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DIREITO DO TRABALHO
COMISSÕES DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA
DIREITO DO TRABALHO
Comissões de Conciliação Prévia
Prof. José Gervásio Meirelles

SUMÁRIO
Apresentação..............................................................................................3

Comissões de Conciliação Prévia....................................................................5

I – Conceito e Constituição...........................................................................5

II – Submissão da Demanda na Comissão de Conciliação Prévia...................... 10

III – Ausência de Obrigatoriedade de Submissão da Demanda à CCP e Princípio


da Inafastabilidade Jurisdicional.................................................................. 13

IV – Termo de Conciliação na Comissão de Conciliação Prévia e Efeitos ............ 15

V – Submissão da Demanda à Comissão de Conciliação Prévia e Prescrição ...... 19

A Nossa Revisão........................................................................................ 22

Gabarito................................................................................................... 25

Gabarito Comentado.................................................................................. 25

Referências Bibliográficas........................................................................... 27

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Comissões de Conciliação Prévia
Prof. José Gervásio Meirelles

JOSÉ GERVÁSIO MEIRELLES


Juiz Federal do Trabalho, pós-graduado em Direito Constitucional pela
Universidade de Brasília (UnB). Leciona Direito do Trabalho, Direito
Processual do Trabalho e Direito Administrativo em cursos preparatórios
para concursos públicos. Ocupou os cargos de Procurador da Fazenda
Nacional (AGU) e Procurador do Estado de Goiás (PGE).

Apresentação

Futuro(a) servidor(a) do TST,


Finalmente saiu o edital!
Fico extremamente feliz por começar o nosso estudo de Direito do Trabalho.
Meu objetivo é fornecer, de forma simples e didática, o máximo de informações
realmente necessárias para sua preparação, adequada para o concurso de Analista
Judiciário(a) da Área Judiciária do TST.
Apenas para que você possa me conhecer melhor, sou Juiz Federal do Trabalho
vinculado ao Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região há mais de doze anos, atu-
almente atuando como juiz auxiliar da Presidência do Tribunal Superior do Trabalho.
No TST, além das atividades rotineiras, atuo também como Supervisor do Núcleo
de Recursos de Revista e Embargos Repetitivos (NURER-PRES) junto à Presidência.
Sou pós-graduado em Direito Constitucional pela UnB, já fui advogado e já ocupei
os cargos de Procurador da Fazenda Nacional (AGU) e Procurador do Estado (PGE).
Na Corte Superior Trabalhista, integro, como gestor nacional, o Comitê Gestor Na-
cional do Sistema Processo Judicial Eletrônico da Justiça do Trabalho e o Comitê
Gestor de Tecnologia da Informação e das Comunicações da Justiça do Trabalho

(ambos vinculados ao Conselho Superior da Justiça do Trabalho)

No Tribunal Superior do Trabalho, atuei, ainda, como (i) Supervisor do Núcleo

de Repercussão Geral e Recursos Repetitivos (NURER) junto à Vice-Presidência da

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Corte Superior, (ii) Gestor Nacional do Comitê Gestor Nacional do Programa Traba-

lho Seguro e (iii) Gestor Nacional da Comissão de Erradicação do Trabalho Infantil

e de Estímulo à Aprendizagem (sendo ambos os comitês vinculados ao Conselho

Superior da Justiça do Trabalho).

As aulas serão preparadas com muita atenção ao que vem sendo cobrado nas

provas de Tribunais do Trabalho. Você verá como se encontra a legislação atual-

mente e como estará com a vigência da reforma trabalhista. Isso é extremamente

importante, uma vez que a lei nova não elimina situações já consolidadas e ainda

não se conhece como o Tribunal Superior do Trabalho se posicionará no que se re-

fere à aplicação da nova lei aos contratos em curso.

Além disso, existem diversas Súmulas e Orientações Jurisprudenciais que se re-

ferem a posições até o momento consagradas na Corte Superior e que colidem com

regras novas derivadas da reforma. E, como você bem sabe, esses entendimentos

consolidados são cobrados em concurso.

Sempre levo em consideração que você tem pouco tempo para estudar todas as

matérias cobradas no concurso. Conheço a dificuldade do candidato e fico extrema-

mente honrado cada vez que um aluno me informa que foi aprovado.

Então, peço que me acompanhe nessas aulas que tentarei tornar tão interes-

santes quanto possível. E lembre-se: persista no estudo. Não desista. A vitória

pressupõe disciplina. Não espere que tenha tempo sobrando para começar a

estudar. Muitos procuram pelo sucesso, mas ele é consequência lógica do estudo

eficiente. O estudo é que deve ser buscado, o sucesso aparece sozinho durante

a busca. Henry David Thoreau, filósofo, já dizia: “O sucesso normalmente vem

para quem está ocupado demais para procurar por ele”.

Forte abraço,

Prof. José Gervásio A. Meireles

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COMISSÕES DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA

É realmente muito comum ver nas provas de concurso questões sobre as comis-

sões de conciliação prévia. A explicação para tal circunstância é bastante simples:

trata-se de matéria muito específica e relevante do campo trabalhista e que possui

particularidades próprias.

I – Conceito e Constituição

Antes de tudo, o que são e para que servem as Comissões de Conciliação Prévia?

Comissões de Conciliação Prévia são unidades destinadas a tentar promover a conciliação em

conflitos individuais de trabalho.

O legislador as criou e as regulamentou nos artigos 625-A a 625-H da CLT para buscar desafogar os

Tribunais Trabalhistas da imensa quantidade de processos a que estão submetidos. Além disso, o

legislador permite uma solução muito mais rápida para divergências trabalhistas ao criar a CCP.

Assim, caso o trabalhador ou o empregador prefira resolver seu conflito de forma mais célere, pode buscar

a Comissão de Conciliação Prévia (CCP) para tentar um acordo, ao invés de ir ao Judiciário, onde o processo

possui uma tramitação significativamente mais demorada do que na CCP.

Essa lógica pode ser vista na regra do art. 625-A, caput, da CLT:

Art. 625-A. As empresas e os sindicatos podem instituir Comissões de Conci-


liação Prévia, de composição paritária, com representante dos empregados e
dos empregadores, com a atribuição de tentar conciliar os conflitos individuais
do trabalho.  
(…)

Essas comissões não integram o Poder Judiciário e não integram a Admi-


nistração Pública. A sua criação é feita por empresas e sindicatos. Aliás, nesse
ponto, veja o previsto no art. 625-A, parágrafo único da CLT:

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Art. 625-A. As empresas e os sindicatos podem instituir Comissões de Conci-


liação Prévia (…)
Parágrafo único. As Comissões referidas no caput deste artigo poderão ser cons-
tituídas por grupos de empresas ou ter caráter intersindical.

Se a comissão for criada no âmbito da empresa, a própria CLT explica como

será a sua constituição:

Art. 625-B. A Comissão instituída no âmbito da empresa será composta de, no


mínimo, dois e, no máximo, dez membros, e observará as seguintes normas:
I – a metade de seus membros será indicada pelo empregador e outra metade
eleita pelos empregados, em escrutínio secreto, fiscalizado pelo sindicato de
categoria profissional;
II – haverá na Comissão tantos suplentes quantos forem os representantes ti-
tulares;
III – o mandato dos seus membros, titulares e suplentes, é de um ano, permi-
tida uma recondução.
(…)

Como se vê, a constituição é paritária (conforme prevê o art. 625-A, caput da CLT

já transcrito), ou seja, o mesmo número de representantes dos trabalhadores

e o mesmo número de representantes do empregador. Haverá, ainda, titu-

lares e suplentes (que podem substituir os titulares). O mandato será de um

ano, mas é possível que haja uma recondução (novo mandato de mais um ano).

Os representantes dos trabalhadores serão eleitos em voto secreto (escru-

tínio secreto), sendo que o processo eleitoral será fiscalizado pelo sindicato de

trabalhadores (sindicato da categoria profissional).

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Esses requisitos da CCP no âmbito da empresa são questionados em concurso

público, veja:

1. (FCC/TRT – 22ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA/2004)

A Comissão de Conciliação Prévia, instituída no âmbito da empresa, será composta,

observando-se, no mínimo,1

a) 2 (dois) e no máximo 10 (dez) membros, com mandato de 1 (um) ano, permi-

tida a recondução.

b) 2 (dois) e no máximo 10 (dez) membros, com mandato de 1 (um) ano, não

permitida a recondução.

c) 2 (dois) e no máximo 10 (dez) membros, sendo que seus membros serão esco-

lhidos pelo empregador sob fiscalização do sindicato.

d) 4 (quatro) e no máximo 10 (dez) membros, com mandato de 1 (um) ano, per-

mitida a recondução.

e) 4 (quatro) e no máximo 10 (dez) membros, com mandato de 1 (um) ano, não

permitida a recondução.

Aqui vale um registro: quando o empregado é eleito e vai desempenhar suas

funções como conciliador na CCP, ele precisa se afastar de seu trabalho normal

(já que é empregado), mas o tempo que gasta atuando na CCP é computado

também como trabalho (espécie de interrupção do contrato de trabalho). O art.

625-B, § 2º da CLT assegura:

1. Gabarito: Letra a, conforme o artigo 625-B da CLT.

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Art. 625-B (…)


§ 2º O representante dos empregados desenvolverá seu trabalho normal na
empresa afastando-se de suas atividades apenas quando convocado para atuar
como conciliador, sendo computado como tempo de trabalho efetivo o despen-
dido nessa atividade.

A atividade de conciliador representante dos empregados na CCP gera cer-

tamente muitos atritos com o empregador, já que, muitas vezes, esse concilia-

dor precisa orientar o trabalhador a não fazer o acordo por diversas razões, por

exemplo, valor ofertado substancialmente baixo perto do direito existente, erro na

compreensão do trabalhador sobre os efeitos do acordo, impossibilidade jurídica de

certas propostas serem aceitas etc. Essa orientação do conciliador representante

dos empregados poderia desagradar alguns empregadores, o que geraria risco des-

se conciliador perder seu emprego.

Assim, para garantir que esse conciliador representante dos trabalhadores pos-

sa atuar com independência e bem representar sua classe, o legislador criou

uma garantia provisória no emprego:

Art. 625-B (…)


§ 1º É vedada a dispensa dos representantes dos empregados membros da Co-
missão de Conciliação Prévia, titulares e suplentes, até um ano após o final do
mandato, salvo se cometerem falta grave, nos termos da lei.

Por outro lado, se a Comissão de Conciliação Prévia for criada no âmbito do

sindicato, sua formação e regras de funcionamento serão definidas em norma

coletiva (convenção coletiva ou acordo coletivo). Leia o art. 625-C da CLT:

Art. 625-C. A Comissão instituída no âmbito do sindicato terá sua constituição


e normas de funcionamento definidas em convenção ou acordo coletivo.

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De toda forma, lembre-se de que, qualquer que seja o local de criação, a Comis-

são será sempre de composição paritária com representantes de empregadores

e trabalhadores:

Art. 625-A. As empresas e os sindicatos podem instituir Comissões de Concilia-


ção Prévia, de composição paritária, com representante dos empregados e
dos empregadores, (…)

Vale ressaltar que, se já existirem Núcleos Intersindicais de Concilia-

ção (núcleos formados entre sindicatos para conciliar conflitos trabalhistas) em

funcionamento, devem ser aplicadas as mesmas regras das Comissões de

Conciliação Prévia:

Art. 625-H. Aplicam-se aos Núcleos Intersindicais de Conciliação Trabalhista em fun-


cionamento ou que vierem a ser criados, no que couber, as disposições previstas
neste Título, desde que observados os princípios da paridade e da negociação coletiva
na sua constituição.

Outro ponto relevante refere-se ao fato de que essas Comissões de Conciliação Pré-

via podem se utilizar de meios de autocomposição (formas de tentar fazer com

que as partes cheguem a um acordo). As principais formas (meios) são a conciliação

e a mediação e ambas podem ser utilizadas pela CCP.

A definição do conceito dessas formas pode ser vista no art. 1º da Resolução

174/2016 do Conselho Superior da Justiça do Trabalho. Esses conceitos, embora

elaborados para a Resolução, facilitam bem a compreensão do que seria cada meio de

autocomposição. Vejamos os trechos que importam:

Art. 1º. Para os fins desta resolução, considera-se:


I – “Conciliação” é o meio alternativo de resolução de disputas em que as partes con-
fiam a uma terceira pessoa (…) a função de aproximá-las, empoderá-las e orientá-las na
construção de um acordo quando a lide já está instaurada, com a criação ou proposta
de opções para composição do litígio;

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II – “Mediação” é o meio alternativo de resolução de disputas em que as partes confiam


a uma terceira pessoa (…) a função de aproximá-las, empoderá-las e orientá-las na
construção de um acordo quando a lide já está instaurada, sem a criação ou proposta
de opções para composição do litígio;

Como se vê, a principal diferença é que, na mediação, o mediador não faz propos-

tas, mas apenas incentiva a conciliação com técnicas apropriadas. Na conciliação, os

conciliadores atuam de forma mais ativa, inclusive sugerindo propostas de conciliação.

Os membros da CCP podem atuar tanto como mediadores quanto conciliadores na so-

lução dos conflitos individuais.

II – Submissão da Demanda na Comissão de Conciliação Prévia

Uma vez instaurado o conflito trabalhista, os interessados (trabalhadores ou

empregadores) podem protocolizar o pedido de resolução de conflito na Comis-

são de Conciliação Prévia. A Comissão será a do local da prestação de serviços,

conforme se lê no art. 625-D da CLT:

Art. 625-D. Qualquer demanda de natureza trabalhista será submetida à Comissão de


Conciliação Prévia se, na localidade da prestação de serviços, houver sido instituída a
Comissão no âmbito da empresa ou do sindicato da categoria.

Claro que o legislador usa a expressão “se… houver sido instituída”, uma vez

que a criação de CCP não é obrigatória, mas apenas uma faculdade.

Todavia, você pode estar se perguntando: e se houver uma CCP no âmbito da

empresa e outra CCP no âmbito intersindical, qual será a responsável por essa ten-

tativa de conciliação? Nesse ponto, o art. 625-D, § 4º da CLT dispõe:

Art. 625-D. (…)


§ 4º Caso exista, na mesma localidade e para a mesma categoria, Comissão de empresa
e Comissão sindical, o interessado optará por uma delas para submeter a sua demanda,
sendo competente aquela que primeiro conhecer do pedido.

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Assim, será a competente a que primeiro receber o pedido de solução do

conflito. Esse pedido feito à CCP indicará qual é o conflito (fatos relaciona-

dos), quem são os envolvidos e o que pretende o requerente. Pode ser feito

de forma escrita, bem como pode o interessado comparecer na CCP e verbal-

mente narrar a situação que será transcrita (reduzida a termo) por qualquer

membro da Comissão. Veja o art. 625-D, § 1º da CLT:

Art. 625-D.
§ 1º A demanda será formulada por escrito ou reduzida a termo por qualquer dos
membros da Comissão, sendo entregue cópia datada e assinada pelo membro
aos interessados.

A Comissão, uma vez provocada pelo pedido, possui prazo de 10 dias para

designar uma data e horário para a sessão de tentativa de conciliação:

Art. 625-F. As Comissões de Conciliação Prévia têm prazo de dez dias para a realização
da sessão de tentativa de conciliação a partir da provocação do interessado.

Veja uma questão sobre prazo em prova de concurso:

2. (FCC/TRT – 4ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA/2011)

De acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho, as Comissões de Conciliação

Prévia 2

a) Têm prazo de dez dias para a realização da sessão de tentativa de conciliação a

partir da intimação da parte contrária (reclamada).

b) Não possuem prazo preestabelecido na legislação trabalhista supramencionada

para a realização da sessão de tentativa de conciliação.

c) Têm prazo de trinta dias para a realização da sessão de tentativa de conciliação

a partir da intimação da parte contrária (reclamada).

2. Gabarito: Letra e. Conforme visto, o prazo é de 10 dias a partir da provocação do interessado.

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d) Têm prazo de trinta dias para a realização da sessão de tentativa de conciliação


a partir da provocação do interessado.
e) Têm prazo de dez dias para a realização da sessão de tentativa de conciliação a
partir da provocação do interessado.

No dia e horário da sessão, empregado e empregador tentarão buscar um con-


senso, um acordo. Se o acordo for atingido, será lavrado um termo de concilia-
ção e cópia será entregue às partes. Veja:

Art. 625-E. Aceita a conciliação, será lavrado termo assinado pelo empregado, pelo
empregador ou seu proposto e pelos membros da Comissão, fornecendo-se cópia às
partes. 

Se não houver acordo nenhum, será fornecida ao empregado e ao emprega-


dor uma declaração de tentativa conciliatória frustrada assinada pelos mem-
bros da comissão, na qual constará a matéria que era objeto de discussão:

Art. 625-D. (…)


§ 2º Não prosperando a conciliação, será fornecida ao empregado e ao empregador
declaração da tentativa conciliatória frustrada com a descrição de seu objeto, firmada
pelos membros da Comissão, que deverá ser juntada à eventual reclamação trabalhista.

Uma pergunta ainda se revela importante: e se a Comissão não marcar a


sessão de conciliação dentro dos 10 dias que a lei prevê? Nesse caso, o legis-
lador informa que no último dia (décimo) deverá a comissão, mesmo sem ter
realizado a tentativa de conciliação, fornecer uma declaração de tentativa con-
ciliatória frustrada às partes:

Art. 625-F. As Comissões de Conciliação Prévia têm prazo de dez dias para a realização
da sessão de tentativa de conciliação a partir da provocação do interessado.
Parágrafo único. Esgotado o prazo sem a realização da sessão, será fornecida, no
último dia do prazo, a declaração a que se refere o § 2º do art. 625-D.

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III – Ausência de Obrigatoriedade de Submissão da Demanda


à CCP e Princípio da Inafastabilidade Jurisdicional

Quando você lê o art. 625-D, caput da CLT, possui a clara impressão de


que a submissão do conflito à Comissão de Conciliação Prévia é obrigatória, já que
a norma usa o verbo no futuro do presente (“Qualquer demanda de natureza tra-
balhista será submetida à Comissão de Conciliação Prévia”).
Essa impressão é reforçada pelo fato de que o art. 625-D, § 2º da CLT, ao
abordar a conciliação frustrada, dispõe que a declaração deve ser juntada à even-
tual petição inicial em ação trabalhista que será ajuizada (“Não prosperando a
conciliação, será fornecida ao empregado e ao empregador declaração da tentativa
conciliatória frustrada com a descrição de seu objeto, firmada pelos membros da
Comissão, que deverá ser juntada à eventual reclamação trabalhista”).
O legislador ainda reitera essa suposta obrigação no art. 625-D, § 3º da CLT
ao mencionar que, se não for possível passar na CCP, deve essa situação ser expli-
cada na petição inicial da ação trabalhista na Justiça do Trabalho (“Em caso de mo-
tivo relevante que impossibilite a observância do procedimento previsto no caput
desse artigo, será a circunstância declarada na petição da ação intentada perante
a Justiça do Trabalho”).
Entretanto, muito cuidado com esse pensamento. Esse entendimento obri-
garia o interessado em entrar na Justiça do Trabalho a primeiro ir à Comissão de
Conciliação Prévia existente a fim de tentar um acordo e apenas depois, caso não
haja êxito, buscar o Judiciário.
Essa ideia, para muitos, viola o princípio da inafastabilidade jurisdicional,
também conhecido como princípio da ubiquidade. O princípio constitucional está
previsto no art. 5º, XXXV da Constituição Federal:

Art. 5º (…)
XXXV – a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;

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Diante dessa circunstância, foram ajuizadas duas Ações Diretas de Inconstituciona-

lidade no Supremo Tribunal Federal, a ADI 2160 e a ADI 2139. O STF, embora

não tenha ainda julgado o mérito das ações, já proferiu decisão em medida cau-

telar entendendo que não existe essa obrigação de ir antes à CCP. Tanto

o trabalhador como o empregador possuem a faculdade de ajuizar a ação

trabalhista na Justiça do Trabalho, sem que tenha que passar pela CCP.

Veja a posição atual do STF nessas ADIs:

(…) JURISDIÇÃO TRABALHISTA – FASE ADMINISTRATIVA. A Constituição Federal em


vigor, ao contrário da pretérita, é exaustiva quanto às situações jurídicas passíveis de
ensejar, antes do ingresso em juízo, o esgotamento da fase administrativa, alcançando,
na jurisdição cível-trabalhista, apenas o dissídio coletivo. (ADI 2139 MC, Relator(a): 
Min. OCTAVIO GALLOTTI, Relator(a) p/ Acórdão: Min. MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno,
julgado em 13/05/2009, PUBLIC. 23-10-2009).
JUDICIÁRIO – ACESSO – FASE ADMINISTRATIVA – CRIAÇÃO POR LEI ORDINÁRIA – IM-
PROPRIEDADE. Ao contrário da Constituição Federal de 1967, a atual esgota as situa-
ções concretas que condicionam o ingresso em juízo à fase administrativa, não estando
alcançados os conflitos subjetivos de interesse. Suspensão cautelar de preceito legal
em sentido diverso. (ADI 2160 MC, Relator(a): Min. OCTAVIO GALLOTTI, Relator(a) p/
Acórdão: Min. MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgado em 13/05/2009, PUBLIC. 23-
10-2009).

Como você percebe, o STF entende que as hipóteses que condicionam o

acesso ao Judiciário estão na Constituição Federal. Logo, não havendo a pre-

visão de Comissão de Conciliação Prévia (CCP) na Constituição, resta claro que não

poderia o legislador infraconstitucional estabelecer essa obrigatoriedade.

Chegamos, então, a qual conclusão?

A submissão do conflito à Comissão de Conciliação Prévia é facultativa.

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IV – Termo de Conciliação na Comissão de Conciliação Prévia


e Efeitos

O acordo firmado na CCP traz consequências muito relevantes no meio traba-

lhista.

A primeira consequência é que esse termo possui força executiva, ou seja,

pode ser executado diretamente na Justiça do Trabalho se o acordo não for

cumprido. O art. 625-E, parágrafo único da CLT aponta:

Art. 625-E. Aceita a conciliação, será lavrado termo assinado pelo empregado, pelo
empregador ou seu proposto e pelos membros da Comissão, fornecendo-se cópia às
partes.
Parágrafo único. O termo de conciliação é título executivo extrajudicial e terá efi-
cácia liberatória geral, exceto quanto às parcelas expressamente ressalvadas.

Essa mesma ideia foi reforçada no art. 876, caput da CLT:

Art. 876 – As decisões passadas em julgado ou das quais não tenha havido recurso
com efeito suspensivo; os acordos, quando não cumpridos; os termos de ajuste de
conduta firmados perante o Ministério Público do Trabalho e os termos de conciliação
firmados perante as Comissões de Conciliação Prévia serão executados pela
forma estabelecida neste Capítulo. 

E essa execução não é uma ação trabalhista convencional (reclamação

trabalhista): é iniciada por uma petição que junta o termo, e o juiz já determina

a citação do executado na forma do art. 880 da CLT para pagar em 48 horas ou

nomear bens para penhora.

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Veja como uma questão já caiu em prova de concurso:

3. (FCC/TRT – 24ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA/2006)

Considere as seguintes assertivas a respeito das Comissões de Conciliação Prévia:

III. Os termos de conciliação firmados perante as Comissões de Conciliação Prévia

serão executados através de reclamação trabalhista que obedecerá o procedimento

de conhecimento disciplinado para os dissídios individuais.3

A segunda consequência refere-se ao efeito liberatório dessa conciliação.

O art. 625-E, parágrafo único da CLT prevê:

Art. 625-E. (…)


Parágrafo único. O termo de conciliação é título executivo extrajudicial e terá eficá-
cia liberatória geral, exceto quanto às parcelas expressamente ressalvadas.

Isso significa dizer que, uma vez realizado o acordo na CCP, não pode o in-

teressado pleitear mais qualquer parcela, exceto se foi colocada uma res-

salva no próprio termo de conciliação. Por exemplo, se o trabalhador vai à CCP

e pede adicional de insalubridade (R$ 10.000,00), horas extras (R$ 20.000,00) e

indenização substitutiva do vale-transporte (R$ 2.000,00), parcelas que entende

que não foram pagas, e faz acordo com o empregador na CCP para receber R$

5.000,00 sem qualquer ressalva, não pode mais pedir qualquer diferença na Justiça

do Trabalho.

3. Gabarito: Errado. Não existe execução trabalhista mediante reclamação trabalhista normal, mas por meio
de execução direta, com citação para o executado pagar em 48 horas ou nomear bens à penhora.

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Aliás, segundo o entendimento do Tribunal Superior do Trabalho, até mesmo as

verbas trabalhistas que não foram pedidas na CCP também serão atingi-

das, se não houve ressalva expressa, já que a eficácia liberatória é geral.

Veja dois julgados sobre o alcance dessa eficácia liberatória:

RECURSO DE REVISTA. COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA. EFICÁCIA LIBERATÓRIA


GERAL. I. Esta Corte Superior firmou o entendimento de que a disposição contida no art.
625-E, parágrafo único da CLT é clara no sentido de que, a partir do momento em que as
partes elegem o foro extrajudicial (Comissão de Conciliação Prévia) para a composição
do conflito, as manifestações de vontade ali externadas devem ser respeitadas. Na au-
sência de ressalvas e de vícios de consentimento, o termo conciliatório tem eficácia libe-
ratória geral, abrangendo todas as parcelas oriundas do contrato de trabalho. II. Recurso
de revista de que se conhece e a que se dá provimento. (RR – 1075-86.2013.5.06.0144,
Relatora Desembargadora Convocada: Cilene Ferreira Amaro Santos, Data de Julga-
mento: 15/03/2017, 4ª Turma, Data de Publicação: DEJT 17/03/2017).
AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DA LEI
n. 13.015/2014 – DESCABIMENTO. TERMO DE CONCILIAÇÃO PERANTE A COMISSÃO
DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA. EFICÁCIA LIBERATÓRIA. ALCANCE. De acordo com a juris-
prudência da SBDI-1 desta Corte, o termo de conciliação firmado perante a Comissão de
Conciliação Prévia, sem aposição de ressalvas e sem evidência de vício na manifestação
de vontade das partes, possui eficácia liberatória geral no que diz respeito às parcelas
oriundas do contrato de trabalho. Agravo de instrumento conhecido e desprovido. (AIRR
– 1524-88.2014.5.02.0057, Relator Ministro: Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira,
Data de Julgamento: 15/02/2017, 3ª Turma, Data de Publicação: DEJT 17/02/2017).

Nesse contexto, no exemplo dado anteriormente sobre o acordo de R$ 5.000,00,

se o trabalhador ainda tivesse direito a adicional noturno e essa verba não tivesse

sido pedida na CCP, o trabalhador não teria como ganhar essa parcela na Justiça,

exceto se o adicional noturno fosse colocado na ressalva do termo de conciliação

na CCP.

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Vale lembrar que toda essa lógica apenas se justifica se não há nenhuma

nulidade no termo de conciliação assinado. Isso porque o juiz anulará o

termo quando constatar alguma nulidade, como vício de consentimento

(erro, coação etc).

Observe alguns julgados do TST sobre o tema:

(…) II – RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO PELA RECLAMADA (…) 1. TERMO DE CON-


CILIAÇÃO FIRMADO PERANTE A COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA. TRANSAÇÃO
EXTRAJUDICIAL. EFICÁCIA LIBERATÓRIA. VÍCIO DE CONSENTIMENTO. O art. 625-E,
parágrafo único da CLT estabelece que “o termo de conciliação é título executivo ex-
trajudicial e terá eficácia liberatória geral, exceto quanto às parcelas expressamente
ressalvadas”. Entretanto, tal efeito não se aplica às hipóteses em que se verifica o uso
desvirtuado da Comissão de Conciliação Prévia. No presente caso, a Corte Regional
constatou o desvirtuamento da finalidade da Comissão de Conciliação Prévia. Por isso, a
não atribuição de eficácia liberatória geral ao termo de conciliação firmado entre as par-
tes não importa em ofensa aos artigos 5º, XXVI, da CF/88 e 625-E, parágrafo único, da
CLT, tampouco contrariedade à Súmula n. 330 desta Corte Superior. Recurso de revis-
ta de que não se conhece. (ARR – 999-91.2010.5.09.0594, Relatora Desembargadora
Convocada: Cilene Ferreira Amaro Santos, Data de Julgamento: 22/02/2017, 4ª Turma,
Data de Publicação: DEJT 10/03/2017).
AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DA
LEI Nº 13.015/2014. COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA. TERMO DE CONCILIAÇÃO.
EFICÁCIA LIBERATÓRIA. VÍCIO DE CONSENTIMENTO. MATÉRIA FÁTICA. INCIDÊNCIA
DA SÚMULA 126/TST. I – É assente nesta Corte a eficácia liberatória geral do termo de
conciliação firmado junto à Comissão de Conciliação Prévia, exceto quanto às parcelas
expressamente ressalvadas, a teor do disposto artigo 625-E, parágrafo único da CLT.
II – Tal efeito não socorre, todavia, os casos em que o Colegiado local patenteia o des-
virtuamento das finalidades autocompositivas da Comissão de Conciliação Prévia, no
intento de fraudar os direitos trabalhistas. III – Reportando-se ao acórdão recorrido,
vê-se que o Tribunal local declarou ineficaz a cláusula do acordo extrajudicial celebrado
perante a Comissão de Conciliação Prévia, uma vez constatada a existência de vício de
consentimento daqueles que adeririam ao aludido termo. IV – Dessa forma, vê-se que,
para acolher a versão recursal quanto à validade do acordo firmado perante a CCT, e,

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nesse passo, reconhecer a propalada mácula do artigo 625-E da CLT, seria necessário
revolver o conjunto fático-probatório dos autos, atividade refratária ao âmbito de cogni-
ção deste Tribunal, a teor da Súmula n. 126/TST. V – De mais a mais, registre-se que,
em processos envolvendo a mesma controvérsia e a mesma agravante, esta Corte tem
se posicionado no sentido de que a presença de vício de consentimento (fraude) é sufi-
ciente para invalidar o termo de conciliação firmado perante a Comissão de Conciliação
Prévia. Precedentes. VI – Agravo de instrumento a que se nega provimento. (…) (AIRR –
27100-77.2009.5.01.0060, Relator Ministro: Antonio José de Barros Levenhagen, Data
de Julgamento: 09/11/2016, 5ª Turma, Data de Publicação: DEJT 11/11/2016).

V – Submissão da Demanda à Comissão de Conciliação Prévia


e Prescrição

Quando se submete um conflito à Comissão de Conciliação Prévia, os interessa-

dos ainda não foram à Justiça do Trabalho. Logo, jamais se poderia pensar que

o prazo de prescrição das verbas trabalhistas estivesse correndo.

Prescrição é uma inexigibilidade derivada da inércia do titular (ou da-

quele que pode atuar pelo titular) de um direito. Fica o interessado paralisa-

do, sem exigir seu direito. Como a lei estabelece prazos prescricionais, se o prazo

for ultrapassado, o direito se torna inexigível, não podendo mais o devedor ser

condenado a satisfazê-lo.

Assim, se o interessado foi à CCP, é claro que não está inerte, mas sim

buscando o que entende ser seu de direito. Portanto, o prazo de prescrição não

pode continuar correndo. O legislador, atento a esse ponto, estabeleceu no art.

625-G da CLT:

Art. 625-G. O prazo prescricional será suspenso a partir da provocação da Comissão de


Conciliação Prévia, recomeçando a fluir, pelo que lhe resta, a partir da tentativa frustra-
da de conciliação ou do esgotamento do prazo previsto no art. 625-F.

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Dessa forma, o prazo prescricional em curso será suspenso se provocada

a CCP, e apenas voltará a correr após a tentativa frustrada de conciliação

na sessão ou mesmo após esgotado o prazo de 10 dias sem que haja a re-

alização da sessão.

Por exemplo, suponha-se que Danilo tenha sido dispensado do Gran Cursos On-

line em 07/04/2015 e quisesse receber horas extras que não foram pagas. O prazo

prescricional é de 2 anos contados da extinção do contrato, conforme preceitua o

art. 7º, XXIX da Constituição Federal:

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:
XXIX – ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo pres-
cricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos
após a extinção do contrato de trabalho; 

Imagine que no dia 05/04/2017 Danilo resolva submeter suas pretensões à CCP.

Assim, a partir desse dia (05/04/2017), houve suspensão do prazo prescricional.

Faltavam apenas três dias para o final do prazo (dias 05, 06 e 07/04/2017). Supo-

nhamos que a CCP designou sessão para o dia 10/04/2017, mas não houve acordo.

Nesse caso, volta a correr o prazo faltante de 3 dias, podendo Danilo ajuizar ação

trabalhista até 13/04/2017 sem que a prescrição bienal tenha vencido.

É importante lembrar que o prazo prescricional é suspenso, e não interrompido.

Na interrupção do prazo prescricional, este paralisa e começa a contar tudo “do

zero”. Não é o caso da CCP.

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Veja como a matéria é cobrada na prova:

4. (FCC/TRT – 18ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA/2013) Com

a atribuição de tentar conciliar os conflitos individuais do trabalho, a lei instituiu as

Comissões de Conciliação Prévia. Sobre elas, é correto afirmar que;

e) o prazo prescricional para ação trabalhista não será suspenso ou interrompido a

partir da provocação da Comissão de Conciliação Prévia.4

4. Gabarito: Errado. Como visto, o prazo prescricional é suspenso.

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A NOSSA REVISÃO

Foco Linha mestra Observações

Comissões de Conciliação Prévia são unidades


destinadas a tentar promover a conciliação em
Conceito conflitos individuais de trabalho. Não integram Regido pelos artigos
a Administração Pública e não integram o Poder 625-A a 625-H da CLT.
Judiciário.

Pode ser criada no âmbito da empresa ou do


Âmbito de criação sindicato, podendo ser constituída por grupo de Art. 625-A da CLT
empresas ou ser intersindical.

Paritária: mesmo número de representantes dos


Composição trabalhadores e o mesmo número de represen- Artigos 625-A
tantes do empregador. e 625-B da CLT

Desnecessidade O STF entende que não é obrigatória a submis- Art. 5º, XXXV da CF e
de submissão da são de demanda à CCP. ADI 2139 e 2160
demanda à CCP

Prazo para a realiza- Prazo de 10 dias a partir da provocação do inte-


ção da sessão de ten- ressado. Art. 625-F da CLT
tativa de conciliação

1 – força executiva, constituindo título executivo Art. 625 – E da CLT


Termo de conciliação extrajudicial. Exceção: se houver
firmado perante a 2 – eficácia liberatória geral, atingindo quaisquer nulidade no termo de
CCP verbas trabalhistas que não foram colocadas na conciliação, o que inva-
ressalva do termo de conciliação. lida e não gera a eficá-
cia liberatória geral.

A submissão da demanda à CCP suspende o


prazo prescricional, o qual volta a correr pelo que
Submissão à CCP e resta a partir da tentativa frustrada de acordo ou Art. 625-G da CLT
prescrição do transcurso de 10 dias após a provocação sem
ocorrer a sessão de tentativa de conciliação.

Ultrapassada a teoria, vamos ver seu conhecimento na resolução das questões


de concurso, para melhorar a fixação da matéria.

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1. (FCC/TRT – 22ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA/2004)

A Comissão de Conciliação Prévia, instituída no âmbito da empresa, será composta,

observando-se, no mínimo,

a) 2 (dois) e no máximo 10 (dez) membros, com mandato de 1 (um) ano, permi-

tida a recondução.

b) 2 (dois) e no máximo 10 (dez) membros, com mandato de 1 (um) ano, não

permitida a recondução.

c) 2 (dois) e no máximo 10 (dez) membros, sendo que seus membros serão esco-

lhidos pelo empregador sob fiscalização do sindicato.

d) 4 (quatro) e no máximo 10 (dez) membros, com mandato de 1 (um) ano, per-

mitida a recondução.

e) 4 (quatro) e no máximo 10 (dez) membros, com mandato de 1 (um) ano, não

permitida a recondução.

2. (FCC/TRT – 24ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA/2011)

As Comissões de Conciliação Prévia

a) Terão membros com mandato de dois anos, vedada a recondução.

b) Não poderão ser constituídas por grupos de empresas.

c) Poderão ser instituídas com apenas dois membros.

d) Terão membros com mandato de um ano, vedada a recondução.

e) Terão o dobro de suplentes em relação ao número de seus membros.

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3. (FCC/TRT – 4ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA/2011)

De acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho, as Comissões de Conciliação

Prévia

a) Têm prazo de dez dias para a realização da sessão de tentativa de conciliação a

partir da intimação da parte contrária (reclamada).

b) Não possuem prazo preestabelecido na legislação trabalhista supramencionada

para a realização da sessão de tentativa de conciliação.

c) Têm prazo de trinta dias para a realização da sessão de tentativa de conciliação

a partir da intimação da parte contrária (reclamada).

d) Têm prazo de trinta dias para a realização da sessão de tentativa de conciliação

a partir da provocação do interessado.

e) Têm prazo de dez dias para a realização da sessão de tentativa de conciliação a

partir da provocação do interessado.

4. (FCC/TRT – 4ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA/2015)

A Comissão de Conciliação Prévia instituída no âmbito de empresa

a) Terá 2/3 de seus membros eleitos pelos empregados, em escrutínio, secreto,

fiscalizado pelo sindicato de categoria profissional.

b) Terá 2/3 de seus membros indicados pelo empregador.

c) Será composta de, no mínimo, 2 e, no máximo, 10 membros.

d) Haverá 2 suplentes para cada representante titular.

e) Será composta de, no mínimo, 3 e, no máximo, 7 membros.

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GABARITO

1. A

2. C

3. E

4. C

GABARITO COMENTADO

02. (FCC/TRT – 24ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATI-

VA/2011) As Comissões de Conciliação Prévia

a) Terão membros com mandato de dois anos, vedada a recondução.

b) Não poderão ser constituídas por grupos de empresas.

c) Poderão ser instituídas com apenas dois membros.

d) Terão membros com mandato de um ano, vedada a recondução.

e) Terão o dobro de suplentes em relação ao número de seus membros.

Letra c.

As letras “a” e “d” estão erradas. Na Comissão instituída no âmbito da empresa, o

mandato é de 1 ano, permitida uma recondução (art. 625-B, III da CLT).

A letra “b” está errada, já que a constituição por grupo de empresas está autoriza-

da no art. 625-A, parágrafo único da CLT.

A letra “c” está correta, uma vez que apresenta o número mínimo previsto no art.

625-B, caput da CLT.

A letra “e” está incorreta. O número de titulares é igual ao número de suplentes

(art. 625-B, II, da CLT).

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04. (FCC/TRT – 4ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA/2015)

A Comissão de Conciliação Prévia instituída no âmbito de empresa

a) Terá 2/3 de seus membros eleitos pelos empregados, em escrutínio, secreto,

fiscalizado pelo sindicato de categoria profissional.

b) Terá 2/3 de seus membros indicados pelo empregador.

c) Será composta de, no mínimo, 2 e, no máximo, 10 membros.

d) Haverá 2 suplentes para cada representante titular.

e) Será composta de, no mínimo, 3 e, no máximo, 7 membros.

Letra c.

A questão trata da composição da CCP no âmbito da empresa. O art. 625-B da CLT

esclarece que será composta de 2 a 10 membros. Assim, o item “c” está correto e

o item “e” está errado.

As letras “a” e “b” estão erradas, já que a composição é paritária entre represen-

tantes de empregados e representantes do empregador (mesma quantidade para

cada lado).

A letra “d” está errada, pois apenas há um suplente para cada titular, na forma do

art. 625-B, II da CLT.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CAVALCANTE, Jouberto de Quadros Pessoa/NETO, Francisco Ferreira Jorge. Di-

reito processual do trabalho. 6. Ed. São Paulo: Atlas, 2013.

DELGADO, Maurício Godinho Delgado. Curso de direito do trabalho. 16ª ed. São

Paulo: LTr, 2017.

GIGLIO, WAGNER D. Direito processual do trabalho. 16. ed. São Paulo: Saraiva,

2007.

LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de direito processual do trabalho. 12. Ed.

São Paulo: LTr, 2014.

MARTINS FILHO, Ives Gandra da Silva. Manual esquemático de direito e proces-

so do Trabalho. 23. Ed. São Paulo: Saraiva, 2016.

NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Curso de direito processual do trabalho. 24. Ed.

São Paulo: Saraiva, 2009.

SAAD, Eduardo Gabriel. Curso de direito processual do trabalho. São Paulo: LTr,

2014.

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