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Poder Judiciário
Justiça do Trabalho
Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região

Ação Trabalhista - Rito Ordinário


0000955-22.2017.5.07.0032

Processo Judicial Eletrônico

Data da Autuação: 24/05/2017


Valor da causa: R$ 150.000,00

Partes:
RECLAMANTE: ANTONIO CARLOS NASCIMENTO PEREIRA
ADVOGADO: THAIS BRITO PAIVA
ADVOGADO: Igor Cesar Rodrigues dos Anjos
ADVOGADO: JULIANA DE HOLANDA LUCENA
RECLAMADO: COPRAL COMERCIO E NAVEGACAO LTDA.
ADVOGADO: THOMAZ MAGNO ROCHA GOMES
ADVOGADO: MAGNO CESAR GOMES DO NASCIMENTO
ADVOGADO: EDUARDO PRAGMACIO DE LAVOR TELLES FILHO
PAGINA_CAPA_PROCESSO_PJE
Fls.: 2

GOMES ROCHA
ADVOCACIA & CONSULTORIA

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DA MM. 01ª VARA DO
TRABALHO DE MARACANAÚ-CE.

1 PÁGINA
Reclamante: ANTONIO CARLOS NASCIMENTO PEREIRA.
Reclamada: COPRAL COMÉRCIO E NAVEGAÇÃO LTDA.

Autos do Processo n.º 0000955-22.2017.5.07.0032

COPRAL COMÉRCIO E NAVEGAÇÃO LTDA., sociedade de


direito privado, devidamente cadastrada no CNPJ/MF sob n.º 07.269.707/0001-47, estabelecida
na Via de Ligação 3, n. 331 – Distrito Industrial III- Maracanaú – Ceará - CEP:61.931-060,
por seu advogado e bastante procurador que esta subscreve, conforme mandato anexo, com
escritório na Rua João Carvalho, 800 – sala 206 – Aldeota – Fortaleza – Ceará - CEP: 60.140-
140, local onde recebe as intimações de estilo, vem à presença de Vossa Excelência, oferecer sua

CONTESTAÇÃO

Impugnando-se em todos os seus termos a reclamatória trabalhista que lhe promove ANTONIO
CARLOS NASCIMENTO PEREIRA já qualificado, consubstanciado nas relevantes motivações
de fato e de direito a doravante aduzidas:

DAS NOTIFICAÇÕES/INTIMAÇÕES:

O advogado que esta subscreve, receberá as competentes


intimações e notificações de estilo EXCLUSIVAMENTE em nome do Dr. MAGNO CÉSAR
GOMES DO NASCIMENTO, OAB/CE n.º 6.541, em seu escritório na Rua João Carvalho, 800
– Sala 206 – Aldeota – Fortaleza – Ceará, CEP: 60.140-140, nos termos do art. 39 do CPC, sob
pena de nulidade.
DOS DOCUMENTOS ANEXADOS
Os patronos, abaixo signatários, declaram autênticos os documentos
em cópia anexados à presente peça, ao teor do art. 830 da CLT.

SÍNTESE DA DEMANDA.

Rua João Carvalho, 800, Sala 206 – Aldeota Fortaleza/CE – CEP.: 60.140-140
CONTATOS: Fone: (85) 3103-0086 / E-mail: magnocesargomesadv@gmail.com /
thomaz_mrg@hotmail.com

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Número do processo: 0000955-22.2017.5.07.0032 ID. 827453e - Pág. 1
Número do documento: 17081617290296500000012384417
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Ajuizou o autor Reclamação trabalhista alegando início da relação de


emprego em 01 de outubro de 2013, para exercer a função de MOTORISTA no transporte de
carga, mediante salário-base o valor de R$ 1.271,96 (mil duzentos e setenta e um reais e noventa
e seis centavos), dispensado sem justa causa em 30 de outubro de 2015, com anotação de baixa

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em CTPS com data de 05 de dezembro de 2015 face a projeção do aviso prévio.

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Pleiteia o autor a condenação da reclamada no pagamento das
seguintes parcelas:

01 - Horas extras (4.368 horas), bem como todos os reflexos nas


demais verbas trabalhistas;

02 - Adicional de periculosidade (30%) desde sua admissão até a data


de seu afastamento da empresa, considerando a projeção do aviso prévio;

03 - Cestas básicas na forma indenizada (R$ 8.264,36);

04 - Indenização por dano existencial;

05 - O pagamento da multa do artigo 467 da CLT, quando couber,


e recolhimentos previdenciários.

06 - Pagamento dos honorários advocatícios de sucumbência no


importe de 15%;

A Reclamada impugna toda a argumentação utilizada pelo


Reclamante, por não refletir a verdade, razão pela qual deve ser julgada improcedência, conforme
se demonstrará no seguimento desta contestação.

DA JORNADA DE TRABALHO/HORAS EXTRAS.

Em sua peça de começo afirma o reclamante que:

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“O reclamante trabalhava viajando, cumprindo rotas de entrega de


containeres partindo do porto do Pecém - CE, tendo como destinos
principais Teresina - PI, Juazeiro do Norte - CE e Sobral - CE.

Acontece que, apesar de transportar produtos e mercadorias

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explosivos e inflamáveis, não recebeu o devido adicional de
periculosidade.

Além disso, não recebeu corretamente pelo labor extraordinário


que desempenha, havendo pagamento a menor, e muito, em
contracheque a título de horas extras, conforme vasta
documentação anexada.

O reclamante traz aos autos robusta documentação paradigma


consistente em discos de tacógrafos, contracheques, controle de
entrega de mercadorias com horário, documentação empresarial
para transporte de produtos perigosos, entre outros.

Nesses termos é que a parte demandante vem buscar a tutela


jurisdicional desta justiça especializada.

III - DA JORNADA DE TRABALHO

O trabalho do reclamante consistia no transporte de cargas


perigosas em containeres, tendo como ponto de partida o Porto do
Pecém, São Gonçalo do Amarante - CE, para destinos como
Teresina - PI, Juazeiro do Norte - CE e Sobral - CE.

A jornada de trabalho do reclamante era controlada por meio de


rastreamento do caminhão, controle de saída e chegada de
mercadorias com horário e data respectivos.

Os relatórios de viagens paradigmas anexados exemplificam de que


forma se dava a jornada de trabalho do reclamante, tomando por

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base um colega de trabalho que exercia a mesma função, na mesma


empresa, cumprindo rotas similares, em período semelhante.

Apesar da ressalva em sua CTPS (pág. 48) de que o trabalho


desempenhado é incompatível com controle de jornada, uma prova

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de que sua jornada é controlada é o pagamento, embora a menor,
nos contracheques a título de horas extras.

Uma viagem para Teresina dura, em média, 13 horas, levando em


consideração o transporte de carga pesada.

Em dias alternados, o motorista era obrigado a entregar os


relatórios de coleta e entrega de mercadoria (paradigma),
documentos que discriminam, acima de tudo, o horário de início da
viagem e horário de término.

Os discos de tacógrafo paradigmas também são controlados pela


empresa e provam o labor extraordinário exercido pelo
trabalhador, em descumprimentos aos ditames legais,
especialmente a Lei dos Motoristas (Lei 12.619 de 2012).

Não bastasse isso, caso o reclamante quisesse descansar, o GPS


(Sistema de Localização Via Satélite) acusava que o caminhão está
parado o motorista era advertido, via celular, para que não
interrompesse a viagem.

Conforme vasta documentação acostada é possível afirmar que a


jornada do reclamante extrapola o limite legal em uma média de 6
horas extras diárias, equivalendo a 168 horas extras mensais.

Portanto, tem direito ao recebimento do valor das horas


extraordinárias que totalizam 4.368 horas em todo contrato de
trabalho.

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Vale lembrar que o reclamante não gozava de descanso semanal


remunerado, nem muito menos de intervalos intrajornada e
interjornada.

Destaque-se, ainda, que a jornada laborada pelo reclamante

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desrespeita diretamente e frontalmente a lei dos motoristas de
transporte rodoviário de cargas (Lei 12.619 de 2012), além da
legislação celetista e princípios consagrados constitucionalmente”.

A jornada declinada pelo obreiro em sua inicial é totalmente irreal,


impossível de ser cumprida por qualquer trabalhador de forma contínua durante a semana inteira,
bem com, permanecendo nesta condição durante todo o seu pacto laboral como sugere o obreiro.
Entendemos, salvo melhor juízo, que a jornada de trabalho lançada na exordial está prejudicada,
por ser inepta, pois não menciona com clareza o horário de início, de término, muito menos os dias
trabalhados, limitando-se a afirmar de forma aleatório a quantidade de horas extras diária, mensal
e o total das pretendidas horas extras que se funda seu pedido, tornando difícil a defesa quanto a
impugnação da jornada pleiteada.

O Reclamante afirma que realizava viagens para a entrega de


containeres, e que estas partiam do porto do Pecém - CE, como destinos principais Teresina - PI,
Juazeiro do Norte - CE e Sobral – CE, sem mencionar com clareza, a quantidade de viagens
realizadas, seja semanal, mensal, o que seria de suma importância para o esclarecimento da
presente lide. Na forma como articulado pelo autor, com a ausência de elementos que justifique
o pedido de horas extras, entende a Reclamada, que esteja prejudicado, face a inépcia.

O labor suplementar, por se tratar de um direito excepcional, exige


prova límpida, precisa e irretorquível a respeito, não admitindo prova frágil, divergente ou
presunção. A propósito, o Colendo Tribunal Superior do Trabalho e vários Regionais, já se
posicionaram a respeito, conforme ementas a seguirem transcritas:

“30049410 JCLT.818 – RECURSO DE REVISTA – HORAS


EXTRAS – ÔNUS DE PROVA – Se o pedido inicial é de horas
extras, incumbe à Reclamante o ônus de provar o fato constitutivo
do seu direito, incorrendo em ofensa ao art. 818 da CLT a decisão
do Regional que atribui o encargo probatório ao Reclamado, quando
na contestação não foi invocado fato constitutivo, impeditivo ou
extintivo do direito. Recurso de Revista conhecido e provido, no
particular, para excluir as horas extras. (TST – RR 396350 – 5ª T.
– Rel. Min. Conv. Walmir Oliveira da Costa – DJU 06.10.2000 – p.
781)”

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“30045681 JCLT.818 JCPC.333.I – HORAS EXTRAS E


ADICIONAL NOTURNO – INVERSÃO DA PROVA – AÇÃO
RESCISÓRIA – CABIMENTO – A pretensão da Empresa não se
estabelece em sede de matéria fática, considerando-se do ônus da
prova da jornada de trabalho. De acordo com os artigos 818 da

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CLT e 333, I, do CPC é do Autor da reclamação o ônus da prova

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do fato constitutivo do seu direito. Tal regra, que tem aplicação
quando o pedido refere-se ao pagamento por trabalho
extraordinário, não se anula pelo fato de o Empregador não
apresentar em juízo os controles de horário, pois não se pode
obrigar ninguém a realizar prova contra si, principalmente
quando a parte não a solicita e o juiz não o determina. A não
apresentação dos controles de horário, não resulta em presunção
absoluta em prejuízo de outras provas. Diante disso, tenho que a
insurgência da Autora situa-se na órbita processual, desde que a
decisão rescindenda, ao presumir como verdadeira a jornada
declinada na exordial, sem provas concretas nesse sentido,
inverteu indevidamente o encargo probatório, com ofensa dos
artigos 818 da CLT e 333, I, do CPC, que definem a
responsabilidade pelo encargo probatório no Processo do Trabalho.
Recurso provido parcialmente. (TST – ROAR 396521 – SBDI II –
Rel. Min. Ives Gandra Martins Filho – DJU 07.04.2000 – p. 30)”.

“Provado nos autos por meio dos horários de trabalho e pelo


depoimento do próprio preposto, que o reclamante trabalhava
em regime de sobrejornada, correta a decisão a qua que
condenou o reclamado no pagamento de horas extras”. (TRT 7ª
R – Proc: 1359-2001-011-07-00-9 RO – Rel. Lais Maria Rossas
Freire – Publ: 14/05/02)

“O pedido de horas extras, assim como o de reconhecimento de


relação de emprego, referente a períodos não anotados nas
carteiras de trabalho, para ser deferido deve estar devidamente
comprovado por meio de prova robusta, não sendo dessa
natureza depoimentos imprecisos e contraditórios”. (TRT 7ª R
– Proc: 42-2002-008-07-00-3 RO – Rel. Dulcina de Holanda
Palhano – Publ: 24/09/02)

A prova das horas extras, fato extraordinário, carece de prova


indubitável e de tal modo convincente a fim de que não paire
dúvida na mente do julgador. No caso dos autos, a prova é débil
não servindo ao desiderato. Recurso conhecido e provido para
julgar improcedente a reclamação. (TRT 7ª R – Proc: 288-2004-
023-07-00-0 RO – Rel. José Ronald Cavalcante Soares – Publ:
16/08/04)

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HORAS EXTRAS - A prestação de horas extras, face sua


natureza extraordinária, deve ser inequívoca e robustamente
comprovada. Nos termos do art. 818, consolidado, competia ao
reclamante o ônus da prova. Não se desincumbindo de referido
encargo, o pedido referente a sobrejornada outra sorte não
merece que o da improcedência. HONORÁRIOS

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ADVOCATÍCIOS -A verba honorária é devida nos termos da

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Constituição Federal em vigor (art. 133) e legislação
infraconstitucional, como art. 20 do CPC e Estatuto da OAB
(art. 22). Não há com isso qualquer incompatibilidade com o
princípio do "jus postulandi". Ademais, não há vedação legal à
condenação na verba honorária na Justiça Obreira. Recurso
ordinário conhecido e parcialmente provido. (TRT 7ª R – Proc:
249-2002-028-07-00-2 RO – Rel. Manoel Arízio Eduardo de Castro
– Publ: 19/12/02).

Razão pela qual a reclamada impugna a jornada lançada na sua peça


de começo, por ser aleatória, imprecisa, sem especificar com clareza os limites impostos pela lei
13.103 de 2015, além de não levar em consideração o tempo que o motorista estava à disposição
do empregador, como também, não foram excluídos os intervalos para refeição, espera e descanso,
conforme estabelece o Art. 235-C, parágrafo 1º, da CLT.

A reclamada que tem como atividade principal o transporte de


cargas, realizando a coleta e entrega de mercadorias, acondicionadas em containers em diversos
clientes. O reclamante exerceu a função de motorista carreteiro, realizando seus serviços de coleta
e entrega de contêineres externamente, de segunda à sexta-feira, das 08:00 às 17:00 horas, com
01 (uma) hora para repouso e alimentação, e aos sábados das 08h00 às 12h00h. Quanto extrapolava
esta jornada recebia pelas horas extras efetivamente laboradas, conforme recibos de pagamento
de salários em anexo.
Fato este devidamente admitido pelo autor em sua exordial, quando
alega: “Além disso, não recebeu corretamente pelo labor extraordinário que
desempenha, havendo pagamento a menor, e muito, em contracheque a título de horas extras,
conforme vasta documentação anexada”.

Como se observa do relato supra, o reclamante diz textualmente


que “não recebeu corretamente pelo labor extraordinário que desempenha”, o que se
subtende que as recebias, muito embora, segundo os seus argumentos não fossem corretas.

Recuperando a verdade, esclarece a Ré que durante o seu pacto


laboral, quando laborou além da jornada legal, recebeu por tais serviços extraordinários, conforme
comprova-se com os recibos de pagamento de salário em anexo.

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O trabalho desenvolvido pelo reclamante, consistia na coleta e


entrega das mercadorias dos clientes da defendente quase em sua totalidade dentro da região
metropolitana de Fortaleza, municípios e estados próximos, conforme comprova-se com as OS’s
anexadas aos autos.

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Com relação a existência das OS (ordem de serviço), não significa

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dizer que tenham sido utilizadas como meio de controle de jornada, mas tão somente se
destinavam a conferir e acompanhar a entrega das mercadorias.

Como dito, mesmo as Ordens de Serviços, não terem o condão de


precisarem a jornada de trabalho, já que não há fiscalização do trajeto, ou mesmo de paradas. Estes
documentos eram entregues aos motoristas em branco, devidamente assinado pelo supervisor da
empresa, sem qualquer previsão de horário. Após o seu recebimento, eram preenchidas pelo
próprio reclamante, sem autorização ou determinação da empresa não obedecendo nenhum
controle ou fiscalização por parte desta.

Outrossim, muito embora como dito, as Ordens de Serviços não


fossem utilizadas para controle de jornada, como restou comprovado, nestes documentos podemos
verificar com clareza ao menos os dias efetivamente laborados, já que em vários dias da semana
sequer havia serviços a serem desempenhados pelos motoristas, inclusive o reclamante.

Como podemos observar, os horários preenchidos pelo obreiro, não


refletem com exatidão os horários que o reclamante procura induzir a um convencimento, em
muitos documentos percebe-se que após a coleta ele se dirigia a sua casa, iniciando sua jornada no
dia seguinte, o que não era reportado nas anotações unilaterais preenchida, que considerava todo
o lapso temporal ali registrado como de efetivo serviços, o que convenhamos é um absurdo.

Em outros documentos, percebendo o descompasso entre a realidade


e as anotações feitas pelo reclamante sem qualquer fiscalização por parte da empresa, que
desenvolvia viagens em média de 160km, sendo registradas como realizadas em vários dias,
conforme comprova-se o alegado através de anotações unilaterais constantes na OS`s anexadas
aos autos.

Diz o autor que não era concedido intervalos interjornadas e


intrajornada, resta prejudicado, posto que o repouso entre uma e outra jornada é dever do
motorista empregado respeitar as normas relativas a tempo de direção e de descano
controlando o registro na forma prevista no art. 67-E da Lei 9.503/97 – CTB ( art. 235-B,
III da CLT - incluída pela Lei 13.103/2015).

Além de que, o descanso interjornada era facilmente compatível


com o regime horário cumprido pelo autor. E mais, na hipótese de viagem de longa distância é

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legalmente permitido o repouso dentro do próprio veículo, conforme estabelece o art. 235-C,
parágrafo 4º, da CLT.

De igual sorte resta prejudicado o pedido de horas extras referente


ao descanso intrajornada, posto que o reclamante usufruía normalmente dos intervalos para
repouso e alimentação de 01 (uma) hora. Por outro lado, ad argumentandum tantum, caso o D. Juiz

9 PÁGINA
entenda pela condenação, o que se faz apenas pelo sabor do argumento, requer a reclamada que,
seja considerado, para fins de cálculo, o tempo de direção, excluindo-se os intervalos para refeição,
repouso, espera e descanso, nos termos do § 2º do Art. 235-C da CLT.

Ora MM. Julgador(a) de acordo com o art. 67-C da Lei


9.503/97(CTB – Código de Trânsito Brasileiro), in verbis:

“Art. 67-C. É vedado ao motorista profissional dirigir por mais


de 5 (cinco) horas e meia ininterruptas veículos de transporte
rodoviário coletivo de passageiros ou de transporte rodoviário de
cargas. (Redação dada pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência)’.
(Grifamos).

Portanto, é de responsabilidade do motorista profissional registrar


e controlar o tempo de condução, respeitando a legislação, e não querer imputar a Reclamada uma
responsabilidade e tirar vantagem por uma prática não observada por ele, conforme previsão do
art. 67-E da Lei 9.503/97 – Código de Trânsito Brasileiro, in verbis:

“Art. 67-E. O motorista profissional é responsável por controlar


e registrar o tempo de condução estipulado no art. 67-C, com
vistas à sua estrita observância. (Incluído pela Lei nº 13.103, de
2015) (Vigência)”. (Grifamos).

Portanto, as anotações feitas pelo Reclamante à revelia da empresa,


sem qualquer controle ou fiscalização feita por esta, salvo melhor juízo, não se prestam à prova do
horário de trabalho do obreiro, justamente por não espelharem a verdade real.

Razão pela qual, indevido o pedido principal de horas extras,


prejudicados estarão os pedidos acessórios de reflexos das horas extras no salário, no DSR e
adicional noturno.

Face a inexistência das horas extras pretendidas, também estão


prejudicados os reflexos destas no aviso prévio, neste caso devido à quebra do contrato ser por
justo motivo, bem como seus reflexos nos pedidos acessórios de férias + 1/33, nos 13º salários,
no repouso semanal dos domingos e feriados e no FGTS + 40%, neste caso a multa fundiária é
indevida face a rescisão motivada do obreiro.

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Número do processo: 0000955-22.2017.5.07.0032 ID. 827453e - Pág. 9
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DO INTERVALO INTERJORNADA. Diz o Reclamante que sua


jornada de trabalho era superior ao limite constitucional de 44 horas semanais, e que o intervalo
de 11 horas entre as duas jornadas de trabalho no art. 66 da CLT deixou de ser respeitado,
pleiteando a condenação da Reclamadas com o pagamento dos intervalos interjornadas.

10
Quanto ao pedido de pagamento dos intervalos interjornadas,

PÁGINA
restam prejudicados, posto que o repouso entre uma e outra jornada é dever do motorista
empregado respeitar as normas relativas a tempo de direção e de descano controlando o
registro na forma prevista no art. 67-E da Lei 9.503/97 – CTB ( art. 235-B, III da CLT -
incluída pela Lei 13.103/2015).

“Art. 235-B. São deveres do motorista profissional


empregado: (Redação dada pela Lei nº 13.103, de 2015)
(Vigência).

..................................

III - respeitar a legislação de trânsito e, em especial, as


normas relativas ao tempo de direção e de descanso
controlado e registrado na forma do previsto no art. 67-E da
Lei no 9.503, de 23 de setembro de 1997 - Código de Trânsito
Brasileiro; (Redação dada pela Lei nº 13.103, de 2015)
(Vigência) “. (Grifamos).

E mais, o descanso interjornada era facilmente compatível com o


horário cumprido pelo autor. E mais, na hipótese de viagem de longa distância é legalmente
permitido o repouso dentro do próprio veículo, conforme estabelece o art. 235-C, parágrafo 4º, da
CLT, in verbis:
“Art. 235-C. A jornada diária de trabalho do motorista profissional
será de 8 (oito) horas, admitindo-se a sua prorrogação por até 2
(duas) horas extraordinárias ou, mediante previsão em convenção
ou acordo coletivo, por até 4 (quatro) horas
extraordinárias. (Redação dada pela Lei nº 13.103, de 2015)

§ 4o Nas viagens de longa distância, assim consideradas


aquelas em que o motorista profissional empregado
permanece fora da base da empresa, matriz ou filial e de sua
residência por mais de 24 (vinte e quatro) horas, o repouso
diário pode ser feito no veículo ou em alojamento do
empregador, do contratante do transporte, do embarcador ou do
destinatário ou em outro local que ofereça condições

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adequadas. (Redação dada pela Lei nº 13.103, de 2015)”.


(Grifamos)

Por conseguinte, indevido o pedido de pagamento dos intervalos


interjornadas.

11
DO INTERVALO INTRAJORNADA.

PÁGINA
Diz o autor que “era obrigado a realizar seu intervalo
intrajornada em, no máximo, 15 minutos, tanto por ocasião das viagens como também
quando estava na empresa”.
A reclamada impugna o alegado, afirmando que durante todo o
pacto laboral, o reclamante, sempre teve um intervalo para repouso e alimentação de 01(uma)
hora.

Por conseguinte, resta prejudicado o pedido de pagamento dos


intervalos intrajornadas, posto que o reclamante usufruía normalmente dos intervalos para
repouso e alimentação de 01 (uma) hora. Por outro lado, ad argumentandum tantum, caso o D. Juiz
entenda pela condenação, o que se faz apenas pelo sabor do argumento, requer a reclamada que,
seja considerado, para fins de cálculo, o tempo de direção, excluindo-se os intervalos para refeição,
repouso, espera e descanso, nos termos do § 2º do Art. 235-C da CLT.

“Art. 235-C. A jornada diária de trabalho do motorista


profissional será de 8 (oito) horas, admitindo-se a sua
prorrogação por até 2 (duas) horas extraordinárias ou,
mediante previsão em convenção ou acordo coletivo, por até 4
(quatro) horas extraordinárias. (Redação dada pela Lei nº 13.103,
de 2015)

§ 2o Será assegurado ao motorista profissional empregado


intervalo mínimo de 1 (uma) hora para refeição, podendo esse
período coincidir com o tempo de parada obrigatória na
condução do veículo estabelecido pela Lei no9.503, de 23 de
setembro de 1997 - Código de Trânsito Brasileiro, exceto
quando se tratar do motorista profissional enquadrado no §
5o do art. 71 desta Consolidação. (Redação dada pela Lei nº
13.103, de 2015)

DO ADICIONAL DE PERICULOSIDADE.

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Pleiteia o reclamante adicional de periculosidade alegando que: “A


parte reclamante desenvolve sua atividade como motorista carreteiro e transporta containeres
carregados com materiais perigosos, explosivos e inflamáveis”.

Como já dito acima, o reclamante exercendo a função de motorista

12
carreteiro, mesmo realizando serviços externos, o fazia transportando containers em toda região
metropolitano, munícipios deste estado e dos demais estados da federação, principalmente na

PÁGINA
região nordeste.

A reclamada trabalha com o transporte de carca de produtos


variados, em sua totalidade de cargas “dita” secas, por conseguinte, as atividades desenvolvidas
pelos motoristas não se coadunam dentre aquelas passíveis de recebimento do adicional
pretendido ao teor do Art. 193 da CLT que considera como atividade periculosa aquelas atividades
ou operações perigosas na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho e
Emprego, aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem o contato permanente
com inflamáveis ou explosivos em condições de risco acentuado. E quando movimenta cargas que
ofereçam risco a saúde recebe o adicional respectivo.

Por sua vez, a reclamada junta aos autos vários Laudos Periciais
realizados no porto do Pecém, inclusive em ações com tramitação nesta MM. Vara, que não
reconhecem como periculosa a atividade desenvolvida por aqueles motoristas, se aplicando na
espécie ao caso concreto.

Razão pela qual, indevido o pedido principal, prejudicados estarão


as verbas acessórias.

DA CESTA BÁSICA.

Diz o autor em sua inicial que nunca recebeu cestas básicas,


pleiteando o seu recebimento, em conformidade com o previsto na CCT vigente. Pleiteia o seu
recebimento de forma indenizada pelo valor atual da cesta básica no Município de Fortaleza, qual
seja R$ 317,86 (trezentos e dezessete reais e oitenta e seis centavos), multiplicado pelos
meses laborados na empresa reclamada (26 meses), totalizando o valor de R$ 8.264,36 (oito mil
duzentos e sessenta e quatro reais e trinta e seis centavos).

O pedido em comento resta prejudicado, posto que durante todo o


seu pacto laboral, sempre recebeu cestas básicas, o que se comprova, com a documentação
acostada.

Sendo, por conseguinte, indevido o pedido de indenização


compensatória, como pretendido na inicial.

DO DANO MORAL

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Pretende o autor o recebimento de dano moral, alegando que a


demissão por justa causa imputada ao Reclamante ocorreu envolta de acusações infundadas, e que
a justa causa lhe foi aplicada sem qualquer embasamento fático ou jurídico.
Como causa de pedir, a inicial solicita o pagamento de danos morais;
contudo, na formulação do pedido, não indica a tutela condenatória quanto ao suposto pedido de

13
indenização por danos morais.

PÁGINA
A petição inicial há de conter o pedido com as suas especificações
(art. 319, IV, NCPC)

Diante da ausência expressa do pedido de tutela condenatória para


pagamento do suposto dano moral, pleiteia-se nos termos do art. 330, I, §1º, I, do NCPC a
decretação da inépcia da inicial e a consequente extinção do processo sem resolução do mérito na
forma do art. 485, I c/c art. 354 do NCPC, no tocante ao pedido em comento.

Caso, entretanto, V. Exa., entenda de forma diversa o que se admite,


mesmo assim o pedido resta prejudicado, pois:

Os argumentos lançados pelo reclamante na tentativa de justificar


seu pedido de indenização fogem ao racional, demonstrando um descompasso entre a realidade e
a imaginação fantasiosa do obreiro. Nos presentes autos, pleiteia o autor o recebimento de
indenização por dano moral fundamentado seu pedido na simples alegativa do autor. Sem levar
em consideração que a responsabilidade das pessoas jurídicas é de caráter subjetiva, ou seja, a
empresa não poderá ser obrigada a reparar danos a terceiro sem a devida comprovação material
de sua culpabilidade e do nexo causal entre a culpa e o dano.

Portanto o ônus da prova em relação às alegações acerca de supostos


danos, bem como do nexo causal, cabe ao autor, conforme preceitua o art. 333, inciso I, do Codex
Instrumental Civil c/c art. 818 da CLT.

Destarte, nos presentes autos, não apresenta o Reclamante qualquer


prova do articulado, o direito a indenização por dano moral vai muito além do simples
entendimento do Reclamante, para tanto é necessário à relação de causa e efeito entre o dano
e a ação que o produziu, para que se possa configurar tal direito, o que até o presente momento
não foi concretizado, estando consubstanciado tal pretensão na simples “presunção” do autor.

Como se vê, as provas dos prejuízos por ventura sofridos devem ser
concretas e suficientes, como forma de evitar o crescimento da indústria do dano moral, assim
como o enriquecimento indevido em detrimento do patrimônio alheio.

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Na previsão constitucional tangente a possibilidade de ser pleiteada


indenização por danos morais quando houver violação à intimidade, à vida privada, à honra e à
imagem das pessoas não pode ser vista de forma simplista, a ponto de qualquer dissabor dar ensejo
à reparação.
No caso concreto, o autor simplesmente disse, sem, contudo, provar.

14
Para que haja dano indenizável, imprescindível será a configuração de determinados requisitos,

PÁGINA
em especial a efetividade ou certeza do dano, isso porque a lesão não poderá ser hipotética ou
conjectural.
Assim, não trouxe aos autos o autor qualquer prova de suas
alegativas, e até mesmo que tenha sofrido qualquer tipo de prejuízo à sua imagem, ou que
repercutisse na esfera patrimonial, moral, e, que por via de consequência, lhe causasse eventual
prejuízo.
Neste diapasão, em observância a todo o que foi exposto, não merece
plausibilidade o pleito autoral de indenização por danos morais contra a primeira Reclamada.

DOS DOCUMENTOS ANEXADOS PELO AUTOR.

A reclamada impugna os documentos anexados de Id 788970 a


86a8570, posto que os pedidos do autor de horas extras e reflexos, periculosidade, cesta básica,
indenização por danos morais etc., não se aplica o que prevê o artigo 461 da CLT. Não refletindo
seus efeitos, salvo melhor juízo ao caso concreto.

A Reclamada por sua vez, rechaça a utilização de prova emprestada,


devido a particularidade de que cada caso requer, pretendo e pleiteando a produção de provas para
o esclarecimento do caso sob judice.

DA MULTA ARTIGO 467 da CLT:

Não há que se falar em multa do art. 467 da CLT, se todas as verbas


aqui discutidas são controversas, a teor da própria Contestação. Inexistem verbas
“incontroversas” no presente caso.

DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

No que diz respeito à pretensão de recebimento de honorários


advocatícios no valor de 20%, sem razão visto que não preenchido as condições legais, senão veja-
se.

Em primeiro lugar, não há qualquer fundamento legal que sustente


a pretensão do Reclamante, porquanto, esbarra no disposto no inciso II do art. 5º da CF. Da mesma

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forma, foram desatendidos os requisitos do art. 14, da Lei n.º 5.584/70, bem como as Súmulas 219
e 329 do C. Tribunal Superior do Trabalho.

Com efeito, não obstante o Reclamante esteja assistido pelo


Sindicato da sua categoria profissional, percebia salário superior ao dobro do mínimo legal, o que

15
inviabiliza por completo o pleito de condenação da Reclamada ao pagamento de honorários de

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advogado.

Ante ao exposto, a Reclamada tem como plenamente demonstrada


a total improcedência do pedido.

Não obstante, se for admitido o princípio da sucumbência no que


tange a responsabilidade do vencido quanto à verba honorária, “todos são iguais perante a lei”,
como preceitua o art. 5º, da CF.

Caberá, então, a condenação do Reclamante em honorários


advocatícios a favor da Reclamada, no caso de improcedência, como se espera. Se a procedência for
parcial, deverá o Reclamante responder pelos honorários advocatícios correspondentes aos seus
pedidos que forem rejeitados, nos exatos termos do art. 21, do Código de Processo Civil.

Com efeito, não procede a postulação, a qual resta totalmente


impugnada.

DA JUSTIÇA GRATUITA

Postula o Reclamante o benefício da Justiça Gratuita, entretanto,


como é cediço, na Justiça do Trabalho, a Assistência Judiciária é regulamentada pela Lei n.º
5.584/70, na qual dispõe que tal será prestada pelo Sindicato da Categoria a que pertencer o
trabalhador, quando este perceber salário igual ou inferior ao dobro do mínimo legal, ficando
assegurado igual benefício ao trabalhador de maior salário, uma vez provado que a situação
econômica não lhe permite demandar, sem prejuízo do sustento próprio ou da família.

Destarte, diante do não preenchimento pelo Reclamante dos


requisitos previstos na Legislação aplicável ao tema, deve, pois, ser indeferido o requerimento de
concessão dos benefícios da Justiça Gratuita, o que se requer, desde logo.

DOS JUROS E DA CORREÇÃO MONETÁRIA

Não obstante esteja demonstrada a improcedência da ação, caso


algum direito venha a ser deferido na presente demanda, os juros, deverão ser de no máximo 06%

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ao ano, de conformidade com o código civil brasileiro, combinado com o decreto 22.626/33, que
proíbe a incidência de juros sobre juros.

Da mesma forma, na eventualidade deste MM. Juízo deferir


qualquer verba ao Reclamante, o que não se acredita e se coloca ad cautelam, requer, seja aplicada

16
a atualização monetária pelo índice do mês subsequente ao vencido, uma vez que, adotada a forma

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de pagamento mensal, os salários somente se tornam exigíveis no mês subsequente à prestação
dos serviços.

No mesmo sentido, é o entendimento sufragado pelo C. Tribunal


Superior do Trabalho, que editou a Súmula n.º 381 do E. TST, verbis:

SÚMULA Nº 381 CORREÇÃO MONETÁRIA. SALÁRIO.


ART. 459 DA CLT. (conversão da Orientação Jurisprudencial
nº 124 da SDI-1) O pagamento dos salários até o 5º dia útil do
mês subseqüente ao vencido não está sujeito à correção
monetária. Se essa data limite for ultrapassada, incidirá o
índice da correção monetária do mês subseqüente ao da
prestação dos serviços, a partir do dia 1º. (Grifou-se)

Resta evidente, pois, que a correção monetária deve ser aplicada a


partir do momento do vencimento do título e no caso sub judice, deve nortear a atualização o índice
do mês subsequente ao vencido.

DOS DESCONTOS FISCAIS E PREVIDENCIÁRIOS.

Em caso de eventual condenação, o que se admite face ao princípio


da eventualidade, requer sejam deduzidos do crédito do Reclamante os valores referentes às
contribuições previdenciárias e fiscais, ficando expressamente impugnada a aplicação dos arts.
166, 167 e 927, do Código Civil, por impertinência legal e por existir legislação específica sobre o
tema.

Os cálculos das contribuições previdenciárias devidas pelo


empregado deverão ser feitos mês a mês, deduzindo-se os valores anteriormente recolhidos sob
as mesmas rubricas, evitando-se assim enriquecimento ilícito.

As contribuições previdenciárias devidas pelo empregador devem


ser calculadas tomando por base o correto enquadramento da empresa no FPAS (Fundo de
Participação e Assistência Social) e alíquotas lá indicadas, tudo definido pelo INSS. A atualização
dos valores devidos deve seguir os critérios definidos na legislação previdenciária, conforme
previsto no artigo 879, § 4º da CLT e Súmula n° 368 do C. TST, devendo ser observado que o

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fato gerador da contribuição previdenciária ocorre no momento do pagamento dos valores devidos
ao trabalhador.

Isto porque o art. 114 do CTN conceitua fato gerador como sendo
a situação definida em lei como necessária e suficiente à ocorrência da obrigação principal, que é

17
o pagamento do tributo.

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O fato gerador das contribuições previdenciárias devidas pelo
empregador está expressamente especificado no art. 195, inciso I, alínea “a”, da CF, que determina
a incidência das contribuições sobre os rendimentos do trabalho pagos ou creditados.

Por conseguinte, resulta a conclusão lógica e segura que o fato


gerador surge no momento do pagamento dos valores relativos às parcelas de natureza
remuneratória (salário de contribuição). Até porque antes do pagamento sequer havia definição
quanto à base de cálculos de incidência previdenciária.
O Imposto de Renda deve incidir sobre a soma o valor total da
condenação (regime caixa), inclusive sobre os juros de mora, conforme entendimento da Receita
Federal esposado através da Instrução Normativa SRF n° 15, de 06 de fevereiro de 2001 e Súmula
n.° 368 do Tribunal Superior do Trabalho.
O art. 46 da Lei n° 8.541/92 determina a retenção, pela pessoa
obrigada ao pagamento, do Imposto de Renda incidente sobre os rendimentos pagos em
cumprimento de decisão judicial no momento em que o rendimento se torne disponível ao
beneficiário.
Assim, a fonte pagadora, ora reclamada, é responsável pelo
recolhimento do IRRF, desde que lhe seja deferida a retenção do tributo, garantido o Juízo apenas
pelo valor líquido. Sim, pois o momento de se efetuar a retenção do tributo é no ato da
disponibilização dos valores devidos em conta judicial, pois a partir de então a reclamada deixa de
ser a detentora da disponibilidade econômica do IRRF.

A conversão em renda é aceita como forma de extinção da


obrigação tributária pela Receita Federal que manifestou seu entendimento através do art. 3° da
Instrução Normativa n.º 491, de 12/01/2005, valendo observar também a previsão contida no §
1º do artigo 28 da Lei n° 10.833/2003 e no § único do artigo 2° do Provimento n.º 03, de 05 de
maio de 2005, da Corregedoria Geral da Justiça do Trabalho.

DA COMPENSAÇÃO

Deverá ser deferida a compensação das verbas eventualmente já


pagas, por aquelas que venham a ser deferidas sob o mesmo título, a fim de se evitar o
enriquecimento sem causa do Reclamante, nos termos do que dispõe o artigo 767 da CLT.

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DOS REQUERIMENTOS FINAIS

Face ao exposto e diante a todo o demonstrado, não existe


fundamento fático e legal para a presente reclamação trabalhista, todos os seus pedidos são

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improcedentes.

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Ficam contestados todos os pedidos por extensão uma vez que
rebatidos os principais, não há que se falar em acessórios, posto que acessorium curruit sublato
principalli.

Não há que se cogitar na expedição de ofícios a quaisquer órgãos


competentes, pois ausente qualquer infração cometida pela Reclamada.

Diante do exposto, devem ser julgados improcedentes os pedidos


formulados na peça vestibular, sem exceção, ficando expressamente repelidas e contestadas
especificamente todas as verbas pleiteadas, na inicial e seu aditamento, e demais requerimentos,
tanto a principal como as acessórias, bem como toda a argumentação utilizada pelo Reclamante.
Outrossim, por todo o ponderado, pede e requer a Reclamada a
Vossa Excelência, seja recebida a presente contestação, para o fim de ser a reclamatória in totum,
julgada IMPROCEDENTE, condenando-se o Reclamante nas cominações de estilo.

Protesta provar o alegado por todos os meios de provas admitidas


em direito, em especial pelo depoimento pessoal do Reclamante, que desde já se requer, sob pena
de confissão, oitiva de testemunhas, periciais, e as demais que se fizerem necessárias ao deslinde
da causa.

Nestes termos,
Pede deferimento.

Fortaleza, 16 de agosto de 2017.

MAGNO CÉSAR GOMES


OAB/CE 6.541

THOMAZ MAGNO ROCHA


OAB/CE 24.973

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Número do processo: 0000955-22.2017.5.07.0032 ID. 827453e - Pág. 18
Número do documento: 17081617290296500000012384417

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