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Adilson Antunes Pinto

Advogado – OAB/SC 20.181


EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA VARA DE
FRAIBURGO – ESTADO DE SANTA CATARINA.

Autos: 00283-2009-049-12-00-7

OSNEY COSTA, já devidamente qualificado, nos


autos da AÇÃO TRABALHISTA supra mencionada, movida contra FISCHER S/A
COMÉRCIO, INDÚSTRIA E AGRICULTURA, através de seu procurador infra-
assinando, vem respeitosamente e tempestivamente à presença de Vossa Excelência,
apresentar

MANIFESTAÇÃO SOBRE LAUDO


PERICIAL

apresentado pelo expert nomeado pelo Juízo.

A perícia apresentada nos autos supra não merece


credibilidade, eis que eivada de erro substancial quanto as observações a que deveria ter
se atido o Sr. perito quando da feitura da perícia in loco e principalmente aos
documentos juntados aos autos com relação dos EPI’s fornecidos pelo demandado,
senão vejamos:

Avenida Rio das Antas, 622, Centro, CEP 89.580.000, Fraiburgo - SC, Fone/Fax (049) 3246-0727 e 9992-2345.
E-mail: intimatrt@gmail.com
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Adilson Antunes Pinto
Advogado – OAB/SC 20.181
O Sr. Perito no corpo do laudo, fls. 59, afirma que o
autor não esteve exposto a umidade, sendo que em dias de chuva não eram realizadas as
atividades laborais, e a umidade pela parte da manhã era neutralizada com os EPI’s.
Ocorre que os Equipamentos de Proteção Individual – EPI’s, não foram devidamente
fornecidos ao autor, conforme a Norma Regulamentadora – NR – 15, assim como não
recebeu treinamento para a utilização dos mesmos, restando impugnada a alegação.

O expert no corpo do laudo, fls. 59, afirma que


durante suas tarefas o autor esteve exposto a agentes químicos em suspensão –
fornaldeido (formol) na hipótese possível de reentrada em áreas tratadas sem uso
correto dos EPI’s necessários, sendo que haveria insalubridade em grau máximo quando
forem ultrapassados os limites de tolerância, conforme quadro I do anexo 11 da NR-15,
nos casos de trabalhadores não protegidos por EPI’s.

Porém o expert afirma que:

“Sobre os possíveis agentes químicos em suspensão


não é possível avaliar se eles existem ou não sem
uma medição com medidor específico para cada
produto, onde o trabalhador irá usá-lo por um
período recomendado e em seguida feita uma
análise por laboratório especializado e de renome
para que possa fornecer e comprovar a existência
do possível produto em suspensão e sua
quantidade.”

E mais:

“Portanto, nada podemos afirmar quanto aos


agentes químicos em suspensão.”

Ora Excelência, o Sr. perito nomeado pelo Juízo


declara que não possui capacidade técnica suficiente para detectar possíveis atividades
insalubres, sendo assim não deverá ser considerado suas alegações, justamente porque a
produção de laudo técnico pericial tem o objetivo de elucidar os fatos e esclarecer as
atividades insalubres do trabalhador, não devendo este ser prejudicado pela falta de
conhecimento técnico, sendo que o expert deveria abster-se de produzir “laudo técnico’
se não possui assumidamente conhecimento para elucidar os fatos.

E ainda neste sentido as fls. 62:

“Se ultrapassado limite de tolerância do formol a


insalubridade seria de grau máximo, ou seja, 40%
do salário.”

Ora Excelência, é dever do próprio expert dizer se


ultrapassou ou não o limite de tolerância do formol. Este deveria elucidar os fatos e não
apenas utilizar de meras argumentações para esquivar-se do seu próprio dever.

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Por tal motivo o autor não deverá restar prejudicado
sem receber a insalubridade em grau máximo a qual faz jus. Mais uma vez não merece
respaldo a alegação do Sr. Perito, sendo que além de não elucidar o que deveria, acaba
por confundir o juízo.

Sendo assim restará provado findo o processo, que o


autor reentrava em áreas tratadas, durante várias horas ao dia, onde ultrapassava os
limites de tolerância, sendo que a demandada não fornecidos EPI’s necessários para
elidir tais agentes.

Não obstante a isso, o Sr. Perito as fls. 60, demonstra


que o autor realizou atividades que envolviam agentes químicos, porém somente se
restar provado que este adentrava nas áreas tratadas.

Ocorre que conforme exposto na preambular, e


também como restará provado findo o processo, o autor adentrava nas áreas tratadas
cerca de 10/20 minutos após o tratamento, inúmeras vezes ao dia.

Ademais, restará provado em instrução que as


funções exercidas pelo autor são aquelas expostas na inicial, e que o mesmo esteve
exposto a agentes químicos e, portanto, devido o pagamento do adicional de
insalubridade em grau máximo.

Assim, espera com a maior confiança, que a


demandada seja condenada ao pagamento das verbas indenizatórias pleiteadas na inicial,
posto que ficou evidenciado e mais uma vez demonstrado, a culpa da demandada no que
concerne à falta de condições de trabalho adequada, pondo em risco a saúde seus
funcionários.

Termos em que,
Pede deferimento.

Fraiburgo (SC), 29 de setembro de 2009.

Adilson Antunes Pinto


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