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RESTANTES SUJEITOS

PROCESSUAIS
RESOLUÇÃO DOS CASOS 14, 15 E 16

Joana Reis Barata, Nuno Igreja Matos


Direito Processual Penal – TA
Ano letivo: 2020/2021
Regência: Professor Doutor Paulo de Sousa Mendes
DEPOIS DE EXERCIDO O DIREITO DE QUEIXA NUM
CRIME DE INJÚRIAS, SERÁ POSSÍVEL AO QUEIXOSO,
CASO PRÁTICO ENQUANTO LESADO, INTENTAR UMA AÇÃO CIVIL
AUTÓNOMA, PEDINDO UMA INDEMNIZAÇÃO CIVIL
N.º 14 FUNDADA NOS MESMOS FACTOS? E NA SITUAÇÃO
INVERSA?
CASO PRÁTICO N.º 14

 Possibilidade de dedução de pedido de indemnização civil em separado: artigo 72.º do CPP


 Prévia dedução do pedido de indemnização civil perante tribunal civil pelas pessoas com direito de queixa ou de
acusação particular entendida como renúncia a esse direito (artigo 72.º, n.º 2, do CPP)
 Ac. de fixação de jurisprudência do STJ n.º 5/2000:
 “A dedução, perante a jurisdição civil, do pedido de indemnização, fundado nos mesmos factos que constituem objeto da
acusação, não determina a extinção do procedimento quando o referido pedido cível tiver sido apresentado depois de
exercido o direito de queixa se o processo estiver sem andamento há mais de oito meses após a formulação da acusação.”
 Vide Ac. TRP, de 15.06.2020, processo n.º 382/18.8T8STS-A.P1 quanto à obrigatoriedade de dedução do PIC na
ação penal;
 Vide Ac. TRG, de 17.12.2018, processo n.º 1286/18.0T8VCT-A.G1 quanto à possibilidade de dedução em
separado do pedido de indemnização civil perante o tribunal civil, sem quaisquer entraves, quando o procedimento
depender de queixa, depois de esta ter sido apresentada (com voto de vencido).
IMAGINE QUE, NO ÂMBITO DE UM
PROCESSO-CRIME NO QUAL FOI
DEDUZIDO PEDIDO DE INDEMNIZAÇÃO
CASO PRÁTICO CIVIL, JÁ EM SEDE DE AUDIÊNCIA DE
N.º 15.1 DISCUSSÃO E JULGAMENTO, O ARGUIDO
CONFESSA INTEGRALMENTE E SEM
RESERVAS O CRIME DE QUE VINHA
ACUSADO
PODE NESTE CASO O JUIZ DE
JULGAMENTO CONDENAR O ARGUIDO,
CASO PRÁTICO NA SUA QUALIDADE DE DEMANDADO,
N.º 15.2 NO PEDIDO DE INDEMNIZAÇÃO CIVIL
TENDO POR BASE A REFERIDA
CONFISSÃO?
CASO PRÁTICO N.º 15.2

 Autonomia entre a ação penal e a ação civil enxertada no processo criminal:


 Indemnização civil relacionada com a existência de danos e sua comprovação, independentemente
de os factos por que o arguido vem acusado serem dados como provados, e este vir por eles a ser
condenado.
 Aproveitamento da confissão penal para a prova dos factos constante da acção civil?
EM CASO NEGATIVO, OU SE NÃO
TIVESSE SIDO DEDUZIDO O PEDIDO DE
CASO PRÁTICO
INDEMNIZAÇÃO CIVIL, PODERIA SER
N.º 15.3 ARBITRADA UMA INDEMNIZAÇÃO NOS
TERMOS DO ART. 82.º-A?
CASO PRÁTICO N.º 15.3

 Regime do artigo 82.º-A do CPP:


 82.º-A, n.º 1, do CPP: Estatuto da vítima e seus direitos processuais – “particulares exigências de
proteção da vítima”:
 Potencialmente aplicável às vítimas de qualquer tipo de crime;
 O crime de violência doméstica: vide Lei n.º 112/2009, de 16 de setembro, em especial artigo 21.º
CASO PRÁTICO EM QUE TERMOS SERIA ARBITRADA
N.º 15.4 ESSA INDEMNIZAÇÃO?
CASO PRÁTICO N.º 15.4

 Não tendo havido pedido de indemnização, em que termos ela deverá ser arbitrada?
 Indemnização sujeita a critérios de equidade?
 Vide, entre outros, Ac. STJ, de 23.05.2019, processo n.º 134/17.2JAAVR.S1:
 “Quantitativo “reparatório” que, na falta de previsão, na norma do art. 82.º-A, do CPP, de critérios legais, deverá ser
fixado atendendo aos conceitos da lei civil, maxime à luz da equidade e ponderando o grau de desproteção da vítima do
crime e da culpabilidade do agente, as suas condições pessoais, a sua situação económica e também da vítima, e demais
circunstancialismo com relevância para o efeito, em conformidade com o previsto nas normas dos arts. 494.º e 496.º, n.º
3, do CC.”
QUAL A DURAÇÃO MÁXIMA DA SEGUNDA
PRORROGAÇÃO DO PRAZO DE DURAÇÃO MÁXIMA DO
CASO PRÁTICO SEGREDO DE JUSTIÇA NOS TERMOS DO ART. 89.º, N.º 6,
N.º 16.1 IN FINE, DO CPP?
CASO PRÁTICO N.º 16.1

 Acórdão do STJ de Fixação de Jurisprudência n.º 5/2010: “O prazo de prorrogação do adiamento do


acesso aos autos a que se refere a segunda parte do artigo 89.º, n.º 6, do Código de Processo Penal, é
fixado pelo juiz de instrução pelo período de tempo que se mostrar objectivamente indispensável à
conclusão da investigação, sem estar limitado pelo prazo máximo de três meses, referido na mesma
norma”.
 O que distingue a vertente interna e externa do princípio da publicidade? Qual a regra do CPP?
 Quem determina a sujeição do processo a segredo de justiça?
 Que problemas se podem suscitar com o acesso automático aos autos uma vez decorridos os prazos do artigo
276.º? E porque razão considera o legislador que esse acesso imediato é mais problemático no âmbito de certas
formas de criminalidade?
 Quais os prazos máximos resultantes do artigo 276.º?
CASO PRÁTICO N.º 16.1

 Será a posição do STJ conciliável com a articulação estabelecida pelo legislador entre o termo do
prazo do inquérito e o fim do segredo (que só admitiu uma excepção expressa de apenas 3 meses)?
 Para discussão: votos de vencido ao Acórdão do STJ.
 Cfr. a alteração (legislativa) do art. 276.º: necessidade de interpretação “atualista” Acórdão
do STJ.
 O que deve fazer o Arguido ou o Assistente se, uma vez decorridos os três meses dos artigo 86.º, n.º
9, e não tendo o juiz de instrução fixado novo prazo, lhe for ainda assim negado o acesso ao
processo?
O ARGUIDO PODE TER ACESSO A ALGUMA PARTE DO
CASO PRÁTICO PROCESO-CRIME SUJEITO A SEGREDO DE JUSTIÇA?
N.º 16.2
CASO PRÁTICO N.º 16.2

 A Directiva 2012/13/UE prevê o direito à informação em processo penal


 A EU AGENCY FOR FUNDAMENTAL RIGHTS salientou já em Relatório que se verifica uma tendência nos Estados-Membros para a
utilização abusiva da justificação “interesses da investigação”
 Sobre o CPP Português, o art. 89.º foi já expressamente visado pela organização internacional Fair Trials por violar o Direito da UE,
concretamente o art. 7.º, n.º 1, da Directiva
 A Directiva 2012/29/UE prevê os direitos (incluindo o direito à informação) apoio e proteção das vítimas
 Estatuto da vítima – Lei n.º 130/2015, de 4/9 (arts. 8.º, 11.º e 12.º)
 Art. 67.º-A do CPP
 Poderá o regime de segredo interno abranger apenas alguns segmentos ou informações constantes do processo?
 Que actos processuais implicam o acesso ou comunicação ao arguido de elementos ou informações constantes do processo?
 O critério do acesso indispensável ao adequado exercício da defesa: interrogatório judicial de arguido detido (141.º + 61.º, n.º 1, al. c)),
despacho aplicativo de medida de coacção (194.º), recurso sobre a medida de coacção (219.º).
 Outros casos?
 Vide Acórdão do TC 428/2008
CASO PRÁTICO E QUANDO O PROCESSO SE TORNAR PÚBLICO, O
ARGUIDO PODERÁ ACEDER A TODO O PROCESSO-
N.º 16.3 CRIME?
CASO PRÁTICO N.º 16.3

 Haverá outros interesses que continuam a superiorizar-se ao interesse do arguido no acesso irrestrito ao
processo?
 Poderá o arguido, uma vez cessado o segredo interno, aceder às informações a que se refere o artigo 86.º, n.º
7?
 Vide Acórdão do TC 428/2008
CASO PRÁTICO QUALQUER PESSOA PODE ASSISTIR AO DEBATE
INSTRUTÓRIO DE UM PROCESSO-CRIME?
N.º 16.4
CASO PRÁTICO N.º 16.4

 Qual a regra geral no que respeita à assistência a actos processuais? Existem excepções a essa regra
geral?
 Podem os sujeitos processuais opor-se à publicidade de actos processuais públicos? Que razões podem
motivar a exclusão da publicidade?
 Poderá um investigador académico que estuda tendências jurisprudenciais a propósito de criminalidade
internacional organizada assistir a um debate instrutório no âmbito de um processo-crime por tráfico
de pessoas?
 Pode um meio de comunicação social filmar e transmitir as declarações de uma testemunha no decurso
da fase de julgamento?

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