Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
SUMÁRIO PÁGINA
Introdução – Apresentação do Professor e do Material 02
Hipóteses de Incidência (art. 1º e art. 2º) 03
Não Incidência (art. 3º) 06
Contribuintes (art. 4º) 10
Responsabilidade Tributária (art. 5º a 7º) 10
Base de Cálculo na Substituição Tributária (art. 8º) 11
Substituição Tributária Interestadual (art. 9º) 13
Restituição na Substituição Tributária (art. 10) 14
Local da Operação (art. 11) 15
Momento do Fato Gerador (art. 12) 19
Base de Cálculo (art. 13 a 18) 20
Creditamento do Imposto (art. 19 a 23) 30
Apuração do Imposto (art. 24 a 26) 35
Disposições Finais (art. 27 a 36) 37
Encerramento 40
1. A Lei Kandir Esquematizada e Comentada não deve ser utilizada como único
material de estudo. Vocês não irão aprender Legislação Tributária Estadual apenas
com este material. O objetivo é fornecer um material que os ajudará a memorizar os
dispositivos da Lei Complementar 87/96, melhorando significativamente o nível de
conhecimento para a prova! Se vocês querem aprender Legislação Tributária
Estadual, inscrevam-se em um de nossos cursos disponíveis no site
www.estrategiaconcursos.com.br.
2. A Lei Kandir Esquematizada não tem por objetivo analisar entendimentos
doutrinários e jurisprudenciais. Nosso foco é ler a Lei Kandir e fazer breves
apontamentos para facilitar a compreensão do seu texto.
3. Recomendamos a leitura diária da Lei Kandir. Sugerimos ler 2 a 3 páginas por
dia. Você pode fazer isso com outras normas que também sejam relevantes para o
seu concurso, como, por exemplo, a CF/88. Ao longo do tempo, você terá lido diversas
vezes tais normas. J
4. Além deste material, recomendamos também a leitura do CTN Esquematizado,
de autoria do Prof. Fábio Dutra, uma vez que o Código Tributário Nacional dispõe
sobre as normas gerais de Direito Tributário, sendo fundamental que o aluno conheça
tais conceitos antes de adentrar na Legislação Tributária. O CTN Esquematizado é um
material gratuito e também se encontra disponibilizado no site
www.estrategiaconcursos.com.br.
LEI KANDIR
LEI COMPLEMENTAR Nº 87, DE 13 DE SETEMBRO DE 1996.
Art. 1º Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir o imposto sobre operações
relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte
interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as
prestações se iniciem no exterior;
Comentário: O dispositivo é apenas uma reprodução do art. 155, II da CF, que traz a
competência dos Estados e do DF para instituição do ICMS. Antes de ler qualquer outro
dispositivo desta lei, deve-se ter como premissa as noções de ICMS previstas na
Constituição Federal, vez que apresentam o alicerce do imposto.
Comentário: Talvez o inciso III do §1º seja um dos dispositivos mais cobrados em
provas. para facilitar podemos esquematiza-lo da seguinte forma:
Comentário: Por força constitucional (art. 150, VI, d) não haverá incidência de ICMS
sobre as mercadorias acima listadas, tratadas como culturais. Importante ressaltar que
não importa o conteúdo do livro, do jornal ou do periódico: tanto uma revista com
conteúdo adulto quanto um livro de poesias gozam da não incidência
constitucionalmente qualificada.
Comentário: Como vimos no art. 1º, § 1º, III, o ICMS é imune na saída interestadual
sobre energia elétrica, petróleo e seus derivados porém temos a incidência na entrada
quando essas mercadorias forem para uso/consumo. Caso as mercadorias tenham por
objetivo a comercialização ou industrialização não teremos ICMS nem na saída
interestadual (imunidade) e tampouco na entrada do Estado adquirente. Nesse último
caso o ICMS somente será cobrado quando de uma futura comercialização ou saída de
mercadoria industrializada.
IV - operações com ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento
cambial;
direta do bem, na qualidade de depositário. Essa garantia veio resolver o problema das
financeiras que, ao financiar a aquisição de bens, utilizavam institutos obsoletos para
garantir o pagamento da obrigação.
A operação de alienação fiduciária é entendida como uma operação não sujeita ao ICMS.
Se você adquire um veículo nessa modalidade haverá a incidência do ICMS na saída da
concessionária mas nas operações futuras entre você e o banco não teremos a incidência
de ICMS. Por operações futuras entenda a entrega do carro pelo banco a você, a
devolução do carro para o banco caso você não pague as parcelas e a consolidação da
propriedade na sua pessoa no final do pagamento da última parcela.
Comentário: O leasing é uma operação tributada pelo ISS e não pelo ICMS. Embora a
maioria dos Estados conceda isenção para a venda ao arrendatário do bem que está
arrendado, a lei Kandir trata essa venda como hipótese de incidência.
Exportações
Trespasse
Alienação Fiduciária
Comentário: Em consonância com o artigo 128 do CTN, permite-se, mediante lei, que
o legislador atribua a responsabilidade tributária a terceiros, desde que estes tenham
relação com o fato gerador do imposto. O exemplo clássico é o caso do transportador,
que embora não seja o contribuinte em relação à circulação de mercadoria (é
contribuinte do ICMS sobre o frete), em diversas legislações estaduais se torna
responsável pelo pagamento do ICMS de mercadorias flagradas desacompanhadas de
documentação fiscal.
Comentário: Mais adiante veremos que o artigo 12 da Lei Kandir traz a saída de
mercadoria do estabelecimento do contribuinte como regra para o momento da
ocorrência do fato gerador. Pois bem, o art. 7º afirma que, na substituição tributária, o
fato gerador, para efeitos de cobrança, também poderá ser considerado no momento
da entrada do estabelecimento adquirente.
Comentário: Nos casos de retenção antecipada das operações subsequentes (ST para
frente) existem diversas formas para chegar a Base de Cálculo, sendo a regra geral
obtida pela fórmula:
Uma vez obtida a Base de Cálculo, deve-se prosseguir com o cálculo do ICMSST através
de outra fórmula:
Quanto as demais opções para Base de Cálculo das operações subsequentes, podemos
esquematizar os conceitos da seguinte forma:
USO OBRIGATÓRIO
PREÇO FIXADO PELO ESTADO,
BCST CASO EXISTA
(operações subsequentes)
USO FACULTATIVO
PREÇO SUGERIDO
PELO ESTADO
USO FACULTATIVO
PAUTA FISCAL
PELO ESTADO
Apesar de o STJ ter afirmado ser ilegal a cobrança do ICMS com base no valor de pauta
os Estados utilizam normalmente (Súmula 431/STJ).
Comentário: Existem situações que por questões logísticas a mercadoria não transita
pelo estabelecimento do contribuinte. Imagine que um contribuinte A adquira
mercadoria de outro contribuinte C e manda entregar diretamente em C. O fato de a
mercadoria não ter transitado por A não descaracteriza o fato gerador da saída fictícia
de A para C (afinal C comprou de A, que comprou de B e mandou entregar diretamente
a C) e o local será o do estabelecimento de A. Da mesma forma podemos ter uma
situação em que há troca de titularidade entre contribuintes do mesmo Estado mas a
mercadoria não circulou de fato, ou seja, ocorreu apenas a circulação jurídica. Se A
possuir mercadoria em um armazém geral no mesmo Estado e vendê-las para B e B
revolver deixar essas mercadorias no depósito o local será o estabelecimento que
transferiu a propriedade (A) e não o do armazém geral.
Situação diversa ocorre na hipótese do §1º pois se a empresa depositante da mercadoria
e o armazém geral (depositário) se encontram estabelecidos em Estados distintos a
regra da alínea c não será aplicada, sendo considerado como o local da operação o do
estabelecimento onde estiver depositada a mercadoria.
Quando ocorre de um bem importado do exterior estar em situação irregular, ele será
apreendido e irá a leilão. Neste caso, o local da operação será o local em que se realizar
a licitação mesmo a mercadoria tendo sido apreendida ou abandonada em outro
local/Estado.
h) o do Estado de onde o ouro tenha sido extraído, quando não considerado como
ativo financeiro ou instrumento cambial;
§ 2º. Para os efeitos da alínea h do inciso I, o ouro, quando definido como ativo
financeiro ou instrumento cambial, deve ter sua origem identificada.
Comentário: O ouro quando definido como ativo financeiro será imune ao ICMS e
quando for tratado como mercadoria estará sujeito à incidência do imposto, que será
devido ao Estado de onde o ouro foi extraído.
ESTABELECIMENTO DA
COMUNICAÇÃO
ONEROSA
ESTABELECIMENTO/
SATÉLITE DOMICÍLIO DO
TOMADOR
IMPORTAÇÃO ESTABELECIMENTO/
EXCEÇÕES DOMICÍLIO DO
COMUNICAÇÃO DESTINATÁRIO
DIFAL ESTABELECIMENTO
COMUNICAÇÃO DESTINATÁRIO
Comentário: São disposições legais com alta incidência em prova, fique atento!
É autônomo cada um dos estabelecimentos do mesmo titular para efeito de apuração
dos créditos, débitos e demais obrigações tributárias. Entretanto, se uma determinada
filial tiver apurado débito e não pagar as outras filiais e a matriz do mesmo titular
respondem por essa dívida de maneira solidária.
§ 5º. Quando a mercadoria for remetida para armazém geral ou para depósito fechado
do próprio contribuinte, no mesmo Estado, a posterior saída considerar-se-á ocorrida
no estabelecimento do depositante, salvo se para retornar ao estabelecimento
remetente.
Comentário: Artigo de suma importância, que é cobrado de forma literal nos exames.
Gostaria que você prestasse atenção aos casos relacionados a cartões telefônicos.
Repare que o fato gerador não ocorre quando você utiliza o cartão telefônico no orelhão
mas sim no momento do fornecimento do meio ao usuário final.
Perceba que os entrepostos aduaneiros só poderão liberar as mercadorias importadas
após a prova de pagamento (Documento de Arrecadação) mas caso haja decisão judicial
determinando a entrega do produto importado ao importador antes mesmo do
desembaraço o momento do FG fica antecipado para o ato da entrega deste.
Comentário: Talvez esse seja o artigo mais confuso de toda a Lei Kandir, uma vez que
cada tipo de base de cálculo faz referência a um ou vários incisos do artigo 12.
Vejamos a tabela abaixo para tornar o assunto mais compreensível:
ICMS àMERCADORIAS
ISS à SERVIÇO
INCISO VI
VALOR DA PRESTAÇÃO DO
SERVIÇO
Recebimento, pelo destinatário, de
+
serviço prestado no exterior.
TODOS OS ENCARGOS
RELACIONADOS COM A SUA
UTILIZAÇÃO, SE FOR O CASO
Além destas disposições sobre a base de cálculo, você verá logo mais que o montante
do ICMS também é incluído na base de cálculo. Como a mercadoria veio de fora não há
ICMS embutido no valor apresentado pelo remetente, isso faz com que a importação
possua uma forma de cálculo diversa, mas como esse cálculo funciona?
Basta utilizar a fórmula abaixo:
BCIMP =
Comentário: Existem casos que mercadorias importadas vão a leilão, seja por
apreensão, seja por abandono. Quem arrematar a mercadoria nesses leilões deve pagar
o ICMS e em sua BC deve figurar tanto o IPI quanto o II, assim como demais despesas
que vierem a ser cobradas do arrematante por ocasião do leilão.
b) frete, caso o transporte seja efetuado pelo próprio remetente ou por sua conta e
ordem e seja cobrado em separado.
Comentário: Chegou a hora de explicar melhor o tema que mencionei ao falar da base
de cálculo da importação. Por força do inciso I deste parágrafo temos que o ICMS é
considerado como um imposto “por dentro”, o que significa que o valor do tributo já se
encontra embutido no valor das mercadorias.
É por isso que se determinada empresa vende uma mercadoria por R$ 1.000,00 com
ICMS de 12% o valor do ICMS é de R$ 120,00, sendo que este já está embutido no
valor total da operação. Ou seja, R$ 880,00 é o valor do celular e R$ 120,00 equivale
ao montante devido a título de ICMS.
Como já explicado, o disposto no inciso I também se aplica a importação, contudo deve
ser utilizada a fórmula mencionada nos comentários do inciso V a fim de obtermos a
base de cálculo que será multiplicada pela alíquota cabível.
Além do montante do próprio imposto, também integra a base de cálculo as
importâncias de seguros, juros, fretes e descontos concedidos sob condição, sendo
necessária uma atenção especial para estes dois últimos.
O frete possui uma situação peculiar porque o dispositivo afirma que ele só integrará a
base de cálculo nos casos em que o transporte tenha sido efetuado pelo próprio
remetente ou por sua conta e ordem e seja cobrado separado. Deste modo, nos casos
em que o transporte tenha sido efetuado pelo próprio destinatário ou por pessoa
contratada por sua conta e ordem, não possuindo qualquer relação com o remetente,
estaremos diante de hipótese em que não será possível integrar a base de cálculo
própria do remetente.
Quanto aos descontos é importante que você saiba diferenciar o desconto condicional
(sob condição) do desconto incondicional (sem condição de implemento).
Desconto condicional é aquele dado com uma obrigação futura, uma condição futura
como por exemplo conceder 10% de desconto se o boleto for pago até determinado dia.
Desconto incondicional é aquele dado pela simples vontade do vendedor sem condição
imposta ao comprador.
Comentário: Trata-se do mesmo dispositivo previsto no artigo 155, §2º, inciso XI, da
Constituição Federal. Podemos esquematizá-lo da seguinte forma:
Industrialização
ou
Comercialização
+
IPI não integra Entre
BC do ICMS contribuintes
+
FG dos 2
impostos
Entrada mais
Comerciante
recente
Operação
interestadual entre Industrial Custo de produção
mesmo titular
Art. 15. Na falta do valor a que se referem os incisos I e VIII do art. 13, a base de
cálculo do imposto é:
I - o preço corrente da mercadoria, ou de seu similar, no mercado atacadista do local
da operação ou, na sua falta, no mercado atacadista regional, caso o remetente seja
produtor, extrator ou gerador, inclusive de energia;
II - o preço FOB estabelecimento industrial à vista, caso o remetente seja industrial;
III - o preço FOB estabelecimento comercial à vista, na venda a outros comerciantes
ou industriais, caso o remetente seja comerciante.
§ 1º Para aplicação dos incisos II e III do caput, adotar-se-á sucessivamente:
I - o preço efetivamente cobrado pelo estabelecimento remetente na operação mais
recente;
II - caso o remetente não tenha efetuado venda de mercadoria, o preço corrente da
mercadoria ou de seu similar no mercado atacadista do local da operação ou, na falta
deste, no mercado atacadista regional.
§ 2º Na hipótese do inciso III do caput, se o estabelecimento remetente não efetue
vendas a outros comerciantes ou industriais ou, em qualquer caso, se não houver
mercadoria similar, a base de cálculo será equivalente a setenta e cinco por cento do
preço de venda corrente no varejo.
Art. 16. Nas prestações sem preço determinado, a base de cálculo do imposto é o
valor corrente do serviço, no local da prestação.
Art. 17. Quando o valor do frete, cobrado por estabelecimento pertencente ao mesmo
titular da mercadoria ou por outro estabelecimento de empresa que com aquele
mantenha relação de interdependência, exceder os níveis normais de preços em
vigor, no mercado local, para serviço semelhante, constantes de tabelas elaboradas
pelos órgãos competentes, o valor excedente será havido como parte do preço da
mercadoria.
Parágrafo único. Considerar-se-ão interdependentes duas empresas quando:
I - uma delas, por si, seus sócios ou acionistas, e respectivos cônjuges ou filhos
menores, for titular de mais de cinquenta por cento do capital da outra;
II - uma mesma pessoa fizer parte de ambas, na qualidade de diretor, ou sócio com
funções de gerência, ainda que exercidas sob outra denominação;
III - uma delas locar ou transferir a outra, a qualquer título, veículo destinado ao
transporte de mercadorias.
Art. 18. Quando o cálculo do tributo tenha por base, ou tome em consideração, o
valor ou o preço de mercadorias, bens, serviços ou direitos, a autoridade lançadora,
mediante processo regular, arbitrará aquele valor ou preço, sempre que sejam
omissos ou não mereçam fé as declarações ou os esclarecimentos prestados, ou os
documentos expedidos pelo sujeito passivo ou pelo terceiro legalmente obrigado,
ressalvada, em caso de contestação, avaliação contraditória, administrativa ou
judicial.
Comentário: O arbitramento é uma técnica muito comum utilizada pelos Estados. Toda
vez que o auditor verificar que um determinado documento fiscal é inidôneo ou ocorra
omissão, por exemplo, deverá arbitrar o valor para as mercadorias de acordo com as
técnicas previstas na legislação de cada Estado.
Art. 21. O sujeito passivo deverá efetuar o estorno do imposto de que se tiver
creditado sempre que o serviço tomado ou a mercadoria entrada no estabelecimento:
I - for objeto de saída ou prestação de serviço não tributada ou isenta, sendo esta
circunstância imprevisível na data da entrada da mercadoria ou da utilização do
serviço;
II - for integrada ou consumida em processo de industrialização, quando a saída do
produto resultante não for tributada ou estiver isenta do imposto;
III - vier a ser utilizada em fim alheio à atividade do estabelecimento;
IV - vier a perecer, deteriorar-se ou extraviar-se.
§ 2º Não se estornam créditos referentes a mercadorias e serviços que venham a ser
objeto de operações ou prestações destinadas ao exterior ou de operações com o
papel destinado à impressão de livros, jornais e periódicos.
Comentário: Existem casos em que não podemos prever que a mercadoria sairá sem
tributação, como por exemplo nos casos de uma isenção superveniente.
Reforçando o dispositivo constitucional do art. 155, 2º, II, b, deve-se anular o crédito
da entrada. O mesmo deve ocorrer caso ela seja utilizada em um processo de
industrialização ou mesmo na utilização em um fim diverso da atividade do
estabelecimento.
Existem casos ainda em que a mercadoria sequer realiza uma saída posterior. São os
casos em que a mercadoria se deteriora, estraga ou perece, hipóteses em que o crédito
de entrada também deverá ser estornado.
Além dos casos de estorno, a lei Kandir também trouxe benefícios para o contribuinte
Perecer/Deteriorar/Extraviar
Art. 23. O direito de crédito, para efeito de compensação com débito do imposto,
reconhecido ao estabelecimento que tenha recebido as mercadorias ou para o qual
tenham sido prestados os serviços, está condicionado à idoneidade da documentação
e, se for o caso, à escrituração nos prazos e condições estabelecidos na legislação.
Parágrafo único. O direito de utilizar o crédito extingue-se depois de decorridos cinco
anos contados da data de emissão do documento.
Art. 25. Para efeito de aplicação do disposto no art. 24, os débitos e créditos devem
ser apurados em cada estabelecimento, compensando-se os saldos credores e
devedores entre os estabelecimentos do mesmo sujeito passivo localizados no Estado.
§ 1º Saldos credores acumulados a partir da data de publicação desta Lei
Complementar por estabelecimentos que realizem operações e prestações de que
tratam o inciso II do art. 3º e seu parágrafo único podem ser, na proporção que estas
saídas representem do total das saídas realizadas pelo estabelecimento:
I - imputados pelo sujeito passivo a qualquer estabelecimento seu no Estado;
II - havendo saldo remanescente, transferidos pelo sujeito passivo a outros
contribuintes do mesmo Estado, mediante a emissão pela autoridade competente de
documento que reconheça o crédito.
§ 2º Lei estadual poderá, nos demais casos de saldos credores acumulados a partir
da vigência desta Lei Complementar, permitir que:
I - sejam imputados pelo sujeito passivo a qualquer estabelecimento seu no Estado;
II - sejam transferidos, nas condições que definir, a outros contribuintes do mesmo
Estado.
Art. 26. Em substituição ao regime de apuração mencionado nos arts. 24 e 25, a lei
estadual poderá estabelecer:
I - que o cotejo entre créditos e débitos se faça por mercadoria ou serviço dentro de
determinado período;
II - que o cotejo entre créditos e débitos se faça por mercadoria ou serviço em cada
operação;
III - que, em função do porte ou da atividade do estabelecimento, o imposto seja
pago em parcelas periódicas e calculado por estimativa, para um determinado
período, assegurado ao sujeito passivo o direito de impugná-la e instaurar processo
contraditório.
§ 1º Na hipótese do inciso III, ao fim do período, será feito o ajuste com base na
escrituração regular do contribuinte, que pagará a diferença apurada, se positiva;
caso contrário, a diferença será compensada com o pagamento referente ao período
ou períodos imediatamente seguintes.
§ 2º A inclusão de estabelecimento no regime de que trata o inciso III não dispensa
o sujeito passivo do cumprimento de obrigações acessórias.
Comentário: A Lei Kandir é uma norma que teve diversos dispositivos de caráter
transitório, sendo inaplicáveis no atual ordenamento jurídico. Os dispositivos acima não
possuem mais aplicação.
Comentário: Dentre os artigos da parte final, o artigo 33 merece destaque especial por
tratar de disposições específicas sobre o creditamento.
A mercadoria de uso e consumo mencionada pela lei são os bens que não integram o
produto final e não são utilizados em atividades que façam parte no processo produtivo
ou de comercialização como por exemplo materiais de escritório e materiais de limpeza.
Essas mercadorias que tenham por destinação o uso e consumo só gerarão direito ao
crédito a partir de 2020, regra que vem sendo constantemente postergada. Inicialmente
a lei Kandir previa a utilização de crédito para materiais de uso e consumo em 1998
mas depois postergou para 2000, 2003, 2007 e 2011 para então, em 2010, postergar
para 2020.
1) A partir de 2020 à elas terão o mesmo tratamento para qualquer tipo de operação:
darão direito ao crédito assim como as mercadorias para uso e consumo.
Comentário: Mais um dispositivo que ficou sem efeito uma vez que hoje temos o
creditamento de mercadorias destinadas ao AP.
ENCERRAMENTO
Chegamos ao final da nossa Lei Kandir Esquematizada e Comentada! Não deixem de ler
esta lei quantas vezes forem necessárias para que vocês consigam memorizar ao
máximo os seus dispositivos.
Esperamos que vocês tenham gostado do material e que, além disso, lhes seja útil na
jornada de estudos rumo à aprovação!