Você está na página 1de 6

Excelentíssimo(a) Sr(a). Dr(a).

Juiz(a) Federal da   ª Vara do Trabalho de


São Paulo – SP.

                                   

Processo:              nº XXXXXXXXXXXXXXXXX


Assistente Técnico: Rodolfo Mathias
Reclamante:          XXXXXXXXXXXXXXXXXXX
Reclamada:           XXXXXXXXXXXXXXXXXXX

                            XXXXXXXXXXXXXXXXXXX, já qualificada nos autos da lide


trabalhista, que promove contra a empresa XXXXXXXXXXXXXXXXX, autos em
epigrafe indicado, que tramitando perante esta Douta Vara do Trabalho, por
seus novos patronos, vem, à presença de Vossa Excelência, tempestivamente
na oportunidade que lhe conferiu o respeitável despacho de fls. 124,
manifestar-se sobre o

LAUDO E HONORÁRIOS PERÍCIAIS,

a saber, o quanto segue:

Em que pese o brilhantismo contido do Laudo Pericial ofertado pelo Ilustre


Perito, Senhor XXXXXXXXXXXXXXXXXXXX CREA nº XXXXXXX, exarado de
fls XXX a XXX, pós-graduado em Engenharia de Segurança do Trabalho,
Mestre em Sistema Integrado de Gestão em Segurança e Saúde no Trabalho,
nomeado, efetivamente, não há como se acolher a conclusão do laudo pericial
item 10, fls 121, no sentido de que “NÃO HÁ O ENQUADRAMENTO DE
INSALUBRIDADE CONFORME PORTARIA 3.214/78 e. a N.R. 15 EM SEUS
ANEXOS”,

Assim, desde logo, a reclamante adota como razões de


suas impugnações a bem detalhada exordial do Ilustre Perito com a fotografia
acostada do local de trabalho da obreira, revela-se insuficiente ao contrariar,
"data vênia", os dados contidos no teor - CRITÉRIO DE ACOMPANHAMENTO
- COTAÇÃO – do mês de junho de 2007, acostado às fls 16 – doc. 03, cujos
dados pedimos vênia para reproduzir:
Numero de Ligações Atendimento
1453 -:- 19 dias Mês 06 de 2007.
76 Média de ligações / dia.
03:10 Tempo médio de exposição
76 x 03:10 Média de exposição 235.6 minutos / dia.

                            Importante ressaltar, que a MÉDIA de atendimento, o D.


Perito atesta as fls 114. pa. 13 do Laudo “EM TORNO” de 80 chamadas.
Não se mostra o Laudo fonte a elucidar o caso dos autos,
neste passo, revela ainda que o D.Perito as fls 113,pag 12 último parágrafo,
afirma o quanto segue:

“ Avaliação Quantitativa sobre recepção de sinais em fone. Não há


metodologia explicita na legislação sobre a avaliação da exposição dos
trabalhadores aos RUÍDOS decorrentes do uso de fone de ouvido (ou “head-
set” ou “headfone”) para atendimento telefônico”

 Logo, nesse viés, há RUÍDOS com uso de head-set ou


head-fone para atendimento continuo e intermitente, significa dizer
a RECLAMADA OPERADORA DE TELEMARKETING, embora tenha
recebido a nomenclatura de ASSISTENTE DE COTAÇÃO em
sua BAIA delimitada por vidros divisórios nas laterais, ilustra a foto pag. 07 –
fls. 108 esteve exposta ao longo de sua jornada de atendimento MÉDIO ou EM
TORNO de 80 chamadas a RUÍDOS além dos sinais continuo e intermitente.

O expert  colide frontalmente com o LAUDO de fls., 38,


doc. 47 do D.Perito XXXXXXXXXXXXXXX, no qual atesta, “a presença das 4
condições concomitantes, caracteriza-se a insalubridade na atividade
exercida no local de trabalho” prova emprestada, valorada em nossos
tribunais, nesse sentido, é a jurisprudência:
 
TRT-14 – RECURSO ORDINÁRIO TRABALHISTA: RO 242 RO 0000242.
Ementa:
PROVA EMPRESTADA. PROCESSO ENVOLVENDO TERCEIROS.
IDENTIDADE FÁTICA.
É perfeitamente admissível a prova emprestada de um processo no qual
figuram somente terceiros e dele não tenha participado a obreira, desde que
verificada a identidade fática. Trata-se a prova emprestada de fator formador
de convicção do magistrado, servindo como mecanismo de conhecimento da
situação fática, motivo pela qual se rejeita a alegação de nulidade do laudo
pericial. ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. AGENTE COMUNITÁRIO DE
SAÚDE. LAUDO PERICIAL. Tendo o laudo pericial constatado que a função
desempenhada pelo agente comunitário de saúde o expõe a riscos de
contaminação por doenças infectocontagiosas, na forma do anexo 14 da
Norma Regulamentadora 15 do Ministério do Trabalho e Emprego, devido é o
adicional de insalubridade em grau médio.
Processo: 0000242-19.2011.5.14.0111
Classe: Recurso Ordinário (00242.2011.111.14.00-0)
Órgão Julgador: 1ª TURMA
Origem: Vara do Trabalho de Pimenta Bueno - RO
Recorrentes(s): Município de Pimenta Bueno
Procurador(es): Emanuelle Urizzi Bernandi e Outros
Recorrido(s): Luciana Aparecida Batista
Advogado(S): Carlos Alberto Vieira da Rocha
Relatora: Desembargadora Maria Cesarineide de Souza Lima
Revisor: Desembargador Ilson Alves Pequeno Junior.
O sub-item 7.3.1.1.3 – Aspecto Legal do item 7.3 – DOS
RESULTADOS DE NOSSAS AVALIAÇÕES à fls. 115, que pedimos vênia
para reproduzir, induz ao entendimento equivocado, senão, vejamos:

... desenvolveu tarefas de atendimento telefônico ATIVO, ou seja realizava


ligações telefônicas com exposição aos sinais de chamada totalizando em
torno de MENOS DE 3 (TRÊS) MINUTOS distribuídos ao longo da jornada
de trabalho. Entendemos que a referida exposição ocorria de maneira
EVENTUAL, sem caracterização de risco laboral. Diante do resultado das
avaliações, analise e o confronto do aspecto legal apontado através da portaria
3.240/78 NR.15 anexos 1 e 13 concluímos que NÃO HÁ O
ENQUADRAMENTO DE INSALUBRIDADE NAS ATIVIDADES DA
RECLAMANTE, tendo em vista a exposição ao agente físico ruído.

O termo – EVENTUAL – aplicado pelo D.Perito em


essência traduz: - depender de eventualidade, ser causal, aleatório, incerto,
fortuito, destoa FLAGRANTEMENTE de 80 chamadas
concomitante RUÍDOS produzidos por cabeças de head-set ou headfone ao
longo de 8 horas em jornada de trabalho.

Expõe ainda em seu mister o Ilustre Perito:

“NÃO HAVER METODOLOGIA explicita na legislação sobre a avaliação da


exposição dos trabalhadores aos ruídos decorrentes do uso do fone de ouvido
(ou “head-set” ou “head-fone”)...”

O Ministério do Trabalho através da (Portaria n. 3.311, de


29.11.89) estabelece CRITÉRIOS para a avaliação qualitativa, definindo o
contato permanente ou intermitente e o eventual. Nesse contexto, CRITÉRIO
nada mais é do que uma METODOLOGIA aplicada em um determinado
estudo ou investigação.

Conclui:

“... aplicamos a avaliação QUALITATIVA.”

A avaliação qualitativa leva em consideração a exposição


de curta duração — em torno de 25 a 30 minutos por dia — significa
eventualidade, não gerando, a insalubridade. Teoria e realidade se integram
em sua tese e se contradizem. Pois, teoria é “EM TORNO” aproximado –
estimado de 80 chamadas, não é dado autorizador para que o I.Perito em
seu mister ateste pela não existência de insalubridade.

Se não vejamos: - o critério, metodologia do Ministério do


Trabalho para Caracterização da Insalubridade em contra ponto a - Avaliação
qualitativa do D. Perito é:

“... A exposição de curta duração — em torno de 25 a 30 minutos por dia —


significa EVENTUALIDADE, não gerando, portanto, a
insalubridade, ENQUANTO A EXPOSIÇÃO DE 300 A 400 MINUTOS
DURANTE A JORNADA DE TRABALHO EQUIVALE AO CONTATO
PERMANENTE OU INTERMITENTE ....”

O D.Perito concluiu ocorrer em MÉDIA 80 chamadas dia.


A RECLAMADA diante dos fatos acima elucidados, não teria precisamente
efetuado 80 chamadas todos os dias ao longo de sua relação de trabalho, pode
ter realizado 50, 60, 70, 80, 85, 90, 95, 100, 123, 150, o laudo pericial
apresentado, prolixo com uma fotografia digitalizada do local de trabalho, não
lança mais luz aos autos além da já existente

Em termos de direito, a percepção do adicional de


insalubridade dependerá da decisão judicial em cada caso, uma vez que o
Enunciado 47 do TST não define intermitência diária, semanal ou mensal.

Em arremate, consigne-se frisar quanto aos honorários


periciais a reclamante requer novamente a Justiça Gratuita, nos termos da Lei
nº 7.115/83 e Lei nº 1.060/50, que isentam de despesas processuais,
consoante jurisprudência pertinente, in verbis:
 
Justiça gratuita abrange perícia.
Trabalhadores com direito à assistência judiciária gratuita estão dispensados
do pagamento de honorários da perícia, mesmo que percam a causa. De
acordo com o entendimento da Quinta Turma do Tribunal Superior do
Trabalho, a gratuidade, nesse caso, abrange todas as custas e despesas,
judiciais ou não. A Constituição(artigo 5º, LXXIV) assegura assistência jurídica
integral e gratuita aos que provarem insuficiência de recursos, afirmou o
relator, juiz convocado Walmir Oliveira da Costa. Ele fundamentou-se também
na Lei 1.060 /50, que estabelece normas para a concessão de assistência
judiciária.

A decisão beneficia uma ex-empregada da Açominas (Aço Minas Gerais S.A),


que exerceu o cargo de assessora administrativa na empresa. Ela entrou com
ação na Justiça para reivindicar o enquadramento no plano cargo e salários
como analista de compras gerais. A perícia concluiu que não havia erro no
enquadramento feito pelo empregador.

Em relação aos honorários da perícia, o Tribunal Regional do Trabalho de


Minas Gerais (3ª Região) julgou que o benefício da gratuidade da Justiça não
abrangeria os honorários periciais, "uma vez que o perito é um profissional
particular que presta serviços auxiliares ao Juízo e deve ser remunerado pelo
trabalho que realiza". Extraído de:  Expresso da Notícia  - 03 de Setembro
de 2002

Ementa
RECURSO DE REVISTA. HONORÁRIOS PERICIAIS - INVERSÃO DO ÔNUS
DA SUCUMBÊNCIA.
I. O Tribunal Regional deu provimento ao recurso ordinário interposto pela
Reclamada, na parte em que se buscou o indeferimento do pedido de
pagamento de adicional de insalubridade. Porém, manteve a condenação da
Reclamada ao pagamento dos honorários periciais. Entendeu que não é
devida a inversão do ônus quanto ao pagamento dos honorários periciais, pois
não houve requerimento nesse sentido por parte da Reclamada no recurso
ordinário por ela interposto.

II. O art. 790-B da CLT dispõe que "a responsabilidade pelo pagamento dos


honorários periciais é da parte sucumbente na pretensão objeto da perícia,
salvo se beneficiária de justiça gratuita". Extrai-se do julgado que a Autora foi
sucumbente quanto à pretensão do objeto da perícia, motivo por que o ônus
relativo aos honorários periciais deve ser afastado da Reclamada.
III. Recurso de revista de que se conhece, por violação do art. 790-B da CLT,
e a que se dá provimento, para afastar a condenação da Reclamada, conceder
os benefícios da justiça gratuita à Reclamante e isentá-la do pagamento dos
honorários periciais, atribuindo-se à União a responsabilidade pelo pagamento
da parcela, nos termos da Resolução nº 35/2007 do Conselho Superior da
Justiça do Trabalho.
Processo: RR 152009520055020291 15200-95.2005.5.02.0291 - Relator(a):
Fernando Eizo Ono - Julgamento: 01/06/2011 - Órgão Julgador: 4ª Turma -
Publicação: DEJT 10/06/2011.

Por derradeiro, quanto ao valor, pede a Vossa Excelência


para arbitrar pelo Princípio da Equidade e a cargo da reclamada ante o direito à
isenção na espécie. Pois, há mais objetos que a reclamante postulou e espera
a procedência. A gratuidade de justiça, hoje, abrange todas as despesas
processuais, inclusive custas, emolumentos, honorários periciais, conforme a
Lei nº 1.060/50.

Outrossim, sendo a Lei de Ordem Pública em proteção ao


economicamente pobre, a jurisdição pode isentar em qualquer fase processual.
Esclarecendo, ainda, que a reclamante encontra-se
desempregada, não apresentando condições econômicas para custear as
referidas despesas processuais e honorários periciais.

Insta reiterar, que a obreira não concorda com


o LAUDO pericial do D. Perito do Juízo, haja vista as argumentações
alinhavadas nesta manifestação, que requer a juntada.

Por fim, requer ainda a reclamante, após a manifestação da


reclamada o prosseguimento do processo com designação de audiência e
julgamento.

Termos em que,
Pede Deferimento
São Paulo, XX de XXXX de XXXX.
                                                                       

XXXXXXXXXXXXX

Advogado.
OAB-SP nº

Você também pode gostar