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Exmo. Sr.

JUIZ FEDERAL da ___ª Vara do Juizado Especial Federal da


Subseção Judiciária de Minas Gerais.

Processo n.º____________________
Ref.: AÇÃO ORDINÁRIA – PETIÇÃO INICIAL

DALTER PACHECO GODINHO, brasileiro, casado, aposentado,


portador do CPF 193.962.796-68, residente e domiciliado na Rua
Gonçalves Dias, n.º 2611, apto 201, bairro Santo Agostinho, nesta cidade
de Belo Horizonte – MG, CEP 30.140-092, filho de DALVA PACHECO
GODINHO, vem diante de V. Ex.a, por intermédio de seus procuradores
(procuração anexa), com fundamento no art. 7º, XXIV, e 201, § 1º, da
Constituição da República, bem como na Lei 8.213/91, ajuizar a presente
AÇÃO PREVIDENCIÁRIA DE RESTABELECIMENTO DE
APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO com pedido de
ANTECIPAÇÃO DE TUTELA, contra o INSTITUTO NACIONAL DO
SEGURO SOCIAL – INSS, que deverá ser citado na pessoa de seu
Procurador Federal no Estado de Minas Gerais (Portaria PGF N380, de
18 de maio de 2011), no endereço da Rua Santa Catarina, n.º 480, 7º ao
15º andares, Centro, CEP 30.130-080, neste município de Belo
Horizonte–MG, consoante os fundamentos de fato e de direito a seguir
aduzidos.

Das INTIMAÇÕES de PATRONO ESPECÍFICO


Desde já, o Autor requer que V. Ex.a se digne de determinar que as
publicações de intimações eletrônicas sejam feitas em nome dos seus
patronos, abaixo listados, sob pena de nulidade conforme reiterada
jurisprudência do STJ, bem como sejam os mesmos habilitados para
atuar e peticionar eletronicamente no presente processo:;
- Dr. Lúcio Carlos de Sousa, OAB-MG 72.974
- Dra. Ana Lúcia Oliveira Carlos de Sousa, OAB-MG 97.397 – e-mail:
analuciacs@hotmail.com;
Da Justiça Gratuita
Inicialmente, o Autor requer a V. Exa. que seja deferido o pedido de
assistência judiciária nos termos das Leis nº 5.584/70 e 1.060/50,
porquanto é pobre na acepção jurídica do termo, não estando em
condições de demandar, sem sacrifício do sustento próprio e de seus
familiares, motivo pelo qual, pede que lhe conceda os benefícios da
JUSTIÇA GRATUITA, conforme documento anexo.

DA PRIORIDADE DE TRAMITAÇÃO DESTA AÇÃO

O Autor é idoso, nascido em 01/07/1955 , portanto, maior de 60 anos,


pelo que requer a concessão da prioridade de tramitação desta ação nos
termos que estatui o art. 71 da Lei n. 10.741/2003 (ESTATUTO DO
IDOSO).

Dos FATOS - APOSENTADO (INSS)

O Autor é APOSENTADO pelo INSS, sendo que a aposentadoria por


tempo de contribuição lhe foi concedida na data de 24/11/2010,
conforme se infere do Carta de Concessão com número de benefício
155.512.478-7 (cf. doc. anexo)

O Autor sempre recebeu seus benefícios de aposentadoria através do


Banco Itaú S/A, do qual é correntista há vários anos.

No entanto, por descuido, deixou de fazer prova de vida, que,


geralmente, ocorre no mês de janeiro de cada ano, tendo o INSS feito o
bloqueio de seu benefício de aposentadoria desde maio/2019, não
obstante a existência de ampla movimentação em sua conta corrente,
inclusive por biometria.

Em março de 2020, após perceber que não estava percebendo seus


benefícios de aposentadoria, o Autor procurou o Banco Itaú, a fim de
verificar o ocorrido e solicitar a regularização dos depósitos de seu
benefício de proventos de aposentadoria.

O gerente da agência bancária informou que a suspensão dos


pagamentos fora realizada pelo INSS por ausência de prova de vida e
que o restabelecimento do pagamento poderia ser realizado através de
seu comparecimento as agências de atendimento do próprio INSS,
orientando-o a agendar uma data para fazer a prova de vida no INSS,
como único meio de reativar os depósitos de seu benefício.

Todavia, o Autor teve enormes dificuldades junto ao INSS, porque todas


as suas agências estavam fechadas desde março/2020 por causa da
pandemia de COVID19.

Assim, em 07 de maio de 2020, o Autor fez uma solicitação ao INSS de


agendamento de prova de vida, pelo sistema da Central 135 de
atendimento, conforme comprova o documento anexo de PROTOCOLO
638677415, datado de 07/05/2020, onde consta:

Serviço: REATIVAR BENEFÍCIO


Unidade responsável: SERVIÇO DE MANUTENÇÃO
O atendimento deste serviço será realizado à distância, não sendo
necessário o comparecimento presencial nas Unidades do INSS, a não ser
quando solicitado para eventual comprovação.

Em 19/06/2020, foi reaberto um novo PROTOCOLO DE


REQUERIMENTO nº 384525976 pelo INSS, que agendou
comparecimento presencial do Autor à Agência da Previdência Social –
Belo Horizonte – Padre Eustáquio, fixando o atendimento presencial para
o dia 17/SETEMBRO/2020 às 12:15 horas, conforme faz prova o
“COMPROVANTE DO PROTOCOLO DE REQUERIMENTO” anexo.

No entanto, poucos dias antes da data marcada, o Autor recebeu um


telefonema do INSS, informando sobre o cancelamento do agendamento
da prova de vida, em razão do fechamento das agências do INSS em
Belo Horizonte em decorrência da pandemia do COVID-19.

Em que pese o cancelamento do atendimento presencial, ocorrido pelo


fechamento das agências, não foi apresentado ao Autor qualquer
alternativa para que realizasse a prova de vida e voltasse a perceber os
seus benefícios como de direito.

O Autor passou a ligar constantemente para o atendimento CENTRAL


número 135 do INSS para saber a data de reabertura das agências ou
outras alternativas para a feitura da prova de vida, sem que obtivesse
êxito nas informações, tendo sido inclusive orientado por um dos
agentes da instituição previdenciária, de forma absurda, a cancelar a
sua aposentadoria e protocolar novo pedido de concessão.
Assim diante, da falta de preparo do INSS em prestar a assistência
necessária aos seus beneficiários durante este momento atípico, não
resta outra alternativa ao Autor, senão o ajuizamento da presenta ação, a
fim de REATIVAR os depósitos de seu benefício e receber valores
da prestação continuada de aposentadoria – vencidas e vincendas -
que lhe foram suprimidos desde maio de 2019.

Dos FUNDAMENTOS de DIREITO

Como já mencionado, o Autor aposentou-se por tempo de contribuição,


sendo que o benefício suprimido lhe foi concedido na data de
24/11/2010, conforme faz PROVA a anexa Carta de
Concessão/Memória de Cálculo de NB - 155.512.478-7.

Em que pese o INSS exigir através da RESOLUÇÃO n. 699/2019 a prova


de vida anual, a Autarquia delegou às instituições financeiras pagadoras
do benefício o encaminhamento ao INSS dos registros relativos à prova
de vida dos seus beneficiários, aposentados e pensionistas, uma vez
bloqueada os pagamentos – como ocorre no caso – não as autoriza a
fazer a prova de vida para a reativação do benefício.

O INSS comete enorme irregularidade e lesão ao DIREITO do Autor ao


deixar de tomar as providencias necessárias a REATIVAÇÃO de seu
benefício de prestação continuada, não lhe dando qualquer alternativa
para a realização da PROVA DE VIDA, sendo que o beneficiário
necessita do pagamento de seus proventos para o próprio sustento e de
sua família, posto ser necessário a suprir todas estas necessidades
básicas de sobrevivência pelo seu caráter jurídico alimentar.

A concessão da Aposentadoria por Tempo de Contribuição encontra-se


estabelecida no art. 9º, § 1º, da Emenda Constitucional nº 20/98 e nos
arts. 52 a 56 da Lei 8.213/91 e é um direito reconhecido e já adquirido
pelo Autor, protegido pelo artigo 5º, inciso XXXVI, da Constituição
Federal, que só pode cessar com o seu falecimento.

O bloqueio dos proventos de aposentadoria por falta de prova de vida, é


um ato da Autarquia cuja legitimidade se questiona, devido ser a sua
ausência uma prova de falecimento muito tênue, uma vez que os
CARTÓRIOS DE REGISTRO CIVIL que emiten a CERTIDÃO DE ÓBITO
já são obrigados a comunicarem aos órgãos públicos - idem ao INSS –
do falecimento do cidadão.

É consabido, que a forma de comunicação faz parte do Sistema


Informatizado de Controle de Óbito (Sisobi), administrado pelo próprio
Ministério da Previdência Social e, estas informações, internamente, são
encaminhadas para a Gerência Executiva do INSS, que providenciam o
bloqueio do pagamento, daí surge a ilegalidade do ato de bloqueio,
mantido mesmo após diversos requerimentos de REATIVAR solicitados
pelo Autor. Neste sentido, transcrevemos a seguinte ementa:

PROCESSUAL CIVIL, CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO.


REMESSA OFICIAL. MANDADO DE SEGURANÇA. LEGITIMIDADE
PASSIVA AD CAUSAM. ADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA. SUSPENSÃO DE
BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO. PROVA DE VIDA. VIOLAÇÃO A DIREITO
LÍQUIDO E CERTO. 
...
 8. É incontestável que o impetrante tentou cumprir as determinações da
autarquia, mas, por motivos alheios à sua vontade, não conseguiu realizar
a prova de vida, não podendo ser penalizado pelo fato de o serviço exigido
estar indisponível, mormente quando ele comprova estar vivo.
9 A negativa do INSS em reativar o benefício do impetrante implicou
violação ao direito líquido e certo da parte impetrante, estando correta a
sentença na parte que condenou a autoridade coatora a restabelecer o
benefício suspenso.
10.Remessa oficial não provida.
(TRF5, Processo 08019072320204058302, REMESSA NECESSÁRIA
CÍVEL, DESEMBARGADOR FEDERAL LEONARDO AUGUSTO NUNES
COUTINHO (CONVOCADO), 1ª TURMA, JULGAMENTO: 18/03/2021).

Assim, considerando que há nestes autos um conjunto de PROVAS, que


demonstram o DIREITO do Autor a receber seus proventos de
aposentadoria, prestação continuada concedida no NB-155.512.478-7,
requerido em 24/11/2010 e, ainda, considerando que há nos autos
documentos que fazem a PROVA DE VIDA do Autor, o
restabelecimento de seu benefício de aposentadoria por tempo de
contribuição e o pagamento dos valores suprimidos desde maio de
2019 é medida que se impõe, pois os alimentos são irrenunciáveis e
só cessam com o falecimento do beneficiário.
Da ANTECIPAÇÃO DE TUTELA
Como mero corolário da narração exposta, percebem-se os seguintes
fatos irrefutáveis:

a) O autor é aposentado por tempo de contribuição, desde 24/11/2010,


com número de benefício 155.512.478-7 e está vivo conforme
declaração médica anexa:
b) Está sendo negado ao Autor, a oportunidade de fazer prova de sua
vida, a fim de restabelecer à percepção ao benefício previdenciário
suspenso desde abril de 2019, ainda que atenda ao requisito legal para
ter seu benefício restabelecido;
c) A demora da Autarquia em conceder o direito do Autor os meios
para fazer sua prova de vida, o coloca em situação de INDIGNIDADE,
haja vista que já poderia ter sido restabelecida e estar usufruindo de sua
aposentadoria, e necessitando do benefício para sua própria
sobrevivência, principalmente em razão desde momento de privações
impostas pela pandemia do COVID-19, sem perspectivas de se ver
restabelecido o seu direito pelo INSS, autorizando-se assim, a concessão
da tutela antecipada.
d) A aposentadoria tem natureza jurídica de alimentar, sendo
imprescíndivel ao sustento do autor e satisfação das necessidades
básicas do beneficiário, daí a urgência da concessão da tutela
antecipada.

No caso dos presentes autos, resta evidente, portanto, a possibilidade de


DEFERIMENTO do pedido de antecipação de tutela, como era prevista
no artigo 273 do antigo CPC, uma vez que restam cumpridos os
requisitos exigidos pela lei, que são: prova inequívoca e fundado receio
de dano irreparável ou de difícil reparação.
O Novo Código de Processo Civil dá ainda maior ênfase e força ao
pedido do Autor. Dispõe o artigo 300, in verbis:

“A tutela de urgência SERÁ CONCEDIDA quando houver elementos


que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco
ao resultado útil do processo”.

Invoca ainda o Autor o disposto no artigo 311, inciso II, do NCPC, que
traz a figura da TUTELA DA EVIDÊNCIA:
“A tutela da evidência será concedida, independentemente da
demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do
processo, quando:
II- as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas
documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos
repetitivos ou em súmula vinculante;”

Cumpre ressaltar que no caso ora examinado, não se trata de um


fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação, ou seja,
não há um simples receio de dano, mas ESTÁ EVIDENTE O DANO
EFETIVO e CONCRETO, consubstanciado na idade avançada do Autor e
na demora considerável em restabelecer um direito que lhe é
garantido pela Constituição e pela Lei, após cumpridos todos os
requisitos legais para fruição do benefício previdenciário, devendo os
efeitos desse dano serem obstados, sob pena de se tornarem um DANO
IRREPARÁVEL.

Neste sentido, transcrevemos a seguinte ementa de caso paradigma:

PROCESSO Nº: 0801907-23.2020.4.05.8302 - REMESSA NECESSÁRIA


CÍVEL PARTE AUTORA: ANTONIO FALCAO DE ARAUJO ADVOGADO:
Lueder Campos Ferreira PARTE RÉ: INSTITUTO NACIONAL DO
SEGURO SOCIAL - INSS RELATOR(A): Desembargador(a) Federal Elio
Wanderley de Siqueira Filho - 1ª Turma MAGISTRADO CONVOCADO:
Desembargador(a) Federal Leonardo Augusto Nunes Coutinho JUIZ
PROLATOR DA SENTENÇA (1° GRAU): Juiz(a) Federal Tiago Antunes De
Aguiar EMENTA: PROCESSUAL CIVIL, CONSTITUCIONAL E
ADMINISTRATIVO. REMESSA OFICIAL. MANDADO DE SEGURANÇA.
LEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM. ADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA.
SUSPENSÃO DE BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO. PROVA DE VIDA.
VIOLAÇÃO A DIREITO LÍQUIDO E CERTO.
1. Remessa oficial em face da sentença que, confirmando a liminar
deferida, concedeu em parte a segurança requestada, para determinar que
a autoridade coatora desbloqueie o Benefício nº 059.083.519-0 no prazo
de 15 (quinze) dias (aposentadoria por tempo de contribuição) em nome do
autor, caso o único motivo para a não liberação seja a exigência de prova
de vida, que se encontra momentaneamente suspensa pelo INSS.
2. Segundo o art. 6º, §3º, da Lei nº 12.016/2009, "considera-se autoridade
coatora aquela que tenha praticado o ato impugnado ou da qual emane a
ordem para a sua prática". No caso, compete ao Gerente Executivo do
INSS analisar o requerimento administrativo protocolado pela parte
impetrante. Desse modo, reconhece-se a legitimidade passiva ad causam
da autoridade apontada como coatora.
3. Deve ser reconhecida a adequação da via eleita, porque os únicos
aspectos fáticos a serem comprovados, neste mandado de segurança, são
a vida do beneficiário e a não realização de prova de vida pela autarquia
impetrada. Na hipótese, o ajuizamento do presente mandamus demonstra
que o writ está suficientemente instruído, não havendo necessidade de
dilação probatória.
4. No caso dos autos, o impetrante alega que teve seu benefício
previdenciário de aposentadoria por tempo de contribuição por conta de
não comparecimento à convocação para a realização de prova de vida, o
que ocorreu em 31/07/2019.
5. Com efeito, o Decreto 3.048/1999 impõe àqueles que recebem
benefícios anualmente a comprovação de vida nas instituições financeiras,
sendo autorizado ao INSS o bloqueio do pagamento do benefício
encaminhado às instituições financeiras até que o segurado atenda à
convocação para a realização de prova de vida.
6. Não obstante o benefício do autor tenha sido suspenso em 31/07/2019,
por não comprovação de vida, ele possui direito à reativação de sua
aposentadoria, uma vez cumpridos os requisitos legais (ter demonstrado
que está vivo).
7. O impetrante agendou para o dia 15/09/2020 a realização da prova de
vida, não conseguindo, no entanto, submeter-se a ela. Tentou fazer o
agendamento pela internet, conforme orientado pelo INSS, mas o serviço
também não estava disponível. Ademais, compareceu ao Banco e foi
informado de que a prova de vida se encontrava suspensa.
8. É incontestável que o impetrante tentou cumprir as determinações da
autarquia, mas, por motivos alheios à sua vontade, não conseguiu realizar
a prova de vida, não podendo ser penalizado pelo fato de o serviço exigido
estar indisponível, mormente quando ele comprava estar vivo.
9. A negativa do INSS em reativar o benefício do impetrante implicou
violação ao direito líquido e certo da parte impetrante, estando correta a
sentença na parte que condenou a autoridade coatora a restabelecer o
benefício suspenso.
10. Remessa oficial não provida.
(TRF5, PROCESSO: 08019072320204058302, REMESSA NECESSÁRIA
CÍVEL, DESEMBARGADOR FEDERAL LEONARDO AUGUSTO NUNES
COUTINHO (CONVOCADO), 1ª TURMA, JULGAMENTO: 18/03/2021)

Ressalte-se que o requerimento administrativo para agendamento de


prova de vida foi protocolizado em 07 de maio de 2020, após tentativa de
fazer prova de vida na própria instituição financeira pagadora, como
determinam as Resoluções do INSS nºs 677/19 e 699/19. JÁ SÃO
QUASE 12 MESES DE ESPERA PELO AGENDAMENTO DA PROVA
DE VIDA, SENDO QUE APÓS O CANCELAMENTO O INSS NÃO LHE
OFERECEU OUTRO MEIO DE FAZER ESSA PROVA.
E ainda, é de se verificar que NÃO EXISTE qualquer perigo de
irreversibilidade do provimento antecipado, pois que, caso, ao final, o
que se alega ante os princípios da eventualidade e da concentração, seja
o pedido do Autor julgado improcedente, poderá haver a reversão.

PROCESSO PREVIDENCIÁRIO. DIREITOS DA SEGURIDADE SOCIAL.


MANDADO DE SEGURANÇA. SUSPENSÃO DE BENEFÍCIO. PROVA DE
VIDA. PANDEMIA DO COVID-19. INTERRUPÇÃO DO BLOQUEIO DOS
CRÉDITOS. AGENDAMENTO PARA COMPROVAÇÃO DE VIDA.
PLAUSIBILIDADE DO DIREITO.
1. Segundo orientação institucional normatizada no INSS, enquanto
perdurar o estado de emergência devido à pandemia do coronavírus
(COVID-19), ficam suspensos tanto a realização de pesquisa externa para
comprovação de vida como o bloqueio dos créditos dos benefícios por falta
de realização de prova de vida.
2. Se por um lado foi interrompido, pelo INSS, o bloqueio dos créditos dos
benefícios por falta de realização da comprovação de vida, devido à
pandemia do coronavírus (Covid-19), por outro lado restou evidenciado, in
casu, mediante prova pré-constituída, que a impetrante agendou o
atendimento presencial, na agência do INSS, para realizar a prova de vida,
conforme orientação do próprio Instituto, restando evidenciada a
plausibilidade do direito. Portanto, considerando que os depósitos dos
valores do benefício estavam suspensos desde 12/2019, aguardar o prazo
agendado (03/08/2020) traria graves prejuízos à impetrante, tendo em vista
o caráter alimentar dos proventos.
(TRF4, Processo 5001754-61.2020.4.04.7203, TURMA REGIONAL
SUPLEMENTAR DE SC, DJe 17/02/2021)

Configurado o direito líquido e certo do impetrante, estando clara a


plausibilidade do direito, pois o INSS não pode aplicar sanções sem o
devido processo legal, com as garantias da ampla defesa e do
contraditório, além de não cumprir administrativamente o atendimento ao
pedido do Autor, para, reativar o pagamento de seu benefício de
proventos de aposentadoria, sob a alegação de restar fechado o
atendimento em todas as suas agências por causa da pandemia do
COVID19.

Assim, o Autor requer, expressamente, que V. Ex.a se digne de


ANTECIPAR totalmente os efeitos da TUTELA pretendida, inaudita altera
parte, no sentido de determinar ao Réu – INSTITUTO NACIONAL DO
SEGURO SOCIAL, que promova o imediato restabelecimento da
aposentadoria por tempo de contribuição do Autor, haja vista que o
Autor está VIVO e necessitando da sua aposentadoria, verba de evidente
caráter alimentar.

Dos PEDIDOS

Inicialmente, o Autor requer e espera que seja deferido o pedido de


antecipação de tutela formulado, no sentido de DECLARAR,
liminarmente, o direito do autor ao RESTABELECIMENTO DE SUA
APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO, haja vista o
cumprimento por este dos requisitos legais para tal concessão,
CONDENANDO o Réu ao imediato pagamento das parcelas que vierem
a se vencer no curso da presente ação judicial, fixando, prazo e multa em
caso de descumprimento da ordem.

Requer, outrossim, a citação do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO


SOCIAL, que deverá ser citado na pessoa de seu Procurador-Geral
Federal no Estado de Minas Gerais (Portaria PGF N380, de 18 de maio
de 2011), no endereço acima citado, para que, querendo, responda aos
termos da presente ação, no prazo legal, sob pena de revelia.

Ao final, que seja confirmada a medida liminar deferida, o Autor


expressamente requer a V. Exa. que, ao final, seja confirmada a medida
liminar, JULGANDO integralmente PROCEDENTE a presente ação,
para, DECLARAR em definitivo o direito do Autor AO
RESTABELECIMENTO DO BENEFÍCIO DE SUA APOSENTADORIA
POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO, e ainda CONDENAR a Ré ao
pagamento dos valores vencidos e vincendos, desde a data da
suspensão do benefício, na competência de MAIO/2019, até a data de
regularização do pagamento dos benefícios de aposentadoria, acrescidos
de correção monetária desde a época que deviam ter sido pagos até a
data do efetivo pagamento, acrescidos de juros de mora, conforme
orientação do Manual de Cálculos da Justiça Federal.

Protesta pela produção de todos os meios de provas admitidos em


direito, especialmente a PROVA DOCUMENTAL e TESTEMUNHAL, o
que, desde já requer.
Seja concedida a gratuidade de justiça, bem como a prioridade de
tramitação desta ação nos termos do Estatuto do Idoso.

Seja a Ré condenada ao pagamento de honorários de sucumbência nos


termos do artigo 85, do CPC/15, em caso de interposição de recurso
inominado.

Dá-se à presente ação, o valor de R$ 34.674,12 (trinta e quatro mil,


seiscentos e setenta e quatro reais e doze centavos), para efeito
meramente fiscal.

Pede deferimento.

Belo Horizonte, 08 de abril de 2020.

p.p. ANA LÚCIA OLIVEIRA CARLOS DE SOUSA


OAB-MG 97.397

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