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DIREITO

PROCESSUAL DO
TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles

Sistema Recursal Trabalhista – Parte I............................................................................3


1. Generalidades..............................................................................................................3
2. Princípios Recursais....................................................................................................6
3. Pressupostos Processuais...........................................................................................9
3.1.Pressupostos Processuais Objetivos (Extrínsecos)....................................................9
3.2. Pressupostos Processuais Subjetivos (Intrínsecos)................................................45
4. Espécies de Recursos. ............................................................................................... 47
4.1. Embargos de Declaração........................................................................................ 47
4.2. Recurso Ordinário..................................................................................................54
4.3. Agravo de Petição................................................................................................. 60
4.4. Agravo de Instrumento..........................................................................................64
4.5. Agravo Interno...................................................................................................... 66
4.6. Agravo Regimental................................................................................................. 73
Resumo......................................................................................................................... 74
Questões de Concurso.................................................................................................. 82
Gabarito....................................................................................................................... 90
Gabarito Comentado. ..................................................................................................... 91

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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles

SISTEMA RECURSAL TRABALHISTA – PARTE I


1. Generalidades
Recurso, no âmbito do processo judicial, é um meio processual de impugnação de uma
decisão judicial dentro do mesmo processo. Para que possa tramitar normalmente, devem ser
atendidos determinados pressupostos recursais.
Quando um pressuposto recursal não está presente, o recurso não será conhecido pelo
órgão julgador. O conhecimento de um recurso exige que os pressupostos recursais estejam
presentes. Sem eles, a irresignação do recorrente com a decisão atacada (as razões do recur-
so) não será examinada.
Se os pressupostos recursais estão presentes, então o recurso será conhecido e as ra-
zões (fundamentos) do recorrente serão analisadas, podendo o recurso ser:
• provido (acolhido - o recorrente tinha razão);
• parcialmente provido (o recorrente tinha parcial razão);
• ser improvido (ter o provimento negado - o recorrente não tinha razão).

Os recursos podem ser de natureza ordinária ou extraordinária. Nos recursos de natureza


ordinária, toda matéria de fato e de direito pode ser discutida. Nos recursos de natureza ex-
traordinária, a matéria fática não pode ser reexaminada (não se reexaminam fatos e provas,
sendo que se analisa o que está contido na decisão recorrida).
O recurso de revista e o recurso de embargos de divergência no TST, por exemplo, são
recursos de natureza extraordinária. Nesse ponto, veja a Súmula 126 do TST:

Súmula 126 do TST


RECURSO. CABIMENTO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
Incabível o recurso de revista ou de embargos (arts. 896 e 894, “b”, da CLT) para reexame
de fatos e provas.

Os recursos podem, ainda, ser parciais (quando atacam parte da matéria em relação à
qual o recorrente tem interesse de recorrer) ou totais (quando atacam toda a matéria em re-
lação à qual possui interesse de recorrer).

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Exemplo: Joana entrou com ação contra a empresa W e pediu horas extras e diferenças deri-
vadas de equiparação salarial. Perdeu tudo na sentença. Se recorrer apenas da parte das
horas extras, o recurso é parcial. Se recorrer de tudo, o recurso é total.

E quais são os recursos cabíveis?


O art. 893, caput, da CLT prevê um rol, mas meramente exemplificativo:

Art. 893. Das decisões são admissíveis os seguintes recursos:


I – embargos;
II – recurso ordinário;
III – recurso de revista;
IV – agravo.

Existem diversos outros recursos que não estão ali indicados e que estudaremos mais adiante.
E quais seriam os efeitos dos recursos?
O recurso, no Processo do Trabalho, possui normalmente efeito meramente devolutivo.
Isso significa que o recurso manda (devolve) para o órgão que vai julgá-lo a matéria que foi
discutida na decisão atacada. Esse efeito devolutivo pode ser em extensão, também conheci-
do como efeito devolutivo horizontal.

Exemplo: a sentença envolveu o assunto horas extras e equiparação salarial, mas a empresa
condenada recorreu apenas das horas extras. A matéria devolvida para o Tribunal Regional
abrange somente as horas extras (a devolução apenas ocorreu nesta extensão).

Já o efeito suspensivo envolve a impossibilidade de se executar a decisão atacada en-


quanto o recurso não for julgado. Normalmente, os recursos trabalhistas não possuem efei-
to suspensivo, permitindo a execução da decisão recorrida provisoriamente. Leia o art. 899,
caput, da CLT:

Art. 899. Os recursos serão interpostos por simples petição e terão efeito meramente devolutivo,
salvo as exceções previstas neste Título, permitida a execução provisória até a penhora.

Quando um recurso não possui efeito suspensivo, mas este efeito é importante para o
recorrente, o que deve ele fazer?
Deve a parte interessada pedir tutela cautelar para concessão de efeito suspensivo por
petição. Veja uma aplicação clara na Súmula 414, I, do TST:

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Súmula 414 do TST


MANDADO DE SEGURANÇA. TUTELA PROVISÓRIA CONCEDIDA ANTES OU NA SEN-
TENÇA (nova redação em decorrência do CPC de 2015) - Res. 217/2017, DEJT divulgado
em 20, 24 e 25.04.2017
I – (...) É admissível a obtenção de efeito suspensivo ao recurso ordinário mediante
requerimento dirigido ao tribunal, ao relator ou ao presidente ou ao vice-presidente do
tribunal recorrido, por aplicação subsidiária ao processo do trabalho do artigo 1.029, §
5º, do CPC de 2015.

O desembargador, ou ministro relator do recurso, vai decidir sobre esse pedido de efeito
suspensivo. Além disso, existe o efeito substitutivo. Por esse efeito, em regra, uma vez julga-
do o recurso, então a decisão nova substitui a anterior. Veja o art. 1.008 do CPC:

Art. 1.008. O julgamento proferido pelo tribunal substituirá a decisão impugnada no que tiver sido
objeto de recurso.

O efeito regressivo, por sua vez, cuida da possibilidade daquele que proferiu a decisão
recorrida exercer o juízo de retratação (quer dizer, voltar atrás na decisão). Isso ocorre
apenas em alguns tipos de recursos, como o agravo interno, o agravo de instrumento e o
agravo regimental.
Além disso, existe o efeito extensivo. Segundo esse efeito, o julgamento do recurso inter-
posto por um litisconsorte pode aproveitar a outro litisconsorte. Observe o art. 1.005 do CPC:

Art. 1.005. O recurso interposto por um dos litisconsortes a todos aproveita, salvo se distintos ou
opostos os seus interesses.
Parágrafo único. Havendo solidariedade passiva, o recurso interposto por um devedor aproveitará
aos outros quando as defesas opostas ao credor lhes forem comuns.

Exemplo: Marília e Vítor, trabalhadores de uma categoria profissional, ajuizaram uma ação
anulatória de eleição sindical contra o sindicato, afirmando que a eleição da diretoria foi frau-
dulenta. Suponha que o juiz julgou a demanda improcedente. Apenas Marília recorreu. Nesse
caso, se o recurso foi provido e o TRT entendeu que houve fraude, resta claro que o julgamen-
to beneficia Vítor (litisconsorte), já que o resultado teria que ser idêntico no exemplo dado (a
eleição é uma só - ou será anulada ou não será).

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Quanto ao parágrafo único do preceito transcrito, diante de eventual solidariedade pas-


siva dos réus reconhecida na decisão, se um dos devedores recorrer da decisão no ponto em
que o outro devedor também impugnava a pretensão do autor, o resultado do julgamento do
recurso de um aproveita ao outro.

Exemplo: pense na condenação solidária das empresas X e Y (por serem integrantes de grupo
econômico) no pagamento de horas extras ao trabalhador Mário. As empresas impugnaram
o labor extraordinário alegado, afirmando que não houve a realização de horas extras. Nesse
panorama, se o recurso da empresa X for provido com o afastamento das horas extras, então
a empresa Y também será beneficiada pelo efeito extensivo.
No entanto, seguindo o exemplo anterior, suponha que o recurso da empresa X envolves-
se apenas questão do grupo econômico, sustentando que ele não existia, razão pela qual a
empresa X não possuía relação com o trabalhador Mário, mas somente a empresa Y, efetiva
empregadora. Se o recurso da empresa X for provido, não haverá qualquer vantagem para a
empresa Y, porquanto continua condenada (as defesas não eram comuns).

Existe, ainda, o chamado efeito translativo. Segundo esse efeito, existem matérias que o
Tribunal, ao julgar um recurso, deve conhecer de ofício, independentemente de alguma parte
ter levantado a questão. Isso ocorre tanto nas matérias de ordem pública (como a decadên-
cia, por exemplo), quanto também no chamado efeito devolutivo em profundidade (que, para
muitos, é uma espécie de translativo e que veremos mais adiante).

2. Princípios Recursais
Existem vários princípios que regem o sistema recursal.
Princípio do duplo grau de jurisdição: em caso de recurso, haveria direito da parte de ter a
decisão revista por órgão jurisdicional distinto do prolator.
Tal princípio, para os defensores, fundar-se-ia no art. 5º, LV, da CF. Todavia, a jurisprudên-
cia e doutrina mais modernas admitem que o duplo grau de jurisdição não se revela princípio
constitucional, podendo ser suprimido por lei infraconstitucional.
Desta forma, existem decisões que não são passíveis de recurso ou que o recurso se
afigura de uso limitado, como ocorre nos recursos das sentenças de procedimento sumário.
Veja o art. 2º, § 4º, da Lei 5.584/70:

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Art. 2º, § 4º Salvo se versarem sobre matéria constitucional, nenhum recurso caberá das senten-
ças proferidas nos dissídios da alçada a que se refere o parágrafo anterior, considerado, para esse
fim, o valor do salário mínimo à data do ajuizamento da ação.

Princípio da irrecorribilidade imediata das interlocutórias: as decisões interlocutórias não


estão, em regra, sujeitas a recurso imediato, cabendo impugnação apenas por ocasião do
recurso da decisão definitiva. Esta previsão decorre do contido no art. 893, § 1º, da CLT:

Art. 893, § 1º Os incidentes do processo são resolvidos pelo próprio Juízo ou Tribunal, admitindo-
-se a apreciação do merecimento das decisões interlocutórias somente em recursos da decisão
definitiva.

Obs.:
 mais detalhes deste princípio podem ser vistos no capítulo sobre princípios processuais.

Princípio da voluntariedade: o exercício do direito de recorrer depende da vontade da parte.


Não se pode cogitar recurso sem que haja demonstração pela parte da intenção de recorrer.
Logo, quando tratamos de remessa necessária, não se afigura técnico mencionar “recurso
de ofício”, porquanto o juiz, ao submeter sua decisão ao duplo grau de jurisdição obrigatório,
não está recorrendo de si mesmo (o que seria absurdo!), mas somente cumprindo determi-
nação legal.
Princípio da proibição da reformatio in pejus: a condição do recorrente não pode ser pio-
rada pelo julgamento do seu próprio recurso. O tribunal, ao examinar exclusivamente um re-
curso de uma parte, não pode, como regra, piorar a sua situação no processo.
Veja uma aplicação prática:

AGRAVO INTERNO EM AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. LEI N.


13.015/2014. CPC/2015. INSTRUÇÃO NORMATIVA N. 40 DO TST. RESPONSABILIDADE
SOLIDÁRIA. FORMAÇÃO DE GRUPO ECONÔMICO. PRINCÍPIO NA NON REFORMATIO IN
PEJUS. No caso, o Tribunal Regional reconheceu a formação de grupo econômico entre
as empresas reclamadas, mantendo, contudo, a responsabilidade subsidiária da pri-
meira ré, em razão do princípio da non reformatio in pejus. Anotou, para tanto, que a
recorrente possui controle sobre os negócios e administração da primeira reclamada. O
exame da tese recursal, em sentido contrário, esbarra no teor da Súmula n. 126 do TST,
pois demanda o revolvimento dos fatos e das provas. Logo, preenchidos os requisitos

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do artigo 2º, § 2º, da CLT (redação anterior a dada pela Lei n. 13.467, de 2017), correta
a decisão que reconheceu a formação do grupo econômico. Agravo conhecido e não
provido (Ag-AIRR-1239-77.2015.5.05.0251, 7ª Turma, Relator Ministro Cláudio Masca-
renhas Brandão, DEJT 13/12/2019).

Todavia, existe uma exceção. Tratando-se de matéria de ordem pública, deve o órgão que
julga recurso conhecê-la de ofício, ainda que tal procedimento traga prejuízo ao recorrente.

Exemplo: imagine que João ingresse com uma ação trabalhista demandando um direito que
apenas foi reconhecido parcialmente em sentença. Insatisfeito, interpõe recurso ordinário
contra a sentença. O TRT, ao analisar o recurso, constata que houve decadência do direito do
autor, matéria que deve reconhecer de ofício (art. 210 do Código Civil). O TRT vai pronunciar a
decadência e, como consequência, a situação de João recorrente piorou.

Princípio da singularidade, unicidade recursal ou unirrecorribilidade: não é possível, em


regra, a interposição de mais de um recurso para a mesma decisão com objetivo de reformá-
-la ou anulá-la.
Registre-se que este princípio envolve o recurso que vise reformar/atacar a decisão, não
abrangendo os embargos de declaração, os quais são pertinentes a qualquer sentença, acór-
dão ou decisão interlocutória que apresente os vícios que justificam os embargos (veremos
esse recurso mais adiante).
Princípio de fungibilidade recursal: havendo a interposição errônea de um recurso pelo
outro, o recurso interposto de forma equivocada pode ser recebido como o recurso adequa-
do. Todavia, para tanto, devem ser obedecidos três requisitos: os pressupostos do recurso
adequado devem estar presentes, o erro não pode ser grosseiro e não pode derivar da má-fé.
Princípio da dialeticidade ou discursividade: muito embora o art. 899 da CLT preveja que
os recursos serão interpostos por simples petição, as razões recursais (os fundamentos)
mostram-se fundamentais.
Apenas com as razões do recurso pode-se verificar a extensão da matéria recorrida (do
que exatamente se está recorrendo), além de que as razões facilitam a análise do interesse
recursal e autorizam o exercício pleno da ampla defesa e contraditório pelo recorrido (que
pode defender a manutenção da decisão de forma mais específica, visto que compreende a
insatisfação do recorrente de maneira clara).

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Princípio da manutenção dos efeitos da sentença: um recurso pode ter diversos efeitos,
sendo que comumente se recordam do efeito devolutivo (segundo o qual se devolve a matéria
impugnada ao juízo ad quem) e o efeito suspensivo (mediante o qual não se pode executar a
decisão enquanto o recurso não for julgado).
No Processo do Trabalho, os recursos são, regra geral, recebidos apenas no efeito devo-
lutivo, na forma do art. 899, caput, da CLT:

Art. 899. Os recursos serão interpostos por simples petição e terão efeito meramente devolutivo,
salvo as exceções previstas neste Título, permitida a execução provisória até a penhora.

Como o efeito suspensivo não é regra, então fala-se em manutenção dos efeitos da sen-
tença. Se quiser compreender melhor os efeitos da sentença, remeto ao capítulo sobre sen-
tença e coisa julgada.

3. Pressupostos Processuais

3.1.Pressupostos Processuais Objetivos (Extrínsecos)


Dentre os pressupostos objetivos, encontram-se a tempestividade, o preparo, a adequa-
ção e a representação processual.
A) Tempestividade: Inicialmente, registre-se que o recurso deve ser tempestivo, ou seja,
deve ser interposto no prazo legal. No Processo do Trabalho, a regra é de que o prazo recursal
é de 8 dias, o que se infere do art. 6º da Lei 5.584/70:

Art. 6º Será de 8 (oito) dias o prazo para interpor e contra-arrazoar qualquer recurso (CLT, art. 893).

Aliás, o art. 1º da IN 39/2016 do TST prevê:

Art. 1º, § 2º O prazo para interpor e contra-arrazoar todos os recursos trabalhistas, inclusive agra-
vo interno e agravo regimental, é de oito dias (art. 6º da Lei no 5.584/70 e art. 893 da CLT), exceto
embargos de declaração (CLT, art. 897-A).

Todavia, são 5 dias para os embargos declaratórios (art. 897-A da CLT), 15 dias para o re-
curso extraordinário (arts. 1.003, § 5º, e 1.029 do CPC) e 15 dias para o agravo de instrumento
destinado a destrancar recurso extraordinário para o STF (arts. 1.003, § 5º, e 1.042 do CPC).

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Registre-se que os entes estatais (União, estados, DF e municípios), autarquias e funda-


ções públicas de direito público possuem prazo em dobro para recorrer:

Decreto-Lei 779/69
Art. 1º Nos processos perante a Justiça do Trabalho, constituem privilégio da União, dos Estados,
do Distrito Federal, dos Municípios e das autarquias ou fundações de direito público federais, esta-
duais ou municipais que não explorem atividade econômica:
III – o prazo em dobro para recurso.

No mesmo sentido, segue o art. 183 do CPC:

Art. 183. A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e
fundações de direito público gozarão de prazo em dobro para todas as suas manifestações pro-
cessuais, cuja contagem terá início a partir da intimação pessoal.
§ 1º A intimação pessoal far-se-á por carga, remessa ou meio eletrônico.
§ 2º Não se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei estabelecer, de forma expressa,
prazo próprio para o ente público.

Além disso, o Ministério Público do Trabalho (art. 180 do CPC) e a Defensoria Pública da
União (art. 44, I da LC 80/94; art. 186 do CPC) também possuem prazo em dobro para recorrer:

Art. 183. A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e
fundações de direito público gozarão de prazo em dobro para todas as suas manifestações pro-
cessuais, cuja contagem terá início a partir da intimação pessoal.
§ 1º A intimação pessoal far-se-á por carga, remessa ou meio eletrônico.
§ 2º Não se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei estabelecer, de forma expressa,
prazo próprio para o ente público.
Art. 180. O Ministério Público gozará de prazo em dobro para manifestar-se nos autos, que terá
início a partir de sua intimação pessoal, nos termos do art. 183, § 1º.
§ 1º Findo o prazo para manifestação do Ministério Público sem o oferecimento de parecer, o juiz
requisitará os autos e dará andamento ao processo.
§ 2º Não se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei estabelecer, de forma expressa,
prazo próprio para o Ministério Público.
Art. 186. A Defensoria Pública gozará de prazo em dobro para todas as suas manifestações pro-
cessuais.
§ 1º O prazo tem início com a intimação pessoal do defensor público, nos termos do art. 183, § 1º.
§ 2º A requerimento da Defensoria Pública, o juiz determinará a intimação pessoal da parte pa-
trocinada quando o ato processual depender de providência ou informação que somente por ela
possa ser realizada ou prestada.
§ 4º Não se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei estabelecer, de forma expressa,
prazo próprio para a Defensoria Pública.
LC 80/94

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Art. 44. São prerrogativas dos membros da Defensoria Pública da União:


I – receber, inclusive quando necessário, mediante entrega dos autos com vista, intimação pessoal
em qualquer processo e grau de jurisdição ou instância administrativa, contando-se-lhes em dobro
todos os prazos;

Além disso, os escritórios/núcleos de prática jurídica das faculdades de Direito e as enti-


dades que prestam assistência técnica gratuita em convênio com a Defensoria Pública pos-
suem prazo em dobro:

Art. 186, § 3º O disposto no caput aplica-se aos escritórios de prática jurídica das faculdades de
Direito reconhecidas na forma da lei e às entidades que prestam assistência jurídica gratuita em
razão de convênios firmados com a Defensoria Pública.

Por outro lado, as empresas públicas e as sociedades de economia mista não possuem
prazo em dobro. De fato, deve-se considerar que as empresas estatais, como regra, sujeitam-
-se ao regime jurídico das empresas privadas, por força do art. 173, § 1º, II, da Constituição
da República:

Art. 173, § 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia
mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização
de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre:
II – a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e
obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários;

Nesta direção da ausência de vantagens processuais das empresas estatais, segue inclu-
sive a inteligência da Súmula 170 do TST:

Súmula 170 do TST


SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. CUSTAS (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e
21.11.2003.
Os privilégios e isenções no foro da Justiça do Trabalho não abrangem as sociedades de
economia mista, ainda que gozassem desses benefícios anteriormente ao Decreto-Lei
n. 779, de 21.08.1969

Todavia, uma ressalva deve ser feita em relação aos Correios (ECT), empresa pública que
possui determinadas prerrogativas da Fazenda Pública, dentre elas o prazo em dobro para
recorrer, em decorrência do art. 12 do Decreto-Lei 509/69:

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Decreto-Lei 509/69
Art. 12 - A ECT gozará de isenção de direitos de importação de materiais e equipamentos destina-
dos aos seus serviços, dos privilégios concedidos à Fazenda Pública, quer em relação a imunidade
tributária, direta ou indireta, impenhorabilidade de seus bens, rendas e serviços, quer no concer-
nente a foro, prazos e custas processuais.

Na direção da existência de prerrogativa da ECT, observe um julgado do TST:

RECURSO DE REVISTA. EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS - ECT.


INTEMPESTIVIDADE DO RECURSO ORDINÁRIO. NÃO OCORRÊNCIA. RECEPÇÃO DO
DECRETO-LEI N. 509/69 PELA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. É pacífico o entendimento
desta Corte Superior, no sentido de que a ECT goza de prazo em dobro para recorrer,
uma vez que recepcionado o art. 12 do Decreto-Lei n. 509/69 pela Constituição Federal
vigente, aplicando-se à Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos os mesmos privilé-
gios processuais destinados à Fazenda Pública. Precedentes. Recurso de revista conhe-
cido e provido. (RR-112-05.2011.5.05.0006, 1ª Turma, Relator Desembargador Convo-
cado Marcelo Lamego Pertence, DEJT 26/10/2018).

Quanto à contagem do prazo, a reforma trabalhista (Lei 13.467/17) estabelece a conta-


gem em dias úteis:

Art. 775. Os prazos estabelecidos neste Título serão contados em dias úteis, com exclusão do dia
do começo e inclusão do dia do vencimento.
§ 1º Os prazos podem ser prorrogados, pelo tempo estritamente necessário, nas seguintes
hipóteses:
I – quando o juízo entender necessário;
II – em virtude de força maior, devidamente comprovada.
§ 2º Ao juízo incumbe dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios de
prova, adequando-os às necessidades do conflito de modo a conferir maior efetividade à tutela do
direito.

Na hipótese de ocorrência de feriado local, que influencie o dia do início ou término do


prazo recursal, a parte recorrente deverá comprovar o feriado nos autos, conforme define a
Súmula 385, I, do TST:

Súmula 385 do TST


FERIADO LOCAL OU FORENSE. AUSÊNCIA DE EXPEDIENTE. PRAZO RECURSAL. PROR-
ROGAÇÃO. COMPROVAÇÃO. NECESSIDADE (alterada em decorrência do CPC de 2015)
– Res. 220/2017 – DEJT divulgado em 21, 22 e 25.09.2017

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I – Incumbe à parte o ônus de provar, quando da interposição do recurso, a existência


de feriado local que autorize a prorrogação do prazo recursal (art. 1.003, § 6º, do CPC de
2015). No caso de o recorrente alegar a existência de feriado local e não o comprovar no
momento da interposição do recurso, cumpre ao relator conceder o prazo de 5 (cinco)
dias para que seja sanado o vício (art. 932, parágrafo único, do CPC de 2015), sob pena
de não conhecimento se da comprovação depender a tempestividade recursal;

Essa lógica também pode ser encontrada no art. 1.003, § 6º, do CPC:

Art. 1.003, § 6º O recorrente comprovará a ocorrência de feriado local no ato de interposição do


recurso.

Questão 1 (CESPE/CEBRASPE/PGE-AM/PROCURADOR DO MUNICÍPIO/2018) Julgue o


próximo item à luz da jurisprudência do TST acerca dos recursos na justiça do trabalho, da
liquidação e da execução no processo do trabalho.
A parte que interpuser recurso não precisará provar a existência de feriado local que autorize
a prorrogação do prazo recursal, por ser este um fato notório.

Errado.
A parte que interpuser recurso precisa provar a existência de feriado local que autorize a pror-
rogação do prazo recursal, na forma da Súmula 385, I, do TST.

E se a parte deixar de fazer essa comprovação?


Como se nota com a leitura da Súmula, deve ser dada a oportunidade de regularizar a
situação no prazo de 5 dias, o que atende ao disposto no art. 932, parágrafo único, do CPC:

Art. 932, Parágrafo único. Antes de considerar inadmissível o recurso, o relator concederá o prazo
de 5 (cinco) dias ao recorrente para que seja sanado vício ou complementada a documentação
exigível.

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Além de feriados locais, existem também feriados forenses. Estes são os quais em que
apenas a Justiça não funciona, como ocorre, por exemplo, com a quarta-feira e quinta-feira
imediatamente anteriores à sexta-feira da Paixão. Veja o art. 62, II, da Lei 5.010/66, o qual é
aplicável à Justiça do Trabalho:

Lei 5.010/66
Art. 62. Além dos fixados em lei, serão feriados na Justiça Federal, inclusive nos Tribunais
Superiores:
II – os dias da Semana Santa, compreendidos entre a quarta-feira e o Domingo de Páscoa;

No caso de feriados forenses, o próprio magistrado determina que a ocorrência do feriado


seja certificada no processo, conforme a Súmula 385, II, do TST:

Súmula 385 do TST


FERIADO LOCAL OU FORENSE. AUSÊNCIA DE EXPEDIENTE. PRAZO RECURSAL. PROR-
ROGAÇÃO. COMPROVAÇÃO. NECESSIDADE (alterada em decorrência do CPC de 2015)
– Res. 220/2017 – DEJT divulgado em 21, 22 e 25.09.2017
II – Na hipótese de feriado forense, incumbirá à autoridade que proferir a decisão de
admissibilidade certificar o expediente nos autos;

Havendo litisconsortes com procuradores diferentes, o prazo continuará a ser o mesmo,


sendo inaplicável o art. 229 do CPC, o qual preceitua o seguinte:

Art. 229. Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de escritórios de advocacia dis-
tintos, terão prazos contados em dobro para todas as suas manifestações, em qualquer juízo ou
tribunal, independentemente de requerimento.
§ 1º Cessa a contagem do prazo em dobro se, havendo apenas 2 (dois) réus, é oferecida defesa por
apenas um deles.
§ 2º Não se aplica o disposto no caput aos processos em autos eletrônicos.

De fato, esse prazo dilatado não é compatível com o princípio da celeridade que norteia o
Processo do Trabalho. Na direção da inaplicabilidade dessa norma, segue a OJ 310 da SDI-I
do TST:

OJ 310 da SDI-I do TST


LITISCONSORTES. PROCURADORES DISTINTOS. PRAZO EM DOBRO. ART. 229, CAPUT E
§§ 1º E 2º, DO CPC DE 2015. ART. 191 DO CPC DE 1973. INAPLICÁVEL AO PROCESSO DO

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TRABALHO (atualizada em decorrência do CPC de 2015) - Res. 208/2016, DEJT divul-


gado em 22, 25 e 26.04.2016
Inaplicável ao processo do trabalho a norma contida no art. 229, caput e §§ 1º e 2º, do
CPC de 2015 (art. 191 do CPC de 1973), em razão de incompatibilidade com a celeridade
que lhe é inerente.

Outro ponto interessante ocorre quando a parte verifica o conteúdo da decisão antes mes-
mo da publicação oficial. Atualmente, isso é muito comum porque as decisões são constan-
temente disponibilizadas na internet antes que haja tempo hábil para a publicação no Diário
de Justiça Eletrônico ou mesmo a parte compareceu no Tribunal para assistir à prolação da
decisão. Logo, muitas vezes, a parte se antecipa e interpõe o recurso.
No entanto, não é extemporâneo (fora do prazo) o recurso interposto antes da publicação
do acórdão. Aliás, o art. 218, § 4º, do CPC preceitua:

Art. 218, § 4º Será considerado tempestivo o ato praticado antes do termo inicial do prazo.

E se o juiz, ao fazer a admissibilidade do recurso, errar no exame da tempestividade, ne-


gando seguimento ao recurso?
Neste caso, a parte vai ingressar com outro recurso contra a decisão denegatória, de for-
ma que o juiz pode se retratar, conforme Súmula 385, III, do TST:

Súmula 385 do TST


FERIADO LOCAL OU FORENSE. AUSÊNCIA DE EXPEDIENTE. PRAZO RECURSAL. PROR-
ROGAÇÃO. COMPROVAÇÃO. NECESSIDADE (alterada em decorrência do CPC de 2015)
– Res. 220/2017 – DEJT divulgado em 21, 22 e 25.09.2017
III – Admite-se a reconsideração da análise da tempestividade do recurso, mediante
prova documental superveniente, em agravo de instrumento, agravo interno, agravo
regimental, ou embargos de declaração, desde que, em momento anterior, não tenha
havido a concessão de prazo para a comprovação da ausência de expediente forense.

Claro que, se o exame da tempestividade dependia de algum ato da parte (comprovar


feriado local por exemplo) e ela ficou inerte mesmo depois de intimada, não haverá reconsi-
deração da decisão denegatória.

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Preparo: no que tange ao preparo, esse conceito envolve as custas e o depósito recursal.
Custas: as custas, no processo de conhecimento, devem ser calculadas na forma prevista
no art. 789 da CLT. Se você não se recorda, vá para o capítulo sobre custas. O recolhimento
destas despesas, se houver recurso, deve ser feito e comprovado no prazo recursal, conforme
preceitua o art. 789, § 1º da CLT:

Art. 789, § 1º As custas serão pagas pelo vencido, após o trânsito em julgado da decisão. No caso
de recurso, as custas serão pagas e comprovado o recolhimento dentro do prazo recursal.

Os entes estatais, as autarquias e as fundações públicas, além do Ministério Público e


dos beneficiários da gratuidade judicial, estão isentos do recolhimento das custas na forma
do art. 790-A da CLT:

Art. 790-A. São isentos do pagamento de custas, além dos beneficiários de justiça gratuita:
I – a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e respectivas autarquias e fundações pú-
blicas federais, estaduais ou municipais que não explorem atividade econômica;
II – o Ministério Público do Trabalho.

Além disso, lembre-se de que os Correios gozam de determinados privilégios da Fazenda


Pública, o que inclui a isenção das custas, na forma do art. 12 do Decreto-Lei 509/69:

Art. 12 - A ECT gozará de isenção de direitos de importação de materiais e equipamentos destina-


dos aos seus serviços, dos privilégios concedidos à Fazenda Pública, quer em relação a imunidade
tributária, direta ou indireta, impenhorabilidade de seus bens, rendas e serviços, quer no concer-
nente a foro, prazos e custas processuais.

Veja um julgado exemplificativo sobre o tema:

(...) ECT. CUSTAS PROCESSUAIS. ISENÇÃO. A jurisprudência desta Corte Superior está
pacificada no sentido de que a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - ECT goza
dos privilégios dispensados à Fazenda Pública, nos termos do artigo 12 do Decreto-Lei
n. 509/1969. Recurso de revista conhecido por contrariedade à Orientação Jurispru-
dencial n. 247 da SBDI-1/TST e provido. CONCLUSÃO: Agravo de instrumento conhe-
cido e parcialmente provido e Recurso de revista conhecido e provido. (ARR-346-
33.2017.5.08.0122, 3ª Turma, Relator Ministro Alexandre de Souza Agra Belmonte, DEJT
11/10/2019).

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Agora existem alguns pontos interessantes sobre custas que pretendo expor de forma
mais prática.
Caso a parte sucumbente seja isenta do recolhimento de custas na primeira instância
(exemplo seria quando a parte é beneficiária da Justiça Gratuita), havendo inversão da su-
cumbência no âmbito do TRT, a parte contrária deve recolher as custas fixadas na decisão
original.

Exemplo: imagine que Arthur tenha ajuizado ação contra o Empresa X pedindo horas extras
no valor de R$ 100.000,00. A sentença julgou improcedentes os pedidos. Embora as custas
sejam de R$ 2.000,00, Arthur é beneficiário da Justiça Gratuita, não havendo necessidade
de recolher custas para recorrer. Arthur entra com recurso ordinário contra a sentença e seu
recurso foi provido integralmente pelo TRT com a condenação da Empresa X no total das
horas extras (R$ 100.000,00). Houve inversão da sucumbência. Se a empresa decidir entrar
com recurso de revista contra o acórdão do TRT, então deve recolher R$ 2.000,00 de custas.

É o que se depreende da leitura da súmula 25, I, do TST:

Súmula 25 do TST
CUSTAS PROCESSUAIS. INVERSÃO DO ÔNUS DA SUCUMBÊNCIA. (alterada a Súmula e
incorporadas as Orientações Jurisprudenciais n.s 104 e 186 da SBDI-1) - Res. 197/2015
- DEJT divulgado em 14, 15 e 18.05.2015
I – A parte vencedora na primeira instância, se vencida na segunda, está obrigada, inde-
pendentemente de intimação, a pagar as custas fixadas na sentença originária, das
quais ficara isenta a parte então vencida;

Havendo o recolhimento de custas por ocasião da interposição do recurso ordinário, caso


haja inversão da sucumbência (ou seja, a parte anteriormente derrotada venceu o recurso), a
parte contrária pode interpor recurso contra a nova decisão sem a necessidade de novo reco-
lhimento, caso não tenha havido acréscimo ou atualização das custas.

Exemplo: no exemplo dado, imagine que Arthur não fosse beneficiário da Justiça Gratuita e,
para recorrer, teve que recolher as custas de R$ 2.000,00. O recurso foi provido pelo TRT que

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condenou a empresa em R$ 100.000,00. Precisa a empresa recolher custas para entrar com
recurso de revista contra o acórdão do TRT? Não, porque elas já foram recolhidas. As custas
são do processo e não de cada parte. Se a empresa perder o recurso no TST e ficar como der-
rotada no processo, será ela executada nos R$ 100.000,00 de crédito do exequente Arthur e
ainda reembolsará Arthur pelos R$ 2.000,00 de custas.

Neste sentido segue a Súmula 25, II, do TST:

Súmula 25 do TST
CUSTAS PROCESSUAIS. INVERSÃO DO ÔNUS DA SUCUMBÊNCIA. (alterada a Súmula e
incorporadas as Orientações Jurisprudenciais n.s 104 e 186 da SBDI-1) - Res. 197/2015
- DEJT divulgado em 14, 15 e 18.05.2015
II – No caso de inversão do ônus da sucumbência em segundo grau, sem acréscimo ou
atualização do valor das custas e se estas já foram devidamente recolhidas, descabe um
novo pagamento pela parte vencida, ao recorrer. Deverá ao final, se sucumbente, reem-
bolsar a quantia;

As pessoas jurídicas de direito público, muito embora sejam isentas de custas, não estão
livres de restituir o valor pago pela parte contrária.
No exemplo anterior, e se o réu fosse a União no lugar da Empresa X? Teria que reembolsar
Arthur?
Claro que sim. Ainda que a União seja isenta de custas, houve recolhimento por parte de
Arthur para recorrer e ele tornou-se vencedor ao final do processo. Logo, a União deve reem-
bolsar o valor gasto por Arthur. Veja o art. 790-A, parágrafo único, da CLT:

Art. 790-A, Parágrafo único. A isenção prevista neste artigo não alcança as entidades fiscalizado-
ras do exercício profissional, nem exime as pessoas jurídicas referidas no inciso I da obrigação de
reembolsar as despesas judiciais realizadas pela parte vencedora.

Nessa direção segue o entendimento da Súmula 25, IV, do TST:

Súmula 25 do TST
CUSTAS PROCESSUAIS. INVERSÃO DO ÔNUS DA SUCUMBÊNCIA. (alterada a Súmula e
incorporadas as Orientações Jurisprudenciais n.s 104 e 186 da SBDI-1) - Res. 197/2015
- DEJT divulgado em 14, 15 e 18.05.2015

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IV – O reembolso das custas à parte vencedora faz-se necessário mesmo na hipótese


em que a parte vencida for pessoa isenta do seu pagamento, nos termos do art. 790-A,
parágrafo único, da CLT.

Se no julgamento do recurso ordinário, a condenação for agravada, a parte só estará obri-


gada a complementar o recolhimento de custas se houver menção expressa ao novo valor da
despesa processual ou intimação da parte para realizar o preparo.
Neste sentido temos a Súmula 25, III, do TST:

Súmula 25 do TST
CUSTAS PROCESSUAIS. INVERSÃO DO ÔNUS DA SUCUMBÊNCIA. (alterada a Súmula e
incorporadas as Orientações Jurisprudenciais n.s 104 e 186 da SBDI-1) - Res. 197/2015
- DEJT divulgado em 14, 15 e 18.05.2015
III – Não caracteriza deserção a hipótese em que, acrescido o valor da condenação, não
houve fixação ou cálculo do valor devido a título de custas e tampouco intimação da
parte para o preparo do recurso, devendo ser as custas pagas ao final;

Exemplo: imagine que Flávia ajuizou ação trabalhista em face da empresa W e pediu R$
20.000,00 de indenização por assédio moral. A sentença deferiu apenas R$ 5.000,00. A empre-
sa W e Flávia recorreram, sendo que a empresa recolheu custas (R$ 100,00 equivalente a 2%
sobre a condenação na forma do art. 789, I, da CLT). O recurso de Flávia foi provido pelo TRT
para aumentar a condenação para R$ 10.000,00, mas o recurso da empresa não foi provido.
Sucede que o TRT não fixou um novo valor de custas, o que significa que, se a empresa quiser
recorrer contra a decisão do Tribunal, então não precisa recolher mais custas. Somente reco-
lherá no final a diferença das custas.

No processo executivo, sendo as custas pagas ao final (art. 789-A, caput), elas não são
exigidas para a admissão dos recursos interpostos na execução. Nesta direção, veja o se-
guinte julgado do TST:

RECURSO DE REVISTA. EXECUÇÃO. AGRAVO DE PETIÇÃO. EMBARGOS DE TERCEIRO.


CUSTAS PROCESSUAIS. DESERÇÃO. A Lei n. 10.537/02, que inseriu o artigo 789-A na
CLT, não prevê a satisfação das custas como requisito de admissibilidade recursal na

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fase de execução, isto porque dispõe que serão pagas ao final. Ademais, a Orientação
Jurisprudencial Transitória n. 53 da SDI-1 desta Corte nada consigna sobre a necessi-
dade de recolhimento das custas processuais por parte do terceiro embargante, no perí-
odo posterior à Lei n. 10.537/2002. Recurso de revista conhecido e provido. (RR-629-
58.2017.5.12.0053, 8ª Turma, Relatora Ministra Dora Maria da Costa, DEJT 31/08/2018).

E se houver falhas no recolhimento de custas? Se o valor recolhido das custas for insufi-
ciente, incide o art. 1.007, § 2º, do CPC:

Art. 1.007, § 2º A insuficiência no valor do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, impli-
cará deserção se o recorrente, intimado na pessoa de seu advogado, não vier a supri-lo no prazo
de 5 (cinco) dias.

Logo, haverá necessidade de intimação da parte para que tenha a oportunidade de com-
plementar o recolhimento das custas. A aplicabilidade ao Processo do Trabalho pode ser
vista no art. 10 da IN 39/2016 do TST:

IN 39/2016 do TST
Art. 10. Aplicam-se ao Processo do Trabalho as normas do parágrafo único do art. 932 do CPC, §§
1º a 4º do art. 938 e §§ 2º e 7º do art. 1007.

Nesse sentido também milita a inteligência da OJ 140 da SDI-I do TST:

OJ 140 da SDI-I do TST


DEPÓSITO RECURSAL E CUSTAS PROCESSUAIS. RECOLHIMENTO INSUFICIENTE.
DESERÇÃO (nova redação em decorrência do CPC de 2015) - Res. 217/2017, DEJT divul-
gado em 20, 24 e 25.04.2017
Em caso de recolhimento insuficiente das custas processuais ou do depósito recursal,
somente haverá deserção do recurso se, concedido o prazo de 5 (cinco) dias previsto no
§ 2º do art. 1.007 do CPC de 2015, o recorrente não complementar e comprovar o valor
devido.

E se houver equívoco no preenchimento da guia de custas?


Nessa hipótese, deve ser oportunizada à parte a possibilidade de regularização, na forma
do art. 1.007, § 7º, do CPC, já mencionado no preceito da IN 39/16 do TST:

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Art. 1.007, § 7º O equívoco no preenchimento da guia de custas não implicará a aplicação da pena
de deserção, cabendo ao relator, na hipótese de dúvida quanto ao recolhimento, intimar o recorren-
te para sanar o vício no prazo de 5 (cinco) dias.

Aliás, também foi mencionado os parágrafos do art. 938 do CPC, que registram:

Art. 938, § 1º Constatada a ocorrência de vício sanável, inclusive aquele que possa ser conhecido
de ofício, o relator determinará a realização ou a renovação do ato processual, no próprio tribunal
ou em primeiro grau de jurisdição, intimadas as partes.
§ 2º Cumprida a diligência de que trata o § 1º, o relator, sempre que possível, prosseguirá no jul-
gamento do recurso.
§ 3º Reconhecida a necessidade de produção de prova, o relator converterá o julgamento em dili-
gência, que se realizará no tribunal ou em primeiro grau de jurisdição, decidindo-se o recurso após
a conclusão da instrução.
§ 4º Quando não determinadas pelo relator, as providências indicadas nos §§ 1º e 3º poderão ser
determinadas pelo órgão competente para julgamento do recurso.

O preceito certamente estimula a análise meritória do recurso, seja suplantando os vícios


sanáveis, seja determinando a realização de diligências probatórias.
O recolhimento das custas deve feito por meio de guia própria, qual seja a GRU Judicial
(Guia de Recolhimento da União) e não mais por DARF (Documento de Arrecadação de Recei-
tas Federais). Essa matéria foi definida no Ato Conjunto n. 21/2010 do TST.CSJT.GP.SG, cujo
art. 1º preceitua:

Ato Conjunto n. 21/2010 do TST.CSJT.GP.SG


Art. 1º A partir de 1º de janeiro de 2011, o pagamento das custas e dos emolumentos no âmbito
da Justiça do Trabalho deverá ser realizado, exclusivamente, mediante Guia de Recolhimento da
União – GRU Judicial, sendo ônus da parte interessada efetuar seu correto preenchimento.

Se a parte fizer o recolhimento por meio da guia errada, a posição majoritária do TST milita
no sentido de considerar o recurso deserto. Veja esse julgado esclarecedor:

AGRAVO REGIMENTAL EM EMBARGOS EM EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM EMBAR-


GOS DE DECLARAÇÃO EM RECURSO DE REVISTA - REGÊNCIA PELA LEI N. 13.015/2014
- DESERÇÃO DOS EMBARGOS. CUSTAS PROCESSUAIS RECOLHIDAS MEDIANTE A UTI-
LIZAÇÃO DE GUIA IMPRÓPRIA. Não merece reparos a decisão monocrática por meio da
qual se denegou seguimento ao recurso de embargos. Isso porque, no caso dos autos,

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restou evidenciada a deserção do referido apelo, porquanto o recolhimento das custas


processuais deu-se em manifesta inobservância à diretriz fixada no Ato Conjunto TST.
CSJT.GP.SG n. 21/2010, pois efetuado mediante a utilização de Documento de Arreca-
dação de Receitas Federais (DARF), e não por meio da Guia de Recolhimento da União
(GRU Judicial). Inaplicável à espécie o princípio da instrumentalidade das formas, pois,
embora os valores recolhidos tenham se revertido ao Tesouro Nacional, certo é que se
somaram, em virtude da errônea utilização do DARF, às receitas administradas pela
Receita Federal do Brasil (RFB) e pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN),
refugindo, dessa forma, ao controle do Poder Judiciário; e consoante se extrai do item 7
do documento intitulado “Orientações ao Judiciário Relativas à Arrecadação de Receitas
da União” (Portal Siafi), nem sequer é possível a retificação da arrecadação, pois, “ Face
à inexistência de instrumento normativo para retificação para GRU de valores recolhidos
por meio Darf, e vice-versa, o procedimento indicado é a restituição do valor ao contri-
buinte, para que este efetue o recolhimento correto por meio de GRU. Entretanto, por se
tratar de restituição de Darf, matéria pertinente à Secretaria da Receita Federal do Brasil,
a documentação deve ser encaminhada diretamente àquela Secretaria, para a unidade
de jurisdição do contribuinte - unidade da RFB no município de domicílio informado pelo
contribuinte em seu cadastro nessa Secretaria. Agravo regimental a que se nega provi-
mento” (AgR-E-ED-ED-RR-299-52.2011.5.02.0311, Subseção I Especializada em Dissí-
dios Individuais, Relator Ministro Marcio Eurico Vitral Amaro, DEJT 20/05/2016).

Depósito recursal.
Generalidades: no que tange ao depósito recursal, atente-se para o fato de que ele não
possui natureza de despesa processual, mas de garantia do juízo.
Trata-se de depósito em dinheiro efetuado pelo condenado e cujos valores serão utiliza-
dos na eventual futura execução trabalhista, quando serão convertidos em penhora.
A previsão original dessa garantia encontra-se no art. 899, §§ 1º, 2º e 6º, da CLT:

Art. 899, § 1º Sendo a condenação de valor até 10 (dez) vezes o salário-mínimo regional, nos dissí-
dios individuais, só será admitido o recurso inclusive o extraordinário, mediante prévio depósito da
respectiva importância. Transitada em julgado a decisão recorrida, ordenar-se-á o levantamento
imediato da importância de depósito, em favor da parte vencedora, por simples despacho do juiz.
§ 2º Tratando-se de condenação de valor indeterminado, o depósito corresponderá ao que for
arbitrado, para efeito de custas, pela Junta ou Juízo de Direito, até o limite de 10 (dez) vezes o sa-
lário-mínimo da região.

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§ 6º Quando o valor da condenação, ou o arbitrado para fins de custas, exceder o limite de 10 (dez)
vezes o salário-mínimo da região, o depósito para fins de recursos será limitado a este valor.

O limite não é mais esse descrito na lei. A Lei 8.542/92 inseriu o art. 40 na Lei 8.177/91,
o qual definiu, no parágrafo quarto, que o reajuste será realizado com base na variação do
INPC/IBGE:

Lei 8.177/91
Art. 40. O depósito recursal de que trata o art. 899 da Consolidação das Leis do Trabalho fica limi-
tado a Cr$ 20.000.000,00 (vinte milhões de cruzeiros), nos casos de interposição de recurso ordi-
nário, e de Cr$ 40.000.000,00 (quarenta milhões de cruzeiros), em se tratando de recurso de revista,
embargos infringentes e recursos extraordinários, sendo devido a cada novo recurso interposto no
decorrer do processo.
§ 1º Em se tratando de condenação imposta em ação rescisória, o depósito recursal terá, como
limite máximo, qualquer que seja o recurso, o valor de Cr$ 40.000.000,00 (quarenta milhões de
cruzeiros).
§ 4º Os valores previstos neste artigo serão reajustados bimestralmente pela variação acumulada
do INPC do IBGE dos dois meses imediatamente anteriores.

Diante desse panorama, o Tribunal Superior do Trabalho editou a Instrução Normativa


3/93, cujo inciso VI menciona a atualização anual dos depósitos recursais:

IN 3/93 do TST
VI – Os valores alusivos aos limites de depósito recursal serão reajustados anualmente pela varia-
ção acumulada do INPC do IBGE dos doze meses imediatamente anteriores, e serão calculados e
publicados no Diário Eletrônico da Justiça do Trabalho por ato do Presidente do Tribunal Superior
do Trabalho, tornando-se obrigatória a sua observância a partir do quinto dia seguinte ao da pu-
blicação.

E assim tem sido feita essa atualização. Todos os anos, por volta de julho, a Presidência
da Corte Superior edita um ato atualizando os valores do depósito recursal.
Contudo, ressalte-se que nem todos os recursos trabalhistas exigem o depósito recursal.
Os recursos que pressupõem, como regra, depósito recursal diante de uma condenação em
dinheiro são: recurso ordinário, recurso de revista, recurso de embargos no TST e agravo de
instrumento.

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Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles

O recurso extraordinário também exigia o depósito recursal, mas o Supremo Tribunal Fe-
deral entendeu que a exigência é inconstitucional, conforme a tese firmada no julgamento do
Tema 679 da Lista de Repercussão Geral:

Surge incompatível com a Constituição Federal exigência de depósito prévio como con-
dição de admissibilidade do recurso extraordinário, no que não recepcionada a previsão
constante do § 1º do artigo 899 da Consolidação das Leis do Trabalho, sendo inconsti-
tucional a contida na cabeça do artigo 40 da Lei n. 8.177 e, por arrastamento, no inciso
II da Instrução Normativa nº 3/1993 do Tribunal Superior do Trabalho

Quanto à conta a ser depositada a quantia, o valor deveria, antes da reforma trabalhista,
ser destinado a conta vinculada do FGTS, o que se constata no antigo art. 899, § 4º, da CLT:

CLT (antes da reforma trabalhista)


Art. 899, § 4º O depósito de que trata o § 1º far-se-á na conta vinculada do empregado a que se
refere o art. 2º da Lei n. 5.107, de 13 de setembro de 1966, (...)

A Lei 5.107/66 era a antiga Lei do FGTS e foi substituída pela Lei 8.036/90. Entretanto,
antes da reforma trabalhista, uma ressalva deveria ser feita aos casos que envolviam relação
de trabalho não sujeita a FGTS, tais como trabalho autônomo, eventual etc. Nestas situações,
o TST reconhecia a validade do depósito feito em conta à disposição do juízo, visto que esses
trabalhadores não possuem FGTS. Leia a Súmula 426 do TST:

Súmula 426 do TST


DEPÓSITO RECURSAL. UTILIZAÇÃO DA GUIA GFIP. OBRIGA-TORIEDADE (editada em
decorrência do julgamento do processo TST-IUJEEDRR 91700-09.2006.5.18.0006) -
Res. 174/2011, DEJT divulgado em 27, 30 e 31.05.2011.
Nos dissídios individuais o depósito recursal será efetivado mediante a utilização da
Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social – GFIP, nos termos
dos §§ 4º e 5º do art. 899 da CLT, admitido o depósito judicial, realizado na sede do juízo
e à disposição deste, na hipótese de relação de trabalho não submetida ao regime do
FGTS.

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Com a reforma trabalhista (Lei 13.467/17), o depósito deve ser realizado em conta judicial
vinculada ao juízo, não se fazendo mais em conta vinculada do FGTS.

Veja o atual art. 899, § 4º, da CLT:

Art. 899, § 4º O depósito recursal será feito em conta vinculada ao juízo e corrigido com os mes-
mos índices da poupança.

Vale lembrar de que o depósito recursal é apenas exigível do tomador de serviços (inclu-
sive empregador) e não do trabalhador. Se o trabalhador for condenado em uma ação traba-
lhista ou em reconvenção a pagar algum valor ao empregador, ele, para recorrer, não precisa
fazer depósito recursal. Esta é a posição prevalecente na jurisprudência. Neste sentido cola-
cionamos os seguintes julgados do TST:

I - RECURSO DE REVISTA DA RECLAMADA INTERPOSTO ANTES DA LEI N. 13.015/2014.


PRELIMINAR DE NÃO CONHECIMENTO DO RECURSO ORDINÁRIO. DESERÇÃO. (...)
Outrossim, a jurisprudência desta Corte firmou-se no sentido de que, quando o empre-
gado estiver na condição de demandado na ação de reconvenção, ou seja, como recon-
vinte, ele estará isento do pagamento de depósito recursal. Logo, não há se falar em
deserção. Recurso de revista não conhecido. (...) (RR-845-88.2010.5.09.0007, 2ª Turma,
Relatora Ministra Maria Helena Mallmann, DEJT 15/02/2019).
RECURSO DE REVISTA EM FACE DE DECISÃO PUBLICADA ANTES DA VIGÊNCIA DA LEI N.
13.015/2014. PRELIMINAR DE NÃO CONHECIMENTO ARGUIDA EM CONTRARRAZÕES -
DESERÇÃO - AUSÊNCIA DE DEPÓSITO RECURSAL DO EMPREGADO RECONVINDO. Não
há previsão legal da exigência de depósito recursal por parte do trabalhador, ainda que
sucumbente em reconvenção. Isso porque os §§ 1º, 4º e 5º do artigo 899 da CLT são
expressos ao direcionar apenas ao empregador a obrigação da garantia do juízo como
pressuposto extrínseco de admissibilidade recursal. Precedentes, inclusive da SBDI-1 e
da 3ª Turma. Preliminar rejeitada. (...) (RR-405000-25.2007.5.09.0670, 3ª Turma, Relator
Ministro Alexandre de Souza Agra Belmonte, DEJT 26/08/2016).

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O depósito recursal revela-se exigível apenas quando há condenação em pecúnia (dinhei-


ro). Neste sentido, a Súmula 161 do TST:

Súmula 161 do TST


DEPÓSITO. CONDENAÇÃO A PAGAMENTO EM PECÚNIA (mantida) - Res. 121/2003, DJ
19, 20 e 21.11.2003
Se não há condenação a pagamento em pecúnia, descabe o depósito de que tratam os
§§ 1º e 2º do art. 899 da CLT (ex-Prejulgado n. 39)

Dessa maneira, se a condenação for apenas de obrigação de fazer, não fazer ou entregar,
não há que se falar em depósito recursal. Tampouco haverá depósito das decisões puramente
declaratórias ou nas decisões constitutivas. Veja um julgado do TST nesse sentido:

(...) II - AGRAVO DE INSTRUMENTO. DESERÇÃO. DEPÓSITO RECURSAL. AUSÊNCIA DE


CONDENAÇÃO EM PECÚNIA. OBRIGAÇÃO DE FAZER. SÚMULA 161 DO TST. O Juízo pri-
meiro de admissibilidade denegou seguimento ao recurso de revista, por deserto. A sen-
tença mantida pelo Tribunal Regional condenou a reclamada apenas em obrigações de
fazer, não estabelecendo nenhuma condenação pecuniária que exigisse a garantia do
juízo, sendo, portanto, inexigível o pagamento de depósito recursal, nos estritos termos
da Súmula n. 161 do TST. (...). (AgR-AIRR-192-37.2014.5.09.0657, 3ª Turma, Relator
Ministro Alexandre de Souza Agra Belmonte, DEJT 12/04/2019).

As pessoas jurídicas de direito público estão dispensadas da realização do depósito re-


cursal, conforme se infere do art. 1º do Decreto-Lei 779/69:

Art. 1º Nos processos perante a Justiça do Trabalho, constituem privilégio da União, dos Estados,
do Distrito Federal, dos Municípios e das autarquias ou fundações de direito público federais, esta-
duais ou municipais que não explorem atividade econômica:
IV – a dispensa de depósito para interposição de recurso;

Com a reforma trabalhista (Lei 13.467/17), os beneficiários da Justiça Gratuita e as enti-


dades filantrópicas estão dispensadas de realizar o depósito recursal:

Art. 899, § 10 São isentos do depósito recursal os beneficiários da justiça gratuita, as entidades
filantrópicas e (...).

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A massa falida não precisa promover o recolhimento do depósito recursal e das custas,
porquanto não se pode efetuar pagamento fora do juízo universal da falência e tampouco se
pode desconsiderar as regras especiais disciplinadas pela Lei 11.101/05.
Veja o teor da Súmula 86 do TST:

Súmula 86 do TST
DESERÇÃO. MASSA FALIDA. EMPRESA EM LIQUIDAÇÃO EXTRAJUDICIAL (incorporada a
Orientação Jurisprudencial n. 31 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 -
Não ocorre deserção de recurso da massa falida por falta de pagamento de custas ou de
depósito do valor da condenação. Esse privilégio, todavia, não se aplica à empresa em
liquidação extrajudicial.

Como se nota no enunciado sumular, a empresa em liquidação extrajudicial não goza des-
se benefício. Quanto à empresa em recuperação judicial, a reforma trabalhista (Lei 13.467/17)
cria a isenção para tais empresas sujeitas a regime especial:

CLT
Art. 899, § 10 São isentos do depósito recursal (...) as empresas em recuperação judicial.

No que tange aos Correios, por possuírem as mesmas prerrogativas da Fazenda Pública
quanto a prazos e custas, o TST vem entendendo que não é necessário realizar o depósito
recursal:

(...) RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO PELA RECLAMADA ANTERIORMENTE À VIGÊN-


CIA DA LEI N. 13.015/2014. ECT. PRIVILÉGIOS CONCEDIDOS À FAZENDA PÚBLICA. (...)
A jurisprudência desta Corte Superior, na esteira de precedentes do Supremo Tribunal
Federal, é firme no sentido de que a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - ECT
goza dos mesmos privilégios concedidos à Fazenda Pública, nos termos do art. 12 do
Decreto-Lei n. 509/69, dentre os quais a isenção das custas processuais e a inexigibili-
dade de depósito recursal. Recurso de revista conhecido e provido, no particular” (ARR-
190300-68.2006.5.15.0129, 1ª Turma, Relator Ministro Walmir Oliveira da Costa, DEJT
15/06/2018).

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Os Estados Estrangeiros também estão dispensados de realizar o depósito recursal, con-


forme inciso X da IN 3/93 do TST:

IN 3/93 do TST
X – Não é exigido depósito recursal, em qualquer fase do processo ou grau de jurisdição,
dos entes de direito público externo e das pessoas de direito público contempladas no
Decreto-Lei n. 779, de 21.8.69, bem assim da massa falida e da herança jacente.

Observe um julgado do TST nesse sentido:

RECURSO DE REVISTA. PRELIMINAR ARGUIDA EM CONTRARRAZÕES. DESERÇÃO. O


reclamado, por ser Estado estrangeiro, está dispensado do recolhimento das custas e
do depósito recursal, em qualquer fase do processo, nos termos do item X da Instrução
Normativa n. 3 do TST. Não se há de falar em renúncia a tal prerrogativa, em razão de o
réu não a ter utilizado, por ocasião da interposição do recurso ordinário. (...) (RR-49700-
32.2005.5.10.0012, 7ª Turma, Relator Ministro Pedro Paulo Manus, DEJT 24/06/2011).

Quanto ao prazo para o depósito, este deve ocorrer no prazo alusivo ao recurso, conforme
Súmula 245 do TST:

Súmula 245 do TST


DEPÓSITO RECURSAL. PRAZO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003.
O depósito recursal deve ser feito e comprovado no prazo alusivo ao recurso. A interpo-
sição antecipada deste não prejudica a dilação legal.

Essa ideia decorre inclusive do art. 7º da Lei 5584/70:

Art. 7º A comprovação do depósito da condenação (CLT, art. 899, §§ 1º a 5º) terá que ser feita den-
tro do prazo para a interposição do recurso, sob pena de ser este considerado deserto.

No que tange ao limite para o depósito recursal, a regra é explicada pela Súmula 128, I, do TST:

Súmula 128 do TST


DEPÓSITO RECURSAL (incorporadas as Orientações Jurisprudenciais n.s 139, 189 e 190
da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005

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I – É ônus da parte recorrente efetuar o depósito legal, integralmente, em relação a cada


novo recurso interposto, sob pena de deserção. Atingido o valor da condenação, nenhum
depósito mais é exigido para qualquer recurso.

Assim, suponha que a condenação da empresa ré foi em R$ 4.000,00. Nesse caso, para
recorrer da sentença, deve promover a empresa o depósito recursal de R$ 4.000,00 integral-
mente. Se perder o recurso ordinário no TRT (negou-se provimento ao recurso) e a condena-
ção permanecer em R$ 4.000,00, não precisa a empresa fazer mais recolhimento de depósito
recursal, visto que o valor recolhido cobre toda a condenação.

Exemplo: suponha que a condenação da empresa tenha sido em R$ 100.000,00. Para ingres-
sar com recurso ordinário, terá o insurgente que depositar o teto do depósito recursal do RO
(limite atualizado todos os anos pela Presidência do TST), no valor exemplificativo de R$
10.000,00.

Quando a condenação supera o teto, deve-se depositar o valor deste teto (limite) para que
o pressuposto seja atendido. E, para cada novo recurso interposto, haverá um novo depósito
do teto até que seja atingido o valor da condenação.

Exemplo: se o recurso ordinário for negado e a condenação permaneceu em R$ 100.000,00,


terá a empresa, para ingressar com recurso de revista, depositar o teto desse recurso. Assim,
além dos R$ 10.000,00 que se encontram depositados referentes ao teto do recurso ordinário,
a parte terá que depositar o teto do recurso de revista (R$ 20.000,00, por exemplo), já que o
valor da condenação ultrapassa o valor de todos os tetos em conjunto.

No que tange ao agravo de instrumento, existe previsão legal de que o depósito recursal
será a metade do recurso que se pretende destrancar:

CLT
Art. 899, § 7º No ato de interposição do agravo de instrumento, o depósito recursal corresponderá
a 50% (cinquenta por cento) do valor do depósito do recurso ao qual se pretende destrancar.

Logo, se o recurso trancado for o recurso ordinário, o depósito do agravo de instrumento


possui, como limite, a metade do depósito do recurso ordinário.

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No entanto, existe uma exceção prevista no art. 899, § 8º, da CLT que se refere ao agravo
de instrumento para destrancar o recurso de revista, mas a matéria será tratada no item sobre
agravo de instrumento.
Vamos prosseguir com o depósito recursal.
A reforma trabalhista (Lei 13.467/17) cria uma redução pela metade do depósito recursal
em relação a diversas pessoas:

CLT
Art. 899, § 9º O valor do depósito recursal será reduzido pela metade para entidades sem fins lu-
crativos, empregadores domésticos, microempreendedores individuais, microempresas e empre-
sas de pequeno porte.

Outro ponto revela-se bastante interessante: se houver litisconsórcio e um dos litiscon-


sortes realizar o depósito recursal, esse depósito aproveita ao outro litisconsorte? Ou será
necessário que haja um depósito para cada recorrente?
A resposta depende da situação do caso concreto. O aproveitamento do depósito recursal
existe, em princípio, quando se trata de condenação solidária, na forma da Súmula 128, III, do TST:

Súmula 128 do TST


DEPÓSITO RECURSAL (incorporadas as Orientações Jurisprudenciais n.s 139, 189 e 190
da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005
III – Havendo condenação solidária de duas ou mais empresas, o depósito recursal efe-
tuado por uma delas aproveita as demais, quando a empresa que efetuou o depósito não
pleiteia sua exclusão da lide.

Exemplo: dessa forma, se duas empresas A e B foram condenadas solidariamente a pagar R$


7.000,00 para o reclamante Antônio, caso ambas recorram e a empresa A já tenha realizado o
depósito recursal de R$ 7.000,00, então a empresa B não precisa fazer o depósito.
No entanto, se a empresa A alegou matérias em seu recurso que a excluem do processo (ilegi-
timidade passiva, por exemplo), então a empresa B precisa fazer o depósito. Isso porque, se a
empresa A vencer o recurso, então levantará os depósitos recursais que realizou e o processo
não terá qualquer garantia.

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E se houve condenação subsidiária? Haveria o aproveitamento realizado por um dos


litisconsortes?
Nessa hipótese, se a empresa condenada principal efetuar o depósito, esse depósito apro-
veita ao devedor subsidiário se a devedora principal não pretende sua exclusão da lide. É a
mesma lógica estudada anteriormente na Súmula 128, III. Veja um julgado do TST:

(...) RECURSO DE REVISTA. RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA. DESERÇÃO. PREPARO


EFETUADO PELO DEVEDOR PRINCIPAL. DESNECESSIDADE DE RECOLHIMENTO PELO
DEVEDOR SUBSIDIÁRIO. (...) Por oportuno, a SBDI-1 desta Corte, no julgamento dos
Processos E-AIRR - 88840-38.2006.5.18.0005, Relatora Ministra Maria de Assis Cal-
sing, DEJT 06/08/2010 (decisão por maioria, vencido o Ex.mo Ministro Aloysio Corrêa
da Veiga) e E-ED-RR - 39900-19.2004.5.18.0003, Relatora Ministra Rosa Maria Weber,
DEJT 1º/10/2010 (decisão por unanimidade), uniformizou jurisprudência no sentido de
aplicar, de forma analógica, a Súmula n. 128, item III, do TST, ao devedor subsidiário e
considerar que o depósito realizado pelo devedor principal aproveita à empresa conde-
nada subsidiariamente. Desse modo, os autos devem retornar ao Tribunal Regional de
origem para que julgue o recurso ordinário da segunda reclamada (Salete Residence
SPE Ltda), como entender de direito. Recurso de revista conhecido e provido” (ARR-
1458-90.2015.5.02.0084, 2ª Turma, Relator Ministro José Roberto Freire Pimenta, DEJT
16/11/2018).

Por outro lado, se o depósito foi realizado somente pelo devedor subsidiário, este depósito
não aproveita ao devedor principal, segundo a posição majoritária do TST:

AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. DESERÇÃO DO RECURSO DE


REVISTA DETECTADA NO EXAME PRÉVIO DE ADMISSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE RECO-
LHIMENTO DO DEPÓSITO RECURSAL E DAS CUSTAS PROCESSUAIS. (...) De outro lado, a
jurisprudência deste Tribunal Superior tem-se orientado no sentido de que o depósito efe-
tuado pelo devedor subsidiário não aproveita ao devedor principal. Portanto, não socorre
a primeira reclamada, ora recorrente e devedora principal, o entendimento consagrado
no item III da Súmula 128 do TST, porquanto referido verbete não contempla a hipótese

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de depósito efetuado pelo devedor subsidiário. (...). (AIRR-20005-74.2015.5.04.0812, 8ª


Turma, Relatora Ministra Dora Maria da Costa, DEJT 04/06/2018).
I) AGRAVO DE INSTRUMENTO DA SEGUNDA RECLAMADA - ORTENG SPE PROJE-
TOS E MONTAGENS LTDA. 1. DESERÇÃO DO RECURSO DE REVISTA. CONDENAÇÃO
SUBSIDIÁRIA. SÚMULA N. 128. RECURSO INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA LEI N.
13.467/2017. TRANSCENDÊNCIA. NÃO RECONHECIDA. (...) Ademais, a jurisprudên-
cia desta Corte é no sentido de que, em se tratando de condenação subsidiária,
o depósito é aproveitado quando realizado pela devedora principal. Precedentes.
(...)” (AIRR-1066-61.2016.5.08.0016, 4ª Turma, Relator Ministro Guilherme Augusto
Caputo Bastos, DEJT 13/09/2019).

Pondere-se que o recolhimento a menor de depósito recursal não gera automática deser-

ção. Assim, deve ser dada a oportunidade de a parte regularizar o pagamento, depositando a

diferença. Nesse sentido, segue a inteligência da OJ 140 da SDI-I do TST:

OJ 140 da SDI-I do TST


DEPÓSITO RECURSAL E CUSTAS PROCESSUAIS. RECOLHIMENTO INSUFICIENTE.
DESERÇÃO (nova redação em decorrência do CPC de 2015) - Res. 217/2017, DEJT divul-
gado em 20, 24 e 25.04.2017
Em caso de recolhimento insuficiente das custas processuais ou do depósito recur-
sal, somente haverá deserção do recurso se, concedido o prazo de 5 (cinco) dias
previsto no § 2º do art. 1.007 do CPC de 2015, o recorrente não complementar e
comprovar o valor devido.

Portanto, haverá intimação para complementação do depósito recursal. Nesse sentido


segue também o art. 10 da IN 39/2016 do TST:

IN 39/2016 do TST
Art. 10. Aplicam-se ao Processo do Trabalho as normas do parágrafo único do art. 932 do CPC, §§
1º a 4º do art. 938 e §§ 2º e 7º do art. 1007.

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Aqui cabe uma ponderação. Note que a orientação da Corte Superior trata de “recolhi-
mento insuficiente” e não de “ausência de recolhimento”. E isso faz toda a diferença. A pos-
sibilidade de complementação ocorre quando se trata de depósito que existe, mas se revela
insuficiente. Por outro lado, quando se trata de depósito inexistente, não há possibilidade de
regularização.
Nesse contexto, o TST tem entendido que a intimação para regularização das custas e do
depósito recursal apenas se aplica quando o recolhimento for insuficiente e não quando for
ausente. Veja essa ementa do TST:

AGRAVO INTERPOSTO CONTRA DECISÃO DENEGATÓRIA DE SEGUIMENTO DE EMBARGOS


PROFERIDA POR MINISTRO PRESIDENTE DE TURMA SOB A ÉGIDE DA LEI 13.015/2014.
DESERÇÃO DO APELO. AUSÊNCIA DE RECOLHIMENTO DO DEPÓSITO RECURSAL. Não
merece reparos a decisão singular por meio da qual se denegou seguimento aos embar-
gos. Isso porque a Reclamada, ao interpor o recurso de embargos, não procedeu ao reco-
lhimento do depósito recursal, operando-se, portanto, a deserção do apelo. Ademais,
versando o presente caso sobre ausência de comprovação do recolhimento do depósito
recursal e não sobre recolhimento insuficiente, não há falar em intimação para sanar o
vício, consoante entendimento consolidado na OJ 140 da SBDI-I do TST. Agravo de que
se conhece e a que se nega provimento. (AgR-E-Ag-AIRR-24081-59.2016.5.24.0066,
Subseção I Especializada em Dissídios Individuais, Relator Ministro Alexandre Luiz
Ramos, DEJT 13/12/2019).

Substituição por fiança bancária ou seguro-garantia: Interessante registrar que o depósi-


to recursal pode ser substituído por fiança bancária ou seguro-garantia.

CLT
Art. 899, § 11 O depósito recursal poderá ser substituído por fiança bancária ou seguro garantia
judicial.

Essa previsão gerou inúmeros debates acerca dos requisitos desse seguro e dessa fiança.
Diante desse quadro, houve a edição do Ato Conjunto 1/2019 pelo Tribunal Superior do Tra-
balho, pela Corregedoria-Geral da Justiça do Trabalho e pelo Conselho Superior da Justiça do
Trabalho. O art. 1º esclarece a possibilidade de uso do seguro-garantia:

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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles

Ato conjunto 1/2019 do TST.CSJT.CGJT


Art. 1º O seguro garantia judicial para a execução trabalhista e o seguro garantia judicial em subs-
tituição a depósito recursal visam garantir o pagamento de débitos reconhecidos em decisões
proferidas por órgãos da Justiça do Trabalho, constituindo, no caso do segundo, pressuposto de
admissibilidade dos recursos.

A fiança seguirá, no que for cabível, as mesmas regras do seguro:

Ato conjunto 1/2019 do TST.CSJT.CGJT


Art. 1º, Parágrafo único. As regras previstas neste Ato Conjunto aplicam-se à fiança bancária para
garantia de execução trabalhista ou para substituição de depósito recursal, observadas as pecu-
liaridades do respectivo instrumento.

Quando se fala em seguro, fala-se em apólice, prêmio, sinistro e indenização. Para facilitar
a adequação do seguro-garantia a esses conceitos, o ato conjunto definiu esses pontos no
art. 2º, cujo trecho transcrevemos:

Ato conjunto 1/2019 do TST.CSJT.CGJT


Art. 2º Aplicam-se ao seguro garantia previsto no art. 1º as seguintes definições:
I – Apólice: documento assinado pela seguradora que representa formalmente o contrato de se-
guro garantia judicial;
II – Expectativa de sinistro: verificação pelo segurado da possibilidade de ocorrência de sinistro;
III – Indenização: pagamento pelas seguradoras das obrigações cobertas pelo seguro, a partir da
caracterização do sinistro;
IV – Prêmio: importância devida pelo tomador à seguradora em razão da cobertura do seguro;
V – Segurado: o reclamante ou o exequente;
VI – Seguradora: a sociedade de seguros garantidora, nos termos da apólice, do cumprimento das
obrigações assumidas pelo tomador perante os órgãos da Justiça do Trabalho;
VII – Seguro garantia judicial para substituição a depósito recursal: modalidade destinada a ofere-
cer garantia real de satisfação da condenação;
IX – Sinistro: o inadimplemento das obrigações do tomador cobertas pelo seguro ou a determina-
ção judicial para recolhimento dos valores correspondentes à apólice;
X – Tomador: devedor de obrigações trabalhistas que deve prestar garantia no processo judicial;
XI – Cláusula de renovação automática: obrigação da Seguradora de renovar automaticamente a
apólice do seguro garantia por período igual ao inicialmente contratado, enquanto durar o processo
judicial garantido, nos termos do Ofício 23/2019/SUSEP/DICON/CGCOM/COSET.

Logo, o empregador, ou o tomador de serviços (tomador do seguro), faz um contrato com


a seguradora (apólice), na qual existe a previsão de um sinistro, que, uma vez ocorrido, enseja
o pagamento de uma indenização ao segurado (que é o trabalhador), sendo que a seguradora
recebe do empregador/tomador uma quantia (prêmio) por este contrato.

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Gervásio Meireles

O seguro-garantia apresentado não pode indicar, como valor segurado, somente o valor
da condenação. Deve haver um acréscimo de, pelo menos, 30%, exceto se foi atingido o teto
(limite) do depósito recursal para aquele recurso:

Ato conjunto 1/2019 do TST.CSJT.CGJT


Art. 3º A aceitação do seguro garantia judicial de que trata o art. 1º, prestado por seguradora
idônea e devidamente autorizada a funcionar no Brasil, nos termos da legislação aplicável, fica
condicionada à observância dos seguintes requisitos, que deverão estar expressos nas cláusulas
da respectiva apólice:
II – no seguro garantia para substituição de depósito recursal, o valor
segurado inicial deverá ser igual ao montante da condenação, acrescido de, no mínimo 30%, obser-
vados os limites estabelecidos pela Lei 8.177 e pela Instrução Normativa 3 do TST;
III – previsão de atualização da indenização pelos índices legais aplicáveis aos débitos trabalhistas;

Como se nota, o ato conjunto não se esqueceu de que os valores da indenização devem
sofrer atualização monetária, exigindo que a indenização também deve receber a mesma cor-
reção aplicável aos débitos trabalhistas.
Também deve constar na apólice o valor do prêmio pago pelo empregador/tomador segu-
rado, a vigência mínima de 3 anos da apólice, endereço da seguradora, referência ao processo
judicial e cláusula de renovação automática:

Ato conjunto 1/2019 do TST.CSJT.CGJT


Art. 3º A aceitação do seguro garantia judicial de que trata o art. 1º, prestado por seguradora
idônea e devidamente autorizada a funcionar no Brasil, nos termos da legislação aplicável, fica
condicionada à observância dos seguintes requisitos, que deverão estar expressos nas cláusulas
da respectiva apólice:
V – referência ao número do processo judicial;
VI – o valor do prêmio;
VII – vigência da apólice de, no mínimo, 3 (três) anos;
VIII – estabelecimento das situações caracterizadoras da ocorrência de sinistro nos termos do art.
9º deste Ato Conjunto;
IX – endereço atualizado da seguradora;
X – cláusula de renovação automática.

Mas o que seria essa cláusula de renovação automática?


Considerando que o processo judicial pode durar mais de 3 anos e não se sabe o tempo
máximo, o ato conjunto preocupou-se em estabelecer uma renovação automática do con-
trato de seguro enquanto perdurar o processo. Assim, art. 2º, XI, do Ato conjunto esclarece o
conceito:

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Art. 2º Aplicam-se ao seguro garantia previsto no art. 1º as seguintes definições:
XI – Cláusula de renovação automática: obrigação da Seguradora de renovar automaticamente a
apólice do seguro garantia por período igual ao incialmente contratado, enquanto durar o processo
judicial garantido, nos termos do Ofício 23/2019/SUSEP/DICON/CGCOM/COSET.

A ideia é digna de elogios. Imagine que o contrato de seguro vencesse no curso do pro-
cesso e houvesse a perda dessa garantia. Se isso ocorresse, de nada adiantaria a existência
desse seguro. Assim, a ideia do ato normativo foi obrigar a segurador a renovar automatica-
mente o seguro enquanto durar o processo judicial.
Isso significa que a seguradora, ciente desse seu dever, vai considerar essa obrigação no
preço (prêmio) que cobrará da empresa tomadora do seguro (a recorrente).
Outro ponto interessante refere-se ao possível inadimplemento do tomador do seguro.
Se o recorrente não pagar o prêmio do seguro à seguradora, ficaria seguradora liberada de
sua obrigação de pagar a indenização no caso de sinistro?
A resposta é negativa, uma vez que existe previsão expressa no sentido da manutenção
da responsabilidade da seguradora no art. 3º, IV, ato conjunto mencionado:

Ato conjunto 1/2019 do TST.CSJT.CGJT


Art. 3º A aceitação do seguro garantia judicial de que trata o art. 1º, prestado por seguradora
idônea e devidamente autorizada a funcionar no Brasil, nos termos da legislação aplicável, fica
condicionada à observância dos seguintes requisitos, que deverão estar expressos nas cláusulas
da respectiva apólice:
IV – manutenção da vigência do seguro, mesmo quando o tomador não houver pago o prêmio nas
datas convencionadas, com base no art. 11, §1º, da Circular 477 da SUSEP e em renúncia aos ter-
mos do art. 763 do Código Civil e do art. 12 do DecretoLei 73, de 21 de novembro de 1966;

Recolhimento de multa seria pressuposto recursal?


Uma ponderação deve ser realizada. Deve-se considerar o recolhimento de multa como
condição de processamento recursal?
Quando se trata de multa por litigância de má-fé, a resposta é negativa, a teor do previsto
na OJ 409 da SDI-I do TST:

OJ 409 da SDI-I do TST


MULTA POR LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ. RECOLHIMENTO. PRESSUPOSTO RECURSAL. INE-
XIGIBILIDADE. (nova redação em decorrência do CPC de 2015) – Res. 209/2016 - DEJT
divulgado em 01, 02 e 03.06.2016

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O recolhimento do valor da multa imposta como sanção por litigância de má-fé (art. 81
do CPC de 2015 – art. 18 do CPC de 1973) não é pressuposto objetivo para interposição
dos recursos de natureza trabalhista.

Todavia, quando se trata de multa processual por agravo interno manifestamente infun-
dado (art. 1.021, § 4º, do CPC), cabe a multa e a interposição do futuro recurso fica dependen-
te do depósito da multa do agravo, conforme art. 1.021, § 5º, do CPC:

CPC
Art. 1.021, § 4º Quando o agravo interno for declarado manifestamente inadmissível ou improce-
dente em votação unânime, o órgão colegiado, em decisão fundamentada, condenará o agravante
a pagar ao agravado multa fixada entre um e cinco por cento do valor atualizado da causa.
§ 5º A interposição de qualquer outro recurso está condicionada ao depósito prévio do valor da
multa prevista no § 4º, à exceção da Fazenda Pública e do beneficiário de gratuidade da justiça,
que farão o pagamento ao final.

Por outro lado, se o caso envolver pessoa jurídica de direito público, ela está dispensada
de recolher a penalidade para recorrer naquele momento, mas precisará pagá-las no final do
processo. Veja a OJ 389 da SDI-I do TST:

OJ 389 da SDI-I do TST


MULTA PREVISTA NO ART. 1.021, §§ 4º E 5º, DO CPC DE 2015. ART. 557, § 2º, DO CPC
DE 1973. RECOLHIMENTO. PRESSUPOSTO RECURSAL. BENEFICIÁRIO DA JUSTIÇA GRA-
TUITA E FAZENDA PÚBLICA. PAGAMENTO AO FINAL. (nova redação em decorrência do
CPC de 2015) – Res. 209/2016 – DEJT divulgado em 01, 02 e 03.06.2016
Constitui ônus da parte recorrente, sob pena de deserção, depositar previamente a multa
aplicada com fundamento nos §§ 4º e 5º, do art. 1.021, do CPC de 2015 (§ 2º do art. 557
do CPC de 1973), à exceção da Fazenda Pública e do beneficiário de justiça gratuita, que
farão o pagamento ao final.

Quando se trata de multa por embargos declaratórios, apenas haverá obrigação de reco-
lhimento da multa se for a segunda penalização imposta (reiteração de embargos procrasti-
natórios). Transcrevemos o art. 1.026, §§ 2º e 3º, do CPC:

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CPC
Art. 1.026, § 2º Quando manifestamente protelatórios os embargos de declaração, o juiz ou o tri-
bunal, em decisão fundamentada, condenará o embargante a pagar ao embargado multa não ex-
cedente a dois por cento sobre o valor atualizado da causa.
§ 3º Na reiteração de embargos de declaração manifestamente protelatórios, a multa será elevada
a até dez por cento sobre o valor atualizado da causa, e a interposição de qualquer recurso ficará
condicionada ao depósito prévio do valor da multa, à exceção da Fazenda Pública e do beneficiário
de gratuidade da justiça, que a recolherão ao final.

Assim, a aplicação da primeira multa não impede o processamento do recurso, mas ape-
nas quando ocorre a majoração da multa pela insistência nos embargos procrastinatórios:

RECURSO DE REVISTA EM FACE DE DECISÃO PUBLICADA ANTES DA VIGÊNCIA DA LEI


N. 13.015/2014. DESERÇÃO DO RECURSO ORDINÁRIO. MAJORAÇÃO DAS CUSTAS EM
RAZÃO DE EMBARGOS DE DECLARAÇÃO CONSIDERADOS PROTELATÓRIOS. No pro-
cesso do trabalho não se exige o depósito do valor correspondente à multa imposta
em face de embargos de declaração protelatórios, para efeito de interposição de novo
recurso, mas tão somente a multa majorada de 10%, em razão da reiteração de embar-
gos de declaração procrastinatórios constituir pressuposto objetivo de recorribilidade,
hipótese não configurada no caso em tela. Recurso de revista de que se conhece e a
que se dá provimento. (RR - 8-98.2012.5.19.0002, Relator Ministro: Cláudio Mascare-
nhas Brandão, Data de Julgamento: 19/10/2016, 7ª Turma, Data de Publicação: DEJT
28/10/2016)
DESERÇÃO DO RECURSO ORDINÁRIO INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DO CPC/73. AUSÊN-
CIA DE RECOLHIMENTO DO DEPÓSITO RECURSAL RELATIVA À MULTA DE 10% DO VALOR
DA CAUSA, PELA REITERAÇÃO DE EMBARGOS DE DECLARAÇÃO MANIFESTAMENTE
PROTELATÓRIOS. O Regional, ao considerar deserto o recurso ordinário do reclamante,
por ausência do recolhimento do depósito recursal relativo à multa pela reiteração dos
embargos de declaração manifestamente protelatórios, de 10% do valor da causa, pre-
vista no artigo 538, parágrafo único, do CPC/73, decidiu em consonância com a juris-
prudência desta Corte. Incide, portanto, a Súmula n. 333 desta Corte como óbice ao
prosseguimento da revista, a pretexto da alegada ofensa aos dispositivos apontados.
Agravo não provido” (AgR-AIRR-1057-74.2010.5.01.0026, 5ª Turma, Relator Ministro
Breno Medeiros, DEJT 22/02/2019).

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Adequação: quanto à adequação, deve a parte utilizar o recurso adequado para a finalida-
de pretendida.

Exemplo: se a parte quer suprir uma omissão ou sanar uma contradição, deve utilizar os
embargos de declaração (como veremos mais adiante). Se a parte quiser atacar uma senten-
ça em execução por entendê-la incorreta, deve utilizar o agravo de petição.

Claro que aqui deve ser lembrado o princípio da fungibilidade, bem como os casos em que
tal princípio não deve ser admitido. De acordo com o princípio, se o recurso inadequado for
interposto, deve ser recebido como o recurso certo (adequado), desde que:
• estejam presentes os pressupostos do recurso adequado;
• erro não seja grosseiro ou derive da má-fé.

Uma referência ilustrativa a erro grosseiro pode ser constatada na própria OJ 412 da SDI-
-II do TST:

OJ 412 da SDI-I
AGRAVO INTERNO OU AGRAVO REGIMENTAL. INTERPOSIÇÃO EM FACE DE DECISÃO
COLEGIADA. NÃO CABIMENTO. ERRO GROSSEIRO. INAPLICABILIDADE DO PRINCÍPIO
DA FUNGIBILIDADE RECURSAL. (nova redação em decorrência do CPC de 2015) – Res.
209/2016 – DEJT divulgado em 01, 02 e 03.06.2016
É incabível agravo interno (art. 1.021 do CPC de 2015, art. 557, §1º, do CPC de 1973)
ou agravo regimental (art. 235 do RITST) contra decisão proferida por Órgão cole-
giado. Tais recursos destinam-se, exclusivamente, a impugnar decisão monocrática
nas hipóteses previstas. Inaplicável, no caso, o princípio da fungibilidade ante a
configuração de erro grosseiro.

Assim, se uma parte constata que houve decisão colegiada no Tribunal, não pode ela in-
gressar com recurso de agravo interno, porquanto esse recurso somente pode atacar decisão
monocrática de integrante de colegiado, sendo imprestável para impugnar decisão colegiada.
Representação processual regular: essa matéria já foi objeto de estudo no capítulo sobre
partes e procuradores. Apenas mais alguns registros devem ser realizados.

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Como você sabe, quando se trata de processo entre empregado e empregador, podem eles
atuar sem advogado (no exercício do jus postulandi) em recursos que serão julgados pelo juiz
da Vara (embargos de declaração) ou pelo TRT (recurso ordinário, embargos declaratórios,
agravo interno, agravo regimental e agravo de petição).
Entretanto, no caso de recurso que será julgado pelo TST, apenas pode haver recurso
subscrito por advogado. Veja a Súmula 425 do TST:

Súmula 425 do TST


JUS POSTULANDI NA JUSTIÇA DO TRABALHO. ALCANCE – Res. 165/2010, DEJT divul-
gado em 30.04.2010 e 03 e 04.05.2010
O jus postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT, limita-se às Varas do Tra-
balho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a ação rescisória, a ação
cautelar, o mandado de segurança e os recursos de competência do Tribunal Superior
do Trabalho.

Se tiver advogado no processo, pode ele assinar um recurso sem procuração?


Não, exceto se for mandato tácito (se você não se lembra de mandato tácito, vá para o
capítulo sobre partes e procuradores). Veja o disposto na Súmula 383, I, do TST:

Súmula 383 do TST


RECURSO. MANDATO. IRREGULARIDADE DE REPRESENTAÇÃO. CPC DE 2015, ARTS. 104
E 76, § 2º (nova redação em decorrência do CPC de 2015) - Res. 210/2016, DEJT divul-
gado em 30.06, 1º e 04.07.2016
I – É inadmissível recurso firmado por advogado sem procuração juntada aos autos até
o momento da sua interposição, salvo mandato tácito. (...)

E se o advogado foi procurado de última hora pelo cliente e não há tempo para obter pro-
curação em uma situação excepcionalíssima? Seria justo deixar de conceder um prazo para
que regularize a situação?
Claro que não seria justo. Aliás, o art. 104, caput, do CPC prevê a possibilidade de prática
de ato urgente:

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Art. 104. O advogado não será admitido a postular em juízo sem procuração, salvo para evitar pre-
clusão, decadência ou prescrição, ou para praticar ato considerado urgente.

O TST, então, editou a Súmula 383, I, parte final, que sintetiza esse entendimento:

Súmula 383 do TST


RECURSO. MANDATO. IRREGULARIDADE DE REPRESENTAÇÃO. CPC DE 2015, ARTS. 104
E 76, § 2º (nova redação em decorrência do CPC de 2015) - Res. 210/2016, DEJT divul-
gado em 30.06, 1º e 04.07.2016
I – (...) Em caráter excepcional (art. 104 do CPC de 2015), admite-se que o advogado,
independentemente de intimação, exiba a procuração no prazo de 5 (cinco) dias após a
interposição do recurso, prorrogável por igual período mediante despacho do juiz. Caso
não a exiba, considera-se ineficaz o ato praticado e não se conhece do recurso.

Contudo, percebe-se que existe uma clara diferença para a lei. O art. 104, § 1º, do CPC
menciona que o prazo para a exibição de procuração é de 15 dias, diferentemente da súmula
transcrita que aponta para 5 dias:

Art. 104, § 1º Nas hipóteses previstas no caput, o advogado deverá, independentemente de caução,
exibir a procuração no prazo de 15 (quinze) dias, prorrogável por igual período por despacho do juiz.

De toda sorte, a ausência de regularização no prazo de 5 dias (prorrogável por igual pe-
ríodo) estabelecido pelo TST importa o não conhecimento do recurso, por ser ineficaz (não
produz efeitos):

Art. 104, § 2º O ato não ratificado será considerado ineficaz relativamente àquele em cujo nome foi
praticado, respondendo o advogado pelas despesas e por perdas e danos.

Havendo advogado no recurso, o que ocorre se houver uma irregularidade no seu mandato?
Isso depende da situação processual. O TST milita no sentido de que, havendo procuração
no processo e estando a representação irregular, cabe ao desembargador relator, ou órgão do
TRT (se o recurso for de competência do TRT), ou ao ministro relator ou órgão do TST (se o
recurso for de competência do TST) conceder prazo para regularização.
Leia, em relação a esse ponto, a Súmula 383, II, do TST:

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Súmula 383 do TST


RECURSO. MANDATO. IRREGULARIDADE DE REPRESENTAÇÃO. CPC DE 2015, ARTS. 104
E 76, § 2º (nova redação em decorrência do CPC de 2015) - Res. 210/2016, DEJT divul-
gado em 30.06, 1º e 04.07.2016
II – Verificada a irregularidade de representação da parte em fase recursal, em procu-
ração ou substabelecimento já constante dos autos, o relator ou o órgão competente
para julgamento do recurso designará prazo de 5 (cinco) dias para que seja sanado o
vício. Descumprida a determinação, o relator não conhecerá do recurso, se a providência
couber ao recorrente, ou determinará o desentranhamento das contrarrazões, se a pro-
vidência couber ao recorrido (art. 76, § 2º, do CPC de 2015).

Assim, quando temos, por exemplo, uma procuração com defeito outorgada por uma pes-
soa jurídica, deve ser concedida oportunidade de a parte regularizar a situação, seguindo a
mesma linha do exposto anteriormente. Observe a Súmula 456, I e III, do TST:

Súmula 456 do TST


REPRESENTAÇÃO. PESSOA JURÍDICA. PROCURAÇÃO. INVALIDADE. IDENTIFICAÇÃO DO
OUTORGANTE E DE SEU REPRESENTANTE. (inseridos os itens II e III em decorrência do
CPC de 2015) - Res. 211/2016, DEJT divulgado em 24, 25 e 26.08.2016
I – É inválido o instrumento de mandato firmado em nome de pessoa jurídica que não
contenha, pelo menos, o nome do outorgante e do signatário da procuração, pois estes
dados constituem elementos que os individualizam.
III – Caso a irregularidade de representação da parte seja constatada em fase recursal,
o relator designará prazo de 5 (cinco) dias para que seja sanado o vício. Descumprida
a determinação, o relator não conhecerá do recurso, se a providência couber ao recor-
rente, ou determinará o desentranhamento das contrarrazões, se a providência couber
ao recorrido (art. 76, § 2º, do CPC de2015).

Se a irregularidade no mandato não for sanada, então o recurso não será conhecido se a
parte inerte for o recorrente. Por outro lado, se a parte inerte for o recorrido, as contrarrazões
serão desentranhadas (retiradas) dos autos.

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Entretanto, caso não exista no processo qualquer procuração, e não se tratar de mandato
tácito ou do caso urgente mencionado em relação ao art. 104 do CPC, a Súmula 383 não pode
ser invocada, não havendo de se falar em concessão de prazo para regularização. Leia julga-
dos do TST sobre o tema:

(...) IRREGULARIDADE DE REPRESENTAÇÃO PROCESSUAL. NÃO CONHECIMENTO. Não


se conhece de agravo subscrito por advogada com poderes para atuar no feito mediante
substabelecimento passado por advogada sem procuração nos autos. Nos termos da
Súmula n. 383 desta Corte Superior, em sua nova redação, decorrente do CPC de 2015,
em razão de não se tratar das hipóteses previstas no art. 104 do CPC ou de mandato
tácito, tampouco de irregularidade em procuração ou substabelecimento já constante
dos autos, mas de ausência de procuração da advogada que assinou o substabeleci-
mento conferindo poderes à subscritora do agravo, inviável cogitar de designação de
prazo para saneamento do vício na representação processual. Precedentes. Agravo de
que não se conhece. (Ag-RR-854-54.2011.5.04.0104, 1ª Turma, Relator Ministro Walmir
Oliveira da Costa, DEJT 22/05/2020).
AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. RITO SUMARÍSSIMO. IRREGU-
LARIDADE DE REPRESENTAÇÃO DO RECURSO DE REVISTA DETECTADA NO JUÍZO DE
ADMISSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE PROCURAÇÃO. MANDATO TÁCITO NÃO CARACTERIZADO.
Nos termos da Súmula n. 383, I, do TST, é inadmissível recurso firmado por advogado
sem procuração juntada aos autos até o momento da sua interposição, salvo mandato
tácito. Em caráter excepcional (art. 104 do CPC de 2015), admite-se que o advogado,
independentemente de intimação, exiba a procuração no prazo de 5 (cinco) dias depois
da interposição do recurso, prorrogável por igual período mediante despacho do juiz.
Caso não a exiba, considera-se ineficaz o ato praticado e não se conhece do recurso.
O caso dos autos não constitui hipótese de preclusão, decadência ou prescrição, ou
de prática de ato considerado urgente (art. 104 do CPC de 2015), tampouco de irregu-
laridade de representação em procuração já existente nos autos, consoante item II do
citado verbete jurisprudencial. Assim, não há como se entender pela regularidade de
representação, descabendo falar, ainda, em concessão de prazo para o saneamento do
vício. Agravo de instrumento conhecido e não provido. (AIRR-198-61.2018.5.21.0013, 8ª
Turma, Relatora Ministra Dora Maria da Costa, DEJT 22/05/2020).

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Questão interessante ocorre quando se trata de assinatura eletrônica. Quem assina o re-
curso eletronicamente deve possuir poderes no processo, exceto quando se trata de casos
urgentes do art. 104 do CPC, quando a procuração será juntada posteriormente.
Logo, não importa se o advogado cujo nome constou ao final da peça recursal possui ou
não poderes no processo. O que importa é quem assinou eletronicamente o recurso. Veja es-
ses julgados esclarecedores do TST sobre o tema:

(...) II - RECURSO DE REVISTA DO RECLAMANTE. ANTERIOR À VIGÊNCIA DA LEI


13.015/2014. PROCESSO ELETRÔNICO. IRREGULARIDADE DE REPRESENTAÇÃO DO
RECURSO ORDINÁRIO. ADVOGADO TITULAR DA ASSINATURA DIGITAL NÃO INDICADO
NA PETIÇÃO DO RECURSO. PROCURAÇÃO VÁLIDA. IRREGULARIDADE AFASTADA. O Tri-
bunal Regional não conheceu do recurso ordinário do reclamante, reputando-o inexis-
tente, em razão de a assinatura do recurso enviado pela internet pertencer a advogada
não mencionada na petição do recurso ordinário, embora com procuração válida. Em
se tratando de processo eletrônico (PJe), a assinatura eletrônica da petição do recurso
por advogado regularmente constituído pela parte confere validade jurídica ao conteúdo
transmitido, ainda que não conste seu nome na peça recursal, visto que a assinatura
eletrônica no corpo do recurso confere validade ao ato, não havendo falar em inexistên-
cia jurídica do recurso ordinário. Precedentes. Recurso de revista conhecido e provido.
(...). (ARR-455-12.2010.5.02.0073, 2ª Turma, Relatora Ministra maria helena mallmann,
DEJT 25/10/2019).
AGRAVO IRREGULARIDADE DE REPRESENTAÇÃO. AUSENCIA DE PROCURAÇÃO DA
SUBSCRITORA DO RECURSO DE REVISTA. PETICIONAMENTO ELETRÔNICO. ASSINA-
TURA DIGITAL. RECURSO INEXISTENTE. NÃO PROVIMENTO. Dispõe o § 2º, do artigo 1º
da Lei n. 11.419/06 que “ O envio de petições, de recursos e a prática de atos proces-
suais em geral por meio eletrônico serão admitidos mediante uso de assinatura eletrô-
nica, na forma do art. 1º desta Lei, sendo obrigatório o credenciamento prévio no Poder
Judiciário, conforme disciplinado pelos órgãos respectivos”. Dessa forma, verifica-se
que o subscritor do recurso, em verdade, não é o advogado que apõe o seu nome ao final
da petição, e sim aquele advogado que o protocoliza e assina digitalmente. A jurispru-
dência desta Colenda Corte é firme no sentido de que é irrelevante se consta, ou não, no
apelo o nome de outros subscritores, ocorrendo, contudo, a vinculação do advogado que
assina digitalmente a petição do recurso com o instrumento de mandato. Precedentes.

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(...). (Ag-AIRR-782-05.2016.5.09.0023, 4ª Turma, Relator Ministro Guilherme Augusto


Caputo Bastos, DEJT 29/11/2019).

3.2. Pressupostos Processuais Subjetivos (Intrínsecos)

Há, ainda, os pressupostos subjetivos, quais sejam, legitimidade, interesse recursal e ca-
pacidade.
Legitimidade: primeiramente, deve-se reconhecer o direito de recorrer às partes ao ter-
ceiro prejudicado e o Ministério Público do Trabalho, seja quando este atua como parte, seja
quando atua como fiscal de lei (custos legis). Veja o disposto no art. 996, caput, do CPC:

Art. 996. O recurso pode ser interposto pela parte vencida, pelo terceiro prejudicado e pelo Minis-
tério Público, como parte ou como fiscal da ordem jurídica.

Importante ressaltar que a legitimidade recursal do Ministério Público não é unicamente


definida pelo entendimento do Parquet, dependendo também de chancela judicial. Existem
casos em que o TST afasta a legitimidade recursal do MPT. Para entender melhor esse con-
texto, vale a pena examinar o enunciado da OJ 237 da SDI-I do TST.
O MPT é parte legítima para recorrer, muito embora não seja parte, de sentença ou acór-
dão que reconhece vínculo de emprego de trabalhador com empresa estatal sem concurso
público quando a admissão ocorreu após a Constituição de 1988. Veja a OJ 237, II, da SDI-I
do TST:

OJ 237 da SDI-I do TST


MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO. ILEGITIMIDADE PARA RECORRER. SOCIEDADE
DE ECONOMIA MISTA. EMPRESA PÚBLICA (incorporada a Orientação Jurisprudencial n.
338 da SBDI-I) - Res. 210/2016, DEJT divulgado em 30.06, 1º e 04.07.2016
II – Há legitimidade do Ministério Público do Trabalho para recorrer de decisão que
declara a existência de vínculo empregatício com sociedade de economia mista ou
empresa pública, após a Constituição Federal de 1988, sem a prévia aprovação em con-
curso público, pois é matéria de ordem pública.

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Todavia, quanto à defesa de interesse patrimonial privado e empresa estatal, registramos


que o MPT, segundo o TST, não tem legitimidade para recorrer, conforme OJ 237, I, do TST:

OJ 237 da SDI-I do TST


MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO. ILEGITIMIDADE PARA RECORRER. SOCIEDADE
DE ECONOMIA MISTA. EMPRESA PÚBLICA (incorporada a Orientação Jurisprudencial n.
338 da SBDI-I) - Res. 210/2016, DEJT divulgado em 30.06, 1º e 04.07.2016
I – O Ministério Público do Trabalho não tem legitimidade para recorrer na defesa de
interesse patrimonial privado, ainda que de empresas públicas e sociedades de econo-
mia mista.

Interesse recursal: o interesse recursal cuida da efetiva necessidade de se obter um pro-


nunciamento diverso do proferido.
Registre-se que há entendimento de que a existência de renúncia ao prazo recursal (quan-
do a parte, mesmo tendo interesse em recorrer, renuncia o prazo para fazê-lo) apresenta-se
como demonstração de ausência de interesse recursal.
Agora, quando um recurso já foi interposto e a parte desiste dele, então teremos a perda
superveniente do interesse recursal.
No entanto, existe outra corrente que defende que a renúncia do prazo recursal seria um fato
extintivo do direito de recorrer e a desistência do recurso seria um fato impeditivo. Essa corrente
entende que a ausência de fato impeditivo ou extintivo do direito de recorrer é um pressuposto
recursal objetivo e não subjetivo. Essa última corrente já foi adotada por banca de concurso.
Capacidade processual: para recorrer, revela-se fundamental possuir capacidade proces-
sual (de estar em juízo). Recorrer envolve a prática de ato processual, devendo a parte ser
capaz de praticar esse ato.

Exemplo: se um menor trabalhador de 12 anos de idade prestou serviços (o que é irregular) e


ingressa com uma ação trabalhista contra o empregador, então o menor será parte no proces-
so, mas deverá estar representado por sua genitora, genitor, tutor ou tutora. Pode ser parte,
mas não possui capacidade para praticar atos no processo, dentre eles assinar um recurso
ordinário contra a sentença de um juiz.

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Deve-se ter atenção, por fim, com o recurso sem assinatura. O apelo sem assinatura não
envolve falta de capacidade, mas efetiva inexistência da peça recursal.
No entanto, a jurisprudência valida o ato, desde que seja assinada a peça de interposição
ou as razões recursais. De fato, o recurso tem, exceto nos embargos de declaração, uma pe-
tição de interposição e as razões do recurso. Qualquer uma delas que estiver assinada valida
o recurso. Claro que estamos falando do processo físico.
Entretanto, diante da ausência completa de assinatura na peça, cabe ao relator conceder
prazo para a retificação, atendendo o art. 932, parágrafo único, do CPC:

Art. 932, Parágrafo único. Antes de considerar inadmissível o recurso, o relator concederá o prazo
de 5 (cinco) dias ao recorrente para que seja sanado vício ou complementada a documentação
exigível.

A questão está consolidada na OJ 120 da SDI-I do TST:

OJ 120 da SDI-I do TST


RECURSO. ASSINATURA DA PETIÇÃO OU DAS RAZÕES RECURSAIS. ART. 932, PARÁ-
GRAFO ÚNICO, DO CPC DE 2015. (alterada em decorrência do CPC de 2015) Res.
212/2016, DEJT divulgado em 20, 21 e 22.09.2016
I – Verificada a total ausência de assinatura no recurso, o juiz ou o relator concederá
prazo de 5 (cinco) dias para que seja sanado o vício. Descumprida a determinação, o
recurso será reputado inadmissível (art. 932, parágrafo único, do CPC de 2015).
II – É válido o recurso assinado, ao menos, na petição de apresentação ou nas razões
recursais.

Por outro lado, quando se trata de processo eletrônico, importa a assinatura eletrônica,
como vimos na representação processual regular.

4. Espécies de Recursos

4.1. Embargos de Declaração


O cabimento dos embargos declaratórios em sede de Processo do Trabalho demanda a
aplicação da CLT e, nas partes em que há omissão, a aplicação subsidiária do CPC.

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O art. 897-A, caput, da CLT explicita:

Art. 897-A Caberão embargos de declaração da sentença ou acórdão, no prazo de cinco dias, de-
vendo seu julgamento ocorrer na primeira audiência ou sessão subsequente a sua apresentação,
registrado na certidão, admitido efeito modificativo da decisão nos casos de omissão e contradi-
ção no julgado e manifesto equívoco no exame dos pressupostos extrínsecos do recurso.

Tecnicamente, a doutrina clássica aponta o cabimento dos embargos para três situações
diferentes (omissão, obscuridade ou contradição), as quais estariam expostas no art. 1.022,
I e II, do CPC:

Art. 1.022. Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial para:
I – esclarecer obscuridade ou eliminar contradição;
II – suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar o juiz de ofício ou a re-
querimento;

Assim, cabem os embargos declaratórios, classicamente, com vistas a sanar omissão,


contradição ou obscuridade na sentença ou acórdão.
Na omissão, o juízo deixa de se manifestar sobre pedido, ponto ou questão levantada pela
parte. No caso dos pedidos, deve-se entender que a omissão apenas se refere aos pedidos
expressamente consignados pelas partes. No entanto, quando se tratar de pedidos implícitos,
como juros e correção monetária, por exemplo, pode haver apresentação de embargos para
forçar a manifestação judicial sobre o tema.
Quanto à obscuridade, tal noção implica a impossibilidade de se compreender de forma
clara o julgamento. A forma como redigida a decisão algumas vezes impede o leitor de enten-
der se determinado pedido foi atendido, os limites da decisão ou de compreender se determi-
nada questão foi ou não reconhecida pelo juiz. As obscuridades, se não sanadas, podem gerar
problemas em fase de execução.
No que tange à contradição, ela ocorre quando as partes da sentença ou os elementos da
mesma parte da sentença entram em divergência.
Todavia, não se pode esquecer que existem situações em que os embargos são cabíveis
em hipóteses diversas das indicadas classicamente.

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Inicialmente, cabem os embargos contra decisão que apresenta equívoco manifesto na


apreciação de pressupostos extrínsecos de recurso.

Exemplo: imagine que o juiz denega seguimento a um recurso ordinário interposto contra sua
sentença por considerá-lo fora do prazo (entende que foi interposto no 9º dia, quando o prazo
são 8 dias). No entanto, o juiz estava errado, uma vez que o recurso foi interposto no prazo
legal, visto que o oitavo dia era feriado. Houve, portanto, manifesto equívoco do juiz ao anali-
sar os pressupostos extrínsecos do recurso (no caso, a tempestividade).

No exemplo, seria desnecessário interpor agravo de instrumento (recurso cabível para


destrancar recurso que teve o seguimento negado), visto que os embargos de declaração re-
solveriam o problema e permitiriam a retificação da decisão. Trata-se de medida que acelera
o processo, uma vez que o processamento de agravo gera atraso significativo (os embargos
de declaração são mais rápidos, por serem julgado pelo mesmo juízo).
Além disso, registre-se ser comum a interposição dos embargos declaratórios para sanar
erros materiais. Ela deriva da interpretação sistemática do art. 897-A, § 1º, da CLT em relação
ao caput do mesmo preceito e do art. 833 da CLT.
O art. 897-A, § 1º, da CLT preceitua:

Art. 897-A, § 1º Os erros materiais poderão ser corrigidos de ofício ou a requerimento de qualquer
das partes.

O art. 833 da CLT aponta reforça a possibilidade de requerimento da parte:

Art. 833. Existindo na decisão evidentes erros ou enganos de escrita, de datilografia ou de cálculo,
poderão os mesmos, antes da execução, ser corrigidos, ex officio, ou a requerimento dos interes-
sados ou da Procuradoria da Justiça do Trabalho.

O estatuto processual civil, incorporando essa diretriz, registra no art. 1.022, III, do CPC:

Art. 1.022. Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial para:
III – corrigir erro material.

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Por último, os embargos podem ser opostos com o objetivo de prequestionar decisões
para o fim de possibilitar a interposição de recursos de natureza extraordinária.
O prequestionamento cuida de meio por meio do qual se busca a manifestação expressa
de um Tribunal sobre uma matéria de maneira. Essa manifestação clara e expressa de uma
posição do Tribunal sobre um tema permite que o recurso de natureza extraordinária possa
atacar os pontos efetivamente debatidos na decisão recorrida.
O prequestionamento é pressuposto recursal específico de recursos de natureza extraor-
dinária, tais como recurso de revista e recurso extraordinário.
Assim, se uma determinada decisão não adota claramente uma posição/tese sobre um
tema, os embargos declaratórios são adequados para buscar esse esclarecimento. O uso de
embargos de declaração para se intentar o prequestionamento está previsto na Súmula 297,
II, do TST:

Súmula 297, II, do TST


PREQUESTIONAMENTO. OPORTUNIDADE. CONFIGURAÇÃO (nova redação) - Res.
121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
II – Incumbe à parte interessada, desde que a matéria haja sido invocada no recurso
principal, opor embargos declaratórios objetivando o pronunciamento sobre o tema, sob
pena de preclusão.

Quanto ao prazo, os embargos declaratórios devem ser interpostos no prazo de 5 dias,


conforme aponta o art. 897-A, caput, CLT:

Art. 897-A Caberão embargos de declaração da sentença ou acórdão, no prazo de cinco dias,
devendo (...).

Ressalte-se que a União, estados, DF, municípios, autarquias e fundações públicas terão
prazo em dobro (art. 1º, III, do Decreto-Lei 779/69). O Ministério Público também terá prazo
em dobro.
No sentido do exposto, segue a inteligência específica da OJ 192 da SDI-I do TST:

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OJ 192 da SDI-I do TST


EMBARGOS DECLARATÓRIOS. PRAZO EM DOBRO. PESSOA JURÍDICA DE DIREITO
PÚBLICO. DECRETO-LEI N. 779/69 (inserida em 08.11.2000).
É em dobro o prazo para a interposição de embargos declaratórios por pessoa jurídica
de direito público.

Quanto aos efeitos dos embargos de declaração, o acolhimento dos embargos pode gerar
efeito modificativo do julgado. Esse efeito também é conhecido como efeito infringente.

Exemplo seria a sentença que deferiu diferenças salariais decorrentes de equiparação sala-
rial, mas não analisou a alegação da defesa de que havia diferença de tempo na função entre
reclamante e paradigma superior a 2 anos. Interpostos os embargos para que juiz supra a
omissão na análise do fundamento da defesa, o juiz acolhe os embargos e acaba por indeferir
a pretensão, entendendo que a ré estava correta. Logo, o acolhimento dos embargos gerou
efeito modificativo na decisão.

Acerca da possibilidade de efeito modificativo observe a Súmula 278 do TST:

Súmula 278 do TST


EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO NO JULGADO Res. 121/2003, DJ 19, 20 e
21.11.2003
A natureza da omissão suprida pelo julgamento de embargos declaratórios pode oca-
sionar efeito modificativo no julgado.

Quanto à necessidade de dar prazo para que o embargado se manifeste sobre os embar-
gos de declaração da parte contrária, vale a pena fazer um registro.
Como regra, não se pode acolher os embargos que impliquem efeito modificativo do jul-
gado sem a concessão de vista à para contrária para manifestação. Neste sentido segue a OJ
142 da SDI-I do TST:

OJ 142 da SDI-I do TST

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EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. EFEITO MODIFICATIVO. VISTA PRÉVIA À PARTE CONTRÁ-


RIA (cancelado o item II em decorrência do CPC de 2015) - Res. 214/2016, DEJT divul-
gado em 30.11.2016 e 01 e 02.12.2016
É passível de nulidade decisão que acolhe embargos de declaração com efeito modifi-
cativo sem que seja concedida oportunidade de manifestação prévia à parte contrária.

O art. 1.023, § 2º, do CPC possui a mesma lógica:

Art. 1.023, § 2º O juiz intimará o embargado para, querendo, manifestar-se, no prazo de 5 (cinco)
dias, sobre os embargos opostos, caso seu eventual acolhimento implique a modificação da deci-
são embargada.

O próprio art. 897-A, § 2º, da CLT também prevê:

Art. 897-A, § 2º Eventual efeito modificativo dos embargos de declaração somente poderá ocorrer
em virtude da correção de vício na decisão embargada e desde que ouvida a parte contrária, no
prazo de 5 (cinco) dias.

E se os embargos de declaração opostos forem protelatórios?


Nada impede a aplicação subsidiária da multa pela interposição de embargos protelató-
rios, prevista no art. 1.026, §§ 2º e 3º, do CPC:

Art. 1.026, § 2º Quando manifestamente protelatórios os embargos de declaração, o juiz ou o tri-


bunal, em decisão fundamentada, condenará o embargante a pagar ao embargado multa não ex-
cedente a dois por cento sobre o valor atualizado da causa.
§ 3º Na reiteração de embargos de declaração manifestamente protelatórios, a multa será elevada
a até dez por cento sobre o valor atualizado da causa, e a interposição de qualquer recurso ficará
condicionada ao depósito prévio do valor da multa, à exceção da Fazenda Pública e do beneficiário
de gratuidade da justiça, que a recolherão ao final.

Não pode haver três embargos de declaração protelatórios. Importante registrar que o art.
1.026, § 4º, do CPC cria uma regra de barreira para os terceiros embargos protelatórios:

Art. 1.026, § 4º Não serão admitidos novos embargos de declaração se os 2 (dois) anteriores hou-
verem sido considerados protelatórios.

Vamos continuar.
Uma vez opostos embargos de declaração, eles interrompem o prazo recursal?

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Claro que sim. O art. 1.026, caput, do CPC preceitua esse efeito:

Art. 1.026. Os embargos de declaração não possuem efeito suspensivo e interrompem o prazo
para a interposição de recurso.

Interessante notar que o art. 897-A, § 3º, da CLT também atesta a interrupção do prazo:

Art. 897-A, § 3º Os embargos de declaração interrompem o prazo para interposição de outros re-
cursos, por qualquer das partes, salvo quando intempestivos, irregular a representação da parte ou
ausente a sua assinatura.

Logo, havendo a interrupção do prazo para ambas as partes, o prazo para o recurso que
visa à reforma ou anulação da decisão é reiniciado integralmente após a intimação da de-
cisão dos embargos. Assim, por exemplo, se a sentença foi publicada e os embargos foram
opostos no prazo legal, mesmo que a decisão sobre os embargos leve um mês, o prazo para o
recurso ordinário somente terá início com a intimação da decisão proferida sobre os embar-
gos de declaração.
No entanto, pode ocorrer de a parte já ter interposto o recurso (ordinário, de revista etc.)
antes de a parte contrária ter interposto os embargos de declaração. Neste caso, não existe
nenhum problema.
Se o juízo rejeita os embargos de uma parte ou, mesmo acolhendo, não promove modifi-
cação no decidido (acolhe para prestar esclarecimentos, por exemplo), o recurso interposto
pela parte contrária anteriormente será normalmente processado e não precisa de qualquer
ratificação. Veja o art. 1.024, § 5º, do CPC:

Art. 1.024, § 5º Se os embargos de declaração forem rejeitados ou não alterarem a conclusão do


julgamento anterior, o recurso interposto pela outra parte antes da publicação do julgamento dos
embargos de declaração será processado e julgado independentemente de ratificação.

Por outro lado, se os embargos de uma parte forem acolhidos e houver modificação de
decisão, então a parte contrária que já havia recorrido da decisão embargada pode comple-
mentar ou alterar as razões de seu recurso, conforme o art. 1.024, § 4º, do CPC:

Art. 1.024, § 4º Caso o acolhimento dos embargos de declaração implique modificação da decisão
embargada, o embargado que já tiver interposto outro recurso contra a decisão originária tem o
direito de complementar ou alterar suas razões, nos exatos limites da modificação, no prazo de 15
(quinze) dias, contado da intimação da decisão dos embargos de declaração.

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Esses embargos possuem efeito suspensivo?


A regra é a de que os embargos declaratórios não possuem efeito suspensivo, mas existe
uma regra excepcional que permite a suspensão da eficácia da decisão embargada:

Art. 1.026, § 1º A eficácia da decisão monocrática ou colegiada poderá ser suspensa pelo respec-
tivo juiz ou relator se demonstrada a probabilidade de provimento do recurso ou, sendo relevante a
fundamentação, se houver risco de dano grave ou de difícil reparação.

Quanto ao prazo para julgamento dos embargos, o art. 1.024 do CPC aponta critérios di-
ferentes para o juiz de primeiro grau e os processos no âmbito dos Tribunais:

Art. 1.024. O juiz julgará os embargos em 5 (cinco) dias.


§ 1º Nos tribunais, o relator apresentará os embargos em mesa na sessão subsequente, proferindo
voto, e, não havendo julgamento nessa sessão, será o recurso incluído em pauta automaticamente.
§ 2º Quando os embargos de declaração forem opostos contra decisão de relator ou outra
decisão unipessoal proferida em tribunal, o órgão prolator da decisão embargada decidi-los-á
monocraticamente.

Vale ressaltar que é possível o julgamento monocrático dos embargos, ainda que seja pelo
integrante do Tribunal, mas isso pressupõe que a decisão embargada tenha sido monocrática.
Veja o disposto no art. 1.024, § 2º.do CPC:

Art. 1.024, § 2º Quando os embargos de declaração forem opostos contra decisão de relator ou
outra decisão unipessoal proferida em tribunal, o órgão prolator da decisão embargada decidi-los-
-á monocraticamente.

4.2. Recurso Ordinário

O recurso ordinário é aquele cabível para buscar a reforma ou anulação de uma sentença
de juiz de Vara do Trabalho e de acórdão proferido pelo TRT em processos de sua competência
originária (ação rescisória, por exemplo).
O art. 895, I e II, da CLT preceitua as regras básicas:

Art. 895. Cabe recurso ordinário para a instância superior:


I – das decisões definitivas ou terminativas das Varas e Juízos, no prazo de 8 (oito) dias; e
II – das decisões definitivas ou terminativas dos Tribunais Regionais, em processos de sua com-
petência originária, no prazo de 8 (oito) dias, quer nos dissídios individuais, quer nos dissídios
coletivos.

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Além disso, registre-se que o recurso ordinário não cabe apenas das sentenças definiti-
vas (aquelas que julgam o mérito), mas também das sentenças terminativas (aquelas que não
extinguem o processo sem resolução de mérito).
Assim, extinto o processo sem resolução de mérito, por exemplo, em virtude de uma inép-
cia ou do reconhecimento de coisa julgada anterior, cabe recurso ordinário de tal sentença.
Outra hipótese de cabimento revela-se possível de forma excepcional: para atacar deci-
são interlocutória em hipóteses especialíssimas. Vejamos algumas situações excepcionais
em que isso ocorre.
Para atacar decisão que acolhe a exceção de incompetência e remete o processo para
Vara do Trabalho de outro Tribunal Regional. Neste sentido, há a Súmula 214, “c”, do TST, já
vista anteriormente no capítulo sobre defesa e exceções. Se você não se recorda, vá para
aquele capítulo.

Exemplo: Logo, Mário entra com ação trabalhista em face da empresa X em Curitiba e a empre-
sa apresenta exceção de incompetência, alegando que Mário apenas trabalhou em Recife. Se
o juiz acolher a exceção dessa decisão interlocutória, cabe recurso ordinário, pois o processo
será remetido para a vara vinculada ao outro Tribunal Regional (o de Pernambuco).

Para atacar decisão que reconhece incompetência absoluta, remetendo os autos à Justi-
ça competente.

Exemplo: imagine que cinco trabalhadores ajuízam ação anulatória de eleição sindical contra
o sindicato. O juízo, entendendo que a competência não é da Justiça do Trabalho, reconhece
sua incompetência absoluta, remetendo aos autos à Justiça Comum. Os trabalhadores, con-
siderando a decisão equivocada, interpõem recurso ordinário contra essa decisão interlocu-
tória do Juiz do Trabalho. Nesse caso, o recurso será analisado pelo TRT ao qual se vincula o
juiz que proferiu a decisão recorrida.

Vamos prosseguir estudando o recurso ordinário no Processo do Trabalho.


Importante lembrar de que não cabe recurso ordinário das sentenças proferidas no proce-
dimento sumário (aqueles processos cujo valor da causa não ultrapassa 2 salários mínimos),
salvo se versarem sobre matéria constitucional. O art. 2º, § 4º, da Lei 5.584/70 prevê:

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Art. 2º, § 4º Salvo se versarem sobre matéria constitucional, nenhum recurso caberá das senten-
ças proferidas nos dissídios da alçada a que se refere o parágrafo anterior, considerado, para esse
fim, o valor do salário mínimo à data do ajuizamento da ação.

No entanto, se o recurso ordinário versar sobre matéria constitucional, passa a ser cabível
o apelo em procedimento sumário.
Outro ponto relevante refere-se ao efeito devolutivo do recurso ordinário. Esse efeito de-
volve toda a matéria debatida pelo recorrente ao Tribunal que julga o recurso. Aliás, no item
deste capítulo sobre princípios recursais, analisamos o efeito devolutivo em extensão (ou
horizontal).
Ainda nos resta, contudo, examinar o efeito devolutivo em profundidade do recurso ordi-
nário (também conhecido como efeito devolutivo vertical). Trata-se da aplicação subsidiária
do art. 1.013, §§ 1º e 2º:

Art. 1.013, § 1º Serão, porém, objeto de apreciação e julgamento pelo tribunal todas as questões
suscitadas e discutidas no processo, ainda que não tenham sido solucionadas, desde que relativas
ao capítulo impugnado.
§ 2º Quando o pedido ou a defesa tiver mais de um fundamento e o juiz acolher apenas um deles,
a apelação devolverá ao tribunal o conhecimento dos demais.

Assim, ainda que o juiz tenha acolhido apenas um dos fundamentos da inicial ou da de-
fesa para o julgamento de uma matéria devolvida pelo recurso, este não impede a apreciação
dos outros fundamentos pelo Tribunal, desde que relacionados a essa matéria devolvida.

Exemplo: imagine que Joaquim tenha ajuizado ação trabalhista em face da empresa
W pleiteando equiparação salarial com Alexandre. A empresa apresenta contestação,
alegando diversos fundamentos de defesa que impedem a equiparação: a) diferença de
tempo na função superior a 2 anos; b) existência de quadro de carreira com promoções
alternadas por merecimento e antiguidade; c) diferença de produtividade. Pense que o
juiz rejeitou o primeiro fundamento (“a”), acolheu o segundo fundamento (“b”) e com
isso julgou improcedente o pedido de equiparação, sem sequer se manifestar sobre o
terceiro fundamento (“c”).

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Quando Joaquim ingressar com recurso ordinário, está devolvendo para o Tribunal toda
matéria sobre a equiparação salarial, inclusive o fundamento da defesa não apreciado pelo
juiz na sentença (“c”). Logo, se o Tribunal Regional entender que não havia quadro de carreira,
vai prosseguir analisando a diferença de produtividade e, até mesmo, negar provimento ao re-
curso de Joaquim por fundamento diverso da sentença, caso exista essa diferença de tempo
na função superior.
Perceba que, no exemplo, a matéria equiparação salarial foi devolvida e com ela todos
os fundamentos relacionados a sua questão. Como se nota, a matéria foi devolvida em toda
a sua profundidade (isto é, com todos os fundamentos). Daí o nome: efeito devolutivo em
profundidade.
Aliás, o TST editou a Súmula 393, I, do TST sobre o tema:

Súmula 393, I, do TST


RECURSO ORDINÁRIO. EFEITO DEVOLUTIVO EM PROFUNDIDADE. ART. 1.013, § 1º, do
CPC DE 2015. ART. 515, § 1º, DO CPC de 1973 - (nova redação em decorrência do CPC de
2015) - Res. 208/2016, DEJT divulgado em 22, 25 e 26.04.2016
I – O efeito devolutivo em profundidade do recurso ordinário, que se extrai do § 1º do art.
1.013 do CPC de 2015 (art. 515, §1º, do CPC de 1973), transfere ao Tribunal a apreciação
dos fundamentos da inicial ou da defesa, não examinados pela sentença, ainda que não
renovados em contrarrazões, desde que relativos ao capítulo impugnado.

E o julgamento “per saltum”? E a teoria da causa madura, professor?

Para responder a essas indagações, precisamos examinar o art. 1.013, §§ 3º e 4º, do CPC:

Art. 1.013, § 3º Se o processo estiver em condições de imediato julgamento, o tribunal deve decidir
desde logo o mérito quando:
I – reformar sentença fundada no art. 485;
II – decretar a nulidade da sentença por não ser ela congruente com os limites do pedido ou da
causa de pedir;
III – constatar a omissão no exame de um dos pedidos, hipótese em que poderá julgá-lo;
IV – decretar a nulidade de sentença por falta de fundamentação.

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§ 4º Quando reformar sentença que reconheça a decadência ou a prescrição, o tribunal, se possí-


vel, julgará o mérito, examinando as demais questões, sem determinar o retorno do processo ao
juízo de primeiro grau.

Note-se que não existe qualquer incompatibilidade com o Processo do Trabalho, po-
dendo o Tribunal, uma vez afastada as irregularidades/entendimentos equivocados, pas-
sar ao julgamento do mérito, desde que o processo esteja em condições de julgamento
(teoria da causa madura).
Logo, por exemplo, mesmo que o magistrado tenha extinto o processo sem resolução de
mérito (com sentença terminativa), eventual recurso ordinário permite que, uma vez rejeitada
pelo Tribunal a causa extintiva invocada pelo juiz na sua sentença, possam os pedidos da
inicial ser julgados normalmente, se o processo já estiver em condições de julgamento.

Exemplo: imagine que Joaquim tenha ajuizado uma ação trabalhista pedindo horas extras. O
réu apresentou defesa e o processo prosseguiu normalmente. No entanto, ao proferir senten-
ça, o juiz extinguiu o processo sem julgar as horas extras, por entender que a petição inicial
estava inepta. Joaquim não se conformou e interpôs recurso ordinário. Se o TRT, analisando o
recurso, entender que o juiz errou e que não havia inépcia, ao afastar esse vício irá o Tribunal
prosseguir no julgamento das horas extras.

Aliás, a Súmula 393, II, do TST confirma a compatibilidade com o processo trabalhista:

Súmula 393, II, do TST


RECURSO ORDINÁRIO. EFEITO DEVOLUTIVO EM PROFUNDIDADE. ART. 1.013, § 1º, do
CPC DE 2015. ART. 515, § 1º, DO CPC de 1973 - (nova redação em decorrência do CPC de
2015) - Res. 208/2016, DEJT divulgado em 22, 25 e 26.04.2016
II – Se o processo estiver em condições, o tribunal, ao julgar o recurso ordinário, deverá
decidir desde logo o mérito da causa, nos termos do § 3º do art. 1.013 do CPC de 2015,
inclusive quando constatar a omissão da sentença no exame de um dos pedidos.

Nesse contexto, considerando que a técnica permite ao Tribunal julgar o mérito de matéria
não apreciado na origem, alguns operadores passaram a denominar a hipótese de julgamento
“per saltum”.

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O prazo do recurso ordinário é de 8 dias, ressalvados os casos especiais que possuem


prazo em dobro, conforme já estudamos anteriormente.
Interpõe-se o recurso ordinário perante o juízo que proferiu a decisão recorrida (juízo a
quo), o qual realiza o juízo de admissibilidade (verifica se os pressupostos recursais estão
presentes). Estando presentes os pressupostos e dada a oportunidade de a parte contrária
apresentar contrarrazões (manifestar sobre o recurso), os autos do processo são remetidos
ao juízo que julgará o recurso (juízo ad quem).
Importante lembrar que, quando se trata de atacar uma sentença, o recurso ordinário não
necessita impugnar especificamente os fundamentos da decisão. Todavia, situação diversa
ocorre quando se trata de recurso que ataca acórdão do TRT e que será julgado pelo TST,
conforme se constata na Súmula 422:

Súmula 422 do TST


RECURSO. FUNDAMENTO AUSENTE OU DEFICIENTE. NÃO CONHECIMENTO (redação
alterada, com inserção dos itens I, II e III) - Res. 199/2015, DEJT divulgado em 24, 25 e
26.06.2015. Com errata publicado no DEJT divulgado em 01.07.2015
I – Não se conhece de recurso para o Tribunal Superior do Trabalho se as razões do
recorrente não impugnam os fundamentos da decisão recorrida, nos termos em que
proferida.
III – Inaplicável a exigência do item I relativamente ao recurso ordinário da competência
de Tribunal Regional do Trabalho, exceto em caso de recurso cuja motivação é inteira-
mente dissociada dos fundamentos da sentença.

Ressalte-se, ainda, que, no procedimento sumaríssimo, o legislador tornou mais rápido o


andamento do recurso ordinário no Tribunal, criando regras específicas e mais rápidas para a
tramitação e julgamento:

Art. 895, § 1º Nas reclamações sujeitas ao procedimento sumaríssimo, o recurso ordinário:


I – (VETADO).
II – será imediatamente distribuído, uma vez recebido no Tribunal, devendo o relator liberá-lo no
prazo máximo de dez dias, e a Secretaria do Tribunal ou Turma colocá-lo imediatamente em pauta
para julgamento, sem revisor;
III – terá parecer oral do representante do Ministério Público presente à sessão de julgamento, se
este entender necessário o parecer, com registro na certidão;

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IV – terá acórdão consistente unicamente na certidão de julgamento, com a indicação suficiente do


processo e parte dispositiva, e das razões de decidir do voto prevalente. Se a sentença for confir-
mada pelos próprios fundamentos, a certidão de julgamento, registrando tal circunstância, servirá
de acórdão.
§ 2º Os Tribunais Regionais, divididos em Turmas, poderão designar Turma para o julgamento dos
recursos ordinários interpostos das sentenças prolatadas nas demandas sujeitas ao procedimento
sumaríssimo.

4.3. Agravo de Petição


O art. 897, “a”, da CLT é a norma que estabelece o agravo de petição:

Art. 897. Cabe agravo, no prazo de 8 (oito) dias:


a) de petição, das decisões do Juiz ou Presidente, nas execuções;

O agravo de petição revela-se cabível para impugnar determinadas decisões ocorridas na


fase executiva. Na execução, não existe possibilidade de recurso ordinário.
O termo “decisões” gera uma série de controvérsias, porquanto há uma corrente no sen-
tido de que o agravo de petição é cabível apenas de sentenças terminativas ou definitivas em
execução, bem como outra corrente no sentido de que certos tipos de decisões interlocutó-
rias também podem ser atacadas pelo recurso.
De fato, na maioria das vezes, este recurso é cabível contra sentença, como ocorre nos
casos de sentença de embargos à execução.

Exemplo: suponhamos que o executado Mauro defenda, em embargos à execução, que foram
penhorados bens que guarnecem sua residência e que seriam impenhoráveis na forma do
art. 833 do CPC. Sendo os embargos julgados improcedentes, pode Mauro interpor agravo de
petição.

Assim, em regra, não caberia agravo de petição contra decisão interlocutória na execução:

AGRAVO. AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. ACÓRDÃO PUBLICADO


NA VIGÊNCIA DA LEI N. 13.015/2014. AGRAVO DE PETIÇÃO. INTERPOSIÇÃO CONTRA
DECISÃO PROFERIDA NA EXECUÇÃO. RECONHECIMENTO DA CONDIÇÃO DE EXECU-
TADA DA AGRAVANTE, COM INCLUSÃO NO POLO PASSIVO. RECURSO INCABÍVEL. A

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decisão do Regional pelo não cabimento do agravo de petição em face da decisão que
determinou a inclusão da reclamada, ora agravante, no polo passivo da execução mos-
tra-se escorreita, uma vez que não se trata de decisão terminativa do feito, mas sim
de decisão interlocutória, não sendo cabível a interposição de agravo de petição, nos
termos do artigo 893, § 1º, da CLT e da Súmula 214 do TST. Nesse contexto, não se
verifica violação direta e literal ao artigo 5º, incisos XXXV e LV, da Constituição Federal,
conforme preceituado no art. 896, § 2º da CLT e na Súmula n. 266 do TST. Agravo não
provido. (Ag-AIRR-642-41.2013.5.12.0039, 5ª Turma, Relator Ministro Breno Medeiros,
DEJT 25/10/2019).

Entretanto, algumas situações permitem que decisões interlocutórias possam ser objeto
de ataque pelo agravo quando não há outro meio impugnativo passível de utilização.
Tal situação ocorre, por exemplo, na hipótese em que juiz aplica multa por ato atentatório
à dignidade da Justiça após já ter sido ultrapassada a fase de embargos à execução. Outro
exemplo ocorre quando o juiz decide um incidente de desconsideração da personalidade jurí-
dica, na forma do art. 855-A, § 1º, II, da CLT:

Art. 855-A, § 1º Da decisão interlocutória que acolher ou rejeitar o incidente:


II – na fase de execução, cabe agravo de petição, independentemente de garantia do juízo;

Questão 1 (VUNESP/AVAREPREV-SP/PROCURADOR JURÍDICO/2020) Com relação ao in-


cidente de desconsideração da personalidade jurídica é correto afirmar que:
Na fase de execução, cabe agravo de petição, desde que haja garantia do juízo.

Errado.
Não há necessidade de garantia da execução para a interposição de agravo de petição, na
forma do art. 855-A, § 1º, II, da CLT.

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Quanto aos pressupostos recursais, o agravo de petição possui um pressuposto es-


pecífico no art. 897, § 1º, da CLT cuja ausência de atendimento gera o não conhecimento
do recurso:

Art. 897, § 1º O agravo de petição só será recebido quando o agravante delimitar, justificadamente,
as matérias e os valores impugnados, permitida a execução imediata da parte remanescente até o
final, nos próprios autos ou por carta de sentença.

Logo, a matéria e/ou valores impugnados devem ser delimitados. Assim, o recorrente deve
informar quais são as matérias objeto de impugnação e qual o valor relacionado a tais maté-
rias. Essa exigência permite que o exequente possa prosseguir a execução em relação à parte
não impugnada no recurso.
A ausência de delimitação importa o não conhecimento do agravo. Essa exigência é con-
sagrada na jurisprudência:

RECURSO DE REVISTA. EXECUÇÃO. (...) 2. PRELIMINAR DE NULIDADE POR CERCE-


AMENTO DO DIREITO DE DEFESA. NÃO CONHECIMENTO DO AGRAVO DE PETIÇÃO.
AUSÊNCIA DE DELIMITAÇÃO DE VALORES. NÃO CONHECIMENTO. O artigo 897, § 1º, da
CLT dispõe que o agravo de petição somente será recebido quando houver delimitação
das matérias e dos valores impugnados. Desse modo, é ônus da parte delimitar os valo-
res incontroversos, sob pena de o recurso não ser conhecido. Verifica-se, portanto, que
se trata de pressuposto de admissibilidade recursal, o qual tem por finalidade evitar a
interposição de recurso genérico, o que obstaria o prosseguimento imediato da execu-
ção em relação às parcelas incontroversas e, por consequência, a satisfação do crédito
do exequente. (...). (RR-22200-18.2009.5.09.0096, 4ª Turma, Relator Ministro guilherme
augusto caputo bastos, DEJT 31/01/2020).

Assim, os pontos que não foram impugnados no agravo de petição podem ser objeto de
execução imediata. Vamos a um exemplo.

Exemplo: suponha que Mariana esteja executando Thaís em R$ 1.000.000,00, de forma


que houve a penhora de R$ 200.000,00 em uma conta bancária e a penhora de um imóvel
no valor de R$ 800.000,00. Estando o juízo garantido por esses bens, a executada Thaís

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decide embargar a execução, alegando que o dinheiro estava em conta poupança (por
isso, alegava ser impenhorável - art. 833, X, do CPC) e que o imóvel é sua residência (logo
impenhorável - art. 1º da Lei 8.009/90). O juiz, ao proferir sentença julgando os embar-
gos, decide que não há qualquer impenhorabilidade, já que não se tratava de conta pou-
pança e o imóvel não era a residência de Thaís.

A executada, então, decide interpor agravo de petição contra a sentença que julgou impro-
cedentes seus embargos à execução, mas apenas recorre da parte referente ao imóvel. Logo,
no agravo vai especificar que o recurso se refere à impenhorabilidade de imóvel (avaliado em
R$ 800.000,00) por ser bem de família. Diante da especificação das matérias e valores, pode
a execução prosseguir em relação à parte não impugnada (os R$ 200.000,00 em dinheiro pe-
nhorados)
Registre-se o teor da Súmula 416 do TST:

Súmula 416 do TST


MANDADO DE SEGURANÇA. EXECUÇÃO. LEI N. 8.432/1992. ART. 897, § 1º, DA CLT. CABI-
MENTO (conversão da Orientação Jurisprudencial n. 55 da SBDI-2) - Res. 137/2005, DJ
22, 23 e 24.08.2005.
Devendo o agravo de petição delimitar justificadamente a matéria e os valores objeto de
discordância, não fere direito líquido e certo o prosseguimento da execução quanto aos
tópicos e valores não especificados no agravo.

Ressalte-se que a exigência de delimitação de valores não é exigência de atualização


desses valores. O TST entende que exigir a atualização de valores viola o direito de defesa:

(...) RECURSO DE REVISTA. AGRAVO DE PETIÇÃO. ATUALIZAÇÃO DOS VALORES IMPUG-


NADOS. INEXIGIBILIDADE, VIOLAÇÃO CONSTITUCIONAL. O parágrafo 1º do art. 897 da
CLT estabelece que “o agravo de petição só será recebido quando o agravante delimitar,
justificadamente, as matérias e os valores impugnados, permitida a execução imediata
da parte remanescente até o final, nos próprios autos ou por carta de sentença”. Assim,
a decisão do Regional, que não conheceu do Agravo de Petição em razão de obstá-
culo processual não previsto em lei (atualização de valores), configura cerceamento do
direito de defesa, já que preenchido o pressuposto específico de admissibilidade, qual

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seja, a delimitação das matérias e dos valores impugnados, configurando ofensa ao art.
5º, inciso LV, da Constituição da Federal. Recurso de Revista conhecido e parcialmente
provido (RR-10969-31.2014.5.01.0002, 1ª Turma, Relator Ministro Luiz José Dezena da
Silva, DEJT 17/05/2019).

O agravo deve ser interposto no prazo de 8 dias perante o juízo de primeiro grau, sendo
que, após a apresentação de contraminuta e realização de admissibilidade, será remetido ao
TRT para julgamento.
As custas são pagas ao final, conforme preceitua o art. 789-A, sendo R$ 44,26 para o
agravo de petição na forma do inciso IV:

Art. 789-A. No processo de execução são devidas custas, sempre de responsabilidade do executa-
do e pagas ao final, de conformidade com a seguinte tabela:
IV – agravo de petição: R$ 44,26 (quarenta e quatro reais e vinte e seis centavos);

Quanto ao depósito recursal, havendo a garantia do juízo, registre-se que apenas será ne-
cessária a complementação da garantia se houver elevação do débito nos termos da Súmula
128, II, do TST:

Súmula 128 do TST


DEPÓSITO RECURSAL (incorporadas as Orientações Jurisprudenciais n.s 139, 189 e 190
da SBDI-I) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005
II – Garantido o juízo, na fase executória, a exigência de depósito para recorrer de qual-
quer decisão viola os incisos II e LV do art. 5º da CF/1988. Havendo, porém, elevação do
valor do débito, exige-se a complementação da garantia do juízo.

A elevação do débito no curso da execução pode ocorrer quando a impugnação aos cál-
culos liquidatórios formulada pelo credor (exequente) for julgada procedente. Assim, como os
valores executados aumentam, então, se a garantia que havia na execução não for suficiente,
o executado necessita ampliá-la para conseguir o conhecimento do seu agravo de petição.

4.4. Agravo de Instrumento


No Processo do Trabalho, o agravo de instrumento destina-se, como regra, a “destrancar”
recursos, ou seja, atacar a decisão interlocutória que nega seguimento a recurso.

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Assim, por exemplo, se o juiz profere uma sentença em ação trabalhista e essa sentença
é impugnada por um recurso ordinário, caso o juiz denegue seguimento a esse recurso, dize-
mos coloquialmente que o juiz “trancou” o recurso. A decisão do juiz que nega seguimento
ao recurso é uma decisão interlocutória. A parte que teve o seguimento do recurso denegado
pode interpor agravo de instrumento.
O art. 897, “b”, da CLT atesta a regra:

Art. 897. Cabe agravo, no prazo de 8 (oito) dias:


b) de instrumento, dos despachos que denegarem a interposição de recursos.

O agravo de instrumento é interposto perante o órgão prolator da decisão agravada. Se foi


o juiz da vara que negou seguimento ao recurso, então o agravo de instrumento é dirigido a
essa vara.
E o que o juiz faz com esse recurso?
Em primeiro lugar, o juiz pode voltar atrás (exercer juízo de retratação). Se se retrata em
nova decisão, ele destranca o recurso, que seguirá normalmente, tornando desnecessário o
julgamento do agravo de instrumento pelo Tribunal.
No entanto, mantida a decisão que negou seguimento ao recurso, o juiz mandará intimar
a parte contrária (agravado) para responder o agravo (resposta é chamada de contraminuta)
e para responder também o recurso trancado. Veja:

Art. 897, § 6º O agravado será intimado para oferecer resposta ao agravo e ao recurso principal,
instruindo-a com as peças que considerar necessárias ao julgamento de ambos os recursos.

Apresentada a resposta do agravado ou transcorrido o prazo sem manifestação, o juiz


encaminhará o agravo de instrumento para julgamento no TRT.
O Tribunal examinará se o agravo de instrumento, por ser recurso, preenche os pressu-
postos recursais. Se não atender aos requisitos, o agravo não será conhecido.
Por outro lado, se o TRT conhecer do recurso e der provimento ao agravo (o agravante
tinha razão), então o recurso trancado será destrancado, e o Tribunal vai deliberar sobre o
julgamento desse recurso:

Art. 897, § 7º Provido o agravo, a Turma deliberará sobre o julgamento do recurso principal, obser-
vando-se, se for o caso, daí em diante, o procedimento relativo a esse recurso.

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A mesma lógica é seguida quando um recurso de revista é trancado. Por exemplo, quando
um juiz profere sentença, a parte insatisfeita interpõe recurso ordinário, que é julgado pelo
TRT. Contra o acórdão proferido pelo TRT (que julgou o RO) a parte ingressa com recurso de
revista. O recurso de revista é interposto perante o Desembargador Presidente do TRT. Se o
Presidente do TRT negar seguimento ao recurso de revista, então pode o interessado entrar
com agravo de instrumento contra a decisão do Presidente do TRT.
Se o Presidente do TRT voltar atrás (exercer juízo de retratação), então o recurso de revista
terá o seguimento normal. Por outro lado, se o Presidente do TRT não se retratar, então, após
oportunidade de a parte recorrida apresentar contrarrazões ao recurso trancado e contrami-
nuta ao agravo de instrumento, o agravo será encaminhado para julgamento no TST.
Quanto ao preparo, é necessária a realização de depósito recursal, como confirma a regra
do § 7º do art. 899 da CLT:

Art. 899, § 7º No ato de interposição do agravo de instrumento, o depósito recursal corresponderá


a 50% (cinquenta por cento) do valor do depósito do recurso ao qual se pretende destrancar.

Por exemplo, se o recurso que se busca destrancar é o recurso ordinário, então o depósito
recursal será a metade do valor do depósito recursal do recurso ordinário.
Todavia, existem hipóteses especiais em que o depósito recursal não é necessário para o
agravo de instrumento, na forma do art. 899, § 8º, da CLT:

Art. 899, § 8º Quando o agravo de instrumento tem a finalidade de destrancar recurso de revista
que se insurge contra decisão que contraria a jurisprudência uniforme do Tribunal Superior do
Trabalho, consubstanciada nas suas súmulas ou em orientação jurisprudencial, não haverá obri-
gatoriedade de se efetuar o depósito referido no § 7º deste artigo.

4.5. Agravo Interno


A necessidade de impor maior celeridade à solução dos processos fez com que o legisla-
dor criasse a possibilidade de que decisões judiciais sobre um recurso fossem proferidas por
um único Desembargador ou Ministro (decisões monocráticas).
Isso ocorre normalmente quando:

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• a matéria já está pacificada na jurisprudência;


• o recurso não tem nenhuma possibilidade de êxito, seja porque os pressupostos recur-
sais não foram cumpridos (inadmissível), seja porque ele já está prejudicado.

Vamos tornar mais claro por meio de exemplos distintos:

1º exemplo: imagine que foi proferido uma sentença em ação trabalhista, tendo o autor inter-
posto recurso ordinário. Quando esse recurso ordinário chegar no Tribunal Regional do Tra-
balho, ele é distribuído a um Desembargador Relator.
2º exemplo: imagine que contra a decisão de um TRT (acórdão) foi interposto um recurso de
revista. Esse recurso de revista, quando chega no TST, é distribuído a um Ministro Relator.

Esse Desembargador (1º exemplo) ou esse Ministro (2º exemplo), caso constate que o re-
curso não preenche os pressupostos recursais ou mesmo que está prejudicada a análise do
recurso por outro motivo, pode não conhecer do recurso em decisão monocrática.
Veja o art. 932, III, CPC:

Art. 932. Incumbe ao relator:


III – não conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou que não tenha impugnado especifica-
mente os fundamentos da decisão recorrida;

Vamos continuar.

Exemplo: imagine, agora, que o Desembargador (1º exemplo) ou o Ministro (2º exemplo), ao
receber o recurso, verifica que o recurso da parte:
a) contraria súmula do STF, súmula do TST ou súmula do próprio TRT (esse último caso apenas
no 1º exemplo);
b) contraria decisão proferida pelo STF ou pelo Tribunal Superior do Trabalho em julgamento
de recurso repetitivo;
c) contraria decisão proferida em incidente de resolução de demandas repetitivas (IRDR) ou
incidente de assunção de competência (IAC).

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Nesse caso, o Desembargador (1º exemplo) ou ministro (2º exemplo) pode prolatar uma
decisão monocrática negando provimento ao recurso.
Leia o art. 932, IV, do CPC (mas lembre-se de que onde você lê Superior Tribunal de Jus-
tiça, deve ler “Tribunal Superior do Trabalho” para fazer as devidas adequações ao Processo
do Trabalho):

Art. 932. Incumbe ao relator:


IV – negar provimento a recurso que for contrário a:
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal;
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julga-
mento de recursos repetitivos;
c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de
competência;

Por outro lado, pense, agora, que o Desembargador (1º exemplo) ou o Ministro (2º
exemplo), ao receber o recurso, verifica que o recurso da parte está correto, porque a
decisão recorrida:
• contraria súmula do STF, súmula do TST, ou súmula do próprio TRT (esse último caso
apenas no 1º exemplo); ou
• contraria decisão proferida pelo STF ou pelo Tribunal Superior do Trabalho em julga-
mento de recurso repetitivo; ou
• contraria decisão proferida em incidente de resolução de demandas repetitivas (IRDR)
ou incidente de assunção de competência (IAC).

Nessas hipóteses, o Desembargador (1º exemplo) ou Ministro (2º exemplo) pode dar uma
decisão monocrática dando provimento ao recurso.
Leia o art. 932, V, do CPC (mas lembre-se de que onde você lê Superior Tribunal de Jus-
tiça, você deve ler “Tribunal Superior do Trabalho” para fazer as devidas adequações ao Pro-
cesso do Trabalho):

Art. 932. Incumbe ao relator:


V – depois de facultada a apresentação de contrarrazões, dar provimento ao recurso se a decisão
recorrida for contrária a:
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal;
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julga-
mento de recursos repetitivos;

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c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de


competência;

Pode ocorrer também de o Ministro relator ou o Desembargador relator (de um recurso


qualquer ou de um processo de competência originária do Tribunal) proferir uma decisão mo-
nocrática em tutela provisória (julgando um pedido de liminar, por exemplo):

Art. 932. Incumbe ao relator:


II – apreciar o pedido de tutela provisória nos recursos e nos processos de competência originária
do tribunal;

A aplicabilidade do art. 932 do CPC, inclusive no Processo do Trabalho, foi consolidada na


Súmula 435 do TST:

Súmula 435 do TST


DECISÃO MONOCRÁTICA. RELATOR. ART. 932 DO CPC DE 2015. ART. 557 DO CPC DE
1973. APLICAÇÃO SUBSIDIÁRIA AO PROCESSO DO TRABALHO - (atualizada em decor-
rência do CPC de 2015) - Res. 208/2016, DEJT divulgado em 22, 25 e 26.04.2016
Aplica-se subsidiariamente ao processo do trabalho o art. 932 do CPC de 2015 (art. 557
do CPC de 1973).

O próprio art. 3º, XXIX, da IN 39/2016 explicita admissibilidade do agravo interno no Pro-
cesso do Trabalho:

IN 39/2016 do TST
Art. 3º Sem prejuízo de outros, aplicam-se ao Processo do Trabalho, em face de
omissão e compatibilidade, os preceitos do Código de Processo Civil que regulam
os seguintes temas:
XXIX – art. 1021 (salvo quanto ao prazo do agravo interno).

Prolatada a decisão monocrática (qualquer das decisões acima estudadas), deve-se re-
conhecer a possibilidade de recurso, o qual será o agravo interno previsto no art. 1.021, caput,
do CPC:

Art. 1.021. Contra decisão proferida pelo relator caberá agravo interno para o respectivo órgão co-
legiado, observadas, quanto ao processamento, as regras do regimento interno do tribunal.

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Estabelecidas as premissas básicas do cabimento do agravo interno, cabe ao recorrente


impugnar especificamente os argumentos da decisão a ser atacada. Vejamos o art. 1.021, §
1º, do CPC:

Art. 1.021, § 1º Na petição de agravo interno, o recorrente impugnará especificadamente os funda-


mentos da decisão agravada.

O agravo será julgado pelo órgão colegiado competente, conforme especificado no Regi-
mento Interno dos Tribunais.
Ressalte-se que o agravo é dirigido ao relator, que intimará a parte contrária para contrar-
razões, na forma do art. 1.021, § 2º, do CPC (exceto em relação ao prazo que será de 8 dias,
na forma da regra do Processo do Trabalho e do art. 1º da IN 39/2016 do TST):

CPC
Art. 1.021, § 2º O agravo será dirigido ao relator, que intimará o agravado para manifestar-se sobre
o recurso no prazo de 15 (quinze) dias, ao final do qual, não havendo retratação, o relator levá-lo-á
a julgamento pelo órgão colegiado, com inclusão em pauta.
IN 39/2016 do TST
Art. 1º, § 2º O prazo para interpor e contra-arrazoar todos os recursos trabalhistas, inclusive agra-
vo interno e agravo regimental, é de oito dias (art. 6º da Lei n. 5.584/70 e art. 893 da CLT), exceto
embargos de declaração (CLT, art. 897-A).

No momento de julgar o agravo, existe uma regra importante no art. 1.021, § 3º, do CPC:

Art. 1.021, § 3º É vedado ao relator limitar-se à reprodução dos fundamentos da decisão agravada
para julgar improcedente o agravo interno.

Assim, no julgamento do agravo, o relator não pode apenas reproduzir, transcrever os


argumentos da decisão monocrática. Se o Desembargador ou Ministro relator do agravo con-
corda com a decisão monocrática, então deve dizer seus motivos de forma clara e própria,
cabendo aos demais membros do colegiado concordar ou discordar. Seja de uma forma ou
de outra, será proferida uma decisão colegiada.
Vale lembrar que esse agravo apenas ataca decisão monocrática, não sendo apto a atacar
decisão colegiada. Eventual utilização irregular implica o não conhecimento do agravo, sendo
inviável a fungibilidade em razão do erro grosseiro. O TST já consolidou entendimento na OJ
412 da SDI-I:

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OJ 412 da SDI-I
AGRAVO INTERNO OU AGRAVO REGIMENTAL. INTERPOSIÇÃO EM FACE DE DECISÃO
COLEGIADA. NÃO CABIMENTO. ERRO GROSSEIRO. INAPLICABILIDADE DO PRINCÍPIO
DA FUNGIBILIDADE RECURSAL. (nova redação em decorrência do CPC de 2015) – Res.
209/2016 – DEJT divulgado em 01, 02 e 03.06.2016
É incabível agravo interno (art. 1.021 do CPC de 2015, art. 557, §1º, do CPC de 1973) ou
agravo regimental (art. 235 do RITST) contra decisão proferida por Órgão colegiado. Tais
recursos destinam-se, exclusivamente, a impugnar decisão monocrática nas hipóteses
previstas. Inaplicável, no caso, o princípio da fungibilidade ante a configuração de erro
grosseiro.

Quando o agravo for completamente inadmissível, ou seja, não preencher os pressupos-


tos recursais, ou mesmo que sendo manifestamente improcedente (mérito) em votação unâ-
nime do colegiado, haverá a incidência de multa. Veja o art. 1.021, § 4º, do CPC:

Art. 1.021, § 4º Quando o agravo interno for declarado manifestamente inadmissível ou improce-
dente em votação unânime, o órgão colegiado, em decisão fundamentada, condenará o agravante
a pagar ao agravado multa fixada entre um e cinco por cento do valor atualizado da causa.

Uma vez aplicada a multa, eventual futuro recurso contra a decisão colegiada apenas
pode ser interposto mediante o depósito prévio do valor da multa, ressalvada a prerrogativa
da Fazenda Pública e do beneficiário da Justiça Gratuita, os quais são dispensados desse re-
colhimento no momento da interposição do recurso, somente recolhendo os valores ao final:

Art. 1.021, § 5º A interposição de qualquer outro recurso está condicionada ao depósito prévio do
valor da multa prevista no § 4º, à exceção da Fazenda Pública e do beneficiário de gratuidade da
justiça, que farão o pagamento ao final.

Vale lembrar o disposto na OJ 389 da SDI-I do TST:

OJ 389 da SDI-I do TST


MULTA PREVISTA NO ART. 1.021, §§ 4º E 5º, DO CPC DE 2015. ART. 557, § 2º, DO CPC DE
1973. RECOLHIMENTO. PRESSUPOSTO RECURSAL. BENEFICIÁRIO DA JUSTIÇA GRATUITA E
FAZENDA PÚBLICA. PAGAMENTO AO FINAL. (nova redação em decorrência do CPC de
2015) – Res. 209/2016 – DEJT divulgado em 01, 02 e 03.06.2016

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Constitui ônus da parte recorrente, sob pena de deserção, depositar previamente a multa
aplicada com fundamento nos §§ 4º e 5º, do art. 1.021, do CPC de 2015 (§ 2º do art. 557
do CPC de 1973), à exceção da Fazenda Pública e do beneficiário de justiça gratuita, que
farão o pagamento ao final.

Um cuidado deve ainda ser tomado. Você sabe que qualquer decisão monocrática pode
ser objeto de embargos de declaração, na forma do art. 1.024, § 2º, do CPC:

Art. 1.024, § 2º Quando os embargos de declaração forem opostos contra decisão de relator
ou outra decisão unipessoal proferida em tribunal, o órgão prolator da decisão embargada
decidi-los-á monocraticamente.

Portanto, não seria diferente com a decisão monocrática de integrante do Tribunal. Se o


Desembargador ou Ministro proferem uma decisão, então cabe embargos de declaração para
sanar eventual vício dentre aqueles passíveis de regularização por esse recurso. Veja a Sú-
mula 421, I, do TST:

Súmula 421 do TST


EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. CABIMENTO. DECISÃO MONOCRÁTICA DO RELATOR CAL-
CADA NO ART. 932 do CPC DE 2015. ART. 557 DO CPC de 1973. (atualizada em decorrên-
cia do CPC de 2015) – Res. 208/2016, DEJT divulgado em 22, 25 e 26.04.2016
I – Cabem embargos de declaração da decisão monocrática do relator prevista no art.
932 do CPC de 2015 (art. 557 do CPC de 1973), se a parte pretende tão somente juízo
integrativo retificador da decisão e, não, modificação do julgado.

Todavia, se os embargos de declaração buscarem a revisão do julgamento (reforma - mo-


dificação), devem os embargos de declaração ser recebidos como agravo interno com base
no princípio da fungibilidade. Veja a Súmula 421, II, do TST:

Súmula 421 do TST


EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. CABIMENTO. DECISÃO MONOCRÁTICA DO RELATOR CAL-
CADA NO ART. 932 do CPC DE 2015. ART. 557 DO CPC de 1973. (atualizada em decorrên-
cia do CPC de 2015) – Res. 208/2016, DEJT divulgado em 22, 25 e 26.04.2016
II – Se a parte postular a revisão no mérito da decisão monocrática, cumpre ao relator
converter os embargos de declaração em agravo, em face dos princípios da fungibili-

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dade e celeridade processual, submetendo-o ao pronunciamento do Colegiado, após a


intimação do recorrente para, no prazo de 5 (cinco) dias, complementar as razões recur-
sais, de modo a ajustá-las às exigências do art. 1.021, § 1º, do CPC de 2015.

4.6. Agravo Regimental


O agravo regimental encontra-se previsto nos regimentos internos de alguns Tribunais
Trabalhistas. Somente é cabível agravo regimental contra decisão monocrática emitidas por
integrantes de Tribunais, sobretudo quando a lei não prevê outro recurso.
Cada Tribunal Trabalhista pode ter, no regimento interno, previsão das hipóteses em que
cabe agravo regimental. Na verdade, a figura do agravo regimental tem dado espaço ao agra-
vo interno, porquanto o art. 932, VIII, do CPC preceitua que o relator pode ter outras atribui-
ções no Regimento Interno:

Art. 932. Incumbe ao relator:


VIII – exercer outras atribuições estabelecidas no regimento interno do tribunal.

Ora, se o agravo interno é cabível contra a decisão do relator, então tornar-se-ia desne-
cessária a previsão do agravo regimental.
O Tribunal Superior do Trabalho suprimiu o agravo regimental, sendo que as hipóteses
atualmente são tratadas como agravo interno. Veja o art. 265, caput, do Regimento Interno
do TST:

Regimento Interno do TST


Art. 265. Cabe agravo interno contra decisão dos Presidentes do Tribunal e das Turmas, do Vice-
-Presidente, do Corregedor-Geral da Justiça do Trabalho ou de relator, nos termos da legislação
processual, no prazo de 8 (oito) dias úteis, pela parte que se considerar prejudicada.

No entanto, vários Tribunais mantêm o uso do agravo regimental nas hipóteses previstas
no respectivo regimento interno.
Como se trata de agravo, é possível o exercício do juízo de retratação, ou seja, pode aquele
Desembargador (no TRT), que proferiu a decisão monocrática, voltar atrás na sua decisão.
O agravo regimental é interposto perante o órgão que proferiu a decisão atacada, sendo
posteriormente remetido ao órgão indicado no regimento interno para julgamento.

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RESUMO

Foco Linha mestra

1- Recurso, no âmbito do processo judicial, é um meio processual de impug-


nação de uma decisão judicial dentro do mesmo processo.
2- Os recursos podem ser de natureza ordinária ou extraordinária. Nos
recursos de natureza ordinária, toda matéria de fato e de direito pode ser
discutida. Nos recursos de natureza extraordinária, a matéria fática fora
explicitada na decisão recorrida não pode ser reexaminada (não se reexa-
minam fatos e provas, sendo que se analisa o que está contido na decisão
Generalidades recorrida).
3- Os recursos podem ter efeito devolutivo, regressivo, substitutivo, exten-
sivo, translativo e suspensivo. No Processo do Trabalho, como regra, não há
efeito suspensivo dos recursos (art. 899, caput, da CLT).
4- São princípios recursais: voluntariedade, duplo grau de jurisdição, proibi-
ção da reformatio in pejus, irrecorribilidade imediata das decisões interlocu-
tórias, singularidade, fungibilidade, dialeticidade e manutenção dos efeitos
da sentença.

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1- São pressupostos recursais objetivos: tempestividade, preparo, repre-


sentação processual regular e adequação.
2- O prazo recursal, no Processo do Trabalho, é de 8 dias úteis, como regra.
3- União, estados, DF, municípios, autarquias, fundações públicas de direito
público, Ministério Público, Defensoria Pública, escritórios/núcleos de prá-
tica jurídica das faculdades de Direito, entidades que prestam assistência
técnica gratuita em convênio com a Defensoria Pública e Correios possuem
prazo em dobro para recorrer.
4- O recorrente deverá comprovar a ocorrência de feriado local no ato de
interposição do recurso (art. 1.003, § 6º, do CPC).
5- Será considerado tempestivo o ato praticado antes do termo inicial do
prazo (art. 218, § 4º, do CPC).
6- O preparo envolve as custas e o depósito recursal.
7- No caso de recurso, as custas serão pagas e comprovado o recolhimento
dentro do prazo recursal (art. 789, § 1º, da CLT).
8- Os entes estatais, as autarquias, as fundações públicas, o Ministério
Público, os beneficiários da gratuidade judicial e os Correios estão isentos
do recolhimento de custas.
9- No processo executivo, sendo as custas pagas ao final (art. 789-A, caput,
Pressupostos da CLT).
recursais objetivos 10- As custas devem ser recolhidas em guia de recolhimento da União.
11- A parte vencedora na primeira instância, se vencida na segunda, está
obrigada, independentemente de intimação, a pagar as custas fixadas na
sentença originária, das quais ficara isenta a parte então vencida (Súmula
25, I, do TST).
12- No caso de inversão do ônus da sucumbência em segundo grau, sem
acréscimo ou atualização do valor das custas, e se estas já foram devi-
damente recolhidas, descabe um novo pagamento pela parte vencida, ao
recorrer. Deverá ao final, se sucumbente, reembolsar a quantia (Súmula 25,
II, do TST).
13- O reembolso das custas à parte vencedora faz-se necessário mesmo
na hipótese em que a parte vencida for pessoa isenta do seu pagamento
(Súmula 25, IV, do TST).
14- Não caracteriza deserção a hipótese em que, acrescido o valor da con-
denação, não houve fixação ou cálculo do valor devido a título de custas e
tampouco intimação da parte para o preparo do recurso, devendo ser as
custas pagas ao final (Súmula 25, III, do TST).
5- A sentença pode ser definitiva ou terminativa.
6- A regra é que o juiz não pode deferir nem mais do que for pedido (ultra
petita) e nem objeto diverso do que foi pedido (extra petita) (arts. 141 e 492
do CPC), além de não poder decidir menos do que foi pedido (citra petita).

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7- O art. 493 do CPC de 2015, que admite a invocação de fato constitutivo,


modificativo ou extintivo do direito, superveniente à propositura da ação, é
aplicável de ofício aos processos. Cumpre ao juiz ou tribunal ouvir as partes
sobre o fato novo antes de decidir (Súmula 394 do TST).
8- O art. 93, IX, da Constituição Federal exige que o acórdão ou decisão
sejam fundamentados, ainda que sucintamente, sem determinar, contudo, o
exame pormenorizado de cada uma das alegações ou provas.
9- O dispositivo pode ser direto ou indireto.
10- Existindo na decisão evidentes erros ou enganos de escrita, de datilo-
grafia ou de cálculo, poderão os mesmos, antes da execução, ser corrigidos,
ex officio, ou a requerimento dos interessados ou da Procuradoria da Jus-
tiça do Trabalho (art. 833 da CLT).
11- A sentença pode ter eficácia principal, probatória, anexa e reflexa.
12- No caso de inversão do ônus da sucumbência em segundo grau, sem
acréscimo ou atualização do valor das custas, e se estas já foram devi-
damente recolhidas, descabe um novo pagamento pela parte vencida, ao
recorrer. Deverá ao final, se sucumbente, reembolsar a quantia (Súmula 25,
II, do TST).
13- O reembolso das custas à parte vencedora faz-se necessário mesmo
na hipótese em que a parte vencida for pessoa isenta do seu pagamento
Pressupostos (Súmula 25, IV, do TST).
recursais objetivos 14- Não caracteriza deserção a hipótese em que, acrescido o valor da con-
denação, não houve fixação ou cálculo do valor devido a título de custas e
tampouco intimação da parte para o preparo do recurso, devendo ser as
custas pagas ao final (Súmula 25, III, do TST).
15- O depósito recursal possui natureza de garantia do juízo.
16- O depósito recursal será feito em conta vinculada ao juízo e corrigido
com os mesmos índices da poupança (art. 899, § 4º, da CLT).
17- O depósito recursal é apenas exigível do tomador de serviços (inclusive
empregador) e não do trabalhador.
18- O depósito recursal revela-se exigível apenas quando há condenação
em pecúnia (Súmula 161 do TST).
19- O valor do depósito recursal será reduzido pela metade para entida-
des sem fins lucrativos, empregadores domésticos, microempreendedores
individuais, microempresas e empresas de pequeno porte (art. 899, § 9º, da
CLT).
20- São isentos do depósito recursal os beneficiários da justiça gratuita,
as entidades filantrópicas e as empresas em recuperação judicial, bem
como as pessoas jurídicas de direito público, os Estados Estrangeiros e
os Correios.

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21- O depósito recursal deve ser feito e comprovado no prazo alusivo ao


recurso. A interposição antecipada deste não prejudica a dilação legal
(Súmula 245 do TST).
22- É ônus da parte recorrente efetuar o depósito legal, integralmente, em
relação a cada novo recurso interposto, sob pena de deserção. Atingido o
valor da condenação, nenhum depósito mais é exigido para qualquer recurso
(Súmula 128, I, do TST).
23- Havendo condenação solidária de duas ou mais empresas, o depósito
recursal efetuado por uma delas aproveita as demais, quando a empresa
que efetuou o depósito não pleiteia sua exclusão da lide (Súmula 128, III, do
TST).
24- O depósito recursal poderá ser substituído por fiança bancária ou seguro
garantia judicial (art. 899, § 11, da CLT).
25- Em caso de recolhimento insuficiente das custas processuais ou do
depósito recursal, somente haverá deserção do recurso se, concedido o
prazo de 5 (cinco) dias, o recorrente não complementar e comprovar o valor
devido (OJ 140 da SDI-I do TST).
26- O recolhimento do valor da multa imposta como sanção por litigância de
má-fé não é pressuposto objetivo para interposição dos recursos de natu-
reza trabalhista (OJ 409 da SDI-I do TST).
Pressupostos
27- A parte deve utilizar o recurso adequado para a finalidade pretendida.
recursais objetivos
§ 11. O depósito recursal poderá ser substituído por fiança bancária ou
seguro garantia judicial.
28- É inadmissível recurso firmado por advogado sem procuração juntada
aos autos até o momento da sua interposição, salvo mandato tácito. Em
caráter excepcional (art. 104 do CPC de 2015), admite-se que o advogado,
independentemente de intimação, exiba a procuração no prazo de 5 (cinco)
dias após a interposição do recurso, prorrogável por igual período mediante
despacho do juiz. Caso não a exiba, considera-se ineficaz o ato praticado e
não se conhece do recurso (Súmula 383, I, do TST).
29- Verificada a irregularidade de representação da parte em fase recursal,
em procuração ou substabelecimento já constante dos autos, o relator ou o
órgão competente para julgamento do recurso designará prazo de 5 (cinco)
dias para que seja sanado o vício. Descumprida a determinação, o relator
não conhecerá do recurso, se a providência couber ao recorrente, ou deter-
minará o desentranhamento das contrarrazões, se a providência couber ao
recorrido (Súmula 383, II, do TST).
30- Quando se trata de assinatura eletrônica, quem assina o recurso ele-
tronicamente deve possuir poderes no processo, exceto quando se trata de
casos urgentes do art. 104 do CPC, quando a procuração será juntada pos-
teriormente.

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1- São pressupostos recursais subjetivos: capacidade, interesse e legitimidade.


2- O recurso pode ser interposto pela parte vencida, pelo terceiro prejudi-
cado e pelo Ministério Público, como parte ou como fiscal da ordem jurídica
Pressupostos
(art. 996 do CPC).
recursais subjetivos
3- O interesse recursal envolve a necessidade de se obter um pronuncia-
mento diverso do proferido.
4- A capacidade processual envolve a aptidão para a prática de ato processual.
1- São cabíveis, no prazo de 5 dias úteis, nas hipóteses de omissão, obscu-
ridade, contradição, erro material, prequestionamento e equívoco manifesto
na apreciação de pressupostos extrínsecos de recurso.
2- Podem ter efeito modificativo.
3- É passível de nulidade decisão que acolhe embargos de declaração com
efeito modificativo sem que seja concedida oportunidade de manifestação
prévia à parte contrária (OJ 142 da SDI-I do TST).
3- Quando manifestamente protelatórios os embargos de declaração, o juiz
ou o tribunal, em decisão fundamentada, condenará o embargante a pagar
ao embargado multa não excedente a dois por cento sobre o valor atua-
lizado da causa. Se houver reiteração dos embargos procrastinatórios, a
multa é elevada a até 10% sobre o valor atualizado da causa (art. 1.026, §§
2º e 3º, do CPC).
4- Os embargos de declaração interrompem o prazo para interposição de
outros recursos, por qualquer das partes, salvo quando intempestivos, irre-
Embargos de declaração
gular a representação da parte ou ausente a sua assinatura (art. 897-A, §
3º, da CLT).
5- Os embargos declaratórios não possuem efeito suspensivo, como regra,
mas existe a possibilidade de o juiz ou relator conceder excepcionalmente
esse efeito (art. 1.026, § 1º, da CLT).
2- A ata com as razões de decidir será juntada ao processo, devidamente
assinada, no prazo improrrogável de 48 (quarenta e oito) horas, contado da
audiência de julgamento (art. 851, § 2º, da CLT).
3- Quando não juntada a ata ao processo em 48 horas, contadas da audi-
ência de julgamento (art. 851, § 2º, da CLT), o prazo para recurso será con-
tado da data em que a parte receber a intimação da sentença (Súmula 30
do TST).
4- O prazo para recurso da parte que, intimada, não comparecer à audiência
em prosseguimento para a prolação da sentença conta-se de sua publica-
ção (Súmula 197 do TST).

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1- Cabe recurso ordinário para a instância superior: a) das decisões defini-


tivas ou terminativas das Varas e dos Tribunais Regionais, em processos de
sua competência originária (art. 895, I e II, da CLT); b) excepcionalmente de
determinadas decisões interlocutórias.
2- O prazo é de 8 (oito) dias úteis.
3- O efeito devolutivo em profundidade do recurso ordinário, que se extrai
do § 1º do art. 1.013 do CPC de 2015, transfere ao Tribunal a apreciação
dos fundamentos da inicial ou da defesa, não examinados pela sentença,
ainda que não renovados em contrarrazões, desde que relativos ao capítulo
impugnado (súmula 393, I, do TST).
Recurso Ordinário
4- Se o processo estiver em condições, o tribunal, ao julgar o recurso ordiná-
rio, deverá decidir desde logo o mérito da causa, nos termos do § 3º do art.
1.013 do CPC de 2015, inclusive quando constatar a omissão da sentença
no exame de um dos pedidos (súmula 393, II, do TST).
5- Não se conhece de recurso para o Tribunal Superior do Trabalho se as
razões do recorrente não impugnam os fundamentos da decisão recorrida,
nos termos em que proferida. Inaplicável essa exigência quanto ao recurso
ordinário da competência de Tribunal Regional do Trabalho, exceto em caso
de recurso cuja motivação é inteiramente dissociada dos fundamentos da
sentença (Súmula 422, I e III, do TST).

1- Cabível para impugnar determinadas decisões ocorridas na fase executiva.


2- O agravo de petição só será recebido quando o agravante delimitar, jus-
tificadamente, as matérias e os valores impugnados, permitida a execução
imediata da parte remanescente até o final, nos próprios autos ou por carta
de sentença (art. 897, § 1º, da CLT).
3- Devendo o agravo de petição delimitar justificadamente a matéria e os
valores objeto de discordância, não fere direito líquido e certo o prosse-
Agravo de Petição
guimento da execução quanto aos tópicos e valores não especificados no
agravo (Súmula 416 do TST).
4- O prazo é de 8 dias úteis.
5- Garantido o juízo, na fase executória, a exigência de depósito para recorrer
de qualquer decisão viola os incisos II e LV do art. 5º da CF/1988. Havendo,
porém, elevação do valor do débito, exige-se a complementação da garantia
do juízo (Súmula 128, II, do TST).

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1- No Processo do Trabalho, o agravo de instrumento destina-se, como


regra, a “destrancar” recursos, ou seja, atacar a decisão interlocutória que
nega seguimento a recurso.
2- O prazo é de 8 dias úteis.
3- O agravado será intimado para oferecer resposta ao agravo e ao recurso
principal, instruindo-a com as peças que considerar necessárias ao julga-
mento de ambos os recursos.
4- Provido o agravo, a Turma deliberará sobre o julgamento do recurso prin-
cipal, observando-se, se for o caso, daí em diante, o procedimento relativo
Agravo de Instrumento
a esse recurso.
5- No ato de interposição do agravo de instrumento, o depósito recursal cor-
responderá a 50% (cinquenta por cento) do valor do depósito do recurso ao
qual se pretende destrancar. (art. 899, § 7º, da CLT).
6- Quando o agravo de instrumento tem a finalidade de destrancar recurso
de revista que se insurge contra decisão que contraria a jurisprudência uni-
forme do Tribunal Superior do Trabalho, consubstanciada nas suas súmulas
ou em orientação jurisprudencial, não haverá obrigatoriedade de se efetuar
o depósito recursal (art. 899, § 8º, da CLT).
1- Decisões judiciais sobre um recurso podem ser proferidas por um único
Desembargador ou Ministro (decisões monocráticas). Diversas hipóteses
são previstas no art. 932 do CPC.
2- Além disso, em processos de competência originária, o relator pode pro-
ferir decisões monocráticas.
3- Contra decisão proferida pelo relator caberá agravo interno para o res-
pectivo órgão colegiado, observadas, quanto ao processamento, as regras
do regimento interno do tribunal. (art. 1.021 do CPC).
4- Na petição de agravo interno, o recorrente impugnará especificadamente
os fundamentos da decisão agravada (art. 1.021, § 1º, do CPC).
Agravo Interno
5- É vedado ao relator limitar-se à reprodução dos fundamentos da decisão
agravada para julgar improcedente o agravo interno (art. 1.021, § 3º, do CPC).
6- Quando o agravo interno for declarado manifestamente inadmissível
ou improcedente em votação unânime, o órgão colegiado, em decisão
fundamentada, condenará o agravante a pagar ao agravado uma multa
fixada entre um e cinco por cento do valor atualizado da causa (art.
1.021, § 4º, do CPC). A interposição de qualquer outro recurso está con-
dicionada ao depósito prévio do valor da multa, à exceção da Fazenda
Pública e do beneficiário de gratuidade da justiça, que farão o paga-
mento ao final (art. 1.021, § 5º, do CPC).

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Caro(a) aluno(a), vamos tratar, nesta aula, de questões sobre aspectos de recursos traba-
lhistas. É muito comum serem cobrados detalhes legais das mais variadas espécies de recur-
sos. Além disso, deve-se conhecer as posições jurisprudenciais consolidadas que também
são objeto de questionamentos.
Você deve se lembrar de que as questões foram respondidas com base na legislação e na
jurisprudência atuais.
Vamos aos estudos!

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QUESTÕES DE CONCURSO
Questão 1 (CESPE/PGM-JOÃO PESSOA/PB/PROCURADOR MUNICIPAL/2018) A respeito
do agravo de petição no processo de execução trabalhista, é correto afirmar que
a) a interposição desse recurso suspende o curso da execução até o seu julgamento final.
b) a parte executada deve delimitar os valores impugnados, de forma a possibilitar a execução
da parte incontroversa.
c) a interposição desse recurso para obter um acréscimo no valor já apurado deverá delimitar
o valor que deseja acrescer.
e) é necessário o recolhimento do depósito recursal quando da interposição desse recurso na
fase executória, mesmo estando garantido o juízo.

Questão 2 (VUNESP/UNICAMP/PROCURADOR DE UNIVERSIDADE ASSISTENTE/2018) De-


terminada empresa pública municipal, exploradora de atividade econômica, interpôs recurso
ordinário, no décimo sexto dia útil após a intimação da sentença, ao qual foi negado segui-
mento pelo magistrado do trabalho, sob o fundamento de intempestividade e ausência do
depósito recursal.
Considerando a situação proposta, é possível afirmar que o juiz do trabalho
a) agiu corretamente, pois o prazo do recurso ordinário para as empresas públicas municipais
corresponde a dezesseis dias corridos.
b) agiu equivocadamente, pois a empresa pública municipal em questão goza das mesmas
prerrogativas da Fazenda Pública, no âmbito processual trabalhista.
c) agiu equivocadamente, pois não se exige das empresas públicas exploradoras de atividade
econômica o depósito recursal.
d) agiu corretamente, pois a empresa pública municipal em questão deveria ter respeitado o
prazo de oito dias úteis e não estava desobrigada do depósito recursal.
e) agiu equivocadamente, pois todas as empresas públicas gozam de prazo em dobro para
interpor recursos no âmbito processual trabalhista.

Questão 3 (CESPE/CEBRASPE/TELEBRAS/ADVOGADO/2015) Acerca dos recursos cabí-


veis perante a justiça trabalhista, julgue o próximo item considerando o entendimento do TST.

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Situação hipotética: Durante um processo de execução, após a garantia do juízo, a executada


opôs embargos à execução por discordar dos cálculos homologados. Após análise, o juiz da
execução negou provimento aos embargos. Assertiva: Nessa situação, o embargante tem
prazo de oito dias para interpor recurso de agravo de petição.

Questão 4 (VUNESP/PREFEITURA DE SOROCABA-SP/PROCURADOR MUNICIPAL/2018) De


acordo com o entendimento sumulado do Tribunal Superior do Trabalho, o efeito devolutivo
em profundidade do recurso ordinário
a) impõe a apreciação do mérito da causa pelo Tribunal, se o processo estiver em condições
de imediato julgamento.
b) transfere ao Tribunal a apreciação dos fundamentos da petição inicial ou da defesa, não
examinados na sentença, desde que renovados em contrarrazões.
c) não se aplica nas hipóteses de pedido não examinado na sentença.
d) impede a apreciação de mérito pelo Tribunal, ainda que o processo esteja em condições de
imediato julgamento.
e) não é aplicável, tendo em vista os princípios que regem o processo do trabalho, notada-
mente a simplicidade e o duplo grau de jurisdição.

Questão 5 (CESPE/CEBRASPE/TELEBRAS/ADVOGADO/2015) Acerca dos recursos cabí-


veis perante a justiça trabalhista, julgue o próximo item considerando o entendimento do TST.
A oposição de embargos de declaração interrompe a contagem do prazo para interposição
de recurso, seja ele ordinário seja de revista, o que prejudica a validade de recurso tempestivo
que houver sido apresentado pela outra parte, fato já reconhecido pela jurisprudência do TST.

Questão 6 (CESPE/PGE-SE/PROCURADOR DO ESTADO/2017) Com relação aos recursos


no processo do trabalho, julgue o item a seguir.
É cabível recurso ordinário de decisões definitivas das varas ou tribunais, porém não cabe de
decisões terminativas ou monocráticas.

Questão 7 (CESPE/DPU/DEFENSOR PÚBLICO/2017) Em relação aos recursos no processo


do trabalho, à execução trabalhista e ao mandado de segurança na justiça do trabalho, julgue
o item que se segue à luz do entendimento do TST.

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O agravo de petição só será recebido se o recorrente delimitar as matérias e os valores im-


pugnados e apresentar a respectiva monta atualizada até a data de interposição do recurso.

Questão 8 (FUNDATEC/PREFEITURA DE PORTO ALEGRE-RS/PROCURADOR MUNICI-


PAL/2016) Em execução trabalhista movida por empregado celetista, da decisão proferida
nos embargos à execução que seja desfavorável ao Município, incumbirá ao Procurador:
a) Interpor agravo de petição.
b) Interpor agravo de instrumento.
c) Impetrar mandado de segurança.
d) Interpor recurso ordinário.
e) Aguardar o reexame ex officio, sendo, pois, desnecessário o manejo do recurso voluntário.

Questão 9 (FCC/SEGEP-MA/PROCURADOR DO ESTADO/2016) Entendendo que a reclama-


da não recolheu as custas fixadas na sentença proferida pela Vara do Trabalho, a Turma do
Tribunal Regional concluiu pela deserção do recurso ordinário, deixando de conhecê-lo. Con-
siderando, porém, que as custas efetivamente foram recolhidas e estão devidamente com-
provadas nos autos, restando evidente que a decisão da Turma está fundada em manifesto
equívoco, a reclamada poderá apresentar a medida processual:
a) pedido de reconsideração.
b) recurso de revista.
c) embargos de declaração.
d) agravo de instrumento.
e) agravo regimental.

Questão 10 (FCC/PREFEITURA DE SÃO LUÍS-MA/PROCURADOR MUNICIPAL/2016) De acor-


do com a Consolidação das Leis do Trabalho, em face do despacho que não receber o agravo
de petição,
a) deverá ser interposto agravo de instrumento no prazo de 10 dias, que suspenderá a execu-
ção da sentença.
b) não caberá recurso, uma vez que, na Justiça do Trabalho, as decisões interlocutórias são
irrecorríveis.

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c) deverá ser interposto agravo de instrumento no prazo de 8 dias, que suspenderá a execu-
ção da sentença.
d) deverá ser interposto agravo de instrumento no prazo de 8 dias, que não suspenderá a
execução da sentença.
e) deverá ser interposto agravo de instrumento no prazo de 10 dias, que não suspenderá a
execução da sentença.

Questão 11 (CESPE/DPU/DEFENSOR PÚBLICO/2015) Em relação aos recursos no direito


processual do trabalho, julgue o item a seguir.
Caso seja imposta multa por litigância de má-fé a uma das partes do processo trabalhista, o
recolhimento do valor dessa multa, segundo entendimento do TST, constituirá pressuposto
objetivo para a interposição dos recursos de natureza trabalhista pela parte apenada com a
referida sanção pecuniária.

Questão 12 (CESPE/DPU/DEFENSOR PÚBLICO/2015) Em relação aos recursos no direito


processual do trabalho, julgue o item a seguir.
Na justiça do trabalho, segundo entendimento consolidado pelo TST, é tido como extemporâ-
neo o recurso interposto antes de ser publicado o acórdão impugnado.

Questão 13 (FCC/TST/JUIZ DO TRABALHO/2017) Fulano de Tal celebrou contrato de


emprego, em 12/01/2001, com uma empresa de atuação em todo território nacional, para
prestar serviços na cidade de São Paulo/SP. Em setembro de 2011, as partes celebraram
alteração contratual quanto à localidade da prestação de serviços, operando-se, assim,
a transferência de Fulano de Tal para a filial da empresa na cidade do Rio de Janeiro/RJ,
onde laborou até ser dispensado sem justa causa, em 14/12/2016. Diante da resilição
contratual realizada, Fulano de Tal retornou a São Paulo, sua cidade natal, onde passou
a residir novamente com sua família. Em 03/02/2017, Fulano de Tal ajuizou reclamação
trabalhista perante a Vara do Trabalho de São Paulo/SP. Na audiência inaugural, nesta
localidade, a reclamada apresentou exceção de incompetência em razão do lugar, a qual,
após manifestação do reclamante, na própria solenidade, restou acolhida pelo magistra-
do titular da Vara do Trabalho de São Paulo, declinando a competência em favor da Vara

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do Trabalho do Rio de Janeiro/RJ. Considerando o interesse do reclamante em atacar a


decisão sobre a exceção de incompetência que lhe foi desfavorável, as Súmulas e Orien-
tações Jurisprudenciais do TST e as normas da CLT, no caso apresentado,
a) ainda que não apresentada exceção de incompetência em razão do lugar pela reclamada,
igualmente deveria ser declinada a competência pela Vara de São Paulo em favor da Vara do
Trabalho do Rio de Janeiro/RJ, visto que a CLT estabelece que será declarada ex officio a nu-
lidade fundada em incompetência de foro.
b) dada a natureza da decisão que acolheu a exceção de incompetência em razão do lugar, e
diante da aplicação subsidiária do novo Código de Processo Civil ao Processo do Trabalho,
em caráter excepcional, caberia ao reclamante a interposição de agravo de instrumento.
c) dada a natureza da decisão que acolheu a exceção de incompetência em razão do lugar,
nenhum recurso caberá de imediato, visto que se trata de decisão interlocutória.
d) dada a natureza da decisão que acolheu a exceção de incompetência em razão do lugar,
não obstante o princípio da irrecorribilidade imediata das decisões interlocutórias, caberia
recurso ordinário.
e) dada a natureza da decisão que acolheu a exceção de incompetência em razão do lugar, o
reclamante poderia optar pela impetração de mandado de segurança como meio substitutivo
do recurso próprio, a prudente critério de seu advogado.

Questão 14 (VUNESP/AVAREPREV-SP/PROCURADOR JURÍDICO/2020) José da Silva pro-


pôs reclamação trabalhista em face de seu empregador, e após a instrução processual, o
Juízo entendeu por proferir sentença julgando procedente em parte a reclamatória. A Recla-
mada interpôs recurso de embargos declaratórios, os quais não foram acolhidos pelo Juízo.
Em ato contínuo, a Reclamada interpôs Recurso Ordinário, que não foi conhecido pelo Juízo,
por preclusão, vez que o Juízo entendeu que os embargos de declaração eram meramente
procrastinatórios. Contra essa decisão é cabível:
a) Agravo de Petição, no prazo de 8 dias.
b) Recurso de Revista, no prazo de 8 dias.
c) Agravo de Instrumento, no prazo de 8 dias.
d) Embargos de declaração, no prazo de 5 dias.
e) Mandado de Segurança, no prazo de 15 dias.

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Questão 15 (VUNESP/EBSERH/ADVOGADO/2020) Devidamente intimada da decisão que,


na fase de execução, rejeitou o incidente de desconsideração da personalidade jurídica, o
exequente deverá interpor
a) agravo de instrumento, no prazo de oito dias úteis.
b) embargos à execução, no prazo de cinco dias úteis.
c) embargos à execução, no prazo de oito dias úteis.
d) embargos infringentes, no prazo de cinco dias úteis.
e) agravo de petição, no prazo de oito dias úteis.

Questão 16 (VUNESP/EBSERH/ADVOGADO/2020) Determinada empresa pública municipal,


intimada da sentença trabalhista no dia 06.11.2019 (4ª feira), interpôs recurso ordinário em
27.11.2019 (4ª feira). Considerando que o mencionado recurso foi processado pelo juízo a
quo, assinale a alternativa correta.
a) O recurso deverá ser conhecido pelo juízo ad quem, pois as empresas públicas possuem
prazo em dobro para recorrer.
b) O recurso não deverá ser conhecido pelo juízo ad quem, tendo em vista a intempestividade.
c) O recurso deverá ser conhecido pelo juízo ad quem, pois foi observado o prazo legal de
quinze dias úteis.
d) O recurso deverá ser conhecido pelo juízo ad quem se houver o adequado preparo.
e) O recurso deverá ser conhecido pelo juízo ad quem, pois está vinculado ao juízo de admis-
sibilidade da instância inferior.

Questão 17 (CESPE/CEBRASPE/PREFEITURA DE CAMPO GRANDE-MS/PROCURADOR MU-


NICIPAL/2019) Julgue o item que se segue, acerca de recursos no processo do trabalho.
Das decisões definitivas ou terminativas de vara do trabalho cabe recurso ordinário para o
respectivo Tribunal Regional do Trabalho, com efeito exclusivamente devolutivo, não se ad-
mitindo a obtenção de efeito suspensivo.

Questão 18 (INSTITUTO CONSULPLAN/CODESG-SP/ADVOGADO/2019) Kevin ajuizou recla-


mação trabalhista contra a empresa Bicos de Fim de Ano LTDA., requerendo o reconhecimento
de vínculo empregatício, pagamento de adicional de insalubridade e verbas rescisórias. Após

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a instrução processual, inclusive realização de perícia, foi prolatada sentença reconhecendo


o vínculo empregatício e condenando a reclamada ao pagamento das verbas rescisórias. O
pedido de adicional de insalubridade foi julgado improcedente. A Secretaria certificou que no
prazo legal houve somente a interposição de recurso ordinário por parte da reclamada. Assim,
Kevin foi noticiado e poderá:
a) Apresentar somente contrarrazões ao recurso ordinário, no prazo de oito dias úteis.
b) Interpor recurso adesivo quanto ao pedido de insalubridade, no prazo de oito dias úteis.
c) Interpor recurso de apelação, no prazo de quinze dias úteis, contados da publicação da
sentença.
d) Interpor recurso ordinário quanto ao pedido de insalubridade, no prazo de oito dias úteis,
contados da publicação da sentença.

Questão 19 (CESPE/CEBRASPE/PREFEITURA DE BOA VISTA-RR/PROCURADOR MUNICI-


PAL/2019) Pedro ajuizou uma reclamação trabalhista em desfavor da empresa Alfa Ltda. Ci-
tada, a empresa reclamada fez-se representar por um ex-empregado que tinha conhecimento
do fato, devidamente acompanhado por um advogado, que apresentou defesa e documentos;
no entanto, por entender que a empresa reclamada não poderia ser representada por um ex-
-empregado, o juízo declarou a sua revelia e, assim, não recebeu a contestação e os docu-
mentos, tendo havido o registro de protesto pela reclamada. Sobreveio aos autos sentença
que julgou procedentes os pedidos iniciais e, irresignada, a empresa reclamada interpôs re-
curso ordinário quinze dias úteis após a publicação da referida decisão. Considerando essa
situação hipotética, julgue o item que se segue à luz da legislação aplicável.
A empresa reclamada observou o prazo legal para a interposição do recurso ordinário, razão
pela qual o ato processual deverá ser considerado tempestivo.

Questão 20 (CESPE/CEBRASPE/PREFEITURA DE BOA VISTA-RR/PROCURADOR MUNICI-


PAL/2019) Considerando essa situação hipotética (exercício anterior), julgue o item que se
segue à luz da legislação aplicável.
O recurso ordinário interposto não deverá ser conhecido por ser inaplicável à espécie, visto
que, em desfavor de decisões definitivas prolatadas pela primeira instância, deve ser inter-
posto recurso de revista.

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Questão 21 (CESPE/CEBRASPE/PGE-AM/PROCURADOR DO MUNICÍPIO/2018) Julgue o


próximo item à luz da jurisprudência do TST acerca dos recursos na justiça do trabalho, da
liquidação e da execução no processo do trabalho.
A parte que interpuser recurso não precisará provar a existência de feriado local que autorize
a prorrogação do prazo recursal, por ser este um fato notório.

Questão 22 (CESPE/CEBRASPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS/ANALISTA LEGISLATIVO/


CONSULTOR LEGISLATIVO ÁREA V/2014) Com relação aos recursos trabalhistas, julgue
o seguinte item.
A regra do direito processual comum segundo a qual, quando os litisconsortes tiverem dife-
rentes procuradores, o prazo de recurso será contado em dobro deve ser aplicada, conforme
o TST, no processo do trabalho.

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GABARITO
1. b
2. d
3. C
4. a
5. E
6. E
7. E
8. a
9. c
10. d
11. E
12. E
13. d
14. c
15. e
16. b
17. E
18. b
19. E
20. E
21. E
22. E

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GABARITO COMENTADO
Questão 1 (CESPE/PGM-JOÃO PESSOA/PB/PROCURADOR MUNICIPAL/2018) A respeito
do agravo de petição no processo de execução trabalhista, é correto afirmar que
a) a interposição desse recurso suspende o curso da execução até o seu julgamento final.
b) a parte executada deve delimitar os valores impugnados, de forma a possibilitar a execução
da parte incontroversa.
c) a interposição desse recurso para obter um acréscimo no valor já apurado deverá delimitar
o valor que deseja acrescer.
e) é necessário o recolhimento do depósito recursal quando da interposição desse recurso na
fase executória, mesmo estando garantido o juízo.

Letra b.
a) Errada. A interposição de agravo de petição contra decisão na execução não suspende a
execução trabalhista. Os recursos trabalhistas, como regra, não possuem efeito suspensivo.
Veja o disposto no art. 899, caput, da CLT.
b) Certa. O agravante deve dizer sobre o que trata o recurso e qual o valor envolvido no debate.
Esse requisito está expresso no art. 897, § 1º, da CLT.
c) Errada. Não existe essa previsão legal.
e) Errada. Quando o juízo já está garantido, não é necessário fazer depósito recursal para in-
terpor agravo de petição. Leia a Súmula 128, II, do TST.

Questão 2 (VUNESP/UNICAMP/PROCURADOR DE UNIVERSIDADE ASSISTENTE/2018) De-


terminada empresa pública municipal, exploradora de atividade econômica, interpôs recurso
ordinário, no décimo sexto dia útil após a intimação da sentença, ao qual foi negado segui-
mento pelo magistrado do trabalho, sob o fundamento de intempestividade e ausência do
depósito recursal.
Considerando a situação proposta, é possível afirmar que o juiz do trabalho
a) agiu corretamente, pois o prazo do recurso ordinário para as empresas públicas municipais
corresponde a dezesseis dias corridos.

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b) agiu equivocadamente, pois a empresa pública municipal em questão goza das mesmas
prerrogativas da Fazenda Pública, no âmbito processual trabalhista.
c) agiu equivocadamente, pois não se exige das empresas públicas exploradoras de atividade
econômica o depósito recursal.
d) agiu corretamente, pois a empresa pública municipal em questão deveria ter respeitado o
prazo de oito dias úteis e não estava desobrigada do depósito recursal.
e) agiu equivocadamente, pois todas as empresas públicas gozam de prazo em dobro para
interpor recursos no âmbito processual trabalhista.

Letra d.
As empresas estatais, como regra, não possuem prazo em dobro para recorrer, sendo o prazo
simples. Não gozam das mesmas prerrogativas da Fazenda Pública. Assim, o prazo do recur-
so ordinário é de 8 dias úteis. Lembre-se de que o prazo é contado em dias úteis, conforme
art. 775, caput, da CLT. Além disso, tais empresas não estão dispensadas, como regra, de re-
alizar depósito recursal, por receber o mesmo tratamento trabalhista das empresas privadas,
na forma do art. 173, § 1º, II, da Constituição Federal. Veja o seguinte julgado exemplificativo
do TST:

AGRAVO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO PELA


RECLAMADA - EMPRESA BRASILEIRA DE SERVIÇOS HOSPITALARES - EBSERH. LEI
13.015/2014. DESERÇÃO DE RECURSO. EMPRESA PÚBLICA PRESTADORA DE SERVI-
ÇOS DE SAÚDE. PRERROGATIVAS DA FAZENDA PÚBLICA. NÃO EXTENSÃO. A reclamada
EBSERH é empresa pública com personalidade jurídica de direito privado, submete-se
ao regramento previsto no art. 173, § 1º, II, da Constituição Federal, o qual prevê a inci-
dência do regime jurídico próprio das empresas privadas no que diz respeito às obriga-
ções civis, comerciais, trabalhistas e tributárias. Assim, a reclamada não pode ser con-
templada pelas prerrogativas típicas da Fazenda Pública. Portanto, não está isenta das
custas processuais e não está dispensada do depósito recursal, conforme entendimento
desta Corte Superior. Precedentes. Desse modo, não merece reparos a decisão que con-
cluiu estar o apelo deserto, por não ter a reclamada realizado o depósito recursal alusivo
ao recurso de revista. Agravo não provido. (Ag-AIRR-489-16.2016.5.19.0004, 2ª Turma,
Relatora Ministra Maria Helena Mallmann, DEJT 28/06/2019).

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Você somente deve ter cuidado com os Correios, porquanto a Empresa Brasileira de Correios
e Telégrafos (ECT) possui as mesmas prerrogativas da Fazenda Pública, por força do art. 12
do Decreto-Lei 509/69.

Questão 3 (CESPE/CEBRASPE/TELEBRAS/ADVOGADO/2015) Acerca dos recursos cabí-


veis perante a justiça trabalhista, julgue o próximo item considerando o entendimento do TST.
Situação hipotética: Durante um processo de execução, após a garantia do juízo, a executada
opôs embargos à execução por discordar dos cálculos homologados. Após análise, o juiz da
execução negou provimento aos embargos. Assertiva: Nessa situação, o embargante tem
prazo de oito dias para interpor recurso de agravo de petição.

Certo.
Contra a sentença que julga os embargos à execução cabe agravo de petição na forma do art.
897, “a”, da CLT.

Questão 4 (VUNESP/PREFEITURA DE SOROCABA-SP/PROCURADOR MUNICIPAL/2018) De


acordo com o entendimento sumulado do Tribunal Superior do Trabalho, o efeito devolutivo
em profundidade do recurso ordinário
a) impõe a apreciação do mérito da causa pelo Tribunal, se o processo estiver em condições
de imediato julgamento.
b) transfere ao Tribunal a apreciação dos fundamentos da petição inicial ou da defesa, não
examinados na sentença, desde que renovados em contrarrazões.
c) não se aplica nas hipóteses de pedido não examinado na sentença.
d) impede a apreciação de mérito pelo Tribunal, ainda que o processo esteja em condições de
imediato julgamento.
e) não é aplicável, tendo em vista os princípios que regem o processo do trabalho, notada-
mente a simplicidade e o duplo grau de jurisdição.

Letra a.
a) Certa. É o que dispõe a Súmula 393, II, do TST.

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b) Errada. Quando uma matéria (capítulo) é devolvida ao Tribunal pelo recurso ordinário, todos
os fundamentos da defesa ou da petição inicial relacionados a essa matéria são devolvidos.
O Tribunal pode analisar todos os fundamentos atrelados a essa matéria, mesmo que o juiz
de 1º grau não tenha se manifestado sobre um dos fundamentos na sentença. Não precisa de
haver renovação do fundamento não apreciado nas contrarrazões do recurso ordinário. Leia
a Súmula 393, I, do TST.
c) Errada. Se o pedido não for examinado na sentença, ainda assim o efeito devolutivo em
profundidade do recurso ordinário permite que o TRT, a julgar o recurso, possa examinar esse
pedido em relação ao qual houve omissão. É o que dispõe a Súmula 393, I, do TST.
d) Errada. Se o processo estiver em condições de julgamento (teoria da causa madura), quan-
do o Tribunal examina um recurso, deve prosseguir no exame de mérito da matéria. É o que
dispõe a Súmula 393, I, do TST.
e) Errada. O efeito devolutivo em profundidade do recurso ordinário é perfeitamente reconhe-
cido no Processo do Trabalho. Veja a Súmula 393 do TST.

Questão 5 (CESPE/CEBRASPE/TELEBRAS/ADVOGADO/2015) Acerca dos recursos cabí-


veis perante a justiça trabalhista, julgue o próximo item considerando o entendimento do TST.
A oposição de embargos de declaração interrompe a contagem do prazo para interposição
de recurso, seja ele ordinário seja de revista, o que prejudica a validade de recurso tempestivo
que houver sido apresentado pela outra parte, fato já reconhecido pela jurisprudência do TST.

Errado.
O fato de interposição dos embargos de declaração interromperem o prazo recursal não pre-
judica o recurso interposto pela parte contrária, o qual continua válido, na forma do art. 1.024,
§§ 4º e 5º, do CPC.

Questão 6 (CESPE/PGE-SE/PROCURADOR DO ESTADO/2017) Com relação aos recursos


no processo do trabalho, julgue o item a seguir.
É cabível recurso ordinário de decisões definitivas das varas ou tribunais, porém não cabe de
decisões terminativas ou monocráticas.

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Errado.
Quando é proferida uma sentença terminativa ou, se o processo for de competência originária
do TRT, um acórdão terminativo, cabe recurso ordinário na forma do art. 895, I e II, da CLT.

Questão 7 (CESPE/DPU/DEFENSOR PÚBLICO/2017) Em relação aos recursos no processo


do trabalho, à execução trabalhista e ao mandado de segurança na justiça do trabalho, julgue
o item que se segue à luz do entendimento do TST.
O agravo de petição só será recebido se o recorrente delimitar as matérias e os valores im-
pugnados e apresentar a respectiva monta atualizada até a data de interposição do recurso.

Errado.
Não é necessário proceder essa atualização dos cálculos. O art. 897, § 1º, da CLT não exige
isso. O TST entende que exigir a atualização de valores viola o direito de defesa.

Questão 8 (FUNDATEC/PREFEITURA DE PORTO ALEGRE-RS/PROCURADOR MUNICI-


PAL/2016) Em execução trabalhista movida por empregado celetista, da decisão proferida
nos embargos à execução que seja desfavorável ao Município, incumbirá ao Procurador:
a) Interpor agravo de petição.
b) Interpor agravo de instrumento.
c) Impetrar mandado de segurança.
d) Interpor recurso ordinário.
e) Aguardar o reexame ex-officio, sendo, pois, desnecessário o manejo do recurso voluntário.

Letra a.
O recurso adequado para atacar decisão em execução é o agravo de petição, na forma
do art. 897, “a”, da CLT. Quanto à letra “e”, registre-se que não existe remessa necessária
contra sentença que julga improcedentes os embargos à execução trabalhista opostos
pela Fazenda Pública.

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Questão 9 (FCC/SEGEP-MA/PROCURADOR DO ESTADO/2016) Entendendo que a reclama-


da não recolheu as custas fixadas na sentença proferida pela Vara do Trabalho, a Turma do
Tribunal Regional concluiu pela deserção do recurso ordinário, deixando de conhecê-lo. Con-
siderando, porém, que as custas efetivamente foram recolhidas e estão devidamente com-
provadas nos autos, restando evidente que a decisão da Turma está fundada em manifesto
equívoco, a reclamada poderá apresentar a medida processual:
a) pedido de reconsideração.
b) recurso de revista.
c) embargos de declaração.
d) agravo de instrumento.
e) agravo regimental.

Letra c.
Os embargos de declaração podem ser utilizados para se alegar manifesto equívoco no exa-
me dos pressupostos extrínsecos de um recurso. O preparo (gênero que inclui custas e depó-
sito recursal) é um pressuposto extrínseco. Leia o art. 897-A, caput, da CLT.

Questão 10 (FCC/PREFEITURA DE SÃO LUÍS-MA/PROCURADOR MUNICIPAL/2016) De acor-


do com a Consolidação das Leis do Trabalho, em face do despacho que não receber o agravo
de petição,
a) deverá ser interposto agravo de instrumento no prazo de 10 dias, que suspenderá a execu-
ção da sentença.
b) não caberá recurso, uma vez que, na Justiça do Trabalho, as decisões interlocutórias são
irrecorríveis.
c) deverá ser interposto agravo de instrumento no prazo de 8 dias, que suspenderá a execu-
ção da sentença.
d) deverá ser interposto agravo de instrumento no prazo de 8 dias, que não suspenderá a
execução da sentença.
e) deverá ser interposto agravo de instrumento no prazo de 10 dias, que não suspenderá a
execução da sentença.

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Letra d.
Quando um recurso é trancado (tem o seguimento denegado por instância inferior), o recurso
cabível é o agravo de instrumento na forma do art. 897, “b”, da CLT no prazo de 8 dias úteis.
O prazo é contado em dias úteis por forma do art. 775, caput, da CLT. E esse agravo não sus-
pende a execução de sentença, por força do art. 897, § 2º, da CLT.

Questão 11 (CESPE/DPU/DEFENSOR PÚBLICO/2015) Em relação aos recursos no direito


processual do trabalho, julgue o item a seguir.
Caso seja imposta multa por litigância de má-fé a uma das partes do processo trabalhista, o
recolhimento do valor dessa multa, segundo entendimento do TST, constituirá pressuposto
objetivo para a interposição dos recursos de natureza trabalhista pela parte apenada com a
referida sanção pecuniária.

Errado.
O recolhimento da multa por litigância de má-fé não é pressuposto objetivo recursal traba-
lhista. Não é preciso recolher a multa para recorrer. Leia a OJ 409 da SDI-I.

Questão 12 (CESPE/DPU/DEFENSOR PÚBLICO/2015) Em relação aos recursos no direito


processual do trabalho, julgue o item a seguir.
Na justiça do trabalho, segundo entendimento consolidado pelo TST, é tido como extemporâ-
neo o recurso interposto antes de ser publicado o acórdão impugnado.

Errado.
O recurso interposto antes de ser publicado o acórdão não gera qualquer intempestivida-
de ou extemporaneidade. O art. 218, § 4º, do CPC aponta. O TST atualmente segue esse
entendimento.

Questão 13 (FCC/TST/JUIZ DO TRABALHO/2017) Fulano de Tal celebrou contrato de


emprego, em 12/01/2001, com uma empresa de atuação em todo território nacional, para

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prestar serviços na cidade de São Paulo/SP. Em setembro de 2011, as partes celebraram


alteração contratual quanto à localidade da prestação de serviços, operando-se, assim,
a transferência de Fulano de Tal para a filial da empresa na cidade do Rio de Janeiro/RJ,
onde laborou até ser dispensado sem justa causa, em 14/12/2016. Diante da resilição
contratual realizada, Fulano de Tal retornou a São Paulo, sua cidade natal, onde passou
a residir novamente com sua família. Em 03/02/2017, Fulano de Tal ajuizou reclamação
trabalhista perante a Vara do Trabalho de São Paulo/SP. Na audiência inaugural, nesta
localidade, a reclamada apresentou exceção de incompetência em razão do lugar, a qual,
após manifestação do reclamante, na própria solenidade, restou acolhida pelo magistra-
do titular da Vara do Trabalho de São Paulo, declinando a competência em favor da Vara
do Trabalho do Rio de Janeiro/RJ. Considerando o interesse do reclamante em atacar a
decisão sobre a exceção de incompetência que lhe foi desfavorável, as Súmulas e Orien-
tações Jurisprudenciais do TST e as normas da CLT, no caso apresentado,
a) ainda que não apresentada exceção de incompetência em razão do lugar pela reclamada,
igualmente deveria ser declinada a competência pela Vara de São Paulo em favor da Vara do
Trabalho do Rio de Janeiro/RJ, visto que a CLT estabelece que será declarada ex officio a nu-
lidade fundada em incompetência de foro.
b) dada a natureza da decisão que acolheu a exceção de incompetência em razão do
lugar, e diante da aplicação subsidiária do novo Código de Processo Civil ao Processo
do Trabalho, em caráter excepcional, caberia ao reclamante a interposição de agravo de
instrumento.
c) dada a natureza da decisão que acolheu a exceção de incompetência em razão do lugar,
nenhum recurso caberá de imediato, visto que se trata de decisão interlocutória.
d) dada a natureza da decisão que acolheu a exceção de incompetência em razão do lugar,
não obstante o princípio da irrecorribilidade imediata das decisões interlocutórias, caberia
recurso ordinário.
e) dada a natureza da decisão que acolheu a exceção de incompetência em razão do lugar, o
reclamante poderia optar pela impetração de mandado de segurança como meio substitutivo
do recurso próprio, a prudente critério de seu advogado.

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Letra d.
a) Errada. A competência territorial para a ação trabalhista é relativa e depende de provocação
da parte. Além disso, quando a CLT (art. 795, § 1º) menciona “incompetência de foro” não está
se referindo à competência territorial, mas à competência material (leia-se “foro”, nesse caso,
como “Justiça do Trabalho”).
b) Errada. Como o juiz de São Paulo acolheu a exceção de incompetência e determinou a
remessa dos autos para juízo vinculado a outro TRT (Vara do Rio de Janeiro), cabe excepcio-
nalmente recurso ordinário dessa decisão interlocutória na forma da Súmula 214, “c”, do TST:

DECISÃO INTERLOCUTÓRIA. IRRECORRIBILIDADE


Na Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893, § 1º, da CLT, as decisões interlocutórias
não ensejam recurso imediato, salvo nas hipóteses de decisão: c) que acolhe exceção
de incompetência territorial, com a remessa dos autos para Tribunal Regional distinto
daquele a que se vincula o juízo excepcionado, consoante o disposto no art. 799, § 2º,
da CLT.

É um caso excepcional de recurso cabível de imediato de decisão interlocutória. Ressalte-se


que o agravo de instrumento se destina a atacar, no Processo do Trabalho, como regra, deci-
são que tranca o seguimento de recurso (art. 897, “b”, da CLT), o que não é o caso do exercício.
c) Errada. Veja o comentário anterior.
d) Certa. Veja o comentário da letra “b”.
e) Errada. Se existe recurso cabível, não se admite, como regra, mandado de segurança. Veja
a OJ 92 da SDI-II do TST:

MANDADO DE SEGURANÇA. EXISTÊNCIA DE RECURSO PRÓPRIO


Não cabe mandado de segurança contra decisão judicial passível de reforma mediante
recurso próprio, ainda que com efeito diferido.

Questão 14 (VUNESP/AVAREPREV-SP/PROCURADOR JURÍDICO/2020) José da Silva pro-


pôs reclamação trabalhista em face de seu empregador, e após a instrução processual, o
Juízo entendeu por proferir sentença julgando procedente em parte a reclamatória. A Recla-

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mada interpôs recurso de embargos declaratórios, os quais não foram acolhidos pelo Juízo.
Em ato contínuo, a Reclamada interpôs Recurso Ordinário, que não foi conhecido pelo Juízo,
por preclusão, vez que o Juízo entendeu que os embargos de declaração eram meramente
procrastinatórios. Contra essa decisão é cabível:
a) Agravo de Petição, no prazo de 8 dias.
b) Recurso de Revista, no prazo de 8 dias.
c) Agravo de Instrumento, no prazo de 8 dias.
d) Embargos de declaração, no prazo de 5 dias.
e) Mandado de Segurança, no prazo de 15 dias.

Letra c.
Se o juiz não recebe o recurso ordinário contra decisão que tranca o prosseguimento do re-
curso, cabe agravo de instrumento na forma do art. 897, “b”, da CLT.

Questão 15 (VUNESP/EBSERH/ADVOGADO/2020) Devidamente intimada da decisão que,


na fase de execução, rejeitou o incidente de desconsideração da personalidade jurídica, o
exequente deverá interpor
a) agravo de instrumento, no prazo de oito dias úteis.
b) embargos à execução, no prazo de cinco dias úteis.
c) embargos à execução, no prazo de oito dias úteis.
d) embargos infringentes, no prazo de cinco dias úteis.
e) agravo de petição, no prazo de oito dias úteis.

Letra e.
É o que dispõe o art. 855-A, § 1º, II, da CLT.

Questão 16 (VUNESP/EBSERH/ADVOGADO/2020) Determinada empresa pública municipal,


intimada da sentença trabalhista no dia 06.11.2019 (4ª feira), interpôs recurso ordinário em
27.11.2019 (4ª feira). Considerando que o mencionado recurso foi processado pelo juízo a
quo, assinale a alternativa correta.

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a) O recurso deverá ser conhecido pelo juízo ad quem, pois as empresas públicas possuem
prazo em dobro para recorrer.
b) O recurso não deverá ser conhecido pelo juízo ad quem, tendo em vista a intempestividade.
c) O recurso deverá ser conhecido pelo juízo ad quem, pois foi observado o prazo legal de
quinze dias úteis.
d) O recurso deverá ser conhecido pelo juízo ad quem se houver o adequado preparo.
e) O recurso deverá ser conhecido pelo juízo ad quem, pois está vinculado ao juízo de admis-
sibilidade da instância inferior.

Letra b.
As empresas públicas (exceto os Correios) não possuem prazo privilegiado para recorrer, sen-
do o mesmo prazo das empresas privadas. Dessa forma, da sentença cabia recurso ordinário
no prazo de 8 dias úteis. Assim, o recurso foi interposto depois do prazo legal, não devendo
ser conhecido por ausência de pressuposto extrínseco, sendo intempestivo.

Questão 17 (CESPE/CEBRASPE/PREFEITURA DE CAMPO GRANDE-MS/PROCURADOR MU-


NICIPAL/2019) Julgue o item que se segue, acerca de recursos no processo do trabalho.
Das decisões definitivas ou terminativas de vara do trabalho cabe recurso ordinário para o
respectivo Tribunal Regional do Trabalho, com efeito exclusivamente devolutivo, não se ad-
mitindo a obtenção de efeito suspensivo.

Errado.
O efeito suspensivo, apesar de não ser regra nos recursos trabalhistas, pode ser obtido na
forma da Súmula 414, I, do TST.

Questão 18 (INSTITUTO CONSULPLAN/CODESG-SP/ADVOGADO/2019) Kevin ajuizou recla-


mação trabalhista contra a empresa Bicos de Fim de Ano LTDA., requerendo o reconhecimento
de vínculo empregatício, pagamento de adicional de insalubridade e verbas rescisórias. Após
a instrução processual, inclusive realização de perícia, foi prolatada sentença reconhecendo

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o vínculo empregatício e condenando a reclamada ao pagamento das verbas rescisórias. O


pedido de adicional de insalubridade foi julgado improcedente. A Secretaria certificou que no
prazo legal houve somente a interposição de recurso ordinário por parte da reclamada. Assim,
Kevin foi noticiado e poderá:
a) Apresentar somente contrarrazões ao recurso ordinário, no prazo de oito dias úteis.
b) Interpor recurso adesivo quanto ao pedido de insalubridade, no prazo de oito dias úteis.
c) Interpor recurso de apelação, no prazo de quinze dias úteis, contados da publicação
da sentença.
d) Interpor recurso ordinário quanto ao pedido de insalubridade, no prazo de oito dias úteis,
contados da publicação da sentença.

Letra b.
Se, no prazo legal, houve interposição somente de recurso ordinário pela ré, então o autor
pode, no prazo das contrarrazões, interpor recurso adesivo, na forma do art. 997, § 2º, do CPC
e Súmula 283 do TST. Registre-se que não existe apelação no Processo do Trabalho. Além
disso, se já houve o transcurso de prazo para o recurso ordinário autônomo, apenas resta a
possibilidade do recurso ordinário adesivo.

Questão 19 (CESPE/CEBRASPE/PREFEITURA DE BOA VISTA-RR/PROCURADOR MUNICI-


PAL/2019) Pedro ajuizou uma reclamação trabalhista em desfavor da empresa Alfa Ltda. Ci-
tada, a empresa reclamada fez-se representar por um ex-empregado que tinha conhecimento
do fato, devidamente acompanhado por um advogado, que apresentou defesa e documentos;
no entanto, por entender que a empresa reclamada não poderia ser representada por um ex-
-empregado, o juízo declarou a sua revelia e, assim, não recebeu a contestação e os docu-
mentos, tendo havido o registro de protesto pela reclamada. Sobreveio aos autos sentença
que julgou procedentes os pedidos iniciais e, irresignada, a empresa reclamada interpôs re-
curso ordinário quinze dias úteis após a publicação da referida decisão. Considerando essa
situação hipotética, julgue o item que se segue à luz da legislação aplicável.
A empresa reclamada observou o prazo legal para a interposição do recurso ordinário, razão
pela qual o ato processual deverá ser considerado tempestivo.

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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles

Errado.
O prazo para recurso ordinário é de 8 dias úteis e não de 15 dias úteis, na forma do art. 895
da CLT.

Questão 20 (CESPE/CEBRASPE/PREFEITURA DE BOA VISTA-RR/PROCURADOR MUNICI-


PAL/2019) Considerando essa situação hipotética (exercício anterior), julgue o item que se
segue à luz da legislação aplicável.
O recurso ordinário interposto não deverá ser conhecido por ser inaplicável à espécie, visto
que, em desfavor de decisões definitivas prolatadas pela primeira instância, deve ser inter-
posto recurso de revista.

Errado.
Contra a decisão definitiva em primeira instância cabe recurso ordinário na forma do art. 895
da CLT e não recurso de revista.

Questão 21 (CESPE/CEBRASPE/PGE-AM/PROCURADOR DO MUNICÍPIO/2018) Julgue o


próximo item à luz da jurisprudência do TST acerca dos recursos na justiça do trabalho, da
liquidação e da execução no processo do trabalho.
A parte que interpuser recurso não precisará provar a existência de feriado local que autorize
a prorrogação do prazo recursal, por ser este um fato notório.

Errado.
A parte que interpuser recurso precisa provar a existência de feriado local que autorize a pror-
rogação do prazo recursal, na forma da Súmula 385, I, do TST.

Questão 22 (CESPE/CEBRASPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS/ANALISTA LEGISLATIVO/CON-


SULTOR LEGISLATIVO ÁREA V/2014) Com relação aos recursos trabalhistas, julgue o seguin-
te item.

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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Gervásio Meireles

A regra do direito processual comum segundo a qual, quando os litisconsortes tiverem dife-
rentes procuradores, o prazo de recurso será contado em dobro deve ser aplicada, conforme
o TST, no processo do trabalho.

Errado.
A regra do art. 229 do CPC não se aplica ao Processo do Trabalho por incompatibilidade. Veja
a OJ 310 da SDI-I do TST.

José Gervásio A. Meireles


Juiz Federal do Trabalho, pós-graduado em Direito Constitucional pela Universidade de Brasília
(UnB). Leciona Direito do Trabalho, Direito Processual do Trabalho e Direito Administrativo em cursos
preparatórios para concursos públicos. Ocupou os cargos de Procurador da Fazenda Nacional (AGU) e
Procurador do Estado de Goiás (PGE).

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