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Nº 0010076-57.2019.5.03.0148 (TRT-3)
Poder Judiciário
Justiça do Trabalho
Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região
Partes:
AUTOR: LUIS CARLOS NOGUEIRA
ADVOGADO: MARCIO ALECSON DA SILVA
ADVOGADO: RAFAEL ALVES FRANCO
RÉU: ADEEL ALIMENTOS S.A.
ADVOGADO: GILSON FERNANDO DA SILVA
PAGINA_CAPA_PROCESSO_PJE
Fls.: 2
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA VARA DO TRABALHO DE PARÁ DE MINAS – MINAS GERAIS.
I - DA GRATUIDADE JUDICIÁRIA:
Art. 2º. Gozarão dos benefícios desta Lei os nacionais ou estrangeiros residentes no
país, que necessitarem recorrer à Justiça penal, civil, militar ou do trabalho.
Parágrafo único. - Considera-se necessitado, para os fins legais, todo aquele cuja
situação econômica não lhe permita pagar as custas do processo e os honorários
de advogado, sem prejuízo do sustento próprio ou da família.
II – DOS FATOS:
Praça Padre José Pereira Coelho, 132, 5º Andar, Sala 503 - Centro – Pará de Minas – MG – CEP: 35660-015
Fone: (037)9995-2484 / 99194-6319 email: malecsonadv@yahoo.com.br; rafael.franco55@yahoo.com.br Página 1
Nos dias de domingo, pegava serviço 01 hora mais cedo, sob a alegação de que
tinha serviço para adiantar e que sairiam 01 hora mais cedo, cosia que nunca aconteceu, durante todo o
pacto laboral.
As folgas eram nos dias de sexta e sábado, trabalhavam dez horas por dia e, somente uma vez, em todo
o pacto laboral, teve folga no domingo, o que obriga a Reclamada a pagar um domingo, uma vez que as
CCT’s de 2016 e 2017 têm cláusula neste sentido e, considerando-se o calendário de fevereiro de 2016
até 05 de outubro de 2018, constata-se que o Reclamante ficou sem fruir o descanso aos domingos,
após a terceira semana, por 09 domingos em 2016, 12 domingos em 2017 e 09 domingos em 2018,
totalizando 30 domingos.
Desta feita, o Reclamante faz jus aos domingos trabalhados, em dobro, com
reflexos em férias 13º e FGTS, nos termos da súmula 146 do TST.
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RO RECURSO ORDINÁRIO
EMENTA
VI - DOS REQUERIMENTOS:
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a) Requer que seja a Reclamada notificada no endereço declinado no preâmbulo, para, querendo,
compareça à audiência, em dia e hora a ser designado por V.Exa., quando então deverá estar
representada por preposto legalmente constituído, sob pena de revelia e confissão, momento em que,
caso entenda, apresentará sua defesa;
a1) Seja a Reclamada compelida a apresentar os Cartões de ponto do Reclamante, sob pena de confissão;
b) A concessão do pálio da gratuidade judiciária ao RECLAMANTE, nos termos do artigo 790, 3º da CLT e
artigo 2º. Da lei 1060/50, declarando não estar em condições de arcar com custas e despesas processuais
sem prejuízo do próprio sustento e de sua família, inclusive pelo fato de o mesmo se encontrar
desempregado;
c) Recebimento das seguintes verbas, considerando-se uma diferença mensal de R$ 364,56 em todo o
contrato de trabalho:
2) Domingos trabalhados por folga não concedida 01 vez por mês – 30 domingos ................R$ 1.908,00
d) Que todas as publicações pertinentes ao feito sejam realizadas em nome de “Márcio Alécson da Silva,
OAB/MG: 148.075 e RAFAEL ALVES FRANCO, OAB/MG: 129.421, sob pena de nulidade;
e) Expedição de ofícios aos órgãos públicos (MTE, INSS, etc.) para apuração de possíveis irregularidades que
forem apontadas durante o curso processual;
f) A condenação do reclamado ao pagamento dos honorários advocatícios no percentual a ser arbitrado por
Vossa Excelência, entre 5% a 15% sobre o valor apurado em favor do reclamante na forma do artigo 791 - A
da CLT, no patamar mínimo de R$ 672,24;
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Protesta-se provar todo o alegado por meio de provas não vedadas ao direito,
especialmente pelo depoimento pessoal das partes, oitiva de testemunhas, perícia técnica no local de
prestação de serviços para apuração das condições insalubres exercidas pelo obreiro, constatações, e
juntada de novos documentos que se fizerem necessários para contraprovar, no decorrer do processo.
Termos em que
Pede deferimento.
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1º DE JANEIRO 1º DE ABRIL
ÍNDICE DE ÍNDICE DE
REAJUSTE REAJUSTE
MÊS DE % FATOR MÊS DE FATOR
%
ADMISSÃO MULTIPLICADOR ADMISSÃO MULTIPLICADOR
1º de janeiro 1º de abril de
de 2016 2016
3
TERCEIRA - QUITAÇÃO - Com o cumprimento das obrigações salariais previstas
neste acordo considerar-se-ão integralmente satisfeitas as determinações da Lei
nº 10.192, de 14/02/2001, ficando expressamente quitadas eventuais perdas
salariais que tenham ocorrido até 31 de dezembro de 2015.
4
SÉTIMA - UNIFORMES - As empresas que exigirem o uso de uniformes,
fornecerão a seus empregados, até 03 (três) uniformes de trabalho por ano.
5
empresa por escrito, encontrar-se em um dos períodos de pré-
aposentadoria, previstos no § 1o anterior.
6
DÉCIMA SÉTIMA - ANOTAÇÃO NA CTPS - Recomenda-se às empresas
anotar, regularmente, na CTPS a real função de cada empregado com o seu
respectivo salário.
8
implantada a jornada flexível de trabalho, definindo as condições de
operacionalização, direito e deveres das partes.
10
11
§ 1o – Será dispensado o acréscimo de salário quando o excesso de horas
em uma semana for devidamente compensado no próprio mês ou através do
Banco de Horas previsto na Cláusula 25ª da convenção coletiva firmada
entre as partes.
E por estarem assim ajustadas, firmam a presente para todos os fins de direito.
ÍNDICE DE REAJUSTE
FATOR
MÊS DE ADMISSÃO
% MULTIPLICATIVO
3
a) com acréscimo de 60% (sessenta por cento), em relação à hora
normal, as horas extraordinárias trabalhadas nos dias úteis;
5
DÉCIMA QUARTA - LICENÇA PARA CASAMENTO - A ausência ao trabalho,
em virtude de casamento, prevista no inciso II do art. 473 da CLT, será de 03
(três) dias úteis consecutivos, não se considerando para tal efeito o dia útil já
compensado.
6
§2º - Ao trabalhador que não concordar com o desconto ficará assegurado
o direito de oposição direta e pessoalmente através de carta ou
requerimento escrito, junto à entidade profissional respectiva, situada na
rua Goiás, 626, sala 201, Centro em Divinópolis –MG, ou mediante
correspondência com AR (Aviso de Recebimento) enviado pelos correios
ao sindicato da categoria, ficando, ainda garantido o direito de oposição
verbal, desde que o trabalhador compareça a sede ou subsede do
sindicato, durante o horário de expediente, caso em que o sua oposição à
cobrança será reduzida a termo por representante da entidade sindical, no
prazo de 30 (trinta) dias contados da assinatura deste instrumento ou da
ciência do referido desconto;
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11
§ 1o – Será dispensado o acréscimo de salário quando o excesso de horas
em uma semana for devidamente compensado no próprio mês ou através do
Banco de Horas previsto na Cláusula 25ª da convenção coletiva firmada
entre as partes.
E por estarem assim ajustadas, firmam a presente para todos os fins de direito.
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PROCESSO Nº TST-RR-10541-61.2015.5.12.0017
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A C Ó R D Ã O
7ª TURMA
VMF/cg/zh
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e ao adimplemento apenas do adicional de
hora extraordinária para o tempo
destinado à compensação do sábado,
considerando, de forma equivocada,
incidente o item IV da Súmula nº 85 do
TST.
Recurso de revista conhecido e provido.
V O T O
1 – CONHECIMENTO
Presentes os pressupostos extrínsecos referentes à
tempestividade e à representação processual, sendo dispensado o preparo,
passo ao exame dos pressupostos intrínsecos de admissibilidade.
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1.1 - TEMPO DE ESPERA DO EMPREGADO PARA INÍCIO E APÓS
O TÉRMINO DA JORNADA EM RAZÃO DO FORNECIMENTO DE TRANSPORTE PELO
EMPREGADOR
O Tribunal de origem deu provimento parcial ao recurso
ordinário da reclamada, para reformar a sentença que a condenara ao
pagamento de 30 minutos diários (15 minutos no início e 15 minutos ao
final), lapso temporal destinado às trocas de uniforme (7min54seg no
início e igual tempo ao final) e à espera do transporte fornecido pela
empresa. Entendeu que o período de espera pela condução oferecida pelo
empregador, no início e no fim da jornada, não constitui tempo à
disposição do empregador, como é o tempo gasto para a troca de uniforme.
Restringiu, assim, a condenação apenas “ao tempo destinado à troca de
uniforme, e que foi acordado em audiência como sendo de 7min54seg antes
e depois da jornada” (fls. 212). Consta do acórdão regional, fls. 204:
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Dessa forma, não há que se falar em exclusão da condenação do
referido tempo (7min54seg) antes e depois da jornada, pois, sendo tempo de
efetivo trabalho, tem natureza inegavelmente salarial.
Contudo, no que tange ao tempo de espera na chegada e na saída
do transporte oferecido pelo empregador, cumpre destacar que o art. 4º
da CLT considera como de efetivo serviço o tempo em que o empregado
esteja à disposição do empregador aguardando ou executando ordens.
No caso em análise, não restou evidenciado que, naqueles
interregnos, tenha sido ordenada a autora a execução de alguma tarefa
ou, ao menos, que essa prática fosse adotada pela ré.
O tempo em que a autora ficava à espera não pode configurar
tempo à disposição do empregador, mormente porque não há nos autos
elementos que atestem que ela, nesse tempo, ficasse no aguardo ou
executando ordens emanadas pela ré.
Esclareço que apenas naquelas situações em que a espera supera o
limite do razoável tenho deferido, como extra, o pagamento do período.
Desse modo, dou parcial provimento ao apelo para que a condenação
da ré, no item, fique restrita ao tempo destinado à troca de uniforme e que foi
acordado em audiência, como sendo de 7min54seg antes e depois da jornada,
mantidos os demais parâmetros da condenação.
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ser considerados como período efetivamente laborado, pois o empregado
se encontra à disposição do empregador” (fls. 257).
Logo, conheço do recurso de revista, no tópico, com
espeque no art. 896, “a”, da CLT.
3-HORAS EXTRAS
O Juízo de primeiro grau condenou a ré ao pagamento das horas
laboradas em sobrejornada além da 8ª diária e da 44ª semanal, de forma não
cumulativa, acrescidas do adicional legal e reflexos.
O Magistrado sentenciante entendeu não ser possível o pagamento
apenas do adicional para as horas compensadas, uma vez que houve grave
violação de norma de ordem pública, sobretudo diante da extrapolação das
dez horas diárias.
A ré afirma que a correta anotação da jornada da autora nos
cartões-ponto é incontroversa nos autos.
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Alega que não houve trabalho habitual aos sábados e que, quando
laboradas mais de 8h48min por dia, sem compensação, as horas
extraordinárias foram devidamente pagas.
Ressalta que vigorava banco de horas regularmente previsto nos § 1º e
§ 6º da cláusula sexta do acordo coletivo de trabalho, o qual, na hipótese de
quitação mensal do saldo de horas, não precisava de qualquer aditamento
para ser considerado válido.
Sustenta que outra possibilidade prevista no ACT era a troca do dia de
folga, sem a necessidade de a compensação de dar na mesma semana.
Requer, pois, a exclusão da condenação ao pagamento de horas extras.
Sucessivamente, pleiteia a limitação da condenação às horas
excedentes a 8h48min por dia e 44h por semana, observada a devida
compensação ou quitação.
Pugna, ainda, pelo pagamento apenas do adicional em relação às horas
Prequestiona o art. 7º, XXVI, da CRFB e o art. 59, §2º, da CLT.
Sem razão, contudo.
A autora estava submetida, simultaneamente, a regime de
compensação semanal e banco de horas.
O regime de compensação semanal estava expressamente autorizado
pela cláusula quinta, § 1o, do ACT 2014/2015 (ID 5a26db0), in verbis:
As horas extraordinárias serão pagas com percentual de 50%. § 1º - A
empresa fica dispensada do pagamento do adicional supra referido, se o
excesso de horas de um dia for compensado pela diminuição da jornada de
outro dia, sendo devido o adicional apenas sobre as horas que excederem as
44 (quarenta e quatro) horas semanais.
Não obstante isso, extraio dos cartões-ponto (ID 59a05da) que,
durante toda a contratualidade, um ou dois sábados por mês eram
trabalhados, pelo que considero habitual o labor nesses dias.
E não se diga que os sábados laborados eram trocados por outros dias
de descanso, pelo que o sistema de compensação semanal não se via
desnaturado. Afinal, se havia, a compensação não se dava
necessariamente na mesma semana - o que acarretava o extrapolamento
do limite semanal de 44 horas. Ademais, previa o § 6° da cláusula quinta
do ACT:
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A Empresa poderá estabelecer em conjunto com o
Sindicato dias específicos de compensação laboral, incluindo
trocas de dias nos quais não há trabalho habitual (incluindo-se
sábados e domingos) com dias nos quais haveria trabalho
regular, bem como majorações específicas de jornada visando à
compensação.
Ademais, não foi juntado aos autos nenhum ajuste voltado à
regulamentação da troca do dia destinado à compensação.
Não fosse tudo isso, observo, ainda, nos controles de jornada, que o
labor acima de 8h48min diários era comum - caso em que aplicável o
item IV da Súmula 85 do TST: A prestação de horas extras habituais
descaracteriza o acordo de compensação de jornada. Nesta hipótese, as
horas que ultrapassarem a jornada semanal normal deverão ser pagas
como horas extraordinárias e, quanto àquelas destinadas à
compensação, deverá ser pago a mais apenas o adicional por trabalho
extraordinário. (ex-OJ nº 220 da SBDI-1 - inserida em 20.06.2001)
Desse modo, inválido o sistema de compensação semanal.
No tocante ao banco de horas, o § 2º da cláusula quinta do ACT
estabelecia:
É facultado às partes firmar Acordo ou Aditivo
disciplinando de forma diferente a prestação, compensação e
pagamento de horas extras mediante a instituição de
Compensação de horas.
Não há nos autos, porém, qualquer acordo ou aditivo regulamentador
do banco de horas.
E não se diga que tal regime foi instituído com amparo nos § 1° e § 6°
da cláusula quinta do ACT, porquanto tais dispositivos não tratam da
instituição de banco de horas, seja qual for o período de quitação do saldo de
horas aplicado.
Ademais, registro que o § 2º do art. 59 da CLT é claro ao estabelecer
limite diário de dez horas de labor para fins de validação do banco de horas.
Lê-se:
Poderá ser dispensado o acréscimo de salário se, por força
de acordo ou convenção coletiva de trabalho, o excesso de horas
em um dia for compensado pela correspondente diminuição em
outro dia, de maneira que não exceda, no período máximo de um
ano, à soma das jornadas semanais de trabalho previstas, nem
seja ultrapassado o limite máximo de dez horas diárias.
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No entanto, conforme bem consignado pelo Juiz de origem, era comum
o extrapolamento, inclusive, do limite acima referido, se considerada a
integração das horas in itinere e dos minutos destinados à troca de uniforme.
Por conseguinte, irregular também o banco de horas, não havendo falar
em afronta ao art. 7º, XXVI, da CRFB.
Contudo, para as horas excedentes à oitava diária, até o limite de
44 horas semanais, é devido apenas o adicional, nos termos do item IV
da Súmula n. 85, sendo devido o pagamento da hora + adicional para as
excedentes a 44 semanais.
Esclareço que não há falar em pagamento apenas do adicional em
relação às horas excedentes ao limite de 44 semanais porquanto as
disposições da Súmula 85 não se aplicam ao banco de horas (item V).
Por estas razões, dou provimento parcial ao recurso para limitar a
condenação ao pagamento do adicional de horas extras relativamente às
horas laboradas excedentes da 8ª diária, até o limite de 44 horas
semanais, nos termos do item IV da Súmula n. 85, subsistindo a
condenação ao pagamento da hora mais o adicional para as excedentes
da 44ª semanal, com o adicional e reflexos deferidos.
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2 - MÉRITO
2.1 - TEMPO DE ESPERA DO EMPREGADO PARA INÍCIO E APÓS
O TÉRMINO DA JORNADA EM RAZÃO DO FORNECIMENTO DE TRANSPORTE PELO
EMPREGADOR
A questão do tempo de espera para o início da jornada,
e posterior a ela, em razão da chegada antecipada e da saída do transporte
fornecido pela empresa, constitui tempo à disposição do empregador.
Tem-se como fato incontroverso que a reclamante
necessitava fazer uso do transporte fornecido pela empresa.
Consequentemente, nesse período de espera, a despeito de não receber
ordens da ré, estava à sua disposição.
O art. 4º da CLT definiu como período de serviço
efetivo o tempo em que o empregado esteja à disposição do empregador,
aguardando ou executando ordens, salvo disposição especial expressamente
consignada. Dessa forma, o período considerado como à disposição do
empregador e que integra a jornada de trabalho é aquele em que o empregado
permanece executando ordens ou aguardando instruções da empresa.
Esta Corte já firmou entendimento no sentido de que
o tempo gasto pelo empregado com troca de uniforme, higiene pessoal e
lanche, dentro das próprias dependências da empresa, bem como na espera
de transporte exclusivamente fornecido pelo empregador, é considerado
tempo à disposição do empregador, de sorte que, observada a tolerância
máxima de dez minutos diários, é devido como extraordinário todo o tempo
que efetivamente ultrapassar a jornada normal de trabalho.
Nesse sentido, esta Corte editou a Súmula nº 366, de
seguinte teor:
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importando as atividades desenvolvidas pelo empregado ao longo do tempo
residual (troca de uniforme, lanche, higiene pessoal, etc).
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trabalhadores 15 minutos antes da jornada, e o retorno da viagem iniciava-se
15 minutos em média, no final do expediente. Dessa feita, o tempo gasto pelo
empregado dentro das dependências da empresa deve ser considerado como
tempo à disposição do empregador e, portanto, deve ser computado na
jornada e remunerado como hora extraordinária. Recurso de Revista
conhecido e provido. RECURSO DE REVISTA DA RECLAMADA.
APELO INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DO NOVO CPC. TROCA DE
UNIFORME. TEMPO À DISPOSIÇÃO DO EMPREGADOR. O
provimento do Recurso de Revista da Reclamada não teria resultado prático
algum, uma vez que o tempo gasto com a troca de uniforme já se encontra
inserido no tempo de espera pelo transporte fornecido pelo empregador.
Apesar de os fatos geradores - tempo de espera pelo transporte fornecido
pelo empregador e troca de uniforme - serem diversos, não houve a soma dos
tempos gastos para se chegar ao tempo à disposição do empregador (30
minutos), porquanto apenas o tempo gasto pelo empregado dentro das
dependências da empresa, antes do registro de seu horário de entrada e após o
registro de sua saída para a espera do transporte totaliza os trinta minutos,
independentemente do tempo gasto com a troca de uniforme. Assim,
prejudicada a análise do Apelo da Reclamada, que objetiva a exclusão do
pagamento do tempo despendido na troca de uniforme, em razão do
provimento dado ao Recurso de Revista do Autor. (RR -
10503-49.2015.5.12.0017, Rel. Min. Maria de Assis Calsing, 4ª Turma,
DEJT de 19/5/2017)
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incorporado à jornada de trabalho do trabalhador, por se tratar de tempo à
disposição do empregador. Precedentes. Recurso de embargos conhecido e
não provido. (E-RR-602-34.2011.5.08.0203, Rel. Min. Augusto César Leite
de Carvalho, SBDI-1, DEJT de 11/4/2014)
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do empregador (art. 4º da CLT), sendo devido o pagamento das horas extras.
Recurso de embargos conhecido e não provido.
(E-ED-RR-138000-51.2009.5.18.0191, Rel. Min. Horácio Raymundo de
Senna Pires, SBDI-1, DEJT de 18/11/2011)
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bem como de configuração de divergência jurisprudencial, ante a aplicação
do teor da Súmula nº 333 do TST e do § 4º do artigo 896 da CLT. Recurso de
revista não conhecido. (RR-601-49.2011.5.08.0203, Rel. Min. José Roberto
Freire Pimenta, 2ª Turma, DEJT de 9/11/2012)
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Tribunal Superior do Trabalho fls.15
PROCESSO Nº TST-RR-10541-61.2015.5.12.0017
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escrito entre empregador e empregado, ou mediante contrato coletivo de
trabalho.
Além disso, o § 2º do art. 59 da CLT estabelece que
poderá ser dispensado o acréscimo de salário se, por força de acordo ou
convenção coletiva de trabalho, o excesso de horas em um dia for
compensado pela correspondente diminuição em outro dia, de maneira que
não exceda, no período máximo de um ano, à soma das jornadas semanais
de trabalho previstas, nem seja ultrapassado o limite máximo de dez horas
diárias.
No caso dos autos, a Corte a quo reputou inválido o
regime compensatório em virtude da prestação de labor extraordinário com
habitualidade e, também, em virtude de trabalho habitual nos sábados,
dias destinados à compensação. Dessa forma, assentou que o acordo de
compensação horária não fora efetivamente observado.
Ora, o acordo de compensação e a prorrogação de jornada
são incompatíveis. A compensação destina-se a manter a jornada de
trabalho no máximo tolerado pela legislação, prorrogando-a em
determinados dias para que o labor em outros seja suprimido. Se o
empregado já cumpre jornada dilatada, na expectativa de redução ou
supressão em outro dia da semana, o exercício de constante sobrejornada
vem em detrimento físico e social do empregado, em visível violação das
principais garantias dos trabalhadores, pois não se admite duas causas
de extrapolação de jornada - compensação e horas extraordinárias.
Assim, por ser o acordo de compensação exceção à regra,
deve ser cumprido em sua integralidade, para que produza eficácia, o que
não se verifica no caso dos autos. Não houve o mero desatendimento das
exigências formais do acordo de compensação, mas a inexistência do regime
em face do desrespeito ao conteúdo do ajuste, diante da inexecução da
jornada ali prescrita na realidade da prestação de trabalho, em que havia
habituais jornadas excessivas e labor nos sábados destinados à folga
compensatória, conforme se afere do contexto fático-probatório delineado
no acórdão regional.
Tais circunstâncias, por ferirem o princípio da
realidade, não emprestam nenhuma eficácia ao regime compensatório.
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Desse modo, restando patente a descaracterização do
acordo de compensação de horários, impõe-se a condenação da reclamada
ao pagamento, como horas extraordinárias, da totalidade do tempo
excedente à 8ª hora diária e à 44ª hora semanal.
Todavia, a Corte a quo, mesmo constatando a mencionada
situação fática, deu parcial provimento ao recurso ordinário interposto
pela reclamada para, reformando a sentença, limitar a condenação ao
pagamento do adicional das horas extraordinárias quanto ao tempo
destinado à compensação, aplicando, de forma equivocada, o item IV da
Súmula nº 85 do TST.
Ora, ao contrário do entendimento adotado pelo
Tribunal Regional, a ausência de efetiva compensação de horários em face
do labor habitual em horas extraordinárias e nos sábados destinados à
compensação, não atrai a aplicação da Súmula nº 85, IV, desta Corte. Nesse
sentido são os seguintes precedentes jurisprudenciais, o primeiro,
inclusive, envolvendo a própria reclamada:
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182-18.2016.5.12.0017, Rel. Min. Mauricio Godinho Delgado, 3ª Turma,
DEJT de 3/7/2017)
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compensação e confirmou a condenação da empresa ao pagamento das horas
extras excedentes ao limite legal. Precedentes. Não restou constatada a
contrariedade à Súmula 85 do TST, por não contemplar a hipótese retratada
nos autos. Aresto inservível, porquanto proveniente de Turma desta Corte
Superior. Recurso de revista não conhecido. Conclusão: Recurso de revista
parcialmente conhecido e provido. (RR - 325-26.2010.5.09.0041, Rel. Min.
Alexandre de Souza Agra Belmonte, 3ª Turma, DEJT de 29/4/2016)
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consubstanciada no item IV da Súmula 85 do TST - no sentido de que apenas
as horas que ultrapassarem a carga horária semanal devem ser remuneradas
como extras, sendo devido, quanto àquelas destinadas à compensação,
tão-somente o adicional por trabalho extraordinário -, por não se constatar o
mero desatendimento das exigências legais para a compensação de jornada
ou a simples prestação habitual de horas extras, mas, sim, a ausência de
efetiva compensação, em razão do extrapolamento das cargas horárias diária
e semanal e do labor habitual aos sábados - dia destinado à compensação . 3.
Decisão regional em harmonia com a jurisprudência desta Corte. Óbice da
Súmula 333/TST e do § 4º (atual § 7º) do art. 896 da CLT. Precedentes da
SBDI-1 e desta Primeira Turma. Recurso de revista não conhecido, no tema.
(RR - 33000-83.2009.5.09.0071, Rel. Min. Hugo Carlos Scheuermann, 1ª
Turma, DEJT de 18/9/2015)
ISTO POSTO
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reclamante quanto às horas extraordinárias relativas à inexistência do
regime de compensação de jornada semanal, por divergência
jurisprudencial, e, no mérito, dar-lhe provimento para restabelecer a
sentença de primeiro grau. Valor provisório da condenação acrescido da
quantia de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) e custas processuais majoradas
em R$ 100,00 (cem reais).
Brasília, 9 de agosto de 2017.
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PROCESSO Nº TST-ED-RR-395-94.2016.5.12.0026
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A C Ó R D Ã O
(3ª Turma)
GMMGD/jms/dsc
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A Reclamante interpõe embargos de declaração,
alegando omissão no julgado.
PROCESSO SOB A ÉGIDE DA LEI 13.015/2014 E ANTERIOR À
LEI 13.467/2017.
PROCESSO ELETRÔNICO.
É o relatório.
V O T O
I) CONHECIMENTO
II) MÉRITO
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A matéria suscitada pela Embargante já foi objeto de
pronunciamento por esta Corte na decisão embargada, que assim foi
fundamentada:
RECURSO DA RÉ
1. DESCANSO SEMANAL REMUNERADO.
INOBSERVÂNCIA DO DISPOSTO NO ART. 386 DA CLT
A autora alegou na inicial o que segue:
Assim estabelece o artigo 386 da CLT:
Havendo trabalho aos domingos, será organizada uma
escala de revezamento quinzenal, que favoreça o repouso
dominical.
Em que pese a autora usufruir de uma folga semanal, o fato
é que durante todo o contrato, trabalhou na escala 2x1, ou seja,
após dois domingos de trabalho consecutivos, usufruía o seu
descanso no domingo, contrariando a lei que determina que a
escala deve ser 1 x 1, ou seja, um domingo de trabalho e outro de
descanso e assim sucessivamente.
Considerando o descumprimento da determinação legal,
de ser a ré condenada no pagamento de um descanso dominical
durante todo o contrato, sempre que esse descanso foi usufruído
após dois domingos consecutivos de trabalho, sem a observância
da escala de revezamento quinzenal, nos termos da lei (art. 386
da CLT), com adicional de 100%, bem como dos reflexos [...].
(ID. 8aab1c0 - Pág. 2)
O Juízo de primeiro grau acolheu parcialmente a tese
obreira.
Reconheceu o desrespeito ao art. 386 da CLT, deferindo o
pagamento "dos DSR relativos aos domingos trabalhados sem
que tenha sido observada a escala prevista no art. 386 da CLT".
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Entretanto, indeferiu a a dobra, visto que a obreira sempre
fruiu a folga semanal.
Contra tal decisão insurge-se a ré.
Pois bem.
Entendo que a empresa ora recorrente tem razão.
Explico: por se tratar de um supermercado, a ré está
abrangida pela Lei nº 10.101/2000, na sua redação atual,
dada pela Lei nº 11.603/2007.
Referido diploma legal dispõe, em seu art. 6º, verbis:
Fica autorizado o trabalho aos domingos nas atividades do
comércio em geral, observada a legislação municipal, nos termos
do art. 30, inciso I, da Constituição. Parágrafo único.
O repouso semanal remunerado deverá coincidir, pelo
menos uma vez no período máximo de três semanas, com o
domingo, respeitadas as demais normas de proteção ao trabalho e
outras a serem estipuladas em negociação coletiva. (sem grifo no
original)
Sob a minha ótica, a Lei 10.101/2000, aplicável ao
comércio em geral, configura legislação específica
superveniente em relação à CLT.
Ela fixa a frequência com que o DSR deve coincidir
com o dia de domingo ("uma vez no período máximo de três
semanas") sem estabelecer nenhuma diferenciação uma vez
no período máximo de três semanas em entre homens e
mulheres.
Assim, dou provimento para excluir as diferenças de DSRs
contempladas na Sentença.
Restam prejudicados os demais itens do recurso patronal e
a totalidade do recurso obreiro.
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A coincidência, contudo, é preferencial, e não absoluta. Há empresas
autorizadas a funcionar em domingos (desrespeitando, pois, licitamente, essa
coincidência preferencial). Tais empresas deverão, porém, organizar uma
escala de revezamento entre seus empregados, de modo a permitir a
incidência periódica em domingos de um descanso semanal remunerado.
Nessa escala de trabalho e folgas, é preciso que se respeite a coincidência
preferencial com os domingos, determinada pela Constituição. A
observância de uma folga aos domingos em cada quatro semanas mensais,
conforme antiga redação do parágrafo único do art. 6º da Lei 10.101, de 2000
(diploma antecedido por Medidas Provisórias), ou uma folga dominical em
cada bloco de três semanas mensais (nova redação do art. 6º, parágrafo
único, da Lei n. 10.101, desde a MPr n. 388, de 2007 (convertida na Lei n.
11.603/07), atende ao comando e objetivo constitucionais.
O comércio em geral, embora não configure – em seu todo – atividade
que, por sua natureza ou pela conveniência pública, deva ser exercida aos
domingos (parágrafo único do art. 68 da CLT), passou a ser favorecido pela
possibilidade de elidir a coincidência preferencial enfatizada pela ordem
jurídica. É que as Medidas Provisórias n. 1.539-34, de 1997 (em seu art. 6º),
1.539-36/97 (em seu art. 6º e parágrafo único) e subsequentes diplomas
provisórios editados ma mesma direção vieram a autorizar o trabalho aos
domingos no comércio varejista em geral, observado o art. 30, inciso I, da
Constituição (inciso constitucional que se reporta à competência municipal
para legislar sobre assuntos locais – o que abrange o horário do comércio). A
contar da MP n. 1.539-36/97 (editada após decisão do STF relativa à
inconstitucionalidade do preceito anterior), acrescentou-se a seguinte regra
ao dispositivo em exame: o repouso semanal remunerado deverá coincidir,
pelo menos uma vez no período máximo de quatro semanas, com os
domingos, respeitadas as demais normas de proteção ao trabalho e outras
previstas em acordo ou convenção coletiva (parágrafo único do art. 6º da MP
n. 1.539-36/97 – redação que foi mantida nas subsequentes medidas
provisórias, como, por exemplo, a de n. 1.982-70, de 4.5.2000, e
1.982-76/2000, esta convertida na Lei n. 10.101, de 19.12.2000.
Desde a MP n. 388, de 2007 (convertida na Lei n. 11.603/07), a escala
de coincidência dominical foi aperfeiçoada, devendo o descanso semanal
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remunerado coincidir com o domingo ao menos uma vez no período máximo
de três semanas.
Observe-se que, no período anterior à Constituição de 1988 e aos
diplomas legais do anos 2000, supracitados, essa coincidência se dava a cada
sete semanas (sic!), conforme explicitado pela Portaria nº 417/1966 do
Ministério do Trabalho – a qual foi, desse modo, superada pelo novo
contexto normativo inaugurado pela Constituição e confirmado pelas leis nº
10.101/2000 e nº 11.603/2007.
Infere-se, portanto, que a decisão do TRT está em consonância com o
critério de frequência de concessão de folgas aos domingos estabelecida após
a evolução legislativa indicada, que fixou, a final, a possibilidade de se
disponibilizar ao trabalhador a coincidência do descanso ao domingo uma
vez a cada três semanas laboradas.
Vale observar ainda que a Constituição Federal, em seu art. 7º, XX,
estabelece a proteção do mercado de trabalho da mulher, não devendo
prevalecer normas que importem em direto ou indireto desestímulo à
garantia ou abertura do mercado de trabalho para a mulher. Por isso,
considera-se compatível com essa regra constitucional a aplicação do critério
de coincidência dominical para os repousos semanais estipulada pela Lei
11.603/07 a todos os trabalhadores por ela abrangidos, sem distinção de
gênero.
Portanto, por estar a decisão do TRT em consonância com o art. 1º da
Lei 11.603/07, bem como com o art. 7º, XX, da CF, deve prevalecer o
entendimento adotado pelo Tribunal Regional.
Ressalte-se que as vias recursais extraordinárias para os tribunais
superiores (STF, STJ, TST) não traduzem terceiro grau de jurisdição;
existem para assegurar a imperatividade da ordem jurídica constitucional e
federal, visando à uniformização jurisprudencial na Federação. Por isso seu
acesso é notoriamente restrito, não permitindo cognição ampla.
Ante o exposto, não conheço do recurso de revista.”
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Ademais, nos termos da OJ 118/SBDI-1/TST, "havendo
tese explícita sobre a matéria, na decisão recorrida, desnecessário
contenha nela referência expressa do dispositivo legal para ter-se como
prequestionado este".
Salienta-se, outrossim, que não há confundir omissão
do julgado com decisão contrária ao interesse da Embargante.
Ressalte-se, a propósito, que a omissão, contradição
ou obscuridade a justificarem a oposição de embargos de declaração apenas
se configuram quando o Julgador deixa de se manifestar acerca das matérias
contidas no recurso interposto, utiliza fundamentos colidentes entre si,
ou ainda quando a decisão não é clara.
Se a argumentação dos embargos não se insere em nenhum
dos vícios mencionados nos arts. 897-A da CLT e 1.022 do CPC/2015, deve
ser desprovido o recurso.
Pelo exposto, NEGA-SE PROVIMENTO aos embargos de
declaração.
ISTO POSTO
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E-Mail:vt.parademinas@trt3.jus.br
DESTINATÁRIO:
ADEEL ALIMENTOS S.A.
35661-266 - RUA PADRE ZANOR , 2500 - VILA INDUSTRIAL - VILA BENVINDA - PARA DE
MINAS - MINAS GERAIS
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Número do processo: 0010076-57.2019.5.03.0148 ID. 391caae - Pág. 1
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Fls.: 84
PROCESSO: 0010076-57.2019.5.03.0148
CLASSE: AÇÃO TRABALHISTA - RITO SUMARÍSSIMO (1125)
AUTOR: LUIS CARLOS NOGUEIRA
RÉU: ADEEL ALIMENTOS S.A.
Fica V. Sa. notificado(a) para comparecer à audiência UNA que se realizará no dia 19/03/2019
13:50 horas, na sala de audiências da Vara do Trabalho de Pará de Minas, situada à RUA
TABATINGA, 170, VILA SINHÔ, PARÁ DE MINAS/MG - CEP: 35660-089. A petição inicial e
documentos poderão ser acessados apenas em meio eletrônico, mediante consulta ao
seguinte endereço na internet: http://pje.trt3.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento
/listView.seam, digitando no campo "número do documento" o(s) número(s) descrito(s) como
chave(s) de acesso, abaixo identificado(s):
Assinado eletronicamente por: MIRIAN APARECIDA BARRETO DA SILVEIRA - 01/02/2019 11:30:24 - 391caae
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Número do processo: 0010076-57.2019.5.03.0148 ID. 391caae - Pág. 2
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Fls.: 85
Caso V. Sa. não consiga consultá-los via internet, deverá comparecer à Unidade Judiciária
(endereço acima indicado) para ter acesso a eles ou receber orientações.
A audiência será UNA, de conciliação, instrução e julgamento, nos termos da Lei 9957/2000,
que disciplina o RITO SUMARÍSSIMO nos feitos trabalhistas, devendo V.Sa. trazer a esta
audiência as testemunhas que julgar necessárias, até o limite de duas.
A defesa deverá ser apresentada dentro do Processo Judicial Eletrônico (PJe), acessado
com assinatura digital, nos termos da Lei 11.419/2006, da Resolução 136/2014 do CSJT.
Nos termos do artigo 847 da CLT, faculta-se a apresentação de defesa oral em audiência.
Todos os documentos que acompanham a defesa deverão estar no formato digital e ser
apresentados dentro do Processo Judicial Eletrônico (PJe) até uma hora antes da audiência,
exceto se a parte não estiver assistida de advogado, quando poderá apresentá-los em
audiência.
NOS TERMOS DO ART. 22 DA RESOLUÇÃO CSJT N° 136 DE 25 DE ABRIL DE 2014, FICA ADVERTIDO(A) O
(A) RECLAMADO(A) DE QUE NÃO SERÃO APRECIADOS E SERÃO, CONSEQUENTEMENTE,
DESCONSIDERADOS PARA FINS PROBATÓRIOS, TODOS OS DOCUMENTOS DIGITALIZADOS E
ANEXADOS ÀS PETIÇÕES ELETRÔNICAS QUE NÃO ESTEJAM ADEQUADAMENTE CLASSIFICADOS E
ORGANIZADOS, OU SEJA, QUE ESTEJAM ILEGÍVEIS, INVERTIDOS (VISUALIZAÇÃO DIVERSA PARA
LEITURA), NOMEADOS DE FORMA EQUIVOCADA, NOMEADOS GENERICAMENTE E ANEXADOS SEM
OBSERVÂNCIA DA ORDEM CRONOLÓGICA.
Na audiência referida lhe é facultado fazer-se substituir por um preposto (empregado) que
tenha conhecimento direto dos fatos, bem como fazer-se acompanhar por advogado(a), sendo
que o não comparecimento a audiência ou a não apresentação de defesa e documentos nos
termos acima indicados, poder-lhe-á acarretar sérios prejuízos, presumindo-se aceitos como
verdadeiros todos os fatos alegados pelo autor e constantes da petição inicial, nos termos do
Art. 844 da CLT, esclarecendo, por fim que em se tratando de pessoa jurídica, sugere-se
apresentar com a defesa a cópia atual do estatuto constitutivo (contrato social) de forma
eletrônica.
Assinado eletronicamente por: MIRIAN APARECIDA BARRETO DA SILVEIRA - 01/02/2019 11:30:24 - 391caae
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Fls.: 86
ADEEL ALIMENTOS S.A., sociedade empresária sediada em Pará de Minas, onde mantém
estabelecimento na Rua Padre Zanor, n. 2.500, Bairro Dom Bosco, inscrita no CNPJ sob o n. 09.296.491
/0001-34, vem perante Vossa Excelência requerer a habilitação de seu procurador, para acompanhar o
feito até final decisão.
Termos em que,
Pede deferimento.
OAB/MG 132.345
ADEEL ALIMENTOS S.A., já qualificada, vem perante Vossa Excelência, por seu advogado, requerer
a juntada de sentença paradigma, a fim de comprovar que a sede da Reclamada está localizada em local
de fácil acesso e servido por transporte público de passageiros.
Termos em que,
Pede deferimento.
OAB/MG 132.345
Poder Judiciário
Justiça do Trabalho
Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região
Partes:
AUTOR: LUCIANA SILVA - CPF: 013.596.686-83
ADVOGADO: GLEYDSON LUCIO FERREIRA - OAB: MG0125395
ADVOGADO: HELDER DE CARVALHO FERREIRA ROSA - OAB: MG0150484
ADVOGADO: HAIDER MILANEZ OLIVEIRA - OAB: MG0118724
ADVOGADO: OSMAR LUCIO FERREIRA - OAB: MG0047648
RÉU: ADEEL ALIMENTOS S.A. - CNPJ: 09.296.491/0001-34
ADVOGADO: GILSON FERNANDO DA SILVA - OAB: MG132345
ADVOGADO: ROMULO DE OLIVEIRA MENDONCA - OAB: MG49196
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 03ª REGIÃO
Vara do Trabalho de Pará de Minas
RTOrd 0011961-14.2016.5.03.0148
AUTOR: LUCIANA SILVA
RÉU: ADEEL ALIMENTOS S.A.
JUSTIÇA DO TRABALHO
Aos dias 09 do mês de novembro de 2017, às 17h00min, na sede da Vara do Trabalho de Pará
de Minas-MG, realizou-se a audiência para julgamento dos pedidos formulados na Ação Trabalhista
ajuizada por LUCIANA SILVA em face de ADEEL ALIMENTOS S/A.
I- RELATÓRIO
LUCIANA SILVA, devidamente qualificada nos autos, ajuizou ação trabalhista em face de
ADEEL ALIMENTOS S/A. alegando, em suma, que: foi admitida pela reclamada em 10/12/2014 como
auxiliar de produção, sendo imotivadamente dispensada em 24/10/2016, quando percebia a remuneração
média mensal de de R$1.100,00; o acerto rescisório foi pago fora do prazo legal, razão pela qual faz jus
ao pagamento da multa do art. 477, §8º, da CLT; cumpria jornada de segunda à sexta-feira, de 07 às 17h,
com 01h15min de intervalo, sendo transportada em veículo fornecido pela ré, para o que saía de casa às
05h25min e após a jornada, aguardava a chegada do ônibus da empresa e era transportada até sua
residência. Requer o pagamento de 04h45min a título de horas extras à disposição. Pleiteia, ainda, a
concessão dos benefícios da Justiça Gratuita. Junta documentos, procuração e declaração de
hipossuficiência.
A reclamada em defesa, argumenta que as verbas rescisórias foram pagas a tempo e modo; a
empresa fica em local de fácil acesso e amplamente servida por transporte público, apontando as linhas
que regularmente passam pela empresa. Requer a improcedência dos pedidos.
É o relatório.
2- FUNDAMENTOS
Alega a reclamante que cumpria jornada de segunda a sexta-feira, de 07h às 17h e dependia de
condução fornecida pela empresa para deslocar-se no trajeto casa-trabalho. Segue narrando que
embarcava no veículo às 05h25min, chegando na empresa às 07h; ao término da jornada, aguardava a
chegada do ônibus, cerca de 01h30min e era transportada até sua residência, gastando no trajeto
01h40min. Requer o pagamento de 04h45min extras como tempo à disposição da empresa.
A reclamada refuta as alegações obreiras e sustenta que a empresa fica sediada em local de
fácil acesso e amplamente servida por transporte público.
Pois bem.
A preposta da empresa, ouvida, afirmou que: "a reclamante pegava a condução da empresa
às 05:45 horas e chegava ao local de trabalho às 06:35 horas; na volta pegava a condução às 17:25
horas e chegava às 17:55horas; as mesmas pessoas são conduzidas tanto na ida quanto na volta; a
reclamante embarca e desembarca no mesmo ponto próximo a sua casa".
"pega a condução da empresa às 05:50 horas e chegava ao local de trabalho às 06:35 horas;
na volta pegava a condução quando terminava o serviço e gastava 1:10h no trajeto; a
reclamante gastava o mesmo tempo na ida e na volta para o local de serviço; o ponto em que
a reclamante pegava a condução da empresa é antes do ponto do depoente e que a
reclamante pega a condução 5 minutos mais cedo que o depoente; existe condução pública
que passa perto da sede da empresa, isto é, cerca de 10 minutos caminhando, sendo que já
pegou esse ônibus para ir para o serviço para chegar mais cedo; essa condução pública
passa no bairro do depoente e também no bairro vizinho, Walter Martins, onde mora a
reclamante; existe horário compatível com a jornada da depoente; o depoente não é obrigado
a utilizar a condução da empresa; o depoente pega a condução perto de sua casa; na volta o
depoente aguarda a condução fora da empresa; o depoente mora no bairro Seringueiras, que
fica ao lado do bairro Walter Martins; a empresa fornece vale-transporte; o primeiro ônibus
da empresa Turi sai às 06 horas. ".
O disposto do art. 58, § 2º, da CLT, é muito claro. O tempo despendido pelo empregado até o
local de trabalho e para seu retorno, por qualquer meio de transporte, não deve ser computado na
jornada de trabalho. É essa a regra. Há uma única exceção, por sinal, expressamente ressalvada no
mesmo dispositivo: a hipótese em que o empregador forneça a condução, quando se tratar de local de
difícil acesso ou não servido por transporte público.
Resta apurar se o local é de difícil acesso ou não servido por transporte público.
Conforme documentação acostada aos autos, a empresa ré fica sediada na Rua Padre Zanor,
nº2.500, Bairro Distrito Industrial. Referido local encontra-se dentro do perímetro urbano da cidade, em
bairro que possui diversas empresas como Itambé, Granvita, Sibele Alimentos. A distância do centro da
cidade é inferior a 5Km. Trata-se, pois, de local de fácil acesso. Tudo isso facilmente verificável através
dos mapas disponibilizados no endereço eletrônico www.googlemaps.com
Se não bastasse, existe transporte público regular e que atende o local, inclusive compatível
com a jornada de trabalho. As linhas indicadas na defesa, que passam próximo a sede da empresa,
possuem horários variáveis e que atendem o local de trabalho, conforme documento de f. 132-133.
Referido documento, apesar de impugnado pela autora, não foi desconstituído por prova em contrário.
A alegação da obreira, no sentido de que referidas linhas não passam pela residência da autora
não merece prosperar, uma vez que seria plenamente cabível tomar uma condução até o centro da cidade
e, em seguida, o veículo que se dirige até a empresa. Ao término da jornada faria o procedimento inverso.
Tampouco prospera o pedido de horas extras relativo ao tempo de espera da condução, uma
vez que, conforme claramente expressa a Tese Prevalecente 13 do TRT da 3ª Região, somente deve ser
considerado como hora extra o tempo à disposição, se houver impossibilidade de utilização de outro meio
de condução, situação que não se amolda ao caso em apreço.
3 - CONCLUSÃO
Pelo exposto, julgo IMPROCEDENTES os pedidos formulados por LUCIANA SILVAem
face de ADEEL ALIMENTOS S/A., na forma dos fundamentos, que integram esta conclusão.
Concedida à reclamante a gratuidade de justiça.
Atentem as partes para a previsão contida nos artigos 80, 81 e 1.026, §2º, do NCPC, não
cabendo embargos de declaração para rever fatos, provas e a própria decisão ou, simplesmente, contestar
o que foi decidido.
SUMÁRIO
Documentos
Id. Data de Documento Tipo
Juntada
3a5ae7c 09/11/2017 Sentença Sentença
12:09
CONCILIAÇÃO REJEITADA.
Defesa escrita, com documentos. Proceda a Secretaria da Vara à retirada do sigilo, se for o
caso. Vista ao reclamante, em audiência, manifestando-se nos seguintes termos: "MM. Juiz, fica
impugnado o documento de ID. 5382439 uma vez que o mesmo trata de descanso aos domingos em que
pese ser de forma preferencial, há que se considerar princípios constitucionais que primam pela
convivência do trabalhador com seus familiares. Com relação à jornada itinerária, documento ID.
aa1624f, a parte reclamante impugna o referido documento uma vez que existe uma linha estreita de
discussão, qual seja, o fornecimento de transporte pela reclamada com o chamado do prestador de
serviços de transporte ser acionado pela reclamada. Ademais, quem define e tem o poder diretivo de
pautar o transporte coletivo público e/ou particular é da reclamada e não do trabalhador. Reitera os
demais termos da inicial".
CONCILIAÇÃO:
O reclamante dá geral e plena quitação pelo objeto da inicial e extinto contrato de trabalho,
ficando estipulada multa de 50% sobre o saldo devedor em caso de inadimplência ou mora e vencimento
antecipado das parcelas vincendas.
Assinado eletronicamente por: LEONARDO TIBO BARBOSA LIMA - 19/03/2019 18:33:13 - 052a722
https://pje.trt3.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=19031917011588400000084408710
Número do processo: 0010076-57.2019.5.03.0148 ID. 052a722 - Pág. 1
Número do documento: 19031917011588400000084408710
Fls.: 97
ACORDO HOMOLOGADO.
Juiz do Trabalho
Assinado eletronicamente por: LEONARDO TIBO BARBOSA LIMA - 19/03/2019 18:33:13 - 052a722
https://pje.trt3.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=19031917011588400000084408710
Número do processo: 0010076-57.2019.5.03.0148 ID. 052a722 - Pág. 2
Número do documento: 19031917011588400000084408710
Fls.: 98
ADEEL ALIMENTOS S.A., já qualificada, vem perante Vossa Excelência, por seu advogado, requerer
a juntada da carta de preposição.
Termos em que,
Pede deferimento.
OAB/MG 132.345
CERTIDÃO DE ARQUIVAMENTO
Certifico e dou fé que não restam obrigações a serem cumpridas nos presentes autos, estando assim o
processo em condições de ser arquivado, o que faço nesta oportunidade.
Assinado eletronicamente por: MIRIAN APARECIDA BARRETO DA SILVEIRA - 13/05/2019 13:06:31 - 36401a2
https://pje.trt3.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=19051313063183000000087481910
Número do processo: 0010076-57.2019.5.03.0148 ID. 36401a2 - Pág. 1
Número do documento: 19051313063183000000087481910
SUMÁRIO
Documentos
Data da
Id. Documento Tipo
Assinatura
Carteira de Trabalho e
0c51892 31/01/2019 16:45 Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) Previdência Social
(CTPS)
Declaração de
e9c30a8 31/01/2019 16:45 Declaração de Hipossuficiência Hipossuficiência
Carteira de Trabalho e
8b874fa 31/01/2019 16:45 Anotações Gerais Previdência Social
(CTPS)
Número de
c4b866a 31/01/2019 16:45 Número de Identificação do Trabalhador (NIT) Identificação do
Trabalhador (NIT)
Contracheque/Recibo
cb62ae1 31/01/2019 16:45 Contracheque/Recibo de Salário de Salário
Contracheque/Recibo
eef6d2f 31/01/2019 16:45 Contracheque/Recibo de Salário de Salário
Contracheque/Recibo
dbd6c0b 31/01/2019 16:45 Contracheque/Recibo de Salário de Salário
Termo de Rescisão de
6037d88 31/01/2019 16:45 Termo de Rescisão de Contrato de Trabalho (TRCT) Contrato de Trabalho
(TRCT)
Convenção Coletiva de
8712092 31/01/2019 16:45 Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) Trabalho (CCT)
Convenção Coletiva de
4df72f8 31/01/2019 16:45 Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) Trabalho (CCT)
Solicitação de
25b0c33 18/03/2019 16:42 Manifestação Habilitação