Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
000005/2021-80
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA
Casa Civil
Secretaria-Executiva da Comissão Mista de Reavaliação de Informações
Decisão nº 74/2021/CMRI
1.RELATÓRIO
Resposta inicial: O DPF negou o pedido alegando que seu objeto constitui
documento preparatório, com fundamento no art. 7º, § 3º, da Lei nº 12.527,
de 2011, na Portaria nº 8714/2018-DG/PF e no art. 6º, inciso I, do Decreto nº 7.724,
de 2012.
1ª Instância: O Requerente solicitou a revisão da decisão. Alegou que não solicitou
a íntegra dos documentos, mas apenas os rótulos e suas descrições, e que a
resposta fornecida é confusa. O DPF manteve a negativa, reafirmando que o objeto
do pedido refere-se a documento preparatório.
2ª Instância: O Requerente reitera o pedido de revisão da decisão. O MJSP negou
provimento ao recurso por se tratar de solicitação de documento preparatório, com
fundamento no art. 20 do Decreto nº 7.724, de 2012.
3.ANÁLISE DO MÉRITO
Inicialmente, cumpre esclarecer que esta Comissão identificou que o parecer que
embasou a decisão da CGU em 3ª instância não consta anexado ao FalaBR. Desse
modo, informa-se que a CGU foi notificada sobre tal incidente para que possa tomar
as providências pertinentes. Prosseguindo, em análise dos autos, identifica-se que o
Requerente solicitou acesso à lista e descrição de todos os atos administrativos
decorrentes da denúncia de NUP 08198.025862/2020-49. Verifica-se que desde a
resposta inicial o Requerido negou atendimento ao pedido e informou que seu objeto
constitui documento preparatório sobre o qual incide restrição de acesso. Em
resposta à interlocução da CGU durante a instrução recursal de 3ª instância, o DPF
informou que a apuração da denúncia está em curso e que “caso haja a divulgação
da ‘lista e descrição dos atos administrativos’ da denúncia, certamente haverá a
quebra do sigilo previsto pela legislação supracitada, vez que a simples informação do
conteúdo dos documentos, por si só, fere a restrição de acesso que deve perdurar
até a tomada de decisão ou edição do ato. Conclui-se que, no presente caso, a
descrição do conteúdo do ato administrativo não se diferencia da apresentação do
respectivo documento. A disponibilização de informação relacionada à denúncia
compromete a restrição do processo e pode ocasionar riscos à decisão final, vez que
o sigilo se faz necessário em todas investigações, sendo que a atividade instrutória e
a formalização documental devem estar sempre reservadas para o bom andamento
do apuratório". Sobre este tema, cabe esclarecer que, nos termos doartigo
3º,incisoXII, do Decreto nº 7.724, de2012,considera-se como preparatório o
Decisão 74 (2553059) SEI 000131.000005/2021-80 / pg. 2
documento formal utilizado como fundamento da tomada de decisão ou de ato
administrativo, tratando-se, portanto, de documento que servirá como embasamento
ou subsídio a decisão futura, ainda em sede de discussão.Cumpre registrar que a
proteção conferida aos documentos preparatórios configura restrição temporária de
acesso e que o art. 7, § 3º, da Lei de Acesso à Informação e o art. 20 do Decreto nº
7.724, de 2012, garantem o acesso a tais documentos a partir da edição do
ato. Nesse sentido, esta Comissão acolhe o posicionamento do Órgão e decide pelo
indeferimento do recurso, considerando que os procedimentos de apuração
referentes à denúncia estão em curso e que as informações requeridas possuem
caráter preparatório,pois servirão como embasamento para decisão futura e
terão seu acesso garantido a partir da edição dorespectivo ato
decisório,comfundamentono art. 7º, § 3º, da Lei nº 12.527, de 2011,e noart. 20 do
Decreto nº 7.724, de 2012.
4.DECISÃO
A Comissão Mista de Reavaliação de informações, por unanimidade, decide pelo
conhecimento do recurso e, no mérito, pelo indeferimento, com fundamento no art.
7º, § 3º, da Lei nº 12.527, de 2011, e no art. 20 do Decreto nº 7.724, de 2012, visto
que as informações requeridas têm natureza preparatória e subsidiarão a tomada de
decisão futura.
5.PROVIDÊNCIAS
A Secretaria-Executiva da CMRI cientificará da presente decisão o Recorrente,
o Departamento de Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União.