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BIOLOGIA

3ª SÉRIE
SEMANA 16

Olá estudante!
Você está recebendo a trilha da semana 16, sabe por quê? Na semana 15 foi nosso recesso escolar e tivemos
a retomada de conteúdos da Aula Paraná. Então, lembre-se: é importante dar uma olhadinha nas trilhas já
estudadas e retomar algo que você não conseguiu entender. Vamos lá?
Esta semana vamos estudar na Aula Paraná de BIOLOGIA conteúdos relacionados à Genética. Para ajudar em
seus estudos, você está recebendo o resumo dos conteúdos. Relembrando que teremos 02 aulas e vamos tratar
sobre:
AULA: 30 Genética – Bioética
AULA: 31 Genética – Retomada de conteúdos: Biotecnologia, Bioética e Síndromes cromossômicas
AULA 30 – BIOÉTICA
Caro estudante, analise a seguinte situação:
“Uma mulher procura um serviço de aconselhamento genético para diagnóstico pré-natal. Filha de pais
hemofílicos, ela sabe que é portadora deste gene e, portanto, um feto do sexo masculino terá uma probabilidade
de 50% de ser afetado. Entretanto, durante o teste de DNA foi constatado uma situação de falsa paternidade. O
suposto pai hemofílico não é o seu pai biológico. Isto significa que a mulher não é portadora do gene da hemofilia,
não existindo risco para esta ou futuras gestações.” Agora reflita: É eticamente adequado revelar esta
informação? Se sim, a quem deve ser dado este resultado? Se não, é adequado submeter paciente a
procedimentos diagnósticos, que envolvem riscos desnecessários ao feto? Qual o sentido de realizar o
diagnóstico pré-natal de hemofilia? Questões como essas são analisadas pela “bioética”, tema da aula de hoje.
Leia o recorte da notícia abaixo, publicada pelo site jornalístico Outras Palavras, em 13 de setembro de
2019:
AOS SUPER RICOS, OS SUPER GENES?
Biologia é a nova tecnologia. Fui a uma conferência na cidade de Quebec sobre CRISPR, a
ferramenta molecular projetada para editar genes, e senti a mesma energia das reuniões que o Homebrew
Computer Club [grupo de entusiastas de computadores que se reunia nos EUA nos anos 1970 e 80] fazia
na Feira de Computadores nos anos 1970. Exceto que os jovens inovadores agora estão programando
com código… genético. Agora que as escolas estão finalmente percebendo que toda criança deveria
aprender a programar, elas terão que passar a ensinar, no lugar do 0101, o AGCT, as quatro bases do DNA.
[...] Há uma concordância geral entre os cientistas no jantar que, quando for seguro e prático, edições
genéticas deveriam ser usadas para curar mutações malignas de um único gene, como a doença de
Huntington e anemia falciforme. Mas ficam com o pé atrás com a ideia de usar edição de genes para
aprimoramentos humanos, como tentar dar aos filhos mais massa muscular ou altura, ou quem sabe um
QI mais alto e habilidades cognitivas. O problema é que a distinção é difícil de ser definida — prevenir a
obesidade é uma cura ou um aprimoramento? — e ainda mais difícil de ser aplicada. “Veja o que os pais
são capazes de fazer para pôr seus filhos na faculdade”, diz Feng Zhang. “Algumas pessoas certamente
pagarão para aprimoramento genético”. https://outraspalavras.net/tecnologiaemdisputa/aos-super-ricos-os-super-genes/

Do grego ‘bios’ vida e ‘ethos’ ética, o termo bioética foi criado em 1970 por Van Rensselaer Potter,
professor norte americano da área de oncologia. A bioética é estudo transdisciplinar entre biologia, medicina,
filosofia e direito, que investiga condições relativas à ciência empregada na vida humana e de outros seres vivos.
Possui quatro princípios básicos, sendo eles: Autonomia – liberdade de decisão sobre a própria vida; Justiça –
equidade de tratamento; Beneficência – ação de fazer o bem; Não maleficência – não causar danos à outra
pessoa de maneira intencional, Causar o menor dano possível.
A bioética está em constante construção e trata de temas como: eutanásia, uso de células-tronco,
transgênicos, aborto, fertilização in vitro, edição gênica, maus tratos animais, entre outros.
Eugenia - O termo foi criado em meados de 1800 por Francis Galton (primo de Darwin), significa “bem-nascido”.
O movimento eugenista tem o objetivo de "melhorar" a raça humana, através de reprodução seletiva de
pessoas, esterilização obrigatória e até mesmo eliminação de indivíduos considerados “inadequados”. Foi
utilizada pelo movimento nazista. No Brasil, o movimento eugenista foi utilizado para justificar o racismo,
havendo até um concurso de eugenia em São Paulo (1929). Essa prática desrespeita os princípios bioéticos.
Edição gênica - Procedimento em que trechos específicos do DNA são eliminados, permitindo sua substituição
por novas sequências de genes. Essa biotecnologia pode ser usada para diversas finalidades, como: tratar
doenças, criar alimentos transgênicos, melhorar características humanas não patológicas, entre outras. Em
2018, cientistas chineses anunciaram a realização de uma experiência de edição gênica em embriões humanos,
com a intenção de torna-los resistentes ao vírus HIV. A experiência genética foi criticada pela comunidade
científica, pois os riscos da edição gênica ainda são incertos, sobretudo se tratando de crianças que teriam uma
vida saudável sem a alteração gênica.
Eutanásia - Com o significado de “morte boa”, a eutanásia busca proporcionar a alguém uma morte indolor para
aliviar o sofrimento causado por uma doença incurável ou dolorosa. A ortotanásia é uma variação da eutanásia,
se caracteriza pela não interferência médica em quadros de pacientes terminais, que dependem de
medicamentos ou de aparelhos para sobreviver. Assim, no caso da ortotanásia, a morte não é provocada, ela é
apenas o curso natural de um quadro irreversível, que poderia apenas ser adiado pela intervenção médica. Existe
ainda o suicídio assistido, nesse caso são fornecidos meios (medicação) para que o próprio paciente cause a sua
morte. A eutanásia e o suicídio assistido são práticas proibidas no Brasil. Em 2019, a atleta e medalhista
paraolímpica Marieke Vervoort, que tinha uma doença muscular degenerativa incurável morreu após eutanásia.
Maus tratos animais - Considerado crime pela Constituição Federal (1988) e pela Lei de Crimes Ambientais (Lei
nº 9.605/1998), maus tratos é um tema presente no dia-a-dia. É crime “praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir
ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos”. Maus tratos á animais pode
ser classificado como negligência, considerado um ato menos agressivo, onde não houve intenção premeditada,
ou abuso, onde há a intenção de cometer dano ao animal. Animais são utilizados como alimento, meio de
transporte, entretenimento, como cobaias de experimentos científicos, companhia e até como matéria prima
de vestimenta. Como garantir o bem-estar desses seres vivos e causar o menor sofrimento possível? Esse é um
dos desafios atuais discutidos pela bioética.

Testes em humanos - Um experimento conhecido como “Estudo de Tuskegee” ocorreu no Alabama (EUA) em
1932 e durou 40 anos. Nesse estudo, que ocorreu sem consentimento dos envolvidos, cerca de 400 homens
afro-americanos não receberam tratamento contra sífilis, para que os cientistas pudesses observar a evolução
da doença. Esses homens nem ao menos foram informados que estavam doentes. Hoje, testes e estudos que
envolvam vida humana precisam passar por aprovação de um comitê de ética, de modo a evitar erros ocorridos
em pesquisas realizadas no passado. Além disso, os envolvidos precisar ter ciência e dar seu consentimento para
colaborar com as pesquisas.
Aborto - É a interrupção prematura da gravidez, podendo ocorrer de forma espontânea ou induzida. No Brasil
só é permitido quando não há outra forma de salvar a vida da gestante, em casos de estupro ou quando o feto
é anencéfalo. Atualmente há uma grande discussão em torno da legalização do aborto no país, o que tem gerado
polêmicas. Sabe-se que a maior parte dos países desenvolvidos o aborto é legalizado e que ocorrem cada vez
menos. Já nos países em desenvolvimento, o aborto geralmente é ilegal, o que não impede o alto número de
mulheres que se submetem todos os anos a esse procedimento, muitas delas acabam tendo complicações e
podem até chegar ao óbito, visto que o ato acaba por acontecer em locais impróprios.
Uso de células-tronco - No Brasil, segundo a Lei de Biossegurança (11.105/2005), só são permitidos estudos com
células-tronco embrionárias se os embriões forem produzidos artificialmente (fertilização in vitro), estiverem
congelados há mais de 3 anos e o seu uso for autorizado pelos genitores. Além disso, é proibido o comércio
desse material, e todas as pesquisas relacionadas devem ter aprovação do Comitê de ética e pesquisa (CEP) e
(Comissão nacional de ética e pesquisa (CONEP).

Sugestões sobre o conteúdo DA AuLA:

 Filme “Gattaca” (1997) / Direção: Andrew Niccol – Eugenia.


 Filme “Menina de ouro (2005) / Direção: Clint Eastwood – Eutanásia.
 Filme “Como eu era antes de você (2016) / Direção: Thea Sharrock – Eutanásia.
 Artigo “Cobaias Humanas” (2004) / Superinteressante – testes em humanos (disponível em:
https://super.abril.com.br/ciencia/cobaias-humanas/)
 Livro “Holocausto brasileiro” (2019) – Eugenia, testes em humanos, maus tratos, etc.

AULA 31 – RETOMADA DE CONTEÚDOS


Estudante, nessa aula vamos retomar alguns conceitos e realizar alguns exercícios sobre biotecnologia,
bioética e síndromes cromossômicas. Além disso, vamos relacionar esses temas ao Covid-19. Se precisar, você
pode consultar a “Trilha de aprendizagem” da semana anterior (Semana 14). Preparado? Vamos começar
analisando as duas notícias abaixo:

As duas notícias tratam de vacinas contra Covid-19. A vacina de Oxford, já em teste no Brasil, representa
uma vacina gênica, pois injeta no organismo um trecho do DNA do vírus. Esse tipo de vacina tem, além de trazer
menos riscos à saúde, já que não possui o vírus em sua composição, tem a vantagem de não precisar de
refrigeração para seu armazenamento, o que diminui os custos de manutenção e transporte. A vacina chinesa é
um exemplo de vacina tradicional, pois injeta no organismo o vírus na forma inativa. Outras vacinas, também
do tipo tradicional, podem injetar no organismo o vírus enfraquecido ou ainda fragmentos do vírus. Tanto a
vacina gênica como a tradicional representam imunização do tipo ativa, pois resultam na produção de anticorpos
e células de memória pelo organismo imunizado. Diferentes biotecnologias são empregadas na fabricação
dessas vacinas.

Vacina gênica

Vacina tradicional

Leia a fragmento da notícia abaixo, publicada em 08/05/2020, pelo site Gizmodo Brasil:
CIENTISTAS DISCUTEM SE É ÉTICO INFECTAR PACIENTES COM CORONAVÍRUS EM TESTES DE VACINA
Os estudos controlados de infecção humana (CHIs, na sigla em inglês), também conhecidos como testes
de desafio em humanos, representam uma maneira possível para os pesquisadores agilizarem o
desenvolvimento de uma vacina. Para esses estudos, os cientistas recrutam um pequeno número de
voluntários, que recebem uma vacina promissora e são deliberadamente expostos ao vírus. [...] Esses
estudos servem como substitutos dos estudos convencionais de fase 3, que normalmente envolvem
placebos, milhares de participantes, precauções especiais e períodos de avaliação prolongados, entre
outras medidas para garantir segurança e eficácia. Essa técnica de pesquisa tem o potencial de acelerar o
processo de desenvolvimento de medicamentos em um grau considerável, mas há dificuldades éticas
bastante óbvias. https://gizmodo.uol.com.br/pesquisa-vacina-infeccao-paciente-coronavirus-etica/

A notícia mostra a preocupação com os testes em humanos das vacinas contra o Covid-19. Quando esse
assunto é tratado, várias questões bioéticas aparecem. Pular etapas nos experimentos das vacinas acelera o
processo, e neste momento de pandemia o tempo economizado se traduz em vidas. Por outro lado, também
coloca a vida dos voluntários em risco, visto que ainda não temos dados e estudos suficientes sobre essas vacinas,
tão pouco medicamentos com eficácia comprovada para tratar possíveis complicações na saúde dessas pessoas.
Outra questão bioética ligada ao novo coronavírus é a incapacidade do sistema de saúde em atender a todas as
pessoas, visto que em várias partes do país não temos mais leitos de UTI’s disponíveis. Então como estabelecer
prioridades de atendimento? Os princípios bioéticos (justiça, autonomia, beneficência e não maleficência) são
testados o tempo todo nessa época de pandemia.
A notícia abaixo, publicada em 17 de maio de 2020 pela BBC, relaciona o Covid-19 à síndrome de Down:

CORONAVÍRUS: AS INCERTEZAS E OS CUIDADOS PARA AS PESSOAS COM

SÍNDROME DE DOWN

Ainda que em comunicados recentes do Ministério da Saúde a síndrome de Down não aparece explicitamente
como um fator de risco, profissionais de saúde e famílias que lidam diariamente com a trissomia do
cromossomo 21 (outro nome dado à síndrome, de natureza genética e causada pela existência de um
cromossomo a mais) estão considerando que este é, sim, um grupo de risco. Isso porque é significativa a
parcela de pessoas com síndrome de Down que nascem com comprometimentos no coração, pulmão e sistema
imunológico, e também que desenvolvem diabetes e obesidade — todas essas condições consideradas fatores
de risco para a Covid-19.
hhttps://www.bbc.com/portuguese/geral-52627581

Além da síndrome de Down, existem outras síndromes cromossômicas numéricas. Essas síndromes são
causadas pela não disjunção cromossômica que pode ocorrer na meiose I e também na meiose II.

Bons Estudos e até as próximas aulas!!!


Escola/Colégio:
Disciplina: Ano/Série:
Estudante:
LISTA DE EXERCÍCIOS - AULAS 30 e 31 – Semana 16
1. A bioética possui quatro princípios fundamentais, cujas definições são:
I. Capacidade de decisão, liberdade e direito de autogovernar-se;
II. Respeito à equidade dos indivíduos;
III. Fazer o bem, cuidar e favorecer a qualidade de vida;
IV. Não causar mal e/ ou danos ao paciente de forma intencional.
As definições acima correspondem, respectivamente, aos princípios de:
a) I - Autonomia, II - Justiça, III - Beneficência e IV - Não Maleficência.
b) I - Justiça, II - Autonomia, III - Não Maleficência e IV - Beneficência.
c) I - Autonomia, II - Justiça, III - Não Maleficência, e IV - Beneficência.
d) I - Justiça, II - Não Maleficência, III - Beneficência e IV - Autonomia.

2. Sobre o tema “Bioética” é correto afirmar que:


a. são princípios bioéticos, autonomia, beneficência, não-maleficência e continuidade.
b. não envolve questões relacionadas à biotecnologia, direito e medicina.
c. estuda apenas aspectos relacionados à biotecnologia e aos seres humanos.
d. é o estudo transdisciplinar entre biologia, medicina, filosofia e direito que investiga temas
relacionados à vida.

3. “Baseada na tecnologia do DNA recombinante, envolve a transferência do gene que codifica uma
proteína do patógeno (vírus, por exemplo), que é clonado juntamente com o vetor de expressão (que
pode ser um plasmídeo de bactéria), para células eucarióticas.” O trecho descreve:
a. uma vacina gênica
b. uma vacina tradicional
c. o uso de células-tronco embrionárias
d. o uso de células-tronco adultas

4. Sobre a imagem abaixo, marque a alternativa


INCORRETA:

a. o cariótipo pertence a uma pessoa que


apresenta um corpúsculo de Barr.
b. o cariótipo pertence a uma pessoa 47, XXY.
c. o cariótipo pertence a um homem com
síndrome de Klinefelter.
d. o cariótipo pertence a um homem com
síndrome de Patau.

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