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A Escola Positivista da

Criminologia
UC. História do Pensamento Criminológico | Criminologia - L1 (EaD)
Prof. Ângela Fernandes | angelaf@ufp.edu.pt
A Escola positivista da Criminologia
Sumário
Cesare Lombroso, Enrico Ferri e Garafalo.

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Surgimento finais do séc. XIX inícios do séc. XX

A Escola Rigor do método científico

Positivista Com efeito no âmbito do Direito e consequências


nas ciências criminais

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A Escola Positivista
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A Escola Positivista
Procura entender como é que o homem se torna
criminoso e quais os fatores associados.

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Lombroso preocupa-se com as características mentais ou
A Escola físicas

Positivista Ferri mencionava que um indivíduo torna-se criminoso pelas


condições que o circundam

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A Escola Positivista

• Nesta escola o delito é tido como fato histórico e real que prejudica a
sociedade, originando assim o delito e a natureza, tendo aqui como
objetivo “cortar o mal pela raiz” com programas de prevenção,
priorizando os estudos do delinquente independente dos delitos.

• Rejeita pressupostos da Escola Clássica


• O crime resulta do que os criminosos têm de diferente do comum
dos cidadãos

• Advoga uma abordagem científica ao estudo do crime


Comte e o positivismo
A Escola Positivista- Medição, quantificação
Neutralidade
Antecedentes Determinismo

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Darwin e o evolucionismo
A Escola Positivista- Continuidade entre as espécies
Antecedentes

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A Escola Positivista-
Antecedentes

• Geografia do crime
(Quetelet, 1830 e outros)
• Crimes contra as
pessoas – climas
quentes, Verão
• Crimes contra a
propriedade – climas
frios, Inverno

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• Saúde do delinquente (Morrison, 1895; Burt, 1944)
A Escola • Condição débil
• Deficiências físicas
Positivista-
Antecedentes
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A Escola Positivista –
Bio-antropologia
• Biotipologias
• Hipócrates, Galeno
• Crença de que o aspecto físico é revelador do
carácter
• O delinquente é diferente do homem normal e
já nasce assim
• Kretchmer, (anos 20), Sheldon (1940)
• Tipologia
• Endomorfos
• Mesomorfos -> actividade,
agressividade, falta de inibição ->
crime
• Ectomorfos
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A Escola Positivista – Bio-antropologia

• Frenologia (séc. 18 e 19)


• Gall, Broca
• Relação entre a
configuração do crânio e
o comportamento
• O comportamento
criminal é causado por
anomalias cerebrais

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A Escola
Positivista –
Bio-
antropologia
• Degenerescência/doença
• Crime e doença mental
(Pinel)
• Crime e
degenerescência
(Morel)

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Cesare
Lombroso
• Criminoso nato
• 1872 – autópsia Giuseppe
Villella
• Anomalia estrutura
craniana
• 1976 – “L’uomo delinquente”
• Atavismo
• Estigmas anatómicos
• Recapitulação
• 1878
• Significado das tatuagens,
calão, prostituição

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Desenvolvimento da teoria

Através de medições,
descrições e observações
quase obssessivas, Lombroso
procura estas anomalias,
estranhezas ou assimetrias que
funcionam como marcas do
crime.

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O Criminoso
Nato

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• Assimetria craniana, testa baixa ou inclinada para trás,
orelhas em forma de asa, arcadas superciliares salientes,
maxilares proeminentes (prognatismo), face longa e larga
apesar do crânio pequeno, cabelos e pelos abundantes
mas barba escassa, rosto pálido, estrabismo, braços
compridos, sobrancelhas cerradas….
• Pelo menos 5 destes estigmas
Estigmas e • Insensibilidade, física e psíquica, profundo embotamento
características da receptividade à dor (analgesia); extraordinária
resistência aos golpes e ferimentos graves ou mortais
do criminoso • Mancinismo (uso preferente da mão esquerda) ou a
ambidextria (uso indiferente das duas mãos).
• Distúrbios dos sentidos e o mau funcionamento dos
reflexos vasomotores, com ausência de enrubescimento
da face.
• Insensibilidade moral, vaidade, indolência, crueldade,
calão, tatuagens

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Sobre o criminoso Nato…

• Representa 35% dos


criminosos

• Criminosos loucos

• Criminosos ocasionais

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Desenvolvimento da
Teoria - Ferri e Garofalo
1879
Diferenciação dos criminosos
segundo tipos/anomalias
Causas são alargadas para além
do biológico, incluem clima,
área geográfica, consumos
Prostituição como forma de
desvio prototípica das mulheres

Ferri (causas sociais), Garofalo


(causas psicológicas)

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Desenvolvimento da
teoria – Ferri e Garofalo

Ferri critica o excesso de individualismo e Garofalo critica o princípio da


proporcionalidade da pena, segundo ele não é necessária uma suavização das
penas pois um mesmo ato pode ser preconizado por indivíduos com níveis de
perigosidade diferentes, há que tomar em consideração as anomalias do sentido
moral.

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Concepções políticas

Desenvolvimento Gorafalo acredita que que as sociedades


evoluem através do conflito.
da teoria – Ferri e
Garofalo
Ferri acredita que a sociedade vai evoluindo vai-
se transformando no sentido do progresso,
igualdade e da solidariedade

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Desenvolvimento da
teoria – Ferri e Garofalo

Forma de combater a criminalidade

Gorafalo propõe uma justiça inflexível

Ferri apresenta uma conceção multifatorial do


crime

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Definição de crime
Desenvolvimento da teoria
– Ferri e Garofalo Gorafalo defende a conceção de
delito natural.

Ferri defende que o crime é uma


antisocialidade

Apesar de diferentes perspetivas,


têm pontos de concordância:
ambos concordam que o crime é
um facto social bruto e que o
delinquente é um ser
radicalmente diferente dos
restantes.

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Desenvolvimento da teoria Definição de delinquente
– Ferri e Garofalo
Gorafalo afirma que o
delinquente é um ser anómalo
por hereditariedade.

Para Ferri, o delinquente está


determinado a cometer crimes
devido a múltiplos fatores,
todavia, são os elementos
pessoais que constituem a
verdadeira predisposição para o
crime.

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Desenvolvimento
da teoria – Ferri
e Garofalo
Reação penal

Garofalo afirma que a prevenção


social não tem efeitos práticos.

Ferri, diz que a justificação para o


direito de punir se encontra na
necessidade de conservação social
através de uma função defensiva ou
de preservação da sociedade.

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Conjugam-se e equilibram-se os conceitos de delinquente e ato, retribuição e
tratamento e medidas de segurança e penas dos quais resultam princípios
Escola Positivista – básicos que até aos dias de hoje se mantêm.
Defesa Social
Algumas a) Quando se fala em crime, para a escola
comparações clássica ele tem previsão legal, já para a
entre as escola positiva o crime é considerado um
escolas: fato natural, decorrente de fatores sociais,
clássica e físicos ou biológicos.

positiva
Algumas b) O indivíduo é livre, inteligente, consciente e
comparações capaz de diferenciar entre o bem e o mal
entre as para a escola clássica. Para a escola positiva
escolas: acontece o oposto, na qual o indivíduo torna-
clássica e se um criminoso porque é influenciado.

positiva
Algumas c) A escola clássica diz que o mal deve ser
pago com outro mal, enquanto que para a
comparações
escola positiva este mal tem como reação
entre as
social onde a sociedade pune o criminoso de
escolas: acordo com o grau de perigosidade
clássica e determinando a pena a aplicar.
positiva
d) A escola clássica nasceu como forma de
Algumas combater e desestimular o absolutismo
comparações estatal através do direito penal, enquanto a
entre as escola positiva surgiu quando o foco dos
escolas: estudos voltaram-se para o criminoso e a
clássica e tentar descobrir qual seria o motivo que o

positiva levaria a praticar determinado delito.


Bibliografia
Cusson, M. (2002). Criminologia. Cruz Quebrada: Casa das Letras.
ISBN: 9789724616209

Dias, J. F. & Andrade, M. C. (1997). Criminologia: O Homem Delinquente e a


Sociedade Criminógena. Coimbra: Coimbra Editora. ISBN: 972-32-0069-4

Walter, R. & Bradley, T. (2005). Introduction to Criminological Thought. New


Zeland: Pearson Education. ISBN: 0582545803

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