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AULA 09
Comissões de Conciliação Prévia. Direito
Coletivo do Trabalho.
Sumário
1 - Introdução..................................................................................................................2
2 - Comissões de Conciliação Prévia ......................................................................2
3 - Direito coletivo do trabalho .................................................................................7
3.1. Princípios do direito coletivo do trabalho ..................................................7
3.2. Negociação coletiva de trabalho ................................................................ 11
3.3. Características da CCT e ACT ..................................................................... 13
3.4. Hierarquia entre CCT e ACT ........................................................................ 25
3.5. Limites à negociação coletiva ..................................................................... 27
4 - Questões comentadas ........................................................................................ 31
5 – Lista de questões comentadas ....................................................................... 70
6 – Gabarito .................................................................................................................. 83
7 – Resumo da aula ................................................................................................... 84
8 – Conclusão ............................................................................................................... 86
9 – Lista de Legislação, Súmulas e OJ do TST relacionados à aula ........ 87
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da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais e dá outras
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Vamos ao trabalho!
(...)
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou
ameaça a direito;
Quando uma demanda é submetida à CCP, deve ser reduzida a termo e os
interessados receberão cópia datada e assinada:
CLT, art. 625-D, § 1º A demanda será formulada por escrito ou reduzida a
termo por qualquer dos membros da Comissão, sendo entregue cópia
datada e assinada pelo membro aos interessados.
Além disso, a CLT prevê que, frustrada a tentativa de conciliação, será
fornecida declaração:
CLT, art. 625-D, § 2º Não prosperando a conciliação, será fornecida ao
empregado e ao empregador declaração da tentativa conciliatória
frustrada com a descrição de seu objeto, firmada pelos membros da
Comissão, que deverá ser juntada à eventual reclamação trabalhista.
Comentamos anteriormente que poderia haver CCP instituída no âmbito da
empresa, de empresas e até mesmo com abrangência intersindical.
Pode ocorrer, então, de uma empresa instituir CCP e haver outra CCP que atua
perante a categoria sindical; nestes casos, o interessado poderá optar por
submeter sua demanda a uma ou outra:
CLT, art. 625-D, § 4º Caso exista, na mesma localidade e para a mesma
categoria, Comissão de empresa e Comissão sindical, o interessado
optará por uma delas submeter a sua demanda, sendo competente aquela
que primeiro conhecer do pedido.
E quando uma demanda é submetida à CCP e se chega a um acordo, qual o
efeito prático? Nestes casos, será lavrado um termo:
CLT, art. 625-E. Aceita a conciliação, será lavrado termo assinado pelo
empregado, pelo empregador ou seu proposto e pelos membros da
Comissão, fornecendo-se cópia às partes.
Quanto à natureza jurídica do termo de conciliação, a CLT define que este se
constituirá em título executivo extrajudicial:
CLT, art. 625-E, parágrafo único. O termo de conciliação é título executivo
extrajudicial e terá eficácia liberatória geral, exceto quanto às parcelas
expressamente ressalvadas.
Já sobre o prazo para se realizar a sessão conciliatória, a CLT o estipulou como
sendo de 10 (dez) dias, com a correspondente consequência da impossibilidade
de seu cumprimento:
CLT, art. 625-F. As Comissões de Conciliação Prévia têm prazo de dez
dias para a realização da sessão de tentativa de conciliação a partir da
provocação do interessado.
Inviabilizam,
juridicamente, o início
Impeditivos
da contagem da
Fatores que a lei prescrição.
considera indicativos de
restrições sofridas
pelo titular do direito
no que tange à defesa Sustam a contagem
de seus próprios prescricional já
interesses. iniciada. Desaparecido
Suspensivos
o fator suspensivo,
retoma-se a contagem
do prazo.
Si Nã
m o
Interrupção Suspensão
contratual contratual
1 MARTINS, Sérgio Pinto. Direito do Trabalho. 27 ed. São Paulo: Atlas, 2011, p. 714.
4
DELGADO, Mauricio Godinho. Op. cit. p. 1360.
Negociação
coletiva
5
DELGADO, Mauricio Godinho. Op. cit. p. 1419.
6
Lei nº 11.648, de 31 março de 2008 - Dispõe sobre o reconhecimento formal das centrais sindicais
para os fins que especifica, altera a Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no
5.452, de 1o de maio de 1943, e dá outras providências.
ainda, os limites dos arts. 39 e 169 da Carta Magna. Ressalte-se que tal
entendimento independe de o regime adotado pela entidade para seus
servidores ser celetista ou estatutário. Entretanto, essa restrição é válida
apenas para as cláusulas de conteúdo econômico, em razão da expressa
vedação constitucional, sendo possível a análise das cláusulas sociais.
Recurso ordinário parcialmente provido.
(TST-RXOF e RODC - 2008000-03.2005.5.02.0000 - Pub. DEJT - 20/08/2010 - SDC -
Ministro Relator Mauricio Godinho Delgado)
➢ Conteúdo
As CCT e ACT possuem, como conteúdo, regras jurídicas e cláusulas
contratuais.
Utilizando a conceituação do Ministro Godinho9, temos:
9 Idem, p. 1420.
10 RESENDE, Ricardo. Direito do Trabalho Esquematizado. 2 ed. Rio de Janeiro: Método, 2012, p. 975.
11 MARTINS, Sérgio Pinto. Comentários às Súmulas do TST. 11 ed. São Paulo: Atlas, 2012, p. 301.
➢ Forma
Os CCT e ACT são, necessariamente, escritos (ou seja, não podem ser
verbais):
CLT, art. 613, parágrafo único. As convenções e os Acordos serão
celebrados por escrito, sem emendas nem rasuras, em tantas vias
quantos forem os Sindicatos convenentes ou as empresas acordantes,
além de uma destinada a registro.
Por este motivo diz-se que tais instrumentos são solenes.
Em relação à forma de aprovação de CCT e ACT, quórum de associados para
votação, etc. a CLT estabelece algumas regras que parte da doutrina critica
(pois estas regulamentações e procedimentos caberiam aos estatutos dos
sindicatos e não à lei).
Apesar desta divergência é oportuno conhecer alguns dos requisitos exigidos
pela CLT:
CLT, art. 612 - Os Sindicatos só poderão celebrar Convenções ou Acordos
Coletivos de Trabalho, por deliberação de Assembleia Geral especialmente
convocada para esse fim, consoante o disposto nos respectivos Estatutos,
dependendo a validade da mesma do comparecimento e votação, em
primeira convocação, de 2/3 (dois terços) dos associados da entidade, se
se tratar de Convenção, e dos interessados, no caso de Acordo, e, em
segunda, de 1/3 (um terço) dos mesmos.
Parágrafo único. O "quorum" de comparecimento e votação será de 1/8
(um oitavo) dos associados em segunda convocação, nas entidades
sindicais que tenham mais de 5.000 (cinco mil) associados.
Sobre a forma de publicidade do instrumento negocial, a CLT estabelece a
necessidade de apresentar o CCT e o ACT para ser registrado e arquivado no
Ministério do Trabalho – MTb -, no prazo de 8 dias contados de sua assinatura.
Além disso, foi também estabelecido o prazo de 5 dias, a contar do depósito do
instrumento negocial no MTb, para que cópias do documento coletivo sejam
afixadas de modo visível, pelos sindicatos convenentes, nos estabelecimentos
de empresas abrangidas pelo mesmo.
➢ Vigência
Pelo disposto na CLT, a vigência do instrumento coletivo está condicionada ao
seu depósito no MTb:
CLT, art. 614, § 1º As Convenções e os Acordos entrarão em vigor 3
(três) dias após a data da entrega dos mesmos no órgão referido neste
artigo.
Esta questão, porém, não é pacífica na doutrina. Há entendimentos de que
mesmo não havendo o depósito no MTb o diploma coletivo pode estar em vigor.
Segue um julgado do TST onde podemos identificar tal interpretação:
AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. HORAS EXTRAS.
ALTERAÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO POR NORMA COLETIVA.
AUSÊNCIA DE REGISTRO NA DRT. VALIDADE. O entendimento
sedimentado nesta Corte é no sentido de que a ausência de registro ou
arquivamento do acordo coletivo no órgão competente não invalida o
acordo coletivo. (...). Agravo de instrumento conhecido e não provido.
(AIRR-60740-96.2007.5.02.0033 Data de Julgamento: 30/05/2012, Relatora Ministra:
Dora Maria da Costa, 8ª Turma, Data de Publicação: DEJT 01/06/2012.)
➢ Duração
A duração máxima dos CCT e ACT foi definido pela Consolidação das Leis do
Trabalho como sendo de 2 anos:
CLT, art. 614, § 3º Não será permitido estipular duração de Convenção
ou Acordo superior a 2 (dois) anos.
Assim, não se admite a duração de CCT e ACT por prazo superior. Por este
motivo a questão abaixo está correta:
O debate, neste contexto, diz respeito à aderência permanente (ou não) das
regras jurídicas nos contratos de trabalho dos empregados, mesmo depois de
cessada a duração do instrumento coletivo que a previa.
Os posicionamentos doutrinários dividem-se nas teorias da aderência irrestrita,
aderência limitada pelo prazo e aderência limitada por revogação.
Resumidamente seria o seguinte:
12 CLT, art. 468 - Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições
por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao
empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia.
16 Idem.
Sobre a duração das disposições de CCT e ACT, a par de todas estas teorias
acima expostas, a doutrina reconhece que o piso salarial estabelecido em
instrumento coletivo adere, de forma permanente, aos contratos de trabalho,
em respeito ao princípio da irredutibilidade salarial.
Outra situação correlata diz respeito aos casos em que existia disposição sobre
garantia de emprego na CCT ou ACT (em período superior ao estabelecido em
lei18, claro), que já perdeu a vigência; se, durante sua vigência, o empregado
se acidentou, ele continuará fazendo jus à estabilidade provisória mais
vantajosa mesmo depois que o diploma autônomo já não mais está vigendo?
Exemplo: a CCT previu que os empregados abrangidos pela mesma teriam
garantia de emprego de 3 anos caso fossem vítimas de acidente do trabalho.
Durante a vigência da CCT o empregado sofreu acidente de trabalho, e poucos
meses depois a CCT deixou de viger. Ele continuará a ter o direito da garantia
de emprego prevista na CCT?
A resposta é afirmativa, com fundamento na OJ 41 do TST:
17 CLT, art. 468 - Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições
por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao
empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia.
18 Lei 8.213/91, art. 118. O segurado que sofreu acidente do trabalho tem garantida, pelo prazo
mínimo de doze meses, a manutenção do seu contrato de trabalho na empresa, após a cessação do auxílio-
doença acidentário, independentemente de percepção de auxílio-acidente.
Sobre a relação entre lei específica e lei geral, no Direito Comum a primeira
prevalece sobre a segunda. No Direito do Trabalho, especialmente entre CCT e
ACT, não se pode utilizar de modo inflexível a mesma regra (mesmo
imaginando que a CCT, abrangendo toda a categoria profissional, seria “geral” e
a ACT, por se aplicar a apenas uma – ou mais – empresa, seria “específica”).
A questão é a seguinte: no Direito do Trabalho deve-se observar o princípio da
norma mais favorável e, com isto, é possível que a CCT prevaleça sobre o
ACT. Nesta linha o art. 620 da CLT:
CLT, art. 620. As condições estabelecidas em Convenção quando mais
favoráveis, prevalecerão sobre as estipuladas em Acordo.
Tratando da hierarquia normativa justrabalhista, relacionando a pirâmide
hierárquica e o princípio da norma mais favorável, o Ministro Godinho 21 ensina
que
“(...) aplicar-se-á ao caso concreto – sendo naquele caso
hierarquicamente superior – a norma mais favorável ao empregado. O
vértice da pirâmide normativa, variável e mutável – ainda que apreendido
segundo um critério permanente -, não será a Constituição Federal ou a
lei federal necessariamente, porém a norma mais favorável ao
trabalhador. Não há, assim, uma contradição inconciliável entre as regras
heterônomas estatais e regras autônomas privadas coletivas (entre o
Direito do Estado e o Direito dos grupos sociais), mas uma espécie de
incidência concorrente: a norma que disciplinar uma dada relação de
modo mais benéfico ao trabalhador prevalecerá sobre as demais, sem
derrogação permanente, mas mero preterimento, na situação concreta
enfocada”.
Nesse sentido, a SUM-202 do TST é reflexo deste entendimento:
Súmula nº 202 do TST - GRATIFICAÇÃO POR TEMPO DE SERVIÇO.
COMPENSAÇÃO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003.
Existindo, ao mesmo tempo, gratificação por tempo de serviço outorgada
pelo empregador e outra da mesma natureza prevista em acordo coletivo,
convenção coletiva ou sentença normativa, o empregado tem direito a
receber, exclusivamente, a que lhe seja mais benéfica.
Acabamos de ver como solucionar um conflito entre o ACT e a CCT. Agora
vamos fazer um parêntese aqui para ver a solução para o conflito entre algum
desses instrumentos e o próprio contrato de trabalho.
A solução para este conflito é a seguinte:
CLT, art. 619. Nenhuma disposição de contrato individual de
trabalho que contrarie normas de Convenção ou Acôrdo Coletivo de
Trabalho poderá prevalecer na execução do mesmo, sendo
considerada nula de pleno direito.
➢ Teoria da acumulação
Pela teoria da acumulação, deve-se utilizar no caso concreto os dispositivos
mais favoráveis ao empregado, fracionando-os. Em outras palavras: aplicar-se-
ia a uma situação fática mais de um texto normativo, fragmentando seus
dispositivos.
Esta teoria não tem sido prestigiada, porque afronta a visão do Direito como um
sistema.
➢ Teoria do conglobamento
A teoria do conglobamento, dominante na doutrina, propõe que as
disposições sobre a matéria em questão devem ser analisadas globalmente
dentro de cada texto normativo e será aplicável ao caso o conjunto mais
benéfico ao empregado.
Assim, aqui não há fracionamento de dispositivos sobre o mesmo assunto,
sendo cabível a aplicação das disposições integrais do texto normativo mais
favorável sobre a matéria.
4 - Questões comentadas
1. FCC/TRT11 – Oficial de Justiça Avaliador – 2017
A Cláusula X da Convenção Coletiva de Trabalho H fixa adicional de
insalubridade em 10% sobre o salário mínimo regional quando a
insalubridade for graduada em grau médio. A Cláusula Y da Convenção
Coletiva de Trabalho G fixa adicional de insalubridade proporcional ao
tempo de exposição, limitando em 5%, 10% e 15% sobre o salário mínimo
regional, respectivamente, de acordo com o grau constatado, se mínimo,
médio ou máximo. Nestes casos,
(A) ambas as cláusulas são válidas, mas carentes de eficácia.
(B) somente a cláusula X é inválida.
(C) somente a cláusula Y é inválida.
(D) ambas as cláusulas são inválidas.
(E) ambas as cláusulas são válidas e eficazes.
Comentários
Gabarito (D).
Ambas cláusulas são inválidas. A cláusula X é inválida por dois motivos. Em
primeiro lugar, após a CF/88 não mais existem salários mínimos regionais. Por
força do inciso IV do art. 7º da CF, o salário mínimo é nacionalmente unificado.
Além disso, uma CCT não pode utilizar o salário mínimo como base de cálculo
de verba trabalhista, conforme determina o STF:
SÚMULA VINCULANTE Nº 4
Salvo nos casos previstos na constituição, o salário mínimo não pode ser
usado como indexador de base de cálculo de vantagem de servidor
público ou de empregado, nem ser substituído por decisão judicial.
Por sua vez, a cláusula Y é inválida, além desses motivos, também porque não
se pode fixar percentual do adicional inferior ao previsto em lei. Aplica-se por
analogia o disposto no item II da SUM-364 do TST:
SUM-364 ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. EXPOSIÇÃO EVENTUAL,
PERMANENTE E INTERMITENTE
(..)
II - Não é válida a cláusula de acordo ou convenção coletiva de trabalho
fixando o adicional de periculosidade em percentual inferior ao estabelecido
em lei e proporcional ao tempo de exposição ao risco, pois tal parcela
constitui medida de higiene, saúde e segurança do trabalho, garantida por
norma de ordem pública (arts. 7º, XXII e XXIII, da CF e 193, §1º, da CLT).
22
CF/88, art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:
(...)
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e
segurança;
A sentença III está incorreta, pois o prazo máximo dos instrumentos coletivos
é de 2 anos.
CLT, art. 614, § 3º Não será permitido estipular duração de Convenção
ou Acordo superior a 2 (dois) anos.
Por fim, a assertiva IV está incorreta, porquanto é admitida sim prorrogação
de tais instrumentos. Relembrando:
CLT, art. 615 - O processo de prorrogação, revisão, denúncia ou
revogação total ou parcial de Convenção ou Acordo ficará subordinado,
em qualquer caso, à aprovação de Assembleia Geral dos Sindicatos
convenentes ou partes acordantes, com observância do disposto no art.
612.
§ 1º O instrumento de prorrogação, revisão, denúncia ou revogação de
Convenção ou Acordo será depositado para fins de registro e
arquivamento, na repartição em que o mesmo originariamente foi
depositado observado o disposto no art. 614.
Ademais, quanto à prorrogação, precisamos lembrar que a própria CLT
estabelece vigência máxima de 2 anos para os diplomas coletivos. Sendo assim,
a eventual prorrogação (somada à vigência inicial, deve respeitar este prazo
máximo).
Compensação de jornada
Acordo de prorrogação de
Banco de horas
jornada
A letra ‘D’ começa trazendo a definição legal de CCT, mas o final da sentença
está em desacordo com a súmula 277 supramencionada.
A letra ‘E’ está incorreta, porquanto a participação dos sindicatos dos
empregados nas negociações coletivas é obrigatória (Princípio da interveniência
sindical na normatização coletiva):
CF/88, art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o
seguinte:
(...)
VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas
de trabalho;
23
CF/88, art. 114, § 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à
arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza
Convenção Coletiva de
Trabalho (CCT)
Comentários:
Alternativa incorreta, pois a CF/88 estabelece a obrigatoriedade de
participação sindical nas negociações coletivas:
CF/88, art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o
seguinte:
(...)
VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações
coletivas de trabalho;
É de se notar que o sindicato obreiro sempre está figurando nas negociações
coletivas; já o sindicato patronal irá figurar nas convenções coletivas.
Comentários:
O gabarito é (B), que se relaciona ao art. 625-B:
CLT, art. 625-B. A Comissão instituída no âmbito da empresa será
composta de, no mínimo, dois e, no máximo, dez membros, e
observará as seguintes normas:
I - a metade de seus membros será indicada pelo empregador e outra
metade eleita pelos empregados, em escrutínio secreto, fiscalizado pelo
sindicato de categoria profissional;
II - haverá na Comissão tantos suplentes quantos forem os
representantes titulares;
III - o mandato dos seus membros, titulares e suplentes, é de um ano,
permitida uma recondução.
Pelo disposto neste mesmo artigo vemos que a alternativa (A) está incorreta.
O erro da alternativa (C) está no prazo para realização da sessão, pois este é
de 10 (dez) dias:
CLT, art. 625-F. As Comissões de Conciliação Prévia têm prazo de dez
dias para a realização da sessão de tentativa de conciliação a partir da
provocação do interessado.
Quanto à abrangência de atuação da CCP, ela pode ser composta no âmbito da
empresa, entre empresas e, também, de modo a abranger mais de um
sindicato, e por isso a alternativa (D) está incorreta:
CLT, art. 625-A, parágrafo único. As Comissões referidas no caput deste
artigo poderão ser constituídas por grupos de empresas ou ter caráter
intersindical.
Por fim, a alternativa (E) está incorreta porque o termo de conciliação
elaborado pela CCP possui, sim, natureza de título executivo extrajudicial:
CLT, art. 625-E, parágrafo único. O termo de conciliação é título
executivo extrajudicial e terá eficácia liberatória geral, exceto quanto
às parcelas expressamente ressalvadas.
http://www.cespe.unb.br/concursos/trt1juiz2010/arquivos/TRT_1_REGIAO_JUSTIFICATIVAS_
24
Comentários:
Alternativa incorreta, em face de previsão constante da Súmula 202. No
caso, Ênio teria direito a receber a mais benéfica, que é a do empregador:
SUM-202 GRATIFICAÇÃO POR TEMPO DE SERVIÇO. COMPENSAÇÃO
Existindo, ao mesmo tempo, gratificação por tempo de serviço outorgada
pelo empregador e outra da mesma natureza prevista em acordo coletivo,
convenção coletiva ou sentença normativa, o empregado tem direito a
receber, exclusivamente, a que lhe seja mais benéfica.
25
CLT, art. 468 - Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas
condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou
indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta
garantia.
26
DELGADO, Mauricio Godinho. Op. cit. p. 1432.
27
CARVALHO, Augusto César Leite de; ARRUDA, Kátia Magalhães; DELGADO, Mauricio Godinho.
A Súmula Nº 277 e a Defesa da Constituição. Disponível em <
http://aplicacao.tst.jus.br/dspace/
bitstream/handle/1939/28036/2012_sumula_277_aclc_kma_mgd.pdf?sequence=1>
http://aplicacao.tst.jus.br/dspace/bitstream/handle/1939/28036/2012_sumula_277_aclc_kma_
mgd.pdf?sequence=1 <acessado em 29JUL13>
28
Idem.
plena)
29
CLT, art. 468 - Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas
Negociação
coletiva
http://www.cespe.unb.br/concursos/cehap_pb2008/arquivos/CEHAP_PB_08_JUSTIFICATIVAS
30
Negociação
coletiva
Impeditivos
Fatores que a lei
considera indicativos de
restrições sofridas pelo
titular do direito no que
tange à defesa de seus Sustam a contagem
próprios interesses. prescricional já iniciada.
Suspensivos Desaparecido o fator
suspensivo, retoma-se
a contagem do prazo.
Inviabilizam,
juridicamente, o início
da contagem da
prescrição.
(C) A e C, apenas.
(D) B e C, apenas.
(E) A, B, C e D.
6 – Gabarito
1. D 22. C
2. B 23. E
3. A 24. B
4. C 25. E
5. Anulada 26. D
6. C 27. E
7. C 28. E
8. C 29. C
9. A 30. E
10. B 31. E
11. A 32. E
12. A 33. Anulada
13. C 34. E
14. E 35. C
15. A 36. A
16. E 37. E
17. E 38. E
18. C
19. E
20. E
21. D
7 – Resumo da aula
CCP:
ACT e CCT:
8 – Conclusão
Bom pessoal,
Estamos chegando ao final de nossa aula.
Esta aula envolveu alguns assuntos difíceis e, de tudo o que comentamos,
recomendamos atenção especial para as regras sobre acordos e convenções
coletivos de trabalho.
CLT
TST
STF
SÚMULA Nº 679
A fixação de vencimentos dos servidores públicos não pode ser objeto de
convenção coletiva.