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Vamos lá!
Crime próprio: é aquele que exige determinada qualidade do sujeito ativo para
sua prática. A doutrina admite a autoria mediata, a coautoria e a participação
nos crimes próprios.
Crime de mão própria: é aquele que somente pode ser praticado pela própria
pessoa, por si mesma. Só se admite a participação em crime de mão própria,
ressalvado o caso de perícia assinada por dois profissionais, caso em que a
doutrina entende excepcionalmente cabível a coautoria. Também denominado
de delito de conduta infungível.
São exemplos o falso testemunho e a falsa perícia.
Por dever legal: aquele que tenha por lei obrigação de cuidado, proteção
ou vigilância. É o caso dos pais em relação aos filhos menores. Se
deixarem de alimentá-los, podem responder pelo homicídio, um delito,
no caso, omissivo impróprio.
Por dever de garantidor: é o sujeito que, de outra forma, assumiu a
responsabilidade de impedir o resultado. É o salva-vidas de um clube,
que, por vínculo de trabalho, se obriga a salvar uma criança que se
afoga e pode responder pelo resultado morte, caso se abstenha de agir.
Por ingerência na norma: é aquele que, com seu comportamento
anterior, criou o risco da ocorrência do resultado. O sujeito que pôs fogo
na mata, que se alastrou e não avisa os seus empregados rurais, que
podem ser atingidos pelo fogo, responderá por sua abstenção, no caso
de sofrerem lesão corporal.
Crime de conduta mista: é aquele cujo tipo prevê uma ação, seguida de
uma omissão, sendo que ambos os comportamentos são
necessários para a sua configuração. Haveria, portanto, uma mistura entre o
crime comissivo e o omissivo. O exemplo é o crime de apropriação de coisa
achada, do artigo 162, inciso II, do CP. O tipo penal é o seguinte:
“quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total ou
parcialmente, [conduta comissiva] deixando de restituí-la ao dono ou legítimo
possuidor ou de entregá-la à autoridade competente, dentro no prazo de quinze
dias [conduta omissiva].”
Roxin, que não trata de crime instantâneo de efeitos permanentes, traz uma
outra categoria, a dos delitos de estado. Seriam crimes que se consumam
com o resultado, mas não precisam de atuação do autor para manutenção do
estado criado pela conduta típica, mesmo que ele se beneficie de tal estado.
Exemplo seria o da bigamia, delito em que o sujeito não precisa renovar os
atos para se manter casado de forma ilícita. O homicídio seria outro exemplo[6].
Crime simples: é aquele que é formado por um único tipo penal, não
resultando da reunião de outros tipos. Exemplos: infanticídio e furto.
Crime de forma livre: é aquele que não prevê uma forma específica de
realização do núcleo do tipo, como o furto e o homicídio.
Curandeirismo
Quanto ao lugar
Crime de fato transeunte (delicta facti transeuntis): é aquele que não deixa
vestígios, tornando desnecessária a realização do exame de corpo de delito. É
o caso da injúria verbal e do ato obsceno.
Crime militar impróprio: é aquele que está previsto na legislação penal militar,
mas possui tipificação também como crime não militar. Se um cidadão civil
praticar a conduta, há crime; se o agente for militar, há crime previsto na
legislação especial. São exemplos o furto e o homicídio.
Crime vago: é aquele que possui sujeito passivo imediato um ente sem
personalidade jurídica, como a coletividade. É o crime de ato obsceno e o de
casa de prostituição.
Claus Roxin traz, em sua obra[11], uma subdivisão dos delitos em razão do seu
elemento subjetivo, preconizada por Mezger. Como o tema tem sido cobrado
em concursos, é interessante compreender essa classificação:
Art. 359-L. Tentar, com emprego de violência ou grave ameaça, abolir o Estado
Democrático de Direito, impedindo ou restringindo o exercício dos poderes
constitucionais:
Art. 309. Votar ou tentar votar mais de uma vez, ou em lugar de outrem:
Crimes que descrevem como típica uma posse que é perigosa por
si só, mas cuja lesão ao bem jurídico exige outra conduta do
agente: pode ser o enquadramento da posse ilegal de armas, desde
que o haja crianças em casa e elas possam ter acesso aos objetos.
Também seria o caso de manter substâncias radioativas de forma
insegura, bastando que alguém, de forma descuidada, tenha contato
com o material para um resultado lesivo, a exemplo do triste desastre
com Césio-137 em Goiânia.