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Art. 130 - Expor alguém, por meio de relações sexuais ou qualquer ato
libidinoso, a contágio de moléstia venérea, de que sabe ou deve saber que
está contaminado:
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Pg 231
quando entender-se que o agente é capaz de prever o contagio da doenca
mas não tem certeza de que a molestia é contagiosa.
O dolo direto, ou seja, os casos em que a vontade do autor é dirigida à
realizacao do fato tipico, só é possivel quando consideramos as hipoteses em
que o autor sabe da doenca, pois a partir do vocabulo “deve seber” excluimos
a necessaria consienca do autor sobre a situacao, que caracteriza o dolo. A
partir do dolo direto, podemos ainda subdividi-lo nas hipoteses de dolo de
primeiro e segundo grau,: quando o autor tem como objetivo principal passar
a doença (primeiro grau) ou quando o autor não tem como objetivo a
transmissão da doenca, mas conscientemente e voluntariamente expoe a
vítma ao perigo (segundo grau). A utilizacao de preservativos é suficiente
para desconfigurar o delito, uma vez que, como crime de perigo concreto,
depende da concretizacao do nucleo “expor”.
É caso de ação penal pública condicionada, como informa o parágrafo
segundo, dependendo portanto, para instauração do inquérito policial, de
manifestção inequívoca da vítma.
Art. 131 - Praticar, com o fim de transmitir a outrem moléstia grave de que
está contaminado, ato capaz de produzir o contágio:
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A exemplo de: GRECO, Rogério. Curso de direito penal. 2009, p. 325.
exaurimento do crime definido no art. 131 (e não se
poderá afirmar que seja uma tentativa sui generis)”.
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pg245
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bittencourt pg 241
Da mesma forma que o tipo anterior é necessaria a demonstracao do
perigo concreto pela vitma. O artigo ainda faz alusao a perigo concreto e
iminente, não deixando duvidas sobre tratar-se de caso de perigo concreto. O
delito é tambem explicitamente subsidiario ou tipo de reserva, ou seja,
entende-se que só é possivel utilizar o artigo 132 caso nao incida sobre o fato
outro tipo de maior gravidade. O tipo não demanda sujeito ativo qualificado
ou especial, portanto, trata-se de crime comum de mesmo objeto que os tipos
anteriores.
É causa de aumento de pena o disposto na lei 9777/98, que embora
delito de transito, se encontra no codigo penal. A ideia é evidentemente punir
mais severamente os proprietarios de veiculos que transportam trabalhadores
sem a devida seguranca.
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A doutrina ainda aponta um conflito com o art 15 do estatuto do
Desarmamento, que apresenta uma regra especial mais grave que a figura
prevista no codigo penal:
Omissao de socorro:
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Nucci pg658
Art. 135 – Deixar de prestar assistencia quando possivel faze-lo sem risco
pessoal a crianca abandonada ou extraviada ou a pessoa invalida ou ferida,
ao desamparo ou em grave e iminente perigo, ou nao pedir, nesses casos, o
socorro da autoridade publica.
Pena – detencao de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa.
Paragrafo unico: A pena e aumentada de ½ (metade), se da omissao resulta
lesao corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte
Por fim, ressalta-se que quando o perigo for causado por condutor de veiculo
automotor que deixa de socorrer a vitima, aplica-se o art. 304 do Codigo de
Transito Brasileiro.
Maus-tratos
O delito se consuma com a criacao de perigo para a vid aou saudo do sujeito
passivo, e deve ficar demonstrada no caso concreto. Segundo Bitencourt
‘ Trata-se de crime de perigo concreto, cuja ocorrencia deve ser comprovada,
sendo inadmissivel mera presuncao. A conduta descrita no art. 136 do CP
pretende punir quem coloca em risco a vida ou a saude de alguem
subordinado nas condicoes ali especificadas para uma daquelas finalidades`.