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JUIZ FEDERAL DA ____ VARA DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL

DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE _______.

Processo nº XXXX

XXXXXXXX, já devidamente qualificado nos


autos do processo em epígrafe, através de seus advogados, que a esta
subscreve, nos autos da ação que move em face do INSTITUTO
NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS, vem, respeitosamente, à
presença de Vossa Excelência, IMPUGNAR LAUDO PERICIAL, pelos
fatos e fundamentos a seguir expostos.

Conforme apresentado na Exordial, o Requerente


é portador de doença incapacitante e irreversível em razão de doença
neurológica/psiquiátrica, CIDs 10 F 06.8, F 32 e G 40.

Neste ínterim, contrariando os relatórios médicos


anexados na Exordial, o Sr. Perito concluiu que o Requerente está apto ao
retorno das atividades laborais.

Entretanto, razão não lhe assiste. Vejamos.


Conforme indicado na Inicial, o médico do
Requerente é taxativo quanto a incapacidade do Autor:

(COLACIONAR RELATÓRIOS MÉDICOS DA


INICIAL)

O diagnóstico recebido é o de “transtornos


mentais especificados devidos a uma lesão e disfunção cerebral e a uma
doença física”, associada a “Epilepsia” e “ Episódios depressivos”,
conforme ratifica o médico do Requerente em recente laudo médico:

(COLACIONAR RELATÓRIO MÉDICO


NOVO)

O Requerente exerce a profissão de vigilante


armado.

Considerando que o Sr. Perito afirma que não há


incapacidade laborativa, obviamente, o Requerente, em tese, poderá voltar
as suas atividades laborativas cotidianas, portanto arma de fogo e, caso
sobrevenha uma crise epilética durante o exercício profissional ou um surto
psicótico, ele (e terceiros) estará resguardado, visto que, do ponto de vista
médico, está apto a exercer a profissão (!).
Ora, Excelência, mesmo que considerasse que a
doença do Requerente é tratável, os medicamentos a que se submete,
possuem altas dosagens e efeitos colaterais profundos.

É evidente que o profissional diagnosticado com


epilepsia, depressão e outros transtornos mentais, sequer passaria no teste
de aptidão de uso de arma de fogo e, logicamente, não poderá exercer sua
profissão. Consequentemente, o Requerente seria mais um número para as
estatísticas de desempregados e lançado para linha da miséria, pois, sem
poder exercer sua profissão e sem o benefício previdenciário a qual possui
direito, passará da linha da pobreza para a miséria, tal como já se encontra,
vivendo de favores e doações.

Assim, os elementos da perícia não coadunam


com o efetivo estado de saúde do Requerente.

Resta, portanto, impugnado o laudo pericial


psiquiátrico juntado aos autos, em sua integralidade, pois a conclusão do
ilustre perito, destoa dos elementos apresentados nos autos, devendo o
laudo ser considerado inconclusivo.

Importa sim que o D. Juízo não está adstrito ao


Laudo Pericial, sendo imprestável para o que se propõe, podendo formar o
seu convencimento diante do quadro probatório formado nos autos, ou
ainda, requerer nova perícia.
Oportuno noticiar que os Tribunais têm julgado
de acordo com o Princípio da Livre Convicção do Juiz, da Motivação das
Decisões e da Busca da Verdade Real, que concede a liberdade para julgar
conforme com seu convencimento, baseado em outra prova que não seja a
pericial e que o tenha convencido, o contrário estaria ferindo princípios
resguardados legalmente.

O Laudo Pericial deveria apreciar, analisar e


interpretar os fatos tecnicamente de modo a facilitar a compreensão e
convencimento do Juízo, assim, a perícia não é uma prova, mas sim um
meio de prova.

Não sendo satisfatório para formar o conjunto


probatório e o convencimento do D. Magistrado, conforme determina a
legislação, deve ser realizada nova perícia médica nas especialidades
compatíveis ao que noticia a exordial e os documentos e exames médicos
acostados.

Diante disso, requer a realização de nova perícia,


na especialidade NEUROLÓGICA, bem como perícia
SOCIOECONÔMICA para fins de determinar a incapacidade total e
permanente do Requerente, para suas atividades laborais habituais.

Requer a juntada de novos documentos médicos e


quesitos.
Finalmente, pleiteia que as futuras publicações
sejam realizadas, em nome da Dra. XXXX, inscrita na OAB/xx xxxx, sob
pena de nulidade.

Termos em que pede deferimento.

Local, data

Advogado

OAB/xx

Quesitos para perícia neurológica

01. Qual o estado geral de saúde física do


periciando? Apresenta doenças ou transtornos físicos (seja comprometendo
estruturas ou funções corporais) que estejam limitando sua capacidade
funcional básica? Quais?

02. Quanto à capacidade funcional complexa, tem


o periciando condições de discernimento, com capacidade, por si só, de
gerir sua própria pessoa para, por exemplo, portar arma de fogo,
providenciar e administrar manutenção de sua residência e de sua empresa,
preencher cheque adequadamente, viajar desacompanhado, dirigir
automóvel, cuidar de animais?

03. Em caso da presença de quaisquer das


incapacidades, há quanto tempo manifestou-se essa (s) incapacidades (s)?

04. A (s) incapacidade (s) é(são) temporária (s) ou


permanente (s)?

05. Há previsão de melhora/reversão do transtorno


físico e/ou do transtorno neurológico? Se sim, poderá acarretar a cessação
da (s) incapacidade (s)?

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