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Título
Código do Thabalho Anotado
5." ediçío
Autor
Alcides Martins
Editor
NovaCausa
Ediçóes Jurídicas
NOVACAUSA
EDrçÕÊs JURlDrcAs
Braga, Portugal
www.novacausa.net
ISBN
978-989-9026-62-9
t
Depósito Legal
51.6158/23
Design
Mtor Duarte
vitorduartedesign. blogspor. com
sÌ UV
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Atcides Martins
Advogado
Professor convidado do ISCTE-lUL
e da Universidade Europeia
5.4 edicão
NOVACAUSA
eorçÕes JURÍDrcAs
os Nossos PRopóslros
' '4s
noaas e extensa.s altemções ao Código do Tiabalho, introduzidas pe/z Lei n.o 13/202i,
- de 3 de abril, e os dados entretantl coligidos, dercrrninaraln esta noua edição.
Aproueito para deixar aqui o meu agradecimento aos Colegas, Drs Ana Santos Paiua,
Susana Arnaral Ramos e Bruno Negr,ão Alues pelos seus ltreciosos contributos.
Alcides Martins
(alcidespamartins.pt)
5
OBRAS DO AUTOR
7
SIGLAS E ABREVIATURAS UTILIZADAS
Art. Artigo
BTE Boletim do Thabalho e Emprego
Cfr. Confrontar, confirmar ou conforme
CC Código Ciül
CPC código de Processo civil, aprovado pela Lei n." 4ll2ol3, de 26 de junho
CPT Código de Processo do ïabalho, na redaçáo conferida pelo Decreto-Lei n.o
10712019, de 9 de setembro
DL Decreto-Lei
DLR Decreto Legislativo Regional
DR Decreto Regulamentar
i.
DTSS Direito do Tiabalho & Segurança Social (revista)
JouE Jornal Oficial da União Europeia
LAT Lei n.o 9812009, de 4 de setembro, que regulamenra o regime de reparaçáo
de acidentes de trabalho e de doenças profissionais, incluindo a reabilitaçáo
e reintegraçáo profissional
9
MP Ministério Público
PDT Prontuário de Direito do tabalho (CEl)
sgt. Seguinte
Teve-se todo o cuidado na transcriçáo dos textos legais. Mesmo assim, acon-
selha-se o seu confronto com as respetivas fontes oficiais.
10
SUMÁRIO
I - cóotco Do TRABALHo
FoNTES r arurcaçÁo Do DrRErro Do TRABALHo
CONTRAIO DE TRABAIHO
DIREITO COLETIVO
RES PONSABILIDADE PENAI E CONTRAORDENACIONAI
í)
11
F_
cóoIco DO TRABALHo
Lei de A;irovação
Artigo 1."
Aprovaçáo do Código do tabalho
É aprovado o Código do Tiabalho, que se publica em anexo à presente lei e dela faz
parte integrânte.
- Não obstante esta Lei n.' 7/2009, de 12 de feuereiro, declarar aprouar aPenas a reuisáo
do Código do Tiabalho (de 2003), a uerdade é que ela aproua, pelo menos formalmente,
uln nouo Código do Trabalho (que será o de 2009).
- Resultou da Proposta de Lei n.o 216/X, de 26 de junho de 2008. O processo de aprouação
da Lei naAssembleia da República consta, essencialrnente, no DAR, I Série, n." 18, 75 e
76 [www.p arlamento.ptJ.
- A primeira e segunda aherações desta noua uersão do Código resultaram das Leis n.o'
105/2009, de 14 de setembro, que também regulamentou o Código do TVabalho, cujo texto
é inserido na Parte II, e 53/2011, de 14 de outubro, que implantou um nouo sistema de
compensação em diuersas modalidades de cessaçáo do contrato de trabalho.
-A Lei n.o 23/2012, dr 25 dz junlto,t que innoduziu a terceira e mais profunda aheraç,ão ao
Código, resuhou dn Proposa de Lei n.' 46/XII. O texn da discuss,4n dzsa Proposa na gmnalidade
e a uota{ãn na especialidadz contênt-se, respetiuãmente, nos n.o' 89 e 91/XII dn DÁR, I Série.
- Por sua uez, a Lei n.o 47/2012, de 29 de agosto, procedeu à quarta aheração do mesmo
Código, porforma a adequd-lo à Lei n.o 85/2009, de 27 de agosto, que estabelece o regime
da esco brigatória.
laridade o
- A quinta aheração proueio da Lei n.o 69/2013, de 30 de a$osto, que ajustou o ualor da
compensação deuida pela cessaç,4o do contrato do trabalho.
- A sexta alteração foi introduzida pela Leì n.o 27/2014, de I de maio, que aherou o
regirne dos despedimentos por extinção do posto de nabalho e por inadaptaç,ão.
-A sétima alteraçáo adueio da Lei n.o 55/2014, de 25 de agosto, relatiua à uigência das
conuenções coletiuas de trabalho.
-A oitaua alteração deriuou da Lei n.o 28/2015, de 14 de abril, que consagrd a identidade
do género no âmbi.to do direito à igualdade no Acesso ao emprego e no trabalho.
t Retificada pela Declaraçáo de Retificaçáo n.o 2112009, de l8 de março, e alterada pela Lei nP 2312012,
de 25 de junho
2
Retificada pela Declaraçáo de Retificaçáo n.o 3812012, de 23 de julho.
í5
CÓDIGO DO TRABALHO ANOTAOO
-A nona aheraç,4o ueio da Lei n." 120/2015, de I de outubro, que reforça os direitos de
maternidade e paternidade.
-A dêcima aheração resuhou da Lei n.o 8/2016, de t de abril, que restabeleceu osferiados
nacionais.
- A undécima aberaç,4o proueio da Lei n.o 28/2016, de 23 de agosto, que combate as
formas modernas de trabalho forçado.
-A duodécima aheraç,4o consta da Lei n.' 73/2017, de 16 de agosté, que reforça o quadro
legislatiuo pdra a preuenç,ão da prdtica do assédio.
-A décima ïerceira alteraç'ão proueio da Lei n." 14/2018, de 19 de março, que abera o
regime da transmiss,ão de emltresa ou estabelecimento.
-A décima quarta aheragão resultou da Lei n.o 90/2019, de 4 de setembro, que reforçou
a proteção na parentalidade.
r!
tl
Artigo 2."
Thansposiçáo de diretivas comunitárias
rl
I
j
O Código do Tiabalho transpóe para a ordem jurídica inrerna, total ou parcialmente,
as seguintes diretivas comunitárias:
16
cÓDrG0 D0 TRABALH0 - LEt DE APR0VAçÃ0
- CRP, art. 8.o, ut.o 4 - aplicação das disposições dos tratados que regern a Uni,ão Europeia
e das norrnas emanadas das suas instituições.
17
CÓDIGO DO TRABALHO ANOÏADO
- As diretiuas indicadas, bem como As suas aberações, são referenciadas nos arti.gos do CT
a que respeitarn mais diretamente.
- Ainda deuern ser assinalados mais os seguíntes instrurnentos norrnatiuos da UE recentes:
Diretiua (UE) n." 2019/953 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 5 de junho de
20I 9, relatiua à proteção dos trabalhadores contra riscos de exposiç,ão d agentes cancerígenos
no trabalho; Regulamento (UE) 2019/1149 do Parlamento Eurolteu e do Conselho, de
20 de junho de 2019, que institui umaAutoridade Europeia do Tïabalho; Decisáo (UE)
2019/1 181 do Consellto, de I de julho dz 2019, relatiua as orientações para as políticas
de emprego dos Estados-Membros, que Tnantérn em uigor a Decisão (UE) 2018/2015,
sobre o mesrno tema. Thmbémfoi. emitida a Decis,4o (UE) 2019/540 da Comissão, de 26
dc março de 2019, que regista aproposta de iniciatiua de cidadania intitukda <NewRightsNow
Artigo 3."
Thabalho autónomo de menor
I - O menor com idade inferior a 16 anos náo pode ser conrrarado para realizar uma
atividade remunerada prestada com autonomia, excero caso teúa concluído a escolaridade
obrigatória ou esteja matriculado e a frequentar o nível secugdário de educaçáo e se
trate de trabalhos leves.5
2 - ì\celebraçáo do contrato previsto no número anterior aplicam-se as regras gerais
previstas no Código Civil.
3 - Consideram-se trabalhos leves para efeitos do n.o 1 os que assim forem definidos
para o contrato de trabalho celebrado com menor.
4- Ao menor que realiza atividades com autonomia aplicam-se as limitaçóes estabelecidas
para o contrato de trabalho celebrado com menor.
18
cóDrco D0 TRABALH0 - LEt DE APRovAçÃo
-'4s situações preuistas nas alíneas não resultam do contrato de trabalho e, consequentemente,
não são disciplinadas juridicamente pelo CT tfr. arts. 1.o e 1 1.o, rnas corn exceções como
preuisto no drt. 10.o do Código.
- O regime relatiuo a acidentes de trabalho e doenças profssionais tem princípios
os seus
Artigo 5."
Regime do tempo de trabalho
O disposto na alínea a) do n." 2 do artigo I97 ." do Código do Thabalho náo é aplicável
até entrada em vigor de convençáo coletiva que disponha sobre a matéria, mantendo-se
19
l
em vigor, durante esse período, o previsto no arrigo 1.o da Lei n.ô 21196, de23 de
julho, e na alínea a) do n." 1 do artigo 2." daLei n." 73198, de 10 de novembro.
DeveÍes do Estado
"",
f;ilfl uor-*áo profissional
I - Compete ao Estado garantir o acesso dos cidadáos àformaçao profissional, permitindo
a todos a aquisiçáo e a permanente atualizaçío dos conhecimentos e competências,
desde a entrada na vida adva, e proporcionar os apoios públicos ao funcionamento do
sistema de formaçáo profissional.
2 -Compete ao Estado, em particular, garantir a qualificaçáo inicial de jovens que
pretendem ingressar no mercado de trabalho, a qualificaçáo ou a reconversáo profissional
de desempregados, com vista ao seu rápido ingresso no mercado de trabalho, e promover
a integraçáo socioprofissional de grupos com particulares dificuldades de inserçáo,
através do desenvolvimento de açóes de formação profissional especial.
Artigo 7.o
Aplicaçáo no rempo
1 - Sem prejuízo do disposto no presente artigo e nos seguintes, ficam sujeitos ao
regime do Código do Ïabalho aprovado pela presente lei os contratos de trabalho e
I,
j
os instrumentos de regulamentaçáo coletiva de trabalho celebrados ou adotados anres
I
I
da entrada em vigor da referida lei, salvo quanto a condiçóes d{validade e a efeitos de
I
"i factos ou situaçóes totalmente passados anteriormente àquele momento.
I
i.
lt. 2 - As disposições de instrumento de regulamentaçáo coletiva de trabalho contrárias
a normas imperativas do Código do Trabalho devem ser alteradas na primeira
1l
11,
1i
I revisáo que ocorra no prazo de 12 meses após a entrada em vigor desta lei, sob pena
'
',liL
,ii de nulidade.
1rl
I
'l 3 - O disposto no número anterior náo convalida as disposiçóes de instrumento de
I
I
20
cóDrG0 D0 TRABALH0 - LEr DE ApRovAçÃo
- Códígo Ciuil, art. 12." -Aplicaç,ão das leis no temPo. Princípio geral.
Artigo 8."
- Revisáo de estatutos existentes
1 -Os estatutos de associaçóes sindicais, associaçóes de empregadores, comissóes de
trabalhadores e comissóes coordenadoras vigentes na data da entrada em vigor da
presente lei que náo estejam em conformidade com o regime constante do Código do
Tlabalho devem ser revistos no prazo de três anos.
2 -Decorrido o prazo referido no número anterior, o serviço competente do ministério
responsável pela área laboral procede àapreciaçío fundamentada sobre a legalidade dos
esrarutos que náo tenham sido revistos e, caso haja disposições contrárias à lei, notifica
a estrutura em causa paÍa que esta altere os estatutos, no PÍazo de 180 dias.
3 - Se houver alteraçáo de estatutos no prazo referido no número anterior, ou fora
desse prazo, mas antes da remessa destes ao Ministério Público no tribunal competente,
aplica-se o disposto nos n.o' 3 a 6,8 e 9 do artigo 447." do Código do Tiabalho, com
as necessárias adaptaçóes.
4 - Caso nâohap alteraçáo de estatutos nos prazos referidos rÌos rÌ.o'2 e3, o serviço
comperente do ministério responsável pela área laboral remete ao magistrado do
Ministério Público no tribunal competente a apreciaçáo fundan{êntada sobre a legalidade
dos mesmos, para os efeitos previstos rìos n.o' 8 e 9 do artigo 447." do Código do
Thabalho.
5 - Caso a apreciaçáo fundamentada sobre a legalidade da alteraçáo de estatutos conclua
que náo existem disposiçóes contrárias à lei, o processo é remetido ao magistrado do
Ministério Público, para os efeitos previstos na alínea b) do n." 4 do artigo 447." do
Código do Trabalho.
6 -Asentidades referidas no n.o 1 podem requerer a suspensáo da instância pelo prazo
de seis meses em câso de processo judicial em curso tendente à extinçáo judicial
da mesma, ou declaraçío de nulidade de normas dos estatutos com fundamento
em desconformidade com a lei, e apresentar no processo a alteraçáo dos estatutos no
mesmo Pruzo.
21
CÓOICO DO TRABALHO ANOÏADO
Artigo 9."
F,>rtinçáo de associaçóes
- A legitirnidade do MP para estas ações judiciais tem o seu assento na alínea a) do art.
5."-A do CPT.
- O processo especial para a declaraç,ão de inualidade das associações sindicais é regulado no
art. 164.o e sgt. do CPTI porforça do disposto na partefnal do art. 169." do mesmo CPT
Artigo 10."
Regime transitório de sobrevigência e caducidade de convençáo coletiva
1 - instituído um regime específico de caducidade de convençáo coletiva da qual consre
É
cláusula que faça depender a cessa@o da sua vigência de substitui@o por ourro insrrumenro
de regulamentaçáo coletiva de trabalho, de acordo com os nún;eros seguintes.
2 - Aconvençáo coletiva caduca na data da entrada em vigor da presente lei, verificados
os seguintes factos:
A última publicaçáo integral da convençáo que contenha a cláusula referida no
") n." 1 tenha entrado em vigor há, pelo menos, seis anos e meio, aí já,compreendido
o período decorrido após a denúncia;
b) A convençáo tenha sido denunciada validamenre na vigência do Código do
Thabalho;
c) Tênham decorrido pelo menos 18 meses a contar da denúncia;
d) Não tenha havido revisáo da convençáo após a denúncia.
3 - Aconvençáo referida no rÌ.o I também caduca, verificando-se todos os outros acros,
logo que decorram 18 meses a contar da denúncia.
22
cóDtGo D0 TRABALH0 - LEt DE APRovAçÃo
Artigo I1."
Regiões Autónomas
Artigo 12."
Norma revogatória
1 - Sáo revogados:
A Lei n." 9912003, de27 de agosto, na redaçáo dada pela Lei n." 912006, de20
") de março, pela Lei n: 5912007, de 4 de setembro, e pela Lei n." I2-N2008, de
27 de fevereiro;
b) A Lei Ís 3512004, de 29 de julho, na redaçáo dada pela Lei n.o 912006, de 20
de março, e pelo Decreto-Lei n.o 16412007, de 3 de maio;
c) As alíneas d) a f) do artigo 2.o, os n.o'2 e 9 do artigo 6.o, os n.o'2 e 3 do artigo
13.o, os aÍtigos 7.", 14: a 40.o, 42.", 44." na parte relativa a contraordenaçóes
23
CÓDIGO DO TRABALHO AN()TADO
6
Revogada pelo n.o 1 do art. 9.o da Lei n." 2312012, de 25 dejunho.
24
cóDt00 D0 TRABALH0 - LEt DE ApRovAçÃo
por conta própria e a estudante que, estando abrangido pelo estatuto de traba-
lhador-estudante, se encontre em situaçáo de desemprego involuntário, inscrito
em centro de emprego;
i) Artigos 165." a 167.", 170." e 480.", sobre formaçáo profissional;
'ì Artigos 176." e 48I.", sobre período de funcionamento;
l) Artigos 191." a20l.o e206.o, sobre verificaçáo de situaçáo de doença;
m) Artigos 2I2." a280.o,484." e485.",esre na parte referente àqueles artigos, sobre
segurança, higiene e saúde no trabalho;
n) Artigos 306.", sobre direito a prestaçóes de desemprego, e 310." a315.", sobre
suspensáo de execuçóes;
o) Artigos 317." a 326.", sobre Fundo de Garantia Salarial;
p) Artigos 365." a 395." e 489.", sobre conselhos de empresa euÍopeus;
q) Artigos 407." a 449.", sobre arbitragem obrigatória e arbitragem de serviços
mínimos;
r) Artigos 452." a464.", n.o 2 do artigo 469." e artigos 490." e 491.", sobre mapa
do quadro de pessoal e balanço social;
s) Artigos 494." a499.", sobre a Comissáo para a Igualdade no Trabalho e no
Emprego, na parte náo revogada pelo Decreto-Lei n.o 16412007, de 3 de maio.
7 - O regime sancionatório constante do Código do Thabalho náo revoga qualquer
disposiçáo do Código Penal.
25
CÓDIGO DO TRABALHO ANOTADO
n." 2 t /2009, de t I de março de 2009, na rnedida €rn que reltõe'a punição como con-
traordenaç,ão a inobseruânci.a pelo empreghdor do deuer d,e assegurar aos trabal/tadores
condições de segurança, Itigiene e saúde, apesar da reuogaç,ão genérica operada, retroagindo
rnomento do afastamento, senl respeito pela sucessão de leis e pelo
essa reposiç,ão Ao
princípio da aplicação da lei mais fauoráuel, constituindo a puniç,ão daqueles com-
portamentos um abuso intoleráuel do Estado" Ac. n.o 490, de 28/09/2009 - Proc.
448/09.
Artigo 13."
Aplicação das licenças parental inicial e por adoçáo a situações em curso
1 - As licenças previstas nas alíneas a), b) e c) do arrigo 39." e no artigo 44." sío
aplicáveis aos trabalhadores que estejam a gozar licença por marernidade, paternidade
e adoçáo nos termos do artigo 35.", da alínea c) do nP 2 do artigo 36." e do artigo
38." do Código do Thabalho, aprovado pela Lei n." 9912003, de27 de agosto, e nos
termos do artigo 68.", do n." 3 do arrigo 69." e do artigo 7I." dalei n." 3512004, de
29 dejulho, contando-se, para efeito daquelas licenças, os períodos de gozo de licença
já decorridos.
2 -Para efeito do disposto no número anterior, os trabalhadores devem informar os
resPetivos empregadores de acordo com os procedimentos previstos naqueles arrigos,
no prazo de 15 dias a contar da entrada em vigor da legislaçáo que regule o regime de
proteção social na parentalidade.
Artigo 14."
. Entrada em vigor
á
1-OsÍÌ.o'1,3e4doaftigo356.",osartigos358.",382.",387."e388.",on."2do
artigo 389." e o n.o 1 do artigo 391." entram em vigor na data de início de vigência
da legislaçáo que proceda à revisáo do Código de Processo do ïabalho.
l
2 - Os artigos 34." a62.o entram em vigor na data de início de vigência da legislaçáo
j
'l
que regule o regime de proteçáo social da parentalidade.
':
- A reuisão do CPT operou-se pelo D.L. n.o 295/2009, de 13 de outubro, que entrou ern
uigor em I de janeiro de 2010. Foi, entretanto, reuisto ltara ser adequado ao nouo Código
de Processo Ciuil, atraués da Lei n." 107/2019, de 9 de setembro,
26
cúDlco tlo ïRABALHo - LEt DE ApRovAçÂo
27
CÓDIGO DO ÏRABALHO ANOTADO
CODIGO DO TRABALHO?
LIVRO I
PARTE GERAL
rÍruro I
FoNTES n nlucnçÁo Do DIREITo Do TRABALHo
capÍruro I
FONTES DO DIREITO DO TRABALHO
Artigo l.o
Fontes específtcas
O contrato de trabalho está sujeito, em especial, aos
instrumentos de regulamentaçáo
coletiva de trabalho, assim como aos usos laborais que náo contrariem o princípio da
boa fé.
7
A sua aprovação e as sucessivas alteraçóes contêm-se em anoraçáo ao arr. 1.o da Lei n." 712009, de 12 de
fevereiro, inserida nas páginas anteriores.
28
FONTES I)O DIREITO DO TRABATHO
Artigo 2."
Instrumentos de regulamentaçío coletiva de trabalho
1 Os insrrumentos de regulamentaçáo coletiva de trabalho podem ser negociais ou
-
náo negociais.
Z - Os instrumentos de regulamentaçáo coletiva de trabalho negociais sáo a convençáo
coletiva, o acordo de adesáo e a decisáo arbitral em processo de arbitragem voluntária.
3 - As convençóes coletivas podem ser:
a) Contrato coletivo, a convençáo celebrada entre associaçáo sindical e associaçáo
de empregadores;
b) Acordo coledvo, a convençáo celebrada entre associaçáo sindical e uma pluralidade
de empregadores para diferentes empresas;
c) Acordo de empresa, a convent'o celebrada entre associaçáo sindical e um empregador
para uma empresa ou estabelecimento.
4 - Os instrumentos de regulamentaçáo coletiva de trabalho náo negociais são a portaria
de extensáo, a portaria de condiçóes de trabalho e a decisáo arbitral em processo de
arbitragem obrigatória ou necessária.
sgts.
Artigo 3."
Relaçóes entre fontes de regulação
2 - As normas legais reguladoras de contrato de trabalho náo podem ser afastadas por
portaria de condiçóes de trabalho.
3 -Ás normas legais reguladoras de conuato de trabalho só podem ser afastadas por instrumento
de regulamentaÉ.o coletiva de trabalho que, sem oposifo daquelas normas, dispoúa em
sentido mais favorável aos trabalhadores quando respeitem às seguintes matérias:
Direitos de personalidade, igualdade e náo discriminação;
")
b) Proteçáo na parentalidade;
c) Thabalho de menores;
d) Thabalhador com capacidade de trabalho reduzida, com deficiência ou doença crónica;
e) Trabalhador-estudante;
0 Dever de informaçáo do empregador;
29
CÓDIOO DO TRABALHO ANOTADO
8
O teor desta alínea j) foi ampliado através do art. 2." da Lei n: 9312019, de 4 de serembro.
e
Esta alínea foi introduzida pelo art. 2." daLei n." 8312021, de 6 de dezembro, que modiffcou o regime
do teletrabalho (art. 165." e sgrs).
r0
O texto desta alínea foi introduzido arravés do art. 2." daLei o.o 1312023, de 3 de abril.
30
í
- Segundo Luís Gonçalues da Silua, na rekção da leì com a conuenção coletiua, a norrna legal
podì ,rrt 1 - imperatiua dz conteúdo f.xo (ou absolutamente imperatiua), 2 - Imperatiua -
permissiua (mínimo, máximo ou moldura) 3 - supletiua, 4 - conuénio-dispositiua, 5 - irct
- dispositiua, 6 - contrato-dispositiua, in Da ação de Anukçáo e Interpretação de Chusulns
de Conuenção Coletiua, IDT/Almedina, Coimbra,202l, pág. 166.
CAPÍTULO II
APLICAÇÁO DO DIREITO DO TRABALHO
Artigo 4."
Igualdade de tratamento de trabalhador estrangeiro ou apâtrida
Sem prejuízo do estabelecido quanto à lei aplicável ao destacamento de trabalhadores
e do disposto no artigo seguinte, o trabalhador estrangeiro ou apâuida que esteja
autorizado a exerceÍ uma atividade profissional subordinada em território português
goza dos mesmos direitos e está sujeito aos mesmos deveres do trabalhador com na-
cionalidade portuguesa.
Artigo 5."
Forma e conteúdo de contrato com trabalhador estrangeiro ou apátrida
I - O conrrato de trabalho celebrado com trabalhador estrangeiro ou apátrida está
sujeito a forma escrita e deve conter, sem prejuízo de outras exigíveis no caso de ser a
termo, as seguintes indicaçóes:
31
CÓDIGO DO TRABALHO ANOTADO
11
Através da alínea a) do art. 33." dalei n." 1312023, de 3 de abril.
12
Esta última transpôs para a ordem jurídica interna a Diretiva n." 20I4l36lUE, do Parlamento Europeu
e do Conselho, de26 de fevereiro de2014, relativa às condiçóes de entrada e de permanência de nacionais
de países terceiros para efeitos de trabalho sazonal; a Diretiva n:
20l4l66lUE, do Parlamento Europeu e
do Conselho, de 15 de maio de 2014, relativa às condições de entrada e residência de nacionais de Estados
terceiros no quadro de transferências dentro das empresas e a Diretiva (UE) n." 20161801, do Parlamento
Europeu e do Conselho, de I I de maio, relativa às condiçóes de entrada e residência de nacionais de Estados
terceiros para efeitos de investigaçáo, de estudos, de formaçáo, de voluntariado, de programas de inrercâmbio
de estudantes, de projetos educarivos, e de colocaçáo au pair.
32
APLTCAçÃo D0 DrRElTo D0 TRABALHo
para fora do território nacional ?assãrarn a estdr preaistos nos arts. 52.o-1, J/.o-A e
61.o-B da referida Lei n." 23/2007, porforça da aberaç,ão introduzidapela Lei n.o
r8/2022.
- O exercício de liure circulação e residência dos cidaüos da União Europeia é disciplinado
pela Lei n.o 37/2006, de 9 de ãgosto e pela Lei. n.o 27/2017, de i0 de maio, que aProud
medidas para aplicação prática do direito de liure circulaçáo dos trabalhadores, transpondo
a Di.retiua 20 I 4/54/UE.
- O direito de liure circulação dos trabalhadores da União Europeia é dlsc;plinado no
Regulamento (tIE) n." 492/2011 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 5 de abril de
2011, que reuogou e substituiu o Regulamento (CEE) n." 1612/68 com uárias aherações
até à Diretiua 2004/38/CE do Parlamento Europeu e do Conselho de 29/4/2004
ftaww.http://eur-lex.europa.eu) que se alarga ao Espaço Económico Eurolteu-Acordo EEE
com Iskndìa e Noruega.
33
CÓDIOO DO TRABALHO ANOTADO
- O presente regime dr dzstacamento, constnnte dzste e dns dois artigos seguintes, resuha dz
Diretiua n." 96/71/CE, dn Parlamento e dn Conselho, dr 16 dÊ d.ezembro (referidn na alínea
e) dn art. 2." daLei de aprouação dn Código), járeuistapelnDiraiua20ls/957/EU, transposta
pa.rd o direito i.nterno pelo DL n.o l0t-E/2020, dz 7 de dzzembro.
-Atraués da Lei n.o 29/2017, dÊ 30 dÊ rruaio, foi transposta a Diretiua 2014/67/UE relatiua
ao destacarnento de trabalhadores no âmbito de uma prestaç,ão dr seruiços. No seu art. 4.o, es-
tabebcem+e os elrmmtos caraterizadnres dn trabalhadnr temporariammte dzstmado em tenitório
português nas condições preuistas nos n.o' I e 2 dzste a?^t. 6.0 da CT
- Por destacamento de um traballtador neste regime, deue entender-se a situação de um
empregado num Estado membro da União Europei4 fuu de fora dela), que é enuiado pelo
seu empregadnr, durante um determinado lapso dr tempo, Para outro Estadn rnembro para
aí prestar o seu trabalho ao seruiço do rnesrno empregador Acontece, com mais fequência,
na execuçáo de contratos dz empreitada para a execuçáo de grandrs obrat.
- O regime jurídico da atiuidade profssional do marítimo contém-se no DL n.o t 66/20 t 9,
de 31 de outubro.
- O acesso ao mercado dn nansporte internaci.onal dt mercadnrias estí contidn no Regulammto
(CE) n." 1072/2009 e na Diretiua (EU) 2020/1057, do Parlamento Europeu e dn Conselho,
de 15 de julho de 2020, que estabelecem as regras para o destacamento de condutores do
setor do transporte rodouiário. Ã
"Destacamento de trabalhadores na Uni,ão Europeia: ntitula sbbre a euolução normAtiua",
-
artigo de Pedro Oliueira, in Reaista do ME n.o 164, out/dez 2020, pág. 193.
-Ac. d.o TJUE (Grandz Sess,ão), dr 0l-12-2020, Proc. C-815/18, sobre motorista do setor do
transporte rodouiário internacional no âmbito d.e contrato dr fretamento entre empresas dz
.:
L
Btàdns-Membros di.fermtes anotado porViriato Reis, PDT 2020-II, pág. 37.
Artigo 7."
Condições de trabalho de trabalhador destacado
1 - Sem prejuízo de regime mais favorávelconstante de lei ou contrato de trabalho, o
trabalhador destacado tem direito às condiçóes de trabalho previstas na lei e em regu-
lamentaçáo coletiva de trabalho de eficácia geral aplicável que respeitem a:
34
APLICAÇÃ0 D0 DtRErT0 D{) TRABALH0
ò Segurança no emprego;
b) Duraçáo máxima do tempo de traballio;
Períodos mínimos de descanso;
")
d) Férias;
e) Retribuiçáo mínima e pagamento de trabalho suplementar;
0 Cedência de trabalhadores por parte de empresa de trabalho temporário;
g) Cedência ocasional de trabalhadores;
h) Segurança e saúde no trabalho;
i) Proteçáo na parentalidade;
'ì Proteçáo do mabalho de menores;
l) Igualdade de tratamento e náo discriminaçáo.
2 -Para efeito do disposto no número anterior:
a) A retribuiçáo mínima integra os subsídios ou abonos atribuídos ao trabalhador
por causa do destacamento que náo constituam reembolso de despesas efetuadas,
nomeadamente com viagens, alojamento e alimentaçáo;
b) As férias, a retribuiçáo mínima e o pagamento de trabalho suplementar náo
sáo aplicáveis ao desacamento de trabalhador qualificado por paÍte de empresa
fornecedora de um bem, para efetuar a montagem ou a instalaçáo inicial in-
dispensável ao seu funcionamento, desde que a mesma esteja integrada no
contrato de fornecimento e a sua duraçáo náo seja superior a oito dias no
período de um ano.
3 - O disposto na alínea b) do número anterior náo abrange o destacamento em
atividades de construçáo que visem a realizaçío, reparaçío, manutençáo, alteraçáo ou
eliminação de construções, nomeadamente escavaçóes, aterros, construçáo, montagem
e desmontagem de elementos prefabricados, arranjo ou instalaçáo de equipamentos,
ffansformaçáo, renovaçío, rcparaçáo, conservaçáo ou manutençáo, designadamente
pintura e limpeza, desmantelamerìto, demoliçáo e saneamento.
- Por "regulamentação coletiua de trabalho de efcácia geral" deueruí entender-se que enghba
as conuenções coletiuas de trabalho que tenltarn sido objeto de portaria de extens,lo e ainda
ds portdrias de condições de trabalho (arx 2.o e 514," a 518.8).
35
cóorco Do TRABALHo ANoTADo
estabelece-se que ãs informações preuistas neste art. 7.o do CT s,ão diuuilgadas em sítio ofciat
da Internet.
- No que tange ao destacarnento de condutores do setor do transporte rodouitírio, encon-
tra-se publicada a Lei n." 6/2023, de 24 de janeiro, que autoriza o Gouerno a legislar
rtesta matéria, transPondo a Diretiua (UE) 2020/1057 do Parlamento Europeu e do
Conselho, de 15 de julho de 2020, e uiando o respeti.uo regirne sancionatório.
Artigo 8."
Destacamento para outro Estado
I - O trabalhador contratado por uma empresa estabelecida em Portugal, que presre
atividade no território de outro Estado em situaçáo a que se refere o anigo 6.o, rem
direito às condições de trabalho previstas no artigo anterior, sem prejuízo de regime
mais favorável constante da lei aplicável ou do conrraro.
2 - O empregador deve comunicar, com cinco dias de antecedência, ao serviço com
competência inspetiva do ministério responsável pela área laboral a identidade dos tra-
balhadores a destacar para o estrangeiro, o utilizador, o local de trabalho, o início e o
termo previsíveis da deslocaçáo.
3 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto no número anrerior.
Artigo 9."
Contrato de trabalho com regime especial
Ao contrato de trabalho com regime especial aplicam-se as regras gerais deste Código
que sejam compatíveis com a sua especificidade.
36
APLTCAçÃo Do DrRElTo D0 TRABALH0
Artigo 10."13
Situações e{uiparadas
13
futigo alterado pelo disposto no art. 2P daLei n." 7312023, de 3 de abril.
37
CÓDIOO DO TRABALHO ANOÏADO
- Ás relações societárias
participações recíprocas, de domínio ou de grupo encontrarn-s€
de
defnidas no Art. 483." e sgts. do Cridigo dàs Sociedades Comerciais.
Artigo 10.o-At4
Represent açío e negociaçáo coletiva
- 1 - As pessoas em situaçáo de dependência económica, nos rermos do artigo anterior,
têm direito:
a) À r.pr.t.t taçáo dos seus interesses socioproftssionais por associaçáo sind"ical e por
comissáo de trabalhadores;
b) À negociaçáo de instrumentos de regulamentaçáo coletivas de trabalho negociais,
específìcos para trabalhadores independentes, arravés de associaçóes sindicais;
.) À aplicaçáo dos instrumentos de regulamentaçáo coletiva do trabalho negociais
já existentes e aplicáveis a trabalhadores, nos termos neles previstos;
d) À extensáo administrativa do regime de uma convençáo .ol.ii,o" ou de uma decisáo
arbitral, e à fixaçáo administrativa de condiçóes mínimas de trabalho, aplicando-se
à emissáo destes instrumentos, com as necessárias adaptaçóes, o regime previsto
nos artigos 514." e seguintes.
2 - O direito à representaçáo coletiva dos trabalhadores independentes em situaçáo de
dependência económica, nos termos do artigo anterior, é definido em legislaçáo específica
que assegure:
a) O acompanhamento por comissáo de trabalhadores e por associaçáo sindical nos
rermos do disposto nos artigos 423." e 443.";
b) Que as convençóes coletivas especificamente negociadas para trabalhadores inde-
pendentes economicamente dependentes devem respeitar o disposto nos artigos
476." e seguintes e requerem consulta prévia das associações de trabalhadores in-
dependentes representativas do setor;
c) Que a aplicaçáo de instrumentos de regulamentaçáo coletiva de trabalho já
existentes, aos trabalhadores independentes economicamenre dependentes que
desempenhem funçóes correspondentes ao objeto social da empresa por um período
superior a 60 dias, depende de escolha, aplicando-se com necessárias adaptaçóes
ç
o disposto no arrigo 497 .".
- Sobre as comissões de trabalhadores, u. art. 415.o e sgts; sobre associações sindicais, u. art.
440.' e sgts. e sobre insfuumentos de regulamentação coletiua, u. art. 476." e sgts.
ra
Artigo aditado pelo art. 13.o da Lei n.o 1312023, de 3 de abril.
38
CONTRATO DE TRABALHO
Artigo 1.0."-815
Aplicaçáo do regime de trabalhador independente
TITULO II
CONTRATO DE TRABALHO
CAPÍTULO I
DrsPosrÇÓns cnnrus
SECÇÁO I
CONTRATO DE TRABALHO
Artigo 11."
"
Conrraro de trabalho é aquele pelo qual uma pessoa singular se obriga, mediante
retribuiçáo, a prestar a sua atividade a outra ou outras pessoas, no âmbito de organizaçáo
e sob a autoridade destas.
- Neste título II, que uai deste art. Íl.o ao art. 403.o, estabelece-se o regime (geral) do
contrdto (indiuidual) de *abalho. O elenco dos contratos de trabalho com regime especial
e regime equiparado consta da Parte M deste li.ura
r5
Artigo aditado pelo art. 13." da Lei n." 1312023, de 3 de abril.
39
CÓDIGO DO TRABALHO ANOTADO
Artigo 12."
Presunçáo de contrato de
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da atividade; ':];''
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40
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- A informação sobre a atiuidade social da empresa, preuistã no art. 32." da LR, deue
também abranger quem esteja uinculado ão empregddor mediante contrato de prestação
de seruiço (art. j3.o da LR e Portaria n." 55/2010, de 21 de janeiro, corrt as aherações da
Portaria n." 108-A/2011, de 14 de março, que regula a informaç,4o sobre a atiuidade
social da empresa - Anexo F).
- A aç,4o de reconltecimento da existência de contrato de trabalho, com processo especial,
enconnt-se regulada no drt. 186.'-K e sgt.s do CPT. E mouida pelo magistrado do ME
mediante auto de inspeção da ACT
- Nritula sobre o ónus da proua nos litígios laborais, estudo do Prof António Monteiro
Fernandes,PDT 2021 - II, prig. 95.
- Aç.-4q-S!LúçJLQZ];?&2, Rel. Fernandes da Silua: II - O contrato de trabalho tem
*.*í7iir.ct"q,,op*|ìì1r,'1*o atiuidade e corno e|emento ãff;;i;;;d;, i,p,cffico a
subgydauaçt+a,j.u^udica dp tra.balhador. Iil - No ynnato de,prestglÇ,ão de seruiço, o
deuedor/prestador compromete-se à realizaç,ão ou obtenção de um resuhado, que alcança por
si, iem intefirência, dìrecção de execugio ou sujeiç,ío a instruções da ou.tr4parte. M-Ante
abxtremà iariabilidade das situações da uida, é reconhecida a4difcutdade e7n surpreender
os elementos que permitem a identifcação da subordinaç'ío juridica, nqção ã qlue, se nã.o
t6
O texto desre n." 3 resulta da a7rcraçáo introduzida através do art. 2." daLei n." 1312023, de 3 de abril
41
CÓDIGO DO TRABALHO ANOTADO
2roua da subordinada de
trabalho que se
-Ac. do TRL, 26-06-2019, Proc. n." 2484/17.9 TSCSC.LI-4, Rel. Paula Santos: I -
Logrando o Ministério Público fazer proua das características que subjazem à presunç,ão
de laboralidade preuistas nas alíneas a), b) e d) do art. 12.o do Código do Tiabalho, cabia
à Rë ilidir a presunção legal rnediante proaa em contruírio (art. 350.' do Código Ciuil).
II - No presente ctso, náo foi ilidida a presunç,ío a que se refere o drt. 12." do CT desde
Iogo porque estri dernorustrado que a colaboradorapraticaua ao seruiço da Ré, uma atiuidade
ao inués de apresentar urn resultado das funções, e no âmbito dessa atiuidade existe
suas
um uínculo de subordinação jurídica, corn a rnesrna a ser submetida aos ditames de outros
trabalhadores, que eram seus sulteriores hierdrquicos. Por outro lado, e quanto ao elemento
mais expressiuo da presunção lega[ a sujeiç,4o a horário de trabalho, resuha prouado que
ele era def.nido pela BBB e existia da Ré no enho das tarefas da "
42
CONTRATO DE ÏRABALHO
e certezt, que o Autor exerceu ã sua dtiuidade sob a autoridade, direç,ão e fiscalizaç,ío
da Ré, deue-se considerar que o primeiro não logrou prouar que estdud ligada à segunda
pol contrato de trabalho.
-Ac. STJ, de 12-01-2023, Proc. 16975/1S.5TBLSB.L2.S1, Rel. Mtírio Belo Morgado:
...m - A noua economia dlgltal (acarretando substituiçáo do trabalho humano ltor
tucnologia, hiperconectiuidade e teletrabalho) esttí a prouocdr Profundas rnudanças nos
modelos de organização do trabalho e do emprego, que incluem múhiplas manifestações
deflexibilidade laboral e de jìagmentação e extelndlização do processo produtiuo. Aumentadn
rnuito significatiuamente as rnargens e exltressões de autonomia no carnpo do trabalho
subordinadn, ganha express,áo a dependência económica, emface da dependência organizatiua.
Esbatendn+e a oposiçáo tradicionalm'ente existente entre o trabalho subordinadn eo trabalho
dutónomq a subordinação perspetiud-se agora como elemento dotadn de grandz plastici.dade.
M - Apesar da sua dutonornid técnica e do facto de lhe pertencerem os instrurnentos de
tabalho dz cariz mais técnico, o A., durante quase 12 anos, rnanteue-sefortentente integrado
e enquadrado na estrutura ernpresarial da R., sujei.to a instruções que influenciauam de'
cisiuarnente a suã atiuidade defotoiornalista, dot""qUlr:f-&-egfçifuWgg*Qalho
em posto flsico localizado nas instalações do jornal, coru parte do material de trabalho
fornecido pela R., de acordo corn agendas de turno traduzidas ern cdrgas de
trabalho de
cerca de t horas diárias e glar. V- Uma uez que o poder
disciplinar al)enas se manifesta em situações de crise contratual, n,ão pode concluir-se que
não exista pelo simplesfacto de nunca ter sido exercido. VI -,Ti:ndo ern contt o contexto
descrito enn suprd n.o 3, e sendo ainda certo qae a entidade empregadora é liure de não o
fazer, náo ã"ssume expressão signtfcatiua a circunstância de não hauer ionìrolo de assiduidade
do A., tãnto mak que está em causa uma.- a"tiuidade,q.ue exigçm ÍJexi.bilidade ternporal e
espacial.-'
n{
Õ\n" f\,e# d
Artigo o 17
d,gila;S
Presunçáo de contrato de
1 *
Sem preluízo do disposto no artigo anterior, Presume-s e a existência
de trabalho uando, na relaçáo entre o restador de eaP dieital se
17
Artigo aditado pelo art. 13.o da Lei n." 1312023, de 3 de abril.
43
CÓDIGO DO ÏRABALHO ANOTADO
M
CONTRATO DE TRABALHO
{} tu^ç*bo r'\
fiunj'
45
CÓDIGO DO TRABALHO ANOTADO
sECÇÁo r
suJErTos
SUBSECÇÁO I
CAPACIDADE
Artigo 13."
Princípio geral sobre capacidade
A capacidade para celebrar contrato de trabalho regula-se nos termos gerais do direito
e pelo disposto neste Código.
- A capacidade juridica preuê-se nos a.rts, 67.o (pessoas singulara) e 160.o e sgts. (pessoas
coletiuas), ambos do Código Ciuil.
suBsECÇÁo il
DIREITOS DE PERSONALIDADE
Artigo 14."
Liberdade de expressáo e de opiniáo
É reconhecida, no âmbito da empresa, a liberdade de expressáo e de divulgaçáo do
pensamento e opiniáo, com respeito dos direitos de personalidade do trabalhador e do
j:
46
j
DIREITOS DE PERSONATIt}ADE
- O regime básico dos direitos de personalidade encontra-se nos ãrts. 70.o a 81.o do Código
Ciuil'
- Os direitos de personalidade consignados nesta subsecção são dotados de imperatiuidade
mínima, podendo apends ser dherados por irct e em sentido maisfauorcíuel ao trabalhador,
cf. se digõe no drt. 3.o, n.o 3, a).
judlcial de tutela da personalidade dn trabalhador é regalado no art. I86."-D
- O processo
e sgts. do CPT'
- Os crimes contrd a liberdade pessoal encontrdm-se preaistos no art. t 53.o e sgts. do Ctidigo
Penal.
- Direitos Fundamentais e de Personalldade do Tiabalhador, "eboob", 3.o ed., CEJ, junho
2019, contendo alguma doutrina, urna ampld seleç,ão de jurisprudência e as deliberações
da Comi.ss,ão Nacional de Proteç,ão de Dados.
- Declaraç,ão Europeia de Direitos e Princípios Digitais (do Parkmento e da Comissão).
- Ac. do TRI de 15-02-2016, Proc. n." 276/13.3TT5T5, Rel. Jorge Manuel da Silua
Loureiro: I - Impõe+e urn esforço de concòrdância prtítica entre o direito à liberdade de
expressão por pdrte dos *abalhadores e o di.reito à imagem do empregador, estando o
primeiro limitado pelo deuer de respeito, de urbanidade e de probidade preuistos na lei.
il - O conflito daqueles direi.tos deue ser resoluido preferencialmente corn d cedência
recíproca e equilibrada dos direitos ou., se tal não for possíuel, atraués da preualência do
direito que, em concreto, se considere superior Para isso deueráo ser considerados os seguintes
elernentos: o contexto das deckrações, a motiuação e finalidade dds mesm*L o i'nteresse
geral dessas declarações, a suapublicaçáo ou não nos meios dr comunicação social, aposição
do seu autor na ltierarquia da ernpresa, a releuância jurídica dos interesses que se uisam
proteger, o tipo de instrumentos utilizados e a sua ?roPorcionalidade coln a necessidade
de tutela dos interesses em jogo, a ueracidade dosfactos uei.culados e o elemento subjetiuo
da conduta. Iil - Não são dignas de tutela jurídica as expressões qualifcatiuas duras,
exageradas e excessiuas que se reuelem desnecessririas, totalmente infundadas ou destituídas
4
de base factual.
Artigo 15."
Integridade ftsica e moral
O empregador, incluindo que o representâm, e o trabalhador
as pessoas singulares
gozam do direito à respetiva integridade fïsica e moral.
e Tiabalhadores do Seruiço Doméstico, foi ratifcada pelo Dec. do PR. n.o 3l/2015, de 27
de abril.
47
CÓDIGO DO TRABALHO ANOTADO
Artigo 16."
Reserva da intimidade da vida privada
I -O empregador e o trabalhador devem respeitar os direitos de personalidade da con-
traparte, cabendolhes, designadamente, guardar reserva quanto à intimidade da vida
privada.
- 2 - O direito à reserva da intimidade da vida privada abrange quer o acesso, quer a
divulgaçáo de aspetos atinentes à esfera íntima e pessoal das parres, nomeadamenre re-
lacionados com avidafamiliar, afetiva e sexual, com o estado de saúde e com as convicçóes
políticas e religiosas.
- Os crimes contra A res€rua da uida priuada encontraru-se preuistos no art. 190.o e tgtt.
do Código Penal.
-Aa do TRP de 24-09-2012, Proc. n." 203/012.2TTBCL-Á.P1, Rel. Feneira da Cunha:
"O empregador não pode, por princípio, exigir ao trabalhador que preste informações
relatiuas à sua saúde, saluo se este der o seu assentimento" [dçtil.
Artigo 17."
Proteçáo de dados pessoais
1 - O empregador náo pode exigir a candidato a emprego ou a trabalhador que presre
informaçóes relativas:
a) À sua vida privada, salvo quando estas sejam estritamente necessárias e relevantes
para avaliar da respetiva apddáo no que respeita à execuçáo do contrato de trabalho
e seja fornecida por escrito a respetiva fundamentaçáo;
b) À su" saúde ou estado de gravidez, salvo quando pafticulares exigências inerenres
à natureza da atividade profissional o justifiquem e seja fornecida por escrito a
respetiva fundamen taçío.
2 - As informaçóes previstas na alínea b) do número anterior são prestadas a médico,
que só pode comunicar ao empregador se o trabalhador está ou náo apto a desempenhar
a atividade.
3 - O candidato a emprego ou o trabalhador que haja fornecidp informaçóes de índole
pessoal goza do direito ao controlo dos respetivos dados pessoais, podendo tomar co-
nhecimento do seu teor e dos fins a que se destinam, bem como exigir a sua retificaçáo
e atualizaçáo.
4 - Os ficheiros e acessos informáticos udlizados pelo empregador para rraramenro de
dados pessoais do candidato a emprego ou trabalhador frcam sujeitos à legislaçáo em
vigor relativa à proteçáo de dados pessoais.
5 - Constitui contraordenaçáo muito grave a violaçáo do disposto nos n.os 1 ou 2.
48
DIREITOS DE PERSONALIDADE
Artigo 18."
Dados biométricos
Artigo 19."
Testes e exames médicos
49
CÓDIGO DO TRABALHO ANOTADO
- Os exames dz saúde estão preuistos no art. 108." dz Lei. n.o 102/2009, de 10 de setembro.
- Promoçã.o da segurança e saúde no traballto, u. ãrt. 282," e sgts, sendo a lei referida na
Parte M
Artigo 20."
Meios de vigilância a distância
I - O empregador náo pode utilizar meios de vigilância a distância no local de trabalho,
mediante o emprego de equipamento tecnológico, com a finalidade de controlar o
desempenho profissional do trabalhador.
2 - Autilizaçâode equipamento referido no número anterior é lícita sempre que tenha
por finalidade a proteçáo e segurança de pessoas e bens ou quando particulares exigências
inerentes à natureza da atividade o justifìquem.
3 - Nos casos previstos no número anterior, o empregador informa o trabalhador sobre
a existência e finalidade dos meios de vigilância utilizados, devendo nomeadamenre
afixar nos locais sujeitos os seguintes dizeres, consoante os casos: oEste local encontra-se
sob vigilância de um circuito fechado de televisáo)) ou nEste local encontra-se sob
vigilância de um circuito fechado de televisáo, procedendo-se à gravaçáo de imagem e
som>, seguido de símbolo identificativo.
4 - Constitui contraordenaçáo muito grave a violaçáo do disposto no n.o 1 e constitui
contraordenaçáo leve a violaçáo do disposto no n.o 3.
- Da interpretação deste preceito legal parece resubar que a.penas os meios com capacidade
de captaç,4o de imagens ou de imagens e sons, "...nomeadamente câmaras de uídeo,
equipamento audiouisual, microfones dissimulados ou mecanismos de escuta e registo
telefínico.,.", se enqu*drnm na noçao aqui em apreço (Miguel{Basto, Da (i)legalidade da
Utilizaç,ão deMeios deVigilância Electninica (Para Controlo do Desempenbo Profssional
do Tiabalhador), Wrbo Jurídico.
- Segundo o Tiibunal Eurolteu dos Direitos do Homem, a uideouigilância ocuba de
trabalhador como base parã o sea despedimento uiola o seu direito à intimidade da uida
priuada. Ac. de 9/1/2018.
-Ac. do TM de 17-12-2014, Proc. n.o 231.I4.6TTVNG.P1, Rel. António José Pinto
da Fonseca Ramos: I - Em princípio n,ão é admissíuel a utilizaç,4o no processo laboral da
caPtdçáo de imagens por efeito de aideouigilância, incluindo os atos disciplinarmente ilícitos
cometidos Pelo trabalhador. II - A ilicitude legal dessa utilização Acarreta a inualidade
da proua adquirida por tal rneio, bern como ã proua deriuada ou mediata, nomeadamente
testemunltal cujo conltecimento dos factos resuba de os ter uisionado atraués desse sistema.
ll, 50
,t
,i,
DIREIÏOS DE PERSONALIDADE
Artigo 21."
Utilizaçáo de meios de vigilância à distância
1 - A utilizaçâode meios de vigilância a distância no local de trabalho está sujeita a
autorizaçâo da Comissáo Nacional de Proteçáo de Dados.
Z - AautorizaSo só pode ser concedida se a utilizaçáo dos meios for necessária, adequada
e proporcional aos objetivos a atingir.
3 - Os dados pessoais recolhidos através dos meios de vigilância a distância sáo conservados
durante o período necessário paÍa. a prossecuçáo das finalidades da utilizaçáo a que se
destinam, devendo ser destruídos no momento da transferência do trabalhador para
outro local de trabalho ou da cessaçáo do contrato de trabalho.
4 - O pedido de autorizaçáo a que se refere o n.o 1 deve ser acompanhado de Parecer
da comissáo de trabalhadores ou, náo estando este disponível 10 dias após a consulta,
de comprovativo do pedido de parecer.
5 - Constitui contraordenaçáo grave a violação do disposto no n.o 3.
da Lei n.o 43/2004, dr 1S de agosto, alterada e republicada pek Lei n.o 58/2019, de I
de agosto - uluu.cnpd.Pt.
Artigo 22."
Conftdencialidade de mensagens e de acesso a informaçáo
1 O trabalhado t gozaÁo direito de reserva e confidencialidade relativamente ao conteúdo
-
das mensagens de nattJÍezapessoil e acesso a informação de carácter náo profissional
que envie, receba ou consulte, nomeadamente através do correio eletrónico.
2 - O disposto no número anterior náo prejudica o poder de p empregador estabelecer
regras de utilizaçáo dos meios de comunicaçáo na empresa, nomeadamente do correio
eletrónico.
-Ac. do STJ, dÊ 05-07-2007 -Proc. n.o 075043, Rel. Cons. Má.rio Pereira: X-A tutela
legal e constitucional da confidencialidade da mensagem pessoal (arts 34.o, n.o 1, 32.o,
n.o 8 e da CM 194.o, n.o' 2 e 3 do CP e 21 (agora 22.9 do CT) e a consequente
18.o
nulidade da proua obtida corn base na rnesrna, impede que o enuio da mensagern corn
aquele conteúdo (pessoal) possa constituir o objecto dz processo disciplinar instaurado com
aista ao despedimento da trabalhadora, dcurretando a ilicitude dn despedimento nos termos
do art. 429.o, n.o 3 do CT (atual381.o) (uutw.dgsLpD.
- As referidas regras de utili.zaç,ão dos meios de comunicação na ernPresd deuerão constar
de regulamento interno, a emitir ao abrigo do disposto no art, 99'o.
5í
CÓDIGO DO TRABALHO ANOTADO
SUBSECçÁO ilI
.DISCRIMINAçÁO
IGUALDADE E NÁO
DIVISÁO I
DISPOSIçÓES CBRNIS SOBRE IGUALDADE E NÁO DISCRIMNNçÃO
Artigo 23."
Conceitos em matéria de igualdade e náo discriminaçáo
I- Para efeitos do presente Código, considera-se:
a) Discriminação direta, sempre que, em razão de um fator de discriminaçáo, uma
Pessoa seja sujeita a tratamento menos favorável do que aquele que é, tenha sido
ou venha a ser dado a outra pessoa em situaçáo comparável;
b) Discrimina$.o indireta, sempÍe que uma disposi$.o, critério ou prática aparenremente
neutro sejasuscetível de colocar umapessoa, por modvo de um fator de discriminafr.o,
numa posiçáo de desvantagem comparativamente com outras, a náo ser que essa
disposiçáo, critério ou prática seja objetivamenre justificado por um fim legítimo
e que os meios para o alcançar sejam adequados e necessários;
c) Tlabalho igual, aqueleem queasfi.mçoadaempenhadasaoserviço do mesmo empregador
sáo iguais ou objetivamente semelhantes em natl)Íeza, qualidade e quanridade;
d) Tlabalho de valor igual, aquele em que as funçóes desempenhadas ao serviço do
mesmo empregador sáo equivalentes, atendendo nomeadamente à qualificaçáo
ou experiência exigida, às responsabilidades atribuídas, ao esforço fïsico e psíquico
e às condiçóes em que o trabalho é efetuado.
2 - Constitui discriminaçáo a meÍa ordem ou instruçáo que tenha por finalidade
prejudicar alguém em razío de um fator de discriminaçáo.
xrisü,&
Di reito 3- i.#elded^e gq,sççF-$CI'@ alho
I - O tr*alMdor ou candidaro a emprego tem direi t9.,.g"lg$1fude"de"CIporuugidades
e de tratamento no ue se refere ao
,3:g-::3_1o-,g*p-t9Bg*lformlg?.gf *,-l_omoçáoou
52
IGUALDAI)E E NÃ0 DISCRIMINAçÂo
r8
A frase "identidade de género" foi introduzida pela Lei n." 2812015, de 14 de abril que "consagra a
identidade de género no âmbito do direito à igualdade no acesso â emprego e no trabalho, procedendo à
oitava alteraçáo ao Código do Thaba-lho aprovado pela Lei n." 712009, de 12 de fevereiro." Esta Lei entrou
em vigor em 1 de maio de 2015.
re
A redaçáo deste n." 3 resulta do art. 2.o da Lei n." 1312023, de 3 de abril.
53
CÓDIGO DO TRABALHO AN()TAI)O
Artigo $"
Proibicáo de discriminacão
1 - O empregador náo pode praticar qualquer discriminaçâo, direta ou indireta, em
nzâo nomeadamente dos fatores referidos no n.o 1 do artigo anterior.
2 - Náo constitui discriminaçáo o comportamento baseado em fator de discriminaçáo
que constitua um requisito justificável e determinante para o exercício da atividade
profissional, em virtude da natureza da atividade em causa ou do contexto da sua
execuçáo, devendo o objetivo ser legítimo e o requisito proporcional.
3 - Sáo nomeadamente permitidas diferenças de tratamento baseadas na idade que
,i sejam necessárias e apropriadas à realizaçáo de um objetivo legítimo, designadamente
ìi
,l de política de emprego, mercado de trabalho ou formaçáo profissional.
,l 4 - As disposiçóes legais ou de instrumentos de regulamentaçâo coledva de trabalho
,j
i,1 I que justifiquem os comportâmentos referidos no número anterior devem ser avaliadas
I
- Compulsando o que se dispõe n0 n.o I deste artigo corn o mesrno número do artigo
anterior, deuerd concluir-se que a disuiminação apenas será lícita ern ui.rtude da compaência
prof.ssional e da antiguidade na ernpresa. ou no lugar.
20
O texto deste n.o 6 e do seguinte n.o 7 advém da alteraçáo introduzida pelo art. 2." daLei n." 1312023,
de 3 de abril.
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54
1,
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IGUALDADE E NÃ0 DTSCRtMTNAçÀO
Se é inuocada pelo trabalhador uma uiolaç,ão desse princípio, motiuada por umfator de dis-
criminação, há lugar A urna inuersão do ónus da proua, impondo que seja o empregador a
Prouar que a diferença de tratdmento não assenta em qualquerfator de disuiminagão. III
- N,ão o sendo, é ao trabalhador a quem cumpre o ónus de alegar e proudr que o seu trabalho
é não só de igual naturezd, m*s também de igual qua[idade e quantidade, cornltarada com
a d.os seus colegas de trabalho que se encontram a auferir uma retribuição superior.
Artigo 26."
Regras contrárias ao princípio da igualdade e náo discriminaçáo
I -A disposiçáo de instrumento de regulamentaSo coletiva de trabalho ou de regulamento
interno de empresa que esabeleçaprofissáo ou categoriaprofisional que respeite especificamente
a trabalhadores de um dos sexos considera-se aplicável a trabalhadores de ambos os sexos.
2 -AdisposiS"o de instrumento de regulamentaSo coletiva de trabalho ou de regulamento
interno de empresa que estabeleça condiçóes de trabalho, designadamente retribuiçáo,
aplicáveis exclusivamente a trabalhadores de um dos sexos para categoria profissional
correspondente a trabalho iguai ou a trabalho de valor igual considera-se substituída
pela disposição mais favorável aplicável a trabalhadores de ambos os sexos.
3 - O disposto nos números anteriores é aplicável a disposiçáo contrária ao princípio
da igualdade em funçáo de outro fator de discriminaçáo.
4 - A disposiçáo de estatuto de organização representativa de empregadores ou de
trabalhadores que restrinja o acesso a emprego, atividade profissional, format'o profissional,
condiçóes de trabalho ou carreira profissional exclusivamente a trabalhadores de um
dos sexos, fora dos casos previstos no n." 2 do artigo 25." edos previstos em lei específica
decorrentes da proteçáo do património genético do trabalhadorgu dos seus descendentes,
considera-se aplicável a trabalhadores de ambos os sexos.
Artigo 27."
Medida de ação positiva
Para os efeitos deste Código, não se considera discriminação a medida legislativa de
duraçáo limitada que beneficia certo grupo, desfavorecido em funçáo de fator de
55
CÓI}IGO DO TRABALHO ANOTADO
-Ações afrmatiaas (ou de ação positiua) sáo atos ou medidru especiais e temporuírias, tomadcs
ou deterrninadas pelo Estado, espontânea ou compulsoriamente, com os objetiuos de eliminar
desigualdades historicamente acumuladas, garantir a iguãldâdr dr oportunidãàcs e tratamento,
cornPensar Perdas prouocadas pela dis*iminação e marginalizaç,1o decorrentes de motiuos
raciais, étnicos, religiosos, de gênero e outros. Em suma, açoes afrmatiuas ui.sam combater
os efeitos acumulados em uirtude das discriminações ocorridas no passad.o (Vikipédia).
Artigo 28."
Indemnizaçáo por ato discriminatório
A prática de ato discriminatório lesivo de trabalhador ou candidato a emprego con-
fereJhe o direito a indemnizaçáo por danos patrimoniais e náo patrimoniais, nos termos
gerais de direito.
- O instituto da responsabilidade ciuil tem o seu assento no C,ídigo Ciui.l, art. 483.o e sgts.
DIVISÁO II
PROIBIÇÁO DEASSÉDIO
Artigo )).ozr
Assédio
1 - É proibida a práticado assédio.
2 - Entende-se por assédio o comportamento indesejado, nomeadamente o baseado
em fator de discriminaçáo, praticado aquando do acesso ao emprego ou no próprio
emprego, trabalho ou formaçáo profissional, com o objetivo ou o efeito de perturbar
ou constranger a pessoa, afetar a sua dignidade, ou de lhe criar um ambiente intimidativo,
hostil, degradante, humilhante ou desestabilizador.
3 * Constitui assédio sexual o comportamento indesejado de carácter sexual, sob forma
verbal, náo verbal ou física, .o.t o objetivo ou o efeito referidó no número anterior.
4- prática de assédio confere à vítima o direito de indemnizaçâo, aplicando-se o
^ no artigo anterior.
disposto
5 - A prática do assédio constitui contraordenaçáo muito grave, sem prejuízo da eventual
responsabilidade penal prevista nos termos da lei.
6 - O denunciante e as testemunhas por si indicadas náo podem ser sancionadas discipli-
narmente, a menos que atuem com dolo, com base em declaraçóes ou factos constantes
dos autos de processo, judicial ou contraordenacional, desencadeado por assédio até decisáo
final, transitada em julgado, sem prejuízo do exercício do direito ao conrraditório.
2r Com a redaçáo conferida pelo art. 2." da Lei n." 7312017, de 16 de agosto e Declaraçáo de Retiffcaçáo
n." 2812017, de2 de outubro.
56
TGUALDADE E NÃ0 DISCRIMINAÇ40
- Este ãrtigofli aberado pela Lei n.o 73/2017, de 16 de agosto, que ueio reforçar o quadro
legi.slatiao parã a preuenção da pruitica de assédio, conferindo direìto à indemnizaç,4o a
uítima de assédio, qualif.cando talprrítica como contrdordenapão e afastando exPressdmente
a responsabilidade disciplinar das testemunltas e do denunciante porfactos ou declarações
do processo, saluo se ataarern com dolo,
- Para tnruto, d ernpresd pdssa a ser obrigada a adotar códigos de boa conduta Para a
preuenç,4o e combate ao assédio no trabalho, sernpre que d emPresa teny'ta, no mínimo, sete
trabalhadores, deuendo ainda instaurar procedimeruto disciplindr sem7re que tiuer
conhecimento de alegadas situações de assédio no trabalho (artigo 127'" do CT).
-Ac. dn STJ, de t1-09-2019, Proc. n.o 5249/16.BT8PRTP1.Sl, Rel. Fenei'ra Pinto: I -
O assédio moral implica cornporta.mentos, real e manifestamente, humilhantes, uexatórios e
atmtatórios da dignidadr dn trabalhadnr aos quais estão em regra associados mais dnis elemmtos:
certa duração; e determinadns consequências. IL
De acordo corn o disposto no artigo 29.o, n.o
1, dn CT no assédio não tem de estar presente o 'bbjetiuo" dz afetar a uítima, bastando que
este resuhadn s4a "efeito" do comportdmento adntadn pèb 'assediante". III. Apesar dz o lzgiskdnr
ter (deste modo) prescindido de um elemento uolitiuo dirigido às consequências imediatas de
drtenninado cornportdmento, o assédio moral, em qualquer dns suas modalidades, tem em
regra associadn um objetiuo final ilícito ou, no mínimo, eticamente reprouáuel. M Sendn a
resoluç,io dn contrato, efetuadapeln trabalhador ãPenas comfundamento no assédio mordl,
e não se prouando o mesmo, essa resolução ê ilícita por inexistência de justa causa, V Não sendn
o assêdio moral inuocadn discrirninatório, o ónus da sua proua cornPete ao nabalhadnr nos
termos gerais da rEartiç,ão do ónus dz proua estabelecida no artigo 342.o, dn Gídigo Ciuil.
57
CÓDICO DO ÏRABALIjO ANOTADO
médica. IIL Tàndo ern conta que a situaç,ão económica dn partes é bem di.ferenciada, sendo
a apelante trabalhadnra e a apelada uma empresa tecnohgica de um sector d.e
"*prtgodoro
grandt e crescent€ releuo em terrrlos económicos ef.nanceiros, o que n,ão carecia d.e ser alegado
e prouadn nos terrnos do art. 412.o, n.o I dn CPC, a quantid de € 25.000,00 é adequada
para compensar aquela pebs danos não panimoniais sofidos (Ekboraào pelo relator).
- Ac. do TRG, de 10-07-2019, Proc. n." 2458/17.0T8GMR.GL, Rel. AIda Martins: 1.
Na situação de assédio, o comPortamento indesejado não tem de basear-se necessariamente
em fator de disriminação, podendo ter um fundamento que tenha uma uirtualidade
semelhante, como seja o caso de exí.stir um litígio entre o trabalhador e o empregador ou de
aquele ter uma atitudz reiuindicatiua. 2. Tàmbern não é imprescindíuel que tal cornportan4ento
indesejado tenha o objetiuo imediato de perturbar ou constranger o trabalhador, afetar a
sua dignidade, ou de lhe criar urn ambiente intimidatiuo, hosti.l, degradante, humilhante
ou desestabilizador, bastando Qle tenha esse efeito como consequência da prossecuç,ão durn
f.m ilegítimo ou censuruíuel. 3. N,ão obst*nte, para ser considerada ãssédio, a situação há-se
ter objetiudrnente a potencialidade descrita, pela grauidade que, em razáo da duraç,ão e
intensidade, a4resenta, não bastando que a tenlta na perspetiua unilateral do trabalhador.
- Ac. STJ, de 15-12-2022, Proc. 252/19.2TSOAZ.P1.S1, Rel. Júlio Gomes: I - Sendn o
assédio urn Processo continuadn mais ou menos longo dzue ser analisado no seu conjunto e sem
segmentá-b nos rnomentos que o integram jri que o real sentidn e grauidadz dns mesmos só podz
ser apreendidn corn esst uis,ão de conjunto. II - Con*itui assédio, proibidn por bi, a conduta
do empregadnr que innoduz aberaçõesfuncionais dz que o trabalhadnr comfunções dc dirE,ão
só tem con/tecimento por terceiros estranhos à empresa, mantérn-lhe urna carga excessiua dr
trabalho, náo o conuida, sem qualquer jcrttficaç,ão, para um almoço dz dirEão, af.rrna, nurna
reunião dz dirE,ão, com intenção comprouada dc humilhar o nabalhadnr e dz o afetar na suA
dxgnidadt que o nabalhador age d.e máfr e tem urn gmndr ego, mtre outros comportarnentos.
DIVISÁO ilI
IGUALDADE E NÁO DISCRIMINAÇÁO EM FUNÇÁO DO SEXO
Artigo 30."
Acesso ao emprego, atividade proftssional ou ftrmaçáo
1 - A exclusão ou restriçáo de acesso de candidato a emprego ou trabalhado r em razío
do sexo a determinada atividade ou à formaçáo profissional exigida para ter acesso a
essa atividade constitui discriminaçáo em funçáo do sexo.
2 - O anúncio de oferta de emprego e outra forma de publicidade ligada à pré-seleçáo
ou ao recrutamento não pode conter, direta ou indiretamente, qualquer restriçáo, es-
pecificaçáo ou preferência baseada no sexo.
3 - Em açáo de formaçáo profissional dirigida a profissão exercida predominantemente
por trabalhadores de um dos sexos deve ser dada, sempre que se justifique, preferência
a trabalhadores do sexo com menor representaçáo, bem como, sendo apropriado, a
trabalhador com escolaridade reduzida, sem qualificaçío ou responsável por família mo-
noparental ou no caso de licença parental ou adoçáo.
58
IGUALDADE E NÃO DISCRIMINAÇÃO
59
CÓDIOO DO TRABALHO ANOTADO
Artigo 32."
Registo de processos de recÍutamento
1 Todas as entidades devem manter durante cinco anos o registo dos processos de re-
-
crutamento efetuados, devendo constar do mesmo, com desagregaçáo por sexo, os
seguintes elementos:
Convites para o preenchimento de lugares;
")
b) Anúncios de oferta de emprego;
c) Número de candidaruras para apreciaçáo curricular;
d) Número de candidaros presenres em enrrevisras de pré-seleçáo;
e) Número de candidatos aguardando ingresso;
f) Resultados de testes ou provas de admissáo ou seleçáo;
g) Balanços sociais relativos a dados, que permitam analisar a existência de eventual
discriminaçáo de pessoas de um dos sexos no acesso ao emprego, formaçáo e
promoçáo profissionais e condiçóes de trabalho.
2 - constitui conrraordenaçáo leve a violaçáo do disposto neste artigo.
- Por recratamento deue entender-se o conjunto dr 'arefas que releuam da seleçáo e integração
do pessoal" (J.M. Peretti, Recursos Hurnunos, Silabo/APG, 1g98, 2.a ed., ptig. 215).
- O balanço socialpreuia-se nA Lei n.o 141/85, de 14 de nouembro, quefoi reuogadapela
Lei n.o 35/2004, que regulamentou o Código do Tiabalho. Atualmente, a informaç,ão
sobre a atiuidade social da ernPresa ê regímentada no art. 32.o da Regulamentação do CT
de 2009, cujo texto consta da Parte II deste liuro.
- No regime dn nabalho emfunções públicr* (regukdn pela Lei n." 35/2014, fu 20 dz junho),
a elaboraç,ão dn balanço social encontra+e regu.lamentada no DL n.o 190/96, de 9 dÊ outubro.
SUBSECÇÁO ry
PARENTALIDÂDE
Artigo 33.o
Parentalidade
1 - A maternidade e a paternidade constituem valores sociais eminenres
60
PARENTALIDADE
- CRn arts. 59.o, qt.o 2, al. c), 67.o, nt.o 2, als. d) e h) e 68."'
- Diretiua n." 92/85/CEE, do Conselho, de 19 de outubro [referidn na alinea b) do art. 2.o
da Lei de aprouação dn Código| aherada pela Diretiua n." 2014/27/UE, de 26 defeuereiro,
relatiua à implementaçã.o de medidas destinadas ã prornouer a rnelhoria da segurança e da
saúdz dn nabalhadoras gníuidas, puêrperas ou lactantes no trabalho
- Diretiua (UE) 2019/1158 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 20 de junho de
2019, sobre a conciliação entre a uidaprofssional e a uidafamiliar dos progenitores e
cuidadores(reuogaaDiretiua20l0/151/UE),transplstaatrauésdoart. 1.o,b)daLein.o
t3/2023, de 3 de abril.
- Conuençáo n.o 183 da OIT relatiua à Reuisao da Conuenção (Reuista) sobre Proteção
da Maternidade, 1952, rafficadapelo Decreto d.o Presidente da República n.o 137/2012,
de I de agosto.
nesta subsecção são dotadoìs de i.m-
- Os direitos de proteçáo na parentalidade consignados
peratiuidade rnínima, podendo apenas ser alterados por irct e em sentido mais fauortíuel
ao nabalhador tfr. se dispõe no art. 3.o, fl.'3, b).
- O regime geral da parentalidade consta do CC (art. 1877.o e sgts.) e resuhou das aherações
introduzidas pela Lei n." 61/2008, de 31 de outubro.
-As resporusabilidades parentais têm corno conteúdo a comPetência conferida aos pais para
'ho interesse dosf.lhos, uelar pela segurdnça e saúde destes, Prouer do seu sltstento, diriglr
a sua educação, representtí-los, ainda que nasci.turos, e admini.strar os seus bens" (CC, art.
1878.o, n.o l).
- Re/ntiuamente à acumulaç,4o dc regimes, determina-se no drt. 1?Lo-H, que "o trabalhad'or
cuidador que seja titular de direitos de parentalidade relatiuamente à pessoa cuidada, n,ão
pode acurnular o preuisto na subsecç,1o M com o disposto nd presente subsecção".
- Segundo o art. 1901.o ainda do CC, o exercício das responsabilidades Parentais nd
constância do matrimónio, pertence a ambos os pais. Noutras situações, pode carecer de ser
regulado (art. 1906.o) "sempre de /tarmonia com o interesse do menor".
- O regime da parentalidade, estabelecido neste e nos artig{s seguintes do CT encon-
tra-se coordenado com o regime de proteção social na parentalidade no ,âmbito do sistema
preuidenci.al (e no sistema de solidariedade) DL n.'91/2009 em cujo preâmbulo
- -
se mencionã qae este úhimo regime "elege como prioridade o i.ncentiuo à natalidade e
a igualdade de género atrauês do reforço dos direi.tos do pai e do i.ncentiuo à partilha
da licença, ao rnesrno tempo que prolnoue a conciliação entre a uida profissi'onal e
familiar e melhora os cuidados às crianças na primeira infancia atraués da atribuição
de prestações pecunitírias na situaç,ão de impedimento para o exercício de actiuidade
profissional".
61
I
Artigo 33."-N2
Referêricias
1 - Todas as referênciasfeitas na pÍesente subsecção à máe e ao pai consideram-se
efetuadas aos titulares do direito de parentalidade, salvo as que resultem da condiçáo
biológica daqueles.
' 2 - O titular do direito de parentalidade que se enquadre no disposto nas alíneas a) ou
b) do n." 1 do artigo 36." goza da licença parental exclusiva da máe, gozando o outro
titular do direito de parentalidade da licença exclusiva do pai.
3 - Às situaçóes de adoçáo por casais do mesmo sexo aplica-se o disposto nos artigos
44." e 64.".
- Sob a epigrafe "extensão dos direitos atribuídos aos progenitores" no n.o I do art. 5.o do
DL n." 91/2009, dispõe-se que 'b protecç,4o conferida aos progenitores atrauris dos subsídios
preuistos no presente capítulo é extensiua aos benef.citírios do regime geral dos trabalhadores
Por conta de outrem, adaptantes, tutores, pessoas a quemfor deferida a conf.ança judicial
ou adrninistratiua do rnenor, bem como cônjuga oupessoas em uniáo defacto com qualquer
daqueles o'u corn progenitor desde que uiuam em cornunhão de mesa e habitação com
o
o rnenor, sempre que, nos termos do Código de Trabalho, lhes seja reconhecido direito às
c orresp
fahas, licenças e disp ensas".
ondentes
- O teor deste artigo corcesponde ao nouo art. 84.o-A do DL n.' 91/2009, alargando o
seu âmbito a casais do mesmo sexo com crianças.
Artigo 34."
Articulaçáo com regime de proteçáo social
1 - A proteçáo social
nas situaçóes previstas na presente subsecção, designadamente os
regimes de concessáo de prestaçóes sociais para os diferentes períodos de licença por
parentalidade, consta de legislaçáo específica.
2 -Paraefeitos do disposto na presente subsecçáo, consideram-se equivalentes a períodos
de licença parental os períodos de concessáo das prestaçóes sociais correspondentes, atribuídas
aum dos progenitores no âmbito do subsistema de solidariedadep do sistema previdencial
da segurança social ou outro regime de proteçáo social de enquadramento obrigatório.
22
Este artigo foi aditado pelo art. 3." da Lei n." 9012019, de 4 de setembro, passando o seu dispositivo a
vigorar a partir de 4 de outubro de 2019, cfr. seu arr. 9.o, n.o 2.
62
j
PARENTALIDADE
-Atraués daquela Lei n." 90/2019, para alêm de outrosforam aherados os arts. 40.o, 42.o,
43.o, 53.o, 65.0, 94.o do Código do Tiabalho e aditado o art. 37.o-A, que dpenas entraraTn
em uigor com o Orçamento de E*ado para 2020 (art. 9.o, nt.o 1, alíneas a) e b).
- As regras para a determinaç,ão da condição de recursos ã ter em contd na afuibuiç,ão e
manutenção das prestações do subsistema dz proteç,ão familiar e dn subsistema dz solidariedadz,
bern como para d atribuição de ou*os apoios sociais públicos encontram-se estabelecidas
noDL n.o 70/2010, de 16 de junbo, aherado pela Lei n." 15/2011, de 3 de mai.o, pelo
DL n.o 133/2012, de 27 de junho e pela Lei n.o 13/2023, de 3 de abril.
- Os seruiços da Segurança Social podem aceder à informação fscal releuante, para efeitos
de conf.rmaç,ão dos rendimentos declarados, no âmbito da interconex,ão de dados entre os
seruiços da adminisnaç,ão fscal e as instituições da segurançã soci.al, por forma a garantir
o cumpri.mento dos requisitos de atribuiçião das prestações sociais, nos termos do DL n.o
92/2004, de 20 de abril.
Artigo 35."23
Proteção na parentalidade
23
Na redaçáo conferida pela Lei n." 9012019, de 4 de setembro. Por força do disposto no art. 9.o, n.o l,
alínea a) desta Lei, as normas constantes das alíneas b), 0 . o) entraram em vigor com o Orçamento do
Estado para2020, que foi aprovado pela Lei n." 212020, de 31 de março.
2a
A redaçío desta alínea j) resulta do art. 2." daLei n." 1312023, de 3 de abril.
63
CÓDICO OO TRABALHO ANOTADO
-Ainda se preuê a licença do nabalhador cuidador no art. 101.o-8, e nouo art. 27.o da
lei do acolhimento familiar cfr. art. l2.o da Lei n.o t3/2023, de 3 de abri.l.
Artigo 35."-N6
Proibiçáo de discriminaçáo pelo exercício dos direitos de maternidade e
paternidade
1 - É proibida qualquer
forma de discrimina$.o em funçáo do exercício pelos trabalhadores
dos seus direitos de maternidade e paternidade.
2 - Incluem-se na proibiçáo do n.o 1, nomeadamente, discrirpinaçóes remunerarórias
relacionadas com a atribuição de prémios de assiduidade e pÍodutividade, bem como
afetaçóes desfavoráveis em termos da progressáo na carreira.
Artigo 36.o
Conceitos em matéria de proteçáo da parentalidade
I - No âmbito do regime de proteçáo da parentalidade, entende-se por:
25
Idem quanto à redaçáo deste n.o 2.
26
Este artigo foi aditado pelo art. 3." da Lei n." 9012019, de 4 de setembro, passando a vigorar a partir de
9 de setembro de 2019, dado náo se indicar qualquer prazo no seu arr. 9.o, n.o 2.
64
PARENTALIDADE
Attigo 37."
Licença em situaçáo de risco clínico durante a graidez
1 - Em situaçáo de risco clínico p^ra a trabalhado ra grâvida ou para o nascituro,
impeditivo do exercício de funçóes, independentemente do motivo que determine esse
impedimento e esteja este ou náo relacionado com as condiçóes de prestaçáo do trabalho,
caso o empregador náo lhe proporêione o exercício de atividade compatível com o seu
estado e categoria profissional, a trabalhadora tem direito a licença, pelo período de
tempo que por prescriçáo médica for considerado necessário gara prevenir o risco, sem
prejuízo da licença parental inicial.
2 -Para o efeito previsto no número anterior, a trabalhadora informa o empregador e
apresenta atestado médico que indique a duraçáo previsível da licença, prestando essa
informaçáo com a antecedência de 10 dias ou, em caso de urgência comprovada pelo
médico, logo que possível.
3 - Constitui contraordenaçáo muito grave a violaçáo do disposto no n.o 1.
- Quanto aos efeitos no contrato dt trabalho, aer art. 65.o, por referência ão seu n.o I, al. a).
- O subsídio de risco durante a grauidez enconna-se preuisto no art. 9.o do DL n." 9l/2009,
de 9 de abril.
65
CÓOIGO DO TRABATHO ANOTAOO
-Mantém-se em uigor o art. 5.o da Lei n.o 4/84, de 5 de abril, alterada pelo DL n.o
70/2000, de 4 de maio, sobre o direito à assistência médica para correta preparação e
uigi lância da grauidez.
- O pedido de subsídio por risco clínico e interrupção de grauidez pode ser apresentado
pela Internet (Segurança Social Direta).
Artigo 37."-N7
Licença para deslocaçío a unidade hospitalar localizadafora da ilha de residência
paxa realizaçáo de parto
- Obuiamente, o âmbito territorial desta noua licença, introduzidapela Lei n.o 90/2019,
queda+e pelas regiões autónomas
- O respetiuo subsídio pdssou a estar preuisto nA. noua alínea b) do art. 4.o do DL n.o
89/2009 e regulado no seu art. 9.o-A.
Artigo 38."
Licença por interrupçáo da gravidez
1 Em caso de interrupçáo da gravi d.ez, a trabalhadora tem direito a licença com
-
duraçáo entre 14 e 30 dias.
2 -Para o efeito previsto no número anterior, a trabalhadoradinforma o empregador e
apresenta, logo que possível, atestado médico com indicaçáo do período da licença.
3 - Constitui contraordenaçáo muito grave a violaçáo do disposto no n.o 1.
- Quanto aos efeitos no contrato de trabalho, aer ãrt. 65.o, por referência ao seu n.o 1, al.
t).
- O subsídio por interrupç,ão de grauidez encontra-se preuisto no art. l0.o do DL n.o
91/2009, de 9 de abril.
27
Este artigo foi aditado pelo art. 3." da Lei n." 9012019, de 4 de setembro, passando a vigorar, de harmonia
com o seu art. 9.", n." 1, b), com o Orçamento do Estado para2020, que veio a ser aprovado pela Lei n."
212020, de 31 de março.
66
PARENTALIDADE
Artigo 3F."-#t
Falta por luto gestacional
1 Nos casos em que náo haja lugar à licença prevista no artigo anterior, a trabalhadora
-
pode filtar ao trabalho por motivo de luto gestacional até três dias consecutivos.
Z - O pai tem direito afaltar ao trabalho até três dias consecutivos, quando se verifique
o gozo da licença prevista no artigo anterior ou a falta prevista no número anterior.
3 -Para efeito do disposto nos números anteriores, a trabalhadora e o trabalhador
informam os respetivos empregadores, apresentando, logo que possível, prova do facto
invocado, através de declaraçáo de estabelecimento hospitalar, ou centro de saúde, ou
ainda atestado médico.
4 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto nos n.o' 1 e 2.
Artigo 39."
- O regime destas licenças consta dos artigos seguintes, acrescentando-se, no art. 51.o, a
licença parental complementar e ltreuendo-se a majoraç,ão dos respetiuos subsídios no art.
30." da Lei n." 13/2023, de 3 de abril.
- Quanto aos efeitos no contrato de trabalho, aer drt. 65.o, por referência do seu n.o 1, al.
d).
Artigo 40."2e
Licença parental inicial
1 -A máe e o pai trabalhadores têm direito, por nascimento de fìlho, a licença parental
inicial de 120 ou 150 dias consecutivos, cujo gozo podem partilhar após o parto, sem
prejuízo dos direitos da mãe a que se refere o artigo seguinte.4
2 - O gozo da licença referida no número anterior pode ser usufruído em simultâneo
pelos progenitores entre os 120 e os 150 dias.
3 - Alicença referida no n.o 1 é acrescida em 30 dias, no caso de cada um dos progenitores
gozar, em exclusivo, um período de 30 dias consecutivos, ou dois períodos de 15 dias
consecutivos, após o período de gozo obrigatório pela máe a que se refere o n." 2 do
artigo seguinte.
28
Aditamento introduzido pelo art. 13.o da Lei n." 1312023, de 3 de abril.
2e
Redaçáo conferida pelo artigo 2." daLeí n-" 12012015, de 1 de setembro, mas a inserçáo do n." 5 e sgts.
resulta da Lei nP 9012019, de 4 de setembro, que por força do disposto no seu arr. 9.o, n.o l, alínea a) enrrararn
em vigor com o Orçamento do Estado para2020, aprovado pela Lei n." 212020, de 31 de março. Por outro
lado, os atuais números 4 e sgts. resultam das alterações introduzidas pela Lei n.o 1312023, de 3 de abril.
67
CÓDIGO DO TRABALHO ANOTADO
4 - Em caso de opçáo pela licença parental inicial com a duraçáo prevista no n.o I ou
no n.o 3, os progenitores podem, após o golo de 120 dias consecutivos, cumular, em
cada dia, os restantes dias da licença com trabalho a tempo parcial.
5 - Na situaçáo de cumulaçáo prevista no número anrerior:
a) Os períodos diários de licença sáo computados como meios dias e sáo adicionados
para determinaçáo da duraçáo máxima da licença;
b) O período da licença pode ser gozado por ambos os progenirores, em simultâneo
ou de forma sequencial;
c) O trabalho a tempo parcial corresponde a um período normal de trabalho diário
igual a metade do praticado a tempo completo em situaçáo comparável.
6 - No caso de nascimento múltiplos, o período de licença previsto nos números
anteriores é acrescido de 30 dias por cada gémeo além do primeiro.
7 -Em situação de internamento hospitalar da criança imediatamente após o período
recomendado de internamento pós-parto, devido a necessidade de cuidados médicos
especiais paÍa"acriança, a licença referida no rÌ.o I é acrescida do período de internamento,
até ao limite máximo de 30 dias, sem prquízo do disposto nos n.o' 3 e 6.
8 - Nas situaçóes previstas no número anterior, em que o parto ocorra atéàs33 semanas,
inclusive, a licença referida ÍÌo n.o 1 é acrescida de todo o período de internamenro.
9 - Sem preluízo do disposto no número anterior, nas situaçóes em que o parto ocoÍra
até às 33 semanas, inclusive, a licença referida no n.o 1 é acrescida em 30 dias.
10 - Em caso de partilha do gozo da licença, a máe e o pai informam os resperivos em-
pregadores, até sete dias após o parto, após o termo do período do internamenro referido
nos n."'7 e 8 ou do período de 30 dias estabelecido no número anterior, do início e
termo dos períodos a gozar por cada um, entregando, para o efeito, declaraçáo conjunta
ou, quando aplicável, declaraçâo do outro progenitor da qual conste que o mesmo
exerce atividade profissional.
11 - O gozo da licença parental inicial em simultâneo, de máe e pai que trabalhem na
mesma empresa, sendo esta uma microempresa, depende de acordo com o empregador.
12 - Caso a licença parental náo seja partilhada pela máe e pelo pai, e sem prejuízo
dos direitos da máe a que se refere o artigo seguinte, o proge$ritor que gozàr a licença
informa o respectivo empregador, até sete dias após o parro, da duraçáo da licença e
do início do respectivo período, juntando declaraçáo do outro progenitor da qual
conste que o mesmo exerce atividade profissional e que náo goza a licença parental
inicial.
13 - Na falta da declaraçáo referida no n.o 10, a licença é gozadapela máe.
14 - Em caso de internamento hospitalar da criança ou do progenitor que esriver agozar
a licença prevista nos n.o' 1,2 ou 3 durante o período após o parro, o período de licença
suspende-se, a pedido do progenitor, pelo tempo de duraçáo do internamento.
15-Oacréscimodalicençaprevistonosn.o'T,Begeasuspensáodalicençaprevista
no número anterior sáo feitos mediante comunicaçáo ao empregador, acompanhada
de declaraçáo emitida pelo estabelecimento hospitalar.
68
PARENTALIDADE
- Thrnbém este subsídio pode ser requerido dtrdaés da Internet (Segurança Social Direta)
e Pdrentalidade + simples.
Artigo 41."
Períodos de licença parental exclusiva da máe
1 - A máe pode gozar até 30 dias da licença parenral inicial antes do parro.
2 -É, obrigatório o gozo, por parte da máe, de 42 dias consecutivos de licença a seguir
ao parto.3o
3 Atrabalhadora que pretenda gozar parte da iicença antes do parto deve informar
-
desse propósito o empregador e apresentar atestado médico que indique a data previsível
do parto, prestando essa informaçáo com a antecedência de 10 dias ou, em caso de
urgência comprovada pelo médico, logo que possível.
4 - Constitui contraordenaçáo muito grave a violaçáo do disposto nos n.o' 1 ou 2.
- O subsídio parental inicial exclusiuo da rnáe encontra-se preuisto no art. 13." do DL n.o
9l/2009, de 9 de abril.
Artigo /12'"tr
Licença parental inicial a gozaÍ por um progenitor em caso de impossibilidade do
outfo
1 - O pai ou a máe tem direito a licença, com a d,uraçáo ,.f.lid" nos n.o, l, 3, G,7, I
ou 9 do artigo 40.o, ou do período remanescente da licença, nos casos seguintes:32
Incapacidade ffsica ou psíquica'do progenitor que estiver a gozar a licença, enquanto
") esta se mantiver;
b) Morte do progenitor que esriver a goz r a licença.
2 - Apenas há lugar à duraçáo total da licença referida no n.o 3 do artigo 40.o caso se
verifiquem as condiçóes aí previstas, à data dos factos referidos no n.o 1.
30
Redaçáo conferida pelo art. 3.o da Lei n3 1312023, de 3 de abril.
31
Com acerros nos n.o' I e 2 resulrantes da Lei n." 9012019, de 4 de setembro, em virtude das alteraçóes
que introduziu ao art. 40.".
32
O texto deste n.o 1 deriva da alteraçáo introduzida pelo art. 2." daLei n: 1312023, de 3 de abril.
69
CÓOIGO DO TRABALHO ANOTADO
-Atraués das alterações innoduzidas neste artigo pela Lei n.o 90/2019, de 4 de setembro,
procedeu+e à adaptaç,ão do quefoi aherado no ãrt. 40.o.
- O subsídio parenïal inicial de um progenitor em cãso de impossibilidade do outro
.
Artigo {3.ott :
i
Licença parental exclusiva do pai :
l
1 - É obrigatório o gozo pelo pai de uma licença parental de 28 dias, seguidos ou em
períodos interpolados de no mínimo 7 dias, nos 42 dias seguintes ao nascimento da j
I
empregador com a antecedência possível que, no caso previsto no n.o 2, nâo deve ser j
d
I
6 - Constitui contraordenaçáo muito grave a violaçáo do disposto nos fl.o' 1, 2 ou 4. ì
t
i
- Pela aheração imposta Pelã Lei n.o 90/2019, foi alargado o período de licença parental
J
exclusiua do pai (de 15 para 20 dias) e reduzida a li.cença de gozo facuhatiuo (de 10 para I
,l
cinco dias). t
- O subsídio parental inicial exclusiuo do pai encontrã-se preuisto no art. 15.o do DL n.o l
.;
91/2009, de 9 de abril. Ì
a!
33
Redaçáo conferida pelo art. 2." da Lei n." 1312023, de 3 de abril. Anres jâhaviasofrido alteraçóes pelo
arr.2." da Lei n." 12012015, de 1 de setembro e pela Lei n." 9012019, de 4 de serembro, que akerou o n."
1, passando a licença para 20 dias, e o n.o 2, diminuindo o período para cinco dias.
70
PARENTALIOADE
Artigo !4.a4
Licença por adoçáo
34
Com as alteraçóes introduzidas pelo art. 2P d^LÊi n." L312023, de 3 de abril. Antes o texto dos n.* | e2 foi
adapndo ao art. 40.o, através das alteraçóes introduzidas pelo art. 2." daI-ni n." 9012019, de 4 de setembro.
71
CÓDIGO DO TRABALHO ANOTADO
13 - Caso a licença por adoçáo náo seja partilhada, o candidato a adotante que Sozar
a licença informa o respetivo empregador, nos prazos referidos no número anterior, da
duraçáo da licença e do início do respetivo período.
M - O disposto no presente artigo aplica-se, com as necessárias adaptaçóes, às famílias
de acolhimento.
-15 - Constitui contraordenaçáo muito grave a violaçáo do disposto nos n."" 1 a4,6,
8, 10,11 ou 14.
- A alteraçã.o estabelecida pela Lei n.o 90/2019, uem i.gualar o regime de licença, quer
respeite à adoçáo, quer seia de nascimento de flho.
- O subsídio por adoção encontra-se preuisto no art. 17." do DL n.o 91/2009, de 9 de
abril.
n.o 1,
- Qaanto aos efeitos no conftato de trabalho, aer art. 65.o, por referência ão seu
alíneas e) t j).
Artigo /1J'ot5
Dispensa no âmbito dos processos de adoçáo e acolhimento familiar
têm
1 - Os trabalhadores que sejam candidatos a adoçáo ou a família de acolhimento
direito a dispensas de trabalho para realizaçâo de avaliaçáo ou Para cumprimento das
obrigaçóes e procedimentos previstos na lei para os respetivos processos, devendo
apresentar a devida justificaçáo ao empregador.
2 - Constirui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto no presente artigo.
- Quanto aos efeitos no contrato de trabalho, uer art. 65.o, por referência Ao seu n.o 1, al.
k).
Artigo 46."
Dispensa para consulta pré-natal
1 -Atrabalhadora grávida tem direito a dispensa do trabalho para consultas pré-natais,
pelo tempo e número de vezes necessários.
2 - Atrabalhadora deve, sempre que possível, comparecer a consulta pré-natal fora do
horário de trabalho. d
35
O rexto desre artigo, resultou da alteraçáo estabelecida pelo art. 2." daLei n3 1312023, de 3 de abril.
36 Este n." 5, foi alterado pelo art. 2." da Lei n." 9012019, de 4 de setembro, substituindo o vocábulo
"trabalhadora" por "grávida'. Por força do disposto no seu art. 9.o, n.o 2, tal alteraçáo entrou em vigor em
4 de outubro de 2019.
72
PARENTALIDADE
Artigo 46."-N7
Dispensa para consulta de procriaçáo medicamente assistida
Artigo 47."
Dispensa para amamentação ou aleitaçáo
1 - A máe que amamenta o filho tem direito a dispensa de trabalho para o efeito,
durante o tempo que durar a amamentaçáo.
2 - No caso de náo haver amamentaçáo, desde que ambos os progenitores exerçam
atividade profissional, qualquer deles ou ambos, consoante decisáo conjunta, têm direito
a dispensa para aleitaçâo, até o filho perfazer um ano.
3 - Adispensa diária paÍa amamentaçáo ou aleitaS.o ê. gozadaem dois períodos distintos,
com a duraçáo máxima de uma hora cada, salvo se outro regime for acordado com o
empregador.
4 - No caso de nascimentos múltiplos, a dispensa referida no número anterior é acrescida
de mais 30 minutos por cada gémeo além do primeiro.
5 - Se qualquer dos progenitores trabalhar a tempo parcial, a dispensa diâria para
amamenraçáo ou aleitaçáo é reduzida na proporçáo do respetivo período normal de
trabalho, náo podendo ser inferior a 30 minutos. 4
37
Este artigo foi adirado pelo art. 3.o da Lei n." 9012019, de 4 de setembro, passando a vigorar a partir de
9 de setembro, por nada ser especiffcado no seu art.9.o (entrada em vigor).
73
CÓDIG() DO TRABALHO ANOTADO
Artigo 48."
Procedimento de dispensa paÍa Írmamentaçáo ou aleitaçáo
1 - Para efeito de dispensa para amamentaçáo, comunica ao empregador,
a trabalhadora
com a antecedência de 10 dias relativamente ao início da dispensa, que amamenta o
filho', devendo apresentar atestado médico se a dispensa se prolongar para além do
primeiro ano de vida do filho.
2 - Para efeito de dispens a para aleitaçáo, o progenitor:
Comunica ao empregador que aleita o filho, com a antecedência de 10 dias rela-
") tivamente ao início da dispensa;
b) Apresenta documento de que conste a decisáo conjunta;
.) Declara qual o período de dispensa gozado pelo outro progenitor, sendo caso disso;
d) Prova que o outro progenitor exerce atividade profissional e, caso seja trabalhador
por conta de outrem, que informou o respetivo empregador da decisão conjunta.
Artigo 49P
Falta para assistência a ftlho
1 O trabalhador pode faltar ao trabalho para prestaÍ assistência inadiável e imprescindível,
-
em caso de doença ou acidente, a filho menor de 12 anos ou, independentemente da
idade, a filho com deftciência ou doença crónica, até 30 dias por ano ou durante todo
o período de eventual hospitalizaçáo.
2 - O trabalhador pode faltar ao trabalho até t5 dias por ano para pÍestar assistência
inadiável e imprescindível em caso de doença ou acidente a filho com 12 ou mais anos
de idade que, no caso de ser maior, faça parte do seu agregado familiar.
3 -Aos períodos de ausência previstos nos números anteriores acresce um dia por cada
filho além do primeiro.
4 - Apossibilidade de faltar prevista nos números anteriores náo pode ser exercida si-
multaneamente pelo pai e pela máe:
5 -Paraefeitos de justificaçáo da fala, o empregador pode exigir ao trabalhador:
Prova do carácter inadiável e imprescindível da
")
b) Declaraçáo de que o outro progenitor tem atividade e náo falta pelo
mesmo motivo ou está impossibilitado de prestar a assistência;
.) Em caso de hospitalizaçáo, declaraçáo comprovativa passada pelo estabelecimento
hospitalar.
6 - No caso referido no n.o 3 do artigo seguinte, o pai ou amíe informa o respetivo
empregador da prestaçáo de assistência em causa, sendo o seu direito referido nos n.o'
I ou2 reduzido em conformidade.
7 - Constitui contraordenação grave a violaçáo do disposto nos o.o' 1, 2 ou 3.
- Qzanto aos efeitos no contrato d.e traballto, aer drt. 65.o, por referência ao sea n.o 1, al.
s)
74
PARENTALIDADE
Artigo 50."
Falta para assistência a neto
- Quanto aos efeitos no contrato de trabalho, aer art. 65.o, por referência ao seu n.o l,
alínea h).
- O subsídio por assistência a neto encontrd-s€ preuisto no art. 21.o do DL n.o 9I/2009,
de 9 de abril.
Artigo 51."
Licença parental complementar
1 - O pai e a máe têm direito, para assistência a filho ou adotado com idade náo superior
a seis anos, a licença parental complementar, em qualquer das seguintes modalidades:
75
1
ì
l
CÓDIGO DO TRABALHO ANOTADO
- Quanto aos efeitos no contrato de trabalho, uer drt. 65.o, por referência ao seu n.o 1, al.
ftd
- O subsídio parental encontra-se /)reuisto no art. l6.o do DL n." 91/2009, de 9 de abril,
que deuerri ser aberado no Prazo de 60 dias (Lei n." 13/2023, art. 32.o, n.o 2).
Artigo 52."
Licença para assistência a ftlho
1 Depois de esgotado o direito referido no artigo anterior, os progenitores têm direito
-
a licença para assistência a filho, de modo consecutivo ou interpolado, até ao limite de
dois anos.
38 O teor desta alínea e do n.o 3 resultaram da alteraçáo imposta no art. 2." daLel nP 7312023, de 3 de
abril.
76
I
PARENTALIDADE
Artigo J3.ott
Licença para assistência a ftlho com deftciência, doença crónica ou doença
' oncológica
1 - Os progenitores têm direito a licença por período até seis meses, prorrogável até
quatro anos, para assistência de filho com deficiência ou d{ença crónica ou doença
oncológica.
2 - Caso o filho com deficiência, doença crónica ou doença oncológica tenha 12 ou
mais anos de idade a necessidade de assistência é confirmada por atestado médico.
3 - Alicença prevista no n.o 1 pode ser prorrogáxel até,ao limite máximo de seis anos, nas
siruaçóes de necessidade de prolongamento da assistência, confirmada por atestado médico.
4 - O limite máximo definido Íìo n.o 3 nãto é aplicável no caso de filhos com doença
prolongada em estado terminal, confirmada por atestado médico.
3e
Alterado pelo art. 2." daLei n." 9012019, de 4 de setembro. Por força d.o d.isposto no arr. 9.o, n.o 1, alínea
a) desta Lei, as novâs normas (n.o' 3 e 4) entraram em vigor com o Orçamento do Estado para 2020, que
foi aprovado pela Lei n." 212020, de 31 de março (cfr. Declaraçáo de Retiftcaçáo n." 4Sl}li,publicada em
3 de outubro).
77
II
Artigo 54."
Redução do tempo de trabalho para assistência a ftlho menor com deficiência ou
doença crónica
Artigo 55.o
Thabalho a rempo parcial de trabalhador com responsabilidades farniliares
1 - O trabalhador com filho meno r de ou, independentemente da idade, filho
1.2 anos
com deficiência ou doença crónica que com ele viva em comunhao de mesa e habitaçáo
tem direito a trabalhar a tempo parcial.
2 - O direito pode ser exercido por qualquer dos progenitores ou poÍ ambos em períodos
sucessivos, depois da licença parental complementar, em qualquer das suas modalidades.
78
PARENTALIDADE
") Conter um ou dois períodos de presença obrigatória, cory duração igual a metade
do período normal de trabalho diário; l'
b) Indicar os períodos para início e termo do trabalho normal diário, cada um com
duraçáo náo inferior a um terço do período normal de trabalho diário, podendo
esta duração ser reduzida na medida do necessário para que o horário se contenha
dentro do período de funcionamento do estabelecimento;
c) Estabelecer um período para intervalo de descanso náo superior a duas horas.
4-O trabalhador que trabalhe em regime de horário flexível pode efetuaï atéseis horas
consecutivas de trabalho e até dez horas de trabalho em cada dia e deve cumprir o cor-
respondente período normal de trabalho semanal, em média de cada período de quatro
semanas.
a0
Redaçáo conferida pelo artigo 2P daLei n." 12012075, de 1 de setembro
79
1
5 - O trabalhador que opte pelo trabalho em regime de horário flexível, nos termos
do presente artigo, náo pode ser penalizado'em matéria de avaliaçáo e de progressáo
na carreira.
6 - Constitui contraordenaçáo grave aviolaçáo do disposto no n.o 1.
- O horririo de trabalho encontra-se def.nido no drt. 200.o e regulado no drt. 212.o e
sgs'
Artigo 57."
Autorizaçáo de trabalho a tempo parcial ou em regime de horário flexível
1 - O trabalhador que pretenda trabalhar a tempo parcial ou em regime de horário de
trabalho flexívei deve solicitá-lo ao empregador, por escrito, com a antecedência de 30
dias, com os seguintes elementos:
Indicaçáo do prazo previsto, dentro do limite aplicável;
")
b) Declaração da qual conste:
D Que o menor vive com ele em comunháo de mesa e habitaçáo;
II) No regime de trabalho a tempo parcial, que náo está esgotado o período
máximo de duraçáo;
III) No regime de trabalho a tempo parcial, que o outro progenitor tem atividade
profissional e náo se encontra ao mesmo tempo erp situaçáo de trabalho a
tempo parcial ou que está impedido ou inibido totalmente de exercer o poder
paternal;
c) A modalidade pretendida de organizaçâo do trabalho a tempo parcial.
2 - O empregador apenas pode recusar o pedido com fundamento em exigências
imperiosas do funcionamento da empresa, oll na impossibilidade de substituir o
trabalhador se este for indispensável.
3 - No prazo de20 dias contados a partir da receçáo do pedido, o empregador comunica
ao trabalhador, por escrito, a sua decisáo.
4 - No caso de pretender recusar o pedido, na comunicaçáo o empregador indica o
fundamento da intençáo de recusa, podendo o trabalhador apresentar, por escrito, uma
apreciaçáo no prazo de cinco dias a partir da receçáo.
80
PARENTALIDADE
5 -Nos cinco dias subsequentes ao fim do.prazo para apreciaçáo pelo trabalhador, o
empregador envia o processo para apreciaçáo pela entidade competente na ârea da
igualdade de oportunidades entre homens e mulheres, com cópia do pedido, do
fundamento da intençáo de o recusar e da apreciaçáo do trabalhador.
6 - Aentidade referida no número anterior, no pÍazo de 30 dias, notifica o empregador
e o trabalhador do seu parecer, o qual se considera favorável à intençáo do empregador
se náo for emitido naquele PÍazo.
7 - Se o parecer referido no número anterior for desfavorável, o empregador só pode
recusâr o pedido após decisáo judicial que reconheça a existência de motivo justificativo.
8 - Considera-se que o empregador aceita o pedido do trabalhador nos seus precisos
termos:
a) Se náo comunicar a intençáo de recusa no prazo de 20 dias após a receçáo do
pedido;
b) Se, tendo comunicado a intençáo de recusar o pedido, náo informar o trabalhador
da decisáo sobre o mesmo nos cinco dias subsequentes à notificaçáo referida no
n.o 6 ou, consoante o caso, ao fim do prazo estabelecido nesse número;
Se náo submeter o processo à apreciaçã.o da entidade competente na âreada
") igualdade de oportunidades enme homens e mulheres dentro do prazo previsto
no n." 5.
9 - Ao pedido de prorrogaçío é aplicável o disposto para o pedido inicial.
10 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto nos ít.o" 2,3, 5 ot7.
81
CÓDIGO DO TRABALHO ANOTADO
Artigo 58."
Dispensa de algumas formas de organizaçáo do tempo de trabalho
1 - A trabalhadora grívida,puérpera ou lactante tem direito a ser dispensada de prestar
trabalho em horário de trabalho organizado de acordo com regime de adaptabilidade,
de banco de horas ou de horário concentrado.
2 - O direito referido no número anterior aplica-se a qualquer dos progenitores em caso de
aleitaÉo, quando a presta$.o de trabalho nos regimes nele referidos afete a sua regularidade.
3 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto neste artigo.
Artigo 59."
Dispensa de prestaçáo de trabalho suplementar
1 -A trabalhadoragrâvida, bem como o trabalhador ou trabalhadora com filho de
idade inferior a 12 meses, náo está obrigada a prestar trabalho suplementar.
2 - A trabalhadora náo está obrigada a prestar trabalho suplementar durante todo o
tempo que durar a amamentaçáo se for necessário para a sua saúde ou para adacriança.
3 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto neste artigo.
Artigo 60."
Dispensa de prestaçáo de trabalho no período noturno
I - A trabalhadora tem direito a ser dispensada de prestar trabalho entre as 20 horas
de um dia e as 7 horas do dia seguinte:
a) Durante um período de 112 dias antes e depois do parto, dos quais pelo menos
metade antes da data previsível do mesmo;
b) Durante o restante período de gravidez, se for necessário para ^sua saúde ou para
a do nascituro; d
c) Durante todo o tempo que durar a amamentaçâo, se for necessário para a sua
saúde ou para a da criança.
2 - A trabalhadora dispensada da prestaçáo de trabalho noturno deve ser atribuído,
sempre que possível, um horário de trabalho diurno compatível.
3 - A trabalhadora é dispensada do trabalho sempre que náo seja possível aplicar o
disposto no número anterior.
4 - A trabalhadora que pretenda ser dispensada de prestar trabalho noturno deve
informar o empregador e apresentar atestado médico, no caso da alínea b) ou c) do n."
1, com a antecedência de 10 dias.
5 - Em situaçáo de urgência comprovada pelo médico, a informaçáo referida no número
anterior pode ser feita independentemente do prazo.
82
d
PARENTALIDADE
Artigo 61."
i
Formaçáo para reinserçáo profissional
I
t
O empregador deve facultar ao trabalhador, após a licença para assistência a filho ou
ï para assistência a pessoa com defìciência ou doença crónica, a participaçáo em açóes
.t
- O direito àformação profissional é regido pelo art. 30.o e sgts. do CT e 13.o a 15." da
t
I sua LR.
Ë
I
t
F
Artigo 62."
I Proteçáo da segurança e saúde de trabalhadora grávida, puérpera ou lactante
I
Í
T
I
a 1 ra grívida, puérpera ou lactante tem direito a especiais condiçóes de
- A trabalhado
I
t.
segurança e saúde nos locais de trabalho, de modo a evitar a exposiçáo a riscos para a
I
tË sua segurança e saúde, nos termos dos números seguintes.
I 2 - Sem prejuízo de outras obrigaçóes previstas em legislaçáo especial, em atividade
F
suscetível de apresentar um risco específico de exposi$o a agentes, processos ou condiçóes
de trabalho, o empregador deve proceder à avaliaçáo da natureza, grau e duraçáo da
exposiçáo de trabalhadora grávida, puérpera ou lactante, de modo a determinar qualquer
t
!
risco para a sua segurança e saúde e as repercussóes sobre agtavidez ou a amamentaçáo,
I
bem como as medidas a tomar. 4
i
!
t
3 - Nos casos referidos no número anterior, o empregador deve tomaÍ a medida necessária
para evitar a exposiçáo da trabalhadora a esses riscos, nomeadamente:
a) Proceder à.adaptaçâo das condiçóes de trabalho;
b) Se a adaptaçáo referida na alínea anterior for impossível, excessivamente demorada
ou demasiado onerosa, atribuir à trabalhadora outras tarefas compatíveis com o
seu estado e categoria profissional
c) Se as medidas referidas nas alíneas anteriores náo forem viáveis, dispensar a
trabalhadora de prestar trabalho durante o período necessário.
4 - Sem prejuízo dos direitos de informaçâo econsulta previstos em legislaçáo especial,
a trabalhadora grávida, puérpera ou lactante tem direito a ser informada, por escrito,
dos resultados da avaliaçâo referida no n.o 2 e das medidas de proteçáo adotadas.
83
ì
!
I
a
5 - É, vedado
o exercício por trabalhadora grávida, puérpera ou lactante de atividades
c$a avaliaçáo tenha revelado riscos de exposiçáo a agentes ou condiçóes de trabalho
que ponham em perigo a sua segurança ou saúde ou o desenvolvimento do nascituro.
6 - As atividades suscetíveis de apresentarem um risco específico de exposiçáo a
agentes, Processos ou condiçóes de trabalho referidos no fr.o 2, bem como os agentes
- e condiçóes de trabalho referidos no número anterior, sáo determinados em legislaçáo
específica.
7 - Atrabalhado ra grâvida, puérpera ou lactante, ou os seus representanres, têm direito
de requerer ao serviço com competência inspetiva do ministério respons âvel pela área
laboral uma açáo de fiscalizaçáo, arealizar com prioridade e urgência, se o empregador
náo cumprir as obrigaçóes decorrenres deste artigo.
8 - Constitui contraordenaçáo muito grave a violaçáo do disposto nos r.o' 1, 2,3 ot
5 e constitui contraordenaçáo grâve a violaçáo do disposto no n.o 4.
Artigo 63."
Proteçáo em caso de despedimento
1 - O despedimento de trabalhadora grávida, puérpera ou lactante ou de trabalhador
no gozo de licença parental carece de parecer prévio da entidade competente na área
da igualdade de oportunidades entre homens e mulheres. {
2 - O despedimento por facto imputável a trabalhador que se encontre em qualquer
das situaçóes referidas no número anterior presume-se feito sem justa causa.
3 -Para efeitos do n.o 1, o empregador deve remeter cópia do processo à entidade
comPetente na ârea da igualdade de oportunidades entre homens e mulheres:at
Depois das diligências probatórias referidas no n.o 1 do anigo 356.",no despedimento
") por facto imputável ao trabalhador;42
b) Depois da fase de informaçóes e negociaS"o prevista no anigo 361 .", no despedimento
coletivo;
84
PARENTALIDADE
- O parecer prëuio deuerá ser solicitado à CITE - Comissão para a lgualdade no Tiabalho
e Emprego (DL n.o 76/2012, de 26 de rnarço, quefunciona no âmbito do MTSS, de con-
formidade com A sua Lei orgânìca - DL n." 167-C/2013, de 31 de dezembro, drts 7.o,
al. b), e 24.9 - [www.cite.gou.pt].
- O processo disciplinar para despedimento deue ser organizado nos termos do art. 353."
e sgs.
bastapara que a ernpregadora tenha que renleter o processo disciplinar à CITE parapArecer
préuio, sob pena de ilicitude do despedimento. Lil. Thl obrigação - de remessa à CITE -
mantém-se mesmo que no decurso do processo disciplinar a trabalhadora deixe de ser tra-
balhadora/lactdnte.
a3
A redaçáo deste número provém do art. 2." daLei n.o 1312023, de 3 de abril.
85
CÓOIGO DO TRABALHO ANOTAOO
Artigo 64."
Extensáo de direitos atri6uídos a progenitores
1 O adotanre, o rutor, a pessoa a quem for deferida a confiança judicial ou administrativa
-
do menor, bem como o cônjuge ou a pessoa em uniáo de facto com qualquer daqueles
ou com o progenitor, desde que viva em comunhao de mesa e habitaçáo com o menor,
" beneficia dos seguintes direitos:
Dispensa para aleitaçáo;
")
b) Licença parental inicial, licença parental complementar em qualquer das modalidades,
licença para assistência a filho e licença para assistência a filho com deficiência ou
doença crónica;aa
.) Falta para assistência a fìlho ou a neto;
d) Reduçáo do tempo de trabalho para assistência a filho menor com deficiência ou
doença crónica;
e) Thabalho a tempo parcial de trabalhador com responsabilidades familiares;
i
0 horário flexível de trabalhador com responsabilidades familiares.
i
it
2 - Sempre que o exercício dos direitos referidos nos números anteriores dependa de
tl
lr
uma relaçáo de tutela ou confiança judicial ou administrativa do meno! o respetivo
I
I titular deve, para que o possa exercer, mencionar essa qualidade ao empregador.
I
ì
ii
- figuras da adoção e da tutela encontra.m-se conf.guradas, resPetiaarnente, nos arts.
'4s
l 1973." e sgts. e 1927." e sgts. do Ctídi.go Ciuil.
I
l;
:
,
rì Artigo $J.ons
tl
i
ii Regime de licenças, faltas e
ti
rl
1 - Náo determinam perda de uef .esao
rl
rl co resultantes de:
ri
lì r$co tea
.1r
")
6i Licença para deslocaçâo aunid"ade hospitalar fora da ilha de residência
para realizaçáo de parto;
Licença por interrupçáo de gravidez;
I
c)
í
d) L.lçglçagare,+tal'eglqqqlqtlçfidan,,!0+daliíJp'lcsi*
.) Licença por adopçáo;
f) Licença parental complementar em qualquer das modalidades;
s) Falta para assistência a filho;
h) Falta para assistência a neto;
i) Dispensa de prestaçáo de trabalho no período noturno;
86
PARENTALIDADE
87
CÓDICO t)O TRABALHO ANOTADO
falta iusttficada, cf. art. 249.o, qt.o 2, D, rnas deuendo respeitar o procedirnento preuistp
no nouo art. 252.oÁ, tendo os efeitos preuistos no art. 255.o, vt.o 2, d). A aberaç,ão ê
consequência das nouas norunts do art. 53.o.
- A licença de reestruturaç,ão familiar até l0 dias seguidos segu€ tambérn o regime do n.o
1, cfr. art. 43."-A da Lei n." 112/2009, na redaçáo dada pela Lei n.o 57/2021, de t6 de
agosto.
SUBSECÇÁO V
TRABALHO DE MENORES
Artigo 66."
Princípios gerais relativos ao trabalho de menor
1 - O empregador deve proporcionar ao menor condiçóes de trabalho adequadas à
idade e ao desenvolvimento do mesmo e que protejam a segurança, a saúde, o desen-
volvimento ffsico, psíquico e moral, a educaçáo e a formaçáo, prevenindo em especial
qualquer risco resultante da sua falta de experiência ou da inconsciência dos riscos
existentes ou potenciais.
2 - O empregador deve, em especial, avaliar os riscos relacionados com o trabalho,
antes de o menor o iniciar ou antes de qualquer alteraçáo importante das condiçóes de
trabalho, incidindo nomeadamente sobre:
a) Equipamento e organizaçáo do local e do posto de trabaiho;
b) Natureza, grau e duraçáo da exposiçáo a agentes fïsicos, biológicos e químicos;
c) Escolha, adaptaçáo e utilizaçáo de equipamento de trabalho, incluindo agentes,
máquinas e aparelhos e a respetiva utilizaçâo;
d) Adaptaçao daorganizaçáo do trabalho, dos processos de trabalho ou da sua execu$.o;
e) Grau de conhecimento do menor no que se refere à execuçáo do trabalho, aos
riscos para a segurança e a saúde e às medidas de prevençáo.
3 - O empregador deve informar o menor e os seus representantes legais dos riscos
identificados e das medidas tomadas para a sua prevençáo.
t
4 - Aemancipaçáo náo prejudica a aplicaçáo das normas relativas à proteçáo da saúde,
educaçáo e formaçáo do trabalhador menor.
5 - Constitui contraordenaçáo muito grave a violaçáo do disposto nos rÌ.o' 1, 2 ou 3.
88
TRABALHO DE MENORES
Artigo.67."
Formação proftssional de menor
- O direito àformação profssional é regido pelos arts. 130.o e sgts. do CT e l3.o a l5.o
da sua LR.
- Com objetiuo de promouer e apoiar as atiuidades formatiuas junto da populaç,ão jouem,
foi criado o Programa Formar + pela P 382/2017, de 20 de dezembra
Artigo (8.orc
Admissáo de menor ao trabalho
1 Só pode ser admitido a prestar trabalho o menor que tenha completado a idade
-
mínima de admissáo, tenha concluído a escolaridade obrigatória ou esteja matriculado
e a frequentar o nível secundário de educaçáo e disponha de capacidades ffsicas e
psíquicas adequadas ao posto de trabalho.
2 - Aidade mínima de admissáo Para prestar trabalho é de 16 anos.
3 - O menor com idade inferior a 16 anos que tenha concluído a escolaridade obrigatória
ou esteja matriculado e a frequentaÍ o nível secundário de educaçáo pode prestar
trabalhos leves que consistam em tarefas simples e definidap que, pela sua natureza,
pelos esforços fïsicos ou mentais exigidos ou pelas condiçóés específicas em que sáo
realizadas, náo sejam suscetíveis de o prejudicar no que respeita à integridade fïsica,
segurança e saúde, assiduidade escolar, participaçáo em programas de orientaçáo ou de
formaçáo, capacidade para beneficiar da instruçáo ministrada, ou ainda ao seu desen-
volvimento ftsico, psíquico, moral, intelectual e cultural.
4 -Em empresa familiar, o menor com idade inferior a 16 anos deve trabalhar sob a
vigilância e direçáo de um membro do seu agregado familiar, maior de idade.
5 - O empregador comunica ao serviço com competência inspetiva do ministério
responsável pela área laboral a admissáo de menor efetuada ao abrigo do n.o 3, nos oito
dias subsequentes.
a6
Redaçáo conferida aos n.o' 1 e 3 pelo art. 3.o da Lei n.o 47 12012, de 29 de agosto.
89
CÓDIGO DO TRABALHO ANOTADO
Artigo g9.o+z
Admissáo de menor sem escolaridade obrigatória, frequência do nível secundário
de educaçáo ou sem qualiffcaçáo proftssional
1 - O menor com idade inferior a 16 anos que tenha concluído a escolaridade
obrigatória ou esteja matriculado e a frequentar o nível secundário de educaçáo mas
náo possua qualificação profissional, ou o menor com pelo menos 16 anos idade mas
que náo tenha concluído a escolaridade obrigatória esteja matriculado e a frequentar
o nível secundário de educaçáo ou náo possua qualificaçáo profrssional só pode ser
admitido a prestar trabalho desde que frequente modalidade de educaçáo ou formaçáo
que confira, consoante o caso, a escolaridade obrigatória, qualificaçáo profissional,
ou ambas.
2 - O disposto no número anterior náo é aplicável a menor que apenas preste trabalho
durante as férias escolares. Ë
a7
Redação conferida pelo art. 3." da Lei n." 47 12012, de 29 de agosto, aos n.o" 1 e 6.
90
TRABALHO DE MENORES
6-Em caso de admissáo de menor com idade inferior a 16 anos e sem que tenha
completado a escolaridade obrigatória ou esteja matriculado e a frequentar o nível
secundário de educaçáo, é aplicada a sançáo acessória de privaçáo do direito a subsídio
ou beneffcio outorgado por entidade ou serviço público, por período até dois anos.
-A introduzidapek Lei n.o 47/2012, de 29 de agosto, uisou adaptar o preceituado
alteraç,ão
ao regime da escolaridade obriganiria dté aos l8 anos.
-A Resolução do Conselho de Ministros n.o 37/2004, de 20 de mdrço, dproaou o Programa
pdra a Preuenção e Eliminação do Tiabalho Infantil (PETI), que foi substituído pelo
Programapara a Inclusão e Cidadania (PfEQ pek RCM n." 79/2009, de 2 de setembro.
- DecrAo-Lei n.o 92/2014, dz 20 dt junho, estabelece o regime jurídico das escolas prof.ssionais
priuadas e púb/icas, no âmbito do ensino não superiory regulando a sua criação, organizaçáo
e
funcionamento, bern como a tutela e frcalizaç,ão do Estado sobre as rnesmAs.
Artigo 70."48
Capacidade do menor para celebrar contrato de trabalho e receber a retribuiçáo
1 -v:ílido o contrato de trabalho celebrado por menor que tenha completado 16 anos
É
de idade e tenha concluído a escolaridade obrigatória ou esteja matriculado e a frequentar
o nível secundário de educaçáo, salvo oposiçáo escrita dos seus Íepresentantes legais.
2 - O contraro celebrado por menor que náo tenha completado 16 anos de idade ou
náo tenha concluído a escolaridade obrigatória ou não esteja matriculado e a frequentar
o nível secundário de educaçáo só é válido mediante autorizaçâo escrita dos seus rePre-
sentantes legais.
3 - O menor tem capacidade para receber a retribuiçáo, salvo oposiçáo escrita dos seus
representantes legais.
4 - Os representantes legais podem a todo o tempo declarar a oposiçáo ou revogar a
autorlza{o referida no n.o 2, sendo o ato eficaz decorridos 30 dias sobre a sua comunicaçÁo
ao empregador.
5 - No caso previsto nos n.o' 1 ou 2, os representantes legais podem reduzir até metade
o prazo previsto no número anterior, com fundamento em qpe tal é necessátio para a
frequência de estabelecimento de ensino ou de açáo de formaçáo profissional.
6 - Constitui contraordenaçáo grave o pagamento de retribuiçáo ao menor caso haja
oposiçáo escrita dos seus representantes legais.
a8
ldem, n.o' I e 2.
91
CÓDIOO I)O TRABALHO ANOTADO
Artigo 71."
Denúncia de contrato por menor
1 O menor nasitua@o referida no artigo 69." que denuncie o contrato de trabalho sem termo
-
durante a forma$o, ou nurn período imediatamente subsequente de dura@o igual àquela,
dwe compensar o empregador do cwto direto com aforma$o que este teúasupoftado.
2 - O disposto no número anterior é igualmente aplicável caso o menor denuncie o
conrraro de trabalho a termo depois de o empregador lhe haver proposto por escrito a
conversáo do mesmo em contrato sem termo.
- A drnúnci.a dn connato peb nabalhadnr, ern termos gerais, exá. regulada no art. 400." e sgts.
Arrigo72."
Proteção da segurança e saúde de menor
1 - Sem prejuízo das obrigaçóes estabelecidasem disposiçóes especiais, o empregador
deve submeter o menor a exames de saúde, nomeadamente:
a) Exame de saúde que certifique a adequaçáo da sua capacidade física e psíquica ao
exercício das funçóes, a realizar antes do início da prestaçáo do trabalho, ou nos
15 dias subsequentes à admissáo se esta for urgente e com o consentimento dos
representantes legais do menor;
b) Exame de saúde anual, para que do exercício da atividade profissional não resulte
prejuno paÍa- asua saúde e para o seu desenvolvimento físico e psíquico.
2 - Os trabalhos que, pela sua natureza ou pelas condiçóes em que sáo prestados, sejam
prejudiciais ao desenvolvimento físico, psíquico e moral dos menores sáo proibidos ou
condicionados por legislaçáo específica.
3 - Constitui conffaordenaçáo grave a violaçáo do disposto no n.o 1.
-Auiolaç,ão dn preceituado no n.o 2 podr constituir cri*r, ,o*o piruisto nos arts. 82.o e 83.o.
Artigo 73."
Limites máximos do período normal de trabalho de menor
1 - O período normal de trabalho de menor náo pode ser superior a oito horas em
cada dia e a quarenta horas em cada semana.
2 Os instrumentos de regulamentaçáo coletiva de trabalho devem reduzir, sempre
-
que possível, os limites máximos do período normal de trabalho de menor.
3 - No caso de trabalhos leves efetuados por menor com idade inferior a 16 anos, o
período normal de trabalho náo pode ser superior a sete horas em cada dia e trinta e
cinco horas em cada semana.
92
TRABALHO DE MENORES
Artigo 74."
Dispensa de algumas formas de organizaçáo do tempo de trabalho de menor
Artigo 75."
Thabalho suplementar de menor
Artigo 76."
Thabalho de menor no período noturno
1 É proibido o trabalho de menor com idade inferior a 16 anos entre âs 20 horas de
-
um dia e as 7 horas do dia seguinte.
2 - O menor com idade igual ou superior a 16 anos não pode prestar uabalho entre as 2Zhorx
de um dia e as 7 horas do dia seguinte, sem prejuízo do disposto nos números seguintes.
3 - O menor com idade igual ou superior a 16 anos pode prestar trabalho noturno:
atividade prevista em instrumento de regulamentaçáo coletiva de trabalho,
") Emexceto no período compreendido entre as 0 e as 5 horas;
93
1:
I
l
Artigo 77."
Intervalo de descanso de menor
I - O período de trabalho diário de menor deve ser interrompido por intervalo de
duraçáo entre uma e duas horas, por formaanâo prestar mais de quatro horas de
trabalho consecutivo se tiver idade inferior a 16 anos, ou quatro horas e trinta minutos
se tiver idade igual ou superior a 16 anos.
2 - O instrumento de regulamentaçáo coletiva de trabalho pode estabelecer duraçáo
do intervalo de descanso superior a duas horas, bem como a frequência e a duraçáo de
outros intervalos de descanso no período de trabalho diário ou, no caso de menor com
idade igual ou superior a 16 anos, reduçáo do intervalo até trinta minutos.
3 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto no n.o 1.
Artigo 78."
Descanso diário de menor
1 - O menor tem direito diário, entre os períodos de trabalho de dois d"ias
a descanso
sucessivos, com a duraçáo mínima de catorze horas consecutivas se tiver idade inferior
a 16 anos, ou doze horas consecutivas se tiver idade igual ouCsuperior a 16 anos.
2 -Em relaçáo a menor com idade igual ou superior a 16 anos, o descanso diário
previsto no número anterior pode ser reduzido por instrumento de regulamentaçáo
coletiva de trabalho se for justificado por motivo objetivo, desde que náo afete a sua
segurança ou saúde e a reduçáo seja compensada nos três dias seguintes, no sector da
agricultura turismo, hotelaria ou restauraçáo, em embarcaçáo da marinha do comércio,
hospital ou outro estabelecimento de saúde ou em atividade caracterizada por períodos
de trabalho fracionados ao longo do dia.
3 - O disposto no n.o 1 náo se aplica a menor com idade igual ou superior a 16 anos
que preste trabalho cuja duraçáo normal náo seja superior a vinte horas poÍ semana,
ou trabalho ocasional por período náo superior a um mês:
a) Em serviço doméstico realizado em agregado familiar;
94
TRABALHO DE MENORES
b) Em empresa familiar, desde que náo seja nocivo, prejudicial ou perigoso Para o
menor.
Constirui conrraordenaçáo grave a violaçáo do disposto nos n.o' 1 ou 2 deste artigo.
4 -
- O descanso diário em geral está preuisto no drt. 214.o'
Artigo 79."
Descanso semanal de menor
Artigo 80."
Descanso semanal e períodos de trabalho de menor em caso
de pluriemprego
95
CÓDIOO OO TRABALHO ANOTADO
Artigo 81."
Participaçáo de menor em espeiáculo ou outra atiüdade
Aparticipaçáo de menor em espetáculo ou outra atividade de natureza cultural, artística
ou publicitâria é regulada em legislaçáo específica.
- Esta legislaç,ão especrf.ca consta dos arts. 2.o a 1I.o da LR (Parte II dzste liuro).
Artigo 82'"4e
Crime por utilizaçáo indevida de trabalho de menor
1 de trabalho de menor em violação do disposto no n." I do artigo 68.0
- A utilizaçáo
ou no n." 2 do artigo 72." é punida com pena de prisáo até 2 anos ou com pena de
multa até 240 dias, se pena mais grave náo couber por força de outra disposiçáo legal.
2 - No caso de o menor náo ter completado a idade mínima de admissáo, náo ter
concluído a escolaridade obrigatória ou náo estar matriculado e a frequentar o nível
secundário de educaçáo, os limites das penas sáo elevados para o dobro.
3 - Em caso de reincidência, os limites mínimos das penas previstas nos números
anteriores sáo elevados para o triplo.
Artigo 83."
Crime de desobediência por não cessaçáo da atividade de menor
Quando o serviço com competência inspetiva do ministério responsável pela área laboral
verificar a violaçáo do disposto no n.o I do artigo 68.o ou das normas relativas a trabalhos
proibidos a que se refere o nP 2 do artigo 72.", notifrca por escrito o infrator para que
faça cessar de imediato a atividade do menor, com a cominaçáo de que, se o náo fizer,
incorre em crime de desobediência qualificada.
- O crime de desobediência qualificada tarnbém se preuê nas situações preuistas ruo art.
547.".
{
SUBSECçÁO VI
TRABALHADOR COM CAPACIDADE DE TRABALHO REDUZIDA
Artigo 84."
Princípios gerais quanto ao empÍego de trabalhador com capacidade de trabalho
reduzida
I - O empregador deve facilitar o emprego a trabalhador com capacidade de trabalho
reduzida, proporcionando-lhe adequadas condiçóes de trabalho, nomeadamente a
ae
Redaçáo conferida pelo art. 3." da Lei n." 47 120L2, de29 de agosro, to n.o 2.
96
TRABALHADOR COM CAPACIDADE REDUZIDA
e Incapacidades.
trabalho reduzida (será) aquela
- "Pessoa com def.ciência e incapacidade e capacidade de
que possua capacidade produtiua inferior a 90% da capacidade normal exigida d uln tra-
balhador nls mesrnas funções profssionais ou no rnesrno Posto de trabalho, em razão das
alterações estruturais efuncionais e das limitações de atiuidade delas decorcentes" (art. 4.o,
al. b), do DL n.'290/2009, de 12 de outubro).
- Os direitos dos trabalhadores com capacidade reduzida consignados nesta subsecçáo são
dotados de imperatiuidade mínima, podendo dpenas ser aherados por irct e ern sentido
mais fauoráuel ao trabalhador cf. se dispõe no drt. 3.o, n.o 3, d).
SUBSECÇÁO VII
TRABALFIADOR COM DEFICIÊNCIA OU DOENÇA CRÓNICA
Artigo 85."50
Princípios gerais quanto ao emprego de trabalhrdor corÁ deftciência, doença
crónica ou doença oncológica
1 com deficiência, doença crónica ou doença oncológica é titular dos
- O trabalhador
mesmos direitos e está adstrito aos mesmos deveres dos demais trabalhadores no acesso
ao emprego, à formaçáo, promoção ou carreira profissionais e às condiçóes de trabalho,
sem prejuízo das especificidades inerentes à sua situaçáo.
2-OEstadodeveestimulareapoiar aaçâodoempregadornacontrataçáodetrabalhador
com deficiência, doença crónica ou doença oncológica e na sua readaptaçáo profissional.
3 - Constitui contraordenaçáo muito grave a violaçáo do disposto no n.o 1.
50
Fsta redaçáo da epígrafe e dos n.o' I e 2 foi conferida pelo art.2.o da Lei n.o 9312019, de 4 de setembro. Por
esta alteraçáo, para além da deficiência e da doença crónica, foi acrescentado também a doença oncológica.
97
CÓDIGO DO TRABALHO ANOTADO
fez a republicaç,ão).
-A Conuenção sobre os Direitos das Pessoas com Defciência e o seu Protocolo Opcional
foram aprouados, resPetiuamente, pelas Resoluções da Assembleia da República n."' 56 e
57/2009, publicadas em 30 de junho de 2009.
Artigo $(.o5t
Medidas de açáo positiva em favor de trabalhador com deftciência ou doença
crontca
1 - O empregador deve adotar medidas adequadas para que a pessoa com deficiência
ou doença crónica, nomeadamente doença oncológica ativa em fase de traramenro,
tenha acesso a um emprego, o possa exercer e nele progredir, ou para que tenha formaçáo
profissional, exceto se tais medidas implicarem encargos desproporcionados.
2 - O Estado deve estimular e apoiar, pelos meios convenientes) a açáo do empregador
na realizaçáo dos objetivos referidos no número anrerior.
3 - Os encargos referidos no n.o 1 náo sáo considerados desproporcionados quando forem
compensados Por apoios do Estado, nos termos previstos em legislaçáo específica.
4 - Podem ser estabelecidas por lei ou instrumento de regulamentaçáo coletiva de trabalho
medidas de proteçáo específicas de trabalhador com deficiência ou doença crónica, no-
meadamente doença oncológica ativa em fase de úatamento, e incentivos a este ou ao
empregador, particularmente no que respeita à admissáo, condiçóes de prestaçáo da
atividade e adaptaçáo de posto de trabalho, tendo em conta os resperivos inreresses.
tr A atual redaçáo dos n.o' I e 4 foi introduzida através do art. 2." daLei n." 9312019, de 4 de setembro.
98
TRABALHADOR COM DEFICIÊNCIA
- O Decreto-Lei n." 126-,U2017, de 6 de outubro, ueio uiar um apoio social para pessoas
com def.ciência, que registem urn grau de incapacidade igual ou superior a 60%o, uindo
d noua Prestação Social para a Inclusão substituir os anteriores subsídio mensal uitalício,
a pens,4o social de inualidez ea pensão de inualidez dos regìmes transinirios dos trabalhadores
agrícolas. Anoua Prestação Social para a Inclus,ão é corltPosta Por:
- A prestaç,ão social para a inclus,ão (PSD, destinada a apoiar pessoas com deficiência ou
incapacidade pode ser requerida pela Internet (Segurança Social Direta).
- O atestado médico de incapacidade multiuso (ÁJVIIM) para usujìuir da isençáo de
pagamento dn taxa moderadnra, bem como dz uma muhiplicidade fu bmficios socioeconómicos
efiscais, consta do Dereto-Lei. n.o 202/96, de 23 de outubro, aherado pelo DL n.o 1/2022,
de 3 de janeiro.
- O regime de antecipaç,ão da idade para a pensão de uelhice por def.ciência estri preuisto
na Lei n.o 5/2022, de 7 de janeiro e regulamentado pelo DL n." l8/2023, de 3 de março.
Artigo 87."
Dispensa de algumas formas de organizaçáo do tempo de trabalho de trabalhador
com deftciência ou doença crónica{
1 O trabalhador com deficiência ou doença crónica, nomeadamente doença oncológica
-
ariva em fase de tratamento, é dispensado da prestaçáo de trabalho se esta puder
prejudicar a sua saúde ou segurança no trabalho:52
horário organtzado de acordo com o regime de adaptabilidade, de banco de
") Emhoras ou horário concentrado;
b) Entre as 20 horas de um dia e as 7 horas do dia seguinte.
2 - Para efeito do disposto no número anteriot o trabalhador deve ser submetido a
exame de saúde previamente ao início da aplicaçáo do horário em causa.
3 - Constitui contraordenaçáo grave a violação do disposto neste artigo.
52
Contém a alteraçáo introduzida pelo art. 2." da Lei n." 931201'9, de 4 de setembro.
99
CÓDICO DO TRABALHO ANOTADO
SUBSECÇÁO VIII
TRABALHAD O R.ESTUDANTE
Artigo 89."
Noçáo de trabalhador-estudante
1 -Considera-se trabalhador-estudante o trabalhador que frequenta qualquer nível de
educaçáo escolar, bem como curso de pós-graduaçáo, mestrado ou doutoramento em
instituiçáo de ensino, ou ainda curso de formaçáo profissional ou programa de ocupaçáo
temporária de jovens com duração igual ou superior a seis meses.
2 - A manutençáo do estatuto de trabalhador-estudante depende de aproveitamento
escolar no ano letivo anterior.
100
TRABALHADOR. ESTU DANTE
Artigo g!.o-{rr
Conrrato de trabalho com estudante em período de férias ou interrupçáo letiva
1 - O conrraro de trabalho celebrado com estudante, vigente em período de férias
escolares ou interrupçáo letiva, náo está sujeito a forma escrita.
Z O disposto no número anterior náo depende da condiçáo de trabalhador-estudante
-
nos termos do artigo 94.".
3 - Sem preluízo do disposto no n.o 1, o empregador deve comunicar a celebraçáo do
contrato ao serviço competente da segurança social, mediante formulário eletrónico
que deve satisfazer todas as exigências de comunicaçáo previstas noutras disposiçóes
legais, assegurando aquele serviço a interconexáo de dados com outros serviços que se
mostre necessária.
4 - Acelebraçáo de contrato de trabalho a termo resolutivo e de contrato de trabalho
temporário está sujeita aos requisitos de admissibilidade previstos, respetivamente, nos artigos
740." e 180.", devendo o termo estipulado e o respetivo motivo justificativo ser comunicados
nos termos do número anterior, com menfr,o concreta dos factos que o integram.
5 - O disposto no presente artigo náo afasta a aplicaçáo de disposiçóes especiais em
maréria de participaçáo de menoÍ em espetáculo ou outra atividade de natureza cultural,
artísrica ou publicitária.
Artigo 90."
Organizaçáo do temPo de trabalho de trabalhador-estudante
1 - O horário de trabalho de trabalhador-estudante deve, sempre que possível, ser
ajustado de modo a permitir a frequência das aulas e a deslocaçâo parao estabelecimento
de ensino.
t3 O texto deste artigo foi aditado pelo art. 13.o da Lei n." 1312023, de 3 de abril.
101
1
CODIGO OO TRABALHO ANOTADO
5a
Redaçáo do art. 2.o da Lei n." 2312012, de 25 de junho
102
TRABALHADOR-ESTU DANÏE
Artigo 91."
Faltas para prestaçáo de provas de avaliaçáo
- As fahas ao trabalho justificáuei: têm as suãs normãs gerais nos arts. 249.o e 250.o.
í03
CÓDIGO DO TRABALHO ANOTADO
- ECTS -Earopean Credit Thansfer and Accumulation System. Este sistema resuba do
processo de Bolonha, concretizado pelos DL.,s n," 42/2005, de 22 defeuereiro e 74/2006,
de 24 de março, aberado pelo DL n.o 107/2008, de 25 de junho.
Artigo 92."
Férias e licenças de trabalhador-estudante
I - O trabalhador-estudante tem direito a marcar o período de fërias de acordo com
as suas necessidades escolares, podendo gozaÍ atê 15 dias de férias interpoladas, na
medida em que tal seja compatível com as exigências imperiosas do funcionamento da
empresa.
2 - O trabalhador-estudante
tem direito, em cada ano civil, a licença sem retribuiçáo,
com a duraçáo de 10 dias úteis seguidos ou interpolados.
3 - Constitui contraordenaçáo gÍave a violaçáo do disposto no n.o 1 e constitui con-
traordenaçáo leve a violaçáo do disposto no número anrerior.
- O regime geral das ferias preuê-se no art. 237.o e sgts. e o da licença sem retribuição no
art.317.o.
Artigo 93."
Promoçáo proftssional de trabalhador-estudante
O empregador deve possibilitar a trabalhador-estudante promoçáo profissional adequada
à qualificaçáo obtida, náo sendo todavia obrigatória a reclassificaçáo profissional por
mero efeito da qualificaçáo.
-As regras sobre a atiuidade a desenuoluer pelo trabalhador constam dos arts. 115.o a
120.o.
Artigo 94."
Concessáo do estatuto de trabalhador-estudante
1 - O trabalhador-estudante .-pr.f"dor a sua condição de
deve comprovar perante o
estudante, apresentando igualmente o horário das atividades educativas a frequentar.
2-Panconcessáo do estatuto junto do estabelecimento de ensino, o trabalhador-esnrdanre
deve fazer prova, por qualquer meio legalmente admissível, da sua condiçáo de
trabalhador.5e
3 O trabalhador-estudante deve escolher, entre as possibilidades existentes, o horário
-
mais compatível com o horário de trabalho, sob pena de náo beneficiar dos inerentes
direitos.
4 Considera-se aproveitamento escolar a transiçáo de ano ou a aprovaçáo ou progressáo
-
em, pelo menos, metade das disciplinas em que o trabalhador-estudante esteja matriculado,
5e
Aditado pelo art. 2P daLei n." 2312012, de25 dejunho.
104
ÏRABALHADOR. ESTU DANTE
uer drt. 12.o da Lei de Regulamentação do Códìgo do Tiabalho, inserida adiante (Parte
II).
-Apreuis,ío da licençapara deslocação d outrã ilhafoi inserida atraués da Lei n.o 90/2019.
Artigo 95."
Cessaçáo e renovaçáo de direitos
60
Esre n.o 3 foi complementado pelo art. 2." da Lei n3 9012019, de 4 de setembro. Por força do disposto
no art. 9,", n.o 1, alínea a) desta Lei, esta nova redação entrou em vigor com o Orça-mento do Estado para
2020, aprovado peia Lei n.o 212020, de 31 de março.
105
ilF
Artigo 96."
Procedimento para exercício de direitos de trabalhador-estudante
1 - O trabalhador-estudante deve comprovar perante o empregador o respetivo apro-
veitamento, no final de cada ano letivo.
2 - O controlo de assiduidade do trabalhador-estudante pode ser feito, por acordo com
- o trabalhadoç diretamente pelo empregador, através dos serviços administrativos do
estabelecimento de ensino, por correio eletrónico ou fax, no qual é aposta uma data e
hora a partir da qual o trabalhador-estudante termina a sua responsabilidade escolar.
3 - Na falta de acordo o empregador pode, nos 15 dias seguintes à utilização da dispensa
de trabalho para esse fim, exigir a prova da frequência de aulas, sempre que o estabelecimento
de ensino proceder ao controlo da frequência.
4 - O trabalhador-estudante deve solicitar a licença sem retribuiçáo com a seguinte
antecedência:
a) Quarenta e oito horas ou, sendo inviável, logo que possível, no caso de um dia
de licença;
b) Oito dias, no caso de dois a cinco dias de licença;
15 dias, no caso de mais de cinco dias de licença.
")
-A concessã.o e efei.tos da licença sern retribuição s,ão regulados no art. 317.o.
Artigo 96."-Nr
I Legislaçáo complementar
ì
- Sobre as "eEecificidades
dafequlncia dt estabelecimmto dc ensi.no por trabalhador-estotdante",
uer art. 12.o da Lei de Regulamentação do Códi.go do Tiabalho (LR), adiante inserida
(Parte II).
SUBSECçÃO IX
O EMPREGADOREAEMPRESA
I
Artigo 97."
Poder de d.ireçáo
Compete ao empregador estabelecer os termos em que o trabalho deve ser prestado,
dentro dos limites decorrentes do contrato e das normas que o regem.
106
OEMPREGADOREAEMPRESA
Artigo,98."
Poder disciplinar
Artigo 99."
Regulamento interno de empresa
Artigo 100."
ïpos de empresas
1- Considera-se:
a) Microempresa a que emprega menos de l0 trabalhadores;
62 25 dejunho.
Redaçáo do art. 2." daLei n." 2312012, de
63 25 dejunho.
Redaçáo do art. 2." daLei n." 2312012, de
107
CÓDIGO DO TRABALHO ANOTADO
- As emltresas públicas e participadas por entidades dos sectores estadual, regional e local,
têm o seu regime def.nido no DL n." 133/2013, de 3 de outubro, qu€ rnanteue a apli.cação
do regime do contrato indiuidual de trabalho às relações com os seus trabalhadores, cfn
anotação ao art. 11.o deste Código.
64
INE (www.ine.pt) Empresas em Portugal - 2020 (ediçáo de 2022) e PORDÂTA (www.pordata.pt/
subtema/Portugali empresas-374).
Í08
OEMPREGADOREAEMPRESA
Artigo 101."
Pluralidade de empregadores
O trabalhador pode obrigar-se a prestar trabalho a vários empregadores entre os
1 -
quais exista uma relaçáo societária de participaçóes recíprocas, de domínio ou de grupo,
ou que tenham estruturas organizativas comuns.
Z - O conrraro de trabalho com pluralidade de empregadores está sujeito a forma escrita
e deve conter:
a) Identificaçáo, assinaturas e domicílio ou sede das partes;
b) Indicaçáo da atividade do trabalhador, do local e do período normal de trabalho;
c) Indicaçáo do empregador que representa os demais no cumprimento dos deveres
e no exercício dos direitos emergentes do contrato de trabalho.
3 - Os empregadores sáo solidariamente responsáveis pelo cumprimento das obrigaçóes
decorrenres do contrato de trabalho, cujo credor seja o trabalhador ou terceiro.
4 - Cessando a situaçáo referida no n.o 1, considera-se que o trabalhador fica apenas
vinculado ao empregador a que se refere a alínea c) do n." 2, salvo acordo em contrá-
rio.
5 Aviolaçáo de requisitos indicados nos n.o' 1 ou 2 confere ao trabalhador o direito
-
de optar pelo empregador ao qual fica vinculado.
6 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto nos n.o' 1 ou 2, sendo res-
ponsáveis pela mesma todos os empÍegadores, os quais sáo representados para este efeito
por aquele a que se refere a alínea c) do n." 2.
SUBSECÇÁO X6t
TRABALHADOR CUIDADOR Á
Artigo 101."-A
Thabalhador cuidador
Para efeitos do disposto no presenteCódigo, considera-se trabalhador cuidador aquele
a quem tenha sido reconhecido o estatuto de cuidador informal náo principal, nos
termos da legislaçáo aplicável, mediante apresentaçáo do respetivo comprovativo.
65
Esta subseçáo X à secçáo II do capítuio I do título II foi criada pelo art. 20j da Lei n." 1312023, de 3 de
abril. Compóe-se dos arts. 101."-A a 101."-H aditados através do art. I4." da mesma Lei'
í09
CÓDIGO DO TRABALHO ANOÏADO
Artigo 101."-B
Licença do cuidador
1 O trabalhador cuidador tem direito t paraassistência à pessoa cuidada, a uma licença
-
anual de cinco dias úteis, que devem ser gozados de modo consecutivo. l
Artigo 101.o-C
Thabalho a tempo parcial de trabalhador cuidador
1 O trabalhador cuidador tem direito a trabalhar a tempo parcial, de modo consecutivo
-
ou interpolado, pelo período máximo de quatro anos.
2 - Salvo acordo em contrário, o período normal de trabalho â tempo parcial corresponde
a metade do praticado a tempo completo numa situaçáo comparável e, conforme o
pedido do trabalhador cuidador, é prestado diariamente, de manhá ou de tarde, ou em
três dias por semana.
3 - Durante o período de trabalho em regime de tempo parcial, o trabalhador
cuidador náo pode exercer outra atividade incompatível com a respetiva finalidade,
110
TRABALHADOR CUIDADOR
florneadamente,
trabalho subordinado ou prestação continuada de serviços, fora da
sua residência
habitual'
4 - Aprestaçáo de trabalho a tempo parcial cessa no termo do período máximo para
que foi concedida, retomando o trabalhador cuidador a prestaçáo de trabalho a
tempo
comPleto'
5 - O trabalhador cuidador que opte pelo trabalho em regime de tempo parcial nos
rerÍnos do presente aÍtigo náo pode ser penalizado em matéria de avaliaçáo e de progressáo
na carreira'
6 - Constirui contraordenaçáo grave a violação do disposto no presente artigo.
- O contrato de trabalho a temPo parcial enconfuA-se regulado no drt 150.o e sgts,
Artigo 101."-D
Horário fleível de trabalhador cuidador
1 O trabalhador cuidador tem direito a trabalhar em regime de horário de trabalho
-
flexível, de forma seguida ou interpolada, enquânto se verificar a necessidade de
assistência.
2 - Entende-se por horário flexível o previsto ÍÌos rì.o' 2 a 4 do artigo 56.".
i - O trabalhador cuidador que opte pelo trabalho em regime de horário flexível, nos
rermos do presente artigo, náo pode ser penalizado em matéria de avaliaçáo e de
progressão na carreira.
4 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto no n.o 1.
Artigo 101."-E
Autorizaçáo de trabalho a tempo parcial ou em regime de horário flexível de
trabalhador cuidador
I O trabalhador cuidador que pretenda trabalhar a tempo parcial ou em regime de
-
horário de trabalho flexível deve solicirílo ao empregador, por eg;rito, com a antecedência
de 30 dias relativamente ao seu início, com os seguintes elementos:
O comprovativo do reconhecimento do estatuto de cuidador informal náo principal;
")
b) Indicaçáo do prazo previsto, dentro do limite aplicável;
c) No regime de trabalho a tempo parcial:
i) Declaraçáo da qual conste que náo está esgotado o período máximo de
duraçáo;
ii) Declaraçáo da qual conste que outros membros do agregado familiar do tra-
balhador cuidador ou da pessoa cuidada, caso exerçam atividade profissional,
não se encontÍam ao mesmo tempo em situaçáo de trabalho a tempo parcial
ou estáo impossibilitados de prestar assistência;
iii) Indicaçáo da modalidade pretendida de organizaçâo do trabalho a tempo
parcial.
111
CÓDIGO DO TRABALHO ANOTADO
Artigo 101."-F
Proteçáo em caso de despedimento de trabalhador cuidador
I - O despedimento de trabalhador cuidador carece de parecer prévio da entidade
competente na ârea da igualdade de oportunidades entre homens e mulheres.
2 - O despedimento por facto imputável a trabalhador que se encontre na situaçáo
referida no número anterior presume-se feito sem justa causa.
3 -Paraefeitos do disposto no presente artigo, aplica-se o procedimento definido nos
n.o'3 a 9 do artigo 63.".
-A entidade comP€tente na área da igualdade de oportunidades en*e /tomens e rnullteres
é a CITE, cfr. anotação ao art. 63.0.
Artigo 101."-G
Dispensa de prestação de trabalho suplementar
1 O trabalhador cuidador nâo é obrigado a prestar trabalho suplementar enquanto
-
se verificar a necessidade de assistência.
2 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto ne$re artigo.
Artigo 101."-H
Acumulaçáo de regimes
O trabalhador cuidador que seja titular de direitos de parentalidade relativamente à
pessoa cuidada, náo pode acumular o previsto na subsecçáo IV com o disposto na
presente subsecção.
112
F0RMAçÃ0 D0 C0NTRATo DE TRABALH0
SECÇÁO III
FORMAçÁO DO CONTRATO
SUBSECÇÁO I
NEGoCTAÇÁo
Artigo 102."
Culpa na formaçáo do contrato
euem negoceia com outrem para a conclusáo de um contrato de trabalho deve, tanto
nos preliminares como na formaçáo dele, proceder segundo as regras da boa ft, sob
pena de responder pelos danos culposamente causados.
SUBSECÇÁO il
PROMESSA DE CONTRAÏO DE TRABALHO
Artigo 103."
Regime da promessa de contrato de trabalho
I - A promessa de contrato de trabalho está sujeita a forma escrita e deve conter:
113
CÓDIGO DO TRABALHO ANOTADO
- No art. 222." do Código Penal preuê-se o crime de burla relatiua a trabalho ou ernprego,
mais concretamente, aofalso aliciamento ou prornessa de ftabalho ou ennprego com intenção
de obter enriquecimento ilegítimo.
SUBSECÇÁO III
CONTRATO DEADESÁO
Artigo 104."
Contrato de trabalho de adesáo
1 - A vontade contratual do empregador pode manifestar-se através de regulamento
interno de empresa e a do trabalhador pela adesáo expressa ou tácita ao mesmo
regulamento.
2 - Presume-se a adesáo do trabalhador quando este náo se opuser por escrito no prazo
de 21 dias, a contar do início da execuçáo do contrato ou da divulgaçáo do regulamento,
se esta for posterior.
Artigo 105."
Cláusulas contratuais gerais
O regime das cláusulas contratuais gerais aplica-se aos aspetos essenciais do contrato
de trabalho que náo resultem de prévia negociaçáo específica, mesmo na parte em que
o seu conteúdo se determine por remissáo para instrumento de regulamentaçáo coletiva
de trabalho.
114
TNFoRMAÇÃO S0BRE o CoNTRAT0
suBsECÇÁo ry
INFORMAÇÁO SOBRE ASPETOS RELEVANTES NA PRESTAÇÁO DE
TRABALHO
Artigo lD6.o6e
Dever de informaçáo
66
Redaçáo resultante dos arts. 1." da Lei n." 6912013, de 30 de agosro e 2." daLei n: 7312023, de 3 de abril,
tendo esta alterado as alínea e) e g) a s), mantendo destas apenas aalíneaj) do n." 3 e, bem assim, o n." 5.
1Í5
CÓDIGO DO TRABALHO ANOÏADO
1
l
ao con*Ato ou à relação de trabalho, cjì. alínea a) do art. 2.o da Lei de aprouação do j
1
j
Código. Foi substituídapela Diretiua (UE) 2019/1152 do Parlamento Europeu e do
i
Conselho, de 20 de junho de 2019, transposta para o direito interno, náo atê 1 de agosto
de 2022 (art. 21.o), mas pelo art. 1.o, a.) da Lei n." 13/2023, de 3 de abril.
116
)
TNF0RMAçÃo S0BRE 0 C0NïRATO
para
- Ainda no art. 282." se estabelece o deuer.de informação sobre os asPetos re leuantes
Artigo 107."67
Meios de informaçáo
1 - A informação prevista no artigo anterior deve ser prestada por escrito, podendo
constar de um ou de vários documentos, assinados pelo empregador.
2 - Quando a informaçáo seja prestada através de mais de um documento, um deles deve
conter os elementos referidos nas alíneas a) a e), h), i), o) e q) do n." 3 do artigo anterior.
3 - O dever previsto no n.o 1 do artigo anterior considera-se cumprido quando
a informaçáo em causa conste de contrato de trabalho reduzido a escrito ou de
contrato-promessa de contrato de trabalho, nos teÍmos do número seguinte.
4- Ainformaçáo constante dos documentos referidos nos n.o' 1 e 2 deve ser comunicada
ao trabalhador em suporte papel ou em formato eletrónico nos seguintes prazos:
Até ao sétimo dia subsequente ao início da execuçáo do contrato, no caso das
") informaçóes a que alude o n." 2;
b) No prazo de um mês contado a partir do início da execuçáo do contrato, quanto
às demais informaçóes.
5 - O empregador deve conservar prova da transmissáo ou receçáo das informações
constantes dos documentos referidos nos números anteriore$
6 -As informaçóes constantes dos documentos referidos nos números anteriores devem
ser prestadas sempre que solicitadas pelas entidades públicas, nomeadamente o serviço
com competência inspetiva da ârea laboral.
7 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto nos Íl.o' 1, 2 ou 4.
117
F
Artigo lQS.oes
Informaçáo relativa a prestaçáb de trabalho no estrangeiro
I - Se o trabalhadorcujo contrato de trabalho seja regulado pela lei portuguesa exercer a
sua atividade no território de outro Estado por período superior a um mês, o empregador
dwe prestar-lhe, por escrito e até à sua partida, as seguintes informações complementares:
Identificaçáo do Estado ou Estados onde o trabalho deve ser prestado e a duraçáo
") previsível do período de trabalho a prestar;
b) Moeda e lugar do pagamento das prestaçóes pecuniárias e, se aplicável, das prestaçóes
em espécie;
.) Possibilidade de repatriamento e respetivas condiçóes;
d) Acesso a cuidados de saúde;
e) Retribuiçáo a que tem direito nos termos da lei aplicável no Fstado de acolhimento,
em situaçóes de destacamento;
f) Subsídios inerentes ao destacamento e reembolso de despesas de viagem, de
alojamento e de alimentaçáo, quando aplicável;
g) Sítio oficial n^ Internetdo Estado de acolhimento, criado nos termos da legislaçáo
específica aplicrível ao destacamento.
2 - Ainformação referida na alínea b) c) ou e) do número anterior pode ser substituída
por referência a disposiçóes de lei, instrumento de regulamentaçáo coletiva de trabalho
ou regulamento interno de empresa que regulem a matéria nela referida.
3 - Constitui contraordenação grave a violaçáo do disposto neste artigo.
Artigo 109."
.i Atualizaçáo da informaçáo
1 - O empregador deve informaf o trabalhador sobre alteraçáo relativa a qualquer
elemento referido no n.o 3 do artigo 106.o ou no n." 1 do artigo anterior, por escrito
e, no máximo, até à data em que a mesma começa a produzig.efeitos.6e
2 - O disposto no número anterior não é aplicável quando a alteraçáo resulte de lei,
de instrumento de regulamentaçáo coletiva de trabalho ou de regulamento interno de
emPresa.
3 - O trabalhador deve prestar ao empregador informaçáo sobre todas as alteraçóes
relevantes paru a prestação da atividade laboral, no prazo previsto no n.o 1.
4 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto no n.o 1.
- Por escrito o que signif.ca que pode ser por correio eletrónico.
68
Com as alterações introduzidas pelo art. 2." daLei n." 1312023, de 3 de abril.
6e
O texto deste n.o 1 resulta das alteraçóes introduzidas pelo art. 2." daLei n." 1312023, de 3 de abril.
118
FORMA DO CONÏRATO
SUBSECÇÁO V
FORMA DE CONTRAIO DE TRABALHO
Artigo 110.o
Regra geral sobre a forma de contrato de trabalho
SECÇÁO VI
PERÍODO EXPERIMENTAL
Artigo 111."
Noçáo de período experimental
do contrato de
1 - O período experimental corresponde ao tempo inicial de execuçáo
trabalho, durante o qual as partes apreciam o interesse na sua manutençáo.
2 - No decurso do período experimental, as partes devem agir de modo que possam
apreciar o interesse na manutençáo do contrato de trabalho.
3 - O período experimental pode ser excluído por acordo escrito entÍe as Partes.
4 - Caso o empregador náo cumpra o dever de comunicaçáo previsto na alínea o) do
n.o 3 do artigo 106." no prazo previsto no n.o 4 do artigo I07.", pfesume-se que as
partes acordaram na exclusáo do período experimental.To
Artigo ll2l7r
Duraçáo do experimental
1 - No contrato de trabalho por tempo indeterminado, o período experimental tem a
seguinte duraçáo:
70
O texto deste n." 4 resulta de uma das 2." daLel.ns 1312023, de 3 de abril'
%_-..f
71
Com a redaçáo resultante das alteraçóes introduzidas através dos artigos 2." das Leis n.ô'9312019, de
setembro e Lei n.o 1312023, de 3 de abril.
119
1
I
l
CODIGO DO TRABALHO ANOTADO
{|tO período experimental, de acordo com qualquer dos números anteriores, é reduzido
ou excluído, consoante a duraçáo de anterior contrato a termo paÍaamesma atividade,
de contrato de trabalho temporário executado no mesmo posto de trabalho, de contrato
de prestaçáo de serviços para o mesmo objeto, ou ainda de estágio profissional para a
mesma atividade, tenha sido inferior ou igual ou superior à duraçáo daquele, desde
que em qualquer dos casos sejam celebrados pelo mesmo empregador.
5 - O período experimental previsto na subalínea iii) da alínea b) do n." I é reduzido
ou excluído consoante a duraçáo de anterior contrato de trabalho a termo, celebrado
com empregador diferente, tenha sido igual ou superior a 90 dias.
6 - O período experimental é reduzido consoante a duraçáo do estágio profissional
com avaliaçáo positiva, paÍa a mesma atividade e empregador diferente, tenha sido
,:gg"l ou superi or a 90 dias, nos últimos 12 meses.
{A,}tduraçáo do período ser reduzida or
mentaçáo çole_tlva de trabalho"oqpor acordo escrito entre pa{tes.
I - A antiguidade dò trabalhaáor conta-se desde o i nício do período experimental.
-A regra d^a alínea a) dn n.o I
resuhou do Acórüo do Ti,ibunal Constitucional n." 632/2008,
publicado no Diário da República, I série, de 9/1/2009 - [wttw&ribunalconstitucional.ptJ.
- Face à inouação innoduzìda pe b n.,9 4, fcou cl4ro qy.y o períodn de trahalho.au"se+uife.pçstad.o
aqfugrySllLe_2fru*glfu erup"ggxdnr rnedjante ÇQntyalo de trabalho temparário, d" ?,f,:l(!*
dc seruiço ou esnígio-profissional contapara ef.ei.tos dn decurso do períodn up.erìrUçnJpl.
120
PERíODO EXPERIMENTAL
Artigo 113."
Contagem do período experimental
Artigo 1L4."72
Denúncia do contrato te o período experimental
72
Com a redação conferida pelo art. 2." daLer n." 1,312023, de 3 de abril e art. 2." daLei nP 9012019, de
4desetembrotendoaqueladadonovaredaçáoaosn.o'3e5eacrescentadoosn.o'7e8(abusodedireito
na denúncia, que apenas se aplicará ao empregador, dado que náo se remete para o art. 399." (responsabilidade
do mabalhador em caso de resoluçáo ilícita).
121
ïã
q
i
{
CÓDIGO DO TRABALHO ANOTAOO
- Diferentemente do que acont€ce nas situações preuistas nos arts. 57.o e 63.o, ern que deue
ser pedido parecer à CITE, na preuisão dos'nouos n.o' 5 e 6, ltcí apenas lugar a comunicaçáo,
SECÇÁO VIr
AÏIVIDADE DO TRABALHADOR
Artigo 115."
Determinaçáo da atividade do trabalhador
1 - Cabe às partes determinar por acordo a atividade para que o trabalhador é contratado.
2 - Adeterminaçáo a que se refere o número anterior pode ser feita por remissáo para
categoria de instrumento de regulamentaçáo coletiva de trabalho ou de regulamento
interno de empresa.
3 - Quando a natureza da atividade envolver a prática de negócios jurídicos, consi-
dera-se que o contrato de trabalho concede ao trabalhador os necessários poderes, salvo
se a lei exigir instrumento especial.
122
ATIVI DADE DO TRABALHADOR
Artigo I16."
Autonomiatécnica
A sujeiçáo à autoridade e direçáo do empregador náo prejudica a autonomia técnica
do trabalhador inerente à atividade prestada, nos termos das regras legais ou deontológicas
aplicáveis.
- Essencialmente, as regras deontológicas prouênt dos estdtutos das ordens e outrds associações
profssionaís contém-se na Lei n.o 2/2013, de 10 de janeiro, alterada pela Lei n.o 12/2023,
de 28 de março.
Artigo 117."
Efeitos de falta de título proftssional
123
\ ':
i
124
ATIVIDADE DO TRABALHADOR
Artigo 118."
Funçóes desempenhadas pelo trabalhador
1 O trabalhador deve, em princípio, exercer funçóes correspondentes à atividade para
-
que se enconrra contratado, devendo o empregador atribuir-lÉe, no âmbito da referida
atividade, as funções mais adequadas às suas aptidóes e qualificaçáo profissional.
2 - Aatividade contratada, ainda que determinada por remissáo para categoria profissional
de instrumento de regulamentaçáo coletiva de trabalho ou regulamento interno de
empresa, compreende as funçóes que lhe sejam afins ou funcionalmente ligadas, Para
as quais o trabalhador tenha quaiificaçáo adequada e que náo impliquem desvalorizaçío
profrssional.
3 - Para efeitos do número anterior e sem prejuízo do disposto em instrumento de
regulamentaçáo coletiva de trabalho, consideram-se afìns ou funcionalmente ligadas,
designadamente, as funçóes compreendidas no mesmo grupo ou carreira profissional.
73
Inserto no sítio da Internet do CES: www.ces.pt/concertacao-social.
125
1
l
i
Artigo 119."
Mudança para categoria inferior 4
126
INVALIDADE DO CONTRATO
Artigo )20."
Mobilidade funcional
pode, quando o interesse da empresa o exija, encarregar o trabalhador
1 - O empregador
de exercer temporariamente funçóes náo compreendidas na atividade contratada, desde
, que tal náo implique modificaçáo substancial da posição do trabalhador.
; - As partes podem alargar ou restringir a faculdade conferida no número anterior,
mediante acordo que caduca ao fim de dois anos se náo tiver sido aplicado.
3 - Aordem de alteraçáo deve ser
justifrcada, mencionando se for caso disso o acordo
a que se refere o número anterior, e indicar a duraçáo previsível da mesma, que náo
deve ultraPassar dois anos.
4-O disposto no n.o 1 náo pode implicar diminuiçáo da retribuiçáo, tendo o trabalhador
direito às condiçóes de trabalho mais favoráveis que sejam inerentes às funçóes exercidas.
5 Salvo disposiçáo em contrário, o trabalhador náo adquire a categoria corresPondente
-
às funçóes temporariamente exercidas.
6 O disposto nos números anteriores pode ser afastado por instrumento de regulamentafr"o
-
coletiva de trabalho.
7 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto nos ÍI.o' 1, 3 ou 4.
Antes esta
- denominaua'se como 'ius uariandi.".
fgura
- Em pri.ncípio é proibido ao empregador diminuir a retribuiç,ão, conforme art. 129.o,
n.o 1, al. d).
- Os limites do conteúdo dos insfuurnentos de regukmentaçáo coletiua encontrnrn-se preuistos
n0 art. 4783 e o conteúdo das conuenções coletiuas esttí indicado no art. 492.o.
sECÇÁo VIrr
INVALIDADE DO CONTRAÏO DE TRABALHO
Artigo 121."
Invalidade parcial de contrato de trabalho
1 - A nulidade ou a anulaçáoparcial náo determina a invalida$e de todo o contrato de
trabalho, salvo quando se mostre que este náo teria sido celebrado sem a parte viciada.
2- Acláusula de conrrato de trabalho que viole norma imperativa considera-se substituída
por esta.
127
\ì
ì
j
Artigo 122."
Efeitos da invalidade de conrrato de trabalho
I - O contrato de trabalho declarado nulo ou anulado produz efeitos como válido em
relaçáo âo tempo em que seja executado.
2 - A ato modificativo de contrato de trabalho que seja inválido aplica-se o disposto
- no número anterior, desde que náo afete as garanrias do trabalhador.
Artigo 123."
Invalidade e cessaçáo de contrato de trabalho
1 - A facto extintivo
ocorrido antes da declaraçáo de nulidade ou anulaçáo de conrraro
de trabalho aplicam-se as normas sobre cessaçáo do contrato.
2 - Se for declarado nulo ou anulado o contrâto a termo que já tenha cessado, a
indemnizaçáo tem por limite o valor estabelecido no artigo 393." ou 401.", respetivamenre
para despedimento ilícito ou denúncia sem aviso prévio.
3 - A invocaçáo de invalidade pela parte de mâ lê., estando a outra de boa Íë, seguida
de imediata cessaçáo da prestaçáo de trabalho, aplica-se o regime da indem nizaçâo
prevista no n.o 3 do artigo 392." ou no artigo 401.o para o despedimento ilícito ou
paÍa à denúncia sem aviso prévio, conforme o caso.
4 - A má fé consiste na celebraçáo do contrato ou na manutençáo deste com o
conhecimento da causa de invalidade.
128
':.
À
DIREITOS, DEVERES E GARANTIAS DAS PARTES
direito à reintegraç,io no seu posto de trabalho por a tal obstar o comando constitucional
ínsi.to no d.rtigo 47, n.o 2, da Constituição da República, quando não se demonstre que o
recrutã.mento o trabalhador obedeceu ao Processo prêuio de seleção exigido pela lei em uigor
aquando do estabelecimento da relação jurídico-laboral.
Artigo 124."
Contrato com objeto ou fìm contrário à lei ou à ordem pública
1 - Se o contrato de trabalho tiver por objeto ou fim uma atividade contrária à lei ou
à ordem pública, a parte que conhecia a ilicitude perde a favor do serviço responsável
pela gestáo financeira do orçamento da segurança social âs vantagens auferidas decorrentes
do contrato.
2 - Aparte que conhecia a ilicitude náo pode eximir-se ao cumprimento de qualquer
obrigaçío contratual ou legal, nem reaver aquilo que prestou ou o seu valor, quando a
outra parte ignorar essa ilicitude.
3 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto no n.o 1.
Artigo 125."
Convalidaçáo de contrato de trabalho
1 -Cessando a causa da invalidade durante a execuçáo de contrato de trabalho, este
considera-se convalidado desde o início da execuçáo.
2 - No caso de contrato a que se refere o artigo anterior, a convalidaçáo só produz
efeitos a partir do momento em que cessa a causa da invalidade.
- "Quando num contrato nulo é sanada a nulidndz peln superumiência dn requisito dr ualidaàr
que lhefabaua, diz-se que conualesceu, conualidando-se" (Ana hpta, ob. cit, pá'g.332).
sECÇÁo IX
DIREITOS, DEVERES E GARANTIAS DAS PARTES
SUBSECÇÁO I
DrsPosrÇÓns crnrus
Artigo 126."
Deveres gerais das partes
1 - O empregador e o trabalhador devem proceder de boa fe no exercício dos seus
direitos e no cumprimento das respetivas obrigaçóes.
129
1
)t
ì
CÓOIGO DO TRABALHO ANOTADO i
Artigo 127."74
Deveres do empregador
1- O empregador deve, nomeadamente:
a) Respeitar e tratar o trabalhador com urbanidade e probidade, afastando quaisquer
atos que possam afetar a dignidade do trabalhador, que sejam discriminatórios,
lesivos, intimidatórios, hostis ou humilhantes paÍa o trabalhador, nomeadamenre
assédio;
b) Pagar pontualmente a retribuiçáo, que deve ser justa e adequada ao trabalho;
.) Proporcionar boas condiçóes de trabalho, do ponto de vista físico e moral;
d) Contribuir paÍa_ elevaçáo da produtividade e empregabilidade do trabalhador,
^
nomeadamente proporcionando-lhe formaçáo profissional adequada a desenvolver
a sua qualificaçáo;
e) Respeitar a autonomia técnica do trabalhador que exerçâ atiüdade cuja regulamentafo
ou deontologia profissional a exija;
f) Possibilitar o exercício de cargos em estruturas representativas dos trabalhadores;
g) Prevenir riscos e doenças profissionais, tendo em conta a proteçáo da segurança
e saúde do trabalhador, devendo indemnizá-lo dos prejuízos resultantes de acidentes
de trabalho;
h) Adotar, no que se refere a segurança e saúde no trabalho, as medidas que decorram
de lei ou instrumento de regulamentaçâo coletiva de trabalho;
i) Fornecer ao trabalhador a informaçáo e a formaçáo adequadas à prevençáo de
riscos de acidente ou doença;
j) Manter atualizado, em cada estabelecimento, o registg dos trabalhadores com
indicaçáo de nome, datas de nascimento e admissáo, modalidade de conrraro,
categoria, promoções, retribuiçóes, datas de início e termo das ferias e faltas que
impliquem perda da retribuiçáo ou diminuiçáo de dias de férias.
k) Adotar códigos de boa conduta paraaprevençáo e combate ao assédio no trabalho,
sempre que a empresa tenha sete ou mais trabalhadores;
l) Instaurar procedimento disciplinar sempre que tiver conhecimenro de alegadas
situaçóes de assédio no trabalho.
7a
Contém as alteraçóes introduzidas pelo art. 2." daLei n." 2312012, de 25 dejunho (n." 5 e 6),7312017,
de 16 de agosto e 7312023, de 3 de abril (n.o 7), tendo esta última revogado os n.o'3 e 4;12012015, de I
de setembro (n." 4) e os aditamentos ditados pelo art. 2." daLei n." 7312017, de 16 de agosto (a1íneas k) e
l
l) do n." 1. 1
:
ì
l
130 ì
i
j
DIREITOS, DEVERES E GARANTIAS DAS PARTES
- Atraués da reuogação do n.o 4, deixou de ser necessrírio enuiar à unidade local da ACT
diuersa documentação. Porém, o empregador ainda está obrigado, em geral, às segui'ntes
comunicações no que tdnge d:
- Celebraç,4o e cessação de contrato de trabalho com estrangeiro de fora do E.E.E. ou
apátrida (art. 5.o, n.o 5)t
- Adrnissão de ntenor com idade inferior a I 6 anos ou que preste trabalho durante as ferias
escolares (art. 69.o, n.o 4);
75
F.ste n.o 5 e o seguinte foram revogados por meio da alínea a) do att. 33." da Lei n." 1312023, de 3 de abril.
131
CODIOO DO TRABALHO ANOÏADO
tendo idêntico f.nanciamento uisando garantir primeiro. Foram criados pela Lei n.o
o
70/2013, de 30 de agosto, aheradapelo DL n." 210/2015, de 25 de seternbro e Lei n.o
24-D/2022, de 30 de dezembro. Os procedimentos encontram-se estabelecidos na Portaria
n." 294-'U2013, de 30 de setembro e nos Regulamentos n."' 390-A e B/2013, de 14 de
outubro. As obrigações dos empregadores relatiuas a estesfundosfcam suspensas nos termos
dos n.os 3 e 4 da Lei n.o 13/202i, de 3 de abril, a partir de I de maio de 2023.
Artigo 128."
Deveres do trabalhador
1- Sem prejuízo de outras obrigaçóes, o trabalhador deve:
a) Respeitar e tratar o empregador, os superiores hierárquicos, os compaúeiros de trabalho
e as pessoas que serelacionem com a empresa, com urbanidade e probidade;
b) Comparecer ao serviço com assiduidade e ponrualidade;
c) Realizar o trabalho com zelo e diligência;
d) Participar de modo diligente em açóes de formaçáo profissional que lhe sejam
proporcionadas pelo empregador;
e) Cumprir as ordens e instruçóes do empregador respeitantes a execuçáo ou disciplina
do trabalho, bem como a segurança e saúde no trabalho, que náo sejam contrárias
aos seus direitos ou garantias;
f) Guardar lealdade ao empregador, nomeadamente náo negociando por conra
própria ou alheia em concorrência com ele, nem divulgando informaçóes referentes
à sua organrzaçío, métodos de produçáo ou negócios;
g) Velar pela conservaçáo e boa utilizaçáo de bens relacionados com o trabalho que
lhe forem confiados pelo empregador;
h) Promover ou executar os atos tendentes à melhoria da produtividade da empresa;
i) Cooperar para melhoria da segurança e saúde no trabalho, nomeadamenre por
^
intermédio dos representantes dos trabalhadores eleitos para esse fim;
j) Cumprir as prescriçóes sobre segurança e saúde no trabalho que decorram de lei
ou instrumento de regulamentaçáo coletiva de trabalho. Á
- Serri o desrespeito por alguma ou algumas destas garantias e deueres bcísicos, que poderuí
gerãr o incumprimento do contrato (art. 323.o) e as diferentes res?onsabllldades (art. 328."
e sgts.).
132
Ã
DIREITOS, DEVERES E GARANTIAS DAS PARTES
do empregador, nos termos do art. 21." dq Lei n." 93/2021 - Regime geral de proteção
do denunciante de certts infrações.
Artigo 129."
Garantias do trabalhador
76
Esta alínea k) e o seguinte n.o 2 foram introduzidos por força do aft.23 da Lei n." 1312023, de 3 de abril'
que também passou o n.o 2 para n." 3.
133
CÓDI60 DO TRABALHO ANOTADO
SUBSECÇÁO il
FORMAÇÁO PROFISSIONAL
Artigo 130."
Objetivos da formaçáo proftssional
134
F0RMAÇÀ0 PR0Ftsst0NAL
Artigo 131."
Formaçáo contínua
77
Redação conferida pelo art. 2P daLet, n." 9312019, de 4 de setembro.
í35
CODIGO DO ÏRABALI]O ANOTADO
estão disciplinados nos Arts. 13.o a I5." e 34." da LR. O anexo C do IAS conteruí o relatório
anual daformaç,4o contínua (Portaria n.o 55/2010, de 21 de janeiro).
- Aformaç,ão profissional realizadafora de honírio de nabalho que não exceda duas ltoras
náo se compreende na noçáo de trabalho suplernentar (art. 226.o, n.o 3, al. d).
Artigo 132."
Crédito de horas e subsídio para formaçáo contínua
1 As horas de formaçáo previstas no n.o 2 do artigo anterior, que náo sejam asseguradas
-
pelo empregador até.ao termo dos dois anos posteriores ao seuvencimento, transformarn-se
em crédito de horas em igual número para forma@o por iniciativa do trabalhador.
2 - O crédito de horas para formaçáo é referido ao período normal de trabalho, confere
direito a retribuiçáo e conta como tempo de serviço efetivo.
3 - O trabalhador pode utilizar o crédito de horas para a frequência de açóes de formaçáo,
mediante comunicaçáo ao empregador com a antecedência mínima de 10 dias.
136
CLÁUSULAS ACESSÓRNS
61.o e 67.o (integraç,ão); 169.o, 187 e 282: (contratos de trabalho com regime especial);
302 a 304.o, 317." e 375.o (suspens,ão do trabalho).
Arrigo 133."
Conteúdo da formação contínua
determinada por acordo ou, na falta deste, pelo empregador,
I - Aâraüforma@o contínua é
caso em que deve coincidir ou ser afim com a atividade prestada pelo trabalhador.
2 - A árrea da formaçáo a que se refere o artigo anterior é escolhida pelo trabalhador,
devendo ter correspondência com a atividade prestada ou respeitar a tecnologias de in-
formaçáo e comunicação, segurança e saúde no trabalho ou língua estrangeira.
3 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto no n.o 1.
Artigo 134."
Efeito da cessaçáo do contrato de trabalho no direito a formaçáo
Cessando o contrato de trabalho, o trabalhador tem direito a receber a retribuiçáo
correspondente ao número mínimo anual de horas de formaçáo que náo lhe tenha
sido proporcionado, ou ao crédito de horas para formaçáo de que seja titular à data
da cessaçáo
SECçÃO X
CúUSULAS ACESSÓRTAS
suBsEcÇÁo r
coNDrÇÁo E TERMO
Artigo 135."
Condição ou teÍmo suspensivo
Ao contrato de trabalho pode ser aposta, por escrito, condiçáo ou termo suspensivo,
nos termos gerais.
137
ï "1
l
:
- O regime geralsobre a condiç,ão e o termo constam do Código Ciuil, nos arts. 270.0 e sgts.
SUBSECÇÁO II
crÁusur-q.s DE LIMITAÇÁo DA LIBERDADE DE TRABALHo
Artigo L36."
Pacto de náo concorrência
1 -É nula a cláusula de contrato de trabalho ou de instrumento de regulamentação
coletiva de trabalho que, por qualquer forma, possa prejudicar o exercício da liberdade
de trabalho após a cessaçáo do contrato.
2 -Éilícita a limitaçáo da atividade do trabalhador durante o período máximo de dois
anos subsequente à cessaçáo do contrato de trabalho, nas seguintes condiçóes:
a) Constar de acordo escrito, nomeadamente de contrato de trabalho ou de revogaçáo
deste;
b) Tratar-se de atividade cujo exercício possa causar prejuízo ao empregador;
c) Atribuir ao trabalhador, durante o período de limitaçã,o da atividade, uma
compensaçáo que pode ser reduzida equitativamente quando o empregador tiver
realizado despesas avultadas com a sua formaçáo profissional.
3 - Em caso de despedimento declarado ilícito ou de resoluçáo com justa causa pelo
trabalhador com fundamento em ato ilícito do empregador, a compensaçáo a que se
refere a alinea do número anterior é elevada até ao valor da retribuiçáo base à data da
cessaçáo do contrato, sob pena de náo poder ser invocada a limitaçáo da atividade
prevista na cláusula de náo concorrência.
4 - Sao deduzidas do montante da compensaçáo referida no número anterior as
importâncias auferidas pelo trabalhador no exercício de outra atividade profissional,
iniciada após a cessaçáo do contrato de trabalho, até ao valor decorrente da aplicaçáo
da alínea c) do n." 2.
5 -Tratando-se de trabalhador afeto ao exercício de atividade cuja ÍatvÍeza suponha
especial relaçáo de confiança ou que tenha acesso a informaçáo particularmente sensível
no plano da concorrência, a limitaçáo a que se refere o n.o 2 $d. d.tt"t até três anos.
Artigo 137."
Pacto de permanência
1 As partes podem convencionar que o trabalhador se obriga a náo denunciar o
-
contrato de trabalho) por um período náo superior a três anos, como compensaçâo ao
empregador por despesas avultadas feitas com a sua formaçáo profissional.
2 - O trabalhador pode desobrigar-se do cumprimento do acordo previsto no número
anterior mediante pagamento do montante correspondente às despesas nele referidas.
Í38
CLÁUsULAs AcEsSÓRns
4
Artigo 138."
Limitaçáo da liberdade de trabalho
É nulo o acordo entre empregadores, nomeadamente em cláusula de contrato d,e
utilizaçáo de trabalho temporário, que proíba a admissáo de trabalhador que a eles
Preste ou tenhaprestado trabalho, bem como obrigue, em caso de admissáo, ao pagamento
de uma indemnizaçáo.
139
cóDrco Do TRABALHo ANoTADo
SECçÁO XI
MODALIDADES DE CONTRÂIO DE TRABALHO
SUBSECÇÁO I
CONTRÂIO A TERMO RESOLUTIVO
Artigo 139."
Regime do termo resolutivo
O regime do contrato de trabalho a termo resoludvo, consranre da presente subsecçáo,
náo pode ser afastado por instrumento de regulamentaçáo coletiva de trabalho, com
exceçáo do n.o 2 do artigo seguinte e do artigo 145.".78
- O regime legal do contrato a t€rmo Pdssoa a s€r dotado de irnperatiai.dade absoluta, ex-
cetuando-se a enumeração das situações de necessidade temporária da empresa (art. 140.o,
n.o 2) preferência na admissão, que podendo ser alteradas por i.rct, não o ltodenão ser
e de
por contrato de trabalho (rt
artt. 3.o e 476.o).
Artigo l40s7e
Admissibilidade de contrato de trabalho a teÍmo resolutivo
1 - O contrato de trabalho termo resolutivo só pode ser celebrado para satisfaçáo de
a
necessidades temporárias, objetivamente definidas pela entidade empregadora e apenas
pelo período estritamenre necessário à satisfaçáo dessas necessidades.
2 - Considera-se, nomeadameÍÌte, necessidade temporária da empresa:
a) Substituição direta ou indireta de trabalhador ausente ou que, por qualquer motivo,
se encontre temporariamenre impedido de trabalhar;
b) Substituiçáo direta ou indireta de trabalhador em relaçáo ao qual esteja pendente
em juízo açáo de apreciaçáo da licitude de despedimenro;
c) Substituiçáo direta ou indireta de trabalhador em situa$.o de licença sem reuibuiçáo;
d) Substituiçáo de trabalhador a tempo completo que passe a presrar trabalho a rempo
parcial por período determinado; 4
78
Na redaçáo conferida pelo art. 2." daLei n." 9312019, de 4 de serembro.
7e
Na redaçáo conferida pelo art. 2." daLei n." 9312019, de 4 de setembro aos n.o. I e 4, a) e b)
140
CONTRATO A TERMO RESOLUTIVO
- Atrauês da redação da alinea a) do n.o 4, ficou claro que no período inicial de dois anos
após o lançarnento de noua atiuidade de duração incerta ou do início de funcionamento
da empresa ou de um seu estabelecimento todos os trabalhadores poderão ser admitìdos
rnediante contra.to de trabalho a terrno. Mas tal fundamento terri de ser 'bbjetiuamente
definido" no texto contratual e não é aplicáuel a empresas com 250 fuabalbadores ou mais
(antes, era 750).
141
CÓt)IGO DO TRABALHO ANOTADO
Artigo 141."
Forma e conteúdo de contrato de trabalho a termo
I - O contrato de trabalho a termo está sujeito a forma escrita e deve conter:
Identificaçáo, assinaturas e domicílio ou sede das partes;
")
b) Atividade do trabalhador e correspondente retribuiçáo;
-c) Local e período normal de trabalho;
d) Data de início do trabalho;
e) Indicaçáo do termo estipulado, ou da duraçáo previsível do contrato, e do respetivo
motivo justificativo, consoante se trate, respetivamente, de contrato a termo certo
ou incerto;80
f) Datas de celebraçáo do contrato e, sendo a termo certo, da respetiva cessaçáo.
2 - Na falta da referência exigida pela alínea d) do número anterior, considera-se que
o contrato tem início na data da sua celebraçáo.
3 -Panefeitos da alínea e) do n.o 1, a indicaçáo do motivo justificativo do termo deve
ser feita com mençáo expressa dos factos que o integram, devendo estabelecer-se a
relaçáo enüe a justificaçáo invocada e o rermo estipulado.
4 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto na alínea e) do n." 1 ou
no n.o 3.
- Para além destes elementos, ltarece que ai.nda conuirá inserir no texto contratual os demais
elementos reslteitantes ao deuer de inforrnação (art. 106.r.
142
CONTRATO A TERMO RËSOLUTIVO
inuocado e o termo estipulado constituem uma formalidade "ad substantiam" pelo que a
sua insuficiência não pode ser suprida por outros meios de proua.
Artigo 142."81
Casos especiais de contrato de trabalho de muito curta duraçáo
- Antes, a duração mríxima era de 15 dias, tendo sido tambêm alargados os setores de
atiuidade (Lei n." 93/2019).
-As contribuições para a Segurança Social deuem ser pagas de conformidade com o dísposto
no drt. 80.o e sgx. do Código dos Regimes Contributiuos do Sistema Preuidencial da
Segurança Social.
- As normas dos n.o' I e 2 forarn apreciadas pelo T/ibunal Constitucional no seu acórd,1o
n." 318/2021, publicado no DR de 01-07-21,
g
Artigo 143."
Sucessáo de contrato de trabalho a termo
1 -A cessaçáo de contrato de trabalho a termo, por motivo náo imputâve|ao trabalhador,
impede nova admissáo ou afetaçáo de trabalhador através de contrato de trabalho a
termo ou de trabalho temporário cuja execu{,o se concretize no mesmo posto de trabalho,
ou atividade profissional, ou ainda de contrato de prestaçáo de serviços para o mesmo
objeto ou atividade, celebrado com o mesmo empregador ou sociedade que com este se
encontre em relaçáo de domínio ou de grupo, ou mantenha estruturas organizativas
81
Redaçáo dada aos n.o' I e 2 pelo art. 2." óaLei n." 9312019, de 4 de setembro.
82
Este número foi introduzido por força do at.2." da Lei n." 1312023, de 3 de abril
143
CÓDIGO DO TRABALHO ANOTADO
d) (Reuogada)sa i
Artigo 144."
Informações relativas a contrato de trabalho a termo
1 - O empregador deve comunicar a celebraçáo de contrato de trabalho a termo, com
indicaçáo do respetivo motivo justificativo, bem como a cessaçáo do mesmo à comissáo
de trabalhadores e à associaçáo sindical em que o trabalhador esteja filiado, no prazo
de cinco dias úteis.
2 - O empregador deve comunicar, nos termos previstos em portaria do ministro
responsável pela área laboral, ao serviço com competência inspetiva do ministério
responsável pela área laboral os elementos a que se refere o número anterior.
3 - O empregador deve comunicar à entidade com competência naâreada igualdade
de oportunidades entre homens e mulheres, com a antecedência mínima de cinco dias
úteis a contar da data do aviso prévio, o motivo da não renovaçáo de contrato de trabalho
a termo semPre que estiver em causa uma ffabalhadora grávida, puérpera ou lactante
ou um trabalhador no gozo de licença parental, ou um trabalhador cuidador.85
4 - O empregador deve úxar informaçáo relativa à existência de postos de trabalho
permanentes que estejam disponíveis na empresa ou estabelecimento.
5 - Constitui contraordenaSo leve aviola@o do disposto nos n.* I,/. e4e contraordenaSo
ç
grave a violaçáo do disposto no n.o 3.s6
Para a comunicação à CITE (u. anotação ao art. 57.r, o que acabou por ser alargado pela
Lei n.' 13/2023, de 3 de abril, à náo renouaçã.o do contrato de trabalho a termo.
- Informaçao sobre a atiuidade social da empresa atraués do modelo de relattírio único -
Portari.a n.o 55/2010, de 21 de janeiro.
83
Redaçáo conferida pelo art. 2." da Lei n." 7312023, de 3 de abril.
8a
Esta alínea d) foi revogada pelo art. 10." da Lei n.o 9312019, de 4 de setembro.
85
 frase final foi introduzida pelo art. 2." daLei n." 1312023, de 3 de abril.
86
Redaçáo do art. 2." da Lei nP 12012015, de I de setembro.
144
CONTRATO A TERMO RESOLUTIVO
Artigo ,145."
Preferência na admissáo
- O princípio da igualdade tem consagração no art. 13." da CRP e no art. 23.o e sgts. e
tem ampli.tude relatiua. 4
Artigo 147."
Contrato de trabalho sem termo
1- Considera-se sem termo o contrato de trabalho:
a) Em que a estipulaçáo de termo tenha por fim iludir as disposiçóes que regulam
o contfato sem termo;
b) Celebrado fora dos casos previstos nos rì.o' 1, 3 ou 4 do artigo 140.";
.) Em que falte a reduçáo a escrito, a identificaçáo ou a assinatura das partes, ou, si-
multaneamente, âs datas de celebraçáo do contrato e de início do trabalho, bem
como aquele em que se omitam ou sejam insuficientes as referências ao termo e
ao motivo justificativo;
145
CÓDIGO DO TRABALHO ANOTAOO
Artigo I48."
Duraçáo de contrato de trabalho a termosT
1 -Â
duraçáo do contrato de trabalho a termo cerro não pode ser superior a dois anos.
2 - O contrato de trabalho a termo certo só pode ser celebrado por prazo inferior a
seis meses em situaçáo prevista em qualquer das alíneas a) a g) do n." 2 do artigo I40.",
náo podendo a duraçáo ser inferior à prevista p^ra. atarefa ou serviço a rr liì^r.
3 - Em caso de violaçáo do disposto na primeira parte do núrrfero anterior, o contraro
considera-se celebrado pelo pÍazo de seis meses desde que corresponda à satisfaçáo de
necessidades temporárias da empresa.
4 - Na situaçáo prevista na alínea a) do n." 4 do artigo 140.", a duraçáo do conrraro
de trabalho a termo certo náo pode exceder os dois anos posteriores ao início do motivo
justificativo.
5 -A duraçáo do contrato de trabalho a termo incerro náo pode ser superior a quarro anos.
6 - É incluída no cômputo do limite referido no n.o I a duraçáo d..orrtr"tosãe trabalho
a termo ou de trabalho temporário cuja execuçáo se concretiza no mesmo posto de
trabalho, bem como de contrato de prestaçáo de serviço para o mesmo objeto, enrre o
87
A redaçáo dos n.o' l, 4, 5 e 6 foi dada pelo art. 2P daLei n." 9312019, de 4 de setembro.
146
TRABALHO A TEMPO PARCIAL
- Pela reforma de 2019, o lirrtite máximo do contrato A termo, certo e incerto, passou ã
ser, respetiudrnente, de dois e qudilo dnos, mas aPenas é aplicáuel a contratos celebrados a
pa.rtir de I de outubro de 2019 (Lei n,o 93/2019).
-A comunicação para caducidndz dn contrato a terrno, certo e incerto, Preuêle, resPetiuamente,
Artigo 149."
Renovaçáo de contrato de trabalho a termo certo
1 - As partes podem acordar que o contrato de trabalho a termo certo náo fica sujeito
a renovaçáo.
2 - Na ausência de estipulaçío a que se refere o número anterior e de declaraçáo de
qualquer das partes que o faça cessar, o conrato renova-se no final do tetmo, por igual
período se outro náo for acordado pelas partes.
3 - Arenovaçáo do contrato está sujeita à verificaçáo da sua admissibilidade, nos termos
previstos paÍa a sua celebraçáo, bem como a iguais requisitos de forma no caso de se
estipular período diferente.
4 - O contrato de trabalho a termo certo pode ser renovado até três vezes e a duraçáo
total das renovaçóes náo pode exceder a do período inicial daquele.ss
5 - Considera-se como único contrato aquele que seja objeto de renovaçáo.
- A norma (do n.o 4) apenas se aplica ern contratos celebrados a pdrti.r de I de outubro de
2019 (Lei n." 03/2019).
- Dentro do período totãl dÊ dois anos, poderuí ltauer um lteríodg inicial e mais três períodos
SUBSECÇÁO II
TRABALHO A TEMPO PARCIAL
Artigo 150.o
Noçáo de trabalho a tempo parcial
1 Considera-se trabalho a tempo parcial o que corresponda a um período normal de
-
trabalho semanal inferior ao praticado a tempo completo em situaçáo comparável.
88
A mudança do n." 4 para n.o 5 e a nova redaçáo daquele resultaram do art. 2." daLei n." 9312019, de 4
de setembro.
147
CÓDICO DO TRABALHO ANOTADO
- Há trabalhadores que podem ter direito a trabalhar a ternpo parcial, cf. art. 55.o.
- A noção de período normal de trabalho, por dia e por sernana, consta do art. 198.".
- N,ão há diferença de regimes no que tange à responsabilidade por acidentes de trabalho,
como resuba do disposto no art. 71.o, n.o 9, da Lei n.o 98/2009, de 4 de setembro (IAT).
Artigo 151."
Liberdade de celebraçáo de contrato de trabalho a tempo parcial
A liberdade de celebraçáo de contrato de trabalho a tempo parcial náo pode ser excluída
por instrumento de regulamentaçáo coletiva de trabalho.
Artigo 152."
Preferência na admissáo para trabalho a tempo parcial
1 -
Os instrumentos de regulamentaçáo coletiva de trabalho devem estabelecer, para
a admissáo em regime de tempo parcial, preferências em favor de pessoa com respon-
sabilidades familiares, com capacidade de trabalho reduzida, com deficiência ou doença
crónica ou que frequente estabelecimento de ensino.
2 - Constitui contraordenaçáo grave o desrespeito de preferência estabelecida nos
termos do n.o 1.
148
TRABALHO A TEMPO PARCIAL
Artigo 153."
Forma e conteúdo de contrato de trabalho a tempo parcial
1- O contraro de trabalho a tempo parcial está sujeito a forma escrita e deve conter:
a) Identificaçáo, assinaturas e domicílio ou sede das partes;
b) Indicaçáo do período normal de trabalho diário e semanal, com referência
comparativa a trabalho a tempo completo.
2 - Na falta da indicaçáo referida na alínea b) do número anteriot presume-se que o
contrato é celebrado a tempo completo.
3 - Quando náo tenha sido observada a forma escrita, considera-se o contrato celebrado
a tempo completo.
Artigo L54."
Condiçóes de trabalho a tempo parcial
1 -Atrabalhador a rempo parcial é aplicável o regime previsto na lei e em instrumento
de regulamentaçáo coletiva de trabalho que, pela sua natureza, náo implique a prestaçáo
de trabalho a tempo completo.
2 - O trabalhador a tempo parcial náo pode ter tratamento menos favorável do que o
trabalhador a tempo completo em situaçáo comparável, a menos que um tratamento
diferente seja justificado por razóes objetivas, que podem ser definidas por instrumento
de regulamentaçáo coletiva de trabalho.
3 - O trabalhador a tempo parcial tem direitoi 4
149
CÓDIO() t)O ÏRABALHO ANOTADO
Artigo 155."
Alteração da duraçáo do trabalho a tempo parcial
1 O trabalhador a tempo parcial pode passar a trabalhâr a tempo completo, ou o
-
inverso, a título definitivo ou por período determinado, mediante acordo escrito com
o empregador.
2 - O trabalhador pode fazer cessar o acordo referido no número anterior por meio de
comunicaçáo escrita enviada ao empregador até ao sétimo dia seguinte à celebraçáo.
3 - Excetua-se do disposto no número anterior o acordo de modificaçáo do período
de trabalho devidamente datado e cujas assinaturas sejam objeto de reconhecimento
notarial presencial.
4 - Quando a passagem de trabalho a tempo completo para trabalho a tempo parcial,
nos termos do n." 1, se verifique por período determinado, decorrido este, o trabalhador
tem direito a retomar a prestaçáo de trabalho a tempo completo.
5 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto no n.o 4.
Artigo 156."
Deveres do empregador em caso de trabalho a tempo parcial
150
TRABALHO INTERMITENTE
suBsECÇÁo m
TRABALHO INTERMITENTE
Artigo 157."
Admissibilidade de trabalho intermitente
-'4s contribuições para a Segurança Social d.euem ser pagas dr conformidade com o disltosto
no Art. 92.o e sgts. do Crídigo dos Regimes Contributiuos do Sistema Preuidencial da
Segarança Social e nos drts. 45.o e 46." do seu Regulamento.
- "O Regirne Jurídico do Ti,abalho Intermitente e a sua Aplicabilidadz Prdtica", estudo de
Vítor Palmela Fidalgo, PDT 2021-1, pág. 103.
, Artigo 158."
Forma e conteúdo de contrato de trabalho intermitente
O conrraro de trabalho intermitente está sujeito a formapscrita e deve conter:
1 -
Identificaçáo, assinaturas e domicílio ou sede das partes;
")
b) Indicação do número anual de horas de trabalho, ou do número anual de dias de
trabalho a tempo completo.
2 - Quando náo tenha sido observada a forma escrita, ou na falta da indicaçáo referida
na alínea b) do número anterior, considera-se o contrato celebrado sem período de
inatividade
3 - O conrraro considera-se celebrado pelo número anual de horas resultante do disposto
no n.o 2 do artigo seguinte, caso o número anual de horas de trabalho ou o número
anual de dias de trabalho a tempo completo seja inferior a esse limite.
- Em rtgor deuerá ainda ser reslteitado o deuer de informação estabelecido no art. 106.0
e sgts.
151
CÓDIGO DO TRABALHO ANOTADO
Artigo 159."8e
Período de prestação de trabalho
1 partes estabelecem a duraçáo da prestaçáo de trabalho, de modo consecutivo ou
-As
interpolado, bem como o início e termo de cada período de trabalho, ou a antecedência
com que o empregador deve informar o trabalhador do início daquele.
'2
-A prestaS.o de trabalho referida no número anterior náo pode ser inferior a cinco meses
a tempo completo, por ano, dos quais pelo menos três meses devem ser consecutivos.
3 - A antecedência a que se refere o n.o 1 náo pode ser inferior a 30 dias na situaçáo
do n.o 1 do artigo seguinte e a20 dias nos restantes casos.
4 - Em caso de incumprimento do empregador do disposto nos números anteriores, o
trabalhador náo é obrigado a prestar trabalho nem pode ser prejudicado por esse motivo.
5 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto no n.o 3.
-Atraués das aherações i.ntroduzidas nos n.o' 2 e 3 pela Lei n.o 93/2019, foram restringidos
os seus requisi.tos relatiuamente ao período rnínimo e ao período consecutiuo do trabalho a
Artigo 160.oeo
Direitos do trabalhador
I- Durante o período de inatividade, o trabalhador pode exercer outra atividade,
devendo informar o empregador desse facto.
2 - Durante o período de inatividade, o trabalhador tem direito a compensaçáo
retributiva, apa pelo empregador com periodicidade igual à da retribuiçáo, em valor
^r
estabelecido em instrumento de regulamentaçáo coletiva de trabalho ou, na sua falta,
de 20 o/o da retribuiçáo base.
3 - trabalhador exercer outra atividade durante o período de inatividade, o montânte
Se o
da correspondente retribuiçáo é deduzido à compensaçáo retributiva calculada de acordo
com o número anterior.
4 - Os subsídios de ferias e de Natal sáo calculados com base na média dos valores de
retribuiçáo e compensaçôes retributivas auferidas nos últimos 12 meses, ou no período
de duração do contrato se esta for inferior.
5 - Durante o período de inatividade, mantêm-se os direitos, deveres e garantias das
partes que náo pressuponham a efetiva prestaçáo de trabalho.
6 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto nos n.o' 2 ou 4.
seAredaçãodosn.o'2e3resultadoart.2."daLein.og3l20|g,de4desetembro,eadosn.o'4e5deriva
do art. 2.o da Lei n.o 1312023, de 3 de abril.
e0
O texto dos n.o' 1,2,3 e 6 provém do art. 2.o daLei n." 9312019, de 4 de setembro.
152
coMrssÃ0 DE sERVrç0
- A ideia de renibuiç,ão base consta do art. 262.o, n.o 2, a) e os regimes dos subsídios de
Natal ferias dos dois artigos segaintes.
e de
- Pela aheração de 2019, o trabalhador passou d ter que informar quando exerce outra
atiuidade, lirnitando+e ã sua retribuição.
SUBSECÇÁO ry
COMISSÁO DE SERVIÇO
Artigo 161."
Objeto da comissáo de serviço
pode ser exercido, em comissáo de serviço, cargo de administraçáo ou equivalente, de
direçáo ou chefia diretamente dependente da administraçáo ou de diretor-geral ou
equivalente, funçóes de secretariado pessoal de titular de qualquer desses cargos, ou
unda, desde que instrumento de regulamentaçáo coletiva de trabalho o preveja, funçóes
cuja naturezatambémsuponha especial relaçáo de confiança em relaçío a titular daqueles
cargos e funçóes de chefia.el
Artigo 162."
Regime de contrato de trabalho em comissáo de serviço
1 - Pode exercer cargo ou funçóes em comissáo de serviço um trabalhador da empresa
ou outro admitido para o efeito.
2 - No caso de admissáo de trabalhador para exercer cargo ou funçóes em comissáo
de serviço, pode ser acordada a sua permanência após o termp da comissáo.
3 - O contrato para exercício de cargo ou funçóes em comissáo de serviço está sujeito
a forma escrita e deve conter:
a) Identificaçáo, assinaturas e domicílio ou sede das partes;
b) Indicaçáo do cargo ou funçóes a desempenhar, com mençáo expressa do regime
de comissáo de serviço;
c) No caso de trabalhador da empresa, a atividade que exerce, bem como, sendo
diversa, a que vai exercer após cessar a comissáo;
erRedaçáo
do art. 2." daLeín." 2312012, de25 dejunho. Nos termos do art.4." desta mesma Lei n.o
2312012 (novas funçóes de cheÍìa em comissáo de serviço), o disposto ne parte final deste art. 161." na
redaçáo conferida por esta Lei, aplica-se ao exercício de novas funçóes de chefia, com início após a sua entrada
em vigor (l18/2012).
153
CÓDIGO DO TRABALHO ANOTADO
- Como resuba do n.o 1, a comissão de seruiço pode ser constituída com a celebração do
contrãto de trabalho ou na sua uigência.
- O período experimental no contrato em contissão de seruiço é regulado no art. I12.o, n.o
3.
Artigo 163."
Cessação de comissáo de serviço
1 - Qualquer das partes pode pôr termo à comissáo de serviço, mediante aviso prévio
por escrito, com a antecedência mínima de 30 ou 60 dias, consoante aquela tenha
durado, respetivamente, até dois anos ou período superior.
2 - Afalta de aviso prévio náo obsta à cessação da comissáo de serviço, constituindo a
parte faltosa na obrigaçáo de indemnizar a contraparte nos termos do artigo 401.".
Artigo 164."
Efeitos da cessaÇão da comissáo de serviço
1- Cessando a comissáo de serviço, o trabalhador tem direito:
a) Caso se mantenha ao serviço da empresa, a exercer a ativídade desempenhada
antes da comissáo de serviço, ou a correspondente à categoria a que tenha sido
promovido ou, ainda, a atividade prevista no acordo a que se refere a alínea c) ou
d) do n." 3 do artigo 162.";
b) A resolver o contrato de trabalho nos 30 dias seguintes à decisáo do empregador
que ponha termo à comissáo de serviço, com direito a indemnizaçáo calculada
nos termos do artigo 366.".e2
.) Tendo sido admitido para trabalhar em comissáo de serviço e esta cesse por iniciativa
do empregador que não corresponda a despedimento por facto imputável ao tra-
balhador, a indemnizaçío calculada nos termos do artigo 366.".
e2
A redação deste número e do seguinte foi conferida pelo art. 2." da Lei n: 2312012, de 25 dejunho.
154
TELETRABALHO
SUBSECçÁO V
TELETRABALHO93
Artigo 165."
Noçáo de teletrabalho e âmbito do regime
- As normas que regem o teletrabalho são dotadas de imperatiuidade mínima [art. 3.o,
n.o i, k)J.
Artigo 166."
Acordo para prestaçáo de teletrabalhd
1 - Pode exercer a atividade em regime de teletrabalho um trabalhador da empresa ou
outro admitido para o efeito.
2 - Aimplementaçáo do regime de teletrabalho depende sempre de acordo escrito, que
pode constar do contrato de trabalho inicial ou ser autónomo em relaçáo a este.
3 - O acordo de teletrabalho define o regime de permanência ou de alternância de
períodos de trabalho à distância e de trabalho presencial.
4 - O acordo deve conter e definir, nomeadamente:
a) A identificaçáo, assinaturas e domicílio ou sede das partes;
e3
Com aditamentos estabelecidos na Lei
as numerosas alteraçóes e n3 8312021, de 6 de dezembro (arts
165." a 17t." e 166."-A a t70."-Ae 199..-A).
155
CÓDIGO DO TRABALHO ANOTADO
- O telenabalho pode ser prestado em regirne de isenç,ão d.e hordrio de trabalho, cfr. art.
218.o, n.o 1, c).
Artigo L66."'N4
Direito ao regime de teletrabalho i
I -Verificadas condiçóes previstas no n.o 1 do artigo 195.", o trabalhador tem direito
as
a passar a exercer a atividade em regime de teletrabalho, quando este seja compatível
com a atividade desempenhada.
2 - Nêm das situações referidas no número anterior, o trabalhador com filho com
idade até 3 anos ou, independentemente da idade, com deficiência, doença crónica ou
doença oncológica que com ele viva em comunháo de mesa e habitaçáo, tem direito a
exercer a atividade em regime de teletrabalho, quando este seja compatível com a
atividade desempenhada e o empregador disponha de recursos e meios para o efeito.e5
ea
Este artigo 166."-A foi introduzido pelo art. 3.o da Lei n." 831202I, de 6 de dezembro.
e5
O texto deste n." 2 resulta da alteraçáo introduzida pelo art. 2." da Lei n." 1312023, de 3 de abril.
156
TELETRABALHO
j - O direito previsto no número anterior pode ser estendido até aos 8 anos de idade
nas seguintes situaçóes:
a) úo, ."ror em que ambos os progenitores reúnem condiçóes para o exercício da
atividade em regime de teletrabalho, desde que este seja exercido por ambos em
períodos sucessivos de igual duraçáo num prazo de referência máxima de72 meses;
b) Famílias monoparentais ou situaçóes em que apenas um dos progenitores, com-
provadamenre, reúne condiçóes para o exercício da atividade em regime de tele-
trabalho.
4 - O empregado r nâo pode opor-se ao pedido do trabalhador efetuado nos termos
dos números anteriores.
5 -Tem ainda direito a exercer a atividade em regime de teletrabalho, pelo período
máximo de quatro anos seguidos ou interpolados, o trabalhador a quem tenha sido re-
conhecido o estatuto de cuidador informal náo principal, mediante comprovaçáo do
mesmo, nos rermos da legislaçáo aplicável, quando este seja compatível com a atividade
desempenhada e o emPregador disponha de recursos e meios para o efeito.
6 - O empregador pode opor-se ao direito previsto no número anterior quando náo
estejam reunidas as condiçóes aí previstas ou com fundamento em exigências imperiosas
do funcionamento da empresa, sendo nestes casos aplicável o procedimento previsto
Íros rì.o' 3 a70 do artigo 57.o, com as necessárias adaptaçóes.
7 - O direito previsto rÌo n.o 3 nío se aplica ao trabalhador de microempresa.
Artigo L67."
Duraçáo e cessaçáo do acordo de teletrabalho
1 - O acordo de teletrabalho pode ser celebrado com duraçáo determinada ou
indeterminada.
2 - Sendo o acordo de teletrabalho celebrado com duraçáo determinada, este náo pode
exceder seis meses, renovando-se automaticamente por iguais períodos, se nenhuma
das partes declarar por escrito, atê 15 dias antes do seu término, que náo pretende a
renovaçáo.
3 Sendo o acordo de duração indeterminada, qualquer das pgtes pode fazêJo cessar
-
mediante comunicaçáo escrita, que produzirá efeitos no 60.o dia posterior àquela.
4 - Qualquer das partes pode denunciar o acordo durante os primeiros 30 dias da sua
execuçáo.
5 no âmbito de um contrato de trabalho de duraçáo
- Cessando o acordo de teletrabalho
indeterminada, ou cujo termo náo tenha sido atingido, o trabalhador retoma a atividade
em regime presencial, sem prejuízo da sua categoria, antiguidade e quaisquer outros
direitos reconhecidos aos trabalhadores em regime presencial com funçóes e duraçáo
do trabalho idênticas.
6 - Constitui conrraordenaçáo grave a violaçáo do disposto no número anterior.
157
cóotoo oo ïRABALHo ANoTADo Ë*,#aqtjt: *-* ?qL-'*/P"ã3
## g nl*=*'?
.)' a,
Artigo 168."e6
características e
2 -São te compensadas pelo empregador todas as despesas adicionais que,
co o trabalhador suporte como direta consequência da aquisiçáo ou
uso dos equi tos e sistemas informáticos ou telemáticos necessários à realizaçáo
do trabalho, s termos do número anterior, incluindo os acréscimos de custos de
energia e da instalada no local de trabalho em condiçóes de velocidade compatível
com as de comunicaçâo de serviço, assim como os custos de manutençáo
dos equipamentos e sistemas
3-Ocon individual de trabalho e o contrato coletivo de trabalho devem fixar na
do acordo para prestaçáo de teletrabalho o valor da compensação devida ao
pelas despesas adicionais.
4- efeitos do presente artigo e na ausência de acordo entre as partes sobre um
valor nos termos do número anterior, consideram-se despesas adicionais as corres-
tes à aquisiçáo de bens e ou serviços de que o trabalhador náo dispunha antes
da braçáo do acordo a que se refere o artigo 166.", assim como as determinadas
comparaçáo com as despesas homólogas do trabalhador no último mês de trabalho
regime presencial.
- O pagamento da compensaçáo prevista no n.o 2 é devido imediatamente após a
das despesas pelo trabalhador.
-Acom rÌos ÍÌ.o'2 e3 é. fiscais, custo Para
7 -
Sendo os equipamentos e sistemas utilizados no teletrapalho fornecidos pelo
empregador, as condiçóes para o seu uso para além das necessidades do serviço sáo as
estabelecidas pelo regulamento interno a que se refere o n.o 9 do artigo 166.".
8 - No caso de inexistência do regulamento interno ou de este omitir as condiçóes men-
cionadas no número anterio! estas sáo definidas pelo acordo previsto no artigo 166.".
9 - Constitui contraordenaçáo grave a aplicação de qualquer sançáo ao trabalhador
pelo uso dos equipamentos e sistemas para além das necessidades de serviço, quando
esse uso náo esteja expressamente condicionado nos termos dos números anteriores.
e6
A redaçáo dos n.o' 3 a 6 foi introduzida pelo art. 2." da Lei n: 1312023, de 3 de abril.
158
TELETRABALHO
Artigo 169l
Igualdade de direitos e deveres
Artigo 169."-N7 4
e7
Este art. 169."-A foi introduzido pelo art.3.o da Lei n." 831202I, de 6 de dezembro.
159
CÓDIGO I)O TRABALHO ANOTADO
Artigo l(!.o-$rs
Deveres especiais
1- Sem prejuízo dos deveres gerais consagrados neste Código, o regime de teletrabalho
implica, para o empregador, os seguinres deveres especiais:
Informar o trabalhador, quando necessário, acerca das características e do modo
") de utilizaçao de todos os dispositivos, programas e sistemas adotados para acompanhar
à distância a sua atividade;
b) Abster-se de contactar o trabalhador no período de descanso nos rermos a que se
refere o artigo 199."-A;
c) Diligenciar no senddo da reduçáo do isolamento do trabalhadoç promovendo,
comperiodicidade estabelecida no acordo de teletrabalho, ou, em câso de omissáo,
a
com intervalos náo superiores a dois meses, contacros presenciais dele com as
chefias e demais trabalhadores;
d) Garantir ou custear as ações de manutençao e de corre$.o de avarias do equipamento
e dos sistemas utilizados no teletrabalho, nos termos do n.o 2 do artigo 168.", in-
dependentemenre da sua propriedade;
e) Consultar o trabalhador, por escrito, antes de introduzir mudanças nos equipamenros
e sistemas utilizados na prestaçáo de trabalho, nas fun{óes atribuídas ou em
qualquer caracrerísrica da atividade contratada;
0 Facultar ao trabalhador aformafo de que este careçapara o uso adequado e produtivo
dos equipamentos e sistemas que seráo utilizados por este no teletrabalho.
2 - Sem preiuízo dos deveres gerais consagrados nesre Código, o teletrabalho implica,
para o trabalhador, os seguinres deveres especiais:
a) Informar atempadamente a empresa de quaisquer avarias ou defeitos de funcionamento
dos equipamenros e sisremas utilizados na presração de trabalho;
b) Cumprir as instruçóes do empregador no respeitante à segurança da informaçáo
utilizada ou produzida no desenvolvimento da atividade conrratada;
e8
ldem.
160
TELETRABALHO
Artigo 170."
Privacidade de trabalhador em regime de teletrabalho
- As regras brísicas sobre o domicílio encontram-se nos arts. B2.o e sgts. do Código Ciuil.
Artigo 170."'Ne
Segurança e saúde no trabalho â
ee
Este art. 170."-Afoi introduzido pelo art. 3." da Lei n: 831202I, de 6 de dezembro
161
CÓDIGO DO TRABALHO ANOÏADO
Artigo 171."
Fiscalizaçáo
1 -
Cabe ao serviço com competência inspetiva do ministério responsável pela área do
nabalho fiscalizar o cumprimento das normas reguladoras do regime de telemabalho,
incluindo a legislação relativa à segurança e saúde no trabalho, e contribuir para a
prevençáo dos riscos proftssionais inerentes a essa forma de prestaçáo de trabalho.
2 -As açóes de fiscalizaçáo que impliquem visitas de autoridades inspetivas ao domicílio
do trabalhador requerem a anuência do trabalhador e a comunicaçáo da sua realizaçáo
com a antecedência mínima de 48 horas.
SUBSECÇÁO VI
TRABALHO TEMPONÁruO
{
DTVISÁO I
DISPOSTçÓES CEnruS RELATTVAS A TRABALHO TEMPORÁRIO
Artigo I72."
Conceitos específtcos do regime de trabalho temporário
Considera-se:
Contrato de trabalho temporário o contrato de trabalho a termo celebrado entre
") uma empresa de trabalho temporário e um rabalhador, pelo qual este se obriga,
mediante retribuiçáo daquela, a prestar a sua atividade a utilizadores, manrendo-se
vinculado à empresa de trabalho temporário;
162
TRABALHO TEMPORÁRIO
Artigo 173."
Cedência ilícita de trabalhador
i- É nulo o conrraro de utilizaçáo, o contrato de trabalho temporário ou o contrâto
de trabalho por tempo indeterminado para cedência temp orâria celebrado por
empresa de trabalho temporário náo titular de licença para o exercício da respetiva
atividade.
2 -É, nulo o contrato celebrado entre empresas de trabalho temporário pelo qual uma
cede à ourra um trabalhador para que este seja posteriormente cedido a terceiro.
163
CÓDIGO DO TRABALHO ANOTADO
- Pela alteração do n.o 5 in*oduzida pela Lei n.o 93/2019, a ernpresa utilizadora passa
A ser a empregadora quando a cedência não tenha sido deuidamente formalizada.
Artigo 174."
Casos especiais de responsabilidade da empresa de trabalho temporário ou do
utilizador
1 - A celebraçâo
de contrato de utilizaçáo de trabalho temporário por empresa
de trabalho temporário náo licenciada responsabiliza solidariamenre esra e o
I
r00
Redação dada pelo art.2P da Lei n." 1312023, de 3 de abril.
10t
Redaçáo dada pelo aft.2.o da Lei n." 9312019, de 4 de setembro.
102
Redaçáo conferida pelo art. 2." daLei nP 2812016, de 23 de agosro.
164
TRABALHO TEMPORÁRIO
DIVISÁO II
CONTRAïO DE UTTLLZAçÃO DE TRABALHO TEMPOnÁruO
Artigo 175."
Admissibilidade de contato de utilizaçáo de trabalho temporário
1 O conrrato de utilizaçío de trabalho temporário só pode ser celebrado nas situaçóes
-
referidas nas alíneas a) a g) do n." 2 do artigo I40." e ainda nos seguintes casos:
ò Vacatura de posto de trabalho quando decorra processo de recrutamento Para o
seu preenchimento;
b) Necessidade intermitente de máo-de-obra, determinada por flutuaçáo da atividade
durante dias ou paÍtes de dia, desde que a utllizaçío náo ultrapasse semanalmente
metade do período normal de trabalho maioritariamente praticado no utilizador;
.) Necessidade intermitente de prestaçáo de apoio familiar direto, de natureza social,
durante dias ou partes de dia;
d) Realizaçáo de projeto temporário, designadamente instalaçáo ou reestruturaçáo
de empresa ou estabelecimento, montagem ou rePafaçáo industrial.
2 - Para efeito do disposto no número anterior, no que se refere à alínea f) do n." 2
do artigo 140.", considera-se acréscimo excecional de atividade da empresa o que te nha
duraçáo até 72 meses.
3 - A duraçáo do conrrato de utilizaçâo nã.o pode exceder o período estritamente
necessário à satisfaçáo da necessidade do utilizador a que se refere o n.o 1.
4 - Náo é permitida avúlizaçáo de trabalhador temporário egr posto de trabalho par-
ticularmente perigoso p^Íaasua segurança ou saúde, salvo se for essa a sua qualifrcaçáo
profissional.
5 - Náo é permitido celebrar contrato de utilizaçáo de trabalho temporário para satisfaçáo
de necessidades que foram asseguradas por trabalhador cujo contrato tenha cessado
nos 12 meses anteriores por despedimento coletivo ou despedimento por extinçáo de
posto de trabalho.
6 - Constitui contraordenaçáo muito grave imputável ao utilizador a violaçáo do
disposto no n." 4.
165
CÓDIGO DO TRABALHO ANOTAI}O
Artigo 176."
Justiftcaçáo de contrato de utilização de trabalho temporário
1 -Cabe ao utilizador a prova dos factos que justificam a celebraçáo de contrato de
utilizaçáo de trabalho temporário.
2 -É, nulo o contrato de utilizaçáo celebrado fora das situaçóes a que se refere o n.o 1
'do artigo anterior.
3 - No caso previsto no número anterior, considera-se que o trabalho é prestado peio
trabalhador ao utilizador em regime de contrato de trabalho sem termo, sendo aplicável
o disposto no n.o 6 do artigo 173.".
Artigo I77."
Forma e conteúdo de contrato de utilizaçáo de trabalho temporário
I - O contrato de utilizaçáo de trabalho temporário está sujeito a forma escrita, é
celebrado em dois exemplares e deve conrer:
Identificaçáo, domicílio ou sede das partes, os respetivos números de
") contribuintes eassinaturas,
do regime geral da segurança social, bem como, quanto à empresa
de trabalho temporário, o número e a data do alvará da respetiva licença;
b) Motivo justificativo do recurso ao trabalho temporário por parte do utilizador;
c) Caracterizaçáo do posto de trabalho a preenchet dos respetivos riscos profrssionais
e, sendo caso d"isso, dos riscos elevados ou relativos a posto de trabalho particularmente
perigoso, a qualificaçáo profissional requerida, bem como a modalidade adotada
pelo utilizador para os serviços de segurança e saúde no trabalho e o respetivo
contacto;
d) Local e período normal de trabalho;
e) Retribuiçáo de trabalhad.or do utilizador que exerça ,rr1.-", funçóes;
",
fl Pagamento devido pelo utilizador à empresa de trabalho temporário;
g) Início e duraçáo, certa ou incerta, do contrato;
h) Data da celebraçáo do contraro.
2 -Para efeitos da alínea b) do número anterior, a indicaçáo do motivo justificativo
deve ser feita pela mençáo expressa dos factos que o integram, devendo estabelecer-se
a relaçáo entre a justificação invocada e o termo estipulado.
3 - O contrato de utilizaçáo de trabalho temporário deve rer em anexo cópia da apólice
de seguro de acidentes de trabalho que englobe o trabalhador temporário e a atividade
a exercer Por este, sem o que o utilizador é solidariamente responsável pela reparaçáo
dos danos emergentes de acidente de trabalho.
166
ÏRABALHO TEMPORÁRIO
I - (Reuogado)'tot
se náo for celebrado por escrito ou náo contiver qualquer uma
5 - O contraro é nulo
das mençóes referidas nas alíneas do n." f .iOa
é prestado pelo
6 - No caso previsto no número anterior, considera-se que o mabalho
trabalhador ao utilizador em regime de contrato de trabalho sem termo, sendo aplicável
- o disposto no n.o 6 do artigo I73.".
7 - Constïrui contraordenaçáo leve imputável à empresâ de trabalho
temporário e ao
ttlizador a violação do disposto nas alíneas a), c) ou f) do n.o 1.
- O entpregador ê obrigado a tansferir a sua responsabilidade pela reparaç,4o dos danos
caasados pelos acidentes de trabalho para. urna seguradora autorizada, de cortformidade
corn o disposto no art. 79.o da Lei n.o 98/2009, de 4 de setembro &AD.
Artigo 178."
Duraçáo de contrato de utilizaçáo de trabalho temporário
I - O conrrato de utilizaçáo de trabalho temporário é celebrado a termo resolutivo,
certo ou incerto.
2 - Aduraçáo do contrato de utilizaçáo de trabalho temporário, incluindo renovaçóes,
náo pode exceder a duraçáo da causa justificativa nem o limite de dois anos, ou de seis
ou 12 meses em caso de, respetivamente, vacatura de posto de trabalho quando já
decorra processo de recrutamento para o seu preenchimento ou acréscimo excecional
da atividade da empresa.
3 - Considera-se como um único contrato o que seja objeto de renovaçáo.
4 - No caso de o trabalhador temporário continuar ao serviçod.o utilizador decorridos
10 dias após a cessaçáo do contrato de utilizaçáo sem a celebraçáo de contrato que o
fundamente, considera-se que o trabalho passa a ser prestado ao utilizador com base
em contrato de trabalho sem teÍmo.
r03
Revogado pelo art. 9." da Lei n." 6912013, de 30 de agosto, que estabelecia: <<O contrato de utilizaçáo
de trabalho temporário deve ter ainda em anexo documento comprovativo de vinculaçáo a fundo de
compensaçáo do trabalho ou a mecanismo equivalente, sem o que o udlizador é solidariamente responsável
pelo pagamento do monrante da compensaçáo que caberia àquele fundo ou mecanismo equivalente por
cessaçáo do respetivo conüato.)
10a
Redaçáo resultante do disposto no art. 2." daLei n." 2812016, de23 de agosto' e da Lei n'" 9312019, de
4 de setembro.
167
CÓDICO DO TRABALHO ANOTADO
Artigo l/).oros
Proibiçáo de contratos sucessivos
1 - No caso de se ter completado a duraçáo máxima de contrato de utilizaçáo de trabalho
temporário, é proibida a sucessâo no mesmo posto de trabalho ou atividade profissional
de trabalhador temporário ou de trabalhador contratado a termo, ou ainda de contrato
de prestaçáo de serviços para o mesmo objeto ou atividade, celebrado com o mesmo
empregador ou sociedade que com este se encontre em relaçáo de domínio ou de grupo,
ou mantenha estruturas organizativas comuns, antes de decorrer um período de tempo
igual a um terço da duraçáo do referido contrato, incluindo renovaçóes.
2 - O disposto no número anterior nâo é aplicável nos seguintes casos:
Nova ausência do trabalhador substituído, quando o contrato de utilizaçáo tenha
") sido celebrado para sua substituiçáo;
b) Acréscimo excecional de necessidade de máo-de-obra em atividade sazonal.
3 - Considerâ-se sem termo o contrato celebrado entre o trabalhador e o udlizador em
violaçáo do disposto no rÌ.o 1, contando puaaantiguidade do trabalhador todo o tempo
de trabalho prestado para o utilizador em cumprimento dos sucessivos contratos.
4 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto no n.o 1.
DIVISÁO III
CONTRATO DE TRABALHO TEMPORÁRIO
Artigo 180."
Admissibilidade de contrato de trabalho temporário
1 - O contrato de trabalhotemporário só pode ser celebrado a termo resolutivo, certo
ou incerto, nas situações previstas para a celebraçáo de contrato de utilizaçáo.
2 -Ê nulo o termo estipulado em violaçáo do disposto no número anterior, conside-
rando-se o trabalho efetuado em execuçáo do contrato como prestado à empresa de
trabalho temporário em regime de contrato de trabalho sem termo, e sendo aplicável
o disposto no n.o 6 do artigo I73.".
3 - Caso a nulidade prevista no número anterior concorra com dnulidade do contrato
de utilização de trabalho temporário, prevista no n.o 2 do artigo 176." ou no n." 5 do
artigo I77.",considera-se que o trabalho é prestado ao utilizador em regime de contrato
de trabalho sem termo, sendo aplicável o disposto no n.o 6 do artigo 173.".106
r05
A redaçáo dos n.o' I e 3 resulta do art. 2.o da Lei n." 1312023, de 3 de abril.
106
Redaçáo resultante do art. 1." da Lei nP 5312011, de i4 de outubro.
168
TRABALHO TEMPORÁRIO
Artigo 181."
Forma e conteúdo de contrato de trabalho temporário
adaptaçóes.107
c) Atividade contratada;
d) Local e período normal de trabalho;
e) Retribuiçáo;
f) Data de início do trabalho;
g) Termo do contrato;
h) Data da celebraçáo.
2 - Na falta de documento escrito ou em caso de omissáo ou insuficiência da indicaçáo
do motivo justificativo da celebraçáo do contrato, considera-se que o trabalho é prestado
à empresa de trabalho temporário em regime do contrato de trabalho sem termo, sendo
aplicável o disposto no n.o 6 do artigo 173.".
3 - O conrrato que náo contenha a mençáo do seu termo considera-se celebrado pelo
prazo de um mês, náo sendo permitida a sua renovaçáo.
4 -lJm exemplar do contrato fica com o trabalhador.
5 - Constirui contraordenaçáo grave, imputável à empresa de trabalho temporário, a
violaçáo do disposto nas alíneas a), a f) do n.o 1 ou no n.o 4.108
-A obrigatori.edadz daforma documental esmi.ta para este tipo de contrato rePresentd uma
outra exceção à regra geral da liberdade estabelecida no art. I 10.o.
- Pela alteração da alinea b) d.o n.o 1, é reforçado o modo âe conuetizaç,ão d.o motiuo
justifcatiuo Pdra celebraç,4o do contrato de nabalho temltorá.rio.
Artigo l$J'otoe
Duraçáo de contrato de trabalho tempoÍário
i - A duraçáo do contrato de trabalho temporário náo pode exceder a do contrato de
utilizaçáo.
107
Redação conferida pelo art. 23 daLei n." 9312019, de 4 de setembro.
r08
Na redação conferida pelo art. 2." da Lei n3 9312019, de 4 de setembro
roe
O texto dos n.o" 2,8 e9 foi introduzido pelo art. 2." daLeinJ 1312023, de 3 de abril
169
CODIGO D() TRABALHO ANOTAI}O
- Segundo o estatuído no n.o 4 do art. 1 1.o da Lei n.o 93/2019, A noua redaç,ão 'hão se
aplica ... no que respeita ... à renouação dos contratos de trabalho temponírio celebrados..."
atê 30 de setembro de 2019.
- Ainda pela aberaçáo intoduzida pela Lei n.o 93/20 I 9, pdssou hauer um
ç limite mcíximo
de renouações (seis), excetuando a substituiçáo do trabalhador ausente.
- Para oPerar a caducidade, deuem obseruar-se os prazos de denúncia estabelecidos para
os contrntos A termo, c€rto e incerto, preuistos, respetiuarnente, nos arts. 344.o e 345.o,
sendo deuidas as comPensações conespondente*
- O limite pdra quatro renouações aplica4e aos contratos celebrados após a uigênci.a da
Lei n." 13/2023, de 3 de abril, ou seja, a partir de I de maio de 2023, cfr. seu art. 35.o,
n.o 6.
rr0 A redaçáo dos n.o' 2 (anterior), 3 e 6 resulta do art. 2." da Lei n: 9312019, de 4 de setembro.
170
TRABALHO IEMPORÁRIO
DIVISÁO IV
CONTRATO DE TRABAIHO POR TEMPO INDETERMINADO PARA
CEDÊNCIA TEMPORÁRIA
Artigo 183."
' Forma e conteúdo de contrato de trabalho por tempo indeterminado para cedência
temporária
Artigo I84."
Período sem cedência temporária 4
rrr Redaçáo
conferida pelo art. 2." daLei n.o 1312023, de 3 de abril.
171
CÓDIG{) OO TRABALHO ANOTADO
DIVISÁOV
REGIME DE PRESTAÇÁO DE TRABALHO DE TRABALHADOR
TEMPORÁRIO
Artigo 185."
Condiçóes de trabalho de trabalhador temporário
1 - O trabalhador temporário pode ser cedido a mais de um utilizador, ainda que não
seja titular de contrato de trabalho poÍ tempo indeterminado para cedência temporária,
se o contrário náo for estabelecido no respetivo contrato.
2 - Durante a cedência, o trabalhador está sujeito ao regime aplicável ao utilizador no
que respeita ao modo, lugar, duraçáo do trabalho e suspensáo do contrato de trabalho,
segurança e saúde no uabalho e acesso a equipamentos sociais.
3 - O utilizador deve elaborar o horário de trabalho do trabalhador e marcar o período
das férias que sejam gozadas ao seu serviço.
4 - Durante a execuçáo do contrato, o exercício do poder disciplinar cabe à empresa
de trabalho temporário.
5 - O trabalhador tem direito à retribuiçáo mínima de instrumento de regulamentaçáo
coletiva de trabalho aplicável à empresa de trabalho temporário ou ao utilizador que
corresponda às suas funçóes, ou à praticada por este para trabalho igual ou de valor
igual, consoante a que for mais favorável.
6 - O trabalhador tem direito a férias, subsídios de férias e de Natal, bem como a outras
prestaçóes regulares e periódicas, em dinheiro ou em espécie, a que os trabalhadores
do utilizador tenham direito por trabalho igual ou de valor igual.112
7 - Aretribuiçáo do período de ferias e os subsídios de férias e de Natal de trabalhador
contratado por tempo indeterminado para cedência temporária sáo calculados com
base na média das retribuiçóes auferidas nos últimos 12 medes, ou no período de
execuçáo do contrato se este for inferioç excluindo as compensaçóes referidas no artigo
184." e os períodos correspondentes.
S - O trabalhador temporário cedido a utilizador no estrangeiro por período inferior
a oito meses tem direito ao pagamento de um abono mensal a título de ajudas de custo
até ao limite de 25 o/o do valor da retribuiçáo base.
9 - O disposto no número anterior não se aplica a trabalhador titular de contrato
de trabalho por tempo indeterminado para cedência temporária, ao qual sáo aplicáveis
as regras de abono de ajudas de custo por deslocaçáo em serviço previstas na lei
geral.
r12
Os textos deste n." 6, bem como do n.o 12, resultam do art. 2." daLei nP 1312023, de 3 de abril.
172
TRABALHO TEMPORÁRIO
Artigo 186."
Segurança e saúde no trabalho temporário
113
Na redaçáo conferida pelo art. 2." da Lei nP 9312019, de 4 de setembro.
173
CÚOIOO DO TRABALHO ANOTADO
Artigo 187."
Formaçáo proft ssional de trabalhador temporário
1 - A empresa de trabalho temporário deve assegurar a formaçáo profissional de
trabalhador temporário contratado a termo sempre que a duraçáo do contrato, incluindo
renovaçóes, ou a soma de contratos de trabalho temporário sucessivos num ano civil
seja superior a três meses.
2 - A formaçáo profissional prevista no número anterior deve ter a duraçáo mínima
de oito horas, ou duração mais elevada de acordo com o n." 2 do artigo 131.o.
3 -A empresa de trabalho temporário deve afetar à formaSo profissional dos trabalhadores
temporários, pelo meÍÌos, I o/o do seu volume anual de negócios nesta atividade.
4 - A empresa de trabalho temporário náo pode exigir ao trabalhador temporário
qualquer quantia, seja a que título for, nomeadamente por serviços de orientaçáo ou
formaçáo profissional.
5 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto nesre arrigo.
6 - Em caso de violaçáo do n.o 4, pode ser aplicada a sançáo acessória de suspensáo
temporária do exercício da atividade até dois anos, a qual é averbada no registo nacional
das empresas de trabalho temporário.
114
O texto deste n." 9 deve-se ao art.2P da Lei n.o 1312023, de 3 de abril.
174
TRABATHO TEMPORÁRIO
Artigo 188."
Substituiç ío de trabalhador temporário
Artigo 189."
Enquadramento de trabalhador temporário
1 O trabalhador temporário é considerado, no que diz respeito à empresa de trabalho
-
temporário e ao udlizador, para efeitos de aplicaçáo do regime reiativo a estruturas de
representaçáo coletiva dos trabalhadores, consoante estejam em causa matérias referentes
à empresa de trabalho temporário ou ao utilizador, nomeadamente a constituiçáo das
mesmas estrutufas.
2 - O trabalhador temporário não é incluído no número de trabalhadores do utilizador
para determinaçáo das obrigaçóes em funçáo do número de trabalhadores, exceto no
que respeitaà.organizaçáo de serviços de segurança e saúde no trabalho e à classificaçáo
de acordo com o tipo de empresa.
3 - O utilizador deve incluir a informaçáo relativa a trabalhador temporário no
balanço social e no relatório anual da atividade dos serviços de segurança e saúde no
trabalho.
4 - Aempresa de trabalho temporário deve incluir a informaçáo relativa a trabalhador
temporário no mapa do quadro de pessoal e nos relatórios anuais da forma$"o profissional
e da atividade dos serviços de segurança e saúde no trabalho.
*
5 - Constitui contraordenaçáo leve a violaçáo do disposto noi nf' 3 ou 4115.
- O regi.me relatiuo às estruturas de representação coletiua dos trabalhadores integra o art.
404: e sgts.
Artigo 190."
Prestações gaÍantidas pela cauçáo pÍÌra exercício da atividade de trabalho
tempor:írio
1 - A cauçáo constituída pela empresa de trabalho temporário para o exercício da
atividade garante, nos termos de legislaçáo específica, o pagamento de:
1r5
O texro deste n.o 5 resulta do art. 2P daLei n." 7312023, de 3 de abril.
175
CÓDIGO DO TRABALHO AN()TADO
- Nos termos do artigo 3.o da Lei n.o 69/2013, de 30 de agosto, na preuisáo do n.o 2, in-
cluem-se os contratos celebrados após 1 de outubro de 2013, data de entrada em uigor da
referida lei.
- O regi.me geral daprestaç,ão da caução contém-se nos arts. 623.o a 626.o do Código Ci.uil.
Artigo 191."
Execuçáo da cauçáo
1 - O trabalhador deve reclamar os respetivos créditos no prazo de 30 dias a contar do
termo do contrato de trabalho, bem como comunicar tal facto ao serviço público de
emprego, para efeitos de pagamento através da cauçáo.
2 - A falta de pagamento pontual de crédito do trabalhador que se prolongue por
período superior a 15 dias deve ser declarada, a pedido deste, pelo empregador, no
pr.azo de cinco dias ou, em caso de recusa, pelo serviço com competência inspetiva do
ministério responsável pela área laboral, no prazo de 10 dias.
3 - Adeclaraçáo referida no número anterior deve especificar a natlJÍeza, o montante
e o período a que o crédito respeita.
4 - O trabalhador ou o credor dos demais encargos previstos no artigo anterior pode
solicitar ao serviço público de emprego o pagamento do respetivo crédito através da
cauçáo, nos 30 dias seguintes à data do seu vencimento, apr.d.trtando a declaraçáo
referida no n.o 2.
5 - No caso de ser apresentada a declaraçáo emitida pelo serviço com competência
inspetiva do ministério responsável pela área laboral, o serviço público de emprego
nodfica a empresa de trabalho temporário de que o trabalhador requereu o pagamento
de crédito por conta da cauçáo e de que este é efetuado se a mesma náo provar o
pagamento no prazo de oito dias.
6 - No caso de a cauçáo ser insuftciente face aos créditos cujo pagamento é solicitado,
este é feito de acordo com os seguintes critérios de precedência:
r16
Redação do art. 1." da Lei n." 5312071, de 14 de outubro, com entrada emvigor a 1 de novembro de 2011.
t17
Redaçáo do art. 1." da Lei n." 6912013, de 30 de agosto.
176
TRABALHO TEMPORÁRIO
Artigo 192."
Sanções acessórias no âmbito de trabalho temporário
1 - Juntamente com a coima, pode ser punida com a sançáo acessória de interdiçáo do
exercício da atividade até dois anos a empresa de trabalho temporário que admita trabalhador
em violaçáo das normas sobre a idade mínima ou a escolaridade obrigatória.
2 - A empresa de trabalho temporário pode ainda ser punida com ã sançáo acessória
de interdiçáo do exercício da atividade até dois anos em caso de reincidêncianaprâtica
das seguintes infraçóes:
Náo constituiçáo de seguro de acidentes de trabalho de trabalhador temporário;
")
b) Arraso por período superior a 30 dias no pagamento da retribuiçáo devida a tra-
balhadores temporários;
c) Náo cumprimento da obrigaçáo de contribuiçâo para o o FGCT, previsto em
legislaçáo específica. 120
3 -A empresa de trabalho temporário, juntamente com a coima aplicível à conuaordenacao
por celebraçáo de contrato de utilizaçáo de trabalho temporágio náo sendo titular de
licença, é aindapunível com ordem de encerramento do estabelecimento onde a atividade
é exercida, até à regularizaçâo da situação.
4 Asançáo acessória referida nos números anteriores é averbada no registo nacional
-
das empresas de trabalho temporário, previsto em legislaçáo específica.
1r8
Aditamento do art. 1." da Lei n." 6912013, de 30 de agosto.
lre
Este n.o 8 resuhou do art. 2." daLei n." 1312023, de 3 de abril.
r20
Redaçáo atual do art.2P da Lei n.o 1312023, de 3 de abril e, antes, do art. 1.o da Lei n." 6912013, de
30 de agosto.
'177
CÓDIGO DO TRABALHO ANOTADO
CAPÍTULO il
PRESTAÇÁO DO TRABAIHO
SECÇÁO I
LOCAL DE TRABALHO
Artigo I93."
Noçáo de local de trabalho
I - O trabalhador deve, em princípio, exercer a atividade no local contratualmenre
definido, sem prejuízo do disposto no arrigo seguinte.
2 - O trabalhador encontra-se adstrito a deslocaçóes inerenres às suas funçóes ou in-
dispensáveis à sua formaçáo profissional.
- Segundo o Professor Monteiro Fernandes, "a deterrni.naç,ão do local d.e trabalho resubarrí
sempre de acordo - muito embora tal acordo se obtenlta em regra por ades,ão, euentualrnente
tácita do trabalhador... tanto pode dar+e a arnplitude de uma prouincia (ou de um país),
corno A de um certo comPartimento em determinado ediflcio". Direito do Tiabalho, 19."
ed., Almedina, Coimbra, 2019, pág. 612.
Artigo 194."
Thansferência de local de trabalho
1 O empregador pode transferir o trabalhador para ourro local de trabalho, temporária
-
ou definitivamente, nas seguintes situaçóes:
a) Em caso de mudança ou extinçáo, total ou parcial, do estabelecimento onde aquele
presta serviço;
b) Quando outro motivo do interesse da empresa o exija e a transferência náo implique
prejuízo sério para o trabalhador.
2 - As partes podem alargar ou restringir o disposto no número anrerior, mediante
acordo que caduca ao fim de dois anos se náo tiver sido aplicado.
3 - A transferência temporâria nâo pode exceder seis meses? salvo por exigências
imperiosas do funcionamenro da empresa. t
4 - O empregador deve custear as despesas do trabalhador decorrentes do acréscimo
dos custos de deslocaçáo e da mudança de residência ou, em caso de transferência
temporária, de alojamento.
5 - No caso de transferência definitiva, o trabalhador pode resolver o contrato se river
prejuízo sério, tendo direito à compensaçáo prevista no artigo 366.".
6 - O disposto nos números anteriores pode ser afastado por instrumento de regulamenta@o
coletiva de trabalho. 121
7 - Constitui contraordenaçáo grave â violaçáo do disposto nos n.o' I ou4, no caso de
transferência definitiva, e constitui contraordenaS.o leve a violaçáo do disposto no n.o 3.
r2r Redaçáo
do arr. 2." daLei n.o 2312012, de 25 dejunho.
178
LOCAL DE TRABALH()
em fanç,ão dos quihímetros ltercorridos e mais pelo fuabalhador que foi. transferido do seu
local de trabalho.
Artigo 195."
Thansferência a pedido do trabalhador
1 O trabalhador vítima de violência doméstica tem direito a ser transferido, temp orâia
-
ou definitivamenre, a seu pedido, para outro estabelecimento da emPresa, verifìcadas
as seguintes condiçóes:
Apresentaçáo de queixa-crime;
")
b) Saída da casa de morada de família no momento em que se efetive a transferência.
2- Em situaçáo prevista no número anterior, o empregador apenas pode adiar a
transferência com fundamento em exigências imperiosas ligadas ao funcionamento da
empresa ou serviço, ou até que exista posto de trabalho compatível disponível.
3 - No caso previsto do número anterior, o trabalhador tem direito a suspender o
contrato de imediato âté que ocorra a transferência.
4 - É, garandda a confidencialidade da situaçáo que motiva as alteraçóes contratuais
do número anterior, se solicitado peio interessado.
5 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto no n.o 2.
No DR n.o 2/ 18, de 24 de janeiro, preuêem-se as estruturas Pard apoio às uítimas uiolência
-
doméstica.
Artigo 196."
Procedimento em caso de transferência do tocal/e trabalho
1 - O empregador deve comunicar a transferência ao trabalhadoÍ, PoÍ escrito, com
oito ou 30 dias de antecedência, consoante esta seja temporária ou definitiva.
2 Acomunica@o deve ser fundamentada e indicar a dura$.o previsível da transferência,
-
mencionando, sendo caso disso, o acordo a que se refere o n.o 2 do artigo 194.".
3 - Constitui contraordenaçáo grave, no caso de transferência definitiva, e constitui
conrraordenaçáo leve, no caso de transferência temporária, a violaçáo do disposto no
presente artigo.r22
rz2
Esre novo n.o 3 foi introduzido pelo art.2.o da Lei n." 1312023, de 3 de abril.
179
CÓDIGO DO TRABALHO ANOTADO
na generalidade dos casos, pois que a prestaç,ão do trabalho deuerá ser realizada em
instalações/locais que não são da empregadoia mas dos seus clientes e resubarrt de uma
higica de rnercado concorrencial que gera naturalmente mudanças entre aquelas. II) Sendo
aplicáuel ao sector da uigilância o CCT celebrado entre "a AES - Associação de Empresas
de Segurança" e a "FETESE - Federação dos Sindicatos dos Tíabalhadores de Seruiços e
Oírïros", com texto consolidado publicado no Boleti.m do Trabalho e Emprego n.o 8/2011
- sector de prestação de seruiços de uigilância (segurança priuada) -, A sr,ta cldusula 15.n
I a 5, do CT nolyna que não tenl natureza im?eratiua.
afasta o disposto no artigo 194.o, n.o'
III) Resuba das suas cLiusulas 14." e 15.n, que a estipulação do local de trabalho não
impede a rotatiuidade dt postos de trabalho característica da atiuidade da segurança priuada
e que essarotatiuidade só deuerá ser entendida como mudança de local de trabalho, desde
que determine acréscimo significatiuo de tempo ou de despesas de deslocaçáo para o
trabalhador. M) Têndo as partes acordado que o trabalhador iniciaria o seu desempenho
defunções no cliente da empregadora, C. M. A. - Biblioteca, e preuenido a possibilidade
da sua aheraç,ío, de acordo coTn as conueniências de seruiço, a aberaç,ão do corcespetiuo
local de trabalho para Lisboa, dhtando mais 6 Km da sua residência, náo consubstancia
uma transferência de local de trabalho. V) Não ocorrendo uma modif.cação unilateral,
por parte da empregadora, do local do posto de trabalho do trabalhador, rnas sim uma sua
aheração conforme o acordado e ao abrigo darotatiuidadepreuistano n.o l, da cláusula
15.a, nã.o há lugar à aplicação do disposto no artigo 196.o, do CT. VI) Tèndo atuado a
empregadora ualidamente, incorreu o trabalhador emfaltas injustif.cadas, desde o dia em
que se deuia ter apresentado no noao posto de trabalho até à data do dapedimento, por
nunct ter comparecidn no rnesrno, uiolando, assim, o seu dzuer dz assiduidadz epontualidadz,
que sobre ele recaía, nos terrnos do artigo 128.o, n.o 1, alínea b), do C\ dessaforma
assumindo um cornportamento que torna inexigíuel a manutenção da relaç,ão de trabalho
entre as Partes e i.ntegra, por tal motiuo, justa causa de despedimento, nos termos do disposto
no artigo 351.o, n.o 2, alínea g), do 7r'tesrno Código.
SECÇÁO II
DURAçÁO E ORGANTZAÇAO DO TEMPO DE
TRABALHO
SUBSECÇÁO I
NoÇÓES E pRrNcÍpros cERArs soBRE DURAÇÁo E oRGANTzAÇ^o
DO TEMPO DE TRABALHO
Artigo 197."
Tempo de trabalho
1 -Considera-se tempo de trabalho qualquer período durante o qual o trabalhador
exerce a atividade ou permanece adstrito à. realizaçâo da prestaçáo, bem como as
interrupçóes e os intervalos previstos no número seguinte.
2 - Consideram-se compreendidos no tempo de trabalho:
Í80
ÏEMPO DE TRABALI|O
181
CÓOIGO DO TRABALH(} ANOTADO
Artigo 198."
Período normal de trabalho
O tempo de trabalho que o trabalhador se obriga a prestar, medido em número de
horas por dia e por semana, denomina-se período normal de trabalho.
Artigo 199."
Período de descanso
Entende-se por período de descaÍÌso o que não seja tempo de trabalho.
Artigo l)),o-frizz
Dever de abstençáo de contacto $
r23 Este art. 199."-A foi introduzido por força do art. 3.o da Lei n." 831202I, de 6 de dezembro.
182
TEMPO DE TRABALHO
Artigo ?00."
Horário de trabalho
1 - Entende-se por horário de trabalho a determi naçÍn das horas de início e termo do período
normal de trabalho diário e do intervalo de descanso, bem como do descanso semanal.
2 - O horário de trabalho delimita o período normal de trabalho diário e semanal.
3 - O início e o rermo do período normal de trabalho diário podem ocorrer em dias
consecutivos.
Artigo 20I."
Período de funcionamento
1 Entende-se por período de funcionamento o período de tempo diário durante o
-
qual o estabelecimento pode exercer a sua atividade.
Z-O período de funcionamento de estabelecimento devenda ao público denomina-se
período de abertura.
3 - O período de funcionamento de estabelecimento industrial denomina-se período
de laboração.
4 - O regime dos períodos de funcionamento consta de legislaçáo específica.
Artigo 202."
Registo de tempos de trabalho
1 - O empregador deve manter o registo dos tempos de trabalho, incluindo dos
trabalhadores que estáo isentos de horário de trabalho, em local acessível e Por forma
que permita a sua consulta imediata.
183
1
1
- Relatiuarnente ao transPorte rodoui.ário, u. Lei n.o 27/2010, de 30 d.e agosto, que estabelece
o regirne sancionatório aplicáuel à uiolaç,ão das nornnas respeitantes aos tempos de conduçáo,
SUBSECçÁO il
LIMITES DA DURAçÁO DO TRJq.BALHO
Artigo fu}
Limkç,ç.*síáxi.mss,,fu .pçrrçds"ggss0d_"Cç,sahdhg"
184
CÓOIGO DO TRABALH() ANOTADO
Artigo 205."
Adaptabilidade individual
1 - O empregador e o trabalhador podem, por acordo, definir o período normal de
trabalho em termos médios.
2 - O acordo pode prever o aumento do período normal de trabalho diário até duas
horas e que o trabalho semanal possa atingir cinquenta horas, só náo se contando nestas
o trabalho suplementar prestado por motivo de força maior.
3 - Em semana cuja duração do trabalho seja inferior a quarenta horas, a reduçáo pode
ser até duas horas diárias ou, sendo acordada, em dias ou meios dias, sem prejuízo do
direito a subsídio de refeição.
4 - O acordo pode ser celebrado mediante proposta, por escrito, do empregador, pre-
sumindo-se a aceitaçáo por parte de trabalhador que a ela náo se oponha, por escrito,
nos 14 dias seguintes ao conhecimento da mesma, aí incluídos os períodos a que se
refere o n.o 2 do artigo 2I7.".
5 - O regime jurídico previsto nos números anteriores mantém-se até ao termo do
período de referência em execuçáo à data da entrada em vigor de instrumento de re-
gulamentaçáo coletiva de trabalho que incida sobre a matéria.
6 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto nesre artigo.
Artigo )Q$:na
Adaptabilidade grupal
1 - O instrumento de regulamentaçáo coletiva de trabalho que institua o regime de
adaptabilidade previsto no artigo 204." pode prever que: 4
r24
Com a redaçáo conferida pelo artigo 2." daLei n." t20120I5, de I de serembro, e da Lei n." 1312023,
de 3 de abril.
I
LIMIÏES DA DURAçÃO DO ÏRABALHO
- O direito aos limites à duraç,ão dos períodos normais de trabalho diário e semanal,
consignad.os nesta subsecçáo, é dotado de imperatiuidade mínima,
podendo aPenas ser
se dlEõe no drt. 3'o, n'o
ahemdos por i.rct e em sentido mais fauoráuel ao ffabalhador cfr'
3, i).
dos horários de ffabalho
- Á, ,rgr^ sobre alguns rnodos de organização ou flexibilidade
,onrro* dos artigos segui.ntes (atê ao art. 209'o), preuendo'se ainda exceções aos limites
média do trabalho
rnriximos do prríod' ìor*nl d.e trabalho, no art. 210.o, e da duraç,ã.o
semanal no art. 211.".
atraués das f'guras da
- A flexibilizaçáo dos borririos de trabalho pode ser concretizada
adajtabilidad.e(arts. 204." a 207.o), do banco de horas (arts' 208.o a 208''-8), do horário
coricentrad.o (art. 209.") e do nabalho flexíuel
(arts. 56.o e 57.o).
funções públicas era de oito
,,O
- período normal de *abalho dos trabalhadores em do art. 2.o, n.o 1, da Lei n'o
horoipo, dia e quarenta horas por sernAn7", nos terrnos
da Lei n'o
68/2013, de Zí de dgosto, que se manteae no drt. 105.o da LTFP' Atraués
l8/2016, de 20 de jinho, pdssou, ert regrA, Para sete horas por dia e 35 horas por
se-
m4nd.
do tempo de uoo, do tempo
- Rektiuamente ao Pessoal móuel da auiação ciuil, os limites no DL n'" 25/2022' de 15
d.e seruiço , o, ,rquiìitos de repouso enconnanl-se
estabelecidos
de março.
a sernana d.e quafuo dlas de fuabalho por selnana está regulada
-AExperiência-Piloto pãra
na Portaria n.o j0l/2022, de 20 de dezernbro' lr\ eco-tr're ï'
r-4
ì [*' *fu L- t{ I
z
LIMITES DA DURAÇÃO DO TRABALHO
Z - proposta a que se refere o n." 4 do artigo anterior seja aceite por, pelo menos,
C2gjo a
Artigo 2O7."
Período de referência
187
CÓOIGO DO TRABALHO ANOÏADO
for ou não ltreuisto em conuençã.o coletiua de trabalho, respetiaarnente, até 12 meses ou até
4 meses, extensíueis até 6 meses em c€rtas atiuidades contempladas no n.o 2.
125
O texto desre n.o 4 resulta do art. 2.o da Lei n: 1312023, de 3 de abril.
188
LTMTTES DA DURAÇÃo D0 TRABALHo
- Thl período de referência, quando em aigor, só pod.e ser aherado ern cdsos excecionais,
como preuisto no n.o 3.
Artigo 208P126
Banco de horas por regulamentaçáo coletiva
instituído um
- por insrrumento de regulamentaçâo coletiva dedotrabalho, pode ser
1
,.gi-. de banco de horas, em que a organizaçáo tempo de trabalho obedeça ao
disposto nos números seguintes'
i ) O período normal de trabalho pode ser aumentado até quatro horas diárias e pode
horas por ano.
atingir sessenta horas semanais, tendo o acréscimo por limite duzentas
t -"O limite anual referido no número anterior pode ser afastado por instrumento de
tenha por objectivo
regulamen taçáo coletiva de trabalho caso a vúlizaçãLo do regime
,,íir^, a reduçáo do número de trabalhadores, só podendo esse limite ser aplicado
durante um Período até 12 meses.
regular:
4 - O instfumento de regulamentação coletiva de trabalho deve
A compensaçáo do irabalho prestado em acréscimo, que pode ser feita mediante,
") pelo menos, uma das seguintes modalidades:
i) Reduçáo equivalente do tempo de trabalho;
i0 Aumento do Período de ftrias;
iii) Pagamento em dinheiro;
b) A "rrt...-dência com que o empregador deve comunicar ao trabalhador a necessidade
de prestaçáo de trabalho;
.) O período em que a reduçáo do tempo de trabalho para comPensar trabalho
pr.rt"do em acrèscimo deve ter lugar, por iniciativa do trabalhador ou' na sua
i"lt", do empregador bem como a antecedência com que qualquer deles deve
informar o outro da utilizaçáo dessa reduçáo.
em violaçáo do
5 - Constirui contraordenaçáo gr,ave a prática de horário de trabalho
disposto neste artigo.
regula-se o banco de
-A d.efinição do "banco de horas" estri inserida no n.o 2. Neste,artigo
horas estabelecid.o por regulamentação coletiua e, no artigo sëgui.nte, preuê-se o banco de
horas ltor acordo entre o empregad.or e o trabalhador'
126
A epígrafe e alínea a) do n.o 4 rê,m aredaçáo dada pelo aft. 2P da Lei n." 2312012' de 25 de junho
189
CÓDIGO OO TRABALI|O AN(}TADO
- O trabalhador de rnenor idade pode ser diqtensado de prestar nabalho erru horuírio
organizado de acordo com o regi.me de banco de horas (art. 74.").
Artigo )Q$.o-[rzz
Banco de horas indiüdual (Reuogado)
Artigo lQ$.o-$tze
Banco de horas grupal
1 - O instrumento de regulamentaçâo coletiva de trabalho que institua o regime
de
banco de horas previsto no artigo 208." pode prever que o empregador o possa aplicar
ao conjunto dos trabalhadores de uma equipa, secçáo ou unidade económica quando
se verifiquem as condiçóes referidas no n.o 1 do artigo 206.".
2 - O regime de banco de horas pode ainda ser instituído e aplicado ao conjunto dos
trabalhadores de uma equipa, secçáo ou unidade económica, desde que aprovado em
referendo pelos trabalhadores a abranger, nos termos dos números seguintes.
3 - No caso previsto no número anterior, o período normal de trabalho pode ser
aumentado até duas horas diárias e pode atingir 50 horas semanais, tendo o acréscimo
o limite de 150 horas por ano.
- #
190
*
5-Paraefeitosdon'o2'oemptegadorpubl'isilaoprojetoderegimedebancode
aos re-
íor* nos locais de afixaçáo dos mapas de horário de trabalho e comunica-o
do ministério
..esentantes dos trabalhadores e ao serviço com competência inspetiva
à data
i.rfr"ra".l pela área laboral, com a antecedência mínimade20 dias em relaçáo
do referendo'
de horas seja aprovado em referendo poa pelo
ã - C"ro o projeto de regime de banco
a) do n.o 4, o
L.rror, 65ô/o áo, trabalhadores abrangidos, de acordo com a alínea
.*pr.g"aor pode aplicar o referido regime ao conjunto desses trabalhadores'
/ )nl*r"dã "lt.r"çâo nacomposiçáo da equipa, seçáo ou unidade económica,
o
trabalhadores que PeÍmanecem
disposto no número anterior aplica-se enquanto os
fb;* pelo meno s 650/o do número total dos trabalhadores abrangidos pela proPosta
de referendo.
S - A rcaJ\zaçáo do referendo é regulada
em legislaçáo específica.
9 - Caso o número de trabalh"dor.,
abrangidos pelo projeto de regime de banco de
hor". seja inferior a 10, o referendo é tealizado sob a supervisáo do serviço
com
laboral'
competência inspetiva do ministério responsável pela área
se, decorrido metade do período
f O _n aplicaçáo do regime do banco d. hot"r cessa
ao empregador novo
d,e apliciçãto, um ,.rço dos trabalhadores abrangidos solicitar
referendo e o mesmo náo for aprovado nos termos do n.o 6,
ou náo for realizado no
pÍazo de 60 dias.
ì f - Xo caso referido no número anterior, a aplicaçáo do regime do banco de horas
cessa 60 dias após a rcalizaçã,o do referendo, devendo
a compensaçáo do trabalho
prestado em acréscimo efetuar-se neste prazo'
12 - C"ro o projeto de regime de banco de horas náo seja aprovado
em referendo' o
empregador só pode realizar novo referendo um ano após o anterior.
13 Excetua-se a aplicaçáo do regime de banco de horas instituído
nos termos dos
-
números anteriores nas seguintes situaçóes:
a) Thabalhador abrangião pot convençáo coletiva que disponha de modo contrário
a esse regime o,r, ,.úi arrrente ao regime referido no n.o 1, a trabalhador
representado
prestar a assistência.
14 - Constitui contraordenaçáo grave aprít\cade horário de trabalho em violaçáo do
disposto neste artigo.
Similarmente ao que ac\ntece na adaptabilidade grupal (art. 206'o),
preuê-se neste
- equipa, secção
artigo a extensão do-regime do banco de horas a trabalhadores da tnesrna
19',1
CÓDIOO DO TRABALHO ANOTADO
Artigo 209."
Horá.rio concentrado
1- O período normal de trabalho diário pode ter aumenro até quarro horas diárias:
a) Por acordo entre empregador e trabalhador ou por instrumento de regulamentaçáo
coletiva, para concentrar o período normal de trabalho semanal no máximo de
quatro dias de trabalho;
b) Por instrumento de regulamentaçáo coletivapara estabelecer um horário de trabalho
que contenha, no máximo, três dias de trabalho consecutiyos, seguidos no mínimo
de dois dias de descanso, devendo a duraçáo do período normal de trabalho
semanal ser respeitado, em média, num período de referência de 45 dias.
2 - Aos trabalhadores abrangidos por regime de horário de trabalho concentrado não
pode ser simultaneamente aplicável o regime de adaptabilidade.
3 - O instrumento de regulamentaçáo coletiva de trabalho que institua o horário con-
centrado regula a retribuiçáo e ourras condiçóes da sua aplicaçáo.
4 - Constitui contraordenaçáo grave a violação do disposto no n.o 2.12e
r2e
Este n." 4 foï aditado pelo art. 2." da Lei nP 1312023, de 3 de abril.
192
LtM|TES DA DURAçÀO 00 ïRABALH0
Artigo 2I0."
Exceções aos limites máximos do período normal de trabalho
119/2015, de 31 de agosto).
Artigo 211."
Limite máximo da duraçáo média do trabalho semanal
1 - Sem prejuízo do disposto nos arrigos 203." a210P,
a duraçáo média do trabalho
,.-"rrd,ìráuindo t.abJho suplementar, náo pode ser superior a quârenta e oito horas,
num período de referência estabelecido em instrumento de regulamentaçáo coletiva
de tratalho que náo ultrapasse 12 meses ou, na falta deste, num período
de referência
de quatro meses, ou de seis meses nos casos previstos no n'o 2 do artigo
207 '"'
193
CÓDICO DO TRABALHO ANOTADO
SUBSECÇÁO III
HORÁRIO DE TRABALHO
Artigo 212."
Elaboraçáo de horário de trabalho
1 - Compete ao empregador determinar o horário de trabalho do trabalhador, dentro
dos limites da lei, designadamente do regime de período de funcionamento aplicável.
2 - Na elaboraçáo do horário de trabalho, o empregador deve:
a) Ter em consideraçáo prioritariamente as exigências de proteçáo da segurança e
saúde do trabalhador;
b) Facilitar ao trabalhador a conciliaçáo da atividade profissional com a vida familiar;
c) Facilitar ao trabalhador a frequência de curso escolar, bem como de formaçáo
técnica ou profissional.
3 - Acomissáo de trabalhadores ou, rÌa sua falta, as comissões intersindicais, as comissóes
sindicais ou os delegados sindicais devem ser consultados previamente sobre a definiçáo
e a organizaçáo dos horários de trabalho.
4 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto nos n.o'2 ou 3.
- Hauerd que destrinçar o regirne legal (e conuenci.onal) que deue presidir à elaboraç,4o do
horrírio de trabalho, do documento em que tal hordrio seruí exarado, que ëo mapa d.o horário
de traballto, ltreuisto no art. 215.".
- Relatiuamente ao período defuncionamentq u. ãrt. 201." e as suls anotações.
Artigo 213."
Intervalo de descanso
1 - O período de trabalho diário deve ser interrompido por urrÍ intervalo de descanso,
de duraçáo náoinferior a uma hora nem superior a duas, de modo a que o trabalhador
náo preste mais de cinco horas de trabalho consecutivo, ou seis horas de trabalho
consecutivo caso aquele período seja superior a 10 horas.130
2 - Por instrumento de regulamentaçáo coletiva de trabalho, pode ser permitida a
prestação de trabalho até seis horas consecutivas e o intervalo de descanso pode ser
reduzido, excluído ou teÍ duraçáo superior à prevista no número anterior, bem como
pode ser determinada a existência de outros intervalos de descanso.
3 - Compete ao serviço com competência inspetiva do ministério respons árvel pela ârea
laboral, mediante requerimento do empregador, instruído com declaraçáo escrita de
r30
Redaçáo do art. 2." da Lei n." 2312012, de 25 de junho
194
HORÁRIO DE TRABALHO
-A i.ntenapção dn trabalho diário dos maquinistas, como trabalhadnres móueis dns caminhos
de ferro afetos a seruiços de interoperacionalidade, ê regulada pelo art. 5.o da Lei n.o
24/2010, de 30 de agosto, que transltõe a Diretiua 2005/47/CE, do Consellto, de 18 de
julho.
- A utilizaçáo de tacógrafos nos trdns?ortes rodouiários encontra-se normatiuizada no
Regulamento (UE) n." 165/2014 do Parlarnento Europeu e do Conselho, de 4 defeuereiro
de 2014.
Artigo 214."
Descanso diário
1 - O trabalhador rem direito a um período de descanso de, pelo menos, onze horas
seguidas entre dois períodos diários de trabalho consecutivos.
2-- O disposto no número anterior náo é aplicável: 4
13r
Aditado pelo art. 2." daLei n." 2312012, de 25 dejunho.
t32
Alterado pelo art. 2." daLei n." 2312012, de 25 de junho
195
CÓDICO DO TRABALHO ANOTADO
Artigo 215."
Mapa de horário de trabalho
1 O empregador elabora o mapa de horário de trabalho tendo em conta as disposições
-
legais e o instrumento de regulamentaçáo coletiva de trabalho aplicável, do qual devem
constar:
Firma ou denominaçáo do empregador;
")
b) Atividade exercida;
c) Sede e local de trabalho dos trabalhadores a que o horário respeita;
d) Início e termo do período de funcionamento e, se houver, dia de encerramento
ou suspensão de funcionamento da empresa ou estabelecimento;
e) horas de início e termo dos períodos normais de trabalho, com indicaçáo de
intervalos de descanso;
f) Dia de descanso semanal obrigatório e descanso semana| complementar, se esre
existir;
g) Instrumento de regulamentaçáo coletiva de trabalho aplicável, se houver;
h) Regime resultante de acordo que institua horário de trabalho em regime de adap-
tabilidade, se houver.
2 - Quando as indicaçóes referidas no número anterior náo sejam comuns a todos os
trabalhadores, o mapa de horário de trabalho deve conter a identificaçáo dos trabalhadores
cujo regime seja diferente do estabelecido para os restantes, sem prejuízo do disposto
no n.o 4.
3 - Sempre que o horário de trabalho inclua turnos, o mapa deve ainda indicar o
número de turnos e aqueles em que haja menores, bem como a escala de rotaçáo, se
existir.
196
HORÁRIO DE TRABALHO
4- Acomposiçáo dos turnos, d.e harmonia com a respetiva escala, se existir, é registada
em livro próprio ou em suporte informátic o e faz parte
integrante do maPa de horário
de trabalho.
J -- Constitui contraordenação gfave a
violaçáo do disposto neste artigo.
Nos termos do n.o 3 do art. 185.o, é o utilizadnr do trabalho temporário que deue ekborar
-
o resPetiuo horário de trabalho.
Artigo )l(3t3t
Affxaçáo do mapa de horário de trabalho
Artigo 217." #
Alteraçáo de horário de trabalho
I -À alteraçáo de horário de trabalho é aplicável o disposto sobre a sua elaboraçáo,
com as especificidades constantes dos números seguintes.
2 - Aalteiaçao de horário de trabalho deve ser precedida de consulta aos trabalhadores
envolvidos e àcomissáo de trabalhadores ou, nasuafalta, àcomissáo sindical ou intersindical
ou aos delegados sindicais, bem como, ainda que vigore o regime de adaptabilidade, ser
133
Redaçáo do art. 2." daLei n." 2312012, de25 dejunho.
r3a
Revogado pelo n.o 2 do art. 9." da Lei n." 2312012, de25 dejunho.
135
Redaçáo do art. 2." daLei n." 2312012, de 25 dejunho.
t36
Retificada pela Declaraçáo de Retificaçáo n." 412022, de 28 de janeiro
197
cóDIGo Do TRABALHo ANoTAoo
afixada na emPresa com antecedência de sete dias relativamente ao início da sua aplicação,
ou três dias em caso de microempresa.
3 - Excetua-se do disposto no número anterior a altera$"o de horário de trabalho cuja
dura6o
náo seja superior a uma semana, desde que seja registada em livro próprio, com a menSo
de que foi consultada a estrutura de representa$o coletiva dos trabalhadores referida no
número anterior, e o empregador náo recorra a este regime mais de três vezes por ano.
4 - Nao pode ser unilateralmente alterado o horário individualmente acordado.
5 - Aalteraçáo que implique acréscimo de despesas para o trabalhador confere direito
a compensaçáo económica.
6 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto nesre arrigo.
SUBSECÇÁO ry
ISENÇÁO DE HORÁRIO DE TRABALHO
Artigo 218."
Condiçóes de isençáo de horrírio de trabalho
1 -
Por acordo escrito, pode ser isento de horário de trabalho o trabalhador que se
encontre numa das seguintes situaçóes:
Exercício
") ftscalizaçãodeoucargo de administraçáo ou direçáo, ou de funçóes de confiança,
apoio a titular desses cargos;
b) Execuçáo de trabalhos preparatórios ou complementares que, pela sua natureza,
só possam ser efetuados fora dos limites do horário de trabalho;
c) Gletrabalho e outros casos de exercício regular de atiüdade Qra do estabelecimento,
sem controlo imediato por superior hierárquico.
2=O instrumento de regulamentaçáo coletiva de trabalho pode prever outras situaçóes
de admissibilidade de isençáo de horário de trabalho.
3 - (Revogado).tzz
4 - (Revogado).
r37
Este n.o 3 e o seguinte foram revogados pelo n." 2 do art. 9.o da Lei n.o 2312012, de 25 de junho
198
TRABALHO POR TURNOS
Artigo 219."
Modatidades e efeitos de isenção de horário de trabalho
de isençáo de horário
1 - As parres podem acordar numa das seguintes modalidades
de trabalho:
a) Náo sujeiçáo aos limites máximos do período normal de trabalho;
Ú possibilidade de determinado aumento do período normal de trabalho, por dia
ou por semana;
.) Observância do período normal de trabalho acordado'
a) do número anterior.
2 - Na falta de estipulaçáo das partes, aplica-se o disposto na alínea
3 - Aisençáo náo prejudica o direito a dia de descanso semanal,
obrigatório ou com-
plementaç a feriado ou a descanso diário.
4 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto no número anterior.
-A retribuição especi.al em caso àe isenção de hordrio de trabalho tern o seu regirne no art.
265.".
Na modalidade preuista nã alínea b), depois de ultrapassado o Allmento, poderui hauer
-
trabalho suPlernentar, corno resuha do n.o 2 do art. 226.o.
preuista na alínea c) apenas uaria o início e o termo do período normal
- Na modalidade
de trabalho - isenção rnodulada.
SUBSECçÃO V
TRABALHO POR TURNOS
Artigo 220."
Noçáo de tabalho Por turnos
Considera-se trabalho por turnos qualquer organizaçâo do trapalho em equipa em que
os trabalhadores ocupam sucessivamente os mesmos postos de trabalho, a urn determinado
ritmo, incluindo o rotativo, contínuo ou descontínuo, podendo executar o trabalho a
horas diferentes num dado período de dias ou semanas.
organizaç,ão do nabalho por h4rnos, ern termos gerais, torna-se necessdria quandn o periodn
-A
normal dt trabalho, como resuha dn n.o I dn arti.go
funcionarnento é superior ao períodn
d.e
seguinte. Porhn, neste artigo apresenta-se a noç,ão dn trabalho por turnos rotatiaos, continadda
ou dtscontinuadammte, excluindo, assirn, o chamain nabalho por turnos fxos. Portanto, o
presente regime legal apenas se aplica àquek rnodalidade, na qual a mudança de horários
implica maior dzsgcute, que ã^ç noT"rnas dns dnls artigos seguintes procurdm colnPensar.
especi.alpelo trabalho por hlrnos' cf. art. 265'o
- Na lei, não se preuê qualquer retribuiç,4o
a 268.o, a não ser que o trabalho prestado seja noturno (art' 266'r'
199
CÓDIGO DO TRABALHO ANOÏAOO
Artigo 22L."
Organizaçáo de tumos
1 - Devem ser organizados turnos de pessoal diferente sempre que o período de fun-
cionamento ultrapasse os limites máximos do período normal de trabalho.
2 - Os turnos devem, na medida do possível, ser organizados de acordo com os interesses
e as preferências manifestados pelos trabalhadores.
3 - Aduraçáo de trabalho de cada turno náo pode ultrapassar os limites máximos dos
períodos normais de trabalho.
4 - o trabalhador só pode mudar de turno após o dia de descanso semanal.
5 - Os turnos no regime de laboraçáo contínua e os de trabalhadores que asseguram
serviços que náo podem ser interrompidos, nomeadamente nas situaçóes a que se
referem as alíneas d) e e) do n." 2 do artigo207.", devem ser organizados de modo
que os trabalhadores de cada turno gozem, pelo menos, um dia de descanso em cada
período de sete dias, sem prejuno do período excedente de descanso a que tenham
direito.
6 - O empregador deve ter registo separado dos trabalhadores incluídos em cada
turno.
7 - Constitui contraordenação grave a violaçáo do disposto nos n.o' 3, 4, 5 ou 6.
Artigo 222."
Proteção em matéria de segurança e saúde no trabalho
1- O empregador deve organizar as atividades de segur"rç"{. saúde no trabalho de
forma que os trabalhadores por turnos beneficiem de um nível de proteçáo em matéria
de segurança e saúde adequado à natureza do trabalho que exercem.
2 - O empregador deve assegurar que os meios de proteçáo e prevençáo em matéria
de segurança e saúde dos trabalhadores por turnos sejam equivalentes aos aplicáveis aos
restantes trabalhadores e se encontrem disponíveis a qualquer momenro.
3 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto nesre arrigo.
200
TRABALHO NOTURNO
SUBSECÇÁO VI
TRABALHO NOTURNO
Artigo 223."
Noçáo de trabalho noturno
a duraçáo mínima
1 Considera-se trabalho norurno o prestado num período que tenha
-
o intervalo entre as 0 e as 5 horas'
de sete horas e máxima de onze horas, compreendendo
i - O período de trabalho noturno pode ser determinado por instrumento de regula-
de trabalho, com observância do disposto no número anterior, con-
^"n ^çãrocoletiva
siderando-se como ral, na falta daquela determinaçío,
o comPreendido entre as 22
horas de um dia e as 7 horas do dia seguinte'
será trabalho noturno o que é prestado
- Ern terrnos naturais, ao inaés do trabalho diurno,
no período que uai d.o pôr ao nascimento do Sol, Mas nos termos
do n.o I deste artigo,
legais, só é trabalho noturno o que ê prestado em período de 7 a I I
])ortanto, ern termos
ern que cinco delas decorram entre ds 0 e as 5 (da manha)' Portanto'
ainda deue'
horas,
legalmente, ser classifcado como noturno o período de mais 2 a 4 horas, desde que encerre
o lapso de temPo entre as 0 e as 5'
coletiua, o início da parte do período de trabalbo noturno
- Ãtrar^ de conuençã.o e o
f.m
dentro daqueles limites. Por exemplo, poderá ir, no rnáximo,
flexíuel pode ser estabelecido
d.as 18 às 5 horas ou, corno sercímais curial, das 19 às I horas
(11 horal.
n,ão esteja determinado o
- N,ão hauendo conuenção coletiua aplicáuel ou, hauendo, nela "o
início e o do períod.o do trabalho noturno, entáo, este seruí compreendido entre as
fim
22 horas de um dia e as 7 horas do dia seguinte'
remuneratório, de
- A prestação de trabalho noturno pode dar origem a acréscimo
conforruidade com o estipulado no ãrt' 266'o'
Artigo 224."
Duraçáo do trabalho de trabalhador noturno
1 -considera-se trabalhador norurno o que presta, pelo mencp, três horas de trabalho
normal notufno em cada dia ou que efetua durante o período notufno parte do seu
rempo de trabalho anual correspondente a três horas por dia, ou outra definida por
instiumento de regulamentaçáo coletiva de trabalho'
Z - O período ,rorÃ"1 de trabalho diário de trabalhador noturno, quando
vigora regime
sem
de adaptabilid"ade, náo deve ser superior a oito horas diárias, em média semanal'
prejuízo do disposto em instrumento de regulamentaçáo coletiva de trabalho.
os dias de
3 - paraapuramenro da média referida no número anterior náo se contam
descanso semanal obrigatório ou complementar e os dias feriados'
4 - Otrabalhado, ,ro..r-rno náo deve pr.r,", mais de oito horas de trabalho num
período
de vinte e quatro horas em que efetua trabalho noturno' em qualquer d1s seguintes
atividad.es, que implicam riscãs especiais ou tensáo física ou mental significativa:
201
CÚOIGO OO TRABALHO ANOTADO
Artigo 225."
Proteçáo de trabalhador noturno
1 - O empregador deve assegurar exames de saúde gratuitos trabalhador
e sigilosos ao
noturno destinados a avaliar o seu estado de saúde, antes da sua colocafr,o e posteriormente
a intervalos regulares e no mínimo anualmente.
202
ÏRABALHO SUPLEMENTAR
port.tiormente, de seis em seis meses, bem como antes de alteraçáo das condiçóes de
"
uabalho'
com o
3 - O empregador deve conservar o registo da avaliaçáo efetuada de acordo
' número anterior.
4 - Ap\ica-se ao trabalhador noturno o disposto no artigo 222.".
! - Sempre que possível, o empregador deve assegurar a trabalhador que sofra de
a trabalho
problema de saúde relacionado com a prestaçáo de trabalho noturno aafeta$o
ãi,rttto que esteja aPto a desempenhar.
deve consultar os representantes dos trabalhadores Paraasegurança
6 -O empregador
e saúde no trabalho ou, na falta destes, o próprio trabalhador,
sobre aafetaçío a trabalho
noturno, a organização deste que melhor se adapte ao trabalhador, bem como sobre as
medidas de segurança e saúde a adotar.
7 -- Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto neste artigo.
suBsEcÇÁo uI
TRABALHO SUPLEMENTAR
Artigo 226."
Noçáo de trabalho suplementar
1 - Considera-se trabalho suplementar o prestado fora do horário de trabalho.
2 - No caso em que o acordo sobre isençáo de horário de trabalho tenha limitado a
prestaçáo deste a um determinado período de uabalho, diário ou semanal, considera-se
trabalho suplementar o que exceda esse período.
3 - Náo se compreende na noçáo de trabalho suplementar:
O prestadã por trabalhador isento de horário de trabdlho em dia normal de
") trabalho, sem prejuízo do disposto no número anterior;
b) O prestado para compensar suspensão de atividade, independentemente da sua causa,
de duraçáo náo superior a quarenta e oito horas, seguidas ou interpoladas por um
dia de descanso ou feriado, mediante acordo enúe o empregador e o trabalhador;
.) A tolerância de quinze minutos prevista no n.o 3 do artigo 203.o;
d) A formaçáo profissional realizadaforado horário de trabalho que náo exceda duas
horas diárias;
e) O trabalho prestado nas condiçóes previstas na alínea b) do n." 1 do artigo 257.";
f) O trabalho prestado para compensaçâo de períodos de ausência ao trabalho,
efetuada poiitti.i",iva do trabalhador, desde que uma e outra tenham o acordo
do empregador;
203
CÓDICO DO TRABALHO ANOTADO
mínima só podendo ser afastado por norrila de irct maisfauoráuel ao trabalhador [art 3,o,
n.o 3, alínea j)J.
Artigo 227."
Condiçóes de prestaçáo de trabalho suplementar
I O trabalho suplementar só pode ser prestado quando a empresa tenha de fazer face
-
a acréscimo eventual e transitório de trabalho e náo se justifique para tal a admissáo de
trabalhador.
2 - O trabalho suplementar pode ainda ser prestado em caso de força maior ou quando
seja indispensável para prevenir ou reparar prejuízo grave paraaempresa ou para a sua
viabilidade.
3 - O trabalhador é obrigado a realizar a prestaçáo de trabalho suplementar, salvo
quando, havendo motivos atendíveis, expressamente solicite a sua dispensa.
4 - Constitui contraordenaçáo muito grave a violaçáo do disposto nos n.o' 1 ou 2.
- Preuêem+e dois tipos de trabalho suplementar: para fazer face a acrëscimo euentual e
transitório de trabalho e ern caso deforça maior. Como decorre do teor dos artigos seguintes,
têm limites e descansos compensatórios di.ferentes.
-Aprestação do trabalho su?lernentar ë obrigatória em ambas as gituações, exceto se ltouuer
"motiuos atendíueis" e solicitação exPressa, que, obuiarnente terão de ser logo altresentadas.
- Em princípio, o menor não pode prestar trabalho suplementar, cfr. art. 75.'.
Artigo 228."
Limites de duraçáo do trabalho suplementar
1 - O trabalho suplementar previsto no n.o 1 do artigo anterior está sujeito, por
trabalhador, aos seguintes limites:
a) No caso de microempresa ou pequena empresa, cento e setenta e cinco horas por
ano;
138
Alínea ditada pelo art.2.o da Lei n." 2312012, de 25 de junho
204
.t
:i
ì3
Ìl
TRABALHO SUPLEMENTAR
Artigo 229."
Descanso comPensatório de trabalho suplementar
|- (Reuogado.)rz't
2 - (Reuogado.)
3 - O ,rÃ"lh"dor que Presta trabalho suplementar impeditivo do gozo do descanso
diário tem direito d.r."nso compensatório remunerado e{uivalente às horas de
"
descanso em falta, a goz r num dos três dias úteis seguintes.
4 - O trabalhador que presra trabalho em dia de descanso semanal obrigatório tem
direito a um dia de ã.r."tro compensatório remunerado, à 8oz Í num dos três dias
úteis seguintes.
é marcado por acordo entre trabalhador e empregador
5 - O descanso compensarório
ou, na sua falta, pelo emPregador.
6 - (Reuogado.)
7 - Constitui contraordenaçáo muito grave a violaçáo do disposto nos n'o' 3 e 4''40
13e
Q. ,r.os 1,2 e 6 foram revogados pelo t.o 2 do art. 9.o da Lei n." 2312012, de 25 dejunho'
rao
Redação conferida pelo art. 2'" deLei n3 2312072, de 25 de junho'
205
CÓOIGO OO TRABALHO ANOTADO
-A norma do n.o 4 tem urna exceção logo no n.o I do artigo seguinte (trabalho supl€mentur
em regirne de turnos na sequênci.a defaha impreuista do colega).
Prouar queprestou o trabalho suplementar e que não gozou o descanso comperusatório. Feita
estA Proua, cornPete à entidade emltregadora Proaar o respetiuo pagamento" (Ac. do STJ,
Artigo 230."
Regimes especiais de trabalho suplementar
1 -A
prestaçáo de trabalho suplementar, em dia de descanso semanal obrigatório, que
náo exceda duas horas por motivo de falta imprevista de trabalhador que devia ocupar
o posto de trabalho no turno seguinte confere direito a descanso compensatório nos
termos do n." 3 do artigo anterior.
2 - (Reuogado.)'nt
3 - (Reuogado.)
4 - Os limites de duraçáo e o descanso compensatório de trabalho suplementar prestado
para assegutar os turnos de serviço de farmácias de venda ao público consram de
legislaçáo específica.
5 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto no n.o 1.
Artigo 231."
Registo de trabalho suplementar
1 - O empregador deve ter um registo de trabalho
suplementar em que, antes do início
da prestaçáo de trabalho suplementar e logo após o seu termo, sáo anotadas as horas
em que cada uma das situaçóes ocorre.
141
Este número e o seguinte foram revogados pelo n." 2 do arr. 9." da Lei n." 2312012, de 25 dejunho.
206
TRABALHO SUPLEMENTAR
O trabalhador deve visar o registo a que se refere o número anterior, quando náo
Z -
seja por si efetuado, imediatamente a seguir à prestaçáo de trabalho suplementar.
j'- O trabalhador que realize trabalho suplementar no exterior da empresa deve visar
o registo, imediatamente após o seu regresso à empresa ou mediante envio do mesmo
devidamente visado, devendo em qualquer caso a empresa dispor do registo visado no
pÍazo de 15 dias a contar da prestaçáo.
4 - Do registo devem constar a indicaçáo expressâ do fundamento da prestaçáo de
trabalho suplementar e os períodos de descanso compensatírio gozados pelo trabalhador,
além de ourros elementos indicados no respetivo modelo, aprovado por portaria do
ministro responsável pela área laboral.
5 - Aviolaçáo do disposto nos números anteriores confere ao trabalhador, por cada
d,ia em que tehha prestado atividade fora do horário de trabalho, o direito a retribuiçáo
correspondente a duas horas de trabalho suplementar.
6 - Oregisto de trabalho suplementar é efetuado em supoÍte documental adequado,
nomeadamente impressos adaptados ao sistema de controlo de assiduidade existente
na empresa, que permita a sua consulta e impressáo imediatas, devendo estar perma-
nentemente atualizado, sem emendas ou rasuras náo ressalvadas.
7 - O empregador deve comunicar, nos termos previstos em portaria do ministro
responsável pela área laboral, ao serviço com competência inspetiva do ministério
rerponsável pela área laboral a relaçáo nominal dos trabalhadores que prestaram trabalho
suplementar durante o ano civil anterior, com discriminação do número de horas
pràstadas ao abrigo dos n.o' I ou2 do artigo 227.",visada pela comissáo de trabalhadores
ou, na sua falta, em caso de trabalhador filiado, pelo resPetivo sindicato.
8 - O empregador deve manter durante cinco anos relaçáo nominal dos trabalhadores
que efetuaram trabalho suplementar, com discriminaçáo do número de horas prestadas
ao abrigo dos n.o' 1 e2 do artigo 228." e indicaçáo dos dias de gozo dos correspondentes
descansos compensatórios.
9 - Constitui contraordenaçáo gfave aviolaçáo do disposto nos ÍÌ.o' 1, 2,4 ou7 e
constitui contraordenaçáo leve a violaçáo do disposto no n.o 8.
no drt. 202.o. Tëm dois modelos, o preuisto nos n'o' I a 3 e o preuisto no n.o 7.
- Portaria n." 712/2006, dz 13 dz julho, aprouou o modtlo dn registo dz trabalho suplementar
preuisto no n.o 2 do artigo 188." da Lei. n.o 35/2004, de 29 de julho, que regulamentdua
a Lei n.o 99/2003, de 27 de agosto, que aProaou o Código do Tíabalho (de 2003), que
podertí ter sido reuogada pela Lei n.o 7/2009, drt. 12.o, n.o 1, b)'
- A portaria preuista no n.o 7 ê a Portaria n.o 55/2010, de 21 de janeiro, alterada pela
Portaria n.o 108-,4/2011, relatiua à informação sobre a atiuidade social da empresa (art.
32." dd LR), atrãués do modelo de relatório único anexo - art. 3.o: uisto relatiuo a nabalho
suplementar.
207
CÓDIGO DO TRABALHO ANOTADO
SUBSECÇÁO VIII
DESCANSO SEMANAL
Artigo 232."
Descanso semanal
I - O trabalhador tem direito a, pelo menos, um dia de descanso por semana.
2 - O dia de descanso semanal obrigatório pode deixar de ser o domingo, além de
noutros casos previstos em legislaçáo especial, quando o trabaihador presta atividade:
a) Em empresa ou sector de empresa dispensado de encerrar ou suspender o funcio-
namento um dia completo por semana, ou que seja obrigado a encerrar ou a
suspender o funcionamento em dia diverso do domingo;
b) Em empresa ou sectoÍ de empresa cujo funcionamento náo possa ser interrompido;
c) Em atividade que deva ter lugar em dia de descanso dos restantes trabalhadores;
d) Em atividade de vigilância ou limpeza;
e) Em exposiçáo ou feira.
3 - Por instrumento de regulamentaçáo coletiva de trabalho ou contrato de trabalho,
pode ser instituído um período de descanso semanal complementar, contínuo ou des-
contínuo, em todas ou algumas semanas do ano.
4 - O empregadot deve, sempre que possível, proporcionar o descanso semanal no
mesmo dia a trabalhadores do mesmo agregado familiar que o solicitem.
5 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto no n.o 1.
- Para alêm do dia (de 24 horas) de descanso semanal obrigatório a gozan em regrt, ao
domíngo, preuê-se, no n.o 3, o período de descanso semanal cornPlementar que até pode
ser descontínuo, isto é, parcelado por alguns dias.
- O descanso sernanal de trabalhador móuel dos caminhos de ferro afeto a seruiços de in-
teroperacionalidade é regulado no art. 6.o da Lei. n.o 24/2010, de 30 de agosto.
Artigo 233."
Cumulaçáo de descanso semanal e de descanso diário
1 Devem ser gozados em continuidade o descanso semanal obligatório e um período
-
de onze horas correspondente ao descanso diário estabelecido no artigo 2I4.".
2 - O período de onze horas referido no número anterior considera-se cumprido, no
todo ou em parte, pelo descanso semanal complementar gozado em continuidade ao
descanso semanal obrigatório.
3 - O disposto no n.o 1 náo é aplicável:
A trabalhador que ocupe cargo de administração
") decisáo autónomo que esteja isento de horário deoutrabalho;
de direçáo ou com poder de
208
DESCANSO SEMANAL E FERIAD()S
SUBSECÇÁO IX
FERIADOS
Artigo 234."
Feriados obrigatórios
Santa, de Domingo
1 - Sáo feriados obrigatórios os dias 1 de janeiro, de Sexta-Feira
de junho, 15 de agosto, 5 de
ã. Pár"o", 25 deabrii 1 de maio, de Corpo de Deus, 10
outubro, 1 de novembro, 1, 8 e25 de dezembro'iaz
Z - O feriado de Sexta-Feira Santa pode ser observado
em outro dia com significado
local no período da Páscoa.
podem ser
3 - Mediante legislaçáo específica, determinados feriados obrigatórios
observados na segunda-feita'da semana subsequente'
- O trabalho prestddn nosferiados benefci.a de retribuição especial, nos teffnos dn art 269.o'
De harmonia com o disposto no d.rt. 10.o, n.o 1, da Lei n.o 23/2012, dz 25 de
junlto' 'h
- I
eliminação dos feriadns de Corpo dz Deus, de 5
dz outubro, de I de nouembro e dz de
Artigo 235."
Feriados facultativos
1 -Além dos feriad.os obrigatórios, podem ser observados a título de feriado, mediante
instrumento de regulamenáçáo .oleiirra de trabalho ou contrato de trabalho, a terça-feira
de Carnaval e o feriado municipal da localidade.
ra2
Redação do arr. 2.o daLei nP 2312012, de 25 dejunho, e alterada pelo art. 2P daLei n'o 8/2016, de 1
de abril.
209
CÓDIGO DO TRABALHO ANOTADO
Artigo 236."
Regime dos feriados
1 - Nos dias considerados como feriado obrigatório, têm de encerrar ou suspender a
laboraçáo todas as atividades que náo sejam permitidas aos domingos.
2 - O instrumento de regulamentaçáo coletiva de trabalho ou o contrato de trabalho
não pode estabelecer feriados diferentes dos indicados nos artigos anteriores.
SUBSECÇÁO X
FÉRIAS
Artigo 237."
Direito a ftrias
\r-l-Ê
O trabalhador tem direi em cada ano civil, a um período de férias, letribuídas,
#
2-Odireitoaferias rePorta-se ao f,
mas vidade de
a e o seu gozo , ainda que
ser
com o acordo do trabalhador, por qualquer compensaçáo, económica ou outra, sem
prejuízo do disposto no ÍÌ.o 5 do artigo seguinte.
4 - O direito a férias deve ser exercido de modo a proporcionar ao trabalhador a
recuperaçáo física e psíquica, condiçóes de disponibilidade pessoal, integraçáo na vida
familiar e participação social e cultural.
210
FÉRIAS
prèuistas no n.o 5 do
- A renúnci.a ao direito ferias, para além d.as situações
d.o gozo de
Artigo 238."
Duraçáo do Período de férias
ra3
Redaçáo do art. 2'" daLei n." 2312012, de25 dejunho'
laa
Revogado pelo n.o 2 do arr' 9'" da Lei n'" 2312012' de25 dejunho'
rat Redaçáo do art. 2'" daLein'" 2312012' de25 dejunho'
211
CODIGO DO ÏRABALHO ANOTADO
Artigo 239."
Casos de duraçáo do período de ftrias
I - Ì\i9 da admiruáo, o trabalhador tem direito a dois dias úteis de ftrias
ano,-.'**#
\qF.".'-. cada
meses
# corrldsg-q,s-d€.çJtgç,gçáo.d.o,,mÂrEatp.
2 - No caso de o ano civil terminar no numero
antenor, AS uente.
3 -Da do dis to nos números anteriores tar o gozo, no
mesmo ano
.#,-
tnstrumento de regulamentaçáo coletiva de trabalho.
4 - No caso de a duraÉo do contrato de trabalho ser inferior a seis meses, o trabalhador
tem direito a dois dias úteis de ftrias por cada mês completo de dura$o do contrato, con-
tando-se para o efeito todos os dias seguidos ou interpolados de prestaS.o de trabalho.
5 -As férias referidas no número anterior sâo gozadas imediatamente antes da cessaçáo
;Co contrato, salvo acordo das partes
Là - No ano de de im ento P iniciado o
tem a ftrias nos termos n.ot e
7- con grâve a Íros n.o' 1,4,5 ou 6.
Artigo 240."
,l
ri
I
Ano do gozo das ferias
ìl
I
1 As ftrias sío gozadas no ano civil em que se vencem, sem prejuízo do disposto nos
-
I
1
números seguintes.
jì
l
'i
2 - As ferias podem ser gozadas até 30 de abril do ano civil seguinte, em cumulaçáo
i ou não com ftrias vencidas no início deste, por acordo entre empregador e trabalhador
't
i
Artigo 241."
I
l
1 - O período de ferias é marcado por acordo entre empregador e trabalhador.
I
I
212
FÉRNS
- O dispoxo no n.o Z ern relaçáo à união defacto, é conoborada no art 13.o, n.o 1, al. fl, da
Lei n.o 7/2001, dr 1t fu maio, aherada e republicadapek Lei n.o 23/2010, dÊ 30 dr dgosto.
- Em caso de cessaçáo do contrato sujeita a auiso préuio pode ser alterada a marcação do
período deferias, cf. art. 243.o, n.o 3.
- Na marcaç4o do período deferias d.e trabalhadores esrudantes deue obseruar-se o estatuíd.o
no n.o I do art. 92.o.
Artigo 242."
Encerramento PaÍa férias
1 que seja compatível com a natureza da atividade, o emPregador pode enceffar
- Sempre
a empresa ou o estabelecimento, total ou parcialmente, para ftrias dos trabalhadores:
213
CÓDIGO OO TRABALHO ANOÏADO
conferida pela preJente lei, produz efeitos a partir do dia I de janeiro de 2013, deuendo
o empregador informar, até ao dia 15 d.e dezembro de 2012, os trabalhadores abrangidos
sobre o encerrãyrlento a efetuar no ano de 2013."
Artigo 243."
Alteraçáo do período de ftrias por motivo relativo à empresa
I - O empregador pode alterar o período de ferias já marcado ou interromper as já
iniciadas por exigências imperiosas do funcionamento da empresa, tendo o trabalhador
direito a indemnizaçáo pelos prejuízos sofridos por deixar de gozar as ferias no período
marcado.
2 - Ainterrupçáo das ferias deve permitir o gozo seguido de metade do período a que
o trabalhador tem direito.
3 - Em caso de cessaçáo do contrato de trabalho sujeita a avisdprévio, o empregador
pode alterar a marcaçáo das ftrias, mediante aplicaçáo do disposto no n.o 5 do artigo
24L.".
4 - Constitui contraordenaçáo leve a violaçáo do disposto nos n.o. 1 ou 2.
ra6
A redação deste n." 2 e do n.o 3 deve-se ao art.2.o da Lei n.o 2312012, de 25 de junho.
214
FÉRNS
Artigo 244."
Alteraçáo do período de férias poÍ Ínotivo relativo ao trabalhador
1 quando o trabalhador esteja tempo-
- O gozo das fërias não se inicia ou suspende-se
rariamente impedido por doença ou outro facto que não lhe seja imputável, desde que
haja comunicaçáo do mesmo ao empregador.
2 -Em caso referido no número anterior, o gozo das ferias tem lugar após o termo do
impedimenro nâ medida do remanescente do período marcado, devendo o período
correspondente aos dias náo gozados ser marcado por acordo ou, na falta deste, pelo
empregadot sem sujeiçáo ao disposto no n.o 3 do artigo 24I.".
3 - Em caso de impossibilidade total ou parcial do gozo de férias por motivo de
impedimento do trabalhador, este tem direito à retribuiçáo correspondente ao período
de férias nío gozado ou ao gozo do mesmo atê,30 de abril do ano seguinte e, em
qualquer caso, ao resPetivo subsídio.
4 - Adoença do trabalhador no período de ferias é aplicável o disposto nos n.o' 2 e 3
do artigo 254.".
5 - O disposto no n.o 1 náo se aplica caso o trabalhador se oponha à verificaçâo da
situaçáo de doença nos termos do artigo 254.".
6 - Constítui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto nos ÍÌ.o' 1, 2 ou 3.
xtis@
F'feitos da cessaçáo do conttato de trabalho no direito a férias
215
cÓDIcO DO TRABALHO ANOTADO
l
297.".
I
&
!l I
I
Artigo 246."
.. Violaçáo do direito a ftrias
1 - Caso o empfegador obste culposamente ao gozo das ferias nos termos previstos nos
artigos anteriores, o trabalhador tem direito a compensaçáo no valor do triplo da
retribuição correspondente ao período em falta, que deve ser gozado até30 de abril do
ano civil subsequente.
2 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto no número anterior.
- Os ualores comltensatórios pela nã.o concessã.o de ferias ou de dias de folga não integram
a base de i.ncidência contributiua, de conformidade com estatuído no art.48.o do CRCSS.
Artigo 247."
Exercício de outra atividade durante as férias
1 O uabalhador não pode exercer durante as ftrias qualquer ourra atividade remunerada,
-
salvo quando jâ a exerça cumulativamente ou o empregador o autorize.
2 -Emcaso de violaçáo do disposto no número anterior, sem prejuízo da eventual res-
ponsabilidade disciplinar do trabalhador, o empregador tem direito a reaver a retribuiçáo
correspondente às ferias e o respetivo subsídio, metade dos quais reverte para o serviço
responsável pela gestáo financeira do orçamento da segurança social.
3 -Paraos efeitos previstos no número anterior, o empregador pode proceder a descontos
na retribuiçâo, até ao limite de um sexto, em relaçáo a cada um dos períodos de
vencimento posteriores.
SUBSECçÁO XI
EAUIAS
Noção falta
':
216
FALTAS
Artigo 249." :
Tipos de falta
1 - A falta pode ser justificada ou injustificada.
2- Sâo consideradas faltas justificadas:
a) As dadas, durante 15 dias seguidos, por altura do casamento;
b) A motivada por falecimento de cônjuge, parente ou úm, nos termos do artigo
25I.";
c) A motivada pela prestaçáo de prova em estabelecimento de ensino, nos termos
do artigo 91.";
d) A motivada por impossibilidade de prestar trabalho devido a facto náo imputável
ao trabalhador, nomeadamente observância de prescriçáo médica no seguimento
de recurso a técnica de procriaçáo medicâmente assistida, doença, acidente ou
cumprimento de obrigaçáo legal;
e) A motivada pela prestaçáo de assistência inadiável e imprescindível a filho, a neto
ou a membro do agregado familiar de trabalhador, nos termos dos artigos 49.",
50.o ou 252.", respetivamente;
f) A motivada pelo acompanharnento de grávida que se desloque a unidade hospitalar
localizada fora da ilha de residência para realizaçáo de parto.ra7
g) A motivada por deslocaçáo a estabelecimento de ensino de responsável pela
educaçáo de menor por motivo da situaS.o educativa deste, pelo tempo estritamente
necessário, até quatro horas por trimestre, por cada um;,
h) A motivada por luto gestacional, nos termos do artigo 3b-A't<t
0 A de trabalhador eleito para estrutura de representaçáo coletiva dos trabalhadores,
nos termos do artigo 409.";
j) A de candidato a cargo público, nos termos da correspondente lei eleitoral;
k) A autorizada ou aprovada pelo empregador;
1) A que por lei seja como tal considerada.
3- É, considerada injustificada qualquer falta não prevista no número anterior.
ra7
Esta alínea 0 foi introduzida pelo arL 2P da Lei n.o 9012019, de 4 de setembro, passando a vigorar a
partir de 4 de outubro desse ano.
r48 n." 1312023, de 3 de abril, o que motivou o
Esra alínea h) foi incorporada pelo afi.2.o da Lei avenço
das alíneas seguintes.
217
r
CÓDIGO DO TRABALHO ANOTADO
- Htí leis eleitorais diuersas: Assembleia da República - Lei n." 14/79, de l6 de mdio, art.
8.o; Presidência da República - DL n." 319-A/76, de 3 de maio, art. 6.o; Autarquias
Locais - Lei Orgânica n.o 3/2005, de 29 de agosto, art. Lo.
- Preuê-se a justifcação das fabas ao trabalho para deputados, elehos locais, bombeiros
=*, uoluntários, dirigentes associatiuos uolunttírios, dadores de sangue, etc.
- Para os dadores uiuos de órgaos e tecidos, o regime encontra-se estabeleci.do no art. 9.o-A
da Lei n.o 12/93, de 22 de abril, na redação conferidapelo art. 421.0 da Lei n.o
75-8/2020,
que aprouoa o Orçamento do Estado para 2021.
Artigo 250."
Imperatividade do regime de faltas
As disposiçóes relativas aos modvos justificativos de faltas e à sua duraçáo náo
podem
ser afastadas por instrumento de regulamentaçáo coletiva de trabalho, ,"l
ro em ielaçáo
a situaçáo prevista na alínea i) do n." 2 do artigo anrerior e desde que em
sentido mais
favorável ao trabalhador, ou por contrato de trabalhol4e.
Artigo 51."
Faltas por motiyo de falecimen to cônjuge, parente ou aftm
I - O trabalhador pode faltar justificadamenre:
a) Atê 20 dias consecutivos, por falecimento de cônjuge não separado de pessoas e
bens, ou equiparado, filho ou enreado;r5o
t4e
Texto com a alteraçáo da alínea g) para i), de conformidade com o arr. 2.o da Leì n.o
l3l2023 de 3 de abril.
r50
o texro desta alínea e da seguinre resulta do art. 2." daLei nP 1312023, de 3 de abril.
214
.P= b(\ p i-
ü\
i": ..rt r$
'i*'{f
;t FALTAS *-
,''.. í {..,
Atê ecimento de te o na
reta náo na
c) consecutlvos, por de outro parente ou afim na linha reta
ou no 2.o grau da linha colateral. f'"-fu/j*ê
2 - Aplica-se o disposto na alínea a) do número anterior em caso de falecimento a. lãkru&
- pessoa que viva em uniáo de facto ou economia comum com o trabalhador, nos termos
em legislaçáo específica.
4
Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto neste artigo. #***
- As linhas e os graus de parentesco e afinidade estão defnidos no drt. 1576.o e sgts. do Õc.x
Código Ciuil.
- As medidas de proteção das pessoas que uiuam em econontia corízuln e uniões de facto in-
serern-se nas Leis n.o' 6 e 7/2001, de 11 de maio, esta alteradapela Lei n.o 23/2010, de
30 de agosto. Nos termos do art. 3.o, n.o I,
al. c) da Lei n.' 23/2010, de 30 de agosto,
passarn a beneficiar de regime jurídi.co equiparado ao aPlicáuel apessoas casadas uincukdas
por contrato de *abalho, em matêria de ferias, feriados, fahas e licenças.
- Sobre o início da contagem e se nos "dias consecutiuos" se incluem ou não os dias de
descanso semãnal, u. Nota Tiicnica n." 7 da ACT (no respetiuo sítio da Internet).
- "Luto Parental, fnlt^ e ferias", estudo de Jo,ão Leal Arnado e Milena Silua Rouxinol,
PDT202L - II, pág. 156. Ë'€
Artigo 25
Falta para assistência a membro do agregado familiar
1 - O trabalhadortem direito a faltar ao trabalho até 15 dias por ano para prestar
assistência inadiável e imprescindível, em caso de doença ou acidente, a cônjuge ou
pessoa que viva em uniáo de facto ou economia comum com o trabalhador, parente
ou úm na linha reta ascendente ou no 2.o grau da linha colateral.
2 - O direito previsto no número anterior é ainda garanddo ao trabalhador cuidador
a quem seja reconhecido o estatuto de cuidador informal náo principal, em caso de
doença ou acidente da pessoa cuidada, nos termos definidos na legislaçáo aplicáveI.151
3 - Ao período de ausência previsto no n.o 1 acrescem 15 das por ano, no caso de
prestaçáo de assistência inadiável e imprescindível a pessoa com deficiência ou doença
crónica, que seja cônjuge ou viva em uniáo de facto com o trabalhador.
4 - No caso de assistência a parente ou afim na linha reta ascendente, náo é exigível a
pertença ao mesmo agregado familiar.
5 - Parajustificaçáo da falta, o empregador pode exigir ao trabalhador:
a) Prova do carácter inadiável e imprescindível da assistência;
b) No caso do n.o 1, declaraçáo de que os outros membros do agregado familiar,
caso exerçam atividade profissional, náo faltaram pelo mesmo motivo ou estáo
impossibilitados de prestar a assistência;
219
CÓDIGO DO TRABALHO ANOTADO
- O direito afahar ern casos de assistência afilhos e a netos (no âmbito da parentalidade)
encontrA-se disciplinado, respetiuamente, nos arts. 49.o e 50.o e a perda de retri.buiç,ão no
- art. 65.o, mas sendo as fabas consideradas corno prestação efetiua de trabalho (para ot
art. 255.o, n.o 2, c) e n.o 3.
restantes efeitos), corno estabelecido no
Artigo 252."-Art2
Falta para acompanhamento de grávida que se desloque a unidade hospitalar
localizada fora da ilha de residência para realizaçáo de paÍto
1 - O trabalhadorcônjuge, que viva em uniáo de facto ou economia comum, parente
ou afim na linha reta ou no 2.o grau da linha colateral, pode faltar ao trabalho para
acompanhamento de grávida que se desloque a unidade hospitalar localizada fora da
ilha de residência para realizaçáo de parto, quando o acompânhamento se mostre im-
prescindível e pelo período de tempo adequado àquele fim.
2 - Apossibilidade de faltar prevista no n.o 1 náo pode ser exercida por mais do que
uma pessoa em simultâneo.
3 -Parajustificaçáo dafalta, o empregador pode exigir ao trabalhador:
Prova do carácter imprescindível e da duraçáo da deslocaçáo para o parto;
")
b) Declaraçáo comprovativa passada pelo estabelecimento hospitalar onde se realize
o parto.
4 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto no n.o 1.
- Este nouo norrnatiuo regula o disposto noart. 65.o, n.o 1, D - dispensa de acompanhante
de rnulher gruíuida que se encontre nurnít das ilhas sem unidade hospitalar- e no art. 49.o,
n.o 2,f) - justtf.caçáo defaba- e retribuiç,ão [art.255.o, n." 2,.d)J.
Í
:) Artigo 253."
,l Comunicaçáo de ausência
l
I - A ausência,
quando previsível, é comunicada ao empregad.or, acompanhada da
indicação do motivo justificativo, com a antecedência mínima de cinco dias.
2 - Caso a antecedência prevista no número anterior náo possa ser respeitada,
nomeadamente por a ausência ser imprevisível com a antecedência de cinco dias, a co-
municaçáo ao empregador é feita logo que possível.
1t2
Este artigo foi introduzido pelo art. 3." da Lei n." 9012019, de 4 de setembro, passando as suas normâs
Iogo a vigorar a partir de 4 de outubro, de conformidade com o disposto no seu art.9.", n." 2. O seu n." 4
foi introduzido pela Lei n." 1312023, de 3 de abril.
220
t,
FALTAS
ou são delz conhecidas, conforme se preuê nos a?"ts. 219.o e 224.o do Código Ciuil.
- Como tais comunicações são constitutiuas do direto à justificaç'ho das fabas, o ónus da
sudploaa cabe ao trabalhador de conformidade com o preceituado no art. 342.o do mesrno
Códi.go Ciuil.
Artigo 254."
Prova de motivo justificativo de falta
O empregador pode, nos 15 dias seguintes à comunicaçáo da ausência, exigir ao
1 -
trabalhadoÍ prova de facto invocado par;a ajustificaçáo, a prestar em prazo razoâveI.
2 - Aprova da sirua$o de doença do trabalhador é feita por declaraSo de estabelecimento
hospitalar, centro de saúde, de serviço digital do Serviço Nacional de Saúde, ou de serviço
digital dos serviços regionais de saúde das regióes autónomas, ou ainda por atestado médico.153
3 - Asituaçáo de doença referida no número anterior pode ser verificada por médico,
nos termos previstos em legislaçáo específica.
4 - A apresentaçâo ao empregador de declaraçío médica com intuito fraudulento
constitui falsa declaraçâo para efeitos de justa causa de despedimento.
5 - A declaraçáo dos serviços digitais do Serviço Nacional de Saúde, ou de serviço
digital dos serviços regionais de saúde das regióes autónomas, referida no n.o 2, ê, feita
mediante autodeclaraçáo de doença, sob compromisso de honra, que apenas pode ser
emitida quando a situaçáo de doença do trabalhador náo exceder os três dias consecutivos,
até ao limite de duas vezes Por ano. íi
r53
O teor deste n." 2 e do n." 5 resultam do art. 2." daLei n3 212020, de 31 de março.
221
CÓDIGO I)O TRABALHO ANOTADO
Artigo úT3
Efeitos de falta ustiftcada
I -A falta afeta o disposto no
número seguinte.
2 - Sem prejuízo de outras disposiçóes legais, determinam a perda de retribuiçáo as
seguintes faltas j ustificadas:
Por motivo de doença, desde que o trabalhador beneficie de um regime de segurança
") social de proteçáo na doença;
.i., :i.J b) Por motivo de acidente no trabalho, desde que o trabalhador tenha direito a
qualquer subsídio ou seguro;
ffi c) A prevista no artigo 252P;
d) As previstas nas alíneas f) e l) do n." 2 do artigo 249.o quando excedam 30 dias
por ano;r54
e) A autorizada ou aprovada pelo empregador.
3 - A falta prevista no artigo 252." é considerada como prestaçáo efetiva de trabalho.
- Como bem se alcança deste artigo, háfahas que sendo justif.cdueis implicam perda de
retribui.ç,ão, como é o caso das preuistas nestas alíneas e ainda em "outras diqtosições", como
mencionado nos Arts. 65.o, n.o I (licenças e dispensas), 91.o, n.o 6 (trabalhador-estudante)
e 409.0 (representantes dos trabalhadores).
Ârtigo 2i6."
Efeitos de falta injustiftcada
1 - A falta injustificada
constitui violaçáo d.o dever de assiduid
^hr
rdetermina perda
da retribuiçáo correspondente ao período de ausência, que náo é contado na antiguidade
do trabalhador.
2-Afaltainjustificadaaum ou meio período normal de trabalho diário, imediatamente
anterior ou posterior a dia ou meio dia de descanso ou a feriado, consritui infraçâo grave.
3 - Na situaçáo referida no número anterior, o período de ausência a consideraÍ paÍa
efeitos da perda de retribuiçáo prevista no n." 1 abrange os dias ou meios-dias de
descanso ou feriados imediatamente anteriores ou posteriores ao dia de falta.lt5
Ita A redaçáo desta alínea resulta do art. 2." da Lei n.o 1312023, de 3 de abril. Antes resultava do art. 2." da
Lei n.o 9012019, de 4 de setembro.
t55
Aditado pelo art. 2." daLeí n.o 2312012, de 25 dejunho.
222
r.- ri
RETRTBUTçÃ() E 0UTRAS PRESTAç0ES
- As fahas não justi.f.cadas podcm constituir justd causa para despedimento nos termos do
art. 351.r, n.o' 1, 2, S) t 3.
Artigo 257."
Substituiçâo daperda de retribuiçáo por motivo de falta
1 - A perda de retribuiçáo por motivo de faltas pode ser substituída:
a) Por renúncia a dias de ftrias em igual número, até ao permitido pelo n." 5 do artigo
238.", mediante declaraçáo expressa do trabalhador comunicada ao empregador;
b) Por prestaçáo de trabalho em acréscimo ao período normal, dentro dos limites
previstos no artigo 204." quando o instrumento de regulamentaçáo coletiva de
trabalho o permita.
2-O disposto no número anterior náo implica reduSo do subsídio de ftrias correspondente
ao período de férias vencido.
3 - O empregador náo pode opor-se ao pedido do trabalhador nos termos do n.o 1.156
4 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto no número anterior.
- A perda de retribui.ç,ío, que pode ser substituída ltor renúncia a dias de feri.as oa
?or prestdção de trabalho em acniscirno, reporta-se tanto às fahas justtficadas como às
injustificadas.
CAPÍTULo il I
RETRTBUTÇÁO E OUTRAS PRESTAÇÓES pntnrMONIAIS
sECÇÁo r
DrsposrçÓEs crnnrs soBRE RETRTBUIÇÁO
Artigo 258."
sobre a retribuiçáo
1 - Considera-se,Íeüibuiçáo-a-lrestaçá-oj nos do contratoFd.asJf,ormas
que o regem ou dos usos, o trabalhadoÍ tem direito em co
156
A redação deste n.o 3 e do seguinre derivam do art. 2." daLei n." 1312A23, de 3 de abril.
223
CÓOIGO DO TRABALHO ANOTAOO
224
RETR|BUtçÃo E 0UTRAS PRESTAçoES
retributiaa, benef.cia da garantia da irredutibìlidade, nos termos dos artigos 21.o, n.o I,
alínea ), da LCT 122.o, alínea d), do Código do Tíabalho de 2003, e 129.o, n.o I, alínea
d), do Ctidigo do Thabalho de 2009. III) Presumindo-se constituir retribaição toda e
qualquer prestação do empregador ao *abalhador, nos terrnos dos artigos 82.o, n'o 3, da
LCT 249.", n.o 3, do Códrgo do Trabalho de 2003, e 258.o, n.o 3, do Cridigo do Thapalho
de 2009, colnpete ao empregador alegar e proadr que a atribui.ç,ã.o do ueículo automóuel e
que o seu uso particuhr pelo trabalhador nã.o lta"ssa de uma mera liberalidade ou de urna
mera tolerância por parte daquele.
Pro c. n. o I 033/ I 8. 6Ts FIG. C 1, Re l. Jorge Mànue I Loureiro :
-W
III - Por resra, as diuturnidades
nabalhador s ei a {zfuszipsàJgfulfulg|c m ínim reu is ta
-ts Xp
nesse CCT para a
Artigo 259."
Retribuiçáo em espécie
1 A prestaçáo retributiva náo pecuniária deve destinar-se à satisfaçáo de necessidades
-
pessoais do trabalhador ou da sua famíIía e náo lhe pode ser atribuído valor superior
ao corrente na regiáo.
2 - O valor das prestaçóes retributivas náo pecuniárias náo pode exceder o da parte em
dinheiro, salvo o disposto em instrumento de regulamentaçâo coletiva de trabalho.
- Como resuha da parte final do n.o 2 do a.rtigo dnteriory as prestações retributiuas são
feitas ern dinheiro ou ern espécie. Naturahnmt€, estds úlümas s,ão as Prestações nãn pecuniá.rias,
- Dado que ãs criptomoedas ainda não têm curso legal terã.o de se cornpagintr colno
retribuições em espécie.
Galp Frota.
AÍtigo 260.0
Prestaçóes incluídas ou excluídas da retribuiçáo
1 - Náo se consideram retribuiçáo:
importâncias recebidas a título de ajudas de custo, abonos de viagem, despesas
") Asde transporre, abonos de instalaçáo e outras equivalentes, devidas ao trabalhador
225
CÓOIGO DO TRABALl{O ANOTADO
1
do trabalhador;
1
,=-ry
d) A participaçáo nos lucros da empresa, desde que ao trabalhador esteja assegurada
pelo contrato uma retribuiçáo certa, variável ou mista, adequada ao seu trabalho.
2 - O disposto na alínea a) do número anterior aplica-se, com as necessárias adaptaçóes,
ao abono para falhas e ao subsídio de refeiçáo.
3 - O disposto nas alíneas b) e c) do n.o 1 náo se aplica:
Às gradficaçóes que sejam devidas por força ào .orr,r"ao ou das normas que o
") regem, ainda que a sua atribuiçáo esteja condicionada aos bons serviços do
trabalhador' nem àquelas que, pela sua importância e carâcter regular e permanenre,
devam, segundo os usos, considerar-se como elemento integrante da retribuição
daquele
b) Àt pt.tt"ções relacionadas com os resultad.os obtidos pela empresa quando, quer
no respetivo título atributivo quer pela sua atribuiçáo regular e permanenre,
revistam carácter estável, independentemente da variabilidade do seu monranre.
.,;
]
226
,!
'1
t--..,
RETRTBUtçÃ0 E 0UïRAS PRESTAÇ0ES
Artigo 26I."
Modalidades de retribuiçáo
i - A retribuiçáo pode ser certa, variável ou mista, sendo esta constituída poÍ uma
parte certa e outra variável.
2 - É certa a retribuiçáo calculada em funçáo de tempo de trabalho.
3 -Paradeterminar o valor da retribuiçíovaúâvel, quando náo seja aplicável o respetivo
critério, considera-se a média dos montantes das prestaçóes correspondentes aos últimos
12 meses, ou ao tempo de execuçáo de contrato que tenha durado menos tempo.
4 - Caso o processo estabelecido no número anterior náo seja praticável, o cálculo da
retribuiçáo variável faz-se segundo o disposto em instrumento de regulamentaçáo
coletiva de trabalho ou, na sua falta, segundo o prudente arbítrio do julgador.
Artigo 262."
Cálculo de prestaçáo complementar ou acessória
1 - Quando disposiçáo legal, convencional ou conratual náo disponha em contrário,
a base de cálculo de prestaçáo complementar ou acessória é constituída pela retribuiçáo
base e diuturnidades.
2 - Para efeito do disposto no número anterior, entende-se por:
t57
INE (www.ine.pt) Empresas em Portugal - 2020 (ediçao de 2022) e PORDATA (wwwpordata.ptl
subtema/Portugal/empres as-37 4).
227
CÓOIGO DO ÏRABALHO ANOTADO
ffi que deue ser considerada para cálculo da compensaçâo por despedimento coletiuo e outros
(art. 366.").
-As diuturnidades náo estão preuistas na lei rnas, NA das
contratos
d*:f'fr'/:
- A penhoã (parcial) até l/3 e considerando a retri.buiç,ão mínima, sobre os uencimentos
e saldrios encontr*-se regulada no art. 738.o do Código de Processo Ciuil.
Artigo 263."
Subsídio de Natal
1 - O trabalhador tem direito a subsídio de Natal de valor igual a um mês de retribuiçáo,
que deve ser pago até 15 de dezembro de cada ano.
2 - O valor do subsídio de Natal é proporcional ao tempo de serviço prestado no ano
civil, nas seguintes situaçóes:
No ano de admissáo do trabalhador;
")
b) No ano de cessaçáo do conrraro de trabalho;
.) Em caso de suspensáo de contrato de trabalho por facto respeitante ao trabalhador.
3 - Constitui contraordenaçáo muito grave a violaçáo do disposto nesre arrigo.
- A remuneração relatiua a subsídio de ferias e de Natal (e trabalho suplementar) serd
sernPre objeto de retenção autónoma, não podendo, para crílcuto do imposto a retet ser
adicionada às remunerações dos rneses ern que s,ão pagos ou colocados à disposiç,ão (CIRS,
n.o 5 do art. 99.o-C -Aplicaç,ão da retenção nafonte à categoriaA).
ção-base do nabalhador e deuem ser tidas evn contt no cálculo do subsídio de Natal, rnesrlto
após a entrada em uigor do Código do Tiabalho de 2003.
228
I-
RETR|BUtçÃo E 0UTRAS PRESTAç0ES
Artigo 264."
Retribuiçáo do período de férias e subsídio
-Apesar do texto do n.o 1, poder,l.o não ser pagas as prestações retributiuas que impliquem
a realizaçáo efetiua do trabalho, corno seja o casto do transltorte.
- O direito aferias está regukdo no art. 2j7.o e sgts.
dn STJ, de 30-03-2017, ReL Ribei.ro Cardoso: Os subsídios de preumç,ão e de condução
-Ac.
"porque não constituem d contrapdrtida de prestaç,ão do trabalho não integram o conceito
de retribuiç,ão, náo tendo, por isso, que ser considerados para cdlculo da retribuiç,ão das
ferias e dos subsídios de férias e de Natal".
- Ac. do STJ, de 23-01-2019, Proc. 4565/13.3TTLSB.L2.S1, Rel. lilio Gomes: I. O
nabalhador deue receber na retribuição durante as ferias, quando esta i.ntegra comissões,
um ualor de comissões correEondente à média de um período de çeferência. II. A retribuição
durante as ferias - e o rnesrno se diga das comissões que a integrem - nã.o se confunde, com
a renibuiç,ão pagd durante o períod.o em que o trabalho está a ser ltrestado.
Artigo 265."
Retribuiçáo por isenção de horário de trabalho
1 - O trabalhador isento de horário de trabalho tem direito a retribuição específica,
estabeJecida por instrumento de regulamentaçáo coletiva de trabalho ou, na falta deste,
não inferior a:
Uma hora de trabalho suplementar por dia;
")
r58 junho
Redaçáo do art. 2." daLei n." 23120t2, de 25 de
229
CÓDIGO DO TRABALHO ANOTAI)O
" -A isenção dc hordrìo de trabalho encontra-se preuista nos antecedentes artigos 2I Lo e 219.o.
-Ac. STJ, de 27-01-2021, Proc. 11947/17.5TSLSB.LL.51, Rel. Paula Sri Ferruandes: 2
- Logo que cesse a situação que motiuou a Prestação de trabalho em regirne de isençáo de
horári.o de trabalho, o empregador pode deixar de pagar a remuneração especial a qu€ se
obrigou.
N
Artigo 266."
Pagamento de trabalho noturno
1 - O trabalho noturno é pago com acréscimo de 25 o/o relativamente ao pagamenro
de trabalho equivalente prestado durante o dia.
2 - O acréscimo previsto no número anterior pode ser substituído, mediante instrumento
de regulamentaçáo coletiva de trabalho: por:
a) Reduçáo equivalente do período normal de trabalho;
b) Aumento fixo da retribuiçáo base, desde que náo importe tratamento menos
favorável para o trabalhador.
3 - O disposto no n.o 1 náo se aplica, salvo se previsto em instrumento de regulamenta@o
coletiva de trabalho:
Em atividade exercida exclusiva ou predominantemente durante o período noturno,
") designadamente espetáculo ou diversáo pública;
b) Em atividade que, pela sua nàtvÍeza.ou por força da lei, deva funcionar à disposiçáo
do público durante o período noturno, designadamente empreendimento turísrico,
estabelecimento de restauraçáo ou de bebidas, ou farmácia, em período de abertura;
c) Quando a retribuição seja estabelecida atendendo à circunstância de o trabalho
dever ser prestado em período noturno.
4 - Constitui contraordenaçáo muito grave a violaçáo do dispotto no n.o 1.
pode ser afastada por insnurnento de regulamentação coletiua de trabalho entende-se que
o n,ão pode ser por contrato de trabalho" (Art. J.o, n.o 5).
Artigo 267."
Retribuiçáo por exercício de funções affns ou funcionalrnente ligadas
1 -O trabalhador que exerça funçóes a que se refere o n.o 2 do artigo 1 18.", ainda que
a título acessório, tem direito à retribuiçáo mais elevada que lhes corresponda, enquanto
tal exercício se mantiver.
230
t-
RETRTBUTÇÂ0 E 0UTRAS PRESïAçOES
Artigo )($.ot5t
Pagamento de trabalho suplementar
1 - O trabalho suplementar até lQ0-.hgt aruaist pago pelo valor da retribuiçáo
horâria com os seguintes acréscimos:
ò 25o/o pelaprimeira hora ou fraçâo desta e 37,5o/opor hora ou fraçáo subsequente,
em dia útil;
b) 50o/o por cada hora ou fração, em dia de descanso semanal, obrigatório ou com-
plementar, ou em feriado.
2 - O trabalho suplementar superior a 100 horas anuais é pago pelo valor da retribuição
horâria com os seguintes acréscimos:
50 o/o pela primeira hora ou fraçáo desta e 75 o/o por hora ou fraçáo subsequente,
") em dia útil;
b) I00 o/o por cada hora ou fraçáo, em dia de descanso semanal, obrigatório ou com-
plementar, ou em feriado.
3 - (Reuogado.)'uo
4 - E exigível o pagamento
de trabalho suplementar cuja prestaçáo tenha sido prévia
e exPressamente determinada, ou realizada de modo a nío ser previsível a oposiçáo do
empregador.
5 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto no n.o I e 2.
r5e
Redaçáo do art. 2." da Lei n.o 2312012, de 25 dejunho, alterada pelo art. 2.o da Lei nP t312023, de 3
de abril.
160
Revogado pelo art. 10." da Lei n.o 9il}0l9, de 4 de serembro.
231
CÓDIGO DO TRABALHO ANOÏAOO
- 4.n Secção).
- Ac. do STJ n.o 6/2012, Rel. Antrínio Gonçalues Roclta, DR de 25-06-2012): Ao
trabalhador isento de horririo de trabalho na modalidade de isençáo total, não é deuido o
Pagamento de trabalho suplementar em dia normal de trabalho... rn€srno que uhrapasse
os limites legais diários ou anuai.s.
Artigo 269."
Prestaçóes relativas a dia feriado
t
I - O trabalhador tem direito à retribuiçáo correspondente a feriado, sem que o
empregador a possa compensar com trabalho suplemenrar.
2 - O trabalhadoÍ que presta trabalho normal em dia feriado em empresa náo obrigada
a suspender o funcionamento nesse dia tem direito a descanso compensatório com
duraçáo de metade do número de horas prestadas ou a acréscimo de 50o/o daretribuiçáo
correspondente, cabendo a escolha ao empregador.l6l
t' 3 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto no presenre arrigo.162
232
t.
RETR|BUTçÃ0 E oUTRAS PRESTAç0ES
-Tem aplicaç,ão as norlnds al. b), e 5 do artigo 7.o da Lei n." 23/2012, de 23
dos n.o' 4,
dejunho, sintetizadas nas duas anotações ão artigo anterion
SECÇÁO il
DETERMINAçÁO DO VALOR DA RETRIBUIÇÁO
Artigo 27O."
Critérios de determinaçáo da retribuição
Na determinaçáo do valor da retribuiçáo deve ter-se em conta a quanddade, natureza
e qualidade do trabalho, observando-se o princípio de que, para trabalho igual ou de
vaior igual, salário igual.
Artigo 271."
Crálculo do valor da retribuiçáo horfuia
- A lei. continua a não preaer, neste capítulo, o cálculo da retribuiç,ão diárla. Porém, na
noua alínea c) d.o n.o 2 do art. 366.0, passou a estabelecer-se pãra efeitos de compensaç,ão
pela cessação do contrato de trabalho que b ualor diririo de retribuiç'úo base e diuturnidades
é o resultante da diuis,ão por 30 dias da renibuiç,ão base mensal e diuturnidades". Assirn,
aquela kcuna da lei deuerá ser integradapela aplicação do nouo ltreceito, de conformidade
corn a regra do drt. 10." do Cóàigo Ciuil.
*
-Nos termos do n.o 2 do art. 7.o da IÁT integram a
"renibuiç,ão mensdl" todas asprestações
recebidcu com caruíter de regularidade que n,ão se destinem a cornpensar o sinistrado por
custos aleatórios.
Artigo 272."
Determinaçáo judicial do valor da retribuiçáo
1 - Compete ao tribunal, tendo em conta a prática da empresa e os usos do sector ou
locais, determinar o valor da retribuiçáo quando as partes o náo frzelame ela náo resulte
de instrumento de regulamentaçáo coletiva de trabalho aplicável.
2 - Compete ainda ao tribunal resolver dúvida suscitada sobre a qualificaçáo como re-
tribuição de prestaçáo paga pelo empregador.
233
1l
sECÇÁo ur
RETRTBUIÇÁO UÍNrrvrR MENSAL GARANTIDA
Artigo 273."
Determinaçáo da retribuição mínima mensal garantida
I- É garantida aos trabalhadores uma retribuiçáo mínima-mensal, seja qual for a
modalidade praticada, cujo valor é determinado anualmenre por legislaçáo específica,
ffi ouvida a Comissáo Permanente de Concertaçáo Social.
2 - Na determinaçáo da retribuiçáo mínima mensal garantida sáo ponderados, entre
outros fatores, as necessidades dos trabalhadores, o aumento de custo de vida e a evoluçáo
da produtividade, tendo em vista a sua adequaçáo aos critérios da política de rendimentos
e preços.
3 - Constitui contraordenaçáo muito grave a violaçáo do disposto no n.o 1.
4 - Adecisáo que aplicar a coima deve conter a ordem de pagamento do quantitativo
da retribuiçáo em dívida ao trabalhador, a efetuar dentro do prazo estabelecido para
pagamento da coima.
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RETRIBUtçÃ0 E 0UTRAS PRESTAçoES
Artigo 274:
Prestaçóes incluídas na retribuição mínima mensal garantida
Artigo 275."
Reduçáo da retribuiçáo mínim" -"rrJ garantida relacionida com o rabalhador
1 - A retribuiçáo mínima mensal garantida tem a seguinte reduçáo relativamente a:
Praticante, aprendiz, estagiário ou formando em situaçáo de formaçáo certificada,
") 20 o/o;
b) Tiabalhador com capacidade de trabalho reduzida, a reduçáo correspondente à
diferença entre a capacidade plena para o trabalho e o coeficiente de capacidade
efetiva para a atiúdade contratada, se a diferença for superior a l0 o/o, com o limite
de 50 o/o.
2 - A reduçáo prevista na alínea a) do número anterior náo é aplicável por período
superior a um ano, incluindo o tempo de formaçáo ao serviço de outro empregador,
desde que documentado e visando a mesma qualificaçáo.
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CÓDIGO DO TRABALHO ANOTAOO
Forma de
1 - A retribuiçáo é satisfeita
em dinheiro ou, estando acordado, em prestaçóes náo
pecuniárias, nos termos do artigo 259.".
2 - Aparte pecuniária da retribuiçáo pode ser paga por meio de cheque, vale postal ou
depósito à ordem do trabalhador, devendo ser suportada pelo empregador a despesa
feita com a conversáo do título de crédito em dinheiro ou o levantamento, por uma
.$,vez, da retribuiçáo.
\Y- o empregador deve entregar ao trabalhador
ual constem a , o nome completo, o número de
inscriçáo na segurança e a categoria profissional do trabalhador a
retribuiçáo base e as demais prestaçóes, bem como o período a que respeitam, os
descontos ou deduçóes e o montante líquido a receber.
,
4- Constitui contraordena$o muito grave aviola$o do disposto noÍÌ.o 1, contraordena@o
grave a violaçáo do disposto no n.o 2 e contraordenaçáo leve a violaçáo do no
n.o 3.
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236
RETRTBUTçÃ0 E 0UTRAS PRESTAç0ES
pago ou colocado à disposiç,ão e os sujeitos ltassiuos de IRS podern optdr por não receber os
recibos de uencimento em papel e recebê-los a?enas por uia eletrónica (Lei n.o 24-D/2022,
art.22l.o).
- Ainda em tal documento deuerá ser indÌcada a seguradora pdra ã qualfoi transferida a
responsabiliddde por acidente de trabalho (LAT art. 177.o, n.o 2).
-A Declaraç,ão Mensal de Remunerações (DMR) destina-se ao cumprimento da obrigaç,ão
do empregadnr declarar os rendimentos de trabalho dzpendente auferidos pebs nabalhadores
[Código do IRS, art. 119.o,/t.o 1, d)J e respetiuas retenções (nafonte) de imposto, das
deduções efetuadas relatiuamente a contribuições obriganírias para regimes de proteç,4o
social e subsistemas legais de saúde e a quotizações sindicais, relatiuas ao mês anterior, de
conformidade com a Portaria n.'307/2022, de 27 de dezembro, aue aproaou a nout
DMR, declaraç,ão mensal de remunerações -AT e respetiuds instruções de preenchimento,
em uigor a Partir I de janeiro de 2023.
- De modo idêntico, atraués da Declaraç,4o de Remunerações à Segurança Social, os
empregadores üo cumprimento, mensalrnente, ao deuer de deckrar "ern rekção a cada
urn dos trabalhadores ao seu seruiço, o ualor da remuneraç,ão qae constitui a base de
inci.dência contri.butiua, os tempos de trabalho que lhe correspondzm e a tãxa contributiua
aplicáuel" (CRCSS, arts. 40.o e 41.o e l3.o e sgts. do seu Regalamento e Desparho Normatiuo
n.o 1-,U2013, de 10 de janeiro).163
Artigo 277."
Lugar do cumprimento
1 - A retribuiçáo deve ser paga no local de trabalho ou noutro lugar que seja acordado,
sem prejuízo do disposto no n.o 2 do artigo anterior.
2 - Caso a retribuiçáo deva ser paga em lugar diverso do local de trabalho, o tempo
que o trabalhador gastar para receber a retribuiçáo considera-se tempo de trabalho.
3 - Constitui conraordenaçáo grave a violaçáo do disposto no presente artigo.l64
- O local de nabalho é urna das inforrnações que deue serprestada, por escrito, an nabalhad.or
cfr. arts. 106.o, n.o 3, aL b) e 107.o n.o 1. A suapreuis,ão lega,l consta do art. 193.o.
Artigo 278."
Tempo do cumprimento
1 - O crédito retributivo vence-se por períodos certos e iguais, que, salvo estipulaçáo
ou uso diverso, sáo a semana, a quinzena e o mês do calendário.
2 -A retribuifo deve ser paga em dia útil, durante o período de trabalho ou imediatamente
a seguir a este.
163
Sobre esta legislaçáo comentada, v. o nosso Código dos Regimes Conributivos e Legislaçáo Complementar
Anotados, 2.^ ed., Almedina, Coimbra, 2022, pâg.s 53 e sgts. e 220 e sgts.
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Texto introduzido pelo art. 2." daLei n." 1312023, de 3 de abril.
237
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- A periodicidade da retribuição é uma das informações que deuem ser prestadas, por
escrito, ao trabal/tador cír.arts. 106.o n.o 3, al. h) e I0/.o, n.o 1.
q - Sobre o incumprimento dn contrato de trabalbo, nomeadamente no que tange ao pagamento
da retribuição, r). art. 323.o e sgts.
e descontos
I- Na pendência de contrato de trabalho, o empregador náo pode compensar a
retribuiçáo em dívida com crédito que tenha sobre o trabalhadot nem fazer ã.rconto
ou deduçáo no montante daquela.
2 - O disposto no número anrerior náo se aplica:
a) A desconto a favor do Estado, da segurança social ou ourra entidade, ordenado
por lei, decisáo judicial transitada em julgado ou auro de conciliaÇáo, quando o
empregador tenha sido notificado da decisão ou do auto;
b) A indemnizaçáo devida pelo trabalhador ao empregador, liquidad.a por decisáo
judicial transitada em julgado ou auro de conciliaçáo;
c) À sançáo pecuniária a que se refere a alínea c) do n.o 1 do artigo 32g.o;
d) A amortizaçáo de capital ou pagamento de juros de empréstimo concedido pelo
empregador ao trabalhador;
e) A preço de refeiçóes no local de trabalho, de utiliza$o de telefone, de fornecimenro
de géneros, de combustíveis ou materiais, quando solicitados pelo trabalhador, ou
outra despesa efetuada pelo empregador por conta do trabalha{or com o acordo deste;
f) A abono ou adiantamenro por conra da retribuiçáo.
3 - Os descontos a que se refere o número anterior, com exceçáo do mencionado na
alínea a), náo podem exceder, no seu conjunto, um sexto da retribuiçáo.
4 - Os preços de refeiçóes ou outros bens fornecidos ao trabalhador por cooperativa
de consumo, mediante acordo entre esta e o trabalhador, náo estáo sujeitos ao limite
il.t mencionado no número anterior.
5 - Constitui contraordenaçáo muito grave a violaçáo do disposto no n.o 1.
- O desconto a fauor do Estado serrí o imposto sobre o rendimento das pessoas singulares,
cuja taxa resuba de diuersos fatores e a base de incidência se preuê no art. 2.o do Crídigo
165
Texto introduzido pelo art. 2." da Lei n." 1312023, de 3 de abril
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