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PROCESSUAL DO
TRABALHO
Sentença, Coisa Julgada, Sumaríssimo
e Sumário
SISTEMA DE ENSINO
Livro Eletrônico
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sentença, Coisa Julgada, Sumaríssimo e Sumário
Jose Gervasio Meireles
Apresentação..................................................................................................................4
Procedimentos Sumaríssimo e Sumário, Sentença e Coisa Julgada.................................5
1. Procedimento Sumaríssimo.........................................................................................5
1.1. Requisitos..................................................................................................................5
1.2. Outros Pontos de Relevo. ..........................................................................................8
2. Procedimento Sumário. ............................................................................................. 12
3. Razões Finais e Última Tentativa Conciliatória........................................................... 12
4. Sentença................................................................................................................... 15
4.1. Generalidades......................................................................................................... 15
4.2. Aspectos Materiais e Formais da Sentença............................................................ 19
4.3. Limites da Sentença...............................................................................................26
4.4. Modificações da Sentença..................................................................................... 28
4.5. Eficácia da Sentença..............................................................................................29
4.6. Improcedência Liminar do Pedido.. .........................................................................36
4.7. Julgamento Antecipado da Lide..............................................................................38
4.8. Julgamento Antecipado Parcial da Lide..................................................................39
4.9. Comunicação da Sentença...................................................................................... 41
5. Coisa Julgada. ............................................................................................................43
5.1. Generalidades.........................................................................................................43
5.2. Limites Subjetivos da Coisa Julgada...................................................................... 48
5.3. Conciliação e Coisa Julgada................................................................................... 50
5.4. Coisa Julgada e Multa Cominatória......................................................................... 51
5.5. Coisa Julgada e Remessa Necessária. . ....................................................................52
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Jose Gervasio Meireles
Apresentação
Olá, aluno(a)! Sou o professor Jose Gervasio Meireles, Juiz Federal do Trabalho, pós-gra-
duado em Direito Constitucional pela Universidade de Brasília (UnB). Leciono Direito do Tra-
balho, Direito Processual do Trabalho e Direito Administrativo em cursos preparatórios para
concursos públicos. Ocupei os cargos de Procurador da Fazenda Nacional (AGU) e Procura-
dor do Estado de Goiás (PGE).
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Jose Gervasio Meireles
1.1. Requisitos
CLT
Art. 852-A. Os dissídios individuais cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário mínimo vigen-
te na data do ajuizamento da reclamação ficam submetidos ao procedimento sumaríssimo.
CLT
Art. 852-A. Os dissídios individuais cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário mínimo vigen-
te na data do ajuizamento da reclamação ficam submetidos ao procedimento sumaríssimo.
c) não pode ser parte a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios, e a Adminis-
tração Pública autárquica e fundacional;
Considerando que esses entes e essas entidades defendem o interesse público e tendo
em vista as limitações procedimentais do sumaríssimo (que ainda estudaremos), o legislador
optou por excluí-los desse rito, assegurando uma maior flexibilidade na atuação processual
dessas pessoas jurídicas.
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CLT
Art. 852-A. (...)
Parágrafo único. Estão excluídas do procedimento sumaríssimo as demandas em que é parte a
Administração Pública direta, autárquica e fundacional.
CLT
Art. 852-B. Nas reclamações enquadradas no procedimento sumaríssimo:
III – a apreciação da reclamação deverá ocorrer no prazo máximo de quinze dias do seu ajuiza-
mento, podendo constar de pauta especial, se necessário, de acordo com o movimento judiciário
da Junta de Conciliação e Julgamento.
Ora, seria impossível assegurar esse prazo caso houvesse a possibilidade de citação por
edital no procedimento, porque o edital precisa ser publicado e existe um prazo mínimo para
ser considerado citado. O art. 257, III, do CPC prevê:
CPC
Art. 257. São requisitos da citação por edital:
III – a determinação, pelo juiz, do prazo, que variará entre 20 (vinte) e 60 (sessenta) dias, fluindo da
data da publicação única ou, havendo mais de uma, da primeira;
Nesse contexto, cabe ao autor indicar corretamente o nome e o endereço do réu de forma
a possibilitar a citação por outra forma que não seja o edital. Leia o art. 852-B, II, da CLT:
CLT
Art. 852-B. Nas reclamações enquadradas no procedimento sumaríssimo:
II – não se fará citação por edital, incumbindo ao autor a correta indicação do nome e endereço do
reclamado;
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CPC
Art. 322. O pedido deve ser certo.
(...)
Art. 324. O pedido deve ser determinado.
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Entretanto, como a CLT menciona “certo ou determinado”, você deve, na prova objetiva,
seguir a literalidade da lei, não marcando falso apenas porque a lei foi copiada. Veja o dispos-
to no art. 852-B, I, da CLT:
CLT
Art. 852-B. Nas reclamações enquadradas no procedimento sumaríssimo:
I – o pedido deverá ser certo ou determinado e indicará o valor correspondente;
Note que a norma menciona que os valores dos pedidos devem ser indicados. Nesse pon-
to, registre-se que, sendo pedido de imposição de uma obrigação de pagar, o valor da preten-
são deve ser esclarecido na petição inicial.
E se esse requisito for descumprido?
O processo será extinto sem resolução de mérito e o reclamante será condenado nas cus-
tas. Leia o art. 852-B, § 1º, da CLT:
CLT
Art. 852-B. (...)
§ 1º O não atendimento, pelo reclamante, do disposto nos incisos I e II deste artigo importará no
arquivamento da reclamação e condenação ao pagamento de custas sobre o valor da causa.
Atendidos os requisitos para que a demanda trabalhista tramite no rito sumaríssimo, o réu
será citado com designação de audiência. Quanto à audiência, veja o previsto no art. 852-C
da CLT:
CLT
Art. 852-C. As demandas sujeitas a rito sumaríssimo serão instruídas e julgadas em audiência
única, sob a direção de juiz presidente ou substituto, que poderá ser convocado para atuar simul-
taneamente com o titular.
Embora a lei mencione “audiência única”, isso não significa que a sistemática de audiên-
cia deva ser necessariamente una. Nada impede, na prática, que o juiz adote a sistemática
de audiência fracionada para o rito sumaríssimo. Se você não se lembra das sistemáticas de
audiência, vá para o capítulo sobre audiências.
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No entanto, se na prova constar audiência única, é evidente que o examinador está se-
guindo a literalidade da lei, devendo você fazer o mesmo.
Iniciada a audiência una (sistemática una de audiências) ou a iniciada a audiência inicial
ou inaugural (na sistemática fracionada de audiências), o juiz tentará a conciliação:
CLT
Art. 852-E. Aberta a sessão, o juiz esclarecerá as partes presentes sobre as vantagens da concilia-
ção e usará os meios adequados de persuasão para a solução conciliatória do litígio, em qualquer
fase da audiência.
CLT
Art. 852-F. Na ata de audiência serão registrados resumidamente os atos essenciais, as afirma-
ções fundamentais das partes e as informações úteis à solução da causa trazidas pela prova tes-
temunhal.
CLT
Art. 852-G. Serão decididos, de plano, todos os incidentes e exceções que possam interferir no
prosseguimento da audiência e do processo. As demais questões serão decididas na sentença.
Na audiência una (na sistemática una) ou na audiência de instrução (na sistemática fra-
cionada) serão realizadas as provas necessárias, independentemente de terem sido requeri-
das anteriormente. Veja o disposto no art. 852-H, caput, da CLT:
CLT
Art. 852-H. Todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e julgamento, ainda que
não requeridas previamente.
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CLT
Art. 852-H. (...)
§ 1º Sobre os documentos apresentados por uma das partes manifestar-se-á imediatamente a
parte contrária, sem interrupção da audiência, salvo absoluta impossibilidade, a critério do juiz.
CLT
Art. 852-H (...)
§ 2º As testemunhas, até o máximo de duas para cada parte, comparecerão à audiência de instru-
ção e julgamento independentemente de intimação.
§ 3º Só será deferida intimação de testemunha que, comprovadamente convidada, deixar de com-
parecer. Não comparecendo a testemunha intimada, o juiz poderá determinar sua imediata condu-
ção coercitiva.
Ela será realizada, por ser perfeitamente possível no procedimento sumaríssimo. Veja o
disposto no art. 852-H, §§ 4º e 6º, da CLT:
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CLT
Art. 852-H (...)
§ 4º Somente quando a prova do fato o exigir, ou for legalmente imposta, será deferida prova técni-
ca, incumbindo ao juiz, desde logo, fixar o prazo, o objeto da perícia e nomear perito.
§ 6º As partes serão intimadas a manifestar-se sobre o laudo, no prazo comum de cinco dias.
Ressalte-se que, se a audiência for interrompida por algum motivo, sua continuação deve
ocorrer dentro de 30 dias:
CLT
Art- 852-H (...)
§ 7º Interrompida a audiência, o seu prosseguimento e a solução do processo dar-se-ão no prazo
máximo de trinta dias, salvo motivo relevante justificado nos autos pelo juiz da causa.
A resposta é evidente. O juiz tem liberdade para determinar as provas necessárias. O art.
852-D da CLT explica:
CLT
Art. 852-D. O juiz dirigirá o processo com liberdade para determinar as provas a serem produzidas,
considerado o ônus probatório de cada litigante, podendo limitar ou excluir as que considerar ex-
cessivas, impertinentes ou protelatórias, bem como para apreciá-las e dar especial valor às regras
de experiência comum ou técnica.
Importante registrar que as partes e seus respectivos advogados devem manter o endere-
ço da parte atualizado, sob pena de, não o fazendo, as intimações encaminhadas ao endereço
errado serem reputadas válidas. Observe:
CLT
Art. 852-B. (...)
§ 2º As partes e advogados comunicarão ao juízo as mudanças de endereço ocorridas no curso
do processo, reputando-se eficazes as intimações enviadas ao local anteriormente indicado, na
ausência de comunicação.
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2. Procedimento Sumário
O procedimento sumário é aquele cujo valor da causa não ultrapassa 2 salários mínimos.
Esse procedimento, para a posição majoritária, não foi revogado pelo surgimento do procedi-
mento sumaríssimo.
Veja a previsão legal que importa para seu estudo:
Lei 5584/70
Art. 2º (...)
§ 3º Quando o valor fixado para a causa, na forma deste artigo, não exceder de 2 (duas) vezes o
salário-mínimo vigente na sede do Juízo, será dispensável o resumo dos depoimentos, devendo
constar da Ata a conclusão da Junta quanto à matéria de fato.
§ 4º Salvo se versarem sobre matéria constitucional, nenhum recurso caberá das sentenças pro-
feridas nos dissídios da alçada a que se refere o parágrafo anterior, considerado, para esse fim, o
valor do salário mínimo à data do ajuizamento da ação.
CLT
Art. 850 - Terminada a instrução, poderão as partes aduzir razões finais, em prazo não excedente
de 10 (dez) minutos para cada uma. (...)
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As razões finais podem ser escritas? A resposta é positiva. No entanto, não existe direito
de a parte a exigir prazo para que as razões finais escritas sejam juntadas, visto que a CLT
não as prevê. Além disso, o art. 364, § 2º, do CPC estabelece uma faculdade para o juiz e não
um dever:
CPC
Art. 364 (...)
§ 2º Quando a causa apresentar questões complexas de fato ou de direito, o debate oral poderá
ser substituído por razões finais escritas, que serão apresentadas pelo autor e pelo réu, bem como
pelo Ministério Público, se for o caso de sua intervenção, em prazos sucessivos de 15 (quinze) dias,
assegurada vista dos autos.
Logo, a concessão de prazo para razões finais escritas depende de deferimento judicial.
Não se pode esquecer que existem as denominadas razões finais remissivas, as quais
tratam, normalmente, de mero registro na ata de audiência dessa expressão (“razões finais
remissivas”). Ela significa que a parte está reiterando, de forma genérica, tudo o que ela ma-
nifestou no processo, em qualquer de suas alegações.
Vamos prosseguir.
A ausência de oportunidade de razões finais não gera nulidade automática, porquanto a
apresentação dessas razões é facultativa, cabendo à parte que alega nulidade demonstrar
cabalmente a ocorrência de prejuízo. Veja esse julgado do TST sobre o tema:
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Além disso, existe uma outra questão. Caso exista uma nulidade relativa no curso do
processo em relação à qual a parte interessada já demonstrou sua irresignação (através de
protesto registrado na ata de audiência ou mediante petição interlocutória, por exemplo), não
há necessidade de que seja renovada a irresignação por ocasião das razões finais. Dessa
maneira, a irresignação anteriormente formalizada no processo basta para que a parte possa,
no momento próprio, recorrer.
Leia esse julgado ilustrativo do TST:
Apresentadas as razões finais, o juiz tentará uma última tentativa conciliatória obrigatória:
CLT
Art. 850. (...) Em seguida, o juiz ou presidente renovará a proposta de conciliação, e não se realizan-
do esta, será proferida a decisão.
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A ausência da segunda tentativa conciliatória também não gera qualquer nulidade, uma
vez que não existe prejuízo para as partes, as quais podem, a qualquer fase do processo, inclu-
sive na fase recursal, chegar a uma conciliação. Leia o seguinte julgado do TST sobre o tema:
Frustrada a última tentativa de acordo, o juiz, então, prolatará a sentença na mesma audi-
ência ou designará audiência de julgamento para proferir a decisão. O art. 831, caput, da CLT
reforça essa diretriz procedimental:
CLT
Art. 831 - A decisão será proferida depois de rejeitada pelas partes a proposta de conciliação.
4. Sentença
4.1. Generalidades
CPC
Art. 203 (...)
§ 1º Ressalvadas as disposições expressas dos procedimentos especiais, sentença é o pronun-
ciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 485 e 487, põe fim à fase cognitiva do
procedimento comum, bem como extingue a execução.
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CLT
Art. 844 - O não comparecimento do reclamante à audiência importa o arquivamento da reclama-
ção, (...)
Outro exemplo ocorre quando o autor, tendo um processo anterior arquivado na forma do
art. 844, caput, da CLT, não promover o recolhimento das custas processuais e decide ajuizar
uma nova demanda. Essa nova demanda será extinta sem resolução de mérito, consequência
que se extrai do art. 844, §§ 2º e 3º da CLT:
CLT
Art. 844 (...)
§ 2º Na hipótese de ausência do reclamante, este será condenado ao pagamento das custas cal-
culadas na forma do art. 789 desta Consolidação, ainda que beneficiário da justiça gratuita, salvo
se comprovar, no prazo de quinze dias, que a ausência ocorreu por motivo legalmente justificável.
§ 3º O pagamento das custas a que se refere o § 2º é condição para a propositura de nova demanda.
Além disso, como se nota na ressalva feita no art. 203, § 1º, do CPC, existem casos espe-
ciais em que a decisão que resolve definitivamente uma questão não é uma sentença.
No Processo do Trabalho, exemplo de tal circunstância ocorre com a decisão que julga o
incidente de desconsideração da personalidade jurídica, o qual pode ser instaurado, inclusive
no curso do processo de conhecimento, e cuja decisão (que termina o debate sobre a descon-
sideração) possui natureza interlocutória e não de sentença, a teor do art. 855-A, § 1º, da CLT:
CLT
Art. 855-A (...)
§ 1º Da decisão interlocutória que acolher ou rejeitar o incidente:
I – na fase de cognição, não cabe recurso de imediato, na forma do § 1º do art. 893 desta Conso-
lidação;
CPC
Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando:
I – indeferir a petição inicial;
II – o processo ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes;
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III – por não promover os atos e as diligências que lhe incumbir, o autor abandonar a causa por
mais de 30 (trinta) dias;
IV – verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do
processo;
V – reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa julgada;
VI – verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual;
VII – acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem ou quando o juízo arbitral re-
conhecer sua competência;
VIII – homologar a desistência da ação;
IX – em caso de morte da parte, a ação for considerada intransmissível por disposição legal; e
X – nos demais casos prescritos neste Código.
§ 1º Nas hipóteses descritas nos incisos II e III, a parte será intimada pessoalmente para suprir a
falta no prazo de 5 (cinco) dias.
§ 2º No caso do § 1º, quanto ao inciso II, as partes pagarão proporcionalmente as custas, e, quanto
ao inciso III, o autor será condenado ao pagamento das despesas e dos honorários de advogado.
§ 3º O juiz conhecerá de ofício da matéria constante dos incisos IV, V, VI e IX, em qualquer tempo e
grau de jurisdição, enquanto não ocorrer o trânsito em julgado.
Note que o inciso III é incompatível com o Processo do Trabalho, visto que não existe
matéria da competência da Justiça do Trabalho cujo prosseguimento da demanda depen-
da exclusivamente da atuação da parte. Logo, não há que se falar em extinção por aban-
dono da causa.
Quanto à desistência da demanda, a lógica estabelecida no art. 485, § 4º, do CPC está em
sintonia com o art. 841, § 3º, da CLT:
CPC
Art. 485. (...)
§ 4º Oferecida a contestação, o autor não poderá, sem o consentimento do réu, desistir da ação.
§ 5º A desistência da ação pode ser apresentada até a sentença.
CLT
Art. 841 (...)
§ 3º Oferecida a contestação, ainda que eletronicamente, o reclamante não poderá, sem o consen-
timento do reclamado, desistir da ação.
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CPC
Art. 485. (...)
§ 7º Interposta a apelação em qualquer dos casos de que tratam os incisos deste artigo, o juiz terá
5 (cinco) dias para retratar-se.
IN 39/2016 do TST
Art. 3º Sem prejuízo de outros, aplicam-se ao Processo do Trabalho, em face de omissão e compa-
tibilidade, os preceitos do Código de Processo Civil que regulam os seguintes temas:
VIII – art. 485, § 7º (juízo de retratação no recurso ordinário);
CPC
Art. 487. Haverá resolução de mérito quando o juiz:
I – acolher ou rejeitar o pedido formulado na ação ou na reconvenção;
II – decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a ocorrência de decadência ou prescrição;
III – homologar:
a) o reconhecimento da procedência do pedido formulado na ação ou na reconvenção;
b) a transação;
c) a renúncia à pretensão formulada na ação ou na reconvenção.
Parágrafo único. Ressalvada a hipótese do § 1º do art. 332, a prescrição e a decadência não serão
reconhecidas sem que antes seja dada às partes oportunidade de manifestar-se.
Perceba que o inciso II e o parágrafo único indicam o dever de o juiz decretar a prescrição
de ofício, o que não se aplica ao Processo do Trabalho em relação aos créditos do trabalhador.
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O TST entende que, diante do princípio da proteção ao hipossuficiente, não existe a decreta-
ção de ofício. Veja um julgado exemplificativo:
Recorde-se que, quando o juiz prolata uma sentença com resolução de mérito, fala-se
em sentença definitiva, ao passo que, quando promove a extinção sem resolução de mérito,
trata-se de sentença terminativa. O mérito refere-se aos pedidos formulados.
Por último, frise-se que o legislador buscou privilegiar o julgamento de mérito:
CPC
Art. 488. Desde que possível, o juiz resolverá o mérito sempre que a decisão for favorável à parte a
quem aproveitaria eventual pronunciamento nos termos do art. 485.
A orientação faz todo sentido. Se houver um fundamento para extinguir o processo sem
resolução de mérito e essa extinção beneficiar aquela parte a quem a decisão final meritória
seria vantajosa, resta claro que o julgador deve optar pelo julgamento meritório, ultrapassan-
do, se for possível, a questão processual que impede o julgado da matéria de fundo.
Os requisitos da sentença constam de forma muito resumida no art. 832, caput, da CLT:
CLT
Art. 832 - Da decisão deverão constar o nome das partes, o resumo do pedido e da defesa, a apre-
ciação das provas, os fundamentos da decisão e a respectiva conclusão.
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Vale lembrar de que a sentença trabalhista precisa mencionar o prazo e as condições para
se cumprir a obrigação eventualmente imposta, além das custas e da natureza jurídica das
parcelas deferidas. Veja o art. 832, §§ 1º, 2º e 3º, da CLT:
CLT
Art. 832 (...)
§ 1º Quando a decisão concluir pela procedência do pedido, determinará o prazo e as condições
para o seu cumprimento.
§ 2º A decisão mencionará sempre as custas que devam ser pagas pela parte vencida.
§ 3º As decisões cognitivas ou homologatórias deverão sempre indicar a natureza jurídica das par-
celas constantes da condenação ou do acordo homologado, inclusive o limite de responsabilidade
de cada parte pelo recolhimento da contribuição previdenciária, se for o caso.
Quando se menciona natureza jurídica das parcelas, o legislador está exigindo que o juiz
faça a especificação de quais verbas deferidas são “não remuneratórias” (chamadas, por mui-
tos, de indenizatórias e sobre as quais não incide as contribuições previdenciárias) e quais
parcelas são “remuneratórias” (sobre as quais incidem as contribuições previdenciárias).
Aliás, a União, sendo a credora das contribuições previdenciárias, ao ser intimada da sen-
tença, pode interpor recurso em relação à discriminação das parcelas feitas pelo juiz:
CLT
Art. 832 (...)
§ 5º Intimada da sentença, a União poderá interpor recurso relativo à discriminação de que trata o
§ 3º deste artigo.
Como a norma celetista é muito resumida quanto aos requisitos da sentença, devemos
aplicar supletivamente o disposto no art. 489 do CPC:
CPC
Art. 489. São elementos essenciais da sentença:
I – o relatório, que conterá os nomes das partes, a identificação do caso, com a suma do pedido e
da contestação, e o registro das principais ocorrências havidas no andamento do processo;
II – os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de fato e de direito;
III – o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões principais que as partes lhe submeterem.
O relatório identifica as partes, sintetiza suas alegações e narra o que ocorreu no pro-
cesso de forma sucinta. Os fundamentos envolvem os argumentos em que o magistrado se
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a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
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baseia para proferir a decisão. E o dispositivo apresenta a conclusão do juiz quanto ao caso,
definindo sua posição final quanto à questão posta, resolvendo o conflito ou o interesse
apresentado.
Ressalte-se que, no procedimento sumaríssimo, a elaboração do relatório é facultativa,
não estando o juiz obrigado a inseri-lo na sentença:
CLT
Art. 852-I. A sentença mencionará os elementos de convicção do juízo, com resumo dos fatos re-
levantes ocorridos em audiência, dispensado o relatório.
A ausência de relatório não gera nulidade automática da decisão, devendo haver prova ca-
bal de que resultou prejuízo. Isso porque, se a decisão foi devidamente fundamentada e houve
comando decisório, a jurisdição foi prestada. Recorde-se de que o ato atingiu sua finalidade,
sendo o processo um instrumento e não um fim em si mesmo.
No momento de decidir, o juiz possui a liberdade de proferir sua decisão, desde que expo-
nha os fundamentos. É o princípio o livre convencimento judicial motivado. O art. 93, IX, da
Constituição prevê:
CF
Art. 93 (...)
IX – todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas
as decisões, sob pena de nulidade, (...)
Além disso, no rito sumaríssimo, o juiz pode, desde que de forma fundamentada, adotar a
decisão que reputar mais justa e equânime:
CLT
Art. 852-I. (...)
§ 1º O juízo adotará em cada caso a decisão que reputar mais justa e equânime, atendendo aos fins
sociais da lei e as exigências do bem comum.
Claro que essa liberdade não é absoluta, já que existem precedentes ou súmulas que vin-
culam a decisão dos juízes, conforme art. 927 do CPC:
CPC
Art. 927. Os juízes e os tribunais observarão:
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CPC
Art. 489 (...)
§ 1º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou
acórdão, que:
I – se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação
com a causa ou a questão decidida;
II – empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidên-
cia no caso;
III – invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão;
IV – não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a
conclusão adotada pelo julgador;
V – se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos
determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos;
VI – deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem
demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento.
Observe que o TST reconheceu formalmente a aplicabilidade do art. 489 do CPC no Pro-
cesso do Trabalho através da IN 39/2016:
IN 39/2016
Art. 3º Sem prejuízo de outros, aplicam-se ao Processo do Trabalho, em face de omissão e compa-
tibilidade, os preceitos do Código de Processo Civil que regulam os seguintes temas:
IX – art. 489 (fundamentação da sentença);
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Dessa forma, torna-se relevante a análise dos itens do art. 489, § 1º, do CPC:
a) Inciso I - o legislador exige que o juiz indique a razão pela qual uma norma jurídica é
aplicável ao caso. Não basta simplesmente indicar ou transcrever o preceito normativo. É pre-
ciso mostrar como aquele caso concreto sob julgamento se enquadra na hipótese normativa.
b) Inciso II - o legislador não admite que o juiz, para justificar sua decisão, utilize apenas
expressões que possuem conceito amplo, cuja interpretação pode variar substancialmente de
acordo com o entendimento do magistrado. Exemplos disso são expressões genéricas como
“interesse público”, “moral”, “função social” etc. É preciso demonstrar como as peculiaridades
do caso se enquadram nesses conceitos.
c) Inciso III - o legislador não aceita que o julgador utilize fundamentos que serviriam
para justificar qualquer decisão judicial, ou seja, fundamentos que, não importando a va-
riedade de temas, serviriam para justificar qualquer decisão de deferimento ou de indeferi-
mento, por exemplo.
d) Inciso IV - o legislador exige que o juiz se manifeste sobre todos os argumentos trazi-
dos pelas partes que possam alterar o resultado do processo.
Percebe-se que o legislador teve o cuidado de especificar que estava tratando de argu-
mentos aptos a afetar a conclusão do julgador e não todo e qualquer argumento levantado.
Nesse contexto, o juiz não está obrigado a se manifestar sobre todas as alegações feitas pe-
las partes, mas somente sobre aquelas que podem afetar a decisão.
Aliás, o Supremo Tribunal Federal, ao julgar o Tema 339 da Lista de Repercussão Geral,
definiu a seguinte tese:
O art. 93, IX, da Constituição Federal exige que o acórdão ou decisão sejam fundamentados, ainda
que sucintamente, sem determinar, contudo, o exame pormenorizado de cada uma das alegações
ou provas.
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IN 39/2016
Art. 15. O atendimento à exigência legal de fundamentação das decisões judiciais (CPC, art. 489, §
1º) no Processo do Trabalho observará o seguinte:
I – por força dos arts. 332 e 927 do CPC, adaptados ao Processo do Trabalho, para efeito dos inci-
sos V e VI do § 1º do art. 489 considera-se “precedente” apenas:
a) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Tribunal Superior do Trabalho em jul-
gamento de recursos repetitivos (CLT, art. 896-B; CPC, art. 1046, § 4º);
b) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de
competência;
c) decisão do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade;
d) tese jurídica prevalecente em Tribunal Regional do Trabalho e não conflitante com súmula ou
orientação jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho (CLT, art. 896, § 6º);
e) decisão do plenário, do órgão especial ou de seção especializada competente para uniformizar a
jurisprudência do tribunal a que o juiz estiver vinculado ou do Tribunal Superior do Trabalho.
II – para os fins do art. 489, § 1º, incisos V e VI do CPC, considerar-se-ão unicamente os preceden-
tes referidos no item anterior, súmulas do Supremo Tribunal Federal, orientação jurisprudencial e
súmula do Tribunal Superior do Trabalho, súmula de Tribunal Regional do Trabalho não conflitante
com súmula ou orientação jurisprudencial do TST, que contenham explícita referência aos funda-
mentos determinantes da decisão (ratio decidendi).
CPC
Art. 489 (...)
§ 2º No caso de colisão entre normas, o juiz deve justificar o objeto e os critérios gerais da pon-
deração efetuada, enunciando as razões que autorizam a interferência na norma afastada e as
premissas fáticas que fundamentam a conclusão.
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Por último, não se esqueça que a sentença deve ser interpretada como um todo e não ape-
nas em suas partes isoladas. Além disso, a interpretação do decisum deve considerar a boa-fé:
CPC
Art. 489 (...)
§ 3º A decisão judicial deve ser interpretada a partir da conjugação de todos os seus elementos e
em conformidade com o princípio da boa-fé.
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CPC
Art. 490. O juiz resolverá o mérito acolhendo ou rejeitando, no todo ou em parte, os pedidos formu-
lados pelas partes.
O juiz, ao julgar o mérito, fica atrelado aos limites do pedido formulado? Pode deferir
mais? Pode deferir bem ou direito diverso do pedido?
A regra é que o juiz não pode deferir nem mais do que for pedido (ultra petita) e nem objeto
diverso do que foi pedido (extra petita). Fica, assim, atrelado aos limites do pedido. É a inci-
dência do princípio da congruência ou da adstrição da sentença aos limites do pedido.
Veja a regra sobre esse tema exposta nos arts. 141 e 492 do CPC:
CPC
Art. 141. O juiz decidirá o mérito nos limites propostos pelas partes, sendo-lhe vedado conhecer de
questões não suscitadas a cujo respeito a lei exige iniciativa da parte.
Art. 492. É vedado ao juiz proferir decisão de natureza diversa da pedida, bem como condenar a
parte em quantidade superior ou em objeto diverso do que lhe foi demandado.
Entretanto, existem hipóteses especiais em que o juiz pode deferir ou determinar algo que
não foi pedido pelas partes. É a incidência do princípio da ultrapetição ou extrapetição de que
tratamos no capítulo sobre princípios processuais.
Vamos continuar.
Na sentença, ao julgar o mérito (os pedidos em si), se o juiz analisa apenas parte dos pe-
didos, silenciando sobre os outros pedidos formulados, julgou menos do que deveria. Existe
um vício também. A sentença é citra petita.
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Outra reflexão importante em termo de sentença: será que o juiz pode considerar fatos
que ocorreram depois do ajuizamento da ação e que influenciam no Processo? Claro que
pode. Entretanto, antes de decidir usando esses fatos, o juiz deve ouvir as partes.
Imagine que Danilo sofreu acidente de trabalho, tendo levado choque elétrico que afetou
parcialmente o funcionamento de seus rins. Ajuizou ação contra empresa empregadora pe-
dindo indenização por danos morais decorrentes do acidente. No curso do processo, a sua
saúde piorou, tendo o rim parado de funcionar. O juiz, então, diante desse novo fato consti-
tutivo, intima a parte contrária para falar sobre essa nova alegação e, posteriormente deverá
considerar o fato relacionado ao agravamento de saúde no momento de proferir a sentença.
Certamente o agravamento tornará maior o valor da indenização.
Essa matéria está devidamente explicada no art. 493 do CPC:
CPC
Art. 493. Se, depois da propositura da ação, algum fato constitutivo, modificativo ou extintivo do
direito influir no julgamento do mérito, caberá ao juiz tomá-lo em consideração, de ofício ou a re-
querimento da parte, no momento de proferir a decisão.
Parágrafo único. Se constatar de ofício o fato novo, o juiz ouvirá as partes sobre ele antes de de-
cidir.
Ressalte-se que o juiz não pode se isentar de julgar o processo por ausência de lei ou ou-
tra regra. É o que se denomina princípio da proibição do non liquet. O exercício da jurisdição é
inafastável. Veja o art. 140 do CPC:
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CPC
Art. 140 - O juiz não se exime de decidir sob a alegação de lacuna ou obscuridade do ordenamento
jurídico.
CLT
Art. 8º As autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho, na falta de disposições legais ou
contratuais, decidirão, conforme o caso, pela jurisprudência, por analogia, por eqüidade e outros
princípios e normas gerais de direito, principalmente do direito do trabalho, e, ainda, de acordo com
os usos e costumes, o direito comparado, mas sempre de maneira que nenhum interesse de classe
ou particular prevaleça sobre o interesse público.
CPC
Art. 494. Publicada a sentença, o juiz só poderá alterá-la:
I – para corrigir-lhe, de ofício ou a requerimento da parte, inexatidões materiais ou erros de cálculo;
II – por meio de embargos de declaração.
CLT
Art. 833 - Existindo na decisão evidentes erros ou enganos de escrita, de datilografia ou de cálculo,
poderão os mesmos, antes da execução, ser corrigidos, ex officio, ou a requerimento dos interes-
sados ou da Procuradoria da Justiça do Trabalho.
Dessa forma, por exemplo, se o juiz errou um dos nomes da parte ou errou o valor das
custas acrescentando indevidamente um zero a mais, pode corrigir de ofício.
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CPC
Art. 491. Na ação relativa à obrigação de pagar quantia, ainda que formulado pedido genérico, a de-
cisão definirá desde logo a extensão da obrigação, o índice de correção monetária, a taxa de juros,
o termo inicial de ambos e a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso, salvo quando:
I – não for possível determinar, de modo definitivo, o montante devido;
II – a apuração do valor devido depender da produção de prova de realização demorada ou exces-
sivamente dispendiosa, assim reconhecida na sentença.
§ 1º Nos casos previstos neste artigo, seguir-se-á a apuração do valor devido por liquidação.
§ 2º O disposto no caput também se aplica quando o acórdão alterar a sentença.
Neste particular, quando a decisão impõe uma obrigação de pagar, deve ela indicar, como
regra, a extensão dessa obrigação (indicando o valor, se possível), os juros e a correção mo-
netária. O ideal seria que o juiz já promovesse, na sentença, a delimitação exata das quantias
de sua decisão. As ressalvas do presente artigo referem-se às hipóteses impossibilidade de
fixação do valor devido de forma imediata, quando então será o feito sujeito à liquidação, que
estudaremos em capítulo próprio.
Quando se trata de imposição de obrigação de fazer ou não fazer, o juiz adotará medidas
para que as obrigações sem cumpridas de maneira específica (exatamente o que a obrigação
revela). Se não for possível esse cumprimento específico da obrigação positiva, então deter-
minará as medidas para que haja um resultado prático equivalente:
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CPC
Art. 497. Na ação que tenha por objeto a prestação de fazer ou de não fazer, o juiz, se procedente
o pedido, concederá a tutela específica ou determinará providências que assegurem a obtenção de
tutela pelo resultado prático equivalente.
Suponha, por exemplo, que um autônomo foi contratado para desenvolver um programa
de computador para uma empresa. Muito embora tenha recebido a quantia ajustada, não
cumpriu a obrigação avençada. Nesse caso, a empresa promove a ação pedindo ao juiz a con-
denação do trabalhador no desenvolvimento do programa. Diante da condenação do obreiro,
o juiz concede a tutela específica, ou seja, o desenvolvimento do software. No entanto, se o
trabalhador se recusa, o juiz pode condená-lo a arcar com as despesas de outro profissional.
Claro que o outro profissional não desenvolverá exatamente o mesmo programa com a mes-
ma eficiência, mas será um resultado equivalente.
Uma das hipóteses de obrigação de fazer refere-se à emissão de uma declaração de von-
tade. Há situações em que o devedor se obriga, diante de certas circunstâncias, a emitir uma
declaração de vontade em favor do credor, mas, quando instado a fazê-lo, recusa-se de forma
injustificada. A sentença pode substituir essa vontade:
CPC
Art. 501. Na ação que tenha por objeto a emissão de declaração de vontade, a sentença que julgar
procedente o pedido, uma vez transitada em julgado, produzirá todos os efeitos da declaração não
emitida.
Pense, a título ilustrativo, em uma empresa que estipula, como prêmio por ser atingida a
meta de vendas, a doação de um imóvel. Carlos, trabalhador que atingiu a meta estabelecida,
não recebeu a doação, sendo que a empresa se recusa a cumprir a obrigação. Nessa hipótese,
pode o juiz, julgando procedente a demanda, condenar a empresa na transferência do imóvel
sob pena de não o fazendo, substituir sua vontade, autorizando a transferência do imóvel no
Registro Público de Imóveis.
Quando se trata de obrigação de não fazer, fala-se em tutela inibitória, ou seja, que inibe a
ocorrência de um determinado comportamento nocivo. Veja o disposto no art. 497, parágrafo
único, do CPC:
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CPC
Art. 497. (...)
Parágrafo único. Para a concessão da tutela específica destinada a inibir a prática, a reiteração ou
a continuação de um ilícito, ou a sua remoção, é irrelevante a demonstração da ocorrência de dano
ou da existência de culpa ou dolo.
Na tutela inibitória pura, o ilícito ainda não ocorreu e pretendemos impedir o ato contrário
ao Direito. Imagine que Túlio será transferido para outra localidade de forma ilegal, razão pela
qual ajuíza uma ação trabalhista buscando a tutela inibitória (impedir a transferência). Se o
juiz julga procedente a pretensão, o magistrado condena a empresa a não o transferir.
Na tutela inibitória impura, o juiz condena a empresa paralisar a prática da irregularida-
de (que já começou) ou a não a repetir (porque já a praticou anteriormente), impedindo sua
continuidade ou sua reiteração. Dessa maneira, pense em uma obra em que os trabalhadores
estejam laborando sem os devidos equipamentos de proteção. Nessa hipótese, o juiz, na sen-
tença da ação civil pública movida pelo sindicato, pode condenar a empresa a não continuar
suas atividades sem o fornecimento dos EPIs adequados.
Como você nota, não é essencial a ocorrência de dano para o deferimento da tutela inibitória.
Imagine que o empregador tenha a obrigação de devolver ao empregado sua CTPS física
(que foi indevidamente retida) ou mesmo um outro documento pessoal do trabalhador ou
tenha obrigação de entregar um bem móvel (computador, por exemplo) que prometeu como
prêmio àquele que atingisse a meta.
O juiz, ao julgar procedente a demanda que envolva obrigação de entregar, condenará o
réu e fixará prazo para a entrega de um bem:
CPC
Art. 498. Na ação que tenha por objeto a entrega de coisa, o juiz, ao conceder a tutela específica,
fixará o prazo para o cumprimento da obrigação.
Parágrafo único. Tratando-se de entrega de coisa determinada pelo gênero e pela quantidade, o
autor individualizá-la-á na petição inicial, se lhe couber a escolha, ou, se a escolha couber ao réu,
este a entregará individualizada, no prazo fixado pelo juiz.
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Ressalte-se que, nas obrigações de fazer, não fazer ou entregar, o juiz pode adotar medi-
das para constranger o condenado a cumpri-las, tais como a imposição de multa por inobser-
vância, conforme se constata no art. 537 do CPC:
CPC
Art. 537. A multa independe de requerimento da parte e poderá ser aplicada na fase de conheci-
mento, em tutela provisória ou na sentença, ou na fase de execução, desde que seja suficiente e
compatível com a obrigação e que se determine prazo razoável para cumprimento do preceito.
§ 2º O valor da multa será devido ao exequente.
(...)
§ 4º A multa será devida desde o dia em que se configurar o descumprimento da decisão e incidirá
enquanto não for cumprida a decisão que a tiver cominado.
Importante registrar que, se a obrigação de fazer, não fazer ou entregar se tornar impossí-
vel, ocorre a conversão em indenização por perdas e danos:
CPC
Art. 499. A obrigação somente será convertida em perdas e danos se o autor o requerer ou se im-
possível a tutela específica ou a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente.
Essa indenização será devida sem prejuízo da multa que a decisão havia imposto em
virtude do descumprimento, o que significa que o credor possui direito a ambas as parcelas:
CPC
Art. 500. A indenização por perdas e danos dar-se-á sem prejuízo da multa fixada periodicamente
para compelir o réu ao cumprimento específico da obrigação.
Quanto à eficácia reflexa da sentença, esse efeito decorre do fato de que a decisão judi-
cial, ainda que sem qualquer manifestação expressa nesse sentido, acaba por atingir indire-
tamente a situação jurídica de terceiro.
Essa lógica não é nova, visto que também acontece no âmbito do direito material. Por
exemplo, se o trabalhador credor perdoa a dívida do empregador devedor (remissão), outra
empresa integrante do grupo econômico termina sendo beneficiada pelo ato, visto que não
sofrerá qualquer responsabilização.
Assim, no processo não poderia ser diferente. A decisão judicial pode afetar a esfera de
terceiros em diversos pontos.
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Um dos casos mais comuns ocorre nas intervenções de terceiros referentes à assistência,
à denunciação da lide e à oposição. Suponha que um sindicato A promova ação de cobrança
de contribuição sindical em relação a uma empresa e essa, como defesa, alegue que recolheu
o tributo para outra entidade sindical B. Além da defesa, a empresa pode denunciar a lide para
o sindicato B de forma a exigir a repetição do valor pago caso o sindicato A seja declarado
legítimo representante dos trabalhadores a que se refere a contribuição sindical. Logo, o re-
sultado do processo principal afeta o sindicato B que é terceiro na demanda principal. Assim,
se o juiz reconhecer que o sindicato A não representa os trabalhadores e julga improcedente
a relação processual entre esta entidade sindical e a empresa, o sindicato B (terceiro em rela-
ção à lide principal) termina por ser indiretamente beneficiado, visto que não terá que devolver
valores à empresa.
No que tange à eficácia probatória, tal efeito está relacionado ao fato de que a sentença
pode ser usada como prova de inúmeros pontos ocorridos no curso do processo. Ela prova
que houve juntada de documentos, colheita de depoimentos, realização de inspeção e de pe-
rícia, além de diversos incidentes. Essa prova torna-se relevante caso haja extravio de autos
físicos ou mesmo de documentos ou perda de arquivos do processo, o que permite a restau-
ração do feito com maior resultado prático.
No que tange à eficácia anexa, registre-se que existem consequências da decisão judicial
que são automáticas da mera existência da sentença, consequências essas que decorrem de
previsão legal e que não de dependem de pronunciamento judicial expresso. Podemos men-
cionar diversas situações ilustrativas dessa espécie:
a) Quando o autor de um pedido cautelar ou antecipado obtém sentença favorável, mas
perde o pedido principal, o art. 302 do CPC preceitua a responsabilidade do requerente da tu-
tela de urgência em indenizar os prejuízos da parte contrária:
CPC
Art. 302. Independentemente da reparação por dano processual, a parte responde pelo prejuízo que
a efetivação da tutela de urgência causar à parte adversa, se:
I – a sentença lhe for desfavorável;
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Esta responsabilidade existe mesmo que o juiz não a tenha mencionado na sentença que
reverteu a tutela provisória.
b) A possibilidade de registro de hipoteca judiciária prevista no art. 495, caput, do CPC:
CPC
Art. 495. A decisão que condenar o réu ao pagamento de prestação consistente em dinheiro e a que
determinar a conversão de prestação de fazer, de não fazer ou de dar coisa em prestação pecuniá-
ria valerão como título constitutivo de hipoteca judiciária.
A hipoteca judiciária cuida de garantia real instituída sobre um determinado bem imóvel
indicado pelo credor, sendo que deverá ser registrada junto ao Registro Público de Imóveis,
conforme art. 167, I, 2 da Lei 6.015/73:
Lei 6.015/73
Art. 167 - No Registro de Imóveis, além da matrícula, serão feitos.
I – o registro:
2) das hipotecas legais, judiciais e convencionais;
Essa hipoteca pode ser registrada ainda que a condenação seja genérica, ou mesmo que
seja a decisão sujeita a recurso (independentemente de ter ou não efeito suspensivo):
CPC
Art. 495. (...)
§ 1º A decisão produz a hipoteca judiciária:
I – embora a condenação seja genérica;
II – ainda que o credor possa promover o cumprimento provisório da sentença ou esteja pendente
arresto sobre bem do devedor;
III – mesmo que impugnada por recurso dotado de efeito suspensivo.
O registro da hipoteca permite que seja oposta contra terceiros, os quais terão ciência de
que o referido bem poderá sofrer constrição judicial (penhora) em decorrência da execução do
crédito que a garante. Veja o disposto no art. 792, III, do CPC:
CPC
Art. 792. A alienação ou a oneração de bem é considerada fraude à execução:
III – quando tiver sido averbado, no registro do bem, hipoteca judiciária ou outro ato de constrição
judicial originário do processo onde foi arguida a fraude;
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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sentença, Coisa Julgada, Sumaríssimo e Sumário
Jose Gervasio Meireles
CPC
Art. 495 (...)
§ 4º A hipoteca judiciária, uma vez constituída, implicará, para o credor hipotecário, o direito de pre-
ferência, quanto ao pagamento, em relação a outros credores, observada a prioridade no registro.
Sendo efeito anexo da sentença, nada impede que a hipoteca judiciária seja deferida de
ofício pelo juiz. Além disso, a parte pode promover diretamente o registro da hipoteca inde-
pendentemente da autorização judicial, devendo comunicar ao juiz para que esse dê ciência
do ônus à parte contrária:
CPC
Art. 495 (...)
§ 2º A hipoteca judiciária poderá ser realizada mediante apresentação de cópia da sentença peran-
te o cartório de registro imobiliário, independentemente de ordem judicial, de declaração expressa
do juiz ou de demonstração de urgência.
§ 3º No prazo de até 15 (quinze) dias da data de realização da hipoteca, a parte informá-la-á ao
juízo da causa, que determinará a intimação da outra parte para que tome ciência do ato.
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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
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CPC
Art. 495 (...)
§ 5º Sobrevindo a reforma ou a invalidação da decisão que impôs o pagamento de quantia, a parte
responderá, independentemente de culpa, pelos danos que a outra parte tiver sofrido em razão da
constituição da garantia, devendo o valor da indenização ser liquidado e executado nos próprios
autos.
Existem casos em que o juiz, ao analisar a ação trabalhista ajuizada, julga improcedente
o pedido (nega o pedido do autor) sem sequer citar o réu. Assim, a pretensão do autor é tão
descabida que o juiz rejeita o pedido de plano, sem que o réu tenha sido citado. É o que nós
chamamos de improcedência liminar do pedido.
Isso acontece em hipóteses muito específicas indicadas no art. 332 do CPC:
CPC
Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da citação do
réu, julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar:
I – enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça;
II – acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em jul-
gamento de recursos repetitivos;
III – entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de
competência;
IV – enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local.
§ 1º O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se verificar, desde logo, a
ocorrência de decadência ou de prescrição.
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Sentença, Coisa Julgada, Sumaríssimo e Sumário
Jose Gervasio Meireles
IN 39/2016
Art. 7º Aplicam-se ao Processo do Trabalho as normas do art. 332 do CPC, com as necessárias
adaptações à legislação processual trabalhista, cumprindo ao juiz do trabalho julgar liminarmente
improcedente o pedido que contrariar:
I – enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Tribunal Superior do Trabalho (CPC,
art. 927, inciso V);
II – acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Tribunal Superior do Trabalho em
julgamento de recursos repetitivos (CLT, art. 896-B; CPC, art. 1046, § 4º);
III – entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de
competência;
IV – enunciado de súmula de Tribunal Regional do Trabalho sobre direito local, convenção coletiva
de trabalho, acordo coletivo de trabalho, sentença normativa ou regulamento empresarial de ob-
servância obrigatória em área territorial que não exceda à jurisdição do respectivo Tribunal (CLT,
art. 896, “b”, a contrario sensu).
Parágrafo único. O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se verificar,
desde logo, a ocorrência de decadência.
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Jose Gervasio Meireles
CPC
Art. 332 (...)
§ 2º Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da sentença, nos termos
do art. 241.
Art. 241. Transitada em julgado a sentença de mérito proferida em favor do réu antes da citação,
incumbe ao escrivão ou ao chefe de secretaria comunicar-lhe o resultado do julgamento.
Essa ciência é fundamental para que o réu tenha conhecimento da formação da coisa
julgada material em seu favor, facilitando a alegação de eficácia preclusiva no caso de o autor
intentar novamente a mesma demanda, por exemplo.
Se o autor entende que a improcedência liminar foi indevidamente aplicada e decide
interpor recurso, então o juiz, reconhecendo o equívoco, pode se retratar no prazo de 5 dias
e determinar o prosseguimento da demanda com a citação do réu. No entanto, na hipótese
de não se retratar, o juiz determina a citação do réu para apresentar contrarrazões ao re-
curso interposto:
CPC
Art. 332 (...)
§ 3º Interposta a apelação, o juiz poderá retratar-se em 5 (cinco) dias.
§ 4º Se houver retratação, o juiz determinará o prosseguimento do processo, com a citação do réu,
e, se não houver retratação, determinará a citação do réu para apresentar contrarrazões, no prazo
de 15 (quinze) dias.
Note que, como no Processo do Trabalho não existe “apelação”, de forma que o recurso
cabível, como regra, no processo de conhecimento, é o Recuso Ordinário.
Existem casos em que o juiz pode julgar de forma antecipada a lide, não chegando a re-
alizar uma audiência de instrução (sistemática fracionada) ou, quando se trata de audiência
una, passa direto para as razões finais e última tentativa conciliatória sem qualquer instrução.
Esses casos podem ser percebidos no art. 355 do CPC:
CPC
Art. 355. O juiz julgará antecipadamente o pedido, proferindo sentença com resolução de mérito,
quando:
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Sentença, Coisa Julgada, Sumaríssimo e Sumário
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Quanto ao art. 355, I, do CPC, o texto legal não gera maiores dúvidas. De fato, há proces-
sos em que a documentação apresentada com a petição inicial ou com a defesa basta para
se decidir o mérito, não havendo qualquer necessidade de mais provas. O mesmo resultado
ocorre até sem documentação nenhuma, dependendo da matéria discutida no processo.
Imagine que João ingresse com reclamação trabalhista pedindo o pagamento do salário
de fevereiro de 2020, sendo que a empresa apresenta contestação informando que já houve
o pagamento, juntando o comprovante de depósito bancário respectivo na conta corrente do
reclamante. Diante desse caso concreto, não há que se falar em prova oral ou pericial, permi-
tindo o julgamento antecipado do mérito.
Pense, agora, na ação trabalhista movida por Maria em que formula pedido de indeniza-
ção por danos morais, descrevendo uma situação para a qual já existe precedente firmado
em julgamento de caso repetitivo. Muito embora o juiz pudesse ter dado a improcedência
liminar do pedido, decidiu não o fazer, citando o reclamado. Após apresentação da defesa
e recusa de conciliação, pode o juiz julgar antecipadamente o pedido, visto que não há ne-
cessidade de provas.
No que tange ao art. 355, II, do CPC, o fato de o réu ser revel não significa que não pos-
sa fazer pedido para produção de provas. Se não fizer o requerimento, o juiz pode proferir a
sentença decidindo o mérito de forma antecipada, exceto em determinadas situações, como
diante da necessidade de prova pericial, por exemplo.
Existem ações trabalhistas que apresentam diversos pedidos. Será que, nesses casos,
pode o juiz julgar de forma antecipada o mérito de apenas um ou parte dos pedidos? A res-
posta é positiva, desde que preenchidos os requisitos do art. 356 do CPC:
CPC
Art. 356. O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais dos pedidos formulados ou
parcela deles:
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I – mostrar-se incontroverso;
II – estiver em condições de imediato julgamento, nos termos do art. 355.
O inciso I refere-se ao pedido incontroverso, ou seja, pedido que não foi impugnado pelo réu.
Imagine que Karen processe a Empresa X pedindo indenização substitutiva do vale-trans-
porte (não recebeu o benefício) e adicional de insalubridade. A empresa contesta apenas o
adicional, deixando de impugnar o pedido de indenização. O juiz pode deferir, em sentença, a
indenização substitutiva do vale, sendo que o processo continuará correndo em relação ao
adicional de insalubridade. Veja que houve julgamento parcial de mérito (o mérito inteiro en-
volvia as duas matérias, mas apenas uma foi julgada). Haverá, posteriormente, uma segunda
sentença julgando apenas o adicional de insalubridade.
O art. 356, II, refere-se ao art. 355 do CPC, o qual prevê:
CPC
Art. 355. O juiz julgará antecipadamente o pedido, proferindo sentença com resolução de mérito,
quando:
I – não houver necessidade de produção de outras provas;
II – o réu for revel, ocorrer o efeito previsto no art. 344 e não houver requerimento de prova, na for-
ma do art. 349.
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Sentença, Coisa Julgada, Sumaríssimo e Sumário
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E por que estamos falando sempre em sentença? No Processo Civil essa decisão ante-
cipada não é decisão interlocutória? No Processo Civil, é decisão interlocutória a decisão
que julga parcialmente o mérito de forma antecipada. Entretanto, no Processo do Trabalho
é sentença.
O TST admite a aplicação adaptada do art. 356 do CPC no Processo do Trabalho na forma
do art. 5º da IN 39/2016:
IN 39/2016
Art. 5º Aplicam-se ao Processo do Trabalho as normas do art. 356, §§ 1º a 4º, do CPC que regem
o julgamento antecipado parcial do mérito, cabendo recurso ordinário de imediato da sentença.
Quando o juiz profere uma sentença que julga parcialmente o mérito, ela pode ser execu-
tada provisoriamente durante a pendência do recurso interposto, exceto se houver a conces-
são de efeito suspensivo:
CPC
Art. 356 (...)
§ 2º A parte poderá liquidar ou executar, desde logo, a obrigação reconhecida na decisão que julgar
parcialmente o mérito, independentemente de caução, ainda que haja recurso contra essa interposto.
§ 4º A liquidação e o cumprimento da decisão que julgar parcialmente o mérito poderão ser pro-
cessados em autos suplementares, a requerimento da parte ou a critério do juiz.
CPC
Art. 356 (...)
§ 3º Na hipótese do § 2º, se houver trânsito em julgado da decisão, a execução será definitiva.
Percebe-se que o TST não incluiu o art. 356, § 5º, do CPC no âmbito do Processo do Tra-
balho. Isso ocorre porque contra a decisão julga parcialmente o mérito cabe recurso ordinário
e não agravo de instrumento.
Como antes da EC 24/99 não havia Vara, mas Junta de Conciliação e Julgamento, a deci-
são era colegiada. Havia, na Junta, juiz togado e juízes classistas. Logo, havia a necessidade
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de uma ata de audiência que constasse a decisão do conjunto dos juízes. Assim, os funda-
mentos da decisão estavam nesta ata.
Note que as partes eram consideradas intimadas na própria audiência em que proferida a
decisão. Veja:
CLT
Art. 852 - Da decisão serão os litigantes notificados, pessoalmente, ou por seu representante, na
própria audiência. No caso de revelia, a notificação far-se-á pela forma estabelecida no § 1º do art.
841.
Logo, havendo uma audiência de instrução e julgamento ou uma audiência una, a Junta
comunicava a decisão e juntava essa ata com a decisão (contendo os fundamentos) em
48 horas:
CLT
Art. 851. Os tramites de instrução e julgamento da reclamação serão resumidos em ata, de que
constará, na íntegra, a decisão.
§ 2º A ata será, pelo presidente ou juiz, junta ao processo, devidamente assinada, no prazo impror-
rogável de 48 (quarenta e oito) horas, contado da audiência de julgamento, e assinada pelos juízes
classistas presentes à mesma audiência.
O prazo recursal começava a contar no primeiro dia útil seguinte à data da audiência de
instrução e julgamento ou da data da audiência una em que a parte sabia da decisão final
(não se contava da juntada da ata com as razões da decisão).
A única exceção era no caso de revelia (não apresentou defesa), quando então a parte
revel precisava, como regra, ser intimada fora da audiência, visto que não havia comparecido.
O art. 852 da CLT refere-se ao art. 841, § 1º, da CLT:
CLT
Art. 841 (...)
§ 1º A notificação será feita em registro postal com franquia. Se o reclamado criar embaraços ao
seu recebimento ou não for encontrado, far-se-á a notificação por edital, inserto no jornal oficial ou
no que publicar o expediente forense, ou, na falta, afixado na sede da Junta ou Juízo.
Surgia, então, a pergunta: e se a ata com os fundamentos fosse juntada depois das 48
horas? As partes, nessa hipótese, tinham que ser intimadas dessa sentença novamente e aí
do prazo para recorrer reiniciaria a contagem:
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Súmula 30 do TST
INTIMAÇÃO DA SENTENÇA (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
Quando não juntada a ata ao processo em 48 horas, contadas da audiência de julga-
mento (art. 851, § 2º, da CLT), o prazo para recurso será contado da data em que a parte
receber a intimação da sentença.
CLT
Art. 852-I (...)
§ 3º As partes serão intimadas da sentença na própria audiência em que prolatada.
5. Coisa Julgada
5.1. Generalidades
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CPC
Art. 502. Denomina-se coisa julgada material a autoridade que torna imutável e indiscutível a de-
cisão de mérito não mais sujeita a recurso.
A decisão de mérito transitada em julgado atinge a questão principal discutida, não preju-
dicando diretamente terceiros (visto que não foram partes no processo). Leia:
CPC
Art. 503. A decisão que julgar total ou parcialmente o mérito tem força de lei nos limites da questão
principal expressamente decidida.
CPC
Art. 508. Transitada em julgado a decisão de mérito, considerar-se-ão deduzidas e repelidas todas
as alegações e as defesas que a parte poderia opor tanto ao acolhimento quanto à rejeição do
pedido.
Quanto aos motivos (fundamentos de decidir) e a verdade dos fatos em que o juiz se ba-
seou, não existe trânsito em julgado:
CPC
Art. 504. Não fazem coisa julgada:
I – os motivos, ainda que importantes para determinar o alcance da parte dispositiva da sentença;
II – a verdade dos fatos, estabelecida como fundamento da sentença.
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Logo, se um juiz julga improcedente uma ação de indenização por assédio moral por en-
tender que não houve os fatos alegados como caracterizadores do assédio, então o que tran-
sita em julgado é o indeferimento da reparação pecuniária e não a efetiva inexistência de fatos
caracterizadores do assédio. A verdade do fato não é o que transita.
Essa premissa possui reflexos importantes. Imagine que esse mesmo trabalhador pro-
ponha uma ação pedindo rescisão indireta com base nos mesmos fatos (assédio alegado).
Nada impede que a ação seja julgada procedente se conseguir realizar aquela prova dos fatos.
Quanto aos motivos, pense que um trabalhador requeira a liberação do FGTS com base
em um preceito vigente. O Juiz, diante dessa norma, defere a liberação e expede o alvará em
relação a uma conta vinculada do FGTS. O que transitou em julgado foi o direito ao levanta-
mento e não o fundamento utilizado. Se o trabalhador, visualizando que venceu a demanda,
propõe nova ação pedindo liberação do FGTS de outra conta vinculada com base no mesmo
fundamento legal, o Juiz, constando que a lei foi mal interpretada anteriormente, pode indefe-
rir o novo pedido, porque motivos não transitam em julgado.
Por outro lado, quanto à questão prejudicial (matéria fática e jurídica que precede a ques-
tão principal e que possui relação direta com a mesma), a regra é a ocorrência do trânsito em
julgado desde que alguns requisitos sejam atendidos:
CPC
Art. 503. (...)
§ 1º O disposto no caput aplica-se à resolução de questão prejudicial, decidida expressa e inciden-
temente no processo, se:
I – dessa resolução depender o julgamento do mérito;
II – a seu respeito tiver havido contraditório prévio e efetivo, não se aplicando no caso de revelia;
III – o juízo tiver competência em razão da matéria e da pessoa para resolvê-la como questão
principal.
Desta forma, é necessário que a questão seja fundamental para se decidir sobre a questão
principal, tenha havido contraditório prévio e efetivo, e haja competência em razão da matéria
e da pessoa.
Se um trabalhador requer a condenação de horas extras alegando ser empregado e a em-
presa defende não haver esse direito porque não existe vínculo de emprego, o debate sobre a
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existência de vínculo de emprego é uma questão prejudicial que atende a todos os requisitos
do art. 503, § 1º, do CPC.
Assim, se esse trabalhador pretendesse, em nova ação, o pagamento de gratificação na-
talina, a relação de emprego não pode mais ser discutida, porque a matéria transitou em jul-
gado como questão prejudicial.
Por outro lado, imagine uma ação em que um suposto filho ainda não reconhecido preten-
de receber indenização pela perda de seu genitor em um acidente de trabalho. O juiz, antes de
decidir sobre o direito à reparação, terá que analisar a relação de paternidade. Assim, o que
transitará em julgado será o direito ou não à indenização derivada do acidente de trabalho e
não o reconhecimento de filiação.
Um cuidado você deve ter: o trânsito em julgado da questão prejudicial não ocorre tam-
bém se houver restrições no processo quanto ao aprofundamento do debate da matéria:
CPC
Art. 503. (...)
§ 2º A hipótese do § 1º não se aplica se no processo houver restrições probatórias ou limitações à
cognição que impeçam o aprofundamento da análise da questão prejudicial.
Isso ocorre, por exemplo, no mandado de segurança, porque não admite dilação probató-
ria, o que veremos no capítulo próprio.
Uma especificidade quanto à coisa julgada material deve ser lembrada. Existem senten-
ças que impõem obrigações de trato sucessivo, as denominadas sentenças determinativas.
Imagine uma sentença que reconheça que o empregado esteja sujeito às condições insalu-
bres de trabalho e condene a empresa no pagamento do adicional.
Veja, a título ilustrativo, o disposto na OJ 172 da SDI-I do TST:
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Suponha, agora, que essa empresa condenada adote medidas para eliminar a insalu-
bridade. O que deve ser feito com a coisa julgada material? Pode ela ser flexibilizada? É
necessária uma ação rescisória?
A coisa julgada pode ser objeto de revisão. Isso ocorre em virtude da natureza da obri-
gação imposta pela sentença determinativa, a qual pressupõe que as mesmas premissas
fáticas e jurídicas serão mantidas no futuro. Se houver mudança na premissa, não se trata
de um vício na decisão, mas da necessidade de rever a situações jurídica de acordo com as
premissas atuais. É muito diferente da ação rescisória, a qual pressupõe que existe um vício
intrínseco desde o início.
O legislador reconhece a revisão do conteúdo decidido no art. 505, I, do CPC:
CPC
Art. 505. Nenhum juiz decidirá novamente as questões já decididas relativas à mesma lide, salvo:
I – se, tratando-se de relação jurídica de trato continuado, sobreveio modificação no estado de fato
ou de direito, caso em que poderá a parte pedir a revisão do que foi estatuído na sentença;
Assim, nesses casos, cabe ação revisional. Veja uma aplicação prática exemplificativa:
A coisa julgada formal, por seu turno, é a impossibilidade de alteração da decisão no mes-
mo processo, seja porque os recursos foram todos utilizados, seja porque os recursos não
foram utilizados e o prazo recursal acabou. Aqui não importa se a decisão é de mérito ou não.
Assim, mesmo que o juiz extinga sem resolução de mérito o processo em que João pede
adicional de transferência com fundamento na inépcia da petição inicial (não preencheu a pe-
tição os requisitos mínimos), haverá coisa julgada formal se a parte não recorrer da sentença
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ou, exercendo todos os recursos, ainda assim perder ao final. Percebe-se que nesse caso o
pedido não foi julgado.
É muito comum verificar afirmações de alguns operadores do direito no sentido de que a
coisa julgada formal não impede a propositura de uma nova demanda. Essa premissa deve
ser examinada com muito cuidado.
Em primeiro lugar, o fato de haver coisa julgada formal em nada se relaciona com a coisa
julgada material, sendo que esta última gera eficácia preclusiva do debate da matéria em ou-
tro processo, dada a imutabilidade de conteúdo que integra seu conceito.
Além disso, ainda que se trate de mera extinção do processo sem resolução de mérito
com a consequente formação de coisa julgada formal, existe uma peculiaridade. De fato, a
regra é que essa extinção não obsta o ajuizamento de nova ação trabalhista, conforme se
constata do art. 486, caput, do CPC:
CPC
Art. 486. O pronunciamento judicial que não resolve o mérito não obsta a que a parte proponha de
novo a ação.
No entanto, quando houver extinção do processo sem resolução de mérito com base no
art. 485, I, IV, VI e VII, do CPC, a nova demanda depende do saneamento do vício anterior, o que
se infere do art. 486, § 1º, do CPC:
CPC
Art. 486. (...)
§ 1º No caso de extinção em razão de litispendência e nos casos dos incisos I, IV, VI e VII do art.
485, a propositura da nova ação depende da correção do vício que levou à sentença sem resolução
do mérito.
A decisão de mérito transitada em julgado tem força de lei entre as partes e em relação
à questão principal discutida, não prejudicando diretamente terceiros (visto que não foram
partes no processo). Leia:
CPC
Art. 506. A sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é dada, não prejudicando terceiros.
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Conforme se infere do art. 506 do CPC, a contrario sensu, a coisa julgada pode beneficiar
diretamente terceiros. Exemplo dessa situação ocorre quando o sindicato, autor de uma ação
coletiva em que atua como substituto processual de 1.000 empregados, é vencedor na de-
manda e obtém a condenação de empresa em um adicional de periculosidade. Os trabalhado-
res substituídos não são parte na ação coletiva, mas terceiros beneficiários da coisa julgada.
Outro ponto interessante e bastante comum no Processo do Trabalho ocorre nas hipóte-
ses de terceirização. Muitas vezes o trabalhador ajuíza uma demanda trabalhista em face da
empresa prestadora de serviços, mas não insere a tomadora de serviços como litisconsorte
passivo. Após vencer a demanda e descobrir que a empresa empregadora não possui bens
suficientes para arcar com a dívida, o trabalhador decide ajuizar nova ação trabalhista, mas
desta vez quanto ao tomador de serviços, pleiteando sua responsabilidade subsidiária.
Ocorre que a tomadora não teve a oportunidade de debater o mérito das verbas trabalhis-
tas na primeira ação contra a empregadora, não sendo razoável que possa discutir simples-
mente a sua responsabilidade subsidiária nessa nova demanda. Nesse ínterim, o TST entende
que existe coisa julgada da primeira ação que obsta que o tomador seja demandado nessa
nova ação. Leia essa ementa exemplificativa:
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Quanto à coisa julgada em ações civis públicas e ações coletivas e seus reflexos no âm-
bito coletivo e no âmbito individual, a matéria é inerente ao outro capítulo.
CLT
Art. 831 (...)
Parágrafo único. No caso de conciliação, o termo que for lavrado valerá como decisão irrecorrível,
(...).
Se houver acordo homologado na Justiça do Trabalho pelo extinto contrato de trabalho e não
houver qualquer ressalva (uma exceção feita no próprio acordo), não pode o trabalhador de-
mandar sequer outras parcelas não requeridas anteriormente.
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Isso porque a coisa julgada impede que o trabalhador cobre, ainda que em outro processo,
verbas trabalhistas diversas.
Vamos dar um exemplo. Tina foi dispensada e processa a Empresa X, pedindo horas ex-
tras e adicional noturno. Faz um acordo homologado na justiça no valor de R$ 10.000,00 de
horas extras, pelo extinto contrato de trabalho, e não coloca qualquer ressalva. Nesse caso,
não havendo ressalva, mesmo que Tina se arrependa do acordo porque se esqueceu de pedir
no processo a remuneração de férias que não recebeu, não pode fazer mais nada. Se ajuizar
uma segunda ação pedindo agora o valor das férias, o processo será extinto sem resolução de
mérito (sem ter seu pedido julgado), por violação da coisa julgada formada no acordo.
Veja o disposto na OJ 132 da SDI-II do TST:
OJ 132 da SDI-II
AÇÃO RESCISÓRIA. ACORDO HOMOLOGADO. ALCANCE. OFENSA À COISA JULGADA (DJ
04.05.2004)
Acordo celebrado - homologado judicialmente - em que o empregado dá plena e ampla
quitação, sem qualquer ressalva, alcança não só o objeto da inicial, como também todas
as demais parcelas referentes ao extinto contrato de trabalho, violando a coisa julgada,
a propositura de nova reclamação trabalhista.
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CPC
Art. 537. (...)
§ 1º O juiz poderá, de ofício ou a requerimento, modificar o valor ou a periodicidade da multa vin-
cenda ou excluí-la, caso verifique que:
I – se tornou insuficiente ou excessiva;
II – o obrigado demonstrou cumprimento parcial superveniente da obrigação ou justa causa para
o descumprimento.
Assim, pode-se concluir que a multa cominatória não transita em julgado. O Tribunal Su-
perior do Trabalho possui julgados com a mesma compreensão. Veja uma ementa ilustrativa:
CPC
Art. 496. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirma-
da pelo tribunal, a sentença:
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I – proferida contra a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autar-
quias e fundações de direito público;
Assim, mesmo que haja condenação no juízo de primeiro grau, devem os autos ser reme-
tidos ao segundo grau para que haja o reexame da matéria. Se o magistrado não os enviar, o
Presidente do Tribunal deve avocar os autos:
CPC
Art. 496 (...)
§ 1º Nos casos previstos neste artigo, não interposta a apelação no prazo legal, o juiz ordenará a
remessa dos autos ao tribunal, e, se não o fizer, o presidente do respectivo tribunal avocá-los-á.
§ 2º Em qualquer dos casos referidos no § 1º, o tribunal julgará a remessa necessária.
No entanto, quais valores seriam considerados elevados de forma a exigir essa remessa
necessária? A delimitação foi feita no art. 496, § 3º, do CPC, norma que indica o limite abaixo
do qual não há necessidade de remessa:
CPC
Art. 496 (...)
§ 3º Não se aplica o disposto neste artigo quando a condenação ou o proveito econômico obtido
na causa for de valor certo e líquido inferior a:
I – 1.000 (mil) salários-mínimos para a União e as respectivas autarquias e fundações de direito
público;
II – 500 (quinhentos) salários-mínimos para os Estados, o Distrito Federal, as respectivas autar-
quias e fundações de direito público e os Municípios que constituam capitais dos Estados;
III – 100 (cem) salários-mínimos para todos os demais Municípios e respectivas autarquias e fun-
dações de direito público.
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Contudo, não faz sentido impor um reexame obrigatório quando a decisão judicial somen-
te seguiu a jurisprudência consolidada, razão pela qual o legislador criou exceções no art.
496, § 4º, do CPC:
CPC
Art. 496 (...)
§ 4º Também não se aplica o disposto neste artigo quando a sentença estiver fundada em:
I – súmula de tribunal superior;
II – acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em jul-
gamento de recursos repetitivos;
III – entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de
competência;
IV – entendimento coincidente com orientação vinculante firmada no âmbito administrativo do
próprio ente público, consolidada em manifestação, parecer ou súmula administrativa.
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É que não existe a formação da coisa julgada antes do julgamento da remessa necessá-
ria nas hipóteses em que o reexame é obrigatório. Tanto é verdade que não se admite a ação
rescisória (ação que pressupõe a ocorrência do trânsito em julgado) de decisão que ainda não
foi submetida ao reexame obrigatório nas hipóteses em que se era exigido esse duplo grau:
OJ 21 da SDI-II do TST
AÇÃO RESCISÓRIA. DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO. TRÂNSITO EM JULGADO. INOBSER-
VÂNCIA. DECRETO-LEI N. 779/69, ART. 1º, V. INCABÍVEL (nova redação) - DJ 22.08.2005
É incabível ação rescisória para a desconstituição de sentença não transitada em jul-
gado porque ainda não submetida ao necessário duplo grau de jurisdição, na forma do
Decreto-Lei n. 779/69. Determina-se que se oficie ao Presidente do TRT para que pro-
ceda à avocatória do processo principal para o reexame da sentença rescindenda.
Não transita em julgado a sentença por haver omitido o recurso ex officio, que se consi-
dera interposto ex lege.
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CC
Art. 935. A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar mais
sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem
decididas no juízo criminal.
Deste modo, as matérias trabalhistas são, como regra, independentes da esfera criminal.
Contudo, existem situações em que a coisa julgada penal vincula a esfera trabalhista, como
ocorre nos casos de condenação ou de absolvição por negativa de autoria. Registre-se que,
na hipótese de condenação, a autoria e a materialidade estão comprovadas, o que afasta
qualquer discussão na seara trabalhista.
Nesse contexto, se a decisão penal transita em julgado antes da formação da coisa jul-
gada trabalhista, existe uma vinculação da esfera trabalhista, de forma a evitar contradição,
sobretudo quando se considera que a jurisdição é una.
Vejamos um jugado do TST sobre o tema:
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coisa julgada sedimentada na Ação Penal. Importa para o caso o entendimento de que
a jurisdição é, sim, una, ao revés do que faz crer o réu recorrente. E é em decorrência
dessa unidade da função jurisdicional (apesar de fracionada tecnicamente, para pos-
sibilitar melhor eficiência em prol do jurisdicionado, dentro de cada competência) que
os limites subjetivos da coisa julgada formada na ação penal atingem diretamente o
recorrente no presente feito e que, por ser na reclamação trabalhista - em que se dis-
cute idêntica questão em torno dos motivos que ensejaram a justa causa e o pedido de
reintegração - tais limites atingem também, objetivamente, a própria manutenção do
acórdão rescindendo na seara trabalhista, que não pode subsistir com conteúdo deci-
sório exatamente contrário àquele já perfectibilizado, corporificado pelo manto da coisa
julgada. É a exata compreensão que se deve ter do disposto no art. 935 do Código Civil:
quando a existência do fato ou a autoria já tenha sido decidida na esfera penal, não mais
pode ser questionada, ainda que a responsabilidade civil seja independente da criminal.
E tanto é assim que a decisão proferida no juízo criminal torna-se título executivo para
o juízo cível (CPC/73, arts. 475-N e 584, II). (...)” (RO-9301-70.2010.5.01.0000, Subseção
II Especializada em Dissídios Individuais, Relator Ministro Alexandre de Souza Agra Bel-
monte, DEJT 14/12/2018).
Todavia, existe um cuidado que deve ser tomado pelo operador do direito: a absolvição
por ausência de materialidade ou por ausência de provas. Algumas vezes o réu penal é absol-
vido porque não há conduta enquadrada no preceito penal. Muito embora a conduta não seja
um ilícito penal, ela pode ser um ilícito trabalhista.
Além disso, quando não há provas de que foi ele quem cometeu a conduta descrita no tipo
penal, apesar de o ato ter sido praticado por alguém, essa absolvição não elimina a liberdade
de o Juiz Federal do Trabalho perquirir, no âmbito trabalhista, se houve efetiva autoria caso
esse dado seja importante para o mérito trabalhista.
Então o ideal não seria suspender o processo trabalhista e aguardar o resultado penal?
De fato, essa suspensão pode ocorrer e está prevista no estatuto processual civil, mas possui
prazo limite:
CPC
Art. 315. Se o conhecimento do mérito depender de verificação da existência de fato delituoso, o
juiz pode determinar a suspensão do processo até que se pronuncie a justiça criminal.
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§ 1º Se a ação penal não for proposta no prazo de 3 (três) meses, contado da intimação do
ato de suspensão, cessará o efeito desse, incumbindo ao juiz cível examinar incidentemente a
questão prévia.
§ 2º Proposta a ação penal, o processo ficará suspenso pelo prazo máximo de 1 (um) ano, ao final
do qual aplicar-se-á o disposto na parte final do § 1º.
Assim, ultrapassado o prazo sem propositura da ação penal ou sem solução definitiva no
âmbito criminal, o juiz irá prosseguir com a ação trabalhista, examinando a questão da auto-
ria de forma incidental, como questão prévia àquela que importa ao Direito do Trabalho (como
examinar a justa causa por improbidade, por exemplo).
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RESUMO
Foco Linha mestra
1- São requisitos para a causa se sujeitar ao procedimento suma-
ríssimo: o valor da causa até 40 salários-mínimos; o pedido deve ser
certo “ou” determinado; não pode haver citação por edital; não pode
ser parte no processo a União, Estados, Distrito Federal, Municípios,
e Administração Pública autárquica e fundacional; o dissídio deve
ser individual, não se aplicando ao dissídio coletivo (art. 852-A e art.
852-B da CLT).
2- Serão decididos, de plano, todos os incidentes e exceções que
possam interferir no prosseguimento da audiência e do processo. As
demais questões serão decididas na sentença (art. 852-G da CLT).
3- Todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e
julgamento, ainda que não requeridas previamente.
4- Sobre os documentos apresentados por uma das partes manifes-
Procedimento sumaríssimo
tar-se-á imediatamente a parte contrária, sem interrupção da audi-
ência, salvo absoluta impossibilidade, a critério do juiz.
5- As testemunhas, até o máximo de duas para cada parte, compare-
cerão à audiência de instrução e julgamento independentemente de
intimação. Só será deferida intimação de testemunha que, compro-
vadamente convidada, deixar de comparecer. Não comparecendo a
testemunha intimada, o juiz poderá determinar sua imediata condu-
ção coercitiva (art. 852-H, §§ 2º e 3º, da CLT).
6- Somente quando a prova do fato o exigir, ou for legalmente
imposta, será deferida prova técnica, incumbindo ao juiz, desde logo,
fixar o prazo, o objeto da perícia e nomear perito. As partes serão inti-
madas a manifestar-se sobre o laudo, no prazo comum de cinco dias
(art. 852-H, §§ 4º e 6º, da CLT).
1- O valor da causa é de até 2 salários mínimos.
2- O recurso apenas é cabível da sentença em matéria constitucional
Procedimento sumário
(art. 2º, § 4º, da Lei 5.584/70).
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QUESTÕES DE CONCURSO
Existem diversas previsões legais e posições jurisprudenciais consolidadas do TST sobre
os procedimentos sumaríssimo e sumário, além de sentença e coisa julgada. É muito co-
mum a prova cobrar a literalidade da lei, bem como súmulas e orientações jurisprudenciais
sobre o tema.
Você deve ter em mente que, se um exercício envolver diversos itens com matérias diferentes,
apenas os itens relacionados à matéria desta aula foram escolhidos para exame. Assim, se
você verificar que a questão possui menos itens, isso ocorre porque os itens suprimidos não
se relacionam à matéria dessa aula. Logo, apenas os itens sobre a matéria desta aula foram
examinados e os gabaritos adaptados para o exame destes itens.
Você deve se lembrar também de que as questões foram respondidas com base na legislação
e na jurisprudência atuais, razão pela qual os gabaritos das questões foram adaptados para
as novas respostas, sobretudo diante das novidades da reforma trabalhista.
Vamos aos estudos.
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a) serão decididos, de plano, todos os incidentes e exceções que possam interferir no pros-
seguimento da audiência e do processo, salvo se as provas não tenham sido requeridas pre-
viamente.
b) as testemunhas, até o máximo de duas para cada parte, deverão comparecer à audiência
de instrução e julgamento independentemente de intimação, podendo o juiz na hipótese de
sua ausência, determinar sua imediata condução coercitiva.
c) nas causas sujeitas ao procedimento sumaríssimo, a admissibilidade de recurso de revista
está limitada à demonstração de violação direta a dispositivo da Constituição Federal, não se
admitindo o recurso por contrariedade a Orientação Jurisprudencial do Tribunal Superior do
Trabalho, ante a ausência de previsão no art. 896, § 6º, da CLT.
d) nas reclamações enquadradas no procedimento sumaríssimo o pedido deverá ser certo ou
determinado e indicará o valor correspondente; não se fará citação por edital, incumbindo ao
autor a correta indicação do nome e endereço do reclamado; e, a apreciação da reclamação
deverá ocorrer no prazo máximo de quinze dias do seu ajuizamento, podendo constar de pau-
ta especial, se necessário, de acordo com o movimento judiciário da Vara do Trabalho.
e) estão excluídas do procedimento sumaríssimo as demandas em que é parte a Administra-
ção pública direta, indireta, autárquica e fundacional.
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d) As testemunhas, até o máximo de três para cada parte, comparecerão à audiência de ins-
trução e julgamento independentemente de intimação.
e) No julgamento do recurso ordinário, se a sentença for confirmada pelos próprios funda-
mentos, a certidão de julgamento, registrando tal circunstância, servirá de acórdão.
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d) I, II e III.
e) I, II e IV.
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GABARITO
1. c 13. b 25. a
2. a 14. e 26. d
3. a 15. E, E, E, E 27. C, C
4. e 16. d 28. e
5. e 17. b 29. d
6. E 18. d 30. c
7. E, E 19. a 31. E, E
8. E 20. E 32. b
9. c 21. e 33. c
10. E, E 22. e 34. c
11. E 23. c
12. b 24. E
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GABARITO COMENTADO
Questão 1 (FUNDATEC/AL-RS/PROCURADOR/2018) Quanto ao procedimento sumaríssi-
mo no processo do trabalho, assinale a alternativa correta.
a) Ficam submetidos os dissídios individuais cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário
mínimo vigente na data da prolação da sentença.
b) Ficam submetidos os dissídios individuais e coletivos cujo valor não exceda a quarenta
vezes o salário mínimo vigente na data do ajuizamento da reclamação.
c) Estão excluídas as demandas em que é parte a Administração Pública direta, autárquica e
fundacional.
d) Se necessário a citação por edital, o juiz determinará o prazo que variará entre 20 (vinte) e
60 (sessenta) dias, fluindo da data da publicação única ou, havendo mais de uma, da primeira.
e) As testemunhas, até o máximo de três para cada parte, comparecerão à audiência de ins-
trução e julgamento independentemente de intimação.
Letra c.
a) Errada. Ficam sujeitos ao rito sumaríssimo os dissídios individuais cujo valor da causa
seja de até 40 salários mínimos na época da propositura da demanda, na forma do art. 852-A,
caput, da CLT.
b) Errada. Os dissídios coletivos não se sujeitam ao procedimento sumaríssimo, mas apenas
os individuais, conforme se constata no art. 852-A, caput, da CLT.
c) Certa. É o que dispõe o art. 852-A, parágrafo único, da CLT.
d) Errada. Não se admite citação por edital no procedimento sumaríssimo, na forma do art.
852-B, II, da CLT.
e
) Errada. O máximo de testemunhas são 2 por parte, na forma do art. 852-H, §§ 2º e 3º, da CLT.
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Letra a.
a) Certa. Sendo parte uma autarquia, não pode a demanda seguir pelo rito sumaríssimo, de-
vendo seguir pelo rito ordinário. Essa lógica decorre do art. 852-A, parágrafo único, da CLT.
b) Errada. Como a demanda segue o rito ordinário, cada parte possui direito a até 3 testemu-
nhas cada, na forma do art. 821 da CLT:
Art. 821 - Cada uma das partes não poderá indicar mais de 3 (três) testemunhas, salvo quando se
tratar de inquérito, caso em que esse número poderá ser elevado a 6 (seis).
c) Errada. Todos os dissídios individuais e coletivos devem ser sujeitos à tentativa de conci-
liação, na forma do art. 764, caput, da CLT:
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Letra a.
a) Certa. Incide o art. 852-A, parágrafo único, da CLT.
b) Errada. Veja o comentário do item anterior.
c) Errada. Veja o comentário da letra “a”.
d) Errada. Não existe essa previsão expressa na lei.
e) Errada. Veja o comentário da letra “a”.
Letra e.
a) Errada. Todos os incidentes e exceções devem ser decididos de plano, conforme art. 852-G
da CLT.
b) Errada. O máximo de testemunhas são 2 por parte, na forma do art. 852-H, §§ 2º e 3º, da CLT.
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c) Errada. Deve haver a apreciação no prazo máximo de 15 dias, na forma do art. 852-B, III,
da CLT.
d) Errada. O relatório é dispensado na sentença do procedimento sumaríssimo, na forma do
art. 852-I, caput, da CLT.
e) Certa. É o que dispõe o art. 852-A, parágrafo único, da CLT.
Errado.
Estado da federação não pode figurar como parte em demanda sujeita a rito sumaríssimo,
conforme o art. 852-A, parágrafo único, da CLT.
Errado.
Autarquia não se sujeita ao rito sumaríssimo, conforme o art. 852-A, parágrafo único, da CLT.
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Errado, Errado.
II – Errado. Não existe qualquer previsão legal que autorize a sujeição da Administração Pú-
blica direta, autárquica e fundacional ao rito sumaríssimo com base em Requisição de Peque-
no Valor.
III – Errado. Não se aceita citação por edital no procedimento sumaríssimo, na forma do art.
852-B, II, da CLT. No caso do exercício, o rito deve ser convertido para ordinário ou deve ser
extinto o processo sem resolução de mérito.
Errado.
O que se decide de plano são os incidentes e exceções, conforme art. 852-G da CLT. As ques-
tões de mérito são decididas na sentença.
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Letra c.
a) Certa. É o que dispõe o art. 852-I, § 3º, da CLT.
b) Certa. É o que dispõe o art. 852-B, § 2º, da CLT.
c) Errada. Deve haver a apreciação no prazo máximo de 15 dias, na forma do art. 852-B, III,
da CLT.
d) Certa. É o que dispõe o art. 852-A, parágrafo único, da CLT.
e) Certa. É o que dispõe o art. 852-H, caput, da CLT.
Errado, Errado.
b) Errado. Estão sujeitos ao rito sumaríssimo os dissídios individuais cujo valor não exceda
40 salários mínimos, na forma do art. 852-A, caput, da CLT.
d) Errado. Essas pessoas jurídicas não se sujeitam ao rito sumaríssimo, na forma do art. 852-
A, parágrafo único, da CLT.
Errado.
A citação por edital não é possível no sumaríssimo, conforme art. 852-B, II, da CLT.
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Letra b.
a) Errada. O prazo máximo é de 15 dias, na forma do art. 852-B, III, da CLT.
b) Certa. É o que dispõe o art. 852-H, §§ 2º e 3º, da CLT.
c) Errada. A manifestação sobre os documentos juntados pela parte contrária é imediata, sal-
vo completa impossibilidade, na forma do art. 852-H, § 1º, da CLT.
d) Errada. O juiz pode limitar ou excluir provas excessivas, protelatórias ou impertinentes. Leia
o art. 852-D da CLT.
e) Errada. É dispensado o relatório no procedimento sumaríssimo, na forma do art. 852-I,
caput, da CLT.
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II – Não será deferida a intimação de testemunha, sendo ônus da parte trazê-la no dia da
audiência.
III – Estão excluídas do procedimento sumaríssimo as demandas em que é parte a Admi-
nistração Pública direta, autárquica e fundacional, bem como suas empresas púbicas
e sociedades de economia mista.
IV – O pedido deverá ser certo ou determinado e indicará o valor correspondente. A não ob-
servância dessa exigência pelo reclamante importará no arquivamento da reclamação,
proibição de ajuizamento de nova ação pelo prazo de 6 (seis) meses e condenação ao
pagamento de custas sobre o valor da causa.
V – As partes e advogados comunicarão ao juízo as mudanças de endereço ocorridas no
curso do processo, reputando-se eficazes as intimações enviadas ao local anterior-
mente indicado, na ausência de comunicação.
Letra b.
I – Certo. É o que dispõe o art. 852-B, II, da CLT.
II – Errado. Se houver comprovação de que a testemunha foi convidada e ela não compare-
ceu, a testemunha será intimada, na forma do art. 852-H, §§ 2º e 3º, da CLT.
III – Errado. As empresas públicas e sociedades de economia mista não estão excluídas do
procedimento sumaríssimo, não havendo qualquer previsão legal nesse sentido.
IV – Errado. Muito embora o pedido deva ser certo ou determinado e deva indicar o valor dos
pedidos, a sua inobservância gera a extinção do processo sem resolução de mérito (“arqui-
vamento”) e a condenação do reclamante nas custas, mas não gera a perempção temporária
trabalhista. Leia o art. 852-B, I e § 1º, da CLT.
V – Certo. É o que dispõe o art. 852-B, § 2º, da CLT.
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Letra e.
a) Errada. Não se admite esse rito quando for parte administração direta, autárquica e funda-
cional, na forma do art. 852-A, caput, da CLT.
b) Errada. Não se admite a citação por edital no sumaríssimo, conforme art. 852-B, II, da CLT.
c) Errada. O pedido, como regra, precisa ser líquido, conforme art. 852-B, I, da CLT.
d) Errada. É perfeitamente possível a realização da prova pericial no procedimento sumaríssi-
mo, conforme art. 852-H, § 4º, da CLT.
e) Certa. É o que dispõe o art. 852-H, § 2º.
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Letra d.
a) Errada. Não existe essa ressalva. Veja o art. 852-G da CLT.
b) Errada. O juiz não determina a imediata condução coercitiva apenas porque as testemu-
nhas não compareceram voluntariamente. A condução ocorre quando, apesar de intimadas,
deixam de comparecer, na forma do art. 852-H, § 3º, da CLT.
c) Errada. A admissibilidade de recurso de revista não está limitada à hipótese de violação
à Constituição, cabendo também quando o acórdão do TRT que julgou o recurso ordinário
contrariar súmula de jurisprudência uniforme do Tribunal Superior do Trabalho ou a súmula
vinculante do Supremo Tribunal Federal, na forma do art. 896, § 9º, da CLT.
d) Certa. É o que dispõe o art. 852-B, I, II e III, da CLT.
e) Errada. As empresas públicas e sociedades de economia mista integram a Administração
Indireta e não estão excluídas do procedimento sumaríssimo. Veja o art. 852-A, parágrafo
único, da CLT.
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Letra b.
a) Errada. É perfeitamente possível a realização de prova pericial no procedimento sumaríssi-
mo, conforme art. 852-H, § 4º, da CLT.
b) Certa. É o que dispõe o art. 852-I, § 1º, da CLT.
c) Errada. O valor limite para o procedimento sumaríssimo refere-se a 40 salários mínimos na
época da propositura da demanda, pouco importando se existe ou não pedido de indenização
por danos morais. Basta ver o art. 852-A, caput, da CLT.
d) Errada. Não importa se a Administração Pública direta, autárquica e fundacional é ré ou
autora, ou se a responsabilidade é direta ou subsidiária, o processo não pode tramitar no rito
sumaríssimo. Basta ver o art. 852-A, parágrafo único, da CLT.
e) Errada. O máximo é de 2 testemunhas por parte, conforme art. 852-H, § 2º, da CLT.
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d) Todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e julgamento, ainda que não
requeridas previamente.
e) A sentença mencionará os elementos de convicção do juízo, com resumo dos fatos rele-
vantes ocorridos em audiência, não sendo dispensado o relatório.
Letra d.
a) Errada. A empresa pública federal não está excluída do procedimento sumaríssimo. Basta
ver o art. 852-A, parágrafo único, da CLT.
b) Errada. Não é vedado o adiamento da audiência. Tanto é verdade que existem preceitos que
evidenciam a possibilidade de prosseguimento em outra data, como ocorre com o art. 852-H,
§ 7º, da CLT.
c) Errada. A tentativa de conciliação pode ocorrer em qualquer fase do processo. Veja o art.
852-E da CLT.
d) Certa. É o que dispõe o art. 852-H, caput, da CLT.
e) Errada. O relatório é dispensado, na forma do art. 852-I, caput, da CLT.
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Letra a.
a) Errada. Se for parte a Administração Direta, autárquica ou fundacional, não pode o feito
tramitar no rito sumaríssimo. É o que dispõe o art. 852-A, parágrafo único, da CLT.
b) Certa. É o que dispõe o art. 852-C da CLT.
c) Certa. É o que dispõe o art. 852-H, § 2º, da CLT.
d) Certa. É o que dispõe o art. 852-F da CLT.
e) Certa. É o que dispõe o art. 852-H, § 4º, da CLT.
Errado.
O relatório não é obrigatório, conforme art. 852-I, caput, da CLT.
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Letra e.
a) Errada. O dissídio coletivo não se sujeita ao procedimento sumaríssimo, mas apenas o
dissídio individual, além de que se considera a data da propositura da demanda e não da au-
diência, na forma do 852-A, caput, da CLT.
b) Errada. O prazo máximo é de 15 dias, na forma do art. 852-B, III, da CLT.
c) Errada. Se a audiência for interrompida, o prosseguimento ocorrerá no prazo máximo de 30
dias, na forma do art. 852-H, § 7º, da CLT.
d) Errada. Quando existe necessidade de prova pericial, não se converte em rito ordinário. O
rito sumaríssimo continua normalmente e a prova pericial é realizada. Não existe qualquer
previsão legal para essa conversão.
e) Certa. É o que se infere dos arts. 852-H, caput e § 4º e 852-C da CLT.
Letra e.
a) Errada. Não existe qualquer previsão legal nesse sentido.
b) Errada. As empresas públicas e as sociedades de economia mista integram a Administra-
ção Pública Indireta e se sujeitam ao procedimento sumaríssimo. Basta ver que não estão na
exclusão do art. 852-A, parágrafo único, da CLT.
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c) Errada. O valor máximo da causa para que incida o procedimento sumaríssimo é de 40 ve-
zes o salário mínimo, conforme art. 852-A, parágrafo único, da CLT.
d) Errada. Não se admite a citação por edital neste procedimento, conforme art. 852-B, II,
da CLT.
e) Certa. É o que dispõe o art. 852-B, § 2º, da CLT.
Certo.
É o que dispõe o art. 852-B, II, da CLT.
Errado.
De fato, quando termina a instrução, cada parte possui 10 minutos para apresentar razões
finais, após o que ocorre a última tentativa de conciliação, na forma do art. 850, caput, da CLT.
No entanto, quanto à intimação da sentença proferida em audiência, apenas as partes pre-
sentes são intimados pessoalmente ou por seus representantes, visto que o eventual réu revel
deve ser intimado na forma do art. 841, § 1º, da CLT, conforme preceitua o art. 852 da CLT.
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Letra a.
Mesmo que o valor da causa seja inferior a 40 salários-mínimos, certo é que uma das partes
é uma fundação, o que afasta o procedimento sumaríssimo, na forma do art. 852-A, parágrafo
único, da CLT. Logo, as regras indicadas nas letras “b”, “c”, “d” e “e” são típicas do procedimen-
to sumaríssimo, estando previstas nos arts. 852-B e 852-H da CLT e não são aplicáveis ao
caso do exercício. Incide apenas a regra do art. 851, caput, da CLT, a qual é aplicável também
ao procedimento ordinário.
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Letra d.
a) Errada. Havendo absoluta impossibilidade de manifestação na mesma audiência (ex. quan-
tidade muito grande de documentos), pode o juiz deferir prazo, o que se infere a contrario sen-
su do art. 852-H, § 1º, da CLT.
b) Errada. O pedido deve ser certo, na forma do art. art. 852-B, I, da CLT.
c) Errada. Ainda que o juiz prolate a decisão na mesma audiência, a regra constante do art.
852-F deve ser respeitada.
d) Certa. É o que dispõe o art. 852-H, caput, da CLT.
e) Errada. Não existe qualquer previsão legal de impossibilidade de indicação de assistente
técnico para o sumaríssimo.
Certo, Certo.
b) Certa. A ação civil pública não tramita no procedimento sumaríssimo, por ser uma ação de
natureza coletiva.
c) Certa. Isso pode ser constatado no art. 852-H, § 4º, da CLT.
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d) As testemunhas, até o máximo de três para cada parte, comparecerão à audiência de ins-
trução e julgamento independentemente de intimação.
e) No julgamento do recurso ordinário, se a sentença for confirmada pelos próprios funda-
mentos, a certidão de julgamento, registrando tal circunstância, servirá de acórdão.
Letra e.
a) Errada. Nem toda Administração Pública Indireta está excluída do sumaríssimo. As empre-
sas públicas e sociedades de economia mista podem se enquadrar nesse rito.
b) Errada. Apenas está dispensado o relatório, na forma do art. 852-I, caput, da CLT. A funda-
mentação é obrigação constitucionalmente prevista no art. 93, IX.
c) Errada. O valor limite é de 40 vezes o salário mínimo, na forma do art. 852-A, caput, da CLT.
d) Errada. O limite máximo de testemunhas é de 2 por parte, conforme art. 852-H, § 2º.
e) Certa. É o que dispõe o art. 895, § 1º, IV, da CLT.
Letra d.
a) Errada. Há intimação de testemunhas quando, comprovadamente convidadas, deixarem de
comparecer à audiência, na forma do art. 852-H, §§ 2º e 3º, da CLT.
b) Errada. A prova pericial é permitida, conforme art. 852-H, § 4º, da CLT.
c) Errada. Não há hipótese de citação por edital nesse rito, conforme art. 852-B, II, da CLT.
d) Certa. Todas as provas são realizadas em audiência, ainda que não requeridas previamen-
te, na forma do art. 852-H, caput, da CLT.
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e) Errada. Não há qualquer previsão legal exigindo juntada de rol de testemunhas na peti-
ção inicial.
Letra c.
I – Errado. O valor limite é de 40 vezes o salário mínimo, na forma do art. 852-A, caput, da CLT.
II – Certo. É o que dispõe o art. 852-B, III, da CLT.
III – Certo. É o que dispõe o art. 852-B, I, da CLT.
IV – Errado. As empresas públicas e sociedades de economia mista integram a Administra-
ção Indireta e podem se enquadrar nesse rito.
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Errado, Errado.
a) Errada. Se na sentença houver erros ou enganos evidentes de escrita, de datilografia ou
de cálculo, podem eles ser retificados, de ofício, pelo juiz ou a requerimento das partes ou do
Ministério Público, na forma do art. 833 da CLT.
b) Errada. O limite da responsabilidade de cada parte pelas contribuições previdenciárias deve
ser definido na decisão cognitiva (ex. sentença condenatória) ou na decisão que homologa o
acordo (sentença homologatória). Veja o art. 832, § 3º, da CLT.
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Letra b.
b) Certo. É o que dispõe o art. 832, caput e § 1º, da CLT.
c) Errado. Esses erros podem ser sanados de ofício pelo juiz ou mediante requerimento das
partes ou do Ministério Público, independentemente de manejo dos embargos de declaração.
Veja o art. 833 da CLT.
Certo.
É o que dispõe a Súmula 303, I, do TST.
Certo.
É o que dispõe a Súmula 303, II, “d”, do TST.
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