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Sexualidade

na abordagem Cognitivo-Comportamental
O que vamos estudar?

• História da Sexualidade
Da pré-história à atualidade, fatos marcantes, mitos e crenças;
• Anatomia e fisiologia sexual
• Ciclo da resposta sexual humana
Master e Jonhson, Helen Kaplan e Basson;
• Disfunções sexuais
Etiologia, principais disfunções na mulher e no homem;
• Terapia Cognitiva-Sexual
Conceituação cognitiva e estudo de caso.
Avaliação
AV1 – Trabalho sobre conceitualização cognitiva
AV2 - Prova
Bibliografia
Grupo de Estudos
Por que sexualidade?

■ Porque todos nós temos;


■ Equívocos;
■ Mitos e crenças;
■ Tabus (aplicativos, virgindade, masturbação, zona erógena, preservativo...);
■ Conhecer a anatomia e fisiologia do funcionamento sexual;
■ Psicólogo trata das disfunções sexuais e questões ligadas a sexualidade.
“É impossível progredir sem
mudança. Aqueles que não
mudam suas mentes, não
podem mudar nada”.
“A integração de
elementos somáticos,
emocionais,
intelectuais e sociais
do ser sexual que, por
meios que são
positivamente
enriquecedores,
realçam as pessoas, a
comunicação e o
amor”.

OMS
Gênero: 2
masc/fem
Cisgênero
Transgênero

Heterossexual
Homossexual
Bissexual
Assexual

Macho
Fêmea
Intersexo

Expressão de Gênero: maneira que você demonstra o gênero (agir, vestir e interagir)
x
Cristianismo
Ciência no estudo da
Sexo para
Renascimento sexualidade
procriação
reforma Psicopatologia- Krafft
Corpo sem valor
religiosa Ebbing, Freud
Sexo oral, anal ou
Casamento, Reich
homossexual-
Egito esposa ideal Co. e fç sexual- Kinsey,
Era da Santa
Grécia Doença/castigo Grafenberg, Masters e
Inquisição-amor
Roma Mulher dama Johnson, Hite
a Deus/mulher
HISTÓRIA

ou feiticeira Pílula (60), Aids,


diabolizada
Iluminismo – homossexualidade/DSM
Mulher/Virgem
PRÉ-

razão/fé.religião divórcio
Maria/Celibato

Idade Idade Idade Idade


Antiga Média Moderna Contemporânea
Queda
Surgimento 1453 dC 1789 dC
do
da escrita
Império
4000 aC
Romano
476 dC
Ciclo da Resposta Sexual Humana

1960 M & J
1977 Kaplan
1980 Basson
excitação
Platô
Orgásmo
Resolução
Disfunções sexuais
São transtornos sexuais relacionados a uma ou mais fases do
ciclo de resposta sexual humana com incapacidade de realizar o
ato sexual de forma satisfatória tanto para si, quanto para sua
parceria ou para ambos.

“A saúde sexual é um estado de completo bem-estar físico,


emocional, mental associado à sexualidade e não só à ausência
Fatores determinantes

■ Experiências sexuais traumáticas


■ Insegurança no desempenho do papel sexual
■ Depressão e ansiedade
■ Estimulação inadequada
■ Técnicas sexuais inadequadas
■ Envelhecimento
■ Transtorno psiquiátrico
■ Abuso
■ Dependência de substância psicoativa Prejuízo na auto estima e na
autoimagem.
Fatores determinantes
■ Informação inadequada ou insuficiente
■ Tendências religiosas muito rígidas
■ Expectativas inadequadas
■ Gravidez e parto
■ Medo da intimidade
■ Falta de comunicação entre a parceria
■ Sentimentos de culpa
■ Relacionamento extraconjugal
Vaginismo
Dificuldade da mulher em tolerar a penetração, devido à
contração involuntária, recorrente ou persistente, dos
músculos do períneo adjacentes ao terço inferior da
vagina.
Causa: fatores orgânicos ou fatores psicológicos e
emocionais que incluem: Falta de informação e crenças
erradas ou negativas sobre a sexualidade (culpa,
educação conservadora), inexperiência que pode conduzir
a medos ou bloqueios e a uma resposta condicionada,
experiências prévias com dor, traumas.
Anorgasmia
Na mulher, a perturbação do orgasmo consiste na
dificuldade ou incapacidade persistente ou
recorrente de atingir o orgasmo, após uma fase
normal de excitação sexual.
Disfunção erétil

A disfunção erétil ou impotência sexual é a


incapacidade persistente ou recorrente para atingir
ou manter uma ereção adequada até completar a
atividade sexual, provocando acentuado mal-estar ou
dificuldade interpessoal.
Causa: orgânica, psicológica ou mista.
Tratamento: psicoterapia, medicamento ou cirurgia.
Ejaculação prematura,
precoce ou rápida
Dificuldade em controlar a ejaculação, que em alguns
casos pode ocorrer antes, no momento da
penetração ou logo após a penetração, limitando a
satisfação sexual. Causas: psicológicas, biológicas,
consumo de álcool ou drogas. Tratamento: terapia
sexual, psicoterapia e medicação.
O que é Cognição?
Função da consciência relacionada às deduções feitas
acerca das experiências de vida, é considerada o
principal elemento envolvido na manutenção dos
transtornos psicológicos.
Aquisição de conhecimentos; capacidade de discernir,
de assimilar esse conhecimento; percepção.
Afeto & Cognição
Modelo Cognitivo
Situações

Pensamentos Automáticos (P.A.)

Reações

Emoções Comportamento Resposta


Fisiológica
Crenças
Nucleares
Modelo
cognitivo
Pressupostos
Subjacentes

Reações
Pensamentos
Situação
Automáticos

Emocionais
Físicas
Comportamentais
Cognição
Níveis de processamento cognitivo

E
S
Q
U
E
M
A
S
Tríade Cognitiva

o so ê n c ias
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Inad ente Indivíduo exor áculos
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Do te Obs ráveis
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COGNIÇÕES
NEGATIVAS

SI MUNDO
MESMO

Difi traçõe
frus ações
cu l d
priv santes
FUTURO i nc e

ade
s

s
s
Principais Distorções Cognitivas

•Catastrofização – acreditar que irá ocorrer algo


insuportável e intolerável. “Eu nunca mais vou
conseguir uma boa vaga de emprego na vida. É o
fim da minha carreira.”
•Leitura mental - Presumir, sem evidências, que sabe
o que os outros estão pensando. “Ela sabe que eu não
sou boa companhia.”
•Abstração seletiva – a parte negativa a situação é o
foco da atenção. “Acho que minha aula não foi boa
pois vi que um aluno passou todo o tempo no celular.
Principais Distorções Cognitivas
• Pensamento dicotômico – Ver a situação como
‘tudo ou nada’. “Se eu não conseguir apresentar
perfeitamente e não esquecer de nada, sou um
fracasso em apresentar trabalhos”.
• Desqualificação do positivo – Qualidades são
desvalorizadas pois conflitam com a visão
negativa. “Eu só consegui passar por sorte.
• Ditadura dos deverias – Interpretar os eventos em
termos de como as coisas deveriam ser. “Eu não
deveria estar aqui agora, deveria estar estudando”.
Principais Distorções Cognitivas
• Comparações injustas – utilização de padrões
irrealistas. “Eu não sabia tanto quanto o
pessoal do 5º ano.”
• Inferência arbitrária – Conclusão antecipada e
com poucas evidências. “Eu não vou
conseguir.”
• Supergeneralização – Perceber em um evento
específico um padrão universal. “Todos meus
amigos irão trair a minha confiança.”
Principais Distorções Cognitivas
• Personalização – Atribui a si culpa
desproporcional por eventos negativos.”
• Vitimização – Considera-se injustiçado –
dificuldade em se responsabilizar. “Faço tudo
por eles e eles me tratam assim.”
• Foco no julgamento – Avaliação negativa de si
e dos outros. “Se eu apresentar, com certeza
vão rir de mim.”
Pensamentos Automáticos

Identificar Examinar Avaliar Responder


Reestruturação Cognitiva

Pensamentos
automáticos

Crenças
Regras
Intermediárias

Desamparo
Desamor Crenças Centrais
Desvalor

(Beck et al, 1997)


O papel do terapeuta Cognitivo Sexual consiste em ajudar os pacientes a
perceberem suas cognições e como estas mediam seu afeto e seu
comportamento.

O instrumento mais importante de que dispõem são as perguntas.


Exemplo:
“O que quer dizer com me sinto confuso?”
“O que estava passando pela sua cabeça...?”
Da Psicoeducação
à
Prevenção de Recaída
Curtograma

GOSTA NÃO GOSTA


O
FAZ FA
Z
Uso de álcool e drogas

•Já teve algum problema?


•Alguém já lhe disse?
•Já ficou dependente?
•Já foi hospitalizado?
Vida afetiva-Sexual

•Como está?
•Gênero?
•Frequência?
•Histórico?
•Alguma questão?
•Assertividade?
•Avaliação (0 a 10)?
lazer

• O que faz?
• Qual a frequência?
• O que gostaria de fazer?
• Como se organiza?
• Planejamento?
• Está satisfeita?
• Avaliação (0 a 10)?
Experiência de acontecimentos perturbadores

• Descrição breve

• Data

• Idade
Seu futuro...

• Seus planos, suas esperanças e expectativas para o futuro?


Psicoeducação

A psicoeducação sobre o modelo cognitivo é o primeiro


passo de uma conceitualização cognitiva eficaz.

A segunda etapa refere-se ao levantamento de situações,


pensamentos, emoções, comportamentos e reações
fisiológicas no cotidiano do cliente.

Um dia da rotina.
O que é Conceitualização de caso?

“É um processo em que terapeuta e cliente trabalham em


colaboração para primeiro descrever e depois explicar os
problemas que o cliente apresenta na terapia. A sua função
primária é guiar a terapia de modo a aliviar o sofrimento do
cliente e a desenvolver a sua resiliência.”
Padesky, 2010
Conceituação Cognitiva

Funciona como um mapa que orienta o


trabalho a ser realizado com o cliente. O
terapeuta a utiliza a fim de obter a
estrutura para o entendimento de cada
cliente em sua subjetividade, o que o
auxilia no planejamento das estratégias
terapêuticas que são utilizadas ao longo do
tratamento.
Funções da conceitualização de caso na TCC
• Sintetiza a experiência do cliente, a teoria e a pesquisa em TCC;
• Normaliza os problemas apresentados e é validante;
• Promove o engajamento do cliente;
• Torna inúmeros problemas em complexos mais manejáveis;
• Orienta a escolha, o foco e a sequencia da intervenções;
• Identifica os pontos fortes do cliente e sugere formas de desenvolver a
resiliência;
• Sugere intervenções mais simples e com maior custo-benefício;
• Antecipa e aborda os problemas na terapia;
• Ajuda a entender a não resposta em terapia e sugere rotas alternativas para
a mudança;
• Possibilita uma supervisão de alta qualidade.
Explica-se a ele que o PA revela algo que, em última
instância, ele acredita sobre si, e que se ele pensa de
uma determinada maneira a seu respeito, então deve
indagar "o que isso significa sobre mim?". Assim,
inicia-se indiretamente a identificação das crenças
centrais.
Estrutura

• Aproveitar melhor o tempo,


• Atingir as metas de maneira mais
eficiente,
• Tem começo, meio e fim,
• 50 minutos,
• 1 vez por semana
Começo
•Checagem de humor
•Ponte
•Estabelecer uma agenda
•Plano de ação
Meio

• Um item da agenda é selecionado


• Mais dados são coletados
• Trabalho em cima do Modelo Cognitivo
• Resumo do que foi discutido e Plano de
ação
Final

• Feedback da sessão
• Resumo da sessão
• Resumo do plano de ação
“As técnicas terapêuticas
destinam-se a identificar, testar na realidade
e, com isso, corrigir concepções errôneas.
Isto ajuda o paciente a pensar de forma mais
objetiva e realista. Elas envolvem ensinar o
paciente a observar e controlar seus
pensamentos automáticos depois que ele
reconheça os vínculos entre cognições,
afetos e comportamentos;
examinar evidências pró e contra seus
pensamentos automáticos; substituir as
cognições automáticas tendenciosas por
outras mais orientadas para a realidade; e
aprender a identificar crenças (esquemas)
disfuncionais que sustentam e geram os
pensamentos automáticos”.

(Bernard Rangé)
Knapp (2004)- todos os experimentos
comportamentais têm um elemento cognitivo
e a modificação das distorções cognitivas se dá
também por meio das técnicas
comportamentais.
Terapia Sexual
A importância dos estudos no
campo da sexualidade...

■ Estímulo sexual
■ Interpretação das situações sexuais
■ O vínculo entre a parceria
■ A emoção durante o ato
William Masters e Virginia Johnson
(precursores)

Ansiedade de desempenho:

hipervigilância
+
monitoramento da própria performance
=
Disfunção sexual
A terapia proposta era Vários terapeutas sexuais
utilizar técnicas da terapia desenvolveram outras técnicas
comportamental como a baseadas nos princípios da:
dessensibilização • Redução da ansiedade
sistemática para diminuir • Foco nos estímulos sexuais
a ansiedade nas situações • Exigências de desempenho
sexuais.
(Masters e Johnson)
• Foco sensorial
Helen Kaplan

•Foi a pioneira ao propor o conceito de desejo sexual como uma


fase do ciclo sexual de natureza eminentemente motivacional,
•O foco da sexologia não era mais apenas a fisiologia e os
mecanismos comportamentais, mas também fatores
motivacionais intrapsíquicos
•Tinha por base uma perspectiva psicodinâmica e não cognitiva
(Carvalho & Sardinha)
Modelo cognitivo para as disfunções sexuais:
Proposto por Baker 1993
•Experiências sexuais prévias: fonte de informação, modelos,
experiências sexuais

•Crenças disfuncionais: o que é aprendido a partir da observação


dos modelos. Atuam como fator de vulnerabilidade

•Pensamentos automáticos negativos: desempenho sexual e


antecipação de suas consequências

•Incidentes críticos: discrepância entre o ideal e o apresentado pelo


sujeito que percebe a situação como um fracasso sexual
Teoria dos Scripts
•Enquadramento cognitivo responsável por planejar,
coordenar e expressar o comportamento sexual.
•Fantasias sexuais, planos sexuais, regras
condicionais e memórias de experiências passadas.
•O ato sexual deve ser desse jeito, com essa pessoa,
naquela hora e lugar e por que...
•“... A proposta terapêutica seria aumentar a
complexidade e reduzir a rigidez do repertório de
comportamentos sexuais do paciente, ao mesmo
tempo que utilizam técnicas cognitivas para
modificar as crenças sexuais irrealistas.
(Gagnon, Rosen, & Leiblum, 1982)
Psicologia cognitiva na função sexual
•A resposta fisiológica dos homens funcionais tende a intensificar,
enquanto a dos disfuncionais é inibida.
•Não a expectativa de desempenho em si, mas a baixa
autoeficácia e a antecipação do fracasso sejam os fatores
responsáveis pela inibição da resposta erétil.
Ex.: AUTOFOCO

FUNCIONAIS DESFUNCIONAIS

ESTIMULANTE INIBIDOR

RESPOSTA SEXUAL
SITUAÇÃO SEXUAL
Exigências explicitas e implícitas no desempenho sexual
FUNCIONAIS DISFUNCIONAIS
• Emoções positivas • Emoções positivas

• Expectativas positivas • Expectativas negativas

• Autoavaliação adequada da excitação • Autoavaliação adequada da excitação

• Percepção de controle da ereção • Percepção de falta de controle

• Foco da atenção nos estímulos eróticos • Foco da atenção nas consequências publicas de um
mau desempenho
• Ativação fisiológica
• Ativação fisiológica

• Aumento da eficiência
• Aumento da eficiência
• Atenção em estímulos eróticos
• Foco da atenção nas pistas interoceptivas

• Desempenho funcional
• Desempenho disfuncional

• aproximação
• Desistência/evitação

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