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ESCOLA ESTADUAL MARIA ARRUDA

FILOSOFIA

URUCURITUBA - AM

2023
GÉSSICA SANTOS

MARICELE MIRANDA

YASMIN FARIAS

FILOSOFIA: PRINCIPAIS TEMAS ABORDADOS PELA BIOÉTICA

Trabalho apresentado a Escola Estadual Maria Arruda,


como exigência de obtenção de nota parcial do 4ª
bimestre do 3º ano da turma 04, da disciplina de Filosofia,
sob a orientação da professora: Edinelza Pereira

URUCURITUBA - AM

2023
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INTRODUÇÃO

Todo conhecimento novo - seja ele científico, filosófico, jurídico ou social


gera grandes discussões com relação à definição dos seus limites teóricos,
objetivos, linhas de trabalho e ação. Com a bioética as coisas não aconteceram
de modo diferente. Apesar de significar um estímulo ao pluralismo e à tolerância,
a definição de normas e comportamentos válidos para sua prática requer o
confronto das variadas tendências e exigências.

A bioética surgiu concretamente no início dos anos 1970, a partir dos


Estados Unidos, tendo imediatamente se irradiado para a Europa e, em seguida,
para o restante do mundo. A discussão e o aprofundamento nas questões
da Bioética é, hoje mais que nunca, uma necessidade premente para todos os
que lidam com os problemas que atingem a sociedade e cada ser humano em
particular. Em 1993, o Conselho Federal de Medicina criou a revista Bioética, de
circulação semestral, com um Conselho Editorial próprio, visando incentivar
o debate de questões doutrinárias, temas emergentes e daqueles considerados
pertinentes a essa área.

Mas, afinal, o que é a bioética? Este trabalho apresenta a definição o


surgimento, e os princípios básicos e algumas aplicações dessa disciplina
relativamente nova como: eutanásia, aborto, clonagem, ética médica,
transgênicos, células tronco, consentimento informado e vivissecção. sem
descuidar dos problemas e perspectivas que ela enfrenta.
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1. DEFINIÇÃO DE BIOÉTICA

A Bioética é uma área de estudo interdisciplinar que envolve a Ética e a


Biologia, fundamentando os princípios éticos que regem a vida quando essa é
colocada em risco pela Medicina ou pelas ciências. A palavra Bioética é uma
junção dos radicais “bio”, que advém do grego bios e significa vida no sentido
animal e fisiológico do termo (ou seja, bio é a vida pulsante dos animais, aquela
que nos mantém vivos enquanto corpos), e ethos, que diz respeito à conduta
moral.

É a ciência "que tem como objetivo indicar os limites e as finalidades da


intervenção do homem sobre a vida, identificar os valores e denunciar os riscos
das possíveis aplicações.

2. ORIGEM DA BIOÉTICA

A Bioética surgiu na segunda metade do século XX, devido ao grande


desenvolvimento da Medicina e das ciências, que avançaram cada vez mais para
a modificação da vida humana e a promoção do conforto humano, bem como
para a utilização de cobaias vivas (humanas e não humanas). A fim de evitar
horrores, como os que foram vividos dentro dos campos de concentração
nazistas e de técnicas médicas que ferissem os princípios vitais das pessoas,
surgiu a Bioética como meio de problematizar o que está oculto na pesquisa
científica ou na técnica médica quando elas envolvem a vida.

3. AUTORES DA BIOÉTICA

Hoje, alguns autores são referências para os estudos de Bioética no


mundo. Entre eles, estão o filósofo Tom L. Beauchamp, professor da Georgetown
University, e o filósofo e teólogo James F. Childress, professor de Ética da
Universidade de Virgínia. Juntos, esses dois destacados estudiosos da Bioética
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escreveram o livro Princípios de Ética Biomédica, que contém a formulação dos


princípios bioéticos básicos, inspirados em grandes sistemas éticos de filósofos
considerados cânones do conhecimento ocidental, como Kant e Mill.

4. TEMAS DA BIOÉTICA

A Bioética trata de temas muito delicados, muitas vezes considerados


tabus. Há uma dificuldade de estabelecimento de proposições únicas e últimas,
pois existem, ao menos, três grandes áreas do conhecimento que envolvem a
Bioética e porque, enquanto ciência, ela não pode se submeter à moral religiosa,
que pode ser um obstáculo forte em questões relativas à vida, principalmente a
humana.

4.1. O ABORTO

Mais corretamente chamado de abortamento, pode ser definido como a


interrupção de uma gestação antes de o feto atingir sua viabilidade, ou seja,
antes do período perinatal (a partir das 22 semanas completas de gestação) e
com feto pesando menos que 500 g. É um processo, muitas vezes, doloroso que
pode causar sérios traumas na vida de uma mulher, sendo comum essas
mulheres descreverem sentimento de culpa, vulnerabilidade, tristeza e
frustração.

4.1.2 CLASSIFICAÇÃO DOS ABORTAMENTOS:

Ameaça de abortamento: nesse caso, o concepto mantém sua vitalidade,


entretanto, são observados na gestante o sangramento genital e cólicas.
Geralmente, o sangramento é de pouca intensidade e as cólicas pouco intensas.
O colo uterino permanece fechado. Nesse caso, o correto é que a mulher
permaneça em repouso.

Abortamento completo: comumente acontece em gestações que


apresentam menos de oito semanas e é observada uma eliminação total do
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conteúdo do útero. Nesse caso, a mulher fica em observação para que seja
conferido se o sangramento é mantido e para que as infeções sejam evitadas.

Abortamento inevitável/incompleto: nesse tipo de abortamento, temos


uma situação em que apenas parte do conteúdo uterino é eliminado. É verificado,
nesses casos, um sangramento maior que na ameça de abortamento. Além
disso, o colo do útero encontra-se aberto e a mulher sente dores. Em situações
assim, é necessário realizar procedimentos como a AMIU (aspiração manual
intrauterina) ou curetagem (técnica que consiste na raspagem da parte interna
do útero).

Abortamento retido: observa-se nesse tipo de abortamento que o colo do


útero permanece fechado e a mulher não apresenta perda sanguínea,
entretanto, o embrião não apresenta sinais de vida. Nesse caso pode ser
realizada a técnica AMIU ou ser utilizado medicamentos.

Abortamento infectado: nessa circunstância, observa-se infecções


decorrentes, principalmente, de abortamentos realizados de maneira ilegal.
Verifica-se um abortamento incompleto e sinais de infecções causadas,
geralmente, por bactérias. Febre, sangramento, dores e eliminação de pus pelo
colo uterino podem ser notados.

Abortamento habitual: considera-se abortamento habitual quando a


mulher apresenta três ou mais abortos espontâneos consecutivamente. Essa
situação não é comum e as causas devem ser averiguadas.

Abortamento eletivo previsto em lei: essa situação diz respeito aos


abortamentos solicitados em caso de estupro, risco de vida para a mulher ou feto
anencéfalo (que não apresenta total ou parcialmente a calota craniana e o
cérebro). Diferentes técnicas podem ser utilizadas, como uso de medicamentos,
AMIU e curetagem. Nesse caso, apesar do aborto ser provocado, não se
configura um crime.
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4.2 CLONAGEM

É um processo que pode ser definido, simplificadamente, como a


produção de cópias de outro indivíduo. Pode ocorrer tanto de forma natural como
de forma artificial. Falamos em clones naturais quando nos referimos aos
indivíduos formados a partir de reprodução assexuada, como bactérias que se
dividem e dão origem a duas bactérias idênticas. Os seres humanos também
podem produzir clones naturalmente, sendo esse o caso dos gêmeos
univitelinos, que apresentam o mesmo DNA. O foco do nosso texto, no entanto,
é a clonagem artificial, na qual são utilizadas células somáticas (todas as células
do corpo, exceto os gametas, são chamadas de somáticas) para produzir cópias
idênticas de um organismo.

O produto da clonagem é um indivíduo chamado clone, que é


geneticamente idêntico ao organismo que o originou. Sem dúvidas, um dos
casos mais conhecidos de clonagem de organismos é o da ovelha chamada
Dolly.

De acordo com a Lei n.º 11.105, de 24 de março de 2005, considera-se


clonagem um processo de reprodução assexuada, produzida artificialmente,
baseada em um único patrimônio genético, com ou sem utilização de técnicas
de engenharia genética. Ainda de acordo com a lei, a clonagem para fins
reprodutivos é a clonagem com a finalidade de obtenção de um indivíduo, e a
terapêutica é aquela com a finalidade de produção de células-tronco
embrionárias para utilização terapêutica.

De acordo com o artigo 6º, fica proibido a clonagem humana no país. No


capítulo VIII, que trata dos crimes e das penas, o artigo 26 reforça que quem
realizar clonagem humana terá pena de reclusão de dois a cinco anos e multa.

4.3. EUTANÁSIA

É definida como a conduta pela qual se traz a um paciente em estado


terminal, ou portador de enfermidade incurável que esteja em sofrimento
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constante, uma morte rápida e sem dor. É prevista em lei, no Brasil, como
crime de homicídio.

Entre as formas dessa prática existe a diferenciação entre eutanásia ativa,


quando há assistência ou a participação de terceiro – quando uma pessoa mata
intencionalmente o enfermo por meio de artifício que force o cessar das
atividades vitais do paciente - e a eutanásia passiva, também conhecida como
ortotanásia (morte correta – orto: certo, thanatos: morte), na qual se consiste em
não realizar procedimentos de ressuscitação ou de procedimentos que tenham
como fim único o prolongamento da vida, como medicamentos voltados para a
ressuscitação do enfermo ou máquinas de suporte vital como a ventilação
artificial, que remediariam momentaneamente a causa da morte do paciente e
não consistiriam propriamente em tratamento da enfermidade ou do sofrimento
do paciente, servindo apenas para prolongar a vida biológica e,
consequentemente, o sofrimento.

A literatura que trata desse tema é ainda escassa no Brasil, uma vez que
o tema é um tabu e geralmente associado ao suicídio assistido. No entanto,
aqueles que advogam a favor da “boa morte”, como é referida por estes, a
diferenciação do suicídio assistido com o argumento de que a ortotanásia, ou
eutanásia passiva, nada mais é que permitir que o indivíduo em estado terminal,
portador de doença incurável e que demonstre desejo conscientemente, possa
passar pela experiência da morte de forma “digna e sem sofrimento
desnecessário”, sem a utilização de métodos invasivos para a prolongação da
vida biológica e do sofrimento humano. Uma morte natural.

4.4. ÉTICA MÉDICA

Os deveres deste profissional estão estabelecidos no Código de Ética


Médica. Em suma, pode-se dizer que ele deve aplicar todos seus esforços,
utilizando os meios que dispõe, para obter a cura do paciente – desde que isso
seja feito com prudência e dedicação. É preciso garantir o devido
acompanhamento de sua enfermidade de modo a restabelecer seu perfeito
estado clínico, manutenção de sua saúde e, se for o caso, uma morte digna.
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Também é importante frisar que o médico tem o dever de não abandonar


o paciente que está sob seus cuidados, exceto quando há renúncia ao
atendimento por motivos justificáveis, desde que a continuidade do tratamento
esteja assegurada.

Além das atribuições na relação médico-paciente, o profissional também


tem obrigações em relação ao hospital e à operadora. A relação com a primeira
instituição está fundamentada nas normas institucionais e regimentos internos –
e, caso haja vínculo empregatício via CLT, as regras da mesma, como
assiduidade.

O médico deve agir sempre para não produzir ou produzir o menor dano
possível ao seu paciente, e tomar as condutas possíveis e notoriamente
indicadas que possam minorar o seu sofrimento ou curá-lo. Ao médico cabe,
obrigatoriamente, obedecer ao princípio da não maleficência, ou seja, de não
causar mal ou dano ao seu paciente, de não lesar ou danificar as pessoas,
podendo-se dizer que "não causar prejuízo ou dano foi a primeira grande norma
da conduta eticamente correta para os profissionais da Medicina e do cuidado
da saúde".

Como a obrigação do médico é obrigação de meio e não de resultado, o


objetivo de um tratamento é o de comportar dentro de uma condição ética,
utilizando em sua disponibilidade todos os meios para alcançar a cura do
paciente. Ao médico cabe trabalhar para elevar e dignificar a vida humana, acima
de tudo respeitando os valores éticos, morais, religiosos e os costumes e
princípios fundamentais da humanidade, bem como o direito indisponível do
homem - a vida como um bem maior.

4.5. CÉLULAS TRONCO

O surgimento dessas células se dá da seguinte maneira: o


espermatozoide fecunda o óvulo, dando origem ao que chamamos de zigoto. O
zigoto sofre mitoses dando origem a uma “bola de células”, que se diferenciam
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originando os folhetos germinativos, que em seguida se diferenciam em tecidos


e órgãos do organismo.

Essas células originadas das mitoses do zigoto são as células-tronco, que


também são chamadas de células-mãe ou células estaminais. Elas são células
muito simples que têm a capacidade de se diferenciarem em qualquer tipo de
célula, formando qualquer tipo de tecido e podem ser classificadas em células-
tronco embrionárias e células-tronco adultas.

Em países onde estudos com células-tronco são permitidos, elas estão


sendo utilizadas, em caráter experimental, no tratamento de diversas doenças
como câncer, doenças do coração, doenças hepáticas, Alzheimer, diabetes,
doenças renais, entre tantas outras. Entretanto, o uso de células-tronco
embrionárias ainda é muito polêmico, pois para a retirada dessas células, tem
que haver destruição do embrião e para muitos o embrião é considerado uma
vida que se encontra em formação.

Pesquisadores do Instituto Butantan em São Paulo conseguiram obter


células-tronco embrionárias a partir do dente de leite e de acordo com o
pesquisador Nelson Lizier, elas já estão sendo utilizadas em pacientes com
lesões na córnea. É importante ressaltar que essa pesquisa está em fase de
testes e que as pessoas que estão recebendo essas células-tronco são
voluntárias. Segundo o pesquisador, essas células também poderão ser
utilizadas na regeneração da retina, arteriosclerose, doenças cardíacas,
regeneração óssea, de cartilagem e implantes dentários. Como essas células-
tronco são retiradas da polpa do dente de leite, que normalmente é jogado fora
ou guardado pelos pais, não existem questões éticas que impeçam o seu uso e
manipulação.

Como vimos, o uso de células-tronco na medicina é bastante promissor e


os cientistas que trabalham com elas estão muito confiantes de que os médicos
poderão fazer mais por seus pacientes.
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4.6. CONSENTIMENTO INFORMADO

O Processo de Consentimento Informado consiste num procedimento


onde o médico ou profissional da saúde informa clara e suficientemente o
paciente a respeito do tratamento a que será submetido, descrevendo de forma
didática e simples todas as fases, riscos e benefícios do mesmo. Desta forma, o
profissional estará cumprindo com sua obrigação de informar o paciente,
conforme determina o Código de Defesa do Consumidor e o Código Civil, e
consequentemente contribuindo para a obtenção de um consentimento válido. A
Medicina Defensiva colaborou para o desvirtuamento do Processo de
Consentimento Informado, reduzindo-o a simples confecção de um Termo que
tem como objetivo isentar o profissional de culpa em caso de eventual erro
médico. Porém, de nada adianta o profissional munirse de Termo de
Consentimento Informado visando desatrelar-se de responsabilização civil por
erro, pois terá responsabilidade subjetiva e, em certas ocasiões, essa
responsabilidade será solidária com o Hospital prestador do serviço. Além disto,
o Termo de Consentimento Informado não consiste no único meio probatório
para eventual ação por erro médico, porquanto o prontuário médico poderá
alcançar melhor efeito, caso esteja corretamente preenchido. Mesmo que o
Termo de Consentimento Informado se assemelhe ao Contrato de Adesão,
ambos não terão os mesmos efeitos jurídicos, visto que são dois institutos
distintos, que, desta forma, estarão ferindo os princípios fundamentais do ser
humano assegurados na Constituição Federal, como por exemplo, o princípio da
Dignidade da Pessoa Humana, além das normas do Código de Defesa do
Consumidor e do Código Civil.
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CONCLUSÃO

A Bioética tem como objetivo facilitar o enfrentamento de questões


éticas/bioéticas que surgirão na vida profissional. Sem esses conceitos básicos,
dificilmente alguém consegue enfrentar um dilema, um conflito, e se posicionar
diante dele de maneira ética. Assim, esses conceitos (e teorias) devem ficar bem
claros para todos nós.

Não se pretende impor regras de comportamento (para isso, temos as


leis), e sim dar subsídios para que as pessoas possam refletir e saber como se
comportar em relação às diversas situações da vida profissional em que surgem
os conflitos éticos.

Há vários anos, estudos demonstram que existem diferenças nos estados


de saúde das pessoas em razão de fatores sociodemográficos,
socioeconômicos, étnicos, entre outros. Portanto, se a saúde incorpora a
necessidade de respeito e proteção a diversos fatores, para haver justiça é
necessário considerar todos eles. Na Atenção Básica, diversos dilemas éticos
poderão surgir na relação com o paciente, com a equipe de saúde, na obtenção
do consentimento ou na preservação do sigilo das informações. Para enfrentá-
los de forma adequada, propõe-se que se parta, como fundamento ético, do
reconhecimento das pessoas como seres únicos e constituídos de uma
totalidade de aspectos – biológicos, sociais, psíquicos e espirituais –, enfim,
como pessoas dotadas de uma dignidade que torna cada uma delas merecedora
de atenção.
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REFÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALMEIDA Jéssica Ariane. A ORTOTANÁSIA COMO APLICAÇÃO DO


PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA.
Monografias.brasilescola. Nov. 2023. Disponível em:
https://monografias.brasilescola.uol.com.br/direito/a-ortotanasia-como-
aplicacao-principio-dignidade-pessoa-humana.htm. Acessado em: 09 Nov. 2023.

FERNÁNDEZ, Carolina. O CONSENTIMENTO INFORMADO NA ASSISTÊNCIA


MÉDICA E O CONTRATO DE ADESÃO: UMA PERSPECTIVA JURÍDICA E
BIOÉTICA. SEÇÃO DE BIOÉTICA. Nov. 2023. Disponível em:
file:///C:/Users/LENOVO/Downloads/michaelandrades,+2568-9177-1-CE.pdf.
Acessado em: 09 Nov. 2023.

JUNQUEIRA, Cilene Rennó. Bioética. Nov. 2023. Disponível em:


https://www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/esf/2/unidades_conteudos/unid
ade18/unidade18.pdf. Acessado: 09 Nov. 2023.

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