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I I I I I I

Título
Código do Thabalho Anotado
5." ediçío

Autor
Alcides Martins

Editor
NovaCausa
Ediçóes Jurídicas

NOVACAUSA
EDrçÕÊs JURlDrcAs

Braga, Portugal
www.novacausa.net

ISBN
978-989-9026-62-9
t
Depósito Legal
51.6158/23

Design
Mtor Duarte
vitorduartedesign. blogspor. com

lmpressão e Acabamento A reprodução, total ou parcial, desta obra, por


Manuel Barbosa & Filhos, Lda fotocópia ou qualquer outro meio, mecânico
ou electrónico, sem prévia autorização do
@ 2023, muo autor e do editor, é ilícita e passível de
NovaCausa, Ediçóes Jurídicas procedimento judicial contra o infractor.
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Atcides Martins
Advogado
Professor convidado do ISCTE-lUL
e da Universidade Europeia

códl g ()C Trabalho


An ota

5.4 edicão

NOVACAUSA
eorçÕes JURÍDrcAs
os Nossos PRopóslros

' '4s
noaas e extensa.s altemções ao Código do Tiabalho, introduzidas pe/z Lei n.o 13/202i,
- de 3 de abril, e os dados entretantl coligidos, dercrrninaraln esta noua edição.

Naturalmente, para além da atualizaç,ão do texto legal, também se melhararam as


anotações, âs nztas remissiuas e os sumários jurisprudenciais.

Dada a arnplitude do Código e da sua legiskç,ão complementar, pretendeu+e explicitar


o sentido de muitas das suas norrnas de molde afacilitar a sua cornpreensão e 0 seu enqua.-
dramento sistemdtico, a euolução jurisprudencial e ainda dar algumas informações ern rna-
tërid"s enuoluentes, inclusiue de natareza social e económica.

Em talperEetiua, estiuerarn sern?representes os


ltresumidns interesses dos leinres, tendo
ou n,í.0 formação jurídica.

Aproueito para deixar aqui o meu agradecimento aos Colegas, Drs Ana Santos Paiua,
Susana Arnaral Ramos e Bruno Negr,ão Alues pelos seus ltreciosos contributos.

Lisboa, 25 de abril de 2023

Alcides Martins
(alcidespamartins.pt)

5
OBRAS DO AUTOR

- Noções Fundamentais de Direito, APG, Lisboa, 1994.

- Celebração e Cessação do Contrato de Tíabalha APG, Lisboa, 1994.

- Direito do Tí.abalho Fundarnental,ISLA, Lisboa, 2002.

- Legiskç,ão da Segurança Social:

Tomo I - Sistema Preuidencial e Complementa.r,

Tomo II - Código dos Regimes Contributiuos do Sistema Preaidencial,. Dislivro,


Lisboa, 2007.

- Legislaç,ão sobre Incapacidades em Direito do Trabalho, Ciuil eAdministratiuo,Dislivro,


Lisboa, 2AO7.

- Legislaç,ão sobre Estrangeiros, Dislivro, Lisboa, 2008.

- Incumprirnento do Contrato de Tí,abalha (parceria), V. Dashôfer, Lisboa,20L0.

- organizaç,ão e Duração do Tëmpo do Ti,abalho (parceria), v D., Lisboa, 2010.

- Direito da Processo Laboral, 5.^ ed.,Almedina, Coimbra, 2023.

- Código de Processo do Tiabalbo e Legislaç,ão Complernentnr Anotados, Âlmedina,


Coimbra, 20L9. t.
- Aídigo dos Regimes Contribuüuos e Legiskç,ão CornpkmentarAnotadns,2.a ed.,Almedina,
Coimbra, 2A22.

7
SIGLAS E ABREVIATURAS UTILIZADAS

ACT Autoridade Para as Condiçoes do Ti'abúo, organizaüpelo Decreto Regulamentar


n." 4712012, de 37 de julho
Ac. Acórdáo

Art. Artigo
BTE Boletim do Thabalho e Emprego
Cfr. Confrontar, confirmar ou conforme
CC Código Ciül
CPC código de Processo civil, aprovado pela Lei n." 4ll2ol3, de 26 de junho
CPT Código de Processo do ïabalho, na redaçáo conferida pelo Decreto-Lei n.o
10712019, de 9 de setembro

CRCSS Código dos Regimes Contributivos do Sistema Previdencial de Segurança


Social, aprovado pela Lei n." 11012009, de 16 de setembro

CRP Constituiçáo da República Portuguesa


CT código do Tlabalho, aprovado pela Lei n.o 712009, de 12 de fevereiro
DAR Diário da Assembleia da República
Dec. Decreto

DL Decreto-Lei
DLR Decreto Legislativo Regional

DR Decreto Regulamentar
i.
DTSS Direito do Tiabalho & Segurança Social (revista)
JouE Jornal Oficial da União Europeia
LAT Lei n.o 9812009, de 4 de setembro, que regulamenra o regime de reparaçáo
de acidentes de trabalho e de doenças profissionais, incluindo a reabilitaçáo
e reintegraçáo profissional

rTFP Lei Geral do Thabalho em Funçóes Públicas


- Lei n.o 35 I 2014, de 20 de junho
LR Regulamentaçáo do código do Tlabalho 2009 - Lei n." 10512009, de 14
de setembro

MTSSS Ministério do Tlabalho, Solidariedade e Segurança Social

9
MP Ministério Público
PDT Prontuário de Direito do tabalho (CEl)

QL Questóes Laborais (revista)


RIDT Revista Internacional de Direito do Tiabalho (FDL/IDT)
RLJ Revista de Legislaçáo e Jurisprudência

sgt. Seguinte

STJ Supremo Tiibunal de Justiça

TJUE Tribunal de Justiça da Uniáo Europeia


TR Tiibunal da Relaçáo
UE Uniáo Europeia
V. Vet verificar.

NOTAS Pertenceráo ao Código do Tlabalho de 2009, na sua versáo atual, as disposiçóes


citadas nas anotaçóes sem indicaçáo do respetivo diploma legal.

Teve-se todo o cuidado na transcriçáo dos textos legais. Mesmo assim, acon-
selha-se o seu confronto com as respetivas fontes oficiais.

10
SUMÁRIO

I - cóotco Do TRABALHo
FoNTES r arurcaçÁo Do DrRErro Do TRABALHo
CONTRAIO DE TRABAIHO
DIREITO COLETIVO
RES PONSABILIDADE PENAI E CONTRAORDENACIONAI

Ir - REGULAMENTo Do cóorco Do TRABALHo


Irr-ADAPrAçÁO OO CÓOrcO DO TRABALHOÀS nrClóESeUróNoMAS

w- RESTANTETECISTnçÁo COMPLEMENTARRO CóOrcO DO TRABALHO


lnNuuennçÁo;

í)

11
F_

cóDtG0 D0 TRABALH0 - LEt DE APR0vAçÃ0

cóoIco DO TRABALHo
Lei de A;irovação

Lei n." 712009


de 12 de fevereirol

AAssembleia da República decreta, nos termos da alínea c) do anigo 161." da Constituit'o,


o seguinte:

Artigo 1."
Aprovaçáo do Código do tabalho
É aprovado o Código do Tiabalho, que se publica em anexo à presente lei e dela faz
parte integrânte.

- Não obstante esta Lei n.' 7/2009, de 12 de feuereiro, declarar aprouar aPenas a reuisáo
do Código do Tiabalho (de 2003), a uerdade é que ela aproua, pelo menos formalmente,
uln nouo Código do Trabalho (que será o de 2009).
- Resultou da Proposta de Lei n.o 216/X, de 26 de junho de 2008. O processo de aprouação
da Lei naAssembleia da República consta, essencialrnente, no DAR, I Série, n." 18, 75 e
76 [www.p arlamento.ptJ.
- A primeira e segunda aherações desta noua uersão do Código resultaram das Leis n.o'
105/2009, de 14 de setembro, que também regulamentou o Código do TVabalho, cujo texto
é inserido na Parte II, e 53/2011, de 14 de outubro, que implantou um nouo sistema de
compensação em diuersas modalidades de cessaçáo do contrato de trabalho.

-A Lei n.o 23/2012, dr 25 dz junlto,t que innoduziu a terceira e mais profunda aheraç,ão ao
Código, resuhou dn Proposa de Lei n.' 46/XII. O texn da discuss,4n dzsa Proposa na gmnalidade
e a uota{ãn na especialidadz contênt-se, respetiuãmente, nos n.o' 89 e 91/XII dn DÁR, I Série.

- Por sua uez, a Lei n.o 47/2012, de 29 de agosto, procedeu à quarta aheração do mesmo
Código, porforma a adequd-lo à Lei n.o 85/2009, de 27 de agosto, que estabelece o regime
da esco brigatória.
laridade o

- A quinta aheração proueio da Lei n.o 69/2013, de 30 de a$osto, que ajustou o ualor da
compensação deuida pela cessaç,4o do contrato do trabalho.

- A sexta alteração foi introduzida pela Leì n.o 27/2014, de I de maio, que aherou o
regirne dos despedimentos por extinção do posto de nabalho e por inadaptaç,ão.

-A sétima alteraçáo adueio da Lei n.o 55/2014, de 25 de agosto, relatiua à uigência das
conuenções coletiuas de trabalho.

-A oitaua alteração deriuou da Lei n.o 28/2015, de 14 de abril, que consagrd a identidade
do género no âmbi.to do direito à igualdade no Acesso ao emprego e no trabalho.

t Retificada pela Declaraçáo de Retificaçáo n.o 2112009, de l8 de março, e alterada pela Lei nP 2312012,
de 25 de junho
2
Retificada pela Declaraçáo de Retificaçáo n.o 3812012, de 23 de julho.

í5
CÓDIGO DO TRABALHO ANOTAOO

-A nona aheraç,4o ueio da Lei n." 120/2015, de I de outubro, que reforça os direitos de
maternidade e paternidade.
-A dêcima aheração resuhou da Lei n.o 8/2016, de t de abril, que restabeleceu osferiados
nacionais.
- A undécima aberaç,4o proueio da Lei n.o 28/2016, de 23 de agosto, que combate as
formas modernas de trabalho forçado.
-A duodécima aheraç,4o consta da Lei n.' 73/2017, de 16 de agosté, que reforça o quadro
legislatiuo pdra a preuenç,ão da prdtica do assédio.
-A décima ïerceira alteraç'ão proueio da Lei n." 14/2018, de 19 de março, que abera o
regime da transmiss,ão de emltresa ou estabelecimento.
-A décima quarta aheragão resultou da Lei n.o 90/2019, de 4 de setembro, que reforçou
a proteção na parentalidade.

-A décirna quinta aberaçáofoi estabelecidapela Lei n.o 93/2019, de 4 de setembro, que


aberou os regì.mes dos trabalhadores com defciência, doença tónica ou doença oncológica;
períodn experimental; drueres do empregador;formagão contínua; contrnto atel'rno; trabalho
i.ntermitente; trabalho temporuírio; banco de horas; despedimento por extinção de posto de
trabalho; resolução d.o contrato de trabalho pelo nabalhador; extinçáo de associações sindicais
e de empregadores; caduci.dade de conuenções coletiuas e arbitragem.
-A décima sexta alteração adueio da Lei n.o 18/2021, de I de abril, que estendeu o regi.me
jurídico aplicáuel à nansmissão de empresa às situações de transmissão por adiudicaç,ão de
fornecimento de seruiços que se concret.ize por concurso público.
-A décima sétima aheraçãofoi implantadapela Lei n." 83/2021, de 6 de dezembro, que
modifcoa o regìme de teletrabalho (e a Lei n." 98/2009, de 4 de setembro, que regulamenta
o regirne de reparaçáo de acidentes de trabalho e de doenças profissionais).
-A dzcima oiaua aheraç,ãofoi instituídapeln Lei n.o l/2022, dz 3 dz janeiro, qut ala.ryou o pmoda
de faltas justifcadas en1 c*so de falecimento de descendente ou afirn no I .
o
grau da linha reta.
-A décima nona aberaçáo adueio da Lei. n." 13/2023, de 3 de abril, que 'hhera o Código
do Trabalho e legislação conexa, no âmbito da agendo do trabalho digno", classifcando-a
como sendo a uigésima terceira aheraçáo.a
- Tem o seu fundamento no Liuro Wrde sobre o Futuro do Trabalho, MTSSS, junho de
2021 e Proposta de Lei n." 15/XV de 2/6/2022. J
,t

r!

tl
Artigo 2."
Thansposiçáo de diretivas comunitárias
rl
I
j
O Código do Tiabalho transpóe para a ordem jurídica inrerna, total ou parcialmente,
as seguintes diretivas comunitárias:

3 Retificada pela Declaraçáo de Retificaçáo n.o 2812017, de 2 de outubro.


a
Na Proposta de Lei n.o l5lXV, considerando as três declarações de retificaçáo sofridas por leis anreriores
e assinaladas, classifìcou-se esta
alteraçáo do Código do Trabalho, como sendo a vigésima rerceira alteraçáo,
cfr https://pgdlisboa.pt/leis. Porém, depois, no Decrero da A.R. n." 36D{V deixou de se indicar o número
de ordem desta alteraçáo, ao arrepio do preceituado no n.o I do art. 6.o da Lei n." 74198,de 1 1 de novembro
(Publicaçáo, identiftcaçáo e formulário dos diplomas Lei formulária).
-

16
cÓDrG0 D0 TRABALH0 - LEt DE APR0VAçÃ0

a) Diretiva do Conselho n." 9Il5331CEF , de 14 de outubro, relativa à obrigaçáo de


patronal informar o trabalhador sobre as condiçóes aplicáveis ao contrato
^entidade
ou à relaçáo de trabalho;
b) Diretiva n." 92l85lCEE, do Conselho, de 19 de outubro, relativa à implementaçáo
de medidas destinadas a promover a melhoria da segurança e da saúde das
trabalhadoras grávidas, puérperas ou lactantes no trabalho;
.) Diretiva n." 94l33lCE, do Conselho, de 22 de junho, relativa à proteçáo dos
jovens no trabalho;
d) Diretiva n." 96l34lCE, do Conselho, de 3 de junho, relativa ao acordo quadro
sobre a licença parental celebrado pela Uniáo das Confederaçóes da Indústria e
dos Empregadores da Europa (UNICE), pelo Centro Europeu das Empresas
Públicas (CEEP) e pela Confederaçáo Europeia dos Sindicatos (CES);
e) Diretiva n." 9617IICE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 16 de
dezembro, relativa ao destacamento de trabalhadores no âmbito de uma prestaçáo
de serviços;
0 Diretiva n." 97l8IlCE, do Conselho, de 15 de dezembro, respeitante ao acordo
quadro relativo ao trabalho a tempo parcial celebrado pela UNICE, pelo CEEP
e pela CES;
g) Diretiva n." 98l59lCE, do Conselho, de20 de julho, relativa à aproximaçáo das
legislaçóes dos Estados membros respeitantes aos despedimentos coletivos;
h) Diretiva n: I999170/CE, do Conselho, de 28 de junho, respeitante ao acordo
quadro CES, I-INICE e CEEP relativo a contratos de trabalho a termo;
i) Diretiva n." 20001431CF, do Conselho, de29 de junho, que aplica o princípio da
igualdade de tratamento entre as pessoas, sem distinção de origem racial ou étnica;
D Diretiva n." 2000178/CE, do Conselho, de 27 de novembro, que estabelece um
quadro geral de igualdade de tratamento no emprego e na atividade profissional;
k) Diretiva n." 20011231CF, do Conselho, de 12 de março, relativa à aproximaçáo
das legislaçóes dos Estados óembros respeitantes à manutençáo dos direitos dos
trabalhadores em caso de transferência de empresas ou de estabelecimentos, ou
de partes de empresas ou de estabelecimentos; t
l) Diretiva n." 2002ll lCE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 11 de março,
que estabelece um quadro geral relativo à informaçáo e à consulta dos trabalhadores
na Comunidade Europeia;
m) Diretiva n." 2003188/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 4 de
novembro, relativa a determinados aspetos da organizaçâo do tempo de trabalho;
n) Diretiva n." 20061541CF,, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 5 de julho,
relativa à aplicaçáo do princípio da igualdade de oportunidades e igualdade de
tratamento entre homens e mulheres em domínios ligados ao emprego e à atividade
profi ssional (reformulaçáo) .

- CRP, art. 8.o, ut.o 4 - aplicação das disposições dos tratados que regern a Uni,ão Europeia
e das norrnas emanadas das suas instituições.

17
CÓDIGO DO TRABALHO ANOÏADO

- Nos termos do Tiatado sobre o Funci.onamento da Uni,ão Europeia, o "regulamento tem


carácter geral. E obrigattírio em todos os seus elementos e diretãruente aplic(íael em todos
os Estados'Mem.bros. A direti.ua uincula o Estado-Membro destinatário quanto ao resultado

a alcançar, deixando, no entanto, às instâncias nacionais a cornpetência quanto à


forma
e aos meios" (art. 288." - [hpn://euro-lex.eurolta.eu/pt].
- Carta dos Direitos Fundamentais da UE, nomeadarnente capítulo IV (solidariedad.).
Recomendaç,ã.o (UE) 2017/61 da Comiss,ão, de 26 de abril de 2017 sobre o Pilar Europeu
dos Direitos Sociais.

- As diretiuas indicadas, bem como As suas aberações, são referenciadas nos arti.gos do CT
a que respeitarn mais diretamente.
- Ainda deuern ser assinalados mais os seguíntes instrurnentos norrnatiuos da UE recentes:
Diretiua (UE) n." 2019/953 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 5 de junho de
20I 9, relatiua à proteção dos trabalhadores contra riscos de exposiç,ão d agentes cancerígenos
no trabalho; Regulamento (UE) 2019/1149 do Parlamento Eurolteu e do Conselho, de
20 de junho de 2019, que institui umaAutoridade Europeia do Tïabalho; Decisáo (UE)
2019/1 181 do Consellto, de I de julho dz 2019, relatiua as orientações para as políticas
de emprego dos Estados-Membros, que Tnantérn em uigor a Decisão (UE) 2018/2015,
sobre o mesrno tema. Thmbémfoi. emitida a Decis,4o (UE) 2019/540 da Comissão, de 26
dc março de 2019, que regista aproposta de iniciatiua de cidadania intitukda <NewRightsNow

- Reforçar os direitos dos trabalhadores "uberizados"r.


-Atraués da recmte Lei n.o 13/2023, dr 3 dE abril, são nanspoxas para a ordem jurídica interna,
as Diretiuas (EU) 2019/1 152 e 2019/1 158, ambaç dn Parlnmento Europeu e Conselho e dz 20

de junho dê 2019, relatiuas, r€spetiuamente, 'b condições dz nabalho tranq)arente e preuisíueis"


e 2 concìliaç,ãn cntre a uida profissional e a uidafamiliar dns progmi.tores e cuidadnres".

Artigo 3."
Thabalho autónomo de menor
I - O menor com idade inferior a 16 anos náo pode ser conrrarado para realizar uma
atividade remunerada prestada com autonomia, excero caso teúa concluído a escolaridade
obrigatória ou esteja matriculado e a frequentar o nível secugdário de educaçáo e se
trate de trabalhos leves.5
2 - ì\celebraçáo do contrato previsto no número anterior aplicam-se as regras gerais
previstas no Código Civil.
3 - Consideram-se trabalhos leves para efeitos do n.o 1 os que assim forem definidos
para o contrato de trabalho celebrado com menor.
4- Ao menor que realiza atividades com autonomia aplicam-se as limitaçóes estabelecidas
para o contrato de trabalho celebrado com menor.

- O contrato de trabalho (subordinado) com menores encontra-se disciplinado nos arts.


66.o a 83.'do CT

t Redaçáo conferida pelo art. 2.o da Lei nP 47 12012, de 29


de agosro.

18
cóDrco D0 TRABALH0 - LEt DE APRovAçÃo

- A participação de menor em atiuidade.de natureza cultural, artística ou publicitária


está regulada nos drts. 2.o a I 1.o da LR (Parte II).

- As regras gerais preuistas no Código Ciail serão, nomeadarnente, as da capacidade (arts.


122." a 129.o) e as que regulam o contrdto de prestaçáo de seruiço (arts. I 154.o e sgts.).
- As atiuidades proibidas ou condicionadas A rnenor encontrdm-se enumeradas nos Arts.
6l.o a 72.o da Lei n.o 102/2009, de 10 de setembro - Regime jurídico da promoção da
segurãnça e saúde no traballto, mencionada na Parte M
Artigo 4."
Acidentes de trabalho e doenças proftssionais
1 - O regime relativo a acidentes de trabalho e doenças profissionais, previsto nos aÍtigos
283." e284." do Código doThabalho, com as necessárias adaptaçóes, aplica-se igualmente:
a) Â praticante, aprendiz, estagiârio e demais situaçóes que devam considerar-se de
formaçáo profissional;
b) A administrador, diretor, gerente ou equiparado, sem contrato de trabalho, que
seja remunerado por essa atividade;
.) A prestador de trabalho, sem subordinaçâo jurídlca, que desenvolve a sua atividade
na dependência económica, nos termos do artigo 10." do Código do Thabalho.
2 - O trabalhador que exerça átividade por conta própria deve efetuar um seguro que
garantao pagamento das prestaçóes previstas nos artigos indicados no número anterior
e respetiva legislaçáo regulamentar.

-'4s situações preuistas nas alíneas não resultam do contrato de trabalho e, consequentemente,
não são disciplinadas juridicamente pelo CT tfr. arts. 1.o e 1 1.o, rnas corn exceções como
preuisto no drt. 10.o do Código.
- O regime relatiuo a acidentes de trabalho e doenças profssionais tem princípios
os seus

no Art. 283.o do CT e, na sequência do artigo seguinte, o seu desenuolaimento na Lei n.o


98/2009, de 4 de setembro - Regulamenta o reginte de reparaç,ão de acidentes de trabalho
e de doenças prof.ssionais, incluindo a reabilitaç,4o e reintegraç,ão profssionais, em uigor
a pãrtir de 1 de janeiro de 2010.

- A eleiç,ão ou nomeação dns gerentes, diretores e administradntes nas sociedades comerciais


encontra-se regulada no Código das Sociedades Comerciais, aprouadn pelo DL n.o 262/86,
dz 2 de seternbro, nomeadamente, nos artg 191.o, 252.o, 270.o-E, 278.o, 395.o e 424.o. Em
terrnos dz segurança social, têm um regime contribuüuo próprio, cfr. CRCSS, art. 61.o e tgts.

- O regime do contrato dz seguro para os nabalhadnres indtpendentes está prnisto no DL n.o


159/99, dz I I dr maio, aberaàn peb DL n.o 382-,4/99, de 11 dz maio. Na perspectiua da
segurança social o regime dos trabalhaãnres inàtpendtntes conthn-se no CRCSS art 132.0 e sgts.

Artigo 5."
Regime do tempo de trabalho
O disposto na alínea a) do n." 2 do artigo I97 ." do Código do Thabalho náo é aplicável
até entrada em vigor de convençáo coletiva que disponha sobre a matéria, mantendo-se

19
l

CÓDICO DO TRABALHO ANOTADO

em vigor, durante esse período, o previsto no arrigo 1.o da Lei n.ô 21196, de23 de
julho, e na alínea a) do n." 1 do artigo 2." daLei n." 73198, de 10 de novembro.

- Na alínea a) do n.o 2, do art. 197.o do CT preueem-se as interrupções e pausas que se


consideram comltreendidas no tempo de trabalho.

DeveÍes do Estado
"",
f;ilfl uor-*áo profissional
I - Compete ao Estado garantir o acesso dos cidadáos àformaçao profissional, permitindo
a todos a aquisiçáo e a permanente atualizaçío dos conhecimentos e competências,
desde a entrada na vida adva, e proporcionar os apoios públicos ao funcionamento do
sistema de formaçáo profissional.
2 -Compete ao Estado, em particular, garantir a qualificaçáo inicial de jovens que
pretendem ingressar no mercado de trabalho, a qualificaçáo ou a reconversáo profissional
de desempregados, com vista ao seu rápido ingresso no mercado de trabalho, e promover
a integraçáo socioprofissional de grupos com particulares dificuldades de inserçáo,
através do desenvolvimento de açóes de formação profissional especial.

- CRn art. 58.o, /t.o 2, al. c). CT art. 30.o e sgts.


- Resoluçã.o dn Conselho de Ministros n." 173/2007, publicada ern 7/1 t/2007, que aprouou
a Reforma da Formaçã.o Profssional, nos termos dos documentos a ela anexos.
- O regime jurídico do Sistema Nacional de Qaalifcações, consta do DL n." 396/2007, de
31 dc dezembro (aherado peb DL n.o 14/2017, de 26 janeiro), que estabelece e def.ne
de
as estruturas que assegurarn o seufuncionarnento [wutw.iefp.ptJ. V arts. 117.o e 130.o e sgts.

Artigo 7.o
Aplicaçáo no rempo
1 - Sem prejuízo do disposto no presente artigo e nos seguintes, ficam sujeitos ao
regime do Código do Ïabalho aprovado pela presente lei os contratos de trabalho e
I,
j
os instrumentos de regulamentaçáo coletiva de trabalho celebrados ou adotados anres
I
I
da entrada em vigor da referida lei, salvo quanto a condiçóes d{validade e a efeitos de
I
"i factos ou situaçóes totalmente passados anteriormente àquele momento.
I

i.
lt. 2 - As disposições de instrumento de regulamentaçáo coletiva de trabalho contrárias
a normas imperativas do Código do Trabalho devem ser alteradas na primeira
1l

11,

1i

I revisáo que ocorra no prazo de 12 meses após a entrada em vigor desta lei, sob pena
'
',liL
,ii de nulidade.
1rl
I
'l 3 - O disposto no número anterior náo convalida as disposiçóes de instrumento de
I

I regulamentaçío coletiva de trabalho nulas ao abrigo da legislaçáo revogada.


4 -fu estruturas de representaçáo coletiva de trabalhadores e de empregadores consriuídas
antes da entrada em vigor do Código do Tlabalho ficam sujeitas ao regime nele instituído,
salvo quanto às condiçóes de validade e aos efeitos relacionados com a respetiva
constituiçáo ou modificaçáo.

I
20
cóDrG0 D0 TRABALH0 - LEr DE ApRovAçÃo

5 - O regime estabelecido no Código do Trabalho, anexo à presente lei, náo se aplica


a situaçóes constituídas ou iniciad"i d" ,t" entrada em vigor e relativas a:
"nr.,
a) Duraçáo de período experimental;
b) Prazos de prescriçáo e de caducidade;
.) Procedimentos para aplicaçáo de sançóes, bem como paÍaacessaçáo de contrato
de trabalho;
d) Duraçáo de contrato de trabalho a termo certo.
6 - O regime estabelecido no n.o 4 do artigo 148." do Código do Tiabalho, anexo à
presente lei, relativo à duraçáo de contrato de trabalho a termo incerto aplica-se a
situaçóes constituídas ou iniciadas antes da sua entrada em vigor, contando-se o período
de seis anos aí previsto a paftir da data de entrada em vigor da presente lei.

- Códígo Ciuil, art. 12." -Aplicaç,ão das leis no temPo. Princípio geral.

Artigo 8."
- Revisáo de estatutos existentes
1 -Os estatutos de associaçóes sindicais, associaçóes de empregadores, comissóes de
trabalhadores e comissóes coordenadoras vigentes na data da entrada em vigor da
presente lei que náo estejam em conformidade com o regime constante do Código do
Tlabalho devem ser revistos no prazo de três anos.
2 -Decorrido o prazo referido no número anterior, o serviço competente do ministério
responsável pela área laboral procede àapreciaçío fundamentada sobre a legalidade dos
esrarutos que náo tenham sido revistos e, caso haja disposições contrárias à lei, notifica
a estrutura em causa paÍa que esta altere os estatutos, no PÍazo de 180 dias.
3 - Se houver alteraçáo de estatutos no prazo referido no número anterior, ou fora
desse prazo, mas antes da remessa destes ao Ministério Público no tribunal competente,
aplica-se o disposto nos n.o' 3 a 6,8 e 9 do artigo 447." do Código do Tiabalho, com
as necessárias adaptaçóes.
4 - Caso nâohap alteraçáo de estatutos nos prazos referidos rÌos rÌ.o'2 e3, o serviço
comperente do ministério responsável pela área laboral remete ao magistrado do
Ministério Público no tribunal competente a apreciaçáo fundan{êntada sobre a legalidade
dos mesmos, para os efeitos previstos rìos n.o' 8 e 9 do artigo 447." do Código do
Thabalho.
5 - Caso a apreciaçáo fundamentada sobre a legalidade da alteraçáo de estatutos conclua
que náo existem disposiçóes contrárias à lei, o processo é remetido ao magistrado do
Ministério Público, para os efeitos previstos na alínea b) do n." 4 do artigo 447." do
Código do Trabalho.
6 -Asentidades referidas no n.o 1 podem requerer a suspensáo da instância pelo prazo
de seis meses em câso de processo judicial em curso tendente à extinçáo judicial
da mesma, ou declaraçío de nulidade de normas dos estatutos com fundamento
em desconformidade com a lei, e apresentar no processo a alteraçáo dos estatutos no
mesmo Pruzo.

21
CÓOICO DO TRABALHO ANOÏADO

- O normatiuo sobre os estatutos das associações sindicais e de em/regadores insere-se no


art. 445.o e sgts. e o das comissões de trabalhadores no drt. 430.o, arnbos do CT
- A legitimidade do MP para estas ações judiciais tem o seu ass€nto na alínea a) do art.
5."-A do CPT
- O ministério responsáuel pela tírea laboral, ataalmente, denomina-se Ministério do
Tiabalho, Solidariedade e Segurança Social (MfSg.

Artigo 9."
F,>rtinçáo de associaçóes

I -As associaçóés sindicais e as associaçóes de empregadores que, nos


últimos seis anos,
náo tenham requerido, nos termos legalmente previstos, a publicaçâo da identidade
dos respetivos membros da direção dispõem de 12 meses, contados a parrir da entrada
em vigor desta lei, para requerer aquela publicaçáo.
2 - Decorrido o prazo referido no número anterior, sem que tal requerimento se tenha
verificado, o ministério responsável pela área laboral dá desse facto conhecimenro ao
magistrado do Ministério Público no tribunal competente, para efeitos de promoçáo
da declaraçáo judicial de extinçáo da associaçáo.
3 - A extinçáo judicial nos termos do artigo anrerior aplica-se o disposto nos n.o' I a
3 e7 do artigo 456.", com as devidas adaptaçóes.

- A legitirnidade do MP para estas ações judiciais tem o seu assento na alínea a) do art.
5."-A do CPT.
- O processo especial para a declaraç,ão de inualidade das associações sindicais é regulado no
art. 164.o e sgt. do CPTI porforça do disposto na partefnal do art. 169." do mesmo CPT

Artigo 10."
Regime transitório de sobrevigência e caducidade de convençáo coletiva
1 - instituído um regime específico de caducidade de convençáo coletiva da qual consre
É
cláusula que faça depender a cessa@o da sua vigência de substitui@o por ourro insrrumenro
de regulamentaçáo coletiva de trabalho, de acordo com os nún;eros seguintes.
2 - Aconvençáo coletiva caduca na data da entrada em vigor da presente lei, verificados
os seguintes factos:
A última publicaçáo integral da convençáo que contenha a cláusula referida no
") n." 1 tenha entrado em vigor há, pelo menos, seis anos e meio, aí já,compreendido
o período decorrido após a denúncia;
b) A convençáo tenha sido denunciada validamenre na vigência do Código do
Thabalho;
c) Tênham decorrido pelo menos 18 meses a contar da denúncia;
d) Não tenha havido revisáo da convençáo após a denúncia.
3 - Aconvençáo referida no rÌ.o I também caduca, verificando-se todos os outros acros,
logo que decorram 18 meses a contar da denúncia.

22
cóDtGo D0 TRABALH0 - LEt DE APRovAçÃo

4-O disposto rÌos n.o'2e3 níoprejudicaassituaçóes de reconhecimento dacaducidade


dessa convençáo reportada a momento anterior.
5 - O aviso sobre a data da cessação da vigência da convençáo é publicado:
Oficiosamente, caso tenha havido requerimento anterior cujo indeferimento tenha
") . sido fundamentado apenas na existência da cláusula referida no n.o 1;
b) Dependente de requerimento, nos restantes casos.

-Asobreuigência e a caducidadt dz conuenções coletiuas estão reguladas no art. 501." do CT


- A caducidade das conuenções coletiuas pod.e originar a arbitragem necesstíria, cfr. arts.
501."-A e 510.o do CT
-A caducidade tem o seu regime bdsico nos Arts. 298.o, 299." e 328.o e tgts. do Código Ciuil.

Artigo I1."
Regiões Autónomas

1 do Código do Thabalho às Regióes Autónomas sáo tidas em conta as


- Na aplicaçáo
competências legais atribuídas aos resPetivos órgáos e serviços regionais.
2 - Nas Regióes Autónomas, as publicaçóes sáo feitas nas respetivas séries dos jornais
oficiais.
3 - Nas Regióes Autónomas, a regulamentaçáo das condiçóes de admissibilidade de
emissáo de portarias de extensáo e de portarias de condiçóes de trabalho compete às
respetivas Assembleias Legislativas.
4 - As Regióes Autónomas podem estabelecer, de acordo com as suas tradiçóes, outros
feriados, para além dos previstos no Código do Tfabalho, desde que correspondam a
usos e práticas já consagrados.
5 - As Regióes Autónomas podem ainda regular outras matérias laborais enunciadas
nos respetivos estatutos político-administrativos.

- O CT encontra-se adaptado à R.A. da Madeira peto DLR n." 21/2009/M, de 4 de


agosto, com d alteração dada pelo DLR n.' 39/2012/M, de 21 de dezernbro e à R.A,
dos Açores pelo DLR n." 19/2006/A, de 2 de junho, alterado pelo DLR n." 23/2021/A,
de 22 de julho, cujos textos se encontrdm reproduzidos na. pgrte III deste liuro.

Artigo 12."
Norma revogatória
1 - Sáo revogados:
A Lei n." 9912003, de27 de agosto, na redaçáo dada pela Lei n." 912006, de20
") de março, pela Lei n: 5912007, de 4 de setembro, e pela Lei n." I2-N2008, de
27 de fevereiro;
b) A Lei Ís 3512004, de 29 de julho, na redaçáo dada pela Lei n.o 912006, de 20
de março, e pelo Decreto-Lei n.o 16412007, de 3 de maio;
c) As alíneas d) a f) do artigo 2.o, os n.o'2 e 9 do artigo 6.o, os n.o'2 e 3 do artigo
13.o, os aÍtigos 7.", 14: a 40.o, 42.", 44." na parte relativa a contraordenaçóes

23
CÓDIGO DO TRABALHO AN()TADO

por violaçáo de normas revogadas e o n.o 1 e as alíneas d) e e) do n.o 2 do artigo


45.", todos da Lei n3 1912007, de 22 de inaio.
2 - o artigo 6.o do Código do tabalho, aprovado pela Lei n.o 9912003, de 27 de
agosto, sobre lei aplicável ao contrato de trabalho é revogado na medida em que seja
aplicável o Regulamento CE/59312008, do Parlamento Europeu e do Conselho, de
17 dejunho, sobre a lei aplicável as obrigaçóes contraruais (Roma I).
3 - Arevogaçáo dos preceitos a seguir referidos do Código do Tiabalho, aprovado pela
Lei n." 9912003, de27 de agosto, produz efeitos a partir da entrada em vigor do diploma
que regular a mesma matéria:
a) Artigos 272." a280." e 67L o, sobre segurança, higiene e saúde no trabalho) na
parte náo referida na atual redaçáo do Código;
b) (Revogada.)6
c) Artigos 47I." a 473.", sobre conselhos de empresa europeus;
d) Artigos 569.",570." e n.o 1 do artigo 688.o, sobre designaçáo de árbitros paraaÍ-
bitragem obrigatória e listas de árbitros;
e) Artigos 630." a 640.", sobre procedimento de conrraordenaçóes laborais.
4 - Arevogaçáo dos artigos 34." a 43.", 50." e 643." do Código do Tiabalho, aprovado
pela Lei n." 9912003, de27 de agosto, e dos arrigos 68." a 77 e99." a 106." e 475."
da Lei n." 3512004, de 29 de julho, sobre proteçáo da marernidade e da paternidade
produz efeitos a partir da entrada em vigor da legislaçáo que regule o regime de proteçáo
social na paÍenralidade.
5 - A revãgaçáo dos artigos 414.o, 4r8.o, 430.o e 435.o,do n.o 2 do arrigo 436p, do
n.o 1 do artigo 438." e do artigo 681.", este na parte referente aos dois primeiros artigos,
do Código do Thabalho, aprovado pela Lei n.o 9912003, de27 de agosto, produz efeitos
a partir da entrada em vigor da revisáo do Código de Processo do Thabalho.
6 -A revoga$.o dos preceitos a seguir referidos da Lei n." 3512004, de29 de julho, na reda$o
dadapela Lei n." 912006, de20 de março, e pelo Decreto-Lei n." 16412007, de3 de maio,
produz efeitos a partir da entrada em ügor do diploma que regular a mesma matéria:
a) Artigos 14." a26.",469." e 470.", sobre trabalho no domicílio;
b) Artigos 41." a 65." e 474.", sobre proteçáo do património genético;
c) Artigos 84." a95.", sobre proteçáo de trabalhadora grávida, fiuérpera ou lactante;
d) Artigos 103." a 106.", sobre regime de segurança social em diversas licenças, faltas
e dispensas;
e) Artigos I07." a 1 13.", sobre regimes aplicáveis à Administraçáo Pública;
l:t 0 Artigos 1 15." a 126." e 476.", sobre proteçáo de menor no trabalho;
'lt
g) Artigos 739." a 146P e 477.", sobre participaçáo de menor em espetáculo ou
ourra atividade de natureza cultural, artística ou publicitária;
h) Artigos I55." e 156.", sobre especificidades da frequência de estabelecimento de
ensino Porparte de trabalhador-estudante, incluindo quando aplicíveis a trabalhador

6
Revogada pelo n.o 1 do art. 9.o da Lei n." 2312012, de 25 dejunho.

24
cóDt00 D0 TRABALH0 - LEt DE ApRovAçÃo

por conta própria e a estudante que, estando abrangido pelo estatuto de traba-
lhador-estudante, se encontre em situaçáo de desemprego involuntário, inscrito
em centro de emprego;
i) Artigos 165." a 167.", 170." e 480.", sobre formaçáo profissional;
'ì Artigos 176." e 48I.", sobre período de funcionamento;
l) Artigos 191." a20l.o e206.o, sobre verificaçáo de situaçáo de doença;
m) Artigos 2I2." a280.o,484." e485.",esre na parte referente àqueles artigos, sobre
segurança, higiene e saúde no trabalho;
n) Artigos 306.", sobre direito a prestaçóes de desemprego, e 310." a315.", sobre
suspensáo de execuçóes;
o) Artigos 317." a 326.", sobre Fundo de Garantia Salarial;
p) Artigos 365." a 395." e 489.", sobre conselhos de empresa euÍopeus;
q) Artigos 407." a 449.", sobre arbitragem obrigatória e arbitragem de serviços
mínimos;
r) Artigos 452." a464.", n.o 2 do artigo 469." e artigos 490." e 491.", sobre mapa
do quadro de pessoal e balanço social;
s) Artigos 494." a499.", sobre a Comissáo para a Igualdade no Trabalho e no
Emprego, na parte náo revogada pelo Decreto-Lei n.o 16412007, de 3 de maio.
7 - O regime sancionatório constante do Código do Thabalho náo revoga qualquer
disposiçáo do Código Penal.

-A uigência (prouisória) dos diplomas assinalados cessol.t em uirtude da entrada em uigor


das leis seguintes:

- Lei n.' 107/2009, de 14 de setembro - regime processual aplicríuel às contraordenações


laborais e de segurança soci.al;
- Lei n.o 102/2009, de I 0 de setembro - ltrornoç,ão da segurança e saúde no nabalho, que
inclui as atiuidades proibidas ou condicionadas a menores;
- Lei n." 96/2009, de 3 de seteTnbro - conselhos de emltresa euroPeus;
- DL n., 259/2009, de 25 de setembro - regulamenta a drbitragem obrigatória e a
arbitragem necessári.a, bem como a arbitragem sobre seruiços minimos durante a greue e
ltarA os dssegurar;
os meios necessrírios d

- DL n." 295/2009, de 13 de outubro, reuê e republica a reuisão do Código de Processo de


Tíabalho, aberada e republicada pela Lei n." 107/2019, de 9 dz seternbro;

- Lei n." 105/2009, de 14 de setembro, regulamenta o Códi.go do Tiabalho;


- DL n.o 91/2009, de 9 de abril - regime jurídico da proteç,ão social na parentalidade;
- Lei n.o 101/2009, de I de seternbro - trabalho no domicílio.
- DL n." 59/2015, de 2t de abril - nouo regime do Fundo de Garantia Salarial, a cuja
funpão art. 336.o do CT.
se refere o

- O Tiibunal Constitucional julgou inconstituci.onal, 'por uiolação do princípio da


segurançajurídica, inerente ao Estado de direito democrático inserto no art. 2.o, da CKP,
A norrnd constante da alínea a), do n.o 3, do art. 12.o, da Lei n." 7/2009, que dProuou
a reuis,ão do Código do Tïabalho, na redaçã.o conferida pela Declaraçã.o de Retrficaç,ão

25
CÓDIGO DO TRABALHO ANOTADO

n." 2 t /2009, de t I de março de 2009, na rnedida €rn que reltõe'a punição como con-
traordenaç,ão a inobseruânci.a pelo empreghdor do deuer d,e assegurar aos trabal/tadores
condições de segurança, Itigiene e saúde, apesar da reuogaç,ão genérica operada, retroagindo
rnomento do afastamento, senl respeito pela sucessão de leis e pelo
essa reposiç,ão Ao
princípio da aplicação da lei mais fauoráuel, constituindo a puniç,ão daqueles com-
portamentos um abuso intoleráuel do Estado" Ac. n.o 490, de 28/09/2009 - Proc.
448/09.

Artigo 13."
Aplicação das licenças parental inicial e por adoçáo a situações em curso
1 - As licenças previstas nas alíneas a), b) e c) do arrigo 39." e no artigo 44." sío
aplicáveis aos trabalhadores que estejam a gozar licença por marernidade, paternidade
e adoçáo nos termos do artigo 35.", da alínea c) do nP 2 do artigo 36." e do artigo
38." do Código do Thabalho, aprovado pela Lei n." 9912003, de27 de agosto, e nos
termos do artigo 68.", do n." 3 do arrigo 69." e do artigo 7I." dalei n." 3512004, de
29 dejulho, contando-se, para efeito daquelas licenças, os períodos de gozo de licença
já decorridos.
2 -Para efeito do disposto no número anterior, os trabalhadores devem informar os
resPetivos empregadores de acordo com os procedimentos previstos naqueles arrigos,
no prazo de 15 dias a contar da entrada em vigor da legislaçáo que regule o regime de
proteção social na parentalidade.

- O regime jurídico d€ proteção social na parentalidade contérn+e no D.L. n.o 91/2009,


de9 de abril, com as alterações introduzidas pelos DL.s n."' 70/2010, de I6 de junho e
133/2012, de 27 de junlto e, rnais recentemente, pela Lei n.o 90/2019, de 4 de setembro,
que alterou tarnbém diuersos artigos do CT corno se assinalará.

Artigo 14."
. Entrada em vigor
á
1-OsÍÌ.o'1,3e4doaftigo356.",osartigos358.",382.",387."e388.",on."2do
artigo 389." e o n.o 1 do artigo 391." entram em vigor na data de início de vigência
da legislaçáo que proceda à revisáo do Código de Processo do ïabalho.
l
2 - Os artigos 34." a62.o entram em vigor na data de início de vigência da legislaçáo
j
'l
que regule o regime de proteçáo social da parentalidade.
':

- A reuisão do CPT operou-se pelo D.L. n.o 295/2009, de 13 de outubro, que entrou ern
uigor em I de janeiro de 2010. Foi, entretanto, reuisto ltara ser adequado ao nouo Código
de Processo Ciuil, atraués da Lei n." 107/2019, de 9 de setembro,

- O DL n.o 9l/2009, de 9 de abril, que estabeleceu o regime jarídico da proteç,ão social


na parentalidade no âmbito do sistema preuidencial e no subsistema de solidariedade,
entrou em uigor ern 1 de maio de 2009.

26
cúDlco tlo ïRABALHo - LEt DE ApRovAçÂo

Aprovada em 2L de janeiro de 2009.


O Presidente da Assembleia da República, Jaime Gama.

Promulgada em 4 de fevereiro de 2009.


Publique-se.
O Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva.

Referendada em 9 de fevereiro de 2009.


O Primeiro-Ministro, José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa.

27
CÓDIGO DO ÏRABALHO ANOTADO

CODIGO DO TRABALHO?

LIVRO I
PARTE GERAL

rÍruro I
FoNTES n nlucnçÁo Do DIREITo Do TRABALHo

capÍruro I
FONTES DO DIREITO DO TRABALHO

Artigo l.o
Fontes específtcas
O contrato de trabalho está sujeito, em especial, aos
instrumentos de regulamentaçáo
coletiva de trabalho, assim como aos usos laborais que náo contrariem o princípio da
boa fé.

-A trabalho consta do art. I l.o.


noç,ão de contrato de

- O contrato ainda poderuí estar sujeito, em especial, ao regulamento interno de empresa,


conforme resuha do art. 99.o.

-A boafe naformaç,ão dos contratos encontra-se euidenci.adano art.227.o do Código


Ciuil e relatiuamente ao contrAto de trabalho no airt. 102.o deste Código do Tiabalho.
-Ac. do STJ, de 21-03-2019, Proc. n." 26175/t6.9T8LSB.L1.S1, Rel. Ribeiro Cardoso:
1 - Os asos corres?ondem a práticas sociais reiteradas, não acomltanhadas da conuicçáo
de obrigatoriedade e mantidas por um período de tempo consideniuel "deforma a permitir
que possa concluir no sentido da existência de uma regra que leue os trabalhadores a
se

adqui.rir legitimamente a conuicção de que, no futuro e defnitiaarnente, a mesma será


aplicada". 2 - O períod.o de três anos, durante o qual a empregadora continuou a considerar
aPausa diríria de 60 minutos, corno tempo dt nabalho, nos termos anteriormente estipulados
no AE, entretanto substituído por ACT] expressarnente considerado, nos termos do art.
503.o, n.o 3 do Código do Tiabalho, globalmente mais fauoràtel e que deixou de ltreuer
aquela pausa como ternpo de trabalho, é tempo insufciente para que se confgure uma
prcítica constante merecedora da tutela da confança dos nabalhadores na sua continuidade,
não assumindo,ltor isso, a. natureza durn "uso" releuante à luz do arti.go 1.o do Código
do Tiabalho.

7
A sua aprovação e as sucessivas alteraçóes contêm-se em anoraçáo ao arr. 1.o da Lei n." 712009, de 12 de
fevereiro, inserida nas páginas anteriores.

28
FONTES I)O DIREITO DO TRABATHO

Artigo 2."
Instrumentos de regulamentaçío coletiva de trabalho
1 Os insrrumentos de regulamentaçáo coletiva de trabalho podem ser negociais ou
-
náo negociais.
Z - Os instrumentos de regulamentaçáo coletiva de trabalho negociais sáo a convençáo
coletiva, o acordo de adesáo e a decisáo arbitral em processo de arbitragem voluntária.
3 - As convençóes coletivas podem ser:
a) Contrato coletivo, a convençáo celebrada entre associaçáo sindical e associaçáo
de empregadores;
b) Acordo coledvo, a convençáo celebrada entre associaçáo sindical e uma pluralidade
de empregadores para diferentes empresas;
c) Acordo de empresa, a convent'o celebrada entre associaçáo sindical e um empregador
para uma empresa ou estabelecimento.
4 - Os instrumentos de regulamentaçáo coletiva de trabalho náo negociais são a portaria
de extensáo, a portaria de condiçóes de trabalho e a decisáo arbitral em processo de
arbitragem obrigatória ou necessária.

- Os instrumentos de regulamentãção coletiua do trabalho são regulados no art. 476." e

sgts.

- A inualidade parcial do contrdto de trabalho é objeto do art. 121.o e sgts.


- A arbitragern encontrd-se preaista no Arts. 529.s, 506.o e 507.o e disciplinada no DL
259/2009, de 25 de setembro.
- Os instrumentos de regulamentação coletiua não negociais s,4o regirnentadns, basicamente,
no art. 514.o e sgts.

Artigo 3."
Relaçóes entre fontes de regulação

1 - As ÍÌormas legais reguladoras de contrato de trabalho podem ser afastadas por


insrrumento de regulamentaçáo coletiva de trabalho, salvo quando delas resultar o
contrário. d

2 - As normas legais reguladoras de contrato de trabalho náo podem ser afastadas por
portaria de condiçóes de trabalho.
3 -Ás normas legais reguladoras de conuato de trabalho só podem ser afastadas por instrumento
de regulamentaÉ.o coletiva de trabalho que, sem oposifo daquelas normas, dispoúa em
sentido mais favorável aos trabalhadores quando respeitem às seguintes matérias:
Direitos de personalidade, igualdade e náo discriminação;
")
b) Proteçáo na parentalidade;
c) Thabalho de menores;
d) Thabalhador com capacidade de trabalho reduzida, com deficiência ou doença crónica;
e) Trabalhador-estudante;
0 Dever de informaçáo do empregador;

29
CÓDIOO DO TRABALHO ANOTADO

g) Limites à duraçáo dos períodos normais de trabalho diário e semanal;


h) Duração mínima dos períodos de repousô, incluindo a duraçáo mínima do período
anual de ferias;
i) Duraçáo máxima do trabalho dos trabalhadores norurnos;
D . Forma de cumprimento e garantias da retribuiçáo, bem como pagamento de
trabalho suplementar;8
k) Têletrabalho;e
l) Capítulo sobre prevent'o e reparaçao de acidentes de trabalho e doenças profissionais
e legislaçáo que o regulamenta;
m) Tlansmissáo de empresa ou estabelecimento;
n) Direitos dos represenranres eleitos dos trabalhadores.
o) Uso de algoritmos, inteligência artificial e matérias conexas, nomeadamente no
âmbito do trabalho nas plataformas digitais.l0
4 - As normas legais reguladoras de contrato de trabalho só podem ser afastadas por
contrato individual que estabeleça condiçóes mais favoráveis para o trabalhador, se
delas náo resultar o contrário.
5 - Sempre que uma norma legaÌ reguladora de contrato de trabalho determine que a
mesma pode ser afastada por instrumento de regulamentaçáo coletiva de trabalho en-
tende-se que o náo pode ser por conrraro de trabalho.

- No regime legal do contrato de trabalho (título II do liuro I) há oposiç,4o €xpressa ão seu


afastamento pelo menos nos arts. 139.o (contrato de trabalho A termo, com exceç,ão das
situações de necessidade temporriria e de preferência na admissáo); 151.o (liberdade de
celebração de contrato de trabalho a tempo parcial); 236." (regìme dos 250.o
feri.ados);
(imperatiuidade do regime de faha) e 339.0 (imperatiuidade do regime de cessação do
contrato de trabalho, com algumas exceçõe).
- Htí muitas outras disposições no CT que são dotadas de irnperatiuidade absoluta pela
sut natureza, a começarpela noç,ão de contrato de trabalho (art. lL').
- De harmonia com o n.o 2 do art. 121.o "a cláusula de contrato de trabalho que uiole
noruna imperatiua considera-se substituída por esta".
-As normas legais que legern os institutos relacionados no n.o Q.s,fuo, pelo rnenos, dotadas
de imperatiuidade mínima. Atraués do aditamento à alínea j), operado pela Lei n." 93/2019,
íts nor1nís relatiuas às ltercentagens Parã o pagaruento do trabalho suplementar pãssaram a
ser de imperatiuidade mínima, corno se assinalarri nas respetiuas anotações.

- Como resuha da primeirafase do n.o 1, o sistema de hierarqui.zaç,ão das normas não se


aplica no direito coletiuo do trabalho, ou seja, a partir do art. 404.0, nem, obuiamente, ern
rekç,ão às normas do Liuro II (Responsabilidade penal e contraordenacional).

8
O teor desta alínea j) foi ampliado através do art. 2." da Lei n: 9312019, de 4 de serembro.
e
Esta alínea foi introduzida pelo art. 2." daLei n." 8312021, de 6 de dezembro, que modiffcou o regime
do teletrabalho (art. 165." e sgrs).
r0
O texto desta alínea foi introduzido arravés do art. 2." daLei o.o 1312023, de 3 de abril.

30
í

APLTCAÇÃo Do DlRElT0 Do TRABALHo

- Segundo Luís Gonçalues da Silua, na rekção da leì com a conuenção coletiua, a norrna legal
podì ,rrt 1 - imperatiua dz conteúdo f.xo (ou absolutamente imperatiua), 2 - Imperatiua -
permissiua (mínimo, máximo ou moldura) 3 - supletiua, 4 - conuénio-dispositiua, 5 - irct
- dispositiua, 6 - contrato-dispositiua, in Da ação de Anukçáo e Interpretação de Chusulns
de Conuenção Coletiua, IDT/Almedina, Coimbra,202l, pág. 166.

CAPÍTULO II
APLICAÇÁO DO DIREITO DO TRABALHO

Artigo 4."
Igualdade de tratamento de trabalhador estrangeiro ou apâtrida
Sem prejuízo do estabelecido quanto à lei aplicável ao destacamento de trabalhadores
e do disposto no artigo seguinte, o trabalhador estrangeiro ou apâuida que esteja
autorizado a exerceÍ uma atividade profissional subordinada em território português
goza dos mesmos direitos e está sujeito aos mesmos deveres do trabalhador com na-
cionalidade portuguesa.

- CM arts. 13.o a 15.o (princípio da igualdade, portugueses no estrangeiro e estrangeiros,

apritridas e cidadãos euroPeus).


- Regulamento (UE) n." 492/2011 do Parlantento Europeu e do Consellto, dr 5 de abril de
2011- liure circukção dos trabalhadores na (Jnião Europeia, aberado pelo Regukrnento
(UE) 20 t 9/ t 149, de 20 de junho, que institui a Autoridade Europeia do Tíabalho.
- Diretiua 2014/36/UE do Parlamento Europeu e do Consellto, de 26 de feuereiro de
2014, relatiua as condições de entrada e de permanência de nacionais depaíses terceiros
para efeitos de trabalho sazonal.
- Diretiua 2009/52/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 18 de junho de 2009,
estabelece normas mínimas sobre sanções e medidas contrd os empregadores de nacionais
de países terceiros em situaçáo irregular.

- Diretiua 2014/54/UE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 16 de abril de 2014,


contém medidas destinadas afacilitar o exercício dos direitos gonferidos aos trabal/tadores
no contexto da liure circulaçáo de nabalhadores.
- Diretiua 2005/36/CE do Parlamento Europeu e do Consellto, de 7 de setembro de
2005, relatiua ao reconltecimento das qualif.cações profssionais e que preuê a Carteira
Profissional Europeia (EPC). Retificada (JOUE, n.o 271, Série L, de 16 de outubro de
2007).

Artigo 5."
Forma e conteúdo de contrato com trabalhador estrangeiro ou apátrida
I - O conrrato de trabalho celebrado com trabalhador estrangeiro ou apátrida está
sujeito a forma escrita e deve conter, sem prejuízo de outras exigíveis no caso de ser a
termo, as seguintes indicaçóes:

31
CÓDIGO DO TRABALHO ANOTADO

a) Identificaçáo, assinaruras e domicílio ou sede das partes;


b) Referência ao visto de trabalho ou ao título de autorizaçáo de residência ou
permanência do trabalhador em território português;
c) Atividade do empregador;
d) Atividade contratada e retribuiçâo do uabalhador;
e) Local e período normal de trabalho;
f) Valor, periodicidade e forma de pagamento da retribuiçáo;
g) Datas da celebraçáo do conrraro e do início da prestaçáo de atividade.
2 - O trabalhador deve ainda anexar ao contrato a identificaçáo e domicílio da pessoa
ou pessoas benefìciárias de pensáo em caso de morte resultanre de acidente de trabalho
ou doença profissional.
3 - O contrato de trabalho deve ser elaborado em duplicado, entregando o empregador
um exemplar ao trabalhador.
4 - O exemplar do contrato que ficar com o empregador deve ter apensos documentos
comprovativos do cumprimento das obrigaçóes legais relativas à entrada e à permanência
ou residência do cidadáo estrangeiro ou apátrida em Portugal, sendo apensas cópias
dos mesmos documentos aos restantes exemplares.
5 - (Reuogado)I]
6 - O disposto neste artigo não é aplicável a contrato de trabalho de cidadáo nacional
de país membro do Espaço Económico Europeu ou de outro Estado que consagre a
igualdade de üatamento com cidadáo nacional em matéria de livre exercício de atividade
profissional.
7 - Constitui contraordenação grave a violaçáo do disposto nos h.o' 1, 3,4 or 5.

-A def.nição das condições e procedimentos de entrada, permanência, saída e afastamento


de cidadãos estrangeiros do território português, bern como o estatuto de residente de longa
duraçáo, contém-se na Lei n.o 23/2007, de 4 de julho, profundamente alterada por
diuersas leis, nomeadamente as Leis n,"' 59/2017, de 31 de julho e 102/2017, de 28 de
agosto)L2, sendo a úhima a Lei ni..o l8/2022, de 25 de agosto, que a republicou e quefoi
regulamentada pelo DR n.o 84/2007, de 5 de nouembro, aherado pelo DR n.o 4/2022,
de 30 de setembro.
á

- Os nouos uistos Para os cidad'ãos-nacionai.s de Estados rnembros da CPLP pard a


procura de trabalho e Pãra o exercício de atiuidade profissional prestada deforma rernota

11
Através da alínea a) do art. 33." dalei n." 1312023, de 3 de abril.
12
Esta última transpôs para a ordem jurídica interna a Diretiva n." 20I4l36lUE, do Parlamento Europeu
e do Conselho, de26 de fevereiro de2014, relativa às condiçóes de entrada e de permanência de nacionais
de países terceiros para efeitos de trabalho sazonal; a Diretiva n:
20l4l66lUE, do Parlamento Europeu e
do Conselho, de 15 de maio de 2014, relativa às condições de entrada e residência de nacionais de Estados
terceiros no quadro de transferências dentro das empresas e a Diretiva (UE) n." 20161801, do Parlamento
Europeu e do Conselho, de I I de maio, relativa às condiçóes de entrada e residência de nacionais de Estados
terceiros para efeitos de investigaçáo, de estudos, de formaçáo, de voluntariado, de programas de inrercâmbio
de estudantes, de projetos educarivos, e de colocaçáo au pair.

32
APLTCAçÃo D0 DrRElTo D0 TRABALHo

para fora do território nacional ?assãrarn a estdr preaistos nos arts. 52.o-1, J/.o-A e
61.o-B da referida Lei n." 23/2007, porforça da aberaç,ão introduzidapela Lei n.o
r8/2022.
- O exercício de liure circulação e residência dos cidaüos da União Europeia é disciplinado
pela Lei n.o 37/2006, de 9 de ãgosto e pela Lei. n.o 27/2017, de i0 de maio, que aProud
medidas para aplicação prática do direito de liure circulaçáo dos trabalhadores, transpondo
a Di.retiua 20 I 4/54/UE.
- O direito de liure circulação dos trabalhadores da União Europeia é dlsc;plinado no
Regulamento (tIE) n." 492/2011 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 5 de abril de
2011, que reuogou e substituiu o Regulamento (CEE) n." 1612/68 com uárias aherações
até à Diretiua 2004/38/CE do Parlamento Europeu e do Conselho de 29/4/2004
ftaww.http://eur-lex.europa.eu) que se alarga ao Espaço Económico Eurolteu-Acordo EEE
com Iskndìa e Noruega.

-A comunicação àACT dzue sn efauzda anaués dn respetiuo sítio na Internet (u.ruru.act.gou.pt)


e nas regiões autuínomas às resltetiuas inspeções regionais de trabalho.

- Diretiua 2014/54/EU do Parlamento Europeu e do Consellto, de 16 de abrilde 2014,


relati.ua a medidas destinadas afacilitar o exercício dos direitos conferidos aos trabalhadnres
no contexto da Liure Circulaçao.
- Acordo entre Portugal e Marrocos relatiao ao Emprego e à Estada de Tiabalhadores
Marroquinos na República Portuguesa, aprouado por Deueto n.o 2/2022, de 14 de junho.
- Ac. do TRE, de 27-02-2020, Proc. 669/ I 9.2T8FAR.E I , Rel. Pauk do Paço, cornentado
porJosé Eduardo Sapateiro (PDT 2020-1, pág. rc) ru - O contrato de seruiço domêstico
celebrado com trabalhadora estrangeira que é cidad,4 nacional de país que n,ão é mernbro
do Espaço Económico Europeu ou de oatro Estado que consagre a igualdade de tratamento
com cidadão nacional em mãtéria de liure exercício de atiuidade profissional, está sujeito
àforma e conteúdo presmitos no d.rtigo 5.o do Ctídtgo do Tiabalho. M- E nulo o contrato
de trabalho de seruiço d.oméstico celebrado sem obseruância dasformalidades legais exigidas.
V - A lei laboral afasta+e do regime geral dos efeitos da nulidadedo negócio jurídico,
consagrando um princípio de não retroatiuidade da declaraç,ão de nulidade do contrato,
ou seja, o contrato de trabalho produz efeitos como sefosse uáQdo durante o temPo da sua
execução - artigo 122.o, n.o I do Código do Tiabalho - e se ocorrerfacto extintiuo antes
da declaração de nulidade do contrato, aplicam-se ds normts sobre a cessação do contrato
- drtigo 123.'do Código do Tiabalho (sumário da relatora).
Artigo 6."
Destacamento em teffitório português
1 - Consideram-se submetidas ao regime de destacamento as seguintes situaçóes, nas
quais o trabalhador, contratado por empregador estabelecido noutro Estado, presta a
sua atividade em território português:
a) Em execu$o de contrato entre o empregador e o beneficiário que exerce a atividade,
desde que o trabalhador permaneça sob a autoridade e direçáo daquele;

33
CÓDIOO DO TRABALHO ANOTADO

b) Em estabelecimento do mesmo empregador, ou empresa de outro empregador


com o qual exista uma relaçáo societária de participações recíprocas, de domínio
ou de grupo;
c) Ao serviço de um utilizador, à disposiçáo do qual foi colocado por empresa de
. trabalho temporário ou outra empresa.
- 2 - O regime é também aplicível ao destacamento efetuado nas situaçóes referidas nas alíneas
a) e b) do número anterior por um utilizador estabelecido noutro Estado, ao abrigo da respetiva
legislaçao nacional, desde que o conüato de trabalho subsista durante o destacamento.
3 - O regime de destacamento em território português náo é aplicável ao pessoal
navegante da marinha mercante.

- O presente regime dr dzstacamento, constnnte dzste e dns dois artigos seguintes, resuha dz
Diretiua n." 96/71/CE, dn Parlamento e dn Conselho, dr 16 dÊ d.ezembro (referidn na alínea
e) dn art. 2." daLei de aprouação dn Código), járeuistapelnDiraiua20ls/957/EU, transposta
pa.rd o direito i.nterno pelo DL n.o l0t-E/2020, dz 7 de dzzembro.
-Atraués da Lei n.o 29/2017, dÊ 30 dÊ rruaio, foi transposta a Diretiua 2014/67/UE relatiua
ao destacarnento de trabalhadores no âmbito de uma prestaç,ão dr seruiços. No seu art. 4.o, es-
tabebcem+e os elrmmtos caraterizadnres dn trabalhadnr temporariammte dzstmado em tenitório
português nas condições preuistas nos n.o' I e 2 dzste a?^t. 6.0 da CT
- Por destacamento de um traballtador neste regime, deue entender-se a situação de um
empregado num Estado membro da União Europei4 fuu de fora dela), que é enuiado pelo
seu empregadnr, durante um determinado lapso dr tempo, Para outro Estadn rnembro para
aí prestar o seu trabalho ao seruiço do rnesrno empregador Acontece, com mais fequência,
na execuçáo de contratos dz empreitada para a execuçáo de grandrs obrat.
- O regime jurídico da atiuidade profssional do marítimo contém-se no DL n.o t 66/20 t 9,
de 31 de outubro.
- O acesso ao mercado dn nansporte internaci.onal dt mercadnrias estí contidn no Regulammto
(CE) n." 1072/2009 e na Diretiua (EU) 2020/1057, do Parlamento Europeu e dn Conselho,
de 15 de julho de 2020, que estabelecem as regras para o destacamento de condutores do
setor do transporte rodouiário. Ã
"Destacamento de trabalhadores na Uni,ão Europeia: ntitula sbbre a euolução normAtiua",
-
artigo de Pedro Oliueira, in Reaista do ME n.o 164, out/dez 2020, pág. 193.
-Ac. d.o TJUE (Grandz Sess,ão), dr 0l-12-2020, Proc. C-815/18, sobre motorista do setor do
transporte rodouiário internacional no âmbito d.e contrato dr fretamento entre empresas dz
.:
L
Btàdns-Membros di.fermtes anotado porViriato Reis, PDT 2020-II, pág. 37.

Artigo 7."
Condições de trabalho de trabalhador destacado
1 - Sem prejuízo de regime mais favorávelconstante de lei ou contrato de trabalho, o
trabalhador destacado tem direito às condiçóes de trabalho previstas na lei e em regu-
lamentaçáo coletiva de trabalho de eficácia geral aplicável que respeitem a:

34
APLICAÇÃ0 D0 DtRErT0 D{) TRABALH0

ò Segurança no emprego;
b) Duraçáo máxima do tempo de traballio;
Períodos mínimos de descanso;
")
d) Férias;
e) Retribuiçáo mínima e pagamento de trabalho suplementar;
0 Cedência de trabalhadores por parte de empresa de trabalho temporário;
g) Cedência ocasional de trabalhadores;
h) Segurança e saúde no trabalho;
i) Proteçáo na parentalidade;
'ì Proteçáo do mabalho de menores;
l) Igualdade de tratamento e náo discriminaçáo.
2 -Para efeito do disposto no número anterior:
a) A retribuiçáo mínima integra os subsídios ou abonos atribuídos ao trabalhador
por causa do destacamento que náo constituam reembolso de despesas efetuadas,
nomeadamente com viagens, alojamento e alimentaçáo;
b) As férias, a retribuiçáo mínima e o pagamento de trabalho suplementar náo
sáo aplicáveis ao desacamento de trabalhador qualificado por paÍte de empresa
fornecedora de um bem, para efetuar a montagem ou a instalaçáo inicial in-
dispensável ao seu funcionamento, desde que a mesma esteja integrada no
contrato de fornecimento e a sua duraçáo náo seja superior a oito dias no
período de um ano.
3 - O disposto na alínea b) do número anterior náo abrange o destacamento em
atividades de construçáo que visem a realizaçío, reparaçío, manutençáo, alteraçáo ou
eliminação de construções, nomeadamente escavaçóes, aterros, construçáo, montagem
e desmontagem de elementos prefabricados, arranjo ou instalaçáo de equipamentos,
ffansformaçáo, renovaçío, rcparaçáo, conservaçáo ou manutençáo, designadamente
pintura e limpeza, desmantelamerìto, demoliçáo e saneamento.

- Por "regulamentação coletiua de trabalho de efcácia geral" deueruí entender-se que enghba
as conuenções coletiuas de trabalho que tenltarn sido objeto de portaria de extens,lo e ainda
ds portdrias de condições de trabalho (arx 2.o e 514," a 518.8).

- A coordenação dos sistemas de segurança social centra-se no Regulamento (UE) n.o


1372/2013 da Comiss,ão, de 19 de dezembro de 2013, que ahera o Regulamento (CE)
n." 883/2004 do Parkmento Europeu e do Conselho relatiuo à coordenação dos sistemas
de segurança social, cujas rnodalidades dz aplicaç,ão sã.o defnidas no Regulamento (CE)
n." 987/2009 do Parlamento Eurolteu e do Conselho.
- Os requisitos mínirnos pdra uma maior mobilidade d.os trabalhadores entre os Estados-
-Membro mediante a aquisição e rnanutenção dos direitos a pensã.o complementar,
transpondo a Diretiua 2014/50/UE, encontram-se estabelecidos no DL n.o 40/2018, de
11 dejunho.
- No ârnbito do destacamento de trabalhadores de urnd prestação de serui.ços, atrauês da
Lei n.o 29/2017, de 30 de maio, foi transposta a Diretiua 2014/67/UE. No seu Art. 7.o,

35
cóorco Do TRABALHo ANoTADo

estabelece-se que ãs informações preuistas neste art. 7.o do CT s,ão diuuilgadas em sítio ofciat
da Internet.
- No que tange ao destacarnento de condutores do setor do transporte rodouitírio, encon-
tra-se publicada a Lei n." 6/2023, de 24 de janeiro, que autoriza o Gouerno a legislar
rtesta matéria, transPondo a Diretiua (UE) 2020/1057 do Parlamento Europeu e do
Conselho, de 15 de julho de 2020, e uiando o respeti.uo regirne sancionatório.

Artigo 8."
Destacamento para outro Estado
I - O trabalhador contratado por uma empresa estabelecida em Portugal, que presre
atividade no território de outro Estado em situaçáo a que se refere o anigo 6.o, rem
direito às condições de trabalho previstas no artigo anterior, sem prejuízo de regime
mais favorável constante da lei aplicável ou do conrraro.
2 - O empregador deve comunicar, com cinco dias de antecedência, ao serviço com
competência inspetiva do ministério responsável pela área laboral a identidade dos tra-
balhadores a destacar para o estrangeiro, o utilizador, o local de trabalho, o início e o
termo previsíveis da deslocaçáo.
3 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto no número anrerior.

- O destacaruento constitui a principal exceçã.o à regra de que o trabalhador estrí sujeito


à legislaç,4o de Segurança Social do país em que exerce atiuidade. Wrifca+e quando a
mtidadr empregaàora o incumbe para nabalhar noutro país, ltara ai realizar temporariarnente
a sua atiuidade profssional por sua conta (Guia Pratico Destacarnento de Tiabalhadores
-
de Portugalpara outros Países, ISS, IR de 0S-02-2022).

- Incluem-se na cornPetência intemacional dos nibunais dr trabalho "os casos dz destacarnento

Para outros Estados de ffabalhadores contratados por empresas estabelecidas em Portugal"


(art. 10.o do CPT).
- Deuerá ainda ser obseruado o disposto no art. 108." (informação relatiua a prestação de
trabalho no estrangeiro) por mais de um mêl
- Os formulários para comunicação do destacamento podem ser,obtidos no sítio da ACT
ã

Artigo 9."
Contrato de trabalho com regime especial
Ao contrato de trabalho com regime especial aplicam-se as regras gerais deste Código
que sejam compatíveis com a sua especificidade.

- Os regimes legais especiais dos contratos de trabalho constam da hgiskção indicada na


Parte M desta Coletânea.

36
APLTCAçÃo Do DrRElTo D0 TRABALH0

Artigo 10."13
Situações e{uiparadas

1 -funormâs legais respeitantes a direitos de personalidade, igualdade e náo discrimina$"o


e segurança e saúde no trabalho, bem como os instrumentos de regulamentaçáo coletiva
de trabalho negociais em vigor no âmbito do mesmo setor de atividade, profissional e
geogrâfico, sáo aplicáveis a situaçóes em que ocorra prestaçáo de trabalho por uma
pessoa a outra, sem subordinaçáo jurídíca, sempre que o prestador de trabalho deva
considerar-se na dependência económica do beneficiário da atividade.
2 -Paraefeitos do presente Código e sem prejuízo do disposto na Lei n." 101/2009, de
8 de setembro, que estabelece o regime jurídico do trabalho no domicílio, considera-se
haver dependência económica sempre que o prestador de trabalho seja uma pessoa singular
que preste, diretamente e sem intervençáo de terceiros, uma atividade para o mesmo
beneficiário, e dele obtenha o produto da sua atividade de acordo com o disposto no aftigo
140." do Código dos Regimes Contributivos do Sistema Previdencial de Segurança Social.
3 - Sem prejuízo do disposto no número anterior, o prestador de trabalho pode assegurar
temporariamente a atividade através de terceiros em caso de nascimento, adoçáo ou
assistência a filho ou neto, amamentaçáo e aleitaçáo, interrupçáo voluntária ou risco
clínico durante a gravidez, pelo período de tempo das correspondentes licenças ou
dispensas previstas no presente Código.
4- Para efeitos do presente Código, sempre que o prestador de trabalho desempenhe
atividade para várias empresas beneficiárias entre as quais exista uma relaçáo societária
de participaçóes recíprocas, de domínio ou de grupo, ou que tenham estruturas
organizativas comuns, entende-se que a atividade é prestada a um único beneffciário.

-A situaç,ão equiparada do contrato de trabalho por excelência é a do contrato de trabalho


no don'ticili.o regulado na Lei n.o t0I/2009, de I de setetnbro, como referido na Parte M
desta Coletânea. Corn a nouã redaç,ão deste artigo e corn o aditamento dos dois seguintes,
o legislador pretende alargar o ârnbito da lei laboral a todas as relações enl que náo hauendo
subordinação jurídica há subordinação económica. Relatiuamente aos que Prestam seruiços
atraués de plataforrnas digitais, u. nouo art. 12.o-A. Mas hcí a considerar aformalidade
'bd substantiam" estabelecido no art. 10.0-8. 4

- No art. 140.o do Código d.os Regimes Contributiuos encontram-se erigidas as "entidad.es


contratdntes" que são "as pessoas coletiucu e as pessods singulares com ati.ui.dade empresaria[
indzpendrntemente da sua natureza e dasfinalidadrs que prossigam, que no mesmo ano ciuil
benefciem de mais dÊ 50% dn ualor total da atiaidade de trabalhador independente..."
-Ac. do STA, dÊ 15-12-2022, Proc. 0718/2L.4BERS, RelPedroWrgueiro:1... paraahmdz
outros requisitos (cumuktiuos), a hifaz dzpendzr a qualifcação dz "entidadr contratante" da
condição dn exercício da 'hctiuidzdz empresarial" porparte dr talpessoa colectiua ou singular".

- As licenças ou dispensas nos domínios da ltarentalidade preueern-se no art. 35.o e têm o


seu regime nos artigos seguintes.

13
futigo alterado pelo disposto no art. 2P daLei n." 7312023, de 3 de abril.

37
CÓDIOO DO TRABALHO ANOÏADO

- Ás relações societárias
participações recíprocas, de domínio ou de grupo encontrarn-s€
de
defnidas no Art. 483." e sgts. do Cridigo dàs Sociedades Comerciais.

Artigo 10.o-At4
Represent açío e negociaçáo coletiva
- 1 - As pessoas em situaçáo de dependência económica, nos rermos do artigo anterior,
têm direito:
a) À r.pr.t.t taçáo dos seus interesses socioproftssionais por associaçáo sind"ical e por
comissáo de trabalhadores;
b) À negociaçáo de instrumentos de regulamentaçáo coletivas de trabalho negociais,
específìcos para trabalhadores independentes, arravés de associaçóes sindicais;
.) À aplicaçáo dos instrumentos de regulamentaçáo coletiva do trabalho negociais
já existentes e aplicáveis a trabalhadores, nos termos neles previstos;
d) À extensáo administrativa do regime de uma convençáo .ol.ii,o" ou de uma decisáo
arbitral, e à fixaçáo administrativa de condiçóes mínimas de trabalho, aplicando-se
à emissáo destes instrumentos, com as necessárias adaptaçóes, o regime previsto
nos artigos 514." e seguintes.
2 - O direito à representaçáo coletiva dos trabalhadores independentes em situaçáo de
dependência económica, nos termos do artigo anterior, é definido em legislaçáo específica
que assegure:
a) O acompanhamento por comissáo de trabalhadores e por associaçáo sindical nos
rermos do disposto nos artigos 423." e 443.";
b) Que as convençóes coletivas especificamente negociadas para trabalhadores inde-
pendentes economicamente dependentes devem respeitar o disposto nos artigos
476." e seguintes e requerem consulta prévia das associações de trabalhadores in-
dependentes representativas do setor;
c) Que a aplicaçáo de instrumentos de regulamentaçáo coletiva de trabalho já
existentes, aos trabalhadores independentes economicamenre dependentes que
desempenhem funçóes correspondentes ao objeto social da empresa por um período
superior a 60 dias, depende de escolha, aplicando-se com necessárias adaptaçóes
ç
o disposto no arrigo 497 .".

- Sobre as comissões de trabalhadores, u. art. 415.o e sgts; sobre associações sindicais, u. art.
440.' e sgts. e sobre insfuumentos de regulamentação coletiua, u. art. 476." e sgts.

- De conformidade com o preceituado no n.o 2, o direito à representação coletiua dos


trabalhadores independentes ern situação de dependência económica apenas se concretizará
após a emissáo de noua legislaç,ão.

ra
Artigo aditado pelo art. 13.o da Lei n.o 1312023, de 3 de abril.

38
CONTRATO DE TRABALHO

Artigo 1.0."-815
Aplicaçáo do regime de trabalhador independente

Para efeitos do disposto nos artigos anteriores, a aplicaçâo do regime de trabalhador


independenre em situaçáo de dependência económica depende de declaraçáo dirigida
pelo prestador de trabalho ao beneficiârio daatividade, acompanhada de comprovativo
que ateste o preenchimento do requisito previsto no n.o 2 do artigo 10.".
ou receptícia que
- Embora não conste do texto tratd-se de uma declaraç,ão recepienda
apenas se tornará ef.caz logo que chegue ao destinatário ou dele seja conhecida, nos termos
do art. 224: do Código Ciuil. Naturãlmente, poderá ser contestada pelo destinatário.

TITULO II
CONTRATO DE TRABALHO

CAPÍTULO I
DrsPosrÇÓns cnnrus

SECÇÁO I
CONTRATO DE TRABALHO

Artigo 11."
"
Conrraro de trabalho é aquele pelo qual uma pessoa singular se obriga, mediante
retribuiçáo, a prestar a sua atividade a outra ou outras pessoas, no âmbito de organizaçáo
e sob a autoridade destas.

- Neste título II, que uai deste art. Íl.o ao art. 403.o, estabelece-se o regime (geral) do
contrdto (indiuidual) de *abalho. O elenco dos contratos de trabalho com regime especial
e regime equiparado consta da Parte M deste li.ura

-Afasef.nal ho âmbito de organizaçáo e autoridade destas" substituiu afase "sob


sob a
autoridade e direç,ío desta" que uinha do art. 1.o do regime jur{dico do contrato indiuidual
de trabalho, aprouado pelo DL n.o 49.408, de 24 de nouembro de 1969.
- No CPT (art. 186."-K e sgts.) passou a preuer-se a ação de reconltecimento da existência
de contrato de trabalho, introduzida pek Lei n.o 63/2013, de 27 de agosto.
- Fora do âmbito do contrato de trabalho uigora a Lei Geral do Tiabalho em Funções
Públicas, aprouada em Anexo à Lei n.o 35/2014, de 20 de junlto, já alterada pelas Leis
n."' 82-8/2014, de 31 de dezembro; 84/2015, de 7 de agosto;73/2017, de 16 de agosto
e 79/2019, de 2 de setembro. Essencialmente, estt LTFP é aplicáuel no âmbito da
administraçáo direta e indireta do Estado e aos seruiços da adminisffação regional e
autárquica. Remete para o Código do Tiabalho em diuersas matérias. O uínculo de emprego

r5
Artigo aditado pelo art. 13." da Lei n." 1312023, de 3 de abril.

39
CÓDIGO DO TRABALHO ANOTADO

público pode reuestir as modalidades de contrato de trabalho em funções priblicas, de


nomeação e de comissão de seruiço

- O regime do confuato especial para a prestaçáo de seruiço militar (RCE) contérn-se no


DL n." 130/2010, de 14 de dezembro, aherado pelo DL n.o 75/2018, de I de outubro.
- 'Aos tribunais administratiuos e fscais cornpete o julgamento de litígios emergentes de
relaçoes jurídicas administratiuãs e fscaìs", de conformidade com o disposto no n.o I do
ãrt. 144.0 da Lei da Organizaçã.o do Sistema Judiciririo - Lei n." 62/2013, de 26 de
ãgosto. Em relaçáo à competênciã dos juízos do trabalho para conhecer das questões emergentes
das relações de trabalho subordinado, uigora o art. 126.o da rnesrna Lei.
- Os objetiuos e os ltrincípios dapolítica de emprego contêm-se no DL n." l3/2015, de 26
de janeiro. O DL n." 72/2017, 21 de junho, estabelece incentiuos à contrataçáo de jouens

à procura do primeiro emPrego e de desempregados de longa duraçao e de muito longa


duração. Tais incentiuosforam concretizados atraués das Portarias n."' 112-A/2019, de 12
de abril (medida contrato-geração); t3t/2017, de 7 de abril, aherada pela Portaria n.o
70/2019, de 27 defeuereiro (estágiosprofissionais);214/2019, de 5 de julho (apoio ao
regresso de emigrantes); 174/2020, de 17 de julho (ernprego interior mais); 206/2020, de
27 de agosto Çouem atiuo) e 38/2022, de 17 de janeiro (compromisso emprego sustentáuel).
Para melhor iffirmaç,ho, u. sítio do IEFP
'Aos trabalhadores das empresas públicas ãplicare o regime do conïrato indiuidual de
-
trabalho" e'a matéria relatiua à contrataçáo coletiua rege+e pela lei geral", cfr. art. 17.o,
n.o 1 e 2 do DL n." 133/2013, de 3 de outubro, aherado pela Lei n." 42/2016, de 28 de
dezembro (Orçamento do Estado para 2017), que "estabelece os princípios e regras aplicríueis
4o sector Público empresarial, incluindo as bases gerais do estatuto das empresas públicas".

- Encontra-se publicado o Guia de Boas Prtíticas no combate a acordos anticoncorrenciais


no mercado de trabalho, emitido pela Autoridade da Concorrência, em abril de 2021.

Artigo 12."
Presunçáo de contrato de

e
\r, Jllu

da atividade; ':];''
].jç!::-1.
%

c) o prestador de atividade observe horas de início e de termo da,prestaSo, determinadas


pelo-bëneficiário da mesma;
d) Seja paga, com derçrminada pe-riod-ie-r.dadg-, lr.rnê-..ÍLrl+gl_14.ççr-r? ao prestadol de
ativ-i dãd-ç, ço mp- --Çonuapamida d.a rn es m a;
e) O prestador de atividade desempenhe funçóes de direção ou chefia na estrurura
orgânica da empresa.

40
í
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.rt :.-
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'' -'.N' CONTRATO DE TRABALHO
,t-r"
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\J=,.r--

';?- cq*lql:9qll?-q&{pç3gs,gi.9-.gl e.l.agssp:sa49r apregtaqLg de-


atividade, por de contrato
{q1g,balh o, ue ossa causar
3 -Emcaso de sao acessórias:16
a) Privaçáo do direito a apoio, subsídio ou benefïcio outorgado por entidade ou
serviço público, designadamente de natvïez:_fiscal ou contributiva ou proveniente
de fundos europeus, por período até dois anos.
b) Privaçáo do direito de participâr em arremataçóes ou concursos públicos, por um
período até dois anos.
4 - Pelo pagamento da coima, sáo solidariamente Íesponsáveis o empregador, as
sociedades que com este se encontrem em relaçóes de participaçóes recíprocas, de
domínio ou de gmpo, bem como o gerente, administrador ou diretor, nas condiçóes
a que se referem o artigo 334." e o n.o 2 do artigo 335.".

- ãrt. 349." do Código Ciuil.


As presunções têm a sua noção legal no

- A informação sobre a atiuidade social da empresa, preuistã no art. 32." da LR, deue
também abranger quem esteja uinculado ão empregddor mediante contrato de prestação
de seruiço (art. j3.o da LR e Portaria n." 55/2010, de 21 de janeiro, corrt as aherações da
Portaria n." 108-A/2011, de 14 de março, que regula a informaç,4o sobre a atiuidade
social da empresa - Anexo F).
- A aç,4o de reconltecimento da existência de contrato de trabalho, com processo especial,
enconnt-se regulada no drt. 186.'-K e sgt.s do CPT. E mouida pelo magistrado do ME
mediante auto de inspeção da ACT
- Nritula sobre o ónus da proua nos litígios laborais, estudo do Prof António Monteiro
Fernandes,PDT 2021 - II, prig. 95.
- Aç.-4q-S!LúçJLQZ];?&2, Rel. Fernandes da Silua: II - O contrato de trabalho tem
*.*í7iir.ct"q,,op*|ìì1r,'1*o atiuidade e corno e|emento ãff;;i;;;d;, i,p,cffico a
subgydauaçt+a,j.u^udica dp tra.balhador. Iil - No ynnato de,prestglÇ,ão de seruiço, o
deuedor/prestador compromete-se à realizaç,ão ou obtenção de um resuhado, que alcança por
si, iem intefirência, dìrecção de execugio ou sujeiç,ío a instruções da ou.tr4parte. M-Ante
abxtremà iariabilidade das situações da uida, é reconhecida a4difcutdade e7n surpreender
os elementos que permitem a identifcação da subordinaç'ío juridica, nqção ã qlue, se nã.o

diretdmente atraués do sìmples mtétodo subsuntiuo, hni-dealeançar-se.coílt tlecurso


se chega
i.4
ao denominodoJ%lgfu*tigpbigk0, sendo, neste âmbito, correr1t*ffinte-c.ensidera..4.q1 !,
ntffioffiln tttrutura técnico-laboral, a uinculaç,io a
"*"h-ir,irio
de rahalho, a'
eiectrçâo-*a?resry"ã0'e"rrtocnldfintdrpelo empregador, a exi.stência de c.ontrolo.externo
do modo''da pÌestaçãri, à obèdiêiiia a oiderui, a ìiieiçao à disciplina d4 empresa, a
modahàai*e àa retribuíçao, a propriedade dos instrumentos delrabal,lsa; a.obseru,Ència
do regimef.scal e da Seglyrança Social e aprestgção dn atiuidade gm rçgime de exclusiuidade.
V- Ràsiftãido prouado que o autor se obrigou, perante ã ré, a exercer as funções próprias

t6
O texto desre n." 3 resulta da a7rcraçáo introduzida através do art. 2." daLei n." 1312023, de 3 de abril

41
CÓDIGO DO TRABALHO ANOTADO

de perito de sinistro automóuel, deslocando-se onde hauia peritagens parafazer, en?egãndo


e recolhendo os pedidos de seruiço da ré, sehdo rernunerado de acordo com urnt tabela de

honorários em função do número de peritagens efetuadas, nada a4ftrinflg-g tztulo de


feri.as, subsídio de ferias e de Natal, suportando as da sua emitindo
recibg#ry4es e desernp enhando i.dêntica para outras entidades seguradoras, estd
predominante e seguramente demonstrado que o contrato frrmado entre os litigantes foi
realmente um connatl de prestaçao de seruiço. fwww.dgsi.ptJ
- Ac. do STT, de 02-0 Cons. Antrinio Leones Dantas: I - OatüSo .1.?.9 do
umA presunção ilidíuel, cabendo a

2roua da subordinada de
trabalho que se

fazer funciqnar a &W


das alíneas do n.o I do art. l2.o eo subsequenteltreenchimento dapresunção, daí deriaada,
de existência de urn contrato de trabalho entre a professora de natação e a Ré, seguro é que
estaúhima logrou prouati Por seu tumo, factos que euidenciam característicm dn conespondente
uínculo profssional que s,ão incompatíueis com uma relação de trabalho subordinado entre
a.mb*s, ui.ndo, dessaforma, a ilidir por inteiro, a referidapresunçáo legal. CI-STT,
.íar{Érèr*Á.
ANO
WI I, l-o-7nn-IU20"Lí-ptlú S S.

-Ac. do TRL, 26-06-2019, Proc. n." 2484/17.9 TSCSC.LI-4, Rel. Paula Santos: I -
Logrando o Ministério Público fazer proua das características que subjazem à presunç,ão
de laboralidade preuistas nas alíneas a), b) e d) do art. 12.o do Código do Tiabalho, cabia
à Rë ilidir a presunção legal rnediante proaa em contruírio (art. 350.' do Código Ciuil).
II - No presente ctso, náo foi ilidida a presunç,ío a que se refere o drt. 12." do CT desde
Iogo porque estri dernorustrado que a colaboradorapraticaua ao seruiço da Ré, uma atiuidade
ao inués de apresentar urn resultado das funções, e no âmbito dessa atiuidade existe
suas
um uínculo de subordinação jurídica, corn a rnesrna a ser submetida aos ditames de outros
trabalhadores, que eram seus sulteriores hierdrquicos. Por outro lado, e quanto ao elemento
mais expressiuo da presunção lega[ a sujeiç,4o a horário de trabalho, resuha prouado que
ele era def.nido pela BBB e existia da Ré no enho das tarefas da "

colaboradora,--?_!?: dtot!Í of.ac1o de os e7uipqrnentas e.irutrwmefitos de trabplho2grtencerem


à Ré. III - Vigora assim a presunção a que se refere o d.rtigo l2.o do CT por terem resubado
prouados factos que a conf.rmam, e, no conjunto, conf.rma a existência do uínculo da su-
bordinação jurídica.

-Ac.W Proc. 3347/19.9T9BRR.LL.S1, Rel. Ramalho Pinto: I -


Tendo arelação entre as?artes tido início em 1 de Setembro de_2Q13.ênnaplittíuela
presunião de laboralidade contlda no d.rtigo 12.o d"o Código do Trahalha,pela-queúti
que recorrer ao rnétodo indiciário ou tipoltiglco a f,r-n de se aferir se enÍre d;.p4-fLe!_*
uigorou um contrato de trabalho ou urn contrato de prestaç,4o de seruiço; II - Nestes
casos incumbe ao trabalhador, not ìermos do arto 342.", n.o l, do òadlgo CluiJ*prauat
os factos que permita.m concluir que ã sua pr€staç,ã.o
foi executad) ,* ,rgì*, d,
su6 ordii(ç,!! undica; IIL Existindo indícios, como sejam o raeem
i

42
CONTRATO DE ÏRABALHO

e se o lnesrno existisse, a nã.o necessidade de


fulgq.dg "üJtuÊzã^d*,trabalho-ef'etwad1,
justif.car as ausências do Autor, a não demonstração de s-y.jei.çtá.a"a-hnwfuia*datwha^1,ho
e ao poder disciplinar da Ré, que náo perrnitem estabelecer, corn a necesstíria segurança

e certezt, que o Autor exerceu ã sua dtiuidade sob a autoridade, direç,ão e fiscalizaç,ío
da Ré, deue-se considerar que o primeiro não logrou prouar que estdud ligada à segunda
pol contrato de trabalho.
-Ac. STJ, de 12-01-2023, Proc. 16975/1S.5TBLSB.L2.S1, Rel. Mtírio Belo Morgado:
...m - A noua economia dlgltal (acarretando substituiçáo do trabalho humano ltor
tucnologia, hiperconectiuidade e teletrabalho) esttí a prouocdr Profundas rnudanças nos
modelos de organização do trabalho e do emprego, que incluem múhiplas manifestações
deflexibilidade laboral e de jìagmentação e extelndlização do processo produtiuo. Aumentadn
rnuito significatiuamente as rnargens e exltressões de autonomia no carnpo do trabalho
subordinadn, ganha express,áo a dependência económica, emface da dependência organizatiua.
Esbatendn+e a oposiçáo tradicionalm'ente existente entre o trabalho subordinadn eo trabalho
dutónomq a subordinação perspetiud-se agora como elemento dotadn de grandz plastici.dade.
M - Apesar da sua dutonornid técnica e do facto de lhe pertencerem os instrurnentos de
tabalho dz cariz mais técnico, o A., durante quase 12 anos, rnanteue-sefortentente integrado
e enquadrado na estrutura ernpresarial da R., sujei.to a instruções que influenciauam de'
cisiuarnente a suã atiuidade defotoiornalista, dot""qUlr:f-&-egfçifuWgg*Qalho
em posto flsico localizado nas instalações do jornal, coru parte do material de trabalho

fornecido pela R., de acordo corn agendas de turno traduzidas ern cdrgas de
trabalho de
cerca de t horas diárias e glar. V- Uma uez que o poder
disciplinar al)enas se manifesta em situações de crise contratual, n,ão pode concluir-se que
não exista pelo simplesfacto de nunca ter sido exercido. VI -,Ti:ndo ern contt o contexto
descrito enn suprd n.o 3, e sendo ainda certo qae a entidade empregadora é liure de não o
fazer, náo ã"ssume expressão signtfcatiua a circunstância de não hauer ionìrolo de assiduidade
do A., tãnto mak que está em causa uma.- a"tiuidade,q.ue exigçm ÍJexi.bilidade ternporal e
espacial.-'
n{
Õ\n" f\,e# d
Artigo o 17
d,gila;S
Presunçáo de contrato de
1 *
Sem preluízo do disposto no artigo anterior, Presume-s e a existência
de trabalho uando, na relaçáo entre o restador de eaP dieital se

a) A plataforma digital fixa a retribuiçáo para o trabalho efetuado na plataforma ou


estabelece limites máximos e mínimos para aquela;
b) A plataforma digital exerce o poder de direçáo e determina regras específicas,
nomeadamente quanto à forma de apresentaçáo do prestador de atividade, à sua
conduta perante o utilizador do serviço ou à prestação da atividade;

17
Artigo aditado pelo art. 13.o da Lei n." 1312023, de 3 de abril.

43
CÓDIGO DO ÏRABALHO ANOTADO

c) A plataforma digital controla e supervisiona a prestaçáo da atividade, incluindo


em tempo teal, ou verifica a qualidade da atividade prestada, nomeadamente
através de meios eletrónicos ou de gestáo algorítmica;
d) A plataforma digital restringe a autonomia do prestador de atividade quanto à or-
ganizaçío do uabalho, especialmente quanto à escolha do horário de trabalho ou
dos períodos de ausência, à possibilidade de aceitar ou recusar rarefas, àutilizaçâo
de subcontratados ou substitutos, através da aplicaçáo de sançóes, à escolha dos
clientes ou de prestar atividade a terceiros via plataforma;
e) A plataforma digital exerce poderes laborais sobre o prestador de atividade, no-
meadamente o poder disciplinar, incluindo a exclusáo de futuras atividades na
plataforma através de desativaçâo da conra;
f) Os equipamentos e instrumentos de trabalho utilizados pertencem à plataforma
digital ou sáo por estes explorados através de contraro de locaçáo.
2 -Paraefeitos do número anterior, entende-se por plataforma digital a pessoa coletiva
que presta ou disponibiliza serviços à distância, através de meios eletrónicos, nomeadamenre
sítio da Internet ou aplicaçáo informática, a pedido de utilizadores e que envolvam,
como componente necessária e essencial, a organizaçáo de trabalho prestado por
indivíduos a troco de pagamento, independentemente de esse trabalho ser presrado em
linha ou numa localizaçío determinada, sob termos e condiçóes de um modelo de
negócio e uma marca próprios.
3 - O disposto no n.o 1 aplica-se independentemente da denominaçáo que as partes
tenham atribuído ao respetivo vínculo jurídico.
4 - A presunçáo prevista no n.o 1 pode ser ilidida nos termos gerais, nomeadamenre
se a plataforma digitalfizer prova de que o prestador de atividade trabalha com efetiva
autonomia, sem estar sujeito ao controlo, poder de direçáo e poder disciplinar de quem
o contrata.
5 - A plataforma digital pode, igualmente, invocar que a atividade é prestad.a peranre
pessoa singular ou coletiva que atue como intermediário da plataforma digital para dis-
ponibilizar os serviços através dos respetivos trabalhadores.
6 - No caso previsto no número anterior, ou caso o prestadog de atividade alegue que
é trabalhador subordinado do intermediário da plataforma digital, aplica-se igualmente,
com as necessárias adaptaçóes, a presunçáo a que se refere o n.o 1, bem como o disposto
no n.o 3, cabendo ao tribunal determinar quem é a entidade empregadora.
7 - Aplataforma digital náo pode estabelecer termos e condiçóes de acesso à prestaçáo
de atividade, incluindo na gestáo algorítmica, mais desfavoráveis ou de natureza dis-
criminatória para os prestadores de atividade que estabeleçam uma relaçáo direta com
a plataforma, comparativamente com as regras e condiçóes definidas para as pessoas
singulares ou coletivas que atuem como intermediários da plataforma digital para dis-
ponibilizar os serviços através dos respetivos trabalhadores.
8 - A plataforma digital e a pessoa singular ou coletiva que atue como intermediário
da plataforma digital para disponibiiizar os serviços através dos respetivos trabalhadores,

M
CONTRATO DE TRABALHO

bem como os respetivos gerentes, administradores ou diretores, assim como as sociedades


que com estas se encontÍem em relaçáo de participaçóes recíprocas, de domínio ou de
grupo, sáo solidariamente responsáveis pelos créditos do trabalhador emergentes de
contrato de trabalho, ou da sua violaçáo ou cessâçáo, celebrado entre o trabalhador e
a pessoa singular ou coletiva que atue como intermediário da plataforma digital, pelos
encargos sociais correspondentes e pelo pagamento de coima aplicada pela prática de
contraordenaçâo laboral relativos aos últimos três anos.
9 - Nos casos em que se considere a existência de contrato de trabalho, aplicam-se
as normas previstas no presente Código que sejam compatíveis com a naúreza da
atividade desempenhada, nomeadamente o disposto em matéria de acidentes de
trabalho, cessaçáo do contrato, proibiçáo do despedimento sem justa causa, remu-
neruçáo mínima, férias, limites do período normal de trabalho, igualdade e náo
discriminaçáo.
10 - Constitui contraordenaçáo muito grave imputável ao empregador, seja ele a
plataforma digital ou pessoa singular ou coletiva que atue como intermediário da
plataforma digital para disponibilizar os serviços através dos respetivos trabalhadores
que nela opere, a contrataçáo da prestaçáo de atividade, de forma aparentemenre
autónoma, em condiçóes características de contrato de trabalho, que possa causar
prejúzo ao trabalhador ou ao Estado.
11 - Em caso de reincidência sáo ainda aplicadas ao empregador as seguintes sançóes
acessórias:
a) Privaçáo do direito a apoio, subsídio ou benefïcio outorgado por entidade ou
serviço público, designadamente de natufezafiscal ou contributiva ou proveniente
de fundos europeus, por período até dois anos;
b) Privaçáo do direito de participar em arremataçóes ou concursos públicos, por um
período até dois anos
AP@s3J-aplica-seàs atividades
.È4L.{,tr#,@
de olataformas disitais. de-
adamente
indi ual
plataforma eletrónica. l, ìçv-ei
r!..4.u4# çãt 2 E
#üfl {lF{Ë-ç
- Estas disposições são pioneiras a níael mundial. Têrn a sua raiz no Liuro Wrde sobre o
Futuro do Tíabalho 2021, coordenado porTeresa Coelho Moreira e Guilherme Dray,
MTSSS-GEE Lisboa, ptíg. 172. AACT deuerá desenuoluer uma campanlta extraordinária
de diuulgaç,fuo, cf. art. 32.o, n.o 3, da Lei n.o 13/2023, de 3 de abril.

- Na atualidade, discute+e a niuel global, se as nouas forrnas de trabalho prestado atraués


de plataformas informáticas se con o ou&_W;JWás-.d!,
seryiçÍtà A níuel da Çf,, fol fçSi$Ad^4gryut4da6daílüe'a i@w

- Reforçar os direitos dos trabalhadores "uberizados


f
'\ e aproposta de diretíua do Parkrnento
Europeu edo ìelatiua à melhoria das condi
digitais, de 9/12/2021, que inspirou o presente artigo, segundo informaç,ão do Prof tTbresa
ffiiho Moreira, em uebinar da DGERT de 22-02-2023. t|* iïÌ1
r'{í 4 tpcidfl-tdq 4 ffrrf
rf

{} tu^ç*bo r'\
fiunj'
45
CÓDIGO DO TRABALHO ANOTADO

- O-redrneiurídtcrtd,t,atia;&t/a"de *rrt idual e rer12X*ueradudapmgeircs


em ueícNos fu;ç4r4pt7ripa/os a partir de pktofrffl.g"fugfuU*W2! conçsrn-5ett&kL
n." 45/2018, de 10 d::f":.y:

sECÇÁo r
suJErTos

SUBSECÇÁO I
CAPACIDADE

Artigo 13."
Princípio geral sobre capacidade
A capacidade para celebrar contrato de trabalho regula-se nos termos gerais do direito
e pelo disposto neste Código.

- A capacidade juridica preuê-se nos a.rts, 67.o (pessoas singulara) e 160.o e sgts. (pessoas
coletiuas), ambos do Código Ciuil.

- Vigoram diuersos incentiuos ao ernprego e à formaç,ão, jrí aludidos em anotação ao art.


1l.o e outros que se comltendiam do seguinte modo:
- procura do primeiro
Dispensa do pagamento de contribuições para a S.S. (jouens à

emPrego, desempregados de longa duraç,ão e desempregados de muito longa duraç,ão)

- DL n.o 72/2017, de 21 de junho;


- Promoçáo de igualdade de género - Portarias n.o 84/2015, de 20 de março e n.o
34/2017, de 18 de janeiro;
- Incmtiuo ATMÁR.PT- Compromisso Emprego Sustmtáuel- Portaria n." 207/2020,
aherada e republicada pela Portaria n.o 122-A/2021, de I4 de junho;
- Formação Emprego + Digital - Portaria n.o 246/2022, de 27 de seternbro;
- Emprego Interior MAIS- Portarias n." 174/2020, de 17 de julho e n.o 63/2023,
de 2 de março;

- Compromisso Emprego Sustentáuel- Portaria n." 38/2f22, aberada e republicada


pela Portaria n.o 109/2023, de 19 de abril.
- Ainda outros incentiuos constam do sítio na Internet do IEFP
- Sobre a capacidade do menor para celebrar contrato de nabalho, u. art. 70.o.

suBsECÇÁo il
DIREITOS DE PERSONALIDADE

Artigo 14."
Liberdade de expressáo e de opiniáo
É reconhecida, no âmbito da empresa, a liberdade de expressáo e de divulgaçáo do
pensamento e opiniáo, com respeito dos direitos de personalidade do trabalhador e do

j:
46

j
DIREITOS DE PERSONATIt}ADE

empregador, incluindo as pessoas singulares qu9 o representam, e do normal funciona-mento


da emPresa.

- O regime básico dos direitos de personalidade encontra-se nos ãrts. 70.o a 81.o do Código
Ciuil'
- Os direitos de personalidade consignados nesta subsecção são dotados de imperatiuidade
mínima, podendo apends ser dherados por irct e em sentido maisfauorcíuel ao trabalhador,
cf. se digõe no drt. 3.o, n.o 3, a).
judlcial de tutela da personalidade dn trabalhador é regalado no art. I86."-D
- O processo

e sgts. do CPT'
- Os crimes contrd a liberdade pessoal encontrdm-se preaistos no art. t 53.o e sgts. do Ctidigo
Penal.
- Direitos Fundamentais e de Personalldade do Tiabalhador, "eboob", 3.o ed., CEJ, junho
2019, contendo alguma doutrina, urna ampld seleç,ão de jurisprudência e as deliberações
da Comi.ss,ão Nacional de Proteç,ão de Dados.
- Declaraç,ão Europeia de Direitos e Princípios Digitais (do Parkmento e da Comissão).
- Ac. do TRI de 15-02-2016, Proc. n." 276/13.3TT5T5, Rel. Jorge Manuel da Silua
Loureiro: I - Impõe+e urn esforço de concòrdância prtítica entre o direito à liberdade de
expressão por pdrte dos *abalhadores e o di.reito à imagem do empregador, estando o
primeiro limitado pelo deuer de respeito, de urbanidade e de probidade preuistos na lei.
il - O conflito daqueles direi.tos deue ser resoluido preferencialmente corn d cedência
recíproca e equilibrada dos direitos ou., se tal não for possíuel, atraués da preualência do
direito que, em concreto, se considere superior Para isso deueráo ser considerados os seguintes
elernentos: o contexto das deckrações, a motiuação e finalidade dds mesm*L o i'nteresse
geral dessas declarações, a suapublicaçáo ou não nos meios dr comunicação social, aposição
do seu autor na ltierarquia da ernpresa, a releuância jurídica dos interesses que se uisam
proteger, o tipo de instrumentos utilizados e a sua ?roPorcionalidade coln a necessidade
de tutela dos interesses em jogo, a ueracidade dosfactos uei.culados e o elemento subjetiuo
da conduta. Iil - Não são dignas de tutela jurídica as expressões qualifcatiuas duras,
exageradas e excessiuas que se reuelem desnecessririas, totalmente infundadas ou destituídas
4
de base factual.
Artigo 15."
Integridade ftsica e moral
O empregador, incluindo que o representâm, e o trabalhador
as pessoas singulares
gozam do direito à respetiva integridade fïsica e moral.

- Os crimes contra a integridadeflsica encontram-se preuistos no art. 143.o e sgts. dn Caúgo


Penal.

-A Conuenção n.o 159 da OIT rektiua ao Ti,abalho Digno Para as Ti'abalhadoras


de 201 1,

e Tiabalhadores do Seruiço Doméstico, foi ratifcada pelo Dec. do PR. n.o 3l/2015, de 27
de abril.

47
CÓDIGO DO TRABALHO ANOTADO

Artigo 16."
Reserva da intimidade da vida privada
I -O empregador e o trabalhador devem respeitar os direitos de personalidade da con-
traparte, cabendolhes, designadamente, guardar reserva quanto à intimidade da vida
privada.
- 2 - O direito à reserva da intimidade da vida privada abrange quer o acesso, quer a
divulgaçáo de aspetos atinentes à esfera íntima e pessoal das parres, nomeadamenre re-
lacionados com avidafamiliar, afetiva e sexual, com o estado de saúde e com as convicçóes
políticas e religiosas.

- Os crimes contra A res€rua da uida priuada encontraru-se preuistos no art. 190.o e tgtt.
do Código Penal.
-Aa do TRP de 24-09-2012, Proc. n." 203/012.2TTBCL-Á.P1, Rel. Feneira da Cunha:
"O empregador não pode, por princípio, exigir ao trabalhador que preste informações
relatiuas à sua saúde, saluo se este der o seu assentimento" [dçtil.

Artigo 17."
Proteçáo de dados pessoais
1 - O empregador náo pode exigir a candidato a emprego ou a trabalhador que presre
informaçóes relativas:
a) À sua vida privada, salvo quando estas sejam estritamente necessárias e relevantes
para avaliar da respetiva apddáo no que respeita à execuçáo do contrato de trabalho
e seja fornecida por escrito a respetiva fundamentaçáo;
b) À su" saúde ou estado de gravidez, salvo quando pafticulares exigências inerenres
à natureza da atividade profissional o justifiquem e seja fornecida por escrito a
respetiva fundamen taçío.
2 - As informaçóes previstas na alínea b) do número anterior são prestadas a médico,
que só pode comunicar ao empregador se o trabalhador está ou náo apto a desempenhar
a atividade.
3 - O candidato a emprego ou o trabalhador que haja fornecidp informaçóes de índole
pessoal goza do direito ao controlo dos respetivos dados pessoais, podendo tomar co-
nhecimento do seu teor e dos fins a que se destinam, bem como exigir a sua retificaçáo
e atualizaçáo.
4 - Os ficheiros e acessos informáticos udlizados pelo empregador para rraramenro de
dados pessoais do candidato a emprego ou trabalhador frcam sujeitos à legislaçáo em
vigor relativa à proteçáo de dados pessoais.
5 - Constitui contraordenaçáo muito grave a violaçáo do disposto nos n.os 1 ou 2.

- CRP art. 35.' (Utilizaç,ão da informática).


- Lei n.o 58/2019, de I de agosto, assegura. a execução, na ordem juridicanacional,
do Regulamento (UE) 2016/679 do Parlamento e do Conselho, de 27 de abril de
2016, relatiuo àproteção daspessoas singulares no que dizrespeito aa tratamento de

48
DIREITOS DE PERSONALIDADE

dados pessoais e à liure circulaç,io desses


/ados, em uigor apartir 9 de agosto de 2019
(RGPD).
- Lei n.o 43/2004, dz 18 dt agosto - Leì. dz organização efuncionamento da Comissão Nacional
de Proteção dr Dadns - uww.cnpd.pt- alterada e republlcada pek referida Lei n.o 58/2019.
- O tratamento dos dados pessoai.s dos trabalhadores pelo empregador é especialrnente re-
gulamentado no ãrt. 28.o desta Lei n." 58/2019.
- "O empregaà.orpod.e traïar os dadns pessoais dns seus trabalhadores para csfnalidadzs e corn
os limites defnidos peb Código dn Tíabalho e lzgiskç,ão complcmentar ou outros regimes setoüais
(art. 6."/1/c) e art. 9."/l/b) dn RGPD)" in NotaTlicnica n." I daACT janeiro dÊ 2021.
- A interconexão de dados para a prossecução das comp€têncids da ACT (com o ISS, AT
IRN, FGCT e FCT) é estabelecida no art. 23." da Lei n.o 13/2023, de 3 de abril.

Artigo 18."
Dados biométricos

1 - O empregador só pode trataÍ dados biométricos do trabalhador após notificaçío


à Comissáo Nacional de Proteçáo de Dados.
2 - O rratamenro de dados biométricos só é permitido se os dados a vtilizar forem ne-
cessários, adequados e proporcionais aos objetivos a atingir.
3 Os dados biométricos sáo conservados durante o período necessário para a prossecuçáo
-
das finalidades do ffatamento a que se destinam, devendo ser destruídos no momento
da transferência do trabalhador para outro local de trabalho ou da cessação do contrato
de trabalho.
4 - Anotificaçáo a que se refere o n.o 1 deve ser acompanhada de parecer da comissáo
de trabalhadores ou, náo estando este disponível 10 dias após a consulta, de comprovativo
do pedido de parecer.
5 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto no n.o 3.

- Os dados bioménicos são carãcter^ticasflsicas ou comportdmentais mensuruíueis, utilizadas


pdra ã uerificaç,ão de urna entidad.e. No caso do Cart,ão de Cidad,ão, são recolhidos os

seguintes dados biométricos: fotografia, irnpressões digitais e algura.

Artigo 19."
Testes e exames médicos

I- Para além das situaçóes previstas em legislaçáo relativa a segurança e saúde no


trabalho, o empregador náo pode, para efeitos de admissáo ou peÍmanência no emprego,
exigir a candidato a emprego ou a trabalhador a realizaçáo ou apresentaçáo de testes
ou exames médicos, de qualqueÍ n tvreza, para comprovaçáo das condiçóes ftsicas ou
psíquicas, salvo quando estes teúam por finalidade do trabalhador
a proteçáo e segurança
ou de terceiros, ou quando particulaÍes exigências inerentes à atividade o justifiquem,
devendo em qualquer caso ser fornecida por escrito ao candidato a emprego ou trabalhador
a respetiva fundamentaçáo.

49
CÓDIGO DO TRABALHO ANOTADO

2 - O empregador náo pode, em circunstância alguma, exigir a candidata a emprego


ou a trabalhadora a realizaçâo ou apresentaÇáo de testes ou exames de gravidez.
3 - O médico responsável pelos testes e exames médicos só pode comunicar ao empregador
se o trabalhador está ou náo apto para desempenhar a atividade.
4 -. Constitui contraordenaçáo muito grave a violaçáo do disposto nos n.o' 1 ou 2.

- Os exames dz saúde estão preuistos no art. 108." dz Lei. n.o 102/2009, de 10 de setembro.
- Promoçã.o da segurança e saúde no traballto, u. ãrt. 282," e sgts, sendo a lei referida na
Parte M
Artigo 20."
Meios de vigilância a distância
I - O empregador náo pode utilizar meios de vigilância a distância no local de trabalho,
mediante o emprego de equipamento tecnológico, com a finalidade de controlar o
desempenho profissional do trabalhador.
2 - Autilizaçâode equipamento referido no número anterior é lícita sempre que tenha
por finalidade a proteçáo e segurança de pessoas e bens ou quando particulares exigências
inerentes à natureza da atividade o justifìquem.
3 - Nos casos previstos no número anterior, o empregador informa o trabalhador sobre
a existência e finalidade dos meios de vigilância utilizados, devendo nomeadamenre
afixar nos locais sujeitos os seguintes dizeres, consoante os casos: oEste local encontra-se
sob vigilância de um circuito fechado de televisáo)) ou nEste local encontra-se sob
vigilância de um circuito fechado de televisáo, procedendo-se à gravaçáo de imagem e
som>, seguido de símbolo identificativo.
4 - Constitui contraordenaçáo muito grave a violaçáo do disposto no n.o 1 e constitui
contraordenaçáo leve a violaçáo do disposto no n.o 3.

- Da interpretação deste preceito legal parece resubar que a.penas os meios com capacidade
de captaç,4o de imagens ou de imagens e sons, "...nomeadamente câmaras de uídeo,
equipamento audiouisual, microfones dissimulados ou mecanismos de escuta e registo
telefínico.,.", se enqu*drnm na noçao aqui em apreço (Miguel{Basto, Da (i)legalidade da
Utilizaç,ão deMeios deVigilância Electninica (Para Controlo do Desempenbo Profssional
do Tiabalhador), Wrbo Jurídico.
- Segundo o Tiibunal Eurolteu dos Direitos do Homem, a uideouigilância ocuba de
trabalhador como base parã o sea despedimento uiola o seu direito à intimidade da uida
priuada. Ac. de 9/1/2018.
-Ac. do TM de 17-12-2014, Proc. n.o 231.I4.6TTVNG.P1, Rel. António José Pinto
da Fonseca Ramos: I - Em princípio n,ão é admissíuel a utilizaç,4o no processo laboral da
caPtdçáo de imagens por efeito de aideouigilância, incluindo os atos disciplinarmente ilícitos
cometidos Pelo trabalhador. II - A ilicitude legal dessa utilização Acarreta a inualidade
da proua adquirida por tal rneio, bern como ã proua deriuada ou mediata, nomeadamente
testemunltal cujo conltecimento dos factos resuba de os ter uisionado atraués desse sistema.

ll, 50

,t
,i,
DIREIÏOS DE PERSONALIDADE

Artigo 21."
Utilizaçáo de meios de vigilância à distância
1 - A utilizaçâode meios de vigilância a distância no local de trabalho está sujeita a
autorizaçâo da Comissáo Nacional de Proteçáo de Dados.
Z - AautorizaSo só pode ser concedida se a utilizaçáo dos meios for necessária, adequada
e proporcional aos objetivos a atingir.
3 - Os dados pessoais recolhidos através dos meios de vigilância a distância sáo conservados
durante o período necessário paÍa. a prossecuçáo das finalidades da utilizaçáo a que se
destinam, devendo ser destruídos no momento da transferência do trabalhador para
outro local de trabalho ou da cessaçáo do contrato de trabalho.
4 - O pedido de autorizaçáo a que se refere o n.o 1 deve ser acompanhado de Parecer
da comissáo de trabalhadores ou, náo estando este disponível 10 dias após a consulta,
de comprovativo do pedido de parecer.
5 - Constitui contraordenaçáo grave a violação do disposto no n.o 3.

- A organizaçã.o funcionamento da Comiss,4o Nacional de Proteç,ão de Dados resubarn


e

da Lei n.o 43/2004, dr 1S de agosto, alterada e republicada pek Lei n.o 58/2019, de I
de agosto - uluu.cnpd.Pt.

- A utilizaç,ão de sistemas de uideouigilância ltelos seruiços de segurança priuada e de


autoltroteção encontrã-se disclpllnada pela Lei n.o 34/2013, d.e 16 de maio, alterada pela
Lei n.o 46/2019 de I de julho e Portaria n." 273/2013, de 20 de agosto.
- Os crimes contra oatros bens jurídi.cos ltessoais encontrdm-se preaistos no art. 199.o e sgts.
d.o Código Penal.

Artigo 22."
Conftdencialidade de mensagens e de acesso a informaçáo
1 O trabalhado t gozaÁo direito de reserva e confidencialidade relativamente ao conteúdo
-
das mensagens de nattJÍezapessoil e acesso a informação de carácter náo profissional
que envie, receba ou consulte, nomeadamente através do correio eletrónico.
2 - O disposto no número anterior náo prejudica o poder de p empregador estabelecer
regras de utilizaçáo dos meios de comunicaçáo na empresa, nomeadamente do correio
eletrónico.

-Ac. do STJ, dÊ 05-07-2007 -Proc. n.o 075043, Rel. Cons. Má.rio Pereira: X-A tutela
legal e constitucional da confidencialidade da mensagem pessoal (arts 34.o, n.o 1, 32.o,
n.o 8 e da CM 194.o, n.o' 2 e 3 do CP e 21 (agora 22.9 do CT) e a consequente
18.o
nulidade da proua obtida corn base na rnesrna, impede que o enuio da mensagern corn
aquele conteúdo (pessoal) possa constituir o objecto dz processo disciplinar instaurado com
aista ao despedimento da trabalhadora, dcurretando a ilicitude dn despedimento nos termos
do art. 429.o, n.o 3 do CT (atual381.o) (uutw.dgsLpD.
- As referidas regras de utili.zaç,ão dos meios de comunicação na ernPresd deuerão constar
de regulamento interno, a emitir ao abrigo do disposto no art, 99'o.


CÓDIGO DO TRABALHO ANOTADO

SUBSECçÁO ilI
.DISCRIMINAçÁO
IGUALDADE E NÁO

DIVISÁO I
DISPOSIçÓES CBRNIS SOBRE IGUALDADE E NÁO DISCRIMNNçÃO

Artigo 23."
Conceitos em matéria de igualdade e náo discriminaçáo
I- Para efeitos do presente Código, considera-se:
a) Discriminação direta, sempre que, em razão de um fator de discriminaçáo, uma
Pessoa seja sujeita a tratamento menos favorável do que aquele que é, tenha sido
ou venha a ser dado a outra pessoa em situaçáo comparável;
b) Discrimina$.o indireta, sempÍe que uma disposi$.o, critério ou prática aparenremente
neutro sejasuscetível de colocar umapessoa, por modvo de um fator de discriminafr.o,
numa posiçáo de desvantagem comparativamente com outras, a náo ser que essa
disposiçáo, critério ou prática seja objetivamenre justificado por um fim legítimo
e que os meios para o alcançar sejam adequados e necessários;
c) Tlabalho igual, aqueleem queasfi.mçoadaempenhadasaoserviço do mesmo empregador
sáo iguais ou objetivamente semelhantes em natl)Íeza, qualidade e quanridade;
d) Tlabalho de valor igual, aquele em que as funçóes desempenhadas ao serviço do
mesmo empregador sáo equivalentes, atendendo nomeadamente à qualificaçáo
ou experiência exigida, às responsabilidades atribuídas, ao esforço fïsico e psíquico
e às condiçóes em que o trabalho é efetuado.
2 - Constitui discriminaçáo a meÍa ordem ou instruçáo que tenha por finalidade
prejudicar alguém em razío de um fator de discriminaçáo.

- CM arts. 13.o (püncípio da igualdzd) e 15.o (estrangeiros, apritridas, cidad,ãos europeu).


- Diretiua n.o 2000/78/CE, do Consellto, de 27 de nouembro [referida na alínea j) do
art' 2.o da Lei de aProuação d.o CódigoJ - estabelece um quadro geral de i.gualdade de
trataruento no eftiprego e atiuidade profissional.
- Os direitos relatiuos à igualdade e n,4o discrimi.nação ,onrlgnodo, nesta subsecção são
dotados de imperatiuidade mínima, podendo apenas ser aherados por irct e em sentido
maisfauoráuel ao trabalhadoa cfr. art. 3.o, n.o 3, a).
se dispõe no

- Resoluções da Assembleìa da República n.o' 4l e 46/2013, respetiuarnente, de 3 e 4 de


abril, a primeira sobre a promoçáo da igualdade laboral entre homens e mulheres e A
segunda relatiua à n,ão discriminação laboral das mulheres.

xrisü,&
Di reito 3- i.#elded^e gq,sççF-$CI'@ alho
I - O tr*alMdor ou candidaro a emprego tem direi t9.,.g"lg$1fude"de"CIporuugidades
e de tratamento no ue se refere ao
,3:g-::3_1o-,g*p-t9Bg*lformlg?.gf *,-l_omoçáoou

52
IGUALDAI)E E NÃ0 DISCRIMINAçÂo

caÍreira.profissionais e às condiçóes de trabalho, n"lgp,,gdffdg.IFr"pJlyJle$i*?go, beneficiado,


prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razío, no-
meadamente, de ascendência, idade,"f#,o, orientaçáo sexual, identidade de género18,
estado civil, situaçág*g.tJllt, situaçáo económica, instruçáo, origem ou condição social,
património genético, capacidade de trabalho reduzida, deficiência, doença crónica, na-
cionalidade, origem étnica ou raça, território de origem, língua, religiáo, convicçóes
políticas ou ideológicas e filiaçáo sindical, devendo o Estado promover a igualdade de
acesso a tais direitos.
2 - O direito referido no número anterior respeita, designadamente:
a) A critérios de seleçáo e a condiçóes de contrataçáo, em qualquer sector de atividade
e a todos os níveis hierárquicos;
b) A acesso a todos os tipos de orientaçáo, formação e reconversáo profissionais de
qualquer nível, incluindo a aquisiçáo de experiênciaprâtica;
c) A retribuiçã,o e outras prestaçóes patrimoniais, promoçáo a todos os níveis
hierárquicos e critérios para seleçáo de trabalhadores a despedir;
d) A filiaçáo ou participaçáo em estruturas de representaçáo coletiva, ou em qualquer
outra organizaçáo cujos membros exercem uma determinada profissáo, incluindo
os benefïcios por elas atribuídos.
3 - O disposto nos números anteriores também se aplica no caso de tomada de decisóes
baseadas em algoritmos ou outros sistemas de inteligência artificial e náo prejudica a
aplicaçáo:It
a) De disposiçóes legais relativas ao exercício de uma atividade profissional por
estrangeiro ou apátrida;
b) De disposiçóes relativas à especial proteçáo de património genético, gravidez,
parentalidade, adoçáo e outras situaçóes respeitantes à conciliaçâo da atividade
profissional com a vida familiar.
4 - O empregador deve afixar na empresa, em local apropriado, a informaçáo relativa
aos direitos e deveres do trabalhador em matéria de igualdade e náo discriminaçáo.
5 - Constitui contraordenaçáo muito grave a violaçáo do disposto no n.o I e constitui
contraorde naçáo leve a violaçáo do disposto no n." 4. t

- Relatiuamente às diferenças de retribuição, a. art. 31.o, n.o 3.


-A Comiss,ãopara d lgualdade no Trabalho e no Emprego - CITE - tern a sua estruturd
orgânica disciplinadapelo DL n.o 76/2012, de 26 de rndrço, aherado pek Lei n.o 60/2018,
de 21 de agosto (medidas de promoç,ão de igualdade remuneratória entre mulheres e
homens).

r8
A frase "identidade de género" foi introduzida pela Lei n." 2812015, de 14 de abril que "consagra a
identidade de género no âmbito do direito à igualdade no acesso â emprego e no trabalho, procedendo à
oitava alteraçáo ao Código do Thaba-lho aprovado pela Lei n." 712009, de 12 de fevereiro." Esta Lei entrou
em vigor em 1 de maio de 2015.
re
A redaçáo deste n." 3 resulta do art. 2.o da Lei n." 1312023, de 3 de abril.

53
CÓDIGO DO TRABALHO AN()TAI)O

- Na Autónoma dos Açores, a CRITEfoi criada pelo D,L.R. n." 3/2011/A, de 3


Regi,ão
dz março. Iguahnente existe a CRITE da RA. 'dã Madeira, referida no DRR n." I 5/20 t 2/M,
que aProaa a estrutura orgânica da Direção Regi.onal do Tiabalho e Açã.o Inspeti.ua.
-A igualdade e n,ão discrimi.nação no trabalho independente é objeto da Lei n.o 3/2011,
de 15 defeuereiro.

Artigo $"
Proibicáo de discriminacão
1 - O empregador náo pode praticar qualquer discriminaçâo, direta ou indireta, em
nzâo nomeadamente dos fatores referidos no n.o 1 do artigo anterior.
2 - Náo constitui discriminaçáo o comportamento baseado em fator de discriminaçáo
que constitua um requisito justificável e determinante para o exercício da atividade
profissional, em virtude da natureza da atividade em causa ou do contexto da sua
execuçáo, devendo o objetivo ser legítimo e o requisito proporcional.
3 - Sáo nomeadamente permitidas diferenças de tratamento baseadas na idade que
,i sejam necessárias e apropriadas à realizaçáo de um objetivo legítimo, designadamente
ìi
,l de política de emprego, mercado de trabalho ou formaçáo profissional.
,l 4 - As disposiçóes legais ou de instrumentos de regulamentaçâo coledva de trabalho
,j
i,1 I que justifiquem os comportâmentos referidos no número anterior devem ser avaliadas
I

t;, periodicamente e revistas se deixarem de se justificar.


,.i
ll 5 - Cabe a quem alega discriminaçáo indicar o trabalhador ou trabalhadores em relação

ri a quem se considera discriminado, incumbindo ao empregador provar que a diferença


lr de tratamento não assenta em qualquer fator de discriminaçáo.
ir 6 - O disposto no número anterior é aplicável em caso de invocaçáo de qualquer prática
ll discriminatória no açesso ao trabalho, à formaçáo profissional ou nas condiçóes de
ll trabalho, nomeadamente por motivo de gozo de direitos na parenmlidade, de outros
direitos prwistos no âmbito da conciliaçáo da atiüdade profissional com a vida familiar
I e pessoal e dos direitos previstos para o trabalhador cuidador.'o
I

7 - Sío ainda consideradas práticas discriminatórias, nos termos do número anterior,


nomeadamente, discriminaçóes remuneratórias relacionadas corr{a atribuiçáo de prémios
de assiduidade e produtividade, bem como afetaçóes desfavoráveis em termos de avaliaSo
e progressáo na carreira.
8 - É inválido o ato de retaliaçáo que prejudique o trabalhador em consequência de
rejeição ou submissáo a ato discriminatório.
I
9 - Constitui contraordenaçáo muito grave a violaçáo do disposto nos n.o' 1 ou 8.

- Compulsando o que se dispõe n0 n.o I deste artigo corn o mesrno número do artigo
anterior, deuerd concluir-se que a disuiminação apenas será lícita ern ui.rtude da compaência
prof.ssional e da antiguidade na ernpresa. ou no lugar.

20
O texto deste n.o 6 e do seguinte n.o 7 advém da alteraçáo introduzida pelo art. 2." daLei n." 1312023,
de 3 de abril.

:.1
54
1,

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fr
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IGUALDADE E NÃ0 DTSCRtMTNAçÀO

-A inuersão do ónus da proua tem o seu 4ssento legal no art.


344.' do Cridigo Ciuil.
-Aa do STJ, de 01-06-2017, Proc. n." 816/14, Rel. Chambel Mourisco: I O Ctidigo -
do Tiabalho ao estabelecer criterios de dzterminaçáo da retribuição refere que na dzterrninação
do ualor da mesma deue ter-se em conta a quantìddde, natureza e qualidade do trabalho,
obseruando-se princípio de que, para trabalho igual ou de ualor igual, salário igual. I -
o

Se é inuocada pelo trabalhador uma uiolaç,ão desse princípio, motiuada por umfator de dis-
criminação, há lugar A urna inuersão do ónus da proua, impondo que seja o empregador a
Prouar que a diferença de tratdmento não assenta em qualquerfator de disuiminagão. III
- N,ão o sendo, é ao trabalhador a quem cumpre o ónus de alegar e proudr que o seu trabalho
é não só de igual naturezd, m*s também de igual qua[idade e quantidade, cornltarada com
a d.os seus colegas de trabalho que se encontram a auferir uma retribuição superior.

Artigo 26."
Regras contrárias ao princípio da igualdade e náo discriminaçáo
I -A disposiçáo de instrumento de regulamentaSo coletiva de trabalho ou de regulamento
interno de empresa que esabeleçaprofissáo ou categoriaprofisional que respeite especificamente
a trabalhadores de um dos sexos considera-se aplicável a trabalhadores de ambos os sexos.
2 -AdisposiS"o de instrumento de regulamentaSo coletiva de trabalho ou de regulamento
interno de empresa que estabeleça condiçóes de trabalho, designadamente retribuiçáo,
aplicáveis exclusivamente a trabalhadores de um dos sexos para categoria profissional
correspondente a trabalho iguai ou a trabalho de valor igual considera-se substituída
pela disposição mais favorável aplicável a trabalhadores de ambos os sexos.
3 - O disposto nos números anteriores é aplicável a disposiçáo contrária ao princípio
da igualdade em funçáo de outro fator de discriminaçáo.
4 - A disposiçáo de estatuto de organização representativa de empregadores ou de
trabalhadores que restrinja o acesso a emprego, atividade profissional, format'o profissional,
condiçóes de trabalho ou carreira profissional exclusivamente a trabalhadores de um
dos sexos, fora dos casos previstos no n." 2 do artigo 25." edos previstos em lei específica
decorrentes da proteçáo do património genético do trabalhadorgu dos seus descendentes,
considera-se aplicável a trabalhadores de ambos os sexos.

- O sistema de apreciaç,ão relatiua à iguatdade e n,ão discriminação nos instrumentos de


regukmentação coletiua de trabalho insere-se no ãrt. 479." do CT e o respetiao processo
judicial está preuisto no n.o 2 do art. 186."-G do CPT que remete pdrd 0 Art. 183." do
mesrno Código de Processo do Trabalho, releuando ainda o seu art. 5.o-A, que concede
legitimidade ao MP para intentar as respetiads ações judiciais.

Artigo 27."
Medida de ação positiva
Para os efeitos deste Código, não se considera discriminação a medida legislativa de
duraçáo limitada que beneficia certo grupo, desfavorecido em funçáo de fator de

55
CÓI}IGO DO TRABALHO ANOTADO

discriminaçáo, com o objetivo de garantir o exercício, em condiçóes de igualdade, dos


direitos previstos na lei ou corrigir situaçáo dé desigualdade que persista na vida social.

-Ações afrmatiaas (ou de ação positiua) sáo atos ou medidru especiais e temporuírias, tomadcs
ou deterrninadas pelo Estado, espontânea ou compulsoriamente, com os objetiuos de eliminar
desigualdades historicamente acumuladas, garantir a iguãldâdr dr oportunidãàcs e tratamento,
cornPensar Perdas prouocadas pela dis*iminação e marginalizaç,1o decorrentes de motiuos
raciais, étnicos, religiosos, de gênero e outros. Em suma, açoes afrmatiuas ui.sam combater
os efeitos acumulados em uirtude das discriminações ocorridas no passad.o (Vikipédia).

Artigo 28."
Indemnizaçáo por ato discriminatório
A prática de ato discriminatório lesivo de trabalhador ou candidato a emprego con-
fereJhe o direito a indemnizaçáo por danos patrimoniais e náo patrimoniais, nos termos
gerais de direito.

- O instituto da responsabilidade ciuil tem o seu assento no C,ídigo Ciui.l, art. 483.o e sgts.
DIVISÁO II
PROIBIÇÁO DEASSÉDIO

Artigo )).ozr
Assédio
1 - É proibida a práticado assédio.
2 - Entende-se por assédio o comportamento indesejado, nomeadamente o baseado
em fator de discriminaçáo, praticado aquando do acesso ao emprego ou no próprio
emprego, trabalho ou formaçáo profissional, com o objetivo ou o efeito de perturbar
ou constranger a pessoa, afetar a sua dignidade, ou de lhe criar um ambiente intimidativo,
hostil, degradante, humilhante ou desestabilizador.
3 * Constitui assédio sexual o comportamento indesejado de carácter sexual, sob forma
verbal, náo verbal ou física, .o.t o objetivo ou o efeito referidó no número anterior.
4- prática de assédio confere à vítima o direito de indemnizaçâo, aplicando-se o
^ no artigo anterior.
disposto
5 - A prática do assédio constitui contraordenaçáo muito grave, sem prejuízo da eventual
responsabilidade penal prevista nos termos da lei.
6 - O denunciante e as testemunhas por si indicadas náo podem ser sancionadas discipli-
narmente, a menos que atuem com dolo, com base em declaraçóes ou factos constantes
dos autos de processo, judicial ou contraordenacional, desencadeado por assédio até decisáo
final, transitada em julgado, sem prejuízo do exercício do direito ao conrraditório.

2r Com a redaçáo conferida pelo art. 2." da Lei n." 7312017, de 16 de agosto e Declaraçáo de Retiffcaçáo
n." 2812017, de2 de outubro.

56
TGUALDADE E NÃ0 DISCRIMINAÇ40

- O assédio no trabalho independente é proibido na Lei n.o 3/201t, de 15 defeuereiro.


-Relaüuammteàaplicaç,ão
dnprincíplo dzWU** a" oportunidzdzs e igualdndzdztratãmento
mffe ltomms e mulberes em dnmínios ligaàns ao emprego e à atiuidadz profssional, uigora a
Diretiua 2006/54/CE.
dezunciante exríprnista no art. 21.o da Lei n.o 93/2021, de
-A retalia{ão contra nabalhadnr
10 fu dzzembro (RGPDI).

- Este ãrtigofli aberado pela Lei n.o 73/2017, de 16 de agosto, que ueio reforçar o quadro
legi.slatiao parã a preuenção da pruitica de assédio, conferindo direìto à indemnizaç,4o a
uítima de assédio, qualif.cando talprrítica como contrdordenapão e afastando exPressdmente
a responsabilidade disciplinar das testemunltas e do denunciante porfactos ou declarações
do processo, saluo se ataarern com dolo,

- Para tnruto, d ernpresd pdssa a ser obrigada a adotar códigos de boa conduta Para a
preuenç,4o e combate ao assédio no trabalho, sernpre que d emPresa teny'ta, no mínimo, sete
trabalhadores, deuendo ainda instaurar procedimeruto disciplindr sem7re que tiuer
conhecimento de alegadas situações de assédio no trabalho (artigo 127'" do CT).
-Ac. dn STJ, de t1-09-2019, Proc. n.o 5249/16.BT8PRTP1.Sl, Rel. Fenei'ra Pinto: I -
O assédio moral implica cornporta.mentos, real e manifestamente, humilhantes, uexatórios e
atmtatórios da dignidadr dn trabalhadnr aos quais estão em regra associados mais dnis elemmtos:
certa duração; e determinadns consequências. IL
De acordo corn o disposto no artigo 29.o, n.o
1, dn CT no assédio não tem de estar presente o 'bbjetiuo" dz afetar a uítima, bastando que
este resuhadn s4a "efeito" do comportdmento adntadn pèb 'assediante". III. Apesar dz o lzgiskdnr
ter (deste modo) prescindido de um elemento uolitiuo dirigido às consequências imediatas de
drtenninado cornportdmento, o assédio moral, em qualquer dns suas modalidades, tem em
regra associadn um objetiuo final ilícito ou, no mínimo, eticamente reprouáuel. M Sendn a
resoluç,io dn contrato, efetuadapeln trabalhador ãPenas comfundamento no assédio mordl,
e não se prouando o mesmo, essa resolução ê ilícita por inexistência de justa causa, V Não sendn
o assêdio moral inuocadn discrirninatório, o ónus da sua proua cornPete ao nabalhadnr nos
termos gerais da rEartiç,ão do ónus dz proua estabelecida no artigo 342.o, dn Gídigo Ciuil.

-Ac. do TRL, de 25-09-2019, Proc. n." 10302/I8.4TSLSB.L1-4, Rel. Alues Duarte: L


Confi.gura uma situaçáo de assédio moral ou mobbing a colo$ação de uma trabalhadora
licenciadn em economia num oPen sPãce juntdmente corn outros nabalhadnres, sern anibuição
de tarefas próprias da cdlegoria prof.ssional para que fora contratada e das funções que de'
sempenhaua durante mais de um Ano (art. 29." do CT). II. Constituem danos não
patrimoniais releuantes nos termos do art. 496.o, n.o I do CC, se ern consequência disso a
trabalhadora atualmente uma pessod apática, triste, reuohada, depressiua tendo recorrido

a ajuda médica de psi.quiatria e psicoterapia estando a tomar medicaç,ão, fequentou sessões


de psicoterapia, consubas de psiquiatria e rnedicina geral, padecendo de um quadro de
longa depressiuidade, com impacto negatiuo nA sua uida quotidiana e profissional, corn
manutenção de queixas dz memória recente e dtençáo concentrada, apar dz aberações dn sono
e astenia mãrcada, mantendo-se afazer medicaç,4o psiconópica e psicoterapia, encontrandn-se
presenterrlente com remissão parcial das queixas" e por isso esteue uários períod'os de baixa

57
CÓDICO DO ÏRABALIjO ANOTADO

médica. IIL Tàndo ern conta que a situaç,ão económica dn partes é bem di.ferenciada, sendo
a apelante trabalhadnra e a apelada uma empresa tecnohgica de um sector d.e
"*prtgodoro
grandt e crescent€ releuo em terrrlos económicos ef.nanceiros, o que n,ão carecia d.e ser alegado
e prouadn nos terrnos do art. 412.o, n.o I dn CPC, a quantid de € 25.000,00 é adequada

para compensar aquela pebs danos não panimoniais sofidos (Ekboraào pelo relator).
- Ac. do TRG, de 10-07-2019, Proc. n." 2458/17.0T8GMR.GL, Rel. AIda Martins: 1.
Na situação de assédio, o comPortamento indesejado não tem de basear-se necessariamente
em fator de disriminação, podendo ter um fundamento que tenha uma uirtualidade
semelhante, como seja o caso de exí.stir um litígio entre o trabalhador e o empregador ou de
aquele ter uma atitudz reiuindicatiua. 2. Tàmbern não é imprescindíuel que tal cornportan4ento
indesejado tenha o objetiuo imediato de perturbar ou constranger o trabalhador, afetar a
sua dignidade, ou de lhe criar urn ambiente intimidatiuo, hosti.l, degradante, humilhante
ou desestabilizador, bastando Qle tenha esse efeito como consequência da prossecuç,ão durn
f.m ilegítimo ou censuruíuel. 3. N,ão obst*nte, para ser considerada ãssédio, a situação há-se
ter objetiudrnente a potencialidade descrita, pela grauidade que, em razáo da duraç,ão e
intensidade, a4resenta, não bastando que a tenlta na perspetiua unilateral do trabalhador.
- Ac. STJ, de 15-12-2022, Proc. 252/19.2TSOAZ.P1.S1, Rel. Júlio Gomes: I - Sendn o
assédio urn Processo continuadn mais ou menos longo dzue ser analisado no seu conjunto e sem
segmentá-b nos rnomentos que o integram jri que o real sentidn e grauidadz dns mesmos só podz
ser apreendidn corn esst uis,ão de conjunto. II - Con*itui assédio, proibidn por bi, a conduta
do empregadnr que innoduz aberaçõesfuncionais dz que o trabalhadnr comfunções dc dirE,ão
só tem con/tecimento por terceiros estranhos à empresa, mantérn-lhe urna carga excessiua dr
trabalho, náo o conuida, sem qualquer jcrttficaç,ão, para um almoço dz dirEão, af.rrna, nurna
reunião dz dirE,ão, com intenção comprouada dc humilhar o nabalhadnr e dz o afetar na suA
dxgnidadt que o nabalhador age d.e máfr e tem urn gmndr ego, mtre outros comportarnentos.

DIVISÁO ilI
IGUALDADE E NÁO DISCRIMINAÇÁO EM FUNÇÁO DO SEXO

Artigo 30."
Acesso ao emprego, atividade proftssional ou ftrmaçáo
1 - A exclusão ou restriçáo de acesso de candidato a emprego ou trabalhado r em razío
do sexo a determinada atividade ou à formaçáo profissional exigida para ter acesso a
essa atividade constitui discriminaçáo em funçáo do sexo.
2 - O anúncio de oferta de emprego e outra forma de publicidade ligada à pré-seleçáo
ou ao recrutamento não pode conter, direta ou indiretamente, qualquer restriçáo, es-
pecificaçáo ou preferência baseada no sexo.
3 - Em açáo de formaçáo profissional dirigida a profissão exercida predominantemente
por trabalhadores de um dos sexos deve ser dada, sempre que se justifique, preferência
a trabalhadores do sexo com menor representaçáo, bem como, sendo apropriado, a
trabalhador com escolaridade reduzida, sem qualificaçío ou responsável por família mo-
noparental ou no caso de licença parental ou adoçáo.

58
IGUALDADE E NÃO DISCRIMINAÇÃO

4 - Constitui contraordenaçáo muito gravga violaçáo do disposto nos n."" 1 ou 2.

- O ltrocesso judicial de igualdade e não discriminação em funç,ão do sexo encontra-se


preuisto e regulado no drt. 186."-G do CPT.
- O regime daformação prof.ssional no Código do Thabalho insere-se no art. 130.o e sgts.
-Atraués da Resolução do Conselho de Ministros n." 13/2013, publicada em I de março
de 2013, foram aprouadas diuersas medidas que uisam garantir e ?ronlouer a igualdade
de oportunidades e resubados entre rnulheres e ltomens no rnercado de trabalho. Por idêntica
Resoluç,ão n.o 18/2014, de 7 de lnarço, são adotadas medidas tendo em uista a promoção
da igualdade salarial entre mullteres e ltomenl
- A medida de Promoção de lgualdade de Género no Mercado de Thabalho foi criada pela
Portaria n." 84/2015, de 20 de março.
- A Lei n.o 4/201 8, de 9 de feuereiro, estabelece o regime jurídico da aualiaç,4o de ì.mpacto
de género de atos normãtiuos, e Lei n.o 60/2018, de 21 de dgosto, que aprouou medidas
de promoçáo da i.gaaldade remuneratória entre mulheres e homens e procedeu à primeira
alteração à Lei n.o 10/2001, dr 21 de rnaio, que instituiu um relatório anual sobre a
igualdade de oportunidades entre ltornens e mulheres.

1 -Os trabalhadores têm direito à igualdade de condiçóes de trabalho, em particular


quanro e) retribuiçáo, devendo os elementos que a determinam náo conter qualquer
discriminaçáo fundada no sexo.
2 - Aigualdade de retribuiçáo implica que, para trabalho igual ou de valor igual:
0 Qualquer modalidade de retribuiçáo variável, nomeadamente apagaà tarefa, seja
estabelecida na base da mesma unidade de medida;
g) A retribuição calculada em funçáo do tempo de trabalho seja a mesma.
3 - As diferenças de retribuiçáo náo constituem discriminaçáo quando assentes em
critérios objetivos, comuns a homens e mulheres, nomeadamente, baseados em mérito,
assiduidade ou antiguidade. 4
Sem rcjuízo do disp osto no numero an as liçe06a.t fal ensas
na

s$temas de tarefas e de avaliaçáo de funçóes devem assentar em


critérios objetivos comuns a homens e mulheres, de forma a excluir qualquer discriminafr.o
baseada no sexo.
6 - Constitui contraordenaçáo muito grave a violaçáo do disposto no n.o 1 e constitui
contraordenaçío grave a violaçáo do disposto no n.o 5.

- CRP, arts. 59.o, nt.o 1, al. a).


-A retribui.ç,4.o e outrãs prestações patrimoniais encontrãm-se reguladas no capítulo III,
art. 258.o e sgts.

59
CÓDIOO DO TRABALHO ANOTADO

- Pelas Resoluçóes daAssembleia da Repúb.lica, n.o' 46/2013, publicadas enn 3 e 4


41 e
de abril de 20 13, foi recomendada ao Gouerno a criaçáo de uma carnpanha nacional para
es c larecimento das mulÌteres.

- Atraués da Resolução do Conselho de Mini.stros n." 18/2014, publicada em 7 de rnarço


. de 2014, foram estabelecidas "rnedidas especfficas que possam contrariar a tendência
histórica de desigualdade salarial penalizadora pãra as mulheres... ".
- Recomendação da Comissáo da tl.E. de 7/3/2014 relatiua ao reforço, pela transparência,
do princípio da igualdadr salarial entre ltornens e mulheres (JOUE, L69/1 12, de 8/3/2014).
"Não discriminação no direito do trabalho", eshtdo do Prof Anttinio Menezes Cordeiro,
-
RIDT I/2021/n." I, pág. 593.

Artigo 32."
Registo de processos de recÍutamento
1 Todas as entidades devem manter durante cinco anos o registo dos processos de re-
-
crutamento efetuados, devendo constar do mesmo, com desagregaçáo por sexo, os
seguintes elementos:
Convites para o preenchimento de lugares;
")
b) Anúncios de oferta de emprego;
c) Número de candidaruras para apreciaçáo curricular;
d) Número de candidaros presenres em enrrevisras de pré-seleçáo;
e) Número de candidatos aguardando ingresso;
f) Resultados de testes ou provas de admissáo ou seleçáo;
g) Balanços sociais relativos a dados, que permitam analisar a existência de eventual
discriminaçáo de pessoas de um dos sexos no acesso ao emprego, formaçáo e
promoçáo profissionais e condiçóes de trabalho.
2 - constitui conrraordenaçáo leve a violaçáo do disposto neste artigo.
- Por recratamento deue entender-se o conjunto dr 'arefas que releuam da seleçáo e integração
do pessoal" (J.M. Peretti, Recursos Hurnunos, Silabo/APG, 1g98, 2.a ed., ptig. 215).
- O balanço socialpreuia-se nA Lei n.o 141/85, de 14 de nouembro, quefoi reuogadapela
Lei n.o 35/2004, que regulamentou o Código do Tiabalho. Atualmente, a informaç,ão
sobre a atiuidade social da ernPresa ê regímentada no art. 32.o da Regulamentação do CT
de 2009, cujo texto consta da Parte II deste liuro.

- No regime dn nabalho emfunções públicr* (regukdn pela Lei n." 35/2014, fu 20 dz junho),
a elaboraç,ão dn balanço social encontra+e regu.lamentada no DL n.o 190/96, de 9 dÊ outubro.

SUBSECÇÁO ry
PARENTALIDÂDE

Artigo 33.o
Parentalidade
1 - A maternidade e a paternidade constituem valores sociais eminenres

60
PARENTALIDADE

Z Os trabalhadores têm direito à proteçáo da sociedade e do Estado na realizaçâo da


-
sua insubstituível açáo em relaçáo ao exercício da parentalidade.

- CRn arts. 59.o, qt.o 2, al. c), 67.o, nt.o 2, als. d) e h) e 68."'
- Diretiua n." 92/85/CEE, do Conselho, de 19 de outubro [referidn na alinea b) do art. 2.o
da Lei de aprouação dn Código| aherada pela Diretiua n." 2014/27/UE, de 26 defeuereiro,
relatiua à implementaçã.o de medidas destinadas ã prornouer a rnelhoria da segurança e da
saúdz dn nabalhadoras gníuidas, puêrperas ou lactantes no trabalho
- Diretiua (UE) 2019/1158 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 20 de junho de
2019, sobre a conciliação entre a uidaprofssional e a uidafamiliar dos progenitores e
cuidadores(reuogaaDiretiua20l0/151/UE),transplstaatrauésdoart. 1.o,b)daLein.o
t3/2023, de 3 de abril.
- Conuençáo n.o 183 da OIT relatiua à Reuisao da Conuenção (Reuista) sobre Proteção
da Maternidade, 1952, rafficadapelo Decreto d.o Presidente da República n.o 137/2012,
de I de agosto.
nesta subsecção são dotadoìs de i.m-
- Os direitos de proteçáo na parentalidade consignados
peratiuidade rnínima, podendo apenas ser alterados por irct e em sentido mais fauortíuel
ao nabalhador tfr. se dispõe no art. 3.o, fl.'3, b).
- O regime geral da parentalidade consta do CC (art. 1877.o e sgts.) e resuhou das aherações
introduzidas pela Lei n." 61/2008, de 31 de outubro.
-As resporusabilidades parentais têm corno conteúdo a comPetência conferida aos pais para
'ho interesse dosf.lhos, uelar pela segurdnça e saúde destes, Prouer do seu sltstento, diriglr
a sua educação, representtí-los, ainda que nasci.turos, e admini.strar os seus bens" (CC, art.
1878.o, n.o l).
- Re/ntiuamente à acumulaç,4o dc regimes, determina-se no drt. 1?Lo-H, que "o trabalhad'or
cuidador que seja titular de direitos de parentalidade relatiuamente à pessoa cuidada, n,ão
pode acurnular o preuisto na subsecç,1o M com o disposto nd presente subsecção".
- Segundo o art. 1901.o ainda do CC, o exercício das responsabilidades Parentais nd
constância do matrimónio, pertence a ambos os pais. Noutras situações, pode carecer de ser
regulado (art. 1906.o) "sempre de /tarmonia com o interesse do menor".
- O regime da parentalidade, estabelecido neste e nos artig{s seguintes do CT encon-
tra-se coordenado com o regime de proteção social na parentalidade no ,âmbito do sistema
preuidenci.al (e no sistema de solidariedade) DL n.'91/2009 em cujo preâmbulo
- -
se mencionã qae este úhimo regime "elege como prioridade o i.ncentiuo à natalidade e
a igualdade de género atrauês do reforço dos direi.tos do pai e do i.ncentiuo à partilha
da licença, ao rnesrno tempo que prolnoue a conciliação entre a uida profissi'onal e
familiar e melhora os cuidados às crianças na primeira infancia atraués da atribuição
de prestações pecunitírias na situaç,ão de impedimento para o exercício de actiuidade
profissional".

61
I

CÓDIGO DO TRABALHO ANOTADO

Artigo 33."-N2
Referêricias
1 - Todas as referênciasfeitas na pÍesente subsecção à máe e ao pai consideram-se
efetuadas aos titulares do direito de parentalidade, salvo as que resultem da condiçáo
biológica daqueles.
' 2 - O titular do direito de parentalidade que se enquadre no disposto nas alíneas a) ou
b) do n." 1 do artigo 36." goza da licença parental exclusiva da máe, gozando o outro
titular do direito de parentalidade da licença exclusiva do pai.
3 - Às situaçóes de adoçáo por casais do mesmo sexo aplica-se o disposto nos artigos
44." e 64.".

- Sob a epigrafe "extensão dos direitos atribuídos aos progenitores" no n.o I do art. 5.o do
DL n." 91/2009, dispõe-se que 'b protecç,4o conferida aos progenitores atrauris dos subsídios
preuistos no presente capítulo é extensiua aos benef.citírios do regime geral dos trabalhadores

Por conta de outrem, adaptantes, tutores, pessoas a quemfor deferida a conf.ança judicial
ou adrninistratiua do rnenor, bem como cônjuga oupessoas em uniáo defacto com qualquer
daqueles o'u corn progenitor desde que uiuam em cornunhão de mesa e habitação com
o

o rnenor, sempre que, nos termos do Código de Trabalho, lhes seja reconhecido direito às
c orresp
fahas, licenças e disp ensas".
ondentes

- O teor deste artigo corcesponde ao nouo art. 84.o-A do DL n.' 91/2009, alargando o
seu âmbito a casais do mesmo sexo com crianças.

Artigo 34."
Articulaçáo com regime de proteçáo social
1 - A proteçáo social
nas situaçóes previstas na presente subsecção, designadamente os
regimes de concessáo de prestaçóes sociais para os diferentes períodos de licença por
parentalidade, consta de legislaçáo específica.
2 -Paraefeitos do disposto na presente subsecçáo, consideram-se equivalentes a períodos
de licença parental os períodos de concessáo das prestaçóes sociais correspondentes, atribuídas
aum dos progenitores no âmbito do subsistema de solidariedadep do sistema previdencial
da segurança social ou outro regime de proteçáo social de enquadramento obrigatório.

- A proteç,4o social na parerutdlidade no âmbito do sistema preuidencial (e no subsistema


de solidariedade) encontra-se regulada no DL n.o 9l/2009, de 9 de abril (e pãrít os
trabalhadores em funções públicas no DL n." 89/2009, da mesma data), alterados pelo
DLn." l33/20l2,de27dejunhoepelasLein.o t20/20l5,de I desetembroe90/2019,
de 4 de setembro e pelo DL n.o l4-D/2020, d.e 13 de abril. Atraués da Lei n.o 7/2016,
de l7 de março, foi estabelecida a majoração da proteç,4o social na maternidade, paternidade
e adoção para os residentes nas regiões autónomas.

22
Este artigo foi aditado pelo art. 3." da Lei n." 9012019, de 4 de setembro, passando o seu dispositivo a
vigorar a partir de 4 de outubro de 2019, cfr. seu arr. 9.o, n.o 2.

62

j
PARENTALIDADE

-Atraués daquela Lei n." 90/2019, para alêm de outrosforam aherados os arts. 40.o, 42.o,
43.o, 53.o, 65.0, 94.o do Código do Tiabalho e aditado o art. 37.o-A, que dpenas entraraTn
em uigor com o Orçamento de E*ado para 2020 (art. 9.o, nt.o 1, alíneas a) e b).
- As regras para a determinaç,ão da condição de recursos ã ter em contd na afuibuiç,ão e
manutenção das prestações do subsistema dz proteç,ão familiar e dn subsistema dz solidariedadz,
bern como para d atribuição de ou*os apoios sociais públicos encontram-se estabelecidas
noDL n.o 70/2010, de 16 de junbo, aherado pela Lei n." 15/2011, de 3 de mai.o, pelo
DL n.o 133/2012, de 27 de junho e pela Lei n.o 13/2023, de 3 de abril.
- Os seruiços da Segurança Social podem aceder à informação fscal releuante, para efeitos
de conf.rmaç,ão dos rendimentos declarados, no âmbito da interconex,ão de dados entre os
seruiços da adminisnaç,ão fscal e as instituições da segurançã soci.al, por forma a garantir
o cumpri.mento dos requisitos de atribuiçião das prestações sociais, nos termos do DL n.o
92/2004, de 20 de abril.

Artigo 35."23
Proteção na parentalidade

1 - A proteçáo na parentalidade concÍetiza-se através da atribuiçáo dos seguintes


direitos:
a) Licença em situaçáo de risco clínico durante a gravidez;
b) Licença para deslocaçâo aunidade hospitalar localizada fora da ilha de residência
para realização de parto;
c) Licença por interrupçáo de gravidez;
d) Licença parental, em qualquer das modalidades;
e) Licença por adopção;
0 Dispensa da prestaçáo de trabalho por parte de trabalhadoragrâvida, puérpera ou
lactante, por motivo de prote$"o da sua seguranp e saúde, e respetivo acompanhante,
nas deslocaçóes inter ilhas das regióes autónomas.
g) Licença parental complementar em qualquer das modalidades;
h) Dispensa da prestaçáo de trabalho por parte de trabalhado ragrâvida, puérpera ou
lactante, por motivo de proteçáo da sua segurança. r"dd.;
0 Dispensa para avaliaçáo para adopçáo;
j) Dispensa no âmbito dos processos de adoçáo e de acolhimento familiar;24
k) Dispensa para amamentaçáo ou aleitaçáo;
l) Faltas para assistência a filho;
m) Faltas para assistência a neto;
n) Licença para assistência a filho;

23
Na redaçáo conferida pela Lei n." 9012019, de 4 de setembro. Por força do disposto no art. 9.o, n.o l,
alínea a) desta Lei, as normas constantes das alíneas b), 0 . o) entraram em vigor com o Orçamento do
Estado para2020, que foi aprovado pela Lei n." 212020, de 31 de março.
2a
A redaçío desta alínea j) resulta do art. 2." daLei n." 1312023, de 3 de abril.

63
CÓDICO OO TRABALHO ANOTADO

o) Licença para assistência a filho com deficiência, doença'crónica ou doença


oncológica;
p) tabalho a tempo parcial de trabalhador com responsabilidades familiares;
q) horário flexível de trabalhador com responsabilidades familiares;
r) , Dispensa de prestaçáo de trabalho em regime de adaptabilidade;
s) Dispensa de prestaçáo de trabalho suplemenrar;
t) Dispensa de prestaçáo de trabalho no período noturno.
2 - Os direitos previstos no número anterior apenas se aplicam, após o nascimento do
filho, a trabalhadores progenitores que náo estejam impedidos ou inibidos totalmente do
exercício do poder paternal, com exceçáo do direito ao gozo de 42 dias consecutivos de
licença parental exclusiva da máe e dos referentes a proteçáo durante a amaÍnentaçâo.25

-'* licenças correspondzm a ausências prolongadas e juxifcadas ao trabalho, com perda dr


retribuição, mts, ern regr*, com direito a beneflcios sociais; as dispensas sáo ausências curtas
durante o período normal de trabalho, em regra justifcadas e sern perda de renibuição.
- No art. 61.o e sgts. ainda se estabelecem e regulam os direitos a ações deformação
profssional, a especiais condições de segurança e saúde e o direito à proteç,4o em caso de
despedimento.

- Os direitos elencados neste artigo s,ío densifcados nos a.rtigos seguintes.

- Em diuersas destas situações, a proteção concedida pela Segurança Social concretiza-se


art. 7.o do referenciado DL 91/2009.
atraués de diuersos subsídios, cjì.

-Ainda se preuê a licença do nabalhador cuidador no art. 101.o-8, e nouo art. 27.o da
lei do acolhimento familiar cfr. art. l2.o da Lei n.o t3/2023, de 3 de abri.l.

Artigo 35."-N6
Proibiçáo de discriminaçáo pelo exercício dos direitos de maternidade e
paternidade
1 - É proibida qualquer
forma de discrimina$.o em funçáo do exercício pelos trabalhadores
dos seus direitos de maternidade e paternidade.
2 - Incluem-se na proibiçáo do n.o 1, nomeadamente, discrirpinaçóes remunerarórias
relacionadas com a atribuição de prémios de assiduidade e pÍodutividade, bem como
afetaçóes desfavoráveis em termos da progressáo na carreira.

- Sobre a proibiçáo de discriminação, u. antecedentes art. 25.o e sgts.

Artigo 36.o
Conceitos em matéria de proteçáo da parentalidade
I - No âmbito do regime de proteçáo da parentalidade, entende-se por:

25
Idem quanto à redaçáo deste n.o 2.
26
Este artigo foi aditado pelo art. 3." da Lei n." 9012019, de 4 de setembro, passando a vigorar a partir de
9 de setembro de 2019, dado náo se indicar qualquer prazo no seu arr. 9.o, n.o 2.

64
PARENTALIDADE

Trabalhadora grâvida, a trabalhadora em estado de gestaçáo que informe o


^) empregador do seu estado, por escrito, com apresentaçáo de atestado médico;
b) Trabalhadora puérpeïa, a, trabalhadora parturiente e durante um período de
i20 dias subsequentes ao parto que informe o empregador do seu estado, por
escrito, com apresentaçáo de atestado médico ou certidáo de nascimento do
filho;
c) Tiabalhadora lactante, a trabalhadora que arnafiÌenta o filho e informe o empregador
do seu estado, por escrito, com apresentaçáo de atestado médico.
Z- O regime de proteçáo da parentalidade é ainda aplicável desde que o empregador
tenha conhecimento da situaçáo ou do facto relevante.

- A utilizaçáo de técnicas de pracriaç,ão rnedicamente assistida ê regulada pela Lei n.o


32/2006, de 26 de julho.
- Os p,rincípios, direitos e deueres aplicríueis em matéria de proteçáo na preconceção, na
procriação medicarnente assistida, na grauìdez, no parto, no nascirnento e no puerpério,
contêm-se na Lei n." 110/2019, de 9 de setembro, que encerrd a segunda aberaç,ão à Lei
n.o 15/2014, de 21 de mdrço.
- O "mecanismo para proteção das trabalhadoras gráuidas, puérperas e lactnntes", atraués
do qual as sentenças transitadas em julgado por despedimento ilegal de tais trabalhadoras
s,ão registadas pe la Comiss,ão
para a lgualdade no Trabalho e no Emprego (CITE) foi criado
atrdués da Lei n." 133/2015, de 7 de setembro.

Attigo 37."
Licença em situaçáo de risco clínico durante a graidez
1 - Em situaçáo de risco clínico p^ra a trabalhado ra grâvida ou para o nascituro,
impeditivo do exercício de funçóes, independentemente do motivo que determine esse
impedimento e esteja este ou náo relacionado com as condiçóes de prestaçáo do trabalho,
caso o empregador náo lhe proporêione o exercício de atividade compatível com o seu
estado e categoria profissional, a trabalhadora tem direito a licença, pelo período de
tempo que por prescriçáo médica for considerado necessário gara prevenir o risco, sem
prejuízo da licença parental inicial.
2 -Para o efeito previsto no número anterior, a trabalhadora informa o empregador e
apresenta atestado médico que indique a duraçáo previsível da licença, prestando essa
informaçáo com a antecedência de 10 dias ou, em caso de urgência comprovada pelo
médico, logo que possível.
3 - Constitui contraordenaçáo muito grave a violaçáo do disposto no n.o 1.

- A proteção da segurança e saúde de trabalhadora grtíuida, puérpera ou lactante preuê-se


no drt. 62.0.

- Quanto aos efeitos no contrato dt trabalho, aer art. 65.o, por referência ão seu n.o I, al. a).
- O subsídio de risco durante a grauidez enconna-se preuisto no art. 9.o do DL n." 9l/2009,
de 9 de abril.

65
CÓOIGO DO TRABATHO ANOTAOO

-Mantém-se em uigor o art. 5.o da Lei n.o 4/84, de 5 de abril, alterada pelo DL n.o
70/2000, de 4 de maio, sobre o direito à assistência médica para correta preparação e
uigi lância da grauidez.

- O pedido de subsídio por risco clínico e interrupção de grauidez pode ser apresentado
pela Internet (Segurança Social Direta).

Artigo 37."-N7
Licença para deslocaçío a unidade hospitalar localizadafora da ilha de residência
paxa realizaçáo de parto

I - A trabalhadora grávida que se desloque a unidade hospitalar localizada fora da sua


ilha de residência para realizaçáo de parto, por indisponibilidade de recursos técnicos
e humanos na ilha de residência, tem direito a licença peio período de tempo que, por
prescriçáo médica, for considerado necessário e adequado à deslocaçáo para aquele fim,
sem prejuízo da licença parental inicial.
2 -Para o efeito previsto no n.o 1, a trabalhadora informa o empregador e apresenta
atestado médico que indique a duraçáo previsível da licença, prestando essa informaçáo
com a antecedência de 10 dias ou, em caso de urgência comprovada pelo médico, logo
que possível.
3 - Constitui contraordenaçáo muito gÍave a violaçáo do disposto no n.o 1.

- Obuiamente, o âmbito territorial desta noua licença, introduzidapela Lei n.o 90/2019,
queda+e pelas regiões autónomas
- O respetiuo subsídio pdssou a estar preuisto nA. noua alínea b) do art. 4.o do DL n.o
89/2009 e regulado no seu art. 9.o-A.

Artigo 38."
Licença por interrupçáo da gravidez
1 Em caso de interrupçáo da gravi d.ez, a trabalhadora tem direito a licença com
-
duraçáo entre 14 e 30 dias.
2 -Para o efeito previsto no número anterior, a trabalhadoradinforma o empregador e
apresenta, logo que possível, atestado médico com indicaçáo do período da licença.
3 - Constitui contraordenaçáo muito grave a violaçáo do disposto no n.o 1.

- Quanto aos efeitos no contrato de trabalho, aer ãrt. 65.o, por referência ao seu n.o 1, al.
t).
- O subsídio por interrupç,ão de grauidez encontra-se preuisto no art. l0.o do DL n.o
91/2009, de 9 de abril.

27
Este artigo foi aditado pelo art. 3." da Lei n." 9012019, de 4 de setembro, passando a vigorar, de harmonia
com o seu art. 9.", n." 1, b), com o Orçamento do Estado para2020, que veio a ser aprovado pela Lei n."
212020, de 31 de março.

66
PARENTALIDADE

Artigo 3F."-#t
Falta por luto gestacional

1 Nos casos em que náo haja lugar à licença prevista no artigo anterior, a trabalhadora
-
pode filtar ao trabalho por motivo de luto gestacional até três dias consecutivos.
Z - O pai tem direito afaltar ao trabalho até três dias consecutivos, quando se verifique
o gozo da licença prevista no artigo anterior ou a falta prevista no número anterior.
3 -Para efeito do disposto nos números anteriores, a trabalhadora e o trabalhador
informam os respetivos empregadores, apresentando, logo que possível, prova do facto
invocado, através de declaraçáo de estabelecimento hospitalar, ou centro de saúde, ou
ainda atestado médico.
4 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto nos n.o' 1 e 2.
Artigo 39."

A licença parental compreende as seguintes modalidades:


a)
b)
c)
-l:sgtr
!jgç45Eg3g 43.|.i11jçj3l a gozar pelo pai
;
por impossibilidade da máe;
d) Licença arental exclusiva do pal.

- O regime destas licenças consta dos artigos seguintes, acrescentando-se, no art. 51.o, a
licença parental complementar e ltreuendo-se a majoraç,ão dos respetiuos subsídios no art.
30." da Lei n." 13/2023, de 3 de abril.
- Quanto aos efeitos no contrato de trabalho, aer drt. 65.o, por referência do seu n.o 1, al.
d).

Artigo 40."2e
Licença parental inicial
1 -A máe e o pai trabalhadores têm direito, por nascimento de fìlho, a licença parental
inicial de 120 ou 150 dias consecutivos, cujo gozo podem partilhar após o parto, sem
prejuízo dos direitos da mãe a que se refere o artigo seguinte.4
2 - O gozo da licença referida no número anterior pode ser usufruído em simultâneo
pelos progenitores entre os 120 e os 150 dias.
3 - Alicença referida no n.o 1 é acrescida em 30 dias, no caso de cada um dos progenitores
gozar, em exclusivo, um período de 30 dias consecutivos, ou dois períodos de 15 dias
consecutivos, após o período de gozo obrigatório pela máe a que se refere o n." 2 do
artigo seguinte.

28
Aditamento introduzido pelo art. 13.o da Lei n." 1312023, de 3 de abril.
2e
Redaçáo conferida pelo artigo 2." daLeí n-" 12012015, de 1 de setembro, mas a inserçáo do n." 5 e sgts.
resulta da Lei nP 9012019, de 4 de setembro, que por força do disposto no seu arr. 9.o, n.o l, alínea a) enrrararn
em vigor com o Orçamento do Estado para2020, aprovado pela Lei n." 212020, de 31 de março. Por outro
lado, os atuais números 4 e sgts. resultam das alterações introduzidas pela Lei n.o 1312023, de 3 de abril.

67
CÓDIGO DO TRABALHO ANOTADO

4 - Em caso de opçáo pela licença parental inicial com a duraçáo prevista no n.o I ou
no n.o 3, os progenitores podem, após o golo de 120 dias consecutivos, cumular, em
cada dia, os restantes dias da licença com trabalho a tempo parcial.
5 - Na situaçáo de cumulaçáo prevista no número anrerior:
a) Os períodos diários de licença sáo computados como meios dias e sáo adicionados
para determinaçáo da duraçáo máxima da licença;
b) O período da licença pode ser gozado por ambos os progenirores, em simultâneo
ou de forma sequencial;
c) O trabalho a tempo parcial corresponde a um período normal de trabalho diário
igual a metade do praticado a tempo completo em situaçáo comparável.
6 - No caso de nascimento múltiplos, o período de licença previsto nos números
anteriores é acrescido de 30 dias por cada gémeo além do primeiro.
7 -Em situação de internamento hospitalar da criança imediatamente após o período
recomendado de internamento pós-parto, devido a necessidade de cuidados médicos
especiais paÍa"acriança, a licença referida no rÌ.o I é acrescida do período de internamento,
até ao limite máximo de 30 dias, sem prquízo do disposto nos n.o' 3 e 6.
8 - Nas situaçóes previstas no número anterior, em que o parto ocorra atéàs33 semanas,
inclusive, a licença referida ÍÌo n.o 1 é acrescida de todo o período de internamenro.
9 - Sem preluízo do disposto no número anterior, nas situaçóes em que o parto ocoÍra
até às 33 semanas, inclusive, a licença referida no n.o 1 é acrescida em 30 dias.
10 - Em caso de partilha do gozo da licença, a máe e o pai informam os resperivos em-
pregadores, até sete dias após o parto, após o termo do período do internamenro referido
nos n."'7 e 8 ou do período de 30 dias estabelecido no número anterior, do início e
termo dos períodos a gozar por cada um, entregando, para o efeito, declaraçáo conjunta
ou, quando aplicável, declaraçâo do outro progenitor da qual conste que o mesmo
exerce atividade profissional.
11 - O gozo da licença parental inicial em simultâneo, de máe e pai que trabalhem na
mesma empresa, sendo esta uma microempresa, depende de acordo com o empregador.
12 - Caso a licença parental náo seja partilhada pela máe e pelo pai, e sem prejuízo
dos direitos da máe a que se refere o artigo seguinte, o proge$ritor que gozàr a licença
informa o respectivo empregador, até sete dias após o parro, da duraçáo da licença e
do início do respectivo período, juntando declaraçáo do outro progenitor da qual
conste que o mesmo exerce atividade profissional e que náo goza a licença parental
inicial.
13 - Na falta da declaraçáo referida no n.o 10, a licença é gozadapela máe.
14 - Em caso de internamento hospitalar da criança ou do progenitor que esriver agozar
a licença prevista nos n.o' 1,2 ou 3 durante o período após o parro, o período de licença
suspende-se, a pedido do progenitor, pelo tempo de duraçáo do internamento.
15-Oacréscimodalicençaprevistonosn.o'T,Begeasuspensáodalicençaprevista
no número anterior sáo feitos mediante comunicaçáo ao empregador, acompanhada
de declaraçáo emitida pelo estabelecimento hospitalar.

68
PARENTALIDADE

16 A situaçâo de suspensáo da licença em caso de internamento hospitalar da criança,


prevista ng n.o 14, nâo se aplica às situaçóes nem durante os períodos previstos ÍÌos n.o.
7 e8.
77 Constitui contraordenaçáo muito grave a violaçáo do disposto nos n.o' 1 a 4,6
- a
10,12 ou 13.
- Atraués das aherações introduzidas pela Lei n." 90/2019, forarn alargados os períodos
da licença.
- O subsídio parental inicial encontra-se preuisto no drt. 12.o do DL n." 9t/2009, de 9
de abril.

- Thrnbém este subsídio pode ser requerido dtrdaés da Internet (Segurança Social Direta)
e Pdrentalidade + simples.

Artigo 41."
Períodos de licença parental exclusiva da máe
1 - A máe pode gozar até 30 dias da licença parenral inicial antes do parro.
2 -É, obrigatório o gozo, por parte da máe, de 42 dias consecutivos de licença a seguir
ao parto.3o
3 Atrabalhadora que pretenda gozar parte da iicença antes do parto deve informar
-
desse propósito o empregador e apresentar atestado médico que indique a data previsível
do parto, prestando essa informaçáo com a antecedência de 10 dias ou, em caso de
urgência comprovada pelo médico, logo que possível.
4 - Constitui contraordenaçáo muito grave a violaçáo do disposto nos n.o' 1 ou 2.

- O subsídio parental inicial exclusiuo da rnáe encontra-se preuisto no art. 13." do DL n.o
9l/2009, de 9 de abril.

Artigo /12'"tr
Licença parental inicial a gozaÍ por um progenitor em caso de impossibilidade do
outfo
1 - O pai ou a máe tem direito a licença, com a d,uraçáo ,.f.lid" nos n.o, l, 3, G,7, I
ou 9 do artigo 40.o, ou do período remanescente da licença, nos casos seguintes:32
Incapacidade ffsica ou psíquica'do progenitor que estiver a gozar a licença, enquanto
") esta se mantiver;
b) Morte do progenitor que esriver a goz r a licença.
2 - Apenas há lugar à duraçáo total da licença referida no n.o 3 do artigo 40.o caso se
verifiquem as condiçóes aí previstas, à data dos factos referidos no n.o 1.

30
Redaçáo conferida pelo art. 3.o da Lei n3 1312023, de 3 de abril.
31
Com acerros nos n.o' I e 2 resulrantes da Lei n." 9012019, de 4 de setembro, em virtude das alteraçóes
que introduziu ao art. 40.".
32
O texto deste n.o 1 deriva da alteraçáo introduzida pelo art. 2." daLei n: 1312023, de 3 de abril.

69
CÓOIGO DO TRABALHO ANOTADO

3 - Em caso de morte ou incapacidade física ou psíquica da máe, a licença parental


inicial a gozar pelo pai tem a duraçáo mínima de 30 dias.
4 -Em caso de morte ou incapacidade fïsica ou psíquica de máe náo trabalhadora nos
120 dias a seguir ao parto, o pai tem direito a licença nos rermos do n.o 1, com a
necessária adaptaçáo, ou do número anterior.
5 -Paraefeito do disposto nos números anteriores, o pai informa o empregador, logo
que possível e, consoante a situaçáo, apresenta atestado médico comprovativo ou certidáo
de óbito e, sendo caso disso, declara o período de licença jâ gozado pela máe.
6 - Constitui contraordenaçáo muito grave a violaçáo do disposto nos n.o' 1 a 4.

-Atraués das alterações innoduzidas neste artigo pela Lei n.o 90/2019, de 4 de setembro,
procedeu+e à adaptaç,ão do quefoi aherado no ãrt. 40.o.
- O subsídio parenïal inicial de um progenitor em cãso de impossibilidade do outro
.

encontrd-se preuisto no art. l4.o do DL n.o 91/2009, de 9 de abril. !

Artigo {3.ott :

i
Licença parental exclusiva do pai :

l
1 - É obrigatório o gozo pelo pai de uma licença parental de 28 dias, seguidos ou em
períodos interpolados de no mínimo 7 dias, nos 42 dias seguintes ao nascimento da j
I

criança, 7 dos quais gozados de modo consecutivo imediatamente a seguir a este.


2 - Após o gozo da licença prevista no número anterior, o pai tem ainda direito a sere
dias de licença, seguidos ou interpolados, desde que gozados em simultâneo com o .

gozo dalicença parenral inicial poÍ parre da máe. :

3 - Em caso de internamento hospitalar da criança durante o período após o parro, j


I
a iicença referida no n.o 1 suspende-se, a pedido do pai, pelo tempo de duração do
l
internamento.
ì
4 - No caso de nascimentos múltiplos, à licença prevista nos números anteriores acrescem I
:

dois dias por cada gémeo além do primeiro. J

5 - Para efeitos do disposto nos números anteriores, o trabalhador deve avisar o I


r

empregador com a antecedência possível que, no caso previsto no n.o 2, nâo deve ser j

inferior a cinco dias.


)t

d
I
6 - Constitui contraordenaçáo muito grave a violaçáo do disposto nos fl.o' 1, 2 ou 4. ì
t
i
- Pela aheração imposta Pelã Lei n.o 90/2019, foi alargado o período de licença parental
J

exclusiua do pai (de 15 para 20 dias) e reduzida a li.cença de gozo facuhatiuo (de 10 para I
,l

cinco dias). t

- O subsídio parental inicial exclusiuo do pai encontrã-se preuisto no art. 15.o do DL n.o l
.;

91/2009, de 9 de abril. Ì
a!

33
Redaçáo conferida pelo art. 2." da Lei n." 1312023, de 3 de abril. Anres jâhaviasofrido alteraçóes pelo
arr.2." da Lei n." 12012015, de 1 de setembro e pela Lei n." 9012019, de 4 de serembro, que akerou o n."
1, passando a licença para 20 dias, e o n.o 2, diminuindo o período para cinco dias.

70
PARENTALIOADE

Artigo !4.a4
Licença por adoçáo

1 Em caso de adoçáo de menor de 15 anos, o candidato a adotante tem direito à


-
licença referida nos n.o' 1 a 3 do artigo 40.o.
Z-Em caso de adoçáo de menor de 15 anos, o candidato a adotante tem direito à
licença parental exclusiva do pai, nos termos do artigo anterior.
3 - No caso de adoçóes múltiplas, o período de licença referido no n.o 1 é acrescido
de 30 dias e o período de licença referido no n.o 2 é acrescido de dois dias, por cada
adoçâo além da primeira.
4 -Havendo dois candidatos a adotantes, a licença deve ser gozadanos termos dos n.o'
1 a 3 do arrïgo 40.o.
5 - O candidato a adotante náo tem direito a licença em caso de adoçáo de filho do
cônjuge ou de pessoa com quem viva em uniáo de facto.
6 - O candidato a adotante pode gozar atê. 30 dias da licença parental inicial no período
de transiçáo e acompanhamento.
7 -Paraefeitos do disposto no número anterior, o candidato a adotante que pretenda goz r
parte da licença parental inicial deve informar desse propósito o empregador e apresentaÍ
documento que comprove o período de uansi@o e acomparúamento, presândo essa informaSo
com a antecedência de 10 dias ou, em caso de urgência comprovada, logo que possível.
8 - Em caso de incapacidade ou falecimento do candidato a adotante durante a licença,
o cônjuge sobrevivo, que náo seja candidato a adotante e com quem o adotando viva
em comunhao de mesa e habitaçáo, tem direito a licença correspondente ao período
nío um mínimo de 14 dias.
gozado ou a
9 - Alicença tem início a partir da confiança judicial ou administrativa, nos termos
do regime jurídico da adoçáo.
10 - Quando a confiança administrativa consistir na confirmaçáo da permanência do
menor a cargo do adotante, este tern direito a licença, pelo período remanescente, desde
que a data em que o menor ficou de facto a seu cargo tenha ocorrido antes do termo
da licença parental inicial.
11 - Em .aso d. internamento hospitalar do candidato a. ou do adotando, o
"dot"nt.
período de licença é suspenso pelo tempo de duraçáo do internamento, devendo aquele
comunicar esse facto ao empregador, apresentando declaraçáo comprovativa passada
pelo estabelecimento hospitalar.
12 -Em caso de partilha do gozo da licença, os candidatos a adotantes informam
os respetivos empregadores, com a antecedência de 10 dias ou, em caso de urgência
comprovada, logo que possível, fazendo prova da confiança judicial ou administrativa
do adotando e da idade deste, do início e termo dos períodos a gozar por cada um,
entregando para o efeito declaraçáo conjunta.

34
Com as alteraçóes introduzidas pelo art. 2P d^LÊi n." L312023, de 3 de abril. Antes o texto dos n.* | e2 foi
adapndo ao art. 40.o, através das alteraçóes introduzidas pelo art. 2." daI-ni n." 9012019, de 4 de setembro.

71
CÓDIGO DO TRABALHO ANOTADO

13 - Caso a licença por adoçáo náo seja partilhada, o candidato a adotante que Sozar
a licença informa o respetivo empregador, nos prazos referidos no número anterior, da
duraçáo da licença e do início do respetivo período.
M - O disposto no presente artigo aplica-se, com as necessárias adaptaçóes, às famílias
de acolhimento.
-15 - Constitui contraordenaçáo muito grave a violaçáo do disposto nos n."" 1 a4,6,
8, 10,11 ou 14.

- A alteraçã.o estabelecida pela Lei n.o 90/2019, uem i.gualar o regime de licença, quer
respeite à adoçáo, quer seia de nascimento de flho.
- O subsídio por adoção encontra-se preuisto no art. 17." do DL n.o 91/2009, de 9 de
abril.
n.o 1,
- Qaanto aos efeitos no conftato de trabalho, aer art. 65.o, por referência ão seu
alíneas e) t j).

Artigo /1J'ot5
Dispensa no âmbito dos processos de adoçáo e acolhimento familiar
têm
1 - Os trabalhadores que sejam candidatos a adoçáo ou a família de acolhimento
direito a dispensas de trabalho para realizaçâo de avaliaçáo ou Para cumprimento das
obrigaçóes e procedimentos previstos na lei para os respetivos processos, devendo
apresentar a devida justificaçáo ao empregador.
2 - Constirui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto no presente artigo.

- Quanto aos efeitos no contrato de trabalho, uer art. 65.o, por referência Ao seu n.o 1, al.
k).

Artigo 46."
Dispensa para consulta pré-natal
1 -Atrabalhadora grávida tem direito a dispensa do trabalho para consultas pré-natais,
pelo tempo e número de vezes necessários.
2 - Atrabalhadora deve, sempre que possível, comparecer a consulta pré-natal fora do
horário de trabalho. d

3 - Sempre que a consulta pré-natal só seja possível durante o horário de trabalho, o


empregador pode exigir à trabalhadora a apresentação de prova desta circunstância e
da realizaçâo da consulta ou declaraçáo dos mesmos factos.
4-Paraefeito dos números anteriores, a preparaçáo para o parto é equiparada a consulta
pré-natal.
5 - O pai tem direito a três dispensas do trabalho para acompanhar a grávida às consultas
pré-natais.36

35
O rexto desre artigo, resultou da alteraçáo estabelecida pelo art. 2." daLei n3 1312023, de 3 de abril.
36 Este n." 5, foi alterado pelo art. 2." da Lei n." 9012019, de 4 de setembro, substituindo o vocábulo
"trabalhadora" por "grávida'. Por força do disposto no seu art. 9.o, n.o 2, tal alteraçáo entrou em vigor em
4 de outubro de 2019.

72
PARENTALIDADE

Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto neste artigo.


6 -
- Quanto aos efeitos no contrato de trabalho, uer art. 65.o, n.o 2.

Artigo 46."-N7
Dispensa para consulta de procriaçáo medicamente assistida

1 O trabalhador tem direito a três dispensas do trabalho p^Ía consultas no âmbito


-
de cada ciclo de tratamentos de procriaçáo medicamente assistida (PMA).
2- O empregador pode exigir ao trabalhador a apresentaçáo de prova desta circunstância
e da reaJizaçáo da consulta ou declaraçáo dos mesmos factos.
3 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto neste artigo.

- Neste artigo, introduzido pela Lei n.o


90/2019, é criada a noua modalidade de dispensa
ao trabalho de PMA, que 'hão determina a perda de quaisquer direitos e é considerada
como prestdção efetiua de trabalho" (art. 65.o, n.o 2).

Artigo 47."
Dispensa para amamentação ou aleitaçáo

1 - A máe que amamenta o filho tem direito a dispensa de trabalho para o efeito,
durante o tempo que durar a amamentaçáo.
2 - No caso de náo haver amamentaçáo, desde que ambos os progenitores exerçam
atividade profissional, qualquer deles ou ambos, consoante decisáo conjunta, têm direito
a dispensa para aleitaçâo, até o filho perfazer um ano.
3 - Adispensa diária paÍa amamentaçáo ou aleitaS.o ê. gozadaem dois períodos distintos,
com a duraçáo máxima de uma hora cada, salvo se outro regime for acordado com o
empregador.
4 - No caso de nascimentos múltiplos, a dispensa referida no número anterior é acrescida
de mais 30 minutos por cada gémeo além do primeiro.
5 - Se qualquer dos progenitores trabalhar a tempo parcial, a dispensa diâria para
amamenraçáo ou aleitaçáo é reduzida na proporçáo do respetivo período normal de
trabalho, náo podendo ser inferior a 30 minutos. 4

6 - Na situaçáo referida no número anterior, a dispensa difuia é gozada em período


náo superior a uma hora e, sendo caso disso, num segundo período com a duraçáo
remanescente, salvo se outro regime for acordado com o empregador.
7 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto neste artigo.

- Quanto aos efeitos no contrato de fuabalho, uer art. 65.o, n.o 2.

37
Este artigo foi adirado pelo art. 3.o da Lei n." 9012019, de 4 de setembro, passando a vigorar a partir de
9 de setembro, por nada ser especiffcado no seu art.9.o (entrada em vigor).

73
CÓDIG() DO TRABALHO ANOTADO

Artigo 48."
Procedimento de dispensa paÍa Írmamentaçáo ou aleitaçáo
1 - Para efeito de dispensa para amamentaçáo, comunica ao empregador,
a trabalhadora
com a antecedência de 10 dias relativamente ao início da dispensa, que amamenta o
filho', devendo apresentar atestado médico se a dispensa se prolongar para além do
primeiro ano de vida do filho.
2 - Para efeito de dispens a para aleitaçáo, o progenitor:
Comunica ao empregador que aleita o filho, com a antecedência de 10 dias rela-
") tivamente ao início da dispensa;
b) Apresenta documento de que conste a decisáo conjunta;
.) Declara qual o período de dispensa gozado pelo outro progenitor, sendo caso disso;
d) Prova que o outro progenitor exerce atividade profissional e, caso seja trabalhador
por conta de outrem, que informou o respetivo empregador da decisão conjunta.

Artigo 49P
Falta para assistência a ftlho
1 O trabalhador pode faltar ao trabalho para prestaÍ assistência inadiável e imprescindível,
-
em caso de doença ou acidente, a filho menor de 12 anos ou, independentemente da
idade, a filho com deftciência ou doença crónica, até 30 dias por ano ou durante todo
o período de eventual hospitalizaçáo.
2 - O trabalhador pode faltar ao trabalho até t5 dias por ano para pÍestar assistência
inadiável e imprescindível em caso de doença ou acidente a filho com 12 ou mais anos
de idade que, no caso de ser maior, faça parte do seu agregado familiar.
3 -Aos períodos de ausência previstos nos números anteriores acresce um dia por cada
filho além do primeiro.
4 - Apossibilidade de faltar prevista nos números anteriores náo pode ser exercida si-
multaneamente pelo pai e pela máe:
5 -Paraefeitos de justificaçáo da fala, o empregador pode exigir ao trabalhador:
Prova do carácter inadiável e imprescindível da
")
b) Declaraçáo de que o outro progenitor tem atividade e náo falta pelo
mesmo motivo ou está impossibilitado de prestar a assistência;
.) Em caso de hospitalizaçáo, declaraçáo comprovativa passada pelo estabelecimento
hospitalar.
6 - No caso referido no n.o 3 do artigo seguinte, o pai ou amíe informa o respetivo
empregador da prestaçáo de assistência em causa, sendo o seu direito referido nos n.o'
I ou2 reduzido em conformidade.
7 - Constitui contraordenação grave a violaçáo do disposto nos o.o' 1, 2 ou 3.

- Em familiares apli.ca;e o disposto no art. 252.o.


relaçâ.o a outros

- Qzanto aos efeitos no contrato d.e traballto, aer drt. 65.o, por referência ao sea n.o 1, al.
s)

74
PARENTALIDADE

- O subsídio por assistência af.lho em casq de doença ou acidente encontrã-se preuisto no


art. l9.o do DL n.o 91/2009, de 9 de abril.

Artigo 50."
Falta para assistência a neto

1 - O trabalhador pode faltar até 30 dias consecutivos, a seguir ao nascimento de neto


que consigo viva em comunháo de mesa e habitaçáo e que seja filho de adolescente
com idade inferior a 16 anos.
2 - Se houver dois titulares do direito, há apenas lugar a um período de faltas, a gozaÍ
por um deles, ou por ambos em tempo parcial ou em períodos sucessivos, conforme
decisáo conjunta.
3 - O trabalhador pode também faltar, em substituiçáo dos progenirores, para prestar
assistência inadiável e imprescindível, em caso de doença ou acidente, a nero menor
ou, independentemente da idade, com deficiência ou doença crónica.
4 -Paru efeitos dos n."' I e 2, o trabalhador informa o empregador com a anrecedência
de cinco dias, declarando que:
a) O neto vive consigo em comunháo de mesa e habitaçáo;
b) O neto é filho de adolescente com idade inferior a 16 anos;
c) O cônjuge do trabalhador exerce atividade profissional ou se enconrra fïsica ou
psiquicamente impossibilitado de cuidar do neto ou náo vive em comunháo de
mesa e habitaçáo com este.
5 - O disposto neste artigo é aplicável a tutor do adolescente, a trabalhador a quem
tenha sido deferida a confiança judiciai ou administÍativa do mesmo, bem como ao
seu cônjuge ou pessoa em uniáo de facto.
6 - No caso referido no n.o 3, o trabalhador informa o empregador, no prazo previsto
nos n."'l ou2 do artigo 253.", declarando:
O carácter inadiável e imprescindível da assistência;
")
b) Que os progenitores sáo trabalhadores e náo faltam pelo mesmo morivo ou estáo
impossibilitados de prestar a assistência, bem como quernenhum ourro familiar
^|
doì.rmo grau falta pelo mesmo morivo.
7 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto nos ÍÌ.o' 1, 2 ou 3.

- Quanto aos efeitos no contrato de trabalho, aer art. 65.o, por referência ao seu n.o l,
alínea h).
- O subsídio por assistência a neto encontrd-s€ preuisto no art. 21.o do DL n.o 9I/2009,
de 9 de abril.

Artigo 51."
Licença parental complementar
1 - O pai e a máe têm direito, para assistência a filho ou adotado com idade náo superior
a seis anos, a licença parental complementar, em qualquer das seguintes modalidades:

75
1
ì

l
CÓDIGO DO TRABALHO ANOTADO

a) Licença parental alargada, por três meses;


b) Thabalho a rempo parcial durante 12 meses, com um período normal de trabalho
igual a metade do tempo completo;
c) Tiabalho a tempo parcial durante três meses, com um período normal de trabalho
igual a metade do tempo completo, desde que a licença seja exercida na totalidade
por cada um dos progenitores;38
d) Períodos intercalados de licença parental alargada e de trabalho a tempo parcial
em que a duraçáo total da ausência e da reduçáo do tempo de trabalho seja igual
aos períodos normais de trabalho de três meses;
e) Ausências interpoladas ao trabalho com duraçáo igual aos períodos normais de
trabalho de três meses, desde que previstas em instrumento de regulamentaçáo
coletiva de trabalho.
2 - O pai e amáe podem gozar qualquer das modalidades referidas no número anterior
de modo consecutivo ou até três períodos interpolados, náo sendo permitida a cumulaçáo
por um dos progenitores do direito do outro.
3 - Se ambos os progenitores pretenderem gozar simultaneamente a licença e estiverem
ao serviço do mesmo empregador, este pode adiar o gozo da licença de um deles até
ao término do período de gozo da licença do outro progenitor com fundamento em
exigências imperiosas ligadas ao funcionamento da empresa ou serviço, desde que seja
fornecida por escrito a respetiva fundamentaçâo.
4 - Durante o período de licença parental complementar em qualquer das modalidades,
o trabalhador náo pode exercer outra atividade incompatível com a respetiva finalidade,
nomeadamente trabalho subordinado ou prestaçáo continuada de serviços fora da sua
residência habitual.
5 - O exercício dos direitos referidos nos números anteriores depende de informaçáo
sobre a modalidade pretendida e o início e o termo de cada período, dirigida por escrito
ao empregador com antecedência de 30 dias relativamente ao seu início.
6 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto nos ÍÌ.o' 1, 2 ou 3.

- Quanto aos efeitos no contrato de trabalho, uer drt. 65.o, por referência ao seu n.o 1, al.
ftd
- O subsídio parental encontra-se /)reuisto no art. l6.o do DL n." 91/2009, de 9 de abril,
que deuerri ser aberado no Prazo de 60 dias (Lei n." 13/2023, art. 32.o, n.o 2).

Artigo 52."
Licença para assistência a ftlho
1 Depois de esgotado o direito referido no artigo anterior, os progenitores têm direito
-
a licença para assistência a filho, de modo consecutivo ou interpolado, até ao limite de
dois anos.

38 O teor desta alínea e do n.o 3 resultaram da alteraçáo imposta no art. 2." daLel nP 7312023, de 3 de
abril.

76

I
PARENTALIDADE

2 - No caso de terceiro filho ou mais, a licença prevista no número anterior tem o


limite de três anos.
3 - O trabalhador tem direito a licença se o outro progenitor exercer atividade profissional
ou esriver impedido ou inibido rotalmenre de exercer o poder paternal.
4 - Se houver dois titulares, a licença pode ser gozada por qualquer deles ou por ambos
em períodos sucessivos.
5 -Durante o período de licença para assistência a filho, o trabalhador náo pode exercer
outra atividade incompatível com a respetiva finalidade, nomeadamenre trabalho
subordinado ou Prestaçáo continuada de serviços fora da sua residência habitual.
6 -Para exercício do direito, o trabalhador informa o empregador, por escrito e com
a antecedência de 30 dias:
Do início e do termo do período em que pretende gozar a licença;
^)
b) Que o outro progenitor tem atividade profissional e náo se encontra ao mesmo
temPo em situaçáo de licença, ou que está impedido ou inibido totalmente de
exercer o poder paternal;
c) Que o menor vive com ele em comunháo de mesa e habitaçáo;
d) Que náo está esgorado o período máximo de duraçío dalicença.
7 - Na falta de indicaçáo em contrário por parte do trabalhador, a licença tem a duração
de seis meses.
8 -A prorrogaçáo do período de licença pelo trabalhador, dentro dos limites previstos
nos rÌ.o' I e 2, é aplicável o disposto no n." 6.
9 - Constitui conrraordenação grave a violaçáo do disposto nos n.o. 1 ou 2.

- Quanto aos efeitos no contrato de trabalho, uer art. 65.o, n.o 4 a 6.

Artigo J3.ott
Licença para assistência a ftlho com deftciência, doença crónica ou doença
' oncológica
1 - Os progenitores têm direito a licença por período até seis meses, prorrogável até
quatro anos, para assistência de filho com deficiência ou d{ença crónica ou doença
oncológica.
2 - Caso o filho com deficiência, doença crónica ou doença oncológica tenha 12 ou
mais anos de idade a necessidade de assistência é confirmada por atestado médico.
3 - Alicença prevista no n.o 1 pode ser prorrogáxel até,ao limite máximo de seis anos, nas
siruaçóes de necessidade de prolongamento da assistência, confirmada por atestado médico.
4 - O limite máximo definido Íìo n.o 3 nãto é aplicável no caso de filhos com doença
prolongada em estado terminal, confirmada por atestado médico.

3e
Alterado pelo art. 2." daLei n." 9012019, de 4 de setembro. Por força d.o d.isposto no arr. 9.o, n.o 1, alínea
a) desta Lei, as novâs normas (n.o' 3 e 4) entraram em vigor com o Orçamento do Estado para 2020, que
foi aprovado pela Lei n." 212020, de 31 de março (cfr. Declaraçáo de Retiftcaçáo n." 4Sl}li,publicada em
3 de outubro).

77
II

CÓOIGO DO TRABATHO ANOTADO

5 _Eaplicável àlicençaprevistanos n.o. I,3 e4 o regime constante dos n.o'3 a 8 do


artrgo anterlor.
6 - Constitui contraordenaçáo graYe aviolaçáo do disposto nos ÍÌ.o' 1, 3 ou 4

- Quanto aos efeitos no contratl de trabalho, uer art. 65.o, n.o' 4 a 6.

Artigo 54."
Redução do tempo de trabalho para assistência a ftlho menor com deficiência ou
doença crónica

1 Os progenitores de menor com deficiência ou doença crónica, com idade náo


-
superior a um ano, têm direito a reduçáo de cinco horas do período normal de trabalho
semanal, ou ourras condiçóes de trabalho especiais, para assistência ao filho.
2 - Náo há lugar ao exercício do direito referido no número anterior quando um dos
progenitores náo exerça atividade profissional e náo esteja impedido ou inibido totalmente
de exercer o poder paternal.
3 - Se ambos os progenitores forem titulares do direito, a reduçáo do período normal
de trabalho pode ser utilizada por qualquer deles ou por ambos em períodos sucessivos.
4 -O empregador deve adequar o horário de trabalho resultante da reduçáo do período
normal de trabalho tendo em conta a preferência do trabalhador, sem prejuízo de
exigências imperiosas do funcionamento da empresa.
5 - A reduçáo do período normal de trabalho semanal náo implica diminuiçáo de
direitos consagrados na lei, salvo quanto à retribuiçáo, que só é devida na medida em
que a reduçáo, em cada ano, exceda o número de faltas substituíveis por perda de gozo
de dias de férias.
6 -Parareduçáo do período normal de trabalho semanal, o trabalhador deve comunicar
ao empregador a sua intençáo com a antecedência de 10 dias, bem como:
a) Apresentar atestado médico comprovativo da deficiência ou da doença crónica;
b) Declarar que o outro progenitor tem atividade profissional ou que está impedido
ou inibido totalmente de exercer o poder paternal e, sendo caso disso, que náo
exerce ao mesmo tempo este direito
7 - Constitui contraordenaçao grave a violaçáo do disposto #o, o.o' 1, 3, 4 os 5.
- Bta reduçãn dn tempo dz trabalho para assistência af.lho menor nao confundz com a Prestãção
se

dt trabalho a tempo parcialprnista no artigo seguinte e, basicarnente, no ãrt. 150." e sgts.

Artigo 55.o
Thabalho a rempo parcial de trabalhador com responsabilidades farniliares
1 - O trabalhador com filho meno r de ou, independentemente da idade, filho
1.2 anos
com deficiência ou doença crónica que com ele viva em comunhao de mesa e habitaçáo
tem direito a trabalhar a tempo parcial.
2 - O direito pode ser exercido por qualquer dos progenitores ou poÍ ambos em períodos
sucessivos, depois da licença parental complementar, em qualquer das suas modalidades.

78
PARENTALIDADE

3 Salvo acordo em contrário, o período normal de trabalho a tempo parcial corresponde


-
a metade do praticado a tempo completo numa situaçáo comparável e, conforme o
pedido do trabalhador, é prestado diariamente, de manhá ou de tarde, ou em três dias
Por semana.
4'Aprestação de trabalho a tempo parcial pode ser prorrogada até dois anos ou, no
caso de terceiro filho ou mais, três anos, ou ainda, no caso de filho com deficiência ou
doença crónica, quatro anos.
5 - Durante o período de trabalho em regime de tempo parcial, o trabalhador não pode
exercer outra atividade incompatível com a respetiva finalidade, nomeadamente trabalho
subordinado ou prestaçáo continuada de serviços fora da sua residência habitual.
6 - A prestaçáo de trabalho a tempo parcial cessa no termo do período para que foi
concedida ou no da sua prorrogaçáo, retomando o trabalhador a prestaçáo de trabalho
a temPo completo.
7 - O trabalhador que opte pelo trabalhado em regime de tempo parcial nos termos
do presente artigo náo pode ser penalizado em matéria de avaliaçáo e de progressáo na
carreita.4o
8 - Constitui contraordenaçáo grave a violação do disposto neste ârtigo.
- O trabalho a tempo parcial está disciplinado no drt. 150.o e sgts.
Artigo 56."
Horário flexível de trabalhador com responsabilidades familiares
1 O trabalhador com ftlho menor de 12 anos ou, independentemente da idade, filho
-
com deficiência ou doença crónica que com ele viva em comunháo de mesa e habitaçáo
tem direito a trabalhar em regime de horário de trabalho flexível, podendo o direito
ser exercido por qualquer dos progenitores ou por ambos.
2 - Entende-se por horário flexível aquele em que o trabalhador pode escolher, dentro
de certos limites, as horas de início e termo do período normal de mabalho diário.
3 - O horário flexível, a elaborar pelo empregador, deve:

") Conter um ou dois períodos de presença obrigatória, cory duração igual a metade
do período normal de trabalho diário; l'
b) Indicar os períodos para início e termo do trabalho normal diário, cada um com
duraçáo náo inferior a um terço do período normal de trabalho diário, podendo
esta duração ser reduzida na medida do necessário para que o horário se contenha
dentro do período de funcionamento do estabelecimento;
c) Estabelecer um período para intervalo de descanso náo superior a duas horas.
4-O trabalhador que trabalhe em regime de horário flexível pode efetuaï atéseis horas
consecutivas de trabalho e até dez horas de trabalho em cada dia e deve cumprir o cor-
respondente período normal de trabalho semanal, em média de cada período de quatro
semanas.

a0
Redaçáo conferida pelo artigo 2P daLei n." 12012075, de 1 de setembro

79
1

CÓDICO DO TRABALHO ANOTADO .

5 - O trabalhador que opte pelo trabalho em regime de horário flexível, nos termos
do presente artigo, náo pode ser penalizado'em matéria de avaliaçáo e de progressáo
na carreira.
6 - Constitui contraordenaçáo grave aviolaçáo do disposto no n.o 1.
- O horririo de trabalho encontra-se def.nido no drt. 200.o e regulado no drt. 212.o e
sgs'

- Ac. STJ, de 22-06-2022, Proc. 3425/19.4TSVLG.P1.S2, Rel. Ramalho Pinto: - Os


artigos 56.", 57.o 212.o, n.o 2, do Código do Trabalho, atribuem ao trabalhador com
e

responsabilidades familiares o direito a solicitar ao empregãdor a atribuição de um


horririo flexíuel; II - Sendo o horuírio flexíuel, antes de mais, um horário de trabalho,
traballtador 1tode, no seu pedido, precisar quaìs
esse os seus dias de descanso, incluindo
osábadoeodomingo.
-Ac. STJ, d.e 12-10-2022, Proc.423/20.9TBBRR, Ll.S1, Rel. DorningosJosé deMorais:
O texto dos artigos 56.o e 57." do Ctidigo do Trabalho n,4o exclui a inclusão do descanso
semanal, incluindo o sribado e o domingo, no regi.me deflexi.bilidade do horário de trabalho,
a pedido do trabalhador com responsabilidades familiares.

Artigo 57."
Autorizaçáo de trabalho a tempo parcial ou em regime de horário flexível
1 - O trabalhador que pretenda trabalhar a tempo parcial ou em regime de horário de
trabalho flexívei deve solicitá-lo ao empregador, por escrito, com a antecedência de 30
dias, com os seguintes elementos:
Indicaçáo do prazo previsto, dentro do limite aplicável;
")
b) Declaração da qual conste:
D Que o menor vive com ele em comunháo de mesa e habitaçáo;
II) No regime de trabalho a tempo parcial, que náo está esgotado o período
máximo de duraçáo;
III) No regime de trabalho a tempo parcial, que o outro progenitor tem atividade
profissional e náo se encontra ao mesmo tempo erp situaçáo de trabalho a
tempo parcial ou que está impedido ou inibido totalmente de exercer o poder
paternal;
c) A modalidade pretendida de organizaçâo do trabalho a tempo parcial.
2 - O empregador apenas pode recusar o pedido com fundamento em exigências
imperiosas do funcionamento da empresa, oll na impossibilidade de substituir o
trabalhador se este for indispensável.
3 - No prazo de20 dias contados a partir da receçáo do pedido, o empregador comunica
ao trabalhador, por escrito, a sua decisáo.
4 - No caso de pretender recusar o pedido, na comunicaçáo o empregador indica o
fundamento da intençáo de recusa, podendo o trabalhador apresentar, por escrito, uma
apreciaçáo no prazo de cinco dias a partir da receçáo.

80
PARENTALIDADE

5 -Nos cinco dias subsequentes ao fim do.prazo para apreciaçáo pelo trabalhador, o
empregador envia o processo para apreciaçáo pela entidade competente na ârea da
igualdade de oportunidades entre homens e mulheres, com cópia do pedido, do
fundamento da intençáo de o recusar e da apreciaçáo do trabalhador.
6 - Aentidade referida no número anterior, no pÍazo de 30 dias, notifica o empregador
e o trabalhador do seu parecer, o qual se considera favorável à intençáo do empregador
se náo for emitido naquele PÍazo.
7 - Se o parecer referido no número anterior for desfavorável, o empregador só pode
recusâr o pedido após decisáo judicial que reconheça a existência de motivo justificativo.
8 - Considera-se que o empregador aceita o pedido do trabalhador nos seus precisos
termos:
a) Se náo comunicar a intençáo de recusa no prazo de 20 dias após a receçáo do
pedido;
b) Se, tendo comunicado a intençáo de recusar o pedido, náo informar o trabalhador
da decisáo sobre o mesmo nos cinco dias subsequentes à notificaçáo referida no
n.o 6 ou, consoante o caso, ao fim do prazo estabelecido nesse número;
Se náo submeter o processo à apreciaçã.o da entidade competente na âreada
") igualdade de oportunidades enme homens e mulheres dentro do prazo previsto
no n." 5.
9 - Ao pedido de prorrogaçío é aplicável o disposto para o pedido inicial.
10 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto nos ít.o" 2,3, 5 ot7.

- O trabalho a tempo parcial é regulado no drt. 150.o e sgts.


-Aflexi.bilidade dos horrírios de trabalbo contemltla-se no art. 204.o e sgts.
- A entidade cornpetente na área da igualdade de oportunidades entre homens e mullteres
é a CITE - Comiss,ão para a lgualdade no Tiabalho e no Emltrego (uutut cite.pt).

- O ltarecer dn CITE, por regrafauoruíuel ao trabalhadnr podcrrí sn impugnado judicialmente


pelo empregador, mediante ação.de simples apreciação, com ?rocesso comLnn, a apresentar
contra o trabalhador no juízo do nabalho territorialmente competente.
-Ac. STJ, de 28-10-2020, Proc. 3552/17.7TSLSB.LL. Sl, Rel. José Feteira: Nos terrnos
das disposições conjugadas dos artigos 56.o, 57,o e 212.o n.o42 do Ctidigo do Trabalho,
compete ão ernpregador - naturalmente com respeito pelos limites da lei e corn base na
escolha borríria que lhe tenha sido apresentada pelo trabalhador - determinar o hortírio

flzxíuel de trabalho dn trabalhador que, com responsabilidadesfamiliares, lhe tenha solicitadn


a prestdção laboral nesse regime de horário, defnindo, dentro da amplitude dr horário
escolhido por este, quais os períodos de início e termo do trabalho diário; 2. O empregador
aPenas em determinadas circunstâncias, relacionadas corn exigências imperiosas do f""-
cionamento da ernpresa ou com a impossibilidade de substituir o trabalhador se este for
indispensáuel, poderrí recusar a atribuiç,4o do solicitado horário flexíuel e ainda dssim,
mediante parecer Positiuo da entidade competente na área de igualdade de oportunidades
entre ltornens e mullteres. Este acórdáo encontrã-se anotado porJosé Eduardo Sapateiro in
PDT 2020-II, pág. 61.

81
CÓDIGO DO TRABALHO ANOTADO

Artigo 58."
Dispensa de algumas formas de organizaçáo do tempo de trabalho
1 - A trabalhadora grívida,puérpera ou lactante tem direito a ser dispensada de prestar
trabalho em horário de trabalho organizado de acordo com regime de adaptabilidade,
de banco de horas ou de horário concentrado.
2 - O direito referido no número anterior aplica-se a qualquer dos progenitores em caso de
aleitaÉo, quando a presta$.o de trabalho nos regimes nele referidos afete a sua regularidade.
3 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto neste artigo.

- Adiante, regulam-se: o regime da adaptabilidade, nos arts. 204." a 207.o; o do banco


de /toras, no art. 208.o, 208.o-A e B e o hortírio concentrado, no art. 209.".

Artigo 59."
Dispensa de prestaçáo de trabalho suplementar
1 -A trabalhadoragrâvida, bem como o trabalhador ou trabalhadora com filho de
idade inferior a 12 meses, náo está obrigada a prestar trabalho suplementar.
2 - A trabalhadora náo está obrigada a prestar trabalho suplementar durante todo o
tempo que durar a amamentaçáo se for necessário para a sua saúde ou para adacriança.
3 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto neste artigo.

- O trabalho suplementar encontrd-se regulado no drt. 226.o e sgts.

Artigo 60."
Dispensa de prestaçáo de trabalho no período noturno
I - A trabalhadora tem direito a ser dispensada de prestar trabalho entre as 20 horas
de um dia e as 7 horas do dia seguinte:
a) Durante um período de 112 dias antes e depois do parto, dos quais pelo menos
metade antes da data previsível do mesmo;
b) Durante o restante período de gravidez, se for necessário para ^sua saúde ou para
a do nascituro; d

c) Durante todo o tempo que durar a amamentaçâo, se for necessário para a sua
saúde ou para a da criança.
2 - A trabalhadora dispensada da prestaçáo de trabalho noturno deve ser atribuído,
sempre que possível, um horário de trabalho diurno compatível.
3 - A trabalhadora é dispensada do trabalho sempre que náo seja possível aplicar o
disposto no número anterior.
4 - A trabalhadora que pretenda ser dispensada de prestar trabalho noturno deve
informar o empregador e apresentar atestado médico, no caso da alínea b) ou c) do n."
1, com a antecedência de 10 dias.
5 - Em situaçáo de urgência comprovada pelo médico, a informaçáo referida no número
anterior pode ser feita independentemente do prazo.

82

d
PARENTALIDADE

6 - prquno do disposto nos números anteriores, a dispensa da prestaçáo de trabalho


Sem
norurno deve ser determinada por médico do trabalho sempre que este, no âmbito da
vigrlància da saúde dos trabalhadores, identificar qualquer risco para a trabalhadora
gravida, puérpera ou lacante.
Z - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto nos o.o' 1, 2 ou 3.

-Anoção e o regìme do trabalho noturno contêm-se no art. 223.o e sgts.


- Quanto aos efeitos no contrato de trabalho, uer art. 65.o, por referência ao seu n.o 1, al.
ü.

Artigo 61."
i
Formaçáo para reinserçáo profissional

I
t
O empregador deve facultar ao trabalhador, após a licença para assistência a filho ou
ï para assistência a pessoa com defìciência ou doença crónica, a participaçáo em açóes
.t

I de formaçáo e atualizaçío profissional, de modo a promover a sua plena reinserçáo


É profissional.
Ë

- O direito àformação profissional é regido pelo art. 30.o e sgts. do CT e 13.o a 15." da
t
I sua LR.
Ë

I
t
F
Artigo 62."
I Proteçáo da segurança e saúde de trabalhadora grávida, puérpera ou lactante
I
Í
T
I
a 1 ra grívida, puérpera ou lactante tem direito a especiais condiçóes de
- A trabalhado
I
t.
segurança e saúde nos locais de trabalho, de modo a evitar a exposiçáo a riscos para a
I
tË sua segurança e saúde, nos termos dos números seguintes.
I 2 - Sem prejuízo de outras obrigaçóes previstas em legislaçáo especial, em atividade
F
suscetível de apresentar um risco específico de exposi$o a agentes, processos ou condiçóes
de trabalho, o empregador deve proceder à avaliaçáo da natureza, grau e duraçáo da
exposiçáo de trabalhadora grávida, puérpera ou lactante, de modo a determinar qualquer
t
!
risco para a sua segurança e saúde e as repercussóes sobre agtavidez ou a amamentaçáo,
I
bem como as medidas a tomar. 4
i
!
t
3 - Nos casos referidos no número anterior, o empregador deve tomaÍ a medida necessária
para evitar a exposiçáo da trabalhadora a esses riscos, nomeadamente:
a) Proceder à.adaptaçâo das condiçóes de trabalho;
b) Se a adaptaçáo referida na alínea anterior for impossível, excessivamente demorada
ou demasiado onerosa, atribuir à trabalhadora outras tarefas compatíveis com o
seu estado e categoria profissional
c) Se as medidas referidas nas alíneas anteriores náo forem viáveis, dispensar a
trabalhadora de prestar trabalho durante o período necessário.
4 - Sem prejuízo dos direitos de informaçâo econsulta previstos em legislaçáo especial,
a trabalhadora grávida, puérpera ou lactante tem direito a ser informada, por escrito,
dos resultados da avaliaçâo referida no n.o 2 e das medidas de proteçáo adotadas.

83
ì
!

I
a

CÓDICO DO TRABALHO ANOTADO

5 - É, vedado
o exercício por trabalhadora grávida, puérpera ou lactante de atividades
c$a avaliaçáo tenha revelado riscos de exposiçáo a agentes ou condiçóes de trabalho
que ponham em perigo a sua segurança ou saúde ou o desenvolvimento do nascituro.
6 - As atividades suscetíveis de apresentarem um risco específico de exposiçáo a
agentes, Processos ou condiçóes de trabalho referidos no fr.o 2, bem como os agentes
- e condiçóes de trabalho referidos no número anterior, sáo determinados em legislaçáo
específica.
7 - Atrabalhado ra grâvida, puérpera ou lactante, ou os seus representanres, têm direito
de requerer ao serviço com competência inspetiva do ministério respons âvel pela área
laboral uma açáo de fiscalizaçáo, arealizar com prioridade e urgência, se o empregador
náo cumprir as obrigaçóes decorrenres deste artigo.
8 - Constitui contraordenaçáo muito grave a violaçáo do disposto nos r.o' 1, 2,3 ot
5 e constitui contraordenaçáo grâve a violaçáo do disposto no n.o 4.

- Osprincípios e normas básicas sobre preuenção e reparação dos acid.entes de trabalho e


dnençcs profssionais cont&n-se no capitub M (arts. 281.o a 254., e thn o seu desenuoluimento
na Lei n.o 102/2009, de 10 de setembro - Regime jurídico da promoção da segurança e
saúde no trabalho (referida na Parte IV).
-'4s ati.uidades proibidas ou condicionadas a trabalhadnras gráuidas, puérperas ou lactantes
constarn do art. 50.o e sgts. da tnesrnít Lei n.o 102/2009, de 10 de setembro.
- CRP, art. 59.o, ut.o 2, alínea c).
- Quanto aos efeitos no contrato de trabalho uer art. 65.o, por referência Ao s€u n.o f ,
I
alínea i).

- O subsídio por riscos espectfcos encontra-se preuisto no drt. 18.o do DL n.o 91/2009, de
9 de abril.

Artigo 63."
Proteçáo em caso de despedimento
1 - O despedimento de trabalhadora grávida, puérpera ou lactante ou de trabalhador
no gozo de licença parental carece de parecer prévio da entidade competente na área
da igualdade de oportunidades entre homens e mulheres. {
2 - O despedimento por facto imputável a trabalhador que se encontre em qualquer
das situaçóes referidas no número anterior presume-se feito sem justa causa.
3 -Para efeitos do n.o 1, o empregador deve remeter cópia do processo à entidade
comPetente na ârea da igualdade de oportunidades entre homens e mulheres:at
Depois das diligências probatórias referidas no n.o 1 do anigo 356.",no despedimento
") por facto imputável ao trabalhador;42
b) Depois da fase de informaçóes e negociaS"o prevista no anigo 361 .", no despedimento
coletivo;

ar Versáo conferida pelo art. 2." daLei n." 9312019, de 4 de setembro.


a2
Redaçáo do arr. 2." da.Lei n.o 2312012, de 25 dejunho.

84
PARENTALIDADE

c) Depois das consultas referidas no n.o 1 do artigo 370.", no despedimento por


extinçáo de posto de trabalho;
d) Depois das consultas referidas no artigo 377.", no despedimento por inadaptaçâo.
4 - Aentidade competente deve comunicar o parecer referido no n.o 1 ao empregador
e ao trabalhador, nos 30 dias subsequentes à receçáo do processo, considerando-se
em sentido favorável ao despedimento quando náo for emitido dentro do referido
prazo.
5 - Cabe ao empregador provar que solicitou o paÍecer a que se refere o n.o 1.
6 - Se o parecer for desfavorável ao despedimento, o empregador só o pode efetuar
após decisáo judicial que reconheça a existência de motivo justificativo, devendo aaçâo
ser intentada nos 30 dias subsequentes à notificaçâo do parecer.
7 Asuspensáo judicial do despedimento só náo é decretada se o parecer for favorável
-
ao despedimento e o tribunal c'onsiderar que existe probabilidade séria de verificaçáo
da justa causa.
8 - Se o despedimento for declarado ilícito, o empregador náo se pode opor à reintegraçáo
do trabalhador nos termos do n." I do artigo 392." e o trabalhador tem direito, em
alternativa à reintegraçâo, a indemnizaçáo calculada nos termos do n." 3 do referido
artigo.
9 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto nos r.o' 1, 6 ou 8.43

- O parecer prëuio deuerá ser solicitado à CITE - Comissão para a lgualdade no Tiabalho
e Emprego (DL n.o 76/2012, de 26 de rnarço, quefunciona no âmbito do MTSS, de con-
formidade com A sua Lei orgânìca - DL n." 167-C/2013, de 31 de dezembro, drts 7.o,
al. b), e 24.9 - [www.cite.gou.pt].
- O processo disciplinar para despedimento deue ser organizado nos termos do art. 353."
e sgs.

- Em caso de parecer desfauoráuel ao despedimento ltela CITE, a empresd poderá interltor


aç,4o dzckratiua dz sirnples apreciação cornprocesso comurn, a dpresentar contra o trabalhador
no juízo do trabalho territorialmente competente (Ac. do STJ, de 25/07/09).
- Pela Leì n.o 133/2015, de 7 de setembro, foi criado urn.mecanismo Para proteç,ão
das traballtadoras gníuidas, puérperas e kctantes. 4

-Ac. do TM de 17-07-2019, Proc. n.'4188/l8.6T8VFR-C.P1, Rel. Fernanda Soares:


I- CT 1. ... II - Sendo a trabalhadora à data da instauração
Nos terntos do artigo 63.o do
do procedimento disciplinar trabalhadora lactante e imputando-lhe a empregadorafactos,
constantes da nota da culpa, reportados a momento [como trabalhadora/lactante| tanto
esse

bastapara que a ernpregadora tenha que renleter o processo disciplinar à CITE parapArecer
préuio, sob pena de ilicitude do despedimento. Lil. Thl obrigação - de remessa à CITE -
mantém-se mesmo que no decurso do processo disciplinar a trabalhadora deixe de ser tra-
balhadora/lactdnte.

a3
A redaçáo deste número provém do art. 2." daLei n.o 1312023, de 3 de abril.

85
CÓOIGO DO TRABALHO ANOTAOO

Artigo 64."
Extensáo de direitos atri6uídos a progenitores
1 O adotanre, o rutor, a pessoa a quem for deferida a confiança judicial ou administrativa
-
do menor, bem como o cônjuge ou a pessoa em uniáo de facto com qualquer daqueles
ou com o progenitor, desde que viva em comunhao de mesa e habitaçáo com o menor,
" beneficia dos seguintes direitos:
Dispensa para aleitaçáo;
")
b) Licença parental inicial, licença parental complementar em qualquer das modalidades,
licença para assistência a filho e licença para assistência a filho com deficiência ou
doença crónica;aa
.) Falta para assistência a fìlho ou a neto;
d) Reduçáo do tempo de trabalho para assistência a filho menor com deficiência ou
doença crónica;
e) Thabalho a tempo parcial de trabalhador com responsabilidades familiares;
i
0 horário flexível de trabalhador com responsabilidades familiares.
i
it
2 - Sempre que o exercício dos direitos referidos nos números anteriores dependa de
tl
lr
uma relaçáo de tutela ou confiança judicial ou administrativa do meno! o respetivo
I
I titular deve, para que o possa exercer, mencionar essa qualidade ao empregador.
I
ì
ii
- figuras da adoção e da tutela encontra.m-se conf.guradas, resPetiaarnente, nos arts.
'4s
l 1973." e sgts. e 1927." e sgts. do Ctídi.go Ciuil.
I
l;

:
,

rì Artigo $J.ons
tl
i
ii Regime de licenças, faltas e
ti

rl
1 - Náo determinam perda de uef .esao
rl
rl co resultantes de:
ri

lì r$co tea
.1r
")
6i Licença para deslocaçâo aunid"ade hospitalar fora da ilha de residência
para realizaçáo de parto;
Licença por interrupçáo de gravidez;
I

c)
í
d) L.lçglçagare,+tal'eglqqqlqtlçfidan,,!0+daliíJp'lcsi*
.) Licença por adopçáo;
f) Licença parental complementar em qualquer das modalidades;
s) Falta para assistência a filho;
h) Falta para assistência a neto;
i) Dispensa de prestaçáo de trabalho no período noturno;

aa n." 1312023, de 3 de abril.


O teor desta alínea resulm do art. 2." da Lei
atAs alíneas b) e l) foram introduzidas e os n.o' 2,3,4 e 6 foram alterados pelo art. 2." da Lei nP 9012019,
de 4 de serembro, que por força do disposto no art. 9.o, n.o 1, alínea a) desta Lei, entraram em vigor com
o Orçamento do Estado para2020 - Lei n.o 212020, de 31 de março. Por sua vez, os textos da alínea k) do
n.o 1 e do n." 2 resultaram do art. 2.o da Lei n." 1312023, de 3 de abril.

86
PARENTALIDADE

j) Dispensa da prestaçáo de trabalho porparte de trabalhadora grâvida, puérpera ou


lactante, por motivo de proteçáo da sua segurança e saúde;
k) Dispensa no âmbito dos processos de adoçáo e de acolhimento familiar;
l) Dispensa do acompanhante da mulher grâv\da, que se encontre numa das ilhas
das regióes autónomas sem unidade hospitalar, nas deslocaçóes desta à unidade
hospitalar onde deco rrerâ o parto.
A falta luto bem como a
consideradas

durante a gravidez, para deslocação a


unidade hospitalar localizada fora da ilha de residência para realizaçáo de parto, por
interrupçáo de gravid ez, poÍ adoçáo e licença parental em qualquer modalidade:
Suspendem o gozo das férias, devendo os dias remanescentes ser gozados após o
") seu termo, mesmo que tal se verifique no ano seguinte;
b) Náo prejudicam o tempo já decorrido de estágio ou acçáo ou curso de formaçáo,
devendo o trabalhador cumprir apenas o período em falta para o completar;
c) Adiam a prestaçáo de prova paÍa progressáo na carreira profissional, a qual deve
ter lugar após o termo da licença.
4 - A licença parental e a licença parental complementar, em quaisquer das suas
modalidades, por adoçáo, para assistência a filho e para assistência a filho com deficiência,
doença crónica ou doença oncológica:
Suspendem-se por doença do trabalhador, se este informar o empregador e apresentar
") atestado médico comprovativo, e prosseguem logo após a cessa$.o desse impedimento;
b) Náo podem ser suspensas por conveniência do empregador;
c) Náo prejudicam o direito do trabalhador a aceder à informaçáo periódica emitida
pelo empregador para o conjunto dos trabalhadores;
d) Têrminam com a cessaçáo da situaçáo que originou a respectiva licença que deve
ser comunicada ao empregador no prazo de cinco dias.
5 - No termo de qualquer situaçáo de licença, faltas, dispensa ou regime de trabalho
especial, o trabalhador tem direito a retomar a atividade cont4:atada, devendo, no caso
previsto na alínea d) do número anterior, retomíla na primeira vaga que ocorÍer na empresa
ou, se esta entretanto se náo verificar, no termo do período previsto para alicença.
6 - A licença para assistência a frlho ou para assistência a filho com deficiência, doença
crónica ou doença oncológica suspende os direitos, deveres e garantias das partes na
medida em que pressuponham a efetiva prestaçáo de trabalho, designadamente a
retribuição, mas náo prejudica os benefícios complementares de assistência médica e
medicamentosa a que o trabalhador tenha direito.
7 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto no presente artigo.

- As ausências preuistas no n.o I


implicam apenãs a perda da retribuição, o que n,4o
acontece nas ausências por dispensa para consuhas, amdmentdção e aleitação, como se
estabelece no n.o 2.

87
CÓDICO t)O TRABALHO ANOTADO

-A noua dispensa de acomparuhante de mulher gráuidapreuista na alinea l) é consi.derada

falta iusttficada, cf. art. 249.o, qt.o 2, D, rnas deuendo respeitar o procedirnento preuistp
no nouo art. 252.oÁ, tendo os efeitos preuistos no art. 255.o, vt.o 2, d). A aberaç,ão ê
consequência das nouas norunts do art. 53.o.
- A licença de reestruturaç,ão familiar até l0 dias seguidos segu€ tambérn o regime do n.o
1, cfr. art. 43."-A da Lei n." 112/2009, na redaçáo dada pela Lei n.o 57/2021, de t6 de
agosto.

SUBSECÇÁO V
TRABALHO DE MENORES

Artigo 66."
Princípios gerais relativos ao trabalho de menor
1 - O empregador deve proporcionar ao menor condiçóes de trabalho adequadas à
idade e ao desenvolvimento do mesmo e que protejam a segurança, a saúde, o desen-
volvimento ffsico, psíquico e moral, a educaçáo e a formaçáo, prevenindo em especial
qualquer risco resultante da sua falta de experiência ou da inconsciência dos riscos
existentes ou potenciais.
2 - O empregador deve, em especial, avaliar os riscos relacionados com o trabalho,
antes de o menor o iniciar ou antes de qualquer alteraçáo importante das condiçóes de
trabalho, incidindo nomeadamente sobre:
a) Equipamento e organizaçáo do local e do posto de trabaiho;
b) Natureza, grau e duraçáo da exposiçáo a agentes fïsicos, biológicos e químicos;
c) Escolha, adaptaçáo e utilizaçáo de equipamento de trabalho, incluindo agentes,
máquinas e aparelhos e a respetiva utilizaçâo;
d) Adaptaçao daorganizaçáo do trabalho, dos processos de trabalho ou da sua execu$.o;
e) Grau de conhecimento do menor no que se refere à execuçáo do trabalho, aos
riscos para a segurança e a saúde e às medidas de prevençáo.
3 - O empregador deve informar o menor e os seus representantes legais dos riscos
identificados e das medidas tomadas para a sua prevençáo.
t
4 - Aemancipaçáo náo prejudica a aplicaçáo das normas relativas à proteçáo da saúde,
educaçáo e formaçáo do trabalhador menor.
5 - Constitui contraordenaçáo muito grave a violaçáo do disposto nos rÌ.o' 1, 2 ou 3.

- CRR arts. 59.o, fl.o 2, aL c); 69.o, n.o 3 e 70.o.


- E *eno, quern ainda não üuer compbtadn dzmito anos dê idãfu (art. 122." dn Código CiaiA.
- Diretiua n." 94/33/CE, do Conselho, de 22 de junho, referida no ãrt. 2 da Lei n.o
7/2009, de 12 de feuereiro, que dproua o CT relatiua à proteção dos jouens no trabalho.
- Os direitos referentes ao trabalho de menores consignados nesta subsecção são dotados de
imperatiuidade mínima, podendo apenas ser alterados por irct e em sentido maisfauoráuel
ao nabalhador cf. se dispõe no art. 3.o, n.o 3, c).
- O trabalho autónomo tern a sua preuisão legal no art. 3.o da Lei Prearnbular deste CT

88
TRABALHO DE MENORES

Artigo.67."
Formação proftssional de menor

1 O Estado deve proporcionar a menor que tenha concluído a escolaridade obrigatória


-
a formaçâo profissional adequada à sua preparaçío PaÍa, avida ativa.
Z-Oempregador deve assegurar a forma$o profissional de menor ao seu serviço, solicitando
acolabora$odos organismos competentes sempre que náo disponha de meios para o efeito.
3 - E, em especial, assegurado ao menor o direito a licença sem retribuiçáo para a
frequência de curso profissional que confira habilitaçáo escolar ou curso de educaçáo
e formaçáo para jovens, salvo quando a mesma for suscetível de causar prejuízo grave
à empresa, e sem prejuízo dos direitos do trabalhador-estudante.
4 - O menor que se encontre na situaçáo do n.o 1 do artigo 69." tem direito a passar
ao regime de trabalho a tempo parcial, fixando-se, na falta de acordo, a duraçáo semanal
do trabalho num número de horas que, somado à duraçáo escolar ou de formaçáo,
perfaça quarenta horas semanais.

- O direito àformação profssional é regido pelos arts. 130.o e sgts. do CT e l3.o a l5.o
da sua LR.
- Com objetiuo de promouer e apoiar as atiuidades formatiuas junto da populaç,ão jouem,
foi criado o Programa Formar + pela P 382/2017, de 20 de dezembra

Artigo (8.orc
Admissáo de menor ao trabalho
1 Só pode ser admitido a prestar trabalho o menor que tenha completado a idade
-
mínima de admissáo, tenha concluído a escolaridade obrigatória ou esteja matriculado
e a frequentar o nível secundário de educaçáo e disponha de capacidades ffsicas e
psíquicas adequadas ao posto de trabalho.
2 - Aidade mínima de admissáo Para prestar trabalho é de 16 anos.
3 - O menor com idade inferior a 16 anos que tenha concluído a escolaridade obrigatória
ou esteja matriculado e a frequentaÍ o nível secundário de educaçáo pode prestar
trabalhos leves que consistam em tarefas simples e definidap que, pela sua natureza,
pelos esforços fïsicos ou mentais exigidos ou pelas condiçóés específicas em que sáo
realizadas, náo sejam suscetíveis de o prejudicar no que respeita à integridade fïsica,
segurança e saúde, assiduidade escolar, participaçáo em programas de orientaçáo ou de
formaçáo, capacidade para beneficiar da instruçáo ministrada, ou ainda ao seu desen-
volvimento ftsico, psíquico, moral, intelectual e cultural.
4 -Em empresa familiar, o menor com idade inferior a 16 anos deve trabalhar sob a
vigilância e direçáo de um membro do seu agregado familiar, maior de idade.
5 - O empregador comunica ao serviço com competência inspetiva do ministério
responsável pela área laboral a admissáo de menor efetuada ao abrigo do n.o 3, nos oito
dias subsequentes.

a6
Redaçáo conferida aos n.o' 1 e 3 pelo art. 3.o da Lei n.o 47 12012, de 29 de agosto.

89
CÓDIGO DO TRABALHO ANOTADO

6 Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto nos n.os 3 ou 4 e constitui


-
contraordenaçáo leve a violaçáo do disposto no número anterior.

- O regime da escolari.dade obrigatória até aos 18 anos e a consagra.ç'ão da uniuersalidade


da educação pré-escolar para as crianças a partir dos 5 anos de idade é disciplinado pela
Lei n.o 85/2009, de 27 de agosto, que altera, de nouo, a Lei de Bases do Sisterna Educatiuo
Lei n." 65/2015, de 3 de julho, que abera a Lei. n.o 85/2009, de 27 de agosto.
- O regirne de matrícula dos jouens ente os 6 e os 18 anos estri contido no DL n.o 176/2012,
de 2 de agosto e no Despacho n." 5048-8/2013, publicado em 12 de abril.
- O seruiço corn colnpetência inspetiua do ministério responstíuel serd a di.reç,ão regíonal,
o centro ou unidade lncal daACT (DR 47/2012, dÊ 31 de julho, Portaria n." 1294-D/2007,
de 28 de setembro e Despacho n." 22726-8/2007, de 28 de setembro) - [ruutuact.gou.pt].
- A uiolaç,ão do preceituado no n.o I pode constituir ri.me, de conformidade com os arts.
82.o e 83.o.
- Sobre a "celebraçáo do contrato
formalidades" em atiuidade de natureza cuhural,
e

artística ou publicitária, uer art. 9.o da Lei de Regularuentação do Crídigo do Tiabalho,


inserida adiante (Parte II).

Artigo g9.o+z
Admissáo de menor sem escolaridade obrigatória, frequência do nível secundário
de educaçáo ou sem qualiffcaçáo proftssional
1 - O menor com idade inferior a 16 anos que tenha concluído a escolaridade
obrigatória ou esteja matriculado e a frequentar o nível secundário de educaçáo mas
náo possua qualificação profissional, ou o menor com pelo menos 16 anos idade mas
que náo tenha concluído a escolaridade obrigatória esteja matriculado e a frequentar
o nível secundário de educaçáo ou náo possua qualificaçáo profrssional só pode ser
admitido a prestar trabalho desde que frequente modalidade de educaçáo ou formaçáo
que confira, consoante o caso, a escolaridade obrigatória, qualificaçáo profissional,
ou ambas.
2 - O disposto no número anterior náo é aplicável a menor que apenas preste trabalho
durante as férias escolares. Ë

3 - Na situaçáo a que se refere o n.o 1, o menor beneficia do estatuto de trabalha-


dor-estudante, tendo a dispensa de trabalho para frequência de aulas com duraçáo em
dobro da prevista no n.o 3 do artigo 90.o.
4 - O empregador comunica ao serviço com competência inspetiva do ministério
responsável pela área laboral a admissáo de menor efetuada nos termos dos n.o' 1. e 2,
nos oito dias subsequentes.
5 - Constitui contraordenaçáo muito grave a violaçao do disposto no n.o 1, contraordena$o
grave a violaçáo do disposto no n.o 3 e contraordenaçáo leve a falta de comunicaçáo
prevista no número anterior.

a7
Redação conferida pelo art. 3." da Lei n." 47 12012, de 29 de agosto, aos n.o" 1 e 6.

90
TRABALHO DE MENORES

6-Em caso de admissáo de menor com idade inferior a 16 anos e sem que tenha
completado a escolaridade obrigatória ou esteja matriculado e a frequentar o nível
secundário de educaçáo, é aplicada a sançáo acessória de privaçáo do direito a subsídio
ou beneffcio outorgado por entidade ou serviço público, por período até dois anos.
-A introduzidapek Lei n.o 47/2012, de 29 de agosto, uisou adaptar o preceituado
alteraç,ão
ao regime da escolaridade obriganiria dté aos l8 anos.
-A Resolução do Conselho de Ministros n.o 37/2004, de 20 de mdrço, dproaou o Programa
pdra a Preuenção e Eliminação do Tiabalho Infantil (PETI), que foi substituído pelo
Programapara a Inclusão e Cidadania (PfEQ pek RCM n." 79/2009, de 2 de setembro.
- DecrAo-Lei n.o 92/2014, dz 20 dt junho, estabelece o regime jurídico das escolas prof.ssionais
priuadas e púb/icas, no âmbito do ensino não superiory regulando a sua criação, organizaçáo
e
funcionamento, bern como a tutela e frcalizaç,ão do Estado sobre as rnesmAs.

Artigo 70."48
Capacidade do menor para celebrar contrato de trabalho e receber a retribuiçáo

1 -v:ílido o contrato de trabalho celebrado por menor que tenha completado 16 anos
É
de idade e tenha concluído a escolaridade obrigatória ou esteja matriculado e a frequentar
o nível secundário de educaçáo, salvo oposiçáo escrita dos seus Íepresentantes legais.
2 - O contraro celebrado por menor que náo tenha completado 16 anos de idade ou
náo tenha concluído a escolaridade obrigatória ou não esteja matriculado e a frequentar
o nível secundário de educaçáo só é válido mediante autorizaçâo escrita dos seus rePre-
sentantes legais.
3 - O menor tem capacidade para receber a retribuiçáo, salvo oposiçáo escrita dos seus
representantes legais.
4 - Os representantes legais podem a todo o tempo declarar a oposiçáo ou revogar a
autorlza{o referida no n.o 2, sendo o ato eficaz decorridos 30 dias sobre a sua comunicaçÁo
ao empregador.
5 - No caso previsto nos n.o' 1 ou 2, os representantes legais podem reduzir até metade
o prazo previsto no número anterior, com fundamento em qpe tal é necessátio para a
frequência de estabelecimento de ensino ou de açáo de formaçáo profissional.
6 - Constitui contraordenaçáo grave o pagamento de retribuiçáo ao menor caso haja
oposiçáo escrita dos seus representantes legais.

- A capacidade, embord com limitações, pard o rnenor celebrar o conffato e receber a


retribuiç,ão, constitui exceçáopreuistano art. 127.o,7ì.o 1, al. c), do Código Ciui.l.
-A anulabilidade dos atos dos menores é regulada no art. 125." do Ctidigo Ciuil e 12l.o
e sgts. deste CT
- Os menores corn 16 anos têm capacidade judicitiria junto dos tribunais e juízos do
nabalho, cfr. art. 2.o e sgts. do CPT.

a8
ldem, n.o' I e 2.

91
CÓDIOO I)O TRABALHO ANOTADO

Artigo 71."
Denúncia de contrato por menor
1 O menor nasitua@o referida no artigo 69." que denuncie o contrato de trabalho sem termo
-
durante a forma$o, ou nurn período imediatamente subsequente de dura@o igual àquela,
dwe compensar o empregador do cwto direto com aforma$o que este teúasupoftado.
2 - O disposto no número anterior é igualmente aplicável caso o menor denuncie o
conrraro de trabalho a termo depois de o empregador lhe haver proposto por escrito a
conversáo do mesmo em contrato sem termo.

- A drnúnci.a dn connato peb nabalhadnr, ern termos gerais, exá. regulada no art. 400." e sgts.

Arrigo72."
Proteção da segurança e saúde de menor
1 - Sem prejuízo das obrigaçóes estabelecidasem disposiçóes especiais, o empregador
deve submeter o menor a exames de saúde, nomeadamente:
a) Exame de saúde que certifique a adequaçáo da sua capacidade física e psíquica ao
exercício das funçóes, a realizar antes do início da prestaçáo do trabalho, ou nos
15 dias subsequentes à admissáo se esta for urgente e com o consentimento dos
representantes legais do menor;
b) Exame de saúde anual, para que do exercício da atividade profissional não resulte
prejuno paÍa- asua saúde e para o seu desenvolvimento físico e psíquico.
2 - Os trabalhos que, pela sua natureza ou pelas condiçóes em que sáo prestados, sejam
prejudiciais ao desenvolvimento físico, psíquico e moral dos menores sáo proibidos ou
condicionados por legislaçáo específica.
3 - Constitui conffaordenaçáo grave a violaçáo do disposto no n.o 1.

- Os exames de saúde encontram-se impostos no art. 108.o da Lei n.o 102/2009, de 10


de setembro, cujo texto se enconna referi.do na Parte IV
- As atiuidades proibidas ou condicionadas A.os n4enores constarn do art. 61.o e sgts. da
rnesmA Lei n.o 102/2009, de 10 de setembro.

-Auiolaç,ão dn preceituado no n.o 2 podr constituir cri*r, ,o*o piruisto nos arts. 82.o e 83.o.

Artigo 73."
Limites máximos do período normal de trabalho de menor
1 - O período normal de trabalho de menor náo pode ser superior a oito horas em
cada dia e a quarenta horas em cada semana.
2 Os instrumentos de regulamentaçáo coletiva de trabalho devem reduzir, sempre
-
que possível, os limites máximos do período normal de trabalho de menor.
3 - No caso de trabalhos leves efetuados por menor com idade inferior a 16 anos, o
período normal de trabalho náo pode ser superior a sete horas em cada dia e trinta e
cinco horas em cada semana.

92
TRABALHO DE MENORES

4 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto nos n.o' 1 ou 3.


Sobre os limites máxirnos do período normal de fuabalho e suas exceções, u. arts. 203.o e
-
210.o.
- Os instrumentos de regulnmentação coletiua de trabalho encontram-se preuistos e regukdos
nos arts. 2.o e 476.o e sgts.

Artigo 74."
Dispensa de algumas formas de organizaçáo do tempo de trabalho de menor

1 - O menor horário organizado de acordo com


é dispensado de prestar trabalho em
o regime de adaptabilidade, banco de horas ou horário concentrado quando o mesmo
puder prejudicar a sua saúde ou segurança no trabalho.
2 -Paraefeito do número anterior, o menor deve ser submetido a exame de saúde pre-
viamente ao início da aplicaçâo do horário em causa.
3 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto neste artigo.

- Adiante, regulam+e: o regime de adaptabilidadz, nos arts. 204.' a 207.o; do banco de


ltoras, no art. 208.o e 208.o - A e B e o hordrio concentrndo, no art. 209.0.

Artigo 75."
Thabalho suplementar de menor

1 - O trabalhador menor não pode prestaÍ trabalho suplementar.


Z - O disposto no número anterior náo é aplicível se a presta$.o de trabalho suplementar
por parre de menor com idade igual ou superior a 16 anos for indispensável para prevenir
ou repaÍar p rrytzl gÍavepaïaaempresa, devido afacto anormal e imprevisível ou a circunstância
excecional ainda que previsível, cujas consequências náo podiam ser evitadas, desde que náo
haja outro trabalhador disponível e por um período náo superior a cinco dias úteis.
3 no número anterior, o menor tem direito a período equivalente
- Na situaçáo referida
de descanso compensatório, a goz r nas três semanas seguintes.
4 - Constitui contraordenação grave a violaçáo do disposto qeste artigo.

- A prestaç,ão do trabalho suplementar encontrd-se disciplinada no drt. 226.0 e sgts.

Artigo 76."
Thabalho de menor no período noturno
1 É proibido o trabalho de menor com idade inferior a 16 anos entre âs 20 horas de
-
um dia e as 7 horas do dia seguinte.
2 - O menor com idade igual ou superior a 16 anos não pode prestar uabalho entre as 2Zhorx
de um dia e as 7 horas do dia seguinte, sem prejuízo do disposto nos números seguintes.
3 - O menor com idade igual ou superior a 16 anos pode prestar trabalho noturno:
atividade prevista em instrumento de regulamentaçáo coletiva de trabalho,
") Emexceto no período compreendido entre as 0 e as 5 horas;

93
1:
I
l

CÓDIGO DO ÏRABAIHO ANOTADO

b) Que se justifique por motivos objetivos, em atividade de natureza cultural, artística,


I

desportiva ou publicitária, desde que tienha um período equivalente de descanso


compensatório no dia seguinte ou no mais próximo possível.
4 - No caso do número anterior, a prestaçáo de trabalho noturno por menor deve ser
vigiada por um adulto, se for necessário para proteçáo da sua segurança ou saúde.
, 5 - O disposto nos n.o'2 e3 nío é aplicável se a prestaçáo de trabalho noturno ocorrer
em circunstância referida no n.o 2 do artigo anterior, sendo devido o descanso previsto
no n.o 3 do mesmo artigo.
6 - Constitui contraordenaçáo grave a Violaçáo do disposto nos Ír.o' 1, 2 ou 4.

- A noçã.o e o regime do trabalho noturno contêm-se no art. 223.o e sgts.

Artigo 77."
Intervalo de descanso de menor
I - O período de trabalho diário de menor deve ser interrompido por intervalo de
duraçáo entre uma e duas horas, por formaanâo prestar mais de quatro horas de
trabalho consecutivo se tiver idade inferior a 16 anos, ou quatro horas e trinta minutos
se tiver idade igual ou superior a 16 anos.
2 - O instrumento de regulamentaçáo coletiva de trabalho pode estabelecer duraçáo
do intervalo de descanso superior a duas horas, bem como a frequência e a duraçáo de
outros intervalos de descanso no período de trabalho diário ou, no caso de menor com
idade igual ou superior a 16 anos, reduçáo do intervalo até trinta minutos.
3 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto no n.o 1.

- O interualo de descanso em geral tem o seu regirne no art. 213.o.

Artigo 78."
Descanso diário de menor
1 - O menor tem direito diário, entre os períodos de trabalho de dois d"ias
a descanso
sucessivos, com a duraçáo mínima de catorze horas consecutivas se tiver idade inferior
a 16 anos, ou doze horas consecutivas se tiver idade igual ouCsuperior a 16 anos.
2 -Em relaçáo a menor com idade igual ou superior a 16 anos, o descanso diário
previsto no número anterior pode ser reduzido por instrumento de regulamentaçáo
coletiva de trabalho se for justificado por motivo objetivo, desde que náo afete a sua
segurança ou saúde e a reduçáo seja compensada nos três dias seguintes, no sector da
agricultura turismo, hotelaria ou restauraçáo, em embarcaçáo da marinha do comércio,
hospital ou outro estabelecimento de saúde ou em atividade caracterizada por períodos
de trabalho fracionados ao longo do dia.
3 - O disposto no n.o 1 náo se aplica a menor com idade igual ou superior a 16 anos
que preste trabalho cuja duraçáo normal náo seja superior a vinte horas poÍ semana,
ou trabalho ocasional por período náo superior a um mês:
a) Em serviço doméstico realizado em agregado familiar;

94
TRABALHO DE MENORES

b) Em empresa familiar, desde que náo seja nocivo, prejudicial ou perigoso Para o
menor.
Constirui conrraordenaçáo grave a violaçáo do disposto nos n.o' 1 ou 2 deste artigo.
4 -
- O descanso diário em geral está preuisto no drt. 214.o'

- O seruiço doméstico gera um contrato de *abalho com regime especial constante do


Decreto-Lei n.o 235/92, de 24 de outubro, que se encontrd referido na Parte M

Artigo 79."
Descanso semanal de menor

1 O descanso semanal de menor tem a duraçáo de dois dias, se possível, consecutivos,


-
em cada período de sete dias, salvo havendo raz1es técnicas ou de organizaçáo do
trabalho, a definir por instrumento de regulamentaçáo coletiva de trabalho, que
justifiquem que o descanso semanal de menor com idade igual ou superior a 16 anos
tenha a duraçáo de trinta e seis horas consecutivas.
Z - O descanso semanal de menor com idade igual ou superior a 16 anos pode ser de
um dia em situaçáo a que se referem os n.o" 2 ou 3 do artigo anterior, desde que a
reduçáo se justifique por motivo objetivo e, no primeiro caso, seja estabelecida em ins-
trumento de regulamentaçáo coletiva de trabalho, devendo em qualquer caso ser
assegurado descanso adequado.
3 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto neste aftigo.
os arts. 232.o e 233.o.
- O descanso semanal em geral encontrA'se regulado sob

Artigo 80."
Descanso semanal e períodos de trabalho de menor em caso
de pluriemprego

1 - o menor trabalhar para vários empregadores, os descansos semanais devem ser


Se
coincidentes e a soma dos períodos de trabalho náo deve exceder os limites máximos
do período normal de trabalho.
2 -Paraefeitos do disposto no número anterior, o menor o,r, de este tiver idade inferior
a 16 anos, os seus representantes legais devem informar por escrito:
a) Antes da admissáo, o novo empregador, sobre a existência de outro emprego e a
duraçáo do trabalho e os descansos semanais correspondentes;
b) Aquando de uma admissáo ou sempre que haja alteraçáo das condiçóes de trabalho
em causa, os outros empregadores, sobre a duraçáo do trabalho e os descansos
semanais correspondentes.
3 - O empregador que, sendo informado nos termos do número anterior, celebre
contrato de trabalho com o menor ou altere a duraçáo do trabalho ou dos descansos
semanais é responsável pelo cumprimento do disposto no n.o 1.
4 - Constitui contraordenaçáo gfave a violaçáo do disposto no n.o 1, pela qual é
responsável o empregador que se encontre na situaçáo referida no número anterior.

95
CÓDIOO OO TRABALHO ANOTADO

Artigo 81."
Participaçáo de menor em espeiáculo ou outra atiüdade
Aparticipaçáo de menor em espetáculo ou outra atividade de natureza cultural, artística
ou publicitâria é regulada em legislaçáo específica.

- Esta legislaç,ão especrf.ca consta dos arts. 2.o a 1I.o da LR (Parte II dzste liuro).

Artigo 82'"4e
Crime por utilizaçáo indevida de trabalho de menor
1 de trabalho de menor em violação do disposto no n." I do artigo 68.0
- A utilizaçáo
ou no n." 2 do artigo 72." é punida com pena de prisáo até 2 anos ou com pena de
multa até 240 dias, se pena mais grave náo couber por força de outra disposiçáo legal.
2 - No caso de o menor náo ter completado a idade mínima de admissáo, náo ter
concluído a escolaridade obrigatória ou náo estar matriculado e a frequentar o nível
secundário de educaçáo, os limites das penas sáo elevados para o dobro.
3 - Em caso de reincidência, os limites mínimos das penas previstas nos números
anteriores sáo elevados para o triplo.

- Sobre a responsabilidade penal das pessoas coleti.uas e equiparadas, u.


art. 545.".
- O elenco dos crirnes de natureza laboral encontrã-se na anotãgão ão art. 547.".

Artigo 83."
Crime de desobediência por não cessaçáo da atividade de menor
Quando o serviço com competência inspetiva do ministério responsável pela área laboral
verificar a violaçáo do disposto no n.o I do artigo 68.o ou das normas relativas a trabalhos
proibidos a que se refere o nP 2 do artigo 72.", notifrca por escrito o infrator para que
faça cessar de imediato a atividade do menor, com a cominaçáo de que, se o náo fizer,
incorre em crime de desobediência qualificada.

- O crime de desobediência qualificada tarnbém se preuê nas situações preuistas ruo art.
547.".
{

SUBSECçÁO VI
TRABALHADOR COM CAPACIDADE DE TRABALHO REDUZIDA

Artigo 84."
Princípios gerais quanto ao empÍego de trabalhador com capacidade de trabalho
reduzida
I - O empregador deve facilitar o emprego a trabalhador com capacidade de trabalho
reduzida, proporcionando-lhe adequadas condiçóes de trabalho, nomeadamente a

ae
Redaçáo conferida pelo art. 3." da Lei n." 47 120L2, de29 de agosro, to n.o 2.

96
TRABALHADOR COM CAPACIDADE REDUZIDA

adaptaçío do posto de trabalho, retribui çío e promovendo ou auxiliando


açóes de
fo r maçío e aperfeiço
amento profi ssional apropriadas.
2 - O Estado deve estimular e apoiar, pelos meios convenientes, a açáo das empresas
na realizaçáo dos objetivos definidos no número anterior.
3 -Independentemente do disposto nos números anteriores, podem ser estabelecidas,
oor lei ou instrumento de regulamentaçáo coletiva de trabalho, especiais medidas de
'prot.çáo de trabalhador com capacidade de trabalho reduzida, particularmente no que

,.rp.it" à sua admissáo e condiçóes de prestaçáo da atividade, tendo sempre em conta


os interesses do trabalhador e do empregador.
4 - O regime do presente artigo consta de legislaçáo específica.
5 - Constitui contraordenaçáo muito grave a violaçáo do disposto no n.o 1.
Lei n.o 38/2004, de 1B de agosto, que defne as bases gerais
-A tegi.slação especzfca sení a
do regime juridico da preuençáo, habilhação, reabilitaç,ão e participaçao de pessoa coln
defciência e o DL n.o 290/2009, de t2 de outubro, aherado pela Lei n.o 24/201 l, de 16
de junho, que ria o Programa dr Emprego eApoio à Qualifcação das Pessocu com Defciência

e Incapacidades.
trabalho reduzida (será) aquela
- "Pessoa com def.ciência e incapacidade e capacidade de

que possua capacidade produtiua inferior a 90% da capacidade normal exigida d uln tra-
balhador nls mesrnas funções profssionais ou no rnesrno Posto de trabalho, em razão das
alterações estruturais efuncionais e das limitações de atiuidade delas decorcentes" (art. 4.o,
al. b), do DL n.'290/2009, de 12 de outubro).
- Os direitos dos trabalhadores com capacidade reduzida consignados nesta subsecçáo são
dotados de imperatiuidade mínima, podendo dpenas ser aherados por irct e ern sentido
mais fauoráuel ao trabalhador cf. se dispõe no drt. 3.o, n.o 3, d).

SUBSECÇÁO VII
TRABALFIADOR COM DEFICIÊNCIA OU DOENÇA CRÓNICA

Artigo 85."50
Princípios gerais quanto ao emprego de trabalhrdor corÁ deftciência, doença
crónica ou doença oncológica
1 com deficiência, doença crónica ou doença oncológica é titular dos
- O trabalhador
mesmos direitos e está adstrito aos mesmos deveres dos demais trabalhadores no acesso
ao emprego, à formaçáo, promoção ou carreira profissionais e às condiçóes de trabalho,
sem prejuízo das especificidades inerentes à sua situaçáo.
2-OEstadodeveestimulareapoiar aaçâodoempregadornacontrataçáodetrabalhador
com deficiência, doença crónica ou doença oncológica e na sua readaptaçáo profissional.
3 - Constitui contraordenaçáo muito grave a violaçáo do disposto no n.o 1.

50
Fsta redaçáo da epígrafe e dos n.o' I e 2 foi conferida pelo art.2.o da Lei n.o 9312019, de 4 de setembro. Por
esta alteraçáo, para além da deficiência e da doença crónica, foi acrescentado também a doença oncológica.

97
CÓDIGO DO TRABALHO ANOTADO

- CRB art. 71.' (cidad,los portadores de def.cìência).


"Considera-se
- defciência aquela que, por motiuo de perda ou anoma/ia,
Pessoã com
congénita ou ad4uirida, defunçoes ou de estruturas dn corpo, incluindn asfunções psicohgicas,
apresente dificuldades específicas suscetíueis de, em conjugaçáo com osfactores do meio, lhe
limitar ou dfficultar a actiuidade e aparticipagão em condiçoes de ìgualdade com as demais
pessots" (art. 2.o da Lei n.o 38/2004, de 1B de agosto).
- Os direitos de nabalhadores com
defcìência ou doença crónica consignados nesta subsecção
s,ão dotados de imperatiuidade mínima, podendo apenas ser aherados por irct e em sentido

mais fauoruíuel ao trabalhador, c/ì. se dispõe no art. 3.o, n.o' 3, d) e 5.

- O Prograrna de Emprego eApoio à Quafficaç,ão das Pessoas com Deficiência e Incapacidade


foi DL n." 290/2009, de 12 d.e outubro, aherado pela Lei n.o 24/201t, de l6
criado pelo
de junho, pelos DLs n." 131/2013, de 1t de setembro; 108/2015, de 17 de junbo (que

fez a republicaç,ão).
-A Conuenção sobre os Direitos das Pessoas com Defciência e o seu Protocolo Opcional
foram aprouados, resPetiuamente, pelas Resoluções da Assembleia da República n."' 56 e
57/2009, publicadas em 30 de junho de 2009.

Artigo $(.o5t
Medidas de açáo positiva em favor de trabalhador com deftciência ou doença
crontca
1 - O empregador deve adotar medidas adequadas para que a pessoa com deficiência
ou doença crónica, nomeadamente doença oncológica ativa em fase de traramenro,
tenha acesso a um emprego, o possa exercer e nele progredir, ou para que tenha formaçáo
profissional, exceto se tais medidas implicarem encargos desproporcionados.
2 - O Estado deve estimular e apoiar, pelos meios convenientes) a açáo do empregador
na realizaçáo dos objetivos referidos no número anrerior.
3 - Os encargos referidos no n.o 1 náo sáo considerados desproporcionados quando forem
compensados Por apoios do Estado, nos termos previstos em legislaçáo específica.
4 - Podem ser estabelecidas por lei ou instrumento de regulamentaçáo coletiva de trabalho
medidas de proteçáo específicas de trabalhador com deficiência ou doença crónica, no-
meadamente doença oncológica ativa em fase de úatamento, e incentivos a este ou ao
empregador, particularmente no que respeita à admissáo, condiçóes de prestaçáo da
atividade e adaptaçáo de posto de trabalho, tendo em conta os resperivos inreresses.

- CM art. 59, n.o 2, al. c).


- Perante a Segurança Social, os trabalhadores com def.ciência beneficiam de incentiuos
à sua contratação, preuistos nos arts. l0B.o e 109." do CRCSS.
- A disciplina jurídica dos irct's encontra-se uazada no ãrt. 476." e sgts.
- Por meio da Lei n.o 4/2019, de 10 janeiro, foi estabelecido *o sistema de quotas de
de
emPrego Parít Pessoas corn deficiêncíct, com um grãu de incapacidade igual ou superior a

tr A atual redaçáo dos n.o' I e 4 foi introduzida através do art. 2." daLei n." 9312019, de 4 de setembro.

98
TRABALHADOR COM DEFICIÊNCIA

60%0', que aplica em todos os contrãtos de nabalho regulados pelo CT exclusiuamente


se

às médias empresãs com urn número igual ou superior a 75 trabalhadores e às grandes


ernpresas, conforme os tipos de empresas estabelecidos no art. 100.o, mas podendo hauer
exceções como preuisto no seu art. B.o.

- O Decreto-Lei n." 126-,U2017, de 6 de outubro, ueio uiar um apoio social para pessoas
com def.ciência, que registem urn grau de incapacidade igual ou superior a 60%o, uindo
d noua Prestação Social para a Inclusão substituir os anteriores subsídio mensal uitalício,
a pens,4o social de inualidez ea pensão de inualidez dos regìmes transinirios dos trabalhadores
agrícolas. Anoua Prestação Social para a Inclus,ão é corltPosta Por:

- Cornponente base, que passã d compensar as despesas incorridas deuido à


defciência;
- Complemento, que poderá ser atribuído se a pessod com defciência não tiuer recursos
eco nómico s suf.cientes ;

- Majoraçiio, que seruirá para cornpensar despesas acrescidas deriuadas da defciência.


Assim, as referidas pens,ío social de inualidez, pensão de inaalidez dos regimes transitórios
dos trabalhadores rurais e subsídio mensal uitalício forarn automatica.rilente substituídos
pela Prestaç,ão Socialpara a Inclus,lo, respetiudmente, em janeiro de 2018 e em outubro
de 2017.

- A prestaç,ão social para a inclus,ão (PSD, destinada a apoiar pessoas com deficiência ou
incapacidade pode ser requerida pela Internet (Segurança Social Direta).
- O atestado médico de incapacidade multiuso (ÁJVIIM) para usujìuir da isençáo de
pagamento dn taxa moderadnra, bem como dz uma muhiplicidade fu bmficios socioeconómicos
efiscais, consta do Dereto-Lei. n.o 202/96, de 23 de outubro, aherado pelo DL n.o 1/2022,
de 3 de janeiro.
- O regime de antecipaç,ão da idade para a pensão de uelhice por def.ciência estri preuisto
na Lei n.o 5/2022, de 7 de janeiro e regulamentado pelo DL n." l8/2023, de 3 de março.

Artigo 87."
Dispensa de algumas formas de organizaçáo do tempo de trabalho de trabalhador
com deftciência ou doença crónica{
1 O trabalhador com deficiência ou doença crónica, nomeadamente doença oncológica
-
ariva em fase de tratamento, é dispensado da prestaçáo de trabalho se esta puder
prejudicar a sua saúde ou segurança no trabalho:52
horário organtzado de acordo com o regime de adaptabilidade, de banco de
") Emhoras ou horário concentrado;
b) Entre as 20 horas de um dia e as 7 horas do dia seguinte.
2 - Para efeito do disposto no número anteriot o trabalhador deve ser submetido a
exame de saúde previamente ao início da aplicaçáo do horário em causa.
3 - Constitui contraordenaçáo grave a violação do disposto neste artigo.

52
Contém a alteraçáo introduzida pelo art. 2." da Lei n." 931201'9, de 4 de setembro.

99
CÓDICO DO TRABALHO ANOTADO

- O regime da adaptabilidade, do banco de horas e do horririo concentrado estrí preuisto


no ãrt. 203.o e sgts.
-A i.nserção dafrase "doença oncológica atiua emfase de tratamento" resubou da aheração
conferida pela Lei n." 90/2019.

Tiab alho suplemenrar a. .r.u.f,iÏ"t, 13 ,.. O.o.iência o u do ença cró nica


I - O trabalhador com deficiência ou doença crónica náo é obrigado a prestar trabalho
suplementar.
2 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto nesre artigo.

- O regime do trabalho suplementar integra o art. 226.o e sgts.

SUBSECÇÁO VIII
TRABALHAD O R.ESTUDANTE

Artigo 89."
Noçáo de trabalhador-estudante
1 -Considera-se trabalhador-estudante o trabalhador que frequenta qualquer nível de
educaçáo escolar, bem como curso de pós-graduaçáo, mestrado ou doutoramento em
instituiçáo de ensino, ou ainda curso de formaçáo profissional ou programa de ocupaçáo
temporária de jovens com duração igual ou superior a seis meses.
2 - A manutençáo do estatuto de trabalhador-estudante depende de aproveitamento
escolar no ano letivo anterior.

- CM art. 59, n.o 2, al. f).


- Os direitos de trabalhador-estudante consi.gnados nesta subsecç,ão são dotados de
imperatiuidade mínima, podendo apends ser alterados por irct e em sentido maisfauoráuel
ao trabalhador, cfr. se dispõe no art. 3.o, n.o' 3, e) e 5.
- O conceito de educaçâo escolar deuerá ser o da Lei de Bases do Sistema Educatiuo - Lei
n.o 46/86, de 14 de outubro, aberada pela Lei n." 85/2009, dft Z7 de agosto.
- Decreto-Lei n.o 74/2006, de 24 de rnArço, com aberações introduzidas pelos DL.s n."'
107/2008, 230/2009, I 15/2013 e 65/2018 - aproua o regime jurídico dns graus e diplomas
do ensino superi.ory em desenuoluimento do disposto nos artigos 13.o a t 5." da Lei n.o 46/86,
de 14 de outubro (Lei de Bases do Sistema Educatiuo).
- Decreto-Lei n.o 42/2005, de 22 feuereiro - aproua o regirne jurídico dos graus
de
académicos e diplomas de ensino superi.or a níuel europeu (Processo de Bolonha).
- Leis n." 62/2007, de 10 de setembro e 37/2003, de 22 de agosto - regimes jurídicos,
resPetiaaínente, do ensino superior e das bases do seuf.nanciamento.
- Decreto-Lei n.o 92/2014, de 20 dr jun/to, estabelece o regime jundico das
escolas profssionais
priuadas e públicas, no ,âmbito do ensino não superior regulando a sua criaçã.o, organização
e
funcionamento, bem corno a tutela e f.scali.zação dn Estado sobre as rnesmas.

100
TRABALHADOR. ESTU DANTE

- princípios orientadores da organizaç,4o e da gestão dos curriculos, da aualiação dos


Os

conhecimentos e capacidades a adquirir e a desenuoluer pelos alunos dos ensinos brísico e


secundário estão preuistos no DL n." 139/2012, de 5 de julho, com aherações introduzidas
pelos Decretos-Leis n."' 9l/2013 e 176/2014.
normas de organização,funciondmento, aualiaç,ão e certifcaç,ão dos cursos prof.ssionais
-As
ministrados em estabelecimentos de ensino público, particular e cooPeratiao e em escolas
profssionais constdln daPortarian." 74-'U2013, de 15 defeuereiro, aheradapeks Portarias
n."' 59-C/2014 e 165-8/2015.

Artigo g!.o-{rr
Conrrato de trabalho com estudante em período de férias ou interrupçáo letiva
1 - O conrraro de trabalho celebrado com estudante, vigente em período de férias
escolares ou interrupçáo letiva, náo está sujeito a forma escrita.
Z O disposto no número anterior náo depende da condiçáo de trabalhador-estudante
-
nos termos do artigo 94.".
3 - Sem preluízo do disposto no n.o 1, o empregador deve comunicar a celebraçáo do
contrato ao serviço competente da segurança social, mediante formulário eletrónico
que deve satisfazer todas as exigências de comunicaçáo previstas noutras disposiçóes
legais, assegurando aquele serviço a interconexáo de dados com outros serviços que se
mostre necessária.
4 - Acelebraçáo de contrato de trabalho a termo resolutivo e de contrato de trabalho
temporário está sujeita aos requisitos de admissibilidade previstos, respetivamente, nos artigos
740." e 180.", devendo o termo estipulado e o respetivo motivo justificativo ser comunicados
nos termos do número anterior, com menfr,o concreta dos factos que o integram.
5 - O disposto no presente artigo náo afasta a aplicaçáo de disposiçóes especiais em
maréria de participaçáo de menoÍ em espetáculo ou outra atividade de natureza cultural,
artísrica ou publicitária.

-A par conta de outrem, incluindo o jouem


inscriç,fuo/enquadramento como trabalhador
contratado em ferias escolares é efetuado atraués do sítio dg Segurança Social Direta
(wwuseg-social.pt) e por meio do modelo RV 1009/2023 DGSS.
- A participaç,ão de rnenor em espetáculos encontra+e disciplinada no Regulamento do
Ctídigo do Trabalho (art. 2.o e sgts), inserto nã Parte II deste liuro.

Artigo 90."
Organizaçáo do temPo de trabalho de trabalhador-estudante
1 - O horário de trabalho de trabalhador-estudante deve, sempre que possível, ser
ajustado de modo a permitir a frequência das aulas e a deslocaçâo parao estabelecimento
de ensino.

t3 O texto deste artigo foi aditado pelo art. 13.o da Lei n." 1312023, de 3 de abril.

101
1
CODIGO OO TRABALHO ANOTADO

2 - Quando náo seja possível a aplicaçáo do disposto no número anterior, o trabalha-


dor-estudante tem direito a dispensa de trabalho para frequência de aulas, se assim o
exigir o horário escolar, sem perda de direitos e que conta como prestaçáo efetiva de
trabalho.
3 - A dispensa de trabalho para frequência de aulas pode ser utilizada de uma só vez
- ou fracionadamente, à escolha do trabalhador-estudante, e tem a seguinte duraçáo
máxima, dependendo do período normal de trabalho semanal:
a) Tïês horas semanais para período igual ou superior a vinte horas e inferior a trinta
horas;
b) Quatro horas semanais para período igual ou superior a trinta horas e inferior a
trinta e quatro horas;
c) Cinco horas semanais para período igual ou superior a trinta e quatro horas e
inferior a trinta e oito horas;
d) Seis horas semanais para período igual ou superior a trinta e oito horas.
4 - O trabalhador-estudante cujo período de trabalho seja impossível ajustar, de acordo
com os números anteriores, ao regime de turnos a que está afeto tem preferência na
ocupaçáo de posto de trabalho compatível com a sua qualificaçáo profissional e com
a frequência de aulas.
5 - Caso o horário de trabalho
ajustado ou a dispensa de trabalho para frequência de
aulas comprometa manifestamente o funcionamento da empresa, nomeadamente por
causa do número de trabalhadores-estudantes existente, o empregador promove um
acordo com o trabalhador interessado e a comissáo de trabalhadores ou, na sua falta,
a comissáo intersindical, comissóes sindicais ou delegados sindicais, sobre a medida em
que o interesse daquele pode ser satisfeito ou, na falta de acordo, decide fundamentadamente,
informando o trabalhador por escrito.
6 - O trabalhador-estudante náo é obrigado a prestar trabalho suplementar, exceto poÍ
motivo de força maior, nem trabalho em regime de adaptabilidade, banco de horas ou
horário concentrado quando o mesmo coincida com o horário escolar ou com prova
de avaliaçáo.
7 - Ao trabaihador-estudante que preste trabalho em regime {e adaptabilidade, banco
de horas ou horário concentrado é assegurado um dia por mês de dispensa, sem perda
de direitos, contando como prestaçáo efetiva de trabalho.
8 - O trabalhador estudante que preste trabalho suplementar tem direito a descanso
compensatório com duraçáo de metade do número de horas prestadas.5a
9 - Constitui contraordenação grave a violaçáo do disposto nos n.o' 1 a 4 e 6 a 8.

- A organizaç,ão do ternpo de trabalho em geral é disciplinada no art. 197.o e sgts.


- A cornissão de trabalhadores tem o seu regime no art. 415." e sgts; a comissão sinàical e
intersindical e, bem dssim, o delegado sindical encontrarn-se definidos no art. 442.'. Wr
ainda o art. 460: e sgts. relatiuos à atiuidade sindical na empresa.

5a
Redaçáo do art. 2.o da Lei n." 2312012, de 25 de junho

102
TRABALHADOR-ESTU DANÏE

- O regime da adaptabilidade, do banco de horas e do horário concennado estcí preuisto


n0 drt. 203.o e sgts. e o regime do trabalho suplementar no art. 226." e sgs..

Artigo 91."
Faltas para prestaçáo de provas de avaliaçáo

pode faltar justifìcadamente por motivo de prestaçáo de


1 - O trabalhador-estudante
oïova de avaliaçío' nos seguintes termos:
a) No dia da prova e no imediatamente anterior;
b) No caso de provas em dias consecutivos ou de mais de uma prova no mesmo dia,
os dias imediatamente anteriores sáo tantos quantas as provas a prestar;
c) Os dias imediatamente anteriores referidos nas alíneas anteriores incluem dias de
descanso semanal e feriados;
d) As faltas dadas ao abrigo das alíneas anteriores náo podem exceder quatro dias
por disciplina em cada ano letivo.
2 - O direito previsto no número anterior só pode ser exercido em dois anos letivos
relativamente a cada disciPlina.
3 - Nos casos em que o curso esteja organizado no regime de sistema europeu de
transferência e acumulaçáo de créditos (ECTS), o trabalhador-estudante pode, em
alternativa ao disposto no n.o 1, optar por cumular os dias anteriores ao da prestaçáo
das provas de avaliaçâo, num máximo de três dias, seguidos ou interpolados ou do cor-
respondente em termos de meios-dias, interpolados.55
4 - A opçáo pelo regime cumulativo a que refere o número anterior obriga, com as
necessárias adaptaçóes, ao cumprimento do prazo de antecedência previsto no disposto
nas alíneas a) e b) do n.o 4 do artigo 96.".5e
5 - Só é permitida a cumulaçáo nos casos em que os dias anteriores às provas de avaliaçáo
que o trabalhador-estudante tenha deixado de usufruir náo tenham sido dias de descanso
semanal ou feriados.5T
6 - Consideram-se ainda justificadas as faltas dadas por trabalhador-estudante na estrita
medida das deslocaçóes necessárias para prestar provas de ava/iaçáo, sendo retribuídas
aré 10 faltas em cada ano letivo, independentemente do número de disciplinas.
7 - Considera-se prova de avaliaçáo o exame ou outra prova, escrita ou oral, ou a
apresentaçáo de trabalho, quando este o substitua ou complemente e desde que determine
direta ou indiretameÍÌte o aproveitamento escolar.5s
8 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto nos ÍÌ.o' 1, 3 e 6.

- As fahas ao trabalho justificáuei: têm as suãs normãs gerais nos arts. 249.o e 250.o.

tt Aditado pelo art. 2,o daLei n." 2312012, de 25 de junho.


t6 Aditado pelo art. 2." daLei *" 2312012, de 25 dejunho.
57
Aditado pelo art. 2.o daLei n." 2312012, de 25 dejunho.
58
Redaçáo conferida pelo art. 2.o da Lei n." 2312012, de 25 dejunho.

í03
CÓDIGO DO TRABALHO ANOTADO

- ECTS -Earopean Credit Thansfer and Accumulation System. Este sistema resuba do
processo de Bolonha, concretizado pelos DL.,s n," 42/2005, de 22 defeuereiro e 74/2006,
de 24 de março, aberado pelo DL n.o 107/2008, de 25 de junho.

Artigo 92."
Férias e licenças de trabalhador-estudante
I - O trabalhador-estudante tem direito a marcar o período de fërias de acordo com
as suas necessidades escolares, podendo gozaÍ atê 15 dias de férias interpoladas, na
medida em que tal seja compatível com as exigências imperiosas do funcionamento da
empresa.
2 - O trabalhador-estudante
tem direito, em cada ano civil, a licença sem retribuiçáo,
com a duraçáo de 10 dias úteis seguidos ou interpolados.
3 - Constitui contraordenaçáo gÍave a violaçáo do disposto no n.o 1 e constitui con-
traordenaçáo leve a violaçáo do disposto no número anrerior.

- O regime geral das ferias preuê-se no art. 237.o e sgts. e o da licença sem retribuição no
art.317.o.

Artigo 93."
Promoçáo proftssional de trabalhador-estudante
O empregador deve possibilitar a trabalhador-estudante promoçáo profissional adequada
à qualificaçáo obtida, náo sendo todavia obrigatória a reclassificaçáo profissional por
mero efeito da qualificaçáo.

-As regras sobre a atiuidade a desenuoluer pelo trabalhador constam dos arts. 115.o a
120.o.

Artigo 94."
Concessáo do estatuto de trabalhador-estudante
1 - O trabalhador-estudante .-pr.f"dor a sua condição de
deve comprovar perante o
estudante, apresentando igualmente o horário das atividades educativas a frequentar.
2-Panconcessáo do estatuto junto do estabelecimento de ensino, o trabalhador-esnrdanre
deve fazer prova, por qualquer meio legalmente admissível, da sua condiçáo de
trabalhador.5e
3 O trabalhador-estudante deve escolher, entre as possibilidades existentes, o horário
-
mais compatível com o horário de trabalho, sob pena de náo beneficiar dos inerentes
direitos.
4 Considera-se aproveitamento escolar a transiçáo de ano ou a aprovaçáo ou progressáo
-
em, pelo menos, metade das disciplinas em que o trabalhador-estudante esteja matriculado,

5e
Aditado pelo art. 2P daLei n." 2312012, de25 dejunho.

104
ÏRABALHADOR. ESTU DANTE

a ou validaçáo de metade dos módulos ou unidades equivalentes de cada


^provaçâo
ãir.tptin", definidos pela instituiçáo de ensino ou entidade formador ^parao ano letivo
oú paÍa o período anual de frequência, no caso de percursos educativos organizados
em regime modular ou equivalente que náo definam condiçóes de ffansiçáo de âno ou
progressáo em disciPlinas.
i - Considera-se ainda que tem aproveitamento escolar o trabalhador que náo satisfaça
o disposto no n.o 4 devido a acidente de trabalho ou doença profissional, doença
prolongada, licença em situaçáo de risco clínico durante a gravidez, ou por ter gozado
ii..nç" para desloc açâo a unidade hospitalar, localizadafora da ilha de residência para
a. rcalizaçáo de parto, licença parental inicial, licença por adoçáo ou licença paÍental
complementar Por período náo inferior a um mês.60
6 - O trabalhador-estudante náo pode cumular os direitos previstos neste Código com
quaisquer regimes que visem os mesmos fins, nomeadamente no que respeita a dispensa
de trabalho para frequência de aulas, licenças por motivos escolares ou faltas para
prestaçáo de provas de avaliaçáo.

- Sobre as "espectfcidadzs por nabalhadar-ertudznte",


dafequência dz estabelecimento dz ensino

uer drt. 12.o da Lei de Regulamentação do Códìgo do Tiabalho, inserida adiante (Parte
II).
-Apreuis,ío da licençapara deslocação d outrã ilhafoi inserida atraués da Lei n.o 90/2019.

Artigo 95."
Cessaçáo e renovaçáo de direitos

1 - O direito horário de trabaiho ajustado ou a dispensa de trabalho para frequência


a
de aulas, a marcaçâo do período de férias de acordo com as necessidades escolares ou
a licença sem retribuiçáo cessa quando o trabalhador-estudante náo tenha aproveitamento
no ano em que beneficie desse direito.
2 Os restantes direitos cessam quando o trabalhador-estudante náo
- teúa aproveitamento
em dois anos consecutivos ou três interpolados.
3 - Os direitos do trabalhador-estudante cessam imediatamente em caso de falsas
declaraçóes relativamente aos factos de que depende do estatuto ou a factos
".o.r..rrdó
consriturivos de direitos, bem como quando estes sejam utilizados para outros fins.
4-O trabalhador-estudante pode exercer de novo os direitos no ano letivo subsequente
àquele em que os mesmos cessaram, náo podendo esta situaçáo ocorrer mais de duas
vezes.

- A noção de aproueitamento escolar encontr*-se explanada nos n.o' 4 e 5 do artigo


anterior.

60
Esre n.o 3 foi complementado pelo art. 2." da Lei n3 9012019, de 4 de setembro. Por força do disposto
no art. 9,", n.o 1, alínea a) desta Lei, esta nova redação entrou em vigor com o Orça-mento do Estado para
2020, aprovado peia Lei n.o 212020, de 31 de março.

105
ilF

CÓDIGO DO ÏRABALI|O ANOTAI)O

Artigo 96."
Procedimento para exercício de direitos de trabalhador-estudante
1 - O trabalhador-estudante deve comprovar perante o empregador o respetivo apro-
veitamento, no final de cada ano letivo.
2 - O controlo de assiduidade do trabalhador-estudante pode ser feito, por acordo com
- o trabalhadoç diretamente pelo empregador, através dos serviços administrativos do
estabelecimento de ensino, por correio eletrónico ou fax, no qual é aposta uma data e
hora a partir da qual o trabalhador-estudante termina a sua responsabilidade escolar.
3 - Na falta de acordo o empregador pode, nos 15 dias seguintes à utilização da dispensa
de trabalho para esse fim, exigir a prova da frequência de aulas, sempre que o estabelecimento
de ensino proceder ao controlo da frequência.
4 - O trabalhador-estudante deve solicitar a licença sem retribuiçáo com a seguinte
antecedência:
a) Quarenta e oito horas ou, sendo inviável, logo que possível, no caso de um dia
de licença;
b) Oito dias, no caso de dois a cinco dias de licença;
15 dias, no caso de mais de cinco dias de licença.
")
-A concessã.o e efei.tos da licença sern retribuição s,ão regulados no art. 317.o.

Artigo 96."-Nr
I Legislaçáo complementar
ì

O disposto na presente subsecçáo é objeto de regulamentaçáo em lei especial.

- Sobre as "eEecificidades
dafequlncia dt estabelecimmto dc ensi.no por trabalhador-estotdante",
uer art. 12.o da Lei de Regulamentação do Códi.go do Tiabalho (LR), adiante inserida
(Parte II).

SUBSECçÃO IX
O EMPREGADOREAEMPRESA
I
Artigo 97."
Poder de d.ireçáo
Compete ao empregador estabelecer os termos em que o trabalho deve ser prestado,
dentro dos limites decorrentes do contrato e das normas que o regem.

- A determinação da atiuidade do trabalhador é regulada no ãrt. 115.o e sgts.

6t Aditado pelo art. 3." da Lei n." 2312012, de 25 de junho.

106
OEMPREGADOREAEMPRESA

Artigo,98."
Poder disciplinar

O empregador tem poder disciplinar sobre o trabalhador ao seu serviço, enquanto


vigorar o contrato de trabalho'
poder disciplinar condicionado pelo art. 328.o sgts. e, no que tange ao despedimento,
- O é e

pelo art. 351.o e sgts.

Artigo 99."
Regulamento interno de empresa

1 - O empregador pode elaborar regulamento interno de empresa sobre organrzaçâo


e disciplina do trabalho.
2 - Na elaboraçáo do regulamento interno de empresa é ouvida a comissáo de
trabalhadores ou, na sua falta, as comissões intersindicais, as comissóes sindicais ou
os delegados sindicais.
3 - O regulamenro interno produz efeitos após a publicitaçáo do respetivo conteúdo,
designadamente através de afixaçáo na sede da empresa e nos locais de trabalho, de
-oJo a possibilitar o seu pleno conhecimento, a todo o tempo, pelos trabalhadores.62
4 - Aelaboraçáo de regulamento interno de empresa sobre determinadas matérias pode
ser rornada obrigatória por instrumento de regulamentaçáo coletiva de trabalho negocial.
5 Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto nos n.o" 2 e 3.63
-
- O regularnento interno de empresa nã.o é elencado como fonte específica de normas
aplicriueis ao contrato de trabalho, no art. 1.o do CT
- Este poder regulamentar é condicionado pela lei e pelo irct dPliclíuel. Podení conter regras
de conduta éticas.

-Ac. do STJ, de 01-06-2017, Rel. ChambelMourisca: As circulares e ordens de seruiço,


quando constituam um instrurnento reguladon de aplicabilidade genérica no âmbito da
ernpresa e com reflexos diretos na relação contratual, deuem qualificar+e como regukmentq$
internos.
Relatiuamente A urn regulamento interno sobre o uso do alcoolímetro, u. acórüo do TRL,
-
de 26-05-2021, relatado por Leopoldo Soares'

- O Poder Regulamentar do Empregador, estudo de Ana Lambrelho, in PDT 2020-1,


pág. 224.

Artigo 100."
ïpos de empresas

1- Considera-se:
a) Microempresa a que emprega menos de l0 trabalhadores;

62 25 dejunho.
Redaçáo do art. 2." daLei n." 2312012, de
63 25 dejunho.
Redaçáo do art. 2." daLei n." 2312012, de

107
CÓDIGO DO TRABALHO ANOTADO

b) Pequena empresa a que emprega de 10 a menos de 50 trabalhadores;


c) Média empresa a que emprega de 50 a menos de 250 trabalhadores;
d) Grande empresa a que emprega 250 ou mais trabalhadores.
2- Para efeitos do número anterior, o número de trabalhadores corresponde à média
do ano civil antecedente.
3 - No ano de início da atividade, o número de trabalhadores a ter em conta para
aplicaçáo do regime é o existente no dia da ocorrência do facto.

- DL n." 372/2007, de 6 de nouembro, aherado


Esta classifcação de ernpresas resulta do
pelos DLs n." 143/2009, de 16 de junho; 81/2017, de 30 de junho (ahera a certifrcação
por uia eletnini.ca de mimo, pequena e média empresa) e 13/2020, de 7 de abril.
- O conceito de "empresa" para o direito do trabalho resume-se a qualquer pessoa, singular
ou coletiua, que tenha trabalhadores ao seu seruiço.
- Segundo o art. 1.o do anexo ao DL n." 143/2009,entende-se por empresa qualquer
entidade que, i.ndependententente da suaforma jurídica, exerce uma atiuidade económica.
Sáo, nomeadamente, consideradas como tal as entidades que exercem urna atiuidade
art€sanal ou outras atiuidades a título indiuidual oufarniliaa as sociedades de ltessoas ou
as associações que exercern regularmente urna atiuidade económica.
- Segundo o INE Portugal, em 2020, exi.stiam, aproximadarnente,
e Pordata6a, em
1.316.250 emPresas, sendo 857.335 de indiuíduos e 458.921 de soci.edades. Daquelas,
1.264.000 eram microempresas, 43.678 eram pequenas ernpreslt 7.180 eram médias
empresas e 1.250 eram grandes ernPresas. No total ern?regaadrn 4.233.990 pessoas.

-A Ckssificaç,ão Portuguesa dasAtiuidades Económicas, Reui*ão 3 (CÁE- Reu. 3) consta


do DL n.o 381/2007, de 14 de nouembro.

- No CT preueern-se algumas especialidades, nomeadamente para as microernpresíts, nos


arts. 166.o4, n,o 7 (teletrabalho); 217.o, n.o 2 (alteração de horári.o de trabalho); 228.o,
n.o 1, al. a) (limites de duração do trabalho suplementar);241.o, n.o 3 (marcaç,ão do
período deferias); 317.o, n.o 3, d).(licença sem retri.buiç,ão); 346.o, n.o 4 (caducidade do
contrato de trabalho); 347.o, nt.o 4 (insoluência do empregador); 358." (procedimento
dlsclplinar); 359.o, n." I (despedirnento coletiuo); 392.o, n.o 1 (reintegração do trabalhador
despedido); 422.o, n.o 2 (crêditos de horas dos membros das círnissõe) e 466.o, n.o 3
(inforrnaçáo e consuha de delegad.o sindical).

- As emltresas públicas e participadas por entidades dos sectores estadual, regional e local,
têm o seu regime def.nido no DL n." 133/2013, de 3 de outubro, qu€ rnanteue a apli.cação
do regime do contrato indiuidual de trabalho às relações com os seus trabalhadores, cfn
anotação ao art. 11.o deste Código.

- Incentiuo f.scal à ualorização salarial atraués da criaç,4o líquida de postos de trabalho


encontra-se Preuisto no Orçamento do Estado para 2023, no seu art. 250.o, qr!.e ahera o
art. 41-B do Estatuto dos Beneficios Fiscais (EBF).

64
INE (www.ine.pt) Empresas em Portugal - 2020 (ediçáo de 2022) e PORDÂTA (www.pordata.pt/
subtema/Portugali empresas-374).

Í08
OEMPREGADOREAEMPRESA

Artigo 101."
Pluralidade de empregadores
O trabalhador pode obrigar-se a prestar trabalho a vários empregadores entre os
1 -
quais exista uma relaçáo societária de participaçóes recíprocas, de domínio ou de grupo,
ou que tenham estruturas organizativas comuns.
Z - O conrraro de trabalho com pluralidade de empregadores está sujeito a forma escrita
e deve conter:
a) Identificaçáo, assinaturas e domicílio ou sede das partes;
b) Indicaçáo da atividade do trabalhador, do local e do período normal de trabalho;
c) Indicaçáo do empregador que representa os demais no cumprimento dos deveres
e no exercício dos direitos emergentes do contrato de trabalho.
3 - Os empregadores sáo solidariamente responsáveis pelo cumprimento das obrigaçóes
decorrenres do contrato de trabalho, cujo credor seja o trabalhador ou terceiro.
4 - Cessando a situaçáo referida no n.o 1, considera-se que o trabalhador fica apenas
vinculado ao empregador a que se refere a alínea c) do n." 2, salvo acordo em contrá-
rio.
5 Aviolaçáo de requisitos indicados nos n.o' 1 ou 2 confere ao trabalhador o direito
-
de optar pelo empregador ao qual fica vinculado.
6 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto nos n.o' 1 ou 2, sendo res-
ponsáveis pela mesma todos os empÍegadores, os quais sáo representados para este efeito
por aquele a que se refere a alínea c) do n." 2.

- A relaç,ão de participações recíprocas, de domínio ou de grupo, encontr*-se preuista e

defnida no ãrt. 482.o e sgts. do Código das Sociedades Comerciai.s.


- As modalidades de contrato de trabalho s,1o elencadas a Pdrtir do art. 139.".
- A cedência ocasional, que constitui uma situaçáo aproxi.mada, é preuista no art. 288."
e sgts.

SUBSECÇÁO X6t
TRABALHADOR CUIDADOR Á

Artigo 101."-A
Thabalhador cuidador
Para efeitos do disposto no presenteCódigo, considera-se trabalhador cuidador aquele
a quem tenha sido reconhecido o estatuto de cuidador informal náo principal, nos
termos da legislaçáo aplicável, mediante apresentaçáo do respetivo comprovativo.

- O Estatuto do Cuidador Informal contém-se na Lei n.o 100/2019, de 6 de setembro.


Foi regulamentado pelo Deueto Regulamentar n.o l/2022, de 10 de janeiro, que estabelece

65
Esta subseçáo X à secçáo II do capítuio I do título II foi criada pelo art. 20j da Lei n." 1312023, de 3 de
abril. Compóe-se dos arts. 101."-A a 101."-H aditados através do art. I4." da mesma Lei'

í09
CÓDIGO DO TRABALHO ANOÏADO

os terrnos e as condìções do reconhecintento do estatuto de cuidador informal bem corno as


rnedidas de apoio aos cuidadores informais e as:lressoas cuidadas.

Artigo 101."-B
Licença do cuidador
1 O trabalhador cuidador tem direito t paraassistência à pessoa cuidada, a uma licença
-
anual de cinco dias úteis, que devem ser gozados de modo consecutivo. l

2 -Paraefeitos do disposto no número anterior, o trabalhador cuidador deve informar


o empregador, por escrito, com 10 dias úteis de antecedência relativamente ao seu
início, com a indicaçáo dos dias em que pretende gozar a licença.
3 - Ainformaçáo escrita ao empregador é acompanhada de declaraçáo do trabalhador
cuidador de que outros membros do agregado familiar do trabalhador ou da pessoa
cuidada, caso exerçam atividade profissional, náo gozam da mesma licença no mesmo
período, ou estáo impossibilitados de prestar assistência.
4 -Durante o gozo da licença, o trabalhador cuidador náo pode exercer atividade in-
compatível com a respetiva finalidade, nomeadamente trabalho subordinado ou prestaçáo
continuada de serviços fora da sua residência habitual.
5 - No termo da licença, o trabalhador cuidador tem direito a retomar a atividade
contraada.
6 - A licença prevista no n.o 1 náo determina a perda de quaisquer direitos, salvo quanto
à retribuiçáo e é. considerada como prestaçáo efetiva de trabalho.
7 - Alicença do cuidador: r

Suspende-se por doença do trabalhador, se este informar o empregador e apresentar


") atestado médico comprovativo, e prossegue logo após a cessaçáo desse impedi-
mento;
b) Náo pode ser suspensa por conveniência do empregador.
8-Aviolaçáododispostonon.olenosn.o'5aTconstituicontraordenaçáograve.
- No âmbito da parentalidade, art, 35.o e o seu regime
estão preuistas diuersas licenças no
consequencial, norneadamente quanto à retribuiç,ão, esttí reguladoano art. 65.0.

Artigo 101.o-C
Thabalho a tempo parcial de trabalhador cuidador
1 O trabalhador cuidador tem direito a trabalhar a tempo parcial, de modo consecutivo
-
ou interpolado, pelo período máximo de quatro anos.
2 - Salvo acordo em contrário, o período normal de trabalho â tempo parcial corresponde
a metade do praticado a tempo completo numa situaçáo comparável e, conforme o
pedido do trabalhador cuidador, é prestado diariamente, de manhá ou de tarde, ou em
três dias por semana.
3 - Durante o período de trabalho em regime de tempo parcial, o trabalhador
cuidador náo pode exercer outra atividade incompatível com a respetiva finalidade,

110
TRABALHADOR CUIDADOR

florneadamente,
trabalho subordinado ou prestação continuada de serviços, fora da
sua residência
habitual'
4 - Aprestaçáo de trabalho a tempo parcial cessa no termo do período máximo para
que foi concedida, retomando o trabalhador cuidador a prestaçáo de trabalho a
tempo
comPleto'
5 - O trabalhador cuidador que opte pelo trabalho em regime de tempo parcial nos
rerÍnos do presente aÍtigo náo pode ser penalizado em matéria de avaliaçáo e de progressáo
na carreira'
6 - Constirui contraordenaçáo grave a violação do disposto no presente artigo.
- O contrato de trabalho a temPo parcial enconfuA-se regulado no drt 150.o e sgts,
Artigo 101."-D
Horário fleível de trabalhador cuidador
1 O trabalhador cuidador tem direito a trabalhar em regime de horário de trabalho
-
flexível, de forma seguida ou interpolada, enquânto se verificar a necessidade de
assistência.
2 - Entende-se por horário flexível o previsto ÍÌos rì.o' 2 a 4 do artigo 56.".
i - O trabalhador cuidador que opte pelo trabalho em regime de horário flexível, nos
rermos do presente artigo, náo pode ser penalizado em matéria de avaliaçáo e de
progressão na carreira.
4 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto no n.o 1.

- Sobre o horário de trabalho, a. ãrt. 212.o e sgts.

Artigo 101."-E
Autorizaçáo de trabalho a tempo parcial ou em regime de horário flexível de
trabalhador cuidador
I O trabalhador cuidador que pretenda trabalhar a tempo parcial ou em regime de
-
horário de trabalho flexível deve solicirílo ao empregador, por eg;rito, com a antecedência
de 30 dias relativamente ao seu início, com os seguintes elementos:
O comprovativo do reconhecimento do estatuto de cuidador informal náo principal;
")
b) Indicaçáo do prazo previsto, dentro do limite aplicável;
c) No regime de trabalho a tempo parcial:
i) Declaraçáo da qual conste que náo está esgotado o período máximo de
duraçáo;
ii) Declaraçáo da qual conste que outros membros do agregado familiar do tra-
balhador cuidador ou da pessoa cuidada, caso exerçam atividade profissional,
não se encontÍam ao mesmo tempo em situaçáo de trabalho a tempo parcial
ou estáo impossibilitados de prestar assistência;
iii) Indicaçáo da modalidade pretendida de organizaçâo do trabalho a tempo
parcial.

111
CÓDIGO DO TRABALHO ANOTADO

2 -Paraefeitos do disposto no presente artigo, aplica-se o procedimento previsto nos


n."' 2 a 10 do artigo 57.".
3 -No termo do período autorizado ou considerado aceite paraaprâtica de regime
de trabalho a tempo parcial ou horário flexível, o trabalhador cuidador Íegressa ao
regime de trabalho que anteriormente praticava.
4 - Ocorrendo alteraçáo superveniente das circunstâncias que deram origem ao pedido
antes do termo do período autorizado ou considerado aceite, o trabalhador informa o
empregador no prazo de cinco dias úteis e, havendo o acordo do empregador, regressa
ao regime de trabalho que anteriormente praticava.
5 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto no n.o 3

- A resolução ou modif.caç,4o do contrato por aberação das circunstâncias estão preuistas


no art. 437." do Código Ciuil.

Artigo 101."-F
Proteçáo em caso de despedimento de trabalhador cuidador
I - O despedimento de trabalhador cuidador carece de parecer prévio da entidade
competente na ârea da igualdade de oportunidades entre homens e mulheres.
2 - O despedimento por facto imputável a trabalhador que se encontre na situaçáo
referida no número anterior presume-se feito sem justa causa.
3 -Paraefeitos do disposto no presente artigo, aplica-se o procedimento definido nos
n.o'3 a 9 do artigo 63.".
-A entidade comP€tente na área da igualdade de oportunidades en*e /tomens e rnullteres
é a CITE, cfr. anotação ao art. 63.0.

Artigo 101."-G
Dispensa de prestação de trabalho suplementar
1 O trabalhador cuidador nâo é obrigado a prestar trabalho suplementar enquanto
-
se verificar a necessidade de assistência.
2 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto ne$re artigo.

- A disciplina jurídica do trabalho suplementar integra o art. 226.o e sgts.

Artigo 101."-H
Acumulaçáo de regimes
O trabalhador cuidador que seja titular de direitos de parentalidade relativamente à
pessoa cuidada, náo pode acumular o previsto na subsecçáo IV com o disposto na
presente subsecção.

- Esta subsecç,ão M ini.cia-se no art. 33

112
F0RMAçÃ0 D0 C0NTRATo DE TRABALH0

SECÇÁO III
FORMAçÁO DO CONTRATO

SUBSECÇÁO I
NEGoCTAÇÁo

Artigo 102."
Culpa na formaçáo do contrato

euem negoceia com outrem para a conclusáo de um contrato de trabalho deve, tanto
nos preliminares como na formaçáo dele, proceder segundo as regras da boa ft, sob
pena de responder pelos danos culposamente causados.

- Coincide co7n. o teor do art. 227.o, fr.o I, do Código Ciuil.


- O abuso do direito preuê-se no art. 334." do mesmo Código Ciuil.
-Atraués do DL n.o 13/2015, de 26 de janeiro, foram defini.dqs
"os objetiuos e os principios

dapolítica de emprego" e regulada'b conceção, a execuçâo, o acomltanltarnento, a aualiação


e o fnanciamento dos reEetiuos progrdmds e medidas".

- Sobre emprego: Portarias n.o 41/2018, de l feuereiro de 2018, terceira aberação ao


Regulamento Específ.co do Domínio da Inclus,ão Social e Emprego, aprouado em anexo à
Portaria n.' 97-'U2015, de 30 de março; n.o 38/2022, de 17 de janeiro, cria e regula a
medida Comltromisso Emprego Sustentáuel e n.'205/2021, de 12 de outubro, regulamenta
a criação e o funcionamento das Incubadoras Sociais de Emprego.
- O empregador deue comunicar a admissáo de nouo trabalhador à Segurança Social, em
regr*, nos 15 dias anteriores ao início daproduç,4o de efeitos do contrãto e, excecion*.lmente,
nas 24 ltoras anterioresinício da uigência do contrato de trabalho, no respetiuo sítio da
Ao
Intemet (CRCSS, art. 29.o, n.o 1, na redaçáo conferidapeb drt. 269.i'da Lei n.o 24-D/2022,
que aprouou o Orçamento do Estado para 2023 e pelo art. 5.o da Lei. n.o 13/2023, de 3
de abril).
- A populaç,4o empregada no2022, ascendia a 4.902.9 milhares de indiuíduos, o
f.m de
que correspondia a uma tdxa de emprego, nafaixa dos 16 a 6{ anos de idade, de 72,8%.
Na mesma ahura, hauia 342,7 milhares de desempregados, o que corresponde a umã tdxa
de desemprego de 6,50/o (Boletim Estatístico do GEE defeuereiro de 2023).

- A OIT editou Pri.ncípios Gerais e Linhas Orientadoras pãrã o Recrutamento Justo,


Genebra, 2022 (lisbon @ilo. org).

SUBSECÇÁO il
PROMESSA DE CONTRAÏO DE TRABALHO

Artigo 103."
Regime da promessa de contrato de trabalho
I - A promessa de contrato de trabalho está sujeita a forma escrita e deve conter:

113
CÓDIGO DO TRABALHO ANOTADO

Identificaçáo, assinaturâs e domicílio ou sede das partes;


")
b) Declaraçáo, em termos inequívocos, da vontade de o promitente ou promitentes
se obrigarem a celebrar o referido contrato;
c) Atividade a prestar e correspondente retribuiçáo.
2 - O náo cumprimento da promessa de contrato de trabalho dá lugar a responsabilidade
nos termos gerais.
3 - A promessa de contrato de trabalho náo é aplicável o disposto no artigo 830." do
Código Civil.

- O regime do contrato-prolness*, em geral, estri contid.o no art. 410." e sgts. e o da obrigaç,4o

de indemnização no art. 562.o, ãrnbls do Código Ciuil.

- No art. 830.o do Código Ciuil preuê+e o direito à execuç,4o espectfca relatiuamente ao


contraente fahoso.

- No art. 222." do Código Penal preuê-se o crime de burla relatiua a trabalho ou ernprego,
mais concretamente, aofalso aliciamento ou prornessa de ftabalho ou ennprego com intenção
de obter enriquecimento ilegítimo.

SUBSECÇÁO III
CONTRATO DEADESÁO

Artigo 104."
Contrato de trabalho de adesáo
1 - A vontade contratual do empregador pode manifestar-se através de regulamento
interno de empresa e a do trabalhador pela adesáo expressa ou tácita ao mesmo
regulamento.
2 - Presume-se a adesáo do trabalhador quando este náo se opuser por escrito no prazo
de 21 dias, a contar do início da execuçáo do contrato ou da divulgaçáo do regulamento,
se esta for posterior.

- No contrato de adesão, os termos e condições jtí s€ encontram def.nidos, na sua totalidade


oa ern grande parte, pelo empregador limitando-se o trabalhalo,r aderente a aceitar tais
terrnos e condições ou a exercer o seu poder de negociação, a.penas marginahnente. Seruí,
norneadamente, protegido pelo mecanismo das clcíusulas contratuais gerais aplicriuel por
força do artigo seguínte.

Artigo 105."
Cláusulas contratuais gerais
O regime das cláusulas contratuais gerais aplica-se aos aspetos essenciais do contrato
de trabalho que náo resultem de prévia negociaçáo específica, mesmo na parte em que
o seu conteúdo se determine por remissáo para instrumento de regulamentaçáo coletiva
de trabalho.

114
TNFoRMAÇÃO S0BRE o CoNTRAT0

- O regime das cLíusulas contratuais gerais.conteim-se no DL n.o 446/85, de 25 de outubro,


alterado por diuersos diplornas, sendo o úhimo a Lei n.o t0/2023, de março relatiua à
defesa do consumidor.

suBsECÇÁo ry
INFORMAÇÁO SOBRE ASPETOS RELEVANTES NA PRESTAÇÁO DE
TRABALHO

Artigo lD6.o6e
Dever de informaçáo

1 - O empregador deve informar o trabalhador sobre aspetos relevantes do contrato


de trabalho.
2-O trabalhador deve informar o empregador sobre aspetos relevantes para,aprestaçáo
da atividade laboral.
3 - O empregador deve prestar ao trabalhador, pelo menos, as seguintes informaçóes:
A respetiva identificaçáo, nomeadamente, sendo sociedade, a existência de uma
") relaçáo de coligaçáo societária, de participaçóes recíprocas, de domínio ou de
grupo, bem como a sede ou domicílio;
b) O local de trabalho ou, náo havendo um fixo ou predominante, a indicaçáo de
que o trabalho é prestado em várias localizaçóes;
c) A categoria do trabalhador ou a descriçáo sumária das funçóes correspondentes;
d) A data de celebraçáo do contrato e a do início dos seus efeitos;
e) Grmo estipulado ou a durafr.o prwisível do contrato, quando se trate, respetivaÍnente,
de contrato a termo certo ou incerto;
0 A duraçáo das férias ou o critério para a sua determinaçáo;
g) Os prazos de aviso prévio e os requisitos formais a observar pelo empregador e pelo
trabalhador para a cessaçáo do contrato, ou o critério paraasua determinaçáo;
h) O valor, a periodicidade e o método de pagamento da retribuiçáo, incluindo a
discriminaçáo dos seus elementos constitutivos;
i) O período normal de trabalho diário e semanal, os casos em que é
definido em termos médios, bem como o regime aplicável em caso de trabalho
suplementar e de organizaçáo por turnos;
j) O número da apólice de seguro de acidentes de trabalho e a identificaçío da
entidade seguradora;
l) O instrumento de regulamentaçáo coletiva de trabalho aplicável, se houver, e a
designaçáo das respetivas entidades celebrantes;
m) A identificaçáo do Fundo de Garantia de Compensaçáo do Tlabalho (FGCT),
previsto em legislaçáo específica;

66
Redaçáo resultante dos arts. 1." da Lei n." 6912013, de 30 de agosro e 2." daLei n: 7312023, de 3 de abril,
tendo esta alterado as alínea e) e g) a s), mantendo destas apenas aalíneaj) do n." 3 e, bem assim, o n." 5.

1Í5
CÓDIGO DO TRABALHO ANOÏADO
1

n) No caso de trabalhador temporário, a identificaçáo do utilizador;


o) A duraçáo e as condiçóes do período experimental, se aplicável;
p) O direito individual a formaçáo contínua;
q) No caso de trabalho intermitente, a informaçáo prevista na alínea b) do n." 1 do
artigo 158.", nos n."' 1, 2 e 4 do anigo 159." e no n.o 2 do artigo 160.o;
r) Os regimes de proteçáo social, incluindo os benefícios complementares ou
substitutivos dos assegurados pelo regime geral de segurança social;
s) Os parâmetros, os critérios, as regras e as instruçóes em que se baseiam os algoritmos
ou outros sistemas de inteligência artificial que afetam a tomada de decisóes sobre
o acesso e a manutençáo do emprego, assim como as condiçóes de trabalho,
incluindo a elaboraçáo de perfis e o controlo da atividade profissional.
4 - Ainformaçáo sobre os elementos referidos nas alíneas f) a i), o), p) e r) do número
anterior pode ser substituída pela referência às disposiçóes pertinentes da lei, do instrumento
de regulamentaçáo coletiva de trabalho aplicável ou do regulamento interno de empresa.
5 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto em qualquer alínea do n." 3.

- Resulta da Diretiua n." 2002/14/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 11 de


rnnrço, alterada pela Diretiua (UE) n." 201 5/ I 974, de 6 de outubro de 201 5, que estabelece
um quadro geral relatiuo à informaçao e à consuba dos trabalhadores na Uni,lo Europeia,
cj/. alínea m) do art. 2.o da Lei de aprouaçáo do Código.
Thmbém uigorou a Diretiua 91/531/CEE do Conselho, de l4 de outubro de 1991, relatiua
i
à obrigação de a entidade panonal informar o trabalhador sobre as condições aplicáueis ,:
'!

l
ao con*Ato ou à relação de trabalho, cjì. alínea a) do art. 2.o da Lei de aprouação do j
1
j
Código. Foi substituídapela Diretiua (UE) 2019/1152 do Parlamento Europeu e do
i
Conselho, de 20 de junho de 2019, transposta para o direito interno, náo atê 1 de agosto
de 2022 (art. 21.o), mas pelo art. 1.o, a.) da Lei n." 13/2023, de 3 de abril.

- Os deueres de informaç,ío do empregador consignados nesta subsecção s,ã.o dotados de


imperatiuidade minima, podendo apenas ser aberados por irct e em sentido rnaisfauoruíuel
ao nabalhador, tfr. se dispõe no art. 3.o, fr." 3,f).
- Sobre o local de trabalho, u. art. 193.o
sps. Quanto à categoria do trabalhador efunções
e

a desempenhar, considerar o preceituado no art. 195.o e sgts.éSendo o contrato a termo


deue ter-se em conta o disposto no art. 139.o e sgts. Relatiuamente aferias, o seu regime
consta. do art. 237.o e sgts. No que se refere à retribuiçã.o, u. art. 258.0 e sgts.
- No que tange a prazos de aui.so préuio, u. arts. 344.o, 345." (contrato a termo); 395."
(resoluç,ão pelo trabalhador) e 400.o (denúncia pelo trabalhador).

- Afaha de cumprimento do estipulado no n.o 3, origina a presunção (ilidíueD de que as


part€s acordaram na exclusáo do período exPerimentaL c/ì. atipulado no art. I11.o.
- Acerca do seguro de acidente de trabalho, a sua obrigatoriedade resuha do art. 283.o,
n.o 5 deste Código e do art. 79." da LAT.

- Os instrumentos de regulamentação coletiua de trabalho encontram-se elencados no art.


2.o, tendo o seu regime estabelecido a pãrtir do art. 476.".
- O regulamento interno da empresa encontra-se preuisto no art. 99.o.

116

)
TNF0RMAçÃo S0BRE 0 C0NïRATO

para
- Ainda no art. 282." se estabelece o deuer.de informação sobre os asPetos re leuantes

a proteção da segurança e saúde do trabalhador e a de terceiros.


Os fundos referidos na alínea m) s,ão o Fundo de Compensaç,4o do Tiabalho (FCT) e o
-
Fundo de Garantia de Compensação do Tíabal/to (FCGT), que se destinam a assegurar
metade do ualor da compensação resuhante da cessação do contrato de trabalho. O fundo
de comltensação do trabalho foi criado pela Lei n." 70/2013, de 30 de agosto, aberada
pelo DL n.o 210/2015, de 25 de setembro e pelo art. 280: da Lei n.o 24-D/2022, que
aprouou o Orçarnento do Estado para 2023. A sua exti.nção fcou preuista no Acordo de
Concertaçáo Social de 2022, e atrauês da reuogação do n.o 5 do art. 127.o, o empregador
deixou de ter o deuer de comunicar à ACT a sua adesao a talfundo de compensação.
art. 32.o da Lei n." 13/2023, que no seu art. 22'o
Tais suspensões constam dos n.o' 4 e 5 do
preuê um "sistema i.nformritico pdrd a gestão técnica e operacional do FCT e do FGCT".

Artigo 107."67
Meios de informaçáo
1 - A informação prevista no artigo anterior deve ser prestada por escrito, podendo
constar de um ou de vários documentos, assinados pelo empregador.
2 - Quando a informaçáo seja prestada através de mais de um documento, um deles deve
conter os elementos referidos nas alíneas a) a e), h), i), o) e q) do n." 3 do artigo anterior.
3 - O dever previsto no n.o 1 do artigo anterior considera-se cumprido quando
a informaçáo em causa conste de contrato de trabalho reduzido a escrito ou de
contrato-promessa de contrato de trabalho, nos teÍmos do número seguinte.
4- Ainformaçáo constante dos documentos referidos nos n.o' 1 e 2 deve ser comunicada
ao trabalhador em suporte papel ou em formato eletrónico nos seguintes prazos:
Até ao sétimo dia subsequente ao início da execuçáo do contrato, no caso das
") informaçóes a que alude o n." 2;
b) No prazo de um mês contado a partir do início da execuçáo do contrato, quanto
às demais informaçóes.
5 - O empregador deve conservar prova da transmissáo ou receçáo das informações
constantes dos documentos referidos nos números anteriore$
6 -As informaçóes constantes dos documentos referidos nos números anteriores devem
ser prestadas sempre que solicitadas pelas entidades públicas, nomeadamente o serviço
com competência inspetiva da ârea laboral.
7 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto nos Íl.o' 1, 2 ou 4.

-Formalizando-se o contrato de fuabalho por escrito, o seu clausulado deaerá respeitar os


preceitos deste artigo, podendo inserir outras matérias, como ltreuisto nos arts 17.o, 22.o...
-Afalta 4, origina apresunção (ilidíueD de que as
de cumprimento do estipulado no n.o
pdrtes acordaram na exclusão do período experimental, cfr. estipulado no art. l1l.o.
- Sobre a fcha de aptidáo para o trabalho, u. Nota Tiicnica n.o 4 no sítio da ACT
67
Com as alteraçóes introduzidas pelo art. 2." daLei n: 1312023, de 3 de abril.

117
F

CÓI]IGO DO TRABALHO ANOTADO

Artigo lQS.oes
Informaçáo relativa a prestaçáb de trabalho no estrangeiro
I - Se o trabalhadorcujo contrato de trabalho seja regulado pela lei portuguesa exercer a
sua atividade no território de outro Estado por período superior a um mês, o empregador
dwe prestar-lhe, por escrito e até à sua partida, as seguintes informações complementares:
Identificaçáo do Estado ou Estados onde o trabalho deve ser prestado e a duraçáo
") previsível do período de trabalho a prestar;
b) Moeda e lugar do pagamento das prestaçóes pecuniárias e, se aplicável, das prestaçóes
em espécie;
.) Possibilidade de repatriamento e respetivas condiçóes;
d) Acesso a cuidados de saúde;
e) Retribuiçáo a que tem direito nos termos da lei aplicável no Fstado de acolhimento,
em situaçóes de destacamento;
f) Subsídios inerentes ao destacamento e reembolso de despesas de viagem, de
alojamento e de alimentaçáo, quando aplicável;
g) Sítio oficial n^ Internetdo Estado de acolhimento, criado nos termos da legislaçáo
específica aplicrível ao destacamento.
2 - Ainformação referida na alínea b) c) ou e) do número anterior pode ser substituída
por referência a disposiçóes de lei, instrumento de regulamentaçáo coletiva de trabalho
ou regulamento interno de empresa que regulem a matéria nela referida.
3 - Constitui contraordenação grave a violaçáo do disposto neste artigo.

- Cír. a referida Diretiua (UE) 2019/1152 do Parlarnento Europeu e do Conselho, de 20


de junho de 2019, tra.ns?osta atrauês do art. 1.o da Lei n.o 13/2023, dr 3 de abril.

Artigo 109."
.i Atualizaçáo da informaçáo
1 - O empregador deve informaf o trabalhador sobre alteraçáo relativa a qualquer
elemento referido no n.o 3 do artigo 106.o ou no n." 1 do artigo anterior, por escrito
e, no máximo, até à data em que a mesma começa a produzig.efeitos.6e
2 - O disposto no número anterior não é aplicável quando a alteraçáo resulte de lei,
de instrumento de regulamentaçáo coletiva de trabalho ou de regulamento interno de
emPresa.
3 - O trabalhador deve prestar ao empregador informaçáo sobre todas as alteraçóes
relevantes paru a prestação da atividade laboral, no prazo previsto no n.o 1.
4 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto no n.o 1.

- Por escrito o que signif.ca que pode ser por correio eletrónico.

68
Com as alterações introduzidas pelo art. 2." daLei n." 1312023, de 3 de abril.
6e
O texto deste n.o 1 resulta das alteraçóes introduzidas pelo art. 2." daLei n." 1312023, de 3 de abril.

118
FORMA DO CONÏRATO

SUBSECÇÁO V
FORMA DE CONTRAIO DE TRABALHO

Artigo 110.o
Regra geral sobre a forma de contrato de trabalho

O conrraro de trabalho náo depende da observância de forma especial, salvo quando


a lei determina o contrário.
- O princípio da liberdade daforma é enunciado no art. 219.o do Código Ciuil.

- A redução a escrito do con*ato de trabalho celebrado pode ser legalmente deuida em


algumas das suas modalidades, corno Acontece no contrato d termo (art. 141.o, n.o 1), a
tennpoparcial (art. 153."), de teletrabalho (art. 166.o, ,.o 2), de utilizaç,ão de trabalho
temporuíri.o (art. 177.o)... e em algumas cLíusulas, como preceìtuado no art. 136.".

SECÇÁO VI
PERÍODO EXPERIMENTAL

Artigo 111."
Noçáo de período experimental
do contrato de
1 - O período experimental corresponde ao tempo inicial de execuçáo
trabalho, durante o qual as partes apreciam o interesse na sua manutençáo.
2 - No decurso do período experimental, as partes devem agir de modo que possam
apreciar o interesse na manutençáo do contrato de trabalho.
3 - O período experimental pode ser excluído por acordo escrito entÍe as Partes.
4 - Caso o empregador náo cumpra o dever de comunicaçáo previsto na alínea o) do
n.o 3 do artigo 106." no prazo previsto no n.o 4 do artigo I07.", pfesume-se que as
partes acordaram na exclusáo do período experimental.To

-Ac. do STJ, de 09-09-2015, Rel. Cons. António Leones Dantas: I-Adenúncia do


contrato de trabalho durante o período experirrlental, nos termos do artigo I t 1." do Códìgo
do Tiabalho, não depende da inuocaç,ão de um motiuo uálifu que a justifique, nem do
pagãrnento de indemnizaç,ão à parte contrária, estando, contudo, sujeita aos limites
decorrentes do artigo 334." do Código Ci.uil. fwww,dgsi'pt].

Artigo ll2l7r
Duraçáo do experimental
1 - No contrato de trabalho por tempo indeterminado, o período experimental tem a

seguinte duraçáo:

70
O texto deste n." 4 resulta de uma das 2." daLel.ns 1312023, de 3 de abril'
%_-..f
71
Com a redaçáo resultante das alteraçóes introduzidas através dos artigos 2." das Leis n.ô'9312019, de
setembro e Lei n.o 1312023, de 3 de abril.

119
1
I

l
CODIGO DO TRABALHO ANOTADO

a) 90 dias para a generalidade dos- trabalhqgto.res;


b) 180 dias para os trabalhadores que:
I) Exerçam cargos de complexidade técnica, elevado grau de responsabilidade
ou que pressuponham uma especial qualificaçáo;
II) Desempenhem funçóes de confiança;
III) Estejam à procura de primeiro emprego e desempregados de longa duraçáo;
c) 240 dlas para trabalhador que exerça cargo de direçáo ou quadro superior.
2 - No contrato de trabalho a termo, o período experimental tem a seguinte duração:
a) 30 dias em caso de contrato com duraçáo igual ou superior a seis meses;
b) 15 dias em caso de contrato a termo certo com duraçáo inferior a seis meses ou
de contrato a termo incerto cuja duraçáo previsível náo ultrapasse aquele limite.
3 - No contrato em comissáo de serviço, a existência de período experimental depende
de estipulação expressa no acordo, náo podendo exceder 180 dias.

{|tO período experimental, de acordo com qualquer dos números anteriores, é reduzido
ou excluído, consoante a duraçáo de anterior contrato a termo paÍaamesma atividade,
de contrato de trabalho temporário executado no mesmo posto de trabalho, de contrato
de prestaçáo de serviços para o mesmo objeto, ou ainda de estágio profissional para a
mesma atividade, tenha sido inferior ou igual ou superior à duraçáo daquele, desde
que em qualquer dos casos sejam celebrados pelo mesmo empregador.
5 - O período experimental previsto na subalínea iii) da alínea b) do n." I é reduzido
ou excluído consoante a duraçáo de anterior contrato de trabalho a termo, celebrado
com empregador diferente, tenha sido igual ou superior a 90 dias.
6 - O período experimental é reduzido consoante a duraçáo do estágio profissional
com avaliaçáo positiva, paÍa a mesma atividade e empregador diferente, tenha sido
,:gg"l ou superi or a 90 dias, nos últimos 12 meses.
{A,}tduraçáo do período ser reduzida or
mentaçáo çole_tlva de trabalho"oqpor acordo escrito entre pa{tes.
I - A antiguidade dò trabalhaáor conta-se desde o i nício do período experimental.
-A regra d^a alínea a) dn n.o I
resuhou do Acórüo do Ti,ibunal Constitucional n." 632/2008,
publicado no Diário da República, I série, de 9/1/2009 - [wttw&ribunalconstitucional.ptJ.
- Face à inouação innoduzìda pe b n.,9 4, fcou cl4ro qy.y o períodn de trahalho.au"se+uife.pçstad.o
aqfugrySllLe_2fru*glfu erup"ggxdnr rnedjante ÇQntyalo de trabalho temparário, d" ?,f,:l(!*
dc seruiço ou esnígio-profissional contapara ef.ei.tos dn decurso do períodn up.erìrUçnJpl.

-As y!la999; qrqballq/yes àpyocura /gprirneiro çrypy_ggo e ds_dq1grnpfÇ@wdeJanga


dq
duraçáog1! i(tificar u,y. perlodn.experimental de l S0 dias, mas dzixa de pad"eu{wndmaenwr
o contrato a tertno resolutiu'o, cfn art. 140.o, n.o 4, Q), ondp apenas se admite g Çgt?.Íre.!-g
a tàì,àlo n'a situação de desempregado de muita longa duraçáo.
---O-fitít:it"ad"o dn n.o 5 é consequência da norma contida na subalinea III da alinea b) do
n. o 1 deste artigo na pãrte em que se refere aos trabalhadores que "estejam à procura dr primeiro
emprego", quando aplicríuela traballtadores que anterìormente tenham sidn contratados, com
terÍno, em período igual ou superior a 90 dias por outro empregador por ter sido considzrada

120
PERíODO EXPERIMENTAL

inconstitucional (Ac. do TC n." 318/2021,,dÊ 18 dz maio, publicado no DR, 1." Série, de


01-07-2021), o qualfoi anotadn por Paub Duarte Santos in PDT 2021-1, príg. 39.

Artigo 113."
Contagem do período experimental

1 - O período experimental conta a partir do início da execuçáo da prestaçáo do


trabalhador, compreendendo açáo de formaçáo determinada pelo empregador, na parte
em que náo exceda metade da duraçáo daquele período.
2 - Náo sáo considerados na contagem os dias de falta, ainda que
justificada, de licença,
de dispensa ou de suspensáo do contrato.

Artigo 1L4."72
Denúncia do contrato te o período experimental

1 teo íodo erlmen acordo contrário /"u,n*a",


Pê$qs den á/ de iusta causa, nem
e invocaçáo
di*i*ábi.e"F$izaçáo
2-Tendo o. período experimental durado mais de 60 4i+"r*." denúncia do contrato por
sete dias.
^
)- o período experimen mals a denúncia do contrato
por parte do empregador depende de aviso prévio de 30 dias.
4 - O náo cumprimento, total ou parcial, do período de aviso prévio previsto nos n.o'
2 e 3 determina o pagamento da retribuiçáo correspondente ao aviso prévio em falta.
5 - O empregador deve comunicar, no prazo de cinco dias úteis a contar da data da
denúncia, à entidade com competência na área da igualdade de oportunidades entre
homens e mulheres a denúncia do contrato de trabalho durante o período experimental
sempre que estiver em causa uma trabalhadora grátvida, puérpera ou lactante ou um
trabalhador no gozo de licença parental, bem como no caso de trabaihador cuidador.
6 - O empregador deve comunicar ao serviço com competência inspetiva do ministério
responsável pela área laboral, mediante formulário eletrónico, a degúncia de contrato durante
o período experimental relativamente aos trabalhadores abrangidos na subalínea iii) da alínea
b) do n.o 1 do artigo 112P, nos 15 dias posteriores à denúncia do contrato de trabalho.
7 -É, ilícita a denúncia que constitua abuso do direito, a apreciar nos termos gerais.
8 - O carâter abusivo da denúncia só pode ser declarado pelos tribunais judiciais, apli-
cando-se à denúncia abusiva os efeitos previstos nos rÌ.o' 1 e 3 do artigo 389." e nos
artigos 390.o, 39!." e392.", com as necessárias adaptaçóes.
9 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto nos n.o' 5 e 6.

72
Com a redação conferida pelo art. 2." daLer n." 1,312023, de 3 de abril e art. 2." daLei nP 9012019, de
4desetembrotendoaqueladadonovaredaçáoaosn.o'3e5eacrescentadoosn.o'7e8(abusodedireito
na denúncia, que apenas se aplicará ao empregador, dado que náo se remete para o art. 399." (responsabilidade
do mabalhador em caso de resoluçáo ilícita).

121
ïã
q

i
{
CÓDIGO DO TRABALHO ANOTAOO

- Diferentemente do que acont€ce nas situações preuistas nos arts. 57.o e 63.o, ern que deue
ser pedido parecer à CITE, na preuisão dos'nouos n.o' 5 e 6, ltcí apenas lugar a comunicaçáo,

que poderri s€r por correi.o eletrónico.


- A noção do abuso de direito contém-se no art. 334." do Código Ciuil. Os tribunais
judiciaìs sAo os juízos do trabalho, excluindo-se, assim, os tribunais arbitrais, como também
se preuê no ãrt. 388.".

SECÇÁO VIr
AÏIVIDADE DO TRABALHADOR

Artigo 115."
Determinaçáo da atividade do trabalhador
1 - Cabe às partes determinar por acordo a atividade para que o trabalhador é contratado.
2 - Adeterminaçáo a que se refere o número anterior pode ser feita por remissáo para
categoria de instrumento de regulamentaçáo coletiva de trabalho ou de regulamento
interno de empresa.
3 - Quando a natureza da atividade envolver a prática de negócios jurídicos, consi-
dera-se que o contrato de trabalho concede ao trabalhador os necessários poderes, salvo
se a lei exigir instrumento especial.

- O instrumento de regulamentaçáo coletiua é regido pelo art. 476.0 e sps.


- O regulamento interno de empresa está preuisto no art. 99.o.
-'4s Diretiuas n."' 2005/36/CE, relatiua ao reconhecirnento das quakfcações profssionais, e
2006/ 1 00/CE, relatiua aos seruiços no mercad.o intemo, forarn transpostas pek Lei n.o 9/2009,
de 4 de rnarço, cuja úhima aberação foi conferida pela Lei n." 31/2021, de 24 de nraio.

- Os princípios e regras necesstírios para simplifcar o liure dcesso e exercicio de atiuidades


de seruiços constam daDiretiua n." 2006/123/CE do Parlamento Eurolteu e do Conselho,
de 12 de dezembro, trdnspostapelo DL n." 92/2010, de 26 de julho, aherado pelo DL n.o
9/2021, de 29 de janeiro.
-O regime jurídico do Sistema de Regulação de Acesso a Prof.ssões (SRAP) foi instituído
pelo DL n." 92/2011, de 27 de jullto, o qualfoi substituído felo DL n." 37/2015, de 10
de março, que tannbémfoi substituído pela Lei n." 2/2021, de 21 de janeiro, como referido
na anotação ao art. 117.o.
- O regime jurídico da atiuidade profssional do marítirno (insnição, aptidão, íormação,
certifcaçáo, r€crutaruento e lotação das embarcaçoes) é estabelecido pelo DL n.o 166/2019,
de 3l de outubro.
-Ac. STJ, de27-01-2021, Proc. 1594/19.278L58.L1.51, Rel.José Feteira: II-Epactf.co
na jurisprudência, designadamente do Supremo Tiibunal, náo se mostrãr necessrírio que
o trabalhador desempenhe todas as tarefas oufunções que tipifquern determinada categoria
profssional institucionalizada para que se lhe deua reconltecer o direito à correspondente
classif.caçáo. Basta que haja urna correspondêrucia no que respeita ao núcleo essencial das
funções ou tarefas predominantemente exercidas pelo trabalhador para que tal suceda.

122
ATIVI DADE DO TRABALHADOR

Artigo I16."
Autonomiatécnica
A sujeiçáo à autoridade e direçáo do empregador náo prejudica a autonomia técnica
do trabalhador inerente à atividade prestada, nos termos das regras legais ou deontológicas
aplicáveis.

- Essencialmente, as regras deontológicas prouênt dos estdtutos das ordens e outrds associações

prof.ssionais ou dos códigos deontológicos.


- O regime jurídico da criação, organização funcionamento das associações públicas
e

profssionaís contém-se na Lei n.o 2/2013, de 10 de janeiro, alterada pela Lei n.o 12/2023,
de 28 de março.

- As ordens existentes sáo as seguintes: aduogados, arquitetos, assistenles sociais, biólogos,


contabilistas certif.cados, despachantes oficiais, economi.stas, enfermeiros, engen/teiros,
engenheiros técnicos, farmacêuticos, fisioterapeutas, médicos, médicos dentistas, médicos
ueterinários, notários, nutricionistas, psicólogos, reuisores oficiais de contas e solicitadores

e agentes de execução [wuu'cruop.ptJ.

Artigo 117."
Efeitos de falta de título proftssional

Sempre que o exercício de determinada atividade encontÍe legalmente condicionado


se
1 -
à posse de título profissional, designadamente carteira profissional, a sua falta determina
a nulidade do contrato.
2 - Quando o título profissional é retirado ao trabalhador, por decisáo que jâ nãto
admite recurso, o contrato caduca logo que as partes sejam notificadas da decisáo.

-A Classificaçáo Portuguesa das Profssões é defnidapelo Instituto Nacional de Estatística.


- Diretiua n." 2005/36 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 7/09/2005, rehtiua ao
reconhecimento das qualif.cações profssìonais. Preuê a Carteira Profissional Europeia (EPC).

- As carteiras profssionais tinham jurídico traçado no DL n." 358/84, de


o seu regime
13 de nouembro, quefoi reuogado pek alínea b) do n." I do art. 21.o do Deueto-Lei n.o
92/201 1, de 27 de julho, que ueio estabelecer o regime jurídi& do Sistema de Regulaç,4o
de Acesso a Profssões (SMP), em uigor d. partir de I de agosto de 201 l, que, Por sud aez,
ueio a ser substituído pelo DL n.o 37/2015, de 10 de março, já reuogado pela Lei n.o
2/2021.
- O regime de acesso e exercício de profssões e d.e atiuidades prof.ssionais encontrd-se contido
na Lei n.o 2/2021, de 21 janeiro, que procedeu à transposição Para a ordem jurídica
de

interna da Diretiua (UE) 2018/958 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 28 de


junho de 2018, nela se contendo (no art. 3.o) as seguintes definições:
a) <Atiuidade profissi.onalr, a atiui.dade lícita que constitua ocupação ou modo de
uida de pessoasingular, desenuoluida em regime permanente, temporuírio ou sazonal,
d título principal, secundcírio ou acessório, com subordinaçáo ou Autonornid, em ex'
clusiuidade ou cumulação, e que pode integrar o conteúdo tr.pico de uma profissão;

123
\ ':
i

CÓDIGO DO TRABALHO ANOTADO

b) oAtiuidade reseruadar, forma de regulamentaç,4o de uma profissão ent que o acesso


a umã atiuidade profssional 0u A am grupo de ati.uìd.ades profssionais estri, direta
ou indiretamente, reseruado, ãos membros de umaprofissáo regulamentada que sejam
titulares de uma qualif.caçáo específica, inclui.ndo os casos ern que a atiuidade seja
p arti lh ada com outras profssõ es regu lamentadas ;
c) <Forrnação regulamentadar, formaç,ão especifcammte orimtaàa para 0 exercíci.o dz
a

dÊternninadaprofissãn, liure ouregukmenudz, qte coruisanum cicb dz estudts, eumtualmente


completadn por formaç,1o profssional, atágio profssional ou prrhica profssional, que se
enquadre em qualqun dns níueis dr quafficaç,ão dn Quadro Nacional dr Qtnlificaçõa;
d) nProfssão>, a atiuidade ou o conjunto de atiuidades profssionais atribuídas a de-
terminado ptrfl, preuiamente existente ou criado em funç,4.o das necessidades do
mercado de nabalbo;
) <Prof.ssao de acesso liurer, a atiuidade ou o conjunto de atiuidades profissionais
cujo acesso não depende da uerificação de requisitos profssionai.s, nomeadamente da
titularidade de determinadas qualificações profssionais, sem prejuízo da existência
de fo rm aç,4o regu lam en tada ;
f) *Profiss,ão regulamentada>, a atiuidade ou o conjunto de atiuidades profissionais
em que o ãcesso, o exercício ou uma das modalidada de exercicio dependem direta
ou indiretamente da titularidade de determinadas qualificações profissionais,
constituindo, nomeadamente, urna modalidade de exercicio o uso de um título
profissional limitado aos detentores de uma deterrninada qualifcação profssional;
d -Q"okfrcações profssionais>, as qualifcações atestadas por titulo ou certificado de
formação, certif.caào ou dipbma dr qualifcações, documentos que ãtestam a titularidadt
de um grau ou diploma de ensino superior declaraç,1o de competência ou de experiência
profissional, euentualmente em cumulação com qualquer umd clasformas anteriores;
h) <Requisitos profissionaisr, qualquer deuer, obrìgação, proibição, condição ou limite
imposto à pexoa singular parã o acesso ou exercicio de uma profssão ou atiuidade
profssional, nomeadamente qualifcações profssionais, independentemente de estãrem
preuistos €m norrnas legais, regulamentares ou adminisïratiuas;
i) <Thulo profsiorah,, o dncummto que ãtesta as cornpetênc*1s e qualifcações profssionais
para o desempenho de urua profixáo ou atiuidade prof.ssional;
necessrírias
j) *Título profssionalprotegido>, forma de regulamentação de uma profss,4o em que
a utilizaçáo de um thulo, no ,âmbito de uma atiuidade profssional ou de um grupo
de atiuidades profssionais, está subordinada, direta ou indiretamente, à posse de
uma determinada qualificação prof.ssional, e a utilizaçao abusiua desse título estd
sujeita a sanções ou outrds rnedidas.
-A liberdade de acesso e exercício deprofssõa ou atiuidades profssionais é consagrada na
naesmã Lei n.o 2/202 l, dispondo no seu art. 4.o, n.o I que "os regimes de acesso e exercício
igualdaìr dz oportunidadat
dr profssões ou atìuidades profssionais dzuem ser liures, garantir a
o direito ao trabalho, o direito à liberdade de escolha de prof.ssáo ou de trabalho, e a liure
circulaç,ão de trabalhadores e prestadores de seruiço".

124
ATIVIDADE DO TRABALHADOR

-O reuogado DL n." 37/2015, de 10 de ,marçofora adaptado à R.A. da Madeira pelo


DLR n." 14/2015/M, de 22 de dezembro.
(EUROPASS)
- Urn regime de mel/tores seruiços em matéria de competências e qualifcações
consta da Decisão (EU) 2015/646 do Parlaruento Europeu e do Conselho.
- O reconhecimento das qualifcações profssionais adquiridas noutro Estado-Membro da
Uni,4o Europeia por nacìonal de Estado-Membro que pretenda exercer, como trabalhador
ìndrpendznte ou como trabalhador subordinadn, uma profissáo regulamentada nã.o abrangid"a
por outro regime espectfco consta da Lei n.o 9/2009, de 4 de março, cuja última uersáo
resulta da Lei n." 31/2021, de 24 de maio, transpondo diuersas diretiuas.
Relatiuarnente do recon/tecimento das qualifcações profissionais, aherada pela Lei n.o
41/2012, de 28 dr agosto, trdnspôs para a ordzm jurídica i.nterna a Diretiua n." 2005/36/CE,
do Parlarnento e do Conselho, de 7 de setembro.
- O Sistema Nacional de Qualifcações contérn-se no DL n." 396/2007, de 3l de dezembro,
alterado pelo DL n.o 84/2019, de 28 de junho. A Agência Nacional para a Qualifcaç,4o
eo Ensino Profissional, IR tem os seus estdtutos aprouados pela Portaria n." 168/2019, de
30 de rnaio. (Jma das suas competências é dzsenuoluer o Catálogo Nacìonalde Quali.ficações
(cNQ. No Acordo Para a Formaçã.o Profissional e Qualificaçã0, de 28-07-2021, fcou
preuista a elaboraçáo de urn nouo Catrílogo Nacional de Qualifcações'73
- As profssões regulamentadas sã.o numerosas, sendo, uhimamente, atraués de Leis, mas,
antes, também por meio de decretos-leis e, igualmente, atraués de portarias (u. sítio na
Internet da ACT). Como exemplos recentes, o regime de acesso e exercício de atiuidade de
tueinador de desporto está regulado pela Lei n.o 40/2012, de 28 de agosto, aherada pela
Lei n.o 106/2019, de 6 de setembroe pelo DL n.o 9/2021, de 29 de janeiro; o regime do
profssional de bailado cltíssico ou contemPorâneo pela Lei n." 22/2019, de 26 defeuereiro,
e a profssão de criminólogo pela Lei n.o 70/2019, de 2 de setembro.

Artigo 118."
Funçóes desempenhadas pelo trabalhador
1 O trabalhador deve, em princípio, exercer funçóes correspondentes à atividade para
-
que se enconrra contratado, devendo o empregador atribuir-lÉe, no âmbito da referida
atividade, as funções mais adequadas às suas aptidóes e qualificaçáo profissional.
2 - Aatividade contratada, ainda que determinada por remissáo para categoria profissional
de instrumento de regulamentaçáo coletiva de trabalho ou regulamento interno de
empresa, compreende as funçóes que lhe sejam afins ou funcionalmente ligadas, Para
as quais o trabalhador tenha quaiificaçáo adequada e que náo impliquem desvalorizaçío
profrssional.
3 - Para efeitos do número anterior e sem prejuízo do disposto em instrumento de
regulamentaçáo coletiva de trabalho, consideram-se afìns ou funcionalmente ligadas,
designadamente, as funçóes compreendidas no mesmo grupo ou carreira profissional.

73
Inserto no sítio da Internet do CES: www.ces.pt/concertacao-social.

125
1
l
i

CÓOICO DO TRABATHO ANOTADO


:

4 - Sempre que o exercício de funçóes acessórias exigir especial qualificaçáo, o trabalhador


tem direito a formaçáo profissional náo infertor a dez horas anuais.
5 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto no número anterior.

- O exercício de funçoes af.ns ou funcionalmente ligadas pode acarretar retribuição mais


eleuada, cfr. art. 267.o.
- O direito àformaç,ão prof.ssional disciplinado no ãrt. 130.0 e sgts.
esttí

-Ac. do STJ, de 26-06-2019, Proc. n." 14595/16.3TSLSB.L1.St, Rel. António Leone


Dantas: I - No âmbito do AE entre o Sindicato dos Bancririos do Sul e Ilhas e a FETESE
- Federaçáo dos Sindicatos dos Sectores dos Seruiços, publicado no Boletim de Tiabalho
e Emprego, l.a Sérìe, de 22 de maio de 2003, a categoria de administrdtiuo pressupõe
que o trabalhador (executa tarefas de âmbito administratiuo, de acordo com a círea or-
ganizacional em que se encontra inseridor, enquanto aos auxiliares de açáo mêdica
incumbe, para alén't do rnais, a marcação de consuhas e atos clínicos. II - Num seruiço
uocacionado Para a marcação de atos médicos e de exames complementares e que esgota
a sua funçáo na realização dessa atiuidade, incumbindo à categoria dos oauxiliares de
aç'ío médica> a <marcação de consuhas e atos clinicosD, as tarefas de cunho burocruítico
deriuadas da realização daqueles Atos e exarnes e com os mesmos conexas, e prosseguidas
por aqueles profssionais, não autonomizam uma diuersa categoria profssional, nomeadamente,
a categoria de adrninistratiua.
-Ac. do TkL I 1-07-2019, Proc. 1405/17.3TSBRR.L1-4, Rel. Eduardo Sapateiro: VIII
- O trabalhador classificado pela entidade empregadora coln urna. determinada categoria
profssional sti tem direito a que lhes seja atribuída umã categoria profissional superior e
que lhe sejam pagas as diferenças salariais entre o que efetiuamente recebeu a título de re-
muneração, em função da categorìa em que foi integrado pela Ré e aquilo que auferiu no
quadro € Por causa dessa categoria superior, caso uen/ta desempenhando, corn habìtualidade
e permanência, as
funções essenciais, fuhrais, juridicamente caracterizadoras dessa outra
categoria profissional.

Artigo 119."
Mudança para categoria inferior 4

A mudança do trabalhador para categoria inferior àquela para que se encontra


contratado pode ter lugar mediante acordo, com fundamento em necessidade premente
da empresa ou do trabalhador, devendo ser autorizada pelo serviço com competência
inspetiva do ministério responsável pela área laboral no caso de determinar diminuiçáo
da retribuiçáo.

- O seruiço corn cornpetência inspetiua do ministério responsduel será a direção regìonal,


o c€ntro ou uni.dade local da ACT (DR 47/2012, de 31 de junho, Portaria n.o
1294-D/2007, de 28 de setembro e Despacho n." 22726-8/2007, de 28 de setembro)
- [www.act.gou.ptJ.

126
INVALIDADE DO CONTRATO

Artigo )20."
Mobilidade funcional
pode, quando o interesse da empresa o exija, encarregar o trabalhador
1 - O empregador
de exercer temporariamente funçóes náo compreendidas na atividade contratada, desde
, que tal náo implique modificaçáo substancial da posição do trabalhador.
; - As partes podem alargar ou restringir a faculdade conferida no número anterior,
mediante acordo que caduca ao fim de dois anos se náo tiver sido aplicado.
3 - Aordem de alteraçáo deve ser
justifrcada, mencionando se for caso disso o acordo
a que se refere o número anterior, e indicar a duraçáo previsível da mesma, que náo
deve ultraPassar dois anos.
4-O disposto no n.o 1 náo pode implicar diminuiçáo da retribuiçáo, tendo o trabalhador
direito às condiçóes de trabalho mais favoráveis que sejam inerentes às funçóes exercidas.
5 Salvo disposiçáo em contrário, o trabalhador náo adquire a categoria corresPondente
-
às funçóes temporariamente exercidas.
6 O disposto nos números anteriores pode ser afastado por instrumento de regulamentafr"o
-
coletiva de trabalho.
7 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto nos ÍI.o' 1, 3 ou 4.
Antes esta
- denominaua'se como 'ius uariandi.".
fgura
- Em pri.ncípio é proibido ao empregador diminuir a retribuiç,ão, conforme art. 129.o,
n.o 1, al. d).
- Os limites do conteúdo dos insfuurnentos de regukmentaçáo coletiua encontrnrn-se preuistos
n0 art. 4783 e o conteúdo das conuenções coletiuas esttí indicado no art. 492.o.

sECÇÁo VIrr
INVALIDADE DO CONTRAÏO DE TRABALHO

Artigo 121."
Invalidade parcial de contrato de trabalho
1 - A nulidade ou a anulaçáoparcial náo determina a invalida$e de todo o contrato de
trabalho, salvo quando se mostre que este náo teria sido celebrado sem a parte viciada.
2- Acláusula de conrrato de trabalho que viole norma imperativa considera-se substituída
por esta.

- As normas sobre a nulidade e anulabilidade do negócio jurídico em geral constam do


art. 285.o e sgts. do Código Ciuil e afaha e uícios da uontade no art. 240.o e sgts. do mesmo
Código.

- Sobre a imperatiuidade das normts, u. ãrt. 3'o e as respeti.uas anotações.


- "São nulas as cláusulas do connato, indiuidual ou colectiuo, pelo qual o trabalhador
assuma a obrigaç,ão de pagar total ou parcialmente, as contribuições deuidas pela entidade
empregadora" (art. 59.o, 7t.o 2, da Lei n," 4/2007, de 16 de janeiro (bases gerais do sistema
de segurança social).

127

ì
j

CÓDIOO DO TRABALHO ANOTADO

Artigo 122."
Efeitos da invalidade de conrrato de trabalho
I - O contrato de trabalho declarado nulo ou anulado produz efeitos como válido em
relaçáo âo tempo em que seja executado.
2 - A ato modificativo de contrato de trabalho que seja inválido aplica-se o disposto
- no número anterior, desde que náo afete as garanrias do trabalhador.

-As garantias do trabalhador encontram-se enumeradas no art. 129.o.

Artigo 123."
Invalidade e cessaçáo de contrato de trabalho
1 - A facto extintivo
ocorrido antes da declaraçáo de nulidade ou anulaçáo de conrraro
de trabalho aplicam-se as normas sobre cessaçáo do contrato.
2 - Se for declarado nulo ou anulado o contrâto a termo que já tenha cessado, a
indemnizaçáo tem por limite o valor estabelecido no artigo 393." ou 401.", respetivamenre
para despedimento ilícito ou denúncia sem aviso prévio.
3 - A invocaçáo de invalidade pela parte de mâ lê., estando a outra de boa Íë, seguida
de imediata cessaçáo da prestaçáo de trabalho, aplica-se o regime da indem nizaçâo
prevista no n.o 3 do artigo 392." ou no artigo 401.o para o despedimento ilícito ou
paÍa à denúncia sem aviso prévio, conforme o caso.
4 - A má fé consiste na celebraçáo do contrato ou na manutençáo deste com o
conhecimento da causa de invalidade.

- As normas sobre a cessação do contrato, dotadas de imperatiuidade absoluta em geral,


constãm do caphulo VII, art. 338." e sgts.
- A causa de inualidade do contrato de trabalho mais comum resulta da celebração de
contrnto de trabalho com estrangeiro (de fora da UE) sem o uisto competente (ou, pelo
rnenoq sem o seu pedido).

-Aa do STJ, de 23-10-2019, Proc. 3291/16.1T9PRTPL.S1, Rel. Ferreira Pinto: IV)


- O contrato de trabalho declarado nulo ou anulado produz efeitos como se fosse urílido
em relação ao tempo durante o qual esteue em execuçã.o, conforine prescreue o ãrtigo 122.o,
n.o I, do Código do Tiabalho, na redaç,ão introduzida pela Lei n.o 7/2009, de 12 de
feuereiro, sendo que a ocorrência de um facto extìntiuo do contrato dntes da declaraç,4o de
nulidade ou anulaçãn do contrato tert as consequências preuistãs no artigo 123.o, n.o 1,
do mesmo diploma hgal. V) - À cessaç,ãounilateral do contrãto de trabalho por iniciatiua
da empregadorA, umt Uniuersidade-Fundaç,ão, uerificada ímtes dd declaração de nulidade
do mesmo contrdto, aplicã-se o regime jurídico da cessaçáo do contrato indiuidual de
trabalho (artigo 123.o, número 1, citado) qae, no caso, se considera ilícita, porque realizada
sem justa causa. e sem préuia elaboração de ltrocesso disciplinar. VI)
- Apesar da ilicitude
deste despedirnento, o trabalhador tem direito a receber ãpenas as retribuições que deixou
de auferir desde os 30 dias anteriores à propositura da aç,ão até à data ern que tomou co-
nhecimento da inuocaç,4o da nulidade do contrato. VII - Assirn, o nabalhador não tern

128

':.

À
DIREITOS, DEVERES E GARANTIAS DAS PARTES

direito à reintegraç,io no seu posto de trabalho por a tal obstar o comando constitucional
ínsi.to no d.rtigo 47, n.o 2, da Constituição da República, quando não se demonstre que o
recrutã.mento o trabalhador obedeceu ao Processo prêuio de seleção exigido pela lei em uigor
aquando do estabelecimento da relação jurídico-laboral.

Artigo 124."
Contrato com objeto ou fìm contrário à lei ou à ordem pública
1 - Se o contrato de trabalho tiver por objeto ou fim uma atividade contrária à lei ou
à ordem pública, a parte que conhecia a ilicitude perde a favor do serviço responsável
pela gestáo financeira do orçamento da segurança social âs vantagens auferidas decorrentes
do contrato.
2 - Aparte que conhecia a ilicitude náo pode eximir-se ao cumprimento de qualquer
obrigaçío contratual ou legal, nem reaver aquilo que prestou ou o seu valor, quando a
outra parte ignorar essa ilicitude.
3 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto no n.o 1.

- O conceito de ordem pública encerra um "conjunto de princípios basilares de uma dada


ordern jurídica, fundados em ualores de moralidade, de justiça ou de segurança social, que
regulam os interesses gerai.s e considerados fundamentais da coletiuidade, e que informam
urn conjunto de disposições legais" (Ana Prata, Dicionário Jurídico, 4.o ed, Almedina,
2005, pág. 83).

Artigo 125."
Convalidaçáo de contrato de trabalho
1 -Cessando a causa da invalidade durante a execuçáo de contrato de trabalho, este
considera-se convalidado desde o início da execuçáo.
2 - No caso de contrato a que se refere o artigo anterior, a convalidaçáo só produz
efeitos a partir do momento em que cessa a causa da invalidade.

- "Quando num contrato nulo é sanada a nulidndz peln superumiência dn requisito dr ualidaàr
que lhefabaua, diz-se que conualesceu, conualidando-se" (Ana hpta, ob. cit, pá'g.332).

sECÇÁo IX
DIREITOS, DEVERES E GARANTIAS DAS PARTES

SUBSECÇÁO I
DrsPosrÇÓns crnrus

Artigo 126."
Deveres gerais das partes
1 - O empregador e o trabalhador devem proceder de boa fe no exercício dos seus
direitos e no cumprimento das respetivas obrigaçóes.

129
1
)t

ì
CÓOIGO DO TRABALHO ANOTADO i

2 - Na execuçáo do contrato de trabalho, as partes devem colaborar na obtençáo da maior


produtividade, bem como na promoçáo humana, profissional e sociai do trabalhador.

- O abuso de direito estrí preuisto no art. 334." do Ctidigo Ciuil.


- A níuel da UE: Carta dos Direitos Fundamentais, Pilar Europeu dos Direitos Sociais e
Diretiua 2019/1 152 do Parlamento Europeu e Conselho de 20 de julho de 2019.

Artigo 127."74
Deveres do empregador
1- O empregador deve, nomeadamente:
a) Respeitar e tratar o trabalhador com urbanidade e probidade, afastando quaisquer
atos que possam afetar a dignidade do trabalhador, que sejam discriminatórios,
lesivos, intimidatórios, hostis ou humilhantes paÍa o trabalhador, nomeadamenre
assédio;
b) Pagar pontualmente a retribuiçáo, que deve ser justa e adequada ao trabalho;
.) Proporcionar boas condiçóes de trabalho, do ponto de vista físico e moral;
d) Contribuir paÍa_ elevaçáo da produtividade e empregabilidade do trabalhador,
^
nomeadamente proporcionando-lhe formaçáo profissional adequada a desenvolver
a sua qualificaçáo;
e) Respeitar a autonomia técnica do trabalhador que exerçâ atiüdade cuja regulamentafo
ou deontologia profissional a exija;
f) Possibilitar o exercício de cargos em estruturas representativas dos trabalhadores;
g) Prevenir riscos e doenças profissionais, tendo em conta a proteçáo da segurança
e saúde do trabalhador, devendo indemnizá-lo dos prejuízos resultantes de acidentes
de trabalho;
h) Adotar, no que se refere a segurança e saúde no trabalho, as medidas que decorram
de lei ou instrumento de regulamentaçâo coletiva de trabalho;
i) Fornecer ao trabalhador a informaçáo e a formaçáo adequadas à prevençáo de
riscos de acidente ou doença;
j) Manter atualizado, em cada estabelecimento, o registg dos trabalhadores com
indicaçáo de nome, datas de nascimento e admissáo, modalidade de conrraro,
categoria, promoções, retribuiçóes, datas de início e termo das ferias e faltas que
impliquem perda da retribuiçáo ou diminuiçáo de dias de férias.
k) Adotar códigos de boa conduta paraaprevençáo e combate ao assédio no trabalho,
sempre que a empresa tenha sete ou mais trabalhadores;
l) Instaurar procedimento disciplinar sempre que tiver conhecimenro de alegadas
situaçóes de assédio no trabalho.

7a
Contém as alteraçóes introduzidas pelo art. 2." daLei n." 2312012, de 25 dejunho (n." 5 e 6),7312017,
de 16 de agosto e 7312023, de 3 de abril (n.o 7), tendo esta última revogado os n.o'3 e 4;12012015, de I
de setembro (n." 4) e os aditamentos ditados pelo art. 2." daLei n." 7312017, de 16 de agosto (a1íneas k) e
l
l) do n." 1. 1

:
ì

l
130 ì
i
j
DIREITOS, DEVERES E GARANTIAS DAS PARTES

2 - Na organizaçío da atividade, o empregador deve observar o princípio geral da


rdaptaçío do trabalho à pessoa, com vista nomeadamente a atenuâr o trabalho monótono
ou cadenciado em funçáo do tipo de atividade, e as exigências em matéria de segurança
e saúde, designadamente no que se refere a pausas durante o tempo de trabalho.
3 -O empregador deve proporcionar ao trabalhador
condiçóes de trabalho que favoreçam
a conclliaçâo da atividade profissional com a vida familiar e pessoal.
4 - O empregador deve afixar nas instalaçóes da empresa toda a informaçáo sobre a
Iegislaçío referente ao direito de parentalidade ou, se for elaborado regulamento interno
a que alude o artigo 99.o, consagrar no mesmo toda a legislaçáo.
J - (Reuogado)7s
6 - (Reuogado)
7 - Constirui contraordenação grave a violaçáo do disposto nas alíneas k) e l) do n." 1

e contraordenaçáo leve a violaçáo do disposto na alínea j) do n." 1 e no n.o 4.

- Atraués da reuogação do n.o 4, deixou de ser necessrírio enuiar à unidade local da ACT
diuersa documentação. Porém, o empregador ainda está obrigado, em geral, às segui'ntes
comunicações no que tdnge d:
- Celebraç,4o e cessação de contrato de trabalho com estrangeiro de fora do E.E.E. ou
apátrida (art. 5.o, n.o 5)t
- Adrnissão de ntenor com idade inferior a I 6 anos ou que preste trabalho durante as ferias
escolares (art. 69.o, n.o 4);

- Mudança Pdra categoria inferior (art. I l9.o);


- Celebraç,4o de contrato a termo, nos termos Preuistos em portaria a publicar (art. 144."
n.o 2);
- Relaçã.o nominal dos trabalhadores que prestardm trabalho suplementar (art. 231.o, n.o
7);
- Planos de formação (art. 13." da LR);
- Nottfcações e comunicações na rírea da promoçáo da segurança e saúde (art. 113.o da
Lei n.o 102/2009);
- Informaç,ão sobre a ati.uidade social da empresa - IES - (arts. 32.o a 34.o da LR e
Portaria 55/2010, de 21 de janeiro, alteradapela Portariah." IOS-,,q/2011, de 14 de
nidrço Relatório (Jnico (anexo I) e Lei n." 60/2018, de 2l de agosto - rnedidas de
-
promoçáo de igualdade remuneratória entre ltomens e mullteres.
- Declaração Mensal de Remunerações - AT atraués do modelo aprouado pela Portaria
n." 307/2022, de 27 de dezembro.
- Com a 5, deixa de ser obrigatória a comunicação do empregador à
reuogaçã.o do n.o
ACT sobre o Fundo de Compensagín do Tiabalho (FCT), que é umfundo autónomo, de
capitalizaç,ão indiuidual, fnanciado pelos empregadores atrauês de contribuições mensais,
destinado ao pdgarnento até 50% do ualor da compensaç,1o deuidapela cessaçáo do contrato
de trabalho. Por seu turno, o Fundo de Garantia de Compensaç,ão do Tíabalho (FGCT)

75
F.ste n.o 5 e o seguinte foram revogados por meio da alínea a) do att. 33." da Lei n." 1312023, de 3 de abril.

131
CODIOO DO TRABALHO ANOÏADO

tendo idêntico f.nanciamento uisando garantir primeiro. Foram criados pela Lei n.o
o
70/2013, de 30 de agosto, aheradapelo DL n." 210/2015, de 25 de seternbro e Lei n.o
24-D/2022, de 30 de dezembro. Os procedimentos encontram-se estabelecidos na Portaria
n." 294-'U2013, de 30 de setembro e nos Regulamentos n."' 390-A e B/2013, de 14 de
outubro. As obrigações dos empregadores relatiuas a estesfundosfcam suspensas nos termos
dos n.os 3 e 4 da Lei n.o 13/202i, de 3 de abril, a partir de I de maio de 2023.

Artigo 128."
Deveres do trabalhador
1- Sem prejuízo de outras obrigaçóes, o trabalhador deve:
a) Respeitar e tratar o empregador, os superiores hierárquicos, os compaúeiros de trabalho
e as pessoas que serelacionem com a empresa, com urbanidade e probidade;
b) Comparecer ao serviço com assiduidade e ponrualidade;
c) Realizar o trabalho com zelo e diligência;
d) Participar de modo diligente em açóes de formaçáo profissional que lhe sejam
proporcionadas pelo empregador;
e) Cumprir as ordens e instruçóes do empregador respeitantes a execuçáo ou disciplina
do trabalho, bem como a segurança e saúde no trabalho, que náo sejam contrárias
aos seus direitos ou garantias;
f) Guardar lealdade ao empregador, nomeadamente náo negociando por conra
própria ou alheia em concorrência com ele, nem divulgando informaçóes referentes
à sua organrzaçío, métodos de produçáo ou negócios;
g) Velar pela conservaçáo e boa utilizaçáo de bens relacionados com o trabalho que
lhe forem confiados pelo empregador;
h) Promover ou executar os atos tendentes à melhoria da produtividade da empresa;
i) Cooperar para melhoria da segurança e saúde no trabalho, nomeadamenre por
^
intermédio dos representantes dos trabalhadores eleitos para esse fim;
j) Cumprir as prescriçóes sobre segurança e saúde no trabalho que decorram de lei
ou instrumento de regulamentaçáo coletiva de trabalho. Á

2 - O dever de obediência respeita tanto a ordens ou instruçó.3 do .-pregador como


de superior hierárquico do trabalhador, dentro dos poderes que por aqueie lhe forem
atribuídos.

- Serri o desrespeito por alguma ou algumas destas garantias e deueres bcísicos, que poderuí
gerãr o incumprimento do contrato (art. 323.o) e as diferentes res?onsabllldades (art. 328."
e sgts.).

- A concretização destes deueres podercí processar-se atraués de regulamento interno, preuisto


no art. 99.o, respeitando também o instrumento de regulamentação coletiua aplicliuel.

-Tendo denunciante, o trabalhador podercí benef.ciar da presunção de que a aheraçáo


si.do

das condições de trabalho, de suspensão ou cessaçáo do contrato, da sua aualiaç,ão e até


da não conuersáo do seu contrdto ã termo em contrato sem termo resultam de retaliaç,ão

132

Ã
DIREITOS, DEVERES E GARANTIAS DAS PARTES

do empregador, nos termos do art. 21." dq Lei n." 93/2021 - Regime geral de proteção
do denunciante de certts infrações.

Artigo 129."
Garantias do trabalhador

I -É, proibido ao emPregador:


a) Opor-se, por qualquer forma, a que o trabalhador exerça os seus direitos, bem
como despedi-lo, aplicar-lhe outra sançáo, ou tratá-lo desfavoravelmente por causa
desse exercício;
b) Obstar injustificadamente à prestaçáo efetiva de trabalho;
.) Exercer pressáo sobre o trabalhador paraque atue no sentido de influir desfavo-
ravelmente nas condiçóes de trabalho dele ou dos companheiros;
d) Diminuir a retribuiçáo, salvo nos casos previstos neste Código ou em instrumento
de regulamentaçáo coletiva de trabalho;
e) Mudar o trabalhador para categoria inferior, salvo nos casos previstos neste Código;
f) Tiansferir o trabalhador para outro local de trabalho, salvo nos casos previstos
neste Código ou em instrumento de regulamentaçáo coletiva de trabalho, ou ainda
quando haja acordo;
g) Ceder trabalhado r parautilizaçáo de terceiro, salvo nos casos previstos neste Código
ou em instrumento de regulamentação coletiva de trabalho;
h) Obrigar o trabalhador a adquirir bens ou serviços a ele próprio ou a pessoa por
ele indicada;
i) Explorar, com fim lucrativo, cantina, refeitório, economato on outro estabelecimento
diretamente relacionado com o trabalho, para fornecimento de bens ou prestaçáo
de serviços aos seus trabalhadores;
ì Fazer cessar o contrato e readmitir o trabalhador, mesmo com o seu acordo, com
o propósito de o prejudicar em direito ou garantia decorrente da antiguidade.
k) Obstar a que o trabalhador exerça outra atividade profissional, salvo com base em
fundamentos objetivos, designadamente segurança e saúde ou sigilo profissional,
ou tratá-lo desfavoravelmente por causa desse exercício.{6
2 - O disposto na alínea k) do número anterior náo isenta o trabalhador do dever de
lealdade previsto na alínea f) do n." 1 do artigo anterior nem do disposto em legislaçáo
especial quanto a impedimentos e incompatibilidades.
3 - Constirui contraordenaçáo muito grave a violaçáo do disposto neste artigo.

- por algunta ou algumas destas garantias e deueres básicos,ltreuistos no


Será o desrespeito
art. 127.o, que pode gerar o incumprimento do contrato (art. 323.") e pode acarretar, no-
meadamente a sud suspensão ou resolução (arts. 325.o e 3943) para alérn da responsabilidadt
contraordenacional ou até Pendl.

76
Esta alínea k) e o seguinte n.o 2 foram introduzidos por força do aft.23 da Lei n." 1312023, de 3 de abril'
que também passou o n.o 2 para n." 3.

133
CÓDI60 DO TRABALHO ANOTADO

-Ac. do TRE, de 10-10-2019, Proc. n." 1841/I9.9TBEVR.EL, Rel. Mtírio Branco


Coelho: 1. A diminuiç,ão da retribuiçáo po,, *rro acordo corn o trabalhador, não é
admitida por lei. 2. Admitindo a lei que a retribuiç,ão possa sofrer urna diminuiç,ão por
instrumento de regulamentaçã.o coletiua, não pode este deuoluer ao trabalhador o peso
pela diminuiçao da retribuição, colocando-o na posiç,4o desuantajosa que o legislador
expressarnente não admi.tiu. 3. O princípio da irredutíbilídade salarial não obsta à
aheração, por Parte do empregador, do modo de cálculo da retribuiçã.0, desde que tal
alteração náo redunde na diminuiç,ão da retribuição. 4. O que a lei ressalua é a
impossibilidade de reduçáo do ualor global da retribuição, nada impedindo que, sendo
esta constituída por diuersas parcelas ou elementos, o empregador ahere 0 quantitatiuo
de algumas delas ou até os suprima.

- Sobre a retribuiç,ão, a. art. 258.o e sgts; prestaçãodo trabalho e categoria profxional,


art. 115.o e sgts. e cedência de trabalbadores, arts. 173.o, 174.o e 288.o e sgts.
- O Princípio da lrredutibilidade da Retribuiç,ão, estudo do Professor Pedro Romano
Martinez, PDT 2021 - II, pág, 265.

SUBSECÇÁO il
FORMAÇÁO PROFISSIONAL

Artigo 130."
Objetivos da formaçáo proftssional

Sáo objetivos da formaçáo profissional:


Proporcionar qualificaçáo inicial a jovem que ingresse no mercado de trabalho
") sem essa qualificaçáo;
b) Assegurar a formaçáo contínua dos trabalhadores da empresa;
c) Promover a qualificaçáo ou reconversão profissional de trabalhador em risco de
desemprego;
d) Promover a reabilitaçáo profissional de trabalhador com defipiência, em particular
(
daquele cuja incapacidade resulta de acidente de trabalho;
e) Promover a integraçáo socioprofissional de trabalhador pertencente a grupo com
particulares dificuldades de inserção.

- CRQ art. 58.o, n.o 2, al. c).


- Ministros n." t 73/2007, publicada em 7/ I 1/2007, que aprouou
Resoluç,ã.o do Conselho de

a Reforma da Formação Profssional, nos terrnos dos documentos a ela anexos.

- DL n.o 396/2007, de 31 de dezembro, estabelece jurídico do Sistema Nacional


o regime
de Quah.fcações, def.ne as estruturas que asseguram o seufuncionamento e reaogou os DLs
n."' 401 e 405/91, de 16 de outubro, em que assentaaa o regime daformaç,ão profssional
- [uutw.iefp.ptJ. Foi aberado e republicado pelo DL n." 396/2017, de 31 de dezembro,
e aherado pelo DL 84/2019, de 28 de juruho.

134
F0RMAÇÀ0 PR0Ftsst0NAL

da reabilitação e profssional de trabalhador sinistrado por acidente


reintegraç'ho
- Os regirnes

de uabalho contêm-se no Art. 154.o e sgts. da Lei n." 98/2009, de 4 de setembro.

- A níuel da UE, foi criado o Centro Europeu Pdrd o Desenuoluimento da Formaçáo


prof.ssional- Regulamento ((IE) 2019/128, do Parlamento e do Conselho, de 16 de
janei.ro de 2019.
--Acordo
na Comissáo Permanente da Concertação Social sobre Formação Profssional e

Quahfcação, de 28 de julho de 2021'

Artigo 131."
Formaçáo contínua

1- No âmbito da formaçáo contínua' o emPregador deve:


a) Promover o desenvolvimento e a adequaçáo da qualificaçáo do trabalhador, tendo
em vista melhorar a sua empregabilidade e aumentar a produtividade e a comPe-
titividade da emPresa;
b) Assegurar a cadatrabalhador o direito individual à formaçáo, através de um número
mínimo anual de horas de formaçáo, mediante açóes desenvolvidas na empÍesa ou
a concessáo de tempo para frequência de formaçáo por iniciativa do trabalhador;
.) Organizar a formaçáo na empresa, estruturando planos de formaçáo anuais ou
plurianuais e, relativamente a estes, assegurar o direito a informaçáo e consulta
dos trabalhadores e dos seus rePresentantes;
d) Reconhece r e valorizar a qualificaçáo adquirida pelo trabalhador.
Z - O trabalhador tem direito, em cada ano, a um número mínimo de quarenta horas
de formaçáo contínua ou, sendo contratado a termo por período igual ou superior a
três meses, um número mínimo de horas proporcional à duraçáo do contrato nesse
ano.77 52
3 Aformaçáo referida no número anterior pode ser desenvolvida pelo empregador,
-
por enridade formadora certific ada para o efeito ou por estabelecimento de ensino
ieconhecido pelo ministério competente e dá lugar à emissáo de certifìcado e a registo
na Caderneta Individual de Competências nos termos do regime jurídico do Sistema
Nacional de Qualificaçóes. d

4-Paraefeito de cumprimento do disposto no n.o 2, sâo consideradas as horas de dispensa


de trabalho para frequência de aulas e de faltas para prestaçáo de Provas de avaliaçáo, ao
abrigo do regime de trabalhador-estudante, bem como as ausências a que haja lugar no
âmbito de processo de reconhecimento, validaçáo e certificaçáo de competências.
5 - O empregador deve assegurar, em cada ano, formaçáo contínua a Pelo menos l0
o/o

dos trabalhadores da empresa.


6 - O empregador pode antecipar até dois anos ou, desde que o plano de formaçáo
o preveja, diferir por igual período, a efetivaçáo da formaçáo anual a que se refere o
fr.o 2, imputando-se a formaçâo realizada ao cumprimento da obrigaçáo mais antiga.

77
Redação conferida pelo art. 2P daLet, n." 9312019, de 4 de setembro.

í35
CODIGO DO ÏRABALI]O ANOTADO

7 - O períod,o de antecip açío a que se refere o número anterior é de cinco anos no


caso de frequência de processo de recoúecimento, validaçao e cerdficat'o de competências,
ou de formaçáo que confira dupla certifïcaçáo.
8 -A formaçáo contínua que seja assegurada pelo utilizador ou pelo cessionário, no caso
de, respetivamente, trabalho temporário ou cedência ocasional de trabalhador, exonera
o empregador, podendo haver lugar a compensaçáo por parte deste em termos a acordar.
9 - O disposto na lei em matéria de formaçáo contínua pode ser adaptado por convençáo
coletiva que tenha em conta as características do sector de atividade, a qualifrcaçáo dos
trabalhadores e a dimensáo da empresa.
i 0 - Constitui contraordenaçáo gÍave a violaçáo do disposto nos fl.o' 1, 2 ou 5.

- O plano formação anual ou plurianual e a inforrnaçao sobre a formaçáo continua


de

estão disciplinados nos Arts. 13.o a I5." e 34." da LR. O anexo C do IAS conteruí o relatório
anual daformaç,4o contínua (Portaria n.o 55/2010, de 21 de janeiro).
- Aformaç,ão profissional realizadafora de honírio de nabalho que não exceda duas ltoras
náo se compreende na noçáo de trabalho suplernentar (art. 226.o, n.o 3, al. d).

- Sobre o local deformação profssional, u. o disposto no n.o 2 do art. 193.".


- O sistema de certifcaç,ão de entidadesformadoras contém-se na Portaria n." 851/2010,
de 6 de setembro, aherada pela Portaria n." 208/2013, de 26 de junho.
- Segundo a Norrna Tëcnica n.o I da ACT de 22/06/2015, em princípio, "a
formaçáo
profissional contínua preuista no artigo 131.o do Código do Trabalho náo tem de ser
cerfficada". V complemento na Norma Tëcnica n.o 9.
- As defnições dos diuersos tipos de fornnaç,ão constam do art. 3.o do DL n." 396/2007,
na redaçáo conferida pelo DL n.o 84/2019, de 28 de junho - regirne jurídico do Sistema
Nacional de Qualifcações e das estruturds que regulam o seufuncionamento.
- A qualif.cação inicial e a formaç,40 contínua dos motoristas de determinados ueículos
rodouirírios são objeto do DL n." 102-C/2020, de 9 de dezembro, que rranspõe a Diretiua
uE 20r8/645.
-Aformação ern contexto de trabalho em regime de abernância preuê-se no drt. 8.o da
Portaria n.o 70/2022, de 2 defeuereiro, que regula os cu.rsos de preuistos nã
Erendizagem
alínea b) do n.o I do art. 9." do DL n." 396/2007, de 31 de deàembro.

Artigo 132."
Crédito de horas e subsídio para formaçáo contínua
1 As horas de formaçáo previstas no n.o 2 do artigo anterior, que náo sejam asseguradas
-
pelo empregador até.ao termo dos dois anos posteriores ao seuvencimento, transformarn-se
em crédito de horas em igual número para forma@o por iniciativa do trabalhador.
2 - O crédito de horas para formaçáo é referido ao período normal de trabalho, confere
direito a retribuiçáo e conta como tempo de serviço efetivo.
3 - O trabalhador pode utilizar o crédito de horas para a frequência de açóes de formaçáo,
mediante comunicaçáo ao empregador com a antecedência mínima de 10 dias.

136
CLÁUSULAS ACESSÓRNS

4-- por insffumento de regulamentaçáo coletiva de trabalho ou acordo individual, pode


ser estabelecido um subsídio para pegamento do custo da formaçío, até ao valor da
retribuiçáo do período de crédito de horas utilizado.
5 -Em caso de cumulaçáo de créditos de horas, a formaçáo realizada é imputada ao
crédito vencido há mais temPo'
6 - O crédito de horas para formaçáo que náo seja utilizado cessa passados três anos
sobre â sua constituiçáo.
àformaç,ão prof.ssional arts. 24.o a 26: 29.o (direito à igualdade);
- Ainda se referem os e

61.o e 67.o (integraç,ão); 169.o, 187 e 282: (contratos de trabalho com regime especial);
302 a 304.o, 317." e 375.o (suspens,ão do trabalho).

Arrigo 133."
Conteúdo da formação contínua
determinada por acordo ou, na falta deste, pelo empregador,
I - Aâraüforma@o contínua é

caso em que deve coincidir ou ser afim com a atividade prestada pelo trabalhador.
2 - A árrea da formaçáo a que se refere o artigo anterior é escolhida pelo trabalhador,
devendo ter correspondência com a atividade prestada ou respeitar a tecnologias de in-
formaçáo e comunicação, segurança e saúde no trabalho ou língua estrangeira.
3 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto no n.o 1.

Artigo 134."
Efeito da cessaçáo do contrato de trabalho no direito a formaçáo
Cessando o contrato de trabalho, o trabalhador tem direito a receber a retribuiçáo
correspondente ao número mínimo anual de horas de formaçáo que náo lhe tenha
sido proporcionado, ou ao crédito de horas para formaçáo de que seja titular à data
da cessaçáo

- O regime da nabalho integra o capítulo WI, art. 338.o e sgts,


cessação do contrato de
enumerando-se as diferentes modalidades de cessação no art. Uí0.".

SECçÃO X
CúUSULAS ACESSÓRTAS

suBsEcÇÁo r
coNDrÇÁo E TERMO

Artigo 135."
Condição ou teÍmo suspensivo
Ao contrato de trabalho pode ser aposta, por escrito, condiçáo ou termo suspensivo,
nos termos gerais.

137
ï "1

CÓDICO DO TRABALHO ANOTADO I

l
:

- O regime geralsobre a condiç,ão e o termo constam do Código Ciuil, nos arts. 270.0 e sgts.

SUBSECÇÁO II
crÁusur-q.s DE LIMITAÇÁo DA LIBERDADE DE TRABALHo

Artigo L36."
Pacto de náo concorrência
1 -É nula a cláusula de contrato de trabalho ou de instrumento de regulamentação
coletiva de trabalho que, por qualquer forma, possa prejudicar o exercício da liberdade
de trabalho após a cessaçáo do contrato.
2 -Éilícita a limitaçáo da atividade do trabalhador durante o período máximo de dois
anos subsequente à cessaçáo do contrato de trabalho, nas seguintes condiçóes:
a) Constar de acordo escrito, nomeadamente de contrato de trabalho ou de revogaçáo
deste;
b) Tratar-se de atividade cujo exercício possa causar prejuízo ao empregador;
c) Atribuir ao trabalhador, durante o período de limitaçã,o da atividade, uma
compensaçáo que pode ser reduzida equitativamente quando o empregador tiver
realizado despesas avultadas com a sua formaçáo profissional.
3 - Em caso de despedimento declarado ilícito ou de resoluçáo com justa causa pelo
trabalhador com fundamento em ato ilícito do empregador, a compensaçáo a que se
refere a alinea do número anterior é elevada até ao valor da retribuiçáo base à data da
cessaçáo do contrato, sob pena de náo poder ser invocada a limitaçáo da atividade
prevista na cláusula de náo concorrência.
4 - Sao deduzidas do montante da compensaçáo referida no número anterior as
importâncias auferidas pelo trabalhador no exercício de outra atividade profissional,
iniciada após a cessaçáo do contrato de trabalho, até ao valor decorrente da aplicaçáo
da alínea c) do n." 2.
5 -Tratando-se de trabalhador afeto ao exercício de atividade cuja ÍatvÍeza suponha
especial relaçáo de confiança ou que tenha acesso a informaçáo particularmente sensível
no plano da concorrência, a limitaçáo a que se refere o n.o 2 $d. d.tt"t até três anos.

Artigo 137."
Pacto de permanência
1 As partes podem convencionar que o trabalhador se obriga a náo denunciar o
-
contrato de trabalho) por um período náo superior a três anos, como compensaçâo ao
empregador por despesas avultadas feitas com a sua formaçáo profissional.
2 - O trabalhador pode desobrigar-se do cumprimento do acordo previsto no número
anterior mediante pagamento do montante correspondente às despesas nele referidas.

- Nã.o se preuê expressarnente no Código do Tiabalho o pacto de exclusiuidade, que serrí


aceitáuel hauendo condições que o justif.quem.

Í38
CLÁUsULAs AcEsSÓRns

- Afaba de cumprirnento do pacto de perm4nência encontra-se preuista na parte fnal do


art.40l.o.
-Ac. do TRL, 26-06-201p, Proc. n." 2051/18.0TSWX.L|-4, Rel. Leopoldo Soares:
de
I - O CT/2009 no seu artigo 137.o continua a admitir a celebraç,ão dz pactos dz permanência
comoforma de assegurar à empresa a recuperação do inuestimentofeito com umaformação
' prof.ssional do trabalhador que tenha exigido a realização de dapaat sendo que uma tal
admisslbilidade não contraria o dìsposto no art. 58.o, n.o 1, da Constituição da República
Portuguesa, umd uez que ë razoáuel a proteção do empregador ncu situações ern que realizou
daformação das quais resubou a ualorização profssional do trabalhadon II
despesas de
-
A cláusula atinente à celebraç,ão de um ltacto àe permanência consubstancia urrta cláusula
acessória típica. III - A mesrna deae-se da parte da entidade patronal à necessidade que a
rnesmt corno emPregddor tem de contratar um trabalhador com determinadaformaç,ão/es-
pecializaç,ão Para o desenuoluimento ao seu seruiço de determinada atiuidade, sendo que
para o efeito se mostra dis?ostã a pagá-la. IV Na interpretaçã,o do artigo 137., do
-
CT/2009 dÊue conti.nuar a entender-se que as degesas dzforrnaç,ão efetuadas peb empregadnr
corn o trabalhador justifcatiuas da celebraç,ão do pacto de permanência, têm de conespondzr
a despesas com formação para além das abrangidas pela alínea d) do art. 127." e 131.o
arnbos do referido diplorna. VI - Destaforrna, se euita a dtfusão e banalizaçáo deste tipo
de cláusula limitadora da liberdade de trabalho, deuendo ainda recordar-se que o trabalho
subordinado é cada aez um bem rnais esctsso e o trabalhador a parte mais fraca... com os
inerentes efeitos em sede da respetiua aceitaç,4o "ab initio" ou no decurso da relaç,ão laboral.
WI - O conceito indeterminado de "despesas auuhadas" contido no n.o Lo do artigo 137.o
do CT/2009 pode e deue ser definido atendendo à consciência jurídica da comunidade,
aariando de caso para cãso, norneddamente emfunç,ão do custo efetiuo daformaç,ão para
o empregador, do ualor da retribuiç,ão recebida pelo trabalhador, do uolume de negicios
da empresa, do ualor da retribuição rnínima garantida e dos usos e costumes do empregador
e do sector à data daformação. VIil- O recurso a critérios numêricos (quate rrtatemtíticos)
na concretização deste tipo de conceìio indrterminadn é perigoso e suscetíuel de criar injotstiças
relatiuas.

4
Artigo 138."
Limitaçáo da liberdade de trabalho
É nulo o acordo entre empregadores, nomeadamente em cláusula de contrato d,e
utilizaçáo de trabalho temporário, que proíba a admissáo de trabalhador que a eles
Preste ou tenhaprestado trabalho, bem como obrigue, em caso de admissáo, ao pagamento
de uma indemnizaçáo.

-V CRP, drt.47, n.o l.


- O regime desta nulidade deue seguir as regras do art. 121.o.
- Guia de Boas Prcíticas na Preuenção de Acordos Anticoncomenciais nos Mercados de
Tiabalho Acordos no Mercado do Tiabalho e Política de Concorrência, publicado pela
e

Autoridade da Concorrência, setembro 2021.

139
cóDrco Do TRABALHo ANoTADo

SECçÁO XI
MODALIDADES DE CONTRÂIO DE TRABALHO

SUBSECÇÁO I
CONTRÂIO A TERMO RESOLUTIVO

Artigo 139."
Regime do termo resolutivo
O regime do contrato de trabalho a termo resoludvo, consranre da presente subsecçáo,
náo pode ser afastado por instrumento de regulamentaçáo coletiva de trabalho, com
exceçáo do n.o 2 do artigo seguinte e do artigo 145.".78

- O regime legal do contrato a t€rmo Pdssoa a s€r dotado de irnperatiai.dade absoluta, ex-
cetuando-se a enumeração das situações de necessidade temporária da empresa (art. 140.o,
n.o 2) preferência na admissão, que podendo ser alteradas por i.rct, não o ltodenão ser
e de
por contrato de trabalho (rt
artt. 3.o e 476.o).

Artigo l40s7e
Admissibilidade de contrato de trabalho a teÍmo resolutivo
1 - O contrato de trabalho termo resolutivo só pode ser celebrado para satisfaçáo de
a
necessidades temporárias, objetivamente definidas pela entidade empregadora e apenas
pelo período estritamenre necessário à satisfaçáo dessas necessidades.
2 - Considera-se, nomeadameÍÌte, necessidade temporária da empresa:
a) Substituição direta ou indireta de trabalhador ausente ou que, por qualquer motivo,
se encontre temporariamenre impedido de trabalhar;
b) Substituiçáo direta ou indireta de trabalhador em relaçáo ao qual esteja pendente
em juízo açáo de apreciaçáo da licitude de despedimenro;
c) Substituiçáo direta ou indireta de trabalhador em situa$.o de licença sem reuibuiçáo;
d) Substituiçáo de trabalhador a tempo completo que passe a presrar trabalho a rempo
parcial por período determinado; 4

e) Atividade sazonal ou outra cujo ciclo anual de produçáo apresenre irregularidades


decorrentes da natureza estrutural do respetivo mercado, incluindo o abastecimento
de matéria-prima;
f) Acréscimo excecional de atividade da empresa;
g) Execuçáo de tarefa ocasional ou serviço determinado precisamente definido e náo
duradouro;
h) Execuçáo de obra, projeto ou outra atividade definida e temporária, incluindo a
execuçáo, direçáo ou fìscalizaçáo de trabalhos de construçáo civil, obras públicas,

78
Na redaçáo conferida pelo art. 2." daLei n." 9312019, de 4 de serembro.
7e
Na redaçáo conferida pelo art. 2." daLei n." 9312019, de 4 de setembro aos n.o. I e 4, a) e b)

140
CONTRATO A TERMO RESOLUTIVO

monragens e reparaçóes industriais, em regime de empreitada ou em administraçáo


direta, bem como os Íespetivos projetos ou outra atividade complementar de
controlo e acompanhamento.
3 - Sem prejuízo do disposto no n.o 1, só pode ser celebrado contrato de
trabalho a
rerrno incerro em situaçáo referida em qualquer das alíneas a) a c) ou e) a h) do número
anterior.
4- Ném das situaçóes previstas no n.o 1, pode ser celebrado contrato de trabalho a

tefmo cefto para:


a) lançamento de nova atividade de duração incerta bem como início de funcionamento
de empresa ou de estabelecimento pertencente a empresa com menos de 250 tra-
balhadores, nos dois anos Posteriores a qualquer um desses factos;
b) Contratação de trabalhador em situaçáo de desemprego de muita longa duraçáo.
5 - Cabe ao empregador a prova dos factos que
justificam a celeb raçáo de contrato de
trabalho a termo.
6 Constitui contraordenaçáo muito grave a violaçáo do disposto em qualquer dos
-
n."" L a 4.

- As nouas regras introduzidas pela Lei n.o t3/2023, de 3 de abril, respeitantes à


admissibllldade, renouação e duração, não se aplicarão aos contrdtos celebrados dntes da sud

enftada em uigor (1 de maio de 2023).


de junho
- A níuel comunitrirìo, u. Diretiua n.' 1999/70/CE do Consellto, de 28 de 1999,
respeitante ao acordo-quadro CES, UNICE e CEEE relatiuo do contrato de trabalho a
term.o.

- Atrauês da redação da alinea a) do n.o 4, ficou claro que no período inicial de dois anos
após o lançarnento de noua atiuidade de duração incerta ou do início de funcionamento
da empresa ou de um seu estabelecimento todos os trabalhadores poderão ser admitìdos
rnediante contra.to de trabalho a terrno. Mas tal fundamento terri de ser 'bbjetiuamente
definido" no texto contratual e não é aplicáuel a empresas com 250 fuabalbadores ou mais
(antes, era 750).

- O DL n.o 72/2017, de 21 de jun/to, regula a atribuição de incentiuos à confuataçao de


jouens à procura do primeiro emprego e de desempregados dé longa duração e de muito
longa duraç,ão, def.nindo tais situações.
- Lista de setores de emprego com atiuidade sazonal para efeitos migratórios - Despacho
n." 745/2018, de 17 de janei.ro.
-Ainda o adminisnador da insoluência pode celebrar contratos de trabalho ã termo, certo
ou incerto, de conformidade com o disposto no art. 55.o, n.o 4, do CIRE.
- Deixou de ser legalntente possiuelfundamentar o termo no facto de o trabalhador estar
à procura do primeiro emprego ou ser desernpregado de longa duraçáo. Mat como referido,
estas situações podem justifcar um período experimentãl de 180 dias, cf. drt. 112.o, n'o
1, b iii.
- Súmuk dn entendimento jurisprud.encial dns conceitos 'nabalhador à procura d.o primeiro
eTnprego e dzsempregadns dz bnga duração', estuào dz Pauln Quintas, PDT 2020-1, p,íg. 357.

141
CÓt)IGO DO TRABALHO ANOTADO

Artigo 141."
Forma e conteúdo de contrato de trabalho a termo
I - O contrato de trabalho a termo está sujeito a forma escrita e deve conter:
Identificaçáo, assinaturas e domicílio ou sede das partes;
")
b) Atividade do trabalhador e correspondente retribuiçáo;
-c) Local e período normal de trabalho;
d) Data de início do trabalho;
e) Indicaçáo do termo estipulado, ou da duraçáo previsível do contrato, e do respetivo
motivo justificativo, consoante se trate, respetivamente, de contrato a termo certo
ou incerto;80
f) Datas de celebraçáo do contrato e, sendo a termo certo, da respetiva cessaçáo.
2 - Na falta da referência exigida pela alínea d) do número anterior, considera-se que
o contrato tem início na data da sua celebraçáo.
3 -Panefeitos da alínea e) do n.o 1, a indicaçáo do motivo justificativo do termo deve
ser feita com mençáo expressa dos factos que o integram, devendo estabelecer-se a
relaçáo enüe a justificaçáo invocada e o rermo estipulado.
4 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto na alínea e) do n." 1 ou
no n.o 3.

- Para além destes elementos, ltarece que ai.nda conuirá inserir no texto contratual os demais
elementos reslteitantes ao deuer de inforrnação (art. 106.r.

- faha da redução a escrito e de alguns


A dos elementos indicados pode fazer conuerter a,

contrato sern termo, cfr. art. 147.".


- "PAnA alêm da ndtureza excecional do contrato de trabalho a terrno resolutiuo, o motiuo
justifcatiuo tern que constar expressamente do contrato corn a mençáo factos que o
dos
integram, os quais têm que ser uerdadeiros e apenas eles podem ser atendidos para aferir
da ualidade do termo e da efemeridade da situaçáo" (Ac. do STJ, de 16-06-2016).
-Ac. do STJ, de 06-03-2019, Proc n." 10354/17.4T8SNTL1.St, Rel. Ribeiro Cardoso:
I - Para além da nntureza excecional do contrato de fuabalho a terrno resolutiuo, o rnotiuo
justfficatiuo tern que constar expressamente no contrãto corl a rnenção dos factos que o
integram, e apsnas estes podrm sn atendidns para aferir dn uatldadédn turmo e estabelecimento
do nexo causal para a celebraç,ão daquele contrato por aquele concreto período de tempo.
II - E insufciente como rnotiuo ju*ificatiuo do termo, conduzindo à sua inualidade, a
consignação no contrato de que este uigora pelo prazo de 6 meses, por a empregadora
necessitar durante este penodo de terupo de 'bohnatar as necessidades temporuírias, decorrentes
do acrêscimo excepcional de atiuidade... na círea da Produç,4o, nomeada.mente, entre outros,
encomendas de exportaçáo Para Espanha, Bélgica, Angola, Inglaterra e França, nos termos
da alíneaf) do n.o 2 do Artigo 140." da Lei n.o 7/2009".
- Ac. do TRG, de 26-09-2019, Proc, n." 6419/18.3TSVNF.GL, Rel. Wra Sottomayor:
III - Quer a indicação do motiuo justif.catiuo do termo, quer a relaç,ão entre o motiuo
80
Redaçáo conferida pelo art. 2.o da Lei n: 1312023, de 3 de abril

142
CONTRATO A TERMO RËSOLUTIVO

inuocado e o termo estipulado constituem uma formalidade "ad substantiam" pelo que a
sua insuficiência não pode ser suprida por outros meios de proua.

Artigo 142."81
Casos especiais de contrato de trabalho de muito curta duraçáo

1 - O contrato de trabalho para fazer face a acréscimo excecional e substancial da


atividade de empresa cujo ciclo anual apresente irregularidades decorrentes do respetivo
mercado ou de naturezaestrutural que náo seja passível de assegurar pela sua estrutura
permanente, nomeadamente em atividade sazonal no setor agrícolaou do turismo, de
duraçáo náo superi or a 35 dias, náo está sujeito a forma escrita, devendo o empregador
comunicar a sua celeb raçío e o local de trabalho ao serviço competente da segurança
social, mediante formulário eletrónico que contém os elementos referidos nas alíneas
a), b) e d) do n." 1 do artigo anterior.
2 - Nos casos previstos no número anterior, a duraçáo total de contratos de trabalho
a rermo celebrados entre o mesmo trabalhador e empregador náo pode exceder 70 dias
de trabalho no ano civil.
3 -Em caso de violaçáo do disposto em qualquer dos números anteriores, o contrato
considera-se celebrado pelo prazo de seis meses, contando-se neste prazo a duraçáo de
contratos anteriores celebrados ao abrigo dos mesmos preceitos.
4 - Constitui contraordenaçáo leve a violaçáo do dever de comuni caçâo previsto no
n.o 1.82

- Antes, a duração mríxima era de 15 dias, tendo sido tambêm alargados os setores de
atiuidade (Lei n." 93/2019).
-As contribuições para a Segurança Social deuem ser pagas de conformidade com o dísposto
no drt. 80.o e sgx. do Código dos Regimes Contributiuos do Sistema Preuidencial da
Segurança Social.

- As normas dos n.o' I e 2 forarn apreciadas pelo T/ibunal Constitucional no seu acórd,1o
n." 318/2021, publicado no DR de 01-07-21,
g

Artigo 143."
Sucessáo de contrato de trabalho a termo
1 -A cessaçáo de contrato de trabalho a termo, por motivo náo imputâve|ao trabalhador,
impede nova admissáo ou afetaçáo de trabalhador através de contrato de trabalho a
termo ou de trabalho temporário cuja execu{,o se concretize no mesmo posto de trabalho,
ou atividade profissional, ou ainda de contrato de prestaçáo de serviços para o mesmo
objeto ou atividade, celebrado com o mesmo empregador ou sociedade que com este se
encontre em relaçáo de domínio ou de grupo, ou mantenha estruturas organizativas

81
Redaçáo dada aos n.o' I e 2 pelo art. 2." óaLei n." 9312019, de 4 de setembro.
82
Este número foi introduzido por força do at.2." da Lei n." 1312023, de 3 de abril

143
CÓDIGO DO TRABALHO ANOTADO

comuns, antes de decorrido um período de tempo equivalente a um terço da duraçáo


do contrato, incluindo renovaçóes.83
2 - O disposto no número anterior nâo é aplicável nos seguinres casos:
Nova ausência do trabalhador substituído, quando o contrato de trabalho a termo
") tenha sido celebrado para a sua substituiçáo;
b) Acréscimo excecional da atividade da empresa, após a cessaçáo do contrato;
c) Atividade sazonal; i

d) (Reuogada)sa i

3 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto no n.o 1.

- E lógica a irnposiçáo estabelecida neste artigo. Porém, aPenas e euentualmente o segundo


contrãto a termo pod€ruí carecer de fundarnento legal.

Artigo 144."
Informações relativas a contrato de trabalho a termo
1 - O empregador deve comunicar a celebraçáo de contrato de trabalho a termo, com
indicaçáo do respetivo motivo justificativo, bem como a cessaçáo do mesmo à comissáo
de trabalhadores e à associaçáo sindical em que o trabalhador esteja filiado, no prazo
de cinco dias úteis.
2 - O empregador deve comunicar, nos termos previstos em portaria do ministro
responsável pela área laboral, ao serviço com competência inspetiva do ministério
responsável pela área laboral os elementos a que se refere o número anterior.
3 - O empregador deve comunicar à entidade com competência naâreada igualdade
de oportunidades entre homens e mulheres, com a antecedência mínima de cinco dias
úteis a contar da data do aviso prévio, o motivo da não renovaçáo de contrato de trabalho
a termo semPre que estiver em causa uma ffabalhadora grávida, puérpera ou lactante
ou um trabalhador no gozo de licença parental, ou um trabalhador cuidador.85
4 - O empregador deve úxar informaçáo relativa à existência de postos de trabalho
permanentes que estejam disponíveis na empresa ou estabelecimento.
5 - Constitui contraordenaSo leve aviola@o do disposto nos n.* I,/. e4e contraordenaSo
ç
grave a violaçáo do disposto no n.o 3.s6

-A 3 (pek Lel n." 93/2019) resurniu-se à imposiç,ão do períoda antecedente


aheraç,ão dn n.o

Para a comunicação à CITE (u. anotação ao art. 57.r, o que acabou por ser alargado pela
Lei n.' 13/2023, de 3 de abril, à náo renouaçã.o do contrato de trabalho a termo.
- Informaçao sobre a atiuidade social da empresa atraués do modelo de relattírio único -
Portari.a n.o 55/2010, de 21 de janeiro.

83
Redaçáo conferida pelo art. 2." da Lei n." 7312023, de 3 de abril.
8a
Esta alínea d) foi revogada pelo art. 10." da Lei n.o 9312019, de 4 de setembro.
85
 frase final foi introduzida pelo art. 2." daLei n." 1312023, de 3 de abril.
86
Redaçáo do art. 2." da Lei nP 12012015, de I de setembro.

144
CONTRATO A TERMO RESOLUTIVO

Artigo ,145."
Preferência na admissáo

I- Até 30 dias após a cessaçáo do contrato, o trabalhador tem, em igualdade de


condiçóes, preferência na celebraçáo de contrato sem termo, sempre que o empregador
proceda a recrutamento externo para o exercício de funçóes idênticas àquelas para que
foi contratado'
Z - Aviolaçáo do disposto no número anterior obriga o empÍegador a indemnizar o
trabalhador no valor correspondente a três meses de retribuiçáo base.
3 - Cabe ao trabalhador alegar a viola@o da preferência prevista no n.o 1 e ao empregador
a pÍova do cumprimento do disposto nesse preceito.
4 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto no n.o 1.

- Esta preferência significa a prioridade relatiua do trabalhador, cujo contrato d terml


cessou ltrí rnenos de 30 dias, caso uenlta a ser necessrírio contratar sem termo um nouo
trabalhador pãra exercer funções idênticas. Para que tal dconteça terrí o trabalhador
interessado de apresentar a sua candidatura. E uindo a ser preterido, cabe-lhe apenas ã
alegaç,4o da sua candidatura, da sua preterição e da identidade de funções do nouo
trabalhador fcando o empregador com o ónus da proua dos factos em contruírio.
- O conceito de renibuição base encontra-se definido no art. 262.o, n.o 2, b).
Artigo 146."
Igualdade de tratamento no âmbito de contrato a termo
1 O trabalhador contratado a termo tem os mesmos direitos e está adstrito aos mesmos
-
deveres de trabalhador permanente em situaçáo comparável, salvo se razóes objetivas
justificarem tratamento diferenciado.
2 - Os trabalhadores contratados a termo sáo considerados, para efeitos da determinaçáo
das obrigações sociais relacionadas com o número de trabalhadores, com base na média
dos existentes na empresa no final de cada mês do ano civil anterior.

- O princípio da igualdade tem consagração no art. 13." da CRP e no art. 23.o e sgts. e
tem ampli.tude relatiua. 4

Artigo 147."
Contrato de trabalho sem termo
1- Considera-se sem termo o contrato de trabalho:
a) Em que a estipulaçáo de termo tenha por fim iludir as disposiçóes que regulam
o contfato sem termo;
b) Celebrado fora dos casos previstos nos rì.o' 1, 3 ou 4 do artigo 140.";
.) Em que falte a reduçáo a escrito, a identificaçáo ou a assinatura das partes, ou, si-
multaneamente, âs datas de celebraçáo do contrato e de início do trabalho, bem
como aquele em que se omitam ou sejam insuficientes as referências ao termo e
ao motivo justificativo;

145
CÓDIGO DO TRABALHO ANOTAOO

d) Celebrado em violaçáo do disposro no n." 1 do arrigo I43."'.


2- Converre-se em contrato de trabalho sem termo:
Aquele cuja renovaçáo tenha sido feita em violaçáo do disposro no arrigo 149.";
")
b) Aquele em que seja excedido o prazo de duraçáo ou o número de renãvações a
que se refere o artigo seguinte;
c) O celebrado a termo incetto, quando o trabalhador permaneça em atividade após
adatade caducidade indicada na comunicaçáo do empregador ou, na falta d.ita,
decorridos l5 dias após a verificaçáo do termo.
3 - Em situaçáo referida no n.o I ou2,a antiguidade do trabalhador conta-se desde o início
da prestafr"o de trabalho, exceto em situa$.o a que se refere a alínea d) do tr.o 1, em que
compreende o temPo de trabalho prestado em cumprimento dos contratos sucessivos.

- As situações ltreuistas no n.o I acarretarn a nulidade do termo resolutiuo estabelecido


contratualmente, deixando o contrato de ter termo para a suã uigencia.
Jtí nos casos preuistos
no n.o 2, aceitando-s€ que o contrato erã a termo, pãssa a ser um contrato sem termo.
-'A criaç,ão da medida CONVERTE+, que consìstia num a7toio transinirio à conuersã,o
de contratos de trabalho a terrrlo em conïratos de trabalho sern termo, atraués da concessão,
à entidade empregadora, de um apoio fnanceiro" foi regulada atraués da Portaria n.o
323/2019, de 19 de setembro, que deixou de uigorar ern 2020.
- Os procedirnentos da aualiaç,ão das situações a submeter ao programa de regularizaç,ão
extraordinária dos uínculos precrírios na Administração hiblica e no setor empresarial do
Estado foram estabelecidos pela Portaria n." 150/2017, de 3 de maio, e Lei n." I i2/2012,
de 29 de dezernbro.

Artigo I48."
Duraçáo de contrato de trabalho a termosT
1 -Â
duraçáo do contrato de trabalho a termo cerro não pode ser superior a dois anos.
2 - O contrato de trabalho a termo certo só pode ser celebrado por prazo inferior a
seis meses em situaçáo prevista em qualquer das alíneas a) a g) do n." 2 do artigo I40.",
náo podendo a duraçáo ser inferior à prevista p^ra. atarefa ou serviço a rr liì^r.
3 - Em caso de violaçáo do disposto na primeira parte do núrrfero anterior, o contraro
considera-se celebrado pelo pÍazo de seis meses desde que corresponda à satisfaçáo de
necessidades temporárias da empresa.
4 - Na situaçáo prevista na alínea a) do n." 4 do artigo 140.", a duraçáo do conrraro
de trabalho a termo certo náo pode exceder os dois anos posteriores ao início do motivo
justificativo.
5 -A duraçáo do contrato de trabalho a termo incerro náo pode ser superior a quarro anos.
6 - É incluída no cômputo do limite referido no n.o I a duraçáo d..orrtr"tosãe trabalho
a termo ou de trabalho temporário cuja execuçáo se concretiza no mesmo posto de
trabalho, bem como de contrato de prestaçáo de serviço para o mesmo objeto, enrre o

87
A redaçáo dos n.o' l, 4, 5 e 6 foi dada pelo art. 2P daLei n." 9312019, de 4 de setembro.

146
TRABALHO A TEMPO PARCIAL

trabalhador e o mesmo empregador ou so.ciedades que com este se encontrem em


relação de domínio ou de grupo ou mantenham estruturas organizativas comuns.

- Pela reforma de 2019, o lirrtite máximo do contrato A termo, certo e incerto, passou ã
ser, respetiudrnente, de dois e qudilo dnos, mas aPenas é aplicáuel a contratos celebrados a
pa.rtir de I de outubro de 2019 (Lei n,o 93/2019).
-A comunicação para caducidndz dn contrato a terrno, certo e incerto, Preuêle, resPetiuamente,

nos drts. 334." e 335.o.


- As apecificidades do despedímento por iniciatiua do empregador em caso de contrato ã
termo são reguladas no art. 393.".
-Acórd,ão do Supremo Tïibunal de Justiça n." 8/2009.
DR n.o 95, Série I de 18-05-2009:
Uniformiza jurisprud,ência rektiua ao regirne especial de caducidadr anual dos contratos d.e
nabalho dns professores em acumulação defunções dncentes no ensino público e particukr.

Artigo 149."
Renovaçáo de contrato de trabalho a termo certo

1 - As partes podem acordar que o contrato de trabalho a termo certo náo fica sujeito
a renovaçáo.
2 - Na ausência de estipulaçío a que se refere o número anterior e de declaraçáo de
qualquer das partes que o faça cessar, o conrato renova-se no final do tetmo, por igual
período se outro náo for acordado pelas partes.
3 - Arenovaçáo do contrato está sujeita à verificaçáo da sua admissibilidade, nos termos
previstos paÍa a sua celebraçáo, bem como a iguais requisitos de forma no caso de se
estipular período diferente.
4 - O contrato de trabalho a termo certo pode ser renovado até três vezes e a duraçáo
total das renovaçóes náo pode exceder a do período inicial daquele.ss
5 - Considera-se como único contrato aquele que seja objeto de renovaçáo.

- A norma (do n.o 4) apenas se aplica ern contratos celebrados a pdrti.r de I de outubro de
2019 (Lei n." 03/2019).
- Dentro do período totãl dÊ dois anos, poderuí ltauer um lteríodg inicial e mais três períodos

de renouação'que nã.0 podern exceder a duraç,4o daquele períoto inicial.

SUBSECÇÁO II
TRABALHO A TEMPO PARCIAL

Artigo 150.o
Noçáo de trabalho a tempo parcial
1 Considera-se trabalho a tempo parcial o que corresponda a um período normal de
-
trabalho semanal inferior ao praticado a tempo completo em situaçáo comparável.

88
A mudança do n." 4 para n.o 5 e a nova redaçáo daquele resultaram do art. 2." daLei n." 9312019, de 4
de setembro.

147
CÓDICO DO TRABALHO ANOTADO

2 _ Paraefeitos do número anterior, normal de trabalho náo for igual em


se o períod.o
cada semana, é considerada a respetiva média no período de referência aplicável.
3 - O trabalho a tempo parcial pode ser prestado apenas em alguns dias por semana,
por mês ou por ano, devendo o número de dias de trabalho ser estabelecido por acordo.
4 -As situaçóes de trabalhador a tempo parcial e de trabalhador a tempo completo são
-comparáveis quando estes prestem idêntico trabalho no mesmo estabelecimento ou,
não havendo neste trabalhador em situaçáo comparâvel, noutro estabelecimento da
mesma empÍesa com idêntica atividade, devendo ser levadas em conta a antiguidade e
a qualificaçáo.
5 - Se náo existir trabalhador em situaçáo comparável nos termos do número
anterior, atende-se ao disposto em instrumento de regulamentaçío coletiva de
trabalho ou na lei para trabalhador a tempo completo e com as mesmas antiguidade
e qualificaçáo.
6 - O instrumento de regulamentaçáo coletiva de trabalho pode estabelecer o
limite máximo de percentagem do tempo completo que determina a qualificaçáo
do tempo parcial, ou critérios de comp araçío além dos previstos na parte final do
n.o 4.

- Há trabalhadores que podem ter direito a trabalhar a ternpo parcial, cf. art. 55.o.
- A noção de período normal de trabalho, por dia e por sernana, consta do art. 198.".
- N,ão há diferença de regimes no que tange à responsabilidade por acidentes de trabalho,
como resuba do disposto no art. 71.o, n.o 9, da Lei n.o 98/2009, de 4 de setembro (IAT).

- O trabalhador sinisuado em acidente de trabalho ou doença profssional tarnbém pode


ter direito a trabalhar a ternpo ?arcial (LAT art. 158.o).

Artigo 151."
Liberdade de celebraçáo de contrato de trabalho a tempo parcial
A liberdade de celebraçáo de contrato de trabalho a tempo parcial náo pode ser excluída
por instrumento de regulamentaçáo coletiva de trabalho.

- Tïata+e de uma disposiç,ão legal dotada de imperatiui.dade âbsoluta, como resulta do


disposto na partefnal do n.o I do art. 3.o.

Artigo 152."
Preferência na admissáo para trabalho a tempo parcial
1 -
Os instrumentos de regulamentaçáo coletiva de trabalho devem estabelecer, para
a admissáo em regime de tempo parcial, preferências em favor de pessoa com respon-
sabilidades familiares, com capacidade de trabalho reduzida, com deficiência ou doença
crónica ou que frequente estabelecimento de ensino.
2 - Constitui contraordenaçáo grave o desrespeito de preferência estabelecida nos
termos do n.o 1.

148
TRABALHO A TEMPO PARCIAL

- Cír corn d proteção da parentalidade preuista no art. 35.o e sgts, nomeadamente as


reduções de tempo de trabalho confguradas nos arts. 54.o e 55.o.

- princípios gerais sobre trabalhadores com capacidade de trabalho reduzida ou com


Os
defciência ou doença cróni.ca constam dos arts. 84.o e 85.o a 88.". O regime do trabalho
de menores integra o drt. B9.o e sgts.

Artigo 153."
Forma e conteúdo de contrato de trabalho a tempo parcial

1- O contraro de trabalho a tempo parcial está sujeito a forma escrita e deve conter:
a) Identificaçáo, assinaturas e domicílio ou sede das partes;
b) Indicaçáo do período normal de trabalho diário e semanal, com referência
comparativa a trabalho a tempo completo.
2 - Na falta da indicaçáo referida na alínea b) do número anteriot presume-se que o
contrato é celebrado a tempo completo.
3 - Quando náo tenha sido observada a forma escrita, considera-se o contrato celebrado
a tempo completo.

-Ainda conuirtí obseruar o deuer de informaç,ío estabelecido no art. 106.".


- O disposto no n.o 3 tambérn deuerá ser interpretado como constituindo uma presunção.

Artigo L54."
Condiçóes de trabalho a tempo parcial
1 -Atrabalhador a rempo parcial é aplicável o regime previsto na lei e em instrumento
de regulamentaçáo coletiva de trabalho que, pela sua natureza, náo implique a prestaçáo
de trabalho a tempo completo.
2 - O trabalhador a tempo parcial náo pode ter tratamento menos favorável do que o
trabalhador a tempo completo em situaçáo comparável, a menos que um tratamento
diferente seja justificado por razóes objetivas, que podem ser definidas por instrumento
de regulamentaçáo coletiva de trabalho.
3 - O trabalhador a tempo parcial tem direitoi 4

a) À retribuiçáo base e outras prestaçóes, com ou sem carácter retributivo, previstas


na lei ou em instrumento de regulamentaçío coletiva de trabalho ou, caso
sejam mais favoráveis, às auferidas por trabalhador a tempo completo em
situaçáo comparável, na proporçáo do respetivo período normal de trabalho
semanal;
b) Ao subsídio de refeiçáo, rÌo montante previsto em instrumento de reguiamentaçáo
coletiva de trabalho ou, caso seja mais favorável, ao praticado na emPresa,
exceto quando o período normal de trabalho diário seja inferior a cinco horas,
caso em que é calculado em proporçáo do respetivo período normal de trabalho
semanal.
4 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto neste aftigo.

149
CÓDIO() t)O ÏRABALHO ANOTADO

- A origem do regime do nabalho d tern?o parcial aduém da Diretiua n." 97/81/CE, do


Conselho, de t5 de dezernbro de 2017, abera.dapela Diretiua 98/23/CE, de 7 de abril.

- Em princípio deue hauer igualdade e proporcionalidade erutre o trabalho a tempo parcial


ea ternpo normal ou completo, nomeadamente, nA retribuiçáo.
- O subsídio de refeição, nao sendn legalmente imposto, pode ser dcuidn em uirtude de irct
aplicáuel ou por ser praticado na empresa em relação à generali.dade dos seus nabalhadores.

Artigo 155."
Alteração da duraçáo do trabalho a tempo parcial
1 O trabalhador a tempo parcial pode passar a trabalhâr a tempo completo, ou o
-
inverso, a título definitivo ou por período determinado, mediante acordo escrito com
o empregador.
2 - O trabalhador pode fazer cessar o acordo referido no número anterior por meio de
comunicaçáo escrita enviada ao empregador até ao sétimo dia seguinte à celebraçáo.
3 - Excetua-se do disposto no número anterior o acordo de modificaçáo do período
de trabalho devidamente datado e cujas assinaturas sejam objeto de reconhecimento
notarial presencial.
4 - Quando a passagem de trabalho a tempo completo para trabalho a tempo parcial,
nos termos do n." 1, se verifique por período determinado, decorrido este, o trabalhador
tem direito a retomar a prestaçáo de trabalho a tempo completo.
5 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto no n.o 4.

- Há similitude corn a reuogaçáo do contrato de trabalho, ?reaista no art. 350.".

Artigo 156."
Deveres do empregador em caso de trabalho a tempo parcial

1 - Sempre que possível, o empregador deve:


Tomar em consideraçáo o pedido de mudança do trabalhador a tempo completo
") para trabalho a tempo parcial disponível no estabelecimento;
b) Tomar em consideraçáo o pedido de mudança do trabalhad(r a tempo parcial para
trabalho disponível a tempo completo, ou de aumento do seu tempo de trabalho;
c) Facilitar o acesso a trabalho a tempo parcial a todos os níveis da empresa, incluindo
os cargos de direçáo.
2 - O empregador deve, ainda:
Fornecer aos trabalhadores, em tempo oportuno, informaçáo sobre os postos
") de trabalho a tempo parcial e a tempo completo disponíveis no estabelecimento,
de modo a facilitar as mudanças a que se referem as alíneas a) e b) do número
anterior;
b) Fornecer às estruturas de representaçáo coletiva dos trabalhadores da empresa in-
formaçóes adequadas sobre o trabalho a tempo parcial praticado na empresa.
3 - Constitui contraordenaçáo leve a violaçáo do disposto no número anterior.

150
TRABALHO INTERMITENTE

- O trabalhador uítima de uiolência d.oméstica tem prioridade nestas mudanças de regime,


corno resulta do art. 41.o da Lei n.o 112/2009, de 16 de setembro.

suBsECÇÁo m
TRABALHO INTERMITENTE

Artigo 157."
Admissibilidade de trabalho intermitente

1 Em empresa que exerça atividade com descontinuidade ou intensidade variável, as


-
partes podem acordar que a prestaçáo de trabalho seja intercalada por um ou mais
períodos de inatividade.
2 - O conrrato de trabalho intermitente náo pode ser celebrado a termo resolutivo ou
em regime de trabalho temporário.

- Na sua essência, neste regime, preuê+e a d.escontinuidade da prestaçáo do nabalho, mas


mantendo-se o contra.to de *abalho corn urnt comltensação retributiua, corno estabelecido
no n.o I do art. 160.o.
- O contrato de trabalho a termo resolutiuo encontr*-se regukdo no a./t. 139.o e sgts. e de

trabalbo temporário no art. 172.o e sgts.

-'4s contribuições para a Segurança Social d.euem ser pagas dr conformidade com o disltosto
no Art. 92.o e sgts. do Crídigo dos Regimes Contributiuos do Sistema Preuidencial da
Segarança Social e nos drts. 45.o e 46." do seu Regulamento.
- "O Regirne Jurídico do Ti,abalho Intermitente e a sua Aplicabilidadz Prdtica", estudo de
Vítor Palmela Fidalgo, PDT 2021-1, pág. 103.

, Artigo 158."
Forma e conteúdo de contrato de trabalho intermitente
O conrraro de trabalho intermitente está sujeito a formapscrita e deve conter:
1 -
Identificaçáo, assinaturas e domicílio ou sede das partes;
")
b) Indicação do número anual de horas de trabalho, ou do número anual de dias de
trabalho a tempo completo.
2 - Quando náo tenha sido observada a forma escrita, ou na falta da indicaçáo referida
na alínea b) do número anterior, considera-se o contrato celebrado sem período de
inatividade
3 - O conrraro considera-se celebrado pelo número anual de horas resultante do disposto
no n.o 2 do artigo seguinte, caso o número anual de horas de trabalho ou o número
anual de dias de trabalho a tempo completo seja inferior a esse limite.

- Em rtgor deuerá ainda ser reslteitado o deuer de informação estabelecido no art. 106.0
e sgts.

151
CÓDIGO DO TRABALHO ANOTADO

Artigo 159."8e
Período de prestação de trabalho
1 partes estabelecem a duraçáo da prestaçáo de trabalho, de modo consecutivo ou
-As
interpolado, bem como o início e termo de cada período de trabalho, ou a antecedência
com que o empregador deve informar o trabalhador do início daquele.
'2
-A prestaS.o de trabalho referida no número anterior náo pode ser inferior a cinco meses
a tempo completo, por ano, dos quais pelo menos três meses devem ser consecutivos.
3 - A antecedência a que se refere o n.o 1 náo pode ser inferior a 30 dias na situaçáo
do n.o 1 do artigo seguinte e a20 dias nos restantes casos.
4 - Em caso de incumprimento do empregador do disposto nos números anteriores, o
trabalhador náo é obrigado a prestar trabalho nem pode ser prejudicado por esse motivo.
5 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto no n.o 3.

- O período em qu€ hauerd prestação do trabalho pode ser preui.amentefxado ou resubar


de um auiso préuio.

-Atraués das aherações i.ntroduzidas nos n.o' 2 e 3 pela Lei n.o 93/2019, foram restringidos
os seus requisi.tos relatiuamente ao período rnínimo e ao período consecutiuo do trabalho a

Prestar. Porém, o Prazo de auiso de antecedênci.a da comunicação foi aumentado de 20


para j0 di.as.

Artigo 160.oeo
Direitos do trabalhador
I- Durante o período de inatividade, o trabalhador pode exercer outra atividade,
devendo informar o empregador desse facto.
2 - Durante o período de inatividade, o trabalhador tem direito a compensaçáo
retributiva, apa pelo empregador com periodicidade igual à da retribuiçáo, em valor
^r
estabelecido em instrumento de regulamentaçáo coletiva de trabalho ou, na sua falta,
de 20 o/o da retribuiçáo base.
3 - trabalhador exercer outra atividade durante o período de inatividade, o montânte
Se o
da correspondente retribuiçáo é deduzido à compensaçáo retributiva calculada de acordo
com o número anterior.
4 - Os subsídios de ferias e de Natal sáo calculados com base na média dos valores de
retribuiçáo e compensaçôes retributivas auferidas nos últimos 12 meses, ou no período
de duração do contrato se esta for inferior.
5 - Durante o período de inatividade, mantêm-se os direitos, deveres e garantias das
partes que náo pressuponham a efetiva prestaçáo de trabalho.
6 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto nos n.o' 2 ou 4.

seAredaçãodosn.o'2e3resultadoart.2."daLein.og3l20|g,de4desetembro,eadosn.o'4e5deriva
do art. 2.o da Lei n.o 1312023, de 3 de abril.
e0
O texto dos n.o' 1,2,3 e 6 provém do art. 2.o daLei n." 9312019, de 4 de setembro.

152
coMrssÃ0 DE sERVrç0

- A ideia de renibuiç,ão base consta do art. 262.o, n.o 2, a) e os regimes dos subsídios de
Natal ferias dos dois artigos segaintes.
e de

- Pela aheração de 2019, o trabalhador passou d ter que informar quando exerce outra
atiuidade, lirnitando+e ã sua retribuição.

SUBSECÇÁO ry
COMISSÁO DE SERVIÇO

Artigo 161."
Objeto da comissáo de serviço
pode ser exercido, em comissáo de serviço, cargo de administraçáo ou equivalente, de
direçáo ou chefia diretamente dependente da administraçáo ou de diretor-geral ou
equivalente, funçóes de secretariado pessoal de titular de qualquer desses cargos, ou
unda, desde que instrumento de regulamentaçáo coletiva de trabalho o preveja, funçóes
cuja naturezatambémsuponha especial relaçáo de confiança em relaçío a titular daqueles
cargos e funçóes de chefia.el

- A comi.ssã.o de seruiço é originária do direito admini.stratiuo do trabalho, onde agora se

preuê nos arts. 6.o, n.o 3, c) e 9.o da LTFP.


- Nos contrdtos de trabalho celebrados a partir de I de agosto de 2012, quaisquerfunções
de chef.a (e n,í.o apenas ds diretarnente dependentes da administração) poderão ser exercidas
em comissáo de seruiço, de harrnonia com o estipulado no drt. 4.o da Lei n.o 23/2012, de
25 de junho.

Artigo 162."
Regime de contrato de trabalho em comissáo de serviço
1 - Pode exercer cargo ou funçóes em comissáo de serviço um trabalhador da empresa
ou outro admitido para o efeito.
2 - No caso de admissáo de trabalhador para exercer cargo ou funçóes em comissáo
de serviço, pode ser acordada a sua permanência após o termp da comissáo.
3 - O contrato para exercício de cargo ou funçóes em comissáo de serviço está sujeito
a forma escrita e deve conter:
a) Identificaçáo, assinaturas e domicílio ou sede das partes;
b) Indicaçáo do cargo ou funçóes a desempenhar, com mençáo expressa do regime
de comissáo de serviço;
c) No caso de trabalhador da empresa, a atividade que exerce, bem como, sendo
diversa, a que vai exercer após cessar a comissáo;

erRedaçáo
do art. 2." daLeín." 2312012, de25 dejunho. Nos termos do art.4." desta mesma Lei n.o
2312012 (novas funçóes de cheÍìa em comissáo de serviço), o disposto ne parte final deste art. 161." na
redaçáo conferida por esta Lei, aplica-se ao exercício de novas funçóes de chefia, com início após a sua entrada
em vigor (l18/2012).

153
CÓDIGO DO TRABALHO ANOTADO

d) No admitido em regime de comissáo de serviço que se preveja


caso de trabalhador
permanecer na empresa, a atividade que vai exercer após cessar a comissáo.
4 - Náo se considera em regime de comissáo de serviço o contrato que náo tenha a
forma escrita ou a que falte a menção referida na alínea b) do número anterior.
5 - O tempo de serviço prestado em regime de comissáo de serviço conta para efeitos de
antiguidade do trabalhador como se tiyesse sido prestado na categoria de que este é titular.
6 - Constitui contraordenaçáo grave a falta da mençáo referida na alínea b) do n.o 3,
salvo se o empregador reconhecer expressamente e por escrito que o cargo ou funçóes
sáo exercidos com catâcter permanente, e constitui contraordenaçáo leve a falta de
reduçáo a escrito do contrato ou a violaçáo da alínea c) do referido número.

- Como resuba do n.o 1, a comissão de seruiço pode ser constituída com a celebração do
contrãto de trabalho ou na sua uigência.
- O período experimental no contrato em contissão de seruiço é regulado no art. I12.o, n.o
3.

Artigo 163."
Cessação de comissáo de serviço

1 - Qualquer das partes pode pôr termo à comissáo de serviço, mediante aviso prévio
por escrito, com a antecedência mínima de 30 ou 60 dias, consoante aquela tenha
durado, respetivamente, até dois anos ou período superior.
2 - Afalta de aviso prévio náo obsta à cessação da comissáo de serviço, constituindo a
parte faltosa na obrigaçáo de indemnizar a contraparte nos termos do artigo 401.".

- Este auiso 1tréuio consubstancia-se conlo declaração recipienda ou receptícia apena"s se


tornando ef.caz quando chega ao poder do destinatdrio, cfr. art. 224." do Crídigo Ciuil.

Artigo 164."
Efeitos da cessaÇão da comissáo de serviço
1- Cessando a comissáo de serviço, o trabalhador tem direito:
a) Caso se mantenha ao serviço da empresa, a exercer a ativídade desempenhada
antes da comissáo de serviço, ou a correspondente à categoria a que tenha sido
promovido ou, ainda, a atividade prevista no acordo a que se refere a alínea c) ou
d) do n." 3 do artigo 162.";
b) A resolver o contrato de trabalho nos 30 dias seguintes à decisáo do empregador
que ponha termo à comissáo de serviço, com direito a indemnizaçáo calculada
nos termos do artigo 366.".e2
.) Tendo sido admitido para trabalhar em comissáo de serviço e esta cesse por iniciativa
do empregador que não corresponda a despedimento por facto imputável ao tra-
balhador, a indemnizaçío calculada nos termos do artigo 366.".

e2
A redação deste número e do seguinte foi conferida pelo art. 2." da Lei n: 2312012, de 25 dejunho.

154
TELETRABALHO

Z -Os pruos previstos no artigo anterior e o valor da indemnizaçío a que se referem


as alíneas b) e c) do n.o 1 podem ser aumentados por instrumento de regulamentação
coletiva de trabalho ou contrato de trabalho.
3 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto no n.o 1.

- No art. 366." regula-se a comPensação por despedimento coletiuo.

SUBSECçÁO V
TELETRABALHO93

Artigo 165."
Noçáo de teletrabalho e âmbito do regime

1 Considera-se teletrabalho a prestaçáo de trabalho em regime de subordinaçáo


-
jurídicado trabalhador a um empregador, em local náo determinado por este, através
do recurso a tecnologias de informaçáo e comunicaçáo.
Z - As disposiçóes contidas nos artigos 168.", 769."-A,169."-8, 170." e 170."-A aPli-
carn-se, na parre compatível, a todas as situaçóes de trabalho à distância sem subordinafr"o
jurídica, mas em regime de dependência económica.

- Nesta subsecç,ão regulaua-se dprestaçã.o de teletrabalbo em regime de contrato de trabalho


e não em regime de contrato de prestaç,ão de serui.ço (cfr.arts. I Lo e 12.o do CT e I 154."
dn Código Ciui\. Após a reuisão profunàa introduzidzpelz Lei. n." 83/2021, dt 6 dz dtzembro,
as disposições indicadas no n.o 2 deste art. 165." tdrnbérn se poderáo aplicdr às relações de
tebnabalho independente rnas corn dqendência econtimica, que se uerifcard. nos terznos dn 10.".
- Durante o período da pandemia da Couidl9, d prestdção em regime de telefuabalho foi
irnposta em diuersas situações (DLs n." 79-'U2020, de I de outubro e 94-'4/2020, de 3
de nouembro - já reuogadosainda RCM n." 92-'4/2020).
- e

- As normas que regem o teletrabalho são dotadas de imperatiuidade mínima [art. 3.o,
n.o i, k)J.
Artigo 166."
Acordo para prestaçáo de teletrabalhd
1 - Pode exercer a atividade em regime de teletrabalho um trabalhador da empresa ou
outro admitido para o efeito.
2 - Aimplementaçáo do regime de teletrabalho depende sempre de acordo escrito, que
pode constar do contrato de trabalho inicial ou ser autónomo em relaçáo a este.
3 - O acordo de teletrabalho define o regime de permanência ou de alternância de
períodos de trabalho à distância e de trabalho presencial.
4 - O acordo deve conter e definir, nomeadamente:
a) A identificaçáo, assinaturas e domicílio ou sede das partes;
e3
Com aditamentos estabelecidos na Lei
as numerosas alteraçóes e n3 8312021, de 6 de dezembro (arts
165." a 17t." e 166."-A a t70."-Ae 199..-A).

155
CÓDIGO DO TRABALHO ANOTADO

b) O local em que o trabalhador realizarâhabitualmente o seu trabalho, o qual


será considerado, para todos os efeitos legais, o s'eu local de trabalho;
.) O período normal do trabalho diário e semanal;
d) O horário de trabalho;
e) A atividade contratada, com indicação da categoria correspondente;
f) " A retribuiçáo a que o trabalhador terá direito, incluindo prestaçóes complementares
e acessórias;
g) A propriedade dos instrumentos de trabalho, bem como o responsável pela respetiva
instalaçáo e manutençáo;
h) A periodicidade e o modo de concretizaçâo dos contactos presenciais a que se
refere a alínea c) do n.o 1 do artigo 169."-8.
5 -A forma escrita é exigida apenas para prova da estipulaçáo do regime do teletrabalho.
6 - Se a proposta de acordo de teletrabalho partir do empregador, a oposiçáo do
trabalhador náo tem de ser fundamentada, náo podendo a recusa constituir causa de
despedimento ou fundamento da aplicaçáo de qualquer sançáo.
7 - No caso de a atividade contratada com o trabalhador ser, pela forma como se insere
no funcionarnento da empresa, e rcndo em conta os recursos de que esta dispóe, compatível
com o regime de teletrabalho, a proposta de acordo feita pelo trabalhador só pode ser
recusada pelo empregador por escrito e com indicaçáo do fundamento da recusa.
8 - O local de trabalho previsto no acordo de teletrabalho pode ser alterado pelo
trabalhador, mediante acordo escrito com o empregador.
9 - O empregadorpode defrnir, por regulamento interno publicitado, e com observância
do Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados, aprovado pelo Regulamento (UE)
20161679 do Parlamento Europeu e do Conselho, de27 de abril de 2016, as atividades
e as condições em que a adoçáo do teletrabalho na empresa poderá ser por ele aceite.

- O telenabalho pode ser prestado em regirne de isenç,ão d.e hordrio de trabalho, cfr. art.
218.o, n.o 1, c).

Artigo L66."'N4
Direito ao regime de teletrabalho i
I -Verificadas condiçóes previstas no n.o 1 do artigo 195.", o trabalhador tem direito
as
a passar a exercer a atividade em regime de teletrabalho, quando este seja compatível
com a atividade desempenhada.
2 - Nêm das situações referidas no número anterior, o trabalhador com filho com
idade até 3 anos ou, independentemente da idade, com deficiência, doença crónica ou
doença oncológica que com ele viva em comunháo de mesa e habitaçáo, tem direito a
exercer a atividade em regime de teletrabalho, quando este seja compatível com a
atividade desempenhada e o empregador disponha de recursos e meios para o efeito.e5

ea
Este artigo 166."-A foi introduzido pelo art. 3.o da Lei n." 831202I, de 6 de dezembro.
e5
O texto deste n." 2 resulta da alteraçáo introduzida pelo art. 2." da Lei n." 1312023, de 3 de abril.

156
TELETRABALHO

j - O direito previsto no número anterior pode ser estendido até aos 8 anos de idade
nas seguintes situaçóes:
a) úo, ."ror em que ambos os progenitores reúnem condiçóes para o exercício da
atividade em regime de teletrabalho, desde que este seja exercido por ambos em
períodos sucessivos de igual duraçáo num prazo de referência máxima de72 meses;
b) Famílias monoparentais ou situaçóes em que apenas um dos progenitores, com-
provadamenre, reúne condiçóes para o exercício da atividade em regime de tele-
trabalho.
4 - O empregado r nâo pode opor-se ao pedido do trabalhador efetuado nos termos
dos números anteriores.
5 -Tem ainda direito a exercer a atividade em regime de teletrabalho, pelo período
máximo de quatro anos seguidos ou interpolados, o trabalhador a quem tenha sido re-
conhecido o estatuto de cuidador informal náo principal, mediante comprovaçáo do
mesmo, nos rermos da legislaçáo aplicável, quando este seja compatível com a atividade
desempenhada e o emPregador disponha de recursos e meios para o efeito.
6 - O empregador pode opor-se ao direito previsto no número anterior quando náo
estejam reunidas as condiçóes aí previstas ou com fundamento em exigências imperiosas
do funcionamento da empresa, sendo nestes casos aplicável o procedimento previsto
Íros rì.o' 3 a70 do artigo 57.o, com as necessárias adaptaçóes.
7 - O direito previsto rÌo n.o 3 nío se aplica ao trabalhador de microempresa.

Artigo L67."
Duraçáo e cessaçáo do acordo de teletrabalho
1 - O acordo de teletrabalho pode ser celebrado com duraçáo determinada ou
indeterminada.
2 - Sendo o acordo de teletrabalho celebrado com duraçáo determinada, este náo pode
exceder seis meses, renovando-se automaticamente por iguais períodos, se nenhuma
das partes declarar por escrito, atê 15 dias antes do seu término, que náo pretende a
renovaçáo.
3 Sendo o acordo de duração indeterminada, qualquer das pgtes pode fazêJo cessar
-
mediante comunicaçáo escrita, que produzirá efeitos no 60.o dia posterior àquela.
4 - Qualquer das partes pode denunciar o acordo durante os primeiros 30 dias da sua
execuçáo.
5 no âmbito de um contrato de trabalho de duraçáo
- Cessando o acordo de teletrabalho
indeterminada, ou cujo termo náo tenha sido atingido, o trabalhador retoma a atividade
em regime presencial, sem prejuízo da sua categoria, antiguidade e quaisquer outros
direitos reconhecidos aos trabalhadores em regime presencial com funçóes e duraçáo
do trabalho idênticas.
6 - Constitui conrraordenaçáo grave a violaçáo do disposto no número anterior.

157
cóotoo oo ïRABALHo ANoTADo Ë*,#aqtjt: *-* ?qL-'*/P"ã3
## g nl*=*'?
.)' a,

Artigo 168."e6

características e
2 -São te compensadas pelo empregador todas as despesas adicionais que,
co o trabalhador suporte como direta consequência da aquisiçáo ou
uso dos equi tos e sistemas informáticos ou telemáticos necessários à realizaçáo
do trabalho, s termos do número anterior, incluindo os acréscimos de custos de
energia e da instalada no local de trabalho em condiçóes de velocidade compatível
com as de comunicaçâo de serviço, assim como os custos de manutençáo
dos equipamentos e sistemas
3-Ocon individual de trabalho e o contrato coletivo de trabalho devem fixar na
do acordo para prestaçáo de teletrabalho o valor da compensação devida ao
pelas despesas adicionais.
4- efeitos do presente artigo e na ausência de acordo entre as partes sobre um
valor nos termos do número anterior, consideram-se despesas adicionais as corres-
tes à aquisiçáo de bens e ou serviços de que o trabalhador náo dispunha antes
da braçáo do acordo a que se refere o artigo 166.", assim como as determinadas
comparaçáo com as despesas homólogas do trabalhador no último mês de trabalho
regime presencial.
- O pagamento da compensaçáo prevista no n.o 2 é devido imediatamente após a
das despesas pelo trabalhador.
-Acom rÌos ÍÌ.o'2 e3 é. fiscais, custo Para

ia dos membros do govefno nsavels tos fiscais e

7 -
Sendo os equipamentos e sistemas utilizados no teletrapalho fornecidos pelo
empregador, as condiçóes para o seu uso para além das necessidades do serviço sáo as
estabelecidas pelo regulamento interno a que se refere o n.o 9 do artigo 166.".
8 - No caso de inexistência do regulamento interno ou de este omitir as condiçóes men-
cionadas no número anterio! estas sáo definidas pelo acordo previsto no artigo 166.".
9 - Constitui contraordenaçáo grave a aplicação de qualquer sançáo ao trabalhador
pelo uso dos equipamentos e sistemas para além das necessidades de serviço, quando
esse uso náo esteja expressamente condicionado nos termos dos números anteriores.

-As regras de utilízação dos meios de comunicaç,ão na ernpresa, nomeadamente do correio


eletrónico, preueem-se no art. 22.o, n.o 2.

e6
A redaçáo dos n.o' 3 a 6 foi introduzida pelo art. 2." da Lei n: 1312023, de 3 de abril.

158
TELETRABALHO

- O enquadramento fscal relatiuo às despesas incorcidas no regime de teletraballto encon-


tra+e def.nido no ortcio-circukdo n. " 20249/2023 da Autoridade Tíibutríria e Aduaneira.

Artigo 169l
Igualdade de direitos e deveres

1 - O trabalhador em regime de teletrabalhotem os mesmos direitos e deveres dos


demais trabalhadores da empresa com a mesma categoria ou com funçáo idêntica,
nomeadamente no que se refere a formaçáo, promoçáo na carreira, limites da duraçáo
do trabalho, períodos de descanso, incluindo férias pagas, proteçáo da saúde e
segurânça no trabalho, reparaçáo de acidentes de trabalho e doenças profissionais,
e acesso a informaçáo das estruturas representativas dos trabalhadores, incluindo o
direito a:
a) Receber, no mínimo, a retribuiçáo equivalente à que auferiria em regime presencial,
com a mesma categoria e funçáo idêntica;
b) Participar presencialmente em reunióes que se efetuem nas instalaçóes da emPresa
mediante convocaçáo das comissóes sindicais e intersindicais ou da comissáo de
trabalhadores, nos termos da lei;
c) Integrar o número de trabalhadores da empresapara, todos os efeitos relativos a
estruturas de representaçáo coletiva, podendo candidatar-se a essas estruturas.
Z - O trabalhador pode utilizar as tecnologias de informaçáo e de comunicaçáo afetas
à prestaçáo de trabalho para participar em reuniáo promovida no local de trabalho por
esrnrtura de representaçáo coletiva dos trabalhadores.
3 - Qualquer estrutura de representaçáo coletiva dos trabalhadores pode utilizar as
tecnologias referidas no número anterior para, no exercício da sua atividade, comunicar
com o trabalhador em regime de teletrabalho, nomeadamente divulgando informaçóes
a que se refere o n.o 1 do artigo 465.".
4 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto neste artigo.

Artigo 169."-N7 4

Organizaçáo, direçáo e controlo do trabalho


I - As reunióes de trabalho à distância,assim como as tarefas que, pela sua natureza,
devem ser realizadas em tempos precisos e em articulaçáo com outros trabalhadores,
devem ter lugar dentro do horário de trabalho e ser agendadas preferencialmente com
24 horas de antecedência.
2 - O trabalhador é obrigado a comparecer nas instalaçóes da empresa ou noutro local
designado pelo empregador, para reunióes, açóes de formaçáo e outras situaçóes que
exijam presença física, para as quais tenha sido convocado com, pelo menos, 24horas
de antecedência.

e7
Este art. 169."-A foi introduzido pelo art.3.o da Lei n." 831202I, de 6 de dezembro.

159
CÓDIGO I)O TRABALHO ANOTADO

3 - O emPregador suporta o custo das deslocaçóes a que se refere o número anterior,


na Parte em que, eventualmente, exceda o custo normal do transporte entre o domicílio
do trabalhador e o local em que normalmente prestaria trabalho em regime presencial.
4 - Os poderes de direção e controlo da prestaçáo de trabalho no teletrabalho são
exercidos preferencialmente por meio dos equipamentos e sisremas de comunicaçáo e
- informaçáo afetos à atividade do trabalhador, segundo procedimenros previamente co-

nhecidos por ele e comparíveis com o respeito pela sua privacidade.


5 - O controlo da prestaçáo de trabalho, por parte do empregador, deve respeitar os
princípios da proporcionalidade e da transparência, sendo proibido impor a conexáo
permanente, durante a jornada de trabalho, por meio de imagem ou som.
6 - Constitui contraordenaçáo muito grave a violaçáo do disposto nos n.o' 1 e 3.

Artigo l(!.o-$rs
Deveres especiais
1- Sem prejuízo dos deveres gerais consagrados neste Código, o regime de teletrabalho
implica, para o empregador, os seguinres deveres especiais:
Informar o trabalhador, quando necessário, acerca das características e do modo
") de utilizaçao de todos os dispositivos, programas e sistemas adotados para acompanhar
à distância a sua atividade;
b) Abster-se de contactar o trabalhador no período de descanso nos rermos a que se
refere o artigo 199."-A;
c) Diligenciar no senddo da reduçáo do isolamento do trabalhadoç promovendo,
comperiodicidade estabelecida no acordo de teletrabalho, ou, em câso de omissáo,
a
com intervalos náo superiores a dois meses, contacros presenciais dele com as
chefias e demais trabalhadores;
d) Garantir ou custear as ações de manutençao e de corre$.o de avarias do equipamento
e dos sistemas utilizados no teletrabalho, nos termos do n.o 2 do artigo 168.", in-
dependentemenre da sua propriedade;
e) Consultar o trabalhador, por escrito, antes de introduzir mudanças nos equipamenros
e sistemas utilizados na prestaçáo de trabalho, nas fun{óes atribuídas ou em
qualquer caracrerísrica da atividade contratada;
0 Facultar ao trabalhador aformafo de que este careçapara o uso adequado e produtivo
dos equipamentos e sistemas que seráo utilizados por este no teletrabalho.
2 - Sem preiuízo dos deveres gerais consagrados nesre Código, o teletrabalho implica,
para o trabalhador, os seguinres deveres especiais:
a) Informar atempadamente a empresa de quaisquer avarias ou defeitos de funcionamento
dos equipamenros e sisremas utilizados na presração de trabalho;
b) Cumprir as instruçóes do empregador no respeitante à segurança da informaçáo
utilizada ou produzida no desenvolvimento da atividade conrratada;

e8
ldem.

160
TELETRABALHO

c) Respeitar e observar as restriçóes e os condicionamentos que o empregador defina


previamente, no tocante ao uso para fins pessoais dos equipamentos e sistemas
de trabalho fornecidos por aquele;
d) Observar as diretrizes do empregador em matéria de saúde e segurança no trabalho.
3- Para além de responsabilidade disciplinar, as infraçóes dos deveres indicados no
- número anrerior podem implicar responsabilidade civil, nos termos gerais.
4 - Constirui contraordenaçáo grave a violaçáo dos deveres dispostos no n.o 1.

Artigo 170."
Privacidade de trabalhador em regime de teletrabalho

1 - O empregador deve respeitar a privacidade do trabalhador, o horário de trabalho


e os rempos de descanso e de repouso da família deste, bem como proporcionar-lhe
boas condiçóes de trabalho, tanto do ponto de vista físico como psíquico.
2 - Sempre que o teletrabalho seja reahzado no domicílio do trabalhador, a visita ao
local de trabalho requer aviso prévio de 24 horas e concordância do trabalhador.
3 - Avisita prevista no número anterior só deve ter por objeto o controlo da atividade
laboral, bem como dos instrumentos de trabalho, e apenas pode ser efetuada na presença
do trabalhador durante o horário de trabalho acordado nos termos da alínea d) do n."
4 do artigo 166.".
4 - No acesso ao domicílio do trabalhador, as açóes integradas pelo empregador devem
ser adequadas e proporcionais aos objetivos e finalidade da visita.
5 -ÉvedadaacapfirÍaeutrliza$o de imagem, de som, de escrita, de histórico, ou o recurso
a ourros meios de controlo que possam afetar o direito à privacidade do trabalhador.
6 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto nos Íì.o' 1, 2, 3 e 4.
7 - Constitui contraordenaçáo muito grave a violação do disposto no n.o 5.

- As regras brísicas sobre o domicílio encontram-se nos arts. B2.o e sgts. do Código Ciuil.

Artigo 170."'Ne
Segurança e saúde no trabalho â

1 É vedad a a prâticade teietrabalho em atividades que impliquem o uso ou contacto


-
com substâncias e materiais perigosos paraasaúde ou a integridade física do trabalhador,
exceto se efetuados em instalaçóes certificadas para o efeito.
2 - O empregado r organizaem moldes específicos e adequados, com respeito pela privacidade
do trabalhador, os meios necessários ao cumprimento das suas responsabilidades em matéria
de saúde e segurança no trabalho, nomeadamente cumprindo as medidas previstas no
Decreto-Lei nP 349193, de 1 de outubro, que transpóe para a ordem jurídica interna a
Diretiva n." 901270/CEE, do Conselho, de 29 de maio, relativa às prescriçóes mínimas
de segurança e de saúde respeitantes ao trabalho com equipamentos dotados de visor.

ee
Este art. 170."-Afoi introduzido pelo art. 3." da Lei n: 831202I, de 6 de dezembro

161
CÓDIGO DO TRABALHO ANOÏADO

3 - No quadro da responsabilidade a que se refere o número anterior, o empregador


promove arealizasode exames de saúde no trabalho antes da implementa$o do teletrabalho
e, posteriormente, exames anuais para avalia@o da aptidão fïsica e psíquica do trabalhador
para o exercício da atividade, a repercussáo desta e das condiçóes em que é prestada na
sua saúde, assim como das medidas preventivas que se mostrem adequadas.
4 - O trabalhador faculta o acesso ao local onde presta trabalho aos profissionais :
ì
designados pelo empregador que, nos termos da lei, têm a seu cargo a avaliaçáo e o
controlo das condiçóes de segurança e saúde no trabalho, em período previamente
acordado, entre as 9 e as 19 horas, dentro do horário de trabalho.
5 - O regime legal de reparaçáo dos acidentes de trabalho e doenças profissionais
aplica-se as situações de teletrabalho, considerando-se local de trabalho o local escolhido
pelo trabaihador para exercer habitualmente a sua atiyidade e tempo de trabalho todo
aquele em que, comprovadamente, esteja a prestar o seu trabalho ao empregador.
6 - Constitui contraordenação muito grave imputável ao empregador a violaçáo do
disposto neste artigo.

Artigo 171."
Fiscalizaçáo
1 -
Cabe ao serviço com competência inspetiva do ministério responsável pela área do
nabalho fiscalizar o cumprimento das normas reguladoras do regime de telemabalho,
incluindo a legislação relativa à segurança e saúde no trabalho, e contribuir para a
prevençáo dos riscos proftssionais inerentes a essa forma de prestaçáo de trabalho.
2 -As açóes de fiscalizaçáo que impliquem visitas de autoridades inspetivas ao domicílio
do trabalhador requerem a anuência do trabalhador e a comunicaçáo da sua realizaçáo
com a antecedência mínima de 48 horas.

SUBSECÇÁO VI
TRABALHO TEMPONÁruO

{
DTVISÁO I
DISPOSTçÓES CEnruS RELATTVAS A TRABALHO TEMPORÁRIO

Artigo I72."
Conceitos específtcos do regime de trabalho temporário

Considera-se:
Contrato de trabalho temporário o contrato de trabalho a termo celebrado entre
") uma empresa de trabalho temporário e um rabalhador, pelo qual este se obriga,
mediante retribuiçáo daquela, a prestar a sua atividade a utilizadores, manrendo-se
vinculado à empresa de trabalho temporário;

162
TRABALHO TEMPORÁRIO

b) Contrato de trabalho por tempo indeterminado para cedência temporária o


conrrato de trabalho por tempo indeterminado celebrado entre uma empresa de
trabalho temporário e um trabalhador, pelo qual este se obriga, mediante retribuiçáo
daquela, a prestar temporariamente a sua atividade a utilizadores, mantendo-se
vinculado à empresa de trabalho temporário;
c) Contrato de utilizaçáo de trabalho temporário o contrato de prestaçáo de serviço
a termo resolutivo entre um utilizador e uma empresa de trabalho temporário,
pelo qual esta se obriga, mediante retribuifr.o, a ceder àquele um ou mais trabalhadores
temporários.

- No âmbito da Uni,4o Europeia, uigora a Diretiua 2005/104/CE do Parlamento Europeu


e do Conselho, de 19-11-2008, relatiua ao trabalho temporário (JOUE, L327/9, de
5-12-2008)
-As empresas de trabalho temporririo têm estatuto próprio, tjì. DL n." 260/2009, de 25
de setembro, cuja última e profunda aberag1o foi introduzida pela Lei n.o 13/2023, de 3
de abril, arïs. 9.o e 19.o.
o entendimento do nabalho temporuírio comofgura espectfica é a circurntância
-'Cracialpara
de que os trabalhadores temporuírios, enqudnto nabalham para o utilizador, estão sujeitos
ao exercício por este do poder de direção (ou, pelo menos, parte dele) próprio do empregador,
que assim é delegado para o utilizador e est,io inseridos nA estrutura organizatiua do próprio
utilizador.
Mas o recurso ao trabalho temportirio é, apend$ uma dasformas ltossíueis de externalização
dos riscos da empresa. Na uerdade, em uez de adquirir, atraués de um confuato de utilização
de trabalho temporário, o direito de (temporariamente) inserir na própria estrutura
organizatiua trabalhadores subordinados alheios e dirigir a prestação destes, uma emPresã
pode optar por celebrar contratos de prestaçáo de seruiços, adquirindn antes um determinado
seruiço, uma atiuidade ou, inclusiue, um resuhado. (...) E rrtuito embora este outsourcing
ou contracting out ocona sobretudo em ríreas que se situam fora do core business de uma
em?resa - pense-se no recurso a empresas de limpeza, uigl.lância, trdtamento de dados -
não está legalmente excluído que ocorra mesrno nas áreas nucleares da empresa.". Júlio
Gomes, A fronteira entre o contrato de uti.lização de traballp temporário e os (outros)
contrdtos de prestaçã.o de seruiços, Publicado em Prontudrio do Direito do Tiabalho, Centro
de Estudos Judicitírìos, n.o 87 (set.-dez. 2010), pP. 85-114.

Artigo 173."
Cedência ilícita de trabalhador
i- É nulo o conrraro de utilizaçáo, o contrato de trabalho temporário ou o contrâto
de trabalho por tempo indeterminado para cedência temp orâria celebrado por
empresa de trabalho temporário náo titular de licença para o exercício da respetiva
atividade.
2 -É, nulo o contrato celebrado entre empresas de trabalho temporário pelo qual uma
cede à ourra um trabalhador para que este seja posteriormente cedido a terceiro.

163
CÓDIGO DO TRABALHO ANOTADO

3 - No caso previsto no tr.o 1, considera-se que o trabalho é prestado ao utilizador em


regime de contrato de trabalho sem termo.'0b
4 - No caso previsto no fi.o 2, considera-se que o trabalho é prestado à empresa que
contrate o trabalhador em regime de contrato de trabalho sem termo.
5 - No caso de o trabalhador ser cedido a utilizador por empresa de trabalho temporário
" licenciada sem que tenha ceiebrado contrato de trabalho temporário ou contrato de
trabalho por tempo indeterminado para cedência temporária, considera-se que o
trabalho é prestado à empresa utilizadora em regime de contrato de trabalho sem
termo.1o1
6 -
Em substituiçáo do disposto nos fl.o' 3, 4 ou 5, o trabalhador pode optar, nos 30
dias seguintes ao início da prestaçáo de atividade, por uma indem nizaçáo nos termos
do artigo 396.".
7 - Constitui contraordenaçáo muito grave, imputável à empresa de trabaiho temporário
e ao utilizador, a celebraçáo de contrato de utilizaçáo de trabalho temporário por parre
de empresa náo titular de licença.

- O regime especffico da inualidade do contrato de trabalho consta do art. 121.o e


sgts.

- O contrato de trabalho por teruPo indeterminado para cedência temporriria encontra-se


regulado no art. 183.0 e sgts.

- Pela alteração do n.o 5 in*oduzida pela Lei n.o 93/2019, a ernpresa utilizadora passa
A ser a empregadora quando a cedência não tenha sido deuidamente formalizada.

Artigo 174."
Casos especiais de responsabilidade da empresa de trabalho temporário ou do
utilizador
1 - A celebraçâo
de contrato de utilizaçáo de trabalho temporário por empresa
de trabalho temporário náo licenciada responsabiliza solidariamenre esra e o
I

utilizador pelos créditos do trabalhador emergentes do contrato de trabalho, da sua


violaçáo ou cessaçáo, relativos aos últimos três anos, bem conqLr pelos encargos sociais
correspondentes.
2 - Aempresa de trabalho temporário e o utilizador de trabalho temporário, bem como
os respetivos gerentes, administradores ou diretores, assim como as sociedades que com
a empresa de trabalho temporário ou com o utilizador se encontrem em relaçáo de par-
ticipaçóes recíprocas, de domínio ou de grupo, sáo subsidiariamente responsáveis pelos
créditos do trabalhador e pelos encargos sociais correspondentes, assim como pelo
pagamento das respetivas coimas.l02

r00
Redação dada pelo art.2P da Lei n." 1312023, de 3 de abril.
10t
Redaçáo dada pelo aft.2.o da Lei n." 9312019, de 4 de setembro.
102
Redaçáo conferida pelo art. 2." daLei nP 2812016, de 23 de agosro.

164
TRABALHO TEMPORÁRIO

- V anotação do art. 334.o relatiuo à responsabilidade solidriria de sociedades em relaç,io


de participações recíprocas, de domínio ou de grupo por créditos emergentes do contrato de
tabalho.
- A Lei n.o 28/2016, de 23 de agosto, que alterou os n.o' 2 e 4 deste artigo, também
introduziu a terceira aheração ao regime jurídico do exercício e licenciamento das agências
priuadas de colocaçáo e das empresas de trabalho temportírio.

DIVISÁO II
CONTRAïO DE UTTLLZAçÃO DE TRABALHO TEMPOnÁruO

Artigo 175."
Admissibilidade de contato de utilizaçáo de trabalho temporário
1 O conrrato de utilizaçío de trabalho temporário só pode ser celebrado nas situaçóes
-
referidas nas alíneas a) a g) do n." 2 do artigo I40." e ainda nos seguintes casos:
ò Vacatura de posto de trabalho quando decorra processo de recrutamento Para o
seu preenchimento;
b) Necessidade intermitente de máo-de-obra, determinada por flutuaçáo da atividade
durante dias ou paÍtes de dia, desde que a utllizaçío náo ultrapasse semanalmente
metade do período normal de trabalho maioritariamente praticado no utilizador;
.) Necessidade intermitente de prestaçáo de apoio familiar direto, de natureza social,
durante dias ou partes de dia;
d) Realizaçáo de projeto temporário, designadamente instalaçáo ou reestruturaçáo
de empresa ou estabelecimento, montagem ou rePafaçáo industrial.
2 - Para efeito do disposto no número anterior, no que se refere à alínea f) do n." 2
do artigo 140.", considera-se acréscimo excecional de atividade da empresa o que te nha
duraçáo até 72 meses.
3 - A duraçáo do conrrato de utilizaçâo nã.o pode exceder o período estritamente
necessário à satisfaçáo da necessidade do utilizador a que se refere o n.o 1.
4 - Náo é permitida avúlizaçáo de trabalhador temporário egr posto de trabalho par-
ticularmente perigoso p^Íaasua segurança ou saúde, salvo se for essa a sua qualifrcaçáo
profissional.
5 - Náo é permitido celebrar contrato de utilizaçáo de trabalho temporário para satisfaçáo
de necessidades que foram asseguradas por trabalhador cujo contrato tenha cessado
nos 12 meses anteriores por despedimento coletivo ou despedimento por extinçáo de
posto de trabalho.
6 - Constitui contraordenaçáo muito grave imputável ao utilizador a violaçáo do
disposto no n." 4.

- Neste ãrtigo reuelam-se as relações entre o contrãto de utilizaç,4o do trabalho ternporuírio


com o contrdto d termo, procurando restringir+e o seu uso mas que d sociedadz da informaç,ão
ìmpõe cada uez mais.

165
CÓDIGO DO TRABALHO ANOTAI}O

Artigo 176."
Justiftcaçáo de contrato de utilização de trabalho temporário
1 -Cabe ao utilizador a prova dos factos que justificam a celebraçáo de contrato de
utilizaçáo de trabalho temporário.
2 -É, nulo o contrato de utilizaçáo celebrado fora das situaçóes a que se refere o n.o 1
'do artigo anterior.
3 - No caso previsto no número anterior, considera-se que o trabalho é prestado peio
trabalhador ao utilizador em regime de contrato de trabalho sem termo, sendo aplicável
o disposto no n.o 6 do artigo 173.".

- Relatiuamente ao contrato a terrno resolutiuo, a. arts. 140.o, n.o 5 e 147.'.


- O regi.me das ?rouas, incluindo o seu ónus, no plano substantiuo, encontra-se estabelecido
no art. 341.o e sgts. do Código Ciuil. No plano processual, no art. 410.o e sgts. do Ctídigo
de Processo Ciuil.

Artigo I77."
Forma e conteúdo de contrato de utilizaçáo de trabalho temporário
I - O contrato de utilizaçáo de trabalho temporário está sujeito a forma escrita, é
celebrado em dois exemplares e deve conrer:
Identificaçáo, domicílio ou sede das partes, os respetivos números de
") contribuintes eassinaturas,
do regime geral da segurança social, bem como, quanto à empresa
de trabalho temporário, o número e a data do alvará da respetiva licença;
b) Motivo justificativo do recurso ao trabalho temporário por parte do utilizador;
c) Caracterizaçáo do posto de trabalho a preenchet dos respetivos riscos profrssionais
e, sendo caso d"isso, dos riscos elevados ou relativos a posto de trabalho particularmente
perigoso, a qualificaçáo profissional requerida, bem como a modalidade adotada
pelo utilizador para os serviços de segurança e saúde no trabalho e o respetivo
contacto;
d) Local e período normal de trabalho;
e) Retribuiçáo de trabalhad.or do utilizador que exerça ,rr1.-", funçóes;
",
fl Pagamento devido pelo utilizador à empresa de trabalho temporário;
g) Início e duraçáo, certa ou incerta, do contrato;
h) Data da celebraçáo do contraro.
2 -Para efeitos da alínea b) do número anterior, a indicaçáo do motivo justificativo
deve ser feita pela mençáo expressa dos factos que o integram, devendo estabelecer-se
a relaçáo entre a justificação invocada e o termo estipulado.
3 - O contrato de utilizaçáo de trabalho temporário deve rer em anexo cópia da apólice
de seguro de acidentes de trabalho que englobe o trabalhador temporário e a atividade
a exercer Por este, sem o que o utilizador é solidariamente responsável pela reparaçáo
dos danos emergentes de acidente de trabalho.

166
ÏRABALHO TEMPORÁRIO

I - (Reuogado)'tot
se náo for celebrado por escrito ou náo contiver qualquer uma
5 - O contraro é nulo
das mençóes referidas nas alíneas do n." f .iOa
é prestado pelo
6 - No caso previsto no número anterior, considera-se que o mabalho
trabalhador ao utilizador em regime de contrato de trabalho sem termo, sendo aplicável
- o disposto no n.o 6 do artigo I73.".
7 - Constïrui contraordenaçáo leve imputável à empresâ de trabalho
temporário e ao
ttlizador a violação do disposto nas alíneas a), c) ou f) do n.o 1.
- O entpregador ê obrigado a tansferir a sua responsabilidade pela reparaç,4o dos danos
caasados pelos acidentes de trabalho para. urna seguradora autorizada, de cortformidade
corn o disposto no art. 79.o da Lei n.o 98/2009, de 4 de setembro &AD.

- O regime do contrato de seguro consta do DL n." 72/2008, de 16 de abril, e a apólice


uniforme do contrato de seguro de acidentes de trabalho para trabalhadores por conta de
outrem foi aprouada pelo Regulamento n.o 1/2000 do antigo Instituto de Seguros de
Portugal, atual ASF.
- O desrespeìto por qualquer dasformalidades estabeleci.das [e n,ão aPenas a da alínea b)J
gela a nulidade, Ú. n.o 5, aherado pela Lei n." 93/2019.

Artigo 178."
Duraçáo de contrato de utilizaçáo de trabalho temporário
I - O conrrato de utilizaçáo de trabalho temporário é celebrado a termo resolutivo,
certo ou incerto.
2 - Aduraçáo do contrato de utilizaçáo de trabalho temporário, incluindo renovaçóes,
náo pode exceder a duraçáo da causa justificativa nem o limite de dois anos, ou de seis
ou 12 meses em caso de, respetivamente, vacatura de posto de trabalho quando já
decorra processo de recrutamento para o seu preenchimento ou acréscimo excecional
da atividade da empresa.
3 - Considera-se como um único contrato o que seja objeto de renovaçáo.
4 - No caso de o trabalhador temporário continuar ao serviçod.o utilizador decorridos
10 dias após a cessaçáo do contrato de utilizaçáo sem a celebraçáo de contrato que o
fundamente, considera-se que o trabalho passa a ser prestado ao utilizador com base
em contrato de trabalho sem teÍmo.

r03
Revogado pelo art. 9." da Lei n." 6912013, de 30 de agosto, que estabelecia: <<O contrato de utilizaçáo
de trabalho temporário deve ter ainda em anexo documento comprovativo de vinculaçáo a fundo de
compensaçáo do trabalho ou a mecanismo equivalente, sem o que o udlizador é solidariamente responsável
pelo pagamento do monrante da compensaçáo que caberia àquele fundo ou mecanismo equivalente por
cessaçáo do respetivo conüato.)
10a
Redaçáo resultante do disposto no art. 2." daLei n." 2812016, de23 de agosto' e da Lei n'" 9312019, de
4 de setembro.

167
CÓDICO DO TRABALHO ANOTADO

Artigo l/).oros
Proibiçáo de contratos sucessivos
1 - No caso de se ter completado a duraçáo máxima de contrato de utilizaçáo de trabalho
temporário, é proibida a sucessâo no mesmo posto de trabalho ou atividade profissional
de trabalhador temporário ou de trabalhador contratado a termo, ou ainda de contrato
de prestaçáo de serviços para o mesmo objeto ou atividade, celebrado com o mesmo
empregador ou sociedade que com este se encontre em relaçáo de domínio ou de grupo,
ou mantenha estruturas organizativas comuns, antes de decorrer um período de tempo
igual a um terço da duraçáo do referido contrato, incluindo renovaçóes.
2 - O disposto no número anterior nâo é aplicável nos seguintes casos:
Nova ausência do trabalhador substituído, quando o contrato de utilizaçáo tenha
") sido celebrado para sua substituiçáo;
b) Acréscimo excecional de necessidade de máo-de-obra em atividade sazonal.
3 - Considerâ-se sem termo o contrato celebrado entre o trabalhador e o udlizador em
violaçáo do disposto no rÌ.o 1, contando puaaantiguidade do trabalhador todo o tempo
de trabalho prestado para o utilizador em cumprimento dos sucessivos contratos.
4 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto no n.o 1.

DIVISÁO III
CONTRATO DE TRABALHO TEMPORÁRIO

Artigo 180."
Admissibilidade de contrato de trabalho temporário
1 - O contrato de trabalhotemporário só pode ser celebrado a termo resolutivo, certo
ou incerto, nas situações previstas para a celebraçáo de contrato de utilizaçáo.
2 -Ê nulo o termo estipulado em violaçáo do disposto no número anterior, conside-
rando-se o trabalho efetuado em execuçáo do contrato como prestado à empresa de
trabalho temporário em regime de contrato de trabalho sem termo, e sendo aplicável
o disposto no n.o 6 do artigo I73.".
3 - Caso a nulidade prevista no número anterior concorra com dnulidade do contrato
de utilização de trabalho temporário, prevista no n.o 2 do artigo 176." ou no n." 5 do
artigo I77.",considera-se que o trabalho é prestado ao utilizador em regime de contrato
de trabalho sem termo, sendo aplicável o disposto no n.o 6 do artigo 173.".106

- Há similitude com o regirne do contrato A terrno, corno deriua do art. 147.".


-,4s aberações introduzidas pela Lei n." 13/2023, de 3 de abril, relati.uas à renouaçã.o do
contrato de trabalho temporário, náo se aplicam aos contratos em uigory cfr. seu art. 35.o,
n.o 2, parte f.nal.

r05
A redaçáo dos n.o' I e 3 resulta do art. 2.o da Lei n." 1312023, de 3 de abril.
106
Redaçáo resultante do art. 1." da Lei nP 5312011, de i4 de outubro.

168
TRABALHO TEMPORÁRIO

Artigo 181."
Forma e conteúdo de contrato de trabalho temporário

1 - O contrato de trabalho temporário está sujeito a forma escrita, é celebrado em dois


exemplares e deve conter:
ò Identificaçáo, assinaturas, domicílio ou sede das partes e número e data do alvará
da licença da empresa de trabalho temporário;
b) Motivo que justifica a celebração do contrato, com mençáo concreta dos factos
que o inregram, tendo por base o motivo justificativo do recurso ao trabalho
temporário por parte do utilizador indicado no contrato de utilizaçáo de trabalho
temporário, sem prejuízo do disposto nos artigos 412." e 413.", com as necessárias

adaptaçóes.107
c) Atividade contratada;
d) Local e período normal de trabalho;
e) Retribuiçáo;
f) Data de início do trabalho;
g) Termo do contrato;
h) Data da celebraçáo.
2 - Na falta de documento escrito ou em caso de omissáo ou insuficiência da indicaçáo
do motivo justificativo da celebraçáo do contrato, considera-se que o trabalho é prestado
à empresa de trabalho temporário em regime do contrato de trabalho sem termo, sendo
aplicável o disposto no n.o 6 do artigo 173.".
3 - O conrrato que náo contenha a mençáo do seu termo considera-se celebrado pelo
prazo de um mês, náo sendo permitida a sua renovaçáo.
4 -lJm exemplar do contrato fica com o trabalhador.
5 - Constirui contraordenaçáo grave, imputável à empresa de trabalho temporário, a
violaçáo do disposto nas alíneas a), a f) do n.o 1 ou no n.o 4.108
-A obrigatori.edadz daforma documental esmi.ta para este tipo de contrato rePresentd uma
outra exceção à regra geral da liberdade estabelecida no art. I 10.o.
- Pela alteração da alinea b) d.o n.o 1, é reforçado o modo âe conuetizaç,ão d.o motiuo
justifcatiuo Pdra celebraç,4o do contrato de nabalho temltorá.rio.

Artigo l$J'otoe
Duraçáo de contrato de trabalho tempoÍário
i - A duraçáo do contrato de trabalho temporário náo pode exceder a do contrato de
utilizaçáo.

107
Redação conferida pelo art. 23 daLei n." 9312019, de 4 de setembro.
r08
Na redação conferida pelo art. 2." da Lei n3 9312019, de 4 de setembro
roe
O texto dos n.o" 2,8 e9 foi introduzido pelo art. 2." daLeinJ 1312023, de 3 de abril

169
CODIGO D() TRABALHO ANOTAI}O

2 - O contrato de trabalhotemporário a termo certo náo está sujeito ao limite de


duraçáo do n." 2 do artigo 148." e, enquanto se mantiver o motivo justificativo, pode
ser renovado até quatro vezes.l10
3 - Náo está sujeito ao limite de renovaçóes referido no número anterior o contraro
de trabalho temporário a termo certo celebrado para substituiçáo de trabalhador ausente,
-sem que a sua ausência seja imputável ao empregador, nomeadamente nos casos de
doença, acidente, licenças parentais e outras situaçóes análogas.
4 - Aduraçáo do contrato de trabalho temporário a termo certo, incluindo renovaçóes,
náo pode exceder dois anos, ou seis ou l2 meses quando aquele seja celebrado, respe-
tivamente, em caso de vacatura de posto de trabalho quando decorra processo de re-
crutamento para o seu preenchimento ou de acréscimo excecional de atividade da
emPresa.
5 - O contrato de trabalho temporário
a termo incerto dura pelo tempo necessário à
satisfaçáo de necessidade temporária do utilizador, náo podendo exceder os limites de
duraçáo referidos no número anterior.
6 -É,aplicável ao cômputo dos limites referidos nos números anteriores o disposro no
n." 6 do artigo 148.".
7- do contrato de trabalho temporário é aplicável o disposto no artigo
344." ou345.", consoante seja a termo certo ou incerto.
^caducidade
8 - Sem prejuno do disposto nos números anteriores, a duração de contratos de trabalho
temporário sucessivos em diferentes utilizadores, celebrados com o mesmo empregador
ou sociedade que com este se encontre em relaçáo de domínio ou de grupo, ou mantenha
estruturas organizativas comuns, náo pode ser superior a quatro anos.
9 - Converte-se em contrato de trabalho por tempo indeterminado para cedência
temporária, o contÍato de trabalho temporário que exceda o limite referido no número
anterior

- Segundo o estatuído no n.o 4 do art. 1 1.o da Lei n.o 93/2019, A noua redaç,ão 'hão se
aplica ... no que respeita ... à renouação dos contratos de trabalho temponírio celebrados..."
atê 30 de setembro de 2019.
- Ainda pela aberaçáo intoduzida pela Lei n.o 93/20 I 9, pdssou hauer um
ç limite mcíximo
de renouações (seis), excetuando a substituiçáo do trabalhador ausente.
- Para oPerar a caducidade, deuem obseruar-se os prazos de denúncia estabelecidos para
os contrntos A termo, c€rto e incerto, preuistos, respetiuarnente, nos arts. 344.o e 345.o,
sendo deuidas as comPensações conespondente*

- O limite pdra quatro renouações aplica4e aos contratos celebrados após a uigênci.a da
Lei n." 13/2023, de 3 de abril, ou seja, a partir de I de maio de 2023, cfr. seu art. 35.o,
n.o 6.

rr0 A redaçáo dos n.o' 2 (anterior), 3 e 6 resulta do art. 2." da Lei n: 9312019, de 4 de setembro.

170
TRABALHO IEMPORÁRIO

DIVISÁO IV
CONTRATO DE TRABAIHO POR TEMPO INDETERMINADO PARA
CEDÊNCIA TEMPORÁRIA

Artigo 183."
' Forma e conteúdo de contrato de trabalho por tempo indeterminado para cedência
temporária

1 - O contrâto de trabalho por tempo indeterminado para cedência temporária está


sujeito a forma escrita, é celebrado em dois exemplares e deve conter:
a) Identificaçáo, assinaturas, domicílio ou sede das partes e número e data do alvarâ
da licença da empresa de trabalho temporário;
b) Mençáo expressa de que o trabalhado r aceitaque a empresa de trabalho temporário
o ceda temporariamente a utilizadores;
c) Atividade contratada ou descriçáo genérica das funções a exercer e da qualificaçío
profissional adequada, bem como a ârea geográfica na qual o trabalhador está
adstrito a exercer funçóes;
d) Retribuiçáo mínima durante as cedências que ocorraÍn, nos termos do artigo 185.".
2 -IJm exemplar do contrato fica com o trabalhador.
3 - Na falta de documento escrito ou no caso de omissáo ou insuficiência das mençóes
referidas na alínea b) ou c) do n." 1, considera-se que o trabalho é prestado à empresa
de trabalho temporário em regime de contrato de trabalho sem termo, sendo aplicável
o disposto no n.o 6 do artigo I73.".
4 - Constitui contraordenaçáo gÍave a violaçáo do disposto na alínea b) do n.o 1 ou
no n.o 2.111

-As informações obriganirias aprestar ão trabalhador constarn do art. 106.0 e sgts.


- A determinação da atiuidade contratada ê regulada no art. 1 15.o e sgts.

Artigo I84."
Período sem cedência temporária 4

1 - No período em que náo se encontre em situaÉo de cedência, o trabalhador contratado


por tempo indeterminado pode prestar atividade à empresa de trabalho temporário.
2 - Durante o período referido no número anterior, o trabalhador tem direito:
Caso náo exerça atividade, a compensaf.o prevista em instrumento de regulamentaÉo
") coletiva de trabalho, ou no vaior de dois terços da ultima retribuiSo ou da retribuiçáo
mínima mensal garantida, consoante o que for mais favorável;
b) Caso exerça atividade à empresa de trabalho temporário, a retribui$o correspondente
à atividade desempenhada, sem prejuízo do valor referido no contrato de trabalho
a que se refere o artigo anterior.

rrr Redaçáo
conferida pelo art. 2." daLei n.o 1312023, de 3 de abril.

171
CÓDIG{) OO TRABALHO ANOTADO

3 - Constitui contraordenaçáo grave imputável à empresa de trabalho temporário a


violaçáo do disposto neste artigo.

- A retribuiç,ão mínima mensal garantida preuê-se nos arts. 273.o a 275.o.

DIVISÁOV
REGIME DE PRESTAÇÁO DE TRABALHO DE TRABALHADOR
TEMPORÁRIO

Artigo 185."
Condiçóes de trabalho de trabalhador temporário
1 - O trabalhador temporário pode ser cedido a mais de um utilizador, ainda que não
seja titular de contrato de trabalho poÍ tempo indeterminado para cedência temporária,
se o contrário náo for estabelecido no respetivo contrato.
2 - Durante a cedência, o trabalhador está sujeito ao regime aplicável ao utilizador no
que respeita ao modo, lugar, duraçáo do trabalho e suspensáo do contrato de trabalho,
segurança e saúde no uabalho e acesso a equipamentos sociais.
3 - O utilizador deve elaborar o horário de trabalho do trabalhador e marcar o período
das férias que sejam gozadas ao seu serviço.
4 - Durante a execuçáo do contrato, o exercício do poder disciplinar cabe à empresa
de trabalho temporário.
5 - O trabalhador tem direito à retribuiçáo mínima de instrumento de regulamentaçáo
coletiva de trabalho aplicável à empresa de trabalho temporário ou ao utilizador que
corresponda às suas funçóes, ou à praticada por este para trabalho igual ou de valor
igual, consoante a que for mais favorável.
6 - O trabalhador tem direito a férias, subsídios de férias e de Natal, bem como a outras
prestaçóes regulares e periódicas, em dinheiro ou em espécie, a que os trabalhadores
do utilizador tenham direito por trabalho igual ou de valor igual.112
7 - Aretribuiçáo do período de ferias e os subsídios de férias e de Natal de trabalhador
contratado por tempo indeterminado para cedência temporária sáo calculados com
base na média das retribuiçóes auferidas nos últimos 12 medes, ou no período de
execuçáo do contrato se este for inferioç excluindo as compensaçóes referidas no artigo
184." e os períodos correspondentes.
S - O trabalhador temporário cedido a utilizador no estrangeiro por período inferior
a oito meses tem direito ao pagamento de um abono mensal a título de ajudas de custo
até ao limite de 25 o/o do valor da retribuiçáo base.
9 - O disposto no número anterior não se aplica a trabalhador titular de contrato
de trabalho por tempo indeterminado para cedência temporária, ao qual sáo aplicáveis
as regras de abono de ajudas de custo por deslocaçáo em serviço previstas na lei
geral.

r12
Os textos deste n." 6, bem como do n.o 12, resultam do art. 2." daLei nP 1312023, de 3 de abril.

172
TRABALHO TEMPORÁRIO

10 - Sem prejuízo do disposto nos números anteriores, é aplicável ao trabalhador


temporaÀo o instrumento de regulamentafr.o coletiva de trabalho aplicível a trabalhadores
do tilizador que exerçam as mesmas funçóes.113
11 - O utilizador deve informar o trabalhador temporário dos postos de trabalho
disponíveis na empresa ou estabelecimento para funçóes idênticas às exercidas por este,
com vista à sua candidatura.
12 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto no n.o 3,5,8 ou 11 e o
exercício de poder disciplinar por parte do utilizador.
retribuição outrds prestações patrintoniais são objeto do art. 258.o sgts. Por sua uez,
-A e e

os instrumentos de regulamentaç,ão coletiua de trabalho encontrãm-se elencados no drt. 2.o


e disciplinados no art. 476.0 e sgts. O seu relacionamento com a lei e com o contrdto
(lndiuidual) de *abalho ê regulado no art. 3.o.
-Na alteração ao n.o 10, introduzida pela Lei n.' 93/2019, foi eliminado o prazo de 60
dias para aplicação do irct.

-Ac. do TJUE, dr 12-05-2022, Proc. C-426/2020, Rel. Andreas Kumin: a compensação


por férias anuais pagas n,ão gozadas e o subsídio de ferias correspondente, deuidos a
trabalhadores ternporíírios, deue ser pelo menos igual à que llte seria deuida se tiuesse
sido recrutado diretamente pela emPresa para ocu?ar as mesrnts funções no rnesrno
período.

Artigo 186."
Segurança e saúde no trabalho temporário

1 - O trabalhador temporário beneficia do mesmo nível de proteçáo em matéria de


segurança e saúde no trabalho que os restantes trabalhadores do utilizador.
2 - Antes da cedência do trabalhador temporário, o utilizador deve informar, por
escrito, a empÍesa de trabalho temporário sobre:
Os resultados da avaliaçâo dos riscos paraa segurança e saúde do trabalhador
") temporário inerentes ao posto de trabalho a que vai ser afeto e, em caso de riscos
elevados relativos a posto de trabalho particularmente perigoso, a necessidade de
qualificaçáo profissional adequada e de vigilância médica4especial;
b) As instruçóes sobre as medidas a adotar em caso de perigo grave e iminente;
c) As medidas de primeiros socorros, de combate a incêndios e de evacuaçáo dos tra-
balhadores em câ.so de sinistro, assim como os trabalhadores ou serviços encarregados
de as pôr em prática;
d) O modo de o médico do trabalho ou o técnico de higiene e segurança da empresa
de trabalho temporário aceder a posto de trabalho a ocupar.
3 - A empresa de trabalho temporário deve comunicar ao trabalhador temporário
a informaçáo prevista no número anterior, por escrito e antes da sua cedência ao
utilizador.

113
Na redaçáo conferida pelo art. 2." da Lei nP 9312019, de 4 de setembro.

173
CÚOIOO DO TRABALHO ANOTADO

4 - Os exames de saúde de admissáo, periódicos e ocasionais sáo da responsabilidade


da empresa de trabalho temporário, incumbindo ao respetivo médico do trabalho a
conservaçáo das fichas clínicas.
5 - A empresa de trabalho temporário deve informar o utilizador de que o trabalhador
está considerado apto em resultado do exame de saúde, dispóe das qualificaçóes
profissionais adequadas e tem a informaçáo referida no n.o 2.
6 - O utilizador deve assegurar ao trabalhador temporário formafr.o suficiente e adequada
ao posto de trabalho, tendo em conta a sua qualificaçáo profissional e experiência.
7 - O trabalhador exposto a riscos elevados relativos a posto de trabalho particularmente
perigoso deve ter vigilância médica especiai, a cargo do utilizador, cujo médico do
trabalho deve informar o médico do trabalho da empresa de trabalho temporário sobre
eventual contraindicaçáo.
8 - O utilizador deve comunicar o início da atividade de trabalhador temporário, nos
cinco dias úteis subsequentes, aos serviços de segurança e saúde no trabalho, aos repre-
sentantes dos trabalhadores para a segurança e saúde no trabalho, aos trabalhadores
com funçóes específicas neste domínio e à comissáo de trabalhadores.
9 - Constitui contraordenaçáo muito grave a violaçáo do disposto no n.o 7, constitui
contraordenaÉ.o grave a violafo do disposto rìos n.o' 4,5 ou6 e constitui contraordenaçáo
leve a violaçáo do disposto nos t.o" 2,3 ou 8.rla

- Os instrumentos brísicos no âmbito da segurança e saúde no trabalho preueem-se nos arts.


281.o a 284.o.

Artigo 187."
Formaçáo proft ssional de trabalhador temporário
1 - A empresa de trabalho temporário deve assegurar a formaçáo profissional de
trabalhador temporário contratado a termo sempre que a duraçáo do contrato, incluindo
renovaçóes, ou a soma de contratos de trabalho temporário sucessivos num ano civil
seja superior a três meses.
2 - A formaçáo profissional prevista no número anterior deve ter a duraçáo mínima
de oito horas, ou duração mais elevada de acordo com o n." 2 do artigo 131.o.
3 -A empresa de trabalho temporário deve afetar à formaSo profissional dos trabalhadores
temporários, pelo meÍÌos, I o/o do seu volume anual de negócios nesta atividade.
4 - A empresa de trabalho temporário náo pode exigir ao trabalhador temporário
qualquer quantia, seja a que título for, nomeadamente por serviços de orientaçáo ou
formaçáo profissional.
5 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto nesre arrigo.
6 - Em caso de violaçáo do n.o 4, pode ser aplicada a sançáo acessória de suspensáo
temporária do exercício da atividade até dois anos, a qual é averbada no registo nacional
das empresas de trabalho temporário.

114
O texto deste n." 9 deve-se ao art.2P da Lei n.o 1312023, de 3 de abril.

174
TRABATHO TEMPORÁRIO

- As regras básicas sobre aformação prof.ssional constam do art. 130.o e sgts.

Artigo 188."
Substituiç ío de trabalhador temporário

1 - Salvo acordo em contrário, em caso de cessaçáo do contrato de trabalhador temporário


ou ausência deste, a empresa de trabalho temporário deve ceder outro trabalhador ao
utilizador, no prazo de quarenta e oito horas.
2 - O utilizador pode recusar a prestaçáo do trabalhador temporário, nos primeiros
15 ou 30 dias de permanência deste ao seu serviço, consoante o contrato de utilizaçáo
tenha ou náo duraçáo inferior aseis meses, caso em que a empresa de trabalho temporário
deve proceder nos termos do número anterior.

Artigo 189."
Enquadramento de trabalhador temporário
1 O trabalhador temporário é considerado, no que diz respeito à empresa de trabalho
-
temporário e ao udlizador, para efeitos de aplicaçáo do regime reiativo a estruturas de
representaçáo coletiva dos trabalhadores, consoante estejam em causa matérias referentes
à empresa de trabalho temporário ou ao utilizador, nomeadamente a constituiçáo das
mesmas estrutufas.
2 - O trabalhador temporário não é incluído no número de trabalhadores do utilizador
para determinaçáo das obrigaçóes em funçáo do número de trabalhadores, exceto no
que respeitaà.organizaçáo de serviços de segurança e saúde no trabalho e à classificaçáo
de acordo com o tipo de empresa.
3 - O utilizador deve incluir a informaçáo relativa a trabalhador temporário no
balanço social e no relatório anual da atividade dos serviços de segurança e saúde no
trabalho.
4 - Aempresa de trabalho temporário deve incluir a informaçáo relativa a trabalhador
temporário no mapa do quadro de pessoal e nos relatórios anuais da forma$"o profissional
e da atividade dos serviços de segurança e saúde no trabalho.
*
5 - Constitui contraordenaçáo leve a violaçáo do disposto noi nf' 3 ou 4115.
- O regi.me relatiuo às estruturas de representação coletiua dos trabalhadores integra o art.
404: e sgts.

Artigo 190."
Prestações gaÍantidas pela cauçáo pÍÌra exercício da atividade de trabalho
tempor:írio
1 - A cauçáo constituída pela empresa de trabalho temporário para o exercício da
atividade garante, nos termos de legislaçáo específica, o pagamento de:

1r5
O texro deste n.o 5 resulta do art. 2P daLei n." 7312023, de 3 de abril.

175
CÓDIGO DO TRABALHO AN()TADO

a) Crédito do trabalhador temporário relativo a retribuiçáo, indemnizaçío ou com-


pensaçáo devida pelo empregador pela cessaçáo do contrato de trabalho e outras
prestaçóes pecuniárias, em mora por período superior a 15 dias;r16
b) Contribuiçóes para a segurança social, em mora por período superior a 30
dias.
2 - Os créditos referidos na alínea a) do número anterior náo incluem os valores devidos
a título de compensaçáo por cessaçáo do contrato de trabalho, calculada nos termos
do artigo 366.", para os novos contratos de trabalho.
3 -
Aexistência de crédito do mabalhador em mora pode ser verificada mediante decisáo
definitiva de aplicaçao de coima por falta do respetivo pagamento, ou decisáo condenatória
transitada em julgado.117

- Nos termos do artigo 3.o da Lei n.o 69/2013, de 30 de agosto, na preuisáo do n.o 2, in-
cluem-se os contratos celebrados após 1 de outubro de 2013, data de entrada em uigor da
referida lei.
- O regi.me geral daprestaç,ão da caução contém-se nos arts. 623.o a 626.o do Código Ci.uil.

Artigo 191."
Execuçáo da cauçáo
1 - O trabalhador deve reclamar os respetivos créditos no prazo de 30 dias a contar do
termo do contrato de trabalho, bem como comunicar tal facto ao serviço público de
emprego, para efeitos de pagamento através da cauçáo.
2 - A falta de pagamento pontual de crédito do trabalhador que se prolongue por
período superior a 15 dias deve ser declarada, a pedido deste, pelo empregador, no
pr.azo de cinco dias ou, em caso de recusa, pelo serviço com competência inspetiva do
ministério responsável pela área laboral, no prazo de 10 dias.
3 - Adeclaraçáo referida no número anterior deve especificar a natlJÍeza, o montante
e o período a que o crédito respeita.
4 - O trabalhador ou o credor dos demais encargos previstos no artigo anterior pode
solicitar ao serviço público de emprego o pagamento do respetivo crédito através da
cauçáo, nos 30 dias seguintes à data do seu vencimento, apr.d.trtando a declaraçáo
referida no n.o 2.
5 - No caso de ser apresentada a declaraçáo emitida pelo serviço com competência
inspetiva do ministério responsável pela área laboral, o serviço público de emprego
nodfica a empresa de trabalho temporário de que o trabalhador requereu o pagamento
de crédito por conta da cauçáo e de que este é efetuado se a mesma náo provar o
pagamento no prazo de oito dias.
6 - No caso de a cauçáo ser insuftciente face aos créditos cujo pagamento é solicitado,
este é feito de acordo com os seguintes critérios de precedência:

r16
Redação do art. 1." da Lei n." 5312071, de 14 de outubro, com entrada emvigor a 1 de novembro de 2011.
t17
Redaçáo do art. 1." da Lei n." 6912013, de 30 de agosto.

176
TRABALHO TEMPORÁRIO

Créditos retributivos dos trabalhadores,relativos aos úldmos 30 dias da atividade,


^) com o limite correspondente ao montante de três vezes a retribuiçáo mínima
mensal garantida;
b) Outros créditos retributivos por ordem de pedido;
c) Indemnizaçóes e compensaçóes pela cessaçáo do contrato de trabalho temporário;
d) Demais encargos com os trabalhadores.
7 - Relativamente aos uabalhadores com novos contratos de trabalho estáo excluídas
dos critérios de precedência as compensaçóes por cessaçáo de contrato de trabalho
previstas na d,ínea c) do número anterior.118
8 Constitui contraordenaçáo leve a violaçáo do disposto nos no'2 ou 3.11e
-
- artigo 3.o da Lei n." 69/2013, de 30 de agosto, na preuisão do n.o 2, in-
Nos terrnos do
cluem-se os contratos celebrados apris I de outubro de 2013, data de entrada em uigor da
referida lei.

Artigo 192."
Sanções acessórias no âmbito de trabalho temporário

1 - Juntamente com a coima, pode ser punida com a sançáo acessória de interdiçáo do
exercício da atividade até dois anos a empresa de trabalho temporário que admita trabalhador
em violaçáo das normas sobre a idade mínima ou a escolaridade obrigatória.
2 - A empresa de trabalho temporário pode ainda ser punida com ã sançáo acessória
de interdiçáo do exercício da atividade até dois anos em caso de reincidêncianaprâtica
das seguintes infraçóes:
Náo constituiçáo de seguro de acidentes de trabalho de trabalhador temporário;
")
b) Arraso por período superior a 30 dias no pagamento da retribuiçáo devida a tra-
balhadores temporários;
c) Náo cumprimento da obrigaçáo de contribuiçâo para o o FGCT, previsto em
legislaçáo específica. 120
3 -A empresa de trabalho temporário, juntamente com a coima aplicível à conuaordenacao
por celebraçáo de contrato de utilizaçáo de trabalho temporágio náo sendo titular de
licença, é aindapunível com ordem de encerramento do estabelecimento onde a atividade
é exercida, até à regularizaçâo da situação.
4 Asançáo acessória referida nos números anteriores é averbada no registo nacional
-
das empresas de trabalho temporário, previsto em legislaçáo específica.

-A responsabilidade contraordenacional laboral é objeto do art. 548." e sgts. No art. 562.'


são preuistas as sanções acessórias.

1r8
Aditamento do art. 1." da Lei n." 6912013, de 30 de agosto.
lre
Este n.o 8 resuhou do art. 2." daLei n." 1312023, de 3 de abril.
r20
Redaçáo atual do art.2P da Lei n.o 1312023, de 3 de abril e, antes, do art. 1.o da Lei n." 6912013, de
30 de agosto.

'177
CÓDIGO DO TRABALHO ANOTADO

CAPÍTULO il
PRESTAÇÁO DO TRABAIHO

SECÇÁO I
LOCAL DE TRABALHO

Artigo I93."
Noçáo de local de trabalho
I - O trabalhador deve, em princípio, exercer a atividade no local contratualmenre
definido, sem prejuízo do disposto no arrigo seguinte.
2 - O trabalhador encontra-se adstrito a deslocaçóes inerenres às suas funçóes ou in-
dispensáveis à sua formaçáo profissional.

- Segundo o Professor Monteiro Fernandes, "a deterrni.naç,ão do local d.e trabalho resubarrí
sempre de acordo - muito embora tal acordo se obtenlta em regra por ades,ão, euentualrnente
tácita do trabalhador... tanto pode dar+e a arnplitude de uma prouincia (ou de um país),
corno A de um certo comPartimento em determinado ediflcio". Direito do Tiabalho, 19."
ed., Almedina, Coimbra, 2019, pág. 612.

Artigo 194."
Thansferência de local de trabalho
1 O empregador pode transferir o trabalhador para ourro local de trabalho, temporária
-
ou definitivamente, nas seguintes situaçóes:
a) Em caso de mudança ou extinçáo, total ou parcial, do estabelecimento onde aquele
presta serviço;
b) Quando outro motivo do interesse da empresa o exija e a transferência náo implique
prejuízo sério para o trabalhador.
2 - As partes podem alargar ou restringir o disposto no número anrerior, mediante
acordo que caduca ao fim de dois anos se náo tiver sido aplicado.
3 - A transferência temporâria nâo pode exceder seis meses? salvo por exigências
imperiosas do funcionamenro da empresa. t
4 - O empregador deve custear as despesas do trabalhador decorrentes do acréscimo
dos custos de deslocaçáo e da mudança de residência ou, em caso de transferência
temporária, de alojamento.
5 - No caso de transferência definitiva, o trabalhador pode resolver o contrato se river
prejuízo sério, tendo direito à compensaçáo prevista no artigo 366.".
6 - O disposto nos números anteriores pode ser afastado por instrumento de regulamenta@o
coletiva de trabalho. 121
7 - Constitui contraordenaçáo grave â violaçáo do disposto nos n.o' I ou4, no caso de
transferência definitiva, e constitui contraordenaS.o leve a violaçáo do disposto no n.o 3.

r2r Redaçáo
do arr. 2." daLei n.o 2312012, de 25 dejunho.

178
LOCAL DE TRABALH()

- [Jma das garantias do trabalhador refere-se ao condicionamento na transferência para


outro localde trabalho, cfr. art. 129.o, n.o 1, al. f).
- Ac. do STJ, de 16-09-2015, Rel. Ana Luísa Geraldes: M - ...nos termos do n.o 4 do
art. 194.o do CT de 2009, o empregador só àeue custear as d.espesas do trabalhador imPostas
pela transferência de corrente do améscimo dos custos de dabcaçáo, e resuhantes da mudança
d.e resiüncia, preuendo-se assim, aPena.s o Pagdmento dns custos da desbcaçáo contabilizados

em fanç,ão dos quihímetros ltercorridos e mais pelo fuabalhador que foi. transferido do seu
local de trabalho.

Artigo 195."
Thansferência a pedido do trabalhador

1 O trabalhador vítima de violência doméstica tem direito a ser transferido, temp orâia
-
ou definitivamenre, a seu pedido, para outro estabelecimento da emPresa, verifìcadas
as seguintes condiçóes:
Apresentaçáo de queixa-crime;
")
b) Saída da casa de morada de família no momento em que se efetive a transferência.
2- Em situaçáo prevista no número anterior, o empregador apenas pode adiar a
transferência com fundamento em exigências imperiosas ligadas ao funcionamento da
empresa ou serviço, ou até que exista posto de trabalho compatível disponível.
3 - No caso previsto do número anterior, o trabalhador tem direito a suspender o
contrato de imediato âté que ocorra a transferência.
4 - É, garandda a confidencialidade da situaçáo que motiva as alteraçóes contratuais
do número anterior, se solicitado peio interessado.
5 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto no n.o 2.
No DR n.o 2/ 18, de 24 de janeiro, preuêem-se as estruturas Pard apoio às uítimas uiolência
-
doméstica.

Artigo 196."
Procedimento em caso de transferência do tocal/e trabalho
1 - O empregador deve comunicar a transferência ao trabalhadoÍ, PoÍ escrito, com
oito ou 30 dias de antecedência, consoante esta seja temporária ou definitiva.
2 Acomunica@o deve ser fundamentada e indicar a dura$.o previsível da transferência,
-
mencionando, sendo caso disso, o acordo a que se refere o n.o 2 do artigo 194.".
3 - Constitui contraordenaçáo grave, no caso de transferência definitiva, e constitui
conrraordenaçáo leve, no caso de transferência temporária, a violaçáo do disposto no
presente artigo.r22

-Ac. do STJ, de 25-09-2019, Proc. n." 17989/[7.3TSSNTLL.S2, Rel. Femeira Pinto:


I) O locat de trabalho no caso das empresas de uigilância é rnais abrangente do que ocorre

rz2
Esre novo n.o 3 foi introduzido pelo art.2.o da Lei n." 1312023, de 3 de abril.

179
CÓDIGO DO TRABALHO ANOTADO

na generalidade dos casos, pois que a prestaç,ão do trabalho deuerá ser realizada em
instalações/locais que não são da empregadoia mas dos seus clientes e resubarrt de uma
higica de rnercado concorrencial que gera naturalmente mudanças entre aquelas. II) Sendo
aplicáuel ao sector da uigilância o CCT celebrado entre "a AES - Associação de Empresas
de Segurança" e a "FETESE - Federação dos Sindicatos dos Tíabalhadores de Seruiços e
Oírïros", com texto consolidado publicado no Boleti.m do Trabalho e Emprego n.o 8/2011
- sector de prestação de seruiços de uigilância (segurança priuada) -, A sr,ta cldusula 15.n
I a 5, do CT nolyna que não tenl natureza im?eratiua.
afasta o disposto no artigo 194.o, n.o'
III) Resuba das suas cLiusulas 14." e 15.n, que a estipulação do local de trabalho não
impede a rotatiuidade dt postos de trabalho característica da atiuidade da segurança priuada
e que essarotatiuidade só deuerá ser entendida como mudança de local de trabalho, desde
que determine acréscimo significatiuo de tempo ou de despesas de deslocaçáo para o
trabalhador. M) Têndo as partes acordado que o trabalhador iniciaria o seu desempenho
defunções no cliente da empregadora, C. M. A. - Biblioteca, e preuenido a possibilidade
da sua aheraç,ío, de acordo coTn as conueniências de seruiço, a aberaç,ão do corcespetiuo
local de trabalho para Lisboa, dhtando mais 6 Km da sua residência, náo consubstancia
uma transferência de local de trabalho. V) Não ocorrendo uma modif.cação unilateral,
por parte da empregadora, do local do posto de trabalho do trabalhador, rnas sim uma sua
aheração conforme o acordado e ao abrigo darotatiuidadepreuistano n.o l, da cláusula
15.a, nã.o há lugar à aplicação do disposto no artigo 196.o, do CT. VI) Tèndo atuado a
empregadora ualidamente, incorreu o trabalhador emfaltas injustif.cadas, desde o dia em
que se deuia ter apresentado no noao posto de trabalho até à data do dapedimento, por
nunct ter comparecidn no rnesrno, uiolando, assim, o seu dzuer dz assiduidadz epontualidadz,
que sobre ele recaía, nos terrnos do artigo 128.o, n.o 1, alínea b), do C\ dessaforma
assumindo um cornportamento que torna inexigíuel a manutenção da relaç,ão de trabalho
entre as Partes e i.ntegra, por tal motiuo, justa causa de despedimento, nos termos do disposto
no artigo 351.o, n.o 2, alínea g), do 7r'tesrno Código.

SECÇÁO II
DURAçÁO E ORGANTZAÇAO DO TEMPO DE
TRABALHO
SUBSECÇÁO I
NoÇÓES E pRrNcÍpros cERArs soBRE DURAÇÁo E oRGANTzAÇ^o
DO TEMPO DE TRABALHO

Artigo 197."
Tempo de trabalho
1 -Considera-se tempo de trabalho qualquer período durante o qual o trabalhador
exerce a atividade ou permanece adstrito à. realizaçâo da prestaçáo, bem como as
interrupçóes e os intervalos previstos no número seguinte.
2 - Consideram-se compreendidos no tempo de trabalho:

Í80
ÏEMPO DE TRABALI|O

a) A interrupçáo de trabalho como tal considerada em instrumento de regulamentaçáo


coletiva áe trabalho, em regulamento interno de empresa ou resultante de uso da
empresa;
b) A interrupçáo ocasional do período de trabalho diário inerente à satisfaçáo de ne-
cessidades pessoais inadiáveis do trabalhador ou resultante de consentimento do
" empregador;
.) Ainterrup6o de trabalho por motivos técnicos, nomeadamente limpeza, manuten$o
ou afinaçáo de equipamento, mudança de programa de produçáo, carga ou descarga
de mercadorias, falta de matéria-prima ou energia, ou por fator climatérico que
afete a atividade da empresa, ou poÍ motivos económicos, designadamente quebra
de encomendas;
d) O intervalo para refeiçáo em que o trabalhador tenha de permanecer no esPaço
habitual de trabalho ou próximo dele, para poder ser chamado a prestar trabalho
normal em caso de necessidade;
e) A interrupçáo ou pâusa no período de trabalho imposta poÍ normas de segurança
e saúde no trabalho.
3 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto no número anterior.

- Diretiua 2003/85/CE do Parlarnento Europeu e do Conselho, de 4 de nouembro de


2003, relatiua a determinados aspetos da organizaç,ão do temPo de trabalho, tendo sido
objeto de urna Comunicação interpretatiua publicada no JOUE, de 24 de maio de
2017.
- Segundn o art. 5.o da Lei dr aprouação, o disltosto na alínea a) dn n.o 2 dtste art. 197.o
'náo é aplicríuelaté à entrada em uigor dz conuençã.o coletiua que disponha sobre a matérid..."'

- Na organizaç,ão do tempo de trabalho dos trabalhadores estudantes deue ter-se em conta


o estatuído no art. 90.o.
Ern algumas conuenções coletiuas de trabalho ainda pdra o trabalho
se estabelecern regras
-
em regi.me de assistência e de piquete. Ainda que não dPlicáael às relações de trabalho
priuadas, pode uer-se o Regulamento de Prestação de Tiabalho em Regime de Piquete e de
Preuenç,ão do SEE aprouado pela Portaria n." 257/2019, de 10 de setembro.
- Na doutrina moderna e sobre diuersas questões, u. Ti:mpo de Trabalho e Ti:mpos de Náo
Tiabalho - O Regime Nacional do Tbmpo de Trabalho à Luz do Direito Europeu e
Internacional, com coordenação das Professoras Maria d.o Rostírio Palma Ramalho e Teresa
Coelho Moreira, Estudos APODIT n.o 4, Lisboa, 2018'
-Ac. do STJ, de 09-01-2019, Proc. n." 2066/15,?TSPNF.PL.S1, Rel. Ribeiro Cardoso:
I - O tribunal ao condenar a ernpregadora a indernnizar o trabalhador por danos não
patrimoni.ais comfundamento na uiolaç,ão do direito ao descanso e do di.reito à priuacidade,
quando apenasfora pedida a indemnização por uiolaç,ão do direito Ao desc*nso, incorre
l,
na nulidade preuista no art. 615.o, n.o al. d) do CPC, na medida em condena em
objeto di.uerso do pedido. II - A obrigatoriedade permanência nas instalações da
de
empregadora nos períodos em que o trabalhador não estri a desempenhar a atiuidade, mas
à di.sposição daquela, é o fator determinante pdrd se considerarem aqueles períodos como

181
CÓOIGO DO TRABALH(} ANOTADO

ternpo de trabalho. Iil - Nã.o estando o trabalhador, condutor d, reboqurr, obrigado a


perrnanecer nas instalações da empregadora, mas apenas contactáuel24 horas por dia e
disponiuelpara efetuar os seruiços de reboque sempre quefosse necesstírio, a.Pends os períodos
ern que efetiuamente realizou estes serui.ços deuem ser considerados ternpo de trabalho. IV

- N,4o sendo os períodos de dlsponlbllldade tempo de trabalho, e não se tendo prouado os


períodos de trabalho efetiuamente prestados, nern que o trabalhador tenha sofidl quaisquer
danos ern consequência da disponi.bilidade permanente, nã.o está a emltregadora obrigada
a indemni.zá-lo por danos nã.o patrimoniais com fundamento na uiolaç,ã.o do direito ao
descanso.

Artigo 198."
Período normal de trabalho
O tempo de trabalho que o trabalhador se obriga a prestar, medido em número de
horas por dia e por semana, denomina-se período normal de trabalho.

- fxados no art. 203.0, rnas com


O período normal de trabalho tern os lirnites máximos
diaersas exceções preuistas nos artigos seguintes, ainda que limitadas no art. 210.o.
Concretiza-se atraaés do honírio de trabalho, regulado no art. 212.o e sgts.
- Há ainda a considerar a isenção do horário de trabalho (arts. 218.o e 219.o) eo trabalho
suplernentar (art. 226.o e sgts).

Artigo 199."
Período de descanso
Entende-se por período de descaÍÌso o que não seja tempo de trabalho.

- O descanso diário é regulado no art. 214.o e o descanso sernanal no a.rt. 232.".


- Há períodos de n,ão nabalho rnas que integram o tempo de trabalho, colno se infere do
n.o 2 do antecedente art. 197.o.

Artigo l)),o-frizz
Dever de abstençáo de contacto $

1 - O empregador tem o dever de se abster de contactar o trabalhador no período de


descanso, ressalvadas as situaçóes de força maior.
2 Constitui açáo discriminatória, para os efeitos do artigo 25.", qualquer tratamento
-
menos favorável dado a trabalhador, designadamente em matéria de condiçóes de
trabalho e de progressáo na carreira, pelo facto de exercer o direito ao período de
descanso, nos termos do número anterior.
3 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto no n.o 1.

r23 Este art. 199."-A foi introduzido por força do art. 3.o da Lei n." 831202I, de 6 de dezembro.

182
TEMPO DE TRABALHO

Artigo ?00."
Horário de trabalho
1 - Entende-se por horário de trabalho a determi naçÍn das horas de início e termo do período
normal de trabalho diário e do intervalo de descanso, bem como do descanso semanal.
2 - O horário de trabalho delimita o período normal de trabalho diário e semanal.
3 - O início e o rermo do período normal de trabalho diário podem ocorrer em dias
consecutivos.

- O horário de trabalho consta do art. 212." e sgts. e o maPd de horuírio de


regi.me de
trabalho é imposto no art. 215.o. ì

- O trabalhador com certas responsabilidadesfamiliares pode ter direito a horrírioflexíuel,


como resulta do art. 56.o.
- Face ao desenuoluimento daprestaç,ão dn trabalho ltor uia dlgial em Françafoi estabelrcidn
o nouo direito a desconexão digital (Lei 2016/1088).

Artigo 20I."
Período de funcionamento
1 Entende-se por período de funcionamento o período de tempo diário durante o
-
qual o estabelecimento pode exercer a sua atividade.
Z-O período de funcionamento de estabelecimento devenda ao público denomina-se
período de abertura.
3 - O período de funcionamento de estabelecimento industrial denomina-se período
de laboração.
4 - O regime dos períodos de funcionamento consta de legislaçáo específica.

- O período de laboraç'ão encontra-se regulado no art' 16.0 da LR'

- No DL n.'48/96, de 15 de tnnio, clm a última aheraç,ão do DL n.o 9/2021, de 29 de


janeiro, estabelece-se o nouo regime dos horários dr funcionamento dos estabelecimentos
cornerciais. Thmbém interessa a aheração introduzida peb DL n." 48/201 1, de I de abril
(simpttfca o regime de acesso e de exercício de diuersas atiuidades económicas no âmbito
da iniciatiua olicenciamento zero>). i
- Na R.A. dos Açores, a. D.L.R. n.'29/84/A, de 4 de setembro.

- Na R.A. da Madeira, u. D.L.R. n.o 4/84/M, de 31 de rna.rço'


- O horário de funcionarnento das grandes superflcies comerci.ais contínuas e das lojas de
conueni.ência é regulado, respetiuamente, nA Portaria n." t 11/2010, de 15 de setembro e
DL n.o 10/2015, de 16 de janeiro.

Artigo 202."
Registo de tempos de trabalho
1 - O empregador deve manter o registo dos tempos de trabalho, incluindo dos
trabalhadores que estáo isentos de horário de trabalho, em local acessível e Por forma
que permita a sua consulta imediata.

183
1
1

CÓI)IGO DO TRABALHO ANOTAI)O

2 - O registo deve conter a indicaçáo das horas de início e de termo do tempo de


trabalho, bem como das interrupçóes ou intervalos que nele náo se compreendam, po1
forma a permitir apurar o número de horas de trabalho prestadas por trabalhador, po1
dia e por semana, bem como as prestadas em situaçáo referida na alínea b) do n." 1 do
arrigo 257.".
3 - O empregador deve assegurar que o trabalhador que preste trabalho no exterior
da empresa vise o registo imediatamente após o seu regresso à empresa, ou envie
o mesmo devidamente visado, de modo que a empresâ disponha do registo
devidamente visado no prazo de 15 dias a contar da prestaçáo. O empregador deve
manter o registo dos tempos de trabalho, bem como a declaraçã,o a que se refere o
artigo 257 ." e o acordo a que se refere a alínea f) do n." 3 do artigo 226.0, durante
cinco anos.
4 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto nesre arrigo.

- Relatiuarnente ao transPorte rodoui.ário, u. Lei n.o 27/2010, de 30 d.e agosto, que estabelece
o regirne sancionatório aplicáuel à uiolaç,ão das nornnas respeitantes aos tempos de conduçáo,

Pausas e temPos de repouso e ao con*olo da utilizaç,1o de tacógrafos, transpondo a Diretiua


n.o 2006/22/CE, do Parlarnento Europeu e do Conselho, de 15 de març0, corn aberações.
O controlo no domíni.o dos transltortes rodouiários consta do Regulamento (UE) 2016/130,
referente à utilizaç,ão dos tacógrafos.

SUBSECçÁO il
LIMITES DA DURAçÁO DO TRJq.BALHO

Artigo fu}
Limkç,ç.*síáxi.mss,,fu .pçrrçds"ggss0d_"Cç,sahdhg"

I - o período normal de trabalho e q*ff+'-?."tt:n


"á._pMgo-rfua
PqlgglgÍlga.
2 - O período normal de trabalho diririo de trabalhador que preste frabalho exclusivamente
em dias de descanso semanal da generalidade dos trabalhadores da empresa ou estabe-
lecimento pode ser aumentado até quatro horas diárias, sem prejuízo do disposto em
instrumento de regulamentaçáo coletiva de trabalho.
3 -há, tolerância de quinze minutos para transaçóes, operaçóes ou outras tarefas
começadas e náo acabadas na hora estabelecida paÍa o termo do período normal de
trabalho diário, tendo tal tolerância carácter excecional e devendo o acréscimo de
ser pago ao perfazer quatro horas ou no termo do ano civil.
Os limjles'ryg5_imos do período no rmal de trabalho odem ser
Pol,
to de coletiva de nao daí resultar diminuiçáo
da retribuiçáo dos trabalhadores.
5 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto nesre arrigo.

184
CÓOIGO DO TRABALH() ANOTADO

Artigo 205."
Adaptabilidade individual
1 - O empregador e o trabalhador podem, por acordo, definir o período normal de
trabalho em termos médios.
2 - O acordo pode prever o aumento do período normal de trabalho diário até duas
horas e que o trabalho semanal possa atingir cinquenta horas, só náo se contando nestas
o trabalho suplementar prestado por motivo de força maior.
3 - Em semana cuja duração do trabalho seja inferior a quarenta horas, a reduçáo pode
ser até duas horas diárias ou, sendo acordada, em dias ou meios dias, sem prejuízo do
direito a subsídio de refeição.
4 - O acordo pode ser celebrado mediante proposta, por escrito, do empregador, pre-
sumindo-se a aceitaçáo por parte de trabalhador que a ela náo se oponha, por escrito,
nos 14 dias seguintes ao conhecimento da mesma, aí incluídos os períodos a que se
refere o n.o 2 do artigo 2I7.".
5 - O regime jurídico previsto nos números anteriores mantém-se até ao termo do
período de referência em execuçáo à data da entrada em vigor de instrumento de re-
gulamentaçáo coletiva de trabalho que incida sobre a matéria.
6 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto nesre artigo.

- Apesar desta adaptabilidade ser crismada de "indiuidual", ela teruí de resubar de um


acordo entre ernPresa e trabalhador, embort., tal acordo possa ser tuícito, nos terrnos do n.o
4 deste arttgo, que é complementado pelo n.o 2 do artigo seguinte.
- O trabalhador dz mmor idade pode ser digmsado dz prestar nabalho ern hord.rio organimdn
dt acordo com o regime fu aàaptabilidãà€ (art. 74.'), bem como o trabalhador com drf.ciência
ou doença crónica, nomeadamente doença oncohgica atiua emfase dz tratamento (art. 87.').

Artigo )Q$:na
Adaptabilidade grupal
1 - O instrumento de regulamentaçáo coletiva de trabalho que institua o regime de
adaptabilidade previsto no artigo 204." pode prever que: 4

a) O empregador possa aplicar o regime ao conjunto dos trabalhadores de uma


equipa, secçáo ou unidade económica caso, pelo menos, 60 o/o dos trabalhadores
dessa estrutura sejam por ele abrangidos, mediante filiaçáo em associaçáo sindical
celebrante da convençáo e por escolha dessa convençáo como aplicável;
b) O disposto na alínea anterior se aplique enquanto os trabalhadores da equipa,
secçáo ou unidade económica em causa abrangidos pelo regime de acordo com a
parte final da alínea anterior forem em número igual ou superior ao correspondente
à percentagem nele indicada.

r24
Com a redaçáo conferida pelo artigo 2." daLei n." t20120I5, de I de serembro, e da Lei n." 1312023,
de 3 de abril.

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I
LIMIÏES DA DURAçÃO DO ÏRABALHO

- O direito aos limites à duraç,ão dos períodos normais de trabalho diário e semanal,
consignad.os nesta subsecçáo, é dotado de imperatiuidade mínima,
podendo aPenas ser
se dlEõe no drt. 3'o, n'o
ahemdos por i.rct e em sentido mais fauoráuel ao ffabalhador cfr'
3, i).
dos horários de ffabalho
- Á, ,rgr^ sobre alguns rnodos de organização ou flexibilidade
,onrro* dos artigos segui.ntes (atê ao art. 209'o), preuendo'se ainda exceções aos limites
média do trabalho
rnriximos do prríod' ìor*nl d.e trabalho, no art. 210.o, e da duraç,ã.o
semanal no art. 211.".
atraués das f'guras da
- A flexibilizaçáo dos borririos de trabalho pode ser concretizada
adajtabilidad.e(arts. 204." a 207.o), do banco de horas (arts' 208.o a 208''-8), do horário
coricentrad.o (art. 209.") e do nabalho flexíuel
(arts. 56.o e 57.o).
funções públicas era de oito
,,O
- período normal de *abalho dos trabalhadores em do art. 2.o, n.o 1, da Lei n'o
horoipo, dia e quarenta horas por sernAn7", nos terrnos
da Lei n'o
68/2013, de Zí de dgosto, que se manteae no drt. 105.o da LTFP' Atraués
l8/2016, de 20 de jinho, pdssou, ert regrA, Para sete horas por dia e 35 horas por
se-

m4nd.
do tempo de uoo, do tempo
- Rektiuamente ao Pessoal móuel da auiação ciuil, os limites no DL n'" 25/2022' de 15
d.e seruiço , o, ,rquiìitos de repouso enconnanl-se
estabelecidos

de março.
a sernana d.e quafuo dlas de fuabalho por selnana está regulada
-AExperiência-Piloto pãra
na Portaria n.o j0l/2022, de 20 de dezernbro' lr\ eco-tr're ï'
r-4
ì [*' *fu L- t{ I

1-Por nto de o período normal de


trabalho ser em caso em que o liçniq@
no n." 1 do anterlor sef ea@

2-o normal de trabalho


uenta num íodo de dois
con grave disposto neste artigo.
3 - Consti
que período normal de trabalho seja estabelecido
- Afgura da adaPtabilidade o

Neste artigo Preuê-se a do período normal de trabalho estabeleci'da em


- por acordo
irct e, naturalmente ern termos amplos do que a adaptabilidade f.xada
entre as pãrtes do contrato de admìtida no artigo seguinte
Esta adaptabllldade do Período de trabalho Preaistd ern regulamentaç'ão coletiua
- art' 206.0.
pode ser estabelecida por grupos de conforme preuisto no

z
LIMITES DA DURAÇÃO DO TRABALHO

Z - proposta a que se refere o n." 4 do artigo anterior seja aceite por, pelo menos,
C2gjo a

75o/o dos trabalhadores da equipa, secçáo ou unidade económica quem


a for dirigida, o
empregador pode aplicar o mesmo regime ao conjunto dos trabalhadores dessa estrutura.
j - Orottendo alteraçáo por entrada ou saída de trabalhadores na comPosiçáo da
equipa, secçáo ou unidade económica, o disposto no número anterior aplica-se enquanto
- d.rr" alteraçáo náo resultaf Percentagem inferior à nele indicada.
4 --Exceuta-se a aplicaçáo do regime de adaptabilidade instituído nos termos dos n.o'
7 ou 2 nas seguintes situaçóes:
ò ïabalhador abrangido por convençáo coletiva que disponha de modo contrário
regime ou, reladvamente a regime referido no n.o 1, a trabalhador representado
aesse
por associaçáo sindical que tenha deduzido oposiçáo a portaria de extensáo da
convençáo coletiva em causa;
b) ïabalhador com filho menor de três aÍÌos ou, independentemente da idade, com
deficiência ou doença crónica, salvo manifestaçáo, por escrito, da sua concordância;
ou
.) Trabalhador com filho entre os três e os seis anos, que apresente declaração de
que o ourro progenitor exerce atividade profissional e está impossibilitado de
pÍestar a assistência.
5 - Constirui conrraordenaçáo grave a prática de horário de trabalho em violaçáo do
disposto neste artigo.
normal de trabalho a
do período
- Preuê-se a extensão do regi.me da adaptabilidade
traballtad.ores da mesma equipa, secçáo ou unidade econtimica ouprodutiua (até ao número
correspondente a 40o/o do total) aos quais não seria aplicáuel a conuenç,ão coletiua,
nomeadamente por não estarern associados no sindicato outorgante e n,ío hauer Portdria
de extensão.

- Considera-se unidade económica o conjunto de meios organizados corn o objetiuo de


exercer urrla. a.tiuidade económica, princi.pal ou acessória (art. 285.o, n.o
5)'
- As regras sobre o conteúdo das conuenções coletiuas constarn do art. 492." e sobre o seu
âmbito pessoal de aplicação do art. 496.".
-A oposição à emissão de portarias de extensão encontra-se Pryuista no art. 5I6.o'

Artigo 2O7."
Período de referência

1 Em regime de adaptabilidade, a duraçáo média do trabalho é apurada por referência


-
a período estabelecido em instrumento de regulamentaçáo coletiva de trabalho que
náo seja superior a 12 meses ou, na sua fala, a um período de quatro meses.
2 - Na situàçáo a que se refere a parte final do número anterior, o período de referência
pode ser aumentado para seis meses quando esteja em causa:
a) Tlabalhador familiar do empregador;
b) TlabalhadoÍ que ocupe cargo de administraçáo ou de direçáo, ou que tenha poder
de decisáo autónomo;

187
CÓOIGO DO TRABALHO ANOÏADO

c) Atividade caracterizada por implicar afastamento entre o local de trabalho e a


residência do trabalhador ou entre diversos locais de trabalho do trabalhador;
d) Atividade de segurança e vigilância de pessoas ou bens com carácter de permanência,
designadamente de guarda, porteiro ou trabalhador de empresa de seguranÇa ou
vigilância;
e) Atividade caÍacteÍizada pela necessidade de assegurar a continuidade do serviço
ou da produçáo, nomeadamente:
i) Recefo, tratamento ou cuidados providenciados por hospial ou estabelecimento
semelhante, incluindo a atividade de médico em formaçáo, ou por instituiçáo
residencial ou prisáo;
ii) Porto ou aeroporto;
ii| Imprens4 rádio, teievisáo, produSo cinematográfica, coffeios, telecomunicaçóes,
serviço de ambulâncias, sapadores bombeiros ou proteçáo civil;
iv) Produçáo, transporte ou distribuiçáo de gâs, âgua, eletricidade, recolha de
lixo ou instalaçóes de incineraçáo;
v) Indústria cujo processo de trabalho náo possa ser interrompido por motivos
técnicos;
v0 Investigaçáoedesenvolvimento;
vii) Agricultura;
viii) Thansporte de passageiros em serviço regular de transporte urbano;
0 Acréscimo previsível de atividade, nomeadamente na agricultura, no turismo e
nos serviços postais;
g) tabalhador de transporte ferroviário que preste trabalho intermitente a bordo
de comboios ou tendo por fim assegurar a continuidade e regularidade do tráfego
ferroviário;
h) Caso fortuito ou de força maior;
0 Acidente ou risco de acidente iminente.
3 - Sem prejuízo do disposto em instrumento de regulamentaçáo coletiva de
trabalho, o período de referência apenas pode ser alterado durante o seu decurso
quando circunstâncias objetivas o justifiquem e o total de horaqde trabalho prestadas
náo seja superior às que teriam sido realizadas caso náo vigorasse o regime de adap-
tabilidade, aplicando-se com as necessárias adaptaçóes o disposto no n." 3 do artigo
205.".
4 - Constitui contraordenaçáo leve a violaçáo do disposto no n.o 1e contraordenaçáo
grave a violação do disposto no n.o 3.125

- Como menci.onado na anotação ao art. 204.o, período de referência é o kpso de


este
ternPo em quepoderá hauer adaptação do período normal d.e trabalho. Pode uariar conforme

for ou não ltreuisto em conuençã.o coletiua de trabalho, respetiaarnente, até 12 meses ou até
4 meses, extensíueis até 6 meses em c€rtas atiuidades contempladas no n.o 2.

125
O texto desre n.o 4 resulta do art. 2.o da Lei n: 1312023, de 3 de abril.

188
LTMTTES DA DURAÇÃo D0 TRABALHo

- Thl período de referência, quando em aigor, só pod.e ser aherado ern cdsos excecionais,
como preuisto no n.o 3.

Artigo 208P126
Banco de horas por regulamentaçáo coletiva
instituído um
- por insrrumento de regulamentaçâo coletiva dedotrabalho, pode ser
1
,.gi-. de banco de horas, em que a organizaçáo tempo de trabalho obedeça ao
disposto nos números seguintes'
i ) O período normal de trabalho pode ser aumentado até quatro horas diárias e pode
horas por ano.
atingir sessenta horas semanais, tendo o acréscimo por limite duzentas
t -"O limite anual referido no número anterior pode ser afastado por instrumento de
tenha por objectivo
regulamen taçáo coletiva de trabalho caso a vúlizaçãLo do regime
,,íir^, a reduçáo do número de trabalhadores, só podendo esse limite ser aplicado
durante um Período até 12 meses.
regular:
4 - O instfumento de regulamentação coletiva de trabalho deve
A compensaçáo do irabalho prestado em acréscimo, que pode ser feita mediante,
") pelo menos, uma das seguintes modalidades:
i) Reduçáo equivalente do tempo de trabalho;
i0 Aumento do Período de ftrias;
iii) Pagamento em dinheiro;
b) A "rrt...-dência com que o empregador deve comunicar ao trabalhador a necessidade
de prestaçáo de trabalho;
.) O período em que a reduçáo do tempo de trabalho para comPensar trabalho
pr.rt"do em acrèscimo deve ter lugar, por iniciativa do trabalhador ou' na sua
i"lt", do empregador bem como a antecedência com que qualquer deles deve
informar o outro da utilizaçáo dessa reduçáo.
em violaçáo do
5 - Constirui contraordenaçáo gr,ave a prática de horário de trabalho
disposto neste artigo.
regula-se o banco de
-A d.efinição do "banco de horas" estri inserida no n.o 2. Neste,artigo
horas estabelecid.o por regulamentação coletiua e, no artigo sëgui.nte, preuê-se o banco de
horas ltor acordo entre o empregad.or e o trabalhador'

- Diferentemente da adaptabilidade, no banco de horas não hápreuisã.o do periodo normal


de trabalho
de nabalho ern termos médios, sendo que a contrapartida dos aumentos dn tempo
pode ser congetizada, não apenas com tempos de descanso, mas ainda meàiante retribui'ção
ou ãumento de dias de ferias.
da Lei n'o
- Na sequência de um pedido de fscalização abstrata da constitucionalidade de 20 de
23/2012, de 25 de junho, o acórd,ão do Tiibunal Constitucional n.' 602/2013,
dos bancos
setembro, concluiu pela constitucionalidade das nouas disposições sobre miação
dr horas indiuià.rais, çiaç,ão dos bancos de horas grupais, eliminaçáo dn descanso cornpensa'tório,

126
A epígrafe e alínea a) do n.o 4 rê,m aredaçáo dada pelo aft. 2P da Lei n." 2312012' de 25 de junho

189
CÓDIGO OO TRABALI|O AN(}TADO

reduçáo para metade do pagarnento do trabalho suplementar e das ltrestações relatiuas a


diaferiado, eliminaç,ão de quatroferiados obrigatórios e eliminação do aumento do período
anual de ferias em funçáo da assiduidade, mas determinou a inconstitucionalidade do
artigo 7.o n.o' 1, 2, 3 e 5, nA medida ern qlue, nas relações entre lei e instrurnentos de re-
gulamentaç'ão coletiua, n,ão poderia o legislador sobrEor-se à eficácia das disposiçõa de
irctque diELtsessenl deformamaisfauoráuelsobre essas matériãg pelo queforam as mesmds
repristinadas, naturalmente corn efeitos retroatiuos à data de entrada em ui.gor da norma
de c larada i n c o ns t ituc i o n a l.

- O trabalhador de rnenor idade pode ser diqtensado de prestar nabalho erru horuírio
organizado de acordo com o regi.me de banco de horas (art. 74.").

Artigo )Q$.o-[rzz
Banco de horas indiüdual (Reuogado)

- Ernbora reuogado artigo, h regime do banco de horas indiuidual ern aplicaç,ão em


este
1 de outubro de 2019 cessa. apenas no prazo de um ano (Lei n.o 93/2019, a.rt. 11.o, n.o
5), tendo sido declarada a sua constitucionalldade no Ac. do TC n.o 602/2015, ratificado
pelo Ac. n." 635/2013 e publicado em 24/10/2013.

Artigo lQ$.o-$tze
Banco de horas grupal
1 - O instrumento de regulamentaçâo coletiva de trabalho que institua o regime
de
banco de horas previsto no artigo 208." pode prever que o empregador o possa aplicar
ao conjunto dos trabalhadores de uma equipa, secçáo ou unidade económica quando
se verifiquem as condiçóes referidas no n.o 1 do artigo 206.".
2 - O regime de banco de horas pode ainda ser instituído e aplicado ao conjunto dos
trabalhadores de uma equipa, secçáo ou unidade económica, desde que aprovado em
referendo pelos trabalhadores a abranger, nos termos dos números seguintes.
3 - No caso previsto no número anterior, o período normal de trabalho pode ser
aumentado até duas horas diárias e pode atingir 50 horas semanais, tendo o acréscimo
o limite de 150 horas por ano.
- #

4 -Paraefeitos do n.o 2, o empregador elabora o projeto de regime de banco de horas,


o qual deve regular:
O âmbito aplicaçáo, indicando a equipa, secçáo ou unidade económica a
") abranger e,de nestas, os grupos profissionais excluídos, se os houver;
b) O período, não superior a quatro anos, durante o qual o regime é aplicável;
c) Os aspetos referidos no n.o 4 do artigo 208.0.
t27
Aditado pelo art. 3." da Lei n." 2312012, de 25 dejunho e revogado pelo art. 10." da Lei n.o 9312019,
de 4 de setembro.
r28
Aditado pelo art. 3." da Lei n3 2312012, de25 dejunho e alterado pelo art. 2." daLei n: 9312019, de
4 de setembro, e da Lei n.o 7312023, de 3 de abril [alíneas b) e c) do n." 13].

190
*

LIMITES DA DURAçÃO DO TRABALHO

5-Paraefeitosdon'o2'oemptegadorpubl'isilaoprojetoderegimedebancode
aos re-
íor* nos locais de afixaçáo dos mapas de horário de trabalho e comunica-o
do ministério
..esentantes dos trabalhadores e ao serviço com competência inspetiva
à data
i.rfr"ra".l pela área laboral, com a antecedência mínimade20 dias em relaçáo
do referendo'
de horas seja aprovado em referendo poa pelo
ã - C"ro o projeto de regime de banco
a) do n.o 4, o
L.rror, 65ô/o áo, trabalhadores abrangidos, de acordo com a alínea
.*pr.g"aor pode aplicar o referido regime ao conjunto desses trabalhadores'
/ )nl*r"dã "lt.r"çâo nacomposiçáo da equipa, seçáo ou unidade económica,
o
trabalhadores que PeÍmanecem
disposto no número anterior aplica-se enquanto os
fb;* pelo meno s 650/o do número total dos trabalhadores abrangidos pela proPosta
de referendo.
S - A rcaJ\zaçáo do referendo é regulada
em legislaçáo específica.
9 - Caso o número de trabalh"dor.,
abrangidos pelo projeto de regime de banco de
hor". seja inferior a 10, o referendo é tealizado sob a supervisáo do serviço
com
laboral'
competência inspetiva do ministério responsável pela área
se, decorrido metade do período
f O _n aplicaçáo do regime do banco d. hot"r cessa
ao empregador novo
d,e apliciçãto, um ,.rço dos trabalhadores abrangidos solicitar
referendo e o mesmo náo for aprovado nos termos do n.o 6,
ou náo for realizado no
pÍazo de 60 dias.
ì f - Xo caso referido no número anterior, a aplicaçáo do regime do banco de horas
cessa 60 dias após a rcalizaçã,o do referendo, devendo
a compensaçáo do trabalho
prestado em acréscimo efetuar-se neste prazo'
12 - C"ro o projeto de regime de banco de horas náo seja aprovado
em referendo' o
empregador só pode realizar novo referendo um ano após o anterior.
13 Excetua-se a aplicaçáo do regime de banco de horas instituído
nos termos dos
-
números anteriores nas seguintes situaçóes:
a) Thabalhador abrangião pot convençáo coletiva que disponha de modo contrário
a esse regime o,r, ,.úi arrrente ao regime referido no n.o 1, a trabalhador
representado

por assãciaçáo sindical que tenha deduzido oposiçáo a pgrtaria de extensáo da


convençáo coletiva em catlsa' ou
b) Salvo rnanifestaçáo, por escrito, da sua concordância, trabalhador com filho menor
de três o,r, independenremente da idade, filho com deficiência ou doença
"no,
crónica;
.) Trabalhador com filho entre os três e os seis anos' que apresente declaraçáo de
que o ourro progenitor exerce atividade profissional e está impossibilitado
de

prestar a assistência.
14 - Constitui contraordenaçáo grave aprít\cade horário de trabalho em violaçáo do
disposto neste artigo.
Similarmente ao que ac\ntece na adaptabilidade grupal (art. 206'o),
preuê-se neste
- equipa, secção
artigo a extensão do-regime do banco de horas a trabalhadores da tnesrna

19',1
CÓDIOO DO TRABALHO ANOTADO

ou unidad.e econórnica ou produtiua (até ao número correspondente a 40%o do tutu| aos


quai.s não seria aplicáuel a conuençã.o coletiua, nomeadamente por não estarem associados
no si.ndicato outorgante e não hauer portaria de extensão.
- No n.o 2 e sgts, diferenteruentedo que acontece no banco de horas estabelecido por regu-
lamentação coletiua (art. 208.0), este banco de horas grupal é instituído por acordo com
urn gruPo de trabalhadores, a aproaar por referend.o. Este referendo encontra-se disciplinado
na LR, arts. 32.o-A e 32."-B (Parte II).
- As regras sobre o conteúdo das conuenções coletiuas constam do art. 492." e sobre o seu
âmbito pessoal de aplicaçáo no art. 496.o.
- Sobre o procedimento para a implantação u. Nota Tiicnica n.o
do banco de horas grupal,
10 daACT (inserta no respetiao sítio da Internet).
- Na uersão inicial, foi declarada a sua constitucìonalidade pelo Acórdão do TC n.o
602/2015, ratifcado pelo Acórd,4o n." 635/2013 e publi.cado em 24/10/2013.

Artigo 209."
Horá.rio concentrado
1- O período normal de trabalho diário pode ter aumenro até quarro horas diárias:
a) Por acordo entre empregador e trabalhador ou por instrumento de regulamentaçáo
coletiva, para concentrar o período normal de trabalho semanal no máximo de
quatro dias de trabalho;
b) Por instrumento de regulamentaçáo coletivapara estabelecer um horário de trabalho
que contenha, no máximo, três dias de trabalho consecutiyos, seguidos no mínimo
de dois dias de descanso, devendo a duraçáo do período normal de trabalho
semanal ser respeitado, em média, num período de referência de 45 dias.
2 - Aos trabalhadores abrangidos por regime de horário de trabalho concentrado não
pode ser simultaneamente aplicável o regime de adaptabilidade.
3 - O instrumento de regulamentaçáo coletiva de trabalho que institua o horário con-
centrado regula a retribuiçáo e ourras condiçóes da sua aplicaçáo.
4 - Constitui contraordenaçáo grave a violação do disposto no n.o 2.12e

- Atraués destaf.gura do "horário concentrado" qzte, nnturalrn*ntu, é incompatíuel com


o regime de adaptabilidade, pode aumentar-se o período de trabalho diário até quatro
ltoras proporcionalmente, reduz-se o período semanal de trabalho, no mtíximo, até
e,
quatro dias, em caso de acordo entre o ernpregador e o trabalhador (n."' I, a) e 2). Sendo
preuisto em conuenção coletiua de trabalho, o regime pode serflexibilizado nos termos do
n.o 2,

- O trabalhador de rnenor idade pode ser dispensado de prestar trabalho em horário


organizado de acordo corn o regime de horrírio concentrado (art. 74.").

r2e
Este n." 4 foï aditado pelo art. 2." da Lei nP 1312023, de 3 de abril.

192
LtM|TES DA DURAçÀO 00 ïRABALH0

Artigo 2I0."
Exceções aos limites máximos do período normal de trabalho

Os limites do período normal de trabalho constantes do artigo 203." só podem


ser
1 -
neste Código, ou quando instrumento
ultrapassad.os nos t"ro. expfessamente previstos
nas seguintes situaçóes:
de regulamentaçáo coletiva de trabalho o permita
;t ïm ,el"çáo a trabalhador de entidade sem fim lucrativo ou estreitamente ligada
ao interesse público, desde que a sujeiçáo do período normal de trabalho a
esses

limites seja incomPortável;


b) Em relaçáo " tr"b"lh"dor cujo trabalho seja acentuadamente intermitente ou de
simples Presença.
2 - Sempre que .r,,id"d. referida na alínea a) do número
anterior prossiga atividade
semana'
industrii, o período normal de trabalho náo deve ultrapassar quarenta horas Por
na média do período de referência aplicável'
entid.ades semf.ns luuatiuos são as associações efundações preuistas no art. 167." e
-As
sgts. do Ctidigo Ciuil e ai.nda as cooperdtiucu (Cridigo Cooperati'uo,
aprouado pela Lei n.o

119/2015, de 31 de agosto).
Artigo 211."
Limite máximo da duraçáo média do trabalho semanal
1 - Sem prejuízo do disposto nos arrigos 203." a210P,
a duraçáo média do trabalho
,.-"rrd,ìráuindo t.abJho suplementar, náo pode ser superior a quârenta e oito horas,
num período de referência estabelecido em instrumento de regulamentaçáo coletiva
de tratalho que náo ultrapasse 12 meses ou, na falta deste, num período
de referência
de quatro meses, ou de seis meses nos casos previstos no n'o 2 do artigo
207 '"'

2 No cálculo da média referida no número anterior, os dias de férias sáo subtraídos


-
ao período de referência em que sáo gozados'
inicial ou
3 -'Os dias de ausência po, Jo"nça, bem como os dias de licença Parental,
complementar, e de licença para assistência a filho com deficiência ou doença crónica
sáo considerados com base no correspondente período normal de trabalho.
4 - O disposto nos números anreriores náo se aplica a trabaltçdor que ocuPe
cargo de
administiaçáo ou de direçáo ou com poder de decisáo autónomo, que esteja isento de
horário de trabalho, ao abrigo das alíneas a) ou b) do n." 1 do artigo 219'"'
5 Constirui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto no n.o
1.
-
semanal de 48 horas, incluindo
- Impõe+e um limite mdximo da duração do trabalho
qrolqru ttpo de trabalho suplementar, não ent cada semuna, mas eln média num período
)e referência. Este período, se fxado em conuenção coletiua, pode lr até 12 meses. Em caso
contrário, será de quatro rneses ou, excecionahnente, de seis meses. Na cnntagem de qualquer
destes períodos dpends são excluídns os temPos de ferias gozadas.
a, j'afuas preuìstas no n.o 3 deuem considerar+e reportadas a.Penas ao período norrnal
de
-
trabalho e náo ao seu alargamento, o que não acontecerui com as restantesfahas, nomeadamente
as injusti.f.cadas.

193
CÓDICO DO TRABALHO ANOTADO

- No n.o 4, excluem+e da limitação da duraç,ão média do trabalho semanal os trabalhadores


que ocuPem lugares de direção e não os g€rentes ou administradores da organização
empresarial, cujas relações laborais n,io sáo reguladas no Código do Tiabalbo.

SUBSECÇÁO III
HORÁRIO DE TRABALHO

Artigo 212."
Elaboraçáo de horário de trabalho
1 - Compete ao empregador determinar o horário de trabalho do trabalhador, dentro
dos limites da lei, designadamente do regime de período de funcionamento aplicável.
2 - Na elaboraçáo do horário de trabalho, o empregador deve:
a) Ter em consideraçáo prioritariamente as exigências de proteçáo da segurança e
saúde do trabalhador;
b) Facilitar ao trabalhador a conciliaçáo da atividade profissional com a vida familiar;
c) Facilitar ao trabalhador a frequência de curso escolar, bem como de formaçáo
técnica ou profissional.
3 - Acomissáo de trabalhadores ou, rÌa sua falta, as comissões intersindicais, as comissóes
sindicais ou os delegados sindicais devem ser consultados previamente sobre a definiçáo
e a organizaçáo dos horários de trabalho.
4 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto nos n.o'2 ou 3.

- Hauerd que destrinçar o regirne legal (e conuenci.onal) que deue presidir à elaboraç,4o do
horrírio de trabalho, do documento em que tal hordrio seruí exarado, que ëo mapa d.o horário
de traballto, ltreuisto no art. 215.".
- Relatiuamente ao período defuncionamentq u. ãrt. 201." e as suls anotações.

Artigo 213."
Intervalo de descanso
1 - O período de trabalho diário deve ser interrompido por urrÍ intervalo de descanso,
de duraçáo náoinferior a uma hora nem superior a duas, de modo a que o trabalhador
náo preste mais de cinco horas de trabalho consecutivo, ou seis horas de trabalho
consecutivo caso aquele período seja superior a 10 horas.130
2 - Por instrumento de regulamentaçáo coletiva de trabalho, pode ser permitida a
prestação de trabalho até seis horas consecutivas e o intervalo de descanso pode ser
reduzido, excluído ou teÍ duraçáo superior à prevista no número anterior, bem como
pode ser determinada a existência de outros intervalos de descanso.
3 - Compete ao serviço com competência inspetiva do ministério respons árvel pela ârea
laboral, mediante requerimento do empregador, instruído com declaraçáo escrita de

r30
Redaçáo do art. 2." da Lei n." 2312012, de 25 de junho

194
HORÁRIO DE TRABALHO

concordância do trabalhador abrangido e informaçío à comissáo de trabalhadores da


empresa e ao sindicato representativo do trabalhador em causa, autorizar a reduçáo ou
ex.lusáo de intervalo de descanso, quando tal se mostre favorável ao interesse do trabalhador
ou se justifique pelas condiçóes particulares de trabalho de certas atividades.
4 - Considera-se tacitamente deferido o requerimento a que se refere o número anterior
' que náo seja decidido no prazo de 30 dias.131
5 - Náo é permitidaaaltençío de intervalo de descanso prevista
nos números anteriores
que implicar mais de seis horas de trabalho consecutivo, exceto quanto a atividades de
i.5o"l operacional de vigilância, transporte e tratamento de sistemas eletrónicos de
,.g.rr"rç" e indústrias em que o processo de laboraçáo náo possa ser interrompido por
mãtivos técnicos e, bem assim, quanto a trabalhadores que ocupem cargos de adminisua$o
e de direçáo e ourras pessoâs com poder de decisáo autónomo que estejam isentos de
horário de trabalho.
6 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto nos n."' I e 5.132
- Os direitos à duragão mínima dos períodos de repouso são dotados de i.mperatiuidade
mínima, podendo apenas ser dherados por irct e em sentido maisfauoráuel ao trabalbadot
cf. digõe no art. 3.o, n.o 3, h).
se

-A i.ntenapção dn trabalho diário dos maquinistas, como trabalhadnres móueis dns caminhos
de ferro afetos a seruiços de interoperacionalidade, ê regulada pelo art. 5.o da Lei n.o
24/2010, de 30 de agosto, que transltõe a Diretiua 2005/47/CE, do Consellto, de 18 de
julho.
- A utilizaçáo de tacógrafos nos trdns?ortes rodouiários encontra-se normatiuizada no
Regulamento (UE) n." 165/2014 do Parlarnento Europeu e do Conselho, de 4 defeuereiro
de 2014.

Artigo 214."
Descanso diário

1 - O trabalhador rem direito a um período de descanso de, pelo menos, onze horas
seguidas entre dois períodos diários de trabalho consecutivos.
2-- O disposto no número anterior náo é aplicável: 4

A trabalhador que ocupe cargo de administraçáo ou de direçáo ou com poder de


") decisáo autónomo, que esteja isento de horário de trabalho;
b) Quando seja necessária a prestaçáo de trabalho suplementar, por motivo de força
maior, ou por ser indispensável para reparâr ou prevenir prejuno grave para a empresa
otr para a sua viabilidade devido a acidente ou a risco de acidente iminente;
c) Quando o período normal de trabalho seja fracionado ao longo do dia com
fundamento em característica da atividade, nomeadamente em serviços de
limpeza;

13r
Aditado pelo art. 2." daLei n." 2312012, de 25 dejunho.
t32
Alterado pelo art. 2." daLei n." 2312012, de 25 de junho

195
CÓDICO DO TRABALHO ANOTADO

d) Em atividade caracterizadapelanecessidade de assegurar a continuidade do serviço


ou da produçáo, nomeadamente a referida em qualquer das alíneas d) e
e) Do n." 2 do artigo 207 .", com exceçâo da subalínea viii) da aIínea e), e em caso
de acréscimo previsível de atividade no turismo, desde que instrumento de regu-
lamentaçáo coletiva de trabalho assegure ao trabalhador um período equivalente
de descanso compensatório e regule o período em que o mesmo deve ser gozado.
3 - Em caso previsto na alínea a) ou b) do número anterior, entre dois períodos diários
de trabalho consecutivos deve ser observado um período de descanso que permita a re-
cuperaçáo do trabalhador.
4 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto nos n."' 1 ou 3.

- Os di.rei.tos à duraç,ão mínima dos períodos de repouso são dotados de imperatiaìdade


mínima, podendo apenãs ser ãherados por irct e em sentido maisfauoráuel ao trabalhador,
cfr. se dispõe no art. 3.o, n.o 3, h).

- Caso o trabalho suplementar oft"do o período de descanso ü lugar ao dzscanso obriganírio,


cfr. art, 229.o, n.o 3.

Artigo 215."
Mapa de horário de trabalho
1 O empregador elabora o mapa de horário de trabalho tendo em conta as disposições
-
legais e o instrumento de regulamentaçáo coletiva de trabalho aplicável, do qual devem
constar:
Firma ou denominaçáo do empregador;
")
b) Atividade exercida;
c) Sede e local de trabalho dos trabalhadores a que o horário respeita;
d) Início e termo do período de funcionamento e, se houver, dia de encerramento
ou suspensão de funcionamento da empresa ou estabelecimento;
e) horas de início e termo dos períodos normais de trabalho, com indicaçáo de
intervalos de descanso;
f) Dia de descanso semanal obrigatório e descanso semana| complementar, se esre
existir;
g) Instrumento de regulamentaçáo coletiva de trabalho aplicável, se houver;
h) Regime resultante de acordo que institua horário de trabalho em regime de adap-
tabilidade, se houver.
2 - Quando as indicaçóes referidas no número anterior náo sejam comuns a todos os
trabalhadores, o mapa de horário de trabalho deve conter a identificaçáo dos trabalhadores
cujo regime seja diferente do estabelecido para os restantes, sem prejuízo do disposto
no n.o 4.
3 - Sempre que o horário de trabalho inclua turnos, o mapa deve ainda indicar o
número de turnos e aqueles em que haja menores, bem como a escala de rotaçáo, se
existir.

196
HORÁRIO DE TRABALHO

4- Acomposiçáo dos turnos, d.e harmonia com a respetiva escala, se existir, é registada
em livro próprio ou em suporte informátic o e faz parte
integrante do maPa de horário
de trabalho.
J -- Constitui contraordenação gfave a
violaçáo do disposto neste artigo.

Nos termos do n.o 3 do art. 185.o, é o utilizadnr do trabalho temporário que deue ekborar
-
o resPetiuo horário de trabalho.

Artigo )l(3t3t
Affxaçáo do mapa de horário de trabalho

I - O empregador afixa o mapa de horário de trabalho no local de trabalho a que


respeita, em lugar bem visível.
2 -'euando várias empresas, estabelecimentos ou serviços desenvolvam,
simultaneaÍnente'
a afixação
atividades no mesmo local de trabalho, o titular das instalaçóes deve consentir
dos diferentes mapas de horário de trabalho.
i- (Reuogado.)rz+
4- As.ondiçó.r de publicidade de horário de trabalho de trabalhador afeto à exploraçáo
de veículo automóvel sáo estabelecidas em portaria dos ministros resPonsáveis
pelaârea
laboral e pelo sector dos transportes.
5 Constirui conrraordenaçáo leve a violaçáo do disposto nos n.o' I e
2.135
-
-As condições de publicidade de honirio de trabalho de trabalhador afeto à exploraç'ão de
ueículo automóuel (e não seu rnero utilizador) estão contidas na Portaria n.o 7/2022, de
4 de janeirotuu, já alterada pelas Portarias n.o 216/2022, de 30 de agosto, e 54-R/2023'
de 28 defeuereiro.
- No DL n." 237/2007, de 19 junho, que transpõe a Diretiua n.o 2002/15/CE, re-
de

gula-se a organização do tempo de tabalho nos transPortes rodouiários.


- Na R.A. da Madeira a afxaç,4o e enuio de mapas de horários de fuabalho encontrd-se
regulada no Art. 5." do DLR n.ó 39/2012/M, de 21 de dezembro'

Artigo 217." #
Alteraçáo de horário de trabalho
I -À alteraçáo de horário de trabalho é aplicável o disposto sobre a sua elaboraçáo,
com as especificidades constantes dos números seguintes.
2 - Aalteiaçao de horário de trabalho deve ser precedida de consulta aos trabalhadores
envolvidos e àcomissáo de trabalhadores ou, nasuafalta, àcomissáo sindical ou intersindical
ou aos delegados sindicais, bem como, ainda que vigore o regime de adaptabilidade, ser

133
Redaçáo do art. 2." daLei n." 2312012, de25 dejunho.
r3a
Revogado pelo n.o 2 do art. 9." da Lei n." 2312012, de25 dejunho.
135
Redaçáo do art. 2." daLei n." 2312012, de 25 dejunho.
t36
Retificada pela Declaraçáo de Retificaçáo n." 412022, de 28 de janeiro

197
cóDIGo Do TRABALHo ANoTAoo

afixada na emPresa com antecedência de sete dias relativamente ao início da sua aplicação,
ou três dias em caso de microempresa.
3 - Excetua-se do disposto no número anterior a altera$"o de horário de trabalho cuja
dura6o
náo seja superior a uma semana, desde que seja registada em livro próprio, com a menSo
de que foi consultada a estrutura de representa$o coletiva dos trabalhadores referida no
número anterior, e o empregador náo recorra a este regime mais de três vezes por ano.
4 - Nao pode ser unilateralmente alterado o horário individualmente acordado.
5 - Aalteraçáo que implique acréscimo de despesas para o trabalhador confere direito
a compensaçáo económica.
6 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto nesre arrigo.

-A aberaç,ão do hordrio de trabalho segue as regras da sua elaboraç,ão


inicial, estabelecidas
no art.212.o, cornPetindo, pois, ao empregador, mas respeitando os lirnites legais e
conuencionais, se existirem,

- O horário indiuidualmente acordado, preuisto no n.o 4, será aquele que se distingue do


horário estabelecid.o Para a generalidade dns trabalhadnres e resuhou dc certaparticularidad.e
do interesse de alguma ou de ambas as pdrtes.

SUBSECÇÁO ry
ISENÇÁO DE HORÁRIO DE TRABALHO

Artigo 218."
Condiçóes de isençáo de horrírio de trabalho
1 -
Por acordo escrito, pode ser isento de horário de trabalho o trabalhador que se
encontre numa das seguintes situaçóes:
Exercício
") ftscalizaçãodeoucargo de administraçáo ou direçáo, ou de funçóes de confiança,
apoio a titular desses cargos;
b) Execuçáo de trabalhos preparatórios ou complementares que, pela sua natureza,
só possam ser efetuados fora dos limites do horário de trabalho;
c) Gletrabalho e outros casos de exercício regular de atiüdade Qra do estabelecimento,
sem controlo imediato por superior hierárquico.
2=O instrumento de regulamentaçáo coletiva de trabalho pode prever outras situaçóes
de admissibilidade de isençáo de horário de trabalho.
3 - (Revogado).tzz
4 - (Revogado).

- Na altnea b) do n." 1, preuêem+e, nomeadamente, os casos de trabalhad.ores que antecipam


ou retardam o seu período normal de trabalho para executarem os trabalhos indicados.
- O contrato dt nabalho para aprestaç.ãn subordinada dz tebnabalho enconíya-se discipllnadn
no art. 165.o e sgts.

r37
Este n.o 3 e o seguinte foram revogados pelo n." 2 do art. 9.o da Lei n.o 2312012, de 25 de junho

198
TRABALHO POR TURNOS

Artigo 219."
Modatidades e efeitos de isenção de horário de trabalho
de isençáo de horário
1 - As parres podem acordar numa das seguintes modalidades
de trabalho:
a) Náo sujeiçáo aos limites máximos do período normal de trabalho;
Ú possibilidade de determinado aumento do período normal de trabalho, por dia
ou por semana;
.) Observância do período normal de trabalho acordado'
a) do número anterior.
2 - Na falta de estipulaçáo das partes, aplica-se o disposto na alínea
3 - Aisençáo náo prejudica o direito a dia de descanso semanal,
obrigatório ou com-
plementaç a feriado ou a descanso diário.
4 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto no número anterior.

-A retribuição especi.al em caso àe isenção de hordrio de trabalho tern o seu regirne no art.
265.".
Na modalidade preuista nã alínea b), depois de ultrapassado o Allmento, poderui hauer
-
trabalho suPlernentar, corno resuha do n.o 2 do art. 226.o.
preuista na alínea c) apenas uaria o início e o termo do período normal
- Na modalidade
de trabalho - isenção rnodulada.

- Acórdão do STJ n." 6/2012 (uniformi.zaç,ão de jurisprudência) Rel. Cons. António -


Gonçalues Rocha-'Ao trabalhador isento dr horário de trabalho, narnodalidade de isenç,ão
tutal, não é deuido o pdgam€nto de trabalho suplementar em dia normal de traballto..."
(DR, 1.o série, de 25 de junho de 2012).

SUBSECçÃO V
TRABALHO POR TURNOS

Artigo 220."
Noçáo de tabalho Por turnos
Considera-se trabalho por turnos qualquer organizaçâo do trapalho em equipa em que
os trabalhadores ocupam sucessivamente os mesmos postos de trabalho, a urn determinado
ritmo, incluindo o rotativo, contínuo ou descontínuo, podendo executar o trabalho a
horas diferentes num dado período de dias ou semanas.
organizaç,ão do nabalho por h4rnos, ern termos gerais, torna-se necessdria quandn o periodn
-A
normal dt trabalho, como resuha dn n.o I dn arti.go
funcionarnento é superior ao períodn
d.e

seguinte. Porhn, neste artigo apresenta-se a noç,ão dn trabalho por turnos rotatiaos, continadda
ou dtscontinuadammte, excluindo, assirn, o chamain nabalho por turnos fxos. Portanto, o
presente regime legal apenas se aplica àquek rnodalidade, na qual a mudança de horários
implica maior dzsgcute, que ã^ç noT"rnas dns dnls artigos seguintes procurdm colnPensar.
especi.alpelo trabalho por hlrnos' cf. art. 265'o
- Na lei, não se preuê qualquer retribuiç,4o
a 268.o, a não ser que o trabalho prestado seja noturno (art' 266'r'

199
CÓDIGO DO TRABALHO ANOÏAOO

Artigo 22L."
Organizaçáo de tumos
1 - Devem ser organizados turnos de pessoal diferente sempre que o período de fun-
cionamento ultrapasse os limites máximos do período normal de trabalho.
2 - Os turnos devem, na medida do possível, ser organizados de acordo com os interesses
e as preferências manifestados pelos trabalhadores.
3 - Aduraçáo de trabalho de cada turno náo pode ultrapassar os limites máximos dos
períodos normais de trabalho.
4 - o trabalhador só pode mudar de turno após o dia de descanso semanal.
5 - Os turnos no regime de laboraçáo contínua e os de trabalhadores que asseguram
serviços que náo podem ser interrompidos, nomeadamente nas situaçóes a que se
referem as alíneas d) e e) do n." 2 do artigo207.", devem ser organizados de modo
que os trabalhadores de cada turno gozem, pelo menos, um dia de descanso em cada
período de sete dias, sem prejuno do período excedente de descanso a que tenham
direito.
6 - O empregador deve ter registo separado dos trabalhadores incluídos em cada
turno.
7 - Constitui contraordenação grave a violaçáo do disposto nos n.o' 3, 4, 5 ou 6.

- O período defuncionantento estápreuisto no art. 201.o e os lirnites mriximos do período


norrnal de trabalho no art. 203.". Por sua uez, o dia de descanso semanal é regulado no
art. 232.o e o descanso diário no art. 214.o.
- Nas alíneas d) e e) do art. 207." contemplam-se as atiuidades que podem ser exercidas
continuadamente.
- "Tiabalho por turnos e horuírio desfasado: nótula sobre o n.o I do drt. 221.o do CT",
estudo de Joáo L. Amado e Joana N. Vicente, i.n kLJ, anoLíl, n.o 4033, mar/abril de
2022, pág. 230.

Artigo 222."
Proteção em matéria de segurança e saúde no trabalho
1- O empregador deve organizar as atividades de segur"rç"{. saúde no trabalho de
forma que os trabalhadores por turnos beneficiem de um nível de proteçáo em matéria
de segurança e saúde adequado à natureza do trabalho que exercem.
2 - O empregador deve assegurar que os meios de proteçáo e prevençáo em matéria
de segurança e saúde dos trabalhadores por turnos sejam equivalentes aos aplicáveis aos
restantes trabalhadores e se encontrem disponíveis a qualquer momenro.
3 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto nesre arrigo.

- O regime jurídi.co da promoç,ão e preuenção da segurança e da saúde no trabalho, de


acordo com o ltreuisto no art. 284." dn Código do Tiabalho, contém-se na Lei n.' 102/2009,
de l0 de setembro.

200
TRABALHO NOTURNO

SUBSECÇÁO VI
TRABALHO NOTURNO

Artigo 223."
Noçáo de trabalho noturno
a duraçáo mínima
1 Considera-se trabalho norurno o prestado num período que tenha
-
o intervalo entre as 0 e as 5 horas'
de sete horas e máxima de onze horas, compreendendo
i - O período de trabalho noturno pode ser determinado por instrumento de regula-
de trabalho, com observância do disposto no número anterior, con-
^"n ^çãrocoletiva
siderando-se como ral, na falta daquela determinaçío,
o comPreendido entre as 22
horas de um dia e as 7 horas do dia seguinte'
será trabalho noturno o que é prestado
- Ern terrnos naturais, ao inaés do trabalho diurno,
no período que uai d.o pôr ao nascimento do Sol, Mas nos termos
do n.o I deste artigo,
legais, só é trabalho noturno o que ê prestado em período de 7 a I I
])ortanto, ern termos
ern que cinco delas decorram entre ds 0 e as 5 (da manha)' Portanto'
ainda deue'
horas,
legalmente, ser classifcado como noturno o período de mais 2 a 4 horas, desde que encerre
o lapso de temPo entre as 0 e as 5'
coletiua, o início da parte do período de trabalbo noturno
- Ãtrar^ de conuençã.o e o
f.m
dentro daqueles limites. Por exemplo, poderá ir, no rnáximo,
flexíuel pode ser estabelecido
d.as 18 às 5 horas ou, corno sercímais curial, das 19 às I horas
(11 horal.
n,ão esteja determinado o
- N,ão hauendo conuenção coletiua aplicáuel ou, hauendo, nela "o
início e o do períod.o do trabalho noturno, entáo, este seruí compreendido entre as
fim
22 horas de um dia e as 7 horas do dia seguinte'
remuneratório, de
- A prestação de trabalho noturno pode dar origem a acréscimo
conforruidade com o estipulado no ãrt' 266'o'

Artigo 224."
Duraçáo do trabalho de trabalhador noturno
1 -considera-se trabalhador norurno o que presta, pelo mencp, três horas de trabalho
normal notufno em cada dia ou que efetua durante o período notufno parte do seu
rempo de trabalho anual correspondente a três horas por dia, ou outra definida por
instiumento de regulamentaçáo coletiva de trabalho'
Z - O período ,rorÃ"1 de trabalho diário de trabalhador noturno, quando
vigora regime
sem
de adaptabilid"ade, náo deve ser superior a oito horas diárias, em média semanal'
prejuízo do disposto em instrumento de regulamentaçáo coletiva de trabalho.
os dias de
3 - paraapuramenro da média referida no número anterior náo se contam
descanso semanal obrigatório ou complementar e os dias feriados'
4 - Otrabalhado, ,ro..r-rno náo deve pr.r,", mais de oito horas de trabalho num
período
de vinte e quatro horas em que efetua trabalho noturno' em qualquer d1s seguintes
atividad.es, que implicam riscãs especiais ou tensáo física ou mental significativa:

201
CÚOIGO OO TRABALHO ANOTADO

Monótonas, repetitivas, cadenciadas ou isoladas;


")
b) Em obra de construçáo, demoliçáo, escavaçáo, movimentaçáo de terras, ou
intervençáo em túnel, ferrovia ou rodovia sem interrupçáo de tráfego, ou com
risco de queda de altura ou de soterramento;
c) Da indústria extrativa;
d) De fabrico, transpofte ou utilização de explosivos e pirotecnia;
e) Que envolvam contacto com corrente elétrica de média ou alta tensáo;
f) De produçáo ou transporte de gases comprimidos, liquefeitos ou dissolvidos ou
com utilizaçáo significativa dos mesmos;
g) Que, em funçáo da avaliaçáo dos riscos a ser efetuada pelo empregadoÍ, assumam
particular penosidade, perigosidade, insalubridade ou toxicidade.
5 - O disposto nos números anteriores náo é aplicável a uabalhador que ocupa cargo
de administraçáo ou de direçáo ou com poder de decisáo autónomo que esteja isento
de horário de trabalho.
6 - O disposto no n.o 4 nâo é igualmente aplicável:
a prestaçáo de trabalho suplementar seja necessária por motivo de força
") Quando
maior ou para prevenir ou reparar prejuízo grave para a empresa ou pâra a sua
viabilidade devido a acidente ou a risco de acidente iminente;
b) A atividade caracterizada pela necessidade de assegurar a continuidade do serviço
ou da produçáo, nomeadamente a referida em qualquer das alíneas d) a f) do n.o
2 do artigo 207 .", desde que por convençáo coletiva seja concedido ao trabalhador
período equivalente de descanso compensatório.
7 - Constitui contraordenação grave a violaçáo do disposto nos n."" 2 ou 4.

- A noç,ão de "trabalhadornoturno" Aduém do art. 2.o, n.o 4, da Diretiua 2003/58/CE


do Parlamento Europeu e do Conselho, de 4 de nouembro de 2003, relatiaa a organização
do ternpo do traballto.
- Neste artigo, uisando a sua proteção flsica e mental, considera-se corno trabalhador
noturno o que Presta, pelo menos, três horas de trabalho normal noturno em cada dia ou
nurnt média anual.
I
-Thlproteçâo é conretizada na limitaçao dn seupenoda normal dà trabalho, quer em caso dn
sua adnptabllldade (arts. 204: a 207.r, quer no exercício dt nabalhos com maior difculdadz.

- O direito à duraç,ão máxirna do trabalho dos trabalhadores noturnos é dotado de impe-


ratiuidade minima, podendo apenas ser aberados por irct e em sentido mais fauoráuel ao
trabalhador, cfr. se di.spõe n0 art. 3.o, fl.o 3, i).

Artigo 225."
Proteçáo de trabalhador noturno
1 - O empregador deve assegurar exames de saúde gratuitos trabalhador
e sigilosos ao
noturno destinados a avaliar o seu estado de saúde, antes da sua colocafr,o e posteriormente
a intervalos regulares e no mínimo anualmente.

202
ÏRABALHO SUPLEMENTAR

2 - O empregador deve avaliar os riscos inerentes à atividade do trabalhadoç tendo


antes do início da atividade
pÍesenre, nomeadamente, a sua condiçáo fïsica psíquica,
e

port.tiormente, de seis em seis meses, bem como antes de alteraçáo das condiçóes de
"
uabalho'
com o
3 - O empregador deve conservar o registo da avaliaçáo efetuada de acordo
' número anterior.
4 - Ap\ica-se ao trabalhador noturno o disposto no artigo 222.".
! - Sempre que possível, o empregador deve assegurar a trabalhador que sofra de
a trabalho
problema de saúde relacionado com a prestaçáo de trabalho noturno aafeta$o
ãi,rttto que esteja aPto a desempenhar.
deve consultar os representantes dos trabalhadores Paraasegurança
6 -O empregador
e saúde no trabalho ou, na falta destes, o próprio trabalhador,
sobre aafetaçío a trabalho
noturno, a organização deste que melhor se adapte ao trabalhador, bem como sobre as
medidas de segurança e saúde a adotar.
7 -- Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto neste artigo.

- O jurídico da promoç,ão e preuenç,ão da segurança e da saúde no trabalho, de


regi.me
acordn com o preuisto no ãrt. 284.' do Códtgo do Trabalho, contérn-se na Lei n.o 102/2009,
de 10 de setembro (referida na Parte IV).

suBsEcÇÁo uI
TRABALHO SUPLEMENTAR

Artigo 226."
Noçáo de trabalho suplementar
1 - Considera-se trabalho suplementar o prestado fora do horário de trabalho.
2 - No caso em que o acordo sobre isençáo de horário de trabalho tenha limitado a
prestaçáo deste a um determinado período de uabalho, diário ou semanal, considera-se
trabalho suplementar o que exceda esse período.
3 - Náo se compreende na noçáo de trabalho suplementar:
O prestadã por trabalhador isento de horário de trabdlho em dia normal de
") trabalho, sem prejuízo do disposto no número anterior;
b) O prestado para compensar suspensão de atividade, independentemente da sua causa,
de duraçáo náo superior a quarenta e oito horas, seguidas ou interpoladas por um
dia de descanso ou feriado, mediante acordo enúe o empregador e o trabalhador;
.) A tolerância de quinze minutos prevista no n.o 3 do artigo 203.o;
d) A formaçáo profissional realizadaforado horário de trabalho que náo exceda duas
horas diárias;
e) O trabalho prestado nas condiçóes previstas na alínea b) do n." 1 do artigo 257.";
f) O trabalho prestado para compensaçâo de períodos de ausência ao trabalho,
efetuada poiitti.i",iva do trabalhador, desde que uma e outra tenham o acordo
do empregador;

203
CÓDICO DO TRABALHO ANOTADO

g) O trabalho prestado para compensar encerramento para férias previsto na alínea


b) do n." 2 do artigo 242.", por decisão do empregador.r3s
4 - Na situaçáo referida na alínea f) do n.o 3, o trabalho prestado para compensaçáo
náo pode exceder os limites diários do n.o 1 do artigo 228.o.

- O trabalho suplernentar é aquele que é prestado fora do horário de trabalho, portantu,


" antes do seu início, depois do seufim ou durante os interualos de descanso (art. 21j.";,
excetuand.o os casos preuistos no n.o 3.

- A prestação de trabalho suplementar dará origem a acrésci.mo remuneratório, de


conforrnidade com o estipulado no art. 268.'. Para efeitos fscai.s, a retenção na fonte é
efetuada auto n o nx am ente.

- O normatiuo referente ao Pagamento do trabalho suplementar é dotado de imperatiuidade

mínima só podendo ser afastado por norrila de irct maisfauoráuel ao trabalhador [art 3,o,
n.o 3, alínea j)J.

Artigo 227."
Condiçóes de prestaçáo de trabalho suplementar
I O trabalho suplementar só pode ser prestado quando a empresa tenha de fazer face
-
a acréscimo eventual e transitório de trabalho e náo se justifique para tal a admissáo de
trabalhador.
2 - O trabalho suplementar pode ainda ser prestado em caso de força maior ou quando
seja indispensável para prevenir ou reparar prejuízo grave paraaempresa ou para a sua
viabilidade.
3 - O trabalhador é obrigado a realizar a prestaçáo de trabalho suplementar, salvo
quando, havendo motivos atendíveis, expressamente solicite a sua dispensa.
4 - Constitui contraordenaçáo muito grave a violaçáo do disposto nos n.o' 1 ou 2.

- Preuêem+e dois tipos de trabalho suplementar: para fazer face a acrëscimo euentual e
transitório de trabalho e ern caso deforça maior. Como decorre do teor dos artigos seguintes,
têm limites e descansos compensatórios di.ferentes.
-Aprestação do trabalho su?lernentar ë obrigatória em ambas as gituações, exceto se ltouuer
"motiuos atendíueis" e solicitação exPressa, que, obuiarnente terão de ser logo altresentadas.

- Em princípio, o menor não pode prestar trabalho suplementar, cfr. art. 75.'.
Artigo 228."
Limites de duraçáo do trabalho suplementar
1 - O trabalho suplementar previsto no n.o 1 do artigo anterior está sujeito, por
trabalhador, aos seguintes limites:
a) No caso de microempresa ou pequena empresa, cento e setenta e cinco horas por
ano;

138
Alínea ditada pelo art.2.o da Lei n." 2312012, de 25 de junho

204
.t
:i
ì3
Ìl

TRABALHO SUPLEMENTAR

hì No caso de média ou grande empfesa, cento e cinquenta horas Por ano;


J No caso de trabalhador a rempo parcïal, oitenta.horas por ano ou o número de
horas correspondente à proporçáo entre o respetivo período normal de
trabalho
e o de trabalhador a rempo completo em situaçáo
comparável, quando superior; t
L
$l

d) Em dia normal de trabalho, duas horas; ï


f'
ou feriado, um número
;; Em dia de descanso semanal, obrigatório ou complementar, i
dehoras igual ao período normal de trabalho diário; :

igual a meio período


f) Em meio Ji" d. descanso complementaÍ, um número de horas
normal de trabalho diário.
Z - Olimite a que se refere a alínea a) ou b) do número anterior pode ser aumentado
ué durrn ", hor", por ano, por instrumento de regulamentaçáo coletiva de trabalho.
3 - O limite qrr. se refere a alínea c) do n." 1 pode ser aumentado, mediante
"entfe o trabalhador
e o emPregador, até cento e trinta horas Por ano
acordo escrito
horas por
ou,por instrumento de regulamentaçáo coletiva de trabalho, até duzentas
ano.
previsto no n.o 2 do artigo anterior apenas está sujeito ao
4 - O trabalho suplementar
limite do período de trabalho semanal constante do n.o 1 do artigo 2I1'"'
a violaçáo do disposto no n'o 1 e constitui
5 - Constitui contraordenaçáo muito grave
contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto no n'o 2'
def'nidos no art' 100'o'
- Os tipos de empresa encontrdm'se
se trata do ano ci.uil,
- A contagem do limite de urn ano, dado que náo é referido qae
pod.erd. iniciar-se na data da prestação do primeiro trabalho saplementdr.

Artigo 229."
Descanso comPensatório de trabalho suplementar

|- (Reuogado.)rz't
2 - (Reuogado.)
3 - O ,rÃ"lh"dor que Presta trabalho suplementar impeditivo do gozo do descanso
diário tem direito d.r."nso compensatório remunerado e{uivalente às horas de
"
descanso em falta, a goz r num dos três dias úteis seguintes.
4 - O trabalhador que presra trabalho em dia de descanso semanal obrigatório tem
direito a um dia de ã.r."tro compensatório remunerado, à 8oz Í num dos três dias
úteis seguintes.
é marcado por acordo entre trabalhador e empregador
5 - O descanso compensarório
ou, na sua falta, pelo emPregador.
6 - (Reuogado.)
7 - Constitui contraordenaçáo muito grave a violaçáo do disposto nos n'o' 3 e 4''40

13e
Q. ,r.os 1,2 e 6 foram revogados pelo t.o 2 do art. 9.o da Lei n." 2312012, de 25 dejunho'
rao
Redação conferida pelo art. 2'" deLei n3 2312072, de 25 de junho'

205
CÓOIGO OO TRABALHO ANOTADO

- O descanso diário (entre dois períodos diários de trabalho consecuti.uos) encontra-se


preuisto no art. 214.' e é de 'foelo menos, onze ltoras seguidas entre dois períodos diários
de trabalho consecutiuo". O dia de descanso obrigattirio encontra+e regulado no art. 232.'.

-A norma do n.o 4 tem urna exceção logo no n.o I do artigo seguinte (trabalho supl€mentur
em regirne de turnos na sequênci.a defaha impreuista do colega).

- Nos terrnos do 2, da Lei n.o 23/2012, dz 25 de junho, o trabalho sultbmentur


art. 7.o, n.o
prestado em dia útil, em dia de descanso semanal complementar ou em feriado d.eixou de
originar dzscanso cornpensatório, sendn consid.eradas nulns as disposições dz irct e as cl,íusulas
de contratos de nabalho, ambos celebrados até 31 d.e julho
2012. Porém, na sequência de
dE

urnpedi.dn dtf.scalização absnaudaconstitucionalidadr dnLein." 23/2012, de 25 drjunho,


o acórdáo d.o Thibunal Constitucional n.o 602/2013, de 20 de setembro, concluiu pe/a cons-
titucionalidade das nouas disposições sobre... eliminaç,4o dn dzscanso cornpensa.tório...
"Petici.onado
- o pagamento do descanso compensatório, compete ao trabalhador alegar e

Prouar queprestou o trabalho suplementar e que não gozou o descanso comperusatório. Feita
estA Proua, cornPete à entidade emltregadora Proaar o respetiuo pagamento" (Ac. do STJ,

de 12-01-2017, Rel. Ribeiro Cardoso).

Artigo 230."
Regimes especiais de trabalho suplementar
1 -A
prestaçáo de trabalho suplementar, em dia de descanso semanal obrigatório, que
náo exceda duas horas por motivo de falta imprevista de trabalhador que devia ocupar
o posto de trabalho no turno seguinte confere direito a descanso compensatório nos
termos do n." 3 do artigo anterior.
2 - (Reuogado.)'nt
3 - (Reuogado.)
4 - Os limites de duraçáo e o descanso compensatório de trabalho suplementar prestado
para assegutar os turnos de serviço de farmácias de venda ao público consram de
legislaçáo específica.
5 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto no n.o 1.

- O trabalho por turnos é objeto dos antecedentes arts. 220." a 222.o.


- funcionantento dos turnos de seruiço nas farmácias encontra-se regulado no DL n.o
O
53/2007, de I de rnarço e P n.o 277/2012, de 12 de setembro.

Artigo 231."
Registo de trabalho suplementar
1 - O empregador deve ter um registo de trabalho
suplementar em que, antes do início
da prestaçáo de trabalho suplementar e logo após o seu termo, sáo anotadas as horas
em que cada uma das situaçóes ocorre.

141
Este número e o seguinte foram revogados pelo n." 2 do arr. 9." da Lei n." 2312012, de 25 dejunho.

206
TRABALHO SUPLEMENTAR

O trabalhador deve visar o registo a que se refere o número anterior, quando náo
Z -
seja por si efetuado, imediatamente a seguir à prestaçáo de trabalho suplementar.
j'- O trabalhador que realize trabalho suplementar no exterior da empresa deve visar
o registo, imediatamente após o seu regresso à empresa ou mediante envio do mesmo
devidamente visado, devendo em qualquer caso a empresa dispor do registo visado no
pÍazo de 15 dias a contar da prestaçáo.
4 - Do registo devem constar a indicaçáo expressâ do fundamento da prestaçáo de
trabalho suplementar e os períodos de descanso compensatírio gozados pelo trabalhador,
além de ourros elementos indicados no respetivo modelo, aprovado por portaria do
ministro responsável pela área laboral.
5 - Aviolaçáo do disposto nos números anteriores confere ao trabalhador, por cada
d,ia em que tehha prestado atividade fora do horário de trabalho, o direito a retribuiçáo
correspondente a duas horas de trabalho suplementar.
6 - Oregisto de trabalho suplementar é efetuado em supoÍte documental adequado,
nomeadamente impressos adaptados ao sistema de controlo de assiduidade existente
na empresa, que permita a sua consulta e impressáo imediatas, devendo estar perma-
nentemente atualizado, sem emendas ou rasuras náo ressalvadas.
7 - O empregador deve comunicar, nos termos previstos em portaria do ministro
responsável pela área laboral, ao serviço com competência inspetiva do ministério
rerponsável pela área laboral a relaçáo nominal dos trabalhadores que prestaram trabalho
suplementar durante o ano civil anterior, com discriminação do número de horas
pràstadas ao abrigo dos n.o' I ou2 do artigo 227.",visada pela comissáo de trabalhadores
ou, na sua falta, em caso de trabalhador filiado, pelo resPetivo sindicato.
8 - O empregador deve manter durante cinco anos relaçáo nominal dos trabalhadores
que efetuaram trabalho suplementar, com discriminaçáo do número de horas prestadas
ao abrigo dos n.o' 1 e2 do artigo 228." e indicaçáo dos dias de gozo dos correspondentes
descansos compensatórios.
9 - Constitui contraordenaçáo gfave aviolaçáo do disposto nos ÍÌ.o' 1, 2,4 ou7 e
constitui contraordenaçáo leve a violaçáo do disposto no n.o 8.

- Este registo do nabalho suplementar distinto dn registo de terppo de trabalho estabelecidn


é

no drt. 202.o. Tëm dois modelos, o preuisto nos n'o' I a 3 e o preuisto no n.o 7.
- Portaria n." 712/2006, dz 13 dz julho, aprouou o modtlo dn registo dz trabalho suplementar
preuisto no n.o 2 do artigo 188." da Lei. n.o 35/2004, de 29 de julho, que regulamentdua
a Lei n.o 99/2003, de 27 de agosto, que aProaou o Código do Tíabalho (de 2003), que
podertí ter sido reuogada pela Lei n.o 7/2009, drt. 12.o, n.o 1, b)'
- A portaria preuista no n.o 7 ê a Portaria n.o 55/2010, de 21 de janeiro, alterada pela
Portaria n.o 108-,4/2011, relatiua à informação sobre a atiuidade social da empresa (art.
32." dd LR), atrãués do modelo de relatório único anexo - art. 3.o: uisto relatiuo a nabalho
suplementar.

207
CÓDIGO DO TRABALHO ANOTADO

SUBSECÇÁO VIII
DESCANSO SEMANAL

Artigo 232."
Descanso semanal
I - O trabalhador tem direito a, pelo menos, um dia de descanso por semana.
2 - O dia de descanso semanal obrigatório pode deixar de ser o domingo, além de
noutros casos previstos em legislaçáo especial, quando o trabaihador presta atividade:
a) Em empresa ou sector de empresa dispensado de encerrar ou suspender o funcio-
namento um dia completo por semana, ou que seja obrigado a encerrar ou a
suspender o funcionamento em dia diverso do domingo;
b) Em empresa ou sectoÍ de empresa cujo funcionamento náo possa ser interrompido;
c) Em atividade que deva ter lugar em dia de descanso dos restantes trabalhadores;
d) Em atividade de vigilância ou limpeza;
e) Em exposiçáo ou feira.
3 - Por instrumento de regulamentaçáo coletiva de trabalho ou contrato de trabalho,
pode ser instituído um período de descanso semanal complementar, contínuo ou des-
contínuo, em todas ou algumas semanas do ano.
4 - O empregadot deve, sempre que possível, proporcionar o descanso semanal no
mesmo dia a trabalhadores do mesmo agregado familiar que o solicitem.
5 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto no n.o 1.

- Para alêm do dia (de 24 horas) de descanso semanal obrigatório a gozan em regrt, ao
domíngo, preuê-se, no n.o 3, o período de descanso semanal cornPlementar que até pode
ser descontínuo, isto é, parcelado por alguns dias.
- O descanso sernanal de trabalhador móuel dos caminhos de ferro afeto a seruiços de in-
teroperacionalidade é regulado no art. 6.o da Lei. n.o 24/2010, de 30 de agosto.

Artigo 233."
Cumulaçáo de descanso semanal e de descanso diário
1 Devem ser gozados em continuidade o descanso semanal obligatório e um período
-
de onze horas correspondente ao descanso diário estabelecido no artigo 2I4.".
2 - O período de onze horas referido no número anterior considera-se cumprido, no
todo ou em parte, pelo descanso semanal complementar gozado em continuidade ao
descanso semanal obrigatório.
3 - O disposto no n.o 1 náo é aplicável:
A trabalhador que ocupe cargo de administração
") decisáo autónomo que esteja isento de horário deoutrabalho;
de direçáo ou com poder de

b) Quando o período normal de trabalho é fracionado ao longo do diacom funda-mento


em características da atividade, nomeadamente serviços de limpeza;
c) Em situaçáo prevista na alínea d), .), h) ou i) do n." 2 do artigo207.", com exceçáo
da subalínea viii) da alínea e);

208
DESCANSO SEMANAL E FERIAD()S

d) Em situaçáo de acréscimo previsível de atividade no turismo.


4' _ Conttirui contraordenaçáo grave a violação do disposto no n.o 1.

Naturalmente, o período de descanso (dÊ I I horas, no mínimo) ente jomadas de trabalho'


-
estabelecido n0 art. 214.o, deue ser gozado imediatamente antes
ou depoi.s do descanso
complementar, se este
semanal obri.ganírio, podendo ser absoruido no período de descanso
no n.o 3.
uigorar e sefor contínuo ao descanso semanal. As exceções estão estabelecidas
(dia ou tarde)
- Atualmente é o que em regrd. Acontece, constituindo o sdbado o período
de descanso coruP lementar.

SUBSECÇÁO IX
FERIADOS

Artigo 234."
Feriados obrigatórios
Santa, de Domingo
1 - Sáo feriados obrigatórios os dias 1 de janeiro, de Sexta-Feira
de junho, 15 de agosto, 5 de
ã. Pár"o", 25 deabrii 1 de maio, de Corpo de Deus, 10
outubro, 1 de novembro, 1, 8 e25 de dezembro'iaz
Z - O feriado de Sexta-Feira Santa pode ser observado
em outro dia com significado
local no período da Páscoa.
podem ser
3 - Mediante legislaçáo específica, determinados feriados obrigatórios
observados na segunda-feita'da semana subsequente'

- O trabalho prestddn nosferiados benefci.a de retribuição especial, nos teffnos dn art 269.o'
De harmonia com o disposto no d.rt. 10.o, n.o 1, da Lei n.o 23/2012, dz 25 de
junlto' 'h
- I
eliminação dos feriadns de Corpo dz Deus, de 5
dz outubro, de I de nouembro e dz de

dzzernbro, ,rrrlrorr, da aheração efetualn pek presente lei ao n.o I


234'" dn Código
dn art'

dn Tiabalho, produz efeitos a partir dr I fujaneiro dz 20 I 3 ". Na sequência fu um pedidn


de
n.o 23/2012, dz 25 dz junho, o acórdão
fiscahA,n )bronto dn constitucíonalìdadz da Lei
doTïi.bunat Constitucionaln." 602/2013, dz 20 dr seternbro, conclui.upek constitucionali.dadz
das nouas disposições sobre... eliminaç,ão dz quatro feriados obriggnírios.-.
A rEosiç,4o do, dla, frriados foi efetuada pela Lei n.o 8/201"6, de de I abril.
-
- Na RA. da Madei.ra, são ainda feri.ados regionais o dia I de julho e 26 de setembro,

cfr. art.'4.o do DLR n.o 39/2012/M, de 21 de dezembro'

Artigo 235."
Feriados facultativos

1 -Além dos feriad.os obrigatórios, podem ser observados a título de feriado, mediante
instrumento de regulamenáçáo .oleiirra de trabalho ou contrato de trabalho, a terça-feira
de Carnaval e o feriado municipal da localidade.

ra2
Redação do arr. 2.o daLei nP 2312012, de 25 dejunho, e alterada pelo art. 2P daLei n'o 8/2016, de 1
de abril.

209
CÓDIGO DO TRABALHO ANOTADO

2-Emsubstituiçáo de qualquer feriado referido no número anterior, pod.e ser observado


outro dia em que acordem empregador e trabalhador.

- Para além feriados obrigatórios e nacionais enumerados no artigo a.nterior, ainda


dos
poderui ser estabelecido como diaferiado, por irct ou por acordo entre as pa.rtes, a terçafeira
de Carnaual. Ainda, com âmbito concelhio, pode hauer feriado municipal. Como todas
" estes
feri.ados não são estabeleci.dos por lei, rnas apenas por ela perrnitidos, acabam por se
denominados de facubatiuos, rnAs tão somente na sua instituiç,ão.

Artigo 236."
Regime dos feriados
1 - Nos dias considerados como feriado obrigatório, têm de encerrar ou suspender a
laboraçáo todas as atividades que náo sejam permitidas aos domingos.
2 - O instrumento de regulamentaçáo coletiva de trabalho ou o contrato de trabalho
não pode estabelecer feriados diferentes dos indicados nos artigos anteriores.

- Sobre ofuncionamento e encerrarnento das organizações empresariai.s, u. art. 201.o e sud


anotdção.
- No 2, impõe+e o regi.me da imperatiuidade absoluta às disposições dos artigos anteriores
n.o
relatiuos aos feriados, de harmonia com o disposto na parte final do n.o I do art. 3.o.

SUBSECÇÁO X
FÉRIAS

Artigo 237."
Direito a ftrias
\r-l-Ê
O trabalhador tem direi em cada ano civil, a um período de férias, letribuídas,
#
2-Odireitoaferias rePorta-se ao f,
mas vidade de
a e o seu gozo , ainda que
ser
com o acordo do trabalhador, por qualquer compensaçáo, económica ou outra, sem
prejuízo do disposto no ÍÌ.o 5 do artigo seguinte.
4 - O direito a férias deve ser exercido de modo a proporcionar ao trabalhador a
recuperaçáo física e psíquica, condiçóes de disponibilidade pessoal, integraçáo na vida
familiar e participação social e cultural.

- A renibuiç,ão deuida durante o período deferias "renibuídas" e o respetiuo subsídio en-


contraqn-se preuistos no art. 264.".
- O direito de gozo das feri.as, como admitido no n.o 2, pode excecionalmente respeitar ao
nabalho prestado no próprio ano nos cttsos da admissão (art. 239.o, n.o 1), nos contra.tos
com uigência inferior a 6 meses (art. 239.o, n.o 4), na cessaçáo d.o impedimento prolongado
(art. 239.o, n.o 6) e aquando da cessaçáo do contrato (art. 245.").

210
FÉRIAS

prèuistas no n.o 5 do
- A renúnci.a ao direito ferias, para além d.as situações
d.o gozo de

d.rtigo seguinte ainda é possíuel nos termos da


alínea a) do n.o I do art' 257'" (substituiç'1o

d.ajrrd,a de retribuiçá) deulda afahas por dias deferias em igual número"')'

Artigo 238."
Duraçáo do Período de férias

O período anual de ferias tem a duraçáo mínima de22


dias úteis'
1 - a sexta-feira' com
) -p^r^efeitos de ferias, sáo úteis os dias da semana de segunda-feira
exceçáo de feriados.
3 caso os dias de descanso
do trabalhador coincidam com dias úteis, sáo considerados ffi
-
férias, em substituiçáo daqueles, os sábados e os
irr" .An.s do cálculo d.os dias de
ão*irrgo, que náo sejam feriados'l43
4- (fuuogado)ttr'
excedam 20 dias úteis'
5- otrabalhador pode renunciar ao gozo de dias de férias que
ferias no ano de admissáo' sem reduçáo da
ou a coffespondente proporçáo no caso de
de ferias vencido' que cumulam com a
retribuiçáo . do subs?dio relativos ao período
retribuiçáo do trabalho prestado nesses dias'
do disposto nos n'o' 1 e 5'145
6 - Constitui conrraordenação grave a violaçáo
mínima'
- O d.ireito à duraçã.o rnínirna d.o ferias é d'otado de imperatiuidade
período de
mais fauoráuel ao trabalhadot cf' se
pod.endo apenas ser alterado por irct e em sentido
úspae no drt. i.o, ft.o' 3, h) e 5'
as majorações ao períodn
- art. 7.o, ft.o 3 da Lei n.o 23/2012, dÊ 25 fu junho, eliminou
o
em instrurnentos dz regula'mentaçã'o e contratos'
ferias, nomeadarnente Preuistas
anual de ds
da Lei n'o
porém, na sequência d.e um pedido dzfrcatlzaç,an abstrdta' da constitucionalidnd'e
n'o 602/2013' dÊ 20 dr
23/2012, dE 25 de junho, o acórüo dn Tiibunal constitucional
nouas disposições sobre criaç'ão dns bancos de
setumbro, concluiu pela constitucionatidadz das
eliminação dn descanso cornpensatório'
horas indiuidual, oAçao dns bancos dr horas gn'pa[
e das prestações rektiuas a dia
red,uçã.o para rnetade dn pagamento dn nabaiho suplementar
anual
frriodo, ,tm;ìoçau a" q*;ofntodo, obrigatórios i eliminação fu q*::*d'o,pníodn
"
inconstituciònalidadz dn artigo 7'o n'o'
dzftriãs emfun"ção d.a assid.uidãdz, mas determinou a
e instrumentos de regulamentaçã'o coleüua'
1,2, 3 e 5, na med.ida e7n que, nas relações enne lei
n,ão poderia o legisladnr sobr"poru,
à efcdria das disposições dz irct que dispusessern dzforma
ds rneslnas repristinaàas' naturalrnente
mais fauoráuel sobre esscts matérias, irlo qu, forarn
com efeitos retroatiaos à data d" ,rindo em
uigor da no.,nít decln'rada inconstitucional'
de dias deferias para
- o trabalhador nmbém pode renunciar ao gozo d'o mesmo número
n'o 1 do art' 257'"'
euitar a perda d,e retribuiçao por fabas, nos termos da alínea a) do

ra3
Redaçáo do art. 2'" daLei n." 2312012, de25 dejunho'
laa
Revogado pelo n.o 2 do arr' 9'" da Lei n'" 2312012' de25 dejunho'
rat Redaçáo do art. 2'" daLein'" 2312012' de25 dejunho'

211
CODIGO DO ÏRABALHO ANOTADO

Artigo 239."
Casos de duraçáo do período de ftrias
I - Ì\i9 da admiruáo, o trabalhador tem direito a dois dias úteis de ftrias
ano,-.'**#
\qF.".'-. cada
meses
# corrldsg-q,s-d€.çJtgç,gçáo.d.o,,mÂrEatp.
2 - No caso de o ano civil terminar no numero
antenor, AS uente.
3 -Da do dis to nos números anteriores tar o gozo, no
mesmo ano
.#,-
tnstrumento de regulamentaçáo coletiva de trabalho.
4 - No caso de a duraÉo do contrato de trabalho ser inferior a seis meses, o trabalhador
tem direito a dois dias úteis de ftrias por cada mês completo de dura$o do contrato, con-
tando-se para o efeito todos os dias seguidos ou interpolados de prestaS.o de trabalho.
5 -As férias referidas no número anterior sâo gozadas imediatamente antes da cessaçáo
;Co contrato, salvo acordo das partes
Là - No ano de de im ento P iniciado o
tem a ftrias nos termos n.ot e
7- con grâve a Íros n.o' 1,4,5 ou 6.

- Nas.;itueçõet ern ue cessar ou a. suspender-se no sesundo


ano ciuil, hauerá ter presente o disposto no art. 245."
-A suspensão do contrato encontrd-se no art. 294.o e sgts.

Artigo 240."
,l
ri

I
Ano do gozo das ferias
ìl

I
1 As ftrias sío gozadas no ano civil em que se vencem, sem prejuízo do disposto nos
-
I

1
números seguintes.

l
'i
2 - As ferias podem ser gozadas até 30 de abril do ano civil seguinte, em cumulaçáo
i ou não com ftrias vencidas no início deste, por acordo entre empregador e trabalhador
't

il ou sempre que este as pretenda goz r com familiar residente ndestrangeiro.


,l
3 - Pode ainda ser cumulado o gozo de metade do período de ftrias vencido no ano anterior
ìl
com o vencido no ano em causa, mediante acordo entre empregador e trabalhador.
I 4 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto nesre arrigo.
I
I
-'4sfiüas podem ser gozadas antes dn respetiao direito estar uencido, ernbora tal uencimento
i
deua ocorrer nesse ano. Mas apenas podem ser gozadas nos Anos seguintes nas situações
I
1
preuistas nos n,o' 2 e 3.
I

i
Artigo 241."
I

Marcaçáo do período de férias


I

l
1 - O período de ferias é marcado por acordo entre empregador e trabalhador.
I

I
212
FÉRNS

férias, que náo podem ter início em dia


2 - N" falta de acordo, o empregador marca as

de descanso semanal do trabalhador, ouvindo para o efeito a comissáo de trabalhadores


ou, na sua falta, a comissáo intersindical ou a comissáo sindical representativa do
trabalhador interessado.
3 -Empequena, média ou grande empresa, o empregador só pode marcÍr o período de Ërias
. enffe 1 de maio e 31 de ounrbro, a menos que o instrumento de regulamenta@.o coletiva de
trabalho ou o paÍecer dos representantes dos trabalhadores admia época diferente.
4 - Na falta de acordo, o empregâdor que exerça atividade ligada ao turismo está
o/o do período de ferias a que os trabalhadores têm direito, ou
obrigado a marcar 25
percenragem superior que resulte de instrumento de regulamentaçáo coletiva de trabalho,
ãntre 1 de maio e 31 de outubro, que é gozado de forma consecutiYa.
5 -Emcaso de cessaçáo do contrato de trabalho sujeita a aviso prévio, o empregador
pode determinar que o gozo das férias tenha lugar imediatamente antes da cessaçáo.
e - N" marcaçáo das férias, os períodos mais pretendidos devem ser rateados, sempre
que possível, beneficiando alternadamente os trabalhadores em funçáo dos períodos
gozados nos dois anos anteriores.
1 - Ot cônjuges, bem como as pessoas que vivam em uniáo de facto ou economia
comum nos rermos previstos em legislação específica, que trabalham na mesmâ emPresa
ou estabelecimenro têm direito a. gozàr ferias em idêntico período, salvo se houver
pr€1uízo grave Para a emPresa.
b - O gozo do período de férias pode ser interpolado, por acordo entre empregador e
trabalhador, desde que sejam gozados, no mínimo, 10 dias úteis consecutivos.
9 - O empregador elabora o mâpa de ftrias, com indicaçáo do início e do termo dos
períodos de ftrias de cada trabalhador, até 15 de abril de cada ano e mantém-no afixado
nos locais de trabalho entre esta data e 31 de outubro.
10 - constitui contraordenafo gra*e do disposto nos n'* 2' 3 ou 4 e constitui
^violaSo
contraordena@o leve aviola$o do disposto em qualquer dos restantes números deste anigo.

comissão de trabalhadores intersindical sindical encontram-se Preuistas,


-A e às comì.ssões e

respetiaament€, nos arts. 415.o e 460.o.


- Os tipos de empresa estão elencados no art. 100.0. 4

- O dispoxo no n.o Z ern relaçáo à união defacto, é conoborada no art 13.o, n.o 1, al. fl, da
Lei n.o 7/2001, dr 1t fu maio, aherada e republicadapek Lei n.o 23/2010, dÊ 30 dr dgosto.
- Em caso de cessaçáo do contrato sujeita a auiso préuio pode ser alterada a marcação do
período deferias, cf. art. 243.o, n.o 3.
- Na marcaç4o do período deferias d.e trabalhadores esrudantes deue obseruar-se o estatuíd.o
no n.o I do art. 92.o.

Artigo 242."
Encerramento PaÍa férias
1 que seja compatível com a natureza da atividade, o emPregador pode enceffar
- Sempre
a empresa ou o estabelecimento, total ou parcialmente, para ftrias dos trabalhadores:

213
CÓDIGO OO TRABALHO ANOÏADO

Até quinze dias consecurivos enrre 1 de maio e 31 de outubro;


")
b) Por período superior a quinze dias consecutivos ou fora do período enunciado na
alínea anterior, quando assim estiver fixado em instrumento de regulamentaçáo
coletiva ou mediante parecer favorável da comissáo de trabalhadores;
c) Por período superior a quinze dias consecutivos, entre 1 de maio e 31 de ourubro,
- quando a natureza da atividade assim o exigir.
2 - O empregador pode encerrar a empresa ou o estabelecimento, total ou parcialmente,
para ftrias dos trabalhadores:146
a') Durante cinco dias úteis consecutivos na época de ftrias escolares do Natal;
b) Um dia que esteja entte um feriado que ocorra à terça-feira ou quinta-feira e um
dia de descanso semanal, sem prejuízo da faculdade prevista na alínea g) do n."
3 do artigo 226.".
3 - Até ao dia 15 de dezembro do ano anterior, o empregador deve informar os
trabalhadores abrangidos do encerramento a efetuar no ano seguinte ao abrigo da alínea
b) do número anterior.

- De harmonia com o ltreceituado no arti.go 10.o, n.o 2, da Lei n.o 23/2012, de 25 de


junho, "o disposto na alínea b) do n.o 2 do artìgo 242.o do Código do Trabalho, na redação

conferida pela preJente lei, produz efeitos a partir do dia I de janeiro de 2013, deuendo
o empregador informar, até ao dia 15 d.e dezembro de 2012, os trabalhadores abrangidos
sobre o encerrãyrlento a efetuar no ano de 2013."

Artigo 243."
Alteraçáo do período de ftrias por motivo relativo à empresa
I - O empregador pode alterar o período de ferias já marcado ou interromper as já
iniciadas por exigências imperiosas do funcionamento da empresa, tendo o trabalhador
direito a indemnizaçáo pelos prejuízos sofridos por deixar de gozar as ferias no período
marcado.
2 - Ainterrupçáo das ferias deve permitir o gozo seguido de metade do período a que
o trabalhador tem direito.
3 - Em caso de cessaçáo do contrato de trabalho sujeita a avisdprévio, o empregador
pode alterar a marcaçáo das ftrias, mediante aplicaçáo do disposto no n.o 5 do artigo
24L.".
4 - Constitui contraordenaçáo leve a violaçáo do disposto nos n.o. 1 ou 2.

-A indemnizaç,ão pelos prejuízos sofridw será. calculada atraués do mecanismo da respon-


sabilidade ciuil, rnorrnente, da obrigaçáo de indemnização, preuista no art. 562.o e sgts.
do Código Ciuil.

ra6
A redação deste n." 2 e do n.o 3 deve-se ao art.2.o da Lei n.o 2312012, de 25 de junho.

214
FÉRNS

Artigo 244."
Alteraçáo do período de férias poÍ Ínotivo relativo ao trabalhador
1 quando o trabalhador esteja tempo-
- O gozo das fërias não se inicia ou suspende-se
rariamente impedido por doença ou outro facto que não lhe seja imputável, desde que
haja comunicaçáo do mesmo ao empregador.
2 -Em caso referido no número anterior, o gozo das ferias tem lugar após o termo do
impedimenro nâ medida do remanescente do período marcado, devendo o período
correspondente aos dias náo gozados ser marcado por acordo ou, na falta deste, pelo
empregadot sem sujeiçáo ao disposto no n.o 3 do artigo 24I.".
3 - Em caso de impossibilidade total ou parcial do gozo de férias por motivo de
impedimento do trabalhador, este tem direito à retribuiçáo correspondente ao período
de férias nío gozado ou ao gozo do mesmo atê,30 de abril do ano seguinte e, em
qualquer caso, ao resPetivo subsídio.
4 - Adoença do trabalhador no período de ferias é aplicável o disposto nos n.o' 2 e 3
do artigo 254.".
5 - O disposto no n.o 1 náo se aplica caso o trabalhador se oponha à verificaçâo da
situaçáo de doença nos termos do artigo 254.".
6 - Constítui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto nos ÍÌ.o' 1, 2 ou 3.

- 3, impõe-se a aplicaç,ão da regra da proporcionalidade


Nas situações do n.o e não a regra
dos dois dias úteis deferias por cada mês, preaista no art. 239.o.

- Sobre o adiamento ou suspensão do gozo de ferias por falecimento de familiar, u. Nota


Iëcnica n.o 7 da ACT (no respetiuo sítio da Internet).

xtis@
F'feitos da cessaçáo do conttato de trabalho no direito a férias

$ - C.rr"ndo o conrrato de trabalho, o trabalhador tem direito a receber a retribuiçáo


de ferias e respetivo subsídio:
ò Correspondentes a ftrias vencidas e náo gozadas;
Ë1 Proporcionais ao tempo de serviço prestado no ano da cessaçáo.
2 - No caso referido na alínea a) do número anterior, o períodp de ferias é considerado
para efeitos de antiguidade.
3 - Em caso de cessaçáo de contrato no ano civil subsequente ao'da admissáo ou cuja
duraçáo náo seja superior a l2 meses, o cômputo total das férias ou da correspondente
retribuiçáo a que o trabalhador tenha direito náo pode exceder o proporcional ao
anual de ferias tendo em conta a duraçáo do contrato.
Cessando o do trabalhador,
ao
e no ÍblthirìÉla sr rspe4jião.
5 - ConstituiËóïãõrdenaçáo ry" violaçáo do disposto no n.o l.
- A cessaç,ã.o do contrato de trabalho, atrauésdas diferentes modalidades, encontrd-se
d;sclpllnada imperatiuamente, no art. 338.0 e sgts. (caPítalo VII do Título II).

215
cÓDIcO DO TRABALHO ANOTADO

- Nas situações do n.o 3 impõe-se a aplicaç,ão da regra da proporcionalidade e não a regra


dos dois dias úteis de ferias por cada rnês
ltreuista no art. 239.o.
- O irnpedimento Prolongado do trabalhador enquadra-se no disposto pelos arts. 296.o e

l
297.".
I

&
!l I

I
Artigo 246."
.. Violaçáo do direito a ftrias
1 - Caso o empfegador obste culposamente ao gozo das ferias nos termos previstos nos
artigos anteriores, o trabalhador tem direito a compensaçáo no valor do triplo da
retribuição correspondente ao período em falta, que deve ser gozado até30 de abril do
ano civil subsequente.
2 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto no número anterior.

- Os ualores comltensatórios pela nã.o concessã.o de ferias ou de dias de folga não integram
a base de i.ncidência contributiua, de conformidade com estatuído no art.48.o do CRCSS.

Artigo 247."
Exercício de outra atividade durante as férias
1 O uabalhador não pode exercer durante as ftrias qualquer ourra atividade remunerada,
-
salvo quando jâ a exerça cumulativamente ou o empregador o autorize.
2 -Emcaso de violaçáo do disposto no número anterior, sem prejuízo da eventual res-
ponsabilidade disciplinar do trabalhador, o empregador tem direito a reaver a retribuiçáo
correspondente às ferias e o respetivo subsídio, metade dos quais reverte para o serviço
responsável pela gestáo financeira do orçamento da segurança social.
3 -Paraos efeitos previstos no número anterior, o empregador pode proceder a descontos
na retribuiçâo, até ao limite de um sexto, em relaçáo a cada um dos períodos de
vencimento posteriores.

- O exercício do poder disciplinar do empregador é regulado no a.rt. 328.o e sgts.


- O Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social é o seraiçg responsríuelpela gestá.o
do orçarnento da segurança social, de conformidad.e com o disposto no art. 3.o, n.o 2, a)
do DL n.o 84/2012, de 30 de março.

SUBSECçÁO XI
EAUIAS

Noção falta
':

1 -Considera-se falta a ausência de trabalhador do local em que devia desempenhar


a atividade durante o período normal de trabalho diário.
l

216
FALTAS

2 -Em caso de ausência do trabalhador por períodos inferiores ao período normal de


trabalho diário, os respetivos tempos são adicionados para determinaçâo dafalta.
3 - Caso a duraçáo do período normal de trabalho diário náo seja uniforme, consi-
dera-se a duraçáo média para efeito do disposto no número anterior.

- Do disposto neste artigo conclui-se que as fahas relatiuamente normal de


ao período
trabalho diário podem ser totais ou parciais. Por sua uez, tais fahas podem ser justifcáueis
ou injustifcdueis, como resuba do artigo seguinte.

Artigo 249." :
Tipos de falta
1 - A falta pode ser justificada ou injustificada.
2- Sâo consideradas faltas justificadas:
a) As dadas, durante 15 dias seguidos, por altura do casamento;
b) A motivada por falecimento de cônjuge, parente ou úm, nos termos do artigo
25I.";
c) A motivada pela prestaçáo de prova em estabelecimento de ensino, nos termos
do artigo 91.";
d) A motivada por impossibilidade de prestar trabalho devido a facto náo imputável
ao trabalhador, nomeadamente observância de prescriçáo médica no seguimento
de recurso a técnica de procriaçáo medicâmente assistida, doença, acidente ou
cumprimento de obrigaçáo legal;
e) A motivada pela prestaçáo de assistência inadiável e imprescindível a filho, a neto
ou a membro do agregado familiar de trabalhador, nos termos dos artigos 49.",
50.o ou 252.", respetivamente;
f) A motivada pelo acompanharnento de grávida que se desloque a unidade hospitalar
localizada fora da ilha de residência para realizaçáo de parto.ra7
g) A motivada por deslocaçáo a estabelecimento de ensino de responsável pela
educaçáo de menor por motivo da situaS.o educativa deste, pelo tempo estritamente
necessário, até quatro horas por trimestre, por cada um;,
h) A motivada por luto gestacional, nos termos do artigo 3b-A't<t
0 A de trabalhador eleito para estrutura de representaçáo coletiva dos trabalhadores,
nos termos do artigo 409.";
j) A de candidato a cargo público, nos termos da correspondente lei eleitoral;
k) A autorizada ou aprovada pelo empregador;
1) A que por lei seja como tal considerada.
3- É, considerada injustificada qualquer falta não prevista no número anterior.

ra7
Esta alínea 0 foi introduzida pelo arL 2P da Lei n.o 9012019, de 4 de setembro, passando a vigorar a
partir de 4 de outubro desse ano.
r48 n." 1312023, de 3 de abril, o que motivou o
Esra alínea h) foi incorporada pelo afi.2.o da Lei avenço
das alíneas seguintes.

217
r
CÓDIGO DO TRABALHO ANOTADO

- Htí leis eleitorais diuersas: Assembleia da República - Lei n." 14/79, de l6 de mdio, art.
8.o; Presidência da República - DL n." 319-A/76, de 3 de maio, art. 6.o; Autarquias
Locais - Lei Orgânica n.o 3/2005, de 29 de agosto, art. Lo.
- Preuê-se a justifcação das fabas ao trabalho para deputados, elehos locais, bombeiros
=*, uoluntários, dirigentes associatiuos uolunttírios, dadores de sangue, etc.
- Para os dadores uiuos de órgaos e tecidos, o regime encontra-se estabeleci.do no art. 9.o-A
da Lei n.o 12/93, de 22 de abril, na redação conferidapelo art. 421.0 da Lei n.o
75-8/2020,
que aprouoa o Orçamento do Estado para 2021.

- O procedimento Para uerif.caç,ão da situaç,ão de doença encontra-se dlscipllnado no art.


tí, art. 254.0.
ffi l7.o e sgts. da LR,
-Asfahas preuistas nas alineasf) e h) determinam aperda de retribuiç,4o 'Quando excedam
30 di.as por Ano", nos termos da alínea d), do n.o 2 do art. 255.o.
- A justificaç,ão da faba preuista na alínea f) estd em corresltondência corn o disposto na
alínea l), do n.o I, dos arts. 65.o e 252.o-A.
- Nos terrruos do n.o 4 do art. 71." da LAT 'b ausêncìa ao trabalho para efetuar quaisquer
exarnes com o fim de caracterizar o acidente ou a doença, ou para tratamento,
ou ainda
para aquisição, substituiç,4o ou arranjo de ajudas técnicas e outros dispositiuos técni.cos
de
cornpensação das limitações
funcionais, não determina lterda de retribuiçáo,,.
- A justifcaç,ão de fahas do trabalhador-estudante encontra-se preuista no art. 91.o.

Artigo 250."
Imperatividade do regime de faltas
As disposiçóes relativas aos modvos justificativos de faltas e à sua duraçáo náo
podem
ser afastadas por instrumento de regulamentaçáo coletiva de trabalho, ,"l
ro em ielaçáo
a situaçáo prevista na alínea i) do n." 2 do artigo anrerior e desde que em
sentido mais
favorável ao trabalhador, ou por contrato de trabalhol4e.

- Determina-se o regime da imlteraüuidade absoluta às disposições do artigo anterior


sobre
a justificaç,ão de
fabas, de /tarmonia corn o disposto na parte final do n.o I do art. j.o,
excetuando-se a justificaçáo das
, faltas dos trabalhadores eleitos pap alguma estrutura de
re?resentAçáo coletiua, que se regeruí pelo preceituado no drt. 409.;, mas cujo t€or tarnbérn
.lì
é dotado de imperatiui.dade.
l

Artigo 51."
Faltas por motiyo de falecimen to cônjuge, parente ou aftm
I - O trabalhador pode faltar justificadamenre:
a) Atê 20 dias consecutivos, por falecimento de cônjuge não separado de pessoas e
bens, ou equiparado, filho ou enreado;r5o

t4e
Texto com a alteraçáo da alínea g) para i), de conformidade com o arr. 2.o da Leì n.o
l3l2023 de 3 de abril.
r50
o texro desta alínea e da seguinre resulta do art. 2." daLei nP 1312023, de 3 de abril.

214
.P= b(\ p i-
ü\
i": ..rt r$
'i*'{f
;t FALTAS *-
,''.. í {..,

Atê ecimento de te o na
reta náo na
c) consecutlvos, por de outro parente ou afim na linha reta
ou no 2.o grau da linha colateral. f'"-fu/j*ê
2 - Aplica-se o disposto na alínea a) do número anterior em caso de falecimento a. lãkru&
- pessoa que viva em uniáo de facto ou economia comum com o trabalhador, nos termos
em legislaçáo específica.
4
Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto neste artigo. #***
- As linhas e os graus de parentesco e afinidade estão defnidos no drt. 1576.o e sgts. do Õc.x
Código Ciuil.
- As medidas de proteção das pessoas que uiuam em econontia corízuln e uniões de facto in-
serern-se nas Leis n.o' 6 e 7/2001, de 11 de maio, esta alteradapela Lei n.o 23/2010, de
30 de agosto. Nos termos do art. 3.o, n.o I,
al. c) da Lei n.' 23/2010, de 30 de agosto,
passarn a beneficiar de regime jurídi.co equiparado ao aPlicáuel apessoas casadas uincukdas
por contrato de *abalho, em matêria de ferias, feriados, fahas e licenças.
- Sobre o início da contagem e se nos "dias consecutiuos" se incluem ou não os dias de
descanso semãnal, u. Nota Tiicnica n." 7 da ACT (no respetiuo sítio da Internet).

- "Luto Parental, fnlt^ e ferias", estudo de Jo,ão Leal Arnado e Milena Silua Rouxinol,
PDT202L - II, pág. 156. Ë'€

Artigo 25
Falta para assistência a membro do agregado familiar
1 - O trabalhadortem direito a faltar ao trabalho até 15 dias por ano para prestar
assistência inadiável e imprescindível, em caso de doença ou acidente, a cônjuge ou
pessoa que viva em uniáo de facto ou economia comum com o trabalhador, parente
ou úm na linha reta ascendente ou no 2.o grau da linha colateral.
2 - O direito previsto no número anterior é ainda garanddo ao trabalhador cuidador
a quem seja reconhecido o estatuto de cuidador informal náo principal, em caso de
doença ou acidente da pessoa cuidada, nos termos definidos na legislaçáo aplicáveI.151
3 - Ao período de ausência previsto no n.o 1 acrescem 15 das por ano, no caso de
prestaçáo de assistência inadiável e imprescindível a pessoa com deficiência ou doença
crónica, que seja cônjuge ou viva em uniáo de facto com o trabalhador.
4 - No caso de assistência a parente ou afim na linha reta ascendente, náo é exigível a
pertença ao mesmo agregado familiar.
5 - Parajustificaçáo da falta, o empregador pode exigir ao trabalhador:
a) Prova do carácter inadiável e imprescindível da assistência;
b) No caso do n.o 1, declaraçáo de que os outros membros do agregado familiar,
caso exerçam atividade profissional, náo faltaram pelo mesmo motivo ou estáo
impossibilitados de prestar a assistência;

r5r 23 daLeí n." 1312023, de 3 de abril'


O texto desre n.o 2 e dos seguintes resulta do art.

219
CÓDIGO DO TRABALHO ANOTADO

c) No caso do número anterior, declaraçáo de que outros familiares, caso exerçam


atividade profissional, náo faltaram pelo mesmo motivo ou estão impossibilitados
de prestar a assistência.

- O direito afahar ern casos de assistência afilhos e a netos (no âmbito da parentalidade)
encontrA-se disciplinado, respetiuamente, nos arts. 49.o e 50.o e a perda de retri.buiç,ão no
- art. 65.o, mas sendo as fabas consideradas corno prestação efetiua de trabalho (para ot
art. 255.o, n.o 2, c) e n.o 3.
restantes efeitos), corno estabelecido no

- O trabalhador-estudante podefabar justifcadarnente por motiuo de prestaçã.o de prouas


de aualiação, nos termos do art. 91.o.

Artigo 252."-Art2
Falta para acompanhamento de grávida que se desloque a unidade hospitalar
localizada fora da ilha de residência para realizaçáo de paÍto
1 - O trabalhadorcônjuge, que viva em uniáo de facto ou economia comum, parente
ou afim na linha reta ou no 2.o grau da linha colateral, pode faltar ao trabalho para
acompanhamento de grávida que se desloque a unidade hospitalar localizada fora da
ilha de residência para realizaçáo de parto, quando o acompânhamento se mostre im-
prescindível e pelo período de tempo adequado àquele fim.
2 - Apossibilidade de faltar prevista no n.o 1 náo pode ser exercida por mais do que
uma pessoa em simultâneo.
3 -Parajustificaçáo dafalta, o empregador pode exigir ao trabalhador:
Prova do carácter imprescindível e da duraçáo da deslocaçáo para o parto;
")
b) Declaraçáo comprovativa passada pelo estabelecimento hospitalar onde se realize
o parto.
4 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto no n.o 1.

- Este nouo norrnatiuo regula o disposto noart. 65.o, n.o 1, D - dispensa de acompanhante
de rnulher gruíuida que se encontre nurnít das ilhas sem unidade hospitalar- e no art. 49.o,
n.o 2,f) - justtf.caçáo defaba- e retribuiç,ão [art.255.o, n." 2,.d)J.
Í
:) Artigo 253."
,l Comunicaçáo de ausência
l
I - A ausência,
quando previsível, é comunicada ao empregad.or, acompanhada da
indicação do motivo justificativo, com a antecedência mínima de cinco dias.
2 - Caso a antecedência prevista no número anterior náo possa ser respeitada,
nomeadamente por a ausência ser imprevisível com a antecedência de cinco dias, a co-
municaçáo ao empregador é feita logo que possível.

1t2
Este artigo foi introduzido pelo art. 3." da Lei n." 9012019, de 4 de setembro, passando as suas normâs
Iogo a vigorar a partir de 4 de outubro, de conformidade com o disposto no seu art.9.", n." 2. O seu n." 4
foi introduzido pela Lei n." 1312023, de 3 de abril.

220

t,
FALTAS

Afakade candidato público durante o período legal da campanha eleitoral


a cargo
3 -
é comunicada ao empregador com a antecedência mínima de quarenta e oito horas.
4 - A comunicaçâo é reiterada em caso de ausência imediatamente subsequente à
prevista em comunicaçáo referida num dos números anteriores, mesmo quando a
ausência determine a suspensáo do contrato de trabalho por impedimento prolongado.
5 -O incumprimento do disposto neste artigo determina que a ausência seja injustificada.
- Estas comunicações podem ser efetuadas por qualquer meio, já que a lei não estabelece
qual4uerforma especial, mas dpenas tomam frcazes quandn chegam ao podn dn dzstinatdrio
se

ou são delz conhecidas, conforme se preuê nos a?"ts. 219.o e 224.o do Código Ciuil.

- Como tais comunicações são constitutiuas do direto à justificaç'ho das fabas, o ónus da
sudploaa cabe ao trabalhador de conformidade com o preceituado no art. 342.o do mesrno
Códi.go Ciuil.

Artigo 254."
Prova de motivo justificativo de falta
O empregador pode, nos 15 dias seguintes à comunicaçáo da ausência, exigir ao
1 -
trabalhadoÍ prova de facto invocado par;a ajustificaçáo, a prestar em prazo razoâveI.
2 - Aprova da sirua$o de doença do trabalhador é feita por declaraSo de estabelecimento
hospitalar, centro de saúde, de serviço digital do Serviço Nacional de Saúde, ou de serviço
digital dos serviços regionais de saúde das regióes autónomas, ou ainda por atestado médico.153
3 - Asituaçáo de doença referida no número anterior pode ser verificada por médico,
nos termos previstos em legislaçáo específica.
4 - A apresentaçâo ao empregador de declaraçío médica com intuito fraudulento
constitui falsa declaraçâo para efeitos de justa causa de despedimento.
5 - A declaraçáo dos serviços digitais do Serviço Nacional de Saúde, ou de serviço
digital dos serviços regionais de saúde das regióes autónomas, referida no n.o 2, ê, feita
mediante autodeclaraçáo de doença, sob compromisso de honra, que apenas pode ser
emitida quando a situaçáo de doença do trabalhador náo exceder os três dias consecutivos,
até ao limite de duas vezes Por ano. íi

6 - O incumprimento de obrigaçáo prevista rìos rì.os I ou2, ou a oposiçáo, sem motivo


atendível, à verificaçáo da doença a que se refere o n.o 3 determina que a ausência seja
considerada inj ustifi cada.

- A uerificação de situaç,ão de doença do trabalhador encontra+e regukda nos arts. 17.o


a 24.o da LR.

-Asfakas justificaç,ão defahas como Ttossíuel causa de despedimento


declarações relatiuas à

s,ão referidas na alíneaf) do art. 351.o, n.o 2.

- O sistema de uerif.cação de i.ncapacidades (SVIT) no ârnbito da Segurança Social consta


do DL n." 360/97, de t7 de dezembro, aherado pelo DL 126-'U2017, de 6 de outubro.

r53
O teor deste n." 2 e do n." 5 resultam do art. 2." daLei n3 212020, de 31 de março.

221
CÓDIGO I)O TRABALHO ANOTADO

Artigo úT3
Efeitos de falta ustiftcada
I -A falta afeta o disposto no
número seguinte.
2 - Sem prejuízo de outras disposiçóes legais, determinam a perda de retribuiçáo as
seguintes faltas j ustificadas:
Por motivo de doença, desde que o trabalhador beneficie de um regime de segurança
") social de proteçáo na doença;
.i., :i.J b) Por motivo de acidente no trabalho, desde que o trabalhador tenha direito a
qualquer subsídio ou seguro;
ffi c) A prevista no artigo 252P;
d) As previstas nas alíneas f) e l) do n." 2 do artigo 249.o quando excedam 30 dias
por ano;r54
e) A autorizada ou aprovada pelo empregador.
3 - A falta prevista no artigo 252." é considerada como prestaçáo efetiva de trabalho.
- Como bem se alcança deste artigo, háfahas que sendo justif.cdueis implicam perda de
retribui.ç,ão, como é o caso das preuistas nestas alíneas e ainda em "outras diqtosições", como
mencionado nos Arts. 65.o, n.o I (licenças e dispensas), 91.o, n.o 6 (trabalhador-estudante)
e 409.0 (representantes dos trabalhadores).

- O regime de segurança social de proteção na doença consta do DL n.o 28/2004, de 4 de


feuerei.ro.
- O regi.me de rEaraç,ão de acidentes de trabalho e de doenças profssionais integra a Lei
n.o 98/2009, dz 4 de setembro (IÁT).

- No n.o 3, reforça+e a ideia que afaba para a assistência a membro do agregadofamiliaa


ltreuista no art. 252.o, sendn juxifcada com lterda d.e retribuiç,ão, conta pdra a anüguidade,
como resuba do n.o I do artigo seguinte.

Ârtigo 2i6."
Efeitos de falta injustiftcada
1 - A falta injustificada
constitui violaçáo d.o dever de assiduid
^hr
rdetermina perda
da retribuiçáo correspondente ao período de ausência, que náo é contado na antiguidade
do trabalhador.
2-Afaltainjustificadaaum ou meio período normal de trabalho diário, imediatamente
anterior ou posterior a dia ou meio dia de descanso ou a feriado, consritui infraçâo grave.
3 - Na situaçáo referida no número anterior, o período de ausência a consideraÍ paÍa
efeitos da perda de retribuiçáo prevista no n." 1 abrange os dias ou meios-dias de
descanso ou feriados imediatamente anteriores ou posteriores ao dia de falta.lt5

Ita A redaçáo desta alínea resulta do art. 2." da Lei n.o 1312023, de 3 de abril. Antes resultava do art. 2." da
Lei n.o 9012019, de 4 de setembro.
t55
Aditado pelo art. 2." daLeí n.o 2312012, de 25 dejunho.

222

r.- ri
RETRTBUTçÃ() E 0UTRAS PRESTAç0ES

4- No caso de apresentaçáo de trabalhador com atraso injustificado:


a) Sendo superior a sessenta minutos e para início do trabalho diário, o empregador pode
nâo aceitar a prestaçáo de trabalho durante todo o período normal de trabalho;
b) Sendo superior a trinta minutos, o empregador pode náo aceitar a pÍestaçáo de
trabalho durante essa parte do período normal de trabalho.

- Em regra at.fohat i.njustifcada constituem, naturalmmte, uiolação ao dzaer dc assiduidadz


e determi.nam a perda de retribuiç,ão correspondente (ou alargada, como ltreuistd no n.o
3) e da antiguidade na ernpresã.
- O deuer de assiduidade pontualidade estd contemltlado no drt. 128.o, n.o 1, al. b).
e

- As fahas não justi.f.cadas podcm constituir justd causa para despedimento nos termos do
art. 351.r, n.o' 1, 2, S) t 3.

Artigo 257."
Substituiçâo daperda de retribuiçáo por motivo de falta
1 - A perda de retribuiçáo por motivo de faltas pode ser substituída:
a) Por renúncia a dias de ftrias em igual número, até ao permitido pelo n." 5 do artigo
238.", mediante declaraçáo expressa do trabalhador comunicada ao empregador;
b) Por prestaçáo de trabalho em acréscimo ao período normal, dentro dos limites
previstos no artigo 204." quando o instrumento de regulamentaçáo coletiva de
trabalho o permita.
2-O disposto no número anterior náo implica reduSo do subsídio de ftrias correspondente
ao período de férias vencido.
3 - O empregador náo pode opor-se ao pedido do trabalhador nos termos do n.o 1.156
4 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto no número anterior.

- A perda de retribui.ç,ío, que pode ser substituída ltor renúncia a dias de feri.as oa
?or prestdção de trabalho em acniscirno, reporta-se tanto às fahas justtficadas como às
injustificadas.

CAPÍTULo il I
RETRTBUTÇÁO E OUTRAS PRESTAÇÓES pntnrMONIAIS

sECÇÁo r
DrsposrçÓEs crnnrs soBRE RETRTBUIÇÁO

Artigo 258."
sobre a retribuiçáo
1 - Considera-se,Íeüibuiçáo-a-lrestaçá-oj nos do contratoFd.asJf,ormas
que o regem ou dos usos, o trabalhadoÍ tem direito em co

156
A redação deste n.o 3 e do seguinre derivam do art. 2." daLei n." 1312A23, de 3 de abril.

223
CÓOIGO DO TRABALHO ANOTAOO

2-A base e outras regulares e


;ftitasr em
3 - Presume-se constiruir retribuiçáo qualquer prestaçáo do empregador ao trabalhador
4- qualificada como retribuição é aplicável o correspondente regime
de
garantias previsto neste Código.
^prestaçáo
-A noçáo legal de retribuiç,ão diuerge no direito
fscat (cfr, art. 2.o do Código do IRS); no
direito da segurança social (art. 44.o e ,gs. do CRCSS) e no direito in/ortunistìco
do
trabalho (art. 7Lo da Lei n." 98/2009, de 4 de setembra).

N -O princípio daproibiç,ão da diminuiç,ío da retribuição consta do


art. 129.o, n.o l, al.
4Ì d), como garantiã do trabalhador.
- A possibilidade da diminuiç,ão de retribuiç,ão em casos de acidente de trabalho ou de
doença profssional preuê+e no art. 157." da IAT

- No âmbito daAd:rninistraç,ão Pública uigora aThbela Rernuneratória [Jnica- portaria


n.o
1553-C/2008' dr 31 dc dzzembro. O DL n.o 84-F/2022, dz 16 dz drzembro, atualizlzdr
peb
DL n.'26-8/2023, aprouou medidzs d.e ualorizaç,ão dos trabalhadores emfunçóespúblìcas.
- Ac. de srJ, de 14-05-2015, Rel. Melo Lirna II E princípio reitor na definiç,ão da
-
retribuição (stricto sensu), uisto o caráter sinalagmtítico que infoìma o contrato de
trabalbo,
a exigência da contrapartida do trabalho: só se considera retribuiçtio aquilo a que
nos
termos do contrato, das normas que o regem ou dos u.sos, o trabalhador tim
direiio como
connapartida do seu trabalho. III Mesmo prouadas a regukridade e a
- no
lteriodicidade
Pagamento de remunerações complementares, As mesrnas não assumem caruícter retributiuo
setiueram urna causa especrf'ca e indiuidualizríuel, diuersa da remuneraç,ão do traba/ho
ou da disponibilidade para este. M- Integra aquele sentido restrito de retriburiç,4o osubuenç,4o
de uencirnento>, correspondente ao oAbono pago, corno compensação por o trabalhador
estar a desempenhar, temporariamente,
funçóes de categoria s;uperior à sua, com ualor fixo
(atualizríueD pago mensalrnente>, à
face comprouaç,ão do ,lem)ntu essencial e definid.or da
contrapartida' consubstanciada na atìuidade efetìuamente desenuoluida. V- Nio
integram
o apontado conceito de refuibuiç,ho, pela do elemento constitutiuo
falência contrapartida
da prestaç,ho, os suplementos remunerattirios (i) <Abono/subsidio de Preuenç,ãor,
ilrogo oo
traba/hador para estar dis?oníuelpara urnt euentual cbamada,
fo/a da, horo, nor*)i, d,
seruiço, com ualorfxo, à ltora (atualizáuel), pago mensalmente>, e (ii) <complernento
de
tnrnoe), um ',Abono compensatório por diminuiç,4o ou cessação de trabalho em
horuírio de
turnos, com ualor fxo (atualizáuel) pago rnensalmente>. cJ. sry, n.o 264, Ano
xxIII,
Torno II/2015, pág. 272.

-Ac. do STJ, de 13-02-2019, Proc. n." 7847/17.7TïLSB.L|.SI, Rel. Ferreira pinto:


I)
Prouando-se que o empregador atribuiu ao trabalhador um ueículo
automóuel ltara seu
uso exclusiuo, uso profissional e uso incluindo
ltarticular, de semana,fns ferias e feriados,
e que aquele ficou a suPortartodos os encargos corn A sua rrlanutenção, seguro, portagens
e combustíuel, assume tal prestaç,ão natureza retributiua e
fca o emltregador uiicula-do a
efetuaa com cürhcter de obrigatoriedade, essa prestaçtio. II) Tratanio-i
at uma ?restaçáo
em espécie, com caraúer regular, peritídico e corn ualor patrimonial, que
assu.me feição

224
RETR|BUtçÃo E 0UTRAS PRESTAçoES

retributiaa, benef.cia da garantia da irredutibìlidade, nos termos dos artigos 21.o, n.o I,
alínea ), da LCT 122.o, alínea d), do Código do Tíabalho de 2003, e 129.o, n.o I, alínea
d), do Ctidigo do Thabalho de 2009. III) Presumindo-se constituir retribaição toda e
qualquer prestação do empregador ao *abalhador, nos terrnos dos artigos 82.o, n'o 3, da
LCT 249.", n.o 3, do Códrgo do Trabalho de 2003, e 258.o, n.o 3, do Cridigo do Thapalho
de 2009, colnpete ao empregador alegar e proadr que a atribui.ç,ã.o do ueículo automóuel e
que o seu uso particuhr pelo trabalhador nã.o lta"ssa de uma mera liberalidade ou de urna
mera tolerância por parte daquele.
Pro c. n. o I 033/ I 8. 6Ts FIG. C 1, Re l. Jorge Mànue I Loureiro :
-W
III - Por resra, as diuturnidades
nabalhador s ei a {zfuszipsàJgfulfulg|c m ínim reu is ta
-ts Xp
nesse CCT para a

Artigo 259."
Retribuiçáo em espécie
1 A prestaçáo retributiva náo pecuniária deve destinar-se à satisfaçáo de necessidades
-
pessoais do trabalhador ou da sua famíIía e náo lhe pode ser atribuído valor superior
ao corrente na regiáo.
2 - O valor das prestaçóes retributivas náo pecuniárias náo pode exceder o da parte em
dinheiro, salvo o disposto em instrumento de regulamentaçâo coletiva de trabalho.

- Como resuha da parte final do n.o 2 do a.rtigo dnteriory as prestações retributiuas são

feitas ern dinheiro ou ern espécie. Naturahnmt€, estds úlümas s,ão as Prestações nãn pecuniá.rias,

ltrimeiras, ressaluando-se a ltreuis,ã.o ern irct.


cujo ualor terá. de ser inferior às

- Dado que ãs criptomoedas ainda não têm curso legal terã.o de se cornpagintr colno
retribuições em espécie.

-Ac. STJ, de 27-02-2021, Proc. t 1947/t7.5TSLSB.LI.St, Rel. Paula Sd Fernandes: I


- N,ão resuhou prouado que a uiatura dutomóuel atribuída ao Autor tiuesse sido por ele
utilizada para deslocações prof.ssionais e para deslocações pessod.is, em dias normais de
trabalho, fora do horuírio de nabalho, férias, f.ns-de sernant e {eriados, sultortando a Ré
todas as dnpesas, em pa.rticular coln o combustíuel atraués do cartão Galp Frota. Não é,
assim, possíuel presumir-se d natureza renibuti.aa desta prestação pois competia ao Autor
proadr que beneficiaua da atri.buiç,ã.o da uiatura tarnbém Para uso pessoã|, sem restrições,
e que o ernpregadorpdgaua todas as despesas com ek relaci.onadas, d.esignadamente o cartão

Galp Frota.

AÍtigo 260.0
Prestaçóes incluídas ou excluídas da retribuiçáo
1 - Náo se consideram retribuiçáo:
importâncias recebidas a título de ajudas de custo, abonos de viagem, despesas
") Asde transporre, abonos de instalaçáo e outras equivalentes, devidas ao trabalhador

225
CÓOIGO DO TRABALl{O ANOTADO

por deslocaçóes, novas instalaçóes ou despesas feitas em serviço do empregador,


salvo quando, sendo tais deslocaçóes ou despesas frequentes, essas importâncias,
na Parte que exceda os respetivos montantes normais, tenham sido previstas no
contrato ou se devam considerar pelos usos como elemento integrante da retribuiçáo
I

1
do trabalhador;
1

b) fu gratificaçóes ou prestaçóes extraordinárias concedidas pelo empregador corno


recompensa ou prémio dos bons resultados obtidos pela empresa;
c) As prestaçóes decorrentes de factos relacionados com o desempenho ou mérito
profissionais, bem como a assiduidade do trabalhador, cujo pagamenro, ÍìoS
períodos de referência respetivos, náo esteja antecipadamente garantido;

,=-ry
d) A participaçáo nos lucros da empresa, desde que ao trabalhador esteja assegurada
pelo contrato uma retribuiçáo certa, variável ou mista, adequada ao seu trabalho.
2 - O disposto na alínea a) do número anterior aplica-se, com as necessárias adaptaçóes,
ao abono para falhas e ao subsídio de refeiçáo.
3 - O disposto nas alíneas b) e c) do n.o 1 náo se aplica:
Às gradficaçóes que sejam devidas por força ào .orr,r"ao ou das normas que o
") regem, ainda que a sua atribuiçáo esteja condicionada aos bons serviços do
trabalhador' nem àquelas que, pela sua importância e carâcter regular e permanenre,
devam, segundo os usos, considerar-se como elemento integrante da retribuição
daquele
b) Àt pt.tt"ções relacionadas com os resultad.os obtidos pela empresa quando, quer
no respetivo título atributivo quer pela sua atribuiçáo regular e permanenre,
revistam carácter estável, independentemente da variabilidade do seu monranre.

- por utilizaç,ão de autorruiuel próprio, aquisiç,ão de uiatura, esquemas


Prestaçõu usuai.s:
comltlernentares de segurança social, seguro de saúde, subsídio d.e residência, utilizaç,ão de
casa de habitaç,ão, emltréstimos sem juros ou corll juros i.nferiores ao mercado, uiagens,
planos de opções, de subscriç,ão ou aquisiç,ão de ações.
- O subsídio de refeição (ou de alimentação) pago aos trabalhadores da Administraçtão
Pública, de conformidade corn a Portaria n.o 107-A, de t8 de abril, com efeitos desde
l/01/2023, passou a ser de € 6,00. Assim, o ualor deste subsídi.o sóf.ca sujeito a tributação
ern sede de IRS e SS a partir daquele ualor quando pago ern dinheiro pelo empregador e
a Partir de € 9,60, quando pago atraués de uales dz refeição (ern bloco ou ern cartão de

Pagarnento aatorwítico pré-pago), porqaanto apends se considera rendimento de trabalho


"o subsídio de refeiç,ío na
Parte ern que exceder o limite legal estabelecido ou ern que o
:,:ii exceda em 60 o/o sempre que o respetiuo subsídio seja atribuído atrauës de uales de refeiç,ão"
if,
(Ctidigo do IRS, Art. 2.o, n.o 3, b) 2 e CRCSS, art. 46.0, n."' 2, l) e 3).
FI
fji I
-Ac. do STJ, de 14-05-2015, Rel. Fernandes da Silua: I - Não possaern necessítriamente
natureza retributiua, as contribuições da empregadora para o Fundo de Pensões, assim
corno o prémio anual de produtiuidade, o otso do automóuel, telemóuel e Internet e o subsídio
de alimentaç,ão ... m - Os juros de mora relatiuos às retribuições intercalares não são, ern
regra, úPenas deuidos desde a notifcaç,ão da sentença condenatória do empregador no seu

.,;
]
226
,!
'1

t--..,
RETRTBUtçÃ0 E 0UïRAS PRESTAÇ0ES

pdgarnento, como Acontece Pãra a indemnização substitutiua da reintegração, mas antes


desde a data do seu respetiuo e sucessiuo uencimento (CJ.STJ, n.o 264, Ano XXIII, Tbmo
II/2015, pág. 272).
-Ac. STJ, de 14-04-2021, Proc. 8491/19.7TSLSB.L2. 52,, Rel. Chambel Mourisco: A
estipulaç,ío fei.ta pelos outorgantes de um Acordo de Empresa, no sentido de que o subsídio
de catarnaran não integra o conceito de retribui.ç,ão mensal estabelecidn nurnt outra chusula
desse mesmo Acordo de Emprua, não uiola a lei, pois náo estamos perante normas de
naturezd imperatiua.

Artigo 26I."
Modalidades de retribuiçáo
i - A retribuiçáo pode ser certa, variável ou mista, sendo esta constituída poÍ uma
parte certa e outra variável.
2 - É certa a retribuiçáo calculada em funçáo de tempo de trabalho.
3 -Paradeterminar o valor da retribuiçíovaúâvel, quando náo seja aplicável o respetivo
critério, considera-se a média dos montantes das prestaçóes correspondentes aos últimos
12 meses, ou ao tempo de execuçáo de contrato que tenha durado menos tempo.
4 - Caso o processo estabelecido no número anterior náo seja praticável, o cálculo da
retribuiçáo variável faz-se segundo o disposto em instrumento de regulamentaçáo
coletiva de trabalho ou, na sua falta, segundo o prudente arbítrio do julgador.

- A retribuição certa (no seu ualor prë-determinado) corresponde ao período normal de


trabalho acordado, conforme o disposto nos drts. 197.o, n.o I e 198.". Ao contrário da
retribuiçáo uariáuel não depende da produtiuidade.
- Nos termos do n.o 3 do art. 71.o da IÁT "entende-se por re*ibuição anual o produto
de 12 uezes a retribuição mensal acrescida dos subsídios de Natal e de feri.as e outrds
ltrestações anuais d que o sinistrado tenlta direito".
- Em 2020, em Portugal, a remuneração média anual bruta dos trabalhadoresfoi de 15.
200 ?ortanto, a rnédia mensalfoi de 1.318 €.157
€,
Segando o rektório de 12/1 1/2019 do GEP (MTSSS), em seterfibro de 2019, a retribuição
mêdia mensal dos *abalhadores do setor ltriuado era de € 956,50.

Artigo 262."
Cálculo de prestaçáo complementar ou acessória
1 - Quando disposiçáo legal, convencional ou conratual náo disponha em contrário,
a base de cálculo de prestaçáo complementar ou acessória é constituída pela retribuiçáo
base e diuturnidades.
2 - Para efeito do disposto no número anterior, entende-se por:

t57
INE (www.ine.pt) Empresas em Portugal - 2020 (ediçao de 2022) e PORDATA (wwwpordata.ptl
subtema/Portugal/empres as-37 4).

227
CÓOIGO DO ÏRABALHO ANOTADO

a) Retribuiçáo base, a prestaçáo correspondente à atividade do trabalhador no período


normal de trabalho;
b) Diuturnidade, aprestaçáo de natureza retributiva a que o trabalhador tenha direito
com fundamento na antiguidade.

- A disposiç,ão legal será, em regra, deste Ctidigo; a disposiç,io conuencional constaruí de


i.nstrumento de regulamentaç,ão coletiua e a disposiç,ão contratual deriuaruí do contrato (in-
diuidual) de trabalho.
-Ary,fu.A4b^"ntfufury@nqçao,btli!(Í&ltuü!kão,
i* é, o (e até i.ncontrouerso). E etta a retribuição

ffi que deue ser considerada para cálculo da compensaçâo por despedimento coletiuo e outros
(art. 366.").
-As diuturnidades náo estão preuistas na lei rnas, NA das
contratos
d*:f'fr'/:
- A penhoã (parcial) até l/3 e considerando a retri.buiç,ão mínima, sobre os uencimentos
e saldrios encontr*-se regulada no art. 738.o do Código de Processo Ciuil.

Artigo 263."
Subsídio de Natal
1 - O trabalhador tem direito a subsídio de Natal de valor igual a um mês de retribuiçáo,
que deve ser pago até 15 de dezembro de cada ano.
2 - O valor do subsídio de Natal é proporcional ao tempo de serviço prestado no ano
civil, nas seguintes situaçóes:
No ano de admissáo do trabalhador;
")
b) No ano de cessaçáo do conrraro de trabalho;
.) Em caso de suspensáo de contrato de trabalho por facto respeitante ao trabalhador.
3 - Constitui contraordenaçáo muito grave a violaçáo do disposto nesre arrigo.
- A remuneração relatiua a subsídio de ferias e de Natal (e trabalho suplementar) serd
sernPre objeto de retenção autónoma, não podendo, para crílcuto do imposto a retet ser
adicionada às remunerações dos rneses ern que s,ão pagos ou colocados à disposiç,ão (CIRS,
n.o 5 do art. 99.o-C -Aplicaç,ão da retenção nafonte à categoriaA).

-Ac.STJ, de 13-10-2021, Proc. 9109/f 6.ST8PRTP2.St-A, Rel. Júlio Gomes: Importâncias

Pagas regular e periodicamente do trabalhador corn a desrgnação de subsídio de isenç,ão de


honírio de trabalho e de complemento de responsabilidadz, mas que ruâo têm genuinamente
essa ndturezt e são apenas a contrapartida do trabalho prestado, integrarn A rernunerít-

ção-base do nabalhador e deuem ser tidas evn contt no cálculo do subsídio de Natal, rnesrlto
após a entrada em uigor do Código do Tiabalho de 2003.

-Ac. STJ, de 27-10-2021, Proc. 10818/19.578L58.L1.51, Rel. Leonor Cruz Rodrigues:


II - Ti:ndo sido acordado no AE aplicáuel que durante as ferias, e no subsídio de ferias, o
trabalhador recebia urna retribuiç,ão constituída pela retribuição base e diuturnidades,

228

I-
RETR|BUtçÃo E 0UTRAS PRESTAç0ES

n,í.0integrando a média das cornponentes re*ibutiuas constituida pelo subsídio de


disponibilidade, são essls ds norrnas a aplicar e não as regras constdntes do Código do
Tiabalho, independentemente de serem, ou não, maisfauoráueis para o trabalhador, III -
Com o adaento do Código do Tiabalbo que uigorou a ?artir de I de dezembro de 2003,
bem como corn o Crldigo do Ti'abalho aprouado pela Lei n.o 7/2009, de 12 de feuereiro,
que lhe sucedeu, não hauendo di.spostção legal, conuencional ou contrdtaal em confuário,
no cálculo do subsídio de Natal apenas se atenderá à retribuiç,ão-base e às diuturni.dades.

Artigo 264."
Retribuiçáo do período de férias e subsídio

1 - A retribuiçáo do período de ftrias corresponde à que o trabalhador receberia se

esdvesse em serviço efetivo.


2 Némda retribuição mencionada no número anterior, o trabalhador tem direito a
-
subsídio de férias, compreendendo a retribuiçáo base e outras prestaçóes retributivas
que sejam contrapartida do modo específico da execuçáo do trabalho, correspondentes
à duraçáo mínima das ftrias.l58
3 - Salvo acordo escrito em contrário, o subsídio de ftrias deve ser pago antes do início
do período de férias e proporcionalmente em caso de gozo interpolado de ferias.
4 - Constirui contraordenaçáo muito grave a violaçáo do disposto neste artigo.

-Apesar do texto do n.o 1, poder,l.o não ser pagas as prestações retributiuas que impliquem
a realizaçáo efetiua do trabalho, corno seja o casto do transltorte.
- O direito aferias está regukdo no art. 2j7.o e sgts.
dn STJ, de 30-03-2017, ReL Ribei.ro Cardoso: Os subsídios de preumç,ão e de condução
-Ac.
"porque não constituem d contrapdrtida de prestaç,ão do trabalho não integram o conceito
de retribuiç,ão, náo tendo, por isso, que ser considerados para cdlculo da retribuiç,ão das
ferias e dos subsídios de férias e de Natal".
- Ac. do STJ, de 23-01-2019, Proc. 4565/13.3TTLSB.L2.S1, Rel. lilio Gomes: I. O
nabalhador deue receber na retribuição durante as ferias, quando esta i.ntegra comissões,
um ualor de comissões correEondente à média de um período de çeferência. II. A retribuição
durante as ferias - e o rnesrno se diga das comissões que a integrem - nã.o se confunde, com
a renibuiç,ão pagd durante o períod.o em que o trabalho está a ser ltrestado.

Artigo 265."
Retribuiçáo por isenção de horário de trabalho
1 - O trabalhador isento de horário de trabalho tem direito a retribuição específica,
estabeJecida por instrumento de regulamentaçáo coletiva de trabalho ou, na falta deste,
não inferior a:
Uma hora de trabalho suplementar por dia;
")
r58 junho
Redaçáo do art. 2." daLei n." 23120t2, de 25 de

229
CÓDIGO DO TRABALHO ANOTAI)O

b) Duas horas de trabalho suplementar por semana, quando se trate de regime de


isençáo de horário com observância do período normal de trabalho.
2 - O trabalhador que exerça cargo de administraçáo ou de direçáo pode renunciar à
retribuiçáo referida no número anterior.
3 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto no n.o 1.
!.

" -A isenção dc hordrìo de trabalho encontra-se preuista nos antecedentes artigos 2I Lo e 219.o.
-Ac. STJ, de 27-01-2021, Proc. 11947/17.5TSLSB.LL.51, Rel. Paula Sri Ferruandes: 2
- Logo que cesse a situação que motiuou a Prestação de trabalho em regirne de isençáo de
horári.o de trabalho, o empregador pode deixar de pagar a remuneração especial a qu€ se
obrigou.
N
Artigo 266."
Pagamento de trabalho noturno
1 - O trabalho noturno é pago com acréscimo de 25 o/o relativamente ao pagamenro
de trabalho equivalente prestado durante o dia.
2 - O acréscimo previsto no número anterior pode ser substituído, mediante instrumento
de regulamentaçáo coletiva de trabalho: por:
a) Reduçáo equivalente do período normal de trabalho;
b) Aumento fixo da retribuiçáo base, desde que náo importe tratamento menos
favorável para o trabalhador.
3 - O disposto no n.o 1 náo se aplica, salvo se previsto em instrumento de regulamenta@o
coletiva de trabalho:
Em atividade exercida exclusiva ou predominantemente durante o período noturno,
") designadamente espetáculo ou diversáo pública;
b) Em atividade que, pela sua nàtvÍeza.ou por força da lei, deva funcionar à disposiçáo
do público durante o período noturno, designadamente empreendimento turísrico,
estabelecimento de restauraçáo ou de bebidas, ou farmácia, em período de abertura;
c) Quando a retribuição seja estabelecida atendendo à circunstância de o trabalho
dever ser prestado em período noturno.
4 - Constitui contraordenaçáo muito grave a violaçáo do dispotto no n.o 1.

-O regirne do trabalho noturno consta dos arts. 223." a 225.o.


-"SernPre que uma nolma legal regaladora de contrato de trabalho determine que a rnesrnd.

pode ser afastada por insnurnento de regulamentação coletiua de trabalho entende-se que
o n,ão pode ser por contrato de trabalho" (Art. J.o, n.o 5).

Artigo 267."
Retribuiçáo por exercício de funções affns ou funcionalrnente ligadas
1 -O trabalhador que exerça funçóes a que se refere o n.o 2 do artigo 1 18.", ainda que
a título acessório, tem direito à retribuiçáo mais elevada que lhes corresponda, enquanto
tal exercício se mantiver.

230

t-
RETRTBUTÇÂ0 E 0UTRAS PRESïAçOES

2 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto no número anterior.

-Asfunções afins oufuncionalrnente ligadas à atiuidade contratadaltreuêem-se no n.o 2


do art. 118.o.

Artigo )($.ot5t
Pagamento de trabalho suplementar
1 - O trabalho suplementar até lQ0-.hgt aruaist pago pelo valor da retribuiçáo
horâria com os seguintes acréscimos:
ò 25o/o pelaprimeira hora ou fraçâo desta e 37,5o/opor hora ou fraçáo subsequente,
em dia útil;
b) 50o/o por cada hora ou fração, em dia de descanso semanal, obrigatório ou com-
plementar, ou em feriado.
2 - O trabalho suplementar superior a 100 horas anuais é pago pelo valor da retribuição
horâria com os seguintes acréscimos:
50 o/o pela primeira hora ou fraçáo desta e 75 o/o por hora ou fraçáo subsequente,
") em dia útil;
b) I00 o/o por cada hora ou fraçáo, em dia de descanso semanal, obrigatório ou com-
plementar, ou em feriado.
3 - (Reuogado.)'uo
4 - E exigível o pagamento
de trabalho suplementar cuja prestaçáo tenha sido prévia
e exPressamente determinada, ou realizada de modo a nío ser previsível a oposiçáo do
empregador.
5 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto no n.o I e 2.

- A prestaç,ão de trabalho suplementar encontrd-se preuista no art. 227.' e sgts. Q-cálcul?


1o ualor da retribuiç,ão ltorária está indicado no art. 2Z!.".
ip
- Na sequência da reuogação do n.o 3, foi aherada a alínea j) do art. 3.o, passando o regime
do pagamento do nabalho suplemenur a ter natureztt de imperatiuidadr rnínima. Po@,

os ualores da e das constituirão mínimos


os entre ds foi
um período transitório até t dÊ jdneiro de 2024 para das disposições
dos ircts, tfr. n.o 5 do art. 35.o da Lei n.o 13/2023, de 3 de abril.

-A remuneração relatiua a traballto suplementar será sempre objeto de retenção dutónom*,


n,ão podendo, para cálculo do imposto a reter, ser adicionada às remunerações dos meses
em que sã,o pagos ou colocados à disposiç,ão (CIRS, n.o 5 do art. 99.o-C Aplicaç,ão da
-
retençã.o nafonte à categoria A).
- Nos terrnos do n.o 4, al. a), do art. 7.o da Lei n.o 23/2012, de 25 de junho, 'As disposições
de instrumentos de regulamentação colectiua de trabalho e as cLiusulas de contratos de

r5e
Redaçáo do art. 2." da Lei n.o 2312012, de 25 dejunho, alterada pelo art. 2.o da Lei nP t312023, de 3
de abril.
160
Revogado pelo art. 10." da Lei n.o 9il}0l9, de 4 de serembro.

231
CÓDIGO DO TRABALHO ANOÏAOO

trabalho que disponham... sobre acréscimos de pagamentos dz trabalho suplementar superiores


pelo Código do Tiaballto... ficam suspensas...", até 31 de julho de 2014.8
aos estabelecidos
tendo deconido ta.lpram "sem que as referidas disposições ou cláusu/as tenham sido alteradas,
os rnontdntes por e/as preuistos são reduzidos para metadr, náo podendo, porém, ser inferiores
aos estabelecidos pelo Código do Tiabalho" (fdem, n.o 5).
Porém, na sequência de um pedido defscalizaç,4o abstrata da constitucionalidade da Lei
n.o 23/2012, de 25 de junho, o actjrd,ão do Tiibunal Constitucional n.o 602/2013, de 20
de setembro, concluiupela constitucionalidade das nouas disposições sobre... eliminaç,ão do
descanso cornpensatório, redução ltara metade do pagamento do trabalho suplementar e
das prestações relatiuas a diaferiad.o, eliminaç,ão de quatroferiados obrigatórios e eliminação
ry do aumento do período anual de ferias em funç,4o da assiduidade, mas determinou a in-
consti.tucionalidade do artigo 7.o n.o' 1,2, 3 e 5, nã medida ern que, nas relações entre lei
e instrumentos de regulamentação coletiua, n,4o poderia o legislador sobrepor-se à efictícia
das disposições de irct que dispusessem de forma mais fauoráuel sobre essas matérias, pefs
queforam As nxesn'tls rEristinadas, naturalmente com efeitos retroatiuos à data de entrada
em uigor da norma declarada inconstitucional. Foi aberado pelo art. 2.o da Lei n.o
48."-'4/2014, de 31 de julbo.
-Ac. dn STJ, dt 05-01-2012 (Rel. Pinto HeEanhol): III- Embora de natureza retributiua,
a rernuner*ç,ão especial por isenção do horário de trabalho não se encontra submetida ao
princípio da irredutibilidade da retribuição, pelo que só seruí deuida enquanto perdurar a
situaç,ão em que assenta o seufundamento, podendo o empregador suprimi-la quando cesse
a situaç,1o especrfca que esteue nã base da sua atribuiç,ío (Rerurso n." 4820/04.9TTLSB.L1.S t

- 4.n Secção).
- Ac. do STJ n.o 6/2012, Rel. Antrínio Gonçalues Roclta, DR de 25-06-2012): Ao
trabalhador isento de horririo de trabalho na modalidade de isençáo total, não é deuido o
Pagamento de trabalho suplementar em dia normal de trabalho... rn€srno que uhrapasse
os limites legais diários ou anuai.s.

Artigo 269."
Prestaçóes relativas a dia feriado
t
I - O trabalhador tem direito à retribuiçáo correspondente a feriado, sem que o
empregador a possa compensar com trabalho suplemenrar.
2 - O trabalhadoÍ que presta trabalho normal em dia feriado em empresa náo obrigada
a suspender o funcionamento nesse dia tem direito a descanso compensatório com
duraçáo de metade do número de horas prestadas ou a acréscimo de 50o/o daretribuiçáo
correspondente, cabendo a escolha ao empregador.l6l
t' 3 - Constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto no presenre arrigo.162

- Os feriados siio apenas os preuistos nos arts. 234." e 235.o.


16r
Redaçáo do art. 2." da Lei nP 2312012, de 25 dejunho.
162
Texto introduzido pelo art. 2.o da Lei n." 1312023, de 3 de abril

232

t.
RETR|BUTçÃ0 E oUTRAS PRESTAç0ES

-Tem aplicaç,ão as norlnds al. b), e 5 do artigo 7.o da Lei n." 23/2012, de 23
dos n.o' 4,
dejunho, sintetizadas nas duas anotações ão artigo anterion

SECÇÁO il
DETERMINAçÁO DO VALOR DA RETRIBUIÇÁO

Artigo 27O."
Critérios de determinaçáo da retribuição
Na determinaçáo do valor da retribuiçáo deve ter-se em conta a quanddade, natureza
e qualidade do trabalho, observando-se o princípio de que, para trabalho igual ou de
vaior igual, salário igual.

- CM art. 59.o, al. a).


- O rendimento eprodutiui.dade do trabalho dependem dn rneioflsico e clirna; instrumentos
utilizados; qualidades pessoais e aprendizagem e cubura (Soares Martinez, Economia
Política, 8.o ed., Almedina Coi.mbra, 1998, p,íg. 440).

Artigo 271."
Crálculo do valor da retribuiçáo horfuia

1 - O valor da retribuiçáo horária é calculado segundo a seguinte fórmula:


(Rmx12):(52xn)
2 -Paraefeito do número anterior, Rm é o valor da retribuiçáo mensal e n o período
normal de trabalho semanal, definido em termos médios em caso de adaptabilidade.

- A lei. continua a não preaer, neste capítulo, o cálculo da retribuiç,ão diárla. Porém, na
noua alínea c) d.o n.o 2 do art. 366.0, passou a estabelecer-se pãra efeitos de compensaç,ão
pela cessação do contrato de trabalho que b ualor diririo de retribuiç'úo base e diuturnidades
é o resultante da diuis,ão por 30 dias da renibuiç,ão base mensal e diuturnidades". Assirn,
aquela kcuna da lei deuerá ser integradapela aplicação do nouo ltreceito, de conformidade
corn a regra do drt. 10." do Cóàigo Ciuil.
*
-Nos termos do n.o 2 do art. 7.o da IÁT integram a
"renibuiç,ão mensdl" todas asprestações
recebidcu com caruíter de regularidade que n,ão se destinem a cornpensar o sinistrado por
custos aleatórios.

Artigo 272."
Determinaçáo judicial do valor da retribuiçáo
1 - Compete ao tribunal, tendo em conta a prática da empresa e os usos do sector ou
locais, determinar o valor da retribuiçáo quando as partes o náo frzelame ela náo resulte
de instrumento de regulamentaçáo coletiva de trabalho aplicável.
2 - Compete ainda ao tribunal resolver dúvida suscitada sobre a qualificaçáo como re-
tribuição de prestaçáo paga pelo empregador.

233
1l

CÓDIGO DO TRABALHO ANOTADO

- N,ã.o obstante o ualor da retribuiçáo ser am elernento essencial do contrato de trabalho,


a uerdade é que, em casos remotos, pode n,ão chegar a ser acordado pelas partes.

sECÇÁo ur
RETRTBUIÇÁO UÍNrrvrR MENSAL GARANTIDA

Artigo 273."
Determinaçáo da retribuição mínima mensal garantida
I- É garantida aos trabalhadores uma retribuiçáo mínima-mensal, seja qual for a
modalidade praticada, cujo valor é determinado anualmenre por legislaçáo específica,
ffi ouvida a Comissáo Permanente de Concertaçáo Social.
2 - Na determinaçáo da retribuiçáo mínima mensal garantida sáo ponderados, entre
outros fatores, as necessidades dos trabalhadores, o aumento de custo de vida e a evoluçáo
da produtividade, tendo em vista a sua adequaçáo aos critérios da política de rendimentos
e preços.
3 - Constitui contraordenaçáo muito grave a violaçáo do disposto no n.o 1.
4 - Adecisáo que aplicar a coima deve conter a ordem de pagamento do quantitativo
da retribuiçáo em dívida ao trabalhador, a efetuar dentro do prazo estabelecido para
pagamento da coima.

- Em 2023, no continente, o ualor da retribuiç,ão mínima mensal garantida é de € 260,00,


de cortformidade com o disposto no drt. 2.o do DL n.o 85.'-A/2022, de 22 de dezembro.
Na R.A. da Madeira, o ualor da retribuiç,4o míni.rna mensal garantida é de € 785,00,
por força do DLR n.' I 1/2023/M, de 14 de
feuereiro.
Na R. A' dos Açores, tal retribaiç,ão mínima é sulterior em 5%o daquela primeira porforça
do art. 3.' D.L.R n.o 8/2002/A, aherado e republicado pelo DLR n.o 9/2022/A, de 23
de maio, ascendendo, assim a € 798,00.

- A níael da Uni,ão Europeia, relatfua a saldrios rnínimos adequados, uigora a Diretiua


2022/2041 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 19 de outubro de 2022, que deuerá
ser transposta atê 15 de nouembro de 2024.

- Para o rnesmo ano de 2023, o ualor de base remuneratória naAdministraç,ão Públicafoi


fr*do em € 761,58, de harmonia corn o art. 2.o do Deueto-Lei n.o 84-F/2022 de l6 de
dezembro que aProuou medidas de ualorizaç,ão dos trabalhadores emfunções públicas.
- princípio, a impenhorabilidade da retribuiç,4o tem corno lirnite o 'balor global cor-
Ern
respondente ao salário rninimo nncional", de conformidade com o disposto no n.o 5 do art,
738.o do Código de Processo Ciuil.
;i,..
,L.
-A Percentagem de trabalhadores a tempo completo a receber a retribuiçáo mínima mensal
*i
:t: garantida, em abri'l de 2019, era de 25,6% do tot4l, uerifcando-se a percentagem rnais
aba no setor do alojarnento, restauração e similares (Boletim Estatístico do GEE
feuereiro
de 2023, pág. I4).

234
RETRIBUtçÃ0 E 0UTRAS PRESTAçoES

Artigo 274:
Prestaçóes incluídas na retribuição mínima mensal garantida

1 - O montante da retribuiçáo mínima mensal garantidainclui:


O valor de prestaçáo em espécie, nomeadamente alimentaçáo ou alojamento,
^) devida ao trabalhador em contrapartida do seu trabalho normal;
-
b) Comissáo sobre vendas ou prémio de produçáo;
Gratificaçáo que constitua retribuiçáo, nos termos da alínea a) do n." 3 do artigo
") 260.".
Z O valor de prestaçáo em espécie é calculado segundo os preços correntes na regiáo
-
e náo pode ser superior aos seguintes montantes ou percentagens do valor da retribuiçáo
mínima mensal garantida, total ou do determinado por aplicaçáo de percentagem de
reduçáo a que se refere o artigo seguinte:
a) 35 o/o Para ^ alimentaçáo completa;
b) 15 o/o para a alimentação constituída por uma refeiçáo principal;
c) 12 o/o para o alojamento do trabalhador;
d) 27,36 € por divisáo assoalhada paÍa a habitação do trabalhador e seu agregado
familiar;
e) 50 o/o para o total das prestaçóes em espécie.
j - O valor mencionado na alínea d) do número anterior ê aualizado por aplicaçáo
do coeficiente de atualizaçâo das rendas de habitaçáo, sempre que seja aumentado o
valor da retribuiçáo mínima mensal garandda.
4 - O montanre da retribuição mínima mensal garantida náo inclui subsídio, prémio,
gratificaçáo ou outra prestaçáo de atribuição acidental ou por período superior a um
mês.

- Sobre a retribuiç,ão em espécie, u. drt. 259.0.


- O coeficiente de atualização das rendas dz habitação pdrd 2023 foi fixado em 1,02,
conforme Auiso do INE publicado de harmonia corn o NRAU e NRAR).

Artigo 275."
Reduçáo da retribuiçáo mínim" -"rrJ garantida relacionida com o rabalhador
1 - A retribuiçáo mínima mensal garantida tem a seguinte reduçáo relativamente a:
Praticante, aprendiz, estagiário ou formando em situaçáo de formaçáo certificada,
") 20 o/o;
b) Tiabalhador com capacidade de trabalho reduzida, a reduçáo correspondente à
diferença entre a capacidade plena para o trabalho e o coeficiente de capacidade
efetiva para a atiúdade contratada, se a diferença for superior a l0 o/o, com o limite
de 50 o/o.
2 - A reduçáo prevista na alínea a) do número anterior náo é aplicável por período
superior a um ano, incluindo o tempo de formaçáo ao serviço de outro empregador,
desde que documentado e visando a mesma qualificaçáo.

235
CÓDIGO DO TRABALHO ANOTAOO

3 - O período estabelecido no número anterior é reduzido a seis meses no caso de


trabalhador habilitado com curso técnico-profissional ou curso obtido no sistema de
formaçáo profissional qualificante para a respetiva profissáo.
4 - Acertificaçáo do coeficiente de capacidade efetiva é feíta, a pedido do trabalhador,
do candidato a emprego ou do empregador, pelo serviço público de emprego ou pelos
serviços de saúde.

- art. I 17.o e sobre


Sobre os conceitos de praticante, aprendiz e esïagiário, u. anotaçáo ao
o trabalho de menores, u. art. 66.o e sgts. Essencialmente, enquanto o praticante (ou
aprendiz) para, atraués da experiência, serformado para determinada turefa
é contratado
ou Pãra as tarefds de certa profssão, já. o estagiário tem formaç,ão escolar na área ern que
ry
uai trabalhar.
- O regime do trabalhador com capacidade de trabalho reduzida decorre do art. 84.o.
sECÇÁo ry
CUM PRIMENTO DE OBRIGAÇÁO DE RETRIBUI

Forma de
1 - A retribuiçáo é satisfeita
em dinheiro ou, estando acordado, em prestaçóes náo
pecuniárias, nos termos do artigo 259.".
2 - Aparte pecuniária da retribuiçáo pode ser paga por meio de cheque, vale postal ou
depósito à ordem do trabalhador, devendo ser suportada pelo empregador a despesa
feita com a conversáo do título de crédito em dinheiro ou o levantamento, por uma
.$,vez, da retribuiçáo.
\Y- o empregador deve entregar ao trabalhador
ual constem a , o nome completo, o número de
inscriçáo na segurança e a categoria profissional do trabalhador a
retribuiçáo base e as demais prestaçóes, bem como o período a que respeitam, os
descontos ou deduçóes e o montante líquido a receber.
,
4- Constitui contraordena$o muito grave aviola$o do disposto noÍÌ.o 1, contraordena@o
grave a violaçáo do disposto no n.o 2 e contraordenaçáo leve a violaçáo do no
n.o 3.
{df,-q

- àforrna de cumprimento da retribuiç,ão s,ão dntadns de imperatiuidadr


Os direitos relatiuos
mínima,ltodendo apenas ser aherados por irct e em sentido maisfauoráuel ao trabalhador
cfr. se dispõe no drt. 3.o, n.o 3, j).

- O documento A entegar ao trabalhador, na 1tnítica, poderá ser a cópia do recibo de


quitaç,ão que assinará, de conformidade com a regra do art. 787." do Código Ciuil, sendo
certo que no n.o 3 não sefaz referência a tal recibo.

- No recibo de uencimento passarri tambêrn a contar a taxã efetiua mensal de retençáo na


fonte, sendo esta calculada pelo rácio entre o aalor retido nafonte e o ualor do rendimento

236
RETRTBUTçÃ0 E 0UTRAS PRESTAç0ES

pago ou colocado à disposiç,ão e os sujeitos ltassiuos de IRS podern optdr por não receber os
recibos de uencimento em papel e recebê-los a?enas por uia eletrónica (Lei n.o 24-D/2022,
art.22l.o).
- Ainda em tal documento deuerá ser indÌcada a seguradora pdra ã qualfoi transferida a
responsabiliddde por acidente de trabalho (LAT art. 177.o, n.o 2).
-A Declaraç,ão Mensal de Remunerações (DMR) destina-se ao cumprimento da obrigaç,ão
do empregadnr declarar os rendimentos de trabalho dzpendente auferidos pebs nabalhadores
[Código do IRS, art. 119.o,/t.o 1, d)J e respetiuas retenções (nafonte) de imposto, das
deduções efetuadas relatiuamente a contribuições obriganírias para regimes de proteç,4o
social e subsistemas legais de saúde e a quotizações sindicais, relatiuas ao mês anterior, de
conformidade com a Portaria n.'307/2022, de 27 de dezembro, aue aproaou a nout
DMR, declaraç,ão mensal de remunerações -AT e respetiuds instruções de preenchimento,
em uigor a Partir I de janeiro de 2023.
- De modo idêntico, atraués da Declaraç,4o de Remunerações à Segurança Social, os
empregadores üo cumprimento, mensalrnente, ao deuer de deckrar "ern rekção a cada
urn dos trabalhadores ao seu seruiço, o ualor da remuneraç,ão qae constitui a base de
inci.dência contri.butiua, os tempos de trabalho que lhe correspondzm e a tãxa contributiua
aplicáuel" (CRCSS, arts. 40.o e 41.o e l3.o e sgts. do seu Regalamento e Desparho Normatiuo
n.o 1-,U2013, de 10 de janeiro).163

Artigo 277."
Lugar do cumprimento
1 - A retribuiçáo deve ser paga no local de trabalho ou noutro lugar que seja acordado,
sem prejuízo do disposto no n.o 2 do artigo anterior.
2 - Caso a retribuiçáo deva ser paga em lugar diverso do local de trabalho, o tempo
que o trabalhador gastar para receber a retribuiçáo considera-se tempo de trabalho.
3 - Constitui conraordenaçáo grave a violaçáo do disposto no presente artigo.l64

- O local de nabalho é urna das inforrnações que deue serprestada, por escrito, an nabalhad.or
cfr. arts. 106.o, n.o 3, aL b) e 107.o n.o 1. A suapreuis,ão lega,l consta do art. 193.o.

Artigo 278."
Tempo do cumprimento
1 - O crédito retributivo vence-se por períodos certos e iguais, que, salvo estipulaçáo
ou uso diverso, sáo a semana, a quinzena e o mês do calendário.
2 -A retribuifo deve ser paga em dia útil, durante o período de trabalho ou imediatamente
a seguir a este.

163
Sobre esta legislaçáo comentada, v. o nosso Código dos Regimes Conributivos e Legislaçáo Complementar
Anotados, 2.^ ed., Almedina, Coimbra, 2022, pâg.s 53 e sgts. e 220 e sgts.
r6a
Texto introduzido pelo art. 2." daLei n." 1312023, de 3 de abril.

237
ry
!
ì

cÓDIOO DO ÏRABALHO ANOTADO

3 -Em caso de retribuiçáo variâvel com período de cálculo superior a l5 dias, o


trabalhador pode exigir o pagamenro em prestaçóes quinzenais.
4 - O montante da retribuiçáo deve estar à disposiçáo do trabalhador na data do
vencimento ou em dia útil anterior.
5 - O empregador fica constituído em mora se o trabalhador, por facto que náo lhe
,se.ia imputável, náo puder dispor do montante da retribuiçáo na data do vencimento.
6 - constitui contraordenaçáo grave a violaçáo do disposto nos fr:" 2,3 ou 4.165

- A periodicidade da retribuição é uma das informações que deuem ser prestadas, por
escrito, ao trabal/tador cír.arts. 106.o n.o 3, al. h) e I0/.o, n.o 1.
q - Sobre o incumprimento dn contrato de trabalbo, nomeadamente no que tange ao pagamento
da retribuição, r). art. 323.o e sgts.

e descontos
I- Na pendência de contrato de trabalho, o empregador náo pode compensar a
retribuiçáo em dívida com crédito que tenha sobre o trabalhadot nem fazer ã.rconto
ou deduçáo no montante daquela.
2 - O disposto no número anrerior náo se aplica:
a) A desconto a favor do Estado, da segurança social ou ourra entidade, ordenado
por lei, decisáo judicial transitada em julgado ou auro de conciliaÇáo, quando o
empregador tenha sido notificado da decisão ou do auto;
b) A indemnizaçáo devida pelo trabalhador ao empregador, liquidad.a por decisáo
judicial transitada em julgado ou auro de conciliaçáo;
c) À sançáo pecuniária a que se refere a alínea c) do n.o 1 do artigo 32g.o;
d) A amortizaçáo de capital ou pagamento de juros de empréstimo concedido pelo
empregador ao trabalhador;
e) A preço de refeiçóes no local de trabalho, de utiliza$o de telefone, de fornecimenro
de géneros, de combustíveis ou materiais, quando solicitados pelo trabalhador, ou
outra despesa efetuada pelo empregador por conta do trabalha{or com o acordo deste;
f) A abono ou adiantamenro por conra da retribuiçáo.
3 - Os descontos a que se refere o número anterior, com exceçáo do mencionado na
alínea a), náo podem exceder, no seu conjunto, um sexto da retribuiçáo.
4 - Os preços de refeiçóes ou outros bens fornecidos ao trabalhador por cooperativa
de consumo, mediante acordo entre esta e o trabalhador, náo estáo sujeitos ao limite
il.t mencionado no número anterior.
5 - Constitui contraordenaçáo muito grave a violaçáo do disposto no n.o 1.

- O desconto a fauor do Estado serrí o imposto sobre o rendimento das pessoas singulares,
cuja taxa resuba de diuersos fatores e a base de incidência se preuê no art. 2.o do Crídigo

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Texto introduzido pelo art. 2." da Lei n." 1312023, de 3 de abril

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