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Compreender o fenómeno ANTISSOCIAL na

adolescência : uma questão multidimensional


Introdução :
Comporatamento antissocial - refere-se a uma diversidade de
comportamento q violam normas sociais que visam promover o respeito e a
consideração pelo ávida do outro
Uma perspectiva desenvolvimental poderá oferecer importantes pistas para
compreender o que necessita de ser trabalhado no sentido de prevenir
manifestações anti-sociais na adolescência e remediar as suas consequências ,
especialmente se tivermos em consideração o contextos especí cos e percepções
individuais
A complexidade do comportamento anstissocial na adolescência eh amplamneto
reconhecida pela psicologia do desenvolvimento

Perspectivas do desenvolvimento :
- etiologia
- idade de inicio
- determinantes
- trajetórias
- manifestações comportamentais
- grau de gravidade
- mecanismo de persistência / desistência

Comportamentos anti-sociais sao particulamente prevalentes durante a


adolescência - eh crucial identi car variáveis que potencialmente in uenciam o
desvio neste momento especi co do desenvolvimento

Como identi car comportamentos antissociais ?


Comportamentos que violam as regras sociais destinadas a promover o respeito
e a consideraçao pela vida e propriedade de outras pessoas

Hipóteses
H1- rapazes delinquentes apresentam traços de personalidade de Eysenck mais
evelados e resultados mais baixos na escala mensal de EPQ-J ( medida de
desajabilidade social ) em comparação com rapazes da população geral
H2- rapazes delinquentes tem signi cativamente menor auto-controle e empatia
que rapazes de população geral
H3- Rapazes delinquentes apresentam pior auto-conceito que rapazes de
população geral
H4- rapazes delinquentes apresentam percepções signi cativamente mais
negativas do seu ambiente familiar que rapazes de população geral
H5- traços de personalidade, auto-conceito , competências sócias (empatia e auto-
controlo) e ambiente familiar predizem tendências anti-sociais

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Instrumentos
Questionários sociodemogra co - condição de vida
Características sociodemogra cas
Youth self-report (YSR)- escala “anti-social”
Escala “hiperactividade/problemas de atenção”
Questionário de personalidade - “Psicoticismo” , “extroversão”, “neuroticismo”
De eysenck para jovens (EPQ-J). “Mentira”
Escala de auto-conceito de - Auto-conceito global
Piers-harris para crianças-2 “Aspecto comportamental”, “estudo intelectual e
(PHCSCS-2). Escolar”, “aparência e atributos físicos”,
“Ansiedade”, “popularidade”, “satisfação e
Felicidade”
Social skills questionnaire- “auto-controlo”
Student from (SSQ). “ empatia”
Escala de ambiente familiar - relação ( “coesão” , “expressividade”, “con ito”
(FES). Crescimento pessoal (“independência” , “orientação
Para sucesso”, “orientação intelectual/.
Cultura”, “orientação activa/relativa”,
“Ênfase moral e religiosa”
Manutenção do sistema (“organização”, “controlo”)

Sujeitos
Amostra ocasional de 229 sujeitos :
- 121 rapazes com historia de delinquência , internado s em centros educativos
de Portugal continental ( porto, Lisboa , Caxias , guarda e coimbra)
- 108 rapazes a frequentar 3 escolas na região de coimbra )

Discussão
Diferenças entre grupos
• Características sociodemogra cas :
- nivel socioeconomico
- nivel de escolaridade abaixo do esperado pela idade
• Personalidade
- impulsividade , agressividade , instabilidade emocional , tensão mais elevados na amostra
institucionalizada
- abertura a experiências , sociabilidade , energia mais elevadas na amostra escola
• Competências sociais
- auto-controlo
- empatia
• Auto-conceito
- diferenças estatisticamente signi cativas
- ausência de diferenças nos factores aparência/atribuídos sicos e popularidade
• Ambiente familiar
- aspectos relacionais
- crescimento pessoal

Predatores

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• Personalidade (P e N) - os mais elevados na amostra institucionalizada
• Conformidade com normas sociais ( mentira)
• Auto-conceito comportamental
• Relação familiar
• Crescimento pessoal no seio familiar

Conclusões
- percepções individuais + ambiente familiar
- Diferenças assinaláveis ( especi cidade)
- Percepção adequada do desajustamento comportamental + indiferença
- Impulsividade

Limitações + potencialidades
Limitações
- amostra ocasional
- Dé ces psicológicos / desenvolvimentais ou consumo de álcool / drogas nao
controlados
- Ambiente fechado ( CES)
- Amostra masculina
- Auto-relato
Potencialidades
- signi cancia estatística
- Variância explicada
- Multidimensionalidade
- Pistas prevenção
- Replicaçao em contextos internacionais

O fenómeno anti-social entre estudantes


portugueses : rumo a comportamentos sociais
mais saudáveis

Introdução
- a complexidade do comportamento antissocial na adolescência eh amplamente
reconhecida pela psicologia do desenvolvimento
Perspectiva do desenvolvimento :
- etiologia
- idade de início
- determinantes
- trajetórias
- manifestações comportamentais
- graus de gravidade
- mecanismo de persistência/ desistência

Introdução

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• Comportamentos antissociais sao particulamente prevalente durante a
adolescência
• Portanto, parece crucial identi car variáveis que potencialmente in uenciam o
desvio neste momento especi co do desenvolvimento ( adolescência )

Introdução : como de nir comportamentos antissociais ?


• Comportamentos que violam as regras sociais destinadas a promover o respeito
e consideração pela vida de outras pessoas e propriedades

Objetivo
Pretende compreender o papel das variáveis individuais , familiares e sociais no
fenómeno antissocial, centra-se no papel da personalidade e do género no
comportamento antissocial do adolescente

Personalidade e comportamento antissocial


- personalidade refere-se a um conjunto de características relativamente estáveis
( ao longo do tempo e das situações ) e duradouras que distinguem uam pessoa
particular e determinar um estilo característico de interação entre o indivíduo e o
ambiente físico e social circunstante
- Pd haver algumas mudanlças ao longo do tempo em alguns traços de
personalidade, especialmente durante a adolescência/ adultes precoce,
re etindo mudanças normativas relacionadas ao desenvolvimento
psicossocial
Personalidade e relações sociais - características de personalidade anteriores
podem prever as realaçoes sociais e inversamente as relações sociais podem
prever mudanças na personalidade ao longo do tempo
• Levar em conta a personalidade implica aceitar a existência de tendências
cognitivas , afetivas e comportamentais que podem favorecer a
delinquência
- que características tornam um indivíduo mais vulnerável a adotar comportamentos
antissociais do que outros ?
• Teoria de eysenck
- alto psicoticismo, extroversao e neuroticismo - baixa conformidade com as regras sociais
( escala EPQ-J “mentira”)

Género e comportamentos antissociais


• Tipos de comportamento antissocial
- homens são mais propensos a se envolverem em formas abertas de comportamentos antissocial
- mulheres tem mais tendencia a adotar formas encorbertas, principalmente na adolescência
• Taxa de manifestações anti-sóciais
-a frequência de problemas de comportamento eh muito maior nos homens do que nas mulheres
- as mulheres como um grupo demonstram ter níveis mais baixos d fatores de riscos do que os
homens
• Gravidade das manifestações antissociais
- as meninas co. Problema de comportamento tem menor tendencia a se envolver em formas mais
extremas de manifestações antissociais quando comparadas aos meninos

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Hipóteses
H1- os meninos apresentam maiores tendências antissociais do que as meninas
H2- existem diferenças signi cativas de personalidade entre meninos e meninas
H3- existem diferenças signi cativas de personalidade entre adolescentes q
manifestam e nao manifestam tendências antissociais
H4- traços de personalidade ( psicotismo , extroversão e neuroticismo) predizem
tendências antissocias

Participantes
Amostras ocasionalmente recolhidas em 3 escalas da região de coimbra
489 indivíduos que justamente cm seus pais concordaram em colaborar
Os participantes foram divididos em 2 grupos de acordo com os escores obtidos
nas medidas YSR e CBCL:
- indivíduos com escores médios e abaixo
- indivíduos que pontuam pelo menos um desvio padrão acima da amostra

Medidas
Adolescentes
• Questionário sociodemogra co
- idade, sexo , Ami letivo
• Auto-relato juvenil ( YSR, achenbach, 1991) versão portuguesa, Fonseca,
1999
- antissocial
. Itens relacionados a crueldade
• Desobediência , brigas e ameaças ,etc
- psicoticismo , extroversão e neuroticismo
. “ mentira”
Pais
• Questionário sociodemogra co
- condição de vida
• Child behavior checklist
- “oposição /imaturidade”
. Itens sobre birra , gritos , discussões , etc
-“ comportamento agressivo”
. Itens sobrev mentir , destruir coisas , agressão ,etc

Conclusão
• Diferenças de género
- como esperado, os meninos manifestaram maior tendência a comportamentos
antissocias quando comparados as meninas
- Os meninos pontuaram mais em psicoticismo e extroversão , mostrando maior
tendência a agressividade , egocentrismo, dureza e impulsividade , juntamente
com maior energia , sociabilidade , busca de estímulos , atividade e assertividade
- As meninas apresentam maiores escores de neuroticismo , maior suscetibilidade
a ansiedade e rápido despertar emocional
• Diferenças d personalidade

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- difereças signi cativas na maioria dos traços de personalidade entre
adolescentes antissociais mais baixos e mais altos
• O psicoticismo pode ser um mediador da relação entre género e
compotamento antissocial na adolescência , no sentido de que as diferenças de
género em relação as tendências antissocias podem estar relacionadas as
diferenças signi cativa da personalidade entre meninos e meninas
• Diferenças signi cativas d genero em relação ao psicoticismo sao
possivelmente a razão pela qual os meninos que apresentaram pontuação
signi cativamente mais alta nesse traço , sao mais propensos a se envolverem
em condutas antissocias , pelo menos no estagio de desenvolvimento
• Para projetor e implementar programas de intervenção que
possam promover comportamentos sociais mais saudáveis na adolescência,
considere :
- genero masculino e impulsividade ( fortemente associados ao traço de
psicoticismo ) como fatores de risco para comportamento antissocial
- meninas maior suscetibilidade a ansiedade e rápido despertar emocional
- a importância do desenvolvimento das relações sociais e das competências sociais
( competências pessoais e sociais )

Limitações + potencialidades
Limitações
- a existência de dé cit psicológicos e de desenvolvimento , bem como consumo
de álcool e drogas nao foram avaliadas
- Amostra nao foi alterada , pois dependia da permissão dos pais para a
participação
Potencialidade
- grande tamanho da amostra
- Combianaçao de auto-relatos e relatos dos pais sobre dimensões
comportamentais
- Resultados signi cativos
- Potencial para replicaçao em contextos internacionais

Próximos passos
• Coleta de dados adicionais , com um intervalo de idade/ano escolar mais amplo
(incluindo asdolescentes mais velhos e adultos emergentes )
• Apresntaçao de resultados sobre altoconceito, habilidades sociais e ambiente
familiar dos adolescentes
• Comparação com uma amostra ( dados já coletados) de adolescentes
delinquentes institucionalizados ( por decisão da lei)

Prevenir comportamentos antissociais na


adolescência : o que nos dizem as percepções
individuais ?
Introdução
• Comportamento antissocial
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- diversidade de comportamentos q violam normas sociais que visam promover
o respeito e a consideração pela vida e propriedade dos outros
- particulamente prevalentes durante a adolescência , momentos da vida em que
eh quase “normativo”
• Adolescência
- estádio de desenvolvimento de nido por múltiplas e profundas
transformações , assim como tarefas desenvolvimentais fundamentais para a
adaptação do meio
. Autonomia
. Identidade
. Relação entre pares
. Representações sociais e do self

Compreender as particularidades do fenómeno antissocial na adolescência e enquadra-las numa perspectiva


desenvolvimentais oferece-nos uma importante vantagem no que concerne a prevenção, pois permite a
antecipação do comportamento antes de atingirem manifestações mais graves e de resultarem em
consequências mais serias do ponto de vista social e individual

Objetivos
- compreender a relação entre comportamentos antissociais e diversas dimensões
de personalidade , autoconceito , competências sociais , ambiente familiar e
nivel scioeconomico
- Construir um programa de prevenção de comportamentos antissocias com base
em perceçoes individuais e centrado em 3 eixos :
. Indivíduo
. Características socio-demogra cas
. Família

Metodologia
Questionário sociodemogra co - - pais- condição de vida
- lhos- características
Sociodemogra cas
Youth self-report (YSR)- - anti-social ( auto-relato)
Child behaviour checklist- - comportamento agressivo ( reportado pelos pais)
Escala de ambiente familiar (FES)- - coesão , expressividade, con ito,
Independencia , Or.sucesso,
Or.int/cultura, Or.activa/recreativa,
Ênfase moral e religiosa, organização,
Controlo

Conclusões
• Nivel socioeconomico- - condições socioeconomicas mais desfavoráveis
relacionam-se com as percepções parentais mais negativas dos
comportamentos dos lhos
- prevenção através das percepções e expectativas
parentais, sobretudo em famílias de nivel socioeconomico mais baixo
• Género - - maior prevalência /intensidade de comportamentos anti-sociais nos
rapazes em compraçao com as raparigas

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-genero masculino como factor de risco /alvo de intervenção
• Personalidade. - - adolescentes com maior propensão para
Competências sociais Comportamentos anti-sociais apresentam
resultados mais elevados nos 3 traços de personalidade de eysenck ( psicoticismo ,
extroversão e neuroticismo ) e resultados mais baixos na escala mentira ( medida
da conformidade a normas sociais ) ,assim como menor auto-conceito e empatia
quando comparados com seus pares com menor tendências anti-sociais
- importância de disposições individuais e
competências associadas a impulsividade e ao desejo de aprovação social ,
assim como a capacidade de compreender as perspectivas dos outros
• Auto-conceito - - auto-conceito mais negativo ( qnd considerado
globalmente e em dimensões especí cas ) em adolescentes com maior
propensão para comportamentos anti-sociais
- percepções de si próprio sao indissociáveis das
características das interacçoes sociais dos adolescentes
• Ambiente familiar- - ambiente familiar globalmente mais negativo em
adolescentes com tendências anti-sociais mais elevadas : dimensões relacionais
( con ito, coesão e expressividade) , de manutenção do sistema familiar
( organização e controlo ) e envolvimento no crescimento pessoal dos membros
da família (independência , orientação intelectual e cultural , orientação activa-
recreativa , ênfase moral e religiosa)
- envolvimento da família em actividades e intercençao

Eixo de prevenção
• Família- oportunidade de autonomia e assetividade durante a adolescência
para construção da identidade fora do seio familiar
• Impulsividade , agressividade , instabilidade emocional
• Excesso de con ança ( < ansiedade)+ auto-conceito físico
• Envolvimento social/ desejo de conformidade com normas sociais
• Consciência de grau de ajustamento social dos comportamentos

Desenvolvimento positivo e bem-estar ao


longo da vida
Psicologia positiva- aprender a ser feliz
Ideias de forca
-psicologia positiva
- felicidade e bem-estar - o que os domina
- O caminho para a felicidade- a intervenção , estratégias e atividades

Psicologia positiva
- no passado,os psicólogos interessaram-se mais pelo funcionamento negativo da
personalidade ou pelas emoções negativas dq pelas positivas
- Só recentemente começaram a dar importância ao funcionamento positivo da
personalidade, havendo actualmente muitos estudos sobre as emoções positivas

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- Certamente o bem-estar psicológico dominara as preocupações dos
investigadores no século XXI
- A psicologia positiva eh um momento recente dentro da ciência psicológica que
enfatiza Mais a busca pela felicidade humana que o estudo das doenças mentais
- Por in uencia da psicologia positiva , na prevenção e tratamento de doença
mental eh deixado de parte o objetivo de eliminar as experiências internas que
provocam sofrimento e eh sugerida a adoção de estratégias para alterar a sua
relação com este ( ex- mindfulness, compaixão , clareza de valores , ação com
compromisso)
- Na intervenção e promçao de saude mental exploram-se as emoções positivas ,
os traços positivos e as comunidades positivas que oferecem condições para o
desenvolvimento do bem-estar , do talento humano, da resiliência , da felicidade
e do orescimento ou desenvolvimento do potencial humano

A perspectiva hedónica
- compreender o bem-estar como a obtenção do prazer e a diminuição da dor,
sendo que para a psicologia hedónica o “bem-estar consiste na felicidade
subjectiva e respeita as experiências de prazer e/ou desgosto, no sentido lato,
incluindo todos os julgamentos sobre bonachão e maus elementos da vida”
- Um dos contributos mais importantes na investigação desta perspectiva provem
da conceptualizaçao de bem-estar subjetivos do Ed.Diener
- Foçados nas condições em q as pessoas reagem positivamente as experiências ,
eh um constructo fundado em 3 componentes : - o afecto positivo
- o afecto negativo
- a satisfação com a vida

A perspectiva eudaimonica
- destingue-se por admitir que nem tds os desejos poderiam trazer bem-estar e q
este eh alcançado através da realização do potencial humano
- Entre os principais autores inseridos nesta perspectiva encontramos c.ry , cujos
esforços em integrar as formulações teóricas existentes na área do
desenvolvimento ao longo da vida , funcionamento positivo e saude mental
resultam num modelo multidimensional de bem-estar psicológico constituído
por 6 dimensões de funcionamento psicológico positivo

Felicidade
Em que consiste a felicidade ? Que fazer para ser feliz ?
- normalmente os investigadores consideram a felicidade como dependendo
essencialmente de 3 componentes : 1- emoções positivas
2- ausência de emoções negativas
3- satisfação com a vida
- a própria terminologia usada , para alem de felicidade , e q aponta conceitos
similares ( alegria, contentamento, satisfação e bem-estar ) indica as di culdades
em de nir e controlar a felicidade
- Em 2000 , Diener diz que , coloquialmente, se utiliza o termo felicidade para
designar o bem-estar subjetivo

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- Varias escalas de autoresposta para a avaliaçao de felicidade tem sido
desenvolvidas

Felicidade , saude mental e bem-estar social


- o modelo de bem-estar social de Keyes (1998) revela uma preocupação em
contemplar a in uencia do posicionamento dialógico do sujeito com a
sociedade na elaboração do seu bem-estar
- Coloca a hipótese de 2 contínuos ( saude e doença ) , sendo q a saude e a
doença mental podem seguir trajetórias de desenvolvimento distintas ao longo
do ciclo de vida (ex- aqueles q tem menor doença mental numa determinada
idade nao tem necessariamente melhor saude mental )
- No entanto, qnd a saude mental aumenta , o risco de apresentar doença mental
diminui

Diferentes estados da saude e doença mental


Diagnóstico - relação entre saude mental e doença mental
- saude mental completa- ausencia de doença mental e presença de altos níveis
de bem-estar/ orescimento
- Saude mental- presença de bem-estar/ orescimento
- Estagnaçao- ausencia de doença mental e baixos níveis ou ausencia d bem-
estar / orescimento em uma das escalas de bem-estar hedónico e pelo menos
seis das escalas de funcionamento positivo
- Doença mental- presença de critérios para doença mental
- Doença mental e estagnaçao- presença de dornça mental e ausencia de bem-
estar/ orescimento

Emergência da psicologia positiva


Uma mudança de foco
Modelo patológico
Conceito medico de saude- a saude eh o contrario d doenca
Objetivo de intervençao- tratar a doenca
Modelo salutogenico
Conceito biopsicossocial de saude- a saude eh um estado de completo bem-
estar para alem da ausencia de doença
Objetivos- tratar as doenças , promover o bem-estar , identi car e nutrir o talento
humano , tornar a vida das pessoas mais produtivas e realizadas

Intervenções positivas
A investigação conduzida no âmbito dos paradigmas salutogenicos
e positivo tem vindo a amostra que :
- a saude mental esta para alem da ausencia de doenças , implicando a presença
de estados de bem-estar
- Os estados de bem-estar podem co-ocorrer em contextos d doença,
desempenhando um função protetora e atenuadora

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- Os mecanismos psicológicos característicos dos estados de bem-estar atuam
de forma preventiva e terapêutica sobre o estado mental

Evolução dos modelos cognitivos-comportamentais


1 geração : terapia comportamental
- princípios do comportamento clássico ( pavlov) e operante (skinner)
- Modi cação do comportamento
2 geração : terapia cognitiva
- modelos de processamento cognitivo de comportamento
- Desa ar , mudar e reestruturar os conteúdos d pensamento
3 geração : terapias que integram mindfulness
- terapia cognitivo-comportamental clássica, budismo, teoria das molduras
relacionais , modelos evolucionários
- Alterar a relação com a experiência pessoal - estar aberto, observar e
aceitar , conhecer e desenvolver-se

Gratidão eh um recuso :
• Cognitivo e meta-cognitivo
- estar atento as coisas agradáveis que acontecem
- aos acontecimentos internos e externos que provocam bem-estar
• Emocional
- promove auto regulação das restantes emoções
• Comportamental
-exprimir gratidão promove alterações de comunicação / interação nas relações
didáticas e no sistema

Categorias de acontecimentos indutores de stresse


• Acontecimentos traumáticos - doenças/ acidentes
• Acontecimentos signi cativos ao longo da vida - perda de emprego/ divorcio
• Stress cronico- con itos diários em casa ou no trabalho
• Situações microindutoras de stress- familiares: ser cuidador negligente ou
perda de tempo no transito ou em tarefas
• Situações macroindutoras de stress- a crise económica , o desemprego , a
espera por tratamento no sistema publico de saude
• Acontecimentos desejados que nao ocorreram - uma gravidez , a entrada em
um lar
• Traumas ocorridos em estagio de desenvolvimento- ser vitima d abuso
sexual, violência domestica , maus tratos da criança ou do idoso/ mobbying

Prevenir o stress: comportamento de risco


- consumo de substancias psicoativas
- Sexualidade desprotegida
- Relações violentas
- Trabalho excessivo

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Promover o bem-estar: estilos de vida saudáveis
- uma alimentação saudável e equilibrada
- Uma higiene de sono adequada
- Pratica de exercício físico
- Investimento em relações interpessoais a áreas de interesse

Gerir o stress e o bem-estar: COPING


- o coping refere-se ao modo como as pessoas enfrentam as múltiplas exigências
da vida com o objetivo de se resolver , pelo q “falar de coping eh falar d açao
pessoal que metamorfoseia condições desfavoráveis em bene cio salutares e
em crescimento pessoal”
- O coping na pratica promove o desenvolvimento bem-estar, saude e
felicidade

Coping ativo e reinteraçao positiva


- identi cação de metas/ problemas
- Estratégias de resolução
- Pros e contras
- Evidências a favor e contra
- Critérios de utilidades

Como alargar a rede de suporte social e emocional ?


- papel do trabalho
- Voluntariado
- Desportos
- Atividades diversas/lazer

Piloto automático : o que eh ?


- Vivemos numa cção pessoal : o passado que já aconteceu e o futuro q
ainda nao chegou, perdemos o presente enquanto o pensamento corre na nossa
mente como um rio veloz , de modo automático, condicionado pela nossa
natureza
- Não podemos controlar a corrente do rio mas podemos perceber como a sua
intensidade , variação e direcçao eh in uenciada pelo vento se nos sentamos
nas suas margens

O mindfulness eh um estudo intuitivo e pre-conceptual e


signi ca :
- concientizaçao
- Despertar
- Prestar atenção de uma forma especial : - de propósito
- no momento
- sem julgar
Eh o oposto de mindlessness - de ignorância , evitamento ou viver em piloto
automático

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- o mindfulness permite que observemos o pensamento sem sermos
arrastados por ele
- Implica estar em contato com o momento presente, parar e estar alerta ao que
acontece dentro de nós e a nossa volta , com abertura ,receptividade ,
curiosidade

Qualidades mentais que apoiam a pratica de mindfulness:


- paciência
- Auto- abandono
- Nao- julgamento
- Con ança
- Generosidade
- Ser su cientemente forte para ser fraco
- Simplicidade voluntária
- Concentração
- Visão

A compaixão como competência


Bases losó cas e cienti cas:
- modelos evolucionários
- Teoria da vinculação
- Neurociencia
- Budismo
A compaixão eh uma propriedade da mente humana com fundamento evolutivo e
valor adaptativo , resulta da interaçao entre genes , sistemas siológicos ,
experiências precoces e ecologias sociais
Na linha evolucionária veri ca-se que os animais possuem sistemas siológicos
suas necessidades básicas de sobrevivência - estes sistemas atuam mediante a
activação de esquemas formados com a informaçao dada pela aprendizagem -
desencadeamento mecanismos adaptativos de resposta emocional e
comportamental
A avaliaçao cognitiva ativa 3 sistemas siológicos de regulação emocional que
podem ser moldados pelas experiências de vida :
• Sistema de contentamento, tranquilidade e segurança social - da a
informaçao d q se esta em segurança , nao sendo mais necessário procurar
recursos . Promove afectos positivos , sensação de bem-estar , segurança e
contexto social
• Sistema de procura e excitaçao- direciona o sujeito para comportamentos de
procura de recursos ou d recompensas . Estimula sensações e emoções
positivas
• Sistema de ameaça e protecçao - responsável pela avaliaçao da perigosidade.
Activa reacçoes defensivas de luta , fuga , bloqueio ou submissão

A integração social eh uam necessidade básica humana que promove as chances


d sobrevivência , crescimento e reprodução
- desempenho de papeis sociais
- Activação de estratégias voluntárias

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- Pedido de cuidados
- Prestação de cuidados
- Formação de alianças
- Identi cação de sujeitos atraentes para designação de pertença ao grupo
- Ranking social

A terapia focada na compaixão tem como objetivos


essenciais :
- reproduzir a sensibilidade a recordação de memórias emocionais (do passado/
sobre o futuro) associadas a ativação do sistema de ameaça e proteção
- Estimula o sistema de contentamento , tranquilidade e segurança social

Qualidades da mente compassiva :


- motivação para exercer cuidados pelo bem-estar do próprio e do outro
- Sensibilidade aos sentimentos e necessidades do eu e do outro
- Simpatia, empatia ou envolvimento
- Tolerância emocional - ser capaz d estar com as emoções adversavas do self e
dos outros sem estar nelas
- Pensamento liberto de julgamento
- Sensação de fazer parte e um todo e de nao ser uma pessoa diferente ou
isolada- o que aumenta a consciência da condição humana, ensinamento q ser
imperfeito e cometer erros eh natural
- Capacidade de exercer mindfulness por oposição ao auto-focais - o que permite
viver no presente

Intervenção terapêutica :
Treinar a :
- atenção compassiva
- O raciocínio compassivo
- A evocação de auto-imagem compasssiva
- As sensações compassivas
- A pratica do comportamento compassivo

Fatores que in uenciam os níveis de felicidade


Lyubomirsky,2011:
- QUEM SOMOS - a nossa personalidade determinada geneticamente (50%)
- SITUAÇOES QUE ENFRENTAMOS - circunstancias da vida (10%)
- O NOSSO COMPORATMENTO E O NOSSO PENSAMENTO- atividade
intencional (40%)

Atividades para aumentar a felicidade


Objetivos:
- praticar a gratidão e o pensamento positivo
- Investir nas relações sociais
- Lidar com o stresse , as di culdades e os traumas
- Viver no presente

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- Comprometer-se com seus objetivos
- Cuidar do corpo e da alma
- Escrever sobre emoções e sentimentos : - diário emocional
- diário de gratidão
- poemas “ o que eh ser feliz para
Mim ?”
- explorar programa diário de felicidade
- Explorar exercícios para a construção da própria historia pessoal ( a felicidade ao
longo do ciclo vital …)
- Promover auto-estima

Padrões disfuncionais de vinculação ao longo


da vida
Vinculaçao
- laço afetivo que liga a criança a uma gura de referencia , em q ambos adotam
comportamentos que favorecem a proximidade física e emocional, e cujo
objetivo principal eh proporcionar um desenvolvimento normativo
- Conjunto de comportamentos básicos, biologicamente determinados , que
visam promover a proximidade com outros signi cativos , nomeadamente em
situações de stress/alarme
. Manifestações diferentes ao longo do desenvolvimento
. Nao eh imutável ou insusbstituivel
. Os padrões perturbados de vinculação podem manifestar-se em qlq idade

Substituição de vinculação
Sistema de vinculação - - mantém a proximidade com a gura de vinculação
- eh ativado qnd o sujeito esta ansioso, inseguro ,
pouco con ante e procura contacto com guras que lhe deem o conforto e a
tranquilidade necessária
Sistema exploratório - - ativa qnd o sistema de vinvulaçao esta inativo
- leva o sujeito a explorar. Seu meio
Sistema medo-angústia - capacidade de vigilância/controlo do sujeito face a
uma ameaça
Sistema de caregiving- - capacidade da gura de vinculação cuidar ao longo
do tempo
Sistema de sociabilidade - - procura de companhia qnd a criança esta
segura e relaxada

Modelos operantes internos


Mantém-se ao longo da vida e orientam crianças, sentimentos e
comportamento do sujeito :
- construçao de expectativas sobre os outros
- Desenvolvimento de estratégias de coping
- Representação do self

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Padrão de vinculação situação estranha
Vinculaçao segura- cuidador com base a partir de qual se expõe o meio
Vinculação insegura ambivalente- osilaçao entre papel do agressor e
vitima
Vinculação insegura de evitamento- tendência a evitar ou ignorar o
cuidador , distancia/ agressividade
Vinculaçao desorganizada- manifestações atípicas : - evitamento
- resistência
- confusão
- depressao e/ou
Apreensão
- sem consistência
Comportamental

Padrões de vinculação adult attachment interview


Seguro autonomo- descrição coerente das experiências passadas , sejam
positivas ou negativas e reconhecimento da sua importância na formação da sua
personalidade
Inseguro preocupado- da muito relevo as relações d vinculaçao e manifesta
preocupaçao com as experiências passadas , apresentando di culdade em
descrever coerentemente as memórias da infância
Inseguro desligado- minimizaçao da importância das relações de vinculaçao,
idealização das experiências ocorridas na infância com di culdade em inlustra-las
com exemplos
Nao resolvido- nao conseguiu resolver sentimentos relacionados com a perda
ou abuso dq poderá ter sido alvo

Padrões disfuncionais de vinculaçao


Estudos iniciais sobre efeitos da privação de cuidados
parentais na infância ( bowlby, 1944)
Experiência adversa na iinfancia- internato de crianças e jovens problemáticos
ou delinquentes
- Sepraçao prolongada da mae durante a infância associada a um tipo de
psicopatia designada vazio de afeto : - frieza
- distanciamento emocional
- ausencia de calor ou de afeto na relação
Com o outro
- comportamento social marcadamente
Solitário
- nao responsivo e insensível a punição ou a
Reconhecimento social positivo
(Bowlby,1951)
Estudos da OMS ou pós guerra sobre efeitos da privação de cuidados
parentais durante a ii guerra mundial

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- crianças privadas de cuidados parentais tendiam a desenvolver os mesmos
sintomas que os jovens delinquentes : vazio de afeto :
- adultos emocionalmente frios
- relacionamentos super ciais
- níveis elevados d hostilidades e
Comportamentos antissociais
(Bowlby, 1961)
Efeitos de hospitalização e consequentemente separação obrigatórias das
guras parentais
- identi cação de uma sequência de comportamentos em resposta a separação :
Fase1- protesto
Fase 2- desespero
Fase3- vinculaçao
Estudos iniciais sobre efeitos da privação de cuidados parentais na
infância ( rutter e ERA Study team, 1998, 1999)
Estudos com crianças romenas aprisionadas e abandonadas em condições
terríveis durante o regime de ceausescu
- após a queda de ceausescu (1989), a maioria foi adota por familiares antes dos 5
anos : - capacidades signi cativas de recuperação em muitas crianças
- danos signi cativos em muitas crianças
|
|
Impacto da duração da experiência institucional

Trajetória de desenvolvimentos
Continuidades e descontinuidades nos padrões de
vinculaçao
Primeiras abordagens … |. Mais recentes …
- Hipótese de continuidade e |. - hipótese de descontinuidade das
Estabilidade dos modelos |. Representações de vincuaçao
Operantes internos da infância |. - apesar da estabilidade dos modelos
A idade adulta |. Operantes internos, há potencial de
- sobretudo qnd nao há alterações |. Mudança face a novas contingências
De vida da pessoa ( positiva ou |. Ambientais
Negativas ).

Continuidade… |. Descontinuidade…
- Padrões inseguros d vinculaçao | - representações constridas na infância
Podem desencadear mecanismos |. Podem ser utilizadas :
Defensivos que conduzem , |. - Revisão de representações passadas + novas
Inadvertidamente, a maior. |. Formas De reanalisar experiências anteriores,
Afastamento/ rejeição e a. |. - Desenvolvimento cognitivo na infância e
Perpetuação dos padrões : |. Adolescência
- Exclusão de info, incapacidade de integrar. |. - “teoria da mente”
Diferentes tps de inf acerca das experiências|. - pensamento formal

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Vinculativas |. - pod haver mudanças nos padrões se houver evidencia
- maior relutância em partilhar|. |. Consistente e continuada que contradiga os modelos
Experiências com os pais, |. Operantes internos desenvolvidos precocemente na
- Menor monitorização |. Infância
- Correspondência entre padrões de |. - ex: eventos negativos na vida pdm alterar padrões seguros para
Vinculaçao adultos e memórias dos |. Inseguros
Cuidados parentais na infância |. - eventos negativos pdm alterar o comportamento do
- a prevalência de vários padrões de. |. Cuidador e, assim, alterar padrões de vinculaçao
Vinculaçao eh semelhante quando se |
Estuda a infância e a idade adulta

Continuidade e descontinuidade nos padrões de


vinculaçao
Adocao : contexto privilegiado para a investigação
Experiências negativas iniciais
|
|
*
Acessibilidade de cuidadores disponíveis

Adoção precoce (antes dos 12 meses)


Vs
Adoção tardia (dps dos 12 meses)

Adoção precoce:
- oportunidade de estabelecer 1vinculaçao aos pais adotivos
- Desenvolvimento cognitivo, comportamental , relacional e afetivo semelhante a
lhos biológicos + vinculaçao segura

Adoção tardia :
- rutura na vinculaçao as guras primarias de vinculaçao ou total ausência de um
cuidador estável nos primeiros 12 meses
- Exposição continuada a riscos psicossociais ( maltrato/ negligência ,
institucionalizações repetidas, etc)
- Pertubaçoes emocionais e comportamentais signi cativas, dé ces orgânicos
- Comportamentos contraditórios face aos pais adotivos: - obediência
- dependência
- passividade
- evitamento
- rejeição
- hostilidade
- provocação

Importância da qualidade dos cuidados parentais dos pais adotivos


- representações segura dos cuidadores
- Capacidade de gerir representações con ituosas e vulneráveis dos lhos
- Papel do ambiente partilhado entre gura de vinculaçao e criança , independente
da sua origem genética

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Embora nao haja necessariamente continuidade entre os padrões de
vinculaçao na infância e na idade adulta, há considerável
continuidade entre:
- vinculaçao precoce e saude psicologia
- Vinculaçao adulta e psicopatologia

Vinculaçao e psicolopatologia
As estratégias emocionais e comportamentais associadas aos modelos de
vinculaçao insegura constituem através a adaptação no desenvolvimento da
criança
Modelos operantes internos disfuncionais
|
|
|
Esquemas desadaptativos / expectativa de desconexão e rejeição
|
|
|
Maior vulnerabilidade para psicopatologia

A vinculaçao insegura eh mais Frequente em amostras de alto risco, com impacto


claro no desenvolvimento socioemocional
Relação com pares
Construção do self
Impacto em problemas de extremalizaçao e internalizaçao

Vinculaçao e psicopatologia na infância : evidências de


estudos clínicos
Estudos clínicos apresentam resultados bastante heterogéneos
- fraca relação entre padrões de vinculaçao inseguros e psicopatologia em idade
pré-escolar e escolar, exceto na presença de elevados riscos psicossociais :
. Pobreza estrema
. Monoparentalidade
. Contextos familiares desintegrados
. Depressão materna
- correlação entre vinculaçao insegura e sintomas clínicos em idade escolar :
. Con ito com os pares
. Variações de humores
. Agressividade
. Sintomas de externalizaçao
- associação entre padrões de vinculaçao sintomas clínicos em idade escolar :
. Vinculaçao insegura-ambivalente + desorganizada
. Comportamentos hostis e pertubaçao de externalizaçao
. Vinculação insegura de evitamento
. Sintomas de internalizaçao

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Vinculaçao e psicopatologia da infância para a idade
adulta :
- padrao de vinculaçao desorganizado
- Problemas de comportamento em idade pré-escolar
- Problemas de internalizaçao e sintomas d dissociação no ensino básico e
secundário
- Psicopatologia na entrada para a idade adulta

Vinculaçao e psicopatologia na idade adulta : evidencia de


estudo clinico :
- padrões disfuncionais de vinculaçao , em casos mais extremos ,
poderão estar na base de : - pertubaçoes de ansiedade
- dependência de substancias
- pertubaçoes de humor
- pertubaçao de stress pós-traumático
- pertubaçao de pânico
- pertubaçao obessiva-compulsiva
- pertubaçoes do comportamento alimental
- tendência suicida
- pertubaçoes de personalidade
- vinculaçao ambivalente associada ao desenvolvimento da
pertubaçoes de ansiedade : falta de coerência no cuidador/ cuidados
recebidos , imprevisibilidade , falta de controlo
- Vinculaçao desorganizada associada a sintomas dissociativos :
experiência de abuso/ violência
- Relação entre diferentes padrões de vinculaçao e diferentes tipos de
pertubaçao : padrões de evitamento/disnciamento —> perubaçoes de
Externalizaçao
Padrões ambivalentes/ preocupados—> pertubaçoes de
Internalizaçao

Per s psicopatologicos na infância DSM-V


Pertubaçao reativa de vinculaçao
- pertubaçao de internalizaçao com sintomas depressivos e evitamento
Pertubaçao de interaçao social desinibida
- desinibiçao e comportamento de externalizaçao

Ambas estão associadas a negligencia e decorrem de um ambiente


abusivo em q nao eh possível desenvolver uma relação de vinculaçao
com o cuidador ( ou há múltiplas mudanças no cuidador)

Per s psicológicos na infância DSM-V- pertubaçao reativa


a vinculaçao
- pouco interesse em jogos e brincadeiras típicas dos pares dá mesma idade

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- Autoisolamento
- Agressividade para cm os outros face a frustração
- Pouca expressão emocional positiva
- Osilaçao entre : tristeza , ansiedade , medo e irritabilidade
- Sentimento d inadeuquaçao pessoal
- Evitamento e isolamento como respostas protetoras a dor e sofrimento

A- um padrao consistente de comportamento inibido e emocionalmente


retraído em relação ao cuidador adulto, manifestado em 2 aspectos :
1- a criança procuro conforto quando a ita muito raramente ou minimamente
2- a criança responde a medidas de conforto quando a ita muito raramente ou
minimamente
B- pertubaçao social e emocional persistente carcterizada por pelo
menos 2 dos seguintes aspectos :
1- responsividade emocional e social mínima a outros pessoas
2- afeto positivo limitado
3- episódios de irritabilidade, tristeza ou temor inexplicados, evidentes ate
mesmo durante interações nao ameaçadoras com cuidadores adultos
C- a criança vivenciou um padrao de extremos de cuidados
insu cientes evidenciado por pelo menos um dos seguintes aspectos :
1- negligencia ou privação social na forma de ausencia persistente do
atendimento às necessidades emocionais básicas de conforto, estimulação e
afeição por parte de cuidadores adultos
2- mudanças repetidas de cuidadores, limitando as oportunidades de formar
vínculos estáveis ( ex- trocas frequentes de lares adotivos temporários)
3- criação em contextos peculiares que limitam gravemente oportunidades de
formar vínculos seletivos (ex- instituições com alta proporção de crianças por
cuidador)

Per s de psicopatologicos na infância DSM-V -


pertubaçao de interaçao social desinibida :
- comportamentos verbais ou físicos excessivamente a vontade e sem inibição
para com estranhos
- Felicidade manifesta perante o contacto com estranhos, o que não ocorre
perante o cuidador
- Quando rejeitados por estranhos, apresentam ansiedade e frustração
- Estende-se pela adolescência, dirigindo-se ao grp de pares : relações
super ciais e con ituosa
- Sem remorso, culpa ou arrependimento quando magoam ou desapontam as
pessoas a sua volta

A- um padrao de comportamento no qual uma criança aborda e


interage com adultos desconhecidos e exibe pelo menos 2 dos
seguintes comportamentos :
1- discrição reduzida ou ausente em abordar e interagir com adultos
desconhecidos

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2- comportamento verbal ou físico excessivamente familiar ( não compatível com
limites sociais culturalmente aceitos ou apropriados a idade)
3- diminuição ou ausência de retorno ao cuidador adulto depois de aventurar-se,
mesmo em contextos não familiares
4- vontade de sair com um adulto estranho com mínima ou nenhuma hesitação
B- OS comportamentos do critério A nao se limitam a impulsividade,
incluindo comportamento socialmente desinibido
C- a criança sofreu um padrao de extremos de cuidado insu ciente
evidenciado por pelo menos um dos seguintes aspectos :
1- negligencia ou privação social na forma de ausência persistente de
atendimento as suas necessidades emocionais básicas de conforto, estimulação e
afeto por parte dos cuidadores adultos
2- mudanças repetidas de cuidadores, limitando as oportunidades de formar
vínculos estáveis
3- criação em contextos peculiares que limitam gravemente as oportunidades
de formar vínculos seletivos

Per s psicopatologicos na infância outras “pertubaçoes


de vinculaçao”
Distorções de base segura :
- perceçao alterada do perigo
- Exploração exasperada ou inibida sem procura da proximidade do cuidador
- Complacência excessiva , vigilância hiper controlada ou reduzida/ausente
- Inversão de papeis com preocupação excessiva da criança pelo bem-estar do
cuidador
Pertubaçao de “desvinculação”
- a criança nao demostra preferência por um adulto cuidador
- Evitamento social
- Inibição de comportamento de busca de conforto, manifestação de efeito,
procura de ajuda e cooperação
- Sociabilidade indiscriminada, sem vinculaçao
Pertubaçao de vinculaçao interrompida
- após uma experiência traumática de separação do cuidador, por perda ou por
repetidas separações (ex- morte ou institucionalizações)
- Contradições internas observáveis por comportamento
- Confusão
- Comportamentos próprios de outras idades
- Incapacidade de adotar comportamentos nao disfuncionais

Per s psicológicos na idade adulta - padrões patológicos


de vinculaçao em adultos ( West e sheldon,1988):
Independente compulsivo:
- desligado de sentimentos associados a vinculaçao, dando primazia a
autossu ciencia . A proximidade afetiva a outros eh “desligada” para evitar o
despertar de necessidades de vinculaçao e colocar-se numa posição de
demasiada vulnerabilidade

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Cuidador compulsivo :
- As relações próximas sao estabelecidas , mas sempre no papel de cuidador ,
nunca permitindo ser cuidado. Tendencialmente sao pessoas que tiveram
necessidade de cuidar de outros precocemente , durante a infância (ex- pais ou
irmãos )
Carente compulsivo :
- procura constantemente con rmar a segurança da sua relação de vinculaçao,
com demostraçoes urgentes e frequentes de procura de carinho. Decorre de
experiências precoces em q se duvidou da disponibilidade e responsividade da
gura de vinculaçao
Agressivo desligado:
- a perceçao da inacessibilidade da gura de vvinculaçao leva a ansiedade mas
tambem a raiva. Este per l dirige ansiedade e raiva as suas guras de
vinculaçao, q se traduz em agressividade ou desligamento vingativo

Pertubaçoes de personalidade com manifestações


“ampli cadas” de padrões de vinculaçao ( brennan e
shaver,1998)
Vinculaçao segura ( níveis de sociabilidade e auto-estima elevada):
- pertubaçao narcisista ou histriónica
Vinculaçao insegura de evitamento (repudio por necessidade de
vinculaçao):
- pertubaçao esquizoide ou esquizotipica
Vinculaçao insegura ambivalente ( preocupação, medo, ansiedade):
- pertubaçao evitante ou dependente

Regualaçao emocional na adolescência


Emoções :
• Perspectiva funcionalista :
- as emoções preparam respostas comportamentais necessárias, harmonizam
tomadas as decisões, elevam a memoria para eventos importantes e facilitam as
interações interpessoais (gloss e thompson,2007)
• Perspetiva relacional :
- cada emoção tem um papel próprio e um signi cado relacional único
- Relação entre pessoa e o acontecimento - nao eh o acontecimento do evento
por si próprio, mas sim a avaliaçao que a pessoa fez dele, q conduz a
manifestação da emoção ( sroufe, 1997)

Reatividade emocional :
- diferenças inter e intra individuais na : - duraçao
- utuação
- pontos de ativação
- dinâmicas de aumento ou diminuição da
Intensidade das emoções

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- intensidade e dinâmica das respostas emocionais a uma situação
subjetivamente relevante

Regulação emocional :
- “capacidade de modi car experiência e expressão das emoções” ( Gross e
thompson,2007)
- “ processo de iniciar, evitar, inibir, manter ou modular a ocorrência, forma,
intensidade ou duraçao de estudos de sentimentos internos, siológicos,
relacionados com emoções, processos atenciosas e/ou concomitantes
comportamentais das emoções ao serviço de uma adaptação social ou
biológica relacionadas com o afecto ou atingir objetivos individuais” (Kokknen e
pulkkinen, 1999)
- A regulação emocional promove a adaptação do sujeito ao que o rodeia, através
de iniciação, manutenção ou modulação das emoções positivas e negativas
- Identi cação de emoções e utilização exível de estratégias de coping
adequadas ao contexto situacional

Regulação emocional - estratégias :


Estratégias focadas na causa/ antecedente da situação …
• Seleção da situçao :
- esforços para a ocorrência ou nao de uma situação q da origem a uma dada emoção
- Ex- evitamento ou aproximação a pessoas, lugares ou atividades
• Modi cação da situação :
- modi cação externa através da criação da situações diferentes
• Modifocaçao do foco atencional :
- qnd não eh possível modi car a situaçao
- Ex- distração, concentraçao, ruminação
• Reativação cognitiva :
- avaliaçao da situaçao para alterar o seu signi cado emocional
- Ex- mudar o q se pensa sobre a situaçao ou sobre a capacidade de lidar com ela

Estratégia foçada na resposta:


• Modelação da resposta
- supressão emocional- inibição do comportamento da expressão da emoção
- Alterações da forma de resposta a situaçao

Estratégias , de nições e vantagens e desvantagens


Ruminação - pensar rapidamente sobre um evento ou emoção negativa-
sensação da resoluçao de problemas - foco na negatividade e na resolve a origem do problema
Evitamento- sair ou afstar-se de uma situaçao ou pessoa que desperta a
emoção negativa - distanciamento em relação ao sentimento- nao resolve a origem da emoção
negativa
Supressão- esconder uma emoção de forma a que outros não saibam que esta a
ser sentida - ajuda a confrontar os outros - nao resolve a origem das emoções negativas, falta de
autenticada e distanciamento social
Resolução de problemas- tentar alterar uma situaçao conscientemente para
resolver o mal-estar - pode encontar-se uma solução para o problema - alguns problemas nao
sao resolveis

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Reavaliação - reenquadrar o signi cado de uma situaçao de forma a alterar o
julgamento que faz dela- ajudar a sentir-se melhor em situações do dia-a -dia - não melhora a
situaçao , apenas a interpretação pessoal dela
Aceitaçao- reconhecer e validar as emoções negativas para parar de querer
mudá-las - ajudar a sentir-se melhor em situações do dia-a-dia - nao melhora a situaçao , nao
resolve a origem da emoção negativa
Suporte social- partilhar as emoções e pedir conselho aos outros- estar com
outros associa-se a maior bem-estar, pode encontrar-se uma solução para o problema - reacende
problemas e consequências
Distraçao- mudar a atenção do estimulo negativopara algo não relacionado- pode
ajudar a concentrar em outras tarefas - nao se lida com os problemas

Desregulaçao emocional
- incapacidade d modi car emoções incongruentes e ine cazes quando eh
necessário gerir o mal-estar em determinadas situações
- In uencia em processos fundamentais para o funcionamento : - aprendizagem
- tomada de decisão.
- memoria
- saude
-bem estar geral

Regualaçao emocional
- processo regulatório interno que ocorre ao nivel da cognição e Neuropsicologia
- Processo signi cativamente in uenciado por contextos psicossociais
- In uenciado por fatores : - genéticos
- biológicos
- ambientais
- processos de socialização são fundamentais para o desenvolvimento
emocional: - pares
- pais
- professores
- in uencias socais - internet , media , cultura
- rapazes tendem a usar mais o metado d supressao que as mulheres

Regulação emocional: bases neurodesenvolvimentais:


- diferenças marcadas na regulação de respostas estímulos emocionais entre
crianças pequenas , adolescentes e adultos
- Estudos com fmri - O desenvolvimento da regulação emocional eh um
processo dinâmico que muda em segundos , minutos, horas, dias e anos, e
tambem entre diferentes contextos ( Heller e casey, 2016)
. Regulação emocional implicita:
- processos regulatório simples que nao requerem atenção
consciente .
- sao executados como re exos, conforme os objetivos nao
conscientes do indivíduo, em respostas a alterações de contingências ou para
manter a homeostase ativa
- desenvolve-se literalmente durante as primeiras duas décadas de vida

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- Diferença da infância para a idade adulta nas respostas ao medo e a
recompensa
- As crianças conseguem regular as emoções implicitamente com a ajuda de um
adulto
- Importância da experiência, das interações com os outros

. Regulação emocional explicita :


- esforço e tentativas deliberadas para mudar consciente o seu estado emocional
- Ex- seleção da situação
- distração
- reavaliação cognitiva
- supressão
- etc
- exige capacidade cognitivas que vão estando acessíveis em novos estádios de
desenvolvimento
Crianças mais velhas- reavaliação cognitiva ( continuamente mais so sticadas)

Regulação emocional bases neurodesenvolvimentais :


- eh importante de nir a regulação emocional como implicita e explicita, para
distinguir entre os dois tipos de processo mas nem todos os processos de
regulação emocional são puramente explícitos ou implícitos . As respostas
tendem a ocorrer nu, continuo entre implícito entre inconsciente e consciente

Regulação emocional ao longo do desenvolvimento


- 0-12 meses- as emoções decorrem da experiência imediata
- 12-18 meses- desenvolvimento linguístico expande as emoções e as suas
expressão intensi ca-se
- 2 anos e meio- 6 anos - percepção de que as emoções são casadas por
eventos externos, aumenta a capacidade de regulação emocional
- 6-11 anos - estilo afetivo mais marcado, capacidade de gerar emoções
internamente
- 11-13 anos - instabilidade emocional, frequência de afeto negativo
- 13-19 anos - regulação emocional começa a estabilizar, capacidade par mais
diversidade de emoções

Adolescencia
- transformações múltiplas e profundas
- Tarefas desenvolvimentais - - autonomia
- identidade
- relações entre pares
- representações sociais e do self
- relações interpessoais- - competências sociais
- autopercepçoes e auto cacia
- identidade vc confusão de papeis ( erikson)

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Autonomia emocional :
- sentido de independência crescente em relação as guras parentais
- Novo repertório comportamental
- Nova imagem das guras parentais
- O adolescente nao se passa como crescido de um momento para outro
- Mudança gradual de padrões de interaçao adolescente-pais através de
constantes renegociações
- Os padrões de experiência interpessoal vão sendo assimilados, traduzindo-se
em: - um adolescente que mudou e se vê de forma diferente
- guras parentais que veem o seu lho (e talvez a si próprias) de forma diferente
- uma relação pai- lho mudada, tendência mais igualitária
As perspectivas iniciais:
- independência emocional na adolescência = independência em relação as
guras parentais
- O con ito pais- lhos eh uma manifestação normativa do processo de
distanciamento
- A harmonia pais- lho eh, no extremo, encarnada como imaturidade intrapsiquica
(freud,1958)

O desenvolvimento da autonomia emocional começa no processo de


individualização ( blos,1979) e termina com aquisição de um sentido de identidade
(erikson, 1968)

Perspectiva mais recente


- negociação progressiva entre o adolescente e os pais sobre assuntos relativos a
garantia e exercício de autonomia do adolescente
- O processo de individualização resulta de uma transformação nas crenças q
orientam as interações entre os membros da família, mais do q de uma tentativa
de sepraçao do adolescente em relação aos pais
- As diferentes expectativas, enquadramentos e crenças que cada membro da
família utiliza para interpretar as experiências de interaçao familiar resultam na
mudança nos padrões de interaçao familiar

Processo reciproco
- o sentido crescente de incpendencia emocional da adolescente afeta, eh afetado
por e manifesta-se nas suas relações com os outros

Autonomia emocional ( hollenstein e lasteigne,2018)


1- o sentimento subjetivo de independência aumenta consideravelmente ao longo
da adolescência
2- o desenvolvimento da autonomia emocional eh mais gradual e menos drástico
do que inicialmente sugerido
. Nao há estudos que sugeriam que a rebeldia ativa eh necessária para o desenvolvimento
psicossocial saudável
. O repudio menifesto dos pais pelo adolescente esta associado a di culdades e nao ao
sucesso da independência emocial

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3- o processo de individualização eh mais saliente no inicio da adolescência,
enquanto o desenvolvimento da identidade eh mais evidente no nal da
adolescência e inicio da vida adulta
.o papel dos pares eh fundamental a meio da adolescência, para esta transição
4- trasnformaçao priemriramente interpessoal e so mais tarde intrapessoal
.as mudanças intrapessoais so ocorrem com o desenvolvimento do sentido de identidade,
portanto, mais tarde na adolescência
5- existem diferenças individuais consideráveis no que toca ao papel que os outros
assumem no desenvolvimento da independência emocional, com impactos no
ajustamento psicossocial do adolescentes
. - pais calorosos
- pais nao intrusivos
- livre expressão de individualidade
. Controlo psicossocial extremo ( incluindo : - cancelamento afetivo
- indução de culpa )

Período sensível para o desenvolvimento da regulação


emocional
Desa os emocionais
Pressão escolar/ académica
Regulações românticas
Crescente importância das relações com os pares
+
Reatividade emocional aumentada
+
Mais tendência para comportamentos de risco e comportamento
Impulsivo
+
Desenvolvimento neurobiologico de circuitos envolvidos na gestão de
processos emocionais
Ex:- sistema de recompensa
- inibiçao
- aproximação

- os adolescentes experiênciam : - mais acontecimentos importantes


- mais emoções negativas
- menos emoções positivas
- mais frustaçoes emocionais do que quando
Eram crianças
- os adolescentes apresentam estados de humor mais extremos (positivos e
negativos) do que os adultos
- Os adolescentes precisam aprender a regular as emoções de forma mais
independente do que na infância
- Desenvolvimento de capacidade cognitiva envolve maior capacidade para
identi car e regular as suas emoções
- Os desa os da adolescência sao fundamentalmente emocionais :
- comportamento de risco
- sexualidade
- con ito familiar

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- desenvolvimento da identidade
- alteração de humor
- risco aumentado de depressão e ansiedade
- puberdade
- transições escolares
- exigências académicas
- a regulação emocional desenvolve-se substancialmente ao longo da
adolescência : - fraca e cácia de estratégias de regulação interna no inicio da adolescência
- uso mais frequente de estratégias adaptativas e menor frequente de
Estratégias desadaptativas
- maior capacidade cerebral para regular emoções negativas (sobretudo medo)
E gerir tendências impulsivas
Mas:
A adolescência nao eh um estádio de desenvolvimento homogéneo e continuo

- elevada variação intra e interindividual nas trasnformaçoes típicas da


adolescência
- Desenvolvimento nao continuo (por picos)

Variçoes intraindividuais :
- con ito com os pais : pico no inicio da adolescência, embora as emoções
associadas a estes con itos tenham o seu maior pico no meio da adolescência
- Experiência de emoções negativas : pico no meio da adolescência, associado a
diminuição nas emoções positivas

Variações interindivivuais :
- timing da puberdade
- Contextos sociais e familiares

Regulação emocional na adolescência- estratégias


- os adolescentes desenvolvem um sentido do self que inclui a perceçao acerca
do seu estilo emocional e intrapessoal, assim como das suas estratégias
preferidas de regulação das emoções
Formas adaptativas :
- envolvimento em : - desporto
- artes
- atividades escolares
- valorização positivas
- expressão de sentimentos
- procura de apoio, aconselhamento

Formas desadaptativas :
- comparação social negativa
- substancias psicoativas
- comportamentos agressivos
- comportamento autolesivos

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Regulação emocional na adolescência - estratégias :
Regulação emocional adaptativa- “acalmo-me e olho para a situação
novamente” , “concentro-me no que fazer a seguir”
Procura o apoio social- “procuro conforto”, “falo com pessoas”, “peço conselhos”
Passividade- “espero para ver”, “nao acho q valha a pena agir”
Regulaçao de evitamento- “simplesmente vou-me embora”, “faço outra coisa”
Supressão expressiva- “nao mostra como sinto”
Ruminação disfuncional- “nao paro de pensar nisso”
Desregulaçao- “culpo os outros mesmo quando nao são responsáveis”

Desenvolvimento de regulação e reatividade emocional na


adolescência : perspectiva e analise :
- será a adolescência um estádio de desenvolvimento em que a regulação
emocional eh especialmente conturbada ?
Perspectiva do ciclo de vida - compara a adolescência genericamente com outros
estádios de desenvolvimento ( infância / adolescência , adolescência/ idade adulta ,
idade adulta / infância , assumindo q não há mudanças desenvolvimentais dentro
de cada estádio de desenvolvimento )
Perspectiva do período de transição desenvolvimental- descreve mudanças
desenvolvimentais dentro da adolescência , do inicio ao nal, e assume alterações
ao longo deste estádio
Perspectiva dependente do contexto- analisa alterações no uso de estratégias
dentro de períodos desenvolvimentais mais curtos consoantes situações e
contextos

Perspectiva do ciclo de vida


- diferenças na intensidade emocional experienciada entre adolescentes, crianças
e adultos
- Raiva aumentada, mesmo em situações provocadoras de medo ou tristeza
- A regulação emocional normativa na adolescência envolve o uso frequentes de
estratégias adaptativas e sociais: - estratégias adaptativas
- procura de suporte social
- supressão expressiva
Menos utilizadas : - evitamento
- ruminação disfuncional
- Desregulaçao

Perspectiva do período de transição desenvolvimental


- a intensidade das emoções negativas deportadas em situações que provocam
ansiedade, raiva e tristeza aumentam durante a adolescência
- Diminuição do repertório de estratégias de regulação emocional do início para o
meio da adolescência, seguido de um aumento no nal da adolescência

Perspectiva depende do contexto:


A regulação adaptativa de emoções implica :
- monitorização das emoções

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- Flexibilidade para avaliar as características da situação
- Monitorização do sucesso ou insucesso das estratégias
- Monitorização da reação do ambiente social, muitas vezes a um nível implícito

No meio da adolescência há menor procura de apoio social do que no inicio e no


m deste estádio de desenvolvimento
Mas depende do contexto
Em privado :
- procura de apoio social dos pais
- Sem observação/ avaliação dos outros
Em publico:
- não há procura de apoio social dos pais
- Avaliação social dos outros

Regulaçao emocional e psicopatologia na adolescência


- relações entre di culdades na regulação emocional durante a adolescência e
sintomomatologia de externalizaçao e internslizaçao
- Di culdades na regulação emocional estão muitas vezes associadas a :
. Di culdades socais
. Di culdade no ajustamento psicológico emocional
- a adolescência eh um período de risco para o inicio de pertuaçoes de ansiedade
e depressão
- Di culdades na regulação emocional aumenta o risco de problemas de saúde
mental
- O uso de estratégias de supressão esta associado a sintomatologia depressiva
e ansiosa
- De ces na regulação emocional estão associados a comportamento agressivo e
jogos patológico
- Forte associação entre Desregulaçao emocional e psicopatologia

Regulaçao emocional e ANSIEDADE na adolescência


- menos conhecimento sobre emoções e estratégias regulatórias
- Menos formas de resoluçao de problemas em situações ativadoras
Maior reatividade emocional
Maior di culdade em acalmar-se
+
Sobre proteção parental
Aceitação das estratégias de evitamento
Menor autonomização
Intrusão
Menor incentivo a expressão de emoções

Regulaçao emocional e DEPRESSÃO na adolescência


Di culdade no processamento de emoções
|
~

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comprometimento na capacidade de utilizar estratégias de regulação emocional
e cazes num periodo critico de desenvolvimento

Enviesamento negativo
+
Falta de enviesamento de positivos
+
Di culdade em controlar emoções

Regulaçao emocional e PERTUBAÇOES DE


COMPORTAMENTO ALIMENTAR na adolescência
- di culdades na identi cação e descrição de emoções + comorbidade com
depressão e pertubaçao de ansiedade
- Maior prevalência de estratégias desadaptativas de regulação emocional que
constituem obstáculos a recuperação e/ou desenvolvimento emocional saudável
subsequente : - evitamento
- supressão emocional
- inibição
- repressão
- ruminação
- comportamentos autolesivos

Regulação emocional e STRESS TRAUMÁTICO na


adolescência
Crise psicológica :
Período de desequilíbrio psicológico experienciado como resultado da vivencia de
um evento ou de uma situação exigente, em que os mecanismos normais de
coping nao tem sucesso e , por isso, há uma diminuição no funcionamento
adaptativo ( Roberts, 2005)
Eventos precipitastes de crise :
- percepção de ameaça
- Incapacidade em modi car ou reduzir o impacto do evnto
- Aumento do medo, tensão e/ou confusão
- Nivel elevado de desconforto subjetivo
- Desequilíbrio seguido de uma transição rápida para uma ativação de crise
Regulaçao emocional e stress traumático na adolescência - exposição
a catástrofe
- inicio repentino
- Imprevisível
- Incontrolável
- Destruição signi cativa
- Perda ou sofrimento humano signi cativo
- Acima da capacidade de coping dos indivíduos ou comunidades afetadas
Ativação aumentada e hipervigilancia :
Uso de mecanismos explícitos de regulação emocional (ex- evitamento, supressão) para redução
imediata da intensidade das emoções negativas- adaptativo !
Mas signi ca tambem :

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- maior ativação
- Maior cognições negativas
- Consequências negativas a nível emocional, comportamental, cognitivo e social ( incluindo
sintomatologia psicopatologicos )

A cordenaçao do afeto e da cognição está ainda em desenvolvimento


Compreensão cognitiva de aspectos emocionais, sintomas de internalizaçao e
constrangimentos do ambiente
Ciclo: - reatividade emocional aumenta
- raiva
- comportamento de risco
- impacto n desenvolvimento do RE
Mas : processos desenvolvimentais em curso : - regulação emocional
- maturidade psicossocial
- impulsividade

Consequências emocionais, cognitivas e comportamentais


e estratégias de intervençao
Isolamento, vergonha e culpa
- discutir emoções e acontecimentos
Autoconsciência
- normalização de sentimentos de medo, vulnerabilidade
- Suporte social
Comportamento de risco
- limitar o acesso a álcool e drogas
- Discutir riscos de comportamentos
- Vigilância maior sobre as atividades
Medo de repetição do evento
- ajudar a identi car as recordações e classi car diferenças entre acontecimentos
e suas recordações
- Enquadrar informaçoes mediática
Mudanças abruptas nas relações e atitudes
- normalizar tensão mas valorizar importância da família e dos amigos para a
recuperação
- Encorajar tolerância para com diferentes tempos e padrões de recuperação
Entrada abrupta na idade adulta
- oferecer apoio à moderação na tomada de grandes decisões
- Oferecer formas de o adolescente se sentir com mais controlo, dentro das suas
rotinas

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A pobreza como fator de risco no
desenvolvimento humano
Pobreza - de nição
- condição humana caracterizada por privação sustentada ou cronica de:
- recursos
- capacidade
- escolhas
- segurança
E poder necessários para o gozo de um adequado
padrao de vida e outros direitos civis, culturais, económicos, políticos e sociais
- a pobreza envolve mais do que a falta de recursos e de rendimento que
garantem meios de subsistência sustentáveis, limitando a educação e a outros
serviços básicos, a discriminação e a exclusão social, bem como a falta de
participação na tomada de decisões

Exclusão social
Conjunto de desvantagens associadas a pobreza
- desigualdade nas atividades básicas da vida, participação económica da família,
habitação, saude, educação, espaço publico, participação social, assim como na
experiência subjectiva de exclusão social
- Impacto no bem-estar infantil em sentido lato : - saude e segurança
- bem-estar educativo
- relações familiares
- relações entre pares
- comportamento e riscos
- bem-estar subjetivo

Microssistema o papel da família


- crianças com pais casados:
Menor possibilidade de viver na pobreza
- famílias monoparentais :
- maior possibilidade de viver na pobreza

Microssistemas - o papel da familia- teoria do stress -


coping
Eventos de vida discretos ( ex- perda de rendimento)
- disrupçao/ ameaça nas atividades habituais
- Reajustes comportamentais signi cativos - sofrimento psicológico
A perda de rendimento envolve uma disrupçao signi cativa no estilo de vida e
comportamento da familia
Con ito entre as necessidades habituais da familia e a capacidade de os satisfazer

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Di culdades crónicas :
- reajustes repetidas de comportamentos
- Incapacidade de responder a obrigações
Di culdades crónicas, mais que eventos isolados, sao responsaveis por sofrimento
psicológico em familia pobres
A pobreza crónica tem uma in uencia maior no ajustamento da criança pelos
efeitos cumulativos de múltiplos stressores

- os comportamentos de coping envolvem a ativação de :


. Recursos sociais ( apoio emocional e/ou material)
. Recursos psicológicos (auto-estima, autoe cacia)
. Respostas especi cas para a resoluçao de problemas
- a privação económica pode di cultar ou impedir a ativação desse recurso
(coping)
- Menor capacidade de coping- - sentimento de incapacidade
- perda de auto-estima e autoe cacia

Microssistema - o papel da familia - modelos de processos


familiares
- condições económicas adversas afetam as interações familiares ao criarem
pressão económica ou adversidades diárias que resultam em depressao parental
- A depressão parental afeta negativamente o funcionamento dos lhos por se
associar a níveis baixos de cuidado, estilos parentais pouco envolvidos ou
inconsistentes

Microssistemas - o papel do grupo de pares


Crianças pobres tem mais probabilidade de experienciar , junto
dos pares : - rejeição
- menor popularidade
- relações con ituosas
Menos recursos familiares: - perceçao de diferenças (roupas e outros bens)
- estigmarizaçao
- menor participação em atividades de grupo de
Pares
Menos oportunidades de interação social e de construir e manter relações
com pares

Microssistema - o papel da escola


- crianças pobres tem mais possibilidade de frequentar escolas com menos
recursos, onde existem ambientes de sala de aula mais contrabandos no :
. Desempenho académico
. Comportamento social
. Menor apoio académico e social (real ou percebido)
. Mais sofrimento psicológico

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Mesossistema
- inter relação entre dois ou mais microssistemas, incluindo a pessoa em
desenvolvimento
- Ex- escola - familia
- Envolvimento da familia na escola- desempenho escolar
Pouco envolvimento associado a menores recursos para apoiar em casa, com
impacto no desempenho em contexto de sala de aula
Atitudes da escola face a criança devido ao contexto de pobreza familiar
Efeito pigmaliao

Ecossistema - redes de suporte social


- pessoas com menos recursos económicos tendem a ter menos acesso a :
. Contractos sociais
. Apoio material e social
- redes sociais como fontes de stress em vez de oportunidades para mitigar os
efeitos da pobreza

Exossistemas - o papel da vizinhança


- potencial de reforço ou disrupçao das praticas parentais :
. Modelos e comportamento
. Supervisão adulta
. In uencia dos pares
- concentração espacial e localização geográ ca de bairros mais pobres
- Não há relação entre o QI das crianças pobres aos 5 anos e a proporção de
vizinhos pobres mas ter mais vizinhos com mais recursos económicos esta
associado a QIS mais elevados
- Ter vizinhos com mais rendimento esta associado a mais anos de escolaridade
completo e a menor abandono escolar na adolescência
- Vizinhança com recursos mais limitados esta associada a pior saudade mental
nas crianças : - ansiedade
- depressao
- oposiçao/ desa o

A vizinhança tem impacto no desenvolvimento das crianças em situações de


pobreza através da socialização coletiva positiva e recursos institucionais

Macrossistemas :
- recursos materiais
- Estruturas de oportunidades
- Estilos e hábitos de vida
- Conhecimento e crenças culturais

Macrossistemas
- panel study of income dynamics (PSID) (Duncan et al, 1984) - estudo com mais
de 5000 famílias após a recessão dos anos 80 nos EUA

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- As características dos pobres persistentes sao muito diferentes das
características da população geral e das características dos pobres num ano
especi co
- Raça : mais de 3/5 dos pobres persistentes eram afro americanos
- Enorme desproporção racial na pobreza

Cronossistemas - duração da pobreza


Os efeitos da pobreza sao mais nocivos se a pobreza for crónica e extrema e
veri cam-se a vários níveis: - problemas de saúde física
- di culdades no desempenho académico e insucesso
- propensão para di culdades sociais, emocionais e
Comportamentais
Desenvolvimento cognitivo
- a pobreza persistente tem mais efeitos adversos do que a pobreza transitória
- As crianças com ambos os tipos de pobreza apresentam níveis mais baixos( de
desenvolvimento cognitivo) do que as crianças nao pobres
- O desempenho escolar e o funcionamento cognitivo diminuem a medida
que a duração da pobreza aumenta
Desenvolvimento social e emocional
- sintomas se internalizaçao e exernalizaçao sao mais prevalentes em função do
tempo da pobreza
- Crianças persistentemente pobres apresentam maior incidência no
comportamento antissocial em comparação com as transitoriamente pobres e as
que nunca experienciam situações de pobreza

Cronossitema- precocidade da experiência de pobreza


Foco na capacidade cognitiva
- os nãos pre-escolares sao os de maior vulnerabilidade para os efeitos negativos
da pobreza no funcionamento cognitivo e desenvolvimento escolar
(Hipótese do periodo critico para desenvolvimento de capacidade)
- a relação entre o rendimento familiar e o desempenho escolar eh mais forte na
infância do que na adolescência
- A pobreza experienciada precocemente tem uma relação maior com a
capacidade cognitiva
Foco no desempenho escolar :
- as in uencias ambientais na aprendizagem assumem maior importância nos
resultados educacionais e cognitivos ao longo do desenvolvimento, pois as
crianças adquirem maior consciência do mundo a sua volta :
. Desiluçao sobre o valor da educação
. Internalizaçao de estereótipos negativos sobre os pobres
. Compreensão de mensagens sociais do ambiente empobrecido
- a pobreza persistente tem um impacto maior no desempenho escolar devido a
fatores motivacionais e oportunidades socioeducativas
- A pobreza experienciada mais tarde no desenvolvimento nao tem in uencia
na capacidade cognitiva, mas sim no desempenho escolar

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Outras perspectivas sobre a pobreza no desenvolvimento
- perspetiva da causalidade social
- Perspectiva da seleção social
- Perspetiva interacionista

Pobreza e desenvolvimento
Perspectiva da causalidade social:
- a pobreza e as condições associadas a pobreza levam a variação no crescimento
e desenvolvimento da criança
- Ênfase nas oportunidades sociais
- Papel da sociedade
Perspectiva da seleção social :
- os traços e disposições dos pais levam a variações nas atitudes, disposições e
oportunidades da criança
- Ênfase nas competências e características individuais
- Papel do indivíduo
Perspectiva interacionista :
- a relação entre o nível socioeconomico/ pobreza e o desenvolvimento envolve
processos de seleção social e de causalidade social
- Ênfase na relação entre a sociedade e o indivíduo

Perspectiva da causalidade social - modelo do


investimento parental
Baseado em perspectivas económicas e sociológicas
1- poder de compra- acesso a bens e serviços que melhoram as perspectivas
económicas e educativas dos lhos
- pais com maior rendimento - oportunidades de proporcionar bens materiais e experiências
associadas a mobilidade social
- Matérias de aprendizagem em casa
- Apoio a aprendizagem direto ( trabalho de casa, leitura) e indireto (atividades extracurriculares,
visitas a museus, etc)
2- atitudes, valores e crenças
- expectativas sobre o desempenho académico
- Valorização da escola e da aprendizagem
- Esforços para promover o sucesso escolar
Preditores do sucesso escolar e mediadores da relação entre rendimento familiar e desempenho
escolar

Perspectiva de causalidade social- stress familiar


- baseado em estudos sobre os efeitos do desemprego e perda de rendimento no
funcionamento familiar e desenvolvimento infantil em diferentes momentos do
século Xx e em diferentes contextos (urbano/ rural, diversidade cultural, dentro e
fora dos EUA)
- Di culdades económicas (perda de rendimento ou pobreza) provoca tensões
económicas e pressão nos pais com impacto ao nivel :competências
Socioafetivas
. Saudade mental parental (sintomas depressivos, ansiedade)
. Con ito e discórdia interparental

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. Qualidade do desempenho parental
- indicadores objetivos de rendimento e recursos económicos , capacidade de
responder a necessidade básica :competências socioafetivas - comida
- alojamento
- contas ,etc
- perceçao de inadequação nanceira dos pais , pais q sentem pressão para
responder a necessidades materiais básicas, mas também alguns “extras” ( ex-
presentes para os lhos) sofrem consequências na saude mental e
comportamentos parentais com impacto no desenvolvimento socioafetivo dos
lhos
- Stress económico :competências socioafetivas :
- reduz a capacidade de interaçao com os lhos de forma calorosa, apoiante e
responsiva
- diminui o nivel d envolviemnto e atenção para com os lhos
- aumenta praticas parentais mais coercivas, inconsistentes e duras
O foco nao eh nas competências parentais das famílias com menos rendimento,
mas na sua incapacidade de por em pratica face às tensões causadas pela
privação económica

Perspetiva da seleção social


Enfatiza o papel das diferenças individuais na pobreza:
- competência
- capacidade
- motivação
- saude física e mental
- as crianças que nascem na pobreza estão em desvantagem porque os pais tem
características individuais que os impedem de adquiri rendimento
- As crianças terão menor competência cognitiva e social em resultados de
in uências genéticas e ambientais decorrentes das características dos pais
- Traços genéticos ( ex- traços de personalidade e cognitivos) passados de pai
para lhos
- Os traços e disposições dos pais levam a variações no bem-estar económico,
nas relações pais- lhos e, em ultima analise, a variações no desenvolvimento da
criança devido as atitudes e disposições que passam aos lhos e a falta d
oportunidades de ascensão social

Perspectiva da seleção social - critica


- nao considera diferentes estádios de desenvolvimento
- Foco excessivo na componente genética do comportamento, sem considerar
causas ambientais
- A realidade da pobreza nao se resume a responsabilidade individual

Perspetiva interacionista
Modelo que integra processos de causalidade social e seleção social
Causalidade social:
- o NSE dos pais prediz os seus investimentos materiais ( mas nao emocionais)
nos lhos

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- O stress familiar e os investimentos parentais predizem o funcionamento
adaptativo dos lhos
- As pessoas sao condicionadas/ limitadas pelas oportunidades sociais e
institucionais que tem

Seleção social
- características de personalidade precoces predizem comportamentos e
circunstâncias sociais na idade adulta, enquanto pais
- Elevadas amabilidade e conscienciosidade + baixo neuroticismo medidos na
adolescência : - nivel socioeconomico adulto
- nivel de stress familiar (pressão economica, distress psicológico e parental,
con ito conjugal)
- investimento emocional nos lhos
- padrões de vinculaçao segura para com os lhos
- as competências e características pessoais tambem in uenciam a forma como
se aproveitam (ou nao aproveitam) essas oportunidades

Pobreza como fator de risco


Fator de risco :
- condição/ circunstância que aumenta a possibilidade de impacto negativo no
desenvolvimento
Mecanismos de risco
- processos através dos quais os riscos exercem os seus efeitos negativos
Vulnerabilidade
- aumenta a possibilidade de uma criança sucumbir ao risco
- Intensi ca a resposta ao risco
Fator potenciador
- exacerba o impacto do risco
Fatores protetores
- fatores que promovem ou mantém o desenvolvimento saudável
Mecanismos protetores
- aspectos especí cos do poder protetor dos fatores protetores :
. Redução do impacto do risco
. Redução das reações em cadeias negativas
. Promoção da auto-estima e autoe cacia
. Abertura de oportunidades

Acumulação de fatores de risco deteriora o desenvolvimento e a ausencia de


fatores e proteção aumenta a vulnerabilidade
A pobreza tem impacto no desenvolvimento, nao porque eh uma variável
importante , mas porque esta fortemente associada a um conjunto de outros
fatores de riscos familiares e extra-familiares
Estuda-se a pobreza porque eh um fator ou precipita ou frustra tentativas de
mitigar as condições adversas e os stressores recorrentes a ela associados

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Os desa os extra da pobreza em crianças sem-abrigo
Riscos associados a pobreza
+
Mudanças residenciais
+
Absentismo escolar
+
Adversidade familiar
Saude mental materno-infantil
- maior di culdade em ultrapassar di culdades devido à exposição a stressores
físicos e psicossociais mais extremos
- Violência e discriminação feminina: - ansiedade
- depressao
- baixa auto-estima
- vergonha
- culpa
- maior incidência de depressao materna
- Associada a pior funcionamento e saude infantil
Pratica e investimento parental
- menor envolvimento e sensibilidade nos cuidados parentais
- Menor estimulação cognitiva e socioafetiva em casa

Relações entre epigenetica e psicologia do


desenvolvimento
Nature ( natureza,inato)
- foco nas características biológicas herdadas geneticamente

Nurture ( ambiente, adquirido)


- foco na in uência do ambiente físico e social antes e depois do nascimento

Genotipo:
- constituição genética

Fenotipo:
- características morfológicas, siológicas e comportamentais de um indivíduo
- Resultado da expressão de genes e das ações do meio ambiente

Epigenetica :
- foco na interaçao mutua entre características biológicas herdadas
geneticamente e o ambiente e experiência que somos expostos
Do ponto de vista genético :
- mecanismos de regulação dos genes que nao envolvem mudanças nas
sequências de DNA

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Do ponto de vista biológico/ evolutivo:
- mecanismos hereditários nao baseados em DNA
Do ponto de vista genética populacional :
- exemplos de variações fenotipicas em resposta a condições ambientais

O epigenetica eh modelado pelo genoma e pelo ambiente —> em conjunto os 3


in uenciam a saude e o comportamento ao longo do desenvolvimento
O genoma eh relativamente estável
O epigenenoma eh maleável —> os marcadores epigeneticos sofrem mudanças
durante o curso natural do desenvolvimento , em respostas a fatores externos do
ambiente
- envolve maior impacto em períodos sensíveis e
resulta em maior ou menor risco

Os marcadores epigeneticos são responsáveis por um equilíbrio delicado


entre persistência e plasticidade no desenvolvimento

Trajetórias individuais :
- diferenças genéticas e ambientais levam a divergência de trajetórias
- Maior divergência quando a exposição ao risco ocorre em períodos sensíveis/ de
maior plasticidade

Epigenetica e DNA
- a epigenetica diz respeito a modi cações no DNA e na sua “embalagem” (sem
alterar a sequência de DNA), isto altera a acessibilidade e regula/determina que
genes são manifestados/ transcritos mais facilmente que outros
- Há vários fatores epigeneticos em estudo, mas o mais commumente estudado
eh a mestilaçao (DNAm) - adição de um grupo de mestilo a uma cadeia especi ca de DNA
(o que de ne a manifestação/transcrição maior ou menor de determinados genes em detrimento
de outros)
- a mestilaçao (DNAm) está fortemente relacionada com a variação genética sendo
importante considerar o papel de algumas características biológicas inatas neste processo
Sexo:
- especi cidade de comportamentos ou condições psicológicas podem estar associados a
especí cidade de padrões de metilaçao
Etnia
- associação com a metilaçao devido a ancestralidade genética partilhada+ semelhanças culturais
e ambientais
Idade
- a metilaçao sofre alterações com a idade cronológica (ex- gémeos tornam-se progressivamente
mais “diferentes” com a idade, apesar de semelhanças a nascença

Idade epigenetica
- os níveis de metilaçao associam-se a idade cronológica , podendo predizer a
idade cronológica de uma população
- “Relógio epigeneticos”- medida da idade biológica mais do que na cronológica

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Idade biológica : - condições de saudade
- aceleração ou abrandamento do processo de envelhecimento
- stress cumulativo
- trauma
- estilos de parentalidade
- ambientes acolhedores

Herança epigenetica :
- a metilaçao eh herdada de células para célula (dentro da longevidade do
organismo), criando uma memoria que re ete experiências/ exposições
passadas.
Hipótese de herança intrageracional :
- durante a gravidez, os padrões de metilaçao de fato sao alterados em função da
exposição do ambiente uterino (o ambiente uterino eh resultado dos fatores a
que a mae foi exposta durante a sua vida)
- Neste caso, pode veri car-se hereditariamente em duas gerações depois da
exposiçao ( o feto exposto também poderá transmitir tambem ao seu feto)
-
Hipótese de herança transgeracional :
- existe transmissão de marcas epigeneticas de geração em geração na ausencia
de qualquer exposiçao ambiental
- Pressupõe que haja transmissão por via materna em pelo menos 3 gerações, por
apenas a 3 nao ter qualquer exposiçao (direta ou indireta) ao ambiente uterino
inicial

A hipótese de lamarck
- a evolução das espécies ocorre porque as características adquiridas vão sendo
transmitidas de pais para lhos
- Alterações signi cativas na espécie, para sua adaptação no meio :
. Características potenciadoras de sobrevivência sao mais usadas e por isso
transmitidas
- hipótese desacreditada pela ausencia de mecanismos explicativos
- A epigenetica oferece potencial explicação para uma versão “soft” da hipótese
de lamarck
- Impacto dos efeitos ambientais nos marcadores epigeneticos em mais do que
uma geração
- A herança epigenetica eh particularmente vantajosa em ambientes marcados por
eventos traumáticos regulares mais imprevisíveis

Implicações de uma abordagem epigenetica no


desenvolvimento
1- os fatores genéticos e ambientais nao devem ser
compartimentados quando procuramos explicar o
desenvolvimento
Para alem de nature/numere
Nao eh possível deduzir ou predizer o fenotipo a partir do genotipo

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Os resultados fenotipicossao resultado de relações complexas e dinâmicas entre o
genotipo, processos desenvolvimentais e o ambiente.
De certa forma, através da metilaçao, o ambiente ca incorporado no epigenoma,
contribuindo desta forma para o desenvolvimento : “nature is nurture”

2- os fatores de risco e proteção no desenvolvimento tem um papel


probabilistico e nao deterministico
- as características e traços vão surgindo concomitantemente e durante o
desenvolvimento , veri cando-se e operando em diferentes níveis (ex- genes,
atividades neurológica, células, órgãos ,corpo)

3- os processos desenvolvimentais sao produtos das propriedades


dinâmicas e relacionais dos sistemas em desenvolvimento
- a função genética eh um resultado relativamente plástico das relações de
in uencia mutua entre genes e múltiplos níveis do contexto em que estes se
inserem:
. Processos siológicos celulares e extracelulare
. Funcionamento psicológico
. Ecologia em movimento ( aspectos físicos, sociais e culturais

4- os organismos herdam genes mas tambem um conjunto de


recursos desenvolvimentais
- ambiente estimulante com pais, pares, recursos do ninho ecológico e social em
que se inserem
- Características que se estendem ao longo de várias gerações e explicam a
estabilidade e a variação nos fenotipos

Nennhum destes níveis/componentes pode ser separado ou privilegiado em


relação aos outros
As relações entre os níveis sao entidades próprias e ,em si mesmas, os fatores
de desenvolvimento

5- os genes nao interagem com o ambiente - os organismos ,sim


- sistemas complexos envolvem níveis múltiplos de organização heterogénea
. Órgãos -tecidos- cecuals- constituentes químicos- material genético
Estruturas hierárquica
- órgãos atuam com outros órgãos
(Nao sao conjuntos de tecidos que atuam com outros conjuntos de tecido)
Tecidos com as mesmas características atuam entre si
Genes atuam no contexto especí co e local da célula

Epigenetica e trajetória do desenvolvimento


- se os gémeos monozigoticos passaram grande parte da sua vida adulta
expostos a ambientes diferentes , então já nao sao geneticamente iguais
- As mudanças epigeneticas vão se acumulando ao longo da vida e
desempenham um pape importante na programação do genoma

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Fatores ambientais : - nutrição
- radiação
- exposiçao a químicos
- praticas parentais precoces
- abuso ou negligencia vividos nos primeiros anos de vida podem levar a diversos
dé ces cognitivos e emocionais, afetando tambem estruturas cerebrais que
facilitam/di cultam os comportamentos de vinculaçao

Estudos com roedores, alguns conformados em humanos:


- as mudanças epigeneticas atribuíveis ao comportamento do cuidador são
relativamente estáveis ( mas não irreversíveis)
- Os padrões estabelecidos em fases mais precoces da vida podem ser alteradas
por experiências psicossociais subsequentes
- Inicialmente acreditava-se que in uencias epigeneticas estavam restritas ao
desenvolvimento do embrião mas embora haja maior suscetibilidade durante
etapas mais precoces de desenvolvimento, há cada vez mais evidências de que
tambem há alterações de padrões epigeneticos ao longo do desenvolvimento

Estudos de fraga et al. (2005)


Analise do epigenoma de 80 gémeos monozigoticos dos 3 aos 74 anos de
idade
Metilaçao:
- gémeos com 50 anos de idade apresentam diferenças signi cativas
- Gémeos com 3 anos nao tinham qualquer diferença
- As diferenças epigeneticas dos gémeos mais velhos estavam associadas a varias
diferenças nos seus fenotipos

Epigenetica e doença
- tal como a mudança epigenetica eh basilar para o desenvolvimento normal,
também as disrupçoes na modi cação epigenetica pertubam o desenvolvimento
normal
- Cancer : primeira doença a ser associada a mudanças epigeneticas
Varias outras doenças, incluindo pertubaçoes psicológicas, já foram associadas a
anomalias epigeneticas

Epigenetica e stress
- a resposta psicobiologica de stress Modeia o impacto que os fatores biológicos
e psicossociais tem na saude
Papel da epigenetica :
- as modi cações epigeneticas produzem uma resposta aos stressores
psicossociais que resulta num fenotipo que da feedback a resposta de stress
posteriores , as respostas adaptativas a stress podem in uenciar a saude e o
risco futuro
Strss-> methylation—> gene expression—> phenotype

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Associação entre a metilaçao do DNA e diversos stressores
psicossociais :
- exposiçao pré-natal a : - depressao materna
- ansiedade
- guerrra
- strss
- violência
- abuso sexual/físico
- baixo nivel socioeconomico
- pertubaçoes psicóticas na infância
- depressao
- ptsd
- pertubaçoes de comportamento alimentar
- risco de suicidio na idade adulta

Epigenetica e experiências adversas


Exposição a trauma ( ex- maltrato infantil)
|
|
~
risco aumentado para pertubaçoes de esperto do trauma (ex- ptsd e depressao)
|
|
~
Impacto nas trajetórias de desenvolvimento físico, psicológico e social

Fatores de estilo de vida associados a experiências traumáticas


( tabaco, uso de substâncias , desequilíbrio nutricional)
+
Alteraçoes imunológicas e neuroendocrinas decorrentes do trauma
|
|
~
risco aumentado de doenças cardiovasculares, diabetes e obesidade, maior
vulnerabilidade a infeção , cancro e DPOC , envelhecimento precoce

Vítimas de abuso sexual na infância tem maior risco de experienciar re-vitimizaçao


sexual e física em adultos
Experiências de diferentes tipos de abuso aumenta a probabilidade de experiências
abusivas na idade adulta
Experiência de abuso na infância estão associadas a maior probabilidade de
envolvimento intimo com parceiros violentos
Há evidência substancial de que exposiçao a fatores sicos e psicológicos
adversos podem ser passados a gerações subsequentes , alterando o seu nível de
risco para problemas de saude mental e comportamento desadaptativo
Os lhos adultos de sobreviventes do holocausto apresentam marcas epigeneticas
com impacto no desenvolvimento, metabolismo e resposta imune

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Os netos de mulheres gravidas durante a fome holandesa dos anos 40 apresentam
marcas epigenetucas associadas a maior risco de saude física e mental
Transmissão transgeracional do trauma e da violência
Adultos que foram vitimas de violência na infância tem maior probabilidade de ser
abusivos para com os lhos e parceiros
Adultos que foram vitimas de violência (sobretudo sexual) na infância tem maior
probabilidade de estar envolvidos em delinquências e criminalidade
As relações violentas estão relacionadas com maior prevalência de gravidezes
indesejadas, que por sua vez se associam a risco aumentado de violência conjugal
Exposição a stress e violência na gravidez :
- complicações
- Parto prematura
- Baixo peso a nascença
- Relações precoces no seio familiar : - ansiedade
- vinculaçao insegura
- estilos parentais
- modelação de comportamentos de risco
- violência já existente
- Atrasos/complicações no desenvolvimento físico e cognitivo

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