Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Crime de mão própria: é aquele que somente pode ser praticado pela
própria pessoa, por si mesma. Só se admite a participação em crime de mão
própria, ressalvado o caso de perícia assinada por dois profissionais, caso
em que a doutrina entende excepcionalmente cabível a coautoria. Também
denominado de delito de conduta infungível.
2
São exemplos os crimes de perigo de contágio venéreo, de omissão de
socorro e de tráfico ilícito de entorpecentes.
3
De perigo individual: é o delito que causa perigo a uma pessoa ou a
um grupo determinado de pessoas. Pode-se apontar como exemplo o
delito de perigo de contágio de moléstia grave.
De perigo comum ou coletivo: é aquele cujo perigo de dano atinge
um número indeterminado de pessoas. Temos como exemplos o
crime de fabrico, fornecimento, aquisição posse ou transporte de
explosivos ou gás tóxico, ou asfixiante (artigo 253 do CP) e o de
incêndio (artigo 250 do CP).
De perigo atual: é aquele cujo perigo causado é contemporâneo à
conduta do agente. O crime de desabamento ou desmoronamento do
artigo 256 do CP tende a ser de perigo atual, pois o desabamento de
um prédio, no momento em que ocorre, já coloca em perigo a vida, a
integridade física ou o patrimônio de outrem.
De perigo iminente: é aquele cujo perigo está prestes a acontecer. O
abandono de incapaz, do artigo 133 do CP, na prática, pode se
mostrar um crime de perigo iminente, já que, ainda que a pessoa sob
cuidado não fique em perigo imediatamente, pode ficar depois de
algum tempo sem cuidado.
De Perigo futuro ou mediato: é aquele que produz um risco futuro.
Os exemplos são a associação criminosa ou o porte de munição de
uso permitido.
4
dos crimes de perigo concreto. Referidos delitos seriam assim denominados
por exigirem a aptidão da produção do resultado, ou seja, a potencialidade
de causar o dano ao bem jurídico. Exigir-se-ia, assim, a idoneidade para a
produção do resultado, sem exigir sua comprovação caso a caso, mas a
demonstração de que, pelo que ordinariamente acontece, a conduta era
idônea para colocar o bem jurídico em risco.
5
cláusula geral, que, no Código Penal Brasileiro, está previsto em seu
artigo 13, parágrafo segundo. O dever jurídico abrange determinadas
situações jurídicas e se refere a qualquer crime comissivo. O sujeito
tem o dever de evitar o resultado naturalístico. Por isso, tais delitos
são chamados comissivos por omissão. A doutrina aponta que só
abrange crimes materiais, já que o agente deve ter o dever de evitar o
resultado.
Por dever legal: aquele que tenha por lei obrigação de cuidado,
proteção ou vigilância. É o caso dos pais em relação aos filhos
menores. Se deixarem de alimentá-los, podem responder pelo
homicídio, um delito, no caso, omissivo impróprio.
Por dever de garantidor: é o sujeito que, de outra forma, assumiu a
responsabilidade de impedir o resultado. É o salva-vidas de um
clube, que, por vínculo de trabalho, se obriga a salvar uma criança
que se afoga e pode responder pelo resultado morte, caso se abstenha
de agir.
Por ingerência na norma: é aquele que, com seu comportamento
anterior, criou o risco da ocorrência do resultado. O sujeito que pôs
fogo na mata, que se alastrou e não avisa os seus empregados rurais,
que podem ser atingidos pelo fogo, responderá por sua abstenção, no
caso de sofrerem lesão corporal.
6
Omissivos por comissão: parte da doutrina entende existir uma
terceira modalidade de delito omissivo, o omissivo por comissão.
Cuida-se de crime tipicamente omissivo, mas há uma ação, um
comportamento comissivo, que provoca a omissão. Daí decorre a sua
denominação (omissivo por comissão), de modo que temos um delito
naturalmente omissivo, mas que é praticado em razão da conduta
positiva de outrem.
Crime de conduta mista: é aquele cujo tipo prevê uma ação, seguida de
uma omissão, sendo que ambos os comportamentos são
necessários para a sua configuração. Haveria, portanto, uma mistura entre
o crime comissivo e o omissivo. O exemplo é o crime de apropriação de
coisa achada, do artigo 169, inciso II, do CP. O tipo penal é o seguinte:
“quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total ou
parcialmente, [conduta comissiva] deixando de restituí-la ao dono ou
legítimo possuidor ou de entregá-la à autoridade competente, dentro no
prazo de quinze dias [conduta omissiva].”
7
Crime instantâneo: é aquele que se consuma imediatamente, em um
instante definido. Podemos exemplificar com o furto.
8
Crime simples: é aquele que é formado por um único tipo penal, não
resultando da reunião de outros tipos. Exemplos: infanticídio e furto.
9
lavagem de dinheiro, é punível a autolavagem (crime acessório e delito
principal praticados pelo mesmo agente).
10
Este critério leva em conta a realização de um só ato ou de uma
pluralidade de atos, pelo sujeito ativo, para a configuração do crime. O
critério, mais tecnicamente, é de fracionamento ou não da conduta, não se
aplicando uma diferenciação puramente mecânica:
11
O crime plurissubjetivo se subdivide em: Crime plurissubjetivo de
condutas convergentes ou bilaterais: as condutas dos agentes devem se
direcionar uma em direção à outra. Exemplo é o delito de bigamia.
Crime de forma livre: é aquele que não prevê uma forma específica de
realização do núcleo do tipo, como o furto e o homicídio.
Quanto ao lugar
12
Crime à distância ou de espaço máximo: é a infração penal cujo iter
criminis (caminho do crime, com suas fases de cogitação, preparação,
execução, consumação e, ao final, eventual exaurimento) abrange mais de
um país. Ou seja, é aquela infração penal que, em seu desenvolvimento,
percorre mais de um território soberano. Referido tipo de crime torna
importante o estudo do local do crime que, segundo o Código Penal, deve
ser compreendido sob a ótica da teoria da ubiquidade.
13
Crime condicionado: é aquele que depende de uma condição objetiva de
punibilidade, como no caso dos crimes tributários do artigo 1º da Lei
8.137/90 (dependem da constituição definitiva do crédito tributário) e dos
crimes falimentares (dependem da sentença que decrete a falência, conceda
a recuperação judicial ou homologue o plano de recuperação extrajudicial).
14
Crime vago: é aquele que possui sujeito passivo imediato um ente sem
personalidade jurídica, como a coletividade. É o crime de ato obsceno e o
de casa de prostituição.
Claus Roxin traz, em sua obra, uma subdivisão dos delitos em razão do seu
elemento subjetivo, preconizada por Mezger. Como o tema tem sido
cobrado em concursos, é interessante compreender essa classificação:
15
De tendência interna transcendente de resultado cortado
(separado): Segundo Roxin, o segundo resultado posterior deve ser
produzido como consequência da ação típica, sem uma conduta
adicional do sujeito ativo. Ele exemplifica com o crime de
envenenamento, previsto na lei alemã, com resultado adicional de
dano à saúde pública. É o caso de o resultado naturalístico, apesar de
ser a intenção do agente (elemento subjetivo especial do tipo),
depender da conduta de um terceiro. Classifica-se assim o delito de
extorsão mediante sequestro.
De tendência interna transcendente mutilado (atrofiado) de dois
atos: o agente pratica a conduta para um resultado posterior, que não
é necessário ser obtido para sua configuração. O resultado
naturalístico, não exigido para a configuração do delito, depende da
vontade do agente, por meio de uma ação posterior. Pode-se
apontar o exemplo da moeda falsa, já que o tipo não exige que seja
colocada no mercado para que o agente efetivamente se beneficie.
16
Crimes de expressão: são os crimes cuja conduta expressam um processo
interno ocorrido na mente do autor. O agente recebe uma informação e a
interpreta, processa, praticando então a conduta típica. Roxin usa o
exemplo do falso testemunho, em que o agente tem ciência de
determinados fatos e, então, depõe de forma diversa. O crime não está na
contradição entre o que o agente disse e a realidade (concepção objetiva),
pois o agente pode ter percebido a realidade de forma diversa, mas entre a
sua convicção íntima e sua manifestação ou entre o seu conhecimento dos
fato e sua atitude de calar-se (concepção subjetiva).
17
Crime de ação simples: é o crime que possui apenas um núcleo do tipo,
consistente no verbo principal que descreve a conduta típica. É o caso do
homicídio.
18
Infrações penais de médio potencial ofensivo: é a infração penal com
pena máxima superior a 2 anos, mas cuja pena mínima seja igual ou
inferior a um ano. Para tais delitos, é cabível a suspensão condicional do
processo, razão pela qual a doutrina criou referida classificação.
Outras classificações
O crime pode ser expressamente subsidiário, como ocorre com o artigo 132
do Código Penal, que prevê o crime de perigo para a vida ou a saúde de
outrem.
19
Crime de opinião (ou de palavra): é o crime que se configura com o
abuso da liberdade de expressão ou de pensamento, como o caso da
difamação.
Crime habitual: é o crime que exige uma reiteração de atos para sua
consumação, sendo que a doutrina aponta ser necessária a demonstração do
estilo de vida do agente. São exemplos o rufianismo e a casa de
prostituição.
20
quanto para o funcionário público, de forma especial (por exemplo:
peculato-apropriação).
21
Uso de documento falso
22
que a União legisla sobre os crimes federais, enquanto os Estados
promulgam suas leis com os crimes estaduais.
23