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INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 3
3.2.4 Especificidade................................................................................................. 30
Prezado aluno,
Bons estudos!
1 TEORIA GERAL DOS RECURSOS
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Judiciário. Um de seus fundamentos, assim como de toda a teoria geral dos
recursos, é justamente a falibilidade humana. Na condição de ser humano, o
juiz que profere a decisão pode errar, e, por isso mesmo, há hipóteses em
que é possível uma revisão. Daí ser possível a utilização de determinado
instrumento para a retificação daquele erro. Essa seria a trave mestra do
sistema recursal. (PAMPLONA FILHO; SOUZA, 2020)
Alguns pretendem que tal princípio não possua assento constitucional. Outros
entendem que ele estaria implícito no conteúdo do arts. 5º, 102 e 105 da
CF/88, que indicam ser o sistema judiciário hierarquizado, alguns órgãos
possuindo mais autoridade do que outros. A própria estrutura recursal estaria
assentada de sorte a permitir a recorribilidade de algumas decisões.
(PAMPLONA FILHO; SOUZA, 2020)
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O que se entende num todo, é que pelo princípio do duplo grau de jurisdição,
um recurso sempre será julgado por um órgão superior ao que já foi dado uma
decisão, mas, em tese, não é desta forma. Em alguns casos, como por exemplo
acontece com a impetração de Embargos, a decisão pode ser reexaminada pelo
mesmo juízo em que se deu origem a primeira decisão.
1.2.2 Unirrecorribilidade
Por este princípio, entende-se que para cada situação diversa, existe um
recurso apropriado para solucionar a controvérsia existente, não havendo
possibilidade legal para impetrar mais de um recurso perante o mesmo ato.
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Fungível é aquilo que pode ser substituído por outro equivalente. Baseada na
noção de fungibilidade recursal, permite-se ao recorrente interpor um recurso
ao invés de outro, atentando-se em maior monta para o conteúdo do recurso,
em detrimento da forma adotada pelo recorrente. (FILHO; SOUZA. 2020)
1.2.4 Voluntariedade
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1.2.5 Proibição de Reformatio in pejus
1.2.6 Taxatividade
Este princípio defende que só pode ser impetrado em juízo, os recursos que
estejam legalmente previstos em lei. Tal fato é para evitar que as partes possam criar
recursos ao longo do processo. Ou seja, sem previsão legal, não há que se falar em
utilização de algum recurso.
A extensão pode ser vista através do artigo 1.013 caput do CPC, onde trata da
matéria que será julgada, dispondo que a apelação devolverá ao tribunal o
conhecimento da matéria impugnada. (BRASIL, 2015)
Por esta forma de efeito, o órgão poderá julgar somente a parte da matéria que
tenha sido objeto de impugnação pela parte, ou seja, não será julgado novamente
todo o conteúdo da decisão.
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do trabalho, de forma geral, não existe efeito suspensivo perante os recursos.
De acordo com o artigo 899 da CLT, os recursos possuem apenas efeito devolutivo.
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Público, que age como parte ou fiscal da ordem jurídica, e ainda um terceiro
prejudicado.
Em outra situação, é citado também pela CLT, em seu artigo 898, a disposição
de que das decisões proferidas em dissídio coletivo que afete empresa de serviço
público, ou, em qualquer caso, das proferidas em revisão, poderão recorrer, além dos
interessados, o Presidente do Tribunal e a Procuradoria da Justiça do Trabalho.
(BRASIL, 1943)
O interesse recursal das partes pode ser caracterizado por toda situação que
envolve a sucumbência. “Baseia-se no binômio necessidade e utilidade, ou seja, o
recorrente deverá demonstrar que o recurso interposto é o instrumento útil e
necessário para ter os seus anseios julgados pelo Tribunal. ” (SANTOS; HAJEL
FILHO, 2020)
A tempestividade se trata dos prazos que devem ser observados para interpor
os recursos. Esta observação se deve ao fato da essencial preservação da lógica de
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que a relação processual sempre caminha para a frente e a indefinição acerca do
momento em que isso poderia acontecer ocasionaria inequívoco prejuízo.
(PAMPLONA FILHO; SOUZA. 2020)
Este pressuposto está elencado no artigo 218 do CPC, onde dispõe que os atos
processuais devem deverão ser realizados dentro do prazo da lei, e ainda em seu §
4º, que, será considerado tempestivo o ato praticado antes do termo inicial do prazo.
(BRASIL, 2015)
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Em relação ao valor do depósito recursal, a regra geral é que será o valor da
condenação, sendo observados sempre os limites exigidos para cada recurso. Os
artigos 789, 789-A, 789-B, da CLT, dispõe sobre os cálculos destes valores.
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2 RECURSOS EM ESPÉCIE
Este recurso encontra respaldo através dos artigos 893 e 895 da CLT, sendo:
Art. 224. Cabe recurso ordinário para o Tribunal das decisões definitivas
proferidas pelos Tribunais Regionais do Trabalho em processos de sua
competência originária, no prazo legal, contado da publicação do acórdão ou
de sua conclusão no órgão oficial.
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I – ação anulatória;
II – ação cautelar;
IV – agravo regimental;
V – ação rescisória;
VI – dissídio coletivo;
IX – mandado de segurança.
Quanto a impossibilidade, não cabe recurso ordinário das decisões que tiverem
origem dos processos de rito sumário, ou seja, os processos em que o valor atribuído
à causa for igual ou inferior a dois salários mínimos. Assim é o entendimento dos §§
3º e 4º do artigo 2º da lei 5.584/1970.
Este recurso deve ser apresentado por escrito, e o prazo para interpor são 08
dias que serão contados a partir da data em que foi proferida a decisão a ser
impugnada, exceto nos casos que a parte forem as entidades de Direito Público da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Munícipios, neste caso, o prazo será
contado em dobro.
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Quanto ao efeito, o recurso ordinário segue a regra geral de gerar apenas efeito
devolutivo de forma vertical, ou seja, o Tribunal que receber a impugnação da matéria
poderá analisar todos os pontos da matéria.
Após a outra parte se manifestar, o recurso então seguirá para uma instância
superior, onde será distribuído a base de sorteio para definir o relator e revisor. Sendo
assim, caberá a turma decidir por uma das hipóteses do artigo 932 do CPC, que é
aplicado também ao processo do trabalho.
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* Quadro do artigo Recurso Ordinário Trabalhista da autora Cláudia Mara de Almeida Rabelo
Viegas
Com previsão legal através do artigo 896 da CLT, o recurso de revista necessita
de alguns pontos cabíveis para sua aplicação. É cabível sobre as decisões proferidas
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em grau de recurso ordinário, em dissídio individual, pelos Tribunais Regionais do
Trabalho, quando:
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Em casos de ação por rito sumaríssimo, o recurso de revista é cabível somente
quando a decisão estiver contrária com algum dispositivo direto da Constituição
Federal de 1988, ou as sumulas do TST.
De acordo com o artigo 896, § 1º, da CLT, o recurso de revista deverá ser feito
por petição simples e endereçado ao presidente do TRT do qual faça parte a turma
que deferiu o acordão que será julgado pelo recurso; e as fundamentações
endereçadas para uma das turmas do TST.
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Abaixo dispomos um mapa mental com todas as informações fundamentais sobre
recurso de revista:
A previsão legal dos embargos está disposta através do artigo 894 da CLT,
sendo:
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Art. 894. No Tribunal Superior do Trabalho cabem embargos, no prazo de 8
(oito) dias:
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A regra geral, é que os embargos de declaração não têm finalidade de modificar
os resultados de alguma decisão, e sim, como já vimos acima, de esclarecer. Porém,
em algumas situações pode vir a acontecer alteração, quando feito, denomina-se
então embargos de declaração com efeitos infringentes.
Após protocolar a petição inicial dos embargos, a turma competente irá abrir
vista para a outra parte apresentar contrarrazões no prazo legal de 08 dias. As
contrarrazões efetivam o princípio do contraditório, de modo que nessa oportunidade
caberá à parte interessada se opor às alegações do recurso. (JORGE NETO;
CAVALCANTE, 2020)
Sua interposição deve ser feita no prazo de 08 dias, e seguindo a regra geral,
para o Ministério público, a Fazenda pública, e a defensoria pública, e as autarquias
de direito público, será contado o prazo em dobro, ou seja, 16 dias.
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Na Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893, § 1º, da CLT, as decisões
interlocutórias não ensejam recurso imediato, salvo nas hipóteses de decisão:
a) de Tribunal Regional do Trabalho contrária à Súmula ou Orientação
Jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho; b) suscetível de
impugnação mediante recurso para o mesmo Tribunal; c) que acolhe exceção
de incompetência territorial, com a remessa dos autos para Tribunal Regional
distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado, consoante o disposto
no art. 799, § 2º, da CLT.(BRASIL, 2005)
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2.5 Agravo de Petição
Importante lembrar que nem todas as sentenças na execução (sentido lato) são
recorríveis. Por exemplo: as sentenças de liquidação, as quais serão impugnadas na
oportunidade dos embargos à execução ou na impugnação à sentença de liquidação
(art. 884). (JORGE NETO; CAVALCANTE, 2020)
Assim como nos recursos anteriores, o agravo de petição deve ser interposto
no prazo de 08 dias, como prazo em dobro se o recorrente for o Ministério público, a
fazenda pública, ou a defensoria pública. Caso aconteça de o prazo vencer em
sábado, domingo ou feriado, será contado então seu término para o primeiro dia útil
seguinte.
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(g) incompetência do juízo da execução, bem como suspeição ou
impedimento do juiz (arts. 910 e 525, § 1º, CPC). (JORGE NETO;
CAVALCANTE, 2020)
Uma das previsões legal deste recurso encontra-se no artigo 102 da CF/88,
onde rege que caberá ao Supremo Tribunal Federal julgar, mediante recurso
extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão
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recorrida for contrária a dispositivo da mesma constituição; se tratar da
inconstitucionalidade de tratado ou lei federal; julgar válida lei ou ato de governo local
contestado em face desta Constituição e julgar válida lei local contestada em face de
lei federal.
“A Constituição não exige que a decisão seja de algum tribunal, mas que
tenha esgotada a via recursal ordinária, dessa forma cabível o recurso
extraordinário das decisões de juiz singular (quando inexistir recurso
ordinário) e das Turmas Recursais dos juizados Especiais Criminais e Civis”.
(MORAES, 2002. p. 1397. Apud, JORGE NETO; CAVALCANTE, 2020)
Este recurso deve ser feito por escrito, juntamente com suas devidas
fundamentações. Uma vez que se trata de um recurso com esfera técnica, não é
admitido a interposição do mesmo sem a presença do advogado. Da mesma forma,
não se admite discutir fatos e provas, pois de acordo com a súmula 279 do STF, para
o simples reexame de prova não cabe recurso extraordinário.
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3 EXECUÇÃO TRABALHISTA
A execução trabalhista está regida através dos artigos 876 a 892 da CLT, e
também por outras leis como a 5.584/1970 e a 6.830/1980. Quando houver
necessidade por omissão, deverá ser observado as regras do CPC, porém, somente
em último caso. Ressalta-se que a lei de nº 13.467/17, que ficou conhecida como a
Reforma Trabalhista, modificou várias redações da CLT dando nova interpretação ao
tema.
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O quadro abaixo nos mostra a hierarquia das normas a serem aplicadas no
processo de execução trabalhista.
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3.2.2 Limitação Expropriatória
Por meio deste princípio, a lei assegura que o juiz mandará ser executada a
sentença de modo que se faça o menos gravoso possível ao devedor. O que acontece
na maioria das vezes, é que o credor da relação jurídica trabalhista é o trabalhador,
neste mesmo entendimento, Santos e Hajel Filho asseveram:
3.2.4 Especificidade
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De acordo com o artigo 809 do CPC, o credor terá o direito de receber além de
perdas e danos, o valor da coisa que vier a se deteriorar, não for entregue, ou não for
reclamada pelo adquirente. (BRASIL, 2015)
Este princípio tem como base legal o artigo 775 e 200, parágrafo único do CPC.
Essas redações impõem que o exequente pode desistir de toda ação executória, ou
também de algumas medidas nela contida, independentemente da concordância do
devedor.
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Obrigação certa é aquela que já se encontra pré-determinada pelo ato da
execução, não sendo passível de modificação. Sua origem está ligada ao objeto
material discutido no processo.
Art. 876 - As decisões passadas em julgado ou das quais não tenha havido
recurso com efeito suspensivo; os acordos, quando não cumpridos; os termos
de ajuste de conduta firmados perante o Ministério Público do Trabalho e os
termos de conciliação firmados perante as Comissões de Conciliação Prévia
serão executada pela forma estabelecida neste Capítulo. (BRASIL, 1943)
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3.4 Execução Provisória e Definitiva
Entendemos então que a execução provisória pode ser alvo de recurso que a
impugne. Pois bem, este recurso deve gerar apenas efeito devolutivo, não é possível
que produza efeito suspensivo, uma vez que este impediria a decisão de gerar seus
efeitos.
O artigo 899 da CLT faz menção que a execução provisória deverá ir até a fase
da penhora. “Não se pode falar em liberação de valores. O juiz não irá julgar os
embargos eventualmente apresentados, pois o julgamento pode tornar-se inútil se a
sentença for modificada por meio de recurso. ” (MARTINS, 2016. Apud, SANTOS;
HAJEL FILHO, 2020)
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Apesar de algumas correntes divergentes quanto à eficácia deste tema, a
doutrina majoritária entende que a execução provisória é suficiente até a fase da
penhora, uma vez que garante o direito requerido e até mesmo contribui para
negociação entre as partes, dando possibilidade a um acordo mais pacifico e com
maior celeridade
Por fim, temos a execução definitiva tem origem na sentença que é impossível
dela recorrer. A execução definitiva tem origem na sentença que é impossível dela
recorrer. De acordo com a redação dos artigos 876 e 784, I do CPC, esta acontece
quando já aconteceu o trânsito em julgado de sentença condenatória; o
inadimplemento do acordo realizado em juízo, ou da conciliação firmada perante as
comissões de conciliação prévia, ou ainda perante o descumprimento dos termos de
compromisso de ajuste de conduta firmados junto ao Ministério público; em caso de
cheques, e notas de promissória.
3.5 Legitimidade
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III – o novo devedor que assumiu, com o consentimento do credor, a
obrigação resultante do título executivo;
A liquidação por cálculo talvez seja a modalidade mais comum usada na Justiça
do Trabalho. Através dela é possível chegar ao resultado da condenação por meio de
avaliações aritméticas.
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Esta modalidade é possível quando existem nos autos todos os elementos
suficientes para a quantificação do julgado, bastando a mera conversão daquelas
informações, a quantificação, no correspondente em valor pecuniário. (FILHO;
SOUZA, 2020.)
Após uma das partes apresentar os cálculos, deverá ser conferido se a outra
parte tem o interesse de impugnação com as devidas argumentações sobre a
discordância.
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3.6.3 Liquidação por arbitramento
Desta forma, deverá o credor ou o devedor requerer tal liquidação por meio de
uma petição, no qual o juiz irá examinar e fazer o pedido dos documentos que sejam
necessários para apuração da quantia devida.
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Como exemplos de ação para a entrega de coisa certa, temos as ações
possessórias, tais como: imóvel cedido em função da existência do contrato de
trabalho; ferramentas, utensílios de trabalho, mostruários, que fiquem na posse do
trabalhador. (JORGE NETO; CAVALCANTE, 2020)
Caso o executado cumpra com a entrega da coisa, será então lavrado o termo
com as devidas conclusões de que foi concluído e satisfatório a obrigação. A exceção
neste caso acontece caso houver o prosseguimento da execução para o pagamento
de frutos ou ressarcimento de prejuízos.
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Em qualquer dos casos, é facultado às partes, no prazo de quinze dias,
impugnar a escolha feita pela outra. Na sequência, o juiz deverá decidir de plano ou,
se for necessário, ouvir perito de sua nomeação. (JORGE NETO; CAVALCANTE,
2020)
Os artigos 497 e 501 do CPC, dispõe que nas ações que tenham prestação de
fazer ou de não fazer, o juiz concederá tutela especifica ou irá determinar providencias
que garantam a obtenção de tutela pelo resultado prático semelhante.
Caso ainda assim a obrigação não venha a ser cumprida, poderá o juiz fixar a
multa para que o executado efetue o cumprimento da obrigação.
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3.7.4 Obrigação de não fazer
A obrigação de não fazer permanente, é regida pelo artigo 822 do CPC, e diz
que se o executado tenha praticado o ato cuja abstenção se vinculou pela lei ou pelo
contrato, o credor requererá ao juiz que lhe assine prazo para desfazê-lo
Esta espécie permanente é a mais comum perante a Justiça do Trabalho. Jorge Neto
e Cavalcante nos dá um exemplo para melhor entendimento:
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4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MARTINS, Sergio Pinto. Direito processual do trabalho. 38. ed. São Paulo: Saraiva,
2016.
SANTOS, Enoque Ribeiro dos; HAJEL FILHO, Ricardo Antonio Bittar. Curso de
direito processual do trabalho. 4ª edição. São Paulo: Atlas, 2020.
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SOUZA, Letícia. Recurso de Revista. Disponível em:
https://www.dicasconcursos.com/recurso-de-revista/ Acesso em junho 2021
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