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DIREITO

PROCESSUAL DO
TRABALHO
Sentença, Coisa Julgada, Sumaríssimo
e Sumário

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sentença, Coisa Julgada, Sumaríssimo e Sumário
Jose Gervasio Meireles

Apresentação..................................................................................................................4
Procedimentos Sumaríssimo e Sumário, Sentença e Coisa Julgada.................................5
1. Procedimento Sumaríssimo.........................................................................................5
1.1. Requisitos..................................................................................................................5
1.2. Outros Pontos de Relevo. ..........................................................................................8
2. Procedimento Sumário. ............................................................................................. 12
3. Razões Finais e Última Tentativa Conciliatória........................................................... 12
4. Sentença................................................................................................................... 15
4.1. Generalidades......................................................................................................... 15
4.2. Aspectos Materiais e Formais da Sentença............................................................ 19
4.3. Limites da Sentença...............................................................................................26
4.4. Modificações da Sentença..................................................................................... 28
4.5. Eficácia da Sentença..............................................................................................29
4.6. Improcedência Liminar do Pedido.. .........................................................................36
4.7. Julgamento Antecipado da Lide..............................................................................38
4.8. Julgamento Antecipado Parcial da Lide..................................................................39
4.9. Comunicação da Sentença...................................................................................... 41
5. Coisa Julgada. ............................................................................................................43
5.1. Generalidades.........................................................................................................43
5.2. Limites Subjetivos da Coisa Julgada...................................................................... 48
5.3. Conciliação e Coisa Julgada................................................................................... 50
5.4. Coisa Julgada e Multa Cominatória......................................................................... 51
5.5. Coisa Julgada e Remessa Necessária. . ....................................................................52

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5.6. Coisa Julgada Penal e Influência na Seara Trabalhista............................................55


Resumo.........................................................................................................................59
Questões de Concurso...................................................................................................63
Gabarito........................................................................................................................ 77
Gabarito Comentado. .....................................................................................................78

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Jose Gervasio Meireles

Apresentação

Olá, aluno(a)! Sou o professor Jose Gervasio Meireles, Juiz Federal do Trabalho, pós-gra-
duado em Direito Constitucional pela Universidade de Brasília (UnB). Leciono Direito do Tra-
balho, Direito Processual do Trabalho e Direito Administrativo em cursos preparatórios para
concursos públicos. Ocupei os cargos de Procurador da Fazenda Nacional (AGU) e Procura-
dor do Estado de Goiás (PGE).

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PROCEDIMENTOS SUMARÍSSIMO E SUMÁRIO,


SENTENÇA E COISA JULGADA
1. Procedimento Sumaríssimo

1.1. Requisitos

O procedimento sumaríssimo foi criado na tentativa de impor celeridade ao processo tra-


balhista. De olho nessa premissa, o legislador criou uma série de regras específicas.
A primeira questão que surge refere-se aos requisitos necessários para o enquadramento
de uma ação trabalhista no procedimento sumaríssimo. São requisitos:
a) o valor da causa até 40 salários-mínimos;
O valor da causa deve ser de, no máximo, 40 salários-mínimos, considerando o valor do
salário-mínimo na época da propositura da ação. É o disposto no art. 852-A, caput, da CLT:

CLT
Art. 852-A. Os dissídios individuais cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário mínimo vigen-
te na data do ajuizamento da reclamação ficam submetidos ao procedimento sumaríssimo.

b) o dissídio deve ser individual;


Apenas se aplica o rito sumaríssimo em dissídios individuais, ainda que haja litisconsór-
cio. Não se aplica para dissídios coletivos. Releia o art. 852-A, caput, da CLT:

CLT
Art. 852-A. Os dissídios individuais cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário mínimo vigen-
te na data do ajuizamento da reclamação ficam submetidos ao procedimento sumaríssimo.

c) não pode ser parte a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios, e a Adminis-
tração Pública autárquica e fundacional;
Considerando que esses entes e essas entidades defendem o interesse público e tendo
em vista as limitações procedimentais do sumaríssimo (que ainda estudaremos), o legislador
optou por excluí-los desse rito, assegurando uma maior flexibilidade na atuação processual
dessas pessoas jurídicas.

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O art. 852-A, parágrafo único, da CLT especificou:

CLT
Art. 852-A. (...)
Parágrafo único. Estão excluídas do procedimento sumaríssimo as demandas em que é parte a
Administração Pública direta, autárquica e fundacional.

d) não pode haver citação por edital;


O procedimento sumaríssimo deve ser célere. Tanto que a demanda será apreciada no
prazo de 15 dias, conforme art. 852-B, III, da CLT. Veja:

CLT
Art. 852-B. Nas reclamações enquadradas no procedimento sumaríssimo:
III – a apreciação da reclamação deverá ocorrer no prazo máximo de quinze dias do seu ajuiza-
mento, podendo constar de pauta especial, se necessário, de acordo com o movimento judiciário
da Junta de Conciliação e Julgamento.

Ora, seria impossível assegurar esse prazo caso houvesse a possibilidade de citação por
edital no procedimento, porque o edital precisa ser publicado e existe um prazo mínimo para
ser considerado citado. O art. 257, III, do CPC prevê:

CPC
Art. 257. São requisitos da citação por edital:
III – a determinação, pelo juiz, do prazo, que variará entre 20 (vinte) e 60 (sessenta) dias, fluindo da
data da publicação única ou, havendo mais de uma, da primeira;

Nesse contexto, cabe ao autor indicar corretamente o nome e o endereço do réu de forma
a possibilitar a citação por outra forma que não seja o edital. Leia o art. 852-B, II, da CLT:

CLT
Art. 852-B. Nas reclamações enquadradas no procedimento sumaríssimo:
II – não se fará citação por edital, incumbindo ao autor a correta indicação do nome e endereço do
reclamado;

E se ocorrer de o autor (reclamante) não indicar corretamente o endereço e o nome do


réu? Se for considerada a literalidade do texto celetista, haverá a extinção do processo sem
resolução de mérito (sem julgar o pedido) e condenação do autor nas custas. A regra legal usa
a expressão “arquivamento” como sinônimo dessa extinção. Leia o art. 852-B, § 1º, da CLT:

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Art. 852-B. (...)


§ 1º O não atendimento, pelo reclamante, do disposto nos incisos I e II deste artigo importará no
arquivamento da reclamação e condenação ao pagamento de custas sobre o valor da causa.

No entanto, a jurisprudência majoritária do TST admite a possibilidade de conversão do


procedimento sumaríssimo em procedimento ordinário de forma a viabilizar a citação por
edital, mas essa conversão não pode trazer prejuízo ao réu. Assim, caso o juiz opte em fazer
a conversão sem prejuízo ao reclamado, não haverá nulidade. Veja esse julgado:

(...) B) RECURSO DE REVISTA. NULIDADE PROCESSUAL. CONVERSÃO DO RITO SUMA-


RÍSSIMO PARA ORDINÁRIO. CITAÇÃO POR EDITAL. PREJUÍZO MANIFESTO CONFIGU-
RADO. Este Tribunal já se manifestou no sentido de que o não atendimento dos requi-
sitos previstos no art. 852-B da CLT não importa necessariamente o arquivamento do
feito, podendo o julgador, por questão de economia e celeridade processual e, desde que
não haja prejuízo às partes, determinar a conversão do rito sumaríssimo em ordinário.
No caso vertente, ao contrário do entendimento expendido pelo Regional, houve prejuízo
manifesto às partes, uma vez que em face da conversão do rito sumaríssimo para ordi-
nário, com a consequente citação por edital, as reclamadas foram consideradas revéis.
Recurso de revista conhecido e provido (RR-1067-55.2016.5.08.0207, 8ª Turma, Rela-
tora Ministra Dora Maria da Costa, DEJT 26/10/2018).

e) o pedido deve ser certo “ou” determinado


Pedido certo quer dizer pedido expresso em relação a um objeto. Pedido determinado
significa que a qualidade e extensão (quantidade) desse objeto é clara. Assim, o pedido não
pode ser genérico.
Na verdade, o pedido deve ser certo e determinado. O próprio CPC, ao tratar da regra geral
dos pedidos, demonstra:

CPC
Art. 322. O pedido deve ser certo.
(...)
Art. 324. O pedido deve ser determinado.

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Entretanto, como a CLT menciona “certo ou determinado”, você deve, na prova objetiva,
seguir a literalidade da lei, não marcando falso apenas porque a lei foi copiada. Veja o dispos-
to no art. 852-B, I, da CLT:

CLT
Art. 852-B. Nas reclamações enquadradas no procedimento sumaríssimo:
I – o pedido deverá ser certo ou determinado e indicará o valor correspondente;

Note que a norma menciona que os valores dos pedidos devem ser indicados. Nesse pon-
to, registre-se que, sendo pedido de imposição de uma obrigação de pagar, o valor da preten-
são deve ser esclarecido na petição inicial.
E se esse requisito for descumprido?
O processo será extinto sem resolução de mérito e o reclamante será condenado nas cus-
tas. Leia o art. 852-B, § 1º, da CLT:

CLT
Art. 852-B. (...)
§ 1º O não atendimento, pelo reclamante, do disposto nos incisos I e II deste artigo importará no
arquivamento da reclamação e condenação ao pagamento de custas sobre o valor da causa.

1.2. Outros Pontos de Relevo

Atendidos os requisitos para que a demanda trabalhista tramite no rito sumaríssimo, o réu
será citado com designação de audiência. Quanto à audiência, veja o previsto no art. 852-C
da CLT:

CLT
Art. 852-C. As demandas sujeitas a rito sumaríssimo serão instruídas e julgadas em audiência
única, sob a direção de juiz presidente ou substituto, que poderá ser convocado para atuar simul-
taneamente com o titular.

Embora a lei mencione “audiência única”, isso não significa que a sistemática de audiên-
cia deva ser necessariamente una. Nada impede, na prática, que o juiz adote a sistemática
de audiência fracionada para o rito sumaríssimo. Se você não se lembra das sistemáticas de
audiência, vá para o capítulo sobre audiências.

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No entanto, se na prova constar audiência única, é evidente que o examinador está se-
guindo a literalidade da lei, devendo você fazer o mesmo.
Iniciada a audiência una (sistemática una de audiências) ou a iniciada a audiência inicial
ou inaugural (na sistemática fracionada de audiências), o juiz tentará a conciliação:

CLT
Art. 852-E. Aberta a sessão, o juiz esclarecerá as partes presentes sobre as vantagens da concilia-
ção e usará os meios adequados de persuasão para a solução conciliatória do litígio, em qualquer
fase da audiência.

Não obtida a conciliação, o juiz receberá formalmente a defesa e documentos e ouvirá o


autor (réplica), passando para a instrução (audiência una). Se a sistemática de audiência for
fracionada, após a conciliação ter sido rejeitada e a defesa ter sido formalmente recebida, o
juiz designará audiência de instrução e dará prazo para que o autor se manifeste sobre defesa
e documentos.
Independentemente da sistemática de audiências adotada, segue-se o previsto no art.
852-F da CLT:

CLT
Art. 852-F. Na ata de audiência serão registrados resumidamente os atos essenciais, as afirma-
ções fundamentais das partes e as informações úteis à solução da causa trazidas pela prova tes-
temunhal.

Aliás, a necessidade de impor celeridade no procedimento justifica que o juiz decida de


plano os incidentes:

CLT
Art. 852-G. Serão decididos, de plano, todos os incidentes e exceções que possam interferir no
prosseguimento da audiência e do processo. As demais questões serão decididas na sentença.

Na audiência una (na sistemática una) ou na audiência de instrução (na sistemática fra-
cionada) serão realizadas as provas necessárias, independentemente de terem sido requeri-
das anteriormente. Veja o disposto no art. 852-H, caput, da CLT:

CLT
Art. 852-H. Todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e julgamento, ainda que
não requeridas previamente.

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Novamente considerando a necessidade de aumentar a rapidez do processo, o art. 852-H,


§ 1º, da CLT prevê a manifestação imediata da parte contrária sobre documentos apresenta-
dos, exceto no caso de impossibilidade:

CLT
Art. 852-H. (...)
§ 1º Sobre os documentos apresentados por uma das partes manifestar-se-á imediatamente a
parte contrária, sem interrupção da audiência, salvo absoluta impossibilidade, a critério do juiz.

Quanto às testemunhas, no procedimento sumaríssimo, o número máximo de testemu-


nhas são 2 (duas) para cada parte.

As partes devem trazer suas testemunhas espontaneamente. Se as testemunhas não com-


parecerem, o juiz determinará a intimação das mesmas se for comprovado que a testemunha
foi convidada pela parte ou por seu advogado.

Essa prova do convite é essencial.


Caso a testemunha não compareça, mesmo tendo sido intimada pelo juízo, o magistrado
determinará sua condução coercitiva (com uso da força, se for necessário). Leia o art. 852-H,
§§ 2º e 3º, da CLT:

CLT
Art. 852-H (...)
§ 2º As testemunhas, até o máximo de duas para cada parte, comparecerão à audiência de instru-
ção e julgamento independentemente de intimação.
§ 3º Só será deferida intimação de testemunha que, comprovadamente convidada, deixar de com-
parecer. Não comparecendo a testemunha intimada, o juiz poderá determinar sua imediata condu-
ção coercitiva.

E se for necessária a realização de perícia?

Ela será realizada, por ser perfeitamente possível no procedimento sumaríssimo. Veja o
disposto no art. 852-H, §§ 4º e 6º, da CLT:

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CLT
Art. 852-H (...)
§ 4º Somente quando a prova do fato o exigir, ou for legalmente imposta, será deferida prova técni-
ca, incumbindo ao juiz, desde logo, fixar o prazo, o objeto da perícia e nomear perito.
§ 6º As partes serão intimadas a manifestar-se sobre o laudo, no prazo comum de cinco dias.

Ressalte-se que, se a audiência for interrompida por algum motivo, sua continuação deve
ocorrer dentro de 30 dias:

CLT
Art- 852-H (...)
§ 7º Interrompida a audiência, o seu prosseguimento e a solução do processo dar-se-ão no prazo
máximo de trinta dias, salvo motivo relevante justificado nos autos pelo juiz da causa.

Surge, então, uma pergunta: e se o juiz necessitar de outras provas?

A resposta é evidente. O juiz tem liberdade para determinar as provas necessárias. O art.
852-D da CLT explica:

CLT
Art. 852-D. O juiz dirigirá o processo com liberdade para determinar as provas a serem produzidas,
considerado o ônus probatório de cada litigante, podendo limitar ou excluir as que considerar ex-
cessivas, impertinentes ou protelatórias, bem como para apreciá-las e dar especial valor às regras
de experiência comum ou técnica.

Importante registrar que as partes e seus respectivos advogados devem manter o endere-
ço da parte atualizado, sob pena de, não o fazendo, as intimações encaminhadas ao endereço
errado serem reputadas válidas. Observe:

CLT
Art. 852-B. (...)
§ 2º As partes e advogados comunicarão ao juízo as mudanças de endereço ocorridas no curso
do processo, reputando-se eficazes as intimações enviadas ao local anteriormente indicado, na
ausência de comunicação.

Quanto aos recursos, as peculiaridades referentes ao rito sumaríssimo serão examinadas


no capítulo próprio.

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2. Procedimento Sumário

O procedimento sumário é aquele cujo valor da causa não ultrapassa 2 salários mínimos.
Esse procedimento, para a posição majoritária, não foi revogado pelo surgimento do procedi-
mento sumaríssimo.
Veja a previsão legal que importa para seu estudo:

Lei 5584/70
Art. 2º (...)
§ 3º Quando o valor fixado para a causa, na forma deste artigo, não exceder de 2 (duas) vezes o
salário-mínimo vigente na sede do Juízo, será dispensável o resumo dos depoimentos, devendo
constar da Ata a conclusão da Junta quanto à matéria de fato.
§ 4º Salvo se versarem sobre matéria constitucional, nenhum recurso caberá das sentenças pro-
feridas nos dissídios da alçada a que se refere o parágrafo anterior, considerado, para esse fim, o
valor do salário mínimo à data do ajuizamento da ação.

A única diferença significativa em relação ao procedimento sumaríssimo, além do valor da


causa, refere-se ao fato de que, no rito sumário, não cabe recurso contra a sentença, exceto
se for em matéria constitucional.
Logo, se João processa a empresa X pedindo R$ 1.900,00 de indenização substitutiva do
vale-transporte, a sentença não permite recurso, já que a matéria não é constitucional.
Quanto aos demais aspectos, considerando que, no rito sumaríssimo (até 40 salários mí-
nimos), existem regras específicas para tornar célere o procedimento, então no rito sumário
(até 2 salários mínimos) devem ser aplicadas essas mesmas regras, segundo a posição ma-
joritária, respeitadas as diferenças quanto ao valor da causa e à possibilidade de recurso.

3. Razões Finais e Última Tentativa Conciliatória


Encerrada a instrução processual (fase de provas), em qualquer dos procedimentos (or-
dinário, sumário e sumaríssimo), as partes terão oportunidade de apresentar razões finais
(seus últimos argumentos e alegações). A CLT prevê o prazo de 10 minutos para cada parte
fazer a apresentação oral:

CLT
Art. 850 - Terminada a instrução, poderão as partes aduzir razões finais, em prazo não excedente
de 10 (dez) minutos para cada uma. (...)

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As razões finais podem ser escritas? A resposta é positiva. No entanto, não existe direito
de a parte a exigir prazo para que as razões finais escritas sejam juntadas, visto que a CLT
não as prevê. Além disso, o art. 364, § 2º, do CPC estabelece uma faculdade para o juiz e não
um dever:

CPC
Art. 364 (...)
§ 2º Quando a causa apresentar questões complexas de fato ou de direito, o debate oral poderá
ser substituído por razões finais escritas, que serão apresentadas pelo autor e pelo réu, bem como
pelo Ministério Público, se for o caso de sua intervenção, em prazos sucessivos de 15 (quinze) dias,
assegurada vista dos autos.

Logo, a concessão de prazo para razões finais escritas depende de deferimento judicial.
Não se pode esquecer que existem as denominadas razões finais remissivas, as quais
tratam, normalmente, de mero registro na ata de audiência dessa expressão (“razões finais
remissivas”). Ela significa que a parte está reiterando, de forma genérica, tudo o que ela ma-
nifestou no processo, em qualquer de suas alegações.
Vamos prosseguir.
A ausência de oportunidade de razões finais não gera nulidade automática, porquanto a
apresentação dessas razões é facultativa, cabendo à parte que alega nulidade demonstrar
cabalmente a ocorrência de prejuízo. Veja esse julgado do TST sobre o tema:

AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA EM FACE DE DECISÃO PUBLICADA


ANTES DA VIGÊNCIA DA LEI N. 13.015/2014. NULIDADE DA SENTENÇA POR NEGATIVA
DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL E AUSÊNCIA DE INTIMAÇÃO DA PARTE QUANTO AO
ENCERRAMENTO DA INSTRUÇÃO PROCESSUAL PARA A APRESENTAÇÃO DE RAZÕES
FINAIS. NÃO OCORRÊNCIA. Nos termos da primeira parte do artigo 850, caput, da CLT,
terminada a instrução, poderão as partes aduzir razões finais, em prazo não excedente
de 10 (dez) minutos para cada uma. Desse modo, não são indispensáveis ao processo
trabalhista, pois a própria CLT prevê se tratar de faculdade das partes, sendo certo que a
sua não apresentação não traz qualquer desvantagem processual ao litigante. (...) (AIRR
- 133400-36.2009.5.02.0351, Relator Ministro: Cláudio Mascarenhas Brandão, Data de
Julgamento: 22/02/2017, 7ª Turma, Data de Publicação: DEJT 06/03/2017)

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Além disso, existe uma outra questão. Caso exista uma nulidade relativa no curso do
processo em relação à qual a parte interessada já demonstrou sua irresignação (através de
protesto registrado na ata de audiência ou mediante petição interlocutória, por exemplo), não
há necessidade de que seja renovada a irresignação por ocasião das razões finais. Dessa
maneira, a irresignação anteriormente formalizada no processo basta para que a parte possa,
no momento próprio, recorrer.
Leia esse julgado ilustrativo do TST:

(...) INDEFERIMENTO DE PROVA TESTEMUNHAL. CERCEAMENTO DE DEFESA. PROTES-


TOS REGISTRADOS NA PRIMEIRA OPORTUNIDADE DE A PARTE FALAR AOS AUTOS.
DESNECESSIDADE DE RENOVAÇÃO DOS PROTESTOS EM RAZÕES FINAIS. AUSÊNCIA DE
PRECLUSÃO. A jurisprudência desta Corte pacificou-se no sentido de considerar des-
necessário que a parte renove seus protestos em razões finais orais para que a maté-
ria impugnada (nulidade) seja examinada pelo Tribunal Regional. Este entendimento
decorre do fato de que o ato processual em questão, qual seja, as ‘razões finais’ pre-
vistas no artigo 850 da CLT, consiste em mera faculdade da parte. Uma vez registrado
no acórdão do TRT que houve protestos após o indeferimento da oitiva das testemu-
nhas, é desnecessário que a insurgência da parte seja renovada em alegações finais,
razão pela qual não há se falar em preclusão. Recurso de revista conhecido e provido
(RR-173-97.2016.5.08.0007, 2ª Turma, Relatora Ministra Maria Helena Mallmann, DEJT
22/11/2019).

Apresentadas as razões finais, o juiz tentará uma última tentativa conciliatória obrigatória:

CLT
Art. 850. (...) Em seguida, o juiz ou presidente renovará a proposta de conciliação, e não se realizan-
do esta, será proferida a decisão.

Lembre-se de que existem duas tentativas de conciliação obrigatórias. Uma oportunidade


antes do recebimento formal da defesa logo após a abertura da audiência (art. 846 da CLT) e
outra após razões finais (art. 850 da CLT).

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A ausência da segunda tentativa conciliatória também não gera qualquer nulidade, uma
vez que não existe prejuízo para as partes, as quais podem, a qualquer fase do processo, inclu-
sive na fase recursal, chegar a uma conciliação. Leia o seguinte julgado do TST sobre o tema:

(...) PRELIMINAR DE NULIDADE POR AUSÊNCIA DA SEGUNDA PROPOSTA DE CONCI-


LIAÇÃO. A ausência de renovação da proposta conciliatória, por si só, não gera nulidade
processual, porquanto de tal procedimento não decorre, em princípio, nenhum preju-
ízo às partes, visto que a liberdade das partes para por fim ao processo por meio da
autocomposição não se extingue com o procedimento conciliatório, consoante dispõe
o artigo 763, § 3º, da CLT, de seguinte teor. No caso, a parte recorrente não demonstrou
a existência de prejuízos em face da ausência de nova tentativa de conciliação. Prece-
dentes. Recurso de Revista não conhecido. (...) (ARR-473-12.2011.5.05.0462, 1ª Turma,
Relator Desembargador Convocado Marcelo Lamego Pertence, DEJT 22/03/2016).

Frustrada a última tentativa de acordo, o juiz, então, prolatará a sentença na mesma audi-
ência ou designará audiência de julgamento para proferir a decisão. O art. 831, caput, da CLT
reforça essa diretriz procedimental:

CLT
Art. 831 - A decisão será proferida depois de rejeitada pelas partes a proposta de conciliação.

4. Sentença

4.1. Generalidades

O conceito de sentença foi definido no art. 203, § 1º, do CPC:

CPC
Art. 203 (...)
§ 1º Ressalvadas as disposições expressas dos procedimentos especiais, sentença é o pronun-
ciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 485 e 487, põe fim à fase cognitiva do
procedimento comum, bem como extingue a execução.

O preceito comporta adaptações para o Processo do Trabalho. Em primeiro lugar, existem


situações não previstas no art. 485 do CPC em que o juiz extingue o processo sem resolução

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de mérito, como ocorre na hipótese de ausência injustificada do autor na audiência una ou na


audiência inicial, na forma do art. 844, caput, da CLT:

CLT
Art. 844 - O não comparecimento do reclamante à audiência importa o arquivamento da reclama-
ção, (...)

Outro exemplo ocorre quando o autor, tendo um processo anterior arquivado na forma do
art. 844, caput, da CLT, não promover o recolhimento das custas processuais e decide ajuizar
uma nova demanda. Essa nova demanda será extinta sem resolução de mérito, consequência
que se extrai do art. 844, §§ 2º e 3º da CLT:

CLT
Art. 844 (...)
§ 2º Na hipótese de ausência do reclamante, este será condenado ao pagamento das custas cal-
culadas na forma do art. 789 desta Consolidação, ainda que beneficiário da justiça gratuita, salvo
se comprovar, no prazo de quinze dias, que a ausência ocorreu por motivo legalmente justificável.
§ 3º O pagamento das custas a que se refere o § 2º é condição para a propositura de nova demanda.

Além disso, como se nota na ressalva feita no art. 203, § 1º, do CPC, existem casos espe-
ciais em que a decisão que resolve definitivamente uma questão não é uma sentença.
No Processo do Trabalho, exemplo de tal circunstância ocorre com a decisão que julga o
incidente de desconsideração da personalidade jurídica, o qual pode ser instaurado, inclusive
no curso do processo de conhecimento, e cuja decisão (que termina o debate sobre a descon-
sideração) possui natureza interlocutória e não de sentença, a teor do art. 855-A, § 1º, da CLT:

CLT
Art. 855-A (...)
§ 1º Da decisão interlocutória que acolher ou rejeitar o incidente:
I – na fase de cognição, não cabe recurso de imediato, na forma do § 1º do art. 893 desta Conso-
lidação;

Estabelecida esta premissa, transcrevo o art. 485, caput, do CPC:

CPC
Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando:
I – indeferir a petição inicial;
II – o processo ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes;

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III – por não promover os atos e as diligências que lhe incumbir, o autor abandonar a causa por
mais de 30 (trinta) dias;
IV – verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do
processo;
V – reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa julgada;
VI – verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual;
VII – acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem ou quando o juízo arbitral re-
conhecer sua competência;
VIII – homologar a desistência da ação;
IX – em caso de morte da parte, a ação for considerada intransmissível por disposição legal; e
X – nos demais casos prescritos neste Código.
§ 1º Nas hipóteses descritas nos incisos II e III, a parte será intimada pessoalmente para suprir a
falta no prazo de 5 (cinco) dias.
§ 2º No caso do § 1º, quanto ao inciso II, as partes pagarão proporcionalmente as custas, e, quanto
ao inciso III, o autor será condenado ao pagamento das despesas e dos honorários de advogado.
§ 3º O juiz conhecerá de ofício da matéria constante dos incisos IV, V, VI e IX, em qualquer tempo e
grau de jurisdição, enquanto não ocorrer o trânsito em julgado.

Note que o inciso III é incompatível com o Processo do Trabalho, visto que não existe
matéria da competência da Justiça do Trabalho cujo prosseguimento da demanda depen-
da exclusivamente da atuação da parte. Logo, não há que se falar em extinção por aban-
dono da causa.
Quanto à desistência da demanda, a lógica estabelecida no art. 485, § 4º, do CPC está em
sintonia com o art. 841, § 3º, da CLT:

CPC
Art. 485. (...)
§ 4º Oferecida a contestação, o autor não poderá, sem o consentimento do réu, desistir da ação.
§ 5º A desistência da ação pode ser apresentada até a sentença.
CLT
Art. 841 (...)
§ 3º Oferecida a contestação, ainda que eletronicamente, o reclamante não poderá, sem o consen-
timento do reclamado, desistir da ação.

Outro ponto importante refere-se à possibilidade de retratação quando há julgamento


equivocado sem resolução de mérito. Se for interposto um recurso contra a sentença que ex-
tinguiu o processo sem resolução de mérito, pode o juiz, ao examinar o recurso, entender que
se equivocou e se retratar?

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A resposta é positiva. O processo não é um fim em si mesmo, mas um instrumento. Des-


cabe imaginar que o juiz tenha que aguardar a reforma de sua decisão para que possa pros-
seguir com o processo. Devemos incentivar a prestação jurisdicional célere. Veja o art. 485,
§ 7º, do CPC:

CPC
Art. 485. (...)
§ 7º Interposta a apelação em qualquer dos casos de que tratam os incisos deste artigo, o juiz terá
5 (cinco) dias para retratar-se.

O Tribunal Superior do Trabalho reconheceu a aplicabilidade desse preceito, nos moldes


do art. 3º, VIII, da IN 39/2016:

IN 39/2016 do TST
Art. 3º Sem prejuízo de outros, aplicam-se ao Processo do Trabalho, em face de omissão e compa-
tibilidade, os preceitos do Código de Processo Civil que regulam os seguintes temas:
VIII – art. 485, § 7º (juízo de retratação no recurso ordinário);

No campo da extinção do processo com resolução de mérito, o legislador adequadamente


utilizou o substantivo resolução ao invés de julgamento. Isso porque existem casos em que
não há julgamento propriamente dito, mas apenas uma chancela judicial que gera a solução
meritória do conflito, como ocorre nos casos de homologação de acordo ou renúncia do direi-
to em que se funda a ação, por exemplo.
Vela registrar o contido no art. 487 do CPC:

CPC
Art. 487. Haverá resolução de mérito quando o juiz:
I – acolher ou rejeitar o pedido formulado na ação ou na reconvenção;
II – decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a ocorrência de decadência ou prescrição;
III – homologar:
a) o reconhecimento da procedência do pedido formulado na ação ou na reconvenção;
b) a transação;
c) a renúncia à pretensão formulada na ação ou na reconvenção.
Parágrafo único. Ressalvada a hipótese do § 1º do art. 332, a prescrição e a decadência não serão
reconhecidas sem que antes seja dada às partes oportunidade de manifestar-se.

Perceba que o inciso II e o parágrafo único indicam o dever de o juiz decretar a prescrição
de ofício, o que não se aplica ao Processo do Trabalho em relação aos créditos do trabalhador.

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O TST entende que, diante do princípio da proteção ao hipossuficiente, não existe a decreta-
ção de ofício. Veja um julgado exemplificativo:

I – RECURSO DE REVISTA DO RECLAMANTE INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DA LEI N.


13.467/2017 - PRESCRIÇÃO - PRONUNCIAMENTO DE OFÍCIO - IMPOSSIBILIDADE No
processo do trabalho, a prescrição é matéria de defesa e não pode ser pronunciada de
ofício, não havendo falar em aplicação subsidiária do art. 487, II, do NCPC (art. 219,
§ 5º, do CPC de 1973). Julgados. Recurso de Revista conhecido e provido. (...) (ARR-
1000546-21.2015.5.02.0361, 8ª Turma, Relatora Ministra Maria Cristina Irigoyen Pedu-
zzi, DEJT 26/04/2019).

Recorde-se que, quando o juiz prolata uma sentença com resolução de mérito, fala-se
em sentença definitiva, ao passo que, quando promove a extinção sem resolução de mérito,
trata-se de sentença terminativa. O mérito refere-se aos pedidos formulados.
Por último, frise-se que o legislador buscou privilegiar o julgamento de mérito:

CPC
Art. 488. Desde que possível, o juiz resolverá o mérito sempre que a decisão for favorável à parte a
quem aproveitaria eventual pronunciamento nos termos do art. 485.

A orientação faz todo sentido. Se houver um fundamento para extinguir o processo sem
resolução de mérito e essa extinção beneficiar aquela parte a quem a decisão final meritória
seria vantajosa, resta claro que o julgador deve optar pelo julgamento meritório, ultrapassan-
do, se for possível, a questão processual que impede o julgado da matéria de fundo.

4.2. Aspectos Materiais e Formais da Sentença

Os requisitos da sentença constam de forma muito resumida no art. 832, caput, da CLT:

CLT
Art. 832 - Da decisão deverão constar o nome das partes, o resumo do pedido e da defesa, a apre-
ciação das provas, os fundamentos da decisão e a respectiva conclusão.

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Vale lembrar de que a sentença trabalhista precisa mencionar o prazo e as condições para
se cumprir a obrigação eventualmente imposta, além das custas e da natureza jurídica das
parcelas deferidas. Veja o art. 832, §§ 1º, 2º e 3º, da CLT:

CLT
Art. 832 (...)
§ 1º Quando a decisão concluir pela procedência do pedido, determinará o prazo e as condições
para o seu cumprimento.
§ 2º A decisão mencionará sempre as custas que devam ser pagas pela parte vencida.
§ 3º As decisões cognitivas ou homologatórias deverão sempre indicar a natureza jurídica das par-
celas constantes da condenação ou do acordo homologado, inclusive o limite de responsabilidade
de cada parte pelo recolhimento da contribuição previdenciária, se for o caso.

Quando se menciona natureza jurídica das parcelas, o legislador está exigindo que o juiz
faça a especificação de quais verbas deferidas são “não remuneratórias” (chamadas, por mui-
tos, de indenizatórias e sobre as quais não incide as contribuições previdenciárias) e quais
parcelas são “remuneratórias” (sobre as quais incidem as contribuições previdenciárias).
Aliás, a União, sendo a credora das contribuições previdenciárias, ao ser intimada da sen-
tença, pode interpor recurso em relação à discriminação das parcelas feitas pelo juiz:

CLT
Art. 832 (...)
§ 5º Intimada da sentença, a União poderá interpor recurso relativo à discriminação de que trata o
§ 3º deste artigo.

Como a norma celetista é muito resumida quanto aos requisitos da sentença, devemos
aplicar supletivamente o disposto no art. 489 do CPC:

CPC
Art. 489. São elementos essenciais da sentença:
I – o relatório, que conterá os nomes das partes, a identificação do caso, com a suma do pedido e
da contestação, e o registro das principais ocorrências havidas no andamento do processo;
II – os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de fato e de direito;
III – o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões principais que as partes lhe submeterem.

O relatório identifica as partes, sintetiza suas alegações e narra o que ocorreu no pro-
cesso de forma sucinta. Os fundamentos envolvem os argumentos em que o magistrado se

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baseia para proferir a decisão. E o dispositivo apresenta a conclusão do juiz quanto ao caso,
definindo sua posição final quanto à questão posta, resolvendo o conflito ou o interesse
apresentado.
Ressalte-se que, no procedimento sumaríssimo, a elaboração do relatório é facultativa,
não estando o juiz obrigado a inseri-lo na sentença:

CLT
Art. 852-I. A sentença mencionará os elementos de convicção do juízo, com resumo dos fatos re-
levantes ocorridos em audiência, dispensado o relatório.

A ausência de relatório não gera nulidade automática da decisão, devendo haver prova ca-
bal de que resultou prejuízo. Isso porque, se a decisão foi devidamente fundamentada e houve
comando decisório, a jurisdição foi prestada. Recorde-se de que o ato atingiu sua finalidade,
sendo o processo um instrumento e não um fim em si mesmo.
No momento de decidir, o juiz possui a liberdade de proferir sua decisão, desde que expo-
nha os fundamentos. É o princípio o livre convencimento judicial motivado. O art. 93, IX, da
Constituição prevê:

CF
Art. 93 (...)
IX – todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas
as decisões, sob pena de nulidade, (...)

Além disso, no rito sumaríssimo, o juiz pode, desde que de forma fundamentada, adotar a
decisão que reputar mais justa e equânime:

CLT
Art. 852-I. (...)
§ 1º O juízo adotará em cada caso a decisão que reputar mais justa e equânime, atendendo aos fins
sociais da lei e as exigências do bem comum.

Claro que essa liberdade não é absoluta, já que existem precedentes ou súmulas que vin-
culam a decisão dos juízes, conforme art. 927 do CPC:

CPC
Art. 927. Os juízes e os tribunais observarão:

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I – as decisões do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade;


II – os enunciados de súmula vinculante;
III – os acórdãos em incidente de assunção de competência ou de resolução de demandas repeti-
tivas e em julgamento de recursos extraordinário e especial repetitivos;
IV – os enunciados das súmulas do Supremo Tribunal Federal em matéria constitucional e do Su-
perior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional;
V – a orientação do plenário ou do órgão especial aos quais estiverem vinculados.
§ 1º Os juízes e os tribunais observarão o disposto no art. 10 e no art. 489, § 1º, quando decidirem
com fundamento neste artigo.

No que se refere especificamente ao inciso III, o incidente de assunção de competência e


incidente de resolução de demandas repetitivas serão estudados em capítulo próprio.
Ainda no campo da fundamentação das decisões judiciais, o legislador preocupou-se em
garantir que as partes pudessem receber a devida prestação jurisdicional. Para tanto, o estatuto
processual civil indicou diversas situações em que a decisão não estaria devidamente funda-
mentada, hipóteses estas que importariam nulidade da decisão. O art. 489, § 1º, do CPC prevê:

CPC
Art. 489 (...)
§ 1º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou
acórdão, que:
I – se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação
com a causa ou a questão decidida;
II – empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidên-
cia no caso;
III – invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão;
IV – não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a
conclusão adotada pelo julgador;
V – se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos
determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos;
VI – deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem
demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento.

Observe que o TST reconheceu formalmente a aplicabilidade do art. 489 do CPC no Pro-
cesso do Trabalho através da IN 39/2016:

IN 39/2016
Art. 3º Sem prejuízo de outros, aplicam-se ao Processo do Trabalho, em face de omissão e compa-
tibilidade, os preceitos do Código de Processo Civil que regulam os seguintes temas:
IX – art. 489 (fundamentação da sentença);

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Dessa forma, torna-se relevante a análise dos itens do art. 489, § 1º, do CPC:
a) Inciso I - o legislador exige que o juiz indique a razão pela qual uma norma jurídica é
aplicável ao caso. Não basta simplesmente indicar ou transcrever o preceito normativo. É pre-
ciso mostrar como aquele caso concreto sob julgamento se enquadra na hipótese normativa.
b) Inciso II - o legislador não admite que o juiz, para justificar sua decisão, utilize apenas
expressões que possuem conceito amplo, cuja interpretação pode variar substancialmente de
acordo com o entendimento do magistrado. Exemplos disso são expressões genéricas como
“interesse público”, “moral”, “função social” etc. É preciso demonstrar como as peculiaridades
do caso se enquadram nesses conceitos.
c) Inciso III - o legislador não aceita que o julgador utilize fundamentos que serviriam
para justificar qualquer decisão judicial, ou seja, fundamentos que, não importando a va-
riedade de temas, serviriam para justificar qualquer decisão de deferimento ou de indeferi-
mento, por exemplo.
d) Inciso IV - o legislador exige que o juiz se manifeste sobre todos os argumentos trazi-
dos pelas partes que possam alterar o resultado do processo.
Percebe-se que o legislador teve o cuidado de especificar que estava tratando de argu-
mentos aptos a afetar a conclusão do julgador e não todo e qualquer argumento levantado.
Nesse contexto, o juiz não está obrigado a se manifestar sobre todas as alegações feitas pe-
las partes, mas somente sobre aquelas que podem afetar a decisão.
Aliás, o Supremo Tribunal Federal, ao julgar o Tema 339 da Lista de Repercussão Geral,
definiu a seguinte tese:

O art. 93, IX, da Constituição Federal exige que o acórdão ou decisão sejam fundamentados, ainda
que sucintamente, sem determinar, contudo, o exame pormenorizado de cada uma das alegações
ou provas.

e) Inciso V e VI - refere-se ao uso de precedentes e súmulas vinculantes no julgamento do


caso. O legislador pretende que o juiz explique a razão pela qual o caso concreto se enquadra
naquele precedente/súmula ou porque ele não se enquadra (qual o motivo da distinção).

Entretanto, o que seria um “precedente”?

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O TST buscou facilitar a compreensão na IN 39/2016:

IN 39/2016
Art. 15. O atendimento à exigência legal de fundamentação das decisões judiciais (CPC, art. 489, §
1º) no Processo do Trabalho observará o seguinte:
I – por força dos arts. 332 e 927 do CPC, adaptados ao Processo do Trabalho, para efeito dos inci-
sos V e VI do § 1º do art. 489 considera-se “precedente” apenas:
a) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Tribunal Superior do Trabalho em jul-
gamento de recursos repetitivos (CLT, art. 896-B; CPC, art. 1046, § 4º);
b) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de
competência;
c) decisão do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade;
d) tese jurídica prevalecente em Tribunal Regional do Trabalho e não conflitante com súmula ou
orientação jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho (CLT, art. 896, § 6º);
e) decisão do plenário, do órgão especial ou de seção especializada competente para uniformizar a
jurisprudência do tribunal a que o juiz estiver vinculado ou do Tribunal Superior do Trabalho.
II – para os fins do art. 489, § 1º, incisos V e VI do CPC, considerar-se-ão unicamente os preceden-
tes referidos no item anterior, súmulas do Supremo Tribunal Federal, orientação jurisprudencial e
súmula do Tribunal Superior do Trabalho, súmula de Tribunal Regional do Trabalho não conflitante
com súmula ou orientação jurisprudencial do TST, que contenham explícita referência aos funda-
mentos determinantes da decisão (ratio decidendi).

Ressalte-se que o julgamento de recursos repetitivos no âmbito do TST, o incidente de


assunção de competência e o incidente de resolução de demandas repetitivas serão exami-
nados em outros capítulos. Apenas para que você compreenda agora, lembre-se de que as
decisões proferidas em julgamento repetitivo e em incidente de assunção de competência
são vinculantes, ou seja, atrelam, obrigam as futuras decisões de juízes e Tribunais.
Ainda na fundamentação, ressalte-se que pode o juiz, algumas vezes, deparar-se com o
conflito de normas, choque entre regras e/ou princípios diferentes. Nessa hipótese, cabe ao
juiz fazer uma análise cotejando as normas e respectivos valores envolvidos, refletindo sobre
qual norma deve prevalecer. Veja o art. 489, § 2º, do CPC:

CPC
Art. 489 (...)
§ 2º No caso de colisão entre normas, o juiz deve justificar o objeto e os critérios gerais da pon-
deração efetuada, enunciando as razões que autorizam a interferência na norma afastada e as
premissas fáticas que fundamentam a conclusão.

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Quanto ao dispositivo da sentença, trata-se da conclusão em que o juiz resolve as ques-


tões principais (art. 489, III, do CPC). O dispositivo pode ser direto ou indireto.
No dispositivo direto, tem-se a especificação de cada uma das parcelas objeto da conde-
nação, ou a indicação de cada relação jurídica constituída ou desconstituída, ou da relação
jurídica declarada existente ou inexistente, facilitando a compreensão do julgado e até mes-
mo o seu cumprimento. Assim, o juiz especifica, no dispositivo, por exemplo, que deferiu as
horas extras, adicional, diferenças salariais etc.
O dispositivo indireto, por sua vez, limita-se a indicar o deferimento fazendo remissão aos
termos da fundamentação, sem identificar expressamente o objeto da condenação, consti-
tuição, desconstituição ou declaração. Há quem sustente ser nula a sentença no caso de dis-
positivo indireto, embora tal entendimento não seja majoritário. Citamos, inclusive, julgados
representativos da corrente prevalecente:

(...) 2. NULIDADE DA SENTENÇA. DISPOSITIVO INDIRETO. INEXISTÊNCIA. NÃO CONHE-


CIMENTO. I. A jurisprudência desta Corte é no sentido de que a decisão que, na parte dis-
positiva, faz remissão aos seus próprios fundamentos é válida, sendo a nulidade decla-
rada apenas se constatado prejuízo à parte, o que não ocorreu na hipótese dos autos. II.
Recurso de revista de que não se conhece. (...) (RR-380-63.2012.5.09.0022, 4ª Turma,
Relator Ministro Alexandre Luiz Ramos, DEJT 22/02/2019).
(...) SENTENÇA GENÉRICA - DISPOSITIVO INDIRETO Não é nula a decisão em que a con-
clusão faça remissão aos seus próprios fundamentos (dispositivo indireto). Inexistentes
as violações aventadas. Julgados. (...) (ARR-494-83.2015.5.12.0031, 8ª Turma, Relatora
Ministra Maria Cristina Irigoyen Peduzzi, DEJT 18/08/2017).

Por último, não se esqueça que a sentença deve ser interpretada como um todo e não ape-
nas em suas partes isoladas. Além disso, a interpretação do decisum deve considerar a boa-fé:

CPC
Art. 489 (...)
§ 3º A decisão judicial deve ser interpretada a partir da conjugação de todos os seus elementos e
em conformidade com o princípio da boa-fé.

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4.3. Limites da Sentença

A sentença possui limites aos quais o juiz deve se ater.


Vale lembrar o previsto no art. 490 do CPC (que se refere à sentença definitiva):

CPC
Art. 490. O juiz resolverá o mérito acolhendo ou rejeitando, no todo ou em parte, os pedidos formu-
lados pelas partes.

O juiz, ao julgar o mérito, fica atrelado aos limites do pedido formulado? Pode deferir
mais? Pode deferir bem ou direito diverso do pedido?

A regra é que o juiz não pode deferir nem mais do que for pedido (ultra petita) e nem objeto
diverso do que foi pedido (extra petita). Fica, assim, atrelado aos limites do pedido. É a inci-
dência do princípio da congruência ou da adstrição da sentença aos limites do pedido.

Veja a regra sobre esse tema exposta nos arts. 141 e 492 do CPC:

CPC
Art. 141. O juiz decidirá o mérito nos limites propostos pelas partes, sendo-lhe vedado conhecer de
questões não suscitadas a cujo respeito a lei exige iniciativa da parte.
Art. 492. É vedado ao juiz proferir decisão de natureza diversa da pedida, bem como condenar a
parte em quantidade superior ou em objeto diverso do que lhe foi demandado.

Entretanto, existem hipóteses especiais em que o juiz pode deferir ou determinar algo que
não foi pedido pelas partes. É a incidência do princípio da ultrapetição ou extrapetição de que
tratamos no capítulo sobre princípios processuais.
Vamos continuar.
Na sentença, ao julgar o mérito (os pedidos em si), se o juiz analisa apenas parte dos pe-
didos, silenciando sobre os outros pedidos formulados, julgou menos do que deveria. Existe
um vício também. A sentença é citra petita.

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Outra reflexão importante em termo de sentença: será que o juiz pode considerar fatos
que ocorreram depois do ajuizamento da ação e que influenciam no Processo? Claro que
pode. Entretanto, antes de decidir usando esses fatos, o juiz deve ouvir as partes.
Imagine que Danilo sofreu acidente de trabalho, tendo levado choque elétrico que afetou
parcialmente o funcionamento de seus rins. Ajuizou ação contra empresa empregadora pe-
dindo indenização por danos morais decorrentes do acidente. No curso do processo, a sua
saúde piorou, tendo o rim parado de funcionar. O juiz, então, diante desse novo fato consti-
tutivo, intima a parte contrária para falar sobre essa nova alegação e, posteriormente deverá
considerar o fato relacionado ao agravamento de saúde no momento de proferir a sentença.
Certamente o agravamento tornará maior o valor da indenização.
Essa matéria está devidamente explicada no art. 493 do CPC:

CPC
Art. 493. Se, depois da propositura da ação, algum fato constitutivo, modificativo ou extintivo do
direito influir no julgamento do mérito, caberá ao juiz tomá-lo em consideração, de ofício ou a re-
querimento da parte, no momento de proferir a decisão.
Parágrafo único. Se constatar de ofício o fato novo, o juiz ouvirá as partes sobre ele antes de de-
cidir.

O TST consolida a aplicação no Processo do Trabalho através da Súmula 394:

Súmula 394 do TST


FATO SUPERVENIENTE. ART. 493 do CPC de 2015. ART. 462 DO CPC de 1973 (atuali-
zada em decorrência do CPC de 2015) - Res. 208/2016, DEJT divulgado em 22, 25 e
26.04.2016
O art. 493 do CPC de 2015 (art. 462 do CPC de 1973), que admite a invocação de fato
constitutivo, modificativo ou extintivo do direito, superveniente à propositura da ação, é
aplicável de ofício aos processos em curso em qualquer instância trabalhista. Cumpre
ao juiz ou tribunal ouvir as partes sobre o fato novo antes de decidir.

Ressalte-se que o juiz não pode se isentar de julgar o processo por ausência de lei ou ou-
tra regra. É o que se denomina princípio da proibição do non liquet. O exercício da jurisdição é
inafastável. Veja o art. 140 do CPC:

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CPC
Art. 140 - O juiz não se exime de decidir sob a alegação de lacuna ou obscuridade do ordenamento
jurídico.

Diante da ausência de regra jurídica, deve o magistrado utilizar as regras de integração


aplicáveis ao Processo do Trabalho e que estudamos no primeiro capítulo. De toda a forma,
reitero o disposto no art. 8º, caput, da CLT:

CLT
Art. 8º As autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho, na falta de disposições legais ou
contratuais, decidirão, conforme o caso, pela jurisprudência, por analogia, por eqüidade e outros
princípios e normas gerais de direito, principalmente do direito do trabalho, e, ainda, de acordo com
os usos e costumes, o direito comparado, mas sempre de maneira que nenhum interesse de classe
ou particular prevaleça sobre o interesse público.

4.4. Modificações da Sentença

Depois de publicada a sentença, pode o juiz modificá-la?

O art. 494 do CPC explica as possibilidades:

CPC
Art. 494. Publicada a sentença, o juiz só poderá alterá-la:
I – para corrigir-lhe, de ofício ou a requerimento da parte, inexatidões materiais ou erros de cálculo;
II – por meio de embargos de declaração.

Embargos de declaração cuidam de recurso destinado a sanar vícios na sentença, confor-


me veremos no capítulo sobre recursos.
Quanto ao erro de cálculo ou erros de escrita, o diploma celetista aponta no sentido de
poder o juiz promover a retificação:

CLT
Art. 833 - Existindo na decisão evidentes erros ou enganos de escrita, de datilografia ou de cálculo,
poderão os mesmos, antes da execução, ser corrigidos, ex officio, ou a requerimento dos interes-
sados ou da Procuradoria da Justiça do Trabalho.

Dessa forma, por exemplo, se o juiz errou um dos nomes da parte ou errou o valor das
custas acrescentando indevidamente um zero a mais, pode corrigir de ofício.

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4.5. Eficácia da Sentença

A sentença possui diversos efeitos.


A eficácia principal corresponde ao resultado imediato oriundo de uma decisão. Assim, se
a houver sentença declaratória, a eficácia principal é a inexistência de dúvidas sobre a própria
relação jurídica controvertida, ou seja, é a certeza do direito. Caso se trate de uma decisão
condenatória, a eficácia principal está na própria imposição da obrigação ao devedor, o qual,
caso não a cumpra, estará sujeito à execução. E, por último, havendo provimento constitutivo,
a eficácia está centrada no surgimento, extinção ou modificação uma situação jurídica.
Considerando o conteúdo das obrigações condenatórias, algumas ponderações devem
ser feitas.
Quando se trata de imposição de obrigação de pagar, vale a pena analisar o art. 491 do CPC:

CPC
Art. 491. Na ação relativa à obrigação de pagar quantia, ainda que formulado pedido genérico, a de-
cisão definirá desde logo a extensão da obrigação, o índice de correção monetária, a taxa de juros,
o termo inicial de ambos e a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso, salvo quando:
I – não for possível determinar, de modo definitivo, o montante devido;
II – a apuração do valor devido depender da produção de prova de realização demorada ou exces-
sivamente dispendiosa, assim reconhecida na sentença.
§ 1º Nos casos previstos neste artigo, seguir-se-á a apuração do valor devido por liquidação.
§ 2º O disposto no caput também se aplica quando o acórdão alterar a sentença.

Neste particular, quando a decisão impõe uma obrigação de pagar, deve ela indicar, como
regra, a extensão dessa obrigação (indicando o valor, se possível), os juros e a correção mo-
netária. O ideal seria que o juiz já promovesse, na sentença, a delimitação exata das quantias
de sua decisão. As ressalvas do presente artigo referem-se às hipóteses impossibilidade de
fixação do valor devido de forma imediata, quando então será o feito sujeito à liquidação, que
estudaremos em capítulo próprio.
Quando se trata de imposição de obrigação de fazer ou não fazer, o juiz adotará medidas
para que as obrigações sem cumpridas de maneira específica (exatamente o que a obrigação
revela). Se não for possível esse cumprimento específico da obrigação positiva, então deter-
minará as medidas para que haja um resultado prático equivalente:

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CPC
Art. 497. Na ação que tenha por objeto a prestação de fazer ou de não fazer, o juiz, se procedente
o pedido, concederá a tutela específica ou determinará providências que assegurem a obtenção de
tutela pelo resultado prático equivalente.

Suponha, por exemplo, que um autônomo foi contratado para desenvolver um programa
de computador para uma empresa. Muito embora tenha recebido a quantia ajustada, não
cumpriu a obrigação avençada. Nesse caso, a empresa promove a ação pedindo ao juiz a con-
denação do trabalhador no desenvolvimento do programa. Diante da condenação do obreiro,
o juiz concede a tutela específica, ou seja, o desenvolvimento do software. No entanto, se o
trabalhador se recusa, o juiz pode condená-lo a arcar com as despesas de outro profissional.
Claro que o outro profissional não desenvolverá exatamente o mesmo programa com a mes-
ma eficiência, mas será um resultado equivalente.
Uma das hipóteses de obrigação de fazer refere-se à emissão de uma declaração de von-
tade. Há situações em que o devedor se obriga, diante de certas circunstâncias, a emitir uma
declaração de vontade em favor do credor, mas, quando instado a fazê-lo, recusa-se de forma
injustificada. A sentença pode substituir essa vontade:

CPC
Art. 501. Na ação que tenha por objeto a emissão de declaração de vontade, a sentença que julgar
procedente o pedido, uma vez transitada em julgado, produzirá todos os efeitos da declaração não
emitida.

Pense, a título ilustrativo, em uma empresa que estipula, como prêmio por ser atingida a
meta de vendas, a doação de um imóvel. Carlos, trabalhador que atingiu a meta estabelecida,
não recebeu a doação, sendo que a empresa se recusa a cumprir a obrigação. Nessa hipótese,
pode o juiz, julgando procedente a demanda, condenar a empresa na transferência do imóvel
sob pena de não o fazendo, substituir sua vontade, autorizando a transferência do imóvel no
Registro Público de Imóveis.
Quando se trata de obrigação de não fazer, fala-se em tutela inibitória, ou seja, que inibe a
ocorrência de um determinado comportamento nocivo. Veja o disposto no art. 497, parágrafo
único, do CPC:

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CPC
Art. 497. (...)
Parágrafo único. Para a concessão da tutela específica destinada a inibir a prática, a reiteração ou
a continuação de um ilícito, ou a sua remoção, é irrelevante a demonstração da ocorrência de dano
ou da existência de culpa ou dolo.

Na tutela inibitória pura, o ilícito ainda não ocorreu e pretendemos impedir o ato contrário
ao Direito. Imagine que Túlio será transferido para outra localidade de forma ilegal, razão pela
qual ajuíza uma ação trabalhista buscando a tutela inibitória (impedir a transferência). Se o
juiz julga procedente a pretensão, o magistrado condena a empresa a não o transferir.
Na tutela inibitória impura, o juiz condena a empresa paralisar a prática da irregularida-
de (que já começou) ou a não a repetir (porque já a praticou anteriormente), impedindo sua
continuidade ou sua reiteração. Dessa maneira, pense em uma obra em que os trabalhadores
estejam laborando sem os devidos equipamentos de proteção. Nessa hipótese, o juiz, na sen-
tença da ação civil pública movida pelo sindicato, pode condenar a empresa a não continuar
suas atividades sem o fornecimento dos EPIs adequados.
Como você nota, não é essencial a ocorrência de dano para o deferimento da tutela inibitória.

E se a obrigação for de entregar?

Imagine que o empregador tenha a obrigação de devolver ao empregado sua CTPS física
(que foi indevidamente retida) ou mesmo um outro documento pessoal do trabalhador ou
tenha obrigação de entregar um bem móvel (computador, por exemplo) que prometeu como
prêmio àquele que atingisse a meta.
O juiz, ao julgar procedente a demanda que envolva obrigação de entregar, condenará o
réu e fixará prazo para a entrega de um bem:

CPC
Art. 498. Na ação que tenha por objeto a entrega de coisa, o juiz, ao conceder a tutela específica,
fixará o prazo para o cumprimento da obrigação.
Parágrafo único. Tratando-se de entrega de coisa determinada pelo gênero e pela quantidade, o
autor individualizá-la-á na petição inicial, se lhe couber a escolha, ou, se a escolha couber ao réu,
este a entregará individualizada, no prazo fixado pelo juiz.

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Ressalte-se que, nas obrigações de fazer, não fazer ou entregar, o juiz pode adotar medi-
das para constranger o condenado a cumpri-las, tais como a imposição de multa por inobser-
vância, conforme se constata no art. 537 do CPC:

CPC
Art. 537. A multa independe de requerimento da parte e poderá ser aplicada na fase de conheci-
mento, em tutela provisória ou na sentença, ou na fase de execução, desde que seja suficiente e
compatível com a obrigação e que se determine prazo razoável para cumprimento do preceito.
§ 2º O valor da multa será devido ao exequente.
(...)
§ 4º A multa será devida desde o dia em que se configurar o descumprimento da decisão e incidirá
enquanto não for cumprida a decisão que a tiver cominado.

Importante registrar que, se a obrigação de fazer, não fazer ou entregar se tornar impossí-
vel, ocorre a conversão em indenização por perdas e danos:

CPC
Art. 499. A obrigação somente será convertida em perdas e danos se o autor o requerer ou se im-
possível a tutela específica ou a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente.

Essa indenização será devida sem prejuízo da multa que a decisão havia imposto em
virtude do descumprimento, o que significa que o credor possui direito a ambas as parcelas:

CPC
Art. 500. A indenização por perdas e danos dar-se-á sem prejuízo da multa fixada periodicamente
para compelir o réu ao cumprimento específico da obrigação.

Quanto à eficácia reflexa da sentença, esse efeito decorre do fato de que a decisão judi-
cial, ainda que sem qualquer manifestação expressa nesse sentido, acaba por atingir indire-
tamente a situação jurídica de terceiro.
Essa lógica não é nova, visto que também acontece no âmbito do direito material. Por
exemplo, se o trabalhador credor perdoa a dívida do empregador devedor (remissão), outra
empresa integrante do grupo econômico termina sendo beneficiada pelo ato, visto que não
sofrerá qualquer responsabilização.
Assim, no processo não poderia ser diferente. A decisão judicial pode afetar a esfera de
terceiros em diversos pontos.

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Um dos casos mais comuns ocorre nas intervenções de terceiros referentes à assistência,
à denunciação da lide e à oposição. Suponha que um sindicato A promova ação de cobrança
de contribuição sindical em relação a uma empresa e essa, como defesa, alegue que recolheu
o tributo para outra entidade sindical B. Além da defesa, a empresa pode denunciar a lide para
o sindicato B de forma a exigir a repetição do valor pago caso o sindicato A seja declarado
legítimo representante dos trabalhadores a que se refere a contribuição sindical. Logo, o re-
sultado do processo principal afeta o sindicato B que é terceiro na demanda principal. Assim,
se o juiz reconhecer que o sindicato A não representa os trabalhadores e julga improcedente
a relação processual entre esta entidade sindical e a empresa, o sindicato B (terceiro em rela-
ção à lide principal) termina por ser indiretamente beneficiado, visto que não terá que devolver
valores à empresa.
No que tange à eficácia probatória, tal efeito está relacionado ao fato de que a sentença
pode ser usada como prova de inúmeros pontos ocorridos no curso do processo. Ela prova
que houve juntada de documentos, colheita de depoimentos, realização de inspeção e de pe-
rícia, além de diversos incidentes. Essa prova torna-se relevante caso haja extravio de autos
físicos ou mesmo de documentos ou perda de arquivos do processo, o que permite a restau-
ração do feito com maior resultado prático.
No que tange à eficácia anexa, registre-se que existem consequências da decisão judicial
que são automáticas da mera existência da sentença, consequências essas que decorrem de
previsão legal e que não de dependem de pronunciamento judicial expresso. Podemos men-
cionar diversas situações ilustrativas dessa espécie:
a) Quando o autor de um pedido cautelar ou antecipado obtém sentença favorável, mas
perde o pedido principal, o art. 302 do CPC preceitua a responsabilidade do requerente da tu-
tela de urgência em indenizar os prejuízos da parte contrária:

CPC
Art. 302. Independentemente da reparação por dano processual, a parte responde pelo prejuízo que
a efetivação da tutela de urgência causar à parte adversa, se:
I – a sentença lhe for desfavorável;

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Esta responsabilidade existe mesmo que o juiz não a tenha mencionado na sentença que
reverteu a tutela provisória.
b) A possibilidade de registro de hipoteca judiciária prevista no art. 495, caput, do CPC:

CPC
Art. 495. A decisão que condenar o réu ao pagamento de prestação consistente em dinheiro e a que
determinar a conversão de prestação de fazer, de não fazer ou de dar coisa em prestação pecuniá-
ria valerão como título constitutivo de hipoteca judiciária.

A hipoteca judiciária cuida de garantia real instituída sobre um determinado bem imóvel
indicado pelo credor, sendo que deverá ser registrada junto ao Registro Público de Imóveis,
conforme art. 167, I, 2 da Lei 6.015/73:

Lei 6.015/73
Art. 167 - No Registro de Imóveis, além da matrícula, serão feitos.
I – o registro:
2) das hipotecas legais, judiciais e convencionais;

Essa hipoteca pode ser registrada ainda que a condenação seja genérica, ou mesmo que
seja a decisão sujeita a recurso (independentemente de ter ou não efeito suspensivo):

CPC
Art. 495. (...)
§ 1º A decisão produz a hipoteca judiciária:
I – embora a condenação seja genérica;
II – ainda que o credor possa promover o cumprimento provisório da sentença ou esteja pendente
arresto sobre bem do devedor;
III – mesmo que impugnada por recurso dotado de efeito suspensivo.

O registro da hipoteca permite que seja oposta contra terceiros, os quais terão ciência de
que o referido bem poderá sofrer constrição judicial (penhora) em decorrência da execução do
crédito que a garante. Veja o disposto no art. 792, III, do CPC:

CPC
Art. 792. A alienação ou a oneração de bem é considerada fraude à execução:
III – quando tiver sido averbado, no registro do bem, hipoteca judiciária ou outro ato de constrição
judicial originário do processo onde foi arguida a fraude;

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Ademais, o registro da hipoteca assegura preferência ao credor hipotecário em relação a


outros credores, na forma do art. 495, § 4º, do CPC:

CPC
Art. 495 (...)
§ 4º A hipoteca judiciária, uma vez constituída, implicará, para o credor hipotecário, o direito de pre-
ferência, quanto ao pagamento, em relação a outros credores, observada a prioridade no registro.

Sendo efeito anexo da sentença, nada impede que a hipoteca judiciária seja deferida de
ofício pelo juiz. Além disso, a parte pode promover diretamente o registro da hipoteca inde-
pendentemente da autorização judicial, devendo comunicar ao juiz para que esse dê ciência
do ônus à parte contrária:

CPC
Art. 495 (...)
§ 2º A hipoteca judiciária poderá ser realizada mediante apresentação de cópia da sentença peran-
te o cartório de registro imobiliário, independentemente de ordem judicial, de declaração expressa
do juiz ou de demonstração de urgência.
§ 3º No prazo de até 15 (quinze) dias da data de realização da hipoteca, a parte informá-la-á ao
juízo da causa, que determinará a intimação da outra parte para que tome ciência do ato.

O TST admite amplamente a hipoteca judiciária no processo do trabalho, inclusive de ofí-


cio, como se constata nos seguintes julgados:

(...) 3. HIPOTECA JUDICIÁRIA. APLICAÇÃO NA JUSTIÇA DO TRABALHO. A hipoteca judi-


ciária é efeito da sentença condenatória proferida, estatuído em lei, daí decorrendo a
possibilidade de sua concessão de ofício pelo julgador. Inteligência do art. 495 do CPC,
de aplicação subsidiária ao processo do trabalho. (...) (ARR-21175-24.2016.5.04.0561,
3ª Turma, Relator Ministro Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira, DEJT 27/03/2020).
(...) 6. HIPOTECA JUDICIÁRIA. EFEITO SECUNDÁRIO DA SENTENÇA CONDENATÓRIA.
CONHECIMENTO E NÃO PROVIMENTO. I. O art. 495 do CPC de 2015, que reprisou a
garantia prevista no art. 466 do CPC de 1973, dispõe que “a decisão que condenar o réu
ao pagamento de prestação consistente em dinheiro e a que determinar a conversão de
prestação de fazer, de não fazer ou de dar coisa em prestação pecuniária valerão como
título constitutivo de hipoteca judiciária”. Trata-se de efeito secundário ou anexo da sen-
tença, plenamente compatível com o Processo do Trabalho, destinado a dar efetividade

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à execução. A hipoteca judiciária ocorre independentemente de pedido e até mesmo da


discricionariedade do magistrado. Julgados do TST. II. Agravo de instrumento de que se
conhece e a que se nega provimento (AIRR-1080-72.2013.5.24.0091, 4ª Turma, Relator
Ministro Alexandre Luiz Ramos, DEJT 20/09/2019).

Claro que, havendo a reforma ou a invalidação da decisão em que se baseou a hipoteca


judiciária, a parte beneficiada pela hipoteca será obrigada a suportar os prejuízos que causou
com a medida, na forma do art. 495, § 5º, do CPC:

CPC
Art. 495 (...)
§ 5º Sobrevindo a reforma ou a invalidação da decisão que impôs o pagamento de quantia, a parte
responderá, independentemente de culpa, pelos danos que a outra parte tiver sofrido em razão da
constituição da garantia, devendo o valor da indenização ser liquidado e executado nos próprios
autos.

4.6. Improcedência Liminar do Pedido

Existem casos em que o juiz, ao analisar a ação trabalhista ajuizada, julga improcedente
o pedido (nega o pedido do autor) sem sequer citar o réu. Assim, a pretensão do autor é tão
descabida que o juiz rejeita o pedido de plano, sem que o réu tenha sido citado. É o que nós
chamamos de improcedência liminar do pedido.
Isso acontece em hipóteses muito específicas indicadas no art. 332 do CPC:

CPC
Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da citação do
réu, julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar:
I – enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça;
II – acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em jul-
gamento de recursos repetitivos;
III – entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de
competência;
IV – enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local.
§ 1º O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se verificar, desde logo, a
ocorrência de decadência ou de prescrição.

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Como o preceito transcrito refere-se ao processo civil, mencionando “Tribunal de Justiça”,


“Superior Tribunal de Justiça” e “direito local”, o TST adaptou o texto para o Processo do Tra-
balho no art. 7º da IN 39/2016:

IN 39/2016
Art. 7º Aplicam-se ao Processo do Trabalho as normas do art. 332 do CPC, com as necessárias
adaptações à legislação processual trabalhista, cumprindo ao juiz do trabalho julgar liminarmente
improcedente o pedido que contrariar:
I – enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Tribunal Superior do Trabalho (CPC,
art. 927, inciso V);
II – acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Tribunal Superior do Trabalho em
julgamento de recursos repetitivos (CLT, art. 896-B; CPC, art. 1046, § 4º);
III – entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de
competência;
IV – enunciado de súmula de Tribunal Regional do Trabalho sobre direito local, convenção coletiva
de trabalho, acordo coletivo de trabalho, sentença normativa ou regulamento empresarial de ob-
servância obrigatória em área territorial que não exceda à jurisdição do respectivo Tribunal (CLT,
art. 896, “b”, a contrario sensu).
Parágrafo único. O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se verificar,
desde logo, a ocorrência de decadência.

Assim, na Justiça do Trabalho, o juiz julgará de plano improcedente a ação trabalhista


quando a pretensão do autor:
a) contrariar o que foi estabelecido em súmula do STF ou do TST (inciso I);
b) contrariar o que foi decidido em julgamento de recursos repetitivo no TST e no STF
(inciso II);
c) contrariar o que foi decidido em julgamento de incidente de assunção de competência
e de incidente de resolução de demandas repetitivas (inciso III);
d) contrariar o que foi estabelecido em súmula de Tribunal Regional do Trabalho sobre
diversos regramentos: direito local, convenção coletiva de trabalho, acordo coletivo de tra-
balho, sentença normativa ou regulamento empresarial de observância obrigatória em área
territorial que não exceda à jurisdição do respectivo Tribunal (inciso IV);
e) teve o direito fulminado pela decadência (art. 7º, parágrafo único, da IN 39/2016).
Nesses casos, se não houver a interposição do recurso contra a sentença, o réu será cien-
tificado do trânsito em julgado, na forma dos art. 332, § 2º, e 241 do CPC:

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CPC
Art. 332 (...)
§ 2º Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da sentença, nos termos
do art. 241.
Art. 241. Transitada em julgado a sentença de mérito proferida em favor do réu antes da citação,
incumbe ao escrivão ou ao chefe de secretaria comunicar-lhe o resultado do julgamento.

Essa ciência é fundamental para que o réu tenha conhecimento da formação da coisa
julgada material em seu favor, facilitando a alegação de eficácia preclusiva no caso de o autor
intentar novamente a mesma demanda, por exemplo.
Se o autor entende que a improcedência liminar foi indevidamente aplicada e decide
interpor recurso, então o juiz, reconhecendo o equívoco, pode se retratar no prazo de 5 dias
e determinar o prosseguimento da demanda com a citação do réu. No entanto, na hipótese
de não se retratar, o juiz determina a citação do réu para apresentar contrarrazões ao re-
curso interposto:

CPC
Art. 332 (...)
§ 3º Interposta a apelação, o juiz poderá retratar-se em 5 (cinco) dias.
§ 4º Se houver retratação, o juiz determinará o prosseguimento do processo, com a citação do réu,
e, se não houver retratação, determinará a citação do réu para apresentar contrarrazões, no prazo
de 15 (quinze) dias.

Note que, como no Processo do Trabalho não existe “apelação”, de forma que o recurso
cabível, como regra, no processo de conhecimento, é o Recuso Ordinário.

4.7. Julgamento Antecipado da Lide

Existem casos em que o juiz pode julgar de forma antecipada a lide, não chegando a re-
alizar uma audiência de instrução (sistemática fracionada) ou, quando se trata de audiência
una, passa direto para as razões finais e última tentativa conciliatória sem qualquer instrução.
Esses casos podem ser percebidos no art. 355 do CPC:

CPC
Art. 355. O juiz julgará antecipadamente o pedido, proferindo sentença com resolução de mérito,
quando:

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I – não houver necessidade de produção de outras provas;


II – o réu for revel, ocorrer o efeito previsto no art. 344 e não houver requerimento de prova, na for-
ma do art. 349.

Quanto ao art. 355, I, do CPC, o texto legal não gera maiores dúvidas. De fato, há proces-
sos em que a documentação apresentada com a petição inicial ou com a defesa basta para
se decidir o mérito, não havendo qualquer necessidade de mais provas. O mesmo resultado
ocorre até sem documentação nenhuma, dependendo da matéria discutida no processo.
Imagine que João ingresse com reclamação trabalhista pedindo o pagamento do salário
de fevereiro de 2020, sendo que a empresa apresenta contestação informando que já houve
o pagamento, juntando o comprovante de depósito bancário respectivo na conta corrente do
reclamante. Diante desse caso concreto, não há que se falar em prova oral ou pericial, permi-
tindo o julgamento antecipado do mérito.
Pense, agora, na ação trabalhista movida por Maria em que formula pedido de indeniza-
ção por danos morais, descrevendo uma situação para a qual já existe precedente firmado
em julgamento de caso repetitivo. Muito embora o juiz pudesse ter dado a improcedência
liminar do pedido, decidiu não o fazer, citando o reclamado. Após apresentação da defesa
e recusa de conciliação, pode o juiz julgar antecipadamente o pedido, visto que não há ne-
cessidade de provas.
No que tange ao art. 355, II, do CPC, o fato de o réu ser revel não significa que não pos-
sa fazer pedido para produção de provas. Se não fizer o requerimento, o juiz pode proferir a
sentença decidindo o mérito de forma antecipada, exceto em determinadas situações, como
diante da necessidade de prova pericial, por exemplo.

4.8. Julgamento Antecipado Parcial da Lide

Existem ações trabalhistas que apresentam diversos pedidos. Será que, nesses casos,
pode o juiz julgar de forma antecipada o mérito de apenas um ou parte dos pedidos? A res-
posta é positiva, desde que preenchidos os requisitos do art. 356 do CPC:

CPC
Art. 356. O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais dos pedidos formulados ou
parcela deles:

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I – mostrar-se incontroverso;
II – estiver em condições de imediato julgamento, nos termos do art. 355.

O inciso I refere-se ao pedido incontroverso, ou seja, pedido que não foi impugnado pelo réu.
Imagine que Karen processe a Empresa X pedindo indenização substitutiva do vale-trans-
porte (não recebeu o benefício) e adicional de insalubridade. A empresa contesta apenas o
adicional, deixando de impugnar o pedido de indenização. O juiz pode deferir, em sentença, a
indenização substitutiva do vale, sendo que o processo continuará correndo em relação ao
adicional de insalubridade. Veja que houve julgamento parcial de mérito (o mérito inteiro en-
volvia as duas matérias, mas apenas uma foi julgada). Haverá, posteriormente, uma segunda
sentença julgando apenas o adicional de insalubridade.
O art. 356, II, refere-se ao art. 355 do CPC, o qual prevê:

CPC
Art. 355. O juiz julgará antecipadamente o pedido, proferindo sentença com resolução de mérito,
quando:
I – não houver necessidade de produção de outras provas;
II – o réu for revel, ocorrer o efeito previsto no art. 344 e não houver requerimento de prova, na for-
ma do art. 349.

Na hipótese do inciso I, se houver um pedido em relação ao qual não é necessária a produ-


ção de outras provas (art. 355, I, do CPC c/c art. 356, II, do CPC), então pode o juiz julgar esse
pedido de forma antecipada.
Pegue o exemplo anterior de Karen contra a Empresa X. Suponha agora que a empresa
contestou ambos os pedidos. Quanto ao adicional de insalubridade, o juiz designou a realiza-
ção de perícia ao passo que, em relação ao pedido de indenização, não havia outras provas.
Nesse caso, pode o juiz julgar de forma antecipada o pedido de indenização em uma primeira
sentença e posteriormente o pleito adicional em outra sentença.
Se houver dois pedidos ou mais em uma ação e o réu não contestar a ação (revel), mas
pedir, no curso do processo, a produção de provas apenas em relação a um pedido (exemplo,
uma perícia quanto à insalubridade), então os demais podem ser julgados de forma antecipa-
da (art. 355, II, do CPC c/c art. 356, II, do CPC). Lembre-se de que o réu, mesmo sendo revel,
pode pedir a produção de provas (art. 349 do CPC).

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E por que estamos falando sempre em sentença? No Processo Civil essa decisão ante-
cipada não é decisão interlocutória? No Processo Civil, é decisão interlocutória a decisão
que julga parcialmente o mérito de forma antecipada. Entretanto, no Processo do Trabalho
é sentença.
O TST admite a aplicação adaptada do art. 356 do CPC no Processo do Trabalho na forma
do art. 5º da IN 39/2016:

IN 39/2016
Art. 5º Aplicam-se ao Processo do Trabalho as normas do art. 356, §§ 1º a 4º, do CPC que regem
o julgamento antecipado parcial do mérito, cabendo recurso ordinário de imediato da sentença.

Quando o juiz profere uma sentença que julga parcialmente o mérito, ela pode ser execu-
tada provisoriamente durante a pendência do recurso interposto, exceto se houver a conces-
são de efeito suspensivo:

CPC
Art. 356 (...)
§ 2º A parte poderá liquidar ou executar, desde logo, a obrigação reconhecida na decisão que julgar
parcialmente o mérito, independentemente de caução, ainda que haja recurso contra essa interposto.
§ 4º A liquidação e o cumprimento da decisão que julgar parcialmente o mérito poderão ser pro-
cessados em autos suplementares, a requerimento da parte ou a critério do juiz.

Claro que, se houver trânsito em julgado, a execução torna-se definitiva:

CPC
Art. 356 (...)
§ 3º Na hipótese do § 2º, se houver trânsito em julgado da decisão, a execução será definitiva.

Percebe-se que o TST não incluiu o art. 356, § 5º, do CPC no âmbito do Processo do Tra-
balho. Isso ocorre porque contra a decisão julga parcialmente o mérito cabe recurso ordinário
e não agravo de instrumento.

4.9. Comunicação da Sentença

Como antes da EC 24/99 não havia Vara, mas Junta de Conciliação e Julgamento, a deci-
são era colegiada. Havia, na Junta, juiz togado e juízes classistas. Logo, havia a necessidade

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de uma ata de audiência que constasse a decisão do conjunto dos juízes. Assim, os funda-
mentos da decisão estavam nesta ata.
Note que as partes eram consideradas intimadas na própria audiência em que proferida a
decisão. Veja:

CLT
Art. 852 - Da decisão serão os litigantes notificados, pessoalmente, ou por seu representante, na
própria audiência. No caso de revelia, a notificação far-se-á pela forma estabelecida no § 1º do art.
841.

Logo, havendo uma audiência de instrução e julgamento ou uma audiência una, a Junta
comunicava a decisão e juntava essa ata com a decisão (contendo os fundamentos) em
48 horas:

CLT
Art. 851. Os tramites de instrução e julgamento da reclamação serão resumidos em ata, de que
constará, na íntegra, a decisão.
§ 2º A ata será, pelo presidente ou juiz, junta ao processo, devidamente assinada, no prazo impror-
rogável de 48 (quarenta e oito) horas, contado da audiência de julgamento, e assinada pelos juízes
classistas presentes à mesma audiência.

O prazo recursal começava a contar no primeiro dia útil seguinte à data da audiência de
instrução e julgamento ou da data da audiência una em que a parte sabia da decisão final
(não se contava da juntada da ata com as razões da decisão).
A única exceção era no caso de revelia (não apresentou defesa), quando então a parte
revel precisava, como regra, ser intimada fora da audiência, visto que não havia comparecido.
O art. 852 da CLT refere-se ao art. 841, § 1º, da CLT:

CLT
Art. 841 (...)
§ 1º A notificação será feita em registro postal com franquia. Se o reclamado criar embaraços ao
seu recebimento ou não for encontrado, far-se-á a notificação por edital, inserto no jornal oficial ou
no que publicar o expediente forense, ou, na falta, afixado na sede da Junta ou Juízo.

Surgia, então, a pergunta: e se a ata com os fundamentos fosse juntada depois das 48
horas? As partes, nessa hipótese, tinham que ser intimadas dessa sentença novamente e aí
do prazo para recorrer reiniciaria a contagem:

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Súmula 30 do TST
INTIMAÇÃO DA SENTENÇA (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
Quando não juntada a ata ao processo em 48 horas, contadas da audiência de julga-
mento (art. 851, § 2º, da CLT), o prazo para recurso será contado da data em que a parte
receber a intimação da sentença.

Atualmente, na prática, o juiz marca uma audiência de julgamento e profere a sentença


nessa audiência, constando a decisão com todos os fundamentos já na ata dessa audiência.
É tudo no mesmo ato.
Além disso, ainda que o juiz decida proferir a sentença na audiência de instrução ou na
audiência una, apresenta a fundamentação no mesmo ato.
Outro ponto importante: quando o juiz marca uma audiência de julgamento e as partes já
estão cientes dessa data, não é necessário que as partes estejam presentes para que sejam
consideradas intimadas. Mesmo que não compareçam, estão intimadas e o prazo recursal
começa no primeiro dia útil seguinte.
O TST consolidou o entendimento na Súmula 197:

Súmula 197 do TST


PRAZO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
O prazo para recurso da parte que, intimada, não comparecer à audiência em prossegui-
mento para a prolação da sentença conta-se de sua publicação.

No âmbito sumaríssimo, veja o disposto no art. 852-I, § 3º, da CLT:

CLT
Art. 852-I (...)
§ 3º As partes serão intimadas da sentença na própria audiência em que prolatada.

5. Coisa Julgada

5.1. Generalidades

A coisa julgada pode ser material ou formal.

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A coisa julgada material envolve a imutabilidade do conteúdo da decisão de mérito (na


decisão de mérito, a questão objeto do litígio é resolvida, sendo que os pedidos formulados
pelo autor e pelo réu normalmente são julgados, sendo deferidos ou indeferidos). O art. 502
do CPC faz uma interpretação autêntica:

CPC
Art. 502. Denomina-se coisa julgada material a autoridade que torna imutável e indiscutível a de-
cisão de mérito não mais sujeita a recurso.

A decisão de mérito transitada em julgado atinge a questão principal discutida, não preju-
dicando diretamente terceiros (visto que não foram partes no processo). Leia:

CPC
Art. 503. A decisão que julgar total ou parcialmente o mérito tem força de lei nos limites da questão
principal expressamente decidida.

E se a parte se esqueceu ou deixou de alegar algum argumento que pudesse alterar o


resultado do processo? Isso não interessa (como regra), uma vez que a coisa julgada faz con-
siderar apresentadas e rejeitadas todas as alegações que poderiam ter sido feitas:

CPC
Art. 508. Transitada em julgado a decisão de mérito, considerar-se-ão deduzidas e repelidas todas
as alegações e as defesas que a parte poderia opor tanto ao acolhimento quanto à rejeição do
pedido.

E a questão prejudicial? E os motivos e a verdade ou não dos fatos no qual a decisão se


baseia? Transitam em julgado?

Quanto aos motivos (fundamentos de decidir) e a verdade dos fatos em que o juiz se ba-
seou, não existe trânsito em julgado:

CPC
Art. 504. Não fazem coisa julgada:
I – os motivos, ainda que importantes para determinar o alcance da parte dispositiva da sentença;
II – a verdade dos fatos, estabelecida como fundamento da sentença.

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Logo, se um juiz julga improcedente uma ação de indenização por assédio moral por en-
tender que não houve os fatos alegados como caracterizadores do assédio, então o que tran-
sita em julgado é o indeferimento da reparação pecuniária e não a efetiva inexistência de fatos
caracterizadores do assédio. A verdade do fato não é o que transita.
Essa premissa possui reflexos importantes. Imagine que esse mesmo trabalhador pro-
ponha uma ação pedindo rescisão indireta com base nos mesmos fatos (assédio alegado).
Nada impede que a ação seja julgada procedente se conseguir realizar aquela prova dos fatos.
Quanto aos motivos, pense que um trabalhador requeira a liberação do FGTS com base
em um preceito vigente. O Juiz, diante dessa norma, defere a liberação e expede o alvará em
relação a uma conta vinculada do FGTS. O que transitou em julgado foi o direito ao levanta-
mento e não o fundamento utilizado. Se o trabalhador, visualizando que venceu a demanda,
propõe nova ação pedindo liberação do FGTS de outra conta vinculada com base no mesmo
fundamento legal, o Juiz, constando que a lei foi mal interpretada anteriormente, pode indefe-
rir o novo pedido, porque motivos não transitam em julgado.
Por outro lado, quanto à questão prejudicial (matéria fática e jurídica que precede a ques-
tão principal e que possui relação direta com a mesma), a regra é a ocorrência do trânsito em
julgado desde que alguns requisitos sejam atendidos:

CPC
Art. 503. (...)
§ 1º O disposto no caput aplica-se à resolução de questão prejudicial, decidida expressa e inciden-
temente no processo, se:
I – dessa resolução depender o julgamento do mérito;
II – a seu respeito tiver havido contraditório prévio e efetivo, não se aplicando no caso de revelia;
III – o juízo tiver competência em razão da matéria e da pessoa para resolvê-la como questão
principal.

Desta forma, é necessário que a questão seja fundamental para se decidir sobre a questão
principal, tenha havido contraditório prévio e efetivo, e haja competência em razão da matéria
e da pessoa.
Se um trabalhador requer a condenação de horas extras alegando ser empregado e a em-
presa defende não haver esse direito porque não existe vínculo de emprego, o debate sobre a

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existência de vínculo de emprego é uma questão prejudicial que atende a todos os requisitos
do art. 503, § 1º, do CPC.
Assim, se esse trabalhador pretendesse, em nova ação, o pagamento de gratificação na-
talina, a relação de emprego não pode mais ser discutida, porque a matéria transitou em jul-
gado como questão prejudicial.
Por outro lado, imagine uma ação em que um suposto filho ainda não reconhecido preten-
de receber indenização pela perda de seu genitor em um acidente de trabalho. O juiz, antes de
decidir sobre o direito à reparação, terá que analisar a relação de paternidade. Assim, o que
transitará em julgado será o direito ou não à indenização derivada do acidente de trabalho e
não o reconhecimento de filiação.
Um cuidado você deve ter: o trânsito em julgado da questão prejudicial não ocorre tam-
bém se houver restrições no processo quanto ao aprofundamento do debate da matéria:

CPC
Art. 503. (...)
§ 2º A hipótese do § 1º não se aplica se no processo houver restrições probatórias ou limitações à
cognição que impeçam o aprofundamento da análise da questão prejudicial.

Isso ocorre, por exemplo, no mandado de segurança, porque não admite dilação probató-
ria, o que veremos no capítulo próprio.
Uma especificidade quanto à coisa julgada material deve ser lembrada. Existem senten-
ças que impõem obrigações de trato sucessivo, as denominadas sentenças determinativas.
Imagine uma sentença que reconheça que o empregado esteja sujeito às condições insalu-
bres de trabalho e condene a empresa no pagamento do adicional.
Veja, a título ilustrativo, o disposto na OJ 172 da SDI-I do TST:

OJ 172 da SDI-I do TST


ADICIONAL DE INSALUBRIDADE OU PERICULOSIDADE. CONDENAÇÃO. INSERÇÃO EM
FOLHA DE PAGAMENTO (inserida em 08.11.2000)
Condenada ao pagamento do adicional de insalubridade ou periculosidade, a empresa
deverá inserir, mês a mês e enquanto o trabalho for executado sob essas condições, o
valor correspondente em folha de pagamento.

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Suponha, agora, que essa empresa condenada adote medidas para eliminar a insalu-
bridade. O que deve ser feito com a coisa julgada material? Pode ela ser flexibilizada? É
necessária uma ação rescisória?

A coisa julgada pode ser objeto de revisão. Isso ocorre em virtude da natureza da obri-
gação imposta pela sentença determinativa, a qual pressupõe que as mesmas premissas
fáticas e jurídicas serão mantidas no futuro. Se houver mudança na premissa, não se trata
de um vício na decisão, mas da necessidade de rever a situações jurídica de acordo com as
premissas atuais. É muito diferente da ação rescisória, a qual pressupõe que existe um vício
intrínseco desde o início.
O legislador reconhece a revisão do conteúdo decidido no art. 505, I, do CPC:

CPC
Art. 505. Nenhum juiz decidirá novamente as questões já decididas relativas à mesma lide, salvo:
I – se, tratando-se de relação jurídica de trato continuado, sobreveio modificação no estado de fato
ou de direito, caso em que poderá a parte pedir a revisão do que foi estatuído na sentença;

Assim, nesses casos, cabe ação revisional. Veja uma aplicação prática exemplificativa:

(...) 2. INDENIZAÇÃO. PRESTAÇÕES CONTINUADAS RELAÇÃO JURÍDICA DE TRATO CON-


TINUADO. COISA JULGADA. CORREÇÃO MONETÁRIA. ÍNDICE APLICÁVEL. Nos termos
do art. 505, I, do CPC, tratando-se de relação jurídica de trato continuado, não há que se
falar em afronta à coisa julgada quando discutidos os critérios de seu cumprimento ao
longo do tempo, observados os limites da Lei. (...)” (AIRR-10556-93.2018.5.18.0005, 3ª
Turma, Relator Ministro Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira, DEJT 12/04/2019).

A coisa julgada formal, por seu turno, é a impossibilidade de alteração da decisão no mes-
mo processo, seja porque os recursos foram todos utilizados, seja porque os recursos não
foram utilizados e o prazo recursal acabou. Aqui não importa se a decisão é de mérito ou não.
Assim, mesmo que o juiz extinga sem resolução de mérito o processo em que João pede
adicional de transferência com fundamento na inépcia da petição inicial (não preencheu a pe-
tição os requisitos mínimos), haverá coisa julgada formal se a parte não recorrer da sentença

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ou, exercendo todos os recursos, ainda assim perder ao final. Percebe-se que nesse caso o
pedido não foi julgado.
É muito comum verificar afirmações de alguns operadores do direito no sentido de que a
coisa julgada formal não impede a propositura de uma nova demanda. Essa premissa deve
ser examinada com muito cuidado.
Em primeiro lugar, o fato de haver coisa julgada formal em nada se relaciona com a coisa
julgada material, sendo que esta última gera eficácia preclusiva do debate da matéria em ou-
tro processo, dada a imutabilidade de conteúdo que integra seu conceito.
Além disso, ainda que se trate de mera extinção do processo sem resolução de mérito
com a consequente formação de coisa julgada formal, existe uma peculiaridade. De fato, a
regra é que essa extinção não obsta o ajuizamento de nova ação trabalhista, conforme se
constata do art. 486, caput, do CPC:

CPC
Art. 486. O pronunciamento judicial que não resolve o mérito não obsta a que a parte proponha de
novo a ação.

No entanto, quando houver extinção do processo sem resolução de mérito com base no
art. 485, I, IV, VI e VII, do CPC, a nova demanda depende do saneamento do vício anterior, o que
se infere do art. 486, § 1º, do CPC:

CPC
Art. 486. (...)
§ 1º No caso de extinção em razão de litispendência e nos casos dos incisos I, IV, VI e VII do art.
485, a propositura da nova ação depende da correção do vício que levou à sentença sem resolução
do mérito.

5.2. Limites Subjetivos da Coisa Julgada

A decisão de mérito transitada em julgado tem força de lei entre as partes e em relação
à questão principal discutida, não prejudicando diretamente terceiros (visto que não foram
partes no processo). Leia:

CPC
Art. 506. A sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é dada, não prejudicando terceiros.

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Conforme se infere do art. 506 do CPC, a contrario sensu, a coisa julgada pode beneficiar
diretamente terceiros. Exemplo dessa situação ocorre quando o sindicato, autor de uma ação
coletiva em que atua como substituto processual de 1.000 empregados, é vencedor na de-
manda e obtém a condenação de empresa em um adicional de periculosidade. Os trabalhado-
res substituídos não são parte na ação coletiva, mas terceiros beneficiários da coisa julgada.
Outro ponto interessante e bastante comum no Processo do Trabalho ocorre nas hipóte-
ses de terceirização. Muitas vezes o trabalhador ajuíza uma demanda trabalhista em face da
empresa prestadora de serviços, mas não insere a tomadora de serviços como litisconsorte
passivo. Após vencer a demanda e descobrir que a empresa empregadora não possui bens
suficientes para arcar com a dívida, o trabalhador decide ajuizar nova ação trabalhista, mas
desta vez quanto ao tomador de serviços, pleiteando sua responsabilidade subsidiária.
Ocorre que a tomadora não teve a oportunidade de debater o mérito das verbas trabalhis-
tas na primeira ação contra a empregadora, não sendo razoável que possa discutir simples-
mente a sua responsabilidade subsidiária nessa nova demanda. Nesse ínterim, o TST entende
que existe coisa julgada da primeira ação que obsta que o tomador seja demandado nessa
nova ação. Leia essa ementa exemplificativa:

EMBARGOS REGIDOS PELA LEI N. 11.496/2007. AJUIZAMENTO DE AÇÃO AUTÔNOMA


COM VISTAS À RESPONSABILIZAÇÃO SUBSIDIÁRIA DO TOMADOR DE SERVIÇOS PELAS
PARCELAS DEFERIDAS EM PROCESSO DO QUAL NÃO PARTICIPOU. OFENSA À COISA
JULGADA E AO DIREITO À AMPLA DEFESA E AO CONTRADITÓRIO. O entendimento que
vem predominando nesta Corte superior é de que o ajuizamento de uma nova ação
apenas contra o tomador de serviços em que se pretende sua responsabilidade subsi-
diária quando já transitada em julgado ação anterior contra seu empregador afronta a
coisa julgada produzida na primeira ação e atenta contra o direito do tomador de servi-
ços à ampla defesa e ao contraditório. Esse foi o entendimento que prevaleceu no âmbito
da Subseção I Especializada em Dissídios Individuais desta Corte, em sessão com com-
posição completa, por maioria de votos, no julgamento do Processo n. E-RR - 9100-
62.2006.5.09.0011, de relatoria do Ministro Horácio Raymundo de Senna Pires, julgado
em 8/3/2012 e publicado em DEJT de 3/8/2012. Ressalvado o entendimento pessoal
deste Relator. Embargos conhecidos e desprovidos (E-RR-25100-40.2006.5.09.0011,

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Sentença, Coisa Julgada, Sumaríssimo e Sumário
Jose Gervasio Meireles

Subseção I Especializada em Dissídios Individuais, Relator Ministro José Roberto Freire


Pimenta, DEJT 30/06/2015).

Quanto à coisa julgada em ações civis públicas e ações coletivas e seus reflexos no âm-
bito coletivo e no âmbito individual, a matéria é inerente ao outro capítulo.

5.3. Conciliação e Coisa Julgada

Quando um acordo é homologado na Justiça, o processo é extinto com resolução de mé-


rito e coisa julgada forma-se no mesmo momento. Essa lógica deriva do fato de que o acordo
judicial homologado é irrecorrível para as partes, o que pode ser visto no art. 831, parágrafo
único, da CLT:

CLT
Art. 831 (...)
Parágrafo único. No caso de conciliação, o termo que for lavrado valerá como decisão irrecorrível,
(...).

Aliás, sobre esse ponto, o TST editou a Súmula 100, V, do TST:

Súmula 100 do TST


AÇÃO RESCISÓRIA. DECADÊNCIA - Res. 137/2005, DJ 22, 23 e 24.08.2005
V – O acordo homologado judicialmente tem força de decisão irrecorrível, na forma do
art. 831 da CLT. Assim sendo, o termo conciliatório transita em julgado na data da sua
homologação judicial.

Se houver acordo homologado na Justiça do Trabalho pelo extinto contrato de trabalho e não
houver qualquer ressalva (uma exceção feita no próprio acordo), não pode o trabalhador de-
mandar sequer outras parcelas não requeridas anteriormente.

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Isso porque a coisa julgada impede que o trabalhador cobre, ainda que em outro processo,
verbas trabalhistas diversas.
Vamos dar um exemplo. Tina foi dispensada e processa a Empresa X, pedindo horas ex-
tras e adicional noturno. Faz um acordo homologado na justiça no valor de R$ 10.000,00 de
horas extras, pelo extinto contrato de trabalho, e não coloca qualquer ressalva. Nesse caso,
não havendo ressalva, mesmo que Tina se arrependa do acordo porque se esqueceu de pedir
no processo a remuneração de férias que não recebeu, não pode fazer mais nada. Se ajuizar
uma segunda ação pedindo agora o valor das férias, o processo será extinto sem resolução de
mérito (sem ter seu pedido julgado), por violação da coisa julgada formada no acordo.
Veja o disposto na OJ 132 da SDI-II do TST:

OJ 132 da SDI-II
AÇÃO RESCISÓRIA. ACORDO HOMOLOGADO. ALCANCE. OFENSA À COISA JULGADA (DJ
04.05.2004)
Acordo celebrado - homologado judicialmente - em que o empregado dá plena e ampla
quitação, sem qualquer ressalva, alcança não só o objeto da inicial, como também todas
as demais parcelas referentes ao extinto contrato de trabalho, violando a coisa julgada,
a propositura de nova reclamação trabalhista.

5.4. Coisa Julgada e Multa Cominatória

A fixação de multa cominatória para eventual descumprimento de obrigação de fazer, não


fazer ou de entregar pode ser fixada em sentença, conforme estudamos anteriormente no art.
537 do CPC.
Quando a decisão transita em julgado, surge uma pergunta inevitável: a multa fixada pode
ser alterada ou é imutável em virtude da coisa julgada?
A resposta deve considerar a finalidade da multa, qual seja a penalidade destinada a for-
çar o cumprimento de uma obrigação. Partindo dessa premissa, essa multa pode se tornar
excessiva ou insuficiente, situação em que o juiz pode modificá-la, mesmo que haja qualquer
violação à coisa julgada.

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Leia o disposto no art. 537, § 1º, do CPC:

CPC
Art. 537. (...)
§ 1º O juiz poderá, de ofício ou a requerimento, modificar o valor ou a periodicidade da multa vin-
cenda ou excluí-la, caso verifique que:
I – se tornou insuficiente ou excessiva;
II – o obrigado demonstrou cumprimento parcial superveniente da obrigação ou justa causa para
o descumprimento.

Assim, pode-se concluir que a multa cominatória não transita em julgado. O Tribunal Su-
perior do Trabalho possui julgados com a mesma compreensão. Veja uma ementa ilustrativa:

AGRAVO DE INSTRUMENTO DO RECLAMANTE EM RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO


SOB A ÉGIDE DA LEI N. 13.015/2014 - EXECUÇÃO - COISA JULGADA - MULTA DIÁRIA
- ALTERAÇÃO DO VALOR 1. A jurisprudência desta Corte firma-se no sentido de que
o magistrado responsável pela execução do julgado pode adequar o valor da multa
imposta às necessidades do contexto fático em que se encontra, quando excessiva ou
insuficiente, mediante redução ou majoração. Isso porque não faz coisa julgada o valor
da multa diária fixada na fase de conhecimento, sendo insuscetível de preclusão. (...)
(AIRR-337285-33.2009.5.12.0016, 8ª Turma, Relatora Ministra Maria Cristina Irigoyen
Peduzzi, DEJT 19/05/2017).

5.5. Coisa Julgada e Remessa Necessária

Considerando a repercussão no erário de eventual condenação pecuniária significativa,


o legislador optou por conceder maior garantia para as pessoas jurídicas de direito público,
estabelecendo a necessidade de confirmação dessa condenação por um segundo grau de
jurisdição.
Assim, o art. 496, I, do CPC sintetiza a matéria:

CPC
Art. 496. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirma-
da pelo tribunal, a sentença:

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I – proferida contra a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autar-
quias e fundações de direito público;

Assim, mesmo que haja condenação no juízo de primeiro grau, devem os autos ser reme-
tidos ao segundo grau para que haja o reexame da matéria. Se o magistrado não os enviar, o
Presidente do Tribunal deve avocar os autos:

CPC
Art. 496 (...)
§ 1º Nos casos previstos neste artigo, não interposta a apelação no prazo legal, o juiz ordenará a
remessa dos autos ao tribunal, e, se não o fizer, o presidente do respectivo tribunal avocá-los-á.
§ 2º Em qualquer dos casos referidos no § 1º, o tribunal julgará a remessa necessária.

No entanto, quais valores seriam considerados elevados de forma a exigir essa remessa
necessária? A delimitação foi feita no art. 496, § 3º, do CPC, norma que indica o limite abaixo
do qual não há necessidade de remessa:

CPC
Art. 496 (...)
§ 3º Não se aplica o disposto neste artigo quando a condenação ou o proveito econômico obtido
na causa for de valor certo e líquido inferior a:
I – 1.000 (mil) salários-mínimos para a União e as respectivas autarquias e fundações de direito
público;
II – 500 (quinhentos) salários-mínimos para os Estados, o Distrito Federal, as respectivas autar-
quias e fundações de direito público e os Municípios que constituam capitais dos Estados;
III – 100 (cem) salários-mínimos para todos os demais Municípios e respectivas autarquias e fun-
dações de direito público.

O Tribunal Superior do Trabalho admite a aplicabilidade da remessa necessária ao Pro-


cesso do Trabalho. Veja a Súmula 303, I, do TST:

Súmula 303 do TST


FAZENDA PÚBLICA. REEXAME NECESSÁRIO (nova redação em decorrência do CPC de
2015) - Res. 211/2016, DEJT divulgado em 24, 25 e 26.08.2016
I – Em dissídio individual, está sujeita ao reexame necessário, mesmo na vigência da
Constituição Federal de 1988, decisão contrária à Fazenda Pública, salvo quando a con-
denação não ultrapassar o valor correspondente a:

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a) 1.000 (mil) salários mínimos para a União e as respectivas autarquias e fundações de


direito público;
b) 500 (quinhentos) salários mínimos para os Estados, o Distrito Federal, as respectivas
autarquias e fundações de direito público e os Municípios que constituam capitais dos
Estados;
c) 100 (cem) salários mínimos para todos os demais Municípios e respectivas autar-
quias e fundações de direito público.

Contudo, não faz sentido impor um reexame obrigatório quando a decisão judicial somen-
te seguiu a jurisprudência consolidada, razão pela qual o legislador criou exceções no art.
496, § 4º, do CPC:

CPC
Art. 496 (...)
§ 4º Também não se aplica o disposto neste artigo quando a sentença estiver fundada em:
I – súmula de tribunal superior;
II – acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em jul-
gamento de recursos repetitivos;
III – entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de
competência;
IV – entendimento coincidente com orientação vinculante firmada no âmbito administrativo do
próprio ente público, consolidada em manifestação, parecer ou súmula administrativa.

Analisando o preceito, percebe-se que existe referência ao Superior Tribunal de Justiça,


gerando a necessidade de adequação ao Processo do Trabalho. Assim, o Tribunal Superior do
Trabalho promoveu a devida adaptação na Súmula 303, II:

Súmula 303 do TST


FAZENDA PÚBLICA. REEXAME NECESSÁRIO (nova redação em decorrência do CPC de
2015) - Res. 211/2016, DEJT divulgado em 24, 25 e 26.08.2016
II – Também não se sujeita ao duplo grau de jurisdição a decisão fundada em:
a) súmula ou orientação jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho;
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Tribunal Superior do Traba-
lho em julgamento de recursos repetitivos;

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c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de


assunção de competência;
d) entendimento coincidente com orientação vinculante firmada no âmbito admi-
nistrativo do próprio ente público, consolidada em manifestação, parecer ou súmula
administrativa.

E qual seria a relação da coisa julgada com a remessa necessária?

É que não existe a formação da coisa julgada antes do julgamento da remessa necessá-
ria nas hipóteses em que o reexame é obrigatório. Tanto é verdade que não se admite a ação
rescisória (ação que pressupõe a ocorrência do trânsito em julgado) de decisão que ainda não
foi submetida ao reexame obrigatório nas hipóteses em que se era exigido esse duplo grau:

OJ 21 da SDI-II do TST
AÇÃO RESCISÓRIA. DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO. TRÂNSITO EM JULGADO. INOBSER-
VÂNCIA. DECRETO-LEI N. 779/69, ART. 1º, V. INCABÍVEL (nova redação) - DJ 22.08.2005
É incabível ação rescisória para a desconstituição de sentença não transitada em jul-
gado porque ainda não submetida ao necessário duplo grau de jurisdição, na forma do
Decreto-Lei n. 779/69. Determina-se que se oficie ao Presidente do TRT para que pro-
ceda à avocatória do processo principal para o reexame da sentença rescindenda.

O Supremo Tribunal Federal editou a Súmula 423 no mesmo sentido:

Não transita em julgado a sentença por haver omitido o recurso ex officio, que se consi-
dera interposto ex lege.

5.6. Coisa Julgada Penal e Influência na Seara Trabalhista

Discute-se acerca da influência da coisa julgada penal nas questões trabalhistas. No


caso, a jurisprudência vem reconhecendo a aplicabilidade ao Processo do Trabalho da regra
inserta no art. 935 do Código Civil:

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CC
Art. 935. A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar mais
sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem
decididas no juízo criminal.

Deste modo, as matérias trabalhistas são, como regra, independentes da esfera criminal.
Contudo, existem situações em que a coisa julgada penal vincula a esfera trabalhista, como
ocorre nos casos de condenação ou de absolvição por negativa de autoria. Registre-se que,
na hipótese de condenação, a autoria e a materialidade estão comprovadas, o que afasta
qualquer discussão na seara trabalhista.
Nesse contexto, se a decisão penal transita em julgado antes da formação da coisa jul-
gada trabalhista, existe uma vinculação da esfera trabalhista, de forma a evitar contradição,
sobretudo quando se considera que a jurisdição é una.
Vejamos um jugado do TST sobre o tema:

VIOLAÇÃO DA COISA JULGADA E DOCUMENTO NOVO. SENTENÇA PENAL CONDENATÓ-


RIA. ATO DE IMPROBIDADE. PERDA DO EMPREGO PÚBLICO. TRÂNSITO EM JULGADO
ANTERIOR AO TRÂNSITO EM JULGADO DA DECISÃO RESCINDENDA, NA ESFERA TRA-
BALHISTA, QUE DETERMINAVA A REINTEGRAÇÃO DO EMPREGADO. CORTE RESCISÓRIO
DEVIDO. RECURSO ORDINÁRIO DO RÉU DESPROVIDO. No caso concreto, a coisa julgada
que se formou, no processo criminal - em relação ao ato de improbidade praticado pelo
empregado, do que resultaram a pena de reclusão e perda do emprego público - não
permite nova discussão na seara trabalhista. E tampouco há dúvida de que se operou
a coisa julgada penal - 22/8/2008 - antes do trânsito em julgado do acórdão rescin-
dendo - 22/9/2008 -, de maneira que aquela se sobrepõe a este. Nem se diga que a
decisão proferida na reclamação trabalhista que determinara a reintegração do empre-
gado - porque não comprovada a imediatidade ou a justa causa que lhe fora imputada
- foi muito anterior ao trânsito em julgado na ação penal, porque a coisa julgada válida
pressupõe, de um lado, a decisão, de outro, o trânsito em julgado que a consolida. Assim,
ainda que a sentença proferida na esfera trabalhista, em 30/9/1997, haja declarado a
nulidade da dispensa do então reclamante, o que foi corroborado pelo acórdão regio-
nal que se seguiu (decisão rescindenda), o trânsito em julgado no dissídio trabalhista
é posterior ao trânsito em julgado da decisão na esfera criminal, aviltando, portanto, a

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coisa julgada sedimentada na Ação Penal. Importa para o caso o entendimento de que
a jurisdição é, sim, una, ao revés do que faz crer o réu recorrente. E é em decorrência
dessa unidade da função jurisdicional (apesar de fracionada tecnicamente, para pos-
sibilitar melhor eficiência em prol do jurisdicionado, dentro de cada competência) que
os limites subjetivos da coisa julgada formada na ação penal atingem diretamente o
recorrente no presente feito e que, por ser na reclamação trabalhista - em que se dis-
cute idêntica questão em torno dos motivos que ensejaram a justa causa e o pedido de
reintegração - tais limites atingem também, objetivamente, a própria manutenção do
acórdão rescindendo na seara trabalhista, que não pode subsistir com conteúdo deci-
sório exatamente contrário àquele já perfectibilizado, corporificado pelo manto da coisa
julgada. É a exata compreensão que se deve ter do disposto no art. 935 do Código Civil:
quando a existência do fato ou a autoria já tenha sido decidida na esfera penal, não mais
pode ser questionada, ainda que a responsabilidade civil seja independente da criminal.
E tanto é assim que a decisão proferida no juízo criminal torna-se título executivo para
o juízo cível (CPC/73, arts. 475-N e 584, II). (...)” (RO-9301-70.2010.5.01.0000, Subseção
II Especializada em Dissídios Individuais, Relator Ministro Alexandre de Souza Agra Bel-
monte, DEJT 14/12/2018).

Todavia, existe um cuidado que deve ser tomado pelo operador do direito: a absolvição
por ausência de materialidade ou por ausência de provas. Algumas vezes o réu penal é absol-
vido porque não há conduta enquadrada no preceito penal. Muito embora a conduta não seja
um ilícito penal, ela pode ser um ilícito trabalhista.
Além disso, quando não há provas de que foi ele quem cometeu a conduta descrita no tipo
penal, apesar de o ato ter sido praticado por alguém, essa absolvição não elimina a liberdade
de o Juiz Federal do Trabalho perquirir, no âmbito trabalhista, se houve efetiva autoria caso
esse dado seja importante para o mérito trabalhista.
Então o ideal não seria suspender o processo trabalhista e aguardar o resultado penal?
De fato, essa suspensão pode ocorrer e está prevista no estatuto processual civil, mas possui
prazo limite:

CPC
Art. 315. Se o conhecimento do mérito depender de verificação da existência de fato delituoso, o
juiz pode determinar a suspensão do processo até que se pronuncie a justiça criminal.

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§ 1º Se a ação penal não for proposta no prazo de 3 (três) meses, contado da intimação do
ato de suspensão, cessará o efeito desse, incumbindo ao juiz cível examinar incidentemente a
questão prévia.
§ 2º Proposta a ação penal, o processo ficará suspenso pelo prazo máximo de 1 (um) ano, ao final
do qual aplicar-se-á o disposto na parte final do § 1º.

Assim, ultrapassado o prazo sem propositura da ação penal ou sem solução definitiva no
âmbito criminal, o juiz irá prosseguir com a ação trabalhista, examinando a questão da auto-
ria de forma incidental, como questão prévia àquela que importa ao Direito do Trabalho (como
examinar a justa causa por improbidade, por exemplo).

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RESUMO
Foco Linha mestra
1- São requisitos para a causa se sujeitar ao procedimento suma-
ríssimo: o valor da causa até 40 salários-mínimos; o pedido deve ser
certo “ou” determinado; não pode haver citação por edital; não pode
ser parte no processo a União, Estados, Distrito Federal, Municípios,
e Administração Pública autárquica e fundacional; o dissídio deve
ser individual, não se aplicando ao dissídio coletivo (art. 852-A e art.
852-B da CLT).
2- Serão decididos, de plano, todos os incidentes e exceções que
possam interferir no prosseguimento da audiência e do processo. As
demais questões serão decididas na sentença (art. 852-G da CLT).
3- Todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e
julgamento, ainda que não requeridas previamente.
4- Sobre os documentos apresentados por uma das partes manifes-
Procedimento sumaríssimo
tar-se-á imediatamente a parte contrária, sem interrupção da audi-
ência, salvo absoluta impossibilidade, a critério do juiz.
5- As testemunhas, até o máximo de duas para cada parte, compare-
cerão à audiência de instrução e julgamento independentemente de
intimação. Só será deferida intimação de testemunha que, compro-
vadamente convidada, deixar de comparecer. Não comparecendo a
testemunha intimada, o juiz poderá determinar sua imediata condu-
ção coercitiva (art. 852-H, §§ 2º e 3º, da CLT).
6- Somente quando a prova do fato o exigir, ou for legalmente
imposta, será deferida prova técnica, incumbindo ao juiz, desde logo,
fixar o prazo, o objeto da perícia e nomear perito. As partes serão inti-
madas a manifestar-se sobre o laudo, no prazo comum de cinco dias
(art. 852-H, §§ 4º e 6º, da CLT).
1- O valor da causa é de até 2 salários mínimos.
2- O recurso apenas é cabível da sentença em matéria constitucional
Procedimento sumário
(art. 2º, § 4º, da Lei 5.584/70).

1- As partes terão oportunidade de apresentar razões finais orais no


prazo de 10 minutos para cada (art. 850, caput, da CLT).
2- Apresentadas as razões finais, o juiz tentará uma última tentativa
Generalidades anteriores
conciliatória (art. 850, caput, da CLT).
à sentença
3- Existem duas tentativas de conciliação obrigatórias. Uma antes
do recebimento formal da defesa e outra após razões finais.
4- A ausência de razões finais e de última tentativa conciliatória não
gera automática nulidade.

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1- No procedimento sumaríssimo, o relatório é facultativo.


2- O juízo, no rito sumaríssimo, adotará em cada caso a decisão que
reputar mais justa e equânime, atendendo aos fins sociais da lei e as
exigências do bem comum.
3- O juiz possui a liberdade de proferir sua decisão, desde que funda-
mentada (art. 93, IX), mas deve seguir os precedentes e súmulas que
tenham força vinculante.
4- O art. 489 do CPC é compatível com o Processo do Trabalho.
5- A sentença pode ser definitiva ou terminativa.
6- A regra é que o juiz não pode deferir nem mais do que for pedido
(ultra petita) e nem objeto diverso do que foi pedido (extra petita)
(arts. 141 e 492 do CPC), além de não poder decidir menos do que foi
pedido (citra petita).
Generalidades sobre sentença 7- O art. 493 do CPC de 2015, que admite a invocação de fato cons-
titutivo, modificativo ou extintivo do direito, superveniente à proposi-
tura da ação, é aplicável de ofício aos processos. Cumpre ao juiz ou
tribunal ouvir as partes sobre o fato novo antes de decidir (Súmula
394 do TST).
8- O art. 93, IX, da Constituição Federal exige que o acórdão ou deci-
são sejam fundamentados, ainda que sucintamente, sem determi-
nar, contudo, o exame pormenorizado de cada uma das alegações
ou provas.
9- O dispositivo pode ser direto ou indireto.
10- Existindo na decisão evidentes erros ou enganos de escrita, de
datilografia ou de cálculo, poderão os mesmos, antes da execução,
ser corrigidos, ex officio, ou a requerimento dos interessados ou da
Procuradoria da Justiça do Trabalho (art. 833 da CLT).
11- A sentença pode ter eficácia principal, probatória, anexa e reflexa.
1- O TST admite a aplicação da improcedência liminar do pedido no
Processo do Trabalho (art. 332 do CPC), mas adaptou a norma do
processo civil para o Processo do Trabalho (art. 7º da In 39/2016).
2- Interposto o recurso, o juiz poderá retratar-se em 5 (cinco) dias.
Improcedência liminar do pedido
Se houver retratação, o juiz determinará o prosseguimento do pro-
cesso, com a citação do réu, e, se não houver retratação, determi-
nará a citação do réu para apresentar contrarrazões, no prazo de 15
(quinze) dias.
1- O juiz julgará antecipadamente o pedido, proferindo sentença com
resolução de mérito, quando: a) não houver necessidade de pro-
Julgamento antecipado de mérito
dução de outras provas; b) o réu for revel e confesso e não houver
requerimento de prova.

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1- Nas ações trabalhistas que apresentam diversos pedidos, pode o


juiz julgar de forma antecipada o mérito de apenas um ou parte dos
pedidos. Aplica-se o art. 356 do CPC ao Processo do Trabalho.
2- Esse julgamento antecipado é feito por sentença (art. 5º da IN
39/2016) e cabe recurso ordinário.
Julgamento antecipado
3- A parte poderá liquidar ou executar, desde logo, a obrigação reco-
parcial de mérito
nhecida na decisão que julgar parcialmente o mérito, independen-
temente de caução, ainda que haja recurso contra essa interposto.
4- A liquidação e o cumprimento da decisão que julgar parcialmente
o mérito poderão ser processados em autos suplementares, a reque-
rimento da parte ou a critério do juiz.
1- As partes são, em regra, intimadas na audiência una ou de instru-
ção ou julgamento em que a sentença for prolatada (art. 852 da CLT).
2- A ata com as razões de decidir será juntada ao processo, devi-
damente assinada, no prazo improrrogável de 48 (quarenta e oito)
horas, contado da audiência de julgamento (art. 851, § 2º, da CLT).
3- Quando não juntada a ata ao processo em 48 horas, contadas da
Comunicação da sentença audiência de julgamento (art. 851, § 2º, da CLT), o prazo para recurso
será contado da data em que a parte receber a intimação da sen-
tença (Súmula 30 do TST).
4- O prazo para recurso da parte que, intimada, não comparecer à
audiência em prosseguimento para a prolação da sentença conta-se
de sua publicação (Súmula 197 do TST).
1- A coisa julgada material envolve a imutabilidade do conteúdo da
decisão de mérito (art. 502 do CPC).
2- Transitada em julgado a decisão de mérito, considerar-se-ão
deduzidas e repelidas todas as alegações e as defesas que a parte
poderia opor tanto ao acolhimento quanto à rejeição do pedido.
3- Não fazem coisa julgada: a) os motivos, ainda que importantes
para determinar o alcance da parte dispositiva da sentença; b) a ver-
dade dos fatos, estabelecida como fundamento da sentença.
Coisa Julgada
4- A coisa julgada formal é a impossibilidade de alteração da decisão
(seja de mérito ou não) no mesmo processo, seja porque os recursos
acabaram, seja porque não os recursos foram utilizados e o prazo
recursal acabou.
5- A decisão de mérito transitada em julgado tem força de lei entre as
partes e em relação à questão principal discutida, não prejudicando
terceiros (arts. 503 e 506 do CPC).
6- A questão prejudicial transita em julgado desde que os requisitos
legais estejam presentes (art. 503, § 1º, do CPC).

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7- As sentenças que impõe obrigações de trato sucessivo estão


sujeitas a revisão (art. 505, I, do CPC).
8- Quando um acordo é homologado na Justiça, o processo é
extinto com resolução de mérito e coisa julgada forma-se no mesmo
momento.
9- Acordo celebrado - homologado judicialmente - em que o empre-
gado dá plena e ampla quitação, sem qualquer ressalva, alcança não
só o objeto da inicial, como também todas as demais parcelas refe-
rentes ao extinto contrato de trabalho, violando a coisa julgada, a
propositura de nova reclamação trabalhista (OJ 132 da SDI-II).
10- A fixação de multa cominatória para eventual descumprimento
de obrigação de fazer, não fazer ou de entregar pode ser fixada em
sentença e não transita em julgado.
11- As matérias trabalhistas são, como regra, independentes da
esfera criminal. Contudo, existem situações em que a coisa julgada
penal vincula a esfera trabalhista, como ocorre nos casos de conde-
nação ou de absolvição por negativa de autoria.
12- A remessa necessária do art. 496 do CPC é aplicável ao Processo
do Trabalho com adaptações (Súmula 303 do TST).
13- Quando a remessa necessária for exigida, não há trânsito em
julgado enquanto não for resolvida.
14- A sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é dada, não
prejudicando terceiros, mas pode beneficiar.

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QUESTÕES DE CONCURSO
Existem diversas previsões legais e posições jurisprudenciais consolidadas do TST sobre
os procedimentos sumaríssimo e sumário, além de sentença e coisa julgada. É muito co-
mum a prova cobrar a literalidade da lei, bem como súmulas e orientações jurisprudenciais
sobre o tema.
Você deve ter em mente que, se um exercício envolver diversos itens com matérias diferentes,
apenas os itens relacionados à matéria desta aula foram escolhidos para exame. Assim, se
você verificar que a questão possui menos itens, isso ocorre porque os itens suprimidos não
se relacionam à matéria dessa aula. Logo, apenas os itens sobre a matéria desta aula foram
examinados e os gabaritos adaptados para o exame destes itens.
Você deve se lembrar também de que as questões foram respondidas com base na legislação
e na jurisprudência atuais, razão pela qual os gabaritos das questões foram adaptados para
as novas respostas, sobretudo diante das novidades da reforma trabalhista.
Vamos aos estudos.

Questão 1 (FUNDATEC/AL-RS/PROCURADOR/2018) Quanto ao procedimento sumaríssi-


mo no processo do trabalho, assinale a alternativa correta.
a) Ficam submetidos os dissídios individuais cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário
mínimo vigente na data da prolação da sentença.
b) Ficam submetidos os dissídios individuais e coletivos cujo valor não exceda a quarenta
vezes o salário mínimo vigente na data do ajuizamento da reclamação.
c) Estão excluídas as demandas em que é parte a Administração Pública direta, autárquica e
fundacional.
d) Se necessário a citação por edital, o juiz determinará o prazo que variará entre 20 (vinte) e
60 (sessenta) dias, fluindo da data da publicação única ou, havendo mais de uma, da primeira.
e) As testemunhas, até o máximo de três para cada parte, comparecerão à audiência de ins-
trução e julgamento independentemente de intimação.

Questão 2 (CESPE/PGE-SE/PROCURADOR DO ESTADO/2017) Empregado de empresa de


serviços gerais e conservação que prestava serviços para uma autarquia ajuizou reclamação

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trabalhista em desfavor desta e de sua empregadora, pleiteando o pagamento de horas extras


e dando à causa o valor equivalente a trinta e oito salários mínimos.
Considerando-se a legislação pertinente e o rito processual trabalhista, é correto afirmar que,
nessa situação hipotética,
a) a demanda deverá, necessariamente, atender ao procedimento ordinário.
b) cada uma das partes poderá requerer a oitiva de até seis testemunhas.
c) em razão da obrigatoriedade de recurso no caso de a autarquia ser vencida na demanda, o
magistrado não poderá tentar a conciliação.
d) a demanda deverá, necessariamente, atender ao procedimento sumaríssimo.
e) caso a petição inicial não apresente os pedidos liquidados, o processo será arquivado, com
condenação ao pagamento de custas.

Questão 3 (VUNESP/PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS – SP/PROCURADOR/2017)


O procedimento sumaríssimo trabalhista não se aplica às demandas em que
a) é parte a Administração Pública direta, autárquica ou fundacional.
b) é parte a Administração Pública autárquica e fundacional, exclusivamente.
c) são partes a Administração Pública ou os sindicatos da categoria profissional.
d) há pedido expresso do reclamante para que seja observado o rito comum.
e) o empregador figura como autor.

Questão 4 (FMP CONCURSOS/PGE-AC/PROCURADOR DO ESTADO/2017) Considerando o


regramento previsto na Consolidação das Leis do Trabalho a respeito do procedimento suma-
ríssimo, é CORRETO afirmar que
a) as exceções de incompetência serão decididas em quarenta e oito horas pelo Juízo da Vara
do Trabalho.
b) as testemunhas, até o máximo de três para cada parte, comparecerão à audiência de ins-
trução e julgamento independentemente de intimação.
c) a apreciação da reclamação deverá ocorrer no prazo máximo de trinta dias do seu ajui-
zamento.

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d) a sentença mencionará os elementos de convicção do Juízo, observados o relatório, a fun-


damentação e o dispositivo.
e) estão excluídas do procedimento as demandas em que é parte a Administração Pública
direta, autárquica e fundacional.

Questão 5 (CESPE/PGE-AM/PROCURADOR DO ESTADO/2016) Julgue o seguinte item, re-


lativos aos procedimentos adotados em dissídios individuais da justiça do trabalho.
Estado da Federação pode figurar no polo passivo de demanda individual trabalhista de rito
sumaríssimo; nesse caso, se for deferida prova pericial, a fazenda estadual será intimada a
manifestar-se sobre o laudo no prazo dobrado de dez dias.

Questão 6 (FUNDATEC/PREFEITURA DE PORTO ALEGRE – RS/PROCURADOR MUNICI-


PAL/2016) Autarquia municipal que não explore atividade econômica
é passível de ser processada, por intermédio do rito sumaríssimo.

Questão 7 (TRT 4º REGIÃO-RS/JUIZ DO TRABALHO/2016) Considere as assertivas abaixo


sobre procedimentos na Justiça do Trabalho.
II – As demandas envolvendo a Administração Pública, em dissídio individual, e desde que
o valor não exceda a 40 (quarenta) vezes o salário-mínimo, poderão ser ajuizadas sob
o rito sumaríssimo, observado o limite da expedição de Requisição de Pequeno Valor.
III – Se o reclamado não for localizado, ou criar embaraços ao recebimento da comunica-
ção processual, a citação, nas ações ajuizadas sob o rito sumaríssimo, poderá ser feita
por edital, em observância ao princípio da efetividade da prestação jurisdicional.

Quais são corretas?

Questão 8 (TRT 4º REGIÃO-RS/JUIZ DO TRABALHO/2016) Assinale a assertiva correta so-


bre decisões na Justiça do Trabalho.
No procedimento sumaríssimo, serão decididos de plano todos os incidentes e questões que
possam interferir no prosseguimento da audiência, inclusive questões de mérito.

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Questão 9 (TRT 2R/TRT - 2ª REGIÃO-SP/JUIZ DO TRABALHO/2016) Quanto ao rito suma-


ríssimo, assinale a alternativa INCORRETA:
a) A intimação da sentença se fará na própria audiência em que prolatada.
b) Havendo mudança de endereço não comunicada ao juízo reputam-se válidas as intima-
ções enviadas ao local indicado anteriormente nos autos.
c) A apreciação da reclamação deverá ocorrer no prazo máximo de quarenta dias do seu ajui-
zamento, podendo constar de pauta especial, se necessário.
d)Estão excluídas do procedimento sumaríssimo as demandas em que é parte a Administra-
ção Pública direta, autárquica e fundacional.
e) Ainda que não previamente requeridas, as provas serão produzidas na audiência de instru-
ção e julgamento.

Questão 10 (CETREDE/PREFEITURA DE ITAPIPOCA – CE/PROCURADOR/2016) Em relação à


matéria relativa ao Processo Judiciário de Trabalho, é CORRETO afirmar que
b) os dissídios individuais, cujo valor não exceda a sessenta vezes os salários mínimos vigen-
tes na data do ajuizamento da reclamação, ficam submetidos ao procedimento sumaríssimo.
d) as demandas em que é parte a Administração Pública direta, autárquica e fundacional, es-
tão sujeitas ao procedimento sumaríssimo

Questão 11 (CESPE/PGE-AL/PROCURADOR DO ESTADO/2009) Com referência às deman-


das trabalhistas no âmbito de categoria que conte com CCP, assinale a opção correta nos
termos da CLT.
Se a demanda for processada pelo rito sumaríssimo, a citação poderá ser feita via edital.

Questão 12 (TRT 21R/TRT-21ª REGIÃO-RN/JUIZ DO TRABALHO/2015) É correto afirmar, a


respeito do Procedimento Sumaríssimo Trabalhista:
a) A apreciação inicial da reclamatória deverá ocorrer no prazo máximo de 30 (trinta) dias do
seu ajuizamento, podendo constar de pauta especial, se necessário.
b) Nas demandas enquadradas no procedimento sumaríssimo, as testemunhas, em número
máximo de duas, comparecerão independentemente de intimação, só podendo ser notifica-

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das, a pedido da parte interessada, aquelas que, comprovadamente convidadas, deixarem de


comparecer.
c) O prazo para manifestação sobre documentos apresentados pela parte é de 5 (cinco) dias,
sendo facultado à parte contrária a renúncia e manifestação oral na audiência.
d) O juiz dirigirá o processo com liberdade para determinar as provas a serem produzidas,
considerado o ônus probatório de cada litigante, contudo não poderá limitar ou excluir provas
postuladas pelas partes até a audiência de instrução.
e) A sentença, no procedimento sumaríssimo, terá relatório sucinto, com a identificação obri-
gatória dos pedidos e argumentos de defesa, bem como mencionará os elementos de convic-
ção do juízo, com resumo dos fatos relevantes ocorridos em audiência.

Questão 13 (TRT 16R/TRT-16ª REGIÃO-MA/JUIZ DO TRABALHO/2015) Sobre o procedi-


mento sumaríssimo, analise as seguintes afirmações e marque a alternativa CORRETA:
I – Não se fará citação por edital, incumbindo ao autor a correta indicação do nome e en-
dereço do reclamado.
II – Não será deferida a intimação de testemunha, sendo ônus da parte trazê-la no dia da
audiência.
III – Estão excluídas do procedimento sumaríssimo as demandas em que é parte a Admi-
nistração Pública direta, autárquica e fundacional, bem como suas empresas púbicas
e sociedades de economia mista.
IV – O pedido deverá ser certo ou determinado e indicará o valor correspondente. A não ob-
servância dessa exigência pelo reclamante importará no arquivamento da reclamação,
proibição de ajuizamento de nova ação pelo prazo de 6 (seis) meses e condenação ao
pagamento de custas sobre o valor da causa.
V – As partes e advogados comunicarão ao juízo as mudanças de endereço ocorridas no
curso do processo, reputando-se eficazes as intimações enviadas ao local anterior-
mente indicado, na ausência de comunicação.

a) Somente as afirmativas II e IV estão erradas.


b) Somente as afirmativas I e V estão corretas.

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c) Somente as afirmativas I, III, IV e V estão corretas.


d) Somente as afirmativas II e III estão erradas.
e) Somente as afirmativas III e IV estão erradas.

Questão 14 (FUNCAB/FACELI/PROCURADOR/2015) O rito sumaríssimo na Justiça do Trabalho:


a) é cabível nas ações propostas em face de autarquias e fundações públicas.
b) permite a citação do reclamado por edital em caso de endereço incompleto.
c) exige petição com pedido certo que, contudo, pode ser ilíquido.
d) por celeridade, não permite a realização de produção de prova pericial.
e) conforme regra própria, permite a apresentação ao juízo de até duas testemunhas.

Questão 15 (TRT 2R/TRT-2ª REGIÃO-SP/JUIZ DO TRABALHO/2015) Sobre o rito sumaríssi-


mo, à luz da legislação vigente e da jurisprudência sumulada do Tribunal Superior do Traba-
lho, aponte a alternativa CORRETA.
a) Nas reclamações enquadradas no procedimento sumaríssimo, o pedido deverá ser certo,
determinado e líquido; a apreciação da reclamação deverá ocorrer no prazo máximo de quinze
dias do seu ajuizamento, podendo constar de pauta especial, se necessário, de acordo com o
movimento judiciário da Vara do Trabalho; a citação por edital deverá conter a correta indica-
ção do nome e endereço do reclamado.
b) Todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e julgamento, desde que re-
queridas previamente.
d) As testemunhas comparecerão a audiência independentemente de notificação ou intima-
ção, sendo que aquelas que não comparecerem serão intimadas, ainda que não tenham sido
convidadas, ex officio ou a requerimento da parte, ficando sujeitas a condução coercitiva.
e) Serão decididos na sentença os incidentes de intervenção de terceiros, exceções e outros
que possam interferir no prosseguimento da audiência e do processo.

Questão 16 (FCC/TRT-6ª REGIÃO-PE/JUIZ DO TRABALHO/2015) Os dissídios individuais,


cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário mínimo vigente na data do ajuizamento da
reclamação ficam submetidos ao procedimento sumaríssimo. Neste sentido,

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a) serão decididos, de plano, todos os incidentes e exceções que possam interferir no pros-
seguimento da audiência e do processo, salvo se as provas não tenham sido requeridas pre-
viamente.
b) as testemunhas, até o máximo de duas para cada parte, deverão comparecer à audiência
de instrução e julgamento independentemente de intimação, podendo o juiz na hipótese de
sua ausência, determinar sua imediata condução coercitiva.
c) nas causas sujeitas ao procedimento sumaríssimo, a admissibilidade de recurso de revista
está limitada à demonstração de violação direta a dispositivo da Constituição Federal, não se
admitindo o recurso por contrariedade a Orientação Jurisprudencial do Tribunal Superior do
Trabalho, ante a ausência de previsão no art. 896, § 6º, da CLT.
d) nas reclamações enquadradas no procedimento sumaríssimo o pedido deverá ser certo ou
determinado e indicará o valor correspondente; não se fará citação por edital, incumbindo ao
autor a correta indicação do nome e endereço do reclamado; e, a apreciação da reclamação
deverá ocorrer no prazo máximo de quinze dias do seu ajuizamento, podendo constar de pau-
ta especial, se necessário, de acordo com o movimento judiciário da Vara do Trabalho.
e) estão excluídas do procedimento sumaríssimo as demandas em que é parte a Administra-
ção pública direta, indireta, autárquica e fundacional.

Questão 17 (FCC/TRT-24ª REGIÃO-MS/JUIZ DO TRABALHO/2014) Com objetivo de imprimir


um rito mais ágil para causas de menor complexidade e valor econômico, foi introduzido o rito
sumaríssimo nos dissídios individuais. A respeito desse rito processual previsto na Consoli-
dação das Leis do Trabalho, é correto afirmar:
a) Tendo em vista que a apreciação da reclamação deverá ocorrer no prazo máximo de 15
dias do seu ajuizamento e que todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e
julgamento, não cabe a produção de prova pericial neste rito.
b) Por expresso permissivo do texto consolidado, o Juiz dará especial valor às regras de expe-
riência comum ou técnica e adotará para julgamento da lide a decisão que reputar mais justa
e equânime, atendendo aos fins sociais da lei e as exigências do bem comum.
c) Ficam submetidas a este procedimento as ações trabalhistas cujo valor não exceda qua-
renta vezes o salário mínimo vigente à época da prolação da sentença, desde que não se
inclua no rol de pedidos indenização por dano moral.

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d) Estão excluídas do rito as demandas em que a Administração pública direta, autárquica


e fundacional figura como a reclamada principal, podendo ser utilizado o rito quando o ente
público for autor ou corréu de forma subsidiária.
e) Cada parte poderá trazer para audiência, no máximo, três testemunhas, que serão intima-
das, caso comprovadamente convidadas, deixarem de comparecer, ficando sujeitas à condu-
ção coercitiva, caso intimadas, não compareçam.

Questão 18 (TRT 8R/TRT - 8ª REGIÃO/PA E AP/JUIZ DO TRABALHO/2014) Em relação ao


procedimento sumaríssimo, temos a seguinte hipótese CORRETA:
a) Os dissídios individuais cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário mínimo vigente
na data do ajuizamento da reclamação ficam submetidos ao procedimento sumaríssimo, ex-
cluídas as demandas em que é parte empresa pública federal.
b) As demandas sujeitas a rito sumaríssimo serão instruídas e julgadas em audiência única,
sob a direção de juiz presidente ou substituto, sob pena de nulidade do processo, eis que ve-
dado o adiamento da audiência.
c) Aberta a sessão, o juiz esclarecerá as partes presentes sobre as vantagens da conciliação
e usará os meios adequados de persuasão para a solução conciliatória do litígio, vedada a
tentativa de conciliação, após o encerramento da instrução processual.
d) Todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e julgamento, ainda que não
requeridas previamente.
e) A sentença mencionará os elementos de convicção do juízo, com resumo dos fatos rele-
vantes ocorridos em audiência, não sendo dispensado o relatório.

Questão 19 (TRT 23R/TRT - 23ª REGIÃO-MT/JUIZ DO TRABALHO/2014) Sobre o rito suma-


ríssimo, NÃO É CORRETO afirmar:
a) Os dissídios individuais cujo valor da causa não exceda a quarenta vezes o valor do salário
mínimo serão submetidos ao procedimento sumaríssimo, independente de quem esteja situ-
ado no pólo passivo da relação processual.
b) As causas sujeitas ao rito sumaríssimo serão instruídas e julgadas em audiência única.
c) Nas causas que tramitam sob o rito sumaríssimo, cada uma das partes não poderá indicar
mais de duas testemunhas.

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d) Na ata de audiência serão registrados, resumidamente, os atos essenciais, as afirmações


fundamentais das partes e as informações úteis à solução da causa trazidas pela prova
testemunhal.
e) Somente quando a prova do fato o exigir, ou for legalmente imposta, será deferida prova
técnica, incumbindo ao Juiz, desde logo, fixar o prazo, o objeto da perícia e nomear perito.

Questão 20 (CESPE/PGE-PI/PROCURADOR DO ESTADO/2014) No que se refere à sentença


trabalhista, assinale a opção correta.
Da sentença proferida no procedimento sumaríssimo devem constar, sob pena de nulidade, o
relatório, a fundamentação e o dispositivo.

Questão 21 (FCC/TRT-18ª REGIÃO-GO/JUIZ DO TRABALHO/2014) Com relação ao procedi-


mento sumaríssimo no Processo do Trabalho,
a) os dissídios individuais e coletivos cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário mínimo
vigente na data da audiência ficam submetidos ao procedimento sumaríssimo.
b) nas reclamações enquadradas no procedimento sumaríssimo a apreciação da reclamação
deverá ocorrer no prazo máximo de 30 dias do seu ajuizamento, podendo constar de pauta
especial, se necessário, de acordo com o movimento judiciário.
c) interrompida a audiência, o seu prosseguimento e a solução do processo dar-se-ão no pra-
zo máximo de 15 dias, salvo motivo relevante justificado nos autos pelo Juiz da causa.
d) serão decididos, de plano, todos os incidentes e exceções que possam interferir no pros-
seguimento da audiência e do processo, determinando o Juiz, quando houver necessidade de
prova técnica, a conversão do procedimento sumaríssimo em ordinário.
e) o procedimento sumaríssimo destaca a concentração dos atos processuais em audiência,
determinando que todas as provas sejam produzidas neste ato processual, exceto a prova
documental que é pré-constituída e a prova pericial que se realiza fora da audiência.

Questão 22 (FCC/PREFEITURA DE CUIABÁ–MT/PROCURADOR MUNICIPAL/2014) Do proce-


dimento sumaríssimo trabalhista,
a) não se admite o jus postulandi.

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b) estão excluídas as demandas em que é parte a Administração Pública direta e indireta.


c) os dissídios individuais cujo valor não exceda a 60 vezes o salário mínimo vigente na data
do ajuizamento da reclamação ficam submetidos ao procedimento sumaríssimo.
d) quando necessário e indispensável à efetivação dos direitos sociais, se fará citação por edital.
e) as partes e advogados comunicarão ao juízo as mu- danças de endereço ocorridas no
curso do processo, reputando-se eficazes as intimações enviadas ao local anteriormente in-
dicado, na ausência de comunicação.

Questão 23 (CESPE/PG-DF/PROCURADOR/2013) Julgue os itens subsequentes, relativos


ao procedimento sumaríssimo na justiça do trabalho.
Não é cabível a citação por edital no procedimento sumaríssimo.

Questão 24 (TRT 8R/TRT - 8ª REGIÃO-PA E AP/JUIZ DO TRABALHO/2013) Sobre audiências


e procedimentos comum e sumaríssimo, é CORRETO afirmar que:
Terminada a instrução, poderão as partes aduzir razões finais, em prazo não excedente de 10
(dez) minutos para cada uma. Em seguida, o juiz renovará a proposta de conciliação, e não se
realizando esta, será proferida a decisão, da qual serão todos os litigantes notificados, pesso-
almente, ou por seu representante, na própria audiência

Questão 25 (FCC/TRT-6ª REGIÃO-PE/JUIZ DO TRABALHO/2013) Madalena apresentou re-


clamação trabalhista em face da Fundação São João dos Mares, objetivando o pagamento de
horas extraordinárias, adicional de transferência e verbas rescisórias. Deu à causa o valor de
R$ 30.000,00 (trinta mil reais). Neste caso,
a) os trâmites de instrução e julgamento da reclamação serão resumidos em ata, de que
constará, na íntegra, a decisão.
b) a autora deverá manifestar-se imediatamente sobre os documentos apresentados pela
parte contrária, sem interrupção da audiência, salvo absoluta impossibilidade.
c) poderão ser ouvidas apenas duas testemunhas para cada uma das partes, independente-
mente de intimação.
d) a citação não poderá ser feita por edital, por se tratar de entidade fundacional.

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e) a apreciação da reclamação deverá ocorrer no prazo máximo de 15 (quinze) dias de seu


ajuizamento.

Questão 26 (TRT 2R/TRT-2ª REGIÃO-SP/JUIZ DO TRABALHO/2013) Em relação às reclama-


ções trabalhistas enquadradas no procedimento sumaríssimo, aponte a alternativa correta:
a) A parte deverá manifestar-se sobre os documentos apresentados pela parte contrária ime-
diatamente, sem a concessão de prazo, em razão do princípio da celeridade.
b) O pedido poderá ser incerto, desde que haja a indicação do valor correspondente.
c) Os atos essenciais e as afirmações fundamentais produzidas em audiência serão regis-
tradas na ata de audiência, salvo se o juiz proferir a decisão na mesma data da realização da
instrução.
d) As provas serão produzidas na audiência de instrução e julgamento, mesmo que não te-
nham sido requeridas previamente.
e) Só será deferida a realização de perícia técnica quando a prova do fato o exigir, ou for legal-
mente imposta, vedada a indicação de assistente técnico.

Questão 27 (MPT/MPT/PROCURADOR DO TRABALHO/2012) Sobre o procedimento suma-


ríssimo, é INCORRETO afirmar:
b) Não se aplica à ação civil pública, ainda que o valor da causa não exceda a quarenta vezes
o salário mínimo vigente na data do ajuizamento da demanda.
c) É admissível a realização de prova técnica.

Questão 28 (FCC/PGE-MT/PROCURADOR DO ESTADO/2011) Sobre o procedimento suma-


ríssimo, é correto afirmar:
a) Estão excluídas as demandas em que é parte a Administração Pública direta e indireta.
b) A sentença mencionará os elementos de convicção do juízo, com resumo dos fatos rele-
vantes ocorridos em audiência, dispensado o relatório e a fundamentação
c) Os dissídios individuais cujo valor não exceda a sessenta vezes o salário mínimo vigente na
data do ajuizamento da reclamação ficam submetidos ao procedimento sumaríssimo.

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d) As testemunhas, até o máximo de três para cada parte, comparecerão à audiência de ins-
trução e julgamento independentemente de intimação.
e) No julgamento do recurso ordinário, se a sentença for confirmada pelos próprios funda-
mentos, a certidão de julgamento, registrando tal circunstância, servirá de acórdão.

Questão 29 (UPENET/IAUPE/PREFEITURA DE OLINDA–PE/PROCURADOR MUNICIPAL/2011)


No rito processual sumaríssimo trabalhista, conforme a CLT,
a) não há intimação de testemunhas, as quais devem ser convidadas pelas partes.
b) não se pode produzir prova pericial.
c) a citação por edital é limitada à hipótese de insucesso de tentativa de citação por meio de
oficial de justiça, por duas vezes no espaço de tempo de 48 horas.
d) a produção de provas se faz em audiência, mesmo que não haja requerimento prévio.
e) o rol de testemunhas deve ser indicado na petição inicial.

Questão 30 (FCC/PGE-AM/PROCURADOR DO ESTADO/2010) Quanto ao procedimento su-


maríssimo na Justiça do Trabalho:
I – Os dissídios individuais cujo valor não exceda a sessenta vezes o salário mínimo vi-
gente na data do ajuizamento da reclamação ficam submetidos ao procedimento su-
maríssimo
II – A apreciação da reclamação deverá ocorrer no prazo máximo de quinze dias do seu
ajuizamento, podendo constar de pauta especial, se necessário, de acordo com o mo-
vimento judiciário da Vara do Trabalho.
III – Nas reclamações enquadradas no procedimento sumaríssimo o pedido deverá ser
certo ou determinado e indicará o valor correspondente.
IV – Estão excluídas do procedimento sumaríssimo as demandas em que é parte a Admi-
nistração Pública direta e indireta.

Está correto SOMENTE o que se afirma em


a) II, III e IV.
b) I e III.
c) II e III.

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d) I, II e III.
e) I, II e IV.

Questão 31 (FCC/TST/JUIZ DO TRABALHO/2017) Sobre a sentença nos dissídios individu-


ais trabalhistas, em conformidade com a legislação vigente e com a jurisprudência dominante
do Tribunal Superior do Trabalho, é correto afirmar:
a) Existindo na decisão evidentes erros ou enganos de escrita, de datilografia ou de cálculo,
poderão estes, antes da execução, ser corrigidos somente a requerimento dos interessados
ou do Ministério Público do Trabalho.
As decisões cognitivas ou homologatórias deverão sempre indicar a natureza jurídica das
parcelas constantes da condenação ou do acordo homologado, podendo deixar o limite de
responsabilidade de cada parte pelo recolhimento da contribuição previdenciária, se for o
caso, para a fase de cumprimento da sentença.

Questão 32 (TRT 4º REGIÃO-RS/JUIZ DO TRABALHO/2016) Assinale a assertiva correta so-


bre decisões na Justiça do Trabalho.
b) São elementos integrantes da sentença trabalhista o nome das partes, o resumo do pedido
e da defesa, a apreciação das provas, os fundamentos da decisão e a respectiva conclusão,
devendo a sentença que concluir pela procedência do pedido determinar o prazo e as condi-
ções para o seu cumprimento.
c) Existindo na decisão judicial evidentes erros ou enganos de escrita, conhecidos por erros
materiais, estes são sanáveis apenas mediante a oposição de embargos de declaração por
qualquer das partes.

Questão 33 (CESPE/PGE-AM/PROCURADOR DO ESTADO/2016) Julgue o seguinte item, re-


lativos aos procedimentos adotados em dissídios individuais da justiça do trabalho.
Conforme entendimento do TST, caso um estado da Federação seja condenado em dissídio
individual trabalhista, a decisão condenatória não estará sujeita a reexame necessário se a
condenação não ultrapassar o valor correspondente a quinhentos salários mínimos.

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Questão 34 (CESPE/PGM - MANAUS/PROCURADOR MUNICIPAL/2018) Julgue o próximo


item à luz da jurisprudência do TST acerca dos recursos na justiça do trabalho, da liquidação
e da execução no processo do trabalho.
A decisão judicial proferida em dissídio individual que condenar o poder público com base em
entendimento coincidente com orientação firmada no âmbito administrativo e emitida pelo pró-
prio ente público por meio de parecer vinculante não se sujeitará ao duplo grau de jurisdição.

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GABARITO
1. c 13. b 25. a
2. a 14. e 26. d
3. a 15. E, E, E, E 27. C, C
4. e 16. d 28. e
5. e 17. b 29. d
6. E 18. d 30. c
7. E, E 19. a 31. E, E
8. E 20. E 32. b
9. c 21. e 33. c
10. E, E 22. e 34. c
11. E 23. c
12. b 24. E

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GABARITO COMENTADO
Questão 1 (FUNDATEC/AL-RS/PROCURADOR/2018) Quanto ao procedimento sumaríssi-
mo no processo do trabalho, assinale a alternativa correta.
a) Ficam submetidos os dissídios individuais cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário
mínimo vigente na data da prolação da sentença.
b) Ficam submetidos os dissídios individuais e coletivos cujo valor não exceda a quarenta
vezes o salário mínimo vigente na data do ajuizamento da reclamação.
c) Estão excluídas as demandas em que é parte a Administração Pública direta, autárquica e
fundacional.
d) Se necessário a citação por edital, o juiz determinará o prazo que variará entre 20 (vinte) e
60 (sessenta) dias, fluindo da data da publicação única ou, havendo mais de uma, da primeira.
e) As testemunhas, até o máximo de três para cada parte, comparecerão à audiência de ins-
trução e julgamento independentemente de intimação.

Letra c.
a) Errada. Ficam sujeitos ao rito sumaríssimo os dissídios individuais cujo valor da causa
seja de até 40 salários mínimos na época da propositura da demanda, na forma do art. 852-A,
caput, da CLT.
b) Errada. Os dissídios coletivos não se sujeitam ao procedimento sumaríssimo, mas apenas
os individuais, conforme se constata no art. 852-A, caput, da CLT.
c) Certa. É o que dispõe o art. 852-A, parágrafo único, da CLT.
d) Errada. Não se admite citação por edital no procedimento sumaríssimo, na forma do art.
852-B, II, da CLT.
e
 ) Errada. O máximo de testemunhas são 2 por parte, na forma do art. 852-H, §§ 2º e 3º, da CLT.

Questão 2 (CESPE/PGE-SE/PROCURADOR DO ESTADO/2017) Empregado de empresa de


serviços gerais e conservação que prestava serviços para uma autarquia ajuizou reclamação
trabalhista em desfavor desta e de sua empregadora, pleiteando o pagamento de horas extras
e dando à causa o valor equivalente a trinta e oito salários mínimos.

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Considerando-se a legislação pertinente e o rito processual trabalhista, é correto afirmar que,


nessa situação hipotética,
a) a demanda deverá, necessariamente, atender ao procedimento ordinário.
b) cada uma das partes poderá requerer a oitiva de até seis testemunhas.
c) em razão da obrigatoriedade de recurso no caso de a autarquia ser vencida na demanda, o
magistrado não poderá tentar a conciliação.
d) a demanda deverá, necessariamente, atender ao procedimento sumaríssimo.
e) caso a petição inicial não apresente os pedidos liquidados, o processo será arquivado, com
condenação ao pagamento de custas.

Letra a.
a) Certa. Sendo parte uma autarquia, não pode a demanda seguir pelo rito sumaríssimo, de-
vendo seguir pelo rito ordinário. Essa lógica decorre do art. 852-A, parágrafo único, da CLT.
b) Errada. Como a demanda segue o rito ordinário, cada parte possui direito a até 3 testemu-
nhas cada, na forma do art. 821 da CLT:

Art. 821 - Cada uma das partes não poderá indicar mais de 3 (três) testemunhas, salvo quando se
tratar de inquérito, caso em que esse número poderá ser elevado a 6 (seis).

c) Errada. Todos os dissídios individuais e coletivos devem ser sujeitos à tentativa de conci-
liação, na forma do art. 764, caput, da CLT:

Art. 764 - Os dissídios individuais ou coletivos submetidos à apreciação da Justiça do Trabalho


serão sempre sujeitos à conciliação.

d) Errada. Veja o comentário da letra “a”.


e) Errada. Como havia uma única pretensão na petição inicial (horas extras), não há que se
falar em liquidação de pedido, já que o valor da causa corresponde à pretensão deduzida em
juízo, já servindo de liquidação.

Questão 3 (VUNESP/PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS – SP/PROCURADOR/2017)


O procedimento sumaríssimo trabalhista não se aplica às demandas em que
a) é parte a Administração Pública direta, autárquica ou fundacional.
b) é parte a Administração Pública autárquica e fundacional, exclusivamente.

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c) são partes a Administração Pública ou os sindicatos da categoria profissional.


d) há pedido expresso do reclamante para que seja observado o rito comum.
e) o empregador figura como autor.

Letra a.
a) Certa. Incide o art. 852-A, parágrafo único, da CLT.
b) Errada. Veja o comentário do item anterior.
c) Errada. Veja o comentário da letra “a”.
d) Errada. Não existe essa previsão expressa na lei.
e) Errada. Veja o comentário da letra “a”.

Questão 4 (FMP CONCURSOS/PGE-AC/PROCURADOR DO ESTADO/2017) Considerando o


regramento previsto na Consolidação das Leis do Trabalho a respeito do procedimento suma-
ríssimo, é CORRETO afirmar que
a) as exceções de incompetência serão decididas em quarenta e oito horas pelo Juízo da Vara
do Trabalho.
b) as testemunhas, até o máximo de três para cada parte, comparecerão à audiência de ins-
trução e julgamento independentemente de intimação.
c) a apreciação da reclamação deverá ocorrer no prazo máximo de trinta dias do seu ajui-
zamento.
d) a sentença mencionará os elementos de convicção do Juízo, observados o relatório, a fun-
damentação e o dispositivo.
e) estão excluídas do procedimento as demandas em que é parte a Administração Pública
direta, autárquica e fundacional.

Letra e.
a) Errada. Todos os incidentes e exceções devem ser decididos de plano, conforme art. 852-G
da CLT.
b) Errada. O máximo de testemunhas são 2 por parte, na forma do art. 852-H, §§ 2º e 3º, da CLT.

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c) Errada. Deve haver a apreciação no prazo máximo de 15 dias, na forma do art. 852-B, III,
da CLT.
d) Errada. O relatório é dispensado na sentença do procedimento sumaríssimo, na forma do
art. 852-I, caput, da CLT.
e) Certa. É o que dispõe o art. 852-A, parágrafo único, da CLT.

Questão 5 (CESPE/PGE-AM/PROCURADOR DO ESTADO/2016) Julgue o seguinte item, re-


lativos aos procedimentos adotados em dissídios individuais da justiça do trabalho.
Estado da Federação pode figurar no polo passivo de demanda individual trabalhista de rito
sumaríssimo; nesse caso, se for deferida prova pericial, a fazenda estadual será intimada a
manifestar-se sobre o laudo no prazo dobrado de dez dias.

Errado.
Estado da federação não pode figurar como parte em demanda sujeita a rito sumaríssimo,
conforme o art. 852-A, parágrafo único, da CLT.

Questão 6 (FUNDATEC/PREFEITURA DE PORTO ALEGRE – RS/PROCURADOR MUNICI-


PAL/2016) Autarquia municipal que não explore atividade econômica
é passível de ser processada, por intermédio do rito sumaríssimo.

Errado.
Autarquia não se sujeita ao rito sumaríssimo, conforme o art. 852-A, parágrafo único, da CLT.

Questão 7 (TRT 4º REGIÃO-RS/JUIZ DO TRABALHO/2016) Considere as assertivas abaixo


sobre procedimentos na Justiça do Trabalho.
II – As demandas envolvendo a Administração Pública, em dissídio individual, e desde que
o valor não exceda a 40 (quarenta) vezes o salário-mínimo, poderão ser ajuizadas sob
o rito sumaríssimo, observado o limite da expedição de Requisição de Pequeno Valor.
III – Se o reclamado não for localizado, ou criar embaraços ao recebimento da comunica-
ção processual, a citação, nas ações ajuizadas sob o rito sumaríssimo, poderá ser feita
por edital, em observância ao princípio da efetividade da prestação jurisdicional.

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Quais são corretas?

Errado, Errado.
II – Errado. Não existe qualquer previsão legal que autorize a sujeição da Administração Pú-
blica direta, autárquica e fundacional ao rito sumaríssimo com base em Requisição de Peque-
no Valor.
III – Errado. Não se aceita citação por edital no procedimento sumaríssimo, na forma do art.
852-B, II, da CLT. No caso do exercício, o rito deve ser convertido para ordinário ou deve ser
extinto o processo sem resolução de mérito.

Questão 8 (TRT 4º REGIÃO-RS/JUIZ DO TRABALHO/2016) Assinale a assertiva correta so-


bre decisões na Justiça do Trabalho.
No procedimento sumaríssimo, serão decididos de plano todos os incidentes e questões que
possam interferir no prosseguimento da audiência, inclusive questões de mérito.

Errado.
O que se decide de plano são os incidentes e exceções, conforme art. 852-G da CLT. As ques-
tões de mérito são decididas na sentença.

Questão 9 (TRT 2R/TRT - 2ª REGIÃO-SP/JUIZ DO TRABALHO/2016) Quanto ao rito suma-


ríssimo, assinale a alternativa INCORRETA:
a) A intimação da sentença se fará na própria audiência em que prolatada.
b) Havendo mudança de endereço não comunicada ao juízo reputam-se válidas as intima-
ções enviadas ao local indicado anteriormente nos autos.
c) A apreciação da reclamação deverá ocorrer no prazo máximo de quarenta dias do seu ajui-
zamento, podendo constar de pauta especial, se necessário.
d) Estão excluídas do procedimento sumaríssimo as demandas em que é parte a Administra-
ção Pública direta, autárquica e fundacional.
e) Ainda que não previamente requeridas, as provas serão produzidas na audiência de instru-
ção e julgamento.

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Letra c.
a) Certa. É o que dispõe o art. 852-I, § 3º, da CLT.
b) Certa. É o que dispõe o art. 852-B, § 2º, da CLT.
c) Errada. Deve haver a apreciação no prazo máximo de 15 dias, na forma do art. 852-B, III,
da CLT.
d) Certa. É o que dispõe o art. 852-A, parágrafo único, da CLT.
e) Certa. É o que dispõe o art. 852-H, caput, da CLT.

Questão 10 (CETREDE/PREFEITURA DE ITAPIPOCA – CE/PROCURADOR/2016) Em relação à


matéria relativa ao Processo Judiciário de Trabalho, é CORRETO afirmar que
b) os dissídios individuais, cujo valor não exceda a sessenta vezes os salários mínimos vigen-
tes na data do ajuizamento da reclamação, ficam submetidos ao procedimento sumaríssimo.
d) as demandas em que é parte a Administração Pública direta, autárquica e fundacional, es-
tão sujeitas ao procedimento sumaríssimo

Errado, Errado.
b) Errado. Estão sujeitos ao rito sumaríssimo os dissídios individuais cujo valor não exceda
40 salários mínimos, na forma do art. 852-A, caput, da CLT.
d) Errado. Essas pessoas jurídicas não se sujeitam ao rito sumaríssimo, na forma do art. 852-
A, parágrafo único, da CLT.

Questão 11 (CESPE/PGE-AL/PROCURADOR DO ESTADO/2009) Com referência às deman-


das trabalhistas no âmbito de categoria que conte com CCP, assinale a opção correta nos
termos da CLT.
Se a demanda for processada pelo rito sumaríssimo, a citação poderá ser feita via edital.

Errado.
A citação por edital não é possível no sumaríssimo, conforme art. 852-B, II, da CLT.

Questão 12 (TRT 21R/TRT-21ª REGIÃO-RN/JUIZ DO TRABALHO/2015) É correto afirmar, a


respeito do Procedimento Sumaríssimo Trabalhista:

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a) A apreciação inicial da reclamatória deverá ocorrer no prazo máximo de 30 (trinta) dias do


seu ajuizamento, podendo constar de pauta especial, se necessário.
b) Nas demandas enquadradas no procedimento sumaríssimo, as testemunhas, em número
máximo de duas, comparecerão independentemente de intimação, só podendo ser notifica-
das, a pedido da parte interessada, aquelas que, comprovadamente convidadas, deixarem de
comparecer.
c) O prazo para manifestação sobre documentos apresentados pela parte é de 5 (cinco) dias,
sendo facultado à parte contrária a renúncia e manifestação oral na audiência.
d) O juiz dirigirá o processo com liberdade para determinar as provas a serem produzidas,
considerado o ônus probatório de cada litigante, contudo não poderá limitar ou excluir provas
postuladas pelas partes até a audiência de instrução.
e) A sentença, no procedimento sumaríssimo, terá relatório sucinto, com a identificação obri-
gatória dos pedidos e argumentos de defesa, bem como mencionará os elementos de convic-
ção do juízo, com resumo dos fatos relevantes ocorridos em audiência.

Letra b.
a) Errada. O prazo máximo é de 15 dias, na forma do art. 852-B, III, da CLT.
b) Certa. É o que dispõe o art. 852-H, §§ 2º e 3º, da CLT.
c) Errada. A manifestação sobre os documentos juntados pela parte contrária é imediata, sal-
vo completa impossibilidade, na forma do art. 852-H, § 1º, da CLT.
d) Errada. O juiz pode limitar ou excluir provas excessivas, protelatórias ou impertinentes. Leia
o art. 852-D da CLT.
e) Errada. É dispensado o relatório no procedimento sumaríssimo, na forma do art. 852-I,
caput, da CLT.

Questão 13 (TRT 16R/TRT-16ª REGIÃO-MA/JUIZ DO TRABALHO/2015) Sobre o procedi-


mento sumaríssimo, analise as seguintes afirmações e marque a alternativa CORRETA:
I – Não se fará citação por edital, incumbindo ao autor a correta indicação do nome e en-
dereço do reclamado.

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II – Não será deferida a intimação de testemunha, sendo ônus da parte trazê-la no dia da
audiência.
III – Estão excluídas do procedimento sumaríssimo as demandas em que é parte a Admi-
nistração Pública direta, autárquica e fundacional, bem como suas empresas púbicas
e sociedades de economia mista.
IV – O pedido deverá ser certo ou determinado e indicará o valor correspondente. A não ob-
servância dessa exigência pelo reclamante importará no arquivamento da reclamação,
proibição de ajuizamento de nova ação pelo prazo de 6 (seis) meses e condenação ao
pagamento de custas sobre o valor da causa.
V – As partes e advogados comunicarão ao juízo as mudanças de endereço ocorridas no
curso do processo, reputando-se eficazes as intimações enviadas ao local anterior-
mente indicado, na ausência de comunicação.

a) Somente as afirmativas II e IV estão erradas.


b) Somente as afirmativas I e V estão corretas.
c) Somente as afirmativas I, III, IV e V estão corretas.
d) Somente as afirmativas II e III estão erradas.
e) Somente as afirmativas III e IV estão erradas.

Letra b.
I – Certo. É o que dispõe o art. 852-B, II, da CLT.
II – Errado. Se houver comprovação de que a testemunha foi convidada e ela não compare-
ceu, a testemunha será intimada, na forma do art. 852-H, §§ 2º e 3º, da CLT.
III – Errado. As empresas públicas e sociedades de economia mista não estão excluídas do
procedimento sumaríssimo, não havendo qualquer previsão legal nesse sentido.
IV – Errado. Muito embora o pedido deva ser certo ou determinado e deva indicar o valor dos
pedidos, a sua inobservância gera a extinção do processo sem resolução de mérito (“arqui-
vamento”) e a condenação do reclamante nas custas, mas não gera a perempção temporária
trabalhista. Leia o art. 852-B, I e § 1º, da CLT.
V – Certo. É o que dispõe o art. 852-B, § 2º, da CLT.

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Questão 14 (FUNCAB/FACELI/PROCURADOR/2015) O rito sumaríssimo na Justiça do


Trabalho:
a) é cabível nas ações propostas em face de autarquias e fundações públicas.
b) permite a citação do reclamado por edital em caso de endereço incompleto.
c) exige petição com pedido certo que, contudo, pode ser ilíquido.
d) por celeridade, não permite a realização de produção de prova pericial.
e) conforme regra própria, permite a apresentação ao juízo de até duas testemunhas.

Letra e.
a) Errada. Não se admite esse rito quando for parte administração direta, autárquica e funda-
cional, na forma do art. 852-A, caput, da CLT.
b) Errada. Não se admite a citação por edital no sumaríssimo, conforme art. 852-B, II, da CLT.
c) Errada. O pedido, como regra, precisa ser líquido, conforme art. 852-B, I, da CLT.
d) Errada. É perfeitamente possível a realização da prova pericial no procedimento sumaríssi-
mo, conforme art. 852-H, § 4º, da CLT.
e) Certa. É o que dispõe o art. 852-H, § 2º.

Questão 15 (TRT 2R/TRT-2ª REGIÃO-SP/JUIZ DO TRABALHO/2015) Sobre o rito sumaríssi-


mo, à luz da legislação vigente e da jurisprudência sumulada do Tribunal Superior do Traba-
lho, aponte a alternativa CORRETA.
a) Nas reclamações enquadradas no procedimento sumaríssimo, o pedido deverá ser certo,
determinado e líquido; a apreciação da reclamação deverá ocorrer no prazo máximo de quinze
dias do seu ajuizamento, podendo constar de pauta especial, se necessário, de acordo com o
movimento judiciário da Vara do Trabalho; a citação por edital deverá conter a correta indica-
ção do nome e endereço do reclamado.
b) Todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e julgamento, desde que re-
queridas previamente.
d) As testemunhas comparecerão a audiência independentemente de notificação ou intima-
ção, sendo que aquelas que não comparecerem serão intimadas, ainda que não tenham sido
convidadas, ex officio ou a requerimento da parte, ficando sujeitas a condução coercitiva.

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e) Serão decididos na sentença os incidentes de intervenção de terceiros, exceções e outros


que possam interferir no prosseguimento da audiência e do processo.

Errado, Errado, Errado, Errado.


a) Errada. Não se admite a citação por edital, conforme art. 852-B, II, da CLT.
b) Errada. As provas serão produzidas na audiência, independentemente de requerimento pré-
vio, na forma do art. 852-H, caput, da CLT.
d) Errada. As testemunhas, se não forem convidadas, não serão intimadas, conforme art. 852-
H, §§ 2º e 3º, da CLT.
e) Errada. Os incidentes e exceções são decididos em audiência, de plano, conforme art. 852-
G da CLT.

Questão 16 (FCC/TRT-6ª REGIÃO-PE/JUIZ DO TRABALHO/2015) Os dissídios individuais,


cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário mínimo vigente na data do ajuizamento da
reclamação ficam submetidos ao procedimento sumaríssimo. Neste sentido,
a) serão decididos, de plano, todos os incidentes e exceções que possam interferir no pros-
seguimento da audiência e do processo, salvo se as provas não tenham sido requeridas pre-
viamente.
b) as testemunhas, até o máximo de duas para cada parte, deverão comparecer à audiência
de instrução e julgamento independentemente de intimação, podendo o juiz na hipótese de
sua ausência, determinar sua imediata condução coercitiva.
c) nas causas sujeitas ao procedimento sumaríssimo, a admissibilidade de recurso de revista
está limitada à demonstração de violação direta a dispositivo da Constituição Federal, não se
admitindo o recurso por contrariedade a Orientação Jurisprudencial do Tribunal Superior do
Trabalho, ante a ausência de previsão no art. 896, § 6º, da CLT.
d) nas reclamações enquadradas no procedimento sumaríssimo o pedido deverá ser certo ou
determinado e indicará o valor correspondente; não se fará citação por edital, incumbindo ao
autor a correta indicação do nome e endereço do reclamado; e, a apreciação da reclamação
deverá ocorrer no prazo máximo de quinze dias do seu ajuizamento, podendo constar de pau-
ta especial, se necessário, de acordo com o movimento judiciário da Vara do Trabalho.

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e) estão excluídas do procedimento sumaríssimo as demandas em que é parte a Administra-


ção pública direta, indireta, autárquica e fundacional.

Letra d.
a) Errada. Não existe essa ressalva. Veja o art. 852-G da CLT.
b) Errada. O juiz não determina a imediata condução coercitiva apenas porque as testemu-
nhas não compareceram voluntariamente. A condução ocorre quando, apesar de intimadas,
deixam de comparecer, na forma do art. 852-H, § 3º, da CLT.
c) Errada. A admissibilidade de recurso de revista não está limitada à hipótese de violação
à Constituição, cabendo também quando o acórdão do TRT que julgou o recurso ordinário
contrariar súmula de jurisprudência uniforme do Tribunal Superior do Trabalho ou a súmula
vinculante do Supremo Tribunal Federal, na forma do art. 896, § 9º, da CLT.
d) Certa. É o que dispõe o art. 852-B, I, II e III, da CLT.
e) Errada. As empresas públicas e sociedades de economia mista integram a Administração
Indireta e não estão excluídas do procedimento sumaríssimo. Veja o art. 852-A, parágrafo
único, da CLT.

Questão 17 (FCC/TRT-24ª REGIÃO-MS/JUIZ DO TRABALHO/2014) Com objetivo de imprimir


um rito mais ágil para causas de menor complexidade e valor econômico, foi introduzido o rito
sumaríssimo nos dissídios individuais. A respeito desse rito processual previsto na Consoli-
dação das Leis do Trabalho, é correto afirmar:
a) Tendo em vista que a apreciação da reclamação deverá ocorrer no prazo máximo de 15
dias do seu ajuizamento e que todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e
julgamento, não cabe a produção de prova pericial neste rito.
b) Por expresso permissivo do texto consolidado, o Juiz dará especial valor às regras de expe-
riência comum ou técnica e adotará para julgamento da lide a decisão que reputar mais justa
e equânime, atendendo aos fins sociais da lei e as exigências do bem comum.
c) Ficam submetidas a este procedimento as ações trabalhistas cujo valor não exceda qua-
renta vezes o salário mínimo vigente à época da prolação da sentença, desde que não se
inclua no rol de pedidos indenização por dano moral.

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d) Estão excluídas do rito as demandas em que a Administração pública direta, autárquica


e fundacional figura como a reclamada principal, podendo ser utilizado o rito quando o ente
público for autor ou corréu de forma subsidiária.
e) Cada parte poderá trazer para audiência, no máximo, três testemunhas, que serão intima-
das, caso comprovadamente convidadas, deixarem de comparecer, ficando sujeitas à condu-
ção coercitiva, caso intimadas, não compareçam.

Letra b.
a) Errada. É perfeitamente possível a realização de prova pericial no procedimento sumaríssi-
mo, conforme art. 852-H, § 4º, da CLT.
b) Certa. É o que dispõe o art. 852-I, § 1º, da CLT.
c) Errada. O valor limite para o procedimento sumaríssimo refere-se a 40 salários mínimos na
época da propositura da demanda, pouco importando se existe ou não pedido de indenização
por danos morais. Basta ver o art. 852-A, caput, da CLT.
d) Errada. Não importa se a Administração Pública direta, autárquica e fundacional é ré ou
autora, ou se a responsabilidade é direta ou subsidiária, o processo não pode tramitar no rito
sumaríssimo. Basta ver o art. 852-A, parágrafo único, da CLT.
e) Errada. O máximo é de 2 testemunhas por parte, conforme art. 852-H, § 2º, da CLT.

Questão 18 (TRT 8R/TRT - 8ª REGIÃO/PA E AP/JUIZ DO TRABALHO/2014) Em relação ao


procedimento sumaríssimo, temos a seguinte hipótese CORRETA:
a) Os dissídios individuais cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário mínimo vigente
na data do ajuizamento da reclamação ficam submetidos ao procedimento sumaríssimo, ex-
cluídas as demandas em que é parte empresa pública federal.
b) As demandas sujeitas a rito sumaríssimo serão instruídas e julgadas em audiência única,
sob a direção de juiz presidente ou substituto, sob pena de nulidade do processo, eis que ve-
dado o adiamento da audiência.
c) Aberta a sessão, o juiz esclarecerá as partes presentes sobre as vantagens da conciliação
e usará os meios adequados de persuasão para a solução conciliatória do litígio, vedada a
tentativa de conciliação, após o encerramento da instrução processual.

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d) Todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e julgamento, ainda que não
requeridas previamente.
e) A sentença mencionará os elementos de convicção do juízo, com resumo dos fatos rele-
vantes ocorridos em audiência, não sendo dispensado o relatório.

Letra d.
a) Errada. A empresa pública federal não está excluída do procedimento sumaríssimo. Basta
ver o art. 852-A, parágrafo único, da CLT.
b) Errada. Não é vedado o adiamento da audiência. Tanto é verdade que existem preceitos que
evidenciam a possibilidade de prosseguimento em outra data, como ocorre com o art. 852-H,
§ 7º, da CLT.
c) Errada. A tentativa de conciliação pode ocorrer em qualquer fase do processo. Veja o art.
852-E da CLT.
d) Certa. É o que dispõe o art. 852-H, caput, da CLT.
e) Errada. O relatório é dispensado, na forma do art. 852-I, caput, da CLT.

Questão 19 (TRT 23R/TRT - 23ª REGIÃO-MT/JUIZ DO TRABALHO/2014) Sobre o rito suma-


ríssimo, NÃO É CORRETO afirmar:
a) Os dissídios individuais cujo valor da causa não exceda a quarenta vezes o valor do salário
mínimo serão submetidos ao procedimento sumaríssimo, independente de quem esteja situ-
ado no polo passivo da relação processual.
b) As causas sujeitas ao rito sumaríssimo serão instruídas e julgadas em audiência única.
c) Nas causas que tramitam sob o rito sumaríssimo, cada uma das partes não poderá indicar
mais de duas testemunhas.
d) Na ata de audiência serão registrados, resumidamente, os atos essenciais, as afirmações
fundamentais das partes e as informações úteis à solução da causa trazidas pela prova tes-
temunhal.
e) Somente quando a prova do fato o exigir, ou for legalmente imposta, será deferida prova
técnica, incumbindo ao Juiz, desde logo, fixar o prazo, o objeto da perícia e nomear perito.

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Letra a.
a) Errada. Se for parte a Administração Direta, autárquica ou fundacional, não pode o feito
tramitar no rito sumaríssimo. É o que dispõe o art. 852-A, parágrafo único, da CLT.
b) Certa. É o que dispõe o art. 852-C da CLT.
c) Certa. É o que dispõe o art. 852-H, § 2º, da CLT.
d) Certa. É o que dispõe o art. 852-F da CLT.
e) Certa. É o que dispõe o art. 852-H, § 4º, da CLT.

Questão 20 (CESPE/PGE-PI/PROCURADOR DO ESTADO/2014) No que se refere à sentença


trabalhista, assinale a opção correta.
a) Da sentença proferida no procedimento sumaríssimo devem constar, sob pena de nulidade,
o relatório, a fundamentação e o dispositivo.

Errado.
O relatório não é obrigatório, conforme art. 852-I, caput, da CLT.

Questão 21 (FCC/TRT-18ª REGIÃO-GO/JUIZ DO TRABALHO/2014) Com relação ao procedi-


mento sumaríssimo no Processo do Trabalho,
a) os dissídios individuais e coletivos cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário mínimo
vigente na data da audiência ficam submetidos ao procedimento sumaríssimo.
b) nas reclamações enquadradas no procedimento sumaríssimo a apreciação da reclamação
deverá ocorrer no prazo máximo de 30 dias do seu ajuizamento, podendo constar de pauta
especial, se necessário, de acordo com o movimento judiciário.
c) interrompida a audiência, o seu prosseguimento e a solução do processo dar-se-ão no pra-
zo máximo de 15 dias, salvo motivo relevante justificado nos autos pelo Juiz da causa.
d) serão decididos, de plano, todos os incidentes e exceções que possam interferir no pros-
seguimento da audiência e do processo, determinando o Juiz, quando houver necessidade de
prova técnica, a conversão do procedimento sumaríssimo em ordinário.
e) o procedimento sumaríssimo destaca a concentração dos atos processuais em audiência,
determinando que todas as provas sejam produzidas neste ato processual, exceto a prova
documental que é pré-constituída e a prova pericial que se realiza fora da audiência.

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Letra e.
a) Errada. O dissídio coletivo não se sujeita ao procedimento sumaríssimo, mas apenas o
dissídio individual, além de que se considera a data da propositura da demanda e não da au-
diência, na forma do 852-A, caput, da CLT.
b) Errada. O prazo máximo é de 15 dias, na forma do art. 852-B, III, da CLT.
c) Errada. Se a audiência for interrompida, o prosseguimento ocorrerá no prazo máximo de 30
dias, na forma do art. 852-H, § 7º, da CLT.
d) Errada. Quando existe necessidade de prova pericial, não se converte em rito ordinário. O
rito sumaríssimo continua normalmente e a prova pericial é realizada. Não existe qualquer
previsão legal para essa conversão.
e) Certa. É o que se infere dos arts. 852-H, caput e § 4º e 852-C da CLT.

Questão 22 (FCC/PREFEITURA DE CUIABÁ–MT/PROCURADOR MUNICIPAL/2014) Do proce-


dimento sumaríssimo trabalhista,
a) não se admite o jus postulandi.
b) estão excluídas as demandas em que é parte a Administração Pública direta e indireta.
c) os dissídios individuais cujo valor não exceda a 60 vezes o salário mínimo vigente na data
do ajuizamento da reclamação ficam submetidos ao procedimento sumaríssimo.
d) quando necessário e indispensável à efetivação dos direitos sociais, se fará citação
por edital.
e) as partes e advogados comunicarão ao juízo as mudanças de endereço ocorridas no curso
do processo, reputando-se eficazes as intimações enviadas ao local anteriormente indicado,
na ausência de comunicação.

Letra e.
a) Errada. Não existe qualquer previsão legal nesse sentido.
b) Errada. As empresas públicas e as sociedades de economia mista integram a Administra-
ção Pública Indireta e se sujeitam ao procedimento sumaríssimo. Basta ver que não estão na
exclusão do art. 852-A, parágrafo único, da CLT.

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c) Errada. O valor máximo da causa para que incida o procedimento sumaríssimo é de 40 ve-
zes o salário mínimo, conforme art. 852-A, parágrafo único, da CLT.
d) Errada. Não se admite a citação por edital neste procedimento, conforme art. 852-B, II,
da CLT.
e) Certa. É o que dispõe o art. 852-B, § 2º, da CLT.

Questão 23 (CESPE/PG-DF/PROCURADOR/2013) Julgue os itens subsequentes, relativos


ao procedimento sumaríssimo na justiça do trabalho.
Não é cabível a citação por edital no procedimento sumaríssimo.

Certo.
É o que dispõe o art. 852-B, II, da CLT.

Questão 24 (TRT 8R/TRT - 8ª REGIÃO-PA E AP/JUIZ DO TRABALHO/2013) Sobre audiências


e procedimentos comum e sumaríssimo, é CORRETO afirmar que:
Terminada a instrução, poderão as partes aduzir razões finais, em prazo não excedente de 10
(dez) minutos para cada uma. Em seguida, o juiz renovará a proposta de conciliação, e não se
realizando esta, será proferida a decisão, da qual serão todos os litigantes notificados, pesso-
almente, ou por seu representante, na própria audiência

Errado.
De fato, quando termina a instrução, cada parte possui 10 minutos para apresentar razões
finais, após o que ocorre a última tentativa de conciliação, na forma do art. 850, caput, da CLT.
No entanto, quanto à intimação da sentença proferida em audiência, apenas as partes pre-
sentes são intimados pessoalmente ou por seus representantes, visto que o eventual réu revel
deve ser intimado na forma do art. 841, § 1º, da CLT, conforme preceitua o art. 852 da CLT.

Questão 25 (FCC/TRT-6ª REGIÃO-PE/JUIZ DO TRABALHO/2013) Madalena apresentou re-


clamação trabalhista em face da Fundação São João dos Mares, objetivando o pagamento de
horas extraordinárias, adicional de transferência e verbas rescisórias. Deu à causa o valor de
R$ 30.000,00 (trinta mil reais). Neste caso,

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a) os trâmites de instrução e julgamento da reclamação serão resumidos em ata, de que


constará, na íntegra, a decisão.
b) a autora deverá manifestar-se imediatamente sobre os documentos apresentados pela
parte contrária, sem interrupção da audiência, salvo absoluta impossibilidade.
c) poderão ser ouvidas apenas duas testemunhas para cada uma das partes, independente-
mente de intimação.
d) a citação não poderá ser feita por edital, por se tratar de entidade fundacional.
e) a apreciação da reclamação deverá ocorrer no prazo máximo de 15 (quinze) dias de seu
ajuizamento.

Letra a.
Mesmo que o valor da causa seja inferior a 40 salários-mínimos, certo é que uma das partes
é uma fundação, o que afasta o procedimento sumaríssimo, na forma do art. 852-A, parágrafo
único, da CLT. Logo, as regras indicadas nas letras “b”, “c”, “d” e “e” são típicas do procedimen-
to sumaríssimo, estando previstas nos arts. 852-B e 852-H da CLT e não são aplicáveis ao
caso do exercício. Incide apenas a regra do art. 851, caput, da CLT, a qual é aplicável também
ao procedimento ordinário.

Questão 26 (TRT 2R/TRT-2ª REGIÃO-SP/JUIZ DO TRABALHO/2013) Em relação às reclama-


ções trabalhistas enquadradas no procedimento sumaríssimo, aponte a alternativa correta:
a) A parte deverá manifestar-se sobre os documentos apresentados pela parte contrária ime-
diatamente, sem a concessão de prazo, em razão do princípio da celeridade.
b) O pedido poderá ser incerto, desde que haja a indicação do valor correspondente.
c) Os atos essenciais e as afirmações fundamentais produzidas em audiência serão regis-
tradas na ata de audiência, salvo se o juiz proferir a decisão na mesma data da realização da
instrução.
d) As provas serão produzidas na audiência de instrução e julgamento, mesmo que não te-
nham sido requeridas previamente.
e) Só será deferida a realização de perícia técnica quando a prova do fato o exigir, ou for legal-
mente imposta, vedada a indicação de assistente técnico.

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Letra d.
a) Errada. Havendo absoluta impossibilidade de manifestação na mesma audiência (ex. quan-
tidade muito grande de documentos), pode o juiz deferir prazo, o que se infere a contrario sen-
su do art. 852-H, § 1º, da CLT.
b) Errada. O pedido deve ser certo, na forma do art. art. 852-B, I, da CLT.
c) Errada. Ainda que o juiz prolate a decisão na mesma audiência, a regra constante do art.
852-F deve ser respeitada.
d) Certa. É o que dispõe o art. 852-H, caput, da CLT.
e) Errada. Não existe qualquer previsão legal de impossibilidade de indicação de assistente
técnico para o sumaríssimo.

Questão 27 (MPT/MPT/PROCURADOR DO TRABALHO/2012) Sobre o procedimento suma-


ríssimo, é INCORRETO afirmar:
b) Não se aplica à ação civil pública, ainda que o valor da causa não exceda a quarenta vezes
o salário mínimo vigente na data do ajuizamento da demanda.
c) É admissível a realização de prova técnica.

Certo, Certo.
b) Certa. A ação civil pública não tramita no procedimento sumaríssimo, por ser uma ação de
natureza coletiva.
c) Certa. Isso pode ser constatado no art. 852-H, § 4º, da CLT.

Questão 28 (FCC/PGE-MT/PROCURADOR DO ESTADO/2011) Sobre o procedimento suma-


ríssimo, é correto afirmar:
a) Estão excluídas as demandas em que é parte a Administração Pública direta e indireta.
b) A sentença mencionará os elementos de convicção do juízo, com resumo dos fatos rele-
vantes ocorridos em audiência, dispensado o relatório e a fundamentação
c) Os dissídios individuais cujo valor não exceda a sessenta vezes o salário mínimo vigente na
data do ajuizamento da reclamação ficam submetidos ao procedimento sumaríssimo.

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d) As testemunhas, até o máximo de três para cada parte, comparecerão à audiência de ins-
trução e julgamento independentemente de intimação.
e) No julgamento do recurso ordinário, se a sentença for confirmada pelos próprios funda-
mentos, a certidão de julgamento, registrando tal circunstância, servirá de acórdão.

Letra e.
a) Errada. Nem toda Administração Pública Indireta está excluída do sumaríssimo. As empre-
sas públicas e sociedades de economia mista podem se enquadrar nesse rito.
b) Errada. Apenas está dispensado o relatório, na forma do art. 852-I, caput, da CLT. A funda-
mentação é obrigação constitucionalmente prevista no art. 93, IX.
c) Errada. O valor limite é de 40 vezes o salário mínimo, na forma do art. 852-A, caput, da CLT.
d) Errada. O limite máximo de testemunhas é de 2 por parte, conforme art. 852-H, § 2º.
e) Certa. É o que dispõe o art. 895, § 1º, IV, da CLT.

Questão 29 (UPENET/IAUPE/PREFEITURA DE OLINDA–PE/PROCURADOR MUNICIPAL/2011)


No rito processual sumaríssimo trabalhista, conforme a CLT,
a) não há intimação de testemunhas, as quais devem ser convidadas pelas partes.
b) não se pode produzir prova pericial.
c) a citação por edital é limitada à hipótese de insucesso de tentativa de citação por meio de
oficial de justiça, por duas vezes no espaço de tempo de 48 horas.
d) a produção de provas se faz em audiência, mesmo que não haja requerimento prévio.
e) o rol de testemunhas deve ser indicado na petição inicial.

Letra d.
a) Errada. Há intimação de testemunhas quando, comprovadamente convidadas, deixarem de
comparecer à audiência, na forma do art. 852-H, §§ 2º e 3º, da CLT.
b) Errada. A prova pericial é permitida, conforme art. 852-H, § 4º, da CLT.
c) Errada. Não há hipótese de citação por edital nesse rito, conforme art. 852-B, II, da CLT.
d) Certa. Todas as provas são realizadas em audiência, ainda que não requeridas previamen-
te, na forma do art. 852-H, caput, da CLT.

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e) Errada. Não há qualquer previsão legal exigindo juntada de rol de testemunhas na peti-
ção inicial.

Questão 30 (FCC/PGE-AM/PROCURADOR DO ESTADO/2010) Quanto ao procedimento su-


maríssimo na Justiça do Trabalho:
I – Os dissídios individuais cujo valor não exceda a sessenta vezes o salário mínimo vi-
gente na data do ajuizamento da reclamação ficam submetidos ao procedimento su-
maríssimo
II – A apreciação da reclamação deverá ocorrer no prazo máximo de quinze dias do seu
ajuizamento, podendo constar de pauta especial, se necessário, de acordo com o mo-
vimento judiciário da Vara do Trabalho.
III – Nas reclamações enquadradas no procedimento sumaríssimo o pedido deverá ser
certo ou determinado e indicará o valor correspondente.
IV – Estão excluídas do procedimento sumaríssimo as demandas em que é parte a Admi-
nistração Pública direta e indireta.

Está correto SOMENTE o que se afirma em


a) II, III e IV.
b) I e III.
c) II e III.
d) I, II e III.
e) I, II e IV.

Letra c.
I – Errado. O valor limite é de 40 vezes o salário mínimo, na forma do art. 852-A, caput, da CLT.
II – Certo. É o que dispõe o art. 852-B, III, da CLT.
III – Certo. É o que dispõe o art. 852-B, I, da CLT.
IV – Errado. As empresas públicas e sociedades de economia mista integram a Administra-
ção Indireta e podem se enquadrar nesse rito.

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Questão 31 (FCC/TST/JUIZ DO TRABALHO/2017) Sobre a sentença nos dissídios individu-


ais trabalhistas, em conformidade com a legislação vigente e com a jurisprudência dominante
do Tribunal Superior do Trabalho, é correto afirmar:
a) Existindo na decisão evidentes erros ou enganos de escrita, de datilografia ou de cálculo,
poderão estes, antes da execução, ser corrigidos somente a requerimento dos interessados
ou do Ministério Público do Trabalho.
d) As decisões cognitivas ou homologatórias deverão sempre indicar a natureza jurídica das
parcelas constantes da condenação ou do acordo homologado, podendo deixar o limite de
responsabilidade de cada parte pelo recolhimento da contribuição previdenciária, se for o
caso, para a fase de cumprimento da sentença.

Errado, Errado.
a) Errada. Se na sentença houver erros ou enganos evidentes de escrita, de datilografia ou
de cálculo, podem eles ser retificados, de ofício, pelo juiz ou a requerimento das partes ou do
Ministério Público, na forma do art. 833 da CLT.
b) Errada. O limite da responsabilidade de cada parte pelas contribuições previdenciárias deve
ser definido na decisão cognitiva (ex. sentença condenatória) ou na decisão que homologa o
acordo (sentença homologatória). Veja o art. 832, § 3º, da CLT.

Questão 32 (TRT 4º REGIÃO-RS/JUIZ DO TRABALHO/2016) Assinale a assertiva correta so-


bre decisões na Justiça do Trabalho.
b) São elementos integrantes da sentença trabalhista o nome das partes, o resumo do pedido
e da defesa, a apreciação das provas, os fundamentos da decisão e a respectiva conclusão,
devendo a sentença que concluir pela procedência do pedido determinar o prazo e as condi-
ções para o seu cumprimento.
c) Existindo na decisão judicial evidentes erros ou enganos de escrita, conhecidos por erros
materiais, estes são sanáveis apenas mediante a oposição de embargos de declaração por
qualquer das partes.

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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sentença, Coisa Julgada, Sumaríssimo e Sumário
Jose Gervasio Meireles

Letra b.
b) Certo. É o que dispõe o art. 832, caput e § 1º, da CLT.
c) Errado. Esses erros podem ser sanados de ofício pelo juiz ou mediante requerimento das
partes ou do Ministério Público, independentemente de manejo dos embargos de declaração.
Veja o art. 833 da CLT.

Questão 33 (CESPE/PGE-AM/PROCURADOR DO ESTADO/2016) Julgue o seguinte item, re-


lativos aos procedimentos adotados em dissídios individuais da justiça do trabalho.
Conforme entendimento do TST, caso um estado da Federação seja condenado em dissídio
individual trabalhista, a decisão condenatória não estará sujeita a reexame necessário se a
condenação não ultrapassar o valor correspondente a quinhentos salários mínimos.

Certo.
É o que dispõe a Súmula 303, I, do TST.

Questão 34 (CESPE/PGM - MANAUS/PROCURADOR MUNICIPAL/2018) Julgue o próximo


item à luz da jurisprudência do TST acerca dos recursos na justiça do trabalho, da liquidação
e da execução no processo do trabalho.
A decisão judicial proferida em dissídio individual que condenar o poder público com base em
entendimento coincidente com orientação firmada no âmbito administrativo e emitida pelo pró-
prio ente público por meio de parecer vinculante não se sujeitará ao duplo grau de jurisdição.

Certo.
É o que dispõe a Súmula 303, II, “d”, do TST.

José Gervásio A. Meireles


Juiz Federal do Trabalho, pós-graduado em Direito Constitucional pela Universidade de Brasília
(UnB). Leciona Direito do Trabalho, Direito Processual do Trabalho e Direito Administrativo em cursos
preparatórios para concursos públicos. Ocupou os cargos de Procurador da Fazenda Nacional (AGU) e
Procurador do Estado de Goiás (PGE).

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