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Discente:
Khidi Alfredo Roia
Discente:
O JÚRI Data
Declaro por minha honra que a presente monografia científica, é resultado da minha investigação
no âmbito dos requisitos para a obtenção do grau académico de licenciatura em Direito ministrado
no ISGN. O seu conteúdo é original e todas as fontes literárias consultadas estão devidamente
mencionadas ao longo do texto. Todas as citações direitas e indireitas estão identificadas no texto.
Portanto, o seu conteúdo é original e nunca foi apresentado em nenhuma instituição do ensino
superior com objectivo de obtenção de qualquer grau académico.
O autor
___________________________________
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DEDICATÓRIA
ii
AGRADECIMENTOS
À Deus, por me proporcionar a graça divina de vida e pela iluminação dos meus trilhos durante a
caminhada.
Ao meu supervisor dr. Joaquim Arone Langa que foi tão paciente e por ter me recebido de mãos
dadas, que sempre manifestou uma disponibilidade sem falha e empenhamento exemplar na
construção da presente monografia. Pelo rigor, precisão e exigência contribuiu para a qualidade
neste trabalho, pela visão e análise ímpar na evolução do complexo tema deste trabalho.
A todo corpo docente, pela paciência e zelo na difusão dos conteúdos durante as aulas e ao corpo
administrativo, pelo atendimento risonho, na clarificação dos assuntos administrativos.
A Sra. Diretora do SERNIC na Matola, Dra. Benjamina da Graça Chaves e o Sr. Comandante
Distrital da PRM-Matola dr. José Jofrisse, de forma calorosa o meu agradecimento pela
autorização do estudo e recolha de dados naquelas instituições que culminou com o presente
trabalho.
A todos meus colegas do curso, em especial João Jorge Chirindza, Leopoldina Cariche Langa, os
que me apoiaram diretamente, pela coragem e força para que não desistisse devido à insolvência
financeira, aí vai o meu voto de confiança inesquecível.
Aos meus amigos e colegas de serviço, souberam-me apoiar em todos vertentes, em especial
Januário Lobo, Loureço Jerente, Domingos Aguace, António Libombo e Ismael Cossa,
contribuíram bastante para a minha formação.
Por último, a minha mãe Rosa Roia Chatima e sogra Gina Marques Bandeira, do esforço
incalculável pelo apoio, minha querida esposa Noémia Manuel António de forma incansável,
trabalhando como diarista para fazer face o meu curso, aos meus filhos Sarito dos Khidi Roia,
Satilí dos Khidi Roia e Isidora dos Khidi Roia em algumas vezes não beneficiavam todas refeições
diárias, ao meu tio Luís Roía Chatima que de forma incansável aplicou-se aos meus estudos desde
a minha tenra idade até minha formação profissional básica, minhas irmãs Fielda, Euclidia, Babula,
Irene e Felomena, todos servem e servirão como fonte de inspiração, pela coragem e apoio, desejo-
vos grandes êxitos. E a todos que direita ou indiretamente contribuíram para que conseguisse
chegar até ao fim. O meu muito NDATENDA.
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LISTA DE TABELAS E FIGURAS
iv
LISTA DE ABREVIATURAS
al – Alínea
Art./Arts. – Artigo/Artigos
BC – Branqueamento de Capitais
CE – Convenção Europeia
Ed. – Edição
Nº/Nºs- Número/Números
v
RESUMO
A presente monografia, com o tema: Branqueamento de Capitais conexos ao crime de Rapto, (caso
distrito municipal da Matola 2016 á 2018). Tem como objectivo geral analisar o crime de
branqueamento de capitais conexo aos crimes de rapto e de forma específica procuramos:
identificar e discutir os actos criminais de branqueamento de capitais conexo aos crimes de rapto,
compreender as razões e as consequências da prática crescente de actos de crimes de
branqueamento de capitais conexo aos crimes de rapto, discutir as principais causas que
proporcionam estes crimes no círculo Municipal em estudo e sugerir medidas a tomar para
minimizar a problemática em causa, no distrito da Matola em particular e em geral em
Moçambique. O estudo constatou que o branqueamento de capitais e rapto que tem ocorrido no
distrito municipal tem como principais alvos os agentes económicos nacionais e estrangeiros, o
que significa que o crime de branqueamento de capitais viola o princípio fundamental básico
constitucional, no desenvolvimento económico previsto o art.96º CRM e o crime de rapto, previsto
no art.199º do CP, deste modo viola os direitos de liberdade e garantias do indivíduo, como
princípios gerais, previsto no art.56º da CRM. E pelo estudo de campo, colhemos várias
contribuições, que são postas como mentoras de cometimento de crime, como a crise mundial, que
se versa da pobreza, falta de emprego, ganância, salários baixos é um dos motivos que leva a
participação na onda criminal dos servidores públicos, no caso em apresso, a sua maioria são
agentes da Polícia. Assim, concluímos que o crime de branqueamento de capitais conexo aos
crimes de rapto, trás retrocesso ao distrito, como ao País, pela insegurança dos investidores ou
agentes económicos, contribui negativamente e dos agentes económicos, na contribuição do
Imposto aos Cofres do Estado moçambicano.
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CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO
1. Introdução
Nos finais da década 80 do Século XX, o BC, percebeu-se que a não privação dos
criminosos dos seus recursos económicos extras podem levar à ineficácia de órgãos
impeditivos das sociedades modernas, como a privação da liberdade, desacreditando a
justiça, agitando a sociedade e em certos casos pondo em risco as estruturas do Estado, e
Organizações que tem atribuições imediatas ao combate aos actos criminais (Polícias e
Tribunais), como os que procuram estudar a sua dimensão (Universidades, Instituto
formais e informais de reflexão, meio de difusão de informações), dedicando por
compreender este facto, analisando e traçando as tipologias e anunciando tendências e
formas de actuação.
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Em 1990, pela Resolução n°7/90, de 18 de Setembro e Resolução n°8/90, de 12 de
Setembro, ratificou a Convenção Única sobre Estupefacientes de 1991 e a Convenção sobre
substâncias psicotrópicas de 1971. Onde, em 1997 aprovou a Lei n°3/97, de 13 de Março,
que define e estabelece o regime aplicável ao tráfico de estupefacientes e substâncias
psicotrópicas, precursores e preparados ou outras simplesmente designadas a lei de droga,
tendo-se nesta adoptada à obrigação criminalização do branqueamento de capitais, no seu
art.41°, sob a epigrafo Conversão, Transferência ou dissimulação de bens ou produtos.
Criou-se deveres às entidades financeiras, tais como a exigência de identificação dos seus
clientes arts. 9°, 10° e seguintes, o controlo especial de certas transacções art. 16°, o de
conservação dos documentos de identificação dos seus clientes art. 17°, de comunicação
as autoridades competentes as operações suspeitas art. 18°, prestar colaboração as
autoridades judiciais, fornecendo informações necessários art. 20°, abster-se de executar
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quaisquer operações suspeitas art. 23º, de sigilo profissional. Apesar de se dar muita ênfase
a este fenómeno na actualidade, o Rapto está incluso no crime de branqueamento de
capitais. E com aprovação da Lei nº 35/2014 de 31 de Dezembro, impulsionou a legalidade
no que diz respeito ao crime de rapto no seu art.199º do CP.
Escolheu-se este distrito da Matola porque é o centro das actividades económicas a nível
da Província e mais industrializada, desde as instituições e serviços públicos como
privados, e outras actividades formais e informais, além de bairro residencial, razão disso
concentram-se maior parte dos empresários ou agentes económicos, postos como maiores
vítimas e mentores da prática de actos criminais. Além de facilitar a locomoção do
pesquisador sendo residente no mesmo distrito municipal.
1
http://www.pmaputo.gov.mz/por/A-Provincia/Perfis-Distritais/Matola. Acessado no dia 28/06/2019
pelas 09H23 min.
3
Quanto ao espaço temporal, de 2016 a 2018, para o autor considera como sendo um período
que foi caracterizado por muitos crimes de branqueamento de capitais e raptos, neste
círculo municipal, visto que estes crimes tendem a crescer depois da aprovação e entrada
em vigor da Lei nº 14/2013 de 12 de Agosto, que versa sobre o Branqueamento de Capitais
e Lei nº 35/2014, de 31 de Dezembro (Código Penal).
1.2. Problematização
Segundo o Docente Universitário Varela (2011, p. 14), explana que o Direito é o ramo da
ciência que estuda as regras gerais, abstractas e imperativas do relacionamento social,
criadas pelo Estado e por ele impostas, se necessário, de forma coerciva. Deveres e
obrigações impõem-se à conduta de todas as pessoas no convívio familiar, na vida laboral
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e nas relações sociais em geral. A solução dos conflitos, com base no Direito e mediação
do Estado, torna possível a vida em sociedade.
Quais são os mecanismos que podem ser adoptados para mitigar os crimes de
Branqueamento de capitais conexos aos crimes de rapto no distrito da Matola?
1.3. Justificativa
Outro sim justifica-se no ponto de vista científico deste trabalho de pesquisa pela
importância excepcional, na materialização de conhecimentos científicos adquiridos na
Cadeira de Investigação Científica, pois vai consolidar a compreensão e a interiorização da
Cadeira pelos estudantes do Instituto Superior de Gestão de Negócios de uma forma geral,
como as FDS2em especial (PRM e SERNIC), como também a administração da justiça
(Ministério público e Tribunais),em particular o autor.
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Força de Defesa e Segurança refere-se da Polícia e Serviço de Investigação Criminal.
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1.4.1. Objectivo Geral
1. Quais são outros actos criminais conexos aos crimes de branqueamento de capitais e
de rapto?
2. Quais são as consequências da prática deste tipo legal de crime?
3. Quais são as causas que proporcionam a ocorrência desses crimes?
4. Que acções podem ser feitas de forma a mitigar ou superar estes crimes?
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CAPÍTULO II: REVISÃO DA LITERATURA
2. Conceptualização
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Para o facto de que as expressões lavaggio (lavagem) e riciclaggio (branqueamento) identificam na
realidade dois momentos diferentes do fenómeno que não coincidem, necessariamente, isto é, aquele em
que o dinheiro “fica limpo”, mas poderá, a qualquer momento, ser identificado por parte dos órgãos
investigativos e o do efectivo reemprego ou reinvestimento do dinheiro em actividades lícitas com o fim
de aproveitar o natural rendimento do mesmo.
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Segundo o art.4° e o art.7° todos da Lei n°14/2013, de 12 de Agosto, Branqueamento de
Capitais é o termo genérico usado para descrever o processo através do qual, indivíduos
mascaram a verdadeira origem de receitas geradas através de actos criminosos, fazendo
com que estas aparentem derivar de uma fonte legítima. Entre as origens destes fundos
destacam-se o abuso sexual de menores, extorsão, terrorismo, rapto, tráfico de substâncias
psicóticas, tráfico de armas, tráfico de órgãos ou tecidos humanos, fraude fiscal e
corrupção, entre outros actos ilegais puníveis, nos termos da Lei n° 35/2014 de 31 de
Dezembro – Código Penal.
Onde na Itália, vivia-se o auge do denominado “anos de chumbo”, foi período em que as
famosas “máfias italianas” dominavam as acções criminosas com objectivo de
desestabilizar o Estado. Uma das mais conhecidas máfias foram as “Brigadas Vermelhas”
que após realizarem o sequestro de ocorrido em 16 de Março de 1978, de um político do
alto escalão do poder público desencadeou uma comoção internacional. Foi neste contexto
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que levou a criação do Decreto-Lei nº 59/1978, de 21 de Março, que posterior veio compor
o Código Penal Italiano. Essa norma incriminou a substituição de dinheiro ou valores
provenientes de roubo qualificado, extorsão qualificada ou extorsão mediante ao rapto, na
tentativa de desestabilizar as tais organizações criminosas essas medidas violentas para
obter capitas e se beneficiar de outras formas, (De Carli, 2008).
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OFFSHORE nos dicionários significa em geral feito ou registado no exterior a alguma distância da costa;
“No sentido comercial, uma empresa offshore é uma pessoa jurídica que está situada no estrangeiro em
relação aos seus proprietários, sujeitos a um regime de norma diferente. Esse tipo de companhia é
utilizadapara fugir dos altos encargos fiscais existentes no país de domicílio dos proprietários em outros
casos para se esconder dinheiro de origem criminosa. Outra denominação comum, para esses centros
finnceiros com especial regulação (maior sigilo financeiro menor exigências para a constituição de
empresas não-nacionais e menor tributação) é o caso de paraisos fiscais, conforme (DE CARLE, 2008,
p.82).
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Segundo Torres apud Anselmo (2013, p.54-55), ilustra que os “paraísos fiscais” podem
ser classificados de acordo com o tipo de favorecimento que proporciona, podendo ser
quanto ao:
Para Godinho (2001. P.31), ilustra que o objectivo principal dos criminosos ao branquear
capitais é distanciar os fundos da sua real proveniência (criminosa), ou seja, branqueando-
os de tal forma que as diferentes instâncias de controlo não possam identificar a sua
verdadeira natureza ou origem. Isto permite aos criminosos:
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Esconder a riqueza ilícita; evitar acusação e condenação em tribunal; evitar o
pagamento de impostos; aumentar seus lucros; e legitimar riqueza ilícita.
Estes actos têm consequências nefastas para o Estado, a Economia e a Sociedade, pois,
favorecem a expansão do crime organizado, uma vez que permite que os criminosos usem
e tirem benefícios dos seus fundos ilegais e reduz a capacidade do Estado em colectar
impostos e enfraquece os sistemas de controlo da economia.
No fundo os facilitadores são todos aqueles, pessoas colectivas ou singulares, bem como
todas as pessoas que, por razões constantes, decorrentes do seu estatuto profissional ou de
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funções desempenhadas, ou extraordinárias, que por alguma razão excepcional tem que
desempenhar, podem de alguma forma ajudar no processo de branqueamento.
Imaginemos que um “facilitador” que só é por uma razão respeitável. Exemplo Agente da
Polícia das Alfândegas ou da Migração “classe profissional que à primeira vista nenhum
risco apresenta”, mas que de repente é mobilizado para uma zona de risco de tráfico de
estupefacientes, por isso pode ser usado como correio de dinheiro para um grupo de
branqueadores de capitais, conforme (Braguês, 2009).
Segundo Waty (2011, p.256), diz que o branqueamento de capitais tem três etapas que
durante as quais pode haver várias transacções efectuadas por branqueadores que são
susceptíveis de chamar a atenção de uma instituição seguradora para uma actividade
potencialmente criminosa: a colocação, separação e integração.
Separação – É a “corte umbilical” dos rendimentos ilícitos da sua origem através da criação
de uma série complexa de transacções financeiros para dissimular a origem da numeração,
subverter o rosto de auditoria e proporcional o anonimato.
Colocação: nesta fase os bens e rendimentos são colocados nos circuitos financeiros e não
financeiros, através, por exemplo, de depósitos bancários ou investimentos em actividades
lucrativas e em bens elevados de valor;
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Circulação: esta fase, os bens e rendimentos são objectos de múltiplas e repetidas
operações (por exemplo, transferências de fundos), com o propósito de distanciá-los ainda
mais da sua origem criminosa, eliminando qualquer vestígio sobre a sua proveniência e
propriedade e;
Onde será punido com a pena de prisão maior de 2 a 8 anos, nos termos do nº1 do art.458º
do CP conjugado com a al e) do art.61º do CP, e quem dirigir ou chefiar esta organização
será punido com a pena de prisão maior de 8 a 12 anos, segundo o nº3 do art.458º conjugado
com al d) do art.61º do CP.de
Em cada uma das etapas ou fases já mencionadas acima, do processo de BC são usadas
várias técnicas, com a finalidade de encobrir a origem delituosa dos fundos e impedir que
se perceba a identidade dos operadores. Assim, cabe fazer referência algumas das
tipologias do branqueamento, a título de explicação, tendo em conta, que as técnicas usadas
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É notório que a criminalidade organizada antecede a era da globalização, havendo registos históricos
que indicam que os traços destes fenómenos, no mundo ocidental, remotam aos tempos das quadrilhas de
contrabandistas que actuavam na França, sob comando de Luís Mandrin (Rei dos contrabandistas),
condenado em 1755 sob o reinado de Luís XV. Os piratas franceses e ingleses dos séculos XVII e XVIII,
organizavam-se para exercer a criminalidade da época em larga escala.
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são potencialmente indeterminadas, conforme Azambuja (2013) “as modalidades que
podem ser utilizadas para efectuar operações de branqueamento de dinheiro têm apenas
por limite o engenho e a imaginação de quem procura ocultar a natureza ilegal do dinheiro”.
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8. Transferência electrónica ou telegráfica de fundos – conforme os estudos do GAFI6 é
o processo mais usado na etapa de disfarce. As vantagens que tal técnica dá são: a
diminuição, ao mínimo, dos rastos calculáveis, a rapidez, a distância que pudesse
remeter rapidamente os fundos e o anonimato em que se expandem estas operações,
que acentua ao perder-se dentro de transferências que são cumpridas pelo mundo.
9. A evolução das novas tecnologias bancárias – é uma técnica correspondente à de meios
de comunicação e de produtos na internet, fortifica a rapidez das operações em escala
mundial e as dificuldades de identificação dos titulares.
10. Compra em Dinheiro de Objectos de Luxo – é uma técnica que efectua-se a compra de
objectos de luxo, em dinheiro; depois desloca-os para o estrangeiro e aí procede à sua
venda. O mercado do ouro é o que maior tem incidência, pois trata-se de um sistema
fundamentado na tradição e confiança que dispensa, o sistema bancário e operam-se
por grupos impenetráveis em procedimento de branqueamento de todas as origens,
evasão de dívidas, contrabando e fraudes em geral. Tal actividade beneficia do
anonimato, são particularmente relevantes para o movimento de imensas somas, e são
dificilmente detectáveis e não produzem documentos fiscais nem registos.
11. Sociedade Fantasmas – é a técnica mais comum existirem nos paraísos fiscais sob a
forma de Bancos ou companhias de seguro que se podem comprar por um preço global
e cuja existência, resume-se aos estatutos, sede e registo social e à informação de um
residente, com as funções de director da sociedade. Os que realizam BC possuem com
frequência diversas sociedades utilizando-as para transferir fundos de uma para a outra,
para repelir a origem criminosa das suas operações.
12. Empresas de Camuflagem – é por meio das empresas, regularmente domiciliadas num
paraíso fiscal, uma pessoa ou empresa podem emprestar, a si mesma, fundos de origem
ilícita. Os fundos que recebe aparecem legalmente como provenientes de um
empréstimo do estrangeiro.
13. Igrejas – é a técnica mais usada na actualidade no branqueamento e acontece de forma
mais fácil, pois os valores são analisados como donativos e não há fiscalização, já que
ninguém pede nota fiscal de doação à igreja, facilitando a mistura do dinheiro sujo com
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Grupo de Acção Financeira Internacional.
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o dinheiro doado, o qual não pago imposto. E envia o dinheiro ao exterior através das
justificações de “caridade” ou conservação dos seus templos.
14. Empréstimos Fraudulentos – é uma técnica que o branqueador, tem depositado os
fundos ilegais num Banco estrangeiro, dispõe-se fazer um investimento de elevado
valor. A entrada inicial paga com dinheiro limpo e para o resto da dívida contrai um
empréstimo junto de um Banco, concebido com base numa garantia bancária, emitida
pelo Banco estrangeiro. O agente deixa de propósito liquidar o crédito e os capitais
branqueados são transferidos legalmente para pagar o empréstimo ao Banco mutuante.
15. Casas de jogos e Centros de Apostas – consiste na compra em dinheiro de elevadas
quantias de fichas de jogo ou depositar grande numerário nas caixas dos casinos, com
a desculpa de que servirão para jogos futuros. O agente branqueador passa algum tempo
no casino, mas joga pouco. Revende as suas fichas ou salda a sua conta através de um
cheque em seu nome ou de terceiro que será depositado na sua conta bancária. Tal
operação muitas vezes conta com a participação da direcção ou administração dos
casinos, como sucede no sul de França em que diversos destes estabelecimentos são
controlados pela “Comorra” italiana, conforme (Paúl apud Azambuja, 2013).
16. Compra e Venda de Imóveis – é a técnica que existe em enormes quantidades de
operações sobre bens imóveis que podem ser usadas para integrar o dinheiro ilícito na
economia. Frequentemente se deliberam preços em alguns mercados, de maneira que
o último vendedor pode demonstrar uma fonte legítima de um benefício importante,
apesar de fictício (método de reversão das propriedades compradas). Este mecanismo
subsiste numa transição rápida de propriedade imobiliária a preços rapidamente
adicionados.
17. Conversão do dinheiro em outros instrumentos ou meios de pagamento – uma vez o
dinheiro em género é aplicado numa entidade financeira ou num estabelecimento
financeiro não tradicional, é transformado noutros instrumentos de pagamentos tais
como cheques bancários, cheques de viagens, ordens de pagamento, letras, etc. Tais
instrumentos podem ser mais facilmente transportados para outros países, ou podem
igualmente entrar em contas bancárias sem se obrigar às necessidades de identificação
aplicáveis ao acesso de dinheiro em género, de acordo com o ensinamento (Alvarez
apud Azambuja, 2013, p.50).
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18. Construtoras – o ramo da construção civil é um dos escolhidos dos agentes
branqueadores, devido às diferentes modalidades de empreendimentos que podem
participar os valores envolvidos, etc.
Na Itália o crime organizado fiscalizava o sector das construções através de
investimentos que o conduziram a deter o monopólio dos sectores do transporte por
terra e abastecimento de materiais de construção. Prova desta condição, foi de facto a
partir de1990 a crise política italiana ter sido seguida da crise no sector considerado o
mais corrupto, o das construções, (Negrão apud Azambuja, 2013, p.50).
Segundo Waty (2011, p. 257), ilustra que o branqueamento de capitais coloca sérios riscos
às instituições vinculadas. A inadequação ou ausência de políticas relacionadas podem
sujeitar as instituições sérias com clientes e terceiros, especialmente no que respeita aos
riscos reputacional, operacional e legal.
Todos estes riscos estão interligados e podem interagir entre si. Os possíveis efeitos
desfavoráveis do branqueamento de capitais incluem:
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Segundo os arts.4º e 7º ambos da lei de branqueamento de capitais, o autor conclui que
branqueamento de capitai é um crime conexo que está ligado à associação de malfeitores
com finalidades ou actividade para delinquir, conforme instituído no art.458º do CP. Visto
que o branqueamento de capitais é um crime que envolve muita gente para a sua
materialização.
Igualmente gera perdas de controlo financeiro ou erros nas decisões relacionadas com a
política económica, devido às grandes somas de dinheiro envolvidas no processo de
lavagem de dinheiro. Em alguns países de mercados emergentes, esses fundos ilícitos
podem diminuir os orçamentos governamentais, o que pode causar a perda de controlo da
política económica por parte dos governos ou erros na política, devido a falhas na medição
de estatísticas macroeconómica resultantes da lavagem de dinheiro.
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Ainda Soto (2014), aponta a percepção de uma perda de receita de imposto: de todas as
formas subjacentes de actividades ilegais, a evasão fiscal é talvez a que tem o impacto
macroeconómico mais evidente. A lavagem de dinheiro reduz receitas fiscais para o
governo e por isso prejudica indireitamente os contribuintes honestos. Dessa maneira,
reduz os orçamentos governamentais, tendo como resultado que os governos percam o
controlo de política económica. Em alguns casos, a magnitude mesmo da base acumulada
de bens dos lucros lavados pode ser empregada para dominar o mercado monopolizando
as pequenas economias.
Para Schott apud Miguel (2017, p.43), a falta de regime anti-branqueamento de capitais ou
a existência com deficiência ou a corrupção, num determinado país, oferecem aos
criminosos e aqueles que financiam o terrorismo a oportunidade de actuar, utilizando os
seus financeiros para ampliar as suas opções criminosas e promover actividades ilegais,
como a corrupção, o tráfico de drogas, o tráfico ilícito, a exploração de seres humanos, o
tráfico de armas, o contrabando e o terrorismo.
Por seu turno, Tavares apud Miguel (2017, p.44), diz que “O branqueamento de capitais é
um grave problema mundial que afecta a sustentabilidade económica e o bem-estar dos
cidadãos com implicações tão diversas como as microeconómicas e macroeconómicas”.
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Como ponto de partida, antes de falarmos do conceito de crime, em primeiro lugar,
falaremos da criminologia, onde etimologicamente, a criminologia deriva do latim
“crimino” (crime) e do grego “logos” (tratado ou estudo). Trata-se, logo o estudo do crime
que é uma ciência humana e social e não tem por objectivo apenas o estudo do crime, mas
sim, o estudo de todas as circunstâncias que envolvem o crime tais como a vítima, o
criminoso e a prática do delito. Segundo De Paula (2013, p.10), a palavra “criminologia”
surgiu pela primeira vez em 1883 por Paul Topinard e aplicada internacionalmente por
Garófalo, em 1885, no seu livro Criminologia.
Nesta senda, Newton apud De Paul (2013, p.11), ensina que a criminologia é a ciência que
estuda o fenómeno criminal, a vítima, as determinantes endógenas e exógenas, que isolada
ou cumulativamente actuam sobre a pessoa e a conduta do delinquente, e os meios
pedagógicos de reintegra-lo ao grupamento social.
De um ponto de vista legal e jurídico o conceito de crime encontra uma base mais sólida.
Para Durkheim citado Cusson (2011, p.16-17), crime é “todo o acto punido e fazemos do
crime assim definido o objecto de uma ciência especial, a criminologia”. Como também
ensina Picca apud Cusson (2011, p.17) completa o conceito referindo que Crime é “todo o
acto previsto como tal pela lei, dando lugar à aplicação de uma pena por parte da autoridade
superior7”. Porém, esta definição, apesar de mais sólida, coloca também problema. Visto
que dependendo de quem é o Estado, pressupõe-se legalmente estabelecido, a definição de
crime também poderá variar, pois sente-se de forma intuitiva que “há verdadeiros crimes e
outros que não o são, que há criminalizações fundadas em razão e em justiça e outras que
resultam do erro, do fanatismo ou da vontade de poder” conforme (Cusson, 2011).
Desde o surgimento do homem sobre a face da terra que o crime surge como uma sombra,
assim o diz Noronha apud Kil (2007, p. 13): a história do direito penal é a história da
humanidade. Ele surge com o homem e o acompanha através dos tempos, isso porque o
crime nunca se afastou.
7
Quando falamos de autoridade superior, devemos entender a figura do Estado, enquanto detentor do ius
emperii r do monopólio do uso da força.
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Além de um fenómeno social, o crime é na realidade, um episódio na vida de um indivíduo.
Não podendo, portanto, ser destacado e isolado, nem mesmo ser estudado em laboratório
ou reproduzido. Não se apresenta no mundo quotidiano como apenas um conceito, único,
imutável, estático no tempo e no espaço. Ou seja: "cada crime tem a sua história, a sua
individualidade; não há dois que possam ser reputados perfeitamente iguais." Claramente,
cada conduta criminosa faz nascer para as vítimas, resultados que jamais serão esquecidos,
pois delimitou-se no espaço a marca de uma agressão, seja ela de que tipo for (moral;
patrimonial; física; ideológico ou mesmo político).
O crime8 passou a ser definido diferentemente pelas dezenas de escolas penais. E, dentro
destas definições, havia ainda subdivisões, levando-se em conta o foco de observação do
jurista. Surgem então os conceitos; formal, material e analítico do crime como expressões
mais significativas, dentre outras de menor expressão.
Crime num sentido formal define-se como acção típica, ilícita, culposa e punível.
O juízo de culpa decorre do princípio do respeito da pessoa humana. Com efeito, para
aplicar uma pena a um sujeito, é necessário que esse sujeito possa ser pessoalmente
censurado pelo facto que praticou, conforme Prata et al. (2008, p.125).
8
ELEUTÉRIO, Fernando. Análise do crime. Acesso site: http://www.uepg.br/rj/alvlat09.htm. Acessodo
no dia 16/03/2019, pelas 23H25 min.
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Segundo Mirabete apud Kil (2007, p.17), diz que crime formal: “É a contradição do facto,
de uma norma de direito, ou seja, sua ilegalidade como facto contrário à norma penal,
contudo, não penetra a fundo em sua essência em seu conteúdo, em sua matéria”.
Corresponde a definição real, que procura estabelecer o conteúdo do facto punível, ou seja,
visa ao bem penalmente protegido pela lei; partindo para uma visão formal, nada mais é do
que a simples violação da norma penal.
Crime é toda acção ou omissão proibida por lei, sob ameaça de pena, afirma Silva (2002,
p.137). E o Direito Penal moçambicano adoptou o conceito de crime material, por ser um
conceito dogmático.
Deste modo, crime numa perspectiva substancial, material é a conduta humana que afecta
de modo particularmente grave bens jurídicos essenciais a substância da comunidade.
Uma noção material de crime possibilita uma abordagem crítica do delito penal vigente.
Desde logo, permite afirmar que não pode ser crime qualquer facto contrário a ordem
jurídica, ou seja, que existem limites a incriminação, (Prata et al, 2008, p.126).
Assim, o autor concluiu ou entende que o conceito material apara o crime é toda acção ou
omissão proibida por lei, ou seja, tudo aquilo que a lei proíbe, ou punível pela lei, segundo
o art.2º do CP.
No que tange do conceito de crime analítico e seus requisitos reside na aceitação ou não da
culpabilidade como requisito do crime. Há unanimidade em aceitar a tipicidade e a anti-
juridicidade como requisito do crime, a discussão está no aceitar ou não da culpa.
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Segundo Delmanto apud Mirabete (2002, p. 138), expõe sobre o conceito analítico:
“quando presente um facto típico e anti-jurídico, teremos um crime, mas a aplicação de
pena ainda ficará condicionada à culpabilidade, que é a reprovação ao agente pela
contradição entre sua vontade e a vontade da lei.
De acordo com Ihering apud Eleutério (2006. P.3). Passou-se a definir o “crime como
sendo o facto oriundo de uma conduta humana que lesa ou põe em perigo um bem jurídico
protegido pela lei”.
Conceito dogmático ou jurídico de crime, apelidado por muitos de “analítico”. Sua origem
remonta ao ano de 1906, oriunda da doutrina alemã de Beling, através de sua obra: “Die
Lehrevom Verbrechen” (A Teoria do Crime), que culminou em 1930 com sua segunda obra
“Die Lehrevom Tatbestand” (A Teoria do Tipo). O crime, portanto, passou a ser definido
como: toda a acção ou omissão, típica, antijurídica ou ilegal e culpável.
Desta forma, o autor posiciona-se ao conceito de crime, previsto no art.1º do CP, que nos
ilustra que crime é facto voluntário declarado punível pela lei penal.
Sempre que reparamos as causas ou motivos dos actos criminais, nos deparamos com a
conexão com o consumo de drogas ou vice-versa.
Segundo Da Agra (1998, p. 67-68), diz-nos que a droga causa o crime. Segundo o autor
alega três razões fundamentais, tais como: Prmeiro–Supõe que o poder psicoactivo das
24
substâncias, quando ingeridas, desencadeia inevitavelmente modificações no
comportamento dos individuos, com consequências anti-sociais (Violência, crimes contra
pessoas, etc); Segundo - O toxicodependente em estado de carência de substância, e não
possuindo recursos económicos para adquiri-los no mercado ilegal é obrigado,
inevitavelmente, a cometer delitos, das quais procedem aos recursos de que necessita e;
Terceiro -Sustenta que a subculta da droga, designadamente o mercado pela violência.
Mas também há do tipo causal, no seu inverso, que a partir da evidência empírica
estabelecida, que o crime causa droga: O consumo de drogas é precedido de actividades
criminosas e elas associado (umas vezes delinquência ocasional, outras criminalidades,
séria persistente).
Ainda Da Agra (1998), dá explicação estrutural que encontra a explicação causal, que a
droga e o crime, se aparecem juntos, isso deve-se à determinação de um factor comum a
um e outro nível, mais profundo nas estruturas do próprio funcionamento do indivíduo e
seus contextos. A teoria do “Síndroma da desviância” que supõe um estado latente de
“desviância” do qual emergem comportamentos manifestadas como consumo de drogas e
prática de actos ilícitos, deste modo à explicação que nos obriga a deslocar de nível:
Comportamento manifesta até as vereáveis que lhe são latentes.
Concluiu por sua vez que, na explicação baseada em dados empíricas, faz interferir o tempo
ou a história na ligação droga-crime. Esta ligação vária em função das biografias dos
indivíduos inscrever-se-á em tipos de “carreira” ou estilo da vida. São exemplos deste
modo de explicação as tipologias de “carreiras desviantes”. Esta ligação droga-crime
compreende-se e explica-se quando estes comportamentos associados são mergulhados na
história da carreira desviante ou no estilo de vida dos indivíduos que os manifestam, de
acordo (Da Agra, 1998).
Criminosos usam droga para encorajar seus ânimos, notadamente a Cocaína, que é a droga
da amizade. Visto que actua, inibindo o sistema nervoso central durante o seu efeito no
organismo, e incapacitando o usuário a praticar acções violentas. Há, todavia, uma
correlação dessa droga com a agressividade devido à dependência física que provoca,
podendo levar ao desespero. O mecanismo da sua entrada para o uso de drogas legalmente
25
proibidas é, sempre por meio daquelas consideradas lícitas, como o álcool e cigarro, que
também causam uma série de agravos à saúde e, no caso do álcool, podem predispor o
indivíduo que utiliza a praticar crimes, (Posterli, 2000).
Para Baratta apud De Paula (2013, p.29), diz que as maiores chances de ser selecionado
para fazer parte da “população criminosa” aparecem, de facto, concentradas nos níveis
mais baixas da escala social (subproletariado e grupos marginais). A posição precária no
mercado de trabalho (desocupação, subocupação, falta de qualificação) e defeitos de
socialização familiar e escolar, que são características dos indivíduos pertencentes aos
níveis mais baixos, e que na criminologia positivista e em boa parte da criminologia liberal
contemporânea são indicados como as causas da criminalidade, revelam serem conotações
sobre a base das quais o status de criminoso é atribuído.
Para o autor, comunga com a idealização dos doutrinários, no que diz respeito o consumo
de drogas, visto que drogas e crimes, são postos factores comuns, o grupo de marginais,
mas também sou da opinião que a crise mundial que se faz sentir ao nosso mundo, traduz-
se ao índice de desemprego, pode ser um dos catalisadores que pode ser apontador como
causas da criminalidade no distrito em estudo.
De acordo com o criminologista Soares apud De Paula (2013, p.30) aponta de "Factores
Criminógenos" e "Factos Sociais", e afirma que:
Considera factor aquilo que pelas suas características ou condições, contribui ou oncorre
para um resultado, torna viável o efeito, servindo-se de nexo, entre este e a causa,
relacionando-os. Em como a Matemática, um só factor não dá produto, o carácter
criminoso não resulta de um só factor.
O crime tira do mercado de trabalho uma parte supérflua da população, e assim reduz a
competição entre os trabalhadores: até o ponto em que previne os salários de caírem
abaixo de um mínimo, a luta contra o crime absorve uma outra parte dessa população.
Segundo De Paula (2013), diz-nos que alguns factores da criminalidade tais como:
A má distribuição de riquezas alimenta revolta, por não possuir tais bens, e também, por
não ter oportunidade de consegui-los, sendo assim, delinquentes adquire-se um sentimento
de violência, pela insatisfação, inconformidade e que os leva a criminalidade, cometendo
desde um crime mais simples como apedrejamento de um património até um crime mais
bárbaro como o homicídio.
27
indivíduos comunicarem através de vários meios, tais como email, chat, blog etc. Esses
meios tramitem ao homem tudo aquilo que ocorre na sociedade.
Num ponto de vista do autor, está em harmonia com os conhecimentos ilustrados pelos
doutrinários, visto que os factores que influência da criminalidade são crises económicas,
como as políticas salariais, o maior número de desempregados, e o maior índice de pobreza,
como também factor da comunicação. Exemplo na prática de crimes de branqueamento de
capitais, de rapto, entre outros. Isto porque os seus execuctores são grande parte deles
pobres, que são instigados com facilidade.
Rapto9 com origem etimológica no latim “raptus”, é um termo que admite várias sentidos.
Pode-se tratar do arrebatamento que leva uma pessoa a actuar de forma impulsiva ou
irracional a uma dada altura.
De acordo com Prataet al. (2017, p.429), o Dicionário Jurídico referem que “Rapto é um
crime previsto no art.199° do CP; que ocorre quando alguém, por meio de violência,
ameaça ou astúcia, rapta (priva da liberdade) outra pessoa deslocando-a do seu meio
normal, com a intenção de submeter a vítima a extorsão, cometer crime contra a liberdade
e autodeterminação sexual, obter resgate ou recompensa ou constranger a autoridade
pública ou um terceiro a uma acção ou omissão ou suportar uma actividade.
Deste modo, para evitar conflitos com as definições patentes em várias legislações
internacionais, convenções e protocolos, privilegiou-se a definição de ordenamento
jurídica moçambicana do crime de rapto.
Deste modo, o crime de rapto está previsto no art.199º do Código Penal moçambicano
(CP):
“Quem, por meio de violência, ameaça ou astúcia, raptar outra pessoa com
a intenção de: “a) Submeter à vítima a extorsão; b) Cometer crime contra
a liberdade e autodeterminação sexual da vítima; c) Obter resgate ou
recompensa; ou d) Constranger a autoridade pública ou um terceiro a uma
acção ou omissão, ou a suportar uma actividade; será punido com pena de
prisão maior de vinte a vinte e quatro anos, em conformidade com a alínea
9
https://conceito.de/rapto. Acessado no dia 09/06/2013, pelas 10H24 min.
28
a) do art.61º do CP.” “E se da privação de liberdade resultar a morte da
vítima, o agente será punido nos termos previstos no art.160º do CP- Crime
hediondo”:
São hediondos os crimes praticados com extrema violência, crueldade, sem nenhum senso
de compaixão ou misericórdia de seus agentes, causando profunda repugnância e aversão
à sociedade, agravado nos termos do art.118º do CP.
A tipificação dos raptores pode encontrar várias molduras. Através da conexão da Lei nº
35/2014, de 31 de Dezembro e a Lei de Branqueamento de Capitais e Financiamento dos
actos de Terrorismo, que se consideram crimes conexos ao branqueamento de capitais no
seu art.7º da Lei nº 14/2013 de 12 de Agosto:
Hoje, alguns autores situam os raptos 10 como uma das expressões mais modernas da
violência social, na medida em que priva ilegalmente a vítima de sua liberdade, pode
resultar em tortura física, mental, ameaças, entre outros. Aliás, a DUDHs adoptada pela
Assembleia Geral das Nações Unidas em 1948 defende que todos os seres humanos têm
10
VERDADE (online) http://www.verdade.co.mz/.../41318-entendendo-os-sequestros-origem-causas-
consequencia...30/10/2013 - Entendendo os Sequestros: origem, causas, consequências e formas de
prevenção - escrito por Pedro Júnior. PDF • Versão para impressão... Estes tipos de sequestros são
também denominados de raptos, nalguns. Pedro J. http://www.verdade.co.mz/.../41318-entendendo-os-
sequestros-origem-causas-consequência.. Escrito por Redação em 30 Outubro 2013 (Actualizado em 11
Novembro 2013). Acessado no dia 17/05/2019.
29
direito a liberdade e segurança, não devendo ser arbitrariamente privados dos mesmos, daí
que já à partida os raptos constituem uma clara violação desse fim universal.
No passado antigo houve vários casos de raptos de príncipes, princesas, heróis e monarcas,
não apenas com o objectivo de obter benefícios financeiros e materiais, mas também com
o fim de determinar as condições de guerra e disputas territoriais. Nos anos 1500 a.C. a
pirataria sob a forma de raptos já se havia alargado do mar para atingir as regiões actuais
de Líbia, Egipto, Grécia e Sicília, quase se consolidando como um sistema económico. Já
na idade média, Alemanha registou casos de raptos de alguns generais por aliados ou
inimigos exigindo resgastes para a sua soltura, tanto que o rapto chegou a ser tipificado e
punido como roubo.
Nos Séculos XVI e XVII, ocorriam com certa regularidade rapto no Mar Mediterrâneo,
pelos piratas que sempre exigiam resgate para libertação. E no Século XVIII, surge em
Inglaterra grupos de raptores denominados press gangs, actuando a favor do exército e da
marinha obrigavam as vítimas a alistarem-se ao exército britânico.
Na China durante o Século XIX, praticava o rapto de pessoas para depois drogá-las e
obrigá-las a embarcar em barcos de comércio e tráfico de escravos. Estados Unidos teve o
primeiro caso de rapto em 1874, e no ano de 1920 registaram-se mais casos de raptos
resultantes da mafia italiana. Aliás, Itália foi um dos países aonde os raptos nasceram e
tiveram um cariz muito político e como forma de pressão em casos ligados a mafia.
30
Segundo alínea a) no seu art.2º, refere o facto intencional “de cometer um homicídio, um
rapto ou outro atentado contra uma pessoa gozando de protecção internacional, ou contra
a sua liberdade”.
Por esse motivo, após a tomada de reféns dos atletas israelitas pelo grupo terrorista
palestiniano Setembro Negro durante os Jogos Olímpicos de Munique em1972, apenas
resultou a resolução ONU nº3034 (XXVII) intitulada: “Medidas para prevenir o terrorismo
internacional que põem em perigo ou tomam vidas humanas inocentes ou põem em risco
as liberdades fundamentais, e estudo das causas subjacentes destas formas de terrorismo e
actos de violência que estão associados à miséria, frustração, ressentimentos e desespero
que provocam que algumas pessoas sacrifiquem vidas humanas, incluindo a delas, na
tentativa de obterem mudanças radicais”.
É comum em palcos internacionais e, sobretudo para questões que contêm uma estatura
política, tudo progrediu e sempre marcado por hesitações e incompletudes. Esta resolução
incitou à tímida constituição de um Comité ad hoc sobre Terrorismo Internacional para
estudar o facto e elaborar recomendações e formular “propostas concretas” para uma
“rápida eliminação do problema”.
31
répression du terrorisme (Convenção Europeia para a Repressão do Terrorismo),
“conscients de l'inquiétude croissante causée par la multiplication des actes de
terrorisme”11
11
Tradução: “conscientes da precaução crescente causada pela multiplicação dos actos de terrorismo”.
12
Segundo a definição patente no Dicionário do Português Actual Houaiss (2011, p. 1988) “Refém é
pessoa importante, cidade, praça de guerra etc. tomada ou entregue ao inimigo como garantia de execução
de certas injunções, convenções, tratados etc.”. Em situações extremas, aquele que fica, contra sua
vontade, em poder de outrem, como garantia de que alguma coisa será feita.
32
não participam direitamente ou já não participam nas hostilidades, quer estejam ou não
privadas da liberdade, têm direito ao respeito da sua pessoa (…)”.
Na posição do autor, repara na situação que meche com a sensibilidade com políticas
públicas, em 2012, o Estado Moçambicano, regista os crimes de rapto de forma acentuada,
razão pela qual, não podia ficar alheio pelo fenómeno, e para mitiga-lo, aprovou o Código
Penal, por Lei nº35/2014 de 31 de Dezembro, através da Assembleia da República, visto
que não estava tipificado no Código Penal anterior.
De acordo com o UNODC citado por Esteves (2015, p.21), distingue os raptos mais
comuns que são:
Rapto para extorsão – é um rapto que tem a sua finalidade de exigência de resgate,
influenciar decisões em negócios ou obter vantagens comerciais;
Rapto com propósitos políticos ou ideológicos - cujo objectivo consiste em reivindicar
uma situação particular, criar ou reforçar um estado de insegurança e influenciar as
decisões do governo ou instituições do Estado. Destacam-se exemplos de ocorrência
deste tipo de rapto, no Iraque depois da queda do regime de Saddam Hussein, com um
sem número de rapto a cidadãos ocidentais e não só, com o objectivo de mostrar a
incapacidade do novo governo instalado para garantir a segurança nacional;
Rapto entre ou no interior de grupos criminosos– é aquele que tem como objectivo
cobrar dívidas ou ganhar vantagens nos rodeios de actuação criminal e de delitos, ou
ainda para intimidação;
33
Rapto associados a disputas domésticas ou familiares – esta acção criminal ocorre
habitualmente em crianças quando é subtraída a um dos progenitores por outro
progenitor, frequentemente durante a acção de divórcio;
Rapto com vista à exploração sexual–é aquele que pode ir desde o contrabando até ao
aliciamento de mulheres e crianças dentro de um país, ou mesmo além-fronteiras,
envolvendo enormes redes e com ligações a outras actividades criminais como, por
exemplo, de venda de armas e branqueamento de capitais, pela soma de valores que
movimenta e pelo tipo de negócio;
Rapto efectuados durante ou para executar outra acção criminal- é um tipo de rapto
habitualmente nos assaltos;
Rapto falso ou fraudulento- é um tipo de rapto a sua acção ocorre quando a vítima é
autor ou co-autor da acção com o objectivo de obter proveitos ou benefícios da acção.
E segundo o autor este tipo de rapto também está para resgate deliberadamente
encerado para esconder outro propósito: em caso de homicídio, extorsão financeira á
própria família ou sócios, fuga de menores ou provocados por celebridades em busca
de publicidade gratuita.
Escravatura branca- é um tipo de rapto tipificado como tráfico de seres humanos;
Rapto para assassinato- este tipo de rapto decorre em casos de serial killers, assassinos,
terroristas ou inimigos da vítima;
Rapto para roubo- quando a vítima é raptada para ser esbulhada dos seus bens;
Desenvolvimento de rapto para resgate- é o conjunto dos dois casos precedentes,
quando um rapto acontece durante uma outra operação sendo seguida de um pedido de
resgate ou quando reféns servem de escudos humanos durante uma fuga.
13
Manual da United Nations Counter-Kidnapping
34
de raptos, assim como os resultados pretendidos pelos criminosos e terroristas envolvidos
variam significativamente. Ainda (Esteves, 2015), entender que os raptores consideram a
vítima como mercadoria, para o alcance de outras vítimas, extorquindo-as, através de
pedido de resgate, vingança sob ajuste de conta, são postas como as grandes motivações
dos raptores.
Como também pode-se apontar outras causas dos raptos, destacando-se as sociais,
psicológicas, económicas, culturais e até religiosas. Porém a causa mais comum é
económica, pois, tal como a maioria dos crimes actuais, os raptos são originários ou tem o
seu fim último obter valores monetários.
A crise mundial tem como umas das causas à falta de emprego e de expectativas, e o rapto
é umas das formas de descarga de rancor social de uma classe social sem posses para um
grupo de pessoas com altos recursos. Mas, os raptos podem-se transformar numa violência
organizada com formas de funcionamento e ganhos que transformam os raptores em
autênticos “empresários”, as suas causas podem ser encontradas originariamente nas
assimetrias das sociedades actuais, conforme (Verdade online, 2013).
No que tange as causas de rapto, o autor posiciona-se das várias ideias doutrinárias, visto
que eles ilustram exatamente as causas que decorrem no distrito da Matola, sendo a
económica é a causa comum, o desemprego através de crise mundial e a Matola, não ficou
alheio, ódio entre as classes sociais, ajuste de contas entre os indivíduos com recursos
económicos, meios de comunicação, que os indivíduos possibilitam a comunicarem, onde
35
temos as novelas e programas televisivos que mostram episódios de raptos, a actuação e
técnicas de respostas policiais, é óbvio constitui catalisador do crime de rapto.
Onde há crime há consequências. No rapto, para além de limitar a liberdade das pessoas,
são acompanhados de ameaças, humilhações, violações, torturas físicas e mentais.
36
pessoal treinado, e a investirem o dinheiro em outros negócios legais para a lavagem de
capitais, de acordo (Esteves, 2015).
Para além dos raptos constituírem um crime de violação do direito à liberdade individual e
fundamental básica, eles são considerados um dos negócios ilícitos com maior crescimento
a nível mundial, pois vão aumentando em vários países e para os grupos de delinquência
internacional, crime organizado e terroristas são uma boa forma de acumulação de capital.
Igualmente prosperam melhor em situações de conflito armado, de deterioração do tecido
social e económico e de corrupção, com muita facilidade.
Portanto, a posição do autor no que dizer respeito, as consequências de rapto podem partir
desde o nível individual, até afectar o nível mais alto de desenvolvimento do país, o
funcionamento do Estado, no que diz respeito às políticas públicas, económicas (imposto).
E às vezes, os raptos originam a perca de confiança pública tanto a nível nacional, como
internacionalmente, pela percepção de incapacidade do Estado de responder a acção
criminal.
37
CAPÍTULO III: ABORDAGEM METODOLÓGICA
3. Metodologia
A metodologia que vai conduzir esta pesquisa será abordagem qualitativa para
apresentação dos resultados desta pesquisa vai-se recorrer a interpretação descritiva dos
dados estatísticos em tabelas para a melhor compreensão e avaliação da evolução do crime
de branqueamento de capitais conexo aos crimes de rapto. (Caso no distrito municipal da
Matola, no espaço de tempo que vai desde 2016 até 2018).
Método é o conjunto das actividades sistemáticas e racionais que, com maior segurança e
economia, permite alcançar o objectivo de conhecimentos válidos e verdadeiros, traçando
o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as decisões do cientista, (Marconi
e Lakatos, 2003, p.83).
3.2.Métodos de Pesquisa
3.2.1. Quanto à Abordagem
Para esta pesquisa vai se adoptar o método hipotético-dedutivo, pois pretende-se conhecer
os factores e as causas que propiciam o índice de crescimento de branqueamento de capitais
conexo aos crimes de rapto. )Caso distrito municipal da Matola, no período compreendido
entre 2016 e 2018).
Na visão de Marconi e Lakatos (2003, p.107), o método comparativo é usado tanto para
comparações de grupos no presente, no passado, ou entre os existentes e os do passado,
quanto entre sociedades de iguais ou de diferentes estágios de desenvolvimento.
38
Nesta pesquisa também aplicaremos uma comparação em relação a outros Estados, de
modo que haja melhor estudo das semelhanças e diferenças entre diversos tipos de grupos,
sociedades ou povos para contribuir uma melhor compreensão do comportamento humano,
este método visa a maior sugestão para o combate ao crime de branqueamento de capitais
conexo aos crimes de rapto.
De acordo com Marconi e Lakatos (2003, p.222), as técnicas de pesquisa são consideradas
como sendo um conjunto de preceitos ou processos de que se serve uma ciência e
constituem também uma habilidade para usar esses preceitos e normas para obtenção dos
seus propósitos. Corresponde a parte prática da colecta dos dados e apresentam duas
divisões, sendo a documentação indireita que é a pesquisa documental e bibliográfica,
enquanto a documentação direita compreende a observação direita intensiva e a observação
direita extensiva.
39
Para pôr em materialização este trabalho de fim de curso apesar da falta de material
bibliográfico que versa sobre o crime de rapto, vai-se aplicar diferentes técnicas que se
consideram adequadas ao tema, realizando consultas documental e bibliográfica
disponíveis, como também alguns artigos de internet. Far-se-á a entrevista aos agentes do
Comando distrital da PRM- Matola, onde selecionar-se-á algumas dentre as várias
Esquadras existentes no distrito, segundo a sua posição territorial, a Direcção do SERNIC-
Matola, e no fim a Procuradoria da República do mesmo distrito, sendo estas instituições
catalisadores da legalidade no bem-estar social, em segurança pública de pessoas e bens,
como também far-se-á o interrogatório escrito, a fim de obter mais subsídios para melhores
resultados do trabalho em curso.
É a pesquisa documental é aquela que vale-se de materiais que não receberam ainda um
tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo comos objectos da
pesquisa, (Gil 2016, p. 51).
E para Cellard (2008, p.298), é uma técnica documental vale-se de documentos originais,
que ainda não receberam tratamento analítico por nenhum autor.
3.3.3. Entrevista
A entrevista é um encontro entre duas pessoas, a fim de que uma delas obtenha informações
a respeito de determinado assunto, mediante uma conversação de natureza profissional. É
um procedimento utilizado na investigação social, para a colecta de dados ou para ajudar
no diagnóstico ou no tratamento de um problema social, de acordo com (Marconi e
40
Lakatos, 2003, p.195). A entrevista tem como objectivo principal a obtenção de
informações do entrevistado, sobre determinado assunto ou problema, segundo Marconi e
Lakatos (2003).
41
CAPÍTULO IV: ANÁLISE E INTERPRENTAÇÃODE DADOS
25%
Sim
Não
75%
42
Segundo o gráfico, concluiu-se que todos os entrevistados têm conhecimento de crime de
Branqueamento de Capitais e que constitui uma realidade no distrito da Matola.
Causas de Crime
13%
25% Desemprego
Ganância
Consumo de drogas
37%
25% Custo de vida
Depois do gráfico acima, concluiu-se que os entrevistados estão informados sobre as causas
que levam a prática dos actos criminais, sendo que é uma realidade no distrito municipal
da Matola.
4.2.3. Mecanismos que podem ser adoptados para mitigar estes crimes
43
a 12% sugerem a montagem e Controlo das Câmaras e 6 correspondente a 38% apoiam a
ligação Polícia-Comunidade, conforme ilustra o gráfico abaixo:
Mitigação de Crimes
Aumento de patrulhamento
19%
Segundo o gráfico acima, conclui-se que o relato dos entrevistados estabelece uma
realidade do distrito municipal da Matola para resposta imediata nos actos criminais.
44
Gráfico 4: Consequências do crime
Consequências
45
Gráfico 5: Facilitadores do crime
Facilitadores
Diante das contribuições colhidas, concluímos que é uma realidade no distrito da Matola,
a conivência dos Agentes da Polícia de má-fé e outros funcionários.
Numa questão que se pretendia conhecer das vítimas de crimes, obter-se as seguintes
respostas: 7 correspondentes a 44%, aponta os agentes económicos nacionais e
estrangeiros, 7 correspondentes a 44% alistam familiares dos agentes económicos, e 2
correspondentes a 12% marcam as figuras públicas, conforme o gráfico abaixo:
Vítimas de crimes
20%
33%
2016
2017
2018
47%
Segundo o gráfico, concluímos que o crime de rapto é uma realidade no distrito da Matola.
47
Gráfico 8: Relação de crimes de rapto e branqueamento de capitais
31%
Sim
Nao
69%
4.2.9. O que leva alguns servidores públicos a pautarem pela prática de crimes
48
Gráfico 9: Servidores público envolvido na prática de crimes
25% 25%
Baixos salários
Ambição
Outros
50%
De acordo do gráfico acima, concluímos que a participação dos servidores públicos nos
actos criminais no distrito Municipal da Matola é uma realidade os motivos são vários.
Esta fase caracterizou-se os agentes que fizeram parte do estudo a partir da identificação e
a descrição do seu perfil. Trabalhou-se com duas especialidades Policiais, que são Polícia
de Protecção e SERNIC, num total de 16 indivíduos, com idade compreendida entre 27 e
62 anos, conforme a tabela abaixo ilustra.
Da tabela que acima pode-se verificar que participaram do nosso estudo um agente de 27
anos, dois de 28 anos, dois de 29 anos, dois de 32 anos, um de 37 anos, um de 38 anos, três
de 42 anos, um de 44 anos, um de 49 anos, um de 56 anos e um de 62 anos.
50
Quanto à naturalidade, a maior parte dos entrevistados são da Província de Maputo no total
de seis, distribuídos em quatro distritos, com o maior número da Matola num total de três,
um da Cidade de Maputo, dois da Província de Gaza, dois da Província de Inhambane, dois
da Província de Sofala, um da Província de Manica, um da Província de Tete e um da
Província de Zambézia.
E no que diz respeita ao nível escolar dos entrevistados, verifica-se que todos são letrados,
os níveis variam do ensino secundário ao ensino superior. Assim sendo, cinco concluíram
10ª Classe, cinco concluíram 12ª Classe, um concluiu o Curso superior no grau de Bacharel
em Direito e cinco concluíram o ensino superior no grau de Licenciatura, em várias áreas,
com muita incidência em Academia das Ciências Policiais, Ciência Jurídicas e Direito.
51
CAPÍTULO V: CONCLUSÃO E SUGESTÕES
5.1.Conclusão
Feita a nossa investigação sobre o crime de Branqueamento de Capitais conexo aos crimes
de rapto no distrito municipal da Matola, concluiu-se o seguinte:
Para a sua prática apontam como as causas a falta de emprego, a ganância (enriquecimento
ilícito), assim como o consumo de droga e custo de vida. E em volta dos servidores públicos
para a sua participação nos actos criminais, alistam como as principais causas, os baixos
salários, a ambição, como outros motivos.
E no que tange aos facilitadores destes crimes, temos como os Agentes da Polícia,
Funcionários dos Bancos, e outros intervenientes. Como também temos como
consequências destes crimes conexos, o Prejuízo a Economia do País (paraísos fiscais),
Superlotação das Cadeias, Falência das Empresas e Perda de vidas humanas e Trauma na
vítima e na família.
No que diz respeito às vítimas concluímos que são os Agentes Económicos Nacionais e
Estrangeiros, seus Familiares, assim como as Figuras Públicas.
Concluiu-se que há uma relação estreita entre os crimes de branqueamento e de rapto, visto
que os criminosos, prática o crime de rapto, com o intuito do pedido de pagamento de
resgate, que é a extorsão, e para branquear o valor pago ocorre o crime de corrupção,
52
previsto no Título VII, do Capítulo II, do CP, do art. 501º e SS, para a facilitação de ocultar
o valor do mundo ilícito para o mercado lícito. Regime jurídico anti-branqueamento de
capitais, funciona com deficiência, devido à corrupção, esta em alta dando oportunidade
aos criminosos utilizando os seus fundos para ampliar as suas opções criminosas e
promover várias actividades ilegais, como o rapto, o tráfico de drogas, o tráfico ilícito, a
exploração de seres humanos, o tráfico de armas. Isto versa-se da associação de malfeitores
previsto no art.458º do CP, tornando não só a Matola, mas sim todo País em paraíso fiscal.
Como resultado para a mitigação destes crimes, temos como mecanismo o aumento de
patrulhamento Policial, o aumento de recursos humanos qualificados e material para a
resposta imediata da Polícia, a Montagem e Controlo de Câmaras, uma Ligação Polícia-
comunidade contínuo.
53
5.2.Sugestões
54
APÊNDICES
55
PERFIL DO ENTREVISTADO (A)
INSTITUIÇÃO: ____________________________________
FUNÇÃO: _________________________________________
NOME: ____________________________________________
IDADE: _______
SEXO: M ( ) F ( ),
NATURALIDADE: _______________________________
3. Quais são os mecanismos que podem ser adoptados para mitigar estes crimes?
9. O que leva com que alguns servidores públicos pautarem pela prática de crimes?
56
ANEXOS
57
Figura14 -1 ilustra o Mapa da Província de Maputo e do distrito Municipal da Matola.
14
http://www.portaldogoverno.gov.mz/por/content/search?SearchText=mapa+da+provincia+de+Maputo
&SearchButton=Search. Accedo no dia 10/07/2019, pelas 13H19 min.
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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFIAS
Capez, F. e Bonfim, E. M. (2004). Direito Penal, Parte geral. São Paulo: Saraiva.
Gil, A. C. (2016); Métodos e Técnicas de Pesquisa Social; 6ª ed.- 7. reimpr. - São Paulo:
Atlas.
Prata, A., Viega, C. e Vilalonga, J.M. (2008). Diconário Jurídico do Direito Penal e
Direito Processual Penal. ISBN 978-972-40.3765-3. 2ª ed. Vol. II. Editora Almedina -
Lisboa.
Prata, A., Viega, C. e Vilalonga, J.M. (2017). Direito Penal e Direito Processual Penal, 3ª
ed. Vol. II. Editora Almedina - Lisboa.
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Legislação
Lei nº 15/99 (Instituições de Crédito e sociedades financeiras); alterada pela Lei nº 9/2004;
Lei n° 6/2008, de 9 de Julho (Lei que estabelece o regime jurídico aplicável à prevenção
e combate ao trafico de pessoas, em particular mulheres e crianças, nomeadamente a
criminalização do trafico de pessoas e actividades conexas e a protecção das vitimas,
denunciantes e testemunhas);
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Sites da Internet consultados
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Soto, R. L. (2014). Consequências económicas e sociais da lavagem de dinheiro, 23 de
julho.http://www.lacordillera.net/index.php?option=com_content&view=article&id=707
9:consecuencias-economicasysocialesdellavadodedinero&catid=42:noticias&Itemid=109.
Acessado no dia 26/05/2019, pelas 21H10min.
https://conceito.de/rapto. Acessado no dia 18/05/2019, pelas 12H40min.
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