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CARLOS ALEXANDRE DANIEL SANCHEZ – OAB/PE 31.

597-D
ASSESSORIA E CONSULTORIA JURÍDICA

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DR. JUIZ DE DIREITO DA VARA


ÚNICA DA COMARCA DE ALIANÇA-PE

Processo nº: 0000705-07.2021.8.17.2170


Apelante: ANA CARLA SARAIVA DE SOUZA
Apelado: JEFFERSON DEYVISON DE ALMEIDA BRISSANTT

JEFFERSON DEYVISON DE ALMEIDA BRISSANTT, já


devidamente qualificado nos autos em epígrafe, respeitosamente e
tempestivamente à ilustre presença de Vossa Excelência, apresentar
as Contrarrazões a Apelação, requer o encaminhamento das
contrarrazões, ao Egrégio Tribunal de Justiça de Pernambuco, a fim
de que seja mantida a sentença, pelos seus próprios fundamentos.

Nestes termos, em que pede deferimento.

CARLOS ALEXANDRE DANIEL SANCHEZ


OAB/PE 31.597.

CONTATO: (81) 87502709 (81) 994804471 / alexandresanchez.adv@gmail.com


Rua Jangadeiro, n. 619, Candeias, Jaboatã o dos Guararapes- PE. CEP: 54.430-315
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CONTRA-RAZÕES

Processo nº: 0000705-07.2021.8.17.2170


Apelante: ANA CARLA SARAIVA DE SOUZA
Apelado: JEFFERSON DEYVISON DE ALMEIDA BRISSANTT

EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE PERNAMBUCO

Colenda turma,

Eméritos julgadores,

ALÍGERAS CONSIDERAÇÕES DO PROCESSADO

Objeto da ação em debate

                                      Revelou-se nos autos que a parte autora, na


petição inicial, descreve fatos aludindo que conviveu maritalmente
com o Apelado, no período compreendido entre meados de agosto de
2018 a julho de 2021, sob o ângulo jurídico de união estável, período
esse que colaborou firmemente na formação do patrimônio do casal.

                                      Afirma-se, ainda, que o Apelado no dia 13


de novembro de 2018 comprou uma casa a qual a apelante morava
de aluguel, iniciaram o relacionamento, como se casados fossem,
com afetividade mútua, afirma também que em 17 de maio de 2019
o apelado comprou outra residência no qual a apelante reside até
hoje demonstrando estabilidade no relacionamento e com propósito
de uma vida em comum.

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Aludiu também que o apalado resolveu abandonar a residência a qual


a apelada reside ate a presente data.

                                      Alude-se que frequentaram, durante anos,


a ambientes públicos, com passeios juntos, assim mostrando-se ao
círculo de amizades e profissional, o que se destaca das fotos anexas
com a exordial. (fls---------)

                                      De outro turno, dormita às fls. ( foto do


inicio do relacionamento na contestação) a contestação. Nessa,
levantam-se fatos e fundamentos jurídicos contrários à pretensão da
Recorrente.

                                      Em síntese, a essência da contestação se


pautou a sustentar que:

A hipótese fática levada a efeito com a exordial evidencia relação de


união estável, razão qual diz ser devida a pretensão da Autora e
suposta fraude a partilha de bens.

CONTEXTO PROBATÓRIO

 Preliminarmente, cabe salientar que o autor não juntou aos autos


documentos ou provas que comprovem a existência de união estável
entre ele e o de cujus, se atendo, somente, a alegações
desarrazoadas e inverídicas sem base concreta.

                                      É de se destacar o depoimento pessoal,


prestado pelo Recorrido, o qual dormita na ata de audiência de fl.
xxx.

                                      Indagado acerca da situação em espécie,


respondeu que:

xxxx

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                                      Doutro giro, a testemunha xxx, arrolada


pela parte Recorrida, assim se manifestou em seu depoimento (fl.
xx):

Xxxx

                                      Doutro giro, a testemunha xxx, arrolada


pela parte Recorrida, assim se manifestou em seu depoimento (fl.
xx):

Xxxx

                                      Doutro giro, a testemunha xxx, arrolada


pela parte Recorrida, assim se manifestou em seu depoimento (fl.
xx):

Xxxx

                                      Doutro giro, a testemunha xxx, arrolada


pela parte Recorrida, assim se manifestou em seu depoimento (fl.
xx):

Xxxx

Neste sentido as testemunhas da parte ré assim se manifestaram em


seus depoimentos:

Testemunha (fl. xx):

Xxxx

Testemunha (fl. xx):

Xxxx

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Testemunha (fl. xx):

Xxxx

· O autor em sua inicial NÃO apresentou NENHUMA foto do


casal com data seja de redes sociais ou de qualquer outro
dispositivo o que seria notoriamente estranho, pois é óbvio
que uma união que supostamente perdurou mais de 4 anos,
conforme narrado na inicial, teriam muitas histórias, viagens,
jantares, momentos marcantes, que certamente seriam
registrados por fotos e vídeos, o que em nenhum momento foi
juntado pelo autor.

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· Não fosse só isso, ao pesquisar as redes sociais do autor, se


comprova que o mesmo se exibia como SOLTEIRO só
constando como casado em 23 de fevereiro de 2021, conforme
tela abaixo:

·.

· A apelante ainda apresenta nos documentos anexos


DIVERSAS FOTOS DO AUTOR COM OUTRAS PESSOAS, EM
FESTAS, COMPROVANDO APENAS QUE ELES SE ENCONTRAVAM
NBESSES EVENTOS COMO FESTAS E COMICIOS POLITICOS.

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· Deve-se destacar ainda que a exordial carece de comprovação


material da união, do interesse de constituir família, não tendo o a
apelante apresentado nenhum documento antigo, comprovando
realmente a união longa e duradoura conforme alegado, somente
apresentando fotos acostadas nesta apelação sem qualquer
esclarecimento de sua omissão na inicial ou audiência.

· Quanto ao documento apresentado pela apelada em fls. 05 e 06, a


parte apelada requer a impugnação do mesmo, a apelante se quer se
atentou as datas grifadas pelas mesma quando alega que QUE UM DIA
APÓS A VIAGEM DO CASAL FORA REALIZADA A COMPRA DA PRIMEIRA
RESIDÊNCIA, quando na verdade a residência foi comprada no dia 13
de novembro de 2018 e a suposta foto dataria de 12 de dezembro de
2018, cabe salientar que o apelado quando adquiriu esse imóvel em
questão a apelada morava no mesmo de aluguel, essa foto apenas
retrata os dois se encontraram no mesmo ambiente de praia, não
comprovando qualquer tipo de união entre os 2, e sim relação
proprietário – inquilina.

· No que diz respeito aos documentos de fls. xxx, onde o autor


apresenta contas de internet, energia, em sua grande maioria
ilegíveis e em nome de terceiros a mesmo os poucos que se
encontram em nome do apelado, não deve ser utilizada como meio
de prova para configurar uma união estável, uma vez que tal
documento não comprova o interesse das partes em constituir uma
família.

· Os documentos apresentados pela apelante não comprovam


objetivamente a união estável pretendida, pois seria presunçoso tal
confirmação somente com os documentos acostados em fase de
apelão, uma vez que a união estável preenche critérios objetivos e
não subjetivos, não merecendo prosperar os simples documentos
juntados.

· É importante ressaltar que o apelado não nega a relação de amizade


entre proprietário e inquilino, mas não reconhece em nenhuma
hipótese uma união estável entre eles antes do final de 2021.

· Ora excelência, a falta de provas materiais e testemunhais afim de


comprovar o alegado DEIXAM TOTALMENTE CLARA a má fé da parte
apelante, como na tentativa fútil acostando a foto de um recibo de
aluguel no mínimo duvidoso de fls. 07 de sua apelação com a data de
13.05.2019 quando por ora informa que morava de aluguel com o
apelado apesar do apelado nesse período ter a propriedade de 2
residências nessa cidade, a apelante claramente tenta ludibriar o

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Judiciário ao ingressar com um processo que não faz o menor sentido


do ponto de vista jurídico.

· Ainda falando da relação entre o apelante e o apelado a


apelante NÃO APRESENTOU NENHUMA CARTA DE AMOR,
NENHUM E-MAIL, NENUM PRESENTE DE RELACIONAMENTO E
NENHUMA CONVERSA DE WHATSAPP CAPAZ DE DEMONSTRAR
QUE AMBOS TIVERAM UMA UNIÃO COM INTERESSE DE
PERPETUAÇÃO E CONSTITUIÇÃO DE FAMÍLIA, ficando
comprovadamente demonstrado que NÃO HÁ UMA UNIÃO
ESTÁVEL sobre esse período de 4 anos.

· Informa também que A FAMÍLIA NUNCA SOUBE DA UNIÃO ENTRE


AS PARTES, NUNCA passaram nenhuma data comemorativa, nunca
foi sequer mencionado o nome da apelante como namorada, amante,
ou qualquer coisa do gênero, sendo totalmente descabida a presente
demanda, carecendo de provas e informações capazes de comprovar
o alegado.

· Por fim, alega a apelada que caso tenha ocorrido de fato uma breve
e simples relação entre o autor e o de cujus, não passou de um
namoro, não nem um pouco uma união estável, pois a União
Estável é nada mais do que o objetivo de constituir família,
não apresentando características subjetivas, como as
apresentadas nos autos, e sim elementos de configuração
real, fática da relação entre partes.

· Informa ainda a parte apelada que as referidas casas objeto


desta discussão foram adquiridas após uma rescisão
trabalhista, no qual o apelado decidiu investir os valores
recebidos em imóveis com o intuito de fonte de renda
posterior.

· Esclarece também a aparte apelada que nunca residiu ou


trabalhou no município de Aliança, que sua residência e local
de trabalho sempre foi em recife, que possui parentes no local
e os visitava periodicamente, e ainda que a escolha de
investimento nessa localidade foi pelo baixo preço dos imóveis
o que tornava possível a compra utilizando os seus recursos
atuais.

· Por fim, a apelante foi inquilina do apelado por cerca de 3 anos, em


sua primeira propriedade era já tinha contrato de aluguel e o mesmo
foi mantido, tendo que sair do imóvel posteriormente para reformas
necessárias, e no segundo imóvel através d amigos logo após a

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compra pelo autor a mesma sinalizou interesse em aluguel o que a


levou a se tornar novamente inquilina do mesmo, vindo a apenas a
ter um inicio de relacionamento amoroso apenas durante a campanha
eleitoral de 2020, onde em comícios se tornaram mais próximos e
consequentemente iniciaram um relacionamento afetivo, mas reitera
que o apelado nunca morou na localidade pois possui residência fixa e
trabalha em recife, indo no município apenas nos fins de semana de
maneira mais frequente na época próxima a votação eleitoral, onde
existia diversas festas de partidos políticos ao qual participava.

DA SENTENÇA HOSTILIZADA

                                      O d. Juiz de Direito da DA VARA ÚNICA DA


COMARCA DE ALIANÇA-PE, em decisão brilhante, sem merecer
qualquer retoque, julgou parcialmente procedente os pedidos
formulados pela Recorrida.

                                      À luz do quanto disposto em seus


fundamentos, na parte dispositiva, deliberou-se que:

(...)

xxxxxx

                                      Inconformada, a Recorrente interpôs


recurso apelatório, pedindo a reforma do julgado monocrático de piso
apesar de não juntar qualquer prova mesmo que testemunhal que
possibilita-se a comprovação de tal união estável pelo período de 4
anos.

NO ÂMAGO DO RECURSO 

1. Quanto à preliminar de ausência de fundamentação

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                                      Argui a parte recorrente preliminar de


nulidade da sentença por falta ou insuficiência de fundamentação.
Afirma, mais, que há a consequente violação das garantias da ampla
defesa e do contraditório.

                                      Em verdade, verifica-se que a sentença


analisou as questões de fato e de direito apresentadas. Ademais, ao
deliberar pela procedência em parte dos pedidos, expôs os motivos
que formaram seu convencimento, alicerçado nas provas acostadas
aos processos.

                                      Dessarte, não há falar em ausência de


fundamentação ou infringência ao art. 93, inciso IX, da Carta
Magna.

                                      Noutras pegas, é cediço que a Constituição


Federal resguarda o direito à prestação jurisdicional. Para além disso,
de igual modo, no particular, preserva o princípio da motivação das
decisões judiciais.

                                      Para além disso, o órgão julgador deve


fundamentar todas suas decisões, sob pena de nulidade.

                                      Decerto a parte recorrente apenas – e tão


somente – levou em consideração a parte dispositiva da sentença,
não sua fundamentação.

                                      Segundo o magistério de Alexandre


Freitas Câmara, essa interpretação é de um todo inexata, pois que,
ad litteram:

Estabelece o § 3º do art. 489 que a “decisão judicial deve ser


interpretada a partir da conjugação de todos os seus elementos e em
conformidade com o princípio da boa-fé”. Tem-se, aí, pois, uma regra
de interpretação da sentença (mas que se aplica, evidentemente, a
todas as decisões judiciais).

Em primeiro lugar, é preciso ter claro que a decisão precisa ser


interpretada sistematicamente, de modo que se leve em
consideração todos os seus elementos (e não só o dispositivo
isoladamente). Isto é especialmente importante em casos nos quais o
dispositivo da sentença é incompleto ou incongruente com a
fundamentação. [ ... ]

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                                      No ponto, de modo exemplificativo,


observe-se o que já se decidira:

 APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE


DESPEJO. PRELIMINARES DE CERCEAMENTO DE DEFESA,
OFENSA AO JUIZ NATURAL E AO ART 492 DO CPC (SENTENÇA
EXTRAPETITA) E AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO. NÃO
OCORRÊNCIA. PRELIMINARES AFASTADAS. NULIDADE DE
INSTRUMENTOS PROCURATÓRIOS E DESATENÇÃO A
DISPOSITIVOS LEGAIS QUE REGEM A ESPÉCIE, NÃO
EVIDENCIADOS. GRATUIDADE DA JUSTIÇA, PRECLUSÃO,
RECOLHIMENTO DO PREPARO NA INTERPOSIÇÃO NO APELO.
DESPEJO. POSSIBILIDADE. PRETENSÃO DE REJUGALMENTO
DE QUESTÃO JÁ APRECIADA NOS AUTOS DO PROCESSO
CONEXO EM APENSO. IMPOSSIBILIDADE, SENDO A
INVALIDADE DA NOTIFICAÇÃO INOVAÇÃO RECURSAL E
TENTATIVA DE REAPRECIAÇÃO DO ITEM. RECURSO
PARCIALMENTE CONHECIDO E DESPROVIDO.

1. Trata-se de recurso de apelação interposto em face de sentença


que julgou parcialmente procedente a ação de despejo ajuizada pelo
recorrido, concedendo o prazo de 30 (trinta) dias para desocupação
voluntária e rescisão da obrigação locatícia, arbitrando honorários
advocatícios em 15% do valor da causa. 2. Alega-se,
preliminarmente, cerceamento de defesa decorrente da ausência de
redesignação de audiência, ou da apreciação de pedidos formulados
no decorrer do processo, o que, efetivamente, não ocorreu, eis que
as partes, em audiência, regularmente representadas por seus
procuradores não pleitearam a apreciação destas petições e,
inclusive, declararam inexistir provas a produzir, bem como
apresentaram memoriais antes da prolação da sentença, sem nada
alegar a respeito. Preliminar afastada. 3. Inexiste ofensa ao juiz
natural pelo fato de, no período de férias do titular, o juiz em
respondência impulsionar o feito. Esse ato, consiste em regular
prestação judicial em atenção ao postulado da razoável duração do
processo (art. 5º, lxxviii, da CF/1988). No caso, foi designada
audiência instrutória, e, quando de sua realização, presentes os
procuradores, informou-se da impossibilidade de conciliação, ocasião
em que declinaram não haver prova a produzir. Nesse contexto, as
partes não manifestaram interesse em impulsionar o feito à
instrução, ao tempo em que o magistrado decidiu segundo a vontade
externada pelos respectivos representantes das partes. Preliminar
afastada. 4. Acrescente-se que o magistrado expôs adequadamente

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os motivos que ensejaram o resultado do processo; indicou


expressamente as razões de decidir. Atente-se que a deliberação do
juízo motivada em aspectos fático-jurídicos, embora sucinta e
contrária à pretensão do autor, não caracteriza falta de
fundamentação. Preliminar afastada. 5. Da apontada nulidade por
ofensa ao art. 492 do CPC tem-se que o fundamento do despejo foi
não ter o apelante manifestado intenção de exercer preferência na
aquisição do bem, fluindo o prazo para desocupação do imóvel acaso
não optasse pela compra, bem como pelo inadimplemento dos
alugueres. Inexiste julgamento extra petita, pois essas alegações
encontram-se na exordial. Preliminar afastada. 6. Quanto ao mérito,
alega-se nulidade de representação à causa e violação a dispositivos
legais atinentes à espécie, bem como ausência de entrega da
notificação. 7. Respeitante à invalidade de representação à
postulação da causa, verifica-se que o instrumento procuratório que
acompanha a inicial prescinde de maior formalismo e que, ao mesmo
advogado foi outorgada procuração pelo autor (responsável pela
locação) e pelo proprietário do imóvel; ao tempo em que o apelante
pretende evitar a rescisão do contrato de locação realizado entre o
promovente e promovido, reconhecendo a legitimidade deste para
contratar e estabelecer direitos e obrigações referentes ao imóvel,
enquanto, em comportamento contraditório, inadmitido no plano da
ética e da boa-fé processual, na dimensão venire contra factum
proprium, alega ser este carente de representação para tratar de
questões atinentes à locação do bem. O que impõe desprover o
recurso no tópico. 8. No que diz respeito à violação a dispositivos
legais; ao afirmar que a ordem de entrega do imóvel, desatende o
art. 9º da Lei nº 8.245/1991, deixa o recorrente de observar que
referida regra é exemplificativa, segundo consta do caput, in verbis
"a locação também poderá ser desfeita. .."; ademais o art. 8º, sobre
a possibilidade de o adquirente do bem denunciar o contrato ou
preservar a locação, não há notícia de que a venda se efetivara,
somente permite observar que findara o lapso temporal da avença,
sendo incontroverso o desejo de não renovar a locação e que o
recorrente não exerceu o direito de preferência; ao tempo em que
eventual desatenção ao art. 33 da citada Lei autoriza, em tese,
reclamar perdas e danos ou haver para si o imóvel após adimplido o
preço, e não a manutenção da posse em locação. Desacolhida a
pretensão de reforma no item. 9. A nulidade ou inexistência de
comprovação da notificação não foi controvertida, ou levada à
apreciação do juízo singular, ademais, é objeto único da ação conexa
em apenso, igualmente objeto de recurso apreciado nessa sessão,
correspondendo referida tese, nos presentes autos, em flagrante e
inadmitida inovação recursal e pretensão de rejulgamento de questão
objeto de recurso diverso. Acrescente-se requerer o apelante a

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concessão da suspensividade recursal, enquanto a questão já foi


apreciada em pedido de tutela antecedente. Nesses termos deixa-se
de conhecer do recurso nesses pontos. 10. Atinente às razões de
reforma quanto à condenação decorrente do ônus da sucumbência,
em face de alegada gratuidade, observo não contar do caderno
processual o requerimento ou a concessão desse benefício, ao tempo
em que foram recolhidas as custas recursais; preclusa, portanto,
eventual pretensão de gratuidade ou suspensão do ônus
sucumbencial. Apelação parcialmente conhecida e desprovida;
majoração dessa condenação em 2%, nos termos preceituados pelo
art. 85, § 11 do CPC. [ ... ]

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO ANULATÓRIA DE DÉBITO FISCAL.


MULTA CONFISCATÓRIA. REDUÇÃO. APLICABILIDADE ART. 13,
§1º, XIII, ALÍNEA "F", LC 123/2006. POSSIBILIDADE
AFERIÇÃO ORIGEM OMISSÃO DE RECEITA. RECURSO
PARCIALMENTE PROVIDO.

1. Preliminar de sentença por ausência de fundamentação: O juízo


sentenciante, ainda que de forma sucinta, apreciou a irresignação
recursal dentro das suas razões de decidir a sentença. Não se pode
confundir o julgamento desfavorável ao interesse da parte, como no
caso analisado, com a negativa ou ausência de prestação
jurisdicional. Preliminar rejeitada. 2. Mérito: Diante das razões
veiculadas pelas partes e dos motivos adotados na sentença pelo
juízo de origem, exsurge que o ponto nodal do presente recurso
encontra-se em verificar: (I) natureza confiscatória da multa fiscal
aplicada e (II) a aplicabilidade do art. 13, §10, inciso III da Lei
Complementar 123/2006. 3. O Supremo Tribunal Federal, ao
interpretar o art. 150 inciso IV, da Constituição Federal, na qual se
encontra o princípio da vedação ao confisco, possui atual
entendimento no sentido de que a incidência de multas punitivas (de
ofício) que não extrapolem 100% do valor do débito não importa em
afronta ao art. 150, IV, da Constituição. (RE 871174 AGR, Relator(a):
Min. DiAS TOFFOLI, Segunda Turma, julgado em 22/09/2015,
PROCESSO ELETRÔNICO DJe-224 DIVULG 10-11-2015 PUBLIC 11-
11-2015). Precedentes TJES. 4. Assim, tendo a multa ultrapassado o
percentual de 100%, está caracterizado o efeito confiscatório da
mesma, não havendo, entretanto que se falar em nulidade do auto de
infração, apenas adequação aos limites legais. 5. Da leitura
combinada dos art. 13º, §1º, inciso XIII, alínea f e art. 39, §2º da Lei
Complementar nº 123/2006, conclui-se que (I) no recolhimento pelo
Simples Nacional de ICMS na operação ou prestação desacobertada

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de documento fiscal deve ser utilizada a legislação aplicável às


demais pessoas jurídicas; (II) no caso do contribuinte do Simples
com atividade de ICMS e do ISS em que seja apurada omissão de
receita que não identificada na origem, a autuação será feita
utilizando a maior alíquota prevista na Lei Complementar em análise.
6. Compulsado os autos, verifica-se que a origem da omissão de
receita é plenamente identificável uma vez que o fisco constatou a
omissão a partir da diferença entre os valores registrados pelo
contribuinte e os declarados pelas administradoras de cartões de
crédito e débito. Desta forma, correta a imposição do dispositivo art.
13º, §1º, inciso XIII, alínea f da Lei Complementar nº 123/2006 e
das determinações da Lei Estadual 7.000/2001. Precedentes TJES. 8.
Recurso Conhecido e parcialmente provido. [ ... ]

                                      Para além disso, a oitiva da testemunha


Francisca das Quantas foi justamente para essa finalidade, cujo
termo demora às fls. 171/173.         

                                      Por isso, a preliminar deve ser rejeitada. 

2. Inexistiu a união estável por um período de 4 anos

                                      Constatou-se serem inverídicas as


assertivas lançadas na inaugural, máxime quando se destinaram a
impressionar este magistrado com palavras vazias de conteúdo. E
isso, mormente, quando estipula que o Apelado conviveu com a
Recorrente com o animus de constituir família.

                                      Lado outro, o período “de convivência”


estipulado pela Recorrente se mostrou absurdamente falso. Em
verdade, a relação de namoro existente entre os litigantes não
ultrapassou 10(dez) meses, o qual se iniciou em outubro de 2020, na
durante campanhas políticas no município de Aliança.

                                      O rompimento do namoro, de outro


contexto, deu-se tão-somente pela desarmonia no relacionamento,
como em qualquer outra relação de namoro. 

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                                      Doutro modo, viu-se inexistiu o


inapropriado “abandono do lar”. Até porque, insistimos, apenas
houvera um relacionamento amoroso entre ambos, sem maiores
compromissos. Por conta disso, como sempre acontecia, ficava no
máximo três dias na casa da Recorrente, sempre retornando ao
verdadeiro lar.

                                      Ora, contam-se nos dedos as ocasiões em


que a Recorrente alega que os litigantes frequentaram ambientes
públicos. E, diga-se, ainda assim, jamais com o propósito de
apresentar-se como casados. Todo e qualquer relacionamento de
namoro, óbvio, também leva o casal a dividir passeios em ambientes
públicos, maiormente restaurantes, clubes, festas etc. Não é por isso
que seriam tidos com intuito de unirem-se e proporcionar uma
relação matrimonial.

                                      Para além disso, as fotos, anexadas com a


inicial, nada conduzem à tese de união estável. Referidas fotos
revelam apenas momentos recentes, nos quais eles estiveram juntos
em suas inúmeras diversões. Fotos em que o casal aparece abraçado,
por certo, em momento algum poderia levar à certeza de um casal
com propósito de formar família, como absurdamente quer a
Recorrente.

                                      Quanto à pretensa agressão, nada mais foi


do que uma já conhecida “artimanha”, por demais conhecida no meio
judicial. Nesses casos, premeditadamente, a parte adversa lança todo
e qualquer argumento para denegrir a imagem do outro. Se houve
agressão, que ela tivesse feito um exame de corpo de delito.
Fantasiosa e ardilosa a forma de agir da Recorrente.

                                      No mais, rebateu-se quanto à pretensão


dos bens, quando a Recorrente aludiu que deveriam ser partilhados,
asseverando que foram produto da união estável existente entre os
litigantes.

                                      Esses bens, como constatado, mesmo


antes do início do namoro, repise-se em 17 de maio de 2019, já
faziam parte do patrimônio do Apelado.

                                      Não se perca de vista que reza a


Legislação Substantiva Civil, tocante à conceituação de união
estável, que:

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CÓDIGO CIVIL

Art. 1.723 - É reconhecida como entidade familiar a união estável


entre o homem e a mulher, configurada na convivência pública,
contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição
de família.

                                      Dessarte, a existência da união estável


reclama a conjugação de alguns elementos subjetivos, quais sejam,
animus de constituir família e relacionamento afetivo recíproco; bem
como elementos objetivos, isto é, convivência contínua, pública e
duradoura.

                                      É consabido, ainda, que a união estável


não se descaracteriza pela ausência de algum dos requisitos retro
mencionados. Entrementes, imprescindível o objetivo de constituir
uma família (intuitu familiae), uma vez que a finalidade da lei é
tutelar uma entidade familiar, já existente no mundo dos fatos.

                                      Com efeito, sobre o tema em vertente


leciona Rolf Madaleno que:

A união estável a merecer a proteção do Estado é aquela moldada à


semelhança do casamento, na qual os conviventes têm a indubitável
intenção de constituir família. Por conta disso, devem ser descartadas
da configuração de união estável as hipóteses de simples namoro, ou
mesmo o período de noivado, salvo estejam estas denominações
dissimulando uma união já estabelecida e de sólida convivência,
como facilmente pode ocorrer quando um casal de noivos antecipa a
sua coabitação, estimulado o par pela compra ou locação de
residência para servir de futura habitação conjugal, e trata de
mobiliar o imóvel e antecipar a sua mudança. Em outra hipótese, um
dos noivos tem residência própria e nela acolhe seu parceiro afetivo
antes mesmo de formalizar a sua união pelo casamento civil.

O propósito de formar família se evidencia por uma série de


comportamentos exteriorizando a intenção de constituir família, a
começar pela maneira como o casal se apresenta socialmente,
identificando um ao outro perante terceiros como se casados fossem,
sendo indícios adicionais e veementes a mantença de um lar comum
e os sinais notórios de existência de uma efetiva rotina familiar, que

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não pode se resumir a fotografias ou encontros familiares em datas


festivas, a frequência conjunta a eventos familiares e sociais, a
existência de filhos comuns, o casamento religioso, e dependência
alimentar, ou indicações como dependentes em clubes sociais,
cartões de créditos, previdência social ou particular, como
beneficiário de seguros ou planos de saúde, mantendo também
contas bancárias conjuntas. [ ... ]

                                     

                                      Não podemos desprezar as sólidas lições de


Paulo Nader, o qual professa que:

Para a configuração da união estável é preciso que haja convivência e


esta seja pública. Convivência, como a própria etimologia da palavra
orienta (cum vivere, isto é, viver com), implica a vida em comum,
relação assídua, constante, permanente. Há um processo contínuo de
interação, um permanente estar com o outro. Os conviventes podem
até não coabitar, mas é indispensável a comunhão de vida. A
solidariedade, a preocupação com o outro são também características
da união estável. A fim de eliminar qualquer dúvida quanto à
necessidade de o casal viver sob o mesmo teto, o Supremo Tribunal
Federal aprovou a Súmula 382, do teor seguinte: ‘A vida em comum
sob o mesmo teto, more uxorio, não é indispensável à caracterização
do concubinato.’

Para a definição da entidade familiar não é exigível que os


companheiros tenham vida social, participando de eventos, encontros
ou festas, mas a sua relação não pode ser furtiva, às escondidas,
sigilosa, típica dos amantes que não desejam ser notados. Deve o
casal, à vista dos parentes, vizinhos e da sociedade, apresentar-se
como o geral dos companheiros ou cônjuges.  [ ... ]

                                      Portanto, a aventura jurídica promovida


pela Recorrente, ora concretizada nesta querela, não pode produzir
qualquer efeito.

                                      As partes, como bem salientado nas linhas


iniciais desta defesa, tão-somente vivenciaram uma situação de
namoro, para alguns um mero “caso”, entre encontros sexuais
esporádicos, sem qualquer estabilidade de convivência.

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                                      Em que pese, para fins de constatação de


união estável, não seja exigível a convivência sob o mesmo teto
(STF, Súmula 382), contudo este instituto pede a aproximação com
a posse de estado de casados. Desse modo, a companheira deve ter
o nome e a fama de esposa, o que não ocorreu, nem de longe, no
enlace sub examine. Não basta, por esse ângulo, o simples
“companheirismo”, mas sim, ao invés disso, uma união duradoura e
notória.  Portanto, não é qualquer relacionamento temporário ou
passageiro, como in casu, que lhe trará o status de entidade familiar,
maiormente porquanto a união estável reclama more uxorio, no qual
ambos convivem como se casados fossem.

                                      Resta dizer, mais, que houvera, de fato,


relações sexuais entre os litigantes. Porém, essas, ainda que fossem
repetidas por largo espaço de tempo, não constituem por si só uma
manifestação de aparente casamento.

                                      De outra banda, ainda que os litigantes


tivessem aparência de casados, o que se diz apenas por argumentar,
posto que já refutada veementemente, indispensável que essa
situação fosse pública, ou seja, conhecida de várias pessoas, o que
nem de longe ocorreu.

                                      Por outro bordo, inexistiu convivência


duradoura e contínua, como reclama o texto da lei civil acima
demonstrada.

                                      Em que pese o legislador tenha omitido


quanto ao aspecto do que seja “convivência duradoura”, todavia,
segundo a melhor doutrina, tal elemento reclama uma sucessão de
fatos e eventos, a permanência do relacionamento, a continuidade do
envolvimento, a convivência more uxorio, a notoriedade, enfim, a
soma de fatores subjetivos e objetivos que, do ponto de vista
jurídico, definem a situação. No caso ora tratado, pouco mais de um
ano durou a relação de namoro.

                                      Ademais, registre-se que a relação entre as


partes não fora contínua, existindo, durante o relacionamento alguns
períodos em que ambos se distanciaram, com rompimento
temporário do namoro.

                                      Feitas essas considerações e examinados


todos os fatos e documentos contidos na peça exordial e nesta
defesa, é de constatar-se a inexistência dos requisitos para

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reconhecimento da união estável, sobretudo quando comprovado que


não existiu o propósito de ambos os litigantes constituírem família.

                                      A propósito, diante desse quadro fático e


doutrinário, vejamos a solução que se colhe dos Tribunais, com
enfoque em casos análogos devemos destacar o seguinte
posicionamento jurisprudencial abaixo:

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE RECONHECIMENTO E DISSOLUÇÃO


DE UNIÃO ESTÁVELC/C PARTILHA DE BENS, ATRIBUIÇÃO DE
GUARDA E FIXAÇÃO DE ALIMENTOS. SENTENÇA DE PARCIAL
PROCEDÊNCIA. CONTROVÉRSIA ACERCA DO ESTABELECIMENTO DO
PERÍODO DE DURAÇÃO DA CONVIVÊNCIA. FALTA DE PROVAS DE
NOTORIEDADE, DURABILIDADE E CONTINUIDADE DO
RELACIONAMENTO AFETIVO, BEM COMO DO ÂNIMO DE
CONSTITUIR FAMÍLIA, ENTRE MARÇO DE 2003 E NOVEMBRO DE
2008. ÔNUS PROBATÓRIO DO QUAL NÃO SE DESINCUMBIU A
AUTORA. ART. 333, INCISO I, DO CPC. UNIÃO ESTÁVEL
RECONHECIDA APENAS PARA O PERÍODO COMPREENDIDO ENTRE
DEZEMBRO DE 2008 E MARÇO DE 2010. SENTENÇA REFORMADA
NESTE ASPECTO. O reconhecimento da união estável pressupõe
a existência de uma relação pública, contínua e duradoura,
com o nítido objetivo de constituir família. Assim, não se
desincumbindo a Apelante de produzir prova apta a
demonstrar o preenchimento dos requisitos necessários à
configuração da união estável, como lhe competia (CPC, art.
333, I).

Nesse mesmo sentido, os ensinamentos de PAULO LÔBO caem como


luva:

“O requisito exclusivo é a convivência das partes em posse de estado


de casados - more uxorio -, ou seja, em conformidade com o
costume de casado, ou como se casados fossem, com todos os
elementos essenciais: impedimentos para constituição, direitos
e deveres comuns, regime legal de bens, alimentos, poder
familiar, relações de parentesco, filiação”.

Sabemos que a União Estável é objetivo de constituição de


família e não apresenta características subjetivas, devendo
ser aferido de modo objetivo, a partir dos elementos de
configuração real e fática da relação afetiva (a exemplo da
convivência duradoura sob o mesmo teto), para se determinar
a existência ou não de união estável.

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Dessa forma, no caso em tela, verifica-se a ausência de dois


requisitos indispensáveis para se determinar a existência ou não de
união estável, pois, em momento algum, restou comprovado que o
de cujus agia como se casado fosse, nem que houvesse planos de
constituir uma família com o autor. Uma vez que os argumentos
apresentados não preenchem os requisitos do artigo 1.723 do
Código Civil, POIS NÃO HÁ NENHUMA COMPROVAÇÃO DE
UNIÃO PÚBLICA E DURADOURA ENTRE AS PARTES.

Art. 1.723. É reconhecida como entidade familiar a união estável


entre o homem e a mulher, configurada na convivência pública,
contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição
de f

É presunçoso pensar que, pelo simples fato de que duas pessoas no


máximo namorarem, elas necessariamente ajam como casados e
pensam em constituir uma família. Não se pode confundir namoro
com união estável. Conforme depreende-se dos brilhantes
ensinamentos de CARLOS ROBERTO GONÇALVES:

“Não se configuram união estável, com efeito, os encontros amorosos


mesmo constantes, ainda que os parceiros mantenham relações
sexuais, nem as viagens realizadas a dois ou o comparecimento junto
a festas, jantares, recepções e etc., se não houver da parte de ambos
o intuito de constituir uma família”;

Caso de fato tenha ocorrido um relacionamento amoroso entre as


partes, não passou de um namoro, pois faltam elementos subjetivos
e objetivos para que se possa configurar uma união estável.

O entendimento dos TRIBUNAIS DE JUSTIÇA não destoa do


fundamentos aqui colacionados:

APELAÇÃO CIVEL. AÇÃO DE RECONHECIMENTO DE UNIÃO ESTÁVEL


COM PARTILHA. PEDIDO JULGADO IMPROCEDENTE. IRRESIGNAÇÃO.
INTELIGÊNCIA DO ARTIGO 1.723, § 1º, DO CÓDIGO CIVIL.
CONVIVÊNCIA COM O OBJETIVO DE CONSTITUIR FAMÍLIA
NÃO CONFIGURADA. MERO NAMORO. INSUFICIÊNCIA DE PROVA.
MANUTENÇÃO DA SENTENÇA. APELO DESPROVIDO. - Diante da
prova dos autos, não se confirma a assertiva de que as partes
mantinham relacionamento afetivo com convivência contínua, pública
e duradoura e com o inafastável objetivo de constituir família,
cumpre manter a sentença que concluiu pelo não reconhecimento da
união estável. (TJPB - ACÓRDÃO/DECISÃO do Processo Nº

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XXXXX20138150251, 1ª Câmara Especializada Cível, Relator DES


LEANDRO DOS SANTOS.

APELAÇÃO CÍVEL EM AÇÃO DE RECONHECIMENTO E


DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL C/C. PARTILHA DE BENS -
SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA - AUSÊNCIA DE
COMPROVAÇÃO DE CONVIVÊNCIA PÚBLICA, CONTÍNUA E
DURADOURA, COM INTUITO DE CONSTITUIR FAMÍLIA - ART.
1.723 DO CC - ÔNUS DA PROVA QUE INCUMBIA AO AUTOR,
QUE NÃO LOGROU ÊXITO EM DEMONSTRAR A VERACIDADE DE
SUAS ALEGAÇÕES - DEPOIMENTO DAS PARTES E TESTIGOS
QUE SE REVELAM CONTRADITÓRIOS - INDICATIVOS DE QUE O
RELACIONAMENTO SUB JUDICE LIMITAVA-SE A MERO
NAMORO - ENVOLVIMENTO AFETIVO SEM VIDA EM COMUM,
QUE NÃO PODE SER EQUIPARADO AO CASAMENTO -
CIRCUNSTÂNCIA QUE IMPEDE O ACOLHIMENTO DO PLEITO E,
VIA DE CONSEQUÊNCIA, A DIVISÃO DO PATRIMÔNIO DITO
REUNIDO POR ESFORÇO COMUM - MANUTENÇÃO DA
SENTENÇA VERGASTADA - RECURSO CONHECIDO E
DESPROVIDO. Essa intenção subjetiva dos envolvidos tem
essencial importância quando se examina a existência ou não
da sociedade conjugal de fato. Isso porque para terceiros,
talvez o namoro qualificado possa dar pistas de uma
sociedade conjugal de fato, já que em festas e viagens os
envolvidos aparecem unidos, além de um pernoitar na casa do
outro. O problema é que, entre si, jamais perquiriram cultivar
uma união nos moldes da convivência estável, instituída com
objetivo de formar família, com planos em comum e
imaginando a infindável companhia alheia. Por isso que,
externamente, a relação pode muito se assemelhar à união
more uxório, porém, intrinsecamente e para íntimas pessoas,
o relacionamento não passa de mero namoro
descomprometido, aventureiro, transitório e, às vezes, até
marcado pela pluralidade de relações íntimas com terceiros ou
terceiras

Tendo em vista as jurisprudências colacionadas na presente defesa,


fica evidente que os pedidos da exordial não merecem prosperar, pois
claramente tentam levar o Judiciário a erro, não comprovando a
União dentre esse período de 4(quatro) anos entre as partes.

DA LITIGÂNCIA DE MÁ FÉ DA PARTE AUTORA:

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Após a leitura da exordial e análise dos documentos anexos fica completamente clara
que o pedido não faz o menor sentido do ponto de vista jurídico, claramente tentando
induzir o Judiciário a erro de julgamento.

Neste sentido, temos o artigo 79 e 80 do CPC:

Art. 79. Responde por perdas e danos aquele que litigar de má-fé como autor, réu ou
interveniente.

Art. 80. Considera-se litigante de má-fé aquele que:

I - deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso;

II - alterar a verdade dos fatos;

III - usar do processo para conseguir objetivo ilegal;

IV - opuser resistência injustificada ao andamento do processo;

V - proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo;

VI - provocar incidente manifestamente infundado;

VII - interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório.

Portanto, conforme ficará comprovado, as partes NUNCA tiveram uma relação pelo
período de 4(quatro) anos capaz de ser considerada união estável, tendo ciência disso o
autor, razão pela qual requer a condenação do demandante em litigância de má fé.

8- DAS PROVAS A SEREM PRODUZIDAS:

Inicialmente, requer o apelado requer o deferimento de provas periciais, , a quais


seguem abaixo:

· Perícia no telefone celular da apelante afim de comprovar a troca de mensagens entre


o apelado e a apelante, para comprovar a possível união entre as partes, como também a
respectiva data de tais fotos acostadas neste recurso

9- DOS PEDIDOS:

Diante do exposto, requer:

a) A concessão do benefício da Gratuidade de Justiça para a parte ré;

b) O indeferimento do benefício da Gratuidade de Justiça requerido pela apelante, uma


vez que não comprovou a insuficiência de condições de arcar com os custos de um
processo judicial;

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c) Que sejam julgados TOTALMENTE IMPROCEDENTES os pedidos formulados


na exordial, pelos fatos e fundamentos aqui apresentados;

Nestes termos, em que pede deferimento.

Jaboatão dos Guararapes, 15 de março de 2023.

CARLOS ALEXANDRE DANIEL SANCHEZ


OAB/PE 31.597

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