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1
BELÉM-PA
2009
FACULDADE PARÁ-FAP
CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO
2
como exigência parcial à obtenção do
título de Bacharel em Direito.
BELÉM-PA
2009
FACULDADE PARÁ-FAP
3
Monografia apresentada à Faculdade do Pará – FAP, como requisito
parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Direito.
BANCA EXAMINADORA
__________________________________________________
_________________________________________________
EXAMINADOR
__________________________________________________
EXAMINADOR
4
Dedicamos esse trabalho primeiramente a Deus, base de tudo
em nossas vidas.
AGRADECIMENTOS
5
Aos meus amados pais, Alfredo e Silvia, por todo apoio e
incentivo para realização deste projeto.
6
“Uma vida ociosa é uma morte antecipada”
Johann Goethe
7
RESUMO
8
ABSTRACT
The penalty is legal institution from criminal law, which has the finality of
applying sanctions or punishment who protested against the rules of order and
maintenance of social peace. That purpose was enshrined in past times,
however at the moment we saw the rehabilitation of the convict, at once, as a
prerequisite ally of punishment, but also claim the State reintegrate the offender
into the social environment, which is enabled through the scope of work and
study at the time of incarceration. However, although these are the ramifications
of the penalty, the prison system faces as a countervailing force to effect the
rehabilitation of the convicted the leisure that installed inside the jails of our
country and therefore this issue the focus of this research, which will have to
understand as intrinsically influence the rehabilitation process, not the offer, the
pay of their profession.
9
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
CF : Constituição Federal
ART. : Artigo
10
SUMÁRIO
Pag.
INTRODUÇÃO.......................................................................................12
1. CAPITULO I - A PENA
11
3.1 DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE..............................................................42
3.4.1.2 Educação............................................................................................. 57
CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................. 63
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................... 65
12
INTRODUÇÃO
Desse modo, para que se chegue a uma real compreensão desse tema,
é necessário entender desde a fase da aplicação da pena fixada pelo juiz
ao sentenciado, até a execução da sentença.
14
CAPÍTULO I - A PENA
15
Nesse sentido do objetivo puramente vingativo Gilberto Ferreira 1
destaca:
“Art. 209 – Se alguém bate numa mulher livre e a faz abortar, deverá
pagar dez ciclos pelo feto.
Art. 210 – Se essa mulher morre, então deverá matar o filho dele.”
2LYRA. Roberto. Comentários do Código Penal, 2ª Ed., Rio de Janeiro: Forense, 1955.
16
1.2.2. PERÍODO DA VINGANÇA DIVINA
17
Diante dos argumentos expostos, percebe-se nesse período que o
ambiente vívido é o de grande religiosidade, assim a prática de qualquer
desobediência que viesse configurar como delito estava sujeita a punição com
a justificativa dos deuses.
18
Com isso, o período humanitário, se diferencia dos períodos anteriores,
na medida em que é perceptível a imposição da pena revestida dos princípios
fundamentais.
7FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir. Petrópolis: Vozes, 1977. apud. FERREIRA, Gilberto.
Aplicação da Pena. Rio de Janeiro: Forense, 2004.
8GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal, ed. 10ª. Rio de Janeiro: Impetus, 2008.
19
Segundo Greco9, depois de uma longa evolução a Constituição Federal
de 1988, mencionada CF/88, visando proteger os direitos de todos aqueles que
temporariamente ou não estão em território nacional, proibiu a cominação de
uma serie de penas por entender que todas elas, em sentido amplo, ofendiam
a dignidade da pessoa humana.
9 GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal, ed. 10ª. Rio de Janeiro: Impetus, 2008.
11CARVALHO FILHO, Luiz Francisco. Historia das Prisões, ed. 1ª. São Paulo: Publifolha,
2002
20
prisioneiros de guerra. Em matéria penal, servia, basicamente, para a custódia
de infratores a espera da punição aplicada e do próprio julgamento.
12Idem.
21
1.4. DEFINIÇÕES E FINALIDADES DA PENA
14MIRABETE, Julio Fabbini. Manual de Direito Penal, parte geral. São Paulo: Atlas, 2007.
15BETTIOL, Guisepp. Direito Penal. Coimbra: Coimbra Editora Ltda. 1977.p. 111. apud.
FERREIRA, Gilberto. Aplicação da Pena. Rio de Janeiro: Forense, 2004.
16BENTHAM, Jeremias. Teoria das Penas Legais. São Paulo: livraria e ed. Logos, p. 17.
apud. FERREIRA, Gilberto. Aplicação da Pena. Rio de Janeiro: Forense, 2004.
17GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal, ed. 10ª. Rio de Janeiro: Impetus, 2008.
22
Desse modo, de acordo com as disposições doutrinárias exposta ocorre
à aplicação da pena sempre que se tem a prática de uma infração penal,o
Estado pune o agente infrator da lei penal com o óbice de lhe aplicar uma
punição para que venha a evitar futuras práticas de atos ilícitos, como também
proporcionar ao culpado a readaptação ao meio social.
Por fim sobre a definição da pena, Nucci 18 destaca que esta é uma
sanção que tem a finalidade de retribuição ao delito perpetrado e a prevenção
a novos crimes.
Diante deste fundamento, pode-se dizer que a toda pena é aplicada uma
finalidade seja ela de punir ou de coibir novos crimes. Diante desse contexto de
aplicação da pena, deve-se enfatizar a pena privativa de liberdade que é o
objeto de estudo dessa monografia.
18NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Direito Penal. São Paulo: Revista dos Tribunais.
2008.
23
Nessa concepção doutrinaria Gilberto Ferreira 19 salienta que: A pena tem
um caráter exclusivamente retributivo. O mal pelo mal mais ou menos como no
talião: malum proter malum,bonum proter bonum.Nem por isso se pense que a
pena não alcançará outros objetivos defendidos por outras correntes.Punindo
com justiça o infrator com aplicação de um mal,não só ele se emendará,como
afastará dessa idéia,pelo o exemplo,outros membros da sociedade.O
importante é retribuir com o mal,o mal praticado.A preocupação pois é ética e
se volta para o passado20.
21GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal, ed. 10ª. Rio de Janeiro: Impetus, 2008.
24
Sobre a primeira finalidade da teoria relativa, convém destacar a
prevenção geral, a qual é definida pela intimidação dirigida ao ambiente social,
onde as pessoas não deliquem por medo de receber a punição 22.
22CAPEZ, Fernando. Execução Penal, ed. 9ª. São Paulo: Damasio de Jesus, 2003.
23Idem.
24BITENCOURT, Cezar Roberto. Manual de Direito Penal-parte geral, p. 81. apud. GRECO,
Rogério. Curso de Direito Penal, ed. 10ª. Rio de Janeiro: Impetus, 2008.
25
“Muito ao contrario das teorias absolutas que fundamentam a punição
como questão ética, baseada na retribuição do mal pelo mal, e,
portanto, voltadas ao passado, as teorias relativas se voltam para o
futuro atingindo o delinqüente não para lhe imprimir um mal, mas para
evitar que volte a delinqüir ou que incentive outros a fazê-lo, pelo seu
mau exemplo. A punição visa à prevenção, como meio de segurança
social e defesa da sociedade. A pena, pois, não é retribuição, e sim
um instrumento útil capaz de evitar o crime, pelo o temor que impõe.”
Nesse liame, o requisito previsto em lei que o juiz deve observa refere-
se aos expostos no artigo 59 do CPB. O qual preleciona, o juiz deverá atender
a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social, a personalidade do agente,
os motivos, as circunstâncias e conseqüências do crime,bem como ao
comportamento da vítima,estabelecerão, conforme seja necessário e suficiente
para reprovação e prevenção do crime.
26Idem.
27GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal, ed. 10ª. Rio de Janeiro: Impetus, 2008.
26
“O artigo 59 do código penal conjuga a necessidade de reprovação
com a prevenção do crime, fazendo, assim, com que se unifiquem as
teorias absoluta e relativa, que se pautam, respectivamente, pelos
critérios da retribuição e da prevenção.”
28MIRABETE, Julio Fabbini. Manual de Direito Penal, parte geral. São Paulo: Atlas, 2007.
27
Segundo Greco29 o sistema de Filadélfia era também conhecido como
celular onde o preso era recolhido a sua cela isolada dos demais não podendo
trabalhar nem receber visitas.
29GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal, ed. 10ª. Rio de Janeiro: Impetus, 2008.
30CARVALHO FILHO, Luiz Francisco. Historia das Prisões, ed. 1ª. São Paulo: Publifolha,
2002.
31MIRABETE, Julio Fabbini. Manual de Direito Penal, parte geral. São Paulo: Atlas, 2007.
32CARVALHO FILHO, Luiz Francisco. Historia das Prisões, ed. 1ª. São Paulo: Publifolha,
2002.
28
Filadélfia, o trabalho era artesanal e não remunerado; em Aurburn, a
organização do trabalho tava entregue as empresas.”
33PIMENTEL, Manoel Pedro. Ob.cit.p.134. apud. MIRABETE, Julio Fabbini. Manual de Direito
Penal.
34CARVALHO FILHO, Luiz Francisco. Historia das Prisões, ed. 1ª. São Paulo: Publifolha,
2002.
29
administração do presídio, assim como a oportunidade de adquirir benefícios
devido o tempo e o comportamento dentro da penitenciaria.
30
É por esta razão, que surge para execução penal a propositura da
criação de uma lei que viesse a regulamentar a situação do sentenciado dentro
do contexto penitenciário.
37CARVALHO FILHO, Luiz Francisco. Historia das Prisões, ed. 1ª. São Paulo: Publifolha,2002.
31
venha a comprometer a dignidade ou a humanidade na aplicação da
pena.”
Desta forma, o Estado ao aplicar a sentença condenatória deverá
proporcionar ao condenado subsídios necessários para o cumprimento da
sanção imposta, e que não sujeite ao sentenciado a situações que ponham em
risco o seu bem estar social.
39MIRABETE, Julio Fabbrini.Execução Penal. 11ª ed. São Paulo: Atlas, 2004.
32
Destaca-se, segundo Mirabete 41que: A execução da pena consiste em
dar a cada preso as oportunidades e os elementos necessários para ocorrer a
sua reinserção social, isto quer sinalizar que ocorrerá a individualização do
sentenciado de acordo com a sua personalidade e os seus antecedentes.
41MIRABETE, Julio Fabbrini.Execução Penal. 11ª ed. São Paulo: Atlas, 2004.
42GRINOVER, Ada Pellegrini. Execução Penal, p.7. apud. MARCÃO, Renato, Curso de
Execução Penal. 5ª ed. São Paulo: Saraiva, 2007.
43MARCÃO, Renato. Curso de Execução Penal. 5ª ed. São Paulo: Saraiva 2007.
44CAPEZ, Fernando. Execução Penal, ed. 9ª. São Paulo: Damásio de Jesus,2003.
33
Dessa forma se tem a preocupação na lei em fazer a reintegração do
indivíduo ao meio social quando inseriu a obrigatoriedade do trabalho e a
assistência educacional ao condenado.
34
Ao adentramos neste tópico devemos destacar as sábias palavras de
Guilherme Souza Nucci45:
45NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Direito Penal, 4ª ed. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2008.
35
e sua personalidade. Conforme preceitua o artigo 5º, XLVI, caput da CF/88
onde a lei regulará a individualização da pena e adotará entre outras.
48MIRABETE, Julio Fabbrini.Execução Penal. 11ª ed. São Paulo: Atlas, 2004.
36
pelo o juiz não estiver definida como crime o sujeito não poderá ser punido em
razão de não se existir o crime.
O artigo 5º XLVII da CF/88 dispõe que não haverá penas tais como a
pena de morte; prisão perpétua; trabalhos forçado; penas cruéis.
50CAPEZ, Fernando. Execução Penal, ed. 9ª. São Paulo: Damasio de Jesus,2003.
37
Sobre esta questão Paulo Lucio Nogueira 51 enfatiza:
51NOGUEIRA, Paulo Lucio. Comentários de Execução Penal, p.7. apud. MARCÃO, Renato.
Curso de Execução Penal. 5ª Ed. São Paulo: Saraiva 2007.
52NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Processo Penal e Execução Penal, Ed 4ª. São
Paulo: Revista dos Tribunais, 2008.
38
Cumpre ainda salientar, que os condenados possuem o amparo legal
aos seus direitos expostos no corpo normativo da LEP e na CF/88 e nas
demais legislações que versem sobre os direitos fundamentais do preso.
53Idem.
39
fase processual que se tenha uma lei específica que verse sobre os direitos do
condenado.
IV - constituição de pecúlio;
XI - chamamento nominal;
40
execução, torna expressa a extensão de direitos constitucionais aos
presos e internos.”
Tal como os direitos previstos no artigo 5º, caput da CF/88 como o direito
a vida. Além do inciso III do mesmo artigo, o qual destaca que nenhuma
pessoa será submetida à tortura nem a tratamento desumano degradante.
Nessa linha é que a LEP fornece aos presidiários que estão sujeito a
uma sentença condenatória a proteção aos direitos próprios intactos.
55Idem.
56GUZMAN, Luiz Garrido. Ob. Cit. p.204. apud. MIRABETE, Julio Fabbrini. Execução Penal.
11ª ed. São Paulo: Atlas, 2004.
41
É o que se vislumbra nos ensinamentos de Mirabete 57:
57MIRABETE, Julio Fabbrini.Execução Penal. 11ª ed. São Paulo: Atlas, 2004.
58GUIMARÃES, Deocleciano Torrieri. Dicionário Jurídico. 6ª ed. São Paulo: Rideel, 2004.
42
VI - submissão à sanção disciplinar imposta;
VII - indenização à vítima ou aos seus sucessores;
Vlll - indenização ao Estado, quando possível, das despesas
realizadas com a sua manutenção, mediante desconto
proporcional da remuneração do trabalho;
IX - higiene pessoal e asseio da cela ou alojamento;
X - conservação dos objetos de uso pessoal.
59MARCÃO, Renato. Curso de Execução Penal. 5ª ed. São Paulo: Saraiva 2007.
43
Diante disso é que compete ao preso respeitar as normas prelecionadas no
texto da execução penal, para que o objetivo de cumprimento da pena ocorra na mais
perfeita normalidade.
Nessa perspectiva, torna-se necessário que por parte do interno haja respeito
às normas proferidas na execução da sentença, pois ao contrario disso pode ocorrer
no âmbito do presídio um ambiente tenso, propício a revoltas e brigas constantes.
62GUZMAN, Luis Garrido. Ob. Cit. p. 379. apud. MIRABETE, Julio Fabbrini.Execução Penal.
11ª ed. São Paulo: Atlas, 2004.
44
As Regras Mínimas da ONU destacam que a ordem e a disciplina serão
mantidas com firmeza, mais sem impor maiores restrições que as necessárias para
manter a segurança e boa organização da vida comum.
Armida Bergamini Miotto63 salienta que:
“Procura-se propiciar boas condições psicológicas, para o condenado
reconhecer sua culpabilidade pela infração penal que cometeu e
dispor-se a não reincidir, já por que a vivência da disciplina suscita,
desenvolve e consolida bons hábitos a respeito das normas de
conduta ou hábitos de boa conduta para com as pessoas na mesma
categoria e hierárquica, assim como para com as de diversa (inferior
ou superior) categoria, o que, conforme o caso contribuiu para
educação ou reeducação, ou então para a não – degeneração, não
degradação, e, pois, para o futuro ajustamento ou reajustamento
familiar, comunitário e social.”
O artigo 45 da LEP destaca que, não haverá falta nem sanção disciplinar sem
expressa e anterior previsão legal ou regulamentada.
Nesse âmbito, para melhor entender a disciplina do condenado, Renato
Marcão64 define que a LEP está submetida aos ditames dos princípios da reserva legal
e da anterioridade da norma, de maneira que não pode haver falta ou sanção
disciplinar em expressa e anterior previsão legal ou regulamentada.
Depreende-se assim, que para a ocorrência de falta considerada leve ou grave
pelo o condenado, deverão existir normas expressas que venham a conter as regras
de disciplina que serão cumpridas pelos os condenados no sistema prisional.
Cumpre ainda salientar, que cada penitenciária terá o seu conjunto de normas
necessárias para conter os ânimos dos sentenciados, porém deve ser mencionado
que estas normas deverão esta de acordo com os princípios da execução da pena.
Outro aspecto relevante no tocante a disciplina do condenado diz
respeito às faltas disciplinares cometidas pelos os apenados.
O artigo 47 da LEP determina que, o poder disciplinar na execução da
pena privativa de liberdade, será exercido pela autoridade administrativa
conforme as disposições regulamentares.
63MIOTTO, Armida Bergamini. Ob. Cit. p. 351. apud. MIRABETE, Julio Fabbrini.Execução
Penal. 11ª ed. São Paulo: Atlas, 2004.
64MARCÃO, Renato. Curso de Execução Penal. 5ª ed. São Paulo: Saraiva 2007.
45
Isto sinaliza que, a autoridade administrativa onde o preso se encontra
custodiado tem autonomia para estabelecer as normas disciplinares de acordo
com a LEP.
Recorrendo mais uma vez aos ensinamentos de Renato Marcão 65 tem-se
que:
“A punição por faltas leves e medias se resolve nos limites da
administração carcerária, pois não há imposição legal alguma no
sentido de que as sanções aplicadas, nesses casos, sejam
comunicadas ao juiz da execução para qualquer providencia. Elas não
repercutem na execução da pena, no seu aspecto judicial propriamente
dito. Entretanto, uma vez aplicada sanção disciplinar pelo o
cometimento de falta grave deverá obrigatoriamente ao juiz da
execução.”
65MARCÃO, Renato. Curso de Execução Penal. 5ª ed. São Paulo: Saraiva 2007.
46
3.1. DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE
47
Segundo Rogério Greco67, a pena privativa de liberdade vem prevista no
preceito secundário de cada tipo penal incriminador, servindo a sua
individualização, que permitirá a aferição da proporcionalidade entre a sanção
que é cominada em comparação com o bem jurídico por ele protegido.
67GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal, ed. 10ª. Rio de Janeiro: Impetus, 2008.
68Idem.
48
3.2. DOS REGIMES DE CUMPRIMENTO DE PENA
3.2.1.REGIME FECHADO
69CAPEZ, Fernando. Codigo Penal Comentado, ed. 2ª. Porto Alegre: Verbo Juridico, 2008.
49
A LEP em relação a classificação do condenado,destaca em seu artigo
5° que a classificação do condenado ocorrerá de acordo com seus
antecedentes e a sua personalidade.
70GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal, ed. 10. Rio de Janeiro: Impetus, 2008.
71Idem.
50
Desse modo, para que o condenado tenha direito ao benefício da
progressão de regime é necessário obedecer aos ditames do artigo 123 da
LEP.
51
Destaca Capez72, que o trabalho interno segue as mesmas regras do
regime fechado, dando direito também a remição de pena, com a diferença de
que é desenvolvido no interior da colônia penal com mais liberdade do que no
estabelecimento carcerário.
72CAPEZ, Fernando. Código Penal Comentado, ed. 2ª. Porto Alegre: Verbo Jurídico, 2008.
52
A saída temporária segundo Marcão 74, visa o fortalecimento de valores
ético-sociais, de sentimentos nobres, o estreitamento dos laços afetivos e de
convívio social harmônico pautado por responsabilidade, imprescindíveis para
a ressocialização do sentenciado.
74CAPEZ, Fernando. Código Penal Comentado, ed. 2ª. Porto Alegre: Verbo Juridico, 2008.
75Idem.
53
Segundo Nucci76, o condenado deve recolher-se durante o repouso
noturno, a casa do albergado, ou estabelecimento similar, sem rigorismo de
uma prisão desenvolvendo atividades laborativas externas durante o dia. Nos
dias de folga deve ficar recolhido.
76CAPEZ, Fernando. Código Penal Comentado, ed. 2ª. Porto Alegre: Verbo Juridico, 2008.
77MARCÃO, Renato. Curso de Execução Penal. 5ª ed. São Paulo: Saraiva 2007.
78GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal, ed. 10ª. Rio de Janeiro: Impetus, 2008.
54
de respeito entre os presos. Assim, a valorização do indivíduo no sistema penal
é de fundamental relevância para a reintegração do condenado a sociedade.
55
fundamentadas pelos presos pela falta de estrutura das penitenciárias e na
ausência de assistência correta.
Na visão de Bitencourt82:
56
“Quando a prisão se converteu na principal resposta penologica,
especialmente a partir do século XIX, acreditou-se que poderia ser um
meio adequado para conseguir a reforma do delinqüente. Durante
muitos anos, imperou um ambiente otimista, predominando a firme
convicção de que a prisão poderia ser um meio idôneo para realizar
todas as finalidades da pena e que, dentro de certas condições, seria
impossível ressocializar o delinqüente. Esse otimismo inicial
desapareceu e, atualmente, predomina uma certa atitude
pessimista,não há muitas esperanças sobre os resultados que se
possa conseguir com a prisão tradicional.A critica tem sido tão
persistente que se pode afirmar,sem exagero,que a prisão está em
crise.Essa crise abrange também o objetivo ressocializador na pena
privativa de liberdade.”
Nesse sentido o que deve ser enfatizado é que o sistema penal não
deve ser omisso em relação aos direitos humanos que compõem um Estado
Democrático de Direito, de modo que forneça aos condenados subsídios
necessários para o cumprimento da pena.
57
vicio de pessoa, apta para o trabalho, que não tem ocupação honesta ou se
abstém de procurá-la83.
83GUIMARÃES, Deocleciano Torrieri. Dicionário Jurídico. 6ª ed. São Paulo: Rideel, 2004.
84HULSMAN. Louk. Penas Perdidas, p 62-63. apud. DA SILVA, Haroldo Caetano. Ensaio
Sobre a Pena de Prisão. Curitiba: Juruá, 2009.
58
identidade e aquisição de nova identidade; sentimento de inferioridade;
empobrecimento psíquico; infantilização e regressão.
59
“Todo ser humano, uma vez capacitado à atividade laboral para a
manutenção de sua própria subsistência e sua perfeita integração na
sociedade, de onde é produto, tem necessidade de fugir à ociosidade
através do trabalho, cujo trabalho, como dever social e condição da
dignidade humana, terão finalidade educativa e produtiva. Educativa
porque, na hipótese de ser o condenado pessoa sem qualquer
habilitação profissional, a atividade desenvolvida no estabelecimento
prisional conduzi-lo-á ante a filosofia da Lei de Execução Penal, ao
aprendizado de uma profissão. Produtiva porque, ao mesmo tempo
em que impede a ociosidade, gera ao condenado recursos financeiros
para o atendimento das obrigações decorrentes da responsabilidade
civil, assistência à família, despesas pessoais. O trabalho durante a
execução da pena restritiva da liberdade, além dessas finalidades,
impede que o preso venha produto da ociosidade, desviar-se dos
objetivos da pena, de caráter eminentemente ressocializador,
embrenhando-se, cada vez mais nos túneis submersos do crime,
corrompendo-se ou corrompendo seus companheiros de infortúnio.”
3.4.1.1.ATIVIDADE LABORATIVA
87BOSCHI, José Antonio Pagamella. Lei de Execução Penal. São Paulo: Aidê, 1986.
60
O que se observa quanto ao trabalho penitenciário, é que este alcança a
esfera do direito e do dever do preso previsto na LEP.
88MIRABETE, Julio Fabbrini.Execução Penal. 11ª ed. São Paulo: Atlas, 2004.
89Idem.
61
Diante dessa estrutura da concepção do trabalho na prisão como um
direito do preso, vale registrar as palavras de Francisco Bueno 91, onde para
este trabalho, do ponto de vista disciplinar, evita os efeitos corruptores do ócio
e contribui para manter a ordem, sendo necessário para conservar o equilíbrio
orgânico e psíquico do homem.
91 ARUS, Francisco Bueno. Art. Cit. p. 307. apud. MIRABETE, Julio Fabbrini. Execução Penal.
11ª ed. São Paulo: Atlas, 2004.
93MIOTTO, Armida Bergamini. Ob. Cit. p. 495. apud. MIRABETE, Julio Fabbrini.Execução
Penal. 11ª ed. São Paulo: Atlas, 2004.
62
Ariovaldo Figueiredo94 expõe que a aquisição de ofício ou profissão, fator
decisivo a reincorporarão social do preso, contribuirá para facilitar-lhe a
estabilidade econômica assim que alcançar a liberdade. É preparando o
indivíduo pela profissionalização (mão-de-obra qualificada), pela segurança
econômica que vai adquirindo, pela ocupação integral de seu tempo em coisa
útil e produtiva e, conseqüentemente, pelo nascer da razão de viver, pelo
reconhecimento dos direitos e deveres, das responsabilidades e da dignidade
humana que se obterá o ajustamento ou reajustamento desejado.
94FIGUEIREDO, Ariovaldo. Comentários do Código Penal. São Paulo: Saraiva, 1985. P. 135.
apud. MIRABETE, Julio Fabbrini.Execução Penal. 11ª ed. São Paulo: Atlas, 2004.
95FOUOCAULT, Michel. Vigiar e Punir Historia da Violência nas Prisões.São Paulo: Vozes,
2001.
96MIRABETE, Julio Fabbrini.Execução Penal. 11ª ed. São Paulo: Atlas, 2004.
63
“A remição trata-se de um instituto completo, pois reeduca o
delinqüente e prepara-o para sua reincorporaração a sociedade,
proporciona-lhe meios para reabilitar-se diante de si mesmo e da
sociedade, disciplina sua vontade, favorece a sua família e, sobretudo
abrevia a condenação, condicionando esta ao próprio esforço do
apenado”.
3.4.1.2. EDUCAÇÃO
97MARCÃO, Renato. Curso de Execução Penal. 5ª ed. São Paulo: Saraiva 2007.
98MIOTTO, Armida Bergamini. Ob. Cit. p. 403. apud. MIRABETE, Julio Fabbrini.Execução
Penal. 11ª ed. São Paulo: Atlas, 2004.
64
“A assistência educacional deve ser uma das prestações básicas
mais importantes não só para o homem livre, mas também aquele
que está preso, constituindo-se neste caso em um elemento de
tratamento penitenciário como meio para reinserção social.”
65
instrução. A instrução será gratuita, pelo menos nos graus elementares e
fundamentais. A instrução elementar será obrigatória. A instrução técnica
profissional será acessível a todos,bem como a instrução superior,está
baseada no mérito.
100MARCÃO, Renato. Curso de Execução Penal. 5ª ed. São Paulo: Saraiva 2007.
101DA SILVA, Haroldo Caetano. Ensaio Sobre a Pena de Prisão. Curitiba: Juruá, 2009.
66
Segundo Bittencourt102, a prisão não regenera, tampouco serve para
educar o homem. Pelo o contrario, aqui, como em outros países,avilta,
desmoraliza, denigre e embrutece o apenado.
Nesse âmbito, pode-se mencionar que a prisão não deve ser vista
somente sob a ótica da punição do indivíduo, deve ser enfocada como uma via
que irá facilitar a reintegração do indivíduo ao meio social.
103MOLINA, Antonio Garcia. Criminologia, p. 24. São Paulo: Revista dos Tribunais: 2008.
67
pessoas estranhas a sua realidade. Pode-se mencionar nessa estrutura que a
ocorrência da ressocialização irá depender do cenário vívido pelo sentenciado.
104DURK, Oswaldo Henrique. Fundamentos da Pena, p. 80. São Paulo: Juarez de Oliveira,
2000.
105DA SILVA, Haroldo Caetano. Ensaio Sobre a Pena de Prisão. Curitiba: Juruá, 2009.
68
punição, buscando uma solução justa, favorecendo o bem comum. Contudo
não basta apenas que o Estado postule sobre os direitos fundamentais, tendo o
mesmo que garantir a eficácia de tais direitos.
69
CONSIDERAÇÕES FINAIS
70
Sabe-se que o sistema prisional no Brasil, é um tema que se
encontra em discussão em modo contínuo, pois se busca sempre a proteção
dos direitos fundamentais inerentes aos indivíduos que fazem parte da
população carcerária.
71
Portanto, chega-se a conclusão de que o ócio instaurado nas
penitenciárias, de um modo geral, impede a ressocialização do condenado,
ocasionando a reincidência penal.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
72
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