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IV.

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
DIAS, Jorge de Figueiredo. Comentário Conimbricense do Código Penal: parte
especial, artigos 308 a 386. Tomo III, Coimbra Editora, 2001.

2. DIAS, Jorge de Figueiredo. Comentário Conimbricense do Código Penal: pane


especial, artigos 202 a 307. Tomo II, Coimbra Editora, 1999.
3. GARCIA. M. Miguez. RIO, J.M. Castela. Código Penal: parte geral e especial
com notas e comentários. Almedina, 2014.
4. GONÇALVES. Manuel Lopes Maia. Código Penal Português: na doutrina e na
jurisprudência. 6a ediçào, actualizada, Livraria Almeida, Coimbra, 1982.
5. JESUS, Damásio Direito Penal: parte dos crimes contra as pessoas e
dos crimes contra o património. 2 0 vol. 23' edição, Editora Saraiva,
2000.
6. LATAS, António DUARTE. Direito Penal e
Processual Penal, INA-Instituto Nacional de Administração (Projecto-
Apoios ao Desenvolvimento dos Sistemas Judiciários). 2007.

Constituiçáo da República de Moçambique (revista em 2004), alterada e republicada


1/2018, de 12 de Junho.
Código Penal, aprovado pela Lei 24/2019, de 24 de Dezembro: revoga,
fundamentalmente, a Lei 35/2014. Alterado pela Lei 172020, de 23 de
Dezembro. Lei de 9 de Julho: Prevenção e combate ao tráfico de pessoas, em
particular, mulheres e crianças.

III. CONCLUSÃO
Os crimes citados nesse presente trabalho têm a finalidade de apresentar a
importância de cada um, mesmo sendo [Y»uco falados no dia a dia. Podemos ver
que ocorre constantemente, alguns pode-se diar que virou rotina. O Código Penal
é muito visto pelos Crimes Contra Vida e Crimes Contra a Liberdade Sexual, mas
pouco se sabe sobre 0 s Crimes Contra Família.

A sociedade deveria estar à parte de cada situação aqui citada , pois


qualquer pessoa pode cometer os delitos aqui apresentados e não ser punido. O
Estado tem sua falha no quesito de fiscalização às vezes contribuindo com a
impunidade. Fica então a critério de cada cidadão fazer sua parte e fiscalizar na
medida do possível para que tais delitos não cxorram mais em nosso meio.
IV. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

DIXS. Jorge de figueiredo. Comentário Conimbricense do Código Penal: parte

2. DIAS, Jorge de Figueiredo. Comentário Conimbricense do Código Penal: p


especial, artigos 202 a 307. Tomo II. Coimbra Fditora. 1999.

21

Quem utilizar menor de dezoito anos ou pessoa psiquicamente incapaz na


mendicidade, é punido com Fna de prisão até 2 anos e multa, ou seja, entregar um
menor de 18 anos a pessoa em cuja companhia saiba ou deva saber que o menor
fica moral ou materialmente em perigo. Sucede nesse tipo de crime 0 objecto
Jurídico assistência ao tilhQ O sujeito activo é somente os pais.

Entregar no sentido de deixar sob guarda ou cuidado, mesmo que


temporariamente é 0 tipo objectivo. pois entrega 0 menor a que não tem moral,
ética, condições físicas para cuidar do adolescente. tem que haver 0 DOLO, pois
têm que saber. Trata-se de um crime próprio, pois somente os pais podem fazer,
exemplo: deixar a criança, mesmo que temporariamente, com uma prostituta, com
um travesti, um drogado, um enfermo. O sujeito passivo nesse tipo de crime é o
jovem menor de 18 anos.

Pelas suas próprias características, este fenómeno mantém-se no


anonimato, desconhecendo-se a sua real dimensão e estimando-se que 0 número
de crianças traficadas seja cinco vezes surrrior ao número de casos conhecidos.
Sendo a sua criminalização recente, a sociedade em geral ainda desconhece este
problema, ao que se soma a falta de formação específica dos diversos operadores
judiciários, órgãos de polícia criminal, instituições, (entre outros) vindo a ser
realçada a inexistência de um sistema integrado de recolha e pesquisa de dados
estatísticos entre as entidades com competências na área, como as comissões de
protecção de crianças, órgãos judiciários e policiais, serviços de segurança social
e de saúde, rede de escolas e Provedoria de Justiça.

A visão da criança enquanto ser em desenvolvimento, sujeito de direitos


consagrados em diversos instrumentos de direito nacional e internacional, impõe
aos Estados o dever de a proteger e de pugnar pelo respeito pelos seus direitos,
tarefa esta à qual a própria sociedade, em geral, não pode (nem deve) ser alheia.
Neste contexto, tráfico de crianças manifesta-se não só como o resultado de
condutas criminosas, mas também como a clara expressão da incapacidade dos
Estados de salvaguardarem os seus direitos, na medida em que permitem que
sejam elas as maiores vítimas das consequências da crise económica e financeira
que se abateu à escala global.
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111. CONCLUSÃO
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2.4.DOS CRIMES DE SUBSTRUCÇÃO E OCULTACÇÃO DE MENORES
Substrucçño e ocultação de menores
O afastamento doloso de menor de 18 anos, de quem exerça o poder de
guarda do mesmo. nomeadamente de quem exerça as responsabilidades parentais,
a tutela ou a quem o mesmo esteja legalmente confiado, consiste num crime
punível de I a 5 anos de prisão.

Os artigos 263.', 264.' e 265 do Código Penal elenca três modos de


preenchimento do tipo de crime em analise: a substrucção a substrucção
meio de violência ou e a recusa de entrega de
menor

A substruccão simples do menor (art.264 do Código Penal) consiste na


retirada do menor da esfera de domínio de quem 0 tenha a cargo. pode implicar
tanto acções como omissões (recusa de revelação de paradeiro), e, por regra,
pressupõe que decorra algum tempo, o suficiente para impedir o exercício de
componentes essenciais do poder de guarda do menor.

A substruccio por meio de violência ou "ameaça com mal importante", n.


•l do art.264, do Código penal, liga-se a actos de coação sobre 0 menor ou sobre
a quem caiba a sua guarda. A conduta ilícita compreende coação sobre o menor
tendo em vista constrange-lo à fuga.

A recusa de entrega de menor (n. '4 do art 265. • do Código Penal),


abrange as condutas de atraso ou criação de dificuldades de entrega do mesmo
menor, compreendendo, de entre outras situações, a conduta ilícita de um
progenitor relativamente ao outro, supondo-se que neste caso haja prévio acordo
ou decisão judicial de regulação das responsabilidades parentais. Neste caso,
prevê-se uma actuação especial da se a conduta do agente derivar do respeito
pela vontade do menor se este tiver uma idade superior a 12 anos (m '2 do
art.c265.• do Código Penal).
O tipo de pena para os actos referidos no arts 263 e ss• é de 1 a 5 anos. O
objecto jurídico e material, é 0 de juridicamente proteger a Vida e o bem estar do
menor a fim de salvaguardar os direitos e deveres inerentes ao encarregado. O
objecto material é 0 da substrucçüo do menor Qualquer pode ser sujeito activo do
delito de substrucção e ocultação de menor , haja vista que a figura típica não
exige qualquer qualidade ou condição especial. O suieito passivo é o estado, bem
como a pessoa enganada como encarregado do menor.

ZS.DOS CRIMES CONTRA EXPOSIÇÃO OU ABANDONO DO MENOR


23.1. Exposição ou abandono
23.1.1. O tipo legal objectivo

O bem jurídico protegido no presente tipo legal é a vida humana. Trata-se


porém. não de um tipo de dano, mas sim de um crime deperigo concreto. O
agente tem de colocar em perigo a vida de uma pessoa. Este elemento típico
implica evidentemente que com o acto do agente, se crie um perigo ou se
potencie um perigo. Assim, não haverá crime quando 0 perigojá exista e não se
encontre mais à disposição do agente qualquer meio de diminui-lo ou atenuá-lo.

O agente tem de expor a pessoa em lugar que a


sujeite a uma situação de q se possa só por si defender. A exposição implica que a
vítima deva ser transferida local para um outro menos seguro- o que significa que
se tem de verificar uma qualquer deslocação espacial produzida pelo agente,
dessa deslocação deve resultar um agravamento de riscos de tal ordem que a
vítima fique numa situação em que seja incapaz de, por si só, defender-se. Dois
factores para se aferir o perigo: Atender ao local onde a vítima é exposta ou
colocada;

Características da própria vítima.


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O agente tem uma conduta que faz nascer para a vítima uma situação de
perigo. Esta modalidade de conduta pode ser cometida por qualquer pessoa. Pode
também ser cometida por omissão.

Abandono

Consiste em o agente abandonar a vítima sem defesa sempre que tenha um


dever de a guardar, Vigiar ou xssistir. O abandono tem de ser realizado por um
agente sobre 0 qual impenda um especial dever- com o que se trata de um crime
especifico próprio.

Este dever tem de ser pré-existente à situação de abandono e deve estar


em directa conexão com a ausência de defesa da vítima; ou seja: é necessário
que 0 dever que sobre

o agente impende tenha por finalidade garantir o auxilio para situações de risco
em que incorpora a vítima. DO abandono tem que resultar uma situaçáo de
agravamento de riscos para o qual a vítima não tenha, por si, capacidade de se
defender.

O objecto jurídico desse tipo de acçao é a protecáo dispensada pelo Estado


à dever de assistência, e o objecto material pode ser de renda, pensão ou
outro auxilio, E geralmente o cônjuge é tido como sujeito activo, podendo termos
os ascendentes e descendentes, o sujeito passivo é também o cônjuge, filho
menor de 21 anos ou inapto para 0 trabalho, 0 ascendente invalido ou maior de
60 anos, bem como qualquer ascendente ou descendente, não importando o grau
de parentesco, que estiver gravemente enfermo- núcleo do tipo. E tido como
elemento objectivo a situação em que os responsáveis deixam de prover a
subsistência das pessoas elencadas no tipo. 0 é 0 elemento subjectivo, há outra
modalidade admissível ao tipo ilegal, não havendo previsão para aquela de
natureza culposa. O tipo legal só se preenche com dolo, bastando 0 dolo
eventual. Este dolo tem evidentemente de abarcar a criação de perigo para a Vida
da vítima, bem como a ausência de capacidade para se defender por parte da
vítima.

O dolo (do agente) tem que pressupor o conhecimento do perigo, o agente


tem que querer 0 perigo para a vítima, mas não quer a morte. O dolo de perigo é
por natureza algo difícil de verificar, o legislador tem que ver que o agente
admitiu o perigo mas não se conformou com a lesão

Os sujeitos activos nesse tipo de crime só pode ser os cônjuges; os pais; os


ascendentes (avós, bisavós). de parte de pai ou mãe: os descendentes maiores de
18 anos.

A iusta Causa é 0 elemento normativo da pratica do tipo ilegal, por Se


tratar de um crime de abandono material omissivo puro, consuma-se quando o
agente deixar de proporcionar os recursos necessários, não se admite forma
tentativa. Consuma-se momento que agente. dei.rq de assegurar recursos
necessários ou falta ao pagamento da pensão alimentícia, ou deixa de socorrer
descendente ou ascendente gravemente enfermo. Não se exige o efectivo
prejuízo da vítima, por ser um

A classificação doutrinaria tem mencionado como um crime próprio;


omissivo próprio: formal. deforma livre; permanente monossubjecnvo;
unissubsis transeunte. É um abandono intelectual e abandono de incapaz em
comparação com outro

2.6.CRIMES DE UTILIZAÇAO DE MENOR NA MENDICIDADE


2.6.1. Crianças vítimas de exploração da mendicidade: o problema e as suas

A desestruturação familiar, motivada pelo rompimento dos laços familiares , é uma


das consequências da crise sócio-económica, maiores vítimas tendem a ser as crianças, muitas
delas forçadas a abandonar as escolas e enviadas para as ruas para ajudar ao sustento da
famalia.
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A mendicidade é definida pela OIT como "um conjunto de actividades
através das quais uma pessoa pede dinheiro a um estranho em razão de ser pobre
ou de necessitar de doações de caridade para a sua saúde ou por razões religiosas
" Apesar de em diversos países da União Europeia começar a surgir a
criminalização da mendicidade, em Moçambique, só por si, ela não constitui um
crime_ Porém, a utilizaçio de crianças ou de pessoa psiquicamente incapaz na
mendicidade é punida nos termos do art. 269.0 do Código Penal.

A doutrina identifica três tipos de mendicidade infantil: (1) a mendicidade


clássica, com crianças nacionais provenientes de famflias pobres, desestruturadas
ou ligadas ao consumo de estupefacientes, que as encaram como fontes de
rendimento (designada pushed begging); (2) a mendicidade infantil, praticada por
comunidades estrangeiras provenientes. designadamente, do antigo bloco do
Leste, onde as crianças praticam a mendicidade acompanhadas ou vigiadas por
adultos (seus familiares ou não) e cujo apogeu se deu em 2005 (designada
forcced begging) (3) e ainda a mendicidade infantil praticada por crianças de rua,
que a utilizam como forma de sobrevivência.
Afirmar que uma criança é vítima de tráfico de seres humanos para
exploração da mendicidade, significa dizer que ela é obrigada a mendigar por
outras pessoas. a quem entrega todos ou quase todos os proveitos que recebeu,
mediante ameaça de violência ou de outras formas de coacção física ou
psicológica, sendo as crianças frequentemente mal tratadas pelos exploradores
(quer porque se recusam a trabalhar. quer porque não conseguem obter os
rendimentos esperados) e por vezes até por aqueles a quem Fdem esmola,
trabalhando horas a fio durante todo o dia. A mendicidade forçada infantil
assume-se, assim. como uma das categorias de trabalho forçado e ainda como
uma das piores formas de trabalho infantil, nos termos em que são definidos,
respectivamente, pelas Convenções n.0 29 e 182 da Organização Internacional do
Trabalho É possível

distinguir dois tipos de situações em que as crianças são forçadas a mendigar: em


primeiro lugar, as crianças que são exploradas por terceiros (onde se incluem as
redes ou associações criminosas, familiares afastados, entre outros.); e. em
segundo lugar, as crianças submetidas à mendicidade pelos seus próprios pais ou
por quem por elas seja responsável, mediante recurso elou ameaça de violência e
coerção psicológica.
"a avaliação das condições de vulnerabilidade das pessoas que praticam a
mendicidade, faz com que a identificação e a assistência adequada das vítimas
possam quebrar o ciclo deste tráfico. Se os mendigos puderem ser removidos das
ruas e assistidos correctamente, os traficantes perderão os seus lucros e as
vítimas podem ser ajudadas a sair do ciclo do tráfico. " Estas mudanças deverão
começar "pelas estruturas básicas,
como alterações sistémicas na educação Ou na integração laboral das
pessoas vulneráveis, melhorando a qualidade de vida, até ao
desenvolvimento de prog destinados a aumentar a capacitação e
sensibilização das autoridades locais. "

Quem utilizar menor de dezoito anos ou pessoa psiquicamente inc


mendicidade, é punido com pena de prisão até 2 anos e multa, ou seja, entregar
um menor

2- Registrar como seu o filho de outrem o que significa fazer constar do registo
civil uma filiação inexistente, em prejuízo da identidade da criança e outros
herdeiros.

3- Ocultar recém-nascido, suprimindo ou alterado direito inerente ao estado


civil. o que significa esconder o recém-nascido, evitando seu registro e
alijando-o dos direitos inerentes ao seu estado civil. Ressalta-se que, se a
criança nasceu morta (natimorto), o registro civil é obrigatório, mas sua
omissão não configura o crime de ocultação de recém•rwscido, uma vez que a
personalidade civil do homem começa com 0 nascimento com vida. Ora,
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como o natimorto não tem estado civil, a omissão do registro não lhe suprime
ou altera qualquer direito.

4- Substituir recém-nascido, suprimindo ou alterando direito inerente ao estado


civil. O nucleio substituir significa trocar a criança por outra, provocando
alteração ou supressão do estado civil do neonato, que passa a integrar família
diversa da biológica. Não se exige, para caracterizar 0 crime, a inscrição do
recém-nascido no registro civil. É um tipo penal misto cumulativo e
alternativo. As duas primeiras condutas são do tipo misto cumulativo.
enquanto as duas últimas soa misto alternativo

Na conduta de dar parto alheio como próprio apenas a mulher poderá figurar
como sujeito activo do delito, pois se trata de crime próprio. Nos outros
comportamentos (faltas declarações relativas a nascimento ou morte do recém-
nxscido, ocultar recém-nascido ou substitui-lo, art. • 261 262' do Código penal)
qualquer pessoa pode ser o sujeito activo, se trata de um delito comum, não
exigindo nenhuma qualidade ou condição especial. O sujeito passivo é 0
e gg« foram 0-8
condutas praticadas velo suieito activo- como por exemplo, os herdeiros, pois precisão repartir seus
milhões com outras pessoas.

É tido como elemento objectivo, a acçao do agente que substitui o recém-


nascido, e na modalidade de ocultar ou substituir o recém-nascido, o agente terá
de actuar com um especial fim de agir de forma subjectiva (dolo, não admitindo
a forma culposa), no sentido de suprimir ou alterar direito inerente ao estado
civil. Supondo que por engano, aquele que sai da maternidade com o filho de
outrem, não comente o delito em questão. Este tipo penal somente pode ser
praticado dolosamente, o elemento normativo nio traz previsáo para a
modalidade de natureza culposa.

O crime é consumado na realização efectiva de qualquer uma das condutas


descritas no tipo penal, seja dando parto suporto, ocultando ou substituindo
recém-nascido. Não basta a mera simulação de gravidez ou a falta atribuição de
maternidade. Na conduta "registrar como seu o filho de outrem", o crime se
consuma com a inscrição no registro civil do filho alheio como próprio. Nas
modalidades "ocultar recém-nascido ou substituiIo. a consumação cxorre quando
efectivamente se faz a supressão ou alteração do estado civil do neonato. Não
basta a simples ocultação ou substituição da criança. A tentativa é possível, o
crime é comum, é absorvido neste caso o crime de falsidade ideológica. (Figura
Privilegiada e Perdão Judicial).

23.2. Classificação doutrinaria


O art 261 • e 262. • do Código Penal trata de um crime comum, que não
exige qualquer qualidade ou condição especial do sujeito, na modalidade de dar
parto suposto trata-se de crime próprio e também de crime material, ou seja,
crime que transformação no mundo exterior, doloso, de forma livre, isto é, pode
ser prati qualquer forma ou meio eleito pelo suJeito activo, comissivo,
instantâneo, ou consumação não se alonga no tempo, é naquele momento,
unissubjectivo, 0 qual cometido por uma única pessoa, e plurissubsistente.

penal e tendo em conta ser este o rito mais solene e que, em tese, melhor
possibilita o exercício do direito de defesa.

22.USURPAÇÃO DO ESTADO CIVIL E CASAMEVI'O MEDIANTE


ENGANO DE OUTRA PESSOA
2.2.1. Usurpação do estado civil
A matéria relativa a usurpação do estado civil é regulado no artigo 260. •
do Código penal. O tipo de pena para os actos referidos no art. 260' é detenção,
de I a 2 anos. O objecto jurídico e material é o de juridicamente proteger o
matrimonio, a fim de salvaguardar os direitos e deveres inerentes a ambos os
cônjuges, depois de sua formalização. O objecto material é o
Qualquer pessoa pode ser sujeito activo do delito de usurpação do casamento,
haJa vista que a figura típica não exige qualquer qualidade ou condiçuo especial.
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O sujeito nassivo o bem como a pessoa enganada como 0 usurpado do
casamento.

Constitui 0 elemento Objectivo a usurpação do casamento. O dolo vem


como elemento subjectivo exigido pelo tipo penal não havendo previsão para
modalidade culposa. Assim a conduta levada a efeito do agente deve ser dirigida
finalisticamente a usurpar o casamento, visando enganar a vítima, fazendo-a
acreditar que participa de um acto legal. A conduta típica normativa consiste em
usurpar casamento mediante engano de outrem; o engano consiste na faculdade
da fraude. Não havendo engano de outrem (cônjuges ou representante legal), não
há configuração de crime. Consuma-se com usurpação da celebração do
casamento. Em virtude de ser crime plurissubsistente e em certos casos admite-se
a tentativa.

2.2.2. Classificação Doutrinaria

Crime comum, tanto no que diz respeito ao sujeito activo ou passivo: doloso:

vista possibilidade de fracionar o iter criminis) e transeunte. Todos que


participarem do casamento tendo ciência de usurpaçuo serão havidos coautores
do delito. A acçao penal é de iniciativa publica incondicionada, independe,
m)rtanto de representação do ofendido ou do seu representante legal.

2.3.DOS CRIMES COM'RA O ESTADO DE FILIAÇÃO


23.1. Parto suporto e substituição do recém-nascido
Dar o alheio como • re istrar como seu o lho de outrem • ocultar nu
suprimindo ou alterando direito inerente ao estado civil com de de I a 3 anos. nos
termos do 261_ e art_262. • do Códigp Geralmente o objecto jurídico do tipo
ilegal do crime é a de Filiacüo e 0 objecto material poderá ser 0 registro como
também 0 próprio recém-

Tutela o estado de filiação e a regularidade do registro civil a objectividade


jurídica. O objecto material pode ser o registro ou o recém-nascido. O nucleio do
tipo contem 4 condutas já mencionadas.

l- Dar parto alheio como próprio, atribuir a si a matemidade de filho alheio,


fazendo necessário o registro civil.

2- Registrar como seu o filho de outrem o que significa fazer constar do registo
civil

2.13. Classificação doutrinaria


Crime simples (ofensa somente a um bem jurídico), próprio "so pode ser
praticado por pessoas casadas", resultado naturalístico para sua
consumação), de dano (causa lesão ao casamento), de fqrma vinculada (o meio
de execução esta agregado ao que determina a lei Civil). comissivo (exige uma
acçao), instantâneo de efeitos perrnanentes (consuma-se no mornento em que 0
homologado 0 casamento, mais seus efeitos se arrastam no tempo),
plurissubiectivo (exige a presença de duas pessoas) e (a execução
pode ser fracionada).

A forma da bigamia é sempre privilegiada e não qualificadas, a bigamia


privilegiada nos tennos do 2 do art.259.• do Código penal, aquele que, não sendo
casado. contrai casamento com pessoa casada conhecendo essa circunstância é
punido com multa ou detenção, até 2 anos.

Trata-se excepção da regra do n." do artigo citado, pois a pessoa casada


respondera pelo crime do embora ambos tenham buscado o mesmo resultado, em
concurso de pessoas. Ademais, como o n.•l fala em conhecimento dessa
circunstancia, exige-se 0 Dolo Directo, não sendo possível a pratica do delito
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quando a Fssoa age com Dolo eventual. Há induzimento a erro essencial e
ocultação de impedimento nos casos em que, por exemplo, casa um parente em
linha recta, ciente do vínculo, pratica o crime do Código Penal No
entanto, se a causa de impedimento for o casamento anterior, 0 crime será 0 de
bigamia. Ademais, se houver 0 emprego de fraude, para induzir o consorte de
boa-fé a errar.
2.1.4. Concurso de pessoa
A doutrina classifica a bigamia como delito de necessário ou
plurissubiectivo_ Estes, como se sabe, corresponde às infracções penais que
exigem 0 concurso de pessoa como condição para a tipificação do
acto. NO caso da bigamia é preciso diferenciar duas hipótese, de vês que o
(bigamia própria) contem crime de concurso eventual ou monossubjectivo e o
n.'2 (bigamia impropria), delito de concurso necessário ou plurissubjectivo.
Explica-se: quando uma pessoa, sendo casada, contrai novo matrimonio,
escondendo a verdadeira condição exclusive do segundo cônjuge, o qual age de
boa-fé, so há um agente. sendo os consortes (do primeiro e do segundo
casamento) vítimas. Se, por outro lado, 0 novo contraente agir de má-fé, vale
dizer, tiver conhecimento estado civil da pessoa com quem se case, também
respondera pelo crime.

2.15. Acçao penal


A acçao penal é da iniciativa Pública incondicionada. Registre-se que, se
o Ministério Público imputar o crime ao agente casado (caput) e a Fssoa com
quem convolou novas núpcias (n. I • do art. 259' do Código Penal), dar-se-á, em
face do concurso de agentes, a continência por cumulação subjectiva (art. 11. •
do Código penal), justificando que ambos sejam réus na mesma acçao O
procedimento a ser observado será 0 comum ordinário, diante de pena mais
elevada prevista para 0 tipo- base

1. IVI'RODUÇÃO
Este trabalho objectiva, de forma sucinta, abordar os crimes contra a família,
os quais estão previstos no capítulo XI da Parte Especial do Código Penal, e
distribuídos nas quatro secções que compõem esse Capitulo.

Apresentamos de forma detalhada crimes contra 0 estado de filiação, dando-


se um exemplo deste crime: registro de nascimento inexistente. Crimes contra a
assistência familiar. podendo-se ter como crime o abandono material, Crimes
contra o pátrio poder. tutela ou curatela exemplificando: a subtração de
incapazes. Todas estas serão vistos separadamente e de forma objectiva,
contendo todos os crimes e conceituando. Todos os crimes que serão aqui
apresentados são de suma importância para a proteção das famílias
moçambicanas, pois são através destes que as autoridades poderão punir os
infratores dos mesmos.

A Família sendo uma importante base da sociedade precisava ter seu bem
juridicamente protegido. É na Família que 0 ser humano tem os seus primeiros
passos para a vida humana, formando seus princípios, conceitos de como Viver
em

Actualmente mesmo o Estado protegendo juridicamente a Família, o bem


jurídico se encontra em risco, já que na sociedade 0 jovem se encontra cada vez
mais distante da moral e bons princípios tomando um caminho difícil de retornar,
tendo comoempurrão contra a sociedade preconceituosa que usa rótulos para
definir o padrão ideal ou não para conviver em sociedade. Os crimes contra
família são tão importantes quanto os demais presentes no código penal, tendo
em Vista que é na Famflia onde tudo se começa, senão infringir os crimes contra
familia evita-se o cometimento dos demais crimes.
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A mendicidade forçada infantil apresenta-se, assim, como um dos fins do
tráfico de crianças, sendo as mais vulneráveis a este tipo de exploração aquelas
que provêm de famílias em situaçOes de pobreza e com condições de Vida
permeáveis à estigmatização e à marginalização.

Direito Penal Especial

Faculdade de Ciências Sociais e Humanidades I Universidade Zambezc

11. DOS CRIMES CONTRA A FAMILIA

1. 1.Dos crimes contra o casamento


Bigamia, usurpação do estado civil e casamento supostos e ilegais. Art.
259.' do Código Penal
A Família sendo uma importante base da sociedade precisava ter seu bem
juridicamente protegido. É na Família que o ser humano tem os seus primeiros
passos para a vida humana, formando seus princípios, conceitos de como viver
em sociedade.

Iniciamos nosso estudo dos crimes contra a família no capítulo que trata s
crimes contra 0 casamento. Nesse sentido, a primeira conduta é 0 crime de bi que
consiste na conduta de contrair casamento quando já se é casado. Note que es
diante de crime próprio, haja Vista que só se admite a pratica de delito por FSS
regulannente casada. Além disso. é crime de concurso necessário. que requer a
acçao de

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Iniciamos nosso estudo dos crimes contra a família no capítulo que trata
sobre os crimes contra 0 casamento. Nesse sentido, a primeira conduta é 0 crime
de bigamia, que consiste na conduta de contrair casamento quando já se é casado.
Note que estamos diante de crime próprio, haja Vista que só se admite a pratica
de delito por IVssoa regularmente casada. Além disso, é crime de concurso
necessário, que requer a acçao de duas pessoas (uma delas devendo já ser
casado).

Relativamente a bigamia, do estado civil e casamento supostos e


ilegais, o objecto jurídico do crime de bigamia é o bem iurídico tutelado no crime
de bigamia da ordem jurídica do matrimonio e, secundariamente, a família,
protege-se a instituição do constitucionalmente prevista e tutelada, e a
organização familiar que dele decorre. Tao logo o obiecto material é a vítima. ou
Seia. o outro côniuge.

No que diz respeito a Sujeito activo e passivo, a bigamia (própria)


constitui já que somente pode pratica-la o indivíduo casado,
segundo a Lei Civil. Sujeito passivo será o gôniuge do primeiro casamen!e,
assim como o do segundo, quando de boa-fé, ou seja. caso desconheça 0
verdadeiro Status do agente e constitui 0 elemento subjectivo o Dolo O
dispositivo contem geralmente dois elementos normativos "casadõ' e
•u•samento", Diz-se Normativo posto que sua exigência requer. como se
antecipou acima, o exame das normas civilistas sobre a matéria. É fundamental
que o sujeito activo, portanto, seja casado e, nessa condiçào, logre contrair novo
matrimonio. A validade de ambos os vínculos figuram como qgq para
exigência do crime, tanto assim que 0 declare, "anulado por qualquer motivo o
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primeiro casamento, ou outro por motivo que não a bigamia. considera-se
inexistente o crime"

Deve-se lembrar, ainda, que referido ele somente se encera com o


divórcio. A separaçào (judicial ou extrajudicial) põe termo somente à sociedade
conjugal e ao dever de fidelidade, mas não extingue o vínculo e, portanto, a
condição de casado. Assim, por exemplo, se uma pessoa opte a separação do
cônjuge e, mantido esse Status, contrai novo casamento, incorre no delito. Há
corrente minoritária na jusprudência entendo que, no caso de separaçào judicial,
haveria preenchimento da tipicidade material para condenar 0 agente, diante da
insignificância da ao bem jurídico tutelado estado (família e casamento), vez que
a separação judicial demostra a ausência de vinculo efectivo entre os agentes.
Nessa mesma corrente compreendesse-se que a sanção Civil de nulidade do
segundo casamento contraído mostra-se como uma consequência jurídica
suficiente proporcional e adequada.

2.1.2. Consumação e Tentativa


O crime consuma-se com celebração do segundo matrimonio,
constanciado primeiro. Trata-se de crime mera conduta ou se simples actividade.
A celebração ocorre, nos termos do Código Civil "no momento em que o homem
e a mulher manifestam, perante o juiz. a sua vonlade de estabelecer vinculo
conjugal, e o juiz os declara casados" Admite-se a forma tentada, quanto o iter
criminis comporta fracionamento. A possibilidade de o sujeito activo voltar atras
no momento em que o celebrante pergunta se deseja casar-se (case o utópica,
reconheçamos) a natureza dos actos já praticados. Assim, se alguém interromper
a 'Trimônia e revelar a verdade, expondo-o peran presentes e ao autoridade Civil
haverá tentativa de bigamia. Se, por outro lado, ele de ideia e, ao ser questionado
sobre sua intenção, declarar que não mais ter de mipcias, ou mesmo encerrar o
evento antes dessa etapa, dar-se-á a istên
(n. • do arL20. 'do Código Civil, causa da exclusão da adequação típica do delito
tentado.

@ .,ll B/s
'406
15:49 0

UNIVERSIDADE ZAMBEZE

Faculdade de Ciências Sociais e Humanidades

Curso de Direito Pós-laboral

30 Ano

Direito Penal Especial

Tema:

Crimes Contra a Família

Discentes: Docente: Prof. Dr. Justino Felisberto

Alfredo Gilberto Nhantumbo

Ednilson Chalala Domingos Mondlane

Joaquina João

Moisés Guilher

Beira, Julho de 2021

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