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REGIME GERAL

DAS
CONTRA-
ORDENAÇÕES

— Regime Geral das Contra-Ordenações —


Atualizado até à Lei n.º 109/2001, de 24 de dezembro (Letra da Lei)

1.ª Versão
Janeiro de 2022 Diamantino Pereira
Carlos Caixeiro
João Virgolino
Título: “Regime Geral das Contra-Ordenações”
Tema: Institui o ilícito de mera ordenação social e respe-
tivo processo.
Autor: Departamento de Formação do Sindicato dos Fun-
cionários Judiciais.
Coordenação técnica: Diamantino Pereira, João Virgoli-
no e Carlos Caixeiro
Data: Janeiro de 2022

Informações:

Sindicato dos Funcionários Judiciais


Av. António Augusto de Aguiar, 56-4.º Esq.º
1050-017 LISBOA

Telefone: 213 514 170

Fax: 213 514 178

VERSÃO DATA
1.ª Janeiro de 2022
REGIME GERAL DAS CONTRA-ORDENAÇÕES
Decreto-Lei n.º 433/82, de 27 de outubro

REGIME GERAL DAS CONTRA-ORNEDAÇÕES


Decreto-Lei n.º 433/83, de 27 de outubro

Contém as seguintes alterações:


- Declaração de 06 de Janeiro 1983;
- DL n.º 356/89, de 17 de Outubro;
- Declaração de 31 de Outubro 1989;
- DL n.º 244/95, de 14 de Setembro;
- DL n.º 323/2001, de 17 de Dezembro;
- Lei n.º 109/2001, de 24 de Dezembro:

3 - Quando a lei vale para um determinado


I PARTE
período de tempo, continua a ser punida a con-
Da contra-ordenação e da coima em geral tra-ordenação praticada durante esse período.
_______________________
CAPÍTULO I - Alterações:
- Decreto-Lei n.º 244/95, de 14 de setembro.
Âmbito de vigência _______________________

Artigo 1.º Artigo 4.º


Definição Aplicação no espaço
Constitui contra-ordenação todo o facto ilícito Salvo tratado ou convenção internacional em
e censurável que preencha um tipo legal no qual contrário, são puníveis as contra-ordenações:
se comine uma coima.
________________________ a) Praticadas em território português, seja
- Alterações:
qual for a nacionalidade do agente;
- Decreto-Lei n.º 244/95, de 14 de setembro. b) Praticadas a bordo de aeronaves ou navios
________________________ portugueses.
_______________________
Artigo 2.º
- Alterações:
- Decreto-Lei n.º 244/95, de 14 de setembro.
Princípio da legalidade _______________________
Só será punido como contra-ordenação o facto
descrito e declarado passível de coima por lei Artigo 5.º
anterior ao momento da sua prática. Momento da prática do facto

Artigo 3.º O facto considera-se praticado no momento


em que o agente actuou ou, no caso de omissão,
Aplicação no tempo deveria ter actuado, independentemente do mo-
1 - A punição da contra-ordenação é determi- mento em que o resultado típico se tenha produ-
nada pela lei vigente no momento da prática do zido.
facto ou do preenchimento dos pressupostos de
que depende. Artigo 6.º
2 - Se a lei vigente ao tempo da prática do Lugar da prática do facto
facto for posteriormente modificada, aplicar-se-á
a lei mais favorável ao arguido, salvo se este já O facto considera-se praticado no lugar em
tiver sido condenado por decisão definitiva ou que, total ou parcialmente e sob qualquer forma
transitada em julgado e já executada. de comparticipação, o agente actuou ou, no caso
de omissão, devia ter actuado, bem como naque-
le em que o resultado típico se tenha produzido.

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Decreto-Lei n.º 433/82, de 27 de outubro

CAPÍTULO II prática do facto a capacidade para avaliar a ilici-


tude deste ou para se determinar de acordo com
Da contra-ordenação
essa avaliação sensivelmente diminuída.
3 - A imputabilidade não é excluída quando a
Artigo 7.º anomalia psíquica tiver sido provocada pelo pró-
Da responsabilidade das pessoas colectivas prio agente com intenção de cometer o facto.
ou equiparada
Artigo 12.º
1 - As coimas podem aplicar-se tanto às pes-
soas singulares como às pessoas colectivas, bem Tentativa
como às associações sem personalidade jurídica.
1 - Há tentativa quando o agente pratica actos
2 - As pessoas colectivas ou equiparadas se-
de execução de uma contra-ordenação que deci-
rão responsáveis pelas contra-ordenações prati-
diu cometer sem que esta chegue a consumar-se.
cadas pelos seus órgãos no exercício das suas
2 - São actos de execução:
funções.
a) Os que preenchem um elemento constituti-
Artigo 8.º vo de um tipo de contra-ordenação;
b) Os que são idóneos a produzir o resultado
Dolo e negligência típico;
1 - Só é punível o facto praticado com dolo ou, c) Os que, segundo a experiência comum e
nos casos especialmente previstos na lei, com salvo circunstâncias imprevisíveis, são de nature-
negligência. za a fazer esperar que se lhes sigam actos das
2 - O erro sobre elementos do tipo, sobre a espécies indicadas nas alíneas anteriores.
proibição, ou sobre um estado de coisas que, a
existir, afastaria a ilicitude do facto ou a culpa do Artigo 13.º
agente, exclui o dolo.
Punibilidade da tentativa
3 - Fica ressalvada a punibilidade da negligên-
cia nos termos gerais. 1 - A tentativa só pode ser punida quando a lei
expressamente o determinar.
Artigo 9.º 2 - A tentativa é punível com a coima aplicável
à contra-ordenação consumada, especialmente
Erro sobre a ilicitude atenuada.
1 - Age sem culpa quem actua sem consciên- _______________________
cia da ilicitude do facto, se o erro lhe não for - Alterações:
censurável. - Decreto-Lei n.º 244/95, de 14 de setembro.
_______________________
2 - Se o erro lhe for censurável, a coima pode
ser especialmente atenuada.
Artigo 14.º
________________________
- Alterações: Desistência
- Decreto-Lei n.º 244/95, de 14 de setembro.
________________________ 1 - A tentativa não é punível quando o agente
voluntariamente desiste de prosseguir na execu-
Artigo 10.º ção da contra-ordenação, ou impede a consuma-
ção, ou, não obstante a consumação, impede a
Inimputabilidade em razão da idade verificação do resultado não compreendido no
Para os efeitos desta lei, consideram-se inim- tipo da contra-ordenação.
putáveis os menores de 16 anos. 2 - Quando a consumação ou a verificação do
resultado são impedidas por facto independente
Artigo 11.º da conduta do desistente, a tentativa não é puní-
vel se este se esforça por evitar uma ou outra.
Inimputabilidade em razão de anomalia psí-
quica Artigo 15.º
1 - É inimputável quem, por força de uma Desistência em caso de comparticipação
anomalia psíquica, é incapaz, no momento da
prática do facto, de avaliar a ilicitude deste ou de Em caso de comparticipação, não é punível a
se determinar de acordo com essa avaliação. tentativa daquele que voluntariamente impede a
2 - Pode ser declarado inimputável quem, por consumação ou a verificação do resultado, nem
força de uma anomalia psíquica grave não aci- daquele que se esforça seriamente por impedir
dental e cujos efeitos não domina, sem que por uma ou outra, ainda que os comparticipantes
isso possa ser censurado, tem no momento da

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prossigam na execução da contra-ordenação ou a o eliminar, pode este elevar-se até ao montante


consumem. do benefício, não devendo todavia a elevação
exceder um terço do limite máximo legalmente
Artigo 16.º estabelecido.
3 - Quando houver lugar à atenuação especial
Comparticipação da punição por contra-ordenação, os limites má-
1 - Se vários agentes comparticipam no facto, ximo e mínimo da coima são reduzidos para me-
qualquer deles incorre em responsabilidade por tade.
contra-ordenação mesmo que a ilicitude ou o _______________________
grau de ilicitude do facto dependam de certas - Alterações:
qualidades ou relações especiais do agente e - Decreto-Lei n.º 244/95, de 14 de setembro.
_______________________
estas só existam num dos comparticipantes.
2 - Cada comparticipante é punido segundo a
Artigo 19.º
sua culpa, independentemente da punição ou do
grau de culpa dos outros comparticipantes. Concurso de contra-ordenações
3 - É aplicável ao cúmplice a coima fixada para
1 - Quem tiver praticado várias contra-
o autor, especialmente atenuada.
ordenações é punido com uma coima cujo limite
________________________
máximo resulta da soma das coimas concreta-
- Alterações:
- Decreto-Lei n.º 244/95, de 14 de setembro.
mente aplicadas às infracções em concurso.
________________________ 2 - A coima aplicável não pode exceder o do-
bro do limite máximo mais elevado das contra-
CAPÍTULO III ordenações em concurso.
3 - A coima a aplicar não pode ser inferior à
Da coima e das sanções acessórias mais elevada das coimas concretamente aplica-
Artigo 17.º das às várias contra-ordenações.
_______________________
Montante da coima
- Alterações:
- Decreto-Lei n.º 244/95, de 14 de setembro.
1 - Se o contrário não resultar de lei, o mon- _______________________
tante mínimo da coima aplicável às pessoas sin-
gulares é de (euro) 3,74 e o máximo de (euro) Artigo 20.º
3740,98.
2 - Se o contrário não resultar de lei, o mon- Concurso de infracções
tante máximo da coima aplicável às pessoas co-
Se o mesmo facto constituir simultaneamente
lectivas é de (euro) 44891,81.
crime e contra-ordenação, será o agente sempre
3 - Em caso de negligência, se o contrário não
punido a título de crime, sem prejuízo da aplica-
resultar de lei, os montantes máximos previstos
ção das sanções acessórias previstas para a con-
nos números anteriores são, respectivamente, de
tra-ordenação.
(euro) 1870,49 e de (euro) 22445,91.
4 - Em qualquer caso, se a lei, relativamente
Artigo 21.º
ao montante máximo, não distinguir o compor-
tamento doloso do negligente, este só pode ser Sanções acessórias
sancionado até metade daquele montante.
________________________ 1 - A lei pode, simultaneamente com a coima,
determinar as seguintes sanções acessórias, em
- Alterações:
- Decreto-Lei n.º 356/89, de 17 de outubro.
função da gravidade da infracção e da culpa do
- Decreto-Lei n.º 244/95, de 14 de setembro. agente:
- Decreto-Lei n.º 323/2001, de 17 de dezembro.
________________________ a) Perda de objectos pertencentes ao agente;
b) Interdição do exercício de profissões ou ac-
Artigo 18.º tividades cujo exercício dependa de título público
Determinação da medida da coima ou de autorização ou homologação de autoridade
pública;
1 - A determinação da medida da coima faz-se c) Privação do direito a subsídio ou benefício
em função da gravidade da contra-ordenação, da outorgado por entidades ou serviços públicos;
culpa, da situação económica do agente e do d) Privação do direito de participar em feiras
benefício económico que este retirou da prática ou mercados;
da contra-ordenação. e) Privação do direito de participar em arre-
2 - Se o agente retirou da infracção um bene- matações ou concursos públicos que tenham por
fício económico calculável superior ao limite má- objecto a empreitada ou a concessão de obras
ximo da coima, e não existirem outros meios de públicas, o fornecimento de bens e serviços, a

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concessão de serviços públicos e a atribuição de Artigo 22.º


licenças ou alvarás;
Perda de objectos perigosos
f) Encerramento de estabelecimento cujo fun-
cionamento esteja sujeito a autorização ou licen- 1 - Podem ser declarados perdidos os objectos
ça de autoridade administrativa; que serviram ou estavam destinados a servir
g) Suspensão de autorizações, licenças e alva- para a prática de uma contra-ordenação, ou que
rás. por esta foram produzidos, quando tais objectos
representem, pela sua natureza ou pelas circuns-
2 - As sanções referidas nas alíneas b) a g) do
tâncias do caso, grave perigo para a comunidade
número anterior têm a duração máxima de dois
ou exista sério risco da sua utilização para a prá-
anos, contados a partir da decisão condenatória
tica de um crime ou de outra contra-ordenação.
definitiva.
2 - Salvo se o contrário resultar do presente
3 - A lei pode ainda determinar os casos em
diploma, são aplicáveis à perda de objectos peri-
que deva dar-se publicidade à punição por con-
gosos as regras relativas à sanção acessória de
tra-ordenação.
perda de objectos.
________________________
_______________________
- Alterações:
- Decreto-Lei n.º 356/89, de 17 de outubro. - Alterações:
- Decreto-Lei n.º 244/95, de 14 de setembro. - Decreto-Lei n.º 356/89, de 17 de outubro.
________________________ - Decreto-Lei n.º 244/95, de 14 de setembro.
_______________________
Artigo 21.º-A
Artigo 23.º
Pressupostos da aplicação das sanções
Perda do valor
acessórias
Quando, devido a actuação dolosa do agente,
1 - A sanção referida na alínea a) do n.º 1 do
se tiver tornado total ou parcialmente inexequível
artigo anterior só pode ser decretada quando os
a perda de objectos que, no momento da prática
objectos serviram ou estavam destinados a servir
do facto, lhe pertenciam, pode ser declarada
para a prática de uma contra-ordenação, ou por
perdida uma quantia em dinheiro correspondente
esta foram produzidos.
ao valor daqueles.
2 - A sanção referida na alínea b) do n.º 1 do
_______________________
artigo anterior só pode ser decretada se o agente
praticou a contra-ordenação com flagrante e gra- - Alterações:
- Decreto-Lei n.º 244/95, de 14 de setembro.
ve abuso da função que exerce ou com manifesta _______________________
e grave violação dos deveres que lhe são ineren-
tes. Artigo 24.º
3 - A sanção referida na alínea c) do n.º 1 do
artigo anterior só pode ser decretada quando a Efeitos da perda
contra-ordenação tiver sido praticada no exercí- O carácter definitivo ou o trânsito em julgado
cio ou por causa da actividade a favor da qual é da decisão de perda determina a transferência da
atribuído o subsídio. propriedade para o Estado ou outra entidade
4 - A sanção referida na alínea d) do n.º 1 do pública, instituição particular de solidariedade
artigo anterior só pode ser decretada quando a social ou pessoa colectiva de utilidade pública
contra-ordenação tiver sido praticada durante ou que a lei preveja.
por causa da participação em feira ou mercado. _______________________
5 - A sanção referida na alínea e) do n.º 1 do
- Alterações:
artigo anterior só pode ser decretada quando a - Decreto-Lei n.º 244/95, de 14 de setembro.
contra-ordenação tiver sido praticada durante ou _______________________
por causa dos actos públicos ou no exercício ou
por causa das actividades mencionadas nessa Artigo 25.º
alínea.
Perda independente de coima
6 - As sanções referidas nas alíneas f) e g) do
n.º 1 do artigo anterior só podem ser decretadas A perda de objectos perigosos ou do respecti-
quando a contra-ordenação tenha sido praticada vo valor pode ter lugar ainda que não possa ha-
no exercício ou por causa da actividade a que se ver procedimento contra o agente ou a este não
referem as autorizações, licenças e alvarás ou seja aplicada uma coima.
por causa do funcionamento do estabelecimento. _______________________
________________________ - Alterações:
- Decreto-Lei n.º 244/95, de 14 de setembro.
- Aditado:
- Decreto-Lei n.º 244/95, de 14 de setembro.
_______________________
________________________

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Decreto-Lei n.º 433/82, de 27 de outubro

Artigo 26.º 2 - Nos casos previstos nas alíneas b) e c) do


número anterior, a suspensão não pode ultrapas-
Objectos pertencentes a terceiro
sar seis meses.
A perda de objectos perigosos pertencentes a _______________________
terceiro só pode ter lugar: - Alterações:
- Lei n.º 109/2001, de 24 de dezembro.
a) Quando os seus titulares tiverem concorri- _______________________
do, com culpa, para a sua utilização ou produção,
ou do facto tiverem tirado vantagens; ou Artigo 28.º
b) Quando os objectos forem, por qualquer tí-
Interrupção da prescrição
tulo, adquiridos após a prática do facto, conhe-
cendo os adquirentes a proveniência. 1 - A prescrição do procedimento por contra-
________________________ ordenação interrompe-se:
- Alterações:
- Decreto-Lei n.º 356/89, de 17 de outubro.
a) Com a comunicação ao arguido dos despa-
- Decreto-Lei n.º 244/95, de 14 de setembro. chos, decisões ou medidas contra ele tomados ou
________________________ com qualquer notificação;
b) Com a realização de quaisquer diligências
CAPÍTULO IV de prova, designadamente exames e buscas, ou
Prescrição com o pedido de auxílio às autoridades policiais
ou a qualquer autoridade administrativa;
Artigo 27.º c) Com a notificação ao arguido para exercício
do direito de audição ou com as declarações por
Prescrição do procedimento ele prestadas no exercício desse direito;
O procedimento por contra-ordenação extin- d) Com a decisão da autoridade administrativa
gue-se por efeito da prescrição logo que sobre a que procede à aplicação da coima.
prática da contra-ordenação hajam decorrido os 2 - Nos casos de concurso de infracções, a in-
seguintes prazos: terrupção da prescrição do procedimento criminal
a) Cinco anos, quando se trate de contra- determina a interrupção da prescrição do proce-
ordenação a que seja aplicável uma coima de dimento por contra-ordenação.
3 - A prescrição do procedimento tem sempre
montante máximo igual ou superior a (euro)
49879,79; lugar quando, desde o seu início e ressalvado o
b) Três anos, quando se trate de contra- tempo de suspensão, tiver decorrido o prazo da
ordenação a que seja aplicável uma coima de prescrição acrescido de metade.
montante igual ou superior a (euro) 2493,99 e _______________________
inferior a (euro) 49879,79; - Alterações:
- Lei n.º 109/2001, de 24 de dezembro.
c) Um ano, nos restantes casos. _______________________
________________________
- Alterações: Artigo 29.º
- Decreto-Lei n.º 244/95, de 14 de setembro.
- Lei n.º 109/2001, de 24 de dezembro. Prescrição da coima
________________________
1 - As coimas prescrevem nos prazos seguin-
Artigo 27.º-A tes:
Suspensão da prescrição a) Três anos, no caso de uma coima superior
ao montante máximo previsto no n.º 1 do artigo
1 - A prescrição do procedimento por contra-
17.º;
ordenação suspende-se, para além dos casos
b) Um ano, nos restantes casos.
especialmente previstos na lei, durante o tempo
em que o procedimento: 2 - O prazo conta-se a partir do carácter defi-
nitivo ou do trânsito em julgado da decisão con-
a) Não puder legalmente iniciar-se ou conti-
denatória.
nuar por falta de autorização legal;
_______________________
b) Estiver pendente a partir do envio do pro-
cesso ao Ministério Público até à sua devolução à - Alterações:
- Decreto-Lei n.º 244/95, de 14 de setembro.
autoridade administrativa, nos termos do artigo _______________________
40.º;
c) Estiver pendente a partir da notificação do
despacho que procede ao exame preliminar do
recurso da decisão da autoridade administrativa
que aplica a coima, até à decisão final do recurso.

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REGIME GERAL DAS CONTRA-ORDENAÇÕES
Decreto-Lei n.º 433/82, de 27 de outubro

Artigo 30.º _______________________


- Aditado:
Suspensão da prescrição da coima - Decreto-Lei n.º 244/95, de 14 de setembro.
_______________________
A prescrição da coima suspende-se durante o
tempo em que:
Artigo 34.º
a) Por força da lei a execução não pode come-
Competência em razão da matéria
çar ou não pode continuar a ter lugar;
b) A execução foi interrompida; 1 - A competência em razão da matéria per-
c) Foram concedidas facilidades de pagamento. tencerá às autoridades determinadas pela lei que
prevê e sanciona as contra-ordenações.
Artigo 30.º-A 2 - No silêncio da lei serão competentes os
serviços designados pelo membro do Governo
Interrupção da prescrição da coima
responsável pela tutela dos interesses que a con-
1- A prescrição da coima interrompe-se com a tra-ordenação visa defender ou promover.
sua execução. 3 - Os dirigentes dos serviços aos quais tenha
2- A prescrição da coima ocorre quando, des- sido atribuída a competência a que se refere o
de o seu início e ressalvado o tempo de suspen- número anterior podem delegá-la, nos termos
são, tiver decorrido o prazo normal da prescrição gerais, nos dirigentes de grau hierarquicamente
acrescido de metade. inferior.
________________________ _______________________
- Aditado: - Alterações:
- Decreto-Lei n.º 244/95, de 14 de setembro. - Decreto-Lei n.º 356/89, de 17 de outubro.
________________________ _______________________

Artigo 31.º Artigo 35.º

Prescrição das sanções acessórias Competência territorial

Aplica-se às sanções acessórias o regime pre- 1 - É territorialmente competente a autoridade


visto nos artigos anteriores para a prescrição da administrativa concelhia em cuja circunscrição:
coima.
a) Se tiver consumado a infracção ou, caso a
infracção não tenha chegado a consumar-se, se
CAPÍTULO V tiver praticado o último acto de execução ou, em
Do direito subsidiário caso de punibilidade dos actos preparatórios, se
tiver praticado o último acto de preparação;
Artigo 32.º b) O arguido tem o seu domicílio ao tempo do
início ou durante qualquer fase do processo.
Do direito subsidiário
2 - Se a infracção for cometida a bordo de ae-
Em tudo o que não for contrário à presente lei ronave ou navio português, fora do território
aplicar-se-ão subsidiariamente, no que respeita à nacional, será competente a autoridade em cuja
fixação do regime substantivo das contra- circunscrição se situe o aeroporto ou porto portu-
ordenações, as normas do Código Penal. guês que primeiro for escalado depois do come-
timento da infracção.
II PARTE _______________________
Do processo de contra-ordenação - Alterações:
- Decreto-Lei n.º 356/89, de 17 de outubro.
- Decreto-Lei n.º 244/95, de 14 de setembro.
CAPÍTULO I _______________________

Da competência Artigo 36.º

Artigo 33.º Competência por conexão

Regra da competência das autoridades ad- 1 - Em caso de concurso de contra-ordenações


ministrativas será competente a autoridade a quem, segundo
os preceitos anteriores, incumba processar qual-
O processamento das contra-ordenações e a quer das contra-ordenações.
aplicação das coimas e das sanções acessórias 2 - O disposto no número anterior aplica-se
competem às autoridades administrativas, res- também aos casos em que um mesmo facto tor-
salvadas as especialidades previstas no presente na várias pessoas passíveis de sofrerem uma
diploma. coima.

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REGIME GERAL DAS CONTRA-ORDENAÇÕES
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Artigo 37.º
Conflitos de competência
Artigo 40.º
1 - Se das disposições anteriores resultar a
Envio do processo ao Ministério Público
competência cumulativa de várias autoridades, o
conflito será resolvido a favor da autoridade que, 1 - A autoridade administrativa competente
por ordem de prioridades: remeterá o processo ao Ministério Público sempre
que considere que a infracção constitui um crime.
a) Tiver primeiro ouvido o arguido pela prática
2 - Se o agente do Ministério Público conside-
da contra-ordenação;
rar que não há lugar para a responsabilidade
b) Tiver primeiro requerido a sua audição pe-
criminal, devolverá o processo à mesma autori-
las autoridades policiais;
dade.
c) Tiver primeiro recebido das autoridades poli-
ciais os autos de que conste a audição do arguido.
CAPÍTULO II
2 - As autoridades competentes poderão, to-
davia, por razões de economia, celeridade ou Princípios e disposições gerais
eficácia processuais, acordar em atribuir a com-
petência a autoridade diversa da que resultaria Artigo 41.º
da aplicação do n.º 1. Direito subsidiário

Artigo 38.º 1 - Sempre que o contrário não resulte deste


diploma, são aplicáveis, devidamente adaptados,
Autoridades competentes em processo cri- os preceitos reguladores do processo criminal.
minal 2 - No processo de aplicação da coima e das
1 - Quando se verifique concurso de crime e sanções acessórias, as autoridades administrati-
contra-ordenação, ou quando, pelo mesmo facto, vas gozam dos mesmos direitos e estão submeti-
uma pessoa deva responder a título de crime e das aos mesmos deveres das entidades compe-
outra a título de contra-ordenação, o processa- tentes para o processo criminal, sempre que o
mento da contra-ordenação cabe às autoridades contrário não resulte do presente diploma.
competentes para o processo criminal. _______________________
2 - Se estiver pendente um processo na auto- - Alterações:
- Decreto-Lei n.º 244/95, de 14 de setembro.
ridade administrativa, devem os autos ser reme- _______________________
tidos à autoridade competente nos termos do
número anterior. Artigo 42.º
3 - Quando, nos casos previstos nos n.ºs 1 e 2,
o Ministério Público arquivar o processo criminal Meios de coacção
mas entender que subsiste a responsabilidade 1 - Não é permitida a prisão preventiva, a in-
pela contra-ordenação, remeterá o processo à tromissão na correspondência ou nos meios de
autoridade administrativa competente. telecomunicação nem a utilização de provas que
4 - A decisão do Ministério Público sobre se impliquem a violação do segredo profissional.
um facto deve ou não ser processado como crime 2 - As provas que colidam com a reserva da
vincula as autoridades administrativas. vida privada, bem como os exames corporais e a
________________________ prova de sangue, só serão admissíveis mediante
- Alterações: o consentimento de quem de direito.
- Decreto-Lei n.º 244/95, de 14 de setembro.
________________________
Artigo 43.º
Artigo 39.º Princípio da legalidade
Competência do tribunal O processo das contra-ordenações obedecerá
No caso referido no n.º 1 do artigo anterior, a ao princípio da legalidade.
aplicação da coima e das sanções acessórias cabe
ao juiz competente para o julgamento do crime. Artigo 44.º
________________________
Testemunhas
- Alterações:
- Decreto-Lei n.º 244/95, de 14 de setembro. As testemunhas não serão ajuramentadas.
________________________

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Artigo 45.º deveres equivalentes aos que têm em matéria


criminal.
Consulta dos autos
3 - As autoridades policiais e agentes de fisca-
1 - Se o processo couber às autoridades com- lização remeterão imediatamente às autoridades
petentes para o processo criminal, podem as administrativas a participação e as provas reco-
autoridades administrativas normalmente compe- lhidas.
tentes consultar os autos, bem como examinar os
objectos apreendidos. Artigo 48.º-A
2 - Os autos serão, a seu pedido, enviados pa-
Apreensão de objectos
ra exame às autoridades administrativas.
________________________ 1 - Podem ser provisoriamente apreendidos
- Alterações: pelas autoridades administrativas competentes
- Decreto-Lei n.º 244/95, de 14 de setembro. os objectos que serviram ou estavam destinados
________________________
a servir para a prática de uma contra-ordenação,
ou que por esta foram produzidos, e bem assim
Artigo 46.º
quaisquer outros que forem susceptíveis de servir
Comunicação de decisões de prova.
2 - Os objectos são restituídos logo que se
1- Todas as decisões, despachos e demais tornar desnecessário manter a apreensão para
medidas tomadas pelas autoridades administrati- efeitos de prova, a menos que a autoridade ad-
vas serão comunicadas às pessoas a quem se ministrativa pretenda declará-los perdidos.
dirigem. 3 - Em qualquer caso, os objectos são restituí-
2- Tratando-se de medida que admita impug- dos logo que a decisão condenatória se torne
nação sujeita a prazo, a comunicação revestirá a definitiva, salvo se tiverem sido declarados per-
forma de notificação, que deverá conter os escla- didos.
recimentos necessários sobre admissibilidade, _______________________
prazo e forma de impugnação.
- Aditado:
- Decreto-Lei n.º 244/95, de 14 de setembro.
Artigo 47.º _______________________

Da notificação Artigo 49.º


1 - A notificação será dirigida ao arguido e Identificação pelas autoridades administra-
comunicada ao seu representante legal, quando tivas e policiais
este exista.
2 - A notificação será dirigida ao defensor es- As autoridades administrativas competentes e
colhido cuja procuração conste do processo ou ao as autoridades policiais podem exigir ao agente de
defensor nomeado. uma contra-ordenação a respectiva identificação.
3 - No caso referido no número anterior, o ar- _______________________
guido será informado através de uma cópia da - Alterações:
decisão ou despacho. - Decreto-Lei n.º 244/95, de 14 de setembro.
_______________________
4 - Se a notificação tiver de ser feita a várias
pessoas, o prazo da impugnação só começa a
Artigo 50.º
correr depois de notificada a última pessoa.
Direito de audição e defesa do arguido
CAPÍTULO III
Não é permitida a aplicação de uma coima ou
Da aplicação da coima pelas autoridades de uma sanção acessória sem antes se ter asse-
administrativas gurado ao arguido a possibilidade de, num prazo
razoável, se pronunciar sobre a contra-ordenação
Artigo 48.º que lhe é imputada e sobre a sanção ou sanções
em que incorre.
Da polícia e dos agentes de fiscalização _______________________
1 - As autoridades policiais e fiscalizadoras - Alterações:
deverão tomar conta de todos os eventos ou - Decreto-Lei n.º 244/95, de 14 de setembro.
_______________________
circunstâncias susceptíveis de implicar responsa-
bilidade por contra-ordenação e tomar as medi-
das necessárias para impedir o desaparecimento
de provas.
2 - Na medida em que o contrário não resulte
desta lei, as autoridades policiais têm direitos e

10
REGIME GERAL DAS CONTRA-ORDENAÇÕES
Decreto-Lei n.º 433/82, de 27 de outubro

Artigo 50.º-A apoio judiciário, sempre que as circunstâncias do


caso revelarem a necessidade ou a conveniência
Pagamento voluntário
de o arguido ser assistido.
1 - Nos casos de contra-ordenação sancionável 3 - Da decisão da autoridade administrativa
com coima de valor não superior a metade dos que indefira o requerimento de nomeação de
montantes máximos previstos nos n.ºs 1 e 2 do defensor cabe recurso para o tribunal.
artigo 17.º, é admissível em qualquer altura do _______________________
processo, mas sempre antes da decisão, o paga- - Alterações:
mento voluntário da coima, a qual, se o contrário - Decreto-Lei n.º 244/95, de 14 de setembro.
_______________________
não resultar da lei, será liquidada pelo mínimo,
sem prejuízo das custas que forem devidas.
Artigo 54.º
2 - O pagamento voluntário da coima não ex-
clui a possibilidade de aplicação de sanções aces- Da iniciativa e da instrução
sórias.
_______________________ 1 - O processo iniciar-se-á oficiosamente, me-
diante participação das autoridades policiais ou
- Alterações:
- Decreto-Lei n.º 244/95, de 14 de setembro.
fiscalizadoras ou ainda mediante denúncia parti-
________________________ cular.
2 - A autoridade administrativa procederá à
Artigo 51.º sua investigação e instrução, finda a qual arqui-
vará o processo ou aplicará uma coima.
Admoestação
3 - As autoridades administrativas poderão
1 - Quando a reduzida gravidade da infracção confiar a investigação e instrução, no todo ou em
e da culpa do agente o justifique, pode a entida- parte, às autoridades policiais, bem como solici-
de competente limitar-se a proferir uma admoes- tar o auxílio de outras autoridades ou serviços
tação. públicos.
2 - A admoestação é proferida por escrito, não
podendo o facto voltar a ser apreciado como con- Artigo 55.º
tra-ordenação.
Recurso das medidas das autoridades admi-
________________________
nistrativas
- Alterações:
- Decreto-Lei n.º 244/95, de 14 de setembro. 1 - As decisões, despachos e demais medidas
________________________
tomadas pelas autoridades administrativas no
decurso do processo são susceptíveis de impug-
Artigo 52.º
nação judicial por parte do arguido ou da pessoa
Deveres das testemunhas e peritos contra as quais se dirigem.
2 - O disposto no número anterior não se apli-
1 - As testemunhas e os peritos são obrigados ca às medidas que se destinem apenas a prepa-
a obedecer às autoridades administrativas quan- rar a decisão final de arquivamento ou aplicação
do forem solicitados a comparecer e a pronunci- da coima, não colidindo com os direitos ou inte-
ar-se sobre a matéria do processo. resses das pessoas.
2 - Em caso de recusa injustificada, poderão 3 - É competente para decidir do recurso o tri-
as autoridades administrativas aplicar sanções bunal previsto no artigo 61.º que decidirá em
pecuniárias até (euro) 49,88 e exigir a reparação última instância.
dos danos causados com a sua recusa.
________________________
Artigo 56.º
- Alterações:
- Decreto-Lei n.º 323/2001, de 17 de dezembro. Processo realizado pelas autoridades com-
________________________ petentes para o processo criminal

Artigo 53.º 1 - Quando o processo é realizado pelas auto-


ridades competentes para o processo criminal, as
Do defensor autoridades administrativas são obrigadas a dar-
1 - O arguido da prática de uma contra- lhes toda a colaboração.
ordenação tem o direito de se fazer acompanhar 2 - Sempre que a acusação diga respeito à
de advogado, escolhido em qualquer fase do contra-ordenação, esta deve ser comunicada às
processo. autoridades administrativas.
2 - A autoridade administrativa nomeia defen- 3 - As mesmas autoridades serão ouvidas pelo
sor ao arguido, oficiosamente ou a requerimento Ministério Público se este arquivar o processo.
deste, nos termos previstos na legislação sobre _______________________

11
REGIME GERAL DAS CONTRA-ORDENAÇÕES
Decreto-Lei n.º 433/82, de 27 de outubro
- Alterações:
- Decreto-Lei n.º 244/95, de 14 de setembro.
pelo arguido, devendo constar de alegações e
________________________ conclusões.
_______________________
Artigo 57.º - Alterações:
- Decreto-Lei n.º 356/89, de 17 de outubro.
Extensão da acusação à contra-ordenação - Decreto-Lei n.º 244/95, de 14 de setembro.
_______________________
Quando, nos casos previstos no artigo 38.º o
Ministério Público acusar pelo crime, a acusação Artigo 60.º
abrangerá também a contra-ordenação.
Contagem do prazo para impugnação
Artigo 58.º 1 - O prazo para a impugnação da decisão da
autoridade administrativa suspende-se aos sába-
Decisão condenatória
dos, domingos e feriados.
1 - A decisão que aplica a coima ou as sanções 2 - O termo do prazo que caia em dia durante
acessórias deve conter: o qual não for possível, durante o período normal,
a apresentação do recurso, transfere-se para o
a) A identificação dos arguidos;
primeiro dia útil seguinte.
b) A descrição dos factos imputados, com in-
_______________________
dicação das provas obtidas;
c) A indicação das normas segundo as quais - Alterações:
- Decreto-Lei n.º 244/95, de 14 de setembro.
se pune e a fundamentação da decisão; _______________________
d) A coima e as sanções acessórias.
Artigo 61.º
2 - Da decisão deve ainda constar a informa-
ção de que: Tribunal competente
a) A condenação se torna definitiva e exequí- 1 - É competente para conhecer do recurso o
vel se não for judicialmente impugnada nos ter- tribunal em cuja área territorial se tiver consu-
mos do artigo 59.º; mado a infracção.
b) Em caso de impugnação judicial, o tribunal 2 - Se a infracção não tiver chegado a consu-
pode decidir mediante audiência ou, caso o ar- mar-se, é competente o tribunal em cuja área se
guido e o Ministério Público não se oponham, tiver praticado o último acto de execução ou, em
mediante simples despacho. caso de punibilidade dos actos preparatórios, o
3 - A decisão conterá ainda: último acto de preparação.
_______________________
a) A ordem de pagamento da coima no prazo - Alterações:
máximo de 10 dias após o carácter definitivo ou - Decreto-Lei n.º 356/89, de 17 de outubro.
- Decreto-Lei n.º 244/95, de 14 de setembro.
o trânsito em julgado da decisão; _______________________
b) A indicação de que em caso de impossibili-
dade de pagamento tempestivo deve comunicar o Artigo 62.º
facto por escrito à autoridade que aplicou a coima.
________________________ Envio dos autos ao Ministério Público
- Alterações: 1 - Recebido o recurso, e no prazo de cinco di-
- Decreto-Lei n.º 244/95, de 14 de setembro.
________________________ as, deve a autoridade administrativa enviar os
autos ao Ministério Público, que os tornará pre-
CAPÍTULO IV sentes ao juiz, valendo este acto como acusação.
2 - Até ao envio dos autos, pode a autoridade
Recurso e processo judiciais administrativa revogar a decisão de aplicação da
coima.
Artigo 59.º _______________________
Forma e prazo - Alterações:
- Decreto-Lei n.º 244/95, de 14 de setembro.
1 - A decisão da autoridade administrativa que _______________________
aplica uma coima é susceptível de impugnação
judicial. Artigo 63.º
2 - O recurso de impugnação poderá ser inter- Não aceitação do recurso
posto pelo arguido ou pelo seu defensor.
3 - O recurso é feito por escrito e apresentado 1 - O juiz rejeitará, por meio de despacho, o
à autoridade administrativa que aplicou a coima, recurso feito fora do prazo ou sem respeito pelas
no prazo de 20 dias após o seu conhecimento exigências de forma.

12
REGIME GERAL DAS CONTRA-ORDENAÇÕES
Decreto-Lei n.º 433/82, de 27 de outubro

2 - Deste despacho há recurso, que sobe ime- ções, não havendo lugar à redução da prova a
diatamente. escrito.
_______________________
Artigo 64.º - Alterações:
- Decreto-Lei n.º 356/89, de 17 de outubro.
Decisão por despacho judicial _______________________
1 - O juiz decidirá do caso mediante audiência
Artigo 67.º
de julgamento ou através de simples despacho.
2 - O juiz decide por despacho quando não Participação do arguido na audiência
considere necessária a audiência de julgamento e
1 - O arguido não é obrigado a comparecer à
o arguido ou o Ministério Público não se oponham.
audiência, salvo se o juiz considerar a sua pre-
3 - O despacho pode ordenar o arquivamento
sença como necessária ao esclarecimento dos
do processo, absolver o arguido ou manter ou
factos.
alterar a condenação.
2 - Nos casos em que o juiz não ordenou a
4 - Em caso de manutenção ou alteração da
presença do arguido este poderá fazer-se repre-
condenação deve o juiz fundamentar a sua deci-
sentar por advogado com procuração escrita.
são, tanto no que concerne aos factos como ao
3 - O tribunal pode solicitar a audição do ar-
direito aplicado e às circunstâncias que determi-
guido por outro tribunal, devendo a realização
naram a medida da sanção.
desta diligência ser comunicada ao Ministério
5 - Em caso de absolvição deverá o juiz indicar
Público e ao defensor e sendo o respectivo auto
porque não considera provados os factos ou por-
lido na audiência.
que não constituem uma contra-ordenação.
________________________
Artigo 68.º
- Alterações:
- Decreto-Lei n.º 244/95, de 14 de setembro.
________________________ Ausência do arguido
1 - Nos casos em que o arguido não compare-
Artigo 65.º ce nem se faz representar por advogado, tomar-
se-ão em conta as declarações que lhe tenham
Marcação da audiência
sido colhidas no processo ou registar-se-á que
Ao aceitar o recurso o juiz marca a audiência, ele nunca se pronunciou sobre a matéria dos
salvo o caso referido no n.º 2 do artigo anterior. autos, não obstante lhe ter sido concedida a
________________________ oportunidade para o fazer, e julgar-se-á.
- Alterações: 2 - Se, porém, o tribunal o considerar neces-
- Decreto-Lei n.º 244/95, de 14 de setembro. sário, pode marcar uma nova audiência.
________________________ _______________________
- Alterações:
Artigo 65.º-A - Decreto-Lei n.º 244/95, de 14 de setembro.
_______________________
Retirada da acusação
1 - A todo o tempo, e até à sentença em 1.ª Artigo 69.º
instância ou até ser proferido o despacho previsto
Participação do Ministério Público
no n.º 2 do artigo 64.º, pode o Ministério Público,
com o acordo do arguido, retirar a acusação. O Ministério Público deve estar presente na
2 - Antes de retirar a acusação, deve o Minis- audiência de julgamento.
tério Público ouvir as autoridades administrativas _______________________
competentes, salvo se entender que tal não é - Alterações:
indispensável para uma adequada decisão. - Decreto-Lei n.º 244/95, de 14 de setembro.
________________________ _______________________

- Aditado:
- Decreto-Lei n.º 244/95, de 14 de setembro.
Artigo 70.º
________________________
Participação das autoridades administrati-
vas
Artigo 66.º
1 - O tribunal concederá às autoridades admi-
Direito aplicável
nistrativas a oportunidade de trazerem à audiên-
Salvo disposição em contrário, a audiência em cia os elementos que reputem convenientes para
1.ª instância obedece às normas relativas ao uma correcta decisão do caso, podendo um re-
processamento das transgressões e contraven- presentante daquelas autoridades participar na
audiência.

13
REGIME GERAL DAS CONTRA-ORDENAÇÕES
Decreto-Lei n.º 433/82, de 27 de outubro

2 - O mesmo regime se aplicará, com as ne- Artigo 73.º


cessárias adaptações, aos casos em que, nos
Decisões judiciais que admitem recurso
termos do n.º 3 do artigo 64.º, o juiz decidir
arquivar o processo. 1 - Pode recorrer-se para a Relação da sen-
3 - Em conformidade com o disposto no n.º 1, tença ou do despacho judicial proferidos nos ter-
o juiz comunicará às autoridades administrativas mos do artigo 64.º quando:
a data da audiência.
4 - O tribunal comunicará às mesmas autori- a) For aplicada ao arguido uma coima superior
dades a sentença, bem como as demais decisões a (euro) 249,40;
finais. b) A condenação do arguido abranger sanções
________________________ acessórias;
c) O arguido for absolvido ou o processo for
- Alterações:
- Decreto-Lei n.º 244/95, de 14 de setembro.
arquivado em casos em que a autoridade admi-
________________________ nistrativa tenha aplicado uma coima superior a
(euro) 249,40 ou em que tal coima tenha sido
Artigo 71.º reclamada pelo Ministério Público;
d) A impugnação judicial for rejeitada;
Retirada do recurso
e) O tribunal decidir através de despacho não
1 - O recurso pode ser retirado até à sentença obstante o recorrente se ter oposto a tal.
em 1.ª instância ou até ser proferido o despacho
2 - Para além dos casos enunciados no núme-
previsto no n.º 2 do artigo 64.º
ro anterior, poderá a relação, a requerimento do
2 - Depois do início da audiência de julgamen-
arguido ou do Ministério Público, aceitar o recur-
to, o recurso só pode ser retirado mediante o
so da sentença quando tal se afigure manifesta-
acordo do Ministério Público.
mente necessário à melhoria da aplicação do
________________________
direito ou à promoção da uniformidade da juris-
- Alterações: prudência.
- Decreto-Lei n.º 244/95, de 14 de setembro.
________________________ 3 - Se a sentença ou o despacho recorrido são
relativos a várias infracções ou a vários arguidos
Artigo 72.º e se apenas quanto a alguma das infracções ou a
algum dos arguidos se verificam os pressupostos
Prova necessários, o recurso subirá com esses limites.
1 - Compete ao Ministério Público promover a _______________________
prova de todos os factos que considere relevan- - Alterações:
- Decreto-Lei n.º 244/95, de 14 de setembro.
tes para a decisão. - Decreto-Lei n.º 323/2001, de 17 de dezembro.
2 - Compete ao juiz determinar o âmbito da _______________________
prova a produzir.
________________________ Artigo 74.º
- Alterações:
- Decreto-Lei n.º 244/95, de 14 de setembro.
Regime do recurso
________________________
1 - O recurso deve ser interposto no prazo de
10 dias a partir da sentença ou do despacho, ou
Artigo 72.º-A
da sua notificação ao arguido, caso a decisão
Proibição da reformatio in pejus tenha sido proferida sem a presença deste.
2 - Nos casos previstos no n.º 2 do artigo 73.º,
1 - Impugnada a decisão da autoridade admi- o requerimento deve seguir junto ao recurso,
nistrativa ou interposto recurso da decisão judici- antecedendo-o.
al somente pelo arguido, ou no seu exclusivo 3 - Neste casos, a decisão sobre o requerimen-
interesse, não pode a sanção aplicada ser modifi- to constitui questão prévia, que será resolvida por
cada em prejuízo de qualquer dos arguidos, ainda despacho fundamentado do tribunal, equivalendo
que não recorrentes. o seu indeferimento à retirada do recurso.
2 - O disposto no número anterior não preju- 4 - O recurso seguirá a tramitação do recurso
dica a possibilidade de agravamento do montante em processo penal, tendo em conta as especiali-
da coima, se a situação económica e financeira dades que resultam deste diploma.
do arguido tiver entretanto melhorado de forma _______________________
sensível.
- Alterações:
________________________ - Decreto-Lei n.º 244/95, de 14 de setembro.
- Aditado:
_______________________
- Decreto-Lei n.º 244/95, de 14 de setembro.
________________________

14
REGIME GERAL DAS CONTRA-ORDENAÇÕES
Decreto-Lei n.º 433/82, de 27 de outubro

Artigo 75.º 2 - Quando, nos casos previstos no número


anterior, se interpuser simultaneamente recurso
Âmbito e efeitos do recurso
em relação a contra-ordenação e a crime, os
1 - Se o contrário não resultar deste diploma, recursos subirão juntos.
a 2.ª instância apenas conhecerá da matéria de 3 - O recurso subirá nos termos do Código de
direito, não cabendo recurso das suas decisões. Processo Penal, não se aplicando o disposto no
2 - A decisão do recurso poderá: artigo 66.º nem dependendo o recurso relativo à
contra-ordenação dos pressupostos do artigo 73.º
a) Alterar a decisão do tribunal recorrido sem _______________________
qualquer vinculação aos termos e ao sentido da
- Alterações:
decisão recorrida, salvo o disposto no artigo - Decreto-Lei n.º 244/95, de 14 de setembro.
72.º-A; _______________________
b) Anulá-la e devolver o processo ao tribunal
recorrido. CAPÍTULO VI
________________________
Decisão definitiva, caso julgado e revisão
- Alterações:
- Decreto-Lei n.º 244/95, de 14 de setembro.
________________________ Artigo 79.º
Alcance da decisão definitiva e do caso jul-
CAPÍTULO V
gado
Processo de contra-ordenação e processo
1 - O carácter definitivo da decisão da autori-
criminal
dade administrativa ou o trânsito em julgado da
decisão judicial que aprecie o facto como contra-
Artigo 76.º
ordenação ou como crime precludem a possibili-
Conversão em processo criminal dade de reapreciação de tal facto como contra-
ordenação.
1 - O tribunal não está vinculado à apreciação 2 - O trânsito em julgado da sentença ou des-
do facto como contra-ordenação, podendo, ofici- pacho judicial que aprecie o facto como contra-
osamente ou a requerimento do Ministério Públi- ordenação preclude igualmente o seu novo co-
co, converter o processo em processo criminal. nhecimento como crime.
2 - A conversão do processo determina a in- _______________________
terrupção da instância e a instauração de inquéri-
- Alterações:
to, aproveitando-se, na medida do possível, as - Decreto-Lei n.º 244/95, de 14 de setembro.
provas já produzidas. _______________________
________________________
- Alterações: Artigo 80.º
- Decreto-Lei n.º 244/95, de 14 de setembro.
________________________ Admissibilidade da revisão
1 - A revisão de decisões definitivas ou transi-
Artigo 77.º
tadas em julgado em matéria contra-ordenacional
Conhecimento da contra-ordenação no pro- obedece ao disposto nos artigos 449.º e seguintes
cesso criminal do Código de Processo Penal, sempre que o con-
trário não resulte do presente diploma.
1 - O tribunal poderá apreciar como contra- 2 - A revisão do processo a favor do arguido,
ordenação uma infracção que foi acusada como com base em novos factos ou em novos meios de
crime. prova, não será admissível quando:
2 - Se o tribunal só aceitar a acusação a título
de contra-ordenação, o processo passará a obe- a) O arguido apenas foi condenado em coima
decer aos preceitos desta lei. inferior a (euro) 37,41;
b) Já decorreram cinco anos após o trânsito
Artigo 78.º em julgado ou carácter definitivo da decisão a
rever.
Processo relativo a crimes e contra-
ordenações 3 - A revisão contra o arguido só será admis-
sível quando vise a sua condenação pela prática
1 - Se o mesmo processo versar sobre crimes e de um crime.
contra-ordenações, havendo infracções que devam _______________________
apenas considerar-se como contra-ordenações,
- Alterações:
aplicam-se, quanto a elas, os artigos 42.º, 43.º, - Decreto-Lei n.º 244/95, de 14 de setembro.
45.º, 58.º, n.ºs 1 e 3, 70.º e 83.º - Decreto-Lei n.º 323/2001, de 17 de dezembro.
_______________________

15
REGIME GERAL DAS CONTRA-ORDENAÇÕES
Decreto-Lei n.º 433/82, de 27 de outubro

Artigo 81.º Artigo 84.º


Regime do processo de revisão Processo autónomo de apreensão
1 - A revisão de decisão da autoridade admi- (Revogado.)
nistrativa cabe ao tribunal competente para a _______________________
impugnação judicial. - Revogado:
2 - Tem legitimidade para requerer a revisão o - Decreto-Lei n.º 244/95, de 14 de setembro.
arguido, a autoridade administrativa e o Ministé- _______________________
rio Público.
3 - A autoridade administrativa deve remeter Artigo 85.º
os autos ao representante do Ministério Público Impugnação judicial da apreensão
junto do tribunal competente.
4 - A revisão de decisão judicial será da compe- A decisão de apreensão pode ser impugnada
tência do tribunal da relação, aplicando-se o dis- judicialmente, sendo aplicáveis as regras relativas
posto no artigo 451.º do Código de Processo Penal. à impugnação da decisão de perda de objectos.
________________________ _______________________
- Alterações: - Alterações:
- Decreto-Lei n.º 244/95, de 14 de setembro. - Decreto-Lei n.º 244/95, de 14 de setembro.
________________________ _______________________

Artigo 82.º Artigo 86.º

Caducidade da aplicação da coima por efeito Processo extraordinário de impugnação


de decisão no processo criminal (Revogado.)
1 - A decisão da autoridade administrativa que _______________________
aplicou uma coima ou uma sanção acessória ca- - Revogado:
- Decreto-Lei n.º 244/95, de 14 de setembro.
duca quando o arguido venha a ser condenado _______________________
em processo criminal pelo mesmo facto.
2 - O mesmo efeito tem a decisão final do pro- Artigo 87.º
cesso criminal que, não consistindo numa conde-
nação, seja incompatível com a aplicação da coi- Processo relativo a pessoas colectivas ou
ma ou da sanção acessória. equiparadas
3 - As importâncias pecuniárias que tiverem
1 - As pessoas colectivas e as associações sem
sido pagas a título de coima serão, por ordem de
personalidade jurídica são representadas no pro-
prioridade, levadas à conta da multa e das custas
cesso por quem legal ou estatutariamente as
processuais ou, sendo caso disso, restituídas.
deva representar.
4 - Da sentença ou das demais decisões do
2 - Nos processos relativos a pessoas colecti-
processo criminal referidas nos n.ºs 1 e 2 deverá
vas ou a associações sem personalidade jurídica
constar a referência aos efeitos previstos nos n.ºs
é também competente para a aplicação da coima
1, 2 e 3.
e das sanções acessórias a autoridade adminis-
________________________
trativa em cuja área a pessoa colectiva ou a as-
- Alterações: sociação tenha a sua sede.
- Decreto-Lei n.º 244/95, de 14 de setembro.
________________________ _______________________
- Alterações:
CAPÍTULO VII - Decreto-Lei n.º 244/95, de 14 de setembro.
_______________________
Processos especiais
CAPÍTULO VIII
Artigo 83.º
Da execução
Processo de apreensão
Quando, no decurso do processo, a autoridade Artigo 88.º
administrativa decidir apreender qualquer objecto,
Pagamento da coima
nos termos do artigo 48.º-A, deve notificar a
decisão às pessoas que sejam titulares de direi- 1 - A coima é paga no prazo de 10 dias a par-
tos afectados pela apreensão. tir da data em que a decisão se tornar definitiva
________________________ ou transitar em julgado, não podendo ser acres-
- Alterações: cida de quaisquer adicionais.
- Decreto-Lei n.º 244/95, de 14 de setembro.
________________________

16
REGIME GERAL DAS CONTRA-ORDENAÇÕES
Decreto-Lei n.º 433/82, de 27 de outubro

2 - O pagamento deve ser feito contra recibo, Artigo 89.º-A


cujo duplicado será entregue à autoridade admi-
Prestação de trabalho a favor da comunidade
nistrativa ou tribunal que tiver proferido a decisão.
3 - Em caso de pagamento parcial, e salvo in- 1 - A lei pode prever que, a requerimento do
dicação em contrário do arguido, o pagamento condenado, possa o tribunal competente para a
será, por ordem de prioridades, levado à conta execução ordenar que a coima aplicada seja total
da coima e das custas. ou parcialmente substituída por dias de trabalho
4 - Sempre que a situação económica o justi- em estabelecimentos, oficinas ou obras do Estado
fique, poderá a autoridade administrativa ou o ou de outras pessoas colectivas de direito público,
tribunal autorizar o pagamento da coima dentro ou de instituições particulares de solidariedade
de prazo que não exceda um ano. social, quando concluir que esta forma de cum-
5 - Pode ainda a autoridade administrativa ou primento se adequa à gravidade da contra-
o tribunal autorizar o pagamento em prestações, ordenação e às circunstâncias do caso.
não podendo a última delas ir além dos dois anos 2 - A correspondência entre o montante da
subsequentes ao carácter definitivo ou ao trânsi- coima aplicada e a duração da prestação de tra-
to em julgado da decisão e implicando a falta de balho, bem como as formas da sua execução, são
pagamento de uma prestação o vencimento de reguladas por legislação especial.
todas as outras. _______________________
6 - Dentro dos limites referidos nos n.ºs 4 e 5 - Aditado:
e quando motivos supervenientes o justifiquem, - Decreto-Lei n.º 244/95, de 14 de setembro.
os prazos e os planos de pagamento inicialmente _______________________
estabelecidos podem ser alterados.
________________________ Artigo 90.º
- Alterações: Extinção e suspensão da execução
- Decreto-Lei n.º 244/95, de 14 de setembro.
________________________ 1 - A execução da coima e das sanções aces-
sórias extingue-se com a morte do arguido.
Artigo 89.º 2 - Deve suspender-se a execução da decisão
Da execução da autoridade administrativa quando tenha sido
proferida acusação em processo criminal pelo
1 - O não pagamento em conformidade com o mesmo facto.
disposto no artigo anterior dará lugar à execução, 3 - Quando, nos termos dos n.ºs 1 e 2 do arti-
que será promovida, perante o tribunal compe- go 82.º, exista decisão em processo criminal
tente, segundo o artigo 61.º, salvo quando a incompatível com a aplicação administrativa de
decisão que dá lugar à execução tiver sido profe- coima ou de sanção acessória, deve o tribunal da
rida pela relação, caso em que a execução pode- execução declarar a caducidade desta, oficiosa-
rá também promover-se perante o tribunal da mente ou a requerimento do Ministério Público ou
comarca do domicílio do executado. do arguido.
2 - A execução é promovida pelo representan- _______________________
te do Ministério Público junto do tribunal compe- - Alterações:
tente, aplicando-se, com as necessárias adapta- - Decreto-Lei n.º 244/95, de 14 de setembro.
ções, o disposto no Código de Processo Penal _______________________
sobre a execução da multa.
3 - Quando a execução tiver por base uma de- Artigo 91.º
cisão da autoridade administrativa, esta remeterá Tramitação
os autos ao representante do Ministério Público
competente para promover a execução. 1 - O tribunal perante o qual se promove a
4 - O disposto neste artigo aplica-se, com as execução será competente para decidir sobre
necessárias adaptações, às sanções acessórias, todos os incidentes e questões suscitados na
salvo quanto aos termos da execução, aos quais execução, nomeadamente:
é aplicável o disposto sobre a execução de penas a) A admissibilidade da execução;
acessórias em processo criminal. b) As decisões tomadas pelas autoridades
________________________ administrativas em matéria de facilidades de
- Alterações: pagamento;
- Decreto-Lei n.º 244/95, de 14 de setembro.
________________________ c) A suspensão da execução segundo o artigo
90.º
2 - As decisões referidas no n.º 1 são tomadas
sem necessidade de audiência oral, assegurando-
se ao arguido ou ao Ministério Público a possibili-

17
REGIME GERAL DAS CONTRA-ORDENAÇÕES
Decreto-Lei n.º 433/82, de 27 de outubro

dade de justificarem, por requerimento escrito, 2 - As custas deverão, entre outras, cobrir as
as suas pretensões. despesas efectuadas com:
________________________
a) O transporte dos defensores e peritos;
- Alterações:
- Decreto-Lei n.º 244/95, de 14 de setembro.
b) As comunicações telefónicas, telegráficas
________________________ ou postais, nomeadamente as que se relacionam
com as notificações;
CAPÍTULO IX c) O transporte de bens apreendidos;
d) A indemnização das testemunhas.
Das custas
3 - As custas são suportadas pelo arguido em
Artigo 92.º caso de aplicação de uma coima ou de uma san-
ção acessória, de desistência ou rejeição da im-
Princípios gerais pugnação judicial ou dos recursos de despacho
1 - Se o contrário não resultar desta lei, as ou sentença condenatória.
custas em processo de contra-ordenação regular- 4 - Nos demais casos, as custas serão supor-
se-ão pelos preceitos reguladores das custas em tadas pelo erário público.
processo criminal. _______________________
2 - As decisões das autoridades administrati- - Alterações:
- Decreto-Lei n.º 244/95, de 14 de setembro.
vas que decidam sobre a matéria do processo _______________________
deverão fixar o montante das custas e determi-
nar quem as deve suportar. Artigo 95.º
3 - As custas abrangem, nos termos gerais, a
taxa de justiça, os honorários dos defensores Impugnação das custas
oficiosos, os emolumentos a pagar aos peritos e
1 - O arguido pode, nos termos gerais, impug-
os demais encargos resultantes do processo.
nar judicialmente a decisão da autoridade admi-
________________________
nistrativa relativa às custas, devendo a impugna-
- Alterações: ção ser apresentada no prazo de 10 dias a partir
- Decreto-Lei n.º 244/95, de 14 de setembro.
________________________ do conhecimento da decisão a impugnar.
2 - Da decisão do tribunal da comarca só há
Artigo 93.º recurso para a relação quando o montante exce-
da a alçada daquele tribunal.
Da taxa de justiça _______________________
1 - O processo de contra-ordenação que corra - Alterações:
- Decreto-Lei n.º 244/95, de 14 de setembro.
perante as autoridades administrativas não dá _______________________
lugar ao pagamento de taxa de justiça.
2 - Está também isenta de taxa de justiça a CAPÍTULO X
impugnação judicial de qualquer decisão das
autoridades administrativas.* Disposição final
3 - Dão lugar ao pagamento de taxa de justiça
todas as decisões judiciais desfavoráveis ao ar- Artigo 96.º
guido.
Revogação
4 - A taxa de justiça não será inferior a (euro)
0,75 nem superior a (euro) 374,10, devendo o Fica revogado o Decreto-Lei n.º 232/79, de 24
seu montante ser fixado em razão da situação de Julho.
económica do infractor, bem como da complexi-
dade do processo.
________________________
- Alterações:
- Decreto-Lei n.º 244/95, de 14 de setembro.
- Decreto-Lei n.º 323/2001, de 17 de dezembro.
________________________

Artigo 94.º
Das custas
1 - Os honorários dos defensores oficiosos e
os emolumentos devidos aos peritos obedecerão
às tabelas do Código das Custas Judiciais.

18
ÍNDICE

ÍNDICE
Decisão por despacho judicial _______________________ 13
Decisões judiciais que admitem recurso _______________ 14
A Defensor________________________________________ 11
Definição de contra-ordenação_______________________ 3
Admissibilidade da revisão __________________________15 Desistência _______________________________________ 4
Admoestação ____________________________________11 Desistência em caso de comparticipação _______________ 4
Alcance da decisão definitiva e do caso julgado _________15 Determinação da medida da coima ___________________ 5
Âmbito de vigência _________________________________3 Deveres das testemunhas e peritos __________________ 11
Âmbito e efeitos do recurso_________________________15 Direito aplicável __________________________________ 13
Aplicação da coima pelas autoridades Direito de audição e defesa do arguido _______________ 10
administrativas ________________________________10 Direito subsidiário _______________________________ 8, 9
Aplicação no espaço ________________________________3 Disposição final __________________________________ 18
Aplicação no tempo ________________________________3 Dolo e negligência _________________________________ 4
Apreensão de objectos_____________________________10
Ausência do arguido _______________________________13
Autoridades competentes em processo criminal _________9 E
Efeitos da perda ___________________________________ 6
C Envio do processo ao Ministério Público _______________ 9
Envio dos autos ao Ministério Público ________________ 12
Caducidade da aplicação da coima por efeito Erro sobre a ilicitude _______________________________ 4
de decisão no processo criminal __________________16 Execução _______________________________________ 16
Caso julgado _____________________________________15 Extensão da acusação à contra-ordenação ____________ 12
Coima e sanções acessórias __________________________5 Extinção e suspensão da execução ___________________ 17
Comparticipação___________________________________5
Competência do tribunal ____________________________9
Competência em razão da matéria ____________________8 F
Competência por conexão ___________________________8
Competência territorial _____________________________8 Forma e prazo ___________________________________ 12
Comunicação de decisões __________________________10
Concurso de contra-ordenações ______________________5
Concurso de infracções _____________________________5 I
Conflitos de competência ___________________________9
Conhecimento da contra-ordenação no processo Identificação pelas autoridades administrativas
criminal ______________________________________15 e policiais ____________________________________ 10
Consulta dos autos ________________________________10 Impugnação das custas ____________________________ 18
Contagem do prazo para impugnação _________________12 Impugnação judicial da apreensão ___________________ 16
Contra-ordenação _________________________________4 Iniciativa e instrução ______________________________ 11
Conversão em processo criminal _____________________15 Inimputabilidade em razão da idade __________________ 4
Custas __________________________________________18 Inimputabilidade em razão de anomalia psíquica ________ 4
Instrução _______________________________________ 11
Interrupção da prescrição ___________________________ 7
D Interrupção da prescrição da coima ___________________ 8

Da contra-ordenação e da coima em geral ______________3


Da execução _____________________________________17 L
Da polícia e dos agentes de fiscalização _______________10
Das custas _______________________________________18 Lugar da prática do facto ____________________________ 3
Decisão condenatória ______________________________12
Decisão definitiva _________________________________15

19
Índice

Processo de revisão _______________________________ 16


M Processo judiciais _________________________________ 12
Processo realizado pelas autoridades competentes
Marcação da audiência ____________________________13 para o processo criminal ________________________ 11
Meios de coacção __________________________________9 Processo relativo a crimes e contra-ordenações ________ 15
Momento da prática do facto ________________________3 Processo relativo a pessoas colectivas ou equiparadas ___ 16
Montante da coima ________________________________5 Processos especiais _______________________________ 16
Proibição da reformatio in pejus _____________________ 14
Prova __________________________________________ 14
N Punibilidade da tentativa ___________________________ 4

Não aceitação do recurso___________________________12


Notificação ______________________________________10 R
Recurso das medidas das autoridades
O administrativas ________________________________ 11
Recurso e processo judiciais ________________________ 12
Objectos pertencentes a terceiro _____________________7 Regime do processo de revisão______________________ 16
Regime do recurso ________________________________ 14
Regra da competência das autoridades
P administrativas _________________________________ 8
Responsabilidade das pessoas colectivas ou
Pagamento da coima ______________________________16 equiparada ____________________________________ 4
Pagamento voluntário _____________________________11 Retirada da acusação ______________________________ 13
Participação das autoridades administrativas ___________13 Retirada do recurso _______________________________ 14
Participação do arguido na audiência _________________13 Revisão _________________________________________ 15
Participação do Ministério Público ___________________13 Revogação ______________________________________ 18
Perda de objectos perigosos _________________________6
Perda do valor ____________________________________6
Perda independente de coima ________________________6 S
Polícia e dos agentes de fiscalização __________________10
Prazo ___________________________________________12 Sanções acessórias ________________________________ 5
Prescrição da coima ________________________________7 Suspensão da prescrição ____________________________ 7
Prescrição das sanções acessórias _____________________8 Suspensão da prescrição da coima ____________________ 8
Prescrição do procedimento _________________________7
Pressupostos da aplicação das sanções acessórias ________6
Prestação de trabalho a favor da comunidade __________17 T
Princípio da legalidade ____________________________3, 9
Princípios e disposições gerais ________________________9 taxa de justiça ___________________________________ 18
Princípios gerais das custas _________________________18 Tentativa ________________________________________ 4
Processo criminal _________________________________15 Testemunhas _____________________________________ 9
Processo de apreensão ____________________________16 Tramitação ______________________________________ 17
Processo de contra-ordenação _______________________8 Tribunal competente ______________________________ 12
Processo de contra-ordenação e processo criminal ______15

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