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ESTADO DE SANTA CATARINA

DECRETO Nº 2.121, DE 17 DE AGOSTO DE 2022

Regulamenta o art. 22 da Lei federal nº 13.460, de 2017, para


instituir os Conselhos de Usuários de Serviços Públicos no
âmbito da Administração Pública Direta e Indireta do Poder
Executivo Estadual.

O GOVERNADOR DO ESTADO DE SANTA CATARINA,


no uso das atribuições privativas que lhe conferem os incisos I e III do art. 71 da
Constituição do Estado, conforme o disposto no art. 25 da Lei Complementar nº 741,
de 12 de junho de 2019, e no art. 22 da Lei federal nº 13.460, de 26 de junho de 2017,
e de acordo com o que consta nos autos do processo nº CGE 0397/2022,

DECRETA:

Art. 1º Ficam instituídos os Conselhos de Usuários de Serviços


Públicos, por meio dos quais se dará a participação dos usuários no acompanhamento
da prestação e na avaliação dos serviços públicos, sem prejuízo de outros meios de
participação previstos na legislação.

Art. 2º Para os fins deste Decreto, considera-se:

I – usuário: pessoa física ou jurídica que pode fazer uso


individualmente do serviço público;

II – serviço público: ações dos órgãos e das entidades do


Poder Executivo Estadual para atender, direta ou indiretamente, às demandas da
sociedade relativas a exercício de direito ou a cumprimento de dever;

III – gestor do serviço: órgão ou entidade responsável pela


oferta do serviço ao usuário; e

IV – plataforma dos Conselhos de Usuários de Serviços


Públicos: aplicação eletrônica específica que viabilizará a participação dos usuários.

Art. 3º O disposto neste Decreto se aplica:

I – aos órgãos e às entidades da Administração Pública Direta,


Autárquica e Fundacional do Poder Executivo Estadual; e

II – às empresas públicas e às sociedades de economia mista,


incluídas aquelas que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de
bens ou de prestação de serviços.

CGE 0397/2022 1 ALBC


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Parágrafo único. Cada órgão ou entidade responsável pela


oferta de serviço público criará, de acordo com cronograma a ser definido
pela Controladoria-Geral do Estado (CGE), um ou mais Conselhos de Usuários de
Serviços Públicos, os quais não poderão exceder a quantidade de serviços previstos na
Carta de Serviços ao Usuário de que trata a Lei nº 15.435, de 17 de janeiro de 2011.

Art. 4º Aos Conselhos de Usuários de Serviços Públicos, de


caráter consultivo, compete:

I – acompanhar a prestação dos serviços públicos;

II – participar da avaliação da qualidade e da efetividade dos


serviços públicos;

III – propor melhorias na prestação dos serviços públicos; e

IV – contribuir para a definição de diretrizes para o adequado


atendimento ao usuário.

Art. 5º Os Conselhos de Usuários de Serviços Públicos serão


compostos por usuários que se candidatarem mediante chamamento público conduzido
pelo gestor do serviço público a ser avaliado.

§ 1º O chamamento público mencionado no caput deste artigo


será realizado por meio que garanta ampla publicidade e que seja apto a alcançar
o maior número de interessados.

§ 2º O usuário que quiser se candidatar informará seu


interesse aos serviços públicos de cujo Conselho pretenda participar.

Art. 6º Os conselheiros farão avaliações individualizadas dos


serviços, as quais serão consolidadas eletronicamente, a fim de subsidiar as ações
do gestor do serviço.

§ 1º A convocação dos conselheiros para as avaliações


individualizadas dos serviços, nos termos do disposto no caput deste artigo, deverá ser
realizada, no mínimo, a cada 12 (doze) meses.

§ 2º A participação no Conselho de Usuários de Serviços


Públicos será considerada prestação de serviço público relevante, não remunerada, não
gerando vínculo de qualquer natureza com o serviço público, para nenhuma finalidade.

Art. 7º O exercício das atribuições dos membros dos Conselhos


de Usuários de Serviços Públicos ocorrerá por meio de plataforma eletrônica específica.

Parágrafo único. A plataforma de que trata o caput deste artigo


permitirá:

I – a realização de pesquisas de satisfação focadas nos


usuários, a serem executadas pelos conselheiros;

II – a coleta organizada de dados acerca de sugestões de


melhoria na prestação dos serviços avaliados; e

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III – o registro e a manutenção dos cadastros dos usuários.

Art. 8º Fica sob a responsabilidade dos gestores dos serviços


públicos:

I – manter permanentemente atualizadas as informações sobre


seus serviços apresentados na Carta de Serviços e disponíveis no portal de Governo
do Estado sc.gov.br;

II – acompanhar e analisar de forma contínua os resultados


das avaliações e outras formas de participação disponibilizadas na plataforma do
Conselho de Usuários;

III – realizar pesquisas quantitativas e qualitativas


suplementares visando à identificação dos problemas, das necessidades e expectativas
dos usuários, quando necessário; e

IV – formular, implementar e avaliar ações de melhoria dos


serviços.

Parágrafo único. A autoridade máxima de cada órgão ou


entidade deverá indicar um responsável, servidor efetivo ou comissionado, por coordenar
as atividades relacionadas aos seus Conselhos de Usuários.

Art. 9º Fica sob a responsabilidade da CGE, por intermédio da


Gerência de Promoção do Controle Social:

I – estabelecer diretrizes para ações de estímulo à participação


dos usuários, visando ao aperfeiçoamento dos serviços públicos;

II – oferecer orientação e suporte aos gestores de serviços


públicos sobre a adoção de melhores práticas de promoção da participação dos usuários;

III – deliberar e promover ações, em conjunto com a Secretaria


de Estado da Administração (SEA), órgão responsável pela Carta de Serviços Públicos, e
com os demais órgãos sistêmicos, para fomentar a participação social por meio dos
Conselhos de Usuários;

IV – promover a articulação entre os Conselhos de Usuários e


os demais Conselhos Estaduais atuantes em áreas correlatas, por meio do
compartilhamento de informações;

V – validar a plataforma eletrônica fornecida pela SEA;

VI – efetuar a gestão da plataforma eletrônica;

VII – orientar e supervisionar a utilização da plataforma pelos


gestores dos serviços;

VIII – dar transparência às avaliações realizadas e a outras


informações relativas aos Conselhos de Usuários;

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IX – definir o cronograma de criação dos Conselhos de


Usuários no âmbito do Poder Executivo; e

X – formular e expedir atos normativos, diretrizes e orientações


relativas ao funcionamento dos Conselhos de Usuários e às atribuições dos atores
envolvidos.

Art. 10. A SEA, por intermédio da Diretoria de Tecnologia e


Inovação, será responsável pela infraestrutura da plataforma tecnológica necessária
ao funcionamento dos Conselhos de Usuários.

Parágrafo único. A infraestrutura de que trata o caput deste


artigo engloba a instalação, a execução da parametrização e a customização inicial
da plataforma, a serem realizadas no prazo de 180 (cento e oitenta) dias, contados da
data de publicação deste Decreto.

Art. 11. O disposto neste Decreto não exclui mecanismos


acessórios que garantam o acesso ao processo de avaliação dos serviços públicos por
grupos amostrais digitalmente não inseridos.

Art. 12. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Florianópolis, 17 de agosto de 2022.

CARLOS MOISÉS DA SILVA


Governador do Estado

JULIANO BATALHA CHIODELLI


Secretário-Chefe da Casa Civil

JORGE EDUARDO TASCA


Secretário de Estado da Administração

CRISTIANO SOCAS DA SILVA


Controlador-Geral do Estado

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