.2.1. Dos Exames

A – TÓPICOS DE DESENVOLVIMENTO:
LIVRO III – Da Prova

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TÍTULO III – Dos meios de obtenção da prova – artigos 171.º a 190.º, do Código
de Processo Penal
CAPÍTULO I – Dos exames – artigos 171.º a 173.º, do CPP.
3.3.2.1. Dos Exames
3.3.2.1.1. Pressupostos – artigo 171.º, do CPP.
3.3.2.1.2. Sujeição a exame – artigo 172.º, do CPP.
3.3.2.1.3. Pessoas no local do exame – artigo 173.º, do CPP.

B – CASOS PRÁTICOS E QUESTÕES TEÓRICO-PRÁTICAS A


RESOLVER:

CASO 554 – Escolha a opção acertada. Os exames são um meio de obtenção da


prova que permite:
□ O uso dos sentidos e proceder à recolha de prova nas pessoas, lugares e coisas,
com simples inspecção, “à vista desarmada”, dos vestígios que possa ter deixado o
criminoso na cena do crime;
□ Permitem passar de ano;
□ É uma prova científica, técnica e artística;
□ Permite reconhecer pessoas e coisas.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 171.º, n.º 1, do CPP.

CASO 555 – Comente a seguinte afirmação: «Com o regime dos exames e as


medidas cautelares e de polícia, o legislador português edificou os alicerces de uma
investigação criminal à ‘CSI’».
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 171.º e 249.º, do CPP.

3.3.2.2. Das revistas e buscas

A – TÓPICOS DE DESENVOLVIMENTO:
LIVRO III – Da Prova
TÍTULO III – Dos meios de obtenção da prova – artigos 171.º a 190.º, do Código
de Processo Penal
CAPÍTULO II – Das revistas e das buscas – artigos 174.º a 177.º, do CPP.
3.3.2.2. Das revistas e buscas
3.3.2.2.1. Pressupostos – artigo 174.º, do CPP.
3.3.2.2.2. Formalidades da revista – artigo 175.º, do CPP.
3.3.2.2.3. Formalidades da busca – artigo 176.º, do CPP.
3.3.2.2.4. Busca domiciliária – artigo 177.º, do CPP.

B – CASOS PRÁTICOS E QUESTÕES TEÓRICO-PRÁTICAS A


RESOLVER:

CASO 556 – Não podem ser realizadas buscas no domicílio de alguém a não ser
por consentimento ou com autorização judicial.
□ É absolutamente verdade, não havendo excepções a esta regra;
□ Não é totalmente verdade, admitindo a lei excepções;
□ Não é verdade, podendo os órgãos de polícia criminal realizar buscas domiciliárias
mesmo sem consentimento e sem autorização judiciária;

626
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□ É verdade, mas as autoridades de polícia criminal da PJ também podem ordenar
buscas domiciliárias82.
FUNDAMENTO LEGAL: artigos 174.º, 176.º, 177.º, n.º 1, n.º 3, alíneas a) a b),
do CPP (este n.º 3 é que é a tal excepção de que fala o texo), do CPP.

CASO 557 – Identifique os pressupostos a que deve obedecer o auto de busca.


FUNDAMENTO LEGAL: artigo 176.º, do CPP.
«a. a identidade da autoridade que realiza a busca e das pessoas presentes,
b. a identidade do visado e a menção explícita se consentiu na busca ou não, quando
ele tenha estado presente.
c. o dia e hora em que começou e terminou a busca,
d. o local em que decorreu a busca, incluindo as medidas tomadas para protecção da
privacidade do visado,
e. a menção da comunicação ao visado dos seus direitos e, havendo-o, da entrega
de cópia do despacho que determinou a busca,
f. a descrição do modo pelo qual foi feita a busca, com indicação das partes do
lugar buscado e de quaisquer objectos destruídos para realização da busca,
g. a descrição dos objectos encontrados durante a busca,
h. a descrição de quaisquer declarações prestadas pelo visado, por pessoa da sua
confiança ou pelo advogado do visado (se já estiver constituído arguido) e pela pessoa que
tiver a disponibilidade do lugar,
i. o registo de quaisquer incidentes e
j. a data de elaboração do auto e assinatura».

3.3.2.3. Das apreensões

A – TÓPICOS DE DESENVOLVIMENTO:
LIVRO III – Da Prova
TÍTULO III – Dos meios de obtenção da prova – artigos 171.º a 190.º, do Código
de Processo Penal
CAPÍTULO III – Das apreensões – artigos 178.º a 186.º, do Código de Processo
Penal.
3.3.2.3. Das apreensões
3.3.2.3.1. Objectos susceptíveis de apreensão e pressupostos desta – artigo 178.º, do
CPP.
3.3.2.3.2. Apreensão de correspondência – artigo 179.º, do CPP.
3.3.2.3.3. Apreensão em escritório de advogado ou em consultório médico – artigo
180.º, do CPP.
3.3.2.3.4. Apreensão em estabelecimento bancário – artigo 181.º, do CPP.
3.3.2.3.5. Segredo profissional ou de funcionário e segredo de Estado – artigo 182.º,
do CPP.
3.3.2.3.6. Cópias e certidões – artigo 183.º, do CPP.
3.3.2.3.7. Aposição e levantamento de selos – artigo 184.º, do CPP.
3.3.2.3.8. Apreensão de coisas sem valor, perecíveis, perigosas ou deterioráveis –
artigo 185.º, do CPP.
3.3.2.3.9. Restituição dos objectos apreendidos – artigo 186.º, do CPP.

B – CASOS PRÁTICOS E QUESTÕES TEÓRICO-PRÁTICAS A


RESOLVER:

82
Caso Prático retirado do Exame para Admissão ao Curso de Inspectores da PJ de 2006.

627
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CASO 558 – Identifique a opção errada. Pode haver lugar a apreensão de objectos
que.
□ São obsoletos;
□ Tiverem servido a prática de um crime;
□ Constituírem o produto, lucro, preço ou recompensa do cometimento de um crime;
□ Os objectos que tiverem sido deixados pelo agente no local do crime.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 178.º, n.º 1, do CPP.

CASO 559 – ANTÓNIO, inspector da PJ, pretende mandar apreender a


correspondência de um suspeito que se encontra a investigar criminalmente no âmbito da
operação “menina linda”. Poderá fazê-lo?
□ Não, a não ser que haja grande perigo para as pessoas;
□ Pode, nalguns casos;
□ Pode se pedir a confirmação ao juiz competente;
□ Nunca pode, trata-se de uma matéria de reserva judicial absoluta.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 179.º, n.º 1, do CPP.

3.3.2.4. As escutas telefónicas [e sua extensão a qualquer outro meio técnico diferente
do telefone, intercepção das comunicações entre presentes e localização celular]

A – TÓPICOS DE DESENVOLVIMENTO:
LIVRO III – Da Prova
TÍTULO III – Dos meios de obtenção da prova – artigos 171.º a 190.º, do Código
de Processo Penal
CAPÍTULO IV – Das escutas telefónicas – artigos 187.º a 190.º, do Código de
Processo Penal.
3.3.2.4. As escutas telefónicas
3.3.2.4.1. Admissibilidade – artigo 187.º, do CPP.
3.3.2.4.2. Formalidades das operações – artigo 188.º, do CPP.
3.3.2.4.3. Extensão – artigo 189.º, do CPP.
3.3.2.4.4. Nulidade – artigo 190.º, do CPP.

B – CASOS PRÁTICOS E QUESTÕES TEÓRICO-PRÁTICAS A


RESOLVER:

CASO 560 – Qual a importância das intercepções telefónicas na investigação


criminal? 83
__________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
____________________________________________
TÓPICOS A ENQUADRAR NA RESPOSTA:

83
Caso Prático retirado do Exame para Admissão ao Curso de Inspectores da PJ de 2006.

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____________________________________________________________________________________________
Deverá ser considerado, se referido:
→ as intercepções telefónicas são uma violação da liberdade individual, apenas
admitida em circunstâncias excepcionais.
→ muito útil no combate a crimes graves, a criminalidade organizada.
→ utilizadas como meio de obtenção [da] de prova.
→ que apanham o visado desprevenido, invadindo a sua privacidade mais íntima.
→ que permitem a recolha de informação pertinente para a produção de prova em
tempo real.

CASO 561 – ANTÓNIO, inspector da PJ, pretende realizar “escutas telefónicas


clandestinas” e, posteriormente, se apanhar algo de concreto, pedir a sua validação ao JIC.
Poderá fazê-lo?
□ Não, a não ser que haja grande perigo para as pessoas;
□ Pode, nalguns casos;
□ Pode se pedir a confirmação ao juiz competente;
□ Nunca pode, trata-se de uma matéria de reserva judicial absoluta.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 187.º, n.º 1, do CPP.

3.3.2.5. Outros meios de obtenção da prova avulsos

3.3.2.5.1. A quebra de segredo bancário e o controlo de contas bancárias e de contas de


pagamento

A – TÓPICOS DE DESENVOLVIMENTO:
3.3.2.5. Outros meios de obtenção da prova avulsos
3.3.2.5.1. A quebra de segredo bancário e o controlo de contas bancárias e de contas
de pagamento – artigos 2.º a 4.º, da Lei n.º 5/2002, DE 11 DE JANEIRO (MEDIDAS DE
COMBATE À CRIMINALIDADE ORGANIZADA e económico-financeira),
ALTERADA PELA DECLARAÇÃO DE RECTIFICAÇÃO N.º 5/2002, DE 06-02, Lei
n.º 19/2008, de 21-04, Decretos-Leis n.os 317/2009, de 30-10, e 242/2012, de 07-11, Leis n.os 60/2013,
de 23-08, e 55/2015, de 23 de junho.

B – CASOS PRÁTICOS E QUESTÕES TEÓRICO-PRÁTICAS A


RESOLVER:

CASO 562 – Especifique os meios de obtenção [da]84 de prova em ambiente


85
digital .
__________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________

84
Entre parêntesis a fórmula correcta, tal qual encontramos no CPP.
85
Caso Prático retirado do Exame para Admissão ao Curso de Inspectores da PJ de 2010.

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____________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
__________________________

TÓPICOS A ENQUADRAR NA RESPOSTA:


Lei n.º 109/2009, de 15 de Setembro (Lei do Cibercrime).
O cibercrime está regulamentado neste diploma que é constituído por normas
substantivas e adjectivas e ainda por um capítulo sobre cooperação internacional em matéria
penal.
As primeiras tipificam as condutas susceptíveis de enquadrar a prática de cdrimes
vulgarmente chamados “crimes informáticos” (artigos 3.º a 8.º), enquanto as segundas
estabelecem as medidas processuais específicas para a recolha de prova em suporte
electrónico (artigos 12.º a 19.º).
Efectivamente, prevê-se neste diploma um regime especial em relação aos meios de
obtenção [da] de prova previsto no Código de Processo Penal.
Pressupostos gerais para a sua aplicação: produção de prova e descoberta da
verdade.
→ Preservação expedita de dados – artigo 12.º.
→ Revelação de dados de tráfego – artigo 13.º.
→ Injunção para apresentação ou concessão do acesso a dados – artigo 14.º.
→ Pesquisas de dados informáticos – artigo 15.º.
→ Apreensão de dados – artigo 16.º.
→ Apreensão de correio electrónico e registo de comunicações semelhantes – artigo
17.º.
→ Intercepção de comunicações – artigo 18.º.
→ Acções encobertas – artigo 19.º.
Estes meios de obtenção [da] de prova aplicam-se, com excepção dos previstos nos
artigos 18.º e 19.º (que exigem outros requisitos), não só aos crimes previstos e punidos neste
diploma, mas também aos seguintes (artigo 11.º).
→ Crimes cometidos por meio de sistema informático.
→ Crimes que exijam a recolha de prova em suporte electrónico.

Na apreciação da resposta serão tidos em conta a clareza e corrrecção do domínio


da expressão escrita, a objectividade e capacidade de síntese, a correcção científica e o seu
espírito crítico.

3.3.2.5.2. Registo de voz e de imagem

A – TÓPICOS DE DESENVOLVIMENTO:
3.3.2.5.2. Registo de voz e de imagem – artigo 6.º, da Lei n.º 5/2002, de 11 de
Janeiro.

B – CASOS PRÁTICOS E QUESTÕES TEÓRICO-PRÁTICAS A


RESOLVER:

3.3.2.6. Os meios de obtenção da prova em “ambiente digital”

A – TÓPICOS DE DESENVOLVIMENTO:
3.3.2.6. Os meios de obtenção da prova em “ambiente digital”

630
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____________________________________________________________________________________________
3.3.2.6.0. Âmbito de aplicação das disposições processuais – artigo 11.º, da Lei n.º
109/2009, de 15 de Setembro.

B – CASOS PRÁTICOS E QUESTÕES TEÓRICO-PRÁTICAS A


RESOLVER:

3.3.2.6.1. Preservação expedita de dados

A – TÓPICOS DE DESENVOLVIMENTO:
3.3.2.6.1. Preservação expedita de dados – artigo 12.º, da Lei n.º 109/2009, de 15 de
Setembro.

3.3.2.6.2. Revelação expedita de dados de tráfego

A – TÓPICOS DE DESENVOLVIMENTO:
3.3.2.6.2. Revelação expedita de dados de tráfego – artigo 13.º, da Lei n.º 109/2009,
de 15 de Setembro.

B – CASOS PRÁTICOS E QUESTÕES TEÓRICO-PRÁTICAS A


RESOLVER:

3.3.2.6.3. Injunção para apresentação ou concessão de acesso a dados

A – TÓPICOS DE DESENVOLVIMENTO:
3.3.2.6.3. Injunção para apresentação ou concessão de acesso a dados – artigo 14.º,
da Lei n.º 109/2009, de 15 de Setembro.

B – CASOS PRÁTICOS E QUESTÕES TEÓRICO-PRÁTICAS A


RESOLVER:

3.3.2.6.4. Pesquisa de dados informáticos

A – TÓPICOS DE DESENVOLVIMENTO:
3.3.2.6.4. Pesquisa de dados informáticos – artigo 15.º, da Lei n.º 109/2009, de 15
de Setembro.

B – CASOS PRÁTICOS E QUESTÕES TEÓRICO-PRÁTICAS A


RESOLVER:

3.3.2.6.5. Apreensão de dados informáticos

A – TÓPICOS DE DESENVOLVIMENTO:
3.3.2.6.5. Apreensão de dados informáticos – artigo 16.º, da Lei n.º 109/2009, de 15
de Setembro.

B – CASOS PRÁTICOS E QUESTÕES TEÓRICO-PRÁTICAS A


RESOLVER:

3.3.2.6.6. Apreensão de correio electrónico e registos de comunicações de natureza


semelhante

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____________________________________________________________________________________________
A – TÓPICOS DE DESENVOLVIMENTO:
3.3.2.6.6. Apreensão de correio electrónico e registos de comunicações de natureza
semelhante – artigo 17.º, da Lei n.º 109/2009, de 15 de Setembro.

B – CASOS PRÁTICOS E QUESTÕES TEÓRICO-PRÁTICAS A


RESOLVER:

3.3.2.6.7. Intercepção de comunicações

A – TÓPICOS DE DESENVOLVIMENTO:
3.3.2.6.7. Intercepção de comunicações – artigo 18.º, da Lei n.º 109/2009, de 15 de
Setembro.

B – CASOS PRÁTICOS E QUESTÕES TEÓRICO-PRÁTICAS A


RESOLVER:

3.3.2.6.8. Acções encobertas (em “ambiente digital”)

A – TÓPICOS DE DESENVOLVIMENTO:
3.3.2.6.8. Acções encobertas – artigo 19.º, da Lei n.º 109/2009, de 15 de Setembro.

B – CASOS PRÁTICOS E QUESTÕES TEÓRICO-PRÁTICAS A


RESOLVER:

3.4. Notícia do crime

A – TÓPICOS DE DESENVOLVIMENTO:
LIVRO IV – Das fases preliminares
TÍTULO I – Disposições gerais
CAPÍTULO I – Da notícia do crime – artigos 241.º a 247.º, do Código de Processo
Penal
3.4. Notícia do crime – artigo 241.º, do CPP.
3.4.1. Aquisição da notícia do crime – artigo 242.º, do CPP.
3.4.2. Denúncia obrigatória – artigo 243.º, do CPP.
3.4.3. Auto de notícia – artigo 244.º, do CPP.
3.4.4. Denúncia facultativa – artigo 245.º, do CPP.
3.4.5. Denúncia a entidade incompetente para o procedimento – artigo 246.º, do
CPP.
3.4.6. Forma, conteúdo e espécies de denúncias – artigo 247.º, do CPP.
3.4.7. Comunicação, registo e certificado da denúncia – artigo 248.º, do CPP.

B – CASOS PRÁTICOS E QUESTÕES TEÓRICO-PRÁTICAS A


RESOLVER:

CASO 563 – À luz das regras da aquisição da notícia do crime no processo penal
português, diga qual das opções se afigura falsa:
□ O MP adquire a notícia do crime por participação dos OPC;
□ O MP adquire a notícia do crime por denúncia de qualquer cidadão;
□ O MP adquire a notícia oficiosamente;
□ O MP adquire a notícia por meio dos adivinhos e outras pessoas prendadas.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 241.º, n.º 1, do CPP.

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CASO 564 – Para certas entidades, a denúncia da notitia criminis é obrigatória. Diga
qual das entidades não está obrigada a tal denúncia:
□ As entidades policiais, face aos crimes de que tomam conhecimento;
□ Os funcionários, face aos crimes que tomem conhecimento no exercício das suas
funções e por causa delas;
□ Por qualquer pessoa obrigada a denúncia, desde que outras igualmente obrigadas
já não o tenham feito;
□ Os padres e os médicos, face aos factos conhecidos em “confidência”, religiosa
e médica, respectivamente.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 242.º, n.º 1, alíneas a) e b), e 2, do CPP.

CASO 565 – O auto de notícia deve conter certos elementos. Diga qual das opções
não é verdadeira:
□ Os factos que constituem o crime;
□ O dia, a hora, o local e as circunstâncias em que o crime foi comeetido;
□ Tudo o que puderem averiguar acerca da identificação dos agentes e dos
ofendidos, bem como os meios de prova conhecidos, nomeadamente as testemunhas que
puderem depor sobre os factos;
□ As opções pessoais do arguido, ao nível das refeições e hábitos sexuais.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 243.º, n.º 1, alíneas a) a c), do CPP.

CASO 566 – Num pequeno texto, procure abordar a matéria da forma, conteúdo e
espécies de denúncias que podemos encontrar na lei processual penal portuguesa.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 246.º, do CPP.

3.5. Medidas cautelares e de polícia

A – TÓPICOS DE DESENVOLVIMENTO:
CAPÍTULO II – Das medidas cautelares e de polícia – artigos 248.º a 253.º, do
Código de Processo Penal
3.5. Medidas cautelares e de polícia
3.5.1. Comunicação da notícia do crime – artigo 248.º, do CPP.
3.5.2. Providências cautelares quanto aos meios de prova – artigo 249.º, do CPP.
3.5.3. Identificação de suspeito e pedido de informações – artigo 250.º, do CPP.
3.5.4. Revistas e buscas – artigo 251.º, do CPP.
3.5.5. Apreensão de correspondência – artigo 252.º, do CPP.
3.5.6. Localização celular – artigo 253.º, do CPP.
3.5.7. Relatório – artigo 254.º, do CPP.

B – CASOS PRÁTICOS E QUESTÕES TEÓRICO-PRÁTICAS A


RESOLVER:

CASO 567 – Os órgãos de polícia criminal (OPC) têm competências próprias


no âmbito do inquérito.
□ Os OPC podem, por iniciativa própria, colher notícia dos crimes e levar a cabo os
actos necessários para assegurar os meios de prova, sem precisar de comunicar ao Ministério
Público;
□ Os OPC podem efectuar diligências para acautelar a obtenção dos meios de
prova, por iniciativa própria mesmo antes da abertura de inquérito;

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□ Os OPC não podem realizar qualquer acto processual sem prévia autorização da
autoridade judiciária;
□ Os OPC só podem realizar diligências na sequência de uma queixa86.
FUNDAMENTO LEGAL: HOJE (2015): Artigo 249.º, do Código de Processo
Penal.

CASO 568 – Um(a) Inspector(a) está no cinema quando presencia a prática de


um crime que não é da competência da Polícia Judiciária:
□ Não deve actuar, por não ter legitimidade;
□ Deve actuar, mesmo não sendo crime de competência da Polícia Judiciária;
□ Deve apenas chamar outra Polícia;
□ Não pode actuar por não estar em serviço87.
FUNDAMENTO LEGAL: (HOJE 2015) artigos [também mobilizável o artigo
4.º) 5.º, n.º 1, da Lei n.º 49/2008, de 27-08; artigo 249.º, do CPP.

CASO 569 – ANTÓNIO, inspector da PJ, face à notícia do desaparecimento da


professora MARIA, pretende utililizar o meio de obtenção da prova localização celular.
Poderá fazê-lo?
□ Não pode;
□ Só se tiver autorização do JIC;
□ Pode, sem necessidade de justificação;
□ Somente poderá se tal for necessário para afastar perigo para a vida da professora,
mediante a inoperatividade dos demais meios de prova.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 252.º-A, do CPP.

3.6. Detenção

A – TÓPICOS DE DESENVOLVIMENTO:
CAPÍTULO III – Da detenção – artigos 254.º a 261.º, do Código de Processo Penal
[+ artigos 27.º e 28.º, da CRP 1976].
3.6. Detenção
3.6.1. Finalidades – artigo 254.º, do CPP.
3.6.2. Detenção em flagrante delito – artigo 255.º, do CPP.
3.6.3. Flagrante delito – artigo 256.º, do CPP.
3.6.4. Detenção fora de flagrante delito – artigo 257.º, do CPP.
3.6.5. Mandados de detenção – artigo 258.º, do CPP.
3.6.6. Dever de comunicação – artigo 259.º, do CPP.
3.6.7. Condições gerais de efectivação – artigo 260.º, do CPP.
3.6.8. Libertação imediata do detido – artigo 261.º, do CPP.

B – CASOS PRÁTICOS E QUESTÕES TEÓRICO-PRÁTICAS A


RESOLVER:

CASO 570 – Um cidadão pode ser detido em flagrante delito quando:


□ Está a cometer um crime;
□ Se souber que foi autor de um crime;
□ A polícia o encontrar;

86
Caso Prático retirado do Exame para Admissão ao Curso de Inspectores da PJ de 2006.
87
Caso Prático retirado do Exame para Admissão ao Curso de Inspectores da PJ de 2006.

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□ O Juiz ordenar88.
FUNDAMENTO LEGAL: HOJE (2015): Artigos 255.º, n.º 1, alíneas a) e b), e
256.º, n.os 1 e 2, do CPP.

CASO 571 – JORGE encontra-se num bar onde a polícia vai à procura de um
suspeito para deter. Por azar, corresponde à descrição do suspeito feita no processo e não tem
o bilhete de identidade consigo.
□ JORGE pode ser detido fora de flagrante;
□ A polícia deve confirmar a sua identidade antes de o deter, através de outro
documento com fotografia ou, não o tendo, através de outras pessoas identificadas que
o reconheçam;
□ JORGE pode ser detido em flagrante delito, por não ser portador de documentos
de identificação;
□ Mesmo com outra identificação a polícia pode conduzir JORGE até ao posto
policial mais próximo para proceder à recolha das suas impressões digitais89.
FUNDAMENTO LEGAL: artigos 260.º e 261.º, do CPP.

CASO 572 – As autoridades de polícia criminal da Polícia Judiciária podem, por


iniciativa própria, ordenar a detenção de uma pessoa fora de flagrante delito quando:
□ Se tratar de caso em que é admissível a prisão preventiva, mesmo que não existam
elementos que tornem fundado o receio de fuga;
□ Se tratar de caso em que exista elementos que tornem fundado o receio de fuga e
não for possível dada a situação de urgência e de perigo na demora, esperar pela intervenção
da autoridade judiciária;
□ Se tratar de caso em que é admissível a prisão preventiva, mas não for
possível dada a situação de urgência e de perigo na demora, esperar pela intervençao
da autoridade judiciária;
□ Se tratar de caso em que não seja admissível a prisão preventiva mas não for
possível dada a situação de urgência e de perigo na demora, esperar pela intervenção da
autoridade judiciária90.
FUNDAMENTO LEGAL: (HOJE 2015) artigo 257.º, n.º 2, alíneas a) a c), do
CPP.

CASO 573 – Numa acção de prevenção efectuada pela Polícia Judiciária, num
recinto de diversão nocturna, foi detectado na posse de um cliente um “boxer”. Este
cliente deverá ser:
□ Identificado e desapossado da “boxer” sem quaisquer formalidades;
□ Detido em flagrante delito por detenção de arma proibida;
□ Identificado e notificado para comparecer nas instalações da Polícia Judiciária;
□ Só identificado porque o “Boxer” não é uma arma proibida91.
FUNDAMENTO LEGAL: artigos 2.º, n.º 1, alínea aj), e 86.º, n.º 1, alínea d), da
Lei n.º 5/2006 (alterações da Lei n.º 17/2009); e artigos 255.º e 256.º, do CPP.

CASO 574 – Num pequeno texto, diga quando pode ocorrer a detenção em flagrante
delito.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 255.º e 256.º, do CPP.

88
Caso Prático retirado do Exame para Admissão ao Curso de Inspectores da PJ de 2006.
89
Caso Prático retirado do Exame para Admissão ao Curso de Inspectores da PJ de 2006.
90
Caso Prático retirado do Exame para Admissão ao Curso de Inspectores da PJ de 2006.
91
Caso Prático retirado do Exame para Admissão ao Curso de Inspectores da PJ de 2010.

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CASO 575 – Num pequeno texto, diga quando pode ocorrer a detenção fora de
flagrante delito.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 257.º, do CPP.

CASO 576 – Identifique os requisitos a que debe obedecer o mandado de detenção.


FUNDAMENTO LEGAL: artigo 258.º, do CPP.

3.7. Inquérito

A – TÓPICOS DE DESENVOLVIMENTO:
TÍTULO II – Do inquérito – artigos 262.º a 285.º, do Código de Processo Penal
3.7. Inquérito
CAPÍTULO I – Disposições gerais – artigos 262.º a 266.º, do Código de Processo
Penal
3.7.1. Disposições gerais
3.7.1.1. Finalidade e âmbito do inquérito – artigo 262.º, do CPP.
3.7.1.2. Direcção do inquérito – artigo 263.º, do CPP.
3.7.1.3. Competência – artigo 264.º, do CPP.
3.7.1.4. Inquérito contra magistrados – artigo 265.º, do CPP.
3.7.1.5. Transmissão dos autos – artigo 266.º, do CPP.
CAPÍTULO II – Dos actos de inquérito – artigos 267.º a 275.º, do Código de
Processo Penal
3.7.2. Dos actos de inquérito
3.7.2.1. Actos do Ministério Público – artigo 267.º, do CPP.
3.7.2.2. Actos a praticar pelo juiz de instrução – artigo 268.º, do CPP.
3.7.2.3. Actos a ordenar ou autorizar pelo juiz de instrução – artigo 269.º, do CPP.
3.7.2.4. Actos que podem ser delegados pelo Ministério Público nos órgãos de
polícia criminal – artigo 270.º, do CPP.
3.7.2.5. Declarações para memória futura – artigo 271.º, do CPP.
3.7.2.6. Primeiro interrogatório e comunicações ao arguido – artigo 272.º, do CPP.
3.7.2.7. Mandado de comparência, notificação e detenção – artigo 273.º, do CPP.
3.7.2.8. Certidões e certificados de registo – artigo 274.º, do CPP.
3.7.2.9. Autos de inquérito – artigo 275.º, do CPP.
CAPÍTULO III – Do encerramento do inquérito – artigos 276.º a 285.º, do Código
de Processo Penal
3.7.3. Do encerramento do inquérito
3.7.3.1. Prazos de duração máxima do inquérito – artigo 276.º, do CPP.
3.7.3.2. Arquivamento do inquérito – artigo 277.º, do CPP.
3.7.3.3. Intervenção hierárquica – artigo 278.º, do CPP.
3.7.3.4. Reabertura do inquérito – artigo 279.º, do CPP.
3.7.3.5. Arquivamento em caso de dispensa da pena – artigo 280.º, do CPP.
3.7.3.6. Suspensão provisória do processo – artigo 281.º, do CPP.
3.7.3.7. Duração e efeitos da suspensão – artigo 282.º, do CPP.
3.7.3.8. Acusação pelo Ministério Público – artigo 283.º, do CPP.
3.7.3.9. Acusação pelo assistente – artigo 284.º, do CPP.
3.7.3.10. Acusação particular – artigo 285.º, do CPP.

B – CASOS PRÁTICOS E QUESTÕES TEÓRICO-PRÁTICAS A


RESOLVER:

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CASO 577 – Diga qual das opções é a verdadeira. O inquérito criminal serve para:
□ Ver quem pode ser arguido;
□ Excluir os criminosos;
□ Ser praticado um conjunto de diligências que visam investigar a existência
de um crime, determinar os seus agentes e a responsabilidade deles e descobrir e
recolher as provas, em ordem à decisão sobre a acusação;
□ Abrir um processo penal.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 262.º, do CPP.

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____________________________________________________________________________________________
TÍTULO IV – ORGÂNICA DA POLÍCIA JUDICIÁRIA: QUESTÕES TEÓRICO-
PRÁTICAS RELATIVAMENTE A TODAS AS MATÉRIAS CONSTANTES DO
AVISO

4. Orgânica da Polícia Judiciária.

A – TÓPICOS DE DESENVOLVIMENTO:
4. Orgânica da Polícia Judiciária.
4.1. A natureza, missão e atribuições [artigos 1.º a 10.º, da Lei n.º 37/2008, de 06 de
Agosto, alterada pela Lei n.º 26/2010, de 30-08]
4.2. Autoridades de polícia criminal [artigos 11.º a 13.º, da Lei n.º 37/2008, de 06
de Agosto, alterada pela Lei n.º 26/2010, de 30-08]
4.3. Direitos e deveres [artigos 14.º a 20.º, da Lei n.º 37/2008, de 06 de Agosto,
alterada pela Lei n.º 26/2010, de 30-08]
4.4. Estrutura, órgãos e serviços
Título II – Estrutura, Órgãos e Serviços
Capítulo I – Disposições gerais – artigos 21.º a 26.º
Capítulo III – Serviços – artigos 27.º a 31.º
Capítulo IV – Direcção dos Serviços – artigos 32.º a 37.º
Título III – Provimento, artigos 38.º a 45.º
Título IV – Disposições financeiras – artigos 46.º a 48.º
Título V – Disposições finais e transitórias – artigos 49.º a 59.º, da Lei n.º 37/2008,
de 06 de Agosto, alterada pela Lei n.º 26/2010, de 30-08.
[+ ver, ainda, os artigos 62.º, 64.º a 111.º, 118.º a 179.º, e Anexos I, III, V e VI, da
Lei Orgânica da Polícia Judiciária – Decreto-Lei n.º 275-A/2000, de 08-11, alterado pelas
Declarações de Rectificação n.os 16-D/2000, de 30-11, 16-Z/2000, de 30-12, Lei n.º
103/2001,de 25-08, Decretos-Leis n.os 323/2001, de 17-12, 304/2002, de 13-12, 43/2003, de
13-03, 235/2005, de 30-12, 121/2008, de 11-07, Leis n.os 37/2008, de 06-08, 64-A/2008, de
31-12, Decreto-Lei n.º 42/2009, de 12-02, e 55-A/2010, de 31-12].
[ver, ainda, competências na Lei da Organização da Investigação Criminal]
[ver, ainda, competências na Lei de Segurança Interna].

B – CASOS PRÁTICOS E QUESTÕES TEÓRICO-PRÁTICAS A


RESOLVER:

CASO 578 – Compete à Polícia Judiciária Investigar:


□ Os crimes que são da sua competência reservada;
□ Os crimes que o Ministério Público lhe delegar;
□ Os crimes que o Director Nacional da PJ definir, após acordo com o Comandante-
Geral da GNR e com o Director Nacional da PSP;
□ Os crimes que são da sua competência reservada e ainda aqueles que o
Procurador-Geral da República deferir, nos termos da lei92.
FUNDAMENTO LEGAL: HOJE (2015): Artigos 2 e 5.º, Lei n.º 37/2008, de 06
de Agosto; artigos 4.º, 7.º e 8.º, da Lei n.º 49/2008, de 27-08.

CASO 579 – Compete ao Inspector:


□ Executar, sob orientação superior, os serviços de investigação criminal de que seja
incumbido, no âmbito de inquéritos crime;

92
Caso Prático retirado do Exame para Admissão ao Curso de Inspectores da PJ de 2006.

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____________________________________________________________________________________________
□ Executar, sob orientação superior, os serviços de prevenção e investigação
criminal de que seja incumbido;
□ Executar os serviços de prevenção e investigação criminal de que seja incumbido
por uma autoridade judiciária;
□ Executar os serviços de prevenção e investigação criminal de que seja
incumbido93.
FUNDAMENTO LEGAL: HOJE (2015): Artigo 68.º, da Decreto-Lei n.º 275-
A/2000, de 08 de Novembro.

CASO 580 – São autoridades de polícia criminal os funcionários da Polícia


Judiciária:
□ Os directores, subdirectores, assessores e coordenadores;
□ Os directores, subdirectores, chefias de investigação criminal e especialistas
superiores;
□ O pessoal de investigação criminal;
□ O director nacional, directores nacionais-adjuntos, subdirectores nacionais-
adjuntos, directores dos departamentos centrais, assessores de investigação criminal,
coordenadores superiores de investigação criminal, coordenadores de investigação
criminal e inspectores-chefes94.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 11.º, da Lei n.º 37/2008, de 06 de Agosto.

CASO 581 – As autoridades de polícia criminal da Polícia Judiciária têm


competência para, entre outras:
□ Ordenar a realização de perícias, de revistas e buscas, apreensões e detenções, sem
excepções;
□ Ordenar a realização de perícias, de revistas e buscas, apreensões e detenções e
nomear defensor;
□ Ordenar a realização de perícias, de revistas e buscas, apreensões, detenções,
nomear defensor, com algumas limitações legais;
□ Ordenar a realização de perícias, de revistas e buscas, apreensões, detenções,
nomear defensor, com algumas limitações legais mas em qualquer tipo de crime95.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 12.º, alíneas a) a c), da Lei n.º 37/2008, de 06 de
Agosto.

CASO 582 – Aos Inspectores da Polícia Judiciária compete:


□ Com total autonomia realizar operações, acções, diligências e actos de
investigação criminal e os correspondentes actos processuais;
□ Realizar autonomamente pesquisas, recolhas, compilações, tratamento e remessa
às respectivas Unidades de informação criminal com menção expressa na investigação em
curso;
□ Realizar diligências e actos de investigação criminal e os correspondentes
actos processuais, sob orientação superior.
□ Todas as premissas estão erradas96.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 68.º, do Decreto-Lei n.º 275-A/2008, ex vi artigo
58.º, alínea a), da Lei n.º 37/2008 (LOIC).

93
Caso Prático retirado do Exame para Admissão ao Curso de Inspectores da PJ de 2006.
94
Caso Prático retirado do Exame para Admissão ao Curso de Inspectores da PJ de 2006.
95
Caso Prático retirado do Exame para Admissão ao Curso de Inspectores da PJ de 2006.
96
Caso Prático retirado do Exame para Admissão ao Curso de Inspectores da PJ de 2010.

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CASO 583 – No âmbito da cooperação internacional os seguintes gabinetes fazem
parte da estrutura da Polícia Judiciária:
□ EUROPOL, SIRENE e INTERPOL;
□ SIRENE e INTERPOL;
□ INTERPOL e EUROPOL;
□ EUROPOL e SIRENE97.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 12.º, n.º 1, da Lei da Organização da
Investigação Criminal; e artigo 5.º, n.º 2, da LOPJ.

CASO 584 – DANIEL SIMÕES, inspector da Polícia Judiciária, no decorrer de uma


investigação centrada num grupo violento e altamente organizado, por razões de segurança,
pretende ocultar a sua identificação.
□ A dispensa de identificação nunca pode ser autorizada a um inspector da Polícia
Judiciária;
□ Ao praticar actos processuais no âmbito de um inquérito, um inspector da Polícia
Judiciária tem o dever de se identificar com o seu número de funcionário e nome;
□ Se as razões o justificarem, o Director Nacional da Polícia Judiciária pode
autorizar a dispensa temporária da sua identificação;
□ O segredo de justiça é o único instrumento legal utilizado para proteger a
identificação dos intervenientes numa investigação98.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 16.º, n.os 1 e 4, da LOPJ.

CASO 585 – São autoridades de polícia criminal para os efeitos do Código de


Processo Penal:
□ O Director Nacional da Polícia Judiciária, o Director de Unidade Territorial e o
Chefe de Área;
□ O Assessor de Investigação Criminal, o Coordenador de Investigação
Criminal e o Inspector Chefe;
□ O Director de Unidade de Apoio, o Coordenador Superior de Investigação
Criminal e o Coordenador de Investigação Criminal;
□ O Director Nacional Adjunto, o Subdirector de Unidade Territorial e o Chefe de
Sector99.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 11.º, n.º 1, da LOPJ.

CASO 586 – Uma testemunha, residente fora da comarca onde está sedeado o
Departamento da Polícia Judiciária, quando notificada por uma autoridade de polícia criminal
desse serviço, para comparecer nesse departamento pode:
□ Exigir que a Polícia Judiciária se desloque à sua comarca para ser inquirida;
□ Exigir que a sua inquirição seja feita pelo Ministério Público da sua comarca;
□ Exigir que a sua inquirição seja feita pelo órgão de polícia criminal local;
□ Exigir que a Polícia Judiciária providencie por um meio de transporte para
a sua deslocação100.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 10.º, n.º 3, da LOPJ.

CASO 587 – Qual a missão e as atribuições da Polícia Judiciária? Justifique101

97
Caso Prático retirado do Exame para Admissão ao Curso de Inspectores da PJ de 2010.
98
Caso Prático retirado do Exame para Admissão ao Curso de Inspectores da PJ de 2010.
99
Caso Prático retirado do Exame para Admissão ao Curso de Inspectores da PJ de 2010.
100
Caso Prático retirado do Exame para Admissão ao Curso de Inspectores da PJ de 2010.
101
Caso Prático retirado do Exame para Admissão ao Curso de Inspectores da PJ de 2010.

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__________________________
TÓPICOS A ENQUADRAR NA RESPOSTA:
Deverá ser considerado, se referido:
Lei n.º 37/2008, de 6 de Agosto – Lei Orgânica da Polícia judiciária (LOPJ) – artigo
2.º, Missão:
→ Coadjuvação das autoridades judiciárias (artigo 3.º, do LOPJ);
→ Desenvolver e promover as acções de prevenção, detecção e investigação da
competência da PJ ou que lhe sejam deferidas pelas autoridades judiciárias (artigo 4.º, da
LOPJ).
Atribuições através do exercício de:
→ Competênicas reservadas absolutas – artigo 7.º, n.º 2, da Lei n.º 49/2008, de 27
de Agosto – Lei de Organização da Investigação Criminal (LOIC).
→ Competências reservadas relativas – artigo 7.º, n.º 3, da LOIC.
→ Competências deferidas – artigos 7.º, n.º 1, e 8.º, da LOIC.
→ Competências concorrenciais – artigo 7.º, n.os 4 e 5, da LOIC.
→ Cooperação internacional – artigo 12.º, da LOIC, e artigos 5.º e 7.º, da LOPJ.
→ Cooperação a nível da informação criminal – artigos 10.º e 11.º, da LOIC, e artigo
8.º, da LOPJ.
→ Competências de segurança interna – artigos 25.º, n.º 2, e 27.º, da Lei de
Segurança Interna.

Na apreciação da resposta serão tidos em conta a clareza e correcção do domínio da


expressão escrita, a objectividade e capacidade de síntese, a correcção científica e o seu
espírito crítico.

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TÍTULO V – ORGÂNICA DA INVESTIGAÇÃO CRIMINAL: QUESTÕES
TEÓRICO-PRÁTICAS RELATIVAMENTE A TODAS AS MATÉRIAS
CONSTANTES DO AVISO

5. Organização da investigação Criminal

5.1. Investigação criminal

A – TÓPICOS DE DESENVOLVIMENTO:
5. Organização da investigação Criminal – artigos 1.º a 22.º, da Lei n.º 49/2008, de
27 de Agosto
A – Lei de Organização da Investigação Criminal – Lei n.º 49/2008, de 27-08,
alterada pelas Leis n.os 34/2013, de 16-05, 38/2015, de 11-05, e 57/2015, de 23-06;
B – Lei-Quadro da Política Criminal – Lei n.º 17/2006, de 23 de Maio, alterada pela
Lei n.º 19/2008, de 21-04;
C – Leis diversas que definiram os objectivos, prioriedades e orientações da política
criminal em Portugal ao longo dos tempos:
C1 – Lei n.º 51/2007, de 31 de Agosto – Lei de Política Criminal para o Biénio de
2007-2009;
C2 – Lei n.º 38/2009, de 20 de Julho – Define os objectivos, prioridades e
orientações de política criminal para o biénio de 2009-2011.
C3 – Lei n.º 72/2015, de 20 de Julho [Define os objectivos, prioridades e orientações
de política criminal para o biénio de 2015-2017, em cumprimento da Lei n.º 17/2006, de 23
de maio, que aprova a Lei-Quadro da Política Criminal].

5.1. Investigação criminal


5.1.1. Definição – Política Criminal, Leis-Quadro da Política Criminal portuguesa e
Organização da Investigação Criminal à luz das competências dos vários órgãos de polícia
criminal.
5.1.2. Direcção da investigação criminal

5.2. Órgãos de Polícia Criminal


5.2. Órgãos de Polícia Criminal
5.2.1. Órgãos de Polícia Criminal
5.2.2. Competência específica em matéria de investigação criminal
5.2.3. Incompetência em matéria de investigação criminal
5.2.4. Competência da Guarda Nacional Republicana e da Polícia de Segurança
Pública em matéria de Investigação Criminal
5.2.5. Competência da Polícia Judiciária em matéria de investigação criminal
5.2.6. Competência deferida para a investigação criminal
5.2.7. Conflitos negativos de competência em matéria de investigação criminal
5.2.8. Dever de cooperação
5.2.9. Sistema integrado de informação criminal
5.2.10. Cooperação internacional

5.3. Coordenação dos órgãos de polícia criminal


5.3. Coordenação dos órgãos de polícia criminal
5.3.1. Conselho Coordenador
5.3.2. Competências do Conselho Coordenador
5.3.3. Sistema de coordenação

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____________________________________________________________________________________________
5.4. Fiscalização dos órgãos de polícia criminal
5.4. Fiscalização dos órgãos de polícia criminal
5.4.1. Competência do/a Procurador/a-Geral da República

5.5. Disposições finais


5.5. Disposições finais
5.5.1. Processos pendentes
5.5.2. Regimes próprios de pessoal
5.5.3. Outras especificidades.

B – CASOS PRÁTICOS E QUESTÕES TEÓRICO-PRÁTICAS A


RESOLVER:

CASO 588 – São da competência reservada da PJ, entre outros, os seguintes crimes:
□ Homicídio doloso, roubos com arma de fogo, crimes contra a
autodeterminação sexual, terrorismo, associações criminosas, contrafacção de moeda e
corrupção;
□ Homicídios, roubos em instituições de crédito, corrupção, tráfico de
estupefacientes, fraudes internacionais, informáticos e auxílio à imigração ilegal;
□ Incêndio doloso, falsificação de documentos, viciação de veículos, participação
em motim armado, peculato, administração danosa e insolvência dolosa;
□ Crimes contra a liberdade sexual a que corresponda, em abstracto, pena superior
a 5 anos de prisão, desde que o agente não seja conhecido, explosão, falsificação de cartas de
condução, atentado à segurança de transporte e branqueamento de capitais102.
FUNDAMENTO LEGAL: HOJE (2015): Artigo 7.º, n.os 1 e 2, alíneas a), g), j),
l), n.º 3, alínea a), b), da LOIC.

CASO 589 – Ocorreu um crime de homicídio num café. O órgão de polícia criminal
(OPC) local iniciou a investigação.
□ O crime de homicídio é da competência reservada da Polícia Judiciária (PJ),
pelo que o OPC local só pode praticar os actos necessários para acautelar a prova;
□ O crime de homicídio só é da competência da PJ se for praticado por
desconhecido(s);
□ A competência dos crimes é atribuída ao OPC que primeiro tiver conhecimento
do facto;
□ O OPC local só transmite à PJ os casos que não conseguir resolver103.
FUNDAMENTO LEGAL: (2015) artigos 4.º, 5.º, 7.º, n.os 1 e 2, alínea a), da LOIC
– Lei n.º 49/2008, de 27-08; artigo 2.º, n.º 3, da Lei n.º 49/2008, de 27-08.

CASO 590 – Qual a importância da informação criminal e quais são as vantagens


da sua centralização?104.
__________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________

102
Caso Prático retirado do Exame para Admissão ao Curso de Inspectores da PJ de 2006.
103
Caso Prático retirado do Exame para Admissão ao Curso de Inspectores da PJ de 2006.
104
Caso Prático retirado do Exame para Admissão ao Curso de Inspectores da PJ de 2006.

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____________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
____________________________________________
TÓPICOS A ENQUADRAR NA RESPOSTA:
Deverá ser considerado, se referido:
→ Os conceitos constantes no Preâmbulo da LOPJ: «No que se refere à natureza e
atribuições, estabelecem-se as regras de aperfeiçoamento e clarificação do modelo mais apto
a combater, em especial, a criminalidade organizada e a que lhe está associada, bem como a
altamente complexa e violenta, cujas características exigem a gestão de um sistema de
informação a nível nacional, afirmando-se que a Polícia Judiciária constitui um corpo
superior de polícia criminal com estatuto próprio, que a distingue das demais forças policiais
e de segurança.
Define-se, assim, em desenvolvimento do sistema estabelecido na Lei da
Organização da Investigação Criminal, um quadro normativo que associa as funções de
investigação e prevenção à centralização nacional da informação criminal e respectiva
coordenação operacional.
Deste modo, procede-se ao enquadramento do apoio técnico ao Sistema Integrado
de Informação Criminal, cujas regras próprias serão definidas em diploma próprio, no âmbito
da estrutura orgânica da Polícia Judiciária, cometendo-se a competência para a prestação do
mesmo ao Departamento Central de Informação Criminal e Polícia Técnica. Tendo, porém,
presente o carácter nacional desta competência no que respeita à centralização da informação
criminal, prevê-se a definição das competências e a organização funcional deste
departametno, para efeitos de centralização, tratamento, análise e difusão, a nível nacional,
de informação relativa à criminalidade participada e conhecida pelos órgãos de polícia
criminal e pelos serviços aduaneiros e de segurança, bem como a articulação com as
autoridades judiciárias e estas entidades por portaria conjunta do Primeiro-Ministro, do
Ministro da Justiça e dos demais ministros responsáveis pelos referidos órgãos e serviços».
→ a utilidade no combate à criminalidade organizada, complexa e violenta;
→ as vantagens da centralização, para efeitos de tratamento, análise e difusão, a
nível nacional;
→ vantagens para efeitos da coordenação nacional;
→ a vantagem de estudar o pasado para compreender o futuro;
→ o papel das análises estatísticas na definição de políticas.

CASO 591 – O crime de poluição só é da competência reservada da Polícia


Judiciária quando:
□ Atingir uma grande extensão do território nacional;
□ For praticado de modo reiterado e atingir o património público;
□ For praticado por pessoas colectivas;
□ Criar perigo para bens patrimoniais alheios de elevado valor105.
FUNDAMENTO LEGAL: artigos 279.º e 280.º, do CP [na resolução há lapso,
refere-se CPP e não CP]; e artigo 7.º, n.º 3, alínea g), da Lei de Organização da Investigação
Criminal.

CASO 592 – A investigação criminal compreende um conjunto de diligências que:


□ Nos termos da lei processual penal se destinam a averiguar a existência de um
crime;

105
Caso Prático retirado do Exame para Admissão ao Curso de Inspectores da PJ de 2010.

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□ Nos termos da lei processual penal se destinam a determinar os autores de um
crime e a sua responsabilidade;
□ Nos termos da lei processual penal se destinam a descobrir e recolher provas no
âmbito de um inquérito crime;
□ Todas as premissas estão correctas106.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 262.º, n.º 1, do CPP.

CASO 593 – A direcção da investigação criminal é da competência do:


□ Ministério Público, coadjuvado pelos órgãos de polícia criminal;
□ Ministério Público ou Juiz de Instrução Criminal, conforme a fase do
processo;
□ Autoridade de Polícia Criminal;
□ Ministério Público e da Polícia Judiciária107.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 2.º, n.º 1, da LOIC.

CASO 594 – As autoridades de polícia criminal da Polícia Judiciária têm


competência para:
□ Ordenar a realização de inquirições para memória futura;
□ Ordenar a realização de perícias a efectuar por organismos oficiais, salvo as
psiquiátricas, sobre a personalidade e as autópsias médico-legais;
□ Ordenar a detenção para comparência em acto processual;
□ Ordenar a realização de uma escuta ambiental108.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 12.º, n.º 1, alínea a), da LOIC.

CASO 595 – São órgãos de polícia criminal de competência genérica:


□ A Polícia de Segurança Pública, a Guarda Nacional Republicana e as Polícias
Municipais;
□ A Polícia Judiciária, a Polícia de Segurança Pública, a Guarda Nacional
Republicana e o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras;
□ A Polícia Judiciária, a Polícia de Segurança Pública, o Serviço de Estrangeiros e
Fronteiras e a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica;
□ A Polícia Judiciária, a Polícia de Segurança Pública e a Guarda Nacional
Republicana109.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 3.º, n.º 1, da LOIC.

106
Caso Prático retirado do Exame para Admissão ao Curso de Inspectores da PJ de 2010.
107
Caso Prático retirado do Exame para Admissão ao Curso de Inspectores da PJ de 2010.
108
Caso Prático retirado do Exame para Admissão ao Curso de Inspectores da PJ de 2010.
109
Caso Prático retirado do Exame para Admissão ao Curso de Inspectores da PJ de 2010.

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TÍTULO VI – SEGURANÇA INTERNA: QUESTÕES TEÓRICO-PRÁTICAS
RELATIVAMENTE A TODAS AS MATÉRIAS CONSTANTES DO AVISO
6. Segurança Interna

A – TÓPICOS DE DESENVOLVIMENTO:
6. Segurança Interna – artigos 1.º a 38.º, da Lei de Segurança Interna – Lei n.º
53/2008, de 29 de Agosto, alterada pela Declaração de Rectificação n.º 66-A/2008, de 28-10,
e pela Lei n.º 59/2015, de 24-06.

6.1. Princípios gerais

6.1. Princípios gerais – artigos 1.º a 6.º, da Lei n.º 53/2008, de 29 de Agosto.
6.1.1. Definição e fins da segurança interna – artigo 1.º, da LSI.
6.1.2. Princípios fundamentais – artigo 12.º, da LSI.
6.1.3. Política de segurança interna – artigo 3.º, da LSI.
6.1.4. Âmbito territorial – artigo 4.º, da LSI.
6.1.5. Deveres gerais e especiais de colaboração – artigo 5.º, da LSI.

6.2. Política de segurança interna


6.2. Política de segurança interna – artigos 7.º a 10.º, da Lei n.º 53/2008, de 29 de
Agosto.
6.2.1. Assembleia da República – artigo 7.º, da LSI.
6.2.2. Governo – artigo 8.º, da LSI.
6.2.3. Primeiro-Ministro – artigo 9.º, da LSI.
6.2.4. Regiões Autónomas – artigo 10.º, da LSI.

6.3. Sistema de Segurança Interna


6.3. Sistema de Segurança Interna – artigos 11.º a 24.º, da Lei n.º 53/2008, de 29 de
Agosto.
6.3.1. Órgãos do Sistema de Segurança Interna – artigo 11.º, da LSI.
6.3.2. Natureza e composição do Conselho Superior de Segurança Interna – artigo
12.º, da LSI.
6.3.3. Competências do Conselho Superior de Segurança Interna – artigo 13.º, da
LSI.
6.3.4. Secretário-Geral do Sistema de Segurança Interna – artigo 14.º, da LSI.
6.3.5. Competências do Secretário-Geral do Sistema de Segurança Interna – artigo
15.º, da LSI.
6.3.6. Competências de Coordenação – artigo 16.º, da LSI.
6.3.7. Competências de direcção – artigo 17.º, da LSI.
6.3.8. Competências de controlo – artigo 18.º, da LSI.
6.3.9. Competências de comando operacional – artigo 19.º, da LSI.
6.3.10. Secretário-Geral-Adjunto do Sistema de Segurança Interna – artigo 20.º, da
LSI.
6.3.11. Natureza e composição do Gabinete Coordenador de Segurança – artigo 21.º,
da LSI.
6.3.12. Competências do Gabinete Coordenador de Segurança – artigo 22.º, da LSI.
6.3.13. Unidade de Coordenação Antiterrorismo – artigo 23.º, da LSI.
6.3.14. Gabinetes coordenadores de segurança regionais e distritais – artigo 24.º, da
LSI.

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6.4. Forças e serviços de segurança
6.4. Forças e serviços de segurança – artigos 25.º a 27.º, da Lei n.º 53/2008, de 29
de Agosto.
6.4.1. Forças e serviços de segurança – artigo 25.º, da LSI.
6.4.2. Autoridades de polícia – artigo 26.º, da LSI.
6.4.3. Controlo das comunicações – artigo 27.º, da LSI.
6.5. Medidas de polícia
6.5. Medidas de polícia – artigos 28.º a 34.º, da Lei n.º 53/2008, de 29 de Agosto.
6.5.1. Medidas de polícia – artigo 28.º, da LSI.
6.5.2. Medidas especiais de polícia – artigo 29.º, da LSI.
6.5.3. Princípio da necessidade – artigo 30.º, da LSI.
6.5.4. Dever de identificação – artigo 31.º, da LSI.
6.5.5. Competência para determinar a aplicação – artigo 32.º, da LSI.
6.5.6. Comunicação ao tribunal – artigo 33.º, da LSI.
6.5.7. Meios coercivos – artigo 34.º, da LSI.

6.6. Considerações e disposições finais


6.6. Considerações e disposições finais – artigos 35.º a 38.º, da Lei n.º 53/2008, de
29 de Agosto.
6.6.1. Forças armadas – artigo 35.º, da LSI
6.6.2. Outros aspectos de regime – artigos 36.º a 38.º, da LSI.

B – CASOS PRÁTICOS E QUESTÕES TEÓRICO-PRÁTICAS A


RESOLVER:

CASO 596 – A Polícia Judiciária é:


□ Um órgão de polícia criminal;
□ Um órgão de polícia criminal e um serviço de segurança;
□ Um órgão de polícia criminal, um serviço de segurança e uma polícia de
proximidade;
□ Uma força e serviço de segurança com competências criminais.
FUNDAMENTO LEGAL: (HOJE 2015) artigos 1.º, 2.º, 3.º, 4.º, 5.º, da Lei n.º
37/2008, de 06-08; artigos 2.º, 3.º, n.os 1, alínea a), 4, alíneas a) e b), 25.º, n.os 1 e 2, alínea
c), da Lei n.º 53/2008, de 29 de Agosto110.

CASO 597 – Considera-se um incidente táctico-policial grave:


□ O sequestro que requeira a intervenção conjunta e combinada de mais de
uma força e serviço de segurança;
□ O assalto a um banco que requeira a intervenção combinada de uma força de
segurança e do exército;
□ O homicídio que requeira a intervenção conjunta de uma força de segurança e do
Instituto Nacional de Medicina Legal;
□ O choque em cadeia na auto-estrada que necessita da intervenção conjunta e
combinada de várias forças de segurança111.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 18.º, n.º 3, alínea d), da Lei de Segurança Interna.

CASO 598 – A execução do controlo das comunicações mediante autorização


judicial é da competência:

110
Caso Prático retirado do Exame para Admissão ao Curso de Inspectores da PJ de 2006.
111
Caso Prático retirado do Exame para Admissão ao Curso de Inspectores da PJ de 2010.

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□ Do órgão de polícia criminal que detém a investigação;
□ Da autoridade judiciária;
□ Da Polícia Judiciária;
□ Do conselho coordenado dos órgãos de polícia criminal112.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 27.º, da Lei de Segurança Interna.

112
Caso Prático retirado do Exame para Admissão ao Curso de Inspectores da PJ de 2010.

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TÍTULO VII – COOPERAÇÃO POLICIAL INTERNACIONAL: QUESTÕES
TEÓRICO-PRÁTICAS RELATIVAMENTE A TODAS AS MATÉRIAS
CONSTANTES DO AVISO

7. Cooperação policial internacional:

7.1. Organizações internacionais de cooperação de polícia criminal:

7.1.1. Interpol

A – TÓPICOS DE DESENVOLVIMENTO:
7. Cooperação policial internacional:
7.1. Organizações internacionais de cooperação de polícia criminal:
7.1.1. Interpol
7.1.1.1. Notas históricas
7.1.1.2. Estrutura e Governo interno (“Governance”)
7.1.1.2.1. A Assembleia Geral
7.1.1.2.2. O Comité Executivo
7.1.1.2.3. O Secretariado Geral
7.1.1.2.4. Os Gabinetes Centrais Nacionais
7.1.1.2.5. Comissão de Controlo dos ficheiros da INTERPOL
7.1.1.2.6. Departamento Financeiro
7.1.1.3. Áreas temáticas de investigação criminal
7.1.1.3.1. Armas de fogo
7.1.1.3.2. Crimes ambientais
7.1.1.3.3. Corrupção
7.1.1.3.4. Criminalidade económico-financeira
7.1.1.3.5. Criminalidade ligada (à falsificação dos) aos veículos
7.1.1.3.6. Criminalidade organizada
7.1.1.3.7. Criminalidade farmacêutica
7.1.1.3.8. Cibercrim(inalidad)e
7.1.1.3.9. Investigações sobre criminosos em fuga
7.1.1.3.10. Crimes ligados à integridade no desporto
7.1.1.3.11. Pirataria marítima
7.1.1.3.12. Pedo-criminalidade
7.1.1.3.13. Estupefacientes (Droga)
7.1.1.3.14. Terrorismo
7.1.1.3.15. Tráfico de seres humanos
7.1.1.3.16. Tráfico de mercadorias ilícitas
7.1.1.3.17. Crimes de guerra
7.1.1.3.18. Crimes ligados às obras de arte
7.1.1.4. Breves notas sobre os países membros da INTERPOL
7.1.1.5. Modos de intervenção
7.1.1.5.1. A troca de dados ou informações de carácter pessoal e de outra natureza
7.1.1.5.2. A base de dados
7.1.1.5.3. Notícias
7.1.1.5.4. Centro de Coordenação do Comando
7.1.1.5.5. Células de intervenção
7.1.1.5.6. Polícia científica
7.1.1.5.7. Análise de informações
7.1.1.5.8. Fiscalização de fronteiras

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7.1.1.5.9. O sistema I-Checkit.

B – CASOS PRÁTICOS E QUESTÕES TEÓRICO-PRÁTICAS A


RESOLVER:

CASO 599 – A INTERPOL é:


□ Uma força policial que pode actuar em todos os países, competente para
investigações internacionais;
□ Uma organização mundial de cooperação, representada em cada país
membro por um Gabinete Central Nacional, que tem em vista facilitar a assistência
recíproca entre as autoridades de polícia criminal dos seus Estados Membros;
□ Uma organização mundial de cooperação, com competênica de investigação
criminal em todos os países membros;
□ Uma organização mundial de natureza policial, vocacionada para a troca de
informação e procura de criminosos internacionais113.
FUNDAMENTO LEGAL: artigo 12.º, da Lei da Organização da Investigação
Criminal – Lei n.º 49/2008, de 27-08, alterada pelas 34/2013, de 16-05, 38/2015, de 11-05, e
57/2015, de 23-06 (e diplomas específicos da INTERPOL).

7.1.2. Europol

A – TÓPICOS DE DESENVOLVIMENTO:
7.1.2. Europol
7.1.2.1. Breves notas históricas
7.1.2.2. Estrutura e competências
7.1.2.3. A competência pericial forense
7.1.2.4. O Centro Europeu contra a Cibercriminalidade [European Cybercrime
Centre (EC3)]
7.1.2.5. O iOCTA – The Internet Organised Crime Threat Assessment)
7.1.2.5.1. Crime-as-a-Service
7.1.2.5.2. Malware
7.1.2.5.3. Child sexual exploitation online
7.1.2.5.4. Payment fraud
7.1.2.5.5. Criminal finances online
7.1.2.5.6. Crimes relating to social engineering
7.1.2.5.7. Data breaches and network intrusions
7.1.2.5.8. Vulnerabilities of critical infrastructure
7.1.2.5. Parceiros de cooperação
EU Member States;
key EU stakeholders;
non-EU countries;
international organisations;
internet governance bodies and service providers;
companies involved in internet security and the financial sector;
academic experts;
civil society organisations;
National Computer Emergency Response Teams (CERTs) and the CERT-EU.
7.1.2.6. A Rede Judiciária Europeia
7.1.2.6.1. O Atlas de AJM

113
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7.1.2.6.2. Os Pontos de Contacto
7.1.2.6.3. Fichas informativas sobre a investigação criminal e outros aspectos nos
sistemas judiciários e processuais dos países integrantes da Rede Judiciária Europeia [RJE]
7.1.2.6.4. O Assistente Compendio.

B – CASOS PRÁTICOS E QUESTÕES TEÓRICO-PRÁTICAS A


RESOLVER:

CASO 600 – A EUROPOL é um serviço europeu de polícia, que tem por missão:
□ Contribuir significativamente para o combate à criminalidade organizada de
dimensão internacional através do tratamento e intercâmbio de informação criminal
nas áreas criminais do seu mandato;
□ Actuar significativamente na prevenção e combate a formas graves de
criminalidade organizada de dimensão internacional;
□ Contribuir significativamente para o combate à criminalidade organizada de
dimensão internacional através das Unidades Nacionais a quem compete deesenvolver as
investigações à criminalidade organizada de dimensão internacional;
□ Elaborar relatórios estratégicos e análises operacionais para apoiar investigações
à criminalidade organizada de dimensão internacional114.
FUNDAMENTO LEGAL: (HOJE 2015) artigo 3.º, da Convenção Europol.

7.1.3. Schengen

A – TÓPICOS DE DESENVOLVIMENTO:
7.1.3. Schengen
7.1.3.1. O espaço e a cooperação SCHENGEN
7.1.3.2. O desenvolvimento da cooperação SCHENGEN e o alargamento do espaço
SCHENGEN
7.1.3.3. Medidas adoptadas pelos Estados-Membros no âmbito da cooperação
SCHENGEN
7.1.3.4. O Sistema de Informação SCHENGEN (SIS)
7.1.3.5. A integração do acervo de SCHENGEN no âmbito da União Europeia
7.1.3.5.1. O Protocolo anexo ao Tratado de Amesterdão e outros documentos
“integrativos” (Decisões do Conselho 1999/307/CE, de 1 de Maio de 1999; 1999/435/CE e
1999/436/CE; o Código das Fronteiras SCHENGEN)
7.1.3.6. A participação da Dinamarca, Irlanda e Reino Unido
7.1.3.7. Princípios comuns na relação com países terceiros
7.1.3.8. As relações com a Islândia e Noruega
7.1.3.9. A participação da Suíça e do Listenstaine
7.1.3.10. A Segunda Geração do Sistema de Informação de SCHENGEN (SIS II)
7.1.3.11. O ACORDO SCHENGEN – o processo de Adesão do Estado Português
7.1.3.11.1. Protocolo de Adesão ao Acordo Relativo à Supressão Gradual dos
Controlos nas Fronteiras Comuns, assinado em Schengen, a 14 de Junho de 1985
7.1.3.11.2. Acordo de Adesão à Convenção de Aplicação do Acordo Schengen,
assinado em Schengen, a 19 de Junho de 1990, nomeadamente no seu artigo 53.º, aprovados
pela Resolução da Assembleia da República n.º 35/93 de 25.11. e ratificados pelo Decreto do
Presidente da República n.º 55/93, publicados no Diário da República n.º 276, I Série-A de
25 de Novembro de 1993.

114
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B – CASOS PRÁTICOS E QUESTÕES TEÓRICO-PRÁTICAS A
RESOLVER:

CASO 601 – A Convenção de Aplicação do Acordo de Schegen permite a um


Estado Membro, no âmbito da cooperação policial transfronteiriça:
□ Proceder a detenções, em casos de crimes graves, de nacionais de um Estado em
território de outro Estado vizinho;
□ Recolher informações, numa distância de 50 Km da fronteira para dentro de um
Estado vizinho, que permitam a detenção de criminosos procurados noutro Estasdo;
□ Continuar uma vigilância ou uma perseguição no território de um Estado vizinho,
dentro de certas condições, no prazo máximo de 5 horas;
□ Continuar uma vigilância ou uma perseguição no território de um Estado
vizinho, dentro de certas condições115.
FUNDAMENTO LEGAL: (HOJE 2015) artigo 41.º, CONVENÇÃO
APLICAÇÃO ACORDO SCHENGEN.

CASO 602 – Num pequeno texto, procure abordar a importância do “sistema


SCHENGEN” para a investigação criminal portuguesa, mormente ao nível da eficácia da PJ
no combate à criminalidade organizada, transfronteiriça e do terrorismo.
FUNDAMENTO LEGAL:

115
Caso Prático retirado do Exame para Admissão ao Curso de Inspectores da PJ de 2006.

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