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Princípios do Dir Adm

-Definem as diretrizes, as prerrogativas e os limites ao administrador

Dupla funcionalidade dos princípios

a) Função Hermenêutica – por meio dela, o Agente da Adm que tiver dúvida sobre qual o
verdadeiro significado de determinada norma, pode utilizar o princípio como ferramenta de
esclarecimento sobre o conteúdo do dispositivo analisado.
b) Função Integrativa – o princípio atende também à finalidade de suprir lacunas,
funcionando como instrumento para preenchimento de vazios normativos nos caso onde ocorra
ausência de expresso regramento sobre determinada matéria.

Os princípios do Direito Adm possuem:


− eficácia jurídica direta e imediata;
− diretrizes superiores do sistema, vinculando a atuação dos operadores jurídicos na
aplicação das normas a respeito dos mesmos.

Em relação à CF, são divididos em:


− explícitos ou expressos (art. 37, CF)
− infraconstitucionais ou gerais (art. 2º, Lei nº 9.784/99 – Lei do Processo Administrativo
Federal).

PRINCÍPIOS EXPLÍCITOS (LIMPE)


1. Legalidade
2. Impessoalidade ou finalidade
3. Moralidade
4. Publicidade
5. Eficiência

LEGALIDADE
-É diretriz básica da conduta dos agentes da Administração Pública. Significa que toda e
qualquer atividade administrativa deve ser autorizada por lei. Não o sendo, a atividade é ilícita.(Só
faz o que a lei autoriza).

IMPESSOALIDADE
-A impessoalidade é o dever de atendimento ao interesse público, tendo o administrador à
obrigação de agir de forma impessoal, abstrata e genérica.
-DESVIO DE FINALIDADE: O ato deve ser revestido de finalidade pública. Quando o
administrador foge ao interesse público comete desvio de finalidade;
-NEPOTISMO CRUZADO: A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta,
colateral ou por afinidade, até o terceiro grau viola a CF

MORALIDADE
-O princípio constitui-se na proibição da atuação administrativa se distanciar da moral, dos
princípios éticos da boa-fé e da lealdade.

PUBLICIDADE
-É a divulgação oficial do ato para conhecimento público e início de seus efeitos externos
EFICIÊNCIA
-O princípio da eficiência visa a exigir que a Administração Pública, como um todo,
funcione de forma mais proativa, preocupada com seu desempenho, procurando a busca pela maior
produtividade.

PRINCÍPIOS INFRACONSTITUCIONAIS

RAZOABILIDADE
-O princípio da razoabilidade tem por finalidade limitar seu campo de atuação. Uma conduta
razoável é aquela que se situa dentro de limites aceitáveis.
Ex: Para um fiscal de vigilância sanitária não seria razoável a interdição de um restaurante
em função da existência de um pacote de macarrão com prazo de validade vencido.

PROPORCIONALIDADE
-Divide-se em três sub-princípios:
 Adequação  O QUÊ? (a medida adotada é apropriada para garantir os objetivos
pretendidos?)
 Necessidade  COMO? (o meio adotado vai implicar nas menores consequências
negativas para o particular?)
 Proporcionalidade (em sentido estrito)  MEDIDA, DOSAGEM (decisão se o meio
adotado é ou não proporcional em relação ao objetivo pretendido

CONTRADITÓRIO
-É o direito de se manifestar na relação processual. O contraditório permite a participação do
interessado na condução do feito, tendo o poder de influenciar na decisão a ser proferida.
-É o direito à defesa tanto na via administrativa, quanto na via judicial.
-DIREITO À INFORMAÇÃO GERAL
-Duplo Grau: Possibilidade de recorrer da decisão proferida, reanálise dos atos
administrativos

AMPLA DEFESA
-É a possibilidade de utilização de qualquer meio de prova, exceto aquelas ilícitas.
-A ampla defesa compreende:
1 - Defesa Técnica: Presença de um advogado durante o Processo Judicial .
2 -Defesa Prévia: Direito de ser ouvido antes de ser proferida a decisão pela
autoridade administrativa.

SEGURANÇA JURÍDICA
-Visa garantir certa estabilidade às relações jurídicas estabelecidas entre Administração
Pública e os administrados.
-Ao administrador é proibido, sem causa legal que o justifique, invalidar atos
administrativos.
-Veda a retroatividade da nova interpretação da lei feita pela Administração Pública.

MOTIVAÇÃO
-Exige que a Administração Pública indique os fundamentos de fato e de direito de suas
decisões.
SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO
-No confronto entre o interesse particular e o interesse público, prevalecerá o segundo, uma
vez que o Estado representa toda a coletividade.
-Autoexecutoriedade
-Coercibilidade
-Alteração unilateral dos contratos Adm, recisão unilateral em virtude do interesse público
ou inadimplemento do particular.

AUTOTUTELA
-A Administração Pública pode anular seus próprios atos quando eivados de vícios que os
tornem ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou
oportunidade.

ATOS ADMINISTRATIVOS (Foco em Formação e efeitos dos Atos Adm, requisitos e


atributos do ato adm e na extinção do ato adm)

-Ato administrativo é toda manifestação unilateral de vontade da Administração Pública que,


agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir
e declarar direitos, ou impor obrigações aos administrados ou a si própria.
EX: multas de trânsito, certidões, decretos, regulamentos, portarias, licenças, autorizações,
requisições etc.

FORMAÇÃO E EFEITOS DOS ATOS ADMINISTRATIVOS (IMPORTANTE)

-Perfeição: Ato perfeito é aquele que completou o ciclo necessário à sua formação. Ex: ato
de homologação de um concurso público que tenha sido escrito, motivado, assinado e publicado.
-Validade: Ato válido é aquele expedido em conformidade com as exigências da lei. Ex: ato
acima editado por agente competente.
-Eficácia: Ato eficaz é aquele que está disponível para a produção de seus efeitos próprios.
-Todo ato perfeito é eficaz.

REQUISITOS DOS ATOS ADMINISTRATIVOS (IMPORTANTE)


-A falta de qualquer um desses requisitos pode conduzir à invalidação do ato administrativo.
-São os requisitos: (Os 3 primeiros são SEMPRE OBRIGATÓRIOS)

Competência:
-Poder atribuído a determinado agente da Administração para o exercício de suas funções.
-É obrigatório – Irrenunciável – intransferível – imprescritível.
-Pode ser delegada e avocada ( excepcionalidade), contudo, não transfere a titularidade.

Finalidade:
-Visa o interesse público.
-A alteração da finalidade expressa na lei ou implícita ao ordenamento da Administração,
caracteriza desvio de poder ou desvio de finalidade, implicando na invalidação do ato.

Forma:
-Requisito vinculado e imprescindível à perfeição do ato administrativo.
-É o revestimento exterior do ato.
-A regra é a forma escrita.
-Admite a forma verbal e excepcionalmente em alguns casos (sinais convencionais).
Motivo:
-É a situação de fato ou de direito que determina ou autoriza a realização do ato
administrativo.
-É a justificativa ou enquadramento para a realização de um ato administrativo.
-A sua indicação é obrigatória, dispensada apenas em casos especiais.

Objeto:
-É o conteúdo do ato administrativo. Ex: conteúdo de uma multa de trânsito.
-Consiste no fim imediato do ato, ou seja, na aquisição, resguardo, transferência,
modificação, extinção ou declaração de direito.
Ex: É objeto do ato de concessão de uma licença, a própria concessão da licença.

ATRIBUTOS DOS ATOS ADMINISTRATIVOS (IMPORTANTE)

•PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE OU DE VERACIDADE


-Significa que os atos administrativos são tidos como verdadeiros e conformes ao direito, até
prova em contrário.

•AUTOEXECUTORIEDADE
-Permite ao Poder Público, sem prévia autorização judicial, utilizar a força física, se
necessário for, para desfazer situação concreta ilegal.

•TIPICIDADE
-A tipicidade é atributo do ato administrativo que determina que o ato deve corresponder a
uma das figuras definidas previamente pela lei.

•IMPERATIVIDADE OU COERCIBILIDADE
-Impõe a coercibilidade a terceiros para o cumprimento do ato administrativo.
-Ex.: desapropriação e tombamento de imóvel.
-Cria para o particular uma obrigação, independentemente de sua anuência.

*DAQUI PRA BAIXO, No pladis diz para compreender, não descrever e indicar
CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS

• QUANTO AO DESTINATÁRIO
-Atos gerais: Expedidos sem destinatários determinados.
Ex: editais de concurso.
-Atos individuais: Dirigidos a destinatários certos, individualizados, mesmo coletivamente.
Ex:Punição.

• QUANTO ÀS PRERROGATIVAS
-Atos de Império: Caracterizam-se pelo poder de coerção.
Ex: Multas
-Atos de Gestão: Atos em que o Estado atua posição de igualdade ao particular quando se
volta para a gestão da coisa pública.
Ex: Aquisição de bens.
-Atos de Expediente: São aqueles que se destinam a dar andamento aos processos e papéis
que tramitam pelas repartições públicas, são atos de rotina interna.
Ex: Confecção de contrato de prestação de serviço.
• QUANTO AO REGRAMENTO
-Atos Vinculados: são os editados sem margem de escolha, pois a lei estabelece os requisitos
e condições para sua realização.
Ex: Pedido de aposentadoria por tempo de serviço .
-Atos Discricionários: A Administração pode praticá-los escolhendo o conteúdo, a
conveniência e a oportunidade, nos termos e limites da lei.
Ex: Concessão de porte de arma.

• QUANTO À FORMAÇÃO
-Ato Simples: É o resultante da formação de um único órgão, unipessoal ou colegiado.
Ex: Exoneração de um servidor
-Ato Complexo: Forma-se pela conjugação de vontades de mais de um órgão administrativo.
(O essencial para considerar o ato complexo é a existência do concurso de vontades de órgãos
diferentes).
Ex: Redução alíquota do IPI para refrigerantes- Ministério da Agricultura e da
Fazenda etc.
-Ato Composto: É o resultante da vontade única de um órgão, mas sua produção de efeitos
depende da autorização por parte do outro para se tornar exequível. Existem dois atos, um principal
e outro acessório.
Ex: Nomeação do procurador geral da república, é precedida pela aprovação do
senado.(Ato principal: nomeação, Ato acessório: Aprovação).

• QUANTO AO ALCANCE
-Atos Internos: Destinam-se a produzir efeitos no âmbito das seções administrativas, órgãos
e agentes. Não há obrigação de publicar em meio oficial.
Ex: Ordens de Serviço.
-Atos Externos: Alcançam os administrados, os contraentes e, em certos casos, os próprios
servidores.
Ex:Nomeação de candidatos aprovados em concurso público.

ESPÉCIES DOS ATOS ADMINISTRATIVOS

•Atos Normativos: São aqueles que contêm comando geral e abstrato, detalhando melhor o que a lei
previamente estabeleceu. Ex: Regulamentos

•Atos Ordinatórios: São aqueles que visam disciplinar o funcionamento da Administração. Ex:
Ordens de serviço.

•Atos Negociais: São aqueles que contêm uma declaração de vontade da administração coincidente
com a pretensão do particular. Ex: Autorização de porte de arma

•Atos Enunciativos: São aqueles em que a Administração se limita a certificar ou atestar um


determinado fato. Ex: Certidão de nascimento

•Atos Punitivos: São aqueles que contêm uma sanção imposta pela Administração àqueles que
infringem disposições legais. Ex: Multas
EXTINÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS (IMPORTANTE)

• NATURAL: É a que ocorre pelo cumprimento normal pelos efeitos do ato.


Ex: permissão de uso concedida por dois meses, extinta após.

• SUBJETIVA: Ocorre com o desaparecimento do sujeito que se beneficiou do ato.


Ex: porte de arma extingue-se com o falecimento do particular.

• OBJETIVA: Ocorre quando depois de praticado o ato desaparece seu objeto.


Ex: ato de interdição de estabelecimento é desfeito se este vem a ser fechado pela empresa
de que ele fazia parte

• CADUCIDADE: Se caracteriza quando ocorre a perda dos efeitos jurídicos de um ato em virtude
de norma jurídica ( LEI) superveniente contrária a que respaldava a prática do ato.
Ex: permissão para uso de um bem público, em face de nova lei que proíbe tal uso por
particular, ato anterior extingue-se.

• RENÚNCIA DO INTERESSADO: Caracteriza-se pela rejeição, por parte do beneficiário, de uma


situação jurídica favorável de que desfrutava em consequência daquele ato.
Ex: o servidor público que pede exoneração do cargo

• RESCISÃO POR INADIMPLEMENTO: ocorre no casos em que o inadimplemento pode ser


imputado ao particular, a Administração, como regra pode rescindir, por ato unilateral de vontade.
Ex: contrato de prestação de serviços, culposamente não cumprido pela empresa contratada).

• FORÇA MAIOR E CASO FORTUITO: caracteriza-se quando o inadimplemento ocorre por fatos
“insuscetíveis de previsão”.
• Força Maior: ATOS DA NATUREZA - Floricultura assina contrato com órgão público para
entregar 1000 mil rosas, contudo, dias antes uma inundação destrói as flores.
• Caso Fortuito: ATOS HUMANOS - Empresa de informática assina contrato órgão público
para entregar 100 notebooks, contudo, no dia da entrega seu caminhão com os produtos foram alvo
de assaltantes.

• ANULAÇÃO: É a declaração de invalidade de um Ato administrativo ilegítimo ou ilegal, feita


pela administração pública ou pelo Judiciário.
-Apresenta vício de legalidade de ato insanável.
-Tem efeito  EX TUNC (Retroage)
-É dever da administração pública.

• REVOGAÇÃO: É a supressão de um ato administrativo legítimo e eficaz, realizada


privativamente pela administração pública, por ter se tornado inconveniente e inoportuno.
-Configura o controle de mérito.
-Tem efeito  EX NUNC. (Não retroage)
-Atos vinculados NÃO SÃO REVOGADOS, pois não há neles manifestação de
vontade.

• CASSAÇÃO: São atos originalmente legítimos, que se tornaram ilegais na sua execução, podendo
ser cassados. É uma sanção ao particular que deixou de cumprir as condições exigidas para a
manutenção do ato.
-v.g. cassação de licença para o exercício de uma determinada profissão, quando o
profissional incorre em alguma hipótese em que a lei autoriza a medida.
• CONTRAPOSIÇÃO: É a edição posterior de ato administrativo que esvazia o conteúdo do ato
precedente, por se contrapor a este.
- A contraposição existirá sempre que determinado ato administrativo extinguir ato
precedente, independentemente de expressa revogação.
- Ex: o ato de exoneração tem efeitos contrapostos ao ato de nomeação.

CONVALIDAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS


-Procedimento no qual a Administração emana um novo ato corrigindo um anterior
praticado com defeito.
-Somente poderá ser objeto de convalidação os atos cujos defeitos forem sanáveis, ou seja,
se for um vício que recaia no elemento:
– competência (salvo se for exclusiva) ou
– forma (salvo se esta for substância do próprio ato administrativo)

-Ao ser convalidado, a correção do ato retroage a data de sua elaboração, tendo, assim,
efeito ex tunc
-Ex: Concessão de férias a servidor por autoridade incompetente. (Por conta do ex tunc, as
férias vão ser suspensas).

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