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DIREITO

PROCESSUAL CIVIL
Recursos

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Recursos
Anderson Ferreira

Sumário
Apresentação. . .................................................................................................................................. 3
Recursos............................................................................................................................................ 4
Teoria Geral dos Recursos.. ............................................................................................................ 4
Pressupostos Recursais ou Requisitos de Admissibilidade................................................... 6
Cabimento.......................................................................................................................................... 6
Legitimidade...................................................................................................................................... 7
Interesse............................................................................................................................................ 8
Tempestividade................................................................................................................................ 8
Preparo............................................................................................................................................. 10
Regularidade Formal...................................................................................................................... 11
Desistência e Renúncia ao Direito de Recorrer........................................................................ 11
Efeitos dos Recursos. . ....................................................................................................................12
Dos Princípios Aplicados aos Recursos.................................................................................... 14
Princípio da Taxatividade............................................................................................................. 14
Princípio da Unicidade ou Singularidade Recursal..................................................................15
Princípio da Fungibilidade. . ...........................................................................................................15
Princípio da Proibição a Reformatio in Pejus. . ..........................................................................15
Princípio da Complementariedade.. ............................................................................................16
Recurso Adesivo..............................................................................................................................16
Dos Recursos em Espécie.. ............................................................................................................19
Da Apelação......................................................................................................................................19
Agravo de Instrumento. . ............................................................................................................... 25
Questões de Concurso.................................................................................................................. 34
Gabarito............................................................................................................................................ 52

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Apresentação
Olá, querido (a) companheiro (a) virtual! É com grande alegria e um pouco de saudosismo
antecipado que inicio, junto com você, mais uma aula de Processo Civil. Trataremos, no encon-
tro de hoje, acerca da teoria geral dos recursos. Bem, feitas as considerações acima, vamos
iniciar nossa aula. Venha comigo!

“Alguns homens veem as coisas como são, e dizem ‘Por quê?’ Eu sonho com as coisas que nunca
foram e digo ‘Por que não?’”.
George Bernard Shaw

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RECURSOS
Teoria Geral dos Recursos
Amigo (a), quando falamos de recurso, estamos diante de um instrumento que visa impug-
nar as decisões judiciais proferidas pelo Juiz. Bem, é normal que uma decisão desfavorável a
alguma das partes, seja objeto de inconformismo, aspecto, em certa medida, até natural do ser
humano. Sendo assim, por meio do recurso, é possível carrear a questão examinada ao Poder
Judiciário, a fim de que ela seja reapreciada. No entanto, há de se ressaltar o seguinte: não é
porque autor ou réu da relação jurídica processual estão inconformados com o a decisão que
será admitido o recurso, negativo! Recorre-se com fundamentado em ilegalidade, inconstitu-
cionalidade ou erro atribuído ao Julgador.
Diante do que foi consignado no parágrafo acima, o recurso tem o objetivo de reanalisar
a questão na expectativa de que ela seja modificada, invalidada, esclarecida ou complemen-
tada. Vale ressaltar que os recursos não formam um novo processo, não! Eles têm o condão
de alongar a relação processual e possuem a aptidão para impedir a coisa julgada, haja vista
postergarem a decisão final.
Veja, estimado (a) leitor (a), lembro-me de, em uma de nossas aulas, ter comentado com
você acerca dos pronunciamentos do Juiz ao longo da marcha processual. Nesse sentido, os
recursos são cabíveis para atacar os seguintes pronunciamentos judiciais, a saber: decisões
interlocutórias; sentenças; decisões monocráticas e acórdãos.

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De acordo com o artigo 1.001 da Lei de Ritos, não cabe recurso dos despachos proferidos
pelo Juiz.
Os recursos são interpostos com os seguintes objetivos:
• Reformar a sentença: busca reformar a decisão, como, por exemplo, modificar a sen-
tença com o objetivo de que não haja condenação ao pagamento de danos materiais e
lucros cessantes relativos a um acidente de trânsito.
• Invalidar a decisão: intenta invalidar a decisão sob o argumento de que houve erro no
procedimento, relativo aos ditames do Direito processual Civil (error in procedendo) ou
erro no conteúdo, no direito material aplicado (error in judicando).
• Integração ou esclarecimento: tem por objetivo esclarecer a decisão, como ocorre na
interposição de embargos, os quais têm o objetivo aclarar, explicar a decisão quando ela
for omissa (busca-se a integração), obscura ou contraditória, ou seja, tem por escopo
esclarecer.

Veja que interessante!


Em regra, os recursos não se prestam a avaliar matérias as quais não formam arguidas ou
discutidas anteriormente, as exceções estão previstas nos artigos 493 e 1.014 do Novo Código
de Processo Civil.

Art. 493. Se, depois da propositura da ação, algum fato constitutivo, modificativo ou extintivo do
direito influir no julgamento do mérito, caberá ao juiz tomá-lo em consideração, de ofício ou a reque-
rimento da parte, no momento de proferir a decisão.
Parágrafo único. Se constatar de ofício o fato novo, o juiz ouvirá as partes sobre ele antes de decidir.
(...)
Art. 1.014. As questões de fato não propostas no juízo inferior poderão ser suscitadas na apelação,
se a parte provar que deixou de fazê-lo por motivo de força maior.

A interposição dos recursos ocorre, como regra, por meio do endereçamento ao juízo a
quo (do qual vai) para o juízo ad quem (para onde vai), ou seja, há uma sistemática de uma
instância em grau inferior para outra em grau superior, o que pode ser flexibilizado no agravo
de instrumento.

Art. 1.016. O agravo de instrumento será dirigido diretamente ao tribunal competente, por meio de
petição com os seguintes requisitos: (...)

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Com base no exposto, em linhas acima, acompanhe comigo, de forma gráfica a regra para
interposição dos recursos:

Pressupostos Recursais ou Requisitos de Admissibilidade.


Uma vez interpostos os recursos, alguns pressupostos ou requisitos devem ser analisados
para que haja a admissibilidade do recurso interposto. Se o juízo de admissibilidade for positi-
vo, analisa-se o mérito, ou seja, o recurso será conhecido. Vamos analisá-los.

Cabimento
O cabimento é a possibilidade jurídica de interposição do recurso, ou seja, se ele será ad-
missível. Veja, estimado (a) estudante, os recursos estão previstos em um rol, encartado no
artigo 994 da Lei de Ritos.

Art. 994. São cabíveis os seguintes recursos:


I – apelação;
II – agravo de instrumento;
III – agravo interno;
IV – embargos de declaração;
V – recurso ordinário;
VI – recurso especial;
VII – recurso extraordinário;
VIII – agravo em recurso especial ou extraordinário;
IX – embargos de divergência.

Além dos recursos supramencionados, algumas leis esparsas preveem outras espécies
recursais, as quais não estão previstas no rol da Lei Adjetiva, como é o caso do recurso inomi-
nado, positivado no artigo 41 da Lei n. 9.099/1995.

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Art. 41. Da sentença, excetuada a homologatória de conciliação ou laudo arbitral, caberá recurso
para o próprio Juizado.
§ 1º O recurso será julgado por uma turma composta por três Juízes togados, em exercício no pri-
meiro grau de jurisdição, reunidos na sede do Juizado.
§ 2º No recurso, as partes serão obrigatoriamente representadas por advogado.

Legitimidade
A legitimidade diz respeito aos legitimados para interpor o recurso. Além das partes, o ar-
tigo 996 do Novo Código consigna que são legitimados para interposição de recurso: a parte
sucumbente (vencida), o Ministério Público, seja na condição de parte ou de fiscal da ordem
jurídica (custos iuris), e terceiros que podem ser prejudicados com a decisão proferida.

Art. 996. O recurso pode ser interposto pela parte vencida, pelo terceiro prejudicado e pelo Ministé-
rio Público, como parte ou como fiscal da ordem jurídica.
Parágrafo único. Cumpre ao terceiro demonstrar a possibilidade de a decisão sobre a relação jurídi-
ca submetida à apreciação judicial atingir direito de que se afirme titular ou que possa discutir em
juízo como substituto processual.

O novo Código de Processo Civil deixa claro que o amicus curiae pode ingressar com embar-
gos de declaração e recorrer das decisões em incidentes de demandas repetitivas.

Art. 138(...)
§3º O amicus curiae pode recorrer da decisão que julgar o incidente de resolução de demandas
repetitivas.

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Interesse
Veja, no que se refere ao interesse para recorrer da sentença, o interessado deve ter su-
cumbido, no todo ou em parte da demanda, ou seja, poderia ter tido uma sentença mais favo-
rável na ação.

O legitimado deverá ter sucumbido na demanda, no todo ou em parte, para interpor recurso, ou
seja, o resultado de sentença poderia ter sido melhor para ele, salvo no caso de embargos de
declaração, manejados em caso de sentenças obscuras, omissas contraditórias ou eivadas de
erro material.

Tempestividade
A tempestividade diz respeito ao prazo para a interposição do recurso. Isso significa dizer
que, acaso a peça seja interposta intempestivamente (fora do lapso estabelecido por lei), não
será conhecido.
Como dito, em aulas anteriores, o prazo padrão para interposição de recursos no Código
de Processo Civil de 2015 é de 15 (quinze) dias... Contudo, entretanto e todavia... há exceção a
essa regra no que diz respeito ao lapso temporal dos embargos de declaração, cujo interregno
é de 5 (cinco) dias para interposição.
Lembro-te que os prazos são contados em dias úteis, conforme prevê o artigo 219 da Lei
Adjetiva, e possuem a contagem (termo inicial e final) regulada pelo artigo 1.003 do Novo Códi-
go, contados da data da intimação da decisão. Caso o recurso seja remetido pelos correios, a
contagem inicia-se da data da postagem para verificação da tempestividade. Além do exposto,
acaso haja feriado local no transcurso da interposição do recurso, a parte que o interpõe deve-
rá comprovar o fato. Acompanhe comigo os dispositivos legais em comento:

Art. 219. Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz, computar-se-ão somente
os dias úteis.
(...)
Art. 1.003. O prazo para interposição de recurso conta-se da data em que os advogados, a socieda-
de de advogados, a Advocacia Pública, a Defensoria Pública ou o Ministério Público são intimados
da decisão.
§ 1º Os sujeitos previstos no caput considerar-se-ão intimados em audiência quando nesta for pro-
ferida a decisão.
§ 2º Aplica-se o disposto no art. 231, incisos I a VI, ao prazo de interposição de recurso pelo réu
contra decisão proferida anteriormente à citação.
§ 3º No prazo para interposição de recurso, a petição será protocolada em cartório ou conforme as
normas de organização judiciária, ressalvado o disposto em regra especial.
§ 4º Para aferição da tempestividade do recurso remetido pelo correio, será considerada como data
de interposição a data de postagem.

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O prazo padrão para interposição de recursos é de 15 (quinze) dias, salvo os embargos de de-
claração, cujo lapso temporal é menor, qual seja: 5 (cinco) dias.

§ 5º Excetuados os embargos de declaração, o prazo para interpor os recursos e para responder-


-lhes é de 15 (quinze) dias.

Além do exposto, cumpre destacar que, com base no artigo 218, § 4º do NCPC, o ato prati-
cado antes da intimação é tempestivo. Nesse cenário, a apelação interposta antes da publica-
ção da sentença, será considerada tempestiva.
Conforme dito, linhas acima, o prazo para embargos de declaração é de 5 (cinco) dias
úteis. Essa espécie de recurso interrompe o prazo para interposição de outros recursos.
Observe que, em caso de feirado local, deverá existir a comprovação quando da interposi-
ção do recurso, para que não seja considerado intempestivo, de modo a não ser possível com-
provar o “feriadão” em momento posterior, consoante o entendimento do Superior Tribunal de
Justiça (STJ), vide AREsp 957.821de novembro de 2017.
Chamo sua atenção para as regras previstas nos artigos 180, 183 e 186 da Lei de Ritos
relativas aos prazos em dobro para comunicação do Ministério Público, Fazenda Pública, De-
fensoria Pública.

Art. 180. O Ministério Público gozará de prazo em dobro para manifestar-se nos autos, que terá iní-
cio a partir de sua intimação pessoal, nos termos do art. 183, § 1º.
(...)
Art. 183. A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e fun-
dações de direito público gozarão de prazo em dobro para todas as suas manifestações processu-
ais, cuja contagem terá início a partir da intimação pessoal.
§ 1º A intimação pessoal far-se-á por carga, remessa ou meio eletrônico.
(...)
Art. 186. A Defensoria Pública gozará de prazo em dobro para todas as suas manifestações processuais.

Além dos prazos mencionados, quando o processo for físico, o lapso temporal será conta-
do em dobro, acaso haja litisconsórcio com diferentes procuradores de escritórios de advoca-
cia distintos, com estribo no artigo 229 da Lei n. 13.105 de 2015.

Art. 229. Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de escritórios de advocacia dis-
tintos, terão prazos contados em dobro para todas as suas manifestações, em qualquer juízo ou
tribunal, independentemente de requerimento.

§ 2º Não se aplica o disposto no caput aos processos em autos eletrônicos.

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Preparo
Amigo (a), o preparo se refere ao pagamento das custas relativas ao recurso, as quais in-
cluem porte, remessa e retorno (pagamento feito aos correios), sob pena de deserção (quando
há o abandono do recurso).
O preparo não será cobrado quando o recurso for interposto pela Fazenda Pública, Entes
Políticos e suas autarquias, além do Ministério Público ou beneficiário da justiça gratuita. Bem,
o pagamento deverá ser comprovado nos autos por comprovante de recolhimento (se não
houver a aludida comprovação, o recorrente será intimado, por meio do advogado, para pagar
o valor em dobro!).

Art. 1.007. No ato de interposição do recurso, o recorrente comprovará, quando exigido pela legisla-
ção pertinente, o respectivo preparo, inclusive porte de remessa e de retorno (dispensados em caso
de processo eletrônico), sob pena de deserção.
§ 1º São dispensados de preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, os recursos interpostos
pelo Ministério Público, pela União, pelo Distrito Federal, pelos Estados, pelos Municípios, e respec-
tivas autarquias, e pelos que gozam de isenção legal.

Como comentei anteriormente, o preparo se refere ao pagamento de custas relativas ao


recurso interposto e deve ser comprovado quando da interposição da peça recursal. Todavia,
há casos em que o valor poderá estar incompleto, inclusive no que se refere ao porte, remessa
e retorno. Diante disso, se houver insuficiência na quantia, o recorrente será intimado, por seu
advogado, para complementar o preparo no prazo de 5 (dias). Caso não desembolse o valor,
haverá deserção.

§ 2º A insuficiência no valor do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, implicará deserção


se o recorrente, intimado na pessoa de seu advogado, não vier a supri-lo no prazo de 5 (cinco) dias.
§ 3º É dispensado o recolhimento do porte de remessa e de retorno no processo em autos eletrô-
nicos.
§ 4º O recorrente que não comprovar, no ato de interposição do recurso, o recolhimento do preparo,
inclusive porte de remessa e de retorno, será intimado, na pessoa de seu advogado, para realizar o
recolhimento em dobro, sob pena de deserção.
§ 5º É vedada a complementação se houver insuficiência parcial do preparo, inclusive porte de re-
messa e de retorno, no recolhimento realizado na forma do § 4º.

A regra que autoriza o Tribunal a oportunizar a complementação não se aplica aos casos
em que o sujeito não fez o preparo e tem a possibilidade de fazer em dobro. Ele não pode, ao
invés de fazer em dobro, fazer insuficientemente e requerer mais 5 (cinco) dias.

§ 6º Provando o recorrente justo impedimento, o relator relevará a pena de deserção, por decisão
irrecorrível, fixando-lhe prazo de 5 (cinco) dias para efetuar o preparo.

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§ 7º O equívoco no preenchimento da guia de custas não implicará a aplicação da pena de deserção,


cabendo ao relator, na hipótese de dúvida quanto ao recolhimento, intimar o recorrente para sanar
o vício no prazo de 5 (cinco) dias.

O § 7º possibilita que o relator do processo intime o recorrente para sanar o vício relativo
ao preenchimento da guia de custas... Ou seja, dá como diria meu pai: “uma colher de chá” ao
recorrente ao invés de aplicar, de plano, a deserção.
Veja que interessante!
A súmula 484 do Superior Tribunal de Justiça admite prorrogação do preparo, o qual po-
derá ser efetuado no primeiro dia subsequente, quando a interposição do recurso for efetuada
após o encerramento bancário.
Os embargos de declaração se prestam a sanar contradição, obscuridade, omissão e erro
material da decisão e não se sujeitam a preparo.

Regularidade Formal
Veja, existem algumas exigências no que se refere aos recursos. Nesse sentido o recurso
deverá conter as razões e contrarrazões (o que atende ao princípio da dialeticidade), assina-
tura, capacidade postulatória (em regra, exige-se advogado para interposição) e, como regra,
deve ser apresentado na forma escrita.

Desistência e Renúncia ao Direito de Recorrer


Da Desistência

Quando falamos em desistência, estamos diante de um recurso que foi interposto, porém,
o recorrente (quem interpôs a peça) poderá desistir a qualquer momento até o julgamento (en-
cerramento). A desistência não depende de anuência da outra parte e não admite retratação,
haja vista que, quando manifestada, acarreta preclusão.

Art. 998. O recorrente poderá, a qualquer tempo, sem a anuência do recorrido ou dos litisconsortes,
desistir do recurso.
Parágrafo único. A desistência do recurso não impede a análise de questão cuja repercussão geral
já tenha sido reconhecida e daquela objeto de julgamento de recursos extraordinários ou especiais
repetitivos.

Caso haja a desistência do recurso, isso não impedirá a análise da questão cuja repercussão
geral já tenha sido reconhecida e daquela objeto de julgamento de Recursos Extraordinários ou
Recursos Especiais Repetitivos.

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Da Renúncia e da Aquiescência

Na renúncia e na aquiescência, ao contrário da desistência, ainda não ocorreu à interposição


do recurso. A renúncia trata-se de ato unilateral e, por conseguinte, não depende da aceitação da
outra parte. A aquiescência se caracteriza por ser uma manifestação (expressa ou tácita) no sen-
tido de concordar com a decisão judicial, emanada por quem tem o direito de recorrer. Podem ser:
• Expressa: a parte exteriorizada o desejo de não recorrer, ela se manifesta. A título ilus-
trativo, imagine uma demanda em que, após a sentença, uma das partes expressa que
não possui interesse em recorrer, porquanto deseja por fim ao desconformo emocional
vivido. Contudo, após declarar essa condição, interpõe recurso para reexaminar parte na
qual tenha sucumbido. Diante dessa aquiescência, não será conhecido o recurso.
• Tácita: é o caso do sujeito processual o qual, conquanto não manifeste a vontade de
recorrer, aceita a decisão sem interposição de recurso ou pratica ato incompatível com o
desejo de recorrer, por exemplo, paga o valor da condenação referente a danos materiais
após a sentença.

Art. 999. A renúncia ao direito de recorrer independe da aceitação da outra parte.


Art. 1.000. A parte que aceitar expressa ou tacitamente a decisão não poderá recorrer.
Parágrafo único. Considera-se aceitação tácita a prática, sem nenhuma reserva, de ato incompatível
com a vontade de recorrer.

Com base na classificação adotada pelo grande mestre Barbosa Moreira, os requisitos
de admissibilidade recursais podem ser divididos entre: intrínsecos (cabimento, legitimidade,
interesse e inexistência de fato impeditivo ou extintivo do direito de recorrer) e extrínsecos
(tempestividade, preparo e regularidade formal).

Efeitos dos Recursos


Estudar os efeitos dos recursos é ter em mente que as classificações irão variar de acordo
com a Doutrina adotada. Nesse conduto de raciocínio, irei parafrasear o grande mestre Barbo-
sa Moreira quando advertiu que não existem classificações certas ou erradas, mas úteis ou
inúteis e, nesse passo, faremos uma análise voltada para os certames públicos.
Os efeitos dos recursos são:
• Obstativo: um dos efeitos dos recursos é o de obstar, impedir que haja o trânsito em
julgado da sentença. Porém, isso não impede que a decisão produza efeitos.
• Devolutivo: o efeito devolutivo se refere à devolução da matéria ao Poder Judiciário, a
fim de que ela seja reanalisada pela instância superior. É atribuído ao todos os recursos.
Nesses casos, a apreciação versará sobre o que foi acostado à peça recursal, ou seja,
não examinará além do que fora alegado (estará adstrito ao que foi impugnado) arvo-
rado no princípio tantum devolutum quantum appellatum, salvo se houver matéria de
ordem pública (que pode ser examinada de ofício).

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• Suspensivo: impede que a decisão proferida produza seus efeitos. Porém, esse efeito
não é atribuído a todos os recursos, porquanto alguns podem possuir (como a apelação,
exceto se for o caso do artigo 1012, § 1º da Lei de Ritos, e algumas Leis esparsas), e ou-
tros não (como, em regra, casos de agravo de instrumento). Chamo sua atenção para o
fato de que o Relator do processo (incumbido de instrui-lo e, ao final, emitir um relatório)
pode atribuir efeito suspensivo aos recursos, caso haja probabilidade de provimento do
recurso e se existir risco de lesão grave de difícil reparação.

Art. 995. Os recursos não impedem a eficácia da decisão, salvo disposição legal ou decisão judicial
em sentido diverso.
Parágrafo único. A eficácia da decisão recorrida poderá ser suspensa por decisão do relator, se da
imediata produção de seus efeitos houver risco de dano grave, de difícil ou impossível reparação, e
ficar demonstrada a probabilidade de provimento do recurso.
(...)
Art. 1026 (...)
§ 1º A eficácia da decisão monocrática ou colegiada poderá ser suspensa pelo respectivo juiz ou
relator se demonstrada a probabilidade de provimento do recurso ou, sendo relevante a fundamen-
tação, se houver risco de dano grave ou de difícil reparação.

• Veja, o efeito suspensivo poderá ser previsto em lei (ope legis) ou concedido pelo Juiz
(ope judicis), com estribo no parágrafo único do artigo 995 do NCPC.
• Expansivo
• O efeito expansivo pode ser dividido em:
• Efeito expansivo subjetivo: ocorre quando houver litisconsórcio e o resultado do recurso
puder atingir aquele que não recorreu. Nesses casos, será admissível em litisconsórcio
unitário (decisão atinge a todos) e quando for simples, irradiará efeitos se a matéria
alegada for comum a todos que ocupam o polo da ação. Imagine o caso em que Pepe
Nouglas se submeta à cirurgia plástica a fim de parecer com um ator de cinema, mas
fica parecido com um monstro do pântano e, a partir de agora, só pode figurar em filmes
de terror. Diante disso, Nouglas propõe ação em desfavor do hospital e do médico (litis-
consórcio passivo) em razão do dano sofrido. Suponha, ainda, que Pepe tenha decisão
favorável a seu pleito. Bem, nesse cenário, caso o hospital recorra, mas o médico não, no
sentido de reformar a decisão por inexistência de dano, o recurso também aproveitará
o cirurgião.
• Efeito expansivo objetivo, se refere a um pedido que depende de outro julgamento, como
no caso de uma ação de alimentos que dependerá da decisão acerca da paternidade.
Então, perceba, atento(a) estudante que uma questão é prejudicial em relação a outra, o
julgamento de um interfere no outro.

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Art. 1.005. O recurso interposto por um dos litisconsortes a todos aproveita, salvo se distintos ou
opostos os seus interesses.
Parágrafo único. Havendo solidariedade passiva, o recurso interposto por um devedor aproveitará
aos outros quando as defesas opostas ao credor lhes forem comuns.

• Efeito translativo: versa sobre a possibilidade de o Tribunal apreciar a matéria de ordem


pública (incompetência absoluta, prescrição e decadência, pressupostos processuais,
legitimidade e interesse, por exemplo), a qual poderá ser revista de ofício, mesmo que
não seja o objetivo do recurso. Nesse sentido, é permitido ao Tribunal o conhecimento
originário de matérias conhecíveis de ofício.
• Efeito regressivo: no caso do efeito regressivo, pode haver o juízo de retratação pelo
Juiz que proferiu a decisão, que poderá reformar ou anular o que fora decidido.

Art. 485 (...)


§ 7º Interposta a apelação em qualquer dos casos de que tratam os incisos deste artigo, o juiz terá
5 (cinco) dias para retratar-se.

Dos Princípios Aplicados aos Recursos


Bem, amigo(a) do Gran Cursos Online, nosso Código de Processo Civil se alicerça sobre
os valores e normas fundamentais estabelecidas na Constituição. Nesse sentido, tem-se, em
sede de recursos, o Duplo Grau de Jurisdição (implícito da Carta Magna), princípio fundamen-
tal adotado pela nova processualística civil. Por esse princípio, uma matéria, objeto de sucum-
bência, poderá ser carreada ao Poder Judiciário a fim de ser reanalisada.

Há posicionamento doutrinário no sentido de que o duplo grau de jurisdição não é um princípio


constitucional implícito.

Art. 1º O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os valores e as normas
fundamentais estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil, observando-se as
disposições deste Código.

Além do princípio supramencionado, pode-se citar os seguintes princípios do Processo


Civil aplicados aos recursos:

Princípio da Taxatividade
Por esse princípio, só podem ser manejados recursos expressos em Lei Federal (a maior
parte prevista no Código de Processo Civil). O artigo 994 da Lei de Ritos prevê um rol de recur-
sos. Veja, prezado(a) estudante, existem recursos previstos em leis esparsas, como o recurso
inominado previsto na Lei n. 9.099/95 e embargos infringentes (previstos na Lei de Execuções
Fiscais, 6.830/80), os quais não foram adotados pela Nova Lei de Ritos.
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Recursos
Anderson Ferreira

Princípio da Unicidade ou Singularidade Recursal


Por esse princípio, para cada decisão recorrida há um recurso apropriado, a fim de reexa-
miná-la. Então, se for uma sentença, será cabível o recurso de apelação, decisão interlocutória
será atacável por agravo de instrumento. Contudo, esse princípio é mitigado (flexibilizado) em
casos de embargos de declaração (que podem ser interpostos com outro recurso) e em casos
de Recurso Especial e Recuso Extraordinário (os quais podem ser interpostos de forma conjun-
ta em petições separadas).

Princípio da Fungibilidade
O princípio da fungibilidade se refere à possibilidade de o Poder Judiciário aceitar um re-
curso, interposto de forma equivocada, por outro. Nesse passo, há uma dúvida objetiva quan-
to à interposição do recurso. Estava previsto no Código de 1939. A fungibilidade é utilizada
pelo Poder Judiciário e encontra amparo no Código de 2015 (fungibilidade típica, prevista em
lei, como no caso do artigo 1024, § 3º do NCPC). Por esse princípio, não importa a forma, mas
o desejo inequívoco de recorrer da decisão proferida.
Para além do exposto, tem-se que a fungibilidade poderá atípica (que dependerá do caso
concreto) a qual deverá preencher alguns requisitos, quais sejam: dúvida fundada acerca do
caso concreto (controvérsia na doutrina ou jurisprudência); inexistência de erro grosseiro e
ausência de má-fé.
Veja que interessante!
O conceito de “dúvida objetiva”, para a aplicação do princípio da fungibilidade recursal,
pode ser relativizado, excepcionalmente, quando o equívoco na interposição do recurso cabí-
vel decorrer da prática de ato do próprio órgão julgador. Vide STJ, 2ª Seção. EAREep 230.380-
RN. Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 13/09/2017 (Info 613).

Princípio da Proibição a Reformatio in Pejus


Veja, querido (a), pelo princípio ora examinado, veda-se a reforma da decisão para agravar
a situação do recorrente. Em outras palavras, o resultado do recurso não poderá piorar a situa-
ção jurídica daquele que recorreu. Nesse sentido, o Juiz só analisa o que foi objeto do pedido,
arvorado no princípio tantum devolutum quantum appellatum, de modo a analisar apenas o que
fora pleiteado.
Veja que interessante!
Com base no efeito translativo do recurso, o Juiz poderá examinar matérias de ordem pú-
blica, mesmo que isso traga prejuízo ao recorrente. À guisa de exemplo, seria o caso de recur-
so interposto Bill, o qual intenta receber o valor total de uma dívida (que fora reconhecida em
99,9%, mas ele queria 100%). Contudo, o Julgador percebeu que o Juiz o qual julgou o caso era

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Recursos
Anderson Ferreira

absolutamente incompetente para o julgamento (questão de ordem pública). Sendo assim, o


Magistrado poderá reconhecer a incompetência absoluta, de ofício, mesmo que Bill ganhe 0%.
Diante do exposto, percebe-se que o efeito translativo flexibiliza, mitiga o princípio da proibição
da reformatio in pejus.

Princípio da Complementariedade
Se no processo houver a interposição do recurso, aquele que interpôs a peça deverá ofe-
recer as razões e a outra parte contrarrazões, sob pena de haver a preclusão consumativa e,
com efeito, não ser mais possível nenhuma alegação. No entanto, o artigo 1.024, § 4º da Lei n.
13.105 de 2015 excepciona essa regra de modo a permitir que quem já tenha recorrido comple-
mente as razões do recurso. Nesse cenário, imagine que Bill ocupe o polo ativo de uma deman-
da e oponha embargos de declaração no quarto dia (lembre-se de que ele possui cinco dias
para opor o aludido recurso), porquanto fizera dois pedidos e um deles foi deferido e outro não,
mas a sentença relativa ao segundo pleito fora obscura. Contudo, suponha que Pepe (ocupan-
te do polo passivo da demanda) tenha manejado uma apelação no terceiro dia (lembro-te que o
ele possui quinze dias para apelar). Pense, ainda, que Bill logre êxito quanto ao segundo pedido
no julgamento dos embargos de declaração, ou seja, é atribuído aos embargos o efeito modi-
ficativo. Nesse caso, Pepe poderá complementar a apelação ou alterar as razões nos limites
da modificação (na situação hipotética, quanto ao segundo pedido, uma vez que a apelação se
referiu ao primeiro pleito), no prazo de 15 (quinze) dias, contados da intimação dos embargos.

§ 4º Caso o acolhimento dos embargos de declaração implique modificação da decisão embargada,


o embargado que já tiver interposto outro recurso contra a decisão originária tem o direito de com-
plementar ou alterar suas razões, nos exatos limites da modificação, no prazo de 15 (quinze) dias,
contado da intimação da decisão dos embargos de declaração.

O PULO DO GATO
Segundo o § 5º do artigo 1.024 do Novo Código: “Se os embargos de declaração forem rejeita-
dos ou não alterarem a conclusão do julgamento anterior, o recurso interposto pela outra parte
antes da publicação do julgamento dos embargos de declaração será processado e julgado
independentemente de ratificação”.

Recurso Adesivo
O Código de Processo Civil de 2015 prevê a possibilidade de interposição de recurso adesi-
vo. Como assim, professor? Um recurso que “cola” no outro? Rs. Bem, prezado (a), estudante,
e mais ou menos por aí, o termo tem que te ajudar! Veja, quando as partes sucumbirem de
forma recíproca, e uma delas recorrer tempestivamente (nos moldes temporais previstos pelo
Código), é possível que o outro sucumbente se utilize desse expediente. Imagine que Pepe
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Recursos
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Nouglas ingressou com uma ação de reparação de danos em desfavor de Bill. Pepe pediu R$
1.000 como valor da causa e Bill contestou a inicial, de modo a refutar o valor total, mas reco-
nheceu que deveria pagar R$ 600,00. O Juiz proferiu sentença a qual condenou Bill a retirar a
onça pintada do bolso e pagar R$ 750,00. Perceba, que nem Pepe nem Bill foram totalmente
contemplados com relação às intenções, ou seja, ambos foram reciprocamente sucumbentes.
Diante do exemplo acima, caso Pepe interponha recurso de apelação contra a sentença
proferida e Bill não tenha interposto no prazo de 15 dias (lapso temporal para apelar de forma
tempestiva), Bill poderá interpor recurso, ainda assim, desde que observe as exigências legais.
Todavia, o recurso de Bill, fica subordinado ao recurso de Pepe, inclusive quanto à admissibi-
lidade (observância do cabimento, tempestividade, legitimidade, preparo) e não será admitido
caso o recorrente (Pepe) desista do recurso (que é o principal).

Art. 997. Cada parte interporá o recurso independentemente, no prazo e com observância das exi-
gências legais.
§ 1º Sendo vencidos autor e réu, ao recurso interposto por qualquer deles poderá aderir o outro.
§ 2º O recurso adesivo fica subordinado ao recurso independente, sendo-lhe aplicáveis as mesmas
regras deste quanto aos requisitos de admissibilidade e julgamento no tribunal, salvo disposição
legal diversa, observado, ainda, o seguinte:
I – será dirigido ao órgão perante o qual o recurso independente fora interposto, no prazo de que a
parte dispõe para responder;
II – será admissível na apelação, no recurso extraordinário e no recurso especial;

Veja, cauteloso(a) leitor(a), a admissibilidade do recurso adesivo se refere à apelação, re-


curso extraordinário e recurso especial.

III – não será conhecido, se houver desistência do recurso principal ou se for ele considerado inadmissível.

O artigo 1.008 do Novo Código estabelece que o julgamento proferido pelo Tribunal substituirá
a decisão impugnada no que tiver sido objeto de recurso, ou seja, possuirá um efeito substitutivo.

Art. 1.008. O julgamento proferido pelo tribunal substituirá a decisão impugnada no que tiver sido
objeto de recurso.

Veja que interessante!


O recurso adesivo possui dois requisitos, quais sejam:

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Querido(a), em arremate a parte geral dos recursos, chamo sua atenção para o fato de que,
nos tempos atuais, recorrer se tornou mais caro, de modo que é preciso que o recorrente fique
atento quanto à interposição de recurso, porquanto, caso seja sucumbente, os honorários do
advogado poderão ser majorados em até 20% em relação à quantia estabelecida em 1º grau.
Essa é uma inovação da Lei Adjetiva.

Art. 85. A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao advogado do vencedor.


(...)
§ 2º Os honorários serão fixados entre o mínimo de dez e o máximo de vinte por cento sobre o valor
da condenação, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor
atualizado da causa, atendidos:
(...)
§ 11. O tribunal, ao julgar recurso, majorará os honorários fixados anteriormente levando em conta
o trabalho adicional realizado em grau recursal, observando, conforme o caso, o disposto nos §§
2º a 6º, sendo vedado ao tribunal, no cômputo geral da fixação de honorários devidos ao advogado
do vencedor, ultrapassar os respectivos limites estabelecidos nos §§ 2º e 3º para a fase de conhe-
cimento.

Veja que interessante!


É cabível a fixação de honorários recursais, prevista no art. 85, § 11 (1), do Código de
Processo Civil (CPC), mesmo quando não apresentadas contrarrazões ou contraminuta
pelo advogado
O Tribunal, por unanimidade, negou provimento a agravo regimental em ação originária e,
por maioria, fixou honorários recursais.
Quanto à fixação de honorários recursais, prevaleceu o voto do ministro Luiz Fux, que confir-
mou o entendimento fixado pela Primeira Turma. Para ele, a sucumbência recursal surgiu com
o objetivo de evitar a reiteração de recursos; ou seja, de impedir a interposição de embargos
de declaração, que serão desprovidos, independentemente da apresentação de contrarrazões.
A finalidade não foi remunerar mais um profissional, porque o outro apresentou contrarrazões.
O ministro Edson Fachin afirmou que a expressão “trabalho adicional”, contida no § 11 do
art. 85 do CPC, é um gênero que compreende várias espécies, entre elas, a contraminuta e as
contrarrazões. STF, Plenário, AO 2063 AgR/CE, rel. orig. Min, Marco Aurélio red. p/ o ac. Min,
Luiz Fux, julgado em 18/05/2017 (Info 865).

Segundo o enunciado n. 16 da Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistra-


dos (ENFAM), “Não é possível majorar os honorários na hipótese de interposição de recurso no
mesmo grau de jurisdição (art. 85, § 11, do CPC/2015)”.

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Recursos
Anderson Ferreira

Dos Recursos em Espécie


Amigo(a), vimos que o artigo 994 da Lei de Ritos estabelece um rol, taxativo, de recursos
cabíveis contra decisões judiciais. Sendo assim, vamos analisá-los a partir de agora.

Da Apelação
Nesse momento da aula, irei comentar com você a respeito da apelação, cuja previsão está
encartada no Código de Processo Civil de 2015 dos artigos 1.009 a 1.014.
A apelação possui o objetivo de atacar sentenças definitivas (extinguem o processo com
resolução de mérito) ou terminativas (extinguem o processo sem resolução de mérito), ou seja,
é um recurso cabível em decisões que finalizam o processo de conhecimento ou extinguem
a execução.

Art. 1.009. Da sentença cabe apelação.

Prezado(a) estudante, a Lei de Ritos de 2015 prevê que as decisões interlocutórias contra
as quais não seja cabível agravo de instrumento (rol previsto no artigo 1.015) não serão aco-
bertadas pela preclusão e devem ser suscitadas em preliminar de apelação (pelo apelante)
ou na peça de contrarrazões (pelo apelado), de modo que o recorrente (aquele interpôs a ape-
lação) será intimado no prazo de 15 (quinze) dias para manifestar-se. Acaso essas questões
não sejam suscitadas em momento oportuno, sobre elas incidirá a preclusão e, com efeito, não
serão analisadas.

§ 1º As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não comportar


agravo de instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas em preliminar de
apelação, eventualmente interposta contra a decisão final, ou nas contrarrazões.
§ 2º Se as questões referidas no § 1º forem suscitadas em contrarrazões, o recorrente será intima-
do para, em 15 (quinze) dias, manifestar-se a respeito delas.
§ 3º O disposto no caput deste artigo aplica-se mesmo quando as questões mencionadas no art.
1.015 integrarem capítulo da sentença.

Como a nova processualística não admite o agravo retido, as questões interlocutórias não pre-
vistas no artigo 1.015 poderão ser suscitadas em preliminar de apelação (pelo apelante) ou em
contrarrazões (pelo apelado).

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Dos Requisitos de Admissibilidade da Apelação

O artigo 1.010 da Lei de Ritos estabelece os requisitos para que seja interposta a apelação,
tais como: os nomes e qualificação das partes, exposição das situações de fato e de direito,
as razões da reforma ou da decretação da nulidade das decisões e o pedido de nova decisão.
O prazo para apelação é de 15 (quinze) dias, com a observância dos artigos 180, 186 e 229 do
Novo Código. Chamo sua atenção para o fato de que apelação será interposta no juízo de 1º
grau de jurisdição.

Art. 1.010. A apelação, interposta por petição dirigida ao juízo de primeiro grau, conterá:
I – os nomes e a qualificação das partes;
II – a exposição do fato e do direito;
III – as razões do pedido de reforma ou de decretação de nulidade;
IV – o pedido de nova decisão.
§ 1º O apelado será intimado para apresentar contrarrazões no prazo de 15 (quinze) dias.
§ 2º Se o apelado interpuser apelação adesiva, o juiz intimará o apelante para apresentar contrarra-
zões.

Após as formalidades da peça de apelação, os autos serão remetidos ao Tribunal. Então,


estimado(a) leitor(a), podemos dizer que o processamento se dá em dois momentos distintos,
a interposição será realizada no juízo a quo que fará a remessa ao juízo ad quem. Bem, vamos
esquematizar o que foi dito por meio de representação gráfica:

O juízo de admissibilidade relativo à apelação (em que se analisam os requisitos do recurso,


tais como: tempestividade, cabimento, legitimidade e preparo) ocorre no Tribunal (para onde o
recurso é remetido).

§ 3º Após as formalidades previstas nos §§ 1º e 2º, os autos serão remetidos ao tribunal pelo juiz,
independentemente de juízo de admissibilidade.

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Em alguns momentos desse curso, tive a oportunidade de conversar com você a res-
peito do Relator, aquele a quem compete instruir o recurso e emitir um relatório para o
julgamento do colegiado (o qual é composto por outros Julgadores). Pode-se dizer que
o relator poderá proferir uma decisão monocrática (isolada, sem que outros Julgadores
participem), nos seguintes casos previstos pelo artigo 932, incisos III a V da Lei de Ri-
tos, a saber:

Art. 932. Incumbe ao relator:


(...)
III – não conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou que não tenha impugnado especifica-
mente os fundamentos da decisão recorrida;
IV – negar provimento a recurso que for contrário a:
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal;
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julga-
mento de recursos repetitivos;
c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de
competência;
V – depois de facultada a apresentação de contrarrazões, dar provimento ao recurso se a decisão
recorrida for contrária a:
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal;
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julga-
mento de recursos repetitivos;
c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de
competência;
(...)
Parágrafo único. Antes de considerar inadmissível o recurso, o relator concederá o prazo de 5 (cin-
co) dias ao recorrente para que seja sanado vício ou complementada a documentação exigível.
(...)
Art. 1.011. Recebido o recurso de apelação no tribunal e distribuído imediatamente, o relator:
I – decidi-lo-á monocraticamente apenas nas hipóteses do art. 932, incisos III a V;

No entanto, caso não seja a hipótese de ser proferida decisão monocrática pelo Rela-
tor, ele irá elaborar o voto para que haja o julgamento pelos outros Julgadores que com-
porão o órgão colegiado de julgamento, de modo que os demais Membros do colegiado
poderão seguir o relator (postura muito vista em sessões de julgamento quando um Jul-
gador diz: “voto com o Relator”) ou se posicionarem de modo contrário àquele que elabo-
rou o relatório.

II – se não for o caso de decisão monocrática, elaborará seu voto para julgamento do recurso pelo
órgão colegiado.

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Dos Efeitos da Apelação


• Efeito suspensivo: em regra a apelação terá efeito suspensivo, o qual impede que a de-
cisão produza, de imediato, seus efeitos.

Art. 1.012. A apelação terá efeito suspensivo

• Efeito devolutivo: Esse é um efeito cabível em todos os recursos e está disciplinado no


artigo 1.013 da Lei n. 13.105 de 2015.

Art. 1.013. A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada.

Veja, atento (a) leitor (a), o efeito devolutivo poderá ocorrer em:
• Extensão: cuja análise se restringe aquilo que o apelante pediu. Então, imagine que Bill
tenha apelado em razão de uma sentença desfavorável quanto a um dano moral, danos
emergentes e lucros cessantes. Todavia, Bill recorre, apenas, do dano moral e danos
emergentes. Nesse caso, o julgamento não examinará os lucros cessantes, pois o ape-
lante não pleiteou isso. É uma avaliação em perspectiva horizontal.
• Profundidade: são analisadas todas as questões afetas ao caso, mesmo que não exami-
nadas e discutidas na sentença (juízo a quo). Então, o Tribunal revisita todos os pontos
trazidos no efeito em extensão e todos os meios de prova. A análise possui uma pers-
pectiva vertical e é analisada como diria minha tia: “trás para frente, de frente para trás”.
Perceba, que todas as questões acostadas aos autos serão analisadas, independente de
terem sido ou não examinadas na decisão originária, relativas ao capítulo impugnado.
A questão relativa à profundidade se relaciona aos fundamentos os quais embasaram a
decisão, que podem ser reexaminados pelo Tribunal. Veja como o artigo 1.013 da Lei n.
13.105 de 2015 trata o tema:

Art. 1.013. (...)


§ 1º Serão, porém, objeto de apreciação e julgamento pelo tribunal todas as questões suscitadas e
discutidas no processo, ainda que não tenham sido solucionadas, desde que relativas ao capítulo
impugnado.
§ 2º Quando o pedido ou a defesa tiver mais de um fundamento e o juiz acolher apenas um deles, a
apelação devolverá ao tribunal o conhecimento dos demais.

Além do exposto, o artigo 1.013, §§ 3º e 4º da Lei de Ritos estatue o princípio da causa


madura, por meio do qual o Tribunal poderá decidir o mérito quando estiver em condições de
julgamento.

§ 3º Se o processo estiver em condições de imediato julgamento, o tribunal deve decidir desde logo
o mérito quando:
I – reformar sentença fundada no art. 485;

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II – decretar a nulidade da sentença por não ser ela congruente com os limites do pedido ou da
causa de pedir;
III – constatar a omissão no exame de um dos pedidos, hipótese em que poderá julgá-lo;
IV – decretar a nulidade de sentença por falta de fundamentação.
§ 4º Quando reformar sentença que reconheça a decadência ou a prescrição, o tribunal, se possível,
julgará o mérito, examinando as demais questões, sem determinar o retorno do processo ao juízo
de primeiro grau.
§ 5º O capítulo da sentença que confirma, concede ou revoga a tutela provisória é impugnável na
apelação.

Cumpre destacar que, embora a regra seja atribuir efeito suspensivo a apelação, o artigo
1.012, § 1º, incisos I a VI da Lei de Ritos, elenca hipótese nas quais não se aplica, de plano,
o efeito suspensivo, mas o devolutivo, com produção de efeitos imediatos. Examine comigo
quais são elas:

§ 1º Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a produzir efeitos imediatamente após a sua
publicação a sentença que:
I – homologa divisão ou demarcação de terras;

O inciso acima estatui regras relativas ao procedimento especial de divisão ou demar-


cação de terras

II – condena a pagar alimentos;

Os alimentos se referem a uma situação de urgência as quais estão diretamente relaciona-


das à própria sobrevivência do alimentado, o que não é compatível com a concessão de efeito
suspensivo, de plano, na hipótese ora examinada.

III – extingue sem resolução do mérito ou julga improcedentes os embargos do executado;

O inciso supracitado se refere às sentenças que extinguem o processo sem resolução de


mérito ou que julgam improcedentes os embargos dos executados.

IV – julga procedente o pedido de instituição de arbitragem;


V – confirma, concede ou revoga tutela provisória;

A sentença que confirmar ou refogar a tutela provisória poderá surtir efeitos de imediato.

VI – decreta a interdição.

Estamos diante de um procedimento especial que não se compatibiliza com a concessão


do efeito suspensivo, em razão da urgência de modo a produzir efeitos de imediato.

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Segundo os parágrafos 3º e 4º do artigo 1.012:

§ 3º O pedido de concessão de efeito suspensivo nas hipóteses do § 1º poderá ser formulado por
requerimento dirigido ao:
I – tribunal, no período compreendido entre a interposição da apelação e sua distribuição, ficando o
relator designado para seu exame prevento para julgá-la;
II – relator, se já distribuída a apelação.
§ 4º Nas hipóteses do § 1º, a eficácia da sentença poderá ser suspensa pelo relator se o apelante
demonstrar a probabilidade de provimento do recurso ou se, sendo relevante a fundamentação,
houver risco de dano grave ou de difícil reparação.

• Efeito regressivo: tem cabimento nas sentenças que indeferem a petição inicial (artigo
331 do Novo Código); extinguem o processo sem resolução de mérito (artigo 485, § 7º
da Lei de Ritos) e de improcedência liminar do pedido, por meio da qual o Julgador que
proferiu a decisão pode retratar-se daquilo que for decidido, isto é, reconsiderar o que
fora pedido.

O PULO DO GATO
Nas sentenças que indeferem a petição inicial (previstas no artigo 330) é cabível apelação,
com base no artigo 331 do Novo Código. Lembro a você que é facultado ao Juiz retratar-se da
decisão no prazo de 5 (cinco) dias.

• Efeito translativo: é possível que o Juiz examine de ofício matérias de ordem pública,
mesmo que não tenham sido objeto da apelação.

Veja que interessante!


Mesmo que não tenham sido discutidas no juízo inferior, as questões de fato poderão ser
analisadas em sede de apelação, caso a parte prove que não suscitou em razão de força maior,
com estribo no artigo 1.014 da Lei Adjetiva.

Art. 1.014. As questões de fato não propostas no juízo inferior poderão ser suscitadas na apelação,
se a parte provar que deixou de fazê-lo por motivo de força maior.

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Agravo de Instrumento
O agravo de instrumento é um recurso cabível para atacar decisões interlocutórias, as quais
se caracterizam por serem pronunciamentos do Juiz que, conquanto possuam carga decisória,
não põem fim a processo ou fase de conhecimento no processo de cognição, nem extinguem a
execução. Nesse sentido, é possível agravar da decisão no pronunciamento judicial que verse
sobre uma das hipóteses previstas no artigo 1.015 do Código de Processo Civil, o qual passo
a examinar, junto com você.

Não existe mais agravo retido.

Antes do julgamento do REsp 1.704.520/MT de Relatoria da Ministra Nancy Andrighi, ado-


tava-se o posicionamento no sentido de que as hipóteses de cabimento do agravo de instru-
mento estavam encartadas em um rol taxativo, previsto no artigo 1.015 da nova Lei de Ritos.
No entanto, o Tribunal de Cidadania adotou a tese da taxatividade mitigada, por meio da qual
caberá agravo de instrumento fora das hipóteses elencadas pelo artigo 1.015 da Lei 13.105 de
2015, acaso seja verificada a urgência que decorre da inutilidade do julgamento da questão no
recurso de apelação. Agora, chamo sua atenção para o fato de que essa tese será aplicada às
decisões interlocutórias proferidas depois da publicação do aludido julgado.

001. (VUNESP/2020/CÂMARA DE BOITUVA-SP/ANALISTA JURÍDICO) Tendo em vista o en-


tendimento da Jurisprudência recente do Superior Tribunal de Justiça, pode-se corretamente
afirmar que o rol das hipóteses previstas em lei das quais é cabível o manejo do recurso de
agravo de instrumento é:
a) absolutamente taxativo e deve ser interpretado restritivamente, sob pena de não conheci-
mento do recurso.
b) taxativo, mas admite interpretações extensivas ou analógicas, tendo em vista o princípio da
efetividade da prestação jurisdicional.
c) exemplificativo, admitindo-se o recurso fora das hipóteses de cabimento previstas em lei,
desde que presentes os pressupostos recursais.
d) taxativo, podendo excepcionalmente ser mitigado, em razão da urgência, decorrente da inu-
tilidade do julgamento da questão, em momento posterior, no recurso de apelação.
e) exemplificativo, pois se a decisão recorrida estiver em confronto com entendimento fixado
em súmula, repercussão geral ou recurso repetitivo dos Tribunais Superiores, admite-se o agra-
vo de instrumento, mesmo sem expressa previsão legal.

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Vimos, em linhas acima, que o Superior Tribunal de Justiça adotou a taxatividade mitigada
(REsp 1.704.520/MT).
Letra d.

Feitas as considerações acima, vejamos as hipóteses de cabimento de agravo de


instrumento.

Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre:
I - tutelas provisórias;

Essas tutelas foram examinadas por nós, em estudo próprio para o tema (encartado entre
os artigos 294 e 311 da Lei de Ritos). Então, é cabível agravo de instrumento contra decisões
interlocutórias que versem sobre tutela de urgência e de evidência.

II – mérito do processo;

As decisões de mérito relativas ao inciso II, se referem ao julgamento antecipado e parcial


da questão, o qual está previsto no artigo 356 da Lei n. 13.105 de 2015, quando um ou mais pe-
didos ou parcela deles se mostrar incontroverso ou quando estiver em condições de imediato
julgamento, nos moldes do julgamento antecipado do mérito, previsto no artigo 355.

III – rejeição da alegação de convenção de arbitragem;

Se houver rejeição da alegação de convenção de arbitragem, caberá agravo. Todavia, caso


haja aceitação, o recurso cabível será o de apelação.

IV – incidente de desconsideração da personalidade jurídica;

Quando for o caso de incidente de desconsideração de personalidade jurídica (com previ-


são nos artigos 133 a 137 da Lei 13.105 de 2015) a decisão será atacável por meio de agravo
de instrumento.

V – rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de sua revogação;

Bem, caso o pedido de gratuidade da justiça seja rejeitado ou acolhido o pedido de sua re-
vogação, será uma decisão agravável. Perceba, atento (a) estudante, que não cabe agravo para
a decisão que defere o benefício, mas para que rejeita ou acolhe pedido de revogação.

VI – exibição ou posse de documento ou coisa;

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Essa é uma situação que deve ser resolvida de forma rápida no processo, haja vista versar
sobre documentos ou coisas as quais constituem elementos probatórios relativos ao caso
examinado, que podem ter grande relevância para o julgamento.

VII – exclusão de litisconsorte;

Cabe agravo quando for excluído um dos integrantes dos polos da demanda em caso de
litisconsórcio.
Veja que interessante!

JURISPRUDÊNCIA
Não cabe agravo de instrumento contra decisão de indeferimento do pedido de exclu-
são de litisconsorte. STJ. 3ª Turma, REsp 1.724.453, Rel Min Nancy Andrighi, julgado em
19/03/2019 (Info 644).

VIII – rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio;

Nesse caso, está-se diante de um litisconsórcio multitudinário e o Juiz decide restringir o


número de litisconsortes por meio do desmembramento do processo. Todavia, a rejeição do
pedido de limitação é agravável.

IX – admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros;

Tanto a admissão como inadmissão de intervenção de terceiros é agravável, salvo quando


se tratar da figura do amicus curiae, por força do artigo 138, §1º da Lei adjetiva.

Art. 138. O juiz ou o relator, considerando a relevância da matéria, a especificidade do tema objeto
da demanda ou a repercussão social da controvérsia, poderá, por decisão irrecorrível, de ofício ou a
requerimento das partes ou de quem pretenda manifestar-se, solicitar ou admitir a participação de
pessoa natural ou jurídica, órgão ou entidade especializada, com representatividade adequada, no
prazo de 15 (quinze) dias de sua intimação.
§ 1º A intervenção de que trata o caput não implica alteração de competência nem autoriza a inter-
posição de recursos, ressalvadas a oposição de embargos de declaração e a hipótese do § 3º.
X – concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à execução;

Em regra, os embargos à execução (tratados em aula específica), não são dotados de efei-
to suspensivo. Porém, pode ser atribuído o aludido efeito, caso presentes os requisitos auto-
rizadores das tutelas provisórias. Acaso seja concedido, modificado ou revogado o efeito, a
decisão será agravável.

XI – redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, § 1o;

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Em regra o ônus da prova recaí sobre aquele que alega os fatos (Teoria da Carga Estática).
Entretanto, há caos de redistribuição do ônus da prova (aplicação da Teoria da Carga Dinâmi-
ca). Nesses casos, é possível interpor agravo de instrumento.

Art. 373. O ônus da prova incumbe:


I – ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito;
II– ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor.
§ 1º Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à impossibilida-
de ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos do caput ou à maior facilidade de
obtenção da prova do fato contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde
que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desin-
cumbir do ônus que lhe foi atribuído.
XII – (VETADO);

Esse inciso versava sobre a conversão da ação individual em coletiva.

XIII – outros casos expressamente referidos em lei.

São situações que podem ser previstas por legislação, como, por exemplo, casos previstos
nos artigos 354, § único da Lei Adjetiva.

Parágrafo único. Também caberá agravo de instrumento contra decisões interlocutórias proferidas
na fase de liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença, no processo de execução e no
processo de inventário.

002. (VUNESP/2017/PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS-SP/PROCURADOR) A deci-


são que exclui uma das partes do polo passivo, apreciando parcialmente o mérito, extinguindo
em relação a ela o processo, deve ser reformada com
a) apelação.
b) apelação, quando do julgamento final do feito.
c) agravo de instrumento.
d) agravo de instrumento para o autor e apelação para o excluído.
e) embargos de declaração.

Segundo o artigo 1.015 do CPC de 2015: “Cabe agravo de instrumento contra as decisões in-
terlocutórias que versarem sobre: (...)VII - exclusão de litisconsorte”. Ademais, o artigo 354 da
Lei n. 13.105 de 2015 estabelece que: “Ocorrendo qualquer das hipóteses previstas nos arts.
485 e 487, incisos II e III , o juiz proferirá sentença. Parágrafo único. A decisão a que se refere

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o caput pode dizer respeito a apenas parcela do processo, caso em que será impugnável por
agravo de instrumento”.
Letra c.

003. (VUNESP/2017/CÂMARA DE SUMARÉ-SP/PROCURADOR JURÍDICO) Havendo julga-


mento antecipado parcial do mérito, o recurso cabível para a parte interessada é:
a) Apelação.
b) Apelação, quando julgada a ação toda, sem preclusão do julgamento parcial.
c) Pedido de reconsideração.
d) Agravo retido.
e) Agravo de instrumento.

Segundo o artigo 356, parágrafo 5º: “O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais
dos pedidos formulados ou parcela deles: (...) § 5º A decisão proferida com base neste artigo
é impugnável por agravo de instrumento”. Ademais, o artigo 1.015 dispõe que: “Cabe agra-
vo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre: (...) II – mérito do
processo”.
Letra e.

Bem amigo do Gran Cursos Online, o agravo de instrumento possui um processamen-


to apresentado diretamente ao Tribunal competente para o julgamento do recurso (juízo ad
quem), com base no artigo 1.016. Então, interposição se dará da seguinte forma:

Veja, estimado (a) leitor (a), por meio de petição, o agravo será endereçado ao Tribunal e
conterá os requisitos previstos pelos incisos do artigo 1.016, cujo teor colaciono abaixo.

Art. 1.016. O agravo de instrumento será dirigido diretamente ao tribunal competente, por meio de
petição com os seguintes requisitos:
I – os nomes das partes;
II – a exposição do fato e do direito;
III – as razões do pedido de reforma ou de invalidação da decisão e o próprio pedido;
IV – o nome e o endereço completo dos advogados constantes do processo.

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Um ponto interessante no que se refere ao processamento do agravo é que ele irá direto ao
Tribunal competente. Nesse cenário, é necessário que se forme um instrumento, composto de
cópias das principais peças do processo, a fim de enviar para o juízo ad quem, com o objetivo
de que o recurso seja compreendido e, por conseguinte, examinado. O artigo 1.017 da Lei de
Ritos consigna quais são as peças que deverão instruir o agravo de instrumento, com cópias
obrigatórias e outras facultativas.

Art. 1.017. A petição de agravo de instrumento será instruída:


I – obrigatoriamente, com cópias da petição inicial, da contestação, da petição que ensejou a deci-
são agravada, da própria decisão agravada, da certidão da respectiva intimação ou outro documento
oficial que comprove a tempestividade e das procurações outorgadas aos advogados do agravante
e do agravado;
II – com declaração de inexistência de qualquer dos documentos referidos no inciso I, feita pelo
advogado do agravante, sob pena de sua responsabilidade pessoal;
III – facultativamente, com outras peças que o agravante reputar úteis.

Se houver alguma irregularidade na apresentação do recurso, o relator irá conceder prazo


de 5 (cinco) dias para saneamento da irregularidade ou apresentação de documentação fal-
tante, antes de considerar inadmissível o recurso, conforme o parágrafo único do artigo 932 da
Lei Adjetiva.

004. (VUNESP/2017/CÂMARA DE SUMARÉ-SP/PROCURADOR JURÍDICO) Havendo inter-


posição do agravo de instrumento, verificando a falta de cópia de qualquer peça obrigatória, o
relator deverá
a) inadmitir o recurso.
b) não conhecer do recurso.
c) receber o recurso e determinar sua complementação.
d) conhecer do recurso e determinar que a serventia complemente a documentação.
e) conceder ao agravante prazo de cinco dias para a complementação da documentação.

Art. 1.017. A petição de agravo de instrumento será instruída:


§ 3º Na falta da cópia de qualquer peça ou no caso de algum outro vício que comprometa a admis-
sibilidade do agravo de instrumento, deve o relator aplicar o disposto no art. 932, parágrafo único.

Nesse sentido, concede-se 5 dias ao agravante para complementar a documentação.


Letra e.

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Bem, o prazo para a interposição do agravo de instrumento é de 15 (quinze) dias, recuso o


qual exige o preparo (pagamento das custas) do porte, remessa e retorno com base na tabela
dos Tribunais.

§ 1º Acompanhará a petição o comprovante do pagamento das respectivas custas e do porte de


retorno, quando devidos, conforme tabela publicada pelos tribunais.

Cumpre destacar que se os processos não forem eletrônicos, o agravante deverá informar
a juízo a quo (onde tramita o processo) acerca da interposição do recurso em 3 (três) dias, com
a cópia da petição do agravo. Caso não faça e o agravado informe esse fato ao Juiz, ocorrerá a
inadmissibilidade do Recuso. A comunicação mencionada permite ao Juiz exercer a retração e
comunicá-la ao relator (o qual, diante disso, considerará prejudicado o recurso).

Art. 1.018. O agravante poderá requerer a juntada, aos autos do processo, de cópia da petição do
agravo de instrumento, do comprovante de sua interposição e da relação dos documentos que ins-
truíram o recurso.
§ 1º Se o juiz comunicar que reformou inteiramente a decisão, o relator considerará prejudicado o
agravo de instrumento.
§ 2º Não sendo eletrônicos os autos, o agravante tomará a providência prevista no caput, no prazo
de 3 (três) dias a contar da interposição do agravo de instrumento.
§ 3º O descumprimento da exigência de que trata o § 2o, desde que arguido e provado pelo agrava-
do, importa inadmissibilidade do agravo de instrumento.

Essa regra não vale para processos eletrônicos.

O Agravo de instrumento será recebido pelo Tribunal e distribuído ao Relator. Se não for
o caso de aplicação dos incisos III e V do artigo 932, a saber: “III - não conhecer de recurso
inadmissível, prejudicado ou que não tenha impugnado especificamente os fundamentos da
decisão recorrida; V - depois de facultada a apresentação de contrarrazões, dar provimento ao
recurso se a decisão recorrida for contrária a: a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Supe-
rior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal; b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Fe-
deral ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivo) entendimento
firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência”,
o Relator poderá adotar as algumas posturas no prazo de 5 (cinco) dias, as quais mostro a
você por meio do esquema a seguir.

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Por fim, o relator irá solicitar dia para o julgamento, em prazo não superior a 1 (um) mês da
intimação do agravado, consoante o artigo 1.020 da Lei de Ritos.
Veja que interessante!
Segundo entendimento do Tribunal de Cidadania, é possível que as peças que formam o
agravo de instrumento sejam apresentadas em DVD. Vide STJ, 2ª Turma. REsp 1.608.298-SP.
Rel. Herman Benjamin, julgado em 1/9/2016 (Info 591).
Bem, querido(a) amigo(a) do Gran Cursos Online, após as considerações vistas no decorrer
desta aula, despeço-me de você, porém, sem fazer referência ao nosso próximo encontro, pois
essa foi a última aula do nosso curso de Processo Civil.
Foi uma imensa satisfação e uma grande honra estar contigo durante essa preparação.
Cada letra, palavra, linha ou página escrita nesse curso tiveram o mais absoluto empenho e
cuidado. Sou e sempre fui um grande admirador dos meus queridos estudantes e peço a você:
acredite em suas potencialidades! Arrume, sempre, um motivo para não desistir!
No mais, conte comigo! Desejo que Deus abençoe sua vida e, com efeito, todos os seus
projetos! Um forte abraço, do seu parceiro, Anderson Ferreira.

Eu pedi forças e Deus me deu dificuldades para me fazer forte. Eu pedi sabedoria e Deus me deu
problemas para resolver. Eu pedi amor e Deus me deu pessoas com problemas para ajudar. Eu pedi
favores e Deus me deu oportunidades. Eu não recebi nada que pedi, mas tive tudo o que precisava.
– Desconhecido

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Vamos iniciar nossa bateria de exercícios com o objetivo de fixarmos os conteúdos traba-
lhados durante nosso bate-papo de hoje, venha comigo!

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QUESTÕES DE CONCURSO
005. (2017/CESPE/TRE-BA/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA) Acerca do
sistema recursal previsto no CPC, julgue os itens a seguir.
I – O recorrente só poderá desistir do recurso com a anuência do recorrido e dos litisconsortes.
II – Os embargos de declaração interrompem o prazo para a interposição de recurso.
III – Não comprovado o recolhimento do preparo no ato da interposição do recurso, a parte
será intimada, na pessoa do seu advogado, para realizar o pagamento em dobro, sob pena
de deserção.
Assinale a opção correta.
a) Apenas o item I está certo
b) Apenas o item II está certo.
c) Apenas os itens I e III estão certos.
d) Apenas os itens II e III estão certos.
e) Todos os itens estão certos.

I – Errado. Querido (a), segundo o artigo 998 da Lei de Ritos: “O recorrente poderá, a qualquer
tempo, sem a anuência do recorrido ou dos litisconsortes, desistir do recurso”.
II – Certo. A assertiva está em consonância com o que prevê o artigo 1.026, haja vista a inter-
posição de embargos de declaração interromper o prazo para interposição de recurso.
III – Certo. Segundo o artigo 1.007 § 4º: “O recorrente que não comprovar, no ato de interpo-
sição do recurso, o recolhimento do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, será
intimado, na pessoa de seu advogado, para realizar o recolhimento em dobro, sob pena de
deserção”.
Letra d.

006. (2017/CESPE/PREFEITURA DE FORTALEZA - CE/PROCURADOR DO MUNICÍPIO) Jul-


gue o item seguinte, com base no que dispõe o CPC sobre atos processuais, deveres das par-
tes e dos procuradores e tutela provisória.
A sucumbência recursal com majoração dos honorários já fixados na sentença pode ocorrer
tanto no julgamento por decisão monocrática do relator como por decisão colegiada, mas, se-
gundo entendimento do STJ, não é possível majorar os honorários na interposição de recurso
no mesmo grau de jurisdição.

A assertiva se alinha com o enunciado aprovado n. 16 da ENFAM, a saber: “Não é possível ma-
jorar os honorários na hipótese de interposição de recurso no mesmo grau de jurisdição (art.
85, § 11, do CPC/2015)”.
Certo.

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007. (2018/FCC/MPE-PB/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO) Quanto aos recursos,


a) a apelação terá, como regra, somente o efeito devolutivo.
b) dos despachos cabe o recurso de correição parcial; das decisões interlocutórias cabe agra-
vo de instrumento e das sentenças cabe apelação.
c) a renúncia ao direito de recorrer depende da aceitação da outra parte.
d) o recorrente poderá, a qualquer tempo, sem a anuência do recorrido ou dos litisconsortes,
desistir do recurso; a desistência do recurso não impede a análise de questão cuja repercus-
são geral já tenha sido reconhecida e daquela objeto de julgamento de recursos extraordiná-
rios ou especiais repetitivos.
e) o recurso adesivo fica de início subordinado ao recurso independente, mas se deste houver
desistência ou for considerado inadmissível subsistirá autonomamente, sendo conhecido e
julgado como recurso principal.

a) Errada. Amigo (a), consoante o artigo 1012 da Lei Adjetiva, a apelação terá efeito suspensivo
e não apenas devolutivo.

Art. 1.012. A apelação terá efeito suspensivo.



b) Errada. O erro da questão está em afirmar que dos despachos cabe recurso de correição
parcial. Negativo, vimos que o artigo 1.001 do Código assevera que não é cabível recurso nos
despachos.

Art. 1.001. Dos despachos não cabe recurso.

c) Errada. Não, a renúncia não depende da anuência da parte contrária no processo.

Art. 999. A renúncia ao direito de recorrer independe da aceitação da outra parte.



d) Certa. Aí sim, a questão está em harmonia com o que estabelece o artigo 998 da Lei
Adjetiva, veja:

Art. 998. O recorrente poderá, a qualquer tempo, sem a anuência do recorrido ou dos litisconsortes,
desistir do recurso.
Parágrafo único. A desistência do recurso não impede a análise de questão cuja repercussão geral
já tenha sido reconhecida e daquela objeto de julgamento de recursos extraordinários ou especiais
repetitivos.


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e) Errada. Na verdade, o recurso não será conhecido se houver desistência ou não for admitido,
ao revés do que afirma a assertiva.

Art. 997. Cada parte interporá o recurso independentemente, no prazo e com observância das exi-
gências legais.
§ 1º Sendo vencidos autor e réu, ao recurso interposto por qualquer deles poderá aderir o outro.
§ 2º O recurso adesivo fica subordinado ao recurso independente, sendo-lhe aplicáveis as mesmas
regras deste quanto aos requisitos de admissibilidade e julgamento no tribunal, salvo disposição
legal diversa, observado, ainda, o seguinte:
I – será dirigido ao órgão perante o qual o recurso independente fora interposto, no prazo de que a
parte dispõe para responder;
II – será admissível na apelação, no recurso extraordinário e no recurso especial;
III – não será conhecido, se houver desistência do recurso principal ou se for ele considerado inad-
missível.
Letra d.

008. (2018/FCC/DPE-AM/DEFENSOR PÚBLICO - REAPLICAÇÃO) Paulo ajuizou ação inde-


nizatória em face de Umberto, postulando a condenação ao valor de 30 mil reais a título de
danos materiais e 15 mil a título de danos morais. Ao final da instrução, o juiz de primeiro grau
julgou parcialmente procedente o pedido de Paulo e condenou Umberto ao pagamento de 25
mil reais a título de danos materiais e 10 mil reais a título de danos morais, fixando em 15% do
valor da condenação os honorários sucumbenciais. Irresignado, somente Umberto recorreu da
sentença. Neste caso, ao julgar o recurso interposto, o Tribunal competente
a) poderá majorar o valor da condenação e o valor dos honorários de sucumbência em percen-
tual superior a 20% do valor da condenação.
b) não poderá majorar o valor da condenação e nem aumentar o valor dos honorários de
sucumbência.
c) poderá majorar o valor da condenação e o valor dos honorários de sucumbência até o máxi-
mo de 20% do valor da condenação.
d) não poderá majorar o valor da condenação, mas poderá aumentar o valor dos honorários de
sucumbência em percentual superior a 20% do valor da condenação.
e) não poderá majorar o valor da condenação, mas poderá aumentar o valor dos honorários de
sucumbência até o máximo de 20% do valor da condenação.

Querido (a), vamos por partes! Comentamos, durante a aula, que o em sede de recurso a refor-
ma da decisão não poderá agravar a situação do recorrente (proibição à reformatio in pejus).
Contudo, o artigo 85, § 2º e 11º versam acerca dos honorários advocatícios (esses podem
ser majorados em até 20 % (observe que esse percentual é o “teto”, uma inovação do Código
atual). Diante disso, a banca “cravou” a assertiva E como correta e as demais como erradas.

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Art. 85. A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao advogado do vencedor.


(...)
§ 2º Os honorários serão fixados entre o mínimo de dez e o máximo de vinte por cento sobre o valor
da condenação, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor
atualizado da causa, atendidos:
(...)
§ 11. O tribunal, ao julgar recurso, majorará os honorários fixados anteriormente levando em conta o
trabalho adicional realizado em grau recursal, observando, conforme o caso, o disposto nos §§ 2º a
6º, sendo vedado ao tribunal, no cômputo geral da fixação de honorários devidos ao advogado do ven-
cedor, ultrapassar os respectivos limites estabelecidos nos §§ 2º e 3º para a fase de conhecimento.
Letra e.

009. (2017/FCC/DPE-SC/DEFENSOR PÚBLICO SUBSTITUTO) O autor de uma ação deixou


de comparecer à audiência de tentativa de conciliação, razão pela qual o juiz impôs-lhe multa.
Diante desta decisão,
a) há previsão expressa de cabimento de apelação contra tal decisão, de modo que cabe ao
interessado o ônus de recorrer no prazo de quinze dias a partir da intimação da decisão que
impôs a multa, sob pena de preclusão.
b) não há previsão expressa de recurso imediato, mas não haverá preclusão imediatamente,
de modo que a questão poderá ser suscitada em preliminar de apelação contra a decisão final,
ou nas contrarrazões.
c) é irrecorrível e, assim, também não se submete a preclusão e pode ser revista em qualquer
momento do processo, inclusive em recursos ordinários, por meio de simples petição.
d) há previsão expressa de cabimento de agravo de instrumento, de modo que cabe ao interes-
sado o ônus de recorrer no prazo de quinze dias a partir da intimação desta decisão, sob pena
de preclusão.
e) não há previsão expressa de recurso imediato, mas não haverá preclusão, de modo que a
decisão poderá ser suscitada em preliminar de apelação contra a decisão final e desde que
esta seja desfavorável ao autor.

a) Errada. Veja, não há previsão expressa nesse sentido.


b) Certa. A questão se alinha ao que dispõe o artigo 1.009, § 1ºdo Novo Código, haja vista que
se não há previsão expressa de recurso e não for agravável com base no rol do artigo 1.015, a
questão não será coberta pela preclusão e deverá ser suscitada em preliminar de apelação ou
nas contrarrazões.

Art. 1.009. Da sentença cabe apelação.


§ 1º As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não comportar
agravo de instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas em preliminar de
apelação, eventualmente interposta contra a decisão final, ou nas contrarrazões.

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c) Errada. Não, a questão é sim recorrível, consoante vimos no comentário acima.
d) Errada. Amigo (a), o caso narrado pela questão não está previsto no rol do artigo 1015, o
qual traz as hipóteses, para a interposição do agravo de instrumento. Lembro-te acerca da ta-
xatividade mitigada, tratada no decorrer da aula.
e) Errada. A assertiva não se harmoniza com aquilo que é consignado pelo artigo 1009, § 1º
da Lei de Ritos.
Letra b.

010. (2017/FCC/TRT - 11ª REGIÃO (AM E RR)/ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA –


ADAPTADA) A respeito dos recursos, é correto afirmar:
A renúncia do direito de recorrer depende a anuência da outra parte.

O direito de recorrer independe da anuência da outra parte.

Art. 999. A renúncia ao direito de recorrer independe da aceitação da outra parte.


Errado.

011. (2017/FCC/TRT - 11ª REGIÃO (AM E RR)/ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA –


ADAPTADA) A respeito dos recursos, é correto afirmar:
Cabe agravo de instrumento dos despachos.

Não é cabível recurso dos despachos proferidos pelo Juiz.


Errado.

012. (2017/FCC/TRT - 11ª REGIÃO (AM E RR)/ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA –


ADAPTADA) A respeito dos recursos, é correto afirmar:
O recorrente só poderá desistir do recurso com a anuência do recorrido e dos litisconsortes.

Não é necessária a anuência do recorrido, tampouco dos litisconsortes.

Art. 998. O recorrente poderá, a qualquer tempo, sem a anuência do recorrido ou dos litisconsortes,
desistir do recurso.
Errado.

013. (2016/FCC/DPE-ES/DEFENSOR PÚBLICO – ADAPTADA) Sobre o sistema recursal no


novo Código de Processo Civil
Os recursos não impedem a eficácia da decisão, salvo disposição legal ou decisão judicial em
sentido diverso, mas a apelação, como regra, tem efeito suspensivo.

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Anderson Ferreira

A assertiva está alinhada como o que estabelecem os artigos 995 e 1.012 da Lei n. 13.105 de
2015, acompanhe comigo:

Art. 995. Os recursos não impedem a eficácia da decisão, salvo disposição legal ou decisão judicial
em sentido diverso.
Parágrafo único. A eficácia da decisão recorrida poderá ser suspensa por decisão do relator, se da
imediata produção de seus efeitos houver risco de dano grave, de difícil ou impossível reparação, e
ficar demonstrada a probabilidade de provimento do recurso.
(...)
Art. 1.012. A apelação terá efeito suspensivo.
Certo.

014. (2016/FCC/DPE-BA/DEFENSOR PÚBLICO) Analise as proposições abaixo, a respeito


dos recursos:
I – Os recursos impedem, em regra, a eficácia da decisão, salvo disposição legal ou decisão
judicial em sentido contrário.
II – O recorrente pode desistir do recurso sem a anuência do recorrido ou dos litisconsortes,
mas a desistência não impede a análise de questão cuja repercussão geral já tenha sido reco-
nhecida e daquela objeto de julgamento de recursos extraordinários ou especiais repetitivos.
III – Excetuados os embargos de declaração, o prazo para interpor os recursos e para respon-
der-lhes é de quinze dias.
IV – Os embargos de declaração possuem efeito suspensivo da eficácia da decisão e do prazo
para a interposição de outros recursos.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) II e III.
b) I, III e IV.
c) I, II e IV.
d) III.
e) II e IV.

I – Errado. Veja, os recursos NÃO impedem, em regra, a produção de efeitos da decisão, ao


contrário do que assevera o item.

Art. 995. Os recursos não impedem a eficácia da decisão, salvo disposição legal ou decisão judicial
em sentido diverso.

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Anderson Ferreira

II – Certo. O item está alinhado com o artigo 998 da Lei Adjetiva.

Art. 998. O recorrente poderá, a qualquer tempo, sem a anuência do recorrido ou dos litisconsortes,
desistir do recurso.
Parágrafo único. A desistência do recurso não impede a análise de questão cuja repercussão geral
já tenha sido reconhecida e daquela objeto de julgamento de recursos extraordinários ou especiais
repetitivos.

III – Certo. O item está em harmonia com o artigo 1003, § 5º da Lei Adjetiva.

Art. 1.003. O prazo para interposição de recurso conta-se da data em que os advogados, a socieda-
de de advogados, a Advocacia Pública, a Defensoria Pública ou o Ministério Público são intimados
da decisão.
(...)
§ 5º Excetuados os embargos de declaração, o prazo para interpor os recursos e para responder-lhes
é de 15 (quinze) dias.

IV – Errado. O item contraria o artigo 1.026 do Novo Código de Processo Civil.

Art. 1.026. Os embargos de declaração não possuem efeito suspensivo e interrompem o prazo para
a interposição de recurso.
Letra a.

015. (2016/FCC/ELETROBRAS-ELETROSUL/DIREITO) Paulo ajuizou ação de cobrança con-


tra Pedro, julgada procedente em primeiro grau de jurisdição. O processo tramita pelo meio
eletrônico. Inconformado com a sentença Pedro apresenta recurso de apelação dentro do pra-
zo legal, mas não comprova no ato da interposição do recurso, o recolhimento do preparo.
Neste caso,
a) o Magistrado deverá aplicar imediatamente a pena de deserção à Pedro.
b) Pedro será intimado, na pessoa de seu advogado, para realizar o recolhimento em dobro do
valor do preparo, dispensado o porte de remessa e retorno, sob pena de deserção.
c) Pedro será intimado, na pessoa de seu advogado, para recolher o valor do preparo, inclusive
porte de remessa e retorno, sob pena de deserção.
d) Pedro será intimado, na pessoa de seu advogado, para realizar o recolhimento em dobro do
valor do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, sob pena de deserção.
e) Pedro será intimado, na pessoa de seu advogado, para recolher o valor preparo, dispensado
o porte de número e retorno, sob pena de deserção.

Veja, atento(a) estudante, essa questão requer atenção por parte do candidato (a). Caso o
recorrente não demonstre o pagamento de preparo, deverá ser intimado, na pessoa de seu
advogado, para recolher o valor em dobro, sob pena de deserção.

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Anderson Ferreira

Art. 1.007. No ato de interposição do recurso, o recorrente comprovará, quando exigido pela legisla-
ção pertinente, o respectivo preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, sob pena de deserção.
(...)
§ 4º O recorrente que não comprovar, no ato de interposição do recurso, o recolhimento do preparo,
inclusive porte de remessa e de retorno, será intimado, na pessoa de seu advogado, para realizar o
recolhimento em dobro, sob pena de deserção.

Chamo sua atenção para o fato de que o artigo 1.007 da Lei Adjetiva prevê que o preparo abran-
ge o porte de remessa e de retorno, salvo se o processo for eletrônico.

Art. 1.007 (...)


§ 3º É dispensado o recolhimento do porte de remessa e de retorno no processo em autos
eletrônicos.
Letra b.

016. (2018/CESPE/TJ-CE/JUIZ SUBSTITUTO) Em sentença, foi julgado procedente o pedido


autoral, com base em fundamento suficiente. Em recurso, o réu pediu a apreciação de outros
argumentos da defesa que não haviam sido considerados na sentença. O tribunal conheceu
do recurso e, ao julgá-lo, verificou uma questão de ordem pública que não havia sido cogitada
até então na demanda. Com base nessa questão de ordem pública, prolatou-se acórdão que
reformou a sentença.
Com relação aos efeitos recursais no caso hipotético apresentado, são verificados, respectiva
e cronologicamente, os efeitos
a) regressivo, translativo e expansivo.
b) regressivo, devolutivo e translativo.
c) devolutivo, expansivo e translativo.
d) devolutivo, translativo e substitutivo.
e) devolutivo, translativo e regressivo.

Querido(a), a assertiva D está correta, porquanto o recurso possui efeito devolutivo (foi remeti-
do ao Poder Judiciário para que a matéria fosse reanalisada) comum aos recursos. Vimos, no
decorrer da aula que as matérias de ordem pública podem ser analisadas de ofício pelo Juiz
em razão do efeito translativo atribuído aos recursos, e, no caso em tela, ocorreu o efeito subs-
titutivo, haja vista a decisão ter substituído a anteriormente proferida. Posto isso, os efeitos
atribuídos aos recursos foram: devolutivo, translativo e substitutivo.
Letra d.

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017. (2018/CESPE/EBSERH/ADVOGADO) Julgue o item a seguir, considerando as regras do


atual Código de Processo Civil acerca das sentenças e dos recursos.
O Ministério Público estará legitimado a interpor recurso contra decisão judicial quando estiver
atuando como fiscal da lei.

O Parquet será legitimado a interpor recurso tanto como parte, como quanto fiscal da ordem
jurídica (nomenclatura utilizada pelo Código de 2.015).
Certo.

018. (2017/CESPE/TRE-BA/ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA) Acerca do


sistema recursal previsto no CPC, julgue os itens a seguir.
I – O recorrente só poderá desistir do recurso com a anuência do recorrido e dos litisconsortes.
II – Os embargos de declaração interrompem o prazo para a interposição de recurso.
III – Não comprovado o recolhimento do preparo no ato da interposição do recurso, a parte
será intimada, na pessoa do seu advogado, para realizar o pagamento em dobro, sob pena
de deserção.
Assinale a opção correta.
a) Apenas o item I está certo
b) Apenas o item II está certo.
c) Apenas os itens I e III estão certos.
d) Apenas os itens II e III estão certos.
e) Todos os itens estão certos.

I – Errado. Vimos que não é necessário o consentimento do recorrido e dos litisconsortes para
desistência dos recursos.
II – Certo. Sim, essa é a dicção do artigo 1.026 da Lei Adjetiva.
III – Certo. O item está correto com base no artigo 1.007 § 4º da Lei de Ritos.
Letra d.

019. (2018/CESPE/EBSERH/ADVOGADO) Julgue o item a seguir, considerando as regras do


atual Código de Processo Civil acerca das sentenças e dos recursos.
A insuficiência no valor do preparo — que, em regra, constitui um dos requisitos de admissibili-
dade recursal — implica imediata deserção.

Consoante o parágrafo 2º do artigo 1.007 da Lei de Ritos: “A insuficiência no valor do preparo,


inclusive porte de remessa e de retorno, implicará deserção se o recorrente, intimado na pes-
soa de seu advogado, não vier a supri-lo no prazo de 5 (cinco) dias”.
Errado.
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020. (2017/CONSULPLAN/TJ-MG/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS -


REMOÇÃO) Sobre os recursos, assinale a única afirmativa correta:
a) A apelação, como regra, não tem efeito suspensivo.
b) As decisões interlocutórias não recorríveis imediatamente por agravo de instrumento deve-
rão ser questionadas em preliminar de recurso de apelação.
c) Os embargos infringentes foram preservados no CPC/2015.
d) O juízo de admissibilidade do recurso de apelação deve ser realizado perante o juízo de pri-
meira instância.

a) Errada. Consoante o artigo 1012, a apelação terá, em regra, efeito suspensivo.
b) Certa. A assertiva se alinha com o artigo 1009, § 1º da Lei Adjetiva.
c) Errada. Embora sejam admissíveis na Lei de Execuções Fiscais, os embargos infringentes
não são cabíveis na nova dinâmica processual civil prevista na Lei n. 13.105 de 2015.
d) Errado. O juízo de admissibilidade não será realizado pela primeira instância, conforme o
artigo 1.010, § 3º.
Letra b.

021. (2018/FGV/TJ-SC/TÉCNICO JUDICIÁRIO AUXILIAR) Maria e Fátima foram citadas em


uma demanda indenizatória proposta por João, sob o rito comum. Após audiência de media-
ção, que restou infrutífera, apenas Maria constituiu procurador, que apresentou contestação. O
juiz decretou a revelia de Fátima e, finda a fase instrutória, julgou procedente o pedido formu-
lado por João em face de ambas as rés.
Maria, para interpor o recurso de apelação, deverá observar o prazo:
a) simples de 10 dias úteis;
b) simples de 15 dias úteis;
c) dobrado de 20 dias úteis;
d) dobrado de 30 dias úteis;
e) dobrado de 30 dias corridos.

Veja, estimado(a), o prazo para apelação da decisão é de 15 dias úteis. Conforme o artigo 229,
esse lapso temporal só será contado em dobro em caso de litisconsórcio com diferentes pro-
curadores de escritórios de advocacia distintos, o que não é aplicável à questão.

Art. 229. Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de escritórios de advocacia dis-
tintos, terão prazos contados em dobro para todas as suas manifestações, em qualquer juízo ou
tribunal, independentemente de requerimento.
Letra b.

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022. (2018/UEM/ADVOGADO) Pelo Código de Processo Civil de 2015, são cabíveis os seguin-
tes recursos:
a) apelação, agravo de instrumento, agravo interno, embargos de declaração, embargos infrin-
gentes, recurso ordinário, recurso especial, recurso extraordinário, agravo em recurso especial
ou extraordinário e embargos de divergência.
b) apelação, agravo de instrumento, agravo interno, embargos de declaração, recurso ordinário,
recurso especial, recurso extraordinário, agravo em recurso especial ou extraordinário e embar-
gos de divergência.
c) apelação, agravo de instrumento, agravo interno, embargos de declaração, embargos in-
fringentes, reclamação, recurso ordinário, recurso especial, recurso extraordinário, agravo em
recurso especial ou extraordinário e embargos de divergência.
d) apelação, agravo de instrumento, agravo interno, embargos de declaração, reclamação, re-
curso ordinário, recurso especial, recurso extraordinário, agravo em recurso especial ou extra-
ordinário e embargos de divergência.
e) apelação, agravo de instrumento, agravo interno, embargos de declaração, reclamação, con-
flito de competência, recurso ordinário, recurso especial, recurso extraordinário, agravo em
recurso especial ou extraordinário e embargos de divergência.

Conforme o artigo 994, os recursos são cabíveis os recursos mencionados pela assertiva B.

Art. 994. São cabíveis os seguintes recursos:


I – apelação;
II – agravo de instrumento;
III – agravo interno;
IV – embargos de declaração;
V – recurso ordinário;
VI – recurso especial;
VII – recurso extraordinário;
VIII – agravo em recurso especial ou extraordinário;
IX – embargos de divergência.

Chamo sua atenção para o fato de o Código de Processo não admitir mais os embargos infrin-
gentes, admitido pela Lei de Execuções Fiscais.
Letra b.

023. (2018/FGV/TJ-SC/ANALISTA JURÍDICO) Pedro ajuizou ação indenizatória em face de


sociedade de economia mista estadual, pleiteando a condenação desta a lhe pagar verba
correspondente a mil salários mínimos. Finda a fase instrutória, o juiz julgou parcialmente
procedente o pedido, condenando a ré a pagar ao autor a verba equivalente a setecentos sa-
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lários-mínimos. Inconformada, a sociedade de economia mista interpôs recurso de apelação,


pugnando pela reforma integral do julgado, vindo Pedro a fazer o mesmo, embora por meio de
apelo adesivo, em que postulou a majoração da verba indenizatória. Ocorre que, na sequência,
a ré desistiu de sua apelação. Nesse contexto:
a) o recurso da ré não deverá ser conhecido, embora deva sê-lo o de Pedro;
b) o recurso de Pedro não deverá ser conhecido, embora deva sê-lo o da ré;
c) ambos os recursos deverão ser conhecidos;
d) nenhum dos recursos deverá ser conhecido, operando-se o imediato trânsito em julgado
da sentença;
e) nenhum dos recursos deverá ser conhecido, impondo-se a subida dos autos ao tribunal,
mercê do reexame necessário.

Veja, prezado(a) estudante, como a ré (cujo recurso era o principal) não deu continuidade, o
recurso de Pedro não será conhecido, com base no 997 artigo da Lei Adjetiva.

Art. 997. Cada parte interporá o recurso independentemente, no prazo e com observância das exi-
gências legais.
§ 1º Sendo vencidos autor e réu, ao recurso interposto por qualquer deles poderá aderir o outro.
§ 2º O recurso adesivo fica subordinado ao recurso independente, sendo-lhe aplicáveis as mesmas
regras deste quanto aos requisitos de admissibilidade e julgamento no tribunal, salvo disposição
legal diversa, observado, ainda, o seguinte:
I – será dirigido ao órgão perante o qual o recurso independente fora interposto, no prazo de que a
parte dispõe para responder;
II – será admissível na apelação, no recurso extraordinário e no recurso especial;
III – não será conhecido, se houver desistência do recurso principal ou se for ele considerado inad-
missível.
Letra d.

024. (2018/UFPR/COREN-PR/ADVOGADO) No que diz respeito ao sistema recursal do Código


de Processo Civil de 2015, assinale a alternativa correta.
a) Uma das inovações do Código de Processo Civil foi tratar a reclamação como recurso típico
do sistema recursal.
b) Os recursos não impedem a eficácia da decisão, salvo disposição legal ou decisão judicial
em sentido diverso.
c) O amicus curiae não pode interpor recurso algum, de modo que somente têm legitimidade
recursal a parte vencida, o terceiro prejudicado e o Ministério Público, como parte ou como
fiscal da ordem jurídica.

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d) O sistema recursal do Código de Processo Civil de 2015 alterou o regime das preclusões,
devendo a parte que não concorda com qualquer decisão interlocutória interpor agravo de
instrumento.
e) O recolhimento a menor do valor do preparo implica deserção, sendo vedada qualquer opor-
tunidade para suprir o vício.

a) Errada. O rol previsto no artigo 994 não prevê a reclamação como sendo um recurso presen-
te no Novo Código de 2015.
b) Certa. Aí sim! Essa é a dicção do artigo 995 da Lei de Ritos.
c) Errada. O amicus curiae pode interpor embargos de declaração e recorrer da decisão que
julgar o Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas (IRDR), o que torna a assertiva errada
ao afirmar que esse terceiro ao processo não poderia recorrer (vide artigo 138, §§ 1º e 3º).
d) Errada. Veja, consoante o artigo 1.009, § 1º as decisões interlocutórias não agraváveis po-
dem ser suscitadas em preliminar de apelação ou em contrarrazões.
e) Errada. O artigo 1.007, § 2º da Lei Adjetiva estabelece que é possível o pagamento em dobro
do valor do preparo, não a deserção de plano, a qual ocorrerá se não houver o suprimento em
5 dias.
Letra b.

025. (2018/VUNESP/MPE-SP/ANALISTA JURÍDICO DO MINISTÉRIO PÚBLICO – ADAP-


TADA) Com relação aos recursos previstos no Código de Processo Civil, assinale a alternati-
va correta.
a) A decisão que rejeita o pedido de limitação do litisconsórcio é irrecorrível.
b) A desistência do recurso não impede a análise de questão cuja repercussão geral já tenha
sido reconhecida e daquela objeto de julgamento de recursos extraordinários ou especiais
repetitivos.

a) Errada. A rejeição do pedido de limitação do litisconsorte é atacável por agravo de instru-
mento, conforme o artigo 1.015, VIII.
b) Certa. A assertiva está alinhada com o que estabelece o artigo 998, parágrafo único da Lei
de Ritos.
Letra b.

026. (2018/FEPESE/CELESC/ADVOGADO) É correto afirmar sobre recursos:


a) Para aferição da tempestividade do recurso remetido pelo correio, será considerada como
data de interposição a data de recebimento pelo destinatário.
b) O prazo para interposição de recurso para os advogados, a sociedade de advogados, a Ad-
vocacia Pública, a Defensoria Pública ou o Ministério Público tem início a partir da data do ato
processual impugnado.

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c) Após oferecidas as contrarrazões, o recorrente não poderá desistir sem a anuência do recor-
rido ou dos litisconsortes.
d) Cada parte interporá o recurso independentemente, no prazo e com observância das exigên-
cias legais.
e) O Ministério Público só tem legitimidade para recorrer quando figurar como parte no processo.

a) Errada. A data ser contada é a da postagem, conforme o artigo 1.003, § 4º.
b) Errada. Não, no caso descrito pela assertiva, o prazo será contado da intimação, conforme
o artigo 1.003.
c) Errada. Negativo, a desistência não depende da anuência do adverso ou dos litisconsortes,
conforme o artigo 998.
d) Certa. A assertiva está em plena harmonia como o que prevê o artigo 997 da Lei Adjetiva.
e) Errada. Vimos, no decorrer da aula, que o Ministério Público pode recorrer quando atuar na
condição de fiscal da ordem jurídica.
Letra d.

027. (2018/IESES/TJ-AM/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS - REMOÇÃO)


Consoante as diretrizes do Código de Processo Civil – CPC/15, são cabíveis os seguintes re-
cursos, entre outros, EXCETO:
a) Agravo de instrumento.
b) Agravo em recurso especial ou extraordinário.
c) Agravo interno.
d) Agravo retido.

O Agravo Retido não é mais previsto em nosso sistema processual. Essa espécie de recurso
existia sob a égide do Código de 1973, contudo, não está previsto na Lei n. 13.105 de 2015. As
demais espécies de recursos mencionadas na questão estão positivadas no artigo 994.
Letra d.

028. (2018/VUNESP/TJ-SP/ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – INTERIOR) Com relação


ao direito de recorrer, assinale a alternativa correta.
a) A renúncia ao direito de recorrer depende da aceitação da outra parte.
b) A parte que aceitar tacitamente a decisão poderá recorrer, se ainda no prazo recursal.
c) Dos despachos cabem os recursos de agravo de instrumento ou embargos de declaração.
d) A desistência do recurso não impede a análise de questão cuja repercussão geral já tenha
sido reconhecida.
e) O recorrente, para desistir do recurso, necessitará da anuência de seus litisconsortes.

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a) Errada. A renúncia não depende a anuência da outra parte (vide artigo 999 do NCPC).
b) Errada. Na verdade, a parte não poderá recorrer em caso de aceitação expressa ou tácita da
decisão. (vide artigo 1.000 do NCPC).
c) Errada. Os despachos não são atacáveis por recursos. (vide artigo 1.001 do NCPC).
d) Certa. Essa é a dicção do artigo 998, parágrafo único da Lei Adjetiva.
e) Errada. Não há necessidade de anuência dos litisconsortes para a desistência do recurso.
(vide artigo 998 do NCPC).
Letra d.

029. (2016/MPE-SC/MPE-SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA - MATUTINA) Segundo entendimen-


to majoritário do Superior Tribunal de Justiça o relator, monocraticamente, não poderá dar ou
negar provimento ao recurso ainda que fundamentado em existência de entendimento domi-
nante acerca do tema.

Segundo a Súmula 568 do STJ: “O relator, monocraticamente, e no Superior Tribunal de Justi-


ça, poderá dar ou negar provimento ao recurso quando houver entendimento dominante acer-
ca do tema”.
Errado.

030. (2019/CESPE/DPE-DF/DEFENSOR PÚBLICO) A respeito da função jurisdicional, dos su-


jeitos do processo, dos atos processuais e da preclusão, julgue o item seguinte.
Ocorrerá a preclusão lógica do recurso para a parte que aceitar, ainda que tacitamente, senten-
ça que lhe foi desfavorável.

Consoante o artigo 1.000 da Lei de Ritos:

Art. 1.000. A parte que aceitar expressa ou tacitamente a decisão não poderá recorrer.
Parágrafo único. Considera-se aceitação tácita a prática, sem nenhuma reserva, de ato incompatível
com a vontade de recorrer.
Certo.

031. (2019/CESPE/DPE-DF - DEFENSOR PÚBLICO) A respeito da função jurisdicional, dos


sujeitos do processo, dos atos processuais e da preclusão, julgue o item seguinte.
Será considerado intempestivo o recurso de apelação interposto antes da publicação
da sentença.

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Veja, tivemos a oportunidade de comentar, em aula específica, acerca da tempestividade do


ato praticado antes do termo inicial do prazo. Nesse sentido, o artigo 218, § 4 do NCPC estabe-
lece o seguinte: “Será considerado tempestivo o ato praticado antes do termo inicial do prazo”.
Errado.

032. (2020/CESPE/CEBRASPE/TJ-PA/OFICIAL DE JUSTIÇA - AVALIADOR) De acordo com


o estabelecido no CPC, o pronunciamento do magistrado que na justiça comum, em primeiro
grau, revoga deferimento de gratuidade de justiça será
a) irrecorrível.
b) recorrível por agravo de instrumento em qualquer hipótese.
c) recorrível por apelação em qualquer hipótese.
d) recorrível, em regra, por agravo de instrumento, ressalvada a interposição de apelação quan-
do a questão for resolvida na sentença.
e) recorrível por agravo interno somente se a decisão for prolatada em audiência.

A resposta à questão está nos artigos 101 e 1.015 do NCPC. Vejamos os dispositivos
em comento:

Art. 101. Contra a decisão que indeferir a gratuidade ou a que acolher pedido de sua revogação
caberá agravo de instrumento, exceto quando a questão for resolvida na sentença, contra a qual
caberá apelação.
(...)
Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre:
(...)
V – rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de sua revogação;
Letra d.

033. (2019/CESPE/CEBRASPE/TCE-RO/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO - DIREITO) Um


cidadão, ao ajuizar demanda pelo procedimento comum contra o estado de Rondônia, apre-
sentou dois pedidos: (a) anulação de ato administrativo ilícito; (b) indenização, no valor de R$
100 mil, em razão de prejuízos causados pelo referido ato. Após a apresentação de defesa pelo
ente público, o magistrado emitiu pronunciamento com dois capítulos, em que: (i) examinou o
mérito do primeiro pedido de forma definitiva, e declarou nulo o ato administrativo, por consi-
derar que esse pedido estava apto a julgamento; (ii) determinou a produção de provas quanto
ao pedido indenizatório. Dessa decisão, o réu apresentou recurso de agravo de instrumento
argumentando, unicamente, que o CPC não permite que o juiz fracione em dois momentos
distintos o exame definitivo dos pedidos apresentados na petição inicial e que, portanto, o pro-
nunciamento seria nulo quanto ao capítulo que julgou o mérito.

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Considerando-se essa situação hipotética, é correto afirmar que o recurso apresentado pelo réu
a) não deve ser conhecido: trata-se de decisão interlocutória irrecorrível.
b) deve ser recebido como apelação em homenagem ao princípio da fungibilidade.
c) não deve ser provido: o CPC admite a possibilidade de prolação de decisão interlocutória
de mérito.
d) deve ser provido em parte para que a decisão parcial de mérito definitiva seja convertida em
decisão provisória.
e) deve ser conhecido e provido: o ato do juiz é nulo pelo fundamento apresentado pelo
recorrente.

Veja, o recurso não deve ser provido, uma vez que o artigo 1.015, I do NCPC permite o julga-
mento parcial de mérito. Para além do exposto, o artigo 356 do NCPC estabelece que: “O juiz
decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais dos pedidos formulados ou parcela deles:
I - mostrar-se incontroverso; II - estiver em condições de imediato julgamento, nos termos do
art. 355”.
Letra c.

034. (2019/CESPE/CEBRASPE/TJ-AM/ANALISTA JUDICIÁRIO - OFICIAL DE JUSTIÇA AVA-


LIADOR) Caio ajuizou ação contra determinada sociedade empresária e apresentou pedido
único de repetição de valor decorrente de cobrança indevida, requerendo, ainda, a concessão
de tutela de urgência. Após a apresentação de defesa pela ré, o juiz prolatou sentença em que
concedeu a tutela provisória e, no mesmo pronunciamento, julgou o pedido procedente de
forma definitiva. A sociedade empresária interpôs recurso de apelação requerendo a reforma
total da sentença.
Considerando essa situação hipotética, julgue os itens seguintes.
Ao analisar a admissibilidade do recurso em primeiro grau, o magistrado, se considerar que es-
tão presentes todos os pressupostos recursais, deverá recebê-lo apenas no efeito devolutivo.

Veja, a apelação será recebida no duplo efeito: devolutivo e suspensivo, mas não compete ao
Juiz de primeiro grau proceder ao juízo de admissibilidade do recurso. Para além do exposto,
veja o teor do artigo 1010, parágrafo 3º do NCPC:

Art. 1.010. A apelação, interposta por petição dirigida ao juízo de primeiro grau, conterá:
(...)
§ 3º Após as formalidades previstas nos §§ 1º e 2º, os autos serão remetidos ao tribunal pelo juiz,
independentemente de juízo de admissibilidade.
Errado.

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035. (2019/CESPE/CEBRASPE/DPE-DF/DEFENSOR PÚBLICO) A respeito da função jurisdi-


cional, dos sujeitos do processo, dos atos processuais e da preclusão, julgue o item seguinte.
Ocorrerá a preclusão lógica do recurso para a parte que aceitar, ainda que tacitamente, senten-
ça que lhe foi desfavorável.

O artigo 1.000 do NCPC, traz a hipótese de preclusão lógica, quando há a incompatibilidade de


um ato com aquele que fora, anteriormente, praticado.

Art. 1.000. A parte que aceitar expressa ou tacitamente a decisão não poderá recorrer.
Parágrafo único. Considera-se aceitação tácita a prática, sem nenhuma reserva, de ato incompatível
com a vontade de recorrer.
Certo.

036. (2019/CESPE/CEBRASPE/DPE-DF/DEFENSOR PÚBLICO) A respeito da função jurisdi-


cional, dos sujeitos do processo, dos atos processuais e da preclusão, julgue o item seguinte.
Será considerado intempestivo o recurso de apelação interposto antes da publicação
da sentença.

O ato praticado antes da intimação é válido, o que veio a se adequar à dinâmica dos recursos.
Para além do exposto, segundo o artigo 218, § 4º do Novo Código de Processo Civil: “Será con-
siderado tempestivo o ato praticado antes do termo inicial do prazo”.
Errado.

037. (2019/CESPE/CEBRASPE/PREFEITURA DE BOA VISTA - RR/PROCURADOR MUNICI-


PAL) Acerca de representação processual, prazos processuais e advocacia pública, julgue o
item seguinte.
Deverá ser considerado intempestivo o recurso especial interposto antes da publicação do
acórdão que tenha negado provimento a determinado recurso de apelação.

Segundo o artigo 218, § 4º do Novo Código de Processo Civil: “Será considerado tempestivo o
ato praticado antes do termo inicial do prazo”.
Errado.

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GABARITO
5. d 16. d 27. d
6. C 17. C 28. d
7. d 18. d 29. E
8. e 19. E 30. C
9. b 20. b 31. E
10. E 21. b 32. d
11. E 22. b 33. c
12. E 23. d 34. E
13. C 24. b 35. C
14. a 25. a 36. E
15. b 26. d 37. E

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Servidor Público desde 2007, aprovado em diversos concursos públicos, dentre os quais: Professor da
Secretaria de Educação do Distrito Federal; Analista do Tribunal Regional do Trabalho 10ª Região; Agente
de Polícia Civil do Distrito Federal e Escrivão de Polícia Civil do Distrito Federal (cargo ocupado nos tempos
atuais)

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