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crimes de perigo. Contrariamente ao que fez nos artigos anteriores (arts. 121 a 129 –
crimes de dano), não se exige para a consumação do delito a efetiva lesão ao bem
Crimes de perigo, por sua vez, são os que se consumam com a mera exposição
crimes de perigo concreto: são aqueles que se consumam com a efetiva comprovação, no caso
crimes de perigo individual: são os que atingem uma pessoa determinada ou então um número
determinado de pessoas.
pessoas;
crimes de perigo iminente: são aqueles em que o perigo está na iminência de ocorrer.
crimes de perigo futuro ou mediato: são os delitos em que a situação de perigo decorrente da
Se resultar lesão corporal o agente responde somente por esse crime (CP, 129, § 1.º ou
grave ou gravíssima §2.º); crime de dano mais grave do que o crime de perigo;
Se resultar lesão corporal estará configurado o crime de lesão corporal seguida de morte
seguida de morte (CP, art. 129, § 3.º);
mental (amnésia);
permanente (exemplo: debilidade psíquica) ou;
Lugar ermo é o local habitual ou eventualmente solitário. O local deve ser relativamente
ermo. Se o isolamento for absoluto, sem nenhuma possibilidade de o incapaz encontrar outra
pessoa ou de ser socorrida, essa conduta funcionará como meio de execução do crime de
homicídio.
se o agente é ascendente ou descendente, cônjuge, irmão, tutor ou curador da vítima:
inciso II
O rol é taxativo. Não admite analogia, por se tratar de norma prejudicial ao réu. Destarte, não
alcança quem vive em união estável.
se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos: inciso III
b) a vítima deve ser maior de 60 (sessenta) anos ao tempo do crime (teoria da atividade – CP,
art. 4.º).
EXPOSIÇÃO OU ABANDONO DE RECÉM-NASCIDO
modalidade culposa.
estritamente preterdolosos.
Se o sujeito agiu com dolo de dano, a ele deve ser imputado o crime mais
grave: lesão corporal grave ou gravíssima, infanticídio (se presente o estado puerperal)
ou homicídio.
nascido, por se tratar de crime de dano com pena inferior à do crime de perigo.
plurissubsistente.
OMISSÃO DE SOCORRO
Objetividade jurídica - Tutelam-se a vida e a saúde da pessoa humana.
Núcleo do tipo - “Deixar de prestar assistência” significa não socorrer quem se encontra em
perigo. “Não pedir”, por sua vez, equivale a deixar de solicitar auxílio da autoridade pública
para socorrer quem está em perigo.
Elemento normativo - representado pela expressão “quando possível fazê-lo sem risco
pessoal”. O crime de omissão de socorro pode ser cometido de duas maneiras diversas:
1.ª Falta de assistência imediata: o agente pode prestar socorro, sem risco pessoal, mas
deliberadamente não o faz.
2.ª Falta de assistência mediata: o sujeito não pode prestar pessoalmente o socorro, mas
também não solicita o auxílio da autoridade pública.
Sujeito ativo - O crime é comum. Se houver vinculação jurídica entre os sujeitos do delito
(exemplos: pais e filhos, curador e interdito, tutor e pupilo etc.), o crime será de abandono de
incapaz (CP, art. 133) ou de abandono material (CP, art. 244).
Sujeito passivo - Somente as pessoas taxativamente indicadas pelo art. 135 : criança abandonada, criança
extraviada, pessoa inválida e ao desamparo, pessoa ferida e ao desamparo, e pessoa em grave e iminente
perigo.
Criança abandonada - é a pessoa com idade inferior a 12 anos que foi intencionalmente deixada em
algum lugar por quem devia exercer sua vigilância, e por esse motivo não pode prover sua própria
subsistência.
Criança extraviada - é a pessoa com idade inferior a 12 anos que está perdida, isto é, não sabe retornar
por conta própria ao local em que reside ou possa encontrar resguardo e proteção.
Pessoa inválida e ao desamparo - invalidez é a característica inerente à pessoa que não pode, por conta
própria, praticar os atos cotidianos de um ser humano. Pode advir de problema físico ou mental. Mas não
basta a invalidez. Exige-se ainda esteja a pessoa ao desamparo, isto é, incapacitada para se livrar por si só
da situação de perigo.
Pessoa ferida e ao desamparo - é aquela que sofreu lesão corporal, não necessariamente grave,
acidentalmente ou provocada por terceira pessoa. Mas não basta esteja ferida. É imprescindível que
também se encontre ao desamparo, ou seja, impossibilitada de afastar o perigo por suas próprias forças.
Pessoa em grave e iminente perigo - o perigo deve ser sério e fundado, apto a causar um mal relevante
em curto espaço de tempo. Não é necessário seja a vítima inválida, nem que esteja ferida.
Classificação do perigo - Nas quatro hipóteses (criança abandonada, criança extraviada,
pessoa inválida e pessoa ferida, ambas ao desamparo), o crime de omissão de socorro
classifica-se como de perigo abstrato ou presumido e no caso de pessoa em grave e
iminente perigo o crime é de perigo concreto.
Omissão de socorro e vítima idosa - art. 97 da Lei 10.741/2003 – Estatuto do Idoso.
Omissão de socorro e resistência da vítima - Subsiste o crime de omissão de socorro
quando a vítima recusa a assistência de terceiro. Desaparecerá o delito, todavia,
quando a resistência da vítima impossibilitar a prestação de socorro.
Omissão de socorro e morte instantânea - Não há crime de omissão de socorro
quando alguém deixa de prestar assistência a uma pessoa manifestamente morta.
Causa de aumento de pena - pena prevista no caput (detenção, de um a seis meses, ou multa) é
aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se
resulta a morte.
Classificação doutrinária – comum (sujeito ativo) e próprio (sujeito passivo); omissivo próprio
ou puro; de perigo abstrato ou de perigo concreto (majoritária), dependendo do caso; de forma
livre; unissubjetivo, unilateral ou de concurso eventual; unissubsistente (majoritária) ou
plurissubsistente; e instantâneo.
O dever de agir para evitar o resultado - Se o sujeito possuir o dever de agir para evitar o
resultado, e omitir-se em decorrência do não recebimento de garantia ou do não preenchimento
de formulários administrativos, daí resultando lesão corporal de natureza grave (ou gravíssima)
ou a morte da vítima, a ele será imputado o crime derivado da sua inércia.
Sujeito passivo - É a pessoa acometida de problema em sua saúde, e por esta razão necessitada
de atendimento médico-hospitalar emergencial ou de quem se exige a entrega da garantia ou
preenchimento do formulário
Elemento subjetivo – É o dolo, direto ou eventual, acrescido de um especial fim de
agir (elemento subjetivo específico), representado pela expressão “como condição
para o atendimento médico hospitalar emergencial”. Não se admite a modalidade
culposa.
Consumação - O condicionamento de atendimento médico-hospitalar emergencial é
crime formal, de consumação antecipada ou de resultado cortado: consuma-se com a
exigência do cheque-caução, nota promissória ou qualquer outra garantia, bem como
com o preenchimento prévio de formulários administrativos, independentemente da
superveniência do resultado naturalístico. É também crime de perigo concreto, pois
reclama a comprovação do risco ao bem jurídico penalmente protegido, representado
pela necessidade de atendimento de natureza emergencial.
Tentativa - É possível, em face do caráter plurissubsistente do delito, permitindo o
fracionamento do iter criminis. Alguns não admitem a tentativa (unissubsistente).
cont. CONDICIONAMENTO DE ATENDIMENTO MÉDICO-HOSPITALAR EMERGENCIAL
Tentativa – É possível somente nas modalidades comissivas, uma vez que crimes omissivos
próprios ou puros não admitem o conatus.