Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
PROCESSUAL DO
TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
SISTEMA DE ENSINO
Livro Eletrônico
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 2 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
Os recursos podem, ainda, ser parciais (quando atacam parte da matéria em relação à
qual o recorrente tem interesse de recorrer) ou totais (quando atacam toda a matéria em re-
lação à qual possui interesse de recorrer).
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 3 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
Exemplo: Joana entrou com ação contra a empresa W e pediu horas extras e diferenças deri-
vadas de equiparação salarial. Perdeu tudo na sentença. Se recorrer apenas da parte das
horas extras, o recurso é parcial. Se recorrer de tudo, o recurso é total.
Existem diversos outros recursos que não estão ali indicados e que estudaremos mais adiante.
E quais seriam os efeitos dos recursos?
O recurso, no Processo do Trabalho, possui normalmente efeito meramente devolutivo.
Isso significa que o recurso manda (devolve) para o órgão que vai julgá-lo a matéria que foi
discutida na decisão atacada. Esse efeito devolutivo pode ser em extensão, também conheci-
do como efeito devolutivo horizontal.
Exemplo: a sentença envolveu o assunto horas extras e equiparação salarial, mas a empresa
condenada recorreu apenas das horas extras. A matéria devolvida para o Tribunal Regional
abrange somente as horas extras (a devolução apenas ocorreu nesta extensão).
Art. 899. Os recursos serão interpostos por simples petição e terão efeito meramente devolutivo,
salvo as exceções previstas neste Título, permitida a execução provisória até a penhora.
Quando um recurso não possui efeito suspensivo, mas este efeito é importante para o
recorrente, o que deve ele fazer?
Deve a parte interessada pedir tutela cautelar para concessão de efeito suspensivo por
petição. Veja uma aplicação clara na Súmula 414, I, do TST:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 4 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
O desembargador, ou ministro relator do recurso, vai decidir sobre esse pedido de efeito
suspensivo. Além disso, existe o efeito substitutivo. Por esse efeito, em regra, uma vez julga-
do o recurso, então a decisão nova substitui a anterior. Veja o art. 1.008 do CPC:
Art. 1.008. O julgamento proferido pelo tribunal substituirá a decisão impugnada no que tiver sido
objeto de recurso.
O efeito regressivo, por sua vez, cuida da possibilidade daquele que proferiu a decisão
recorrida exercer o juízo de retratação (quer dizer, voltar atrás na decisão). Isso ocorre
apenas em alguns tipos de recursos, como o agravo interno, o agravo de instrumento e o
agravo regimental.
Além disso, existe o efeito extensivo. Segundo esse efeito, o julgamento do recurso inter-
posto por um litisconsorte pode aproveitar a outro litisconsorte. Observe o art. 1.005 do CPC:
Art. 1.005. O recurso interposto por um dos litisconsortes a todos aproveita, salvo se distintos ou
opostos os seus interesses.
Parágrafo único. Havendo solidariedade passiva, o recurso interposto por um devedor aproveitará
aos outros quando as defesas opostas ao credor lhes forem comuns.
Exemplo: Marília e Vítor, trabalhadores de uma categoria profissional, ajuizaram uma ação
anulatória de eleição sindical contra o sindicato, afirmando que a eleição da diretoria foi frau-
dulenta. Suponha que o juiz julgou a demanda improcedente. Apenas Marília recorreu. Nesse
caso, se o recurso foi provido e o TRT entendeu que houve fraude, resta claro que o julgamen-
to beneficia Vítor (litisconsorte), já que o resultado teria que ser idêntico no exemplo dado (a
eleição é uma só - ou será anulada ou não será).
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 5 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
Exemplo: pense na condenação solidária das empresas X e Y (por serem integrantes de grupo
econômico) no pagamento de horas extras ao trabalhador Mário. As empresas impugnaram
o labor extraordinário alegado, afirmando que não houve a realização de horas extras. Nesse
panorama, se o recurso da empresa X for provido com o afastamento das horas extras, então
a empresa Y também será beneficiada pelo efeito extensivo.
No entanto, seguindo o exemplo anterior, suponha que o recurso da empresa X envolves-
se apenas questão do grupo econômico, sustentando que ele não existia, razão pela qual a
empresa X não possuía relação com o trabalhador Mário, mas somente a empresa Y, efetiva
empregadora. Se o recurso da empresa X for provido, não haverá qualquer vantagem para a
empresa Y, porquanto continua condenada (as defesas não eram comuns).
Existe, ainda, o chamado efeito translativo. Segundo esse efeito, existem matérias que o
Tribunal, ao julgar um recurso, deve conhecer de ofício, independentemente de alguma parte
ter levantado a questão. Isso ocorre tanto nas matérias de ordem pública (como a decadên-
cia, por exemplo), quanto também no chamado efeito devolutivo em profundidade (que, para
muitos, é uma espécie de translativo e que veremos mais adiante).
2. Princípios Recursais
Existem vários princípios que regem o sistema recursal.
Princípio do duplo grau de jurisdição: em caso de recurso, haveria direito da parte de ter a
decisão revista por órgão jurisdicional distinto do prolator.
Tal princípio, para os defensores, fundar-se-ia no art. 5º, LV, da CF. Todavia, a jurisprudên-
cia e doutrina mais modernas admitem que o duplo grau de jurisdição não se revela princípio
constitucional, podendo ser suprimido por lei infraconstitucional.
Desta forma, existem decisões que não são passíveis de recurso ou que o recurso se
afigura de uso limitado, como ocorre nos recursos das sentenças de procedimento sumário.
Veja o art. 2º, § 4º, da Lei 5.584/70:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 6 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
Art. 2º, § 4º Salvo se versarem sobre matéria constitucional, nenhum recurso caberá das senten-
ças proferidas nos dissídios da alçada a que se refere o parágrafo anterior, considerado, para esse
fim, o valor do salário mínimo à data do ajuizamento da ação.
Art. 893, § 1º Os incidentes do processo são resolvidos pelo próprio Juízo ou Tribunal, admitindo-
-se a apreciação do merecimento das decisões interlocutórias somente em recursos da decisão
definitiva.
Obs.:
mais detalhes deste princípio podem ser vistos no capítulo sobre princípios processuais.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 7 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
do artigo 2º, § 2º, da CLT (redação anterior a dada pela Lei n. 13.467, de 2017), correta
a decisão que reconheceu a formação do grupo econômico. Agravo conhecido e não
provido (Ag-AIRR-1239-77.2015.5.05.0251, 7ª Turma, Relator Ministro Cláudio Masca-
renhas Brandão, DEJT 13/12/2019).
Todavia, existe uma exceção. Tratando-se de matéria de ordem pública, deve o órgão que
julga recurso conhecê-la de ofício, ainda que tal procedimento traga prejuízo ao recorrente.
Exemplo: imagine que João ingresse com uma ação trabalhista demandando um direito que
apenas foi reconhecido parcialmente em sentença. Insatisfeito, interpõe recurso ordinário
contra a sentença. O TRT, ao analisar o recurso, constata que houve decadência do direito do
autor, matéria que deve reconhecer de ofício (art. 210 do Código Civil). O TRT vai pronunciar a
decadência e, como consequência, a situação de João recorrente piorou.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 8 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
Princípio da manutenção dos efeitos da sentença: um recurso pode ter diversos efeitos,
sendo que comumente se recordam do efeito devolutivo (segundo o qual se devolve a matéria
impugnada ao juízo ad quem) e o efeito suspensivo (mediante o qual não se pode executar a
decisão enquanto o recurso não for julgado).
No Processo do Trabalho, os recursos são, regra geral, recebidos apenas no efeito devo-
lutivo, na forma do art. 899, caput, da CLT:
Art. 899. Os recursos serão interpostos por simples petição e terão efeito meramente devolutivo,
salvo as exceções previstas neste Título, permitida a execução provisória até a penhora.
Como o efeito suspensivo não é regra, então fala-se em manutenção dos efeitos da sen-
tença. Se quiser compreender melhor os efeitos da sentença, remeto ao capítulo sobre sen-
tença e coisa julgada.
3. Pressupostos Processuais
Art. 6º Será de 8 (oito) dias o prazo para interpor e contra-arrazoar qualquer recurso (CLT, art. 893).
Art. 1º, § 2º O prazo para interpor e contra-arrazoar todos os recursos trabalhistas, inclusive agra-
vo interno e agravo regimental, é de oito dias (art. 6º da Lei no 5.584/70 e art. 893 da CLT), exceto
embargos de declaração (CLT, art. 897-A).
Todavia, são 5 dias para os embargos declaratórios (art. 897-A da CLT), 15 dias para o re-
curso extraordinário (arts. 1.003, § 5º, e 1.029 do CPC) e 15 dias para o agravo de instrumento
destinado a destrancar recurso extraordinário para o STF (arts. 1.003, § 5º, e 1.042 do CPC).
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 9 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
Decreto-Lei 779/69
Art. 1º Nos processos perante a Justiça do Trabalho, constituem privilégio da União, dos Estados,
do Distrito Federal, dos Municípios e das autarquias ou fundações de direito público federais, esta-
duais ou municipais que não explorem atividade econômica:
III – o prazo em dobro para recurso.
Art. 183. A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e
fundações de direito público gozarão de prazo em dobro para todas as suas manifestações pro-
cessuais, cuja contagem terá início a partir da intimação pessoal.
§ 1º A intimação pessoal far-se-á por carga, remessa ou meio eletrônico.
§ 2º Não se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei estabelecer, de forma expressa,
prazo próprio para o ente público.
Além disso, o Ministério Público do Trabalho (art. 180 do CPC) e a Defensoria Pública da
União (art. 44, I da LC 80/94; art. 186 do CPC) também possuem prazo em dobro para recorrer:
Art. 183. A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e
fundações de direito público gozarão de prazo em dobro para todas as suas manifestações pro-
cessuais, cuja contagem terá início a partir da intimação pessoal.
§ 1º A intimação pessoal far-se-á por carga, remessa ou meio eletrônico.
§ 2º Não se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei estabelecer, de forma expressa,
prazo próprio para o ente público.
Art. 180. O Ministério Público gozará de prazo em dobro para manifestar-se nos autos, que terá
início a partir de sua intimação pessoal, nos termos do art. 183, § 1º.
§ 1º Findo o prazo para manifestação do Ministério Público sem o oferecimento de parecer, o juiz
requisitará os autos e dará andamento ao processo.
§ 2º Não se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei estabelecer, de forma expressa,
prazo próprio para o Ministério Público.
Art. 186. A Defensoria Pública gozará de prazo em dobro para todas as suas manifestações pro-
cessuais.
§ 1º O prazo tem início com a intimação pessoal do defensor público, nos termos do art. 183, § 1º.
§ 2º A requerimento da Defensoria Pública, o juiz determinará a intimação pessoal da parte pa-
trocinada quando o ato processual depender de providência ou informação que somente por ela
possa ser realizada ou prestada.
§ 4º Não se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei estabelecer, de forma expressa,
prazo próprio para a Defensoria Pública.
LC 80/94
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 10 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
Art. 186, § 3º O disposto no caput aplica-se aos escritórios de prática jurídica das faculdades de
Direito reconhecidas na forma da lei e às entidades que prestam assistência jurídica gratuita em
razão de convênios firmados com a Defensoria Pública.
Por outro lado, as empresas públicas e as sociedades de economia mista não possuem
prazo em dobro. De fato, deve-se considerar que as empresas estatais, como regra, sujeitam-
-se ao regime jurídico das empresas privadas, por força do art. 173, § 1º, II, da Constituição
da República:
Art. 173, § 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia
mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização
de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre:
II – a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e
obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários;
Nesta direção da ausência de vantagens processuais das empresas estatais, segue inclu-
sive a inteligência da Súmula 170 do TST:
Todavia, uma ressalva deve ser feita em relação aos Correios (ECT), empresa pública que
possui determinadas prerrogativas da Fazenda Pública, dentre elas o prazo em dobro para
recorrer, em decorrência do art. 12 do Decreto-Lei 509/69:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 11 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
Decreto-Lei 509/69
Art. 12 - A ECT gozará de isenção de direitos de importação de materiais e equipamentos destina-
dos aos seus serviços, dos privilégios concedidos à Fazenda Pública, quer em relação a imunidade
tributária, direta ou indireta, impenhorabilidade de seus bens, rendas e serviços, quer no concer-
nente a foro, prazos e custas processuais.
Art. 775. Os prazos estabelecidos neste Título serão contados em dias úteis, com exclusão do dia
do começo e inclusão do dia do vencimento.
§ 1º Os prazos podem ser prorrogados, pelo tempo estritamente necessário, nas seguintes
hipóteses:
I – quando o juízo entender necessário;
II – em virtude de força maior, devidamente comprovada.
§ 2º Ao juízo incumbe dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios de
prova, adequando-os às necessidades do conflito de modo a conferir maior efetividade à tutela do
direito.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 12 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
Essa lógica também pode ser encontrada no art. 1.003, § 6º, do CPC:
Errado.
A parte que interpuser recurso precisa provar a existência de feriado local que autorize a pror-
rogação do prazo recursal, na forma da Súmula 385, I, do TST.
Art. 932, Parágrafo único. Antes de considerar inadmissível o recurso, o relator concederá o prazo
de 5 (cinco) dias ao recorrente para que seja sanado vício ou complementada a documentação
exigível.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 13 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
Além de feriados locais, existem também feriados forenses. Estes são os quais em que
apenas a Justiça não funciona, como ocorre, por exemplo, com a quarta-feira e quinta-feira
imediatamente anteriores à sexta-feira da Paixão. Veja o art. 62, II, da Lei 5.010/66, o qual é
aplicável à Justiça do Trabalho:
Lei 5.010/66
Art. 62. Além dos fixados em lei, serão feriados na Justiça Federal, inclusive nos Tribunais
Superiores:
II – os dias da Semana Santa, compreendidos entre a quarta-feira e o Domingo de Páscoa;
Art. 229. Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de escritórios de advocacia dis-
tintos, terão prazos contados em dobro para todas as suas manifestações, em qualquer juízo ou
tribunal, independentemente de requerimento.
§ 1º Cessa a contagem do prazo em dobro se, havendo apenas 2 (dois) réus, é oferecida defesa por
apenas um deles.
§ 2º Não se aplica o disposto no caput aos processos em autos eletrônicos.
De fato, esse prazo dilatado não é compatível com o princípio da celeridade que norteia o
Processo do Trabalho. Na direção da inaplicabilidade dessa norma, segue a OJ 310 da SDI-I
do TST:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 14 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
Outro ponto interessante ocorre quando a parte verifica o conteúdo da decisão antes mes-
mo da publicação oficial. Atualmente, isso é muito comum porque as decisões são constan-
temente disponibilizadas na internet antes que haja tempo hábil para a publicação no Diário
de Justiça Eletrônico ou mesmo a parte compareceu no Tribunal para assistir à prolação da
decisão. Logo, muitas vezes, a parte se antecipa e interpõe o recurso.
No entanto, não é extemporâneo (fora do prazo) o recurso interposto antes da publicação
do acórdão. Aliás, o art. 218, § 4º, do CPC preceitua:
Art. 218, § 4º Será considerado tempestivo o ato praticado antes do termo inicial do prazo.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 15 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
Preparo: no que tange ao preparo, esse conceito envolve as custas e o depósito recursal.
Custas: as custas, no processo de conhecimento, devem ser calculadas na forma prevista
no art. 789 da CLT. Se você não se recorda, vá para o capítulo sobre custas. O recolhimento
destas despesas, se houver recurso, deve ser feito e comprovado no prazo recursal, conforme
preceitua o art. 789, § 1º da CLT:
Art. 789, § 1º As custas serão pagas pelo vencido, após o trânsito em julgado da decisão. No caso
de recurso, as custas serão pagas e comprovado o recolhimento dentro do prazo recursal.
Art. 790-A. São isentos do pagamento de custas, além dos beneficiários de justiça gratuita:
I – a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e respectivas autarquias e fundações pú-
blicas federais, estaduais ou municipais que não explorem atividade econômica;
II – o Ministério Público do Trabalho.
(...) ECT. CUSTAS PROCESSUAIS. ISENÇÃO. A jurisprudência desta Corte Superior está
pacificada no sentido de que a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - ECT goza
dos privilégios dispensados à Fazenda Pública, nos termos do artigo 12 do Decreto-Lei
n. 509/1969. Recurso de revista conhecido por contrariedade à Orientação Jurispru-
dencial n. 247 da SBDI-1/TST e provido. CONCLUSÃO: Agravo de instrumento conhe-
cido e parcialmente provido e Recurso de revista conhecido e provido. (ARR-346-
33.2017.5.08.0122, 3ª Turma, Relator Ministro Alexandre de Souza Agra Belmonte, DEJT
11/10/2019).
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 16 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
Agora existem alguns pontos interessantes sobre custas que pretendo expor de forma
mais prática.
Caso a parte sucumbente seja isenta do recolhimento de custas na primeira instância
(exemplo seria quando a parte é beneficiária da Justiça Gratuita), havendo inversão da su-
cumbência no âmbito do TRT, a parte contrária deve recolher as custas fixadas na decisão
original.
Exemplo: imagine que Arthur tenha ajuizado ação contra o Empresa X pedindo horas extras
no valor de R$ 100.000,00. A sentença julgou improcedentes os pedidos. Embora as custas
sejam de R$ 2.000,00, Arthur é beneficiário da Justiça Gratuita, não havendo necessidade
de recolher custas para recorrer. Arthur entra com recurso ordinário contra a sentença e seu
recurso foi provido integralmente pelo TRT com a condenação da Empresa X no total das
horas extras (R$ 100.000,00). Houve inversão da sucumbência. Se a empresa decidir entrar
com recurso de revista contra o acórdão do TRT, então deve recolher R$ 2.000,00 de custas.
Súmula 25 do TST
CUSTAS PROCESSUAIS. INVERSÃO DO ÔNUS DA SUCUMBÊNCIA. (alterada a Súmula e
incorporadas as Orientações Jurisprudenciais n.s 104 e 186 da SBDI-1) - Res. 197/2015
- DEJT divulgado em 14, 15 e 18.05.2015
I – A parte vencedora na primeira instância, se vencida na segunda, está obrigada, inde-
pendentemente de intimação, a pagar as custas fixadas na sentença originária, das
quais ficara isenta a parte então vencida;
Exemplo: no exemplo dado, imagine que Arthur não fosse beneficiário da Justiça Gratuita e,
para recorrer, teve que recolher as custas de R$ 2.000,00. O recurso foi provido pelo TRT que
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 17 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
condenou a empresa em R$ 100.000,00. Precisa a empresa recolher custas para entrar com
recurso de revista contra o acórdão do TRT? Não, porque elas já foram recolhidas. As custas
são do processo e não de cada parte. Se a empresa perder o recurso no TST e ficar como der-
rotada no processo, será ela executada nos R$ 100.000,00 de crédito do exequente Arthur e
ainda reembolsará Arthur pelos R$ 2.000,00 de custas.
Súmula 25 do TST
CUSTAS PROCESSUAIS. INVERSÃO DO ÔNUS DA SUCUMBÊNCIA. (alterada a Súmula e
incorporadas as Orientações Jurisprudenciais n.s 104 e 186 da SBDI-1) - Res. 197/2015
- DEJT divulgado em 14, 15 e 18.05.2015
II – No caso de inversão do ônus da sucumbência em segundo grau, sem acréscimo ou
atualização do valor das custas e se estas já foram devidamente recolhidas, descabe um
novo pagamento pela parte vencida, ao recorrer. Deverá ao final, se sucumbente, reem-
bolsar a quantia;
As pessoas jurídicas de direito público, muito embora sejam isentas de custas, não estão
livres de restituir o valor pago pela parte contrária.
No exemplo anterior, e se o réu fosse a União no lugar da Empresa X? Teria que reembolsar
Arthur?
Claro que sim. Ainda que a União seja isenta de custas, houve recolhimento por parte de
Arthur para recorrer e ele tornou-se vencedor ao final do processo. Logo, a União deve reem-
bolsar o valor gasto por Arthur. Veja o art. 790-A, parágrafo único, da CLT:
Art. 790-A, Parágrafo único. A isenção prevista neste artigo não alcança as entidades fiscalizado-
ras do exercício profissional, nem exime as pessoas jurídicas referidas no inciso I da obrigação de
reembolsar as despesas judiciais realizadas pela parte vencedora.
Súmula 25 do TST
CUSTAS PROCESSUAIS. INVERSÃO DO ÔNUS DA SUCUMBÊNCIA. (alterada a Súmula e
incorporadas as Orientações Jurisprudenciais n.s 104 e 186 da SBDI-1) - Res. 197/2015
- DEJT divulgado em 14, 15 e 18.05.2015
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 18 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
Súmula 25 do TST
CUSTAS PROCESSUAIS. INVERSÃO DO ÔNUS DA SUCUMBÊNCIA. (alterada a Súmula e
incorporadas as Orientações Jurisprudenciais n.s 104 e 186 da SBDI-1) - Res. 197/2015
- DEJT divulgado em 14, 15 e 18.05.2015
III – Não caracteriza deserção a hipótese em que, acrescido o valor da condenação, não
houve fixação ou cálculo do valor devido a título de custas e tampouco intimação da
parte para o preparo do recurso, devendo ser as custas pagas ao final;
Exemplo: imagine que Flávia ajuizou ação trabalhista em face da empresa W e pediu R$
20.000,00 de indenização por assédio moral. A sentença deferiu apenas R$ 5.000,00. A empre-
sa W e Flávia recorreram, sendo que a empresa recolheu custas (R$ 100,00 equivalente a 2%
sobre a condenação na forma do art. 789, I, da CLT). O recurso de Flávia foi provido pelo TRT
para aumentar a condenação para R$ 10.000,00, mas o recurso da empresa não foi provido.
Sucede que o TRT não fixou um novo valor de custas, o que significa que, se a empresa quiser
recorrer contra a decisão do Tribunal, então não precisa recolher mais custas. Somente reco-
lherá no final a diferença das custas.
No processo executivo, sendo as custas pagas ao final (art. 789-A, caput), elas não são
exigidas para a admissão dos recursos interpostos na execução. Nesta direção, veja o se-
guinte julgado do TST:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 19 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
fase de execução, isto porque dispõe que serão pagas ao final. Ademais, a Orientação
Jurisprudencial Transitória n. 53 da SDI-1 desta Corte nada consigna sobre a necessi-
dade de recolhimento das custas processuais por parte do terceiro embargante, no perí-
odo posterior à Lei n. 10.537/2002. Recurso de revista conhecido e provido. (RR-629-
58.2017.5.12.0053, 8ª Turma, Relatora Ministra Dora Maria da Costa, DEJT 31/08/2018).
E se houver falhas no recolhimento de custas? Se o valor recolhido das custas for insufi-
ciente, incide o art. 1.007, § 2º, do CPC:
Art. 1.007, § 2º A insuficiência no valor do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, impli-
cará deserção se o recorrente, intimado na pessoa de seu advogado, não vier a supri-lo no prazo
de 5 (cinco) dias.
Logo, haverá necessidade de intimação da parte para que tenha a oportunidade de com-
plementar o recolhimento das custas. A aplicabilidade ao Processo do Trabalho pode ser
vista no art. 10 da IN 39/2016 do TST:
IN 39/2016 do TST
Art. 10. Aplicam-se ao Processo do Trabalho as normas do parágrafo único do art. 932 do CPC, §§
1º a 4º do art. 938 e §§ 2º e 7º do art. 1007.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 20 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
Art. 1.007, § 7º O equívoco no preenchimento da guia de custas não implicará a aplicação da pena
de deserção, cabendo ao relator, na hipótese de dúvida quanto ao recolhimento, intimar o recorren-
te para sanar o vício no prazo de 5 (cinco) dias.
Aliás, também foi mencionado os parágrafos do art. 938 do CPC, que registram:
Art. 938, § 1º Constatada a ocorrência de vício sanável, inclusive aquele que possa ser conhecido
de ofício, o relator determinará a realização ou a renovação do ato processual, no próprio tribunal
ou em primeiro grau de jurisdição, intimadas as partes.
§ 2º Cumprida a diligência de que trata o § 1º, o relator, sempre que possível, prosseguirá no jul-
gamento do recurso.
§ 3º Reconhecida a necessidade de produção de prova, o relator converterá o julgamento em dili-
gência, que se realizará no tribunal ou em primeiro grau de jurisdição, decidindo-se o recurso após
a conclusão da instrução.
§ 4º Quando não determinadas pelo relator, as providências indicadas nos §§ 1º e 3º poderão ser
determinadas pelo órgão competente para julgamento do recurso.
Se a parte fizer o recolhimento por meio da guia errada, a posição majoritária do TST milita
no sentido de considerar o recurso deserto. Veja esse julgado esclarecedor:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 21 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
Depósito recursal.
Generalidades: no que tange ao depósito recursal, atente-se para o fato de que ele não
possui natureza de despesa processual, mas de garantia do juízo.
Trata-se de depósito em dinheiro efetuado pelo condenado e cujos valores serão utiliza-
dos na eventual futura execução trabalhista, quando serão convertidos em penhora.
A previsão original dessa garantia encontra-se no art. 899, §§ 1º, 2º e 6º, da CLT:
Art. 899, § 1º Sendo a condenação de valor até 10 (dez) vezes o salário-mínimo regional, nos dissí-
dios individuais, só será admitido o recurso inclusive o extraordinário, mediante prévio depósito da
respectiva importância. Transitada em julgado a decisão recorrida, ordenar-se-á o levantamento
imediato da importância de depósito, em favor da parte vencedora, por simples despacho do juiz.
§ 2º Tratando-se de condenação de valor indeterminado, o depósito corresponderá ao que for
arbitrado, para efeito de custas, pela Junta ou Juízo de Direito, até o limite de 10 (dez) vezes o sa-
lário-mínimo da região.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 22 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
§ 6º Quando o valor da condenação, ou o arbitrado para fins de custas, exceder o limite de 10 (dez)
vezes o salário-mínimo da região, o depósito para fins de recursos será limitado a este valor.
O limite não é mais esse descrito na lei. A Lei 8.542/92 inseriu o art. 40 na Lei 8.177/91,
o qual definiu, no parágrafo quarto, que o reajuste será realizado com base na variação do
INPC/IBGE:
Lei 8.177/91
Art. 40. O depósito recursal de que trata o art. 899 da Consolidação das Leis do Trabalho fica limi-
tado a Cr$ 20.000.000,00 (vinte milhões de cruzeiros), nos casos de interposição de recurso ordi-
nário, e de Cr$ 40.000.000,00 (quarenta milhões de cruzeiros), em se tratando de recurso de revista,
embargos infringentes e recursos extraordinários, sendo devido a cada novo recurso interposto no
decorrer do processo.
§ 1º Em se tratando de condenação imposta em ação rescisória, o depósito recursal terá, como
limite máximo, qualquer que seja o recurso, o valor de Cr$ 40.000.000,00 (quarenta milhões de
cruzeiros).
§ 4º Os valores previstos neste artigo serão reajustados bimestralmente pela variação acumulada
do INPC do IBGE dos dois meses imediatamente anteriores.
IN 3/93 do TST
VI – Os valores alusivos aos limites de depósito recursal serão reajustados anualmente pela varia-
ção acumulada do INPC do IBGE dos doze meses imediatamente anteriores, e serão calculados e
publicados no Diário Eletrônico da Justiça do Trabalho por ato do Presidente do Tribunal Superior
do Trabalho, tornando-se obrigatória a sua observância a partir do quinto dia seguinte ao da pu-
blicação.
E assim tem sido feita essa atualização. Todos os anos, por volta de julho, a Presidência
da Corte Superior edita um ato atualizando os valores do depósito recursal.
Contudo, ressalte-se que nem todos os recursos trabalhistas exigem o depósito recursal.
Os recursos que pressupõem, como regra, depósito recursal diante de uma condenação em
dinheiro são: recurso ordinário, recurso de revista, recurso de embargos no TST e agravo de
instrumento.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 23 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
O recurso extraordinário também exigia o depósito recursal, mas o Supremo Tribunal Fe-
deral entendeu que a exigência é inconstitucional, conforme a tese firmada no julgamento do
Tema 679 da Lista de Repercussão Geral:
Surge incompatível com a Constituição Federal exigência de depósito prévio como con-
dição de admissibilidade do recurso extraordinário, no que não recepcionada a previsão
constante do § 1º do artigo 899 da Consolidação das Leis do Trabalho, sendo inconsti-
tucional a contida na cabeça do artigo 40 da Lei n. 8.177 e, por arrastamento, no inciso
II da Instrução Normativa nº 3/1993 do Tribunal Superior do Trabalho
Quanto à conta a ser depositada a quantia, o valor deveria, antes da reforma trabalhista,
ser destinado a conta vinculada do FGTS, o que se constata no antigo art. 899, § 4º, da CLT:
A Lei 5.107/66 era a antiga Lei do FGTS e foi substituída pela Lei 8.036/90. Entretanto,
antes da reforma trabalhista, uma ressalva deveria ser feita aos casos que envolviam relação
de trabalho não sujeita a FGTS, tais como trabalho autônomo, eventual etc. Nestas situações,
o TST reconhecia a validade do depósito feito em conta à disposição do juízo, visto que esses
trabalhadores não possuem FGTS. Leia a Súmula 426 do TST:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 24 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
Com a reforma trabalhista (Lei 13.467/17), o depósito deve ser realizado em conta judicial
vinculada ao juízo, não se fazendo mais em conta vinculada do FGTS.
Art. 899, § 4º O depósito recursal será feito em conta vinculada ao juízo e corrigido com os mes-
mos índices da poupança.
Vale lembrar de que o depósito recursal é apenas exigível do tomador de serviços (inclu-
sive empregador) e não do trabalhador. Se o trabalhador for condenado em uma ação traba-
lhista ou em reconvenção a pagar algum valor ao empregador, ele, para recorrer, não precisa
fazer depósito recursal. Esta é a posição prevalecente na jurisprudência. Neste sentido cola-
cionamos os seguintes julgados do TST:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 25 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
Dessa maneira, se a condenação for apenas de obrigação de fazer, não fazer ou entregar,
não há que se falar em depósito recursal. Tampouco haverá depósito das decisões puramente
declaratórias ou nas decisões constitutivas. Veja um julgado do TST nesse sentido:
Art. 1º Nos processos perante a Justiça do Trabalho, constituem privilégio da União, dos Estados,
do Distrito Federal, dos Municípios e das autarquias ou fundações de direito público federais, esta-
duais ou municipais que não explorem atividade econômica:
IV – a dispensa de depósito para interposição de recurso;
Art. 899, § 10 São isentos do depósito recursal os beneficiários da justiça gratuita, as entidades
filantrópicas e (...).
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 26 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
A massa falida não precisa promover o recolhimento do depósito recursal e das custas,
porquanto não se pode efetuar pagamento fora do juízo universal da falência e tampouco se
pode desconsiderar as regras especiais disciplinadas pela Lei 11.101/05.
Veja o teor da Súmula 86 do TST:
Súmula 86 do TST
DESERÇÃO. MASSA FALIDA. EMPRESA EM LIQUIDAÇÃO EXTRAJUDICIAL (incorporada a
Orientação Jurisprudencial n. 31 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 -
Não ocorre deserção de recurso da massa falida por falta de pagamento de custas ou de
depósito do valor da condenação. Esse privilégio, todavia, não se aplica à empresa em
liquidação extrajudicial.
Como se nota no enunciado sumular, a empresa em liquidação extrajudicial não goza des-
se benefício. Quanto à empresa em recuperação judicial, a reforma trabalhista (Lei 13.467/17)
cria a isenção para tais empresas sujeitas a regime especial:
CLT
Art. 899, § 10 São isentos do depósito recursal (...) as empresas em recuperação judicial.
No que tange aos Correios, por possuírem as mesmas prerrogativas da Fazenda Pública
quanto a prazos e custas, o TST vem entendendo que não é necessário realizar o depósito
recursal:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 27 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
IN 3/93 do TST
X – Não é exigido depósito recursal, em qualquer fase do processo ou grau de jurisdição,
dos entes de direito público externo e das pessoas de direito público contempladas no
Decreto-Lei n. 779, de 21.8.69, bem assim da massa falida e da herança jacente.
Quanto ao prazo para o depósito, este deve ocorrer no prazo alusivo ao recurso, conforme
Súmula 245 do TST:
Art. 7º A comprovação do depósito da condenação (CLT, art. 899, §§ 1º a 5º) terá que ser feita den-
tro do prazo para a interposição do recurso, sob pena de ser este considerado deserto.
No que tange ao limite para o depósito recursal, a regra é explicada pela Súmula 128, I, do TST:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 28 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
Assim, suponha que a condenação da empresa ré foi em R$ 4.000,00. Nesse caso, para
recorrer da sentença, deve promover a empresa o depósito recursal de R$ 4.000,00 integral-
mente. Se perder o recurso ordinário no TRT (negou-se provimento ao recurso) e a condena-
ção permanecer em R$ 4.000,00, não precisa a empresa fazer mais recolhimento de depósito
recursal, visto que o valor recolhido cobre toda a condenação.
Exemplo: suponha que a condenação da empresa tenha sido em R$ 100.000,00. Para ingres-
sar com recurso ordinário, terá o insurgente que depositar o teto do depósito recursal do RO
(limite atualizado todos os anos pela Presidência do TST), no valor exemplificativo de R$
10.000,00.
Quando a condenação supera o teto, deve-se depositar o valor deste teto (limite) para que
o pressuposto seja atendido. E, para cada novo recurso interposto, haverá um novo depósito
do teto até que seja atingido o valor da condenação.
No que tange ao agravo de instrumento, existe previsão legal de que o depósito recursal
será a metade do recurso que se pretende destrancar:
CLT
Art. 899, § 7º No ato de interposição do agravo de instrumento, o depósito recursal corresponderá
a 50% (cinquenta por cento) do valor do depósito do recurso ao qual se pretende destrancar.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 29 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
No entanto, existe uma exceção prevista no art. 899, § 8º, da CLT que se refere ao agravo
de instrumento para destrancar o recurso de revista, mas a matéria será tratada no item sobre
agravo de instrumento.
Vamos prosseguir com o depósito recursal.
A reforma trabalhista (Lei 13.467/17) cria uma redução pela metade do depósito recursal
em relação a diversas pessoas:
CLT
Art. 899, § 9º O valor do depósito recursal será reduzido pela metade para entidades sem fins lu-
crativos, empregadores domésticos, microempreendedores individuais, microempresas e empre-
sas de pequeno porte.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 30 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
Por outro lado, se o depósito foi realizado somente pelo devedor subsidiário, este depósito
não aproveita ao devedor principal, segundo a posição majoritária do TST:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 31 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
Pondere-se que o recolhimento a menor de depósito recursal não gera automática deser-
ção. Assim, deve ser dada a oportunidade de a parte regularizar o pagamento, depositando a
IN 39/2016 do TST
Art. 10. Aplicam-se ao Processo do Trabalho as normas do parágrafo único do art. 932 do CPC, §§
1º a 4º do art. 938 e §§ 2º e 7º do art. 1007.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 32 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
Aqui cabe uma ponderação. Note que a orientação da Corte Superior trata de “recolhi-
mento insuficiente” e não de “ausência de recolhimento”. E isso faz toda a diferença. A pos-
sibilidade de complementação ocorre quando se trata de depósito que existe, mas se revela
insuficiente. Por outro lado, quando se trata de depósito inexistente, não há possibilidade de
regularização.
Nesse contexto, o TST tem entendido que a intimação para regularização das custas e do
depósito recursal apenas se aplica quando o recolhimento for insuficiente e não quando for
ausente. Veja essa ementa do TST:
CLT
Art. 899, § 11 O depósito recursal poderá ser substituído por fiança bancária ou seguro garantia
judicial.
Essa previsão gerou inúmeros debates acerca dos requisitos desse seguro e dessa fiança.
Diante desse quadro, houve a edição do Ato Conjunto 1/2019 pelo Tribunal Superior do Tra-
balho, pela Corregedoria-Geral da Justiça do Trabalho e pelo Conselho Superior da Justiça do
Trabalho. O art. 1º esclarece a possibilidade de uso do seguro-garantia:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 33 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
Quando se fala em seguro, fala-se em apólice, prêmio, sinistro e indenização. Para facilitar
a adequação do seguro-garantia a esses conceitos, o ato conjunto definiu esses pontos no
art. 2º, cujo trecho transcrevemos:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 34 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
O seguro-garantia apresentado não pode indicar, como valor segurado, somente o valor
da condenação. Deve haver um acréscimo de, pelo menos, 30%, exceto se foi atingido o teto
(limite) do depósito recursal para aquele recurso:
Como se nota, o ato conjunto não se esqueceu de que os valores da indenização devem
sofrer atualização monetária, exigindo que a indenização também deve receber a mesma cor-
reção aplicável aos débitos trabalhistas.
Também deve constar na apólice o valor do prêmio pago pelo empregador/tomador segu-
rado, a vigência mínima de 3 anos da apólice, endereço da seguradora, referência ao processo
judicial e cláusula de renovação automática:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 35 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
A ideia é digna de elogios. Imagine que o contrato de seguro vencesse no curso do pro-
cesso e houvesse a perda dessa garantia. Se isso ocorresse, de nada adiantaria a existência
desse seguro. Assim, a ideia do ato normativo foi obrigar a segurador a renovar automatica-
mente o seguro enquanto durar o processo judicial.
Isso significa que a seguradora, ciente desse seu dever, vai considerar essa obrigação no
preço (prêmio) que cobrará da empresa tomadora do seguro (a recorrente).
Outro ponto interessante refere-se ao possível inadimplemento do tomador do seguro.
Se o recorrente não pagar o prêmio do seguro à seguradora, ficaria seguradora liberada de
sua obrigação de pagar a indenização no caso de sinistro?
A resposta é negativa, uma vez que existe previsão expressa no sentido da manutenção
da responsabilidade da seguradora no art. 3º, IV, ato conjunto mencionado:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 36 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
O recolhimento do valor da multa imposta como sanção por litigância de má-fé (art. 81
do CPC de 2015 – art. 18 do CPC de 1973) não é pressuposto objetivo para interposição
dos recursos de natureza trabalhista.
Todavia, quando se trata de multa processual por agravo interno manifestamente infun-
dado (art. 1.021, § 4º, do CPC), cabe a multa e a interposição do futuro recurso fica dependen-
te do depósito da multa do agravo, conforme art. 1.021, § 5º, do CPC:
CPC
Art. 1.021, § 4º Quando o agravo interno for declarado manifestamente inadmissível ou improce-
dente em votação unânime, o órgão colegiado, em decisão fundamentada, condenará o agravante
a pagar ao agravado multa fixada entre um e cinco por cento do valor atualizado da causa.
§ 5º A interposição de qualquer outro recurso está condicionada ao depósito prévio do valor da
multa prevista no § 4º, à exceção da Fazenda Pública e do beneficiário de gratuidade da justiça,
que farão o pagamento ao final.
Por outro lado, se o caso envolver pessoa jurídica de direito público, ela está dispensada
de recolher a penalidade para recorrer naquele momento, mas precisará pagá-las no final do
processo. Veja a OJ 389 da SDI-I do TST:
Quando se trata de multa por embargos declaratórios, apenas haverá obrigação de reco-
lhimento da multa se for a segunda penalização imposta (reiteração de embargos procrasti-
natórios). Transcrevemos o art. 1.026, §§ 2º e 3º, do CPC:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 37 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
CPC
Art. 1.026, § 2º Quando manifestamente protelatórios os embargos de declaração, o juiz ou o tri-
bunal, em decisão fundamentada, condenará o embargante a pagar ao embargado multa não ex-
cedente a dois por cento sobre o valor atualizado da causa.
§ 3º Na reiteração de embargos de declaração manifestamente protelatórios, a multa será elevada
a até dez por cento sobre o valor atualizado da causa, e a interposição de qualquer recurso ficará
condicionada ao depósito prévio do valor da multa, à exceção da Fazenda Pública e do beneficiário
de gratuidade da justiça, que a recolherão ao final.
Assim, a aplicação da primeira multa não impede o processamento do recurso, mas ape-
nas quando ocorre a majoração da multa pela insistência nos embargos procrastinatórios:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 38 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
Adequação: quanto à adequação, deve a parte utilizar o recurso adequado para a finalida-
de pretendida.
Exemplo: se a parte quer suprir uma omissão ou sanar uma contradição, deve utilizar os
embargos de declaração (como veremos mais adiante). Se a parte quiser atacar uma senten-
ça em execução por entendê-la incorreta, deve utilizar o agravo de petição.
Claro que aqui deve ser lembrado o princípio da fungibilidade, bem como os casos em que
tal princípio não deve ser admitido. De acordo com o princípio, se o recurso inadequado for
interposto, deve ser recebido como o recurso certo (adequado), desde que:
• estejam presentes os pressupostos do recurso adequado;
• erro não seja grosseiro ou derive da má-fé.
Uma referência ilustrativa a erro grosseiro pode ser constatada na própria OJ 412 da SDI-
-II do TST:
OJ 412 da SDI-I
AGRAVO INTERNO OU AGRAVO REGIMENTAL. INTERPOSIÇÃO EM FACE DE DECISÃO
COLEGIADA. NÃO CABIMENTO. ERRO GROSSEIRO. INAPLICABILIDADE DO PRINCÍPIO
DA FUNGIBILIDADE RECURSAL. (nova redação em decorrência do CPC de 2015) – Res.
209/2016 – DEJT divulgado em 01, 02 e 03.06.2016
É incabível agravo interno (art. 1.021 do CPC de 2015, art. 557, §1º, do CPC de 1973)
ou agravo regimental (art. 235 do RITST) contra decisão proferida por Órgão cole-
giado. Tais recursos destinam-se, exclusivamente, a impugnar decisão monocrática
nas hipóteses previstas. Inaplicável, no caso, o princípio da fungibilidade ante a
configuração de erro grosseiro.
Assim, se uma parte constata que houve decisão colegiada no Tribunal, não pode ela in-
gressar com recurso de agravo interno, porquanto esse recurso somente pode atacar decisão
monocrática de integrante de colegiado, sendo imprestável para impugnar decisão colegiada.
Representação processual regular: essa matéria já foi objeto de estudo no capítulo sobre
partes e procuradores. Apenas mais alguns registros devem ser realizados.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 39 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
Como você sabe, quando se trata de processo entre empregado e empregador, podem eles
atuar sem advogado (no exercício do jus postulandi) em recursos que serão julgados pelo juiz
da Vara (embargos de declaração) ou pelo TRT (recurso ordinário, embargos declaratórios,
agravo interno, agravo regimental e agravo de petição).
Entretanto, no caso de recurso que será julgado pelo TST, apenas pode haver recurso
subscrito por advogado. Veja a Súmula 425 do TST:
E se o advogado foi procurado de última hora pelo cliente e não há tempo para obter pro-
curação em uma situação excepcionalíssima? Seria justo deixar de conceder um prazo para
que regularize a situação?
Claro que não seria justo. Aliás, o art. 104, caput, do CPC prevê a possibilidade de prática
de ato urgente:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 40 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
Art. 104. O advogado não será admitido a postular em juízo sem procuração, salvo para evitar pre-
clusão, decadência ou prescrição, ou para praticar ato considerado urgente.
O TST, então, editou a Súmula 383, I, parte final, que sintetiza esse entendimento:
Contudo, percebe-se que existe uma clara diferença para a lei. O art. 104, § 1º, do CPC
menciona que o prazo para a exibição de procuração é de 15 dias, diferentemente da súmula
transcrita que aponta para 5 dias:
Art. 104, § 1º Nas hipóteses previstas no caput, o advogado deverá, independentemente de caução,
exibir a procuração no prazo de 15 (quinze) dias, prorrogável por igual período por despacho do juiz.
De toda sorte, a ausência de regularização no prazo de 5 dias (prorrogável por igual pe-
ríodo) estabelecido pelo TST importa o não conhecimento do recurso, por ser ineficaz (não
produz efeitos):
Art. 104, § 2º O ato não ratificado será considerado ineficaz relativamente àquele em cujo nome foi
praticado, respondendo o advogado pelas despesas e por perdas e danos.
Havendo advogado no recurso, o que ocorre se houver uma irregularidade no seu mandato?
Isso depende da situação processual. O TST milita no sentido de que, havendo procuração
no processo e estando a representação irregular, cabe ao desembargador relator, ou órgão do
TRT (se o recurso for de competência do TRT), ou ao ministro relator ou órgão do TST (se o
recurso for de competência do TST) conceder prazo para regularização.
Leia, em relação a esse ponto, a Súmula 383, II, do TST:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 41 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
Assim, quando temos, por exemplo, uma procuração com defeito outorgada por uma pes-
soa jurídica, deve ser concedida oportunidade de a parte regularizar a situação, seguindo a
mesma linha do exposto anteriormente. Observe a Súmula 456, I e III, do TST:
Se a irregularidade no mandato não for sanada, então o recurso não será conhecido se a
parte inerte for o recorrente. Por outro lado, se a parte inerte for o recorrido, as contrarrazões
serão desentranhadas (retiradas) dos autos.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 42 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
Entretanto, caso não exista no processo qualquer procuração, e não se tratar de mandato
tácito ou do caso urgente mencionado em relação ao art. 104 do CPC, a Súmula 383 não pode
ser invocada, não havendo de se falar em concessão de prazo para regularização. Leia julga-
dos do TST sobre o tema:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 43 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
Questão interessante ocorre quando se trata de assinatura eletrônica. Quem assina o re-
curso eletronicamente deve possuir poderes no processo, exceto quando se trata de casos
urgentes do art. 104 do CPC, quando a procuração será juntada posteriormente.
Logo, não importa se o advogado cujo nome constou ao final da peça recursal possui ou
não poderes no processo. O que importa é quem assinou eletronicamente o recurso. Veja es-
ses julgados esclarecedores do TST sobre o tema:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 44 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
Há, ainda, os pressupostos subjetivos, quais sejam, legitimidade, interesse recursal e ca-
pacidade.
Legitimidade: primeiramente, deve-se reconhecer o direito de recorrer às partes ao ter-
ceiro prejudicado e o Ministério Público do Trabalho, seja quando este atua como parte, seja
quando atua como fiscal de lei (custos legis). Veja o disposto no art. 996, caput, do CPC:
Art. 996. O recurso pode ser interposto pela parte vencida, pelo terceiro prejudicado e pelo Minis-
tério Público, como parte ou como fiscal da ordem jurídica.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 45 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 46 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
Deve-se ter atenção, por fim, com o recurso sem assinatura. O apelo sem assinatura não
envolve falta de capacidade, mas efetiva inexistência da peça recursal.
No entanto, a jurisprudência valida o ato, desde que seja assinada a peça de interposição
ou as razões recursais. De fato, o recurso tem, exceto nos embargos de declaração, uma pe-
tição de interposição e as razões do recurso. Qualquer uma delas que estiver assinada valida
o recurso. Claro que estamos falando do processo físico.
Entretanto, diante da ausência completa de assinatura na peça, cabe ao relator conceder
prazo para a retificação, atendendo o art. 932, parágrafo único, do CPC:
Art. 932, Parágrafo único. Antes de considerar inadmissível o recurso, o relator concederá o prazo
de 5 (cinco) dias ao recorrente para que seja sanado vício ou complementada a documentação
exigível.
Por outro lado, quando se trata de processo eletrônico, importa a assinatura eletrônica,
como vimos na representação processual regular.
4. Espécies de Recursos
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 47 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
Art. 897-A Caberão embargos de declaração da sentença ou acórdão, no prazo de cinco dias, de-
vendo seu julgamento ocorrer na primeira audiência ou sessão subsequente a sua apresentação,
registrado na certidão, admitido efeito modificativo da decisão nos casos de omissão e contradi-
ção no julgado e manifesto equívoco no exame dos pressupostos extrínsecos do recurso.
Tecnicamente, a doutrina clássica aponta o cabimento dos embargos para três situações
diferentes (omissão, obscuridade ou contradição), as quais estariam expostas no art. 1.022,
I e II, do CPC:
Art. 1.022. Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial para:
I – esclarecer obscuridade ou eliminar contradição;
II – suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar o juiz de ofício ou a re-
querimento;
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 48 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
Exemplo: imagine que o juiz denega seguimento a um recurso ordinário interposto contra sua
sentença por considerá-lo fora do prazo (entende que foi interposto no 9º dia, quando o prazo
são 8 dias). No entanto, o juiz estava errado, uma vez que o recurso foi interposto no prazo
legal, visto que o oitavo dia era feriado. Houve, portanto, manifesto equívoco do juiz ao anali-
sar os pressupostos extrínsecos do recurso (no caso, a tempestividade).
Art. 897-A, § 1º Os erros materiais poderão ser corrigidos de ofício ou a requerimento de qualquer
das partes.
Art. 833. Existindo na decisão evidentes erros ou enganos de escrita, de datilografia ou de cálculo,
poderão os mesmos, antes da execução, ser corrigidos, ex officio, ou a requerimento dos interes-
sados ou da Procuradoria da Justiça do Trabalho.
O estatuto processual civil, incorporando essa diretriz, registra no art. 1.022, III, do CPC:
Art. 1.022. Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial para:
III – corrigir erro material.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 49 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
Por último, os embargos podem ser opostos com o objetivo de prequestionar decisões
para o fim de possibilitar a interposição de recursos de natureza extraordinária.
O prequestionamento cuida de meio por meio do qual se busca a manifestação expressa
de um Tribunal sobre uma matéria de maneira. Essa manifestação clara e expressa de uma
posição do Tribunal sobre um tema permite que o recurso de natureza extraordinária possa
atacar os pontos efetivamente debatidos na decisão recorrida.
O prequestionamento é pressuposto recursal específico de recursos de natureza extraor-
dinária, tais como recurso de revista e recurso extraordinário.
Assim, se uma determinada decisão não adota claramente uma posição/tese sobre um
tema, os embargos declaratórios são adequados para buscar esse esclarecimento. O uso de
embargos de declaração para se intentar o prequestionamento está previsto na Súmula 297,
II, do TST:
Art. 897-A Caberão embargos de declaração da sentença ou acórdão, no prazo de cinco dias,
devendo (...).
Ressalte-se que a União, estados, DF, municípios, autarquias e fundações públicas terão
prazo em dobro (art. 1º, III, do Decreto-Lei 779/69). O Ministério Público também terá prazo
em dobro.
No sentido do exposto, segue a inteligência específica da OJ 192 da SDI-I do TST:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 50 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
Quanto aos efeitos dos embargos de declaração, o acolhimento dos embargos pode gerar
efeito modificativo do julgado. Esse efeito também é conhecido como efeito infringente.
Exemplo seria a sentença que deferiu diferenças salariais decorrentes de equiparação sala-
rial, mas não analisou a alegação da defesa de que havia diferença de tempo na função entre
reclamante e paradigma superior a 2 anos. Interpostos os embargos para que juiz supra a
omissão na análise do fundamento da defesa, o juiz acolhe os embargos e acaba por indeferir
a pretensão, entendendo que a ré estava correta. Logo, o acolhimento dos embargos gerou
efeito modificativo na decisão.
Quanto à necessidade de dar prazo para que o embargado se manifeste sobre os embar-
gos de declaração da parte contrária, vale a pena fazer um registro.
Como regra, não se pode acolher os embargos que impliquem efeito modificativo do jul-
gado sem a concessão de vista à para contrária para manifestação. Neste sentido segue a OJ
142 da SDI-I do TST:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 51 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
Art. 1.023, § 2º O juiz intimará o embargado para, querendo, manifestar-se, no prazo de 5 (cinco)
dias, sobre os embargos opostos, caso seu eventual acolhimento implique a modificação da deci-
são embargada.
Art. 897-A, § 2º Eventual efeito modificativo dos embargos de declaração somente poderá ocorrer
em virtude da correção de vício na decisão embargada e desde que ouvida a parte contrária, no
prazo de 5 (cinco) dias.
Não pode haver três embargos de declaração protelatórios. Importante registrar que o art.
1.026, § 4º, do CPC cria uma regra de barreira para os terceiros embargos protelatórios:
Art. 1.026, § 4º Não serão admitidos novos embargos de declaração se os 2 (dois) anteriores hou-
verem sido considerados protelatórios.
Vamos continuar.
Uma vez opostos embargos de declaração, eles interrompem o prazo recursal?
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 52 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
Claro que sim. O art. 1.026, caput, do CPC preceitua esse efeito:
Art. 1.026. Os embargos de declaração não possuem efeito suspensivo e interrompem o prazo
para a interposição de recurso.
Interessante notar que o art. 897-A, § 3º, da CLT também atesta a interrupção do prazo:
Art. 897-A, § 3º Os embargos de declaração interrompem o prazo para interposição de outros re-
cursos, por qualquer das partes, salvo quando intempestivos, irregular a representação da parte ou
ausente a sua assinatura.
Logo, havendo a interrupção do prazo para ambas as partes, o prazo para o recurso que
visa à reforma ou anulação da decisão é reiniciado integralmente após a intimação da de-
cisão dos embargos. Assim, por exemplo, se a sentença foi publicada e os embargos foram
opostos no prazo legal, mesmo que a decisão sobre os embargos leve um mês, o prazo para o
recurso ordinário somente terá início com a intimação da decisão proferida sobre os embar-
gos de declaração.
No entanto, pode ocorrer de a parte já ter interposto o recurso (ordinário, de revista etc.)
antes de a parte contrária ter interposto os embargos de declaração. Neste caso, não existe
nenhum problema.
Se o juízo rejeita os embargos de uma parte ou, mesmo acolhendo, não promove modifi-
cação no decidido (acolhe para prestar esclarecimentos, por exemplo), o recurso interposto
pela parte contrária anteriormente será normalmente processado e não precisa de qualquer
ratificação. Veja o art. 1.024, § 5º, do CPC:
Por outro lado, se os embargos de uma parte forem acolhidos e houver modificação de
decisão, então a parte contrária que já havia recorrido da decisão embargada pode comple-
mentar ou alterar as razões de seu recurso, conforme o art. 1.024, § 4º, do CPC:
Art. 1.024, § 4º Caso o acolhimento dos embargos de declaração implique modificação da decisão
embargada, o embargado que já tiver interposto outro recurso contra a decisão originária tem o
direito de complementar ou alterar suas razões, nos exatos limites da modificação, no prazo de 15
(quinze) dias, contado da intimação da decisão dos embargos de declaração.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 53 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
Art. 1.026, § 1º A eficácia da decisão monocrática ou colegiada poderá ser suspensa pelo respec-
tivo juiz ou relator se demonstrada a probabilidade de provimento do recurso ou, sendo relevante a
fundamentação, se houver risco de dano grave ou de difícil reparação.
Quanto ao prazo para julgamento dos embargos, o art. 1.024 do CPC aponta critérios di-
ferentes para o juiz de primeiro grau e os processos no âmbito dos Tribunais:
Vale ressaltar que é possível o julgamento monocrático dos embargos, ainda que seja pelo
integrante do Tribunal, mas isso pressupõe que a decisão embargada tenha sido monocrática.
Veja o disposto no art. 1.024, § 2º.do CPC:
Art. 1.024, § 2º Quando os embargos de declaração forem opostos contra decisão de relator ou
outra decisão unipessoal proferida em tribunal, o órgão prolator da decisão embargada decidi-los-
-á monocraticamente.
O recurso ordinário é aquele cabível para buscar a reforma ou anulação de uma sentença
de juiz de Vara do Trabalho e de acórdão proferido pelo TRT em processos de sua competência
originária (ação rescisória, por exemplo).
O art. 895, I e II, da CLT preceitua as regras básicas:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 54 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
Além disso, registre-se que o recurso ordinário não cabe apenas das sentenças definiti-
vas (aquelas que julgam o mérito), mas também das sentenças terminativas (aquelas que não
extinguem o processo sem resolução de mérito).
Assim, extinto o processo sem resolução de mérito, por exemplo, em virtude de uma inép-
cia ou do reconhecimento de coisa julgada anterior, cabe recurso ordinário de tal sentença.
Outra hipótese de cabimento revela-se possível de forma excepcional: para atacar deci-
são interlocutória em hipóteses especialíssimas. Vejamos algumas situações excepcionais
em que isso ocorre.
Para atacar decisão que acolhe a exceção de incompetência e remete o processo para
Vara do Trabalho de outro Tribunal Regional. Neste sentido, há a Súmula 214, “c”, do TST, já
vista anteriormente no capítulo sobre defesa e exceções. Se você não se recorda, vá para
aquele capítulo.
Exemplo: Logo, Mário entra com ação trabalhista em face da empresa X em Curitiba e a empre-
sa apresenta exceção de incompetência, alegando que Mário apenas trabalhou em Recife. Se
o juiz acolher a exceção dessa decisão interlocutória, cabe recurso ordinário, pois o processo
será remetido para a vara vinculada ao outro Tribunal Regional (o de Pernambuco).
Para atacar decisão que reconhece incompetência absoluta, remetendo os autos à Justi-
ça competente.
Exemplo: imagine que cinco trabalhadores ajuízam ação anulatória de eleição sindical contra
o sindicato. O juízo, entendendo que a competência não é da Justiça do Trabalho, reconhece
sua incompetência absoluta, remetendo aos autos à Justiça Comum. Os trabalhadores, con-
siderando a decisão equivocada, interpõem recurso ordinário contra essa decisão interlocu-
tória do Juiz do Trabalho. Nesse caso, o recurso será analisado pelo TRT ao qual se vincula o
juiz que proferiu a decisão recorrida.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 55 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
Art. 2º, § 4º Salvo se versarem sobre matéria constitucional, nenhum recurso caberá das senten-
ças proferidas nos dissídios da alçada a que se refere o parágrafo anterior, considerado, para esse
fim, o valor do salário mínimo à data do ajuizamento da ação.
No entanto, se o recurso ordinário versar sobre matéria constitucional, passa a ser cabível
o apelo em procedimento sumário.
Outro ponto relevante refere-se ao efeito devolutivo do recurso ordinário. Esse efeito de-
volve toda a matéria debatida pelo recorrente ao Tribunal que julga o recurso. Aliás, no item
deste capítulo sobre princípios recursais, analisamos o efeito devolutivo em extensão (ou
horizontal).
Ainda nos resta, contudo, examinar o efeito devolutivo em profundidade do recurso ordi-
nário (também conhecido como efeito devolutivo vertical). Trata-se da aplicação subsidiária
do art. 1.013, §§ 1º e 2º:
Art. 1.013, § 1º Serão, porém, objeto de apreciação e julgamento pelo tribunal todas as questões
suscitadas e discutidas no processo, ainda que não tenham sido solucionadas, desde que relativas
ao capítulo impugnado.
§ 2º Quando o pedido ou a defesa tiver mais de um fundamento e o juiz acolher apenas um deles,
a apelação devolverá ao tribunal o conhecimento dos demais.
Assim, ainda que o juiz tenha acolhido apenas um dos fundamentos da inicial ou da de-
fesa para o julgamento de uma matéria devolvida pelo recurso, este não impede a apreciação
dos outros fundamentos pelo Tribunal, desde que relacionados a essa matéria devolvida.
Exemplo: imagine que Joaquim tenha ajuizado ação trabalhista em face da empresa
W pleiteando equiparação salarial com Alexandre. A empresa apresenta contestação,
alegando diversos fundamentos de defesa que impedem a equiparação: a) diferença de
tempo na função superior a 2 anos; b) existência de quadro de carreira com promoções
alternadas por merecimento e antiguidade; c) diferença de produtividade. Pense que o
juiz rejeitou o primeiro fundamento (“a”), acolheu o segundo fundamento (“b”) e com
isso julgou improcedente o pedido de equiparação, sem sequer se manifestar sobre o
terceiro fundamento (“c”).
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 56 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
Quando Joaquim ingressar com recurso ordinário, está devolvendo para o Tribunal toda
matéria sobre a equiparação salarial, inclusive o fundamento da defesa não apreciado pelo
juiz na sentença (“c”). Logo, se o Tribunal Regional entender que não havia quadro de carreira,
vai prosseguir analisando a diferença de produtividade e, até mesmo, negar provimento ao re-
curso de Joaquim por fundamento diverso da sentença, caso exista essa diferença de tempo
na função superior.
Perceba que, no exemplo, a matéria equiparação salarial foi devolvida e com ela todos
os fundamentos relacionados a sua questão. Como se nota, a matéria foi devolvida em toda
a sua profundidade (isto é, com todos os fundamentos). Daí o nome: efeito devolutivo em
profundidade.
Aliás, o TST editou a Súmula 393, I, do TST sobre o tema:
Para responder a essas indagações, precisamos examinar o art. 1.013, §§ 3º e 4º, do CPC:
Art. 1.013, § 3º Se o processo estiver em condições de imediato julgamento, o tribunal deve decidir
desde logo o mérito quando:
I – reformar sentença fundada no art. 485;
II – decretar a nulidade da sentença por não ser ela congruente com os limites do pedido ou da
causa de pedir;
III – constatar a omissão no exame de um dos pedidos, hipótese em que poderá julgá-lo;
IV – decretar a nulidade de sentença por falta de fundamentação.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 57 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
Note-se que não existe qualquer incompatibilidade com o Processo do Trabalho, po-
dendo o Tribunal, uma vez afastada as irregularidades/entendimentos equivocados, pas-
sar ao julgamento do mérito, desde que o processo esteja em condições de julgamento
(teoria da causa madura).
Logo, por exemplo, mesmo que o magistrado tenha extinto o processo sem resolução de
mérito (com sentença terminativa), eventual recurso ordinário permite que, uma vez rejeitada
pelo Tribunal a causa extintiva invocada pelo juiz na sua sentença, possam os pedidos da
inicial ser julgados normalmente, se o processo já estiver em condições de julgamento.
Exemplo: imagine que Joaquim tenha ajuizado uma ação trabalhista pedindo horas extras. O
réu apresentou defesa e o processo prosseguiu normalmente. No entanto, ao proferir senten-
ça, o juiz extinguiu o processo sem julgar as horas extras, por entender que a petição inicial
estava inepta. Joaquim não se conformou e interpôs recurso ordinário. Se o TRT, analisando o
recurso, entender que o juiz errou e que não havia inépcia, ao afastar esse vício irá o Tribunal
prosseguir no julgamento das horas extras.
Aliás, a Súmula 393, II, do TST confirma a compatibilidade com o processo trabalhista:
Nesse contexto, considerando que a técnica permite ao Tribunal julgar o mérito de matéria
não apreciado na origem, alguns operadores passaram a denominar a hipótese de julgamento
“per saltum”.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 58 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 59 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
Exemplo: suponhamos que o executado Mauro defenda, em embargos à execução, que foram
penhorados bens que guarnecem sua residência e que seriam impenhoráveis na forma do
art. 833 do CPC. Sendo os embargos julgados improcedentes, pode Mauro interpor agravo de
petição.
Assim, em regra, não caberia agravo de petição contra decisão interlocutória na execução:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 60 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
decisão do Regional pelo não cabimento do agravo de petição em face da decisão que
determinou a inclusão da reclamada, ora agravante, no polo passivo da execução mos-
tra-se escorreita, uma vez que não se trata de decisão terminativa do feito, mas sim
de decisão interlocutória, não sendo cabível a interposição de agravo de petição, nos
termos do artigo 893, § 1º, da CLT e da Súmula 214 do TST. Nesse contexto, não se
verifica violação direta e literal ao artigo 5º, incisos XXXV e LV, da Constituição Federal,
conforme preceituado no art. 896, § 2º da CLT e na Súmula n. 266 do TST. Agravo não
provido. (Ag-AIRR-642-41.2013.5.12.0039, 5ª Turma, Relator Ministro Breno Medeiros,
DEJT 25/10/2019).
Entretanto, algumas situações permitem que decisões interlocutórias possam ser objeto
de ataque pelo agravo quando não há outro meio impugnativo passível de utilização.
Tal situação ocorre, por exemplo, na hipótese em que juiz aplica multa por ato atentatório
à dignidade da Justiça após já ter sido ultrapassada a fase de embargos à execução. Outro
exemplo ocorre quando o juiz decide um incidente de desconsideração da personalidade jurí-
dica, na forma do art. 855-A, § 1º, II, da CLT:
Errado.
Não há necessidade de garantia da execução para a interposição de agravo de petição, na
forma do art. 855-A, § 1º, II, da CLT.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 61 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
Art. 897, § 1º O agravo de petição só será recebido quando o agravante delimitar, justificadamente,
as matérias e os valores impugnados, permitida a execução imediata da parte remanescente até o
final, nos próprios autos ou por carta de sentença.
Logo, a matéria e/ou valores impugnados devem ser delimitados. Assim, o recorrente deve
informar quais são as matérias objeto de impugnação e qual o valor relacionado a tais maté-
rias. Essa exigência permite que o exequente possa prosseguir a execução em relação à parte
não impugnada no recurso.
A ausência de delimitação importa o não conhecimento do agravo. Essa exigência é con-
sagrada na jurisprudência:
Assim, os pontos que não foram impugnados no agravo de petição podem ser objeto de
execução imediata. Vamos a um exemplo.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 62 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
decide embargar a execução, alegando que o dinheiro estava em conta poupança (por
isso, alegava ser impenhorável - art. 833, X, do CPC) e que o imóvel é sua residência (logo
impenhorável - art. 1º da Lei 8.009/90). O juiz, ao proferir sentença julgando os embar-
gos, decide que não há qualquer impenhorabilidade, já que não se tratava de conta pou-
pança e o imóvel não era a residência de Thaís.
A executada, então, decide interpor agravo de petição contra a sentença que julgou impro-
cedentes seus embargos à execução, mas apenas recorre da parte referente ao imóvel. Logo,
no agravo vai especificar que o recurso se refere à impenhorabilidade de imóvel (avaliado em
R$ 800.000,00) por ser bem de família. Diante da especificação das matérias e valores, pode
a execução prosseguir em relação à parte não impugnada (os R$ 200.000,00 em dinheiro pe-
nhorados)
Registre-se o teor da Súmula 416 do TST:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 63 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
seja, a delimitação das matérias e dos valores impugnados, configurando ofensa ao art.
5º, inciso LV, da Constituição da Federal. Recurso de Revista conhecido e parcialmente
provido (RR-10969-31.2014.5.01.0002, 1ª Turma, Relator Ministro Luiz José Dezena da
Silva, DEJT 17/05/2019).
O agravo deve ser interposto no prazo de 8 dias perante o juízo de primeiro grau, sendo
que, após a apresentação de contraminuta e realização de admissibilidade, será remetido ao
TRT para julgamento.
As custas são pagas ao final, conforme preceitua o art. 789-A, sendo R$ 44,26 para o
agravo de petição na forma do inciso IV:
Art. 789-A. No processo de execução são devidas custas, sempre de responsabilidade do executa-
do e pagas ao final, de conformidade com a seguinte tabela:
IV – agravo de petição: R$ 44,26 (quarenta e quatro reais e vinte e seis centavos);
Quanto ao depósito recursal, havendo a garantia do juízo, registre-se que apenas será ne-
cessária a complementação da garantia se houver elevação do débito nos termos da Súmula
128, II, do TST:
A elevação do débito no curso da execução pode ocorrer quando a impugnação aos cál-
culos liquidatórios formulada pelo credor (exequente) for julgada procedente. Assim, como os
valores executados aumentam, então, se a garantia que havia na execução não for suficiente,
o executado necessita ampliá-la para conseguir o conhecimento do seu agravo de petição.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 64 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
Assim, por exemplo, se o juiz profere uma sentença em ação trabalhista e essa sentença
é impugnada por um recurso ordinário, caso o juiz denegue seguimento a esse recurso, dize-
mos coloquialmente que o juiz “trancou” o recurso. A decisão do juiz que nega seguimento
ao recurso é uma decisão interlocutória. A parte que teve o seguimento do recurso denegado
pode interpor agravo de instrumento.
O art. 897, “b”, da CLT atesta a regra:
Art. 897, § 6º O agravado será intimado para oferecer resposta ao agravo e ao recurso principal,
instruindo-a com as peças que considerar necessárias ao julgamento de ambos os recursos.
Art. 897, § 7º Provido o agravo, a Turma deliberará sobre o julgamento do recurso principal, obser-
vando-se, se for o caso, daí em diante, o procedimento relativo a esse recurso.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 65 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
A mesma lógica é seguida quando um recurso de revista é trancado. Por exemplo, quando
um juiz profere sentença, a parte insatisfeita interpõe recurso ordinário, que é julgado pelo
TRT. Contra o acórdão proferido pelo TRT (que julgou o RO) a parte ingressa com recurso de
revista. O recurso de revista é interposto perante o Desembargador Presidente do TRT. Se o
Presidente do TRT negar seguimento ao recurso de revista, então pode o interessado entrar
com agravo de instrumento contra a decisão do Presidente do TRT.
Se o Presidente do TRT voltar atrás (exercer juízo de retratação), então o recurso de revista
terá o seguimento normal. Por outro lado, se o Presidente do TRT não se retratar, então, após
oportunidade de a parte recorrida apresentar contrarrazões ao recurso trancado e contrami-
nuta ao agravo de instrumento, o agravo será encaminhado para julgamento no TST.
Quanto ao preparo, é necessária a realização de depósito recursal, como confirma a regra
do § 7º do art. 899 da CLT:
Por exemplo, se o recurso que se busca destrancar é o recurso ordinário, então o depósito
recursal será a metade do valor do depósito recursal do recurso ordinário.
Todavia, existem hipóteses especiais em que o depósito recursal não é necessário para o
agravo de instrumento, na forma do art. 899, § 8º, da CLT:
Art. 899, § 8º Quando o agravo de instrumento tem a finalidade de destrancar recurso de revista
que se insurge contra decisão que contraria a jurisprudência uniforme do Tribunal Superior do
Trabalho, consubstanciada nas suas súmulas ou em orientação jurisprudencial, não haverá obri-
gatoriedade de se efetuar o depósito referido no § 7º deste artigo.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 66 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
1º exemplo: imagine que foi proferido uma sentença em ação trabalhista, tendo o autor inter-
posto recurso ordinário. Quando esse recurso ordinário chegar no Tribunal Regional do Tra-
balho, ele é distribuído a um Desembargador Relator.
2º exemplo: imagine que contra a decisão de um TRT (acórdão) foi interposto um recurso de
revista. Esse recurso de revista, quando chega no TST, é distribuído a um Ministro Relator.
Esse Desembargador (1º exemplo) ou esse Ministro (2º exemplo), caso constate que o re-
curso não preenche os pressupostos recursais ou mesmo que está prejudicada a análise do
recurso por outro motivo, pode não conhecer do recurso em decisão monocrática.
Veja o art. 932, III, CPC:
Vamos continuar.
Exemplo: imagine, agora, que o Desembargador (1º exemplo) ou o Ministro (2º exemplo), ao
receber o recurso, verifica que o recurso da parte:
a) contraria súmula do STF, súmula do TST ou súmula do próprio TRT (esse último caso apenas
no 1º exemplo);
b) contraria decisão proferida pelo STF ou pelo Tribunal Superior do Trabalho em julgamento
de recurso repetitivo;
c) contraria decisão proferida em incidente de resolução de demandas repetitivas (IRDR) ou
incidente de assunção de competência (IAC).
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 67 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
Nesse caso, o Desembargador (1º exemplo) ou ministro (2º exemplo) pode prolatar uma
decisão monocrática negando provimento ao recurso.
Leia o art. 932, IV, do CPC (mas lembre-se de que onde você lê Superior Tribunal de Jus-
tiça, deve ler “Tribunal Superior do Trabalho” para fazer as devidas adequações ao Processo
do Trabalho):
Por outro lado, pense, agora, que o Desembargador (1º exemplo) ou o Ministro (2º
exemplo), ao receber o recurso, verifica que o recurso da parte está correto, porque a
decisão recorrida:
• contraria súmula do STF, súmula do TST, ou súmula do próprio TRT (esse último caso
apenas no 1º exemplo); ou
• contraria decisão proferida pelo STF ou pelo Tribunal Superior do Trabalho em julga-
mento de recurso repetitivo; ou
• contraria decisão proferida em incidente de resolução de demandas repetitivas (IRDR)
ou incidente de assunção de competência (IAC).
Nessas hipóteses, o Desembargador (1º exemplo) ou Ministro (2º exemplo) pode dar uma
decisão monocrática dando provimento ao recurso.
Leia o art. 932, V, do CPC (mas lembre-se de que onde você lê Superior Tribunal de Jus-
tiça, você deve ler “Tribunal Superior do Trabalho” para fazer as devidas adequações ao Pro-
cesso do Trabalho):
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 68 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
O próprio art. 3º, XXIX, da IN 39/2016 explicita admissibilidade do agravo interno no Pro-
cesso do Trabalho:
IN 39/2016 do TST
Art. 3º Sem prejuízo de outros, aplicam-se ao Processo do Trabalho, em face de
omissão e compatibilidade, os preceitos do Código de Processo Civil que regulam
os seguintes temas:
XXIX – art. 1021 (salvo quanto ao prazo do agravo interno).
Prolatada a decisão monocrática (qualquer das decisões acima estudadas), deve-se re-
conhecer a possibilidade de recurso, o qual será o agravo interno previsto no art. 1.021, caput,
do CPC:
Art. 1.021. Contra decisão proferida pelo relator caberá agravo interno para o respectivo órgão co-
legiado, observadas, quanto ao processamento, as regras do regimento interno do tribunal.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 69 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
O agravo será julgado pelo órgão colegiado competente, conforme especificado no Regi-
mento Interno dos Tribunais.
Ressalte-se que o agravo é dirigido ao relator, que intimará a parte contrária para contrar-
razões, na forma do art. 1.021, § 2º, do CPC (exceto em relação ao prazo que será de 8 dias,
na forma da regra do Processo do Trabalho e do art. 1º da IN 39/2016 do TST):
CPC
Art. 1.021, § 2º O agravo será dirigido ao relator, que intimará o agravado para manifestar-se sobre
o recurso no prazo de 15 (quinze) dias, ao final do qual, não havendo retratação, o relator levá-lo-á
a julgamento pelo órgão colegiado, com inclusão em pauta.
IN 39/2016 do TST
Art. 1º, § 2º O prazo para interpor e contra-arrazoar todos os recursos trabalhistas, inclusive agra-
vo interno e agravo regimental, é de oito dias (art. 6º da Lei n. 5.584/70 e art. 893 da CLT), exceto
embargos de declaração (CLT, art. 897-A).
No momento de julgar o agravo, existe uma regra importante no art. 1.021, § 3º, do CPC:
Art. 1.021, § 3º É vedado ao relator limitar-se à reprodução dos fundamentos da decisão agravada
para julgar improcedente o agravo interno.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 70 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
OJ 412 da SDI-I
AGRAVO INTERNO OU AGRAVO REGIMENTAL. INTERPOSIÇÃO EM FACE DE DECISÃO
COLEGIADA. NÃO CABIMENTO. ERRO GROSSEIRO. INAPLICABILIDADE DO PRINCÍPIO
DA FUNGIBILIDADE RECURSAL. (nova redação em decorrência do CPC de 2015) – Res.
209/2016 – DEJT divulgado em 01, 02 e 03.06.2016
É incabível agravo interno (art. 1.021 do CPC de 2015, art. 557, §1º, do CPC de 1973) ou
agravo regimental (art. 235 do RITST) contra decisão proferida por Órgão colegiado. Tais
recursos destinam-se, exclusivamente, a impugnar decisão monocrática nas hipóteses
previstas. Inaplicável, no caso, o princípio da fungibilidade ante a configuração de erro
grosseiro.
Art. 1.021, § 4º Quando o agravo interno for declarado manifestamente inadmissível ou improce-
dente em votação unânime, o órgão colegiado, em decisão fundamentada, condenará o agravante
a pagar ao agravado multa fixada entre um e cinco por cento do valor atualizado da causa.
Uma vez aplicada a multa, eventual futuro recurso contra a decisão colegiada apenas
pode ser interposto mediante o depósito prévio do valor da multa, ressalvada a prerrogativa
da Fazenda Pública e do beneficiário da Justiça Gratuita, os quais são dispensados desse re-
colhimento no momento da interposição do recurso, somente recolhendo os valores ao final:
Art. 1.021, § 5º A interposição de qualquer outro recurso está condicionada ao depósito prévio do
valor da multa prevista no § 4º, à exceção da Fazenda Pública e do beneficiário de gratuidade da
justiça, que farão o pagamento ao final.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 71 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
Constitui ônus da parte recorrente, sob pena de deserção, depositar previamente a multa
aplicada com fundamento nos §§ 4º e 5º, do art. 1.021, do CPC de 2015 (§ 2º do art. 557
do CPC de 1973), à exceção da Fazenda Pública e do beneficiário de justiça gratuita, que
farão o pagamento ao final.
Um cuidado deve ainda ser tomado. Você sabe que qualquer decisão monocrática pode
ser objeto de embargos de declaração, na forma do art. 1.024, § 2º, do CPC:
Art. 1.024, § 2º Quando os embargos de declaração forem opostos contra decisão de relator
ou outra decisão unipessoal proferida em tribunal, o órgão prolator da decisão embargada
decidi-los-á monocraticamente.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 72 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
Ora, se o agravo interno é cabível contra a decisão do relator, então tornar-se-ia desne-
cessária a previsão do agravo regimental.
O Tribunal Superior do Trabalho suprimiu o agravo regimental, sendo que as hipóteses
atualmente são tratadas como agravo interno. Veja o art. 265, caput, do Regimento Interno
do TST:
No entanto, vários Tribunais mantêm o uso do agravo regimental nas hipóteses previstas
no respectivo regimento interno.
Como se trata de agravo, é possível o exercício do juízo de retratação, ou seja, pode aquele
Desembargador (no TRT), que proferiu a decisão monocrática, voltar atrás na sua decisão.
O agravo regimental é interposto perante o órgão que proferiu a decisão atacada, sendo
posteriormente remetido ao órgão indicado no regimento interno para julgamento.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 73 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
RESUMO
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 74 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 75 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 76 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 77 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 78 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 79 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 80 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
Caro(a) aluno(a), vamos tratar, nesta aula, de questões sobre aspectos de recursos traba-
lhistas. É muito comum serem cobrados detalhes legais das mais variadas espécies de recur-
sos. Além disso, deve-se conhecer as posições jurisprudenciais consolidadas que também
são objeto de questionamentos.
Você deve se lembrar de que as questões foram respondidas com base na legislação e na
jurisprudência atuais.
Vamos aos estudos!
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 81 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
QUESTÕES DE CONCURSO
Questão 1 (CESPE/PGM-JOÃO PESSOA/PB/PROCURADOR MUNICIPAL/2018) A respeito
do agravo de petição no processo de execução trabalhista, é correto afirmar que
a) a interposição desse recurso suspende o curso da execução até o seu julgamento final.
b) a parte executada deve delimitar os valores impugnados, de forma a possibilitar a execução
da parte incontroversa.
c) a interposição desse recurso para obter um acréscimo no valor já apurado deverá delimitar
o valor que deseja acrescer.
e) é necessário o recolhimento do depósito recursal quando da interposição desse recurso na
fase executória, mesmo estando garantido o juízo.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 82 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 83 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 84 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
c) deverá ser interposto agravo de instrumento no prazo de 8 dias, que suspenderá a execu-
ção da sentença.
d) deverá ser interposto agravo de instrumento no prazo de 8 dias, que não suspenderá a
execução da sentença.
e) deverá ser interposto agravo de instrumento no prazo de 10 dias, que não suspenderá a
execução da sentença.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 85 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 86 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 87 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 88 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 89 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
GABARITO
1. b
2. d
3. C
4. a
5. E
6. E
7. E
8. a
9. c
10. d
11. E
12. E
13. d
14. c
15. e
16. b
17. E
18. b
19. E
20. E
21. E
22. E
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 90 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
GABARITO COMENTADO
Questão 1 (CESPE/PGM-JOÃO PESSOA/PB/PROCURADOR MUNICIPAL/2018) A respeito
do agravo de petição no processo de execução trabalhista, é correto afirmar que
a) a interposição desse recurso suspende o curso da execução até o seu julgamento final.
b) a parte executada deve delimitar os valores impugnados, de forma a possibilitar a execução
da parte incontroversa.
c) a interposição desse recurso para obter um acréscimo no valor já apurado deverá delimitar
o valor que deseja acrescer.
e) é necessário o recolhimento do depósito recursal quando da interposição desse recurso na
fase executória, mesmo estando garantido o juízo.
Letra b.
a) Errada. A interposição de agravo de petição contra decisão na execução não suspende a
execução trabalhista. Os recursos trabalhistas, como regra, não possuem efeito suspensivo.
Veja o disposto no art. 899, caput, da CLT.
b) Certa. O agravante deve dizer sobre o que trata o recurso e qual o valor envolvido no debate.
Esse requisito está expresso no art. 897, § 1º, da CLT.
c) Errada. Não existe essa previsão legal.
e) Errada. Quando o juízo já está garantido, não é necessário fazer depósito recursal para in-
terpor agravo de petição. Leia a Súmula 128, II, do TST.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 91 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
b) agiu equivocadamente, pois a empresa pública municipal em questão goza das mesmas
prerrogativas da Fazenda Pública, no âmbito processual trabalhista.
c) agiu equivocadamente, pois não se exige das empresas públicas exploradoras de atividade
econômica o depósito recursal.
d) agiu corretamente, pois a empresa pública municipal em questão deveria ter respeitado o
prazo de oito dias úteis e não estava desobrigada do depósito recursal.
e) agiu equivocadamente, pois todas as empresas públicas gozam de prazo em dobro para
interpor recursos no âmbito processual trabalhista.
Letra d.
As empresas estatais, como regra, não possuem prazo em dobro para recorrer, sendo o prazo
simples. Não gozam das mesmas prerrogativas da Fazenda Pública. Assim, o prazo do recur-
so ordinário é de 8 dias úteis. Lembre-se de que o prazo é contado em dias úteis, conforme
art. 775, caput, da CLT. Além disso, tais empresas não estão dispensadas, como regra, de re-
alizar depósito recursal, por receber o mesmo tratamento trabalhista das empresas privadas,
na forma do art. 173, § 1º, II, da Constituição Federal. Veja o seguinte julgado exemplificativo
do TST:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 92 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
Você somente deve ter cuidado com os Correios, porquanto a Empresa Brasileira de Correios
e Telégrafos (ECT) possui as mesmas prerrogativas da Fazenda Pública, por força do art. 12
do Decreto-Lei 509/69.
Certo.
Contra a sentença que julga os embargos à execução cabe agravo de petição na forma do art.
897, “a”, da CLT.
Letra a.
a) Certa. É o que dispõe a Súmula 393, II, do TST.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 93 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
b) Errada. Quando uma matéria (capítulo) é devolvida ao Tribunal pelo recurso ordinário, todos
os fundamentos da defesa ou da petição inicial relacionados a essa matéria são devolvidos.
O Tribunal pode analisar todos os fundamentos atrelados a essa matéria, mesmo que o juiz
de 1º grau não tenha se manifestado sobre um dos fundamentos na sentença. Não precisa de
haver renovação do fundamento não apreciado nas contrarrazões do recurso ordinário. Leia
a Súmula 393, I, do TST.
c) Errada. Se o pedido não for examinado na sentença, ainda assim o efeito devolutivo em
profundidade do recurso ordinário permite que o TRT, a julgar o recurso, possa examinar esse
pedido em relação ao qual houve omissão. É o que dispõe a Súmula 393, I, do TST.
d) Errada. Se o processo estiver em condições de julgamento (teoria da causa madura), quan-
do o Tribunal examina um recurso, deve prosseguir no exame de mérito da matéria. É o que
dispõe a Súmula 393, I, do TST.
e) Errada. O efeito devolutivo em profundidade do recurso ordinário é perfeitamente reconhe-
cido no Processo do Trabalho. Veja a Súmula 393 do TST.
Errado.
O fato de interposição dos embargos de declaração interromperem o prazo recursal não pre-
judica o recurso interposto pela parte contrária, o qual continua válido, na forma do art. 1.024,
§§ 4º e 5º, do CPC.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 94 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
Errado.
Quando é proferida uma sentença terminativa ou, se o processo for de competência originária
do TRT, um acórdão terminativo, cabe recurso ordinário na forma do art. 895, I e II, da CLT.
Errado.
Não é necessário proceder essa atualização dos cálculos. O art. 897, § 1º, da CLT não exige
isso. O TST entende que exigir a atualização de valores viola o direito de defesa.
Letra a.
O recurso adequado para atacar decisão em execução é o agravo de petição, na forma
do art. 897, “a”, da CLT. Quanto à letra “e”, registre-se que não existe remessa necessária
contra sentença que julga improcedentes os embargos à execução trabalhista opostos
pela Fazenda Pública.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 95 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
Letra c.
Os embargos de declaração podem ser utilizados para se alegar manifesto equívoco no exa-
me dos pressupostos extrínsecos de um recurso. O preparo (gênero que inclui custas e depó-
sito recursal) é um pressuposto extrínseco. Leia o art. 897-A, caput, da CLT.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 96 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
Letra d.
Quando um recurso é trancado (tem o seguimento denegado por instância inferior), o recurso
cabível é o agravo de instrumento na forma do art. 897, “b”, da CLT no prazo de 8 dias úteis.
O prazo é contado em dias úteis por forma do art. 775, caput, da CLT. E esse agravo não sus-
pende a execução de sentença, por força do art. 897, § 2º, da CLT.
Errado.
O recolhimento da multa por litigância de má-fé não é pressuposto objetivo recursal traba-
lhista. Não é preciso recolher a multa para recorrer. Leia a OJ 409 da SDI-I.
Errado.
O recurso interposto antes de ser publicado o acórdão não gera qualquer intempestivida-
de ou extemporaneidade. O art. 218, § 4º, do CPC aponta. O TST atualmente segue esse
entendimento.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 97 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 98 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
Letra d.
a) Errada. A competência territorial para a ação trabalhista é relativa e depende de provocação
da parte. Além disso, quando a CLT (art. 795, § 1º) menciona “incompetência de foro” não está
se referindo à competência territorial, mas à competência material (leia-se “foro”, nesse caso,
como “Justiça do Trabalho”).
b) Errada. Como o juiz de São Paulo acolheu a exceção de incompetência e determinou a
remessa dos autos para juízo vinculado a outro TRT (Vara do Rio de Janeiro), cabe excepcio-
nalmente recurso ordinário dessa decisão interlocutória na forma da Súmula 214, “c”, do TST:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 99 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
mada interpôs recurso de embargos declaratórios, os quais não foram acolhidos pelo Juízo.
Em ato contínuo, a Reclamada interpôs Recurso Ordinário, que não foi conhecido pelo Juízo,
por preclusão, vez que o Juízo entendeu que os embargos de declaração eram meramente
procrastinatórios. Contra essa decisão é cabível:
a) Agravo de Petição, no prazo de 8 dias.
b) Recurso de Revista, no prazo de 8 dias.
c) Agravo de Instrumento, no prazo de 8 dias.
d) Embargos de declaração, no prazo de 5 dias.
e) Mandado de Segurança, no prazo de 15 dias.
Letra c.
Se o juiz não recebe o recurso ordinário contra decisão que tranca o prosseguimento do re-
curso, cabe agravo de instrumento na forma do art. 897, “b”, da CLT.
Letra e.
É o que dispõe o art. 855-A, § 1º, II, da CLT.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 100 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
a) O recurso deverá ser conhecido pelo juízo ad quem, pois as empresas públicas possuem
prazo em dobro para recorrer.
b) O recurso não deverá ser conhecido pelo juízo ad quem, tendo em vista a intempestividade.
c) O recurso deverá ser conhecido pelo juízo ad quem, pois foi observado o prazo legal de
quinze dias úteis.
d) O recurso deverá ser conhecido pelo juízo ad quem se houver o adequado preparo.
e) O recurso deverá ser conhecido pelo juízo ad quem, pois está vinculado ao juízo de admis-
sibilidade da instância inferior.
Letra b.
As empresas públicas (exceto os Correios) não possuem prazo privilegiado para recorrer, sen-
do o mesmo prazo das empresas privadas. Dessa forma, da sentença cabia recurso ordinário
no prazo de 8 dias úteis. Assim, o recurso foi interposto depois do prazo legal, não devendo
ser conhecido por ausência de pressuposto extrínseco, sendo intempestivo.
Errado.
O efeito suspensivo, apesar de não ser regra nos recursos trabalhistas, pode ser obtido na
forma da Súmula 414, I, do TST.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 101 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
Letra b.
Se, no prazo legal, houve interposição somente de recurso ordinário pela ré, então o autor
pode, no prazo das contrarrazões, interpor recurso adesivo, na forma do art. 997, § 2º, do CPC
e Súmula 283 do TST. Registre-se que não existe apelação no Processo do Trabalho. Além
disso, se já houve o transcurso de prazo para o recurso ordinário autônomo, apenas resta a
possibilidade do recurso ordinário adesivo.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 102 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
Errado.
O prazo para recurso ordinário é de 8 dias úteis e não de 15 dias úteis, na forma do art. 895
da CLT.
Errado.
Contra a decisão definitiva em primeira instância cabe recurso ordinário na forma do art. 895
da CLT e não recurso de revista.
Errado.
A parte que interpuser recurso precisa provar a existência de feriado local que autorize a pror-
rogação do prazo recursal, na forma da Súmula 385, I, do TST.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 103 de 107
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles
A regra do direito processual comum segundo a qual, quando os litisconsortes tiverem dife-
rentes procuradores, o prazo de recurso será contado em dobro deve ser aplicada, conforme
o TST, no processo do trabalho.
Errado.
A regra do art. 229 do CPC não se aplica ao Processo do Trabalho por incompatibilidade. Veja
a OJ 310 da SDI-I do TST.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 104 de 107
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 105 de 107
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 106 de 107
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS EDUARDO DE LIMA - 14868775839, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.