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Síndrome de Caffrey
1947 - Traumatologia
Em 1946, Caffey comunicou a associação
de hematomas subdurais, com fraturas de
Auguste Ambroise Tardieu ossos longos em lactentes. Uma posterior
investigação confirmou que esse processo
1870 era devido a maus-tratos físicos, segundo
Caffey(2).
INTERNATIONAL SOCIETY FOR THE PREVENTION
OF CHILD ABUSE AND NEGLECT - ISPCAN
•NEGLIGÊNCIAS
•ABUSOS
PSICOLÓGICOS
•ABUSOS FÍSICOS
•ABUSOS SEXUAIS
Negligências:
Abuso
Psicológico:
Abuso Sexual
Abuso Físico:
Síndrome de
Munchausen
Por procuração
Alienação Parental: na calculadora do amor não existe
divisão ou subtração, apenas soma e multiplicação
Multigeracionalidade
Dinâmica dos Maus-Tratos
Negligências
Abusos
Psicológicos
Abusos Abusos
Físicos Sexuais
PREVENÇÃO PRIMÁRIA: Público em geral
• | - pai alcoolista; |
• | violento; |
• | quando necessário; |
• | - filha pseudo-madura; |
• | use drogas; |
• | ninguém; |
• | de sexual; |
Þ Fase do
ÞEstabelecendo o Þ Introduzindo os Þ Fase da Narrativa
Questionamento
Rapport Objetivos Livre
Aberto
Þ Concluindo a
Þ Fase das Þ Questões Entrevista Fonte: Child Sexual
Questões Condutoras e Abuse Protocol, 3rd
• ÞRecursos Adicionais
Específicas Sugestões • - Bonecos e Desenhos
ed. (1995)
Entrevistando a Vítima
Integração entre Técnicas
Þ Orientação Básica: Não tornar a entrevista um elemento abusivo
Investigativas e Técnicas de Apoio Þ Revisão dos Conceitos e Preconceitos
Þ Objetivos das Entrevistas Iniciais:
- explore outros
- estabeleça - você sabe por que - não prometa que
Início aspectos:
empatia está aqui hoje? vai manter segredos
interesses, família
- ajude-a a discutir:
- Você acredita na
- acontece com sentimentos,
meio criança e a ausenta fim
outras crianças pensamentos e
de culpa
atitudes
- aborde os
- assegure a criança - examine as
sentimentos - coloque-se
que agiu certo em expectativas de
decorrentes da disponível
contar forma realista
revelação
Tratamento
Pedofilia: castração química;
controle contingencial
modelo Bélgica
Protocolos individuais de
TEPT
Histórico do Conceito
Reações
10
0
Reações Reações
Semana 1
Semana 2
Semana 3
Semana 4
O Surgimento
do TEPT
• A. Exposição `morte real ou ameaçada, ferimentos graves ou violência sexual em uma ou mais das
seguintes formas:
1. Experimentar diretamente o evento
2. Testemunhar pessoalmente o evento que ocorreu com outros
3. Ficar sabendo do evento traumático a um membro da família ou amigo próximo
4. Experienciar exposições repetidas e aversivas a detalhes do evento traumático (ex:
socorristas coletando restos humanos, policiais expostos a detalhes de abuso infantil, etc.)*
*Critério A4 não se aplica a exposições por mídia, televisão, filmes, ou fotos a não ser que sejam
relacionadas a trabalho
Transtorno de Estresse Pós-traumático em
Indivíduos com mais de 6 anos (cont.)
• B. Presença de um ou mais sintomas de intrusão associados com o evento traumático, iniciando após o
acontecimento:
1. Memórias perturbadoras recorrentes, involuntárias e intrusivas do evento traumático (Obs. Em crianças
podem ocorrer brincadeiras repetitivas em que temas ou aspectos do evento traumático são expressos).
2. Sonhos perturbadores recorrentes em que o conteúdo e/ou o afeto do sonho são relacionados ao evento
traumático
3. Reações dissociativas (ex: flashbacks) em que o indivíduo sente ou age como se o evento fosse recorrente
(tasi reações ocorrem em um continuum, com o mais extremo sendo a completa perda de consciência do
ambiente presente; Em crianças pode ocorrer o reencenamento durante uma brincadeira).
4. Sofrimento Psicológico intenso ou prolongado na exposição a fatores externos ou internos que simbolizam
ou se assemelham a um aspecto do evento traumático
5. Reações fisiológicas marcadas a sinais internos ou externos que simbolizam ou se assemelham a um
aspecto do evento traumático
Transtorno de Estresse Pós-traumático em
Indivíduos com mais de 6 anos (cont.)
Transtorno de
Estresse Agudo TEPT agudo TEPT crônico
Os modelos comportamentais
explicam:
Esquiva – Teoria dos 2 Fatores de
Mowrer
da Responsividade – Desamparo
(Seligman)
Modelo Teórico Esquiva
Teoria da Aprendizagem (2 Fatores – Mowrer, 1960)
1º S neutro R
Condicionamento
Clássico
S aversivo R esquiva
S R
=
Incontrolável Desamparo
Imperceptível
Significados (afetivos)
atribuídos à situação
temida e aos
comportamentos
emitidos
Modelo Teórico
Horowitz (1976)
“ A adaptação ao evento traumático requer sua incorporação
nos esquemas cognitivo-comportamentais existentes ou o
desenvolvimento de novos esquemas”.
Sintomas de Revivência
= Tentativa de processar e integrar o
evento traumático Ativam a emoção
Sintomas de Esquiva e diminuição da
Responsividade
- Controlam a Emoção e regulam o Processamento da
Informação
Modelo Teórico
Hiperexcitabilidade (Predisposição)
Hipervigilância
Revivência do trauma
Finalmente Shapiro (1995) desenvolveu a teoria do
Reprocessamento e a Dessensibilização por meio de
Movimentos Oculares – EMDR (Eye Movement
Desensitization and Reprocessing therapy), tendo
como foco central à idéia de que os movimentos
oculares laterais facilitavam a iniciação do
processamento cognitivo do trauma por parte do
paciente. Entretanto, Astin & Resick (2002)
sugerem que a EMDR carece de maiores estudos
empíricos e muitos de seus resultados positivos se
devem mais a exposição a lembrança traumática e
aos estímulos geradores de ansiedade, a facilitação
do processamento da informação, do que aos
movimentos oculares propriamente ditos.
O Debriefing Psicológico (DP) e o Debriefing sobre o
Incidente Crítico Estressante – DICE (Mitchell, 1980)
Suporte Social
Sensação de pertencer, ser aceito e respeitado por uma
comunidade, favorece a resolução de conflitos ao nível
cognitivo-comportamental.
Correlações importantes, embora poucos estudos
empíricos (Keane e cols., 1985)
• - Hiperestimulação
• - Dissociação
• Quando a fase inicial da hiperestimulação persistente se instala, ocorre uma
reação de alarme no corpo, o qual ativa o sistema nervoso simpático. Esta
reação de alarme é mediada pelo Locus ceruleus (LC).
Tálamo Sensorial
Base Neurobiológica
Amigdala do Trauma
Hipocampo
Neurobiologia dos Mecanismos de Defesa
Via Superior
(lenta)
Via inferior
Luta e Fuga Medo
Freezing (rápida)
• O COMPORTAMENTO ANTI-SOCIAL
resultante de abuso na infância parece
ser causado pela superexcitação do
sistema límbico, uma região primitiva,
no centro do cérebro, que regula a
memória e a emoção. Acredita-se que
duas estruturas relativamente
pequenas, o hipocampo e a amígdala,
desempenhem papéis de destaque na
geração desse tipo de disfunção. O
hipocampo é importante para
determinar quais informações recebidas
são armazenadas na memória de longo
prazo. A principal tarefa da amígdala é
filtrar e interpretar informações
relacionadas com a sobrevivência e as
necessidades emocionais do indivíduo
e, em seguida, ajudar a desencadear as
reações apropriadas.
• MENOS INIBIÇÕES: O estresse
causa mudanças nos receptores pós-
sinápticos normais de ácido gama-
aminobutírico (gaba), o principal
neurotransmissor inibidor no
sistema nervoso central (à
esquerda). E pode levar à
superestimulação de neurônios,
resultando em irritabilidade do
sistema límbico. A presença de gaba
diminui a excitabilidade elétrica dos
neurônios ao permitir um fluxo
maior de íons de cloro (no centro). A
perda de uma das subunidades-
chave do receptor gaba prejudica
sua capacidade de moderar a
atividade neuronal (à direita).
TCC no Trauma Infantil
Afetos
O modelo de Caminha
(2002) utiliza tanto no - Técnicas -
- Treino de
tratamento grupal quanto de Entrevista Automonit
Inoculação Estresse (TIE)
individual o seguinte Motivacional na Aliança oramento (RPDs;
(Mapa Memória)
conjunto de técnicas Terapêutica afetivogramas)
integradas:
- -
- Técnicas de
- Treinos de Treinament Dessensibil
Relaxamento Muscular
Auto Instrução (TAI) o de Habilidades Sociais ização Sistemática
Progressivo e Respiração
(THS) (pareando memórias)
- Aliança
- Técnicas
terapêutica com Amparo
de Prevenção à Recaída
Social
“ Mapa de Memória”
(Fluxo do pareamento)
Memória Lugares
Fechados
Evento Rua Acúmulo
(elevador)
Traumático de
Cheiro de Carro em Pessoas
(assalto) velocidade
Óleo
elevada
Abusador
Facas
Casa fechada
Carro
Som de rádio
Primings
Esquema Hipervalente Negativo
(Memória Traumática)
Processos Metacognitivos
Banco de Dados (Memória)
Paciente 1: “Tenho muitas lembranças do que me aconteceu. Lembro de várias
coisas. Me vejo apanhando outra vez, ele está me xingando (talvez seja por isso
que não consigo ver ninguém me xingando que já fico estourada). Vejo ele de
carne e osso em minhas lembranças quebrando as coisas dentro de casa e quase
batendo em minha mãe novamente” (sic).
Paciente 2: “Eu lembrei de várias coisas. Lembrei quando ele ia no meu quarto
e se passava comigo. Ele passava a mão no meu corpo.” (sic).
Paciente 1: “Uma das lembranças mais ruins que tenho era quando ele me
pegava e me jogava na cama. Ele começava a tirar minha roupa e como eu me
debatia muito não querendo aquilo ele começava a me bater na cara sempre ele
me machucava muito e principalmente não tendo como me defender aí que ele me
machucava ainda mais. Isso acontecia em minha casa e na cama de minha mãe,
geralmente acontecia isso quando minha mãe não estava em casa e quase sempre
em dias chuvosos porque aí a porta ficava fechada e ninguém desconfiava. O
único barulho que eu escutava era a voz dele me xingando. Talvez seja por isso
que não gosto muito de ficar em casa e principalmente sozinha” (sic).
Paciente 2: “Aconteceu na garagem encostada no carro. Não tinha barulho,
estávamos sozinhos. Tinha cheiro de gasolina. Ele estava passando a mão no meu
corpo e quando ele me segurava dizia que o que ele fazia não era para eu contar
para ninguém porque se não ele faria coisa pior. Eu sempre dizia que nunca iria
contar porque eu sempre ficava com medo que ele prejudicasse a minha
família”.(sic).
Modelo Grupoterápico Infantil
Primeiro encontro (02/05/01)
Objetivos pré-estabelecidos:
Ø Rapport
Ø Dinâmica de apresentação.
Ø Identidade do grupo - escolha do nome
Ø Contrato terapêutico quanto ao setting (normas).
Ø Apresentação dos objetivos;
1) Terapêuticos
2) Auto-ajuda
3) Educativo
Segundo encontro (09/05/01)
Objetivos pré-estabelecidos:
Ø Caminhada feita em confiança, com os olhos vendados.
Ø Definir a identidade do grupo através da revelação das experiências de abuso
sexual. Pode ser realizado utilizando os recursos de relato verbal ou desenhos.
Detalhamento do abuso e situações abusivas (rituais de entrada e saída, freqüência,
duração, segredo...).
Ø Isenção de culpa, reforçar a importância de ter revelado para o grupo
Ø Abordar o impacto e impressões após a revelação.
Terceiro encontro (16/05/01)
Objetivos pré-estabelecidos:
Ø Abordar as reações da família (desenhos de todas as minhas famílias)
Ø Mapear e avaliar as mudanças que ocorreram na vida das crianças
depois da experiência do abuso.
Ø Abordar sentimentos (retomar sentimento de culpa e elaborar
explicação alternativa)
Objetivos pré-estabelecidos:
• Construção de estratégias alternativas para lidar com lembranças
intrusivas do abuso.
• Ensaio cognitivo destas estratégias.
Décimo encontro (11/07/01)
Objetivos pré-estabelecidos:
• Oficina sobre educação sexual (autocuidado). Participação da
Enfermagem
Décimo primeiro encontro (18/07/01)
Objetivos pré-estabelecidos:
Ø Monitoramentos. Trabalhar as situações registradas pelo grupo.
Ø Expor o pior momento. Desenho ou por escrito.
Ø Treino de inoculação do estresse
Décimo segundo encontro (01/08/01)
Objetivos pré-estabelecidos:
• Monitoramento: verificar humor, se houveram lembranças intrusivas
e como lidaram com estas.
• Medidas de proteção - como dizer não. Técnicas empregadas: Treino
de habilidades Sociais e Ensaio Cognitivo.
Sessões •Abordagens das Crenças que o paciente possuía e possui pós o ocorrido (quantificando de 0 a 10 os sentimentos e de 0%
Intermediárias a 100% o nível de crença no relatado):
-Antes: “a pior coisa que poderia acontecer a alguém”; “algo insuportável de se conviver”.
-Depois: “nada poderia ter sido pior”; “nunca mais serei o mesmo”.
-Elaboração das tríades pré e pós-trauma.
•Abordagem da culpa e da raiva inerentes ao TEPT (quantificando de 0 a 10 os sentimentos e de 0% a 100% o nível de
crença no relatado):
-Culpa: “fui descuidado”; “por que fui sair justo naquela hora”.
-Raiva de si: “eu sequer reagi...tentei fugir”.
-Dos outros: “aquele desgraçado quase me matou”; “sinto muito ódio dele”.
-Dos fatos: “sempre fui bom, tenho raiva de Deus por isso, ele me castigou”.
•Abordagem da (s) memória (s) traumática (s):
- Elaborar o “Mapa de Memória Traumática” (através de narrativas e de material provindo de RPDs*), evidenciando os
EPI, EPII e possíveis EPIII
-Aplicar o TIE**, TAI***, Técnicas de Respiração e Relaxamento, Dessensibilização Sistemática (pareando memórias de
diferentes valências).
-Experimentos de exposição a situações ansiogênicas juntamente com o THS****.
98
100
80
60
40
20 2
0
1 2
5 Transtorno do sono
Mudança de comportamento na
escola
4
Fugas do lar
Fadiga
3
Isolamento
Falta de apetite
1
Atraso do desenvolvimento
Perda de peso
0
Abandono de hábitos lúdicos
Sintomas de Transtorno do
Estresse Pós-Traumático
5 Fuga: sentimentos,
pensamentos, locais, situações
Dificuldade de concentração
4
Comportamento de
reconstituição
Hipervigilância
3
Sentimento de estar sozinho,
separado, alienado
2 Sonhos traumáticos
Irritabilidade ou raiva
1
Transtorno do sono
Transtorno de memória
0
Meninas em atendimento grupal (n=6)
Interesse reduzido em
atividades habituais
Resposta exagerada de
sobressalto
Resultados da Reavaliação Psicodiagnóstica
(pós-teste)
Alterações comportamentais
6 Episódios de medo ou pânico
Ansiedade generalizada
5 Transtorno do sono
Mudança de comportamento na
escola
4 Fugas do lar
Fadiga
3
Isolamento
Fuga: sentimentos,
5 pensamentos, locais, situações
Dificuldade de concentração
4
Sentimento de estar sozinho,
separado, alienado
Comportamento de
reconstituição
3 Sonhos traumáticos
Irritabilidade ou raiva
Transtorno do sono
2
Hipervigilância
Transtorno de memória
1
Interesse reduzido em atividades
habituais
Resposta exagerada de
sobressalto
0
(n=6)
Resultados Prévios
2
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
sessão
Memórias com Valência Positiva
12
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Sessão
Memórias com Valência Positiva
12
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Sessão
Quadro Comparativo das Valências
12
gavetas vermelha amarela e verde
10
VERMELHA
2
VERDE
0 AMARELA
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Sessões
• Caminha, R.M. (2002). Grupoterapia Cognitivo-Comportamental em Abuso
Sexual Infantil.In: Sobre Cognição e Comportamento. São Paulo: Arbytes
Editora.
• Caminha, R.M. & Habigzang, L.F. (2003). Reestruturação de memória
traumática em abuso sexual infantil. In: Knapp, P. (org.) Terapia cognitivo
comportamental na prática: fundamentos científicos e técnicas. Porto Alegre:
Artmed.
Bibliografia: • Caminha, R.M. & Lessinger, J.B. (2003) Terapia cognitiva do Transtorno de
Estresse Pós-Traumático (TEPT). In: Caminha, R.M., Wainer, R., Oliveira, M. &
Piccoloto, N.M. (2003) Psicoterapias cognitivo-comportamentais: teoria e
prática. São Paulo: Casa do Psicólogo.
• Caminha, R.M.; Habigzang, L.F. & Bellé, A. (2003) Epidemiologia de Abuso
Sexual Infantil na Clínica Escola Pipas/Unisinos. In: Benvennuti, V.L. (2003)
Cadernos de Extensão IV. Editora Unisinos, São Leopoldo, RS.
• Caminha, R.M.; Lima, J.; Galarraga, V. & Schafer, J. (2003) O
desenvolvimento e o uso do software “CM” na reestruturação da memória
pós-traumática. In: Sobre Comportamento e Cognição. São Paulo: Edicom.
• Knapp, P. & Caminha, R.M. (2003) Intervenção cognitiva no Transtorno de
estresse pós-traumático. In: Knapp, Porto Alegre, Artmed.