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Aula 09

Noções de Direito do Trabalho p/ TRT 7ª Região 2017/2018 (Técnico Judiciário - Área


Administrativa)

Professor: Antonio Daud Jr


DIREITO DO TRABALHO P/ TRT-CE
Teoria e Questões
Aula 09 – Prof. Antonio Daud Jr

AULA 09
Comissões de Conciliação Prévia. Direito
Coletivo do Trabalho.
Sumário

1 - Introdução..................................................................................................................2
2 - Comissões de Conciliação Prévia ......................................................................2
3 - Direito coletivo do trabalho .................................................................................7
3.1. Princípios do direito coletivo do trabalho ..................................................7
3.2. Negociação coletiva de trabalho ................................................................ 11
3.3. Características da CCT e ACT ..................................................................... 13
3.4. Hierarquia entre CCT e ACT ........................................................................ 25
3.5. Limites à negociação coletiva ..................................................................... 27
4 - Questões comentadas ........................................................................................ 31
5 – Lista de questões comentadas ....................................................................... 70
6 – Gabarito .................................................................................................................. 83
7 – Resumo da aula ................................................................................................... 84
8 – Conclusão ............................................................................................................... 86
9 – Lista de Legislação, Súmulas e OJ do TST relacionados à aula ........ 87
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Teoria e Questões
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AULA 09 - COMISSÕES DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA.


DIREITO COLETIVO DO TRABALHO.
1 - Introdução
Oi amigos (s),
Chegamos ao final da parte teórica do nosso curso. Ufa!
Nesta última aula veremos os assuntos Comissões de Conciliação Prévia e
um pouco sobre Direito Coletivo do Trabalho.
As próximas duas aulas serão de simulados (questões CESPE).

Vamos ao trabalho!

2 - Comissões de Conciliação Prévia


A previsão quanto à instituição e funcionamento das Comissões de
Conciliação Prévia (CCP) foi instituída na CLT por meio da Lei nº 9.958/2000,
que inseriu na Consolidação das Leis do Trabalho o Título VI-A – DAS
COMISSÕES DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA.
A intenção do legislador na criação das CCP é “desafogar” o Judiciário,
procurando a resolução de conflitos trabalhistas por meio destas Comissões.
O objetivo das CCP é tentar conciliar os conflitos individuais do trabalho.
Além disso, é importante destacar que a instituição das CCP é facultativa, e
que, sendo instituída, sua composição deve ser paritária, ou seja, com a
mesma quantidade de representantes dos empregados e dos empregadores.
Estas disposições encontram-se no artigo 625-A:
CLT, art. 625-A. As empresas e os sindicatos podem instituir Comissões
de Conciliação Prévia, de composição paritária, com representante dos
empregados e dos empregadores, com a atribuição de tentar conciliar os
conflitos individuais do trabalho.
Além disso, em relação à composição e abrangência de atuação da CCP,
admite-se sua existência no âmbito da empresa, em grupo de empresas e até
mesmo entre mais de um sindicato:

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CLT, art. 625-A, parágrafo único. As Comissões referidas no caput deste


artigo poderão ser constituídas por grupos de empresas ou ter caráter
intersindical.
Acerca da quantidade de membros (titulares e suplentes), o artigo 625-B
corrobora a paridade e ainda define que:
CLT, art. 625-B. A Comissão instituída no âmbito da empresa será
composta de, no mínimo, dois e, no máximo, dez membros, e observará
as seguintes normas:
I - a metade de seus membros será indicada pelo empregador e outra
metade eleita pelos empregados, em escrutínio secreto, fiscalizado pelo
sindicato de categoria profissional;
II - haverá na Comissão tantos suplentes quantos forem os
representantes titulares;
III - o mandato dos seus membros, titulares e suplentes, é de um ano,
permitida uma recondução.
Após estabelecer a quantidade mínima e máxima de empregados integrantes a
CCP, duração do mandato, etc., a CLT estipulou que, nas CCP instituídas no
âmbito do sindicato, sua constituição será definida em negociação coletiva (ou
seja, as regras poderão ser diferentes das dispostas no art. 625-B).
Esta é a conclusão que se chega a partir da leitura do artigo seguinte, o 625-C:
CLT, art. 625-C. A Comissão instituída no âmbito do sindicato terá sua
constituição e normas de funcionamento definidas em convenção ou
acordo coletivo.
Comentamos inicialmente que a instituição da CCP é facultativa, e que o
objetivo desta Comissão é tentar conciliar os conflitos individuais do trabalho.
Caso exista a Comissão (instituída facultativamente), é obrigatório que os
conflitos trabalhistas sejam encaminhados à CCP? Ou mesmo havendo a
Comissão seria possível ingressar diretamente em juízo sem acionar a CCP?
Pela leitura do artigo 625-D, seria obrigatório:
CLT, art. 625-D. Qualquer demanda de natureza trabalhista será
submetida à Comissão de Conciliação Prévia se, na localidade da
prestação de serviços, houver sido instituída a Comissão no âmbito da
empresa ou do sindicato da categoria.
Entretanto, existem posicionamentos do STF e do TST no sentido de que não
seria obrigatória a tentativa de resolução do conflito pela CCP para somente
depois poder-se acessar o Poder Judiciário.
É que a CF/88 assegura o princípio da inafastabilidade do controle judicial:
CF/88, art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no
País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

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(...)
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou
ameaça a direito;
Quando uma demanda é submetida à CCP, deve ser reduzida a termo e os
interessados receberão cópia datada e assinada:
CLT, art. 625-D, § 1º A demanda será formulada por escrito ou reduzida a
termo por qualquer dos membros da Comissão, sendo entregue cópia
datada e assinada pelo membro aos interessados.
Além disso, a CLT prevê que, frustrada a tentativa de conciliação, será
fornecida declaração:
CLT, art. 625-D, § 2º Não prosperando a conciliação, será fornecida ao
empregado e ao empregador declaração da tentativa conciliatória
frustrada com a descrição de seu objeto, firmada pelos membros da
Comissão, que deverá ser juntada à eventual reclamação trabalhista.
Comentamos anteriormente que poderia haver CCP instituída no âmbito da
empresa, de empresas e até mesmo com abrangência intersindical.
Pode ocorrer, então, de uma empresa instituir CCP e haver outra CCP que atua
perante a categoria sindical; nestes casos, o interessado poderá optar por
submeter sua demanda a uma ou outra:
CLT, art. 625-D, § 4º Caso exista, na mesma localidade e para a mesma
categoria, Comissão de empresa e Comissão sindical, o interessado
optará por uma delas submeter a sua demanda, sendo competente aquela
que primeiro conhecer do pedido.
E quando uma demanda é submetida à CCP e se chega a um acordo, qual o
efeito prático? Nestes casos, será lavrado um termo:
CLT, art. 625-E. Aceita a conciliação, será lavrado termo assinado pelo
empregado, pelo empregador ou seu proposto e pelos membros da
Comissão, fornecendo-se cópia às partes.
Quanto à natureza jurídica do termo de conciliação, a CLT define que este se
constituirá em título executivo extrajudicial:
CLT, art. 625-E, parágrafo único. O termo de conciliação é título executivo
extrajudicial e terá eficácia liberatória geral, exceto quanto às parcelas
expressamente ressalvadas.
Já sobre o prazo para se realizar a sessão conciliatória, a CLT o estipulou como
sendo de 10 (dez) dias, com a correspondente consequência da impossibilidade
de seu cumprimento:
CLT, art. 625-F. As Comissões de Conciliação Prévia têm prazo de dez
dias para a realização da sessão de tentativa de conciliação a partir da
provocação do interessado.

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Parágrafo único. Esgotado o prazo sem a realização da sessão, será


fornecida, no último dia do prazo, a declaração a que se refere o § 2º do
art. 625-D [declaração da tentativa conciliatória frustada].

➢ CCP e a interrupção da prescrição


Aprendemos em momento anterior do curso a diferença entre fatores
impeditivos, suspensivos e interruptivos do prazo prescricional.

Retomando nosso esquema:

Inviabilizam,
juridicamente, o início
Impeditivos
da contagem da
Fatores que a lei prescrição.
considera indicativos de
restrições sofridas
pelo titular do direito
no que tange à defesa Sustam a contagem
de seus próprios prescricional já
interesses. iniciada. Desaparecido
Suspensivos
o fator suspensivo,
retoma-se a contagem
do prazo.

Fatores previstos em lei Sustam a contagem


que traduzem efetiva e prescricional já
eficaz defesa do iniciada, eliminando
direito pelo respectivo inclusive o prazo
Interruptivos
titular e que, por isso, prescricional em
têm o condão de sustar fluência (respeitada
o fluxo do prazo a prescrição já
prescricional. consumada)

Sobre a relação entre atuação da CCP e a prescrição trabalhista, o art. 625-F


estabelece que, a partir da provocação da CCP, o prazo prescricional será
suspenso.
Isto significa que o prazo prescricional voltará a correr após as situações
mencionadas (ao contrário da interrupção, que faria com que o prazo fosse
renovado).
CLT, art. 625-G. O prazo prescricional será suspenso a partir da
provocação da Comissão de Conciliação Prévia, recomeçando a fluir, pelo

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que lhe resta, a partir da tentativa frustrada de conciliação ou do


esgotamento do prazo previsto no art. 625-F.
A tentativa de conciliação por meio da CCP, como indicado acima, suspende o
prazo prescricional, e por este motivo a questão abaixo é incorreta:

CESPE/TRT9 – Analista Judiciário – Área Judiciária – 2007


O prazo prescricional pode ser interrompido no curso do trânsito da
demanda perante a Comissão de Conciliação Prévia.

➢ CCP e interrupção contratual


Na aula sobre contrato de trabalho aprendemos sobre a diferença entre
interrupção e suspensão contratuais, cuja diferenciação em regra é a seguinte:

O empregado deixa de prestar serviços provisoriamente.


O empregador continua obrigado pela legislação a pagar os
salários
decorrentes do contrato de trabalho?

Si Nã
m o

Interrupção Suspensão
contratual contratual

Aqui é importante atentar para o fato de que a participação do empregado


como membro da CCP caracteriza interrupção contratual:
CLT, art. 625-B, § 2º O representante dos empregados desenvolverá seu
trabalho normal na empresa afastando-se de suas atividades apenas
quando convocado para atuar como conciliador, sendo computado como
tempo de trabalho efetivo o despendido nessa atividade.

➢ CCP e garantia provisória de emprego


A CLT assegura aos representantes dos empregados nas CCP garantia
provisória de emprego, como disposto no artigo abaixo:

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CLT, art. 625-B, § 1º É vedada a dispensa dos representantes dos


empregados membros da Comissão de Conciliação Prévia, titulares e
suplentes, até um ano após o final do mandato, salvo se cometerem
falta, nos termos da lei.

3 - Direito coletivo do trabalho


Para entendermos o que representa o Direito Coletivo do Trabalho em relação
ao Direito Individual do Trabalho (e em relação ao próprio Direito do Trabalho)
considero oportuno trazer a lição de Sérgio Pinto Martins1:
“Direito Coletivo do Trabalho é o segmento do Direito do Trabalho
encarregado de tratar da organização sindical, da negociação coletiva, dos
contratos coletivos, da representação dos trabalhadores e da greve. O
Direito Coletivo do Trabalho é apenas uma das subdivisões do Direito do
Trabalho, não possuindo autonomia, pois não tem diferenças específicas
em relação aos demais ramos do Direito do Trabalho, estando inserido,
como os demais, em sua maioria, na CLT”.
Neste contexto, esta aula tratará do assunto Direito Coletivo do Trabalho,
dividindo-o em subtópicos, a iniciar pelos princípios aplicáveis a este ramo.

3.1. Princípios do direito coletivo do trabalho


Abordaremos neste tópico os princípios aplicáveis ao Direito Coletivo de
Trabalho, seguindo a lição do Ministro Mauricio Godinho Delgado.
➢ Princípio da liberdade associativa e sindical
Preliminarmente, saliente-se que o direito de associação está assegurado
pela Constituição Federal, em seu artigo 5º:
CF/88, art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no
País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
(...)
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos
ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem
outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo
apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de
caráter paramilitar;
(...)

1 MARTINS, Sérgio Pinto. Direito do Trabalho. 27 ed. São Paulo: Atlas, 2011, p. 714.

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XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer


associado;
Além disso, com relação à liberdade de associação sindical, o art. 8º dispõe
que, além de ser livre a filiação, também o será a desfiliação:
CF/88, art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o
seguinte:
(...)
V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato;
Retomando o princípio em estudo, vemos que será livre a criação associativa e,
por outro lado, o empregado não poderá ser forçado a se associar (ou manter-
se associado) ao sindicato.
Sendo assim, nosso ordenamento jurídico não admite cláusulas de
sindicalização forçada.
Um exemplo de cláusula de sindicalização forçada seria a necessidade de o
empregado ser sindicalizado para que a empresa pudesse contratá-lo (esta
cláusula, no caso, seria firmada entre o sindicato obreiro e as empresas).
➢ Princípio da autonomia sindical
O princípio da autonomia sindical garante que os sindicatos possam se
organizar sem interferências do Estado e das empresas.
Assim, não há controle político estatal, e a criação dos sindicatos também não
dependerá de autorização. É desta maneira que o princípio em tela foi inserido
na Constituição Federal:
CF/88, art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o
seguinte:
I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de
sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder
Público a interferência e a intervenção na organização sindical;
Percebam que o dispositivo constitucional proíbe a exigência de autorização
para a criação do sindicato, mas prevê o registro do sindicato no órgão
competente (no caso, no Ministério do Trabalho).
O princípio da autonomia sindical, entretanto, ainda sofre algumas restrições: é
que existem disposições limitadoras da autonomia sindical.
Estas limitações são três: a unicidade sindical, (art. 8º, II2), o financiamento
compulsório, (art. 8º, IV) e o poder normativo da Justiça do Trabalho.

2 CF/88, art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:


(...)
II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa de
categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial, que será definida pelos trabalhadores ou
empregadores interessados, não podendo ser inferior à área de um Município;
(...)

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➢ Princípio da interveniência sindical na


normatização coletiva
Este princípio determina que a normatização coletiva, para ser válida, demanda
a participação do sindicato representante dos trabalhadores:
CF/88, art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o
seguinte:
(...)
VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas
de trabalho;
Já a participação dos sindicatos patronais (representantes dos empregadores)
não é obrigatória: é que a negociação coletiva pode dar-se entre o sindicato
obreiro e a empresa.
Falaremos mais sobre isso no tópico “Negociações Coletivas”.
➢ Princípio da equivalência entre os contratantes
coletivos
Existe nítido desequilíbrio entre o empregador (detentor do capital) e o
empregado, e o Direito do Trabalho surge para atenuar tal desequilíbrio.
No caso do Direito Coletivo, entretanto, as partes envolvidas (empresa,
sindicato patronal e sindicato obreiro) possuem força semelhante.
O empregador e os sindicatos são reconhecidos como seres coletivos, e, além
disso, eles possuem instrumentos eficazes para negociar.
No caso do sindicato obreiro, pode-se citar como instrumento de atuação a
garantia de emprego de seus dirigentes, o que lhes aumenta o poder de
pressão para obter melhor resultado em negociação com o empregador.
Desta maneira, assim como se reconhece a desigualdade entre as partes no
Direito Individual do Trabalho, a doutrina reconhece, no Direito Coletivo do
Trabalho, tratamento jurídico equivalente entre as partes (neste, frise-se, o
empregado não atuará isoladamente, e sim através de sua representação
sindical).
➢ Princípio da lealdade e transparência nas
negociações coletivas
Este princípio apregoa que a negociação coletiva deve transcorrer de forma leal
e transparente, não se admitindo condutas que inviabilizem a formulação das
normas jurídicas juscoletivas (as convenções coletivas e os acordos coletivos de
trabalho).

IV - a assembléia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional, será


descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical respectiva,
independentemente da contribuição prevista em lei;

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Estas normas criadas através da negociação coletiva serão de observância


obrigatória pelas partes, motivo pelo qual sua criação não pode ser prejudicada
por atos desleais ou que atentem contra a boa-fé.
➢ Princípio da criatividade jurídica da negociação
coletiva
Este princípio se relaciona ao fato de que a negociação coletiva cria normas
jurídicas (comandos abstratos, gerais e impessoais).
Assim, a negociação coletiva não produz simplesmente cláusulas obrigacionais
que se aderem ao contrato. Como dito acima, os acordos e convenções
coletivos, em atendimento ao princípio da criatividade jurídica, geram normas
jurídicas.
➢ Princípio da adequação setorial negociada
O princípio da adequação setorial negociada foi delineado por Mauricio
Godinho Delgado, e consiste em possibilidades e limites jurídicos à
negociação coletiva.
Sobre a limitação imposta pelo princípio em estudo, o Ministro Godinho 3 ensina
que
“Pelo princípio da adequação setorial negociada as normas autônomas
juscoletivas construídas para incidirem sobre certa comunidade
econômico-profissional podem prevalecer sobre o padrão geral
heterônomo justrabalhista desde que respeitados certos critérios
objetivamente fixados. São dois esses critérios autorizativos: a) quando
as normas autônomas juscoletivas implementam um padrão setorial de
direitos superior ao padrão geral oriundo da legislação heterônoma
aplicável; b) quando as normas autônomas juscoletivas transacionam
setorialmente parcelas justrabalhistas de indisponibilidade apenas relativa
(e não de indisponibilidade absoluta)”.
Relembrando alguns conceitos mencionados no excerto transcrito acima,
normas autônomas são aquelas que, de sua elaboração, participam os
próprios destinatários.
Este é o caso das negociações coletivas de trabalho (convenção coletiva de
trabalho e acordo coletivo de trabalho).
Já as fontes heterônomas do direito do trabalho (leis, decretos, etc.) são
normas elaboradas pelo Estado, não havendo participação direta dos
destinatários da mesma em sua produção.
Quanto à distinção entre indisponibilidade absoluta e relativa, segue abaixo um
esquema:

Indisponibilidade absoluta Indisponibilidade relativa

3 DELGADO, Mauricio Godinho. Op. cit. p. 1359.

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O direito enfocado merece uma O direito enfocado traduz interesse


tutela de nível de interesse individual ou bilateral simples, que
público, por traduzir um patamar não caracterize um padrão
civilizatório mínimo firmado pela civilizatório geral mínimo firmado
sociedade política em um dado pela sociedade política em um dado
momento histórico. momento histórico.

Exemplo: mudança da modalidade


Exemplos: direito à assinatura da de pagamento de salário (salário
CTPS, salário mínimo, normas de fixo versus salário variável), desde
segurança e saúde no trabalho. que não resulte em prejuízo ao
obreiro.

Quanto ao alcance da expressão patamar civilizatório mínimo, o Ministro


Godinho4 entende que ela abrange três grupos de normas, a saber:
1) Normas constitucionais em geral, respeitadas as ressalvas
expressamente feitas pela própria CF/88 (como a redução salarial
admitida mediante negociação coletiva – art. 7º, II);
2) Normas de tratados e convenções internacionais vigorantes no plano
interno brasileiro, que expressam patamar civilizatório no próprio mundo
ocidental em que se integra o Brasil; e
3) Normas legais infraconstitucionais que asseguram patamares de
cidadania ao indivíduo que labora (preceitos relativos à saúde e segurança
no trabalho, normas concernentes a bases salariais mínimas, normas de
identificação profissional, dispositivos antidiscriminatórios, etc.).

3.2. Negociação coletiva de trabalho


O termo negociação coletiva de trabalho abrange as convenções coletivas de
trabalho (CCT) e os acordos coletivos de trabalho (ACT), que são os
instrumentos pelos quais o resultado da negociação coletiva é materializado.
A diferença conceitual entre eles é a seguinte: no acordo coletivo de trabalho
figura, de um lado, o sindicato obreiro (da categoria profissional) e, de outro, o
empregador.
Existe também a possibilidade do ACT ser firmado entre o sindicato obreiro e
mais de uma empresa.

4
DELGADO, Mauricio Godinho. Op. cit. p. 1360.

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Já na CCT figura, de um lado, o sindicato obreiro (da categoria profissional) e,


de outro, o sindicato patronal (da categoria econômica).
Assim, temos:

Negociação
coletiva

Convenção Coletiva de Trabalho Acordo Coletivo de Trabalho


(CCT)
(ACT)

Resultado de negociação entre o Resultado de negociação entre


sindicato patronal e o sindicato uma (ou mais) empresa(s) e o
dos empregados sindicato dos empregados

Falemos sobre as definições celetistas da CCT e ACT (esta abordagem havia


sido feita no início do curso).

➢ Convenção Coletiva de Trabalho


A definição celetista de convenção coletiva de trabalho é a seguinte:
CLT, art. 611 - Convenção Coletiva de Trabalho é o acordo de caráter
normativo, pelo qual dois ou mais Sindicatos representativos de
categorias econômicas e profissionais estipulam condições de trabalho
aplicáveis, no âmbito das respectivas representações, às relações
individuais de trabalho.
Assim, a convenção coletiva abrange toda a categoria profissional
(comerciários, trabalhadores da indústria da construção, professores, etc.) na
base territorial do sindicato.
Registre-se que os empregados não são obrigados a filiar-se ao sindicato de sua
categoria, mas mesmo os não filiados são abrangidos pelas disposições da
convenção ou acordo coletivos de trabalho.
Nesta linha, por exemplo, mesmo o empregado não filiado ao sindicato
representativo de sua categoria faz jus ao piso salarial porventura estabelecido
na convenção coletiva.

➢ Acordo Coletivo de Trabalho


Vejamos a disposição celetista sobre os acordos coletivos de trabalho:
CLT, art. 611, § 1º É facultado aos Sindicatos representativos de
categorias profissionais celebrar Acordos Coletivos com uma ou mais

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empresas da correspondente categoria econômica, que estipulem


condições de trabalho, aplicáveis no âmbito da empresa ou das
acordantes respectivas relações de trabalho.
Como se verifica no esquema anterior e na leitura da CLT, o ACT é celebrado
entre o sindicato obreiro e a(s) empresa(s), não havendo participação ativa do
sindicato patronal.
Feitas as considerações, precisamos saber o seguinte: quais são então as
principais diferenças entre CCT e ACT?
Basicamente duas: os sujeitos envolvidos na negociação e a abrangências das
normas produzidas.
Esquematicamente, temos:

Principais diferenças entre CCT e ACT

Polos subjetivos Abrangência das normas pactuadas


pactuantes

Na CCT, a negociação é Na CCT, como os sujeitos pactuantes são


entabulada entre sindicatos os sindicatos obreiro e patronal, as
(o sindicato obreiro e o normas jurídicas por ela definidas
sindicato patronal); no ACT a abrangem toda a base territorial das
negociação conta com o categorias profissional e econômica
sindicato obreiro, mas no representadas pelos sindicatos
outro polo da negociação há pactuantes; já o ACT terá aplicação
uma (ou mais de uma) apenas nas empresas que figuraram
empresa, e não o sindicato como polo subjetivo (assim, sua
patronal. abrangência é mais restrita que a da
CCT).

3.3. Características da CCT e ACT


Neste tópico falaremos sobre algumas das características das CCT e dos ACT,
como a legitimação, forma, vigência e duração.
➢ Legitimação
Como comentamos acima, são legitimados para celebrar as negociações
coletivas os sindicatos obreiro e patronal. No caso dos ACT, os empregadores,
diretamente, também possuem legitimação para celebrá-los.

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Quando uma categoria profissional não é organizada em sindicato, é possível


que figure no polo subjetivo da negociação a federação ou confederação que
represente a categoria:
CLT, art. 611, § 2º As Federações e, na falta desta, as Confederações
representativas de categorias econômicas ou profissionais poderão
celebrar convenções coletivas de trabalho para reger as relações das
categorias a elas vinculadas, inorganizadas em Sindicatos, no âmbito de
suas representações.
É interessante mencionar que este dispositivo trata das federações e
confederações; ele não menciona as centrais sindicais (como a CUT). Como
ensina Mauricio Godinho Delgado5, estas instituições não possuem legitimação
para celebrar negociação coletiva:
“(...) a jurisprudência brasileira, pacificamente (STF e TST), não tem
reconhecido legitimidade coletiva às entidades de cúpula do sindicalismo
do país: as centrais sindicais (CUT, CTG, Força Sindical, etc.). O
fundamento jurídico residiria na circunstância de tais entidades não
estarem até então tipificadas em lei, sobrepondo-se, como mero fato
sociopolítico, à estrutura sindical regulada pela CLT. Registre-se que a Lei
n. 11.6486, de 31.3.2008, que realizou, explicitamente, o reconhecimento
formal das centrais sindicais, preferiu não estender a tais entidades os
poderes da negociação coletiva trabalhista (...), sufragando, nesta
medida, a restrição já consagrada na jurisprudência dominante”.
Sobre negociação coletiva e serviço público, mencione-se que a jurisprudência
tem entendido ser inaplicável tal negociação no âmbito da Administração
Pública.
Neste sentido a Súmula 679 do STF:
SÚMULA Nº 679
A fixação de vencimentos dos servidores públicos não pode ser objeto de
convenção coletiva.
Sobre o assunto é oportuno destacar a alteração ocorrida na OJ-SDC-5 do TST:
OJ-SDC-5 DISSÍDIO COLETIVO CONTRA PESSOA JURÍDICA DE DIREITO
PÚBLICO. IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA
Aos servidores públicos não foi assegurado o direito ao reconhecimento de
acordos e convenções coletivos de trabalho, pelo que, por conseguinte,
também não lhes é facultada a via do dissídio coletivo, à falta de previsão
legal.
OJ-SDC-5 DISSÍDIO COLETIVO. PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO.
POSSIBILIDADE JURÍDICA. CLÁUSULA DE NATUREZA SOCIAL.

5
DELGADO, Mauricio Godinho. Op. cit. p. 1419.
6
Lei nº 11.648, de 31 março de 2008 - Dispõe sobre o reconhecimento formal das centrais sindicais
para os fins que especifica, altera a Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no
5.452, de 1o de maio de 1943, e dá outras providências.

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Em face de pessoa jurídica de direito público que mantenha empregados,


cabe dissídio coletivo exclusivamente para apreciação de cláusulas de
natureza social. Inteligência da Convenção nº 151 da Organização
Internacional do Trabalho, ratificada pelo Decreto Legislativo nº
206/2010.
Esta OJ havia sido publicada originalmente antes da ratificação da Convenção
nº 151 da OIT, que trata do Direito de Sindicalização e Relações de Trabalho na
Administração Pública.
A partir da ratificação, ocorrida em 2010, o TST passou a modular o
posicionamento sobre a viabilidade de se reconhecer o cabimento de dissídio
coletivo, fazendo distinção entre cláusulas de natureza social e cláusulas
econômicas.
Segue abaixo trecho da obra de Mauricio Godinho Delgado 7, que sintetiza esta
diferenciação:
“No caminho aberto pelas novas induções trazidas pela Convenção 151 da
Organização Internacional do Trabalho, a Seção de Dissídios Coletivos do
TST, a partir do segundo semestre de 2010, passou a conferir relevo à
distinção entre cláusulas econômicas e cláusulas meramente sociais, estas
sem conteúdo econômico, para fins de celebração de negociação coletiva
trabalhista e instauração de processo de dissídio coletivo. Embora o texto
original da OJ 05 da SDC/TST não faça semelhante diferenciação, -
vedando, genericamente, tanto a negociação coletiva (ACT ou CCT) como
o dissídio coletivo quanto a pessoas jurídicas de direito público, mesmo
que contratando servidores pela CLT -, a maioria da Seção, em face do
novo diploma internacional ratificado, preferiu abrir senda inovadora na
jurisprudência consolidada, relativamente às cláusulas meramente sociais,
sem conteúdo econômico”.

Para fixar o entendimento desta diferenciação entre cláusulas de natureza


social e cláusulas econômicas trago abaixo um precedente do TST que se
alinha à atual redação da OJ-SDC-5:
RECURSO ORDINÁRIO. DISSÍDIO COLETIVO. FUNDAÇÃO. ANÁLISE DAS
CLÁUSULAS SOCIAIS. VEDAÇÃO CONSTITUCIONAL À ANÁLISE DAS
CLÁUSULAS DE NATUREZA ECONÔMICA. A jurisprudência desta Corte é
no sentido de restringir a legitimidade das entidades de caráter público
para figurar no pólo passivo de dissídio coletivo de natureza econômica.
Isso porque as pessoas jurídicas de direito público integrantes da
administração indireta sujeitam-se às regras constitucionais referentes
aos servidores públicos, notadamente a exigência de lei específica para
alteração da remuneração (art. 37, X8, CF/88), devendo ser observados,

7 DELGADO, Mauricio Godinho. Op. cit. p. 1419-1420.


8 CF/88, art. 37, X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39
somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso,
assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices;

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ainda, os limites dos arts. 39 e 169 da Carta Magna. Ressalte-se que tal
entendimento independe de o regime adotado pela entidade para seus
servidores ser celetista ou estatutário. Entretanto, essa restrição é válida
apenas para as cláusulas de conteúdo econômico, em razão da expressa
vedação constitucional, sendo possível a análise das cláusulas sociais.
Recurso ordinário parcialmente provido.
(TST-RXOF e RODC - 2008000-03.2005.5.02.0000 - Pub. DEJT - 20/08/2010 - SDC -
Ministro Relator Mauricio Godinho Delgado)

➢ Conteúdo
As CCT e ACT possuem, como conteúdo, regras jurídicas e cláusulas
contratuais.
Utilizando a conceituação do Ministro Godinho9, temos:

Conteúdo dos diplomas coletivos

Regras jurídicas Cláusulas contratuais

Geram direitos e obrigações que


irão se integrar aos contratos Criam direitos e obrigações para as
individuais de trabalho das respectivas partes convenentes
respectivas bases representadas. (sindicato obreiro e sindicato
Consubstanciam a razão de ser da patronal na CCT e sindicato obreiro
negociação coletiva, enquanto e empresas pactuantes no ACT).
mecanismo criador de fontes Em geral, têm presença reduzida
normativas autônomas do Direito do nos instrumentos coletivos.
Trabalho.

Exemplos: fixação de critérios mais Exemplo: cláusula de negociação


vantajosos para cálculo de em que a empresa se obriga a
adicionais, piso salarial da categoria entregar ao sindicato obreiro a lista
e criação de novas garantias de de nomes e endereços de seus
emprego. empregados.

Desta forma, percebam que as cláusulas contratuais da negociação coletiva não


criam direito ou obrigações diretamente para os trabalhadores. Já as regras

9 Idem, p. 1420.

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jurídicas emanadas do instrumento coletivo, estas sim, irão representar direitos


e obrigações para os empregados.
Ainda sobre o conteúdo dos diplomas coletivos é de se ressaltar a Súmula 384
do TST, que ressalta a aspectos relacionados às multas constantes de normas
autônomas:
SUM-384 MULTA CONVENCIONAL. COBRANÇA
I - O descumprimento de qualquer cláusula constante de instrumentos
normativos diversos não submete o empregado a ajuizar várias ações,
pleiteando em cada uma o pagamento da multa referente ao
descumprimento de obrigações previstas nas cláusulas respectivas.
II - É aplicável multa prevista em instrumento normativo (sentença
normativa, convenção ou acordo coletivo) em caso de descumprimento de
obrigação prevista em lei, mesmo que a norma coletiva seja mera
repetição de texto legal.
Quanto ao item I, Ricardo Resende10 explica que
“O item I se refere a matéria processual, mais especificamente à
possibilidade de cumulação de pedidos. Com efeito, caso o empregado
faça jus a multas distintas, decorrentes do descumprimento de mais de
um instrumento normativo (uma prevista em sentença normativa e outra
em convenção coletiva de trabalho, por exemplo), poderá cobrá-las em
um único processo”.
Já o item II trata dos casos em que existe previsão de multa por
descumprimento de cláusula negocial e, ao mesmo tempo, a lei já prevê sanção
ao empregador por descumprimento deste mesmo preceito legal.
Ocorrendo a irregularidade descrita na lei e no instrumento coletivo, ambas as
multas poderão se cumular. Sobre isto Sérgio Pinto Martins 11 esclarece que
“As partes devem observar aquilo que pactuaram (pacta sunt servanda).
O contrato é lei entre as partes. Logo, a multa não pode ser considerada
indevida só porque repete o conteúdo da lei”.
Ainda sobre o conteúdo dos instrumentos coletivos, registre-se que a CLT, em
seu art. 613, enumera alguns assuntos que, obrigatoriamente, devem ser
abordados nos mesmos:
CLT, art. 613 - As Convenções e os Acordos deverão conter
obrigatoriamente:
I - Designação dos Sindicatos convenentes ou dos Sindicatos e empresas
acordantes;
II - Prazo de vigência;
III - Categorias ou classes de trabalhadores abrangidas pelos respectivos
dispositivos;

10 RESENDE, Ricardo. Direito do Trabalho Esquematizado. 2 ed. Rio de Janeiro: Método, 2012, p. 975.
11 MARTINS, Sérgio Pinto. Comentários às Súmulas do TST. 11 ed. São Paulo: Atlas, 2012, p. 301.

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IV - Condições ajustadas para reger as relações individuais de trabalho


durante sua vigência;
V - Normas para a conciliação das divergências sugeridas entre os
convenentes por motivos da aplicação de seus dispositivos;
VI - Disposições sobre o processo de sua prorrogação e de revisão total
ou parcial de seus dispositivos;
VII - Direitos e deveres dos empregados e empresas;
VIII - Penalidades para os Sindicatos convenentes, os empregados e as
empresas em caso de violação de seus dispositivos.

➢ Forma
Os CCT e ACT são, necessariamente, escritos (ou seja, não podem ser
verbais):
CLT, art. 613, parágrafo único. As convenções e os Acordos serão
celebrados por escrito, sem emendas nem rasuras, em tantas vias
quantos forem os Sindicatos convenentes ou as empresas acordantes,
além de uma destinada a registro.
Por este motivo diz-se que tais instrumentos são solenes.
Em relação à forma de aprovação de CCT e ACT, quórum de associados para
votação, etc. a CLT estabelece algumas regras que parte da doutrina critica
(pois estas regulamentações e procedimentos caberiam aos estatutos dos
sindicatos e não à lei).
Apesar desta divergência é oportuno conhecer alguns dos requisitos exigidos
pela CLT:
CLT, art. 612 - Os Sindicatos só poderão celebrar Convenções ou Acordos
Coletivos de Trabalho, por deliberação de Assembleia Geral especialmente
convocada para esse fim, consoante o disposto nos respectivos Estatutos,
dependendo a validade da mesma do comparecimento e votação, em
primeira convocação, de 2/3 (dois terços) dos associados da entidade, se
se tratar de Convenção, e dos interessados, no caso de Acordo, e, em
segunda, de 1/3 (um terço) dos mesmos.
Parágrafo único. O "quorum" de comparecimento e votação será de 1/8
(um oitavo) dos associados em segunda convocação, nas entidades
sindicais que tenham mais de 5.000 (cinco mil) associados.
Sobre a forma de publicidade do instrumento negocial, a CLT estabelece a
necessidade de apresentar o CCT e o ACT para ser registrado e arquivado no
Ministério do Trabalho – MTb -, no prazo de 8 dias contados de sua assinatura.
Além disso, foi também estabelecido o prazo de 5 dias, a contar do depósito do
instrumento negocial no MTb, para que cópias do documento coletivo sejam
afixadas de modo visível, pelos sindicatos convenentes, nos estabelecimentos
de empresas abrangidas pelo mesmo.

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➢ Vigência
Pelo disposto na CLT, a vigência do instrumento coletivo está condicionada ao
seu depósito no MTb:
CLT, art. 614, § 1º As Convenções e os Acordos entrarão em vigor 3
(três) dias após a data da entrega dos mesmos no órgão referido neste
artigo.
Esta questão, porém, não é pacífica na doutrina. Há entendimentos de que
mesmo não havendo o depósito no MTb o diploma coletivo pode estar em vigor.
Segue um julgado do TST onde podemos identificar tal interpretação:
AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. HORAS EXTRAS.
ALTERAÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO POR NORMA COLETIVA.
AUSÊNCIA DE REGISTRO NA DRT. VALIDADE. O entendimento
sedimentado nesta Corte é no sentido de que a ausência de registro ou
arquivamento do acordo coletivo no órgão competente não invalida o
acordo coletivo. (...). Agravo de instrumento conhecido e não provido.
(AIRR-60740-96.2007.5.02.0033 Data de Julgamento: 30/05/2012, Relatora Ministra:
Dora Maria da Costa, 8ª Turma, Data de Publicação: DEJT 01/06/2012.)

➢ Duração
A duração máxima dos CCT e ACT foi definido pela Consolidação das Leis do
Trabalho como sendo de 2 anos:
CLT, art. 614, § 3º Não será permitido estipular duração de Convenção
ou Acordo superior a 2 (dois) anos.
Assim, não se admite a duração de CCT e ACT por prazo superior. Por este
motivo a questão abaixo está correta:

FCC/TRT2 – Analista Judiciário – Área Execução de Mandados – 2008


Não é permitida a estipulação de Convenções Coletivas de Trabalho e
Acordos Coletivos de Trabalho com duração superior a dois anos.

O debate, neste contexto, diz respeito à aderência permanente (ou não) das
regras jurídicas nos contratos de trabalho dos empregados, mesmo depois de
cessada a duração do instrumento coletivo que a previa.
Os posicionamentos doutrinários dividem-se nas teorias da aderência irrestrita,
aderência limitada pelo prazo e aderência limitada por revogação.
Resumidamente seria o seguinte:

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As disposições dos CCT e ACT aderem de forma


permanente nos contratos de trabalho dos
Aderência
»» empregados, não podendo mais ser suprimidos. É
irrestrita
que por esta teoria, às disposições do instrumento
coletivo se aplica o art. 468 da CLT12.

Em contraponto à teoria anterior, esta defende que


Aderência as disposições de CCT e ACT somente surtem efeitos
limitada »» durante a vigência do diploma autônomo, não
pelo prazo havendo aderência das disposições juscoletivas nos
contratos de trabalho.

Esta é uma teoria intermediária, segundo a qual as


Aderência
regras instituídas pela CCT ou ACT vigoram até que
limitada por »»
sejam revogadas (expressamente ou tacitamente)
revogação
por outro diploma negocial.

Passemos agora aos comentários complementares sobre o esquema


apresentado.
A teoria da aderência irrestrita não tem sido prestigiada atualmente, e, como
mencionado no quadro acima, fundamenta-se no art. 468 da CLT:
CLT, art. 468 - Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração
das respectivas condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde
que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob
pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia.
A teoria da aderência limitada pelo prazo possuía prestígio na doutrina e
jurisprudência, e se relaciona à antiga redação da Súmula 277 do TST:
SUM-277 SENTENÇA NORMATIVA. CONVENÇÃO OU ACORDO COLETIVOS.
VIGÊNCIA. REPERCUSSÃO NOS CONTRATOS DE TRABALHO
I - As condições de trabalho alcançadas por força de sentença normativa,
convenção ou acordos coletivos vigoram no prazo assinado, não
integrando, de forma definitiva, os contratos individuais de trabalho.
II – Ressalva-se da regra enunciada no item I o período compreendido
entre 23.12.1992 e 28.07.1995, em que vigorou a Lei nº 8.542, revogada

12 CLT, art. 468 - Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições
por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao
empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia.

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pela Medida Provisória nº 1.709, convertida na Lei nº 10.192, de


14.02.2001.
Já a teoria da aderência limitada por revogação, que é posição
intermediária em relação às outras duas, é a tecnicamente mais adequada,
segundo o posicionamento de Mauricio Godinho Delgado13:
“É a posição tecnicamente mais correta e doutrinariamente mais sábia –
embora não fosse, reconheça-se, prestigiada de modo notável na
jurisprudência entre 1988 até fins da primeira década do novo século. Em
2008, entretanto, a partir de decisões da seção de Dissídios Coletivos do
TST em sentenças normativas, começou a despontar com energia na
jurisprudência da Corte Superior Trabalhista, alcançando o status de
Precedente Normativo 120 da SDC em 2011 e, finalmente, texto explícito
renovado da Súmula 277 em setembro de 2012”.
Esta teoria foi sedimentada na nova redação da Súmula 277, alterada em
setembro de 2012:
SUM-277 CONVENÇÃO COLETIVA DE TRABALHO OU ACORDO COLETIVO
DE TRABALHO. EFICÁCIA. ULTRATIVIDADE.
As cláusulas normativas dos acordos coletivos ou convenções coletivas
integram os contratos individuais de trabalho e somente poderão ser
modificadas ou suprimidas mediante negociação coletiva de trabalho.
A ultratividade, como mencionado no verbete, é conceituada por Carvalho,
Magalhães e Delgado14 como
“A norma coletiva de trabalho é ultra-ativa, ou reveste-se de ultra-
atividade, quando continua eficaz após o seu termo final de vigência. Se
uma categoria profissional e a representação patronal definem quais os
direitos que devem ser assegurados a certos trabalhadores a partir da
data inicial de vigência de uma convenção ou acordo coletivo, o advento
da data derradeira de vigência dessa norma não lhe retirará a eficácia.”
Assim, podemos visualizar a ultratividade tanto na teoria da aderência
irrestrita quanto na teoria da aderência limitada por revogação.
Sobre isto os Ministros15 observam que
“Mas a ultra-atividade segue ao menos dois modelos, que se distinguem
pelo seu caráter condicionado ou incondicionado: a ultra-atividade
incondicionada dá-se em alguns países nos quais uma conquista obreira
obtida mediante negociação coletiva não pode ser jamais suprimida,
incorporando-se definitivamente ao patrimônio dos trabalhadores; noutros
países, a ultra-atividade da cláusula resultante de negociação coletiva
está condicionada à inexistência de norma coletiva posterior que a

13 DELGADO, Mauricio Godinho. Op. cit. p. 1432.


14 CARVALHO, Augusto César Leite de; ARRUDA, Kátia Magalhães; DELGADO, Mauricio Godinho. A
Súmula Nº 277 e a Defesa da Constituição. Disponível em < http://aplicacao.tst.jus.br/dspace/
bitstream/handle/1939/28036/2012_sumula_277_aclc_kma_mgd.pdf?sequence=1>
15 Idem.

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revogue, ou seja, a cláusula normativa pode ser suprimida ou quiçá ter o


seu alcance reduzido mediante norma coletiva superveniente,
imunizando-se o seu conteúdo somente quanto à incidência das
alterações individuais do contrato de trabalho.”
No Brasil, portanto, prevalece a teoria da aderência limitada por revogação
(ultratividade relativa).
A alteração da Súmula 277, em verdade, não se constituiu em completa
inovação no modo de se considerar a vigência de diplomas coletivos: o próprio
Tribunal já sinalizava este entendimento em alguns de seus julgados, como
arrematam os Ministros na conclusão do artigo16:
“A jurisprudência que emana da Seção de Dissídios Coletivos do Tribunal
Superior do Trabalho já sinalizava um claro dissenso com a orientação
predominante nos órgãos fracionários que, inspirados na antiga redação
da Súmula nº 277, afastavam a eficácia da norma coletiva após seu prazo
de vigência, ainda que outra norma coletiva não houvesse surgido a reger
as relações coletivas de trabalho correspondentes. A nova redação da
Súmula nº 277 do TST não cria direitos e benefícios. Permite, ao invés,
que as regras coletivas se desenvolvam sobre os pontos relevantes, ou
seja, a propósito dos direitos não regidos pela norma coletiva de trabalho
precedente, salvo se há a intenção de modificá-los ou suprimi-los. Além
disso, atende à lógica prevista no art. 7º da CF quando trata da
preservação dos direitos que visem à melhoria das condições sociais dos
trabalhadores. Leva, enfim, ao equilíbrio de forças, absolutamente
essencial à negociação coletiva no contexto de um estado democrático
(princípio da equivalência entre os contratantes coletivos). A ultra-
atividade condicional, ou seja, aquela que faz a norma coletiva prevalecer
até que a cláusula de interesse seja eventualmente derrogada por norma
coletiva posterior, promove a harmonia entre os atores coletivos da
relação laboral, impondo a negociação coletiva de trabalho como um
modo necessário de rever conquistas obreiras, sem o artifício de tê-las
suprimidas pela mera passagem do tempo.”

Antes de encerrar, é importante conhecer o posicionamento do STF a respeito.


Ao contrário do TST, o STF, em mais de uma oportunidade (ADPF 323 e RCL
26.256), tem entendido, embora de forma monocrática, que não deve
prevalecer a ultratividade das normas coletivas. A este respeito, o Ministro
Gilmar Mendes chegou a conceder liminar suspendendo os efeitos da SUM-
277 do TST.
-----
Para encerrar o assunto, vamos acrescentar no nosso quadro anterior mais
algumas informações, que complementam as teorias quanto à vigência dos
acordos e convenções coletivos de trabalho:

16 Idem.

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As disposições dos CCT e ACT aderem de forma


Aderência
permanente nos contratos de trabalho dos
irrestrita
»» empregados, não podendo mais ser suprimidos. É
(ultratividade
que, por esta teoria, às disposições do instrumento
plena)
coletivo se aplica o art. 468 da CLT17.

Em contraponto à teoria anterior, esta defende que


Aderência as disposições de CCT e ACT somente surtem efeitos
limitada pelo durante a vigência do diploma autônomo, não
»»
prazo (sem havendo aderência das disposições juscoletivas nos
ultratividade) contratos de trabalho. Prestigiada pela antiga
redação da Súmula 277 do TST.

Aderência Esta é uma teoria intermediária, segundo a qual as


limitada por regras instituídas pela CCT ou ACT vigoram até que
revogação »» sejam revogadas (expressamente ou tacitamente)
(ultratividade por outro diploma negocial. Prestigiada pela atual
relativa) redação da Súmula 277 do TST.

Sobre a duração das disposições de CCT e ACT, a par de todas estas teorias
acima expostas, a doutrina reconhece que o piso salarial estabelecido em
instrumento coletivo adere, de forma permanente, aos contratos de trabalho,
em respeito ao princípio da irredutibilidade salarial.
Outra situação correlata diz respeito aos casos em que existia disposição sobre
garantia de emprego na CCT ou ACT (em período superior ao estabelecido em
lei18, claro), que já perdeu a vigência; se, durante sua vigência, o empregado
se acidentou, ele continuará fazendo jus à estabilidade provisória mais
vantajosa mesmo depois que o diploma autônomo já não mais está vigendo?
Exemplo: a CCT previu que os empregados abrangidos pela mesma teriam
garantia de emprego de 3 anos caso fossem vítimas de acidente do trabalho.
Durante a vigência da CCT o empregado sofreu acidente de trabalho, e poucos
meses depois a CCT deixou de viger. Ele continuará a ter o direito da garantia
de emprego prevista na CCT?
A resposta é afirmativa, com fundamento na OJ 41 do TST:

17 CLT, art. 468 - Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições
por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao
empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia.
18 Lei 8.213/91, art. 118. O segurado que sofreu acidente do trabalho tem garantida, pelo prazo
mínimo de doze meses, a manutenção do seu contrato de trabalho na empresa, após a cessação do auxílio-
doença acidentário, independentemente de percepção de auxílio-acidente.

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OJ-SDI1-41 ESTABILIDADE. INSTRUMENTO NORMATIVO. VIGÊNCIA.


EFICÁCIA
Preenchidos todos os pressupostos para a aquisição de estabilidade
decorrente de acidente ou doença profissional, ainda durante a vigência
do instrumento normativo, goza o empregado de estabilidade mesmo
após o término da vigência deste.

➢ Prorrogação, revisão, denúncia, revogação


Na CLT também existe previsão quanto à possibilidade da CCT ou ACT ser
prorrogada, revisada, denunciada ou revogada:
CLT, art. 615 - O processo de prorrogação, revisão, denúncia ou
revogação total ou parcial de Convenção ou Acordo ficará subordinado,
em qualquer caso, à aprovação de Assembleia Geral dos Sindicatos
convenentes ou partes acordantes, com observância do disposto no art.
612.
§ 1º O instrumento de prorrogação, revisão, denúncia ou revogação de
Convenção ou Acordo será depositado para fins de registro e
arquivamento, na repartição em que o mesmo originariamente foi
depositado observado o disposto no art. 614.
§ 2º As modificações introduzidas em Convenção ou Acordo, por força de
revisão ou de revogação parcial de suas cláusulas passarão a vigorar 3
(três) dias após a realização de depósito previsto no § 1º.

Quanto à prorrogação, precisamos lembrar que a própria CLT estabelece


vigência máxima de 2 anos para os diplomas coletivos. Sendo assim, a eventual
prorrogação (somada à vigência inicial, deve respeitar este prazo máximo).
É comum na prática encontrar CCT e ACT com vigência prevista de um ano, e,
neste caso, a eventual prorrogação seria de no máximo um ano. Este é o teor
da OJ 322 do TST:
OJ-SDI1-322 ACORDO COLETIVO DE TRABALHO. CLÁUSULA DE TERMO
ADITIVO PRORROGANDO O ACORDO PARA PRAZO INDETERMINADO.
INVÁLIDA
Nos termos do art. 614, § 3º, da CLT, é de 2 anos o prazo máximo de
vigência dos acordos e das convenções coletivas. Assim sendo, é inválida,
naquilo que ultrapassa o prazo total de 2 anos, a cláusula de termo
aditivo que prorroga a vigência do instrumento coletivo originário por
prazo indeterminado.
A revisão do diploma coletivo é o procedimento pelo qual as partes envolvidas
na negociação decidem alterar determinada (s) cláusula (s) durante a vigência
do mesmo.

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Já a denúncia significa que uma das partes pretende não cumprir o


instrumento coletivo em vigor, e comunica a outra parte de sua intenção.
Por fim, a revogação (total ou parcial) tem lugar quando as partes decidem,
como o nome sugere, revogar algumas cláusulas - ou a totalidade - do CCT ou
ACT vigorante.
Em todos estes casos mencionados, conforme previsto no art. 615 e seus
parágrafos, tais alterações devem se subordinar, em qualquer caso, à
aprovação de Assembleia Geral dos Sindicatos convenentes ou partes
acordantes.

3.4. Hierarquia entre CCT e ACT


É possível que seja celebrada CCT entre os sindicatos obreiro e patronal e, ao
mesmo tempo, esteja em vigor ACT celebrado entre o sindicato obreiro e
empresas (s) da categoria econômica representada pelo sindicato patronal que
celebrou a CCT.
Nestes casos, que diploma coletivo será aplicável aos trabalhadores da (s)
empresa (s) citada (s) acima, que estarão abrangidos pela CCT e também pelo
ACT?
Para responder a esta pergunta é preciso saber que, no Direito do Trabalho,
não se aplicam integralmente a pirâmide hierárquica rígida das normas como no
Direito Comum, e, também, a regra segundo a qual lei específica prevalece
sobre lei geral.
No Direito Comum, como estudamos nas matérias Direito Constitucional e
Direito Administrativo, existe nítida hierarquia das normas, estando no ápice da
pirâmide normativa a Constituição, e abaixo dela as emendas constitucionais,
leis, medidas provisórias, decretos, etc.
No Direito do Trabalho não se obedece exatamente a esta regra, até porque, no
ramo justrabalhista, existem também as normas autônomas (elaboradas pelos
seus próprios destinatários, como é o caso das CCT e ACT).
Ao comentar o assunto, o Ministro Godinho19 esclarece que
“Em primeiro lugar, no ramo justrabalhista não se deve, em princípio,
falar em hierarquia de diplomas normativos20, mas em hierarquia de
regras jurídicas (heterônomas e autônomas). Em segundo lugar, o critério
informativo da pirâmide hierárquica justrabalhista é distinto do rígido e
inflexível imperante no direito comum. A eleição da norma jurídica – em
vez do diploma normativo – como elemento integrante da pirâmide
hierárquica justrabalhista resulta da composição altamente diversificada
do universo de fontes características a esse ramo jurídico especializado,
em que cumprem papel de alto relevo fontes de origem não estatal
(fontes autônomas)”.

19 DELGADO, Mauricio Godinho. Op. cit. p. 1427.


20 Diploma normativo está sendo utilizado como sinônimo de lei em sentido material.

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Sobre a relação entre lei específica e lei geral, no Direito Comum a primeira
prevalece sobre a segunda. No Direito do Trabalho, especialmente entre CCT e
ACT, não se pode utilizar de modo inflexível a mesma regra (mesmo
imaginando que a CCT, abrangendo toda a categoria profissional, seria “geral” e
a ACT, por se aplicar a apenas uma – ou mais – empresa, seria “específica”).
A questão é a seguinte: no Direito do Trabalho deve-se observar o princípio da
norma mais favorável e, com isto, é possível que a CCT prevaleça sobre o
ACT. Nesta linha o art. 620 da CLT:
CLT, art. 620. As condições estabelecidas em Convenção quando mais
favoráveis, prevalecerão sobre as estipuladas em Acordo.
Tratando da hierarquia normativa justrabalhista, relacionando a pirâmide
hierárquica e o princípio da norma mais favorável, o Ministro Godinho 21 ensina
que
“(...) aplicar-se-á ao caso concreto – sendo naquele caso
hierarquicamente superior – a norma mais favorável ao empregado. O
vértice da pirâmide normativa, variável e mutável – ainda que apreendido
segundo um critério permanente -, não será a Constituição Federal ou a
lei federal necessariamente, porém a norma mais favorável ao
trabalhador. Não há, assim, uma contradição inconciliável entre as regras
heterônomas estatais e regras autônomas privadas coletivas (entre o
Direito do Estado e o Direito dos grupos sociais), mas uma espécie de
incidência concorrente: a norma que disciplinar uma dada relação de
modo mais benéfico ao trabalhador prevalecerá sobre as demais, sem
derrogação permanente, mas mero preterimento, na situação concreta
enfocada”.
Nesse sentido, a SUM-202 do TST é reflexo deste entendimento:
Súmula nº 202 do TST - GRATIFICAÇÃO POR TEMPO DE SERVIÇO.
COMPENSAÇÃO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003.
Existindo, ao mesmo tempo, gratificação por tempo de serviço outorgada
pelo empregador e outra da mesma natureza prevista em acordo coletivo,
convenção coletiva ou sentença normativa, o empregado tem direito a
receber, exclusivamente, a que lhe seja mais benéfica.
Acabamos de ver como solucionar um conflito entre o ACT e a CCT. Agora
vamos fazer um parêntese aqui para ver a solução para o conflito entre algum
desses instrumentos e o próprio contrato de trabalho.
A solução para este conflito é a seguinte:
CLT, art. 619. Nenhuma disposição de contrato individual de
trabalho que contrarie normas de Convenção ou Acôrdo Coletivo de
Trabalho poderá prevalecer na execução do mesmo, sendo
considerada nula de pleno direito.

21 DELGADO, Mauricio Godinho. Op. cit. p. 1428.

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Portanto, segundo a CLT, as disposições do contrato de trabalho que


contrariarem ACT ou CCT serão nulas de pleno direito, não podendo prevalecer
sobre os instrumentos coletivos.
Feitas estas considerações, precisamos responder a mais uma pergunta: como
definir qual é a norma mais benéfica ao trabalhador?
À primeira vista pode parecer uma pergunta simples, mas não é: ao tratar de
determinado assunto, uma CCT pode prever garantias e direitos vantajosos,
mas, ao mesmo tempo, o ACT pode tratar de outros aspectos de maneira mais
interessante ao empregado (comparando com a mesma CCT).
Neste caso, se cláusulas de ambos os instrumentos possuem disposições
benéficas, como definir qual a norma aplicável? Aplicar-se-ão trechos de cada
um dos instrumentos? Ou será eleito o mais vantajoso para aplicação, de forma
integral, no caso concreto?
Aqui então precisamos apresentar as duas teorias que trazem a solução para
estes casos. São elas a teoria da acumulação e a teoria do conglobamento.

➢ Teoria da acumulação
Pela teoria da acumulação, deve-se utilizar no caso concreto os dispositivos
mais favoráveis ao empregado, fracionando-os. Em outras palavras: aplicar-se-
ia a uma situação fática mais de um texto normativo, fragmentando seus
dispositivos.
Esta teoria não tem sido prestigiada, porque afronta a visão do Direito como um
sistema.

➢ Teoria do conglobamento
A teoria do conglobamento, dominante na doutrina, propõe que as
disposições sobre a matéria em questão devem ser analisadas globalmente
dentro de cada texto normativo e será aplicável ao caso o conjunto mais
benéfico ao empregado.
Assim, aqui não há fracionamento de dispositivos sobre o mesmo assunto,
sendo cabível a aplicação das disposições integrais do texto normativo mais
favorável sobre a matéria.

3.5. Limites à negociação coletiva


A capacidade dos sindicatos e empresas em negociar coletivamente encontra
limites, e este será o objeto do presente tópico.
Um aspecto já abordado na aula que convém repisar é a questão da
impossibilidade de se transacionar direito revestidos de indisponibilidade
absoluta (estes não podem ser transacionados por CCT ou ACT).

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Relembrando o quadro que facilita a visualização da diferença entre


indisponibilidade absoluta e relativa:

Indisponibilidade absoluta Indisponibilidade relativa

O direito enfocado merece uma O direito enfocado traduz interesse


tutela de nível de interesse individual ou bilateral simples, que
público, por traduzir um patamar não caracterize um padrão
civilizatório mínimo firmado pela civilizatório geral mínimo firmado
sociedade política em um dado pela sociedade política em um dado
momento histórico. momento histórico.

Exemplo: mudança da modalidade


Exemplos: direito à assinatura da de pagamento de salário (salário
CTPS, salário mínimo, normas de fixo versus salário variável), desde
segurança e saúde no trabalho. que não resulte em prejuízo ao
obreiro.

Sobre o assunto jornada de trabalho e descansos, é interessante ressaltar que


as regras limitadoras da duração do trabalho constituem medida de higiene,
segurança e saúde (natureza de ordem pública), e por isto não podem ser
livremente negociadas coletivamente.
Acerca disto cite-se a Súmula 449 (conversão da OJ 372), que inviabiliza
pretensão negocial no sentido de flexibilizar (em prejuízo do empregado) o
limite legal de cômputo de jornada extraordinária:
SÚMULA 449 MINUTOS QUE ANTECEDEM E SUCEDEM A JORNADA DE
TRABALHO. LEI Nº 10.243, DE 19.06.2001. NORMA COLETIVA.
FLEXIBILIZAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE
A partir da vigência da Lei nº 10.243, de 19.06.2001, que acrescentou o §
1º ao art. 58 da CLT, não mais prevalece cláusula prevista em convenção
ou acordo coletivo que elastece o limite de 5 minutos que antecedem e
sucedem a jornada de trabalho para fins de apuração das horas extras.
Quanto ao tempo in itinere, a CLT permite que haja um controle diferenciado
para as microempresas (ME) e empresas de pequeno porte (EPP):
CLT, art.58, § 3º Poderão ser fixados, para as microempresas e empresas
de pequeno porte, por meio de acordo ou convenção coletiva, em caso de
transporte fornecido pelo empregador, em local de difícil acesso ou não
servido por transporte público, o tempo médio despendido pelo
empregado, bem como a forma e a natureza da remuneração.

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Assim, empresas de um modo geral cujos deslocamentos de empregados


demandem horas in itinere devem controlar a jornada e registrar o tempo
efetivo de deslocamento.
No caso da ME/EPP, por meio de negociação coletiva, pode-se estabelecer
tempo médio in itinere.

Percebam que não é permitido às


negociações coletivas envolvendo
ME/EPP simplesmente desconsiderar as
horas in itinere, mas apenas estipular o
tempo médio de tal deslocamento.

Sobre limitação da negociação coletiva também é interessante mencionar a OJ-


SDI1-420, com a qual o TST sedimentou a interpretação de que não tem
validade negociação que retroage para estabelecer jornada de oito horas em
turnos ininterruptos de revezamento:
OJ-SDI1-420 TURNOS ININTERRUPTOS DE REVEZAMENTO.
ELASTECIMENTO DA JORNADA DE TRABALHO. NORMA COLETIVA COM
EFICÁCIA RETROATIVA. INVALIDADE.
É inválido o instrumento normativo que, regularizando situações
pretéritas, estabelece jornada de oito horas para o trabalho em turnos
ininterruptos de revezamento.
Para situar o(a) leitor(a), lembremos que, no regime de turnos ininterruptos
de revezamento, a regra é que a jornada seja de seis horas:
CF/88, art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de
outros que visem à melhoria de sua condição social:
(...)
XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos
ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva;
Caso haja negociação coletiva em sentido contrário (estabelecendo jornada
superior a seis horas), não cabe o pagamento do adicional:
SUM-423 TURNO ININTERRUPTO DE REVEZAMENTO. FIXAÇÃO DE
JORNADA DE TRABALHO MEDIANTE NEGOCIAÇÃO COLETIVA. VALIDADE.
Estabelecida jornada superior a seis horas e limitada a oito horas por
meio de regular negociação coletiva, os empregados submetidos a turnos
ininterruptos de revezamento não tem direito ao pagamento da 7ª e 8ª
horas como extras.

No caso da OJ-SDI1-420, após os empregados terem laborado além das seis


horas em turnos ininterruptos (caso em que fariam jus ao adicional de horas

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extraordinárias das sétima e oitava horas), o sindicato quis “negociar”


retroativamente de modo a tirar dos empregados o direito ao adicional.
-------
Outras disposições importantes foram inseridas nas súmulas do TST em junho
de 2016. O item VI da SUM-85, inserido em junho de 2016:
SUM-85, VI - Não é válido acordo de compensação de jornada em
atividade insalubre, ainda que estipulado em norma coletiva, sem a
necessária inspeção prévia e permissão da autoridade competente, na
forma do art. 60 da CLT.

O item II da SUM-364, inserido em junho de 2016:


SUM-364, II - Não é válida a cláusula de acordo ou convenção coletiva de
trabalho fixando o adicional de periculosidade em percentual inferior
ao estabelecido em lei e proporcional ao tempo de exposição ao risco,
pois tal parcela constitui medida de higiene, saúde e segurança do
trabalho, garantida por norma de ordem pública (arts. 7º, XXII e XXIII, da
CF e 193, §1º, da CLT).

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4 - Questões comentadas
1. FCC/TRT11 – Oficial de Justiça Avaliador – 2017
A Cláusula X da Convenção Coletiva de Trabalho H fixa adicional de
insalubridade em 10% sobre o salário mínimo regional quando a
insalubridade for graduada em grau médio. A Cláusula Y da Convenção
Coletiva de Trabalho G fixa adicional de insalubridade proporcional ao
tempo de exposição, limitando em 5%, 10% e 15% sobre o salário mínimo
regional, respectivamente, de acordo com o grau constatado, se mínimo,
médio ou máximo. Nestes casos,
(A) ambas as cláusulas são válidas, mas carentes de eficácia.
(B) somente a cláusula X é inválida.
(C) somente a cláusula Y é inválida.
(D) ambas as cláusulas são inválidas.
(E) ambas as cláusulas são válidas e eficazes.
Comentários
Gabarito (D).
Ambas cláusulas são inválidas. A cláusula X é inválida por dois motivos. Em
primeiro lugar, após a CF/88 não mais existem salários mínimos regionais. Por
força do inciso IV do art. 7º da CF, o salário mínimo é nacionalmente unificado.
Além disso, uma CCT não pode utilizar o salário mínimo como base de cálculo
de verba trabalhista, conforme determina o STF:
SÚMULA VINCULANTE Nº 4
Salvo nos casos previstos na constituição, o salário mínimo não pode ser
usado como indexador de base de cálculo de vantagem de servidor
público ou de empregado, nem ser substituído por decisão judicial.
Por sua vez, a cláusula Y é inválida, além desses motivos, também porque não
se pode fixar percentual do adicional inferior ao previsto em lei. Aplica-se por
analogia o disposto no item II da SUM-364 do TST:
SUM-364 ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. EXPOSIÇÃO EVENTUAL,
PERMANENTE E INTERMITENTE
(..)
II - Não é válida a cláusula de acordo ou convenção coletiva de trabalho
fixando o adicional de periculosidade em percentual inferior ao estabelecido
em lei e proporcional ao tempo de exposição ao risco, pois tal parcela
constitui medida de higiene, saúde e segurança do trabalho, garantida por
norma de ordem pública (arts. 7º, XXII e XXIII, da CF e 193, §1º, da CLT).

2. CESPE/TRT8 – TJAA – 2016


Acerca das comissões de conciliação prévia, assinale a opção correta.

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(A) Membro suplente dos empregados de comissão de conciliação prévia


não possui estabilidade.
(B) Qualquer demanda trabalhista pode ser objeto de discussão em
comissão de conciliação prévia.
(C) Será descontado da sua folha de pagamento o valor equivalente ao
período em que empregado designado a atuar como conciliador em data
de expediente esteve ausente do trabalho.
(D) As comissões de conciliação prévia são necessariamente compostas
pelo sindicato dos empregados e pelo sindicato dos empregadores.
(E) O mandato dos membros das comissões de conciliação prévia é de
dois anos, vedada a recondução.
Comentários:
Gabarito (B), com fundamento no art. 625-D da CLT:
CLT, art. 625-D. Qualquer demanda de natureza trabalhista será
submetida à Comissão de Conciliação Prévia se, na localidade da
prestação de serviços, houver sido instituída a Comissão no âmbito da
empresa ou do sindicato da categoria.
A alternativa (A) está incorreta, já que o membro suplente possui sim a
mesma estabilidade do titular.
A alternativa (C) está incorreta, já que o tempo em que o empregado atua
como conciliador é contado como jornada de trabalho:
CLT, art. 625-B, § 2º O representante dos empregados desenvolverá seu
trabalho normal na empresa afastando-se de suas atividades apenas
quando convocado para atuar como conciliador, sendo computado
como tempo de trabalho efetivo o despendido nessa atividade.
A alternativa (D) está incorreta, pois não necessariamente há participação dos
sindicatos na composição das CCPs. No caso das CCPs no âmbito das empresas,
a metade de seus membros é indicada pelo empregador e a outra metade eleita
pelos empregados (art. 625-B, I).
A alternativa (E) está incorreta, já que o mandato é de 1 ano, permitida uma
recondução.

3. CESPE/TRT8 – AJAA – 2016


Com base no direito coletivo do trabalho, assinale a opção correta.
(A) É aplicável multa prevista em instrumento normativo — sentença
normativa, convenção ou acordo coletivo — no caso de descumprimento
de obrigação prevista em lei, ainda que a norma coletiva seja mera
repetição de texto legal.
(B) É válida a cláusula de acordo ou convenção coletiva de trabalho que
contemple a supressão do intervalo intrajornada.

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(C) Caso o empregador estabeleça gratificação por tempo de serviço e


posteriormente seja a mesma gratificação determinada em convenção
coletiva da categoria, o empregado terá direito ao recebimento apenas da
descrita na convenção coletiva, com exclusão da prevista em seu contrato
de trabalho.
(D) Para o cálculo do valor da hora suplementar, considera-se apenas o
valor da hora normal, integrado por parcela de natureza salarial, não se
computando os acréscimos previstos em acordo coletivo ou convenção
coletiva.
(E) As cláusulas normativas dos acordos coletivos ou convenções coletivas
não integram os contratos individuais de trabalho e somente poderão ser
modificadas ou suprimidas mediante negociação coletiva de trabalho.
Comentários:
Gabarito (A), conforme item II da SUM-384 do TST:
SUM-384 MULTA CONVENCIONAL. COBRANÇA
II - É aplicável multa prevista em instrumento normativo (sentença
normativa, convenção ou acordo coletivo) em caso de descumprimento de
obrigação prevista em lei, mesmo que a norma coletiva seja mera
repetição de texto legal.
A alternativa (B) contraria expressamente a SUM-437 do TST:
SUM-437, II - É inválida cláusula de acordo ou convenção coletiva de
trabalho contemplando a supressão ou redução do intervalo intrajornada
porque este constitui medida de higiene, saúde e segurança do trabalho,
garantido por norma de ordem pública (art. 71 da CLT e art. 7º, XXII22,
da CF/1988), infenso à negociação coletiva.
A alternativa (C) está incorreta, uma vez que vai de encontro à SUM-202 do
TST:
Súmula nº 202 do TST - GRATIFICAÇÃO POR TEMPO DE SERVIÇO.
COMPENSAÇÃO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
Existindo, ao mesmo tempo, gratificação por tempo de serviço outorgada
pelo empregador e outra da mesma natureza prevista em acordo coletivo,
convenção coletiva ou sentença normativa, o empregado tem direito a
receber, exclusivamente, a que lhe seja mais benéfica.
A alternativa (D) está incorreta, já que contraria a SUM-264 do TST:
Súmula nº 264 do TST - HORA SUPLEMENTAR. CÁLCULO (mantida) - Res.
121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003

22
CF/88, art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:
(...)
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e
segurança;

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A remuneração do serviço suplementar é composta do valor da hora


normal, integrado por parcelas de natureza salarial e acrescido do
adicional previsto em lei, contrato, acordo, convenção coletiva ou
sentença normativa.
A alternativa (E) está incorreta, pois está em desacordo com a SUM-277 do
TST:
SUM-277 CONVENÇÃO COLETIVA DE TRABALHO OU ACORDO COLETIVO
DE TRABALHO. EFICÁCIA. ULTRATIVIDADE.
As cláusulas normativas dos acordos coletivos ou convenções coletivas
integram os contratos individuais de trabalho e somente poderão ser
modificadas ou suprimidas mediante negociação coletiva de trabalho.

4. CESPE/AGU – Procurador – 2015


A comissão de conciliação prévia é órgão extrajudicial cuja atribuição legal
é conciliar os conflitos individuais de trabalho, não podendo ela exercer a
função de órgão de assistência e homologação de rescisão de contrato de
trabalho.
Comentários:
Gabarito (C).
De fato, a CCP é um órgão extrajudicial (constituída no âmbito da empresa – ou
dos sindicatos) com a função de promover a conciliação dos conflitos
individuais.
Em relação à assistência e homologação de rescisão, realmente a CLT não
atribuiu esta função a ela.
A localidade onde exista a prestação laboral pode não contar com a presença de
unidade do MTb e nem com representação sindical obreira. Atenta a isto a CLT
dispõe de regra alternativa para assistência à homologação:
CLT, art. 477, § 3º - Quando não existir na localidade nenhum dos órgãos
previstos neste artigo, a assistência será prestada pelo Represente do
Ministério Público ou, onde houver, pelo Defensor Público e, na falta ou
impedimento deste, pelo Juiz de Paz.

5. FCC/TRT2 – Analista Judiciário – Oficial Avaliador – 2014


Em relação à Comissão de Conciliação Prévia, é correto afirmar:
(A) Na Comissão instituída no âmbito da empresa, o representante dos
empregados ficará afastado de suas atividades normais, atuando apenas
como conciliador durante todo o período do mandato.
(B) Como forma de assegurar o funcionamento ininterrupto da Comissão
instituída no âmbito da empresa, há previsão de dois suplentes para cada
membro titular.

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(C) A Comissão instituída no âmbito do sindicato terá sua constituição e


normas de funcionamento definidas no estatuto do sindicato.
(D) A Comissão instituída no âmbito da empresa será composta de, no
mínimo, dois e, no máximo, quinze membros.
(E) O mandado dos membros da Comissão instituída no âmbito da
empresa, titulares e suplentes, é de um ano, permitida uma recondução.
Comentários:
Anulada. Gabarito preliminar (E).
A letra ‘A’ está incorreta, pois a simples eleição do representante dos
empregados não enseja seu afastamento de suas atividades normais na
empresa. O afastamento ocorrerá somente quando este for convocado para
atuar como conciliador. Vejam:
CLT, art. 625-B, § 2º - O representante dos empregados desenvolverá
seu trabalho normal na empresa afastando-se de suas atividades
apenas quando convocado para atuar como conciliador, sendo
computado como tempo de trabalho efetivo o despendido nessa atividade.
A letra ‘B’ também está incorreta, visto que o número de suplentes será igual
ao de titulares:
CLT, art. 625-B, II - haverá na Comissão tantos suplentes quantos forem
os representantes titulares;
A letra ‘C’ igualmente incorreta por contrariar disposições literais da CLT:
CLT, art. 625-C. A Comissão instituída no âmbito do sindicato terá sua
constituição e normas de funcionamento definidas em convenção ou
acordo coletivo.
Por fim, as letras ‘D’ e ‘E’ foram inspiradas nas seguintes disposições:
CLT, art. 625-B. A Comissão instituída no âmbito da empresa será
composta de, no mínimo, dois e, no máximo, dez membros, e
observará as seguintes normas:
I - a metade de seus membros será indicada pelo empregador e outra
metade eleita pelos empregados, em escrutínio secreto, fiscalizado pelo
sindicato de categoria profissional;
II - haverá na Comissão tantos suplentes quantos forem os
representantes titulares;
III - o mandato dos seus membros, titulares e suplentes, é de um ano,
permitida uma recondução.
O gabarito preliminar apontou a letra ‘E’ como correta, mas a questão foi
posteriormente anulada, talvez tenha sido porque o termo correto, nesse caso,
é “mandato” e não “mandado” como constante da assertiva.

6. CESPE/MTE – Auditor Fiscal do Trabalho – 2013

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Nos termos do entendimento sumulado do TST, expirada a vigência da


convenção coletiva, os benefícios proporcionados pela norma coletiva
devem ser mantidos, salvo supressão ou modificação por meio de
negociação coletiva de trabalho.
Comentários:
Gabarito (C), novamente, pois está plenamente de acordo com a nova
redação da Súmula 277 (teoria da aderência limitada por revogação):
SUM-277 CONVENÇÃO COLETIVA DE TRABALHO OU ACORDO COLETIVO
DE TRABALHO. EFICÁCIA. ULTRATIVIDADE.
As cláusulas normativas dos acordos coletivos ou convenções coletivas
integram os contratos individuais de trabalho e somente poderão ser
modificadas ou suprimidas mediante negociação coletiva de trabalho.

7. CESPE/MTE – Auditor Fiscal do Trabalho – 2013


Os acordos realizados no âmbito da comissão de conciliação prévia terão
eficácia liberatória geral, exceto quanto às parcelas expressamente
ressalvadas.
Comentários:
Gabarito (C), pois está de acordo com a regra prevista no art. 625-E,
parágrafo único.

8. Cespe/PG-DF – Procurador - 2013


A convenção coletiva de trabalho, acordo de caráter normativo reconhecido
de forma expressa pela CLT, é enunciada pela CF como fonte capaz de
estabelecer normas e condições de trabalho, mediante a flexibilização de
direitos fundamentais dos trabalhadores, como salários e duração do
trabalho.
Comentários
Gabarito (C).
Em que pese parecer estranha, a assertiva está correta. A Constituição Federal
realmente autoriza as convenções e acordos coletivos do trabalho a flexibilizar
direitos como duração do trabalho e salários.
A duração do trabalho pode ser objeto de compensação por meio de negociação
coletiva (CF, art. 7º, XIII) ou, no caso de TIR, de ampliação da jornada (CF, art.
7º, XIV).
Os salários podem, até mesmo, serem reduzidos mediante acordo ou
convenção coletiva (CF, art. 7º, VI).

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9. FCC/TRT15 – Técnico Judiciário – Área Administrativa –


2013
Considere as seguintes assertivas a respeito das Convenção Coletivas de
Trabalho e sobre os Acordos Coletivos de Trabalho:
I. A Convenção Coletiva de Trabalho é um negócio jurídico de caráter
normativo.
II. O Acordo Coletivo de Trabalho é celebrado entre Sindicatos de
categorias profissionais e uma ou mais empresas da correspondente
categoria para estipular condições de trabalho aplicáveis no âmbito da
empresa ou empresas acordantes.
III. As Convenções Coletivas de Trabalho podem ser estipuladas com o
prazo máximo de duração de um ano.
IV. É vedada a prorrogação total ou parcial de Convenção Coletiva de
Trabalho, em razão da necessidade de atenção ao quórum de votação
mínimo deste instrumento.
Está correto o que se afirma APENAS em
(A) I e II.
(B) I, II e III.
(C) II, III e IV.
(D) I e III.
(E) II e IV.
Comentários:
Gabarito (A), pois apenas I e II estão corretas.
A assertiva I está correta, pois realmente as convenções coletivas são
negócios jurídicos, chamadas, inclusive, de negócios jurídicos coletivos. Quanto
ao seu caráter normativo:
CLT, art. 611 - Convenção Coletiva de Trabalho é o acordo de caráter
normativo, pelo qual dois ou mais Sindicatos representativos de
categorias econômicas e profissionais estipulam condições de trabalho
aplicáveis, no âmbito das respectivas representações, às relações
individuais de trabalho.
Já a assertiva II, que aborda os Acordos Coletivos de Trabalho (ACT), está em
consonância com o seguinte dispositivo:
CLT, art. 611, § 1º É facultado aos Sindicatos representativos de
categorias profissionais celebrar Acordos Coletivos com uma ou mais
empresas da correspondente categoria econômica, que estipulem
condições de trabalho, aplicáveis no âmbito da empresa ou das
acordantes respectivas relações de trabalho.

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A sentença III está incorreta, pois o prazo máximo dos instrumentos coletivos
é de 2 anos.
CLT, art. 614, § 3º Não será permitido estipular duração de Convenção
ou Acordo superior a 2 (dois) anos.
Por fim, a assertiva IV está incorreta, porquanto é admitida sim prorrogação
de tais instrumentos. Relembrando:
CLT, art. 615 - O processo de prorrogação, revisão, denúncia ou
revogação total ou parcial de Convenção ou Acordo ficará subordinado,
em qualquer caso, à aprovação de Assembleia Geral dos Sindicatos
convenentes ou partes acordantes, com observância do disposto no art.
612.
§ 1º O instrumento de prorrogação, revisão, denúncia ou revogação de
Convenção ou Acordo será depositado para fins de registro e
arquivamento, na repartição em que o mesmo originariamente foi
depositado observado o disposto no art. 614.
Ademais, quanto à prorrogação, precisamos lembrar que a própria CLT
estabelece vigência máxima de 2 anos para os diplomas coletivos. Sendo assim,
a eventual prorrogação (somada à vigência inicial, deve respeitar este prazo
máximo).

10. FCC/TRT18 – Analista Judiciário – Área Administrativa –


2013
A Constituição Federal prevê que é obrigatória a participação dos
sindicatos nas negociações coletivas. Sobre essas negociações, conforme
normas previstas na Consolidação das Leis do Trabalho, é correto afirmar
que
(A) as Federações e, na falta destas, as Confederações representativas de
categorias econômicas ou profissionais não poderão celebrar Convenções
Coletivas de Trabalho para reger as relações das categorias a elas
vinculadas, mesmo que a categoria não esteja organizada em Sindicatos.
(B) a Convenção Coletiva de Trabalho é o acordo de caráter normativo,
pelo qual dois ou mais Sindicatos representativos de categorias
econômicas e profissionais estipulam condições de trabalho aplicáveis, no
âmbito das respectivas representações, às relações individuais do
trabalho.
(C) os Sindicatos poderão celebrar Convenções ou Acordos Coletivos de
Trabalho, mesmo que não seja convocada Assembleia Geral para esse fim
específico, visto que representam os interesses coletivos da categoria.
(D) os Acordos e Convenções Coletivos de Trabalho devem conter a
designação dos Sindicatos convenentes ou dos Sindicatos e empresas
acordantes, podendo ser ajustadas por prazo indeterminado.

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DIREITO DO TRABALHO P/ TRT-CE
Teoria e Questões
Aula 09 – Prof. Antonio Daud Jr

(E) os Sindicatos representativos de categorias profissionais poderão


celebrar Acordos Coletivos com uma ou mais empresas da correspondente
categoria econômica, que estipulem condições de trabalho aplicáveis no
âmbito de toda a categoria.
Comentários:
Gabarito (B), pois se trata da definição legal de CCT (art. 611 da CLT):
CLT, art. 611 - Convenção Coletiva de Trabalho é o acordo de caráter
normativo, pelo qual dois ou mais Sindicatos representativos de
categorias econômicas e profissionais estipulam condições de trabalho
aplicáveis, no âmbito das respectivas representações, às relações
individuais de trabalho.
A letra ‘A’ está incorreta ao afirmar que “não poderão”. Quando uma categoria
profissional não é organizada em sindicato, é possível que figure no polo
subjetivo da negociação a federação ou confederação que represente a
categoria:
CLT, art. 611, § 2º As Federações e, na falta desta, as Confederações
representativas de categorias econômicas ou profissionais poderão
celebrar convenções coletivas de trabalho para reger as relações das
categorias a elas vinculadas, inorganizadas em Sindicatos, no âmbito de
suas representações.
A letra ‘C’ também contraria dispositivo da CLT, porquanto a celebração de
ACT ou de CCT somente pode ocorrer mediante assembleia geral convocada
especialmente para esse fim:
CLT, art. 612 - Os Sindicatos só poderão celebrar Convenções ou
Acordos Coletivos de Trabalho, por deliberação de Assembléia Geral
especialmente convocada para êsse fim, consoante o disposto nos
respectivos Estatutos, dependendo a validade da mesma do
comparecimento e votação, em primeira convocação, de 2/3 (dois terços)
dos associados da entidade, se se tratar de Convenção, e dos
interessados, no caso de Acôrdo, e, em segunda, de 1/3 (um têrço) dos
mesmos.
A letra ‘D’ está incorreta, uma vez que o prazo de vigência é cláusula
obrigatória dos instrumentos coletivos.
CLT, art. 613 - As Convenções e os Acordos deverão conter
obrigatoriamente:
I - Designação dos Sindicatos convenentes ou dos Sindicatos e empresas
acordantes;
II - Prazo de vigência;
A letra ‘E’ apresentou incorreção apenas ao final, ao dizer que suas disposições
são aplicáveis a toda a categoria:
CLT, art. 611, § 1º É facultado aos Sindicatos representativos de
categorias profissionais celebrar Acordos Coletivos com uma ou mais

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DIREITO DO TRABALHO P/ TRT-CE
Teoria e Questões
Aula 09 – Prof. Antonio Daud Jr

empresas da correspondente categoria econômica, que estipulem


condições de trabalho, aplicáveis no âmbito da empresa ou das
acordantes respectivas relações de trabalho.

11. FCC/TRT18 – Analista Judiciário – Oficial Avaliador –


2013
Com a atribuição de tentar conciliar os conflitos individuais do trabalho, a
lei instituiu as Comissões de Conciliação Prévia. Sobre elas, é correto
afirmar que
(A) podem ser constituídas por empresas e os sindicatos, por grupos de
empresas ou ter caráter intersindical.
(B) terão composição tripartite, com representantes dos empregados, dos
empregadores e do governo federal.
(C) é vedada a dispensa dos representantes dos empregados membros
titulares da Comissão de Conciliação Prévia, até dois anos após o final do
mandato, salvo se cometerem falta grave.
(D) o termo de conciliação lavrado na Comissão de Conciliação Prévia não
constitui um título executivo extrajudicial, bem como não tem eficácia
liberatória, seja das parcelas expressamente consignadas ou daquelas
ressalvadas.
(E) o prazo prescricional para ação trabalhista não será suspenso ou
interrompido a partir da provocação da Comissão de Conciliação Prévia.
Comentários:
Gabarito (A), assertiva que está em conformidade com o art. 625-A da CLT:
CLT, art. 625-A. As empresas e os sindicatos podem instituir Comissões
de Conciliação Prévia, de composição paritária, com representante dos
empregados e dos empregadores, com a atribuição de tentar conciliar os
conflitos individuais do trabalho.
CLT, art. 625-A, parágrafo único. As Comissões referidas no caput deste
artigo poderão ser constituídas por grupos de empresas ou ter caráter
intersindical.
A letra ‘B’ está incorreta porque a composição das CCP é bipartite, sendo 50%
de representantes de empregados e 50% de representantes de empregadores.
CLT, art. 625-B, I - a metade de seus membros será indicada pelo
empregador e outra metade eleita pelos empregados, em escrutínio
secreto, fiscalizado pelo sindicato de categoria profissional;
A incorreção da letra ‘C’ diz respeito ao prazo da garantia provisória de
emprego. A CLT assegura aos representantes dos empregados nas CCP
garantia provisória de emprego, como disposto no artigo abaixo:

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DIREITO DO TRABALHO P/ TRT-CE
Teoria e Questões
Aula 09 – Prof. Antonio Daud Jr

CLT, art. 625-B, § 1º É vedada a dispensa dos representantes dos


empregados membros da Comissão de Conciliação Prévia, titulares e
suplentes, até um ano após o final do mandato, salvo se cometerem
falta, nos termos da lei.
A letra ‘D’ está incorreta, pois o termo de conciliação constitui sim título
executivo extrajudicial e tem eficácia liberatória geral:
CLT, art. 625-E, parágrafo único. O termo de conciliação é título executivo
extrajudicial e terá eficácia liberatória geral, exceto quanto às parcelas
expressamente ressalvadas.
Por fim, a letra ‘E’ está incorreta porquanto, o art. 625-F estabelece que, a
partir da provocação da CCP, o prazo prescricional será suspenso, não
interrompido.
Isto significa que o prazo prescricional voltará a correr após as situações
mencionadas (ao contrário da interrupção, que faria com que o prazo fosse
renovado).
CLT, art. 625-G. O prazo prescricional será suspenso a partir da
provocação da Comissão de Conciliação Prévia, recomeçando a fluir, pelo
que lhe resta, a partir da tentativa frustrada de conciliação ou do
esgotamento do prazo previsto no art. 625-F.

12. CESPE/TRT8 – Técnico Judiciário – Área Administrativa –


2013
Assinale a opção correta com referência às comissões de conciliação
prévia.
(A) Na mesma localidade e para a mesma categoria, podem existir
comissão de empresa e comissão sindical.
(B) Somente poderá existir comissão de conciliação prévia no âmbito do
sindicato.
(C) O prazo prescricional será interrompido a partir da provocação da
comissão de conciliação prévia.
(D) O termo de conciliação é título executivo judicial e terá eficácia
liberatória geral, exceto quanto às parcelas ressalvadas.
(E) As comissões de conciliação prévia têm prazo de vinte dias para a
realização da sessão de tentativa de conciliação a partir da provocação do
interessado.
Comentários:
Gabarito (A).
CLT, art. 625-A. As empresas e os sindicatos podem instituir Comissões
de Conciliação Prévia, de composição paritária, com representante dos

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DIREITO DO TRABALHO P/ TRT-CE
Teoria e Questões
Aula 09 – Prof. Antonio Daud Jr

empregados e dos empregadores, com a atribuição de tentar conciliar os


conflitos individuais do trabalho.
A alternativa (B) está incorreta pelo mesmo dispositivo celetista acima
transcrito.
Sobre a relação entre atuação da CCP e a prescrição trabalhista, o art. 625-F
estabelece que, a partir da provocação da CCP, o prazo prescricional será
suspenso – e não interrompido, como sugeriu a alternativa (C):
CLT, art. 625-G. O prazo prescricional será suspenso a partir da
provocação da Comissão de Conciliação Prévia, recomeçando a fluir, pelo
que lhe resta, a partir da tentativa frustrada de conciliação ou do
esgotamento do prazo previsto no art. 625-F.
A alternativa (D) está incorreta porque o termo de conciliação é título
extrajudicial:
CLT, art. 625-E, parágrafo único. O termo de conciliação é título executivo
extrajudicial e terá eficácia liberatória geral, exceto quanto às parcelas
expressamente ressalvadas.
Já sobre o prazo para se realizar a sessão conciliatória – tratado na alternativa
(E) - a CLT o estipulou como sendo de 10 (dez) dias, com a correspondente
consequência da impossibilidade de seu cumprimento:
CLT, art. 625-F. As Comissões de Conciliação Prévia têm prazo de dez
dias para a realização da sessão de tentativa de conciliação a partir da
provocação do interessado.
Parágrafo único. Esgotado o prazo sem a realização da sessão, será
fornecida, no último dia do prazo, a declaração a que se refere o § 2º do
art. 625-D [declaração da tentativa conciliatória frustrada].

13. CESPE/TRT8 – Técnico Judiciário – Área Administrativa –


2013
À luz do direito coletivo do trabalho, assinale a opção correta.
(A) Somente será válida a compensação de jornada se ajustada mediante
convenção coletiva de trabalho.
(B) Conforme entendimento pacificado do TST, o empregado integrante
de categoria profissional diferenciada tem o direito de haver de seu
empregador as vantagens previstas em convenção coletiva, ainda que a
empresa não tenha sido representada por órgão de classe de sua
categoria.
(C) Segundo entendimento majoritário do TST, as cláusulas normativas
dos acordos coletivos ou convenções coletivas integram os contratos
individuais de trabalho, somente podendo ser modificadas mediante
negociação coletiva de trabalho.

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DIREITO DO TRABALHO P/ TRT-CE
Teoria e Questões
Aula 09 – Prof. Antonio Daud Jr

(D) A convenção coletiva de trabalho, acordo de caráter normativo por


meio do qual dois ou mais sindicatos representativos de categorias
econômicas e profissionais estipulam condições de trabalho aplicáveis, no
âmbito das respectivas representações, aos contratos individuais de
trabalho, é válida apenas pelo período determinado, não integrando suas
cláusulas o contrato de trabalho após o termo desse período.
(E) A participação do sindicato nas negociações coletivas de trabalho da
categoria que representa é facultativa.
Comentários:
Gabarito (C), conforme a nova redação da Súmula 277 (teoria da aderência
limitada por revogação):
SUM-277 CONVENÇÃO COLETIVA DE TRABALHO OU ACORDO COLETIVO
DE TRABALHO. EFICÁCIA. ULTRATIVIDADE.
As cláusulas normativas dos acordos coletivos ou convenções coletivas
integram os contratos individuais de trabalho e somente poderão ser
modificadas ou suprimidas mediante negociação coletiva de trabalho.
A letra ‘A’ está incorreta por confundir acordo de prorrogação de jornada com
o banco de horas. Relembrando os conceitos: São duas as modalidades de
compensação de jornada: o acordo de prorrogação de jornada (compensação
intrassemanal) e o banco de horas (compensação que ultrapassa o módulo
semanal).
As principais diferenças para fins de prova são as seguintes:

Compensação de jornada

Acordo de prorrogação de
Banco de horas
jornada

Compensação intrassemanal (dentro Compensação que ultrapassa o


da semana) módulo semanal

Sua validade demanda


Sua validade demanda previsão
acordo escrito entre
em
empregador e empregado
negociação coletiva
A letra ‘B’ está em desacordo com a Súmula 374:
SUM-374 NORMA COLETIVA. CATEGORIA DIFERENCIADA. ABRANGÊNCIA
Empregado integrante de categoria profissional diferenciada não tem o
direito de haver de seu empregador vantagens previstas em instrumento
coletivo no qual a empresa não foi representada por órgão de classe de
sua categoria.

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DIREITO DO TRABALHO P/ TRT-CE
Teoria e Questões
Aula 09 – Prof. Antonio Daud Jr

A letra ‘D’ começa trazendo a definição legal de CCT, mas o final da sentença
está em desacordo com a súmula 277 supramencionada.
A letra ‘E’ está incorreta, porquanto a participação dos sindicatos dos
empregados nas negociações coletivas é obrigatória (Princípio da interveniência
sindical na normatização coletiva):
CF/88, art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o
seguinte:
(...)
VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas
de trabalho;

14. FCC/TRT1 – Analista Judiciário – Área Judiciária - 2013


Em relação às normas coletivas de trabalho, é correto afirmar:
(A) Convenção Coletiva de Trabalho é o acordo de caráter normativo pelo
qual se estipulam condições de trabalho aplicáveis, no âmbito da empresa
ou das empresas acordantes, às respectivas relações de trabalho.
(B) Acordo Coletivo de Trabalho é o acordo de caráter normativo pelo qual
se estipulam condições de trabalho aplicáveis, no âmbito das respectivas
representações, às relações individuais de trabalho.
(C) O processo de prorrogação de Convenção ou Acordo será automático,
desde que não haja manifestação expressa em sentido contrário da
Assembleia Geral dos sindicatos convenentes.
(D) Não será permitido estipular duração de Convenção ou Acordo
superior a quatro anos.
(E) Os sindicatos representativos de categorias econômicas ou
profissionais e as empresas, inclusive as que não tenham representação
sindical, quando provocados, não podem recusar-se à negociação
coletiva.
Comentários:
Gabarito (E), que utilizou a redação do artigo 616 da CLT:
CLT, art. 616 - Os Sindicatos representativos de categorias econômicas ou
profissionais e as empresas, inclusive as que não tenham representação
sindical, quando provocados, não podem recusar-se à negociação
coletiva.
Apesar do disposto no artigo, que busca envolver os entes sindicais na
negociação juscoletiva, a CF/88 prevê o dissídio23 como forma de resolver
impasse.

23
CF/88, art. 114, § 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à
arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza

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DIREITO DO TRABALHO P/ TRT-CE
Teoria e Questões
Aula 09 – Prof. Antonio Daud Jr

As alternativas (A) e (B), incorretas, inverteram os conceitos de convenção e


acordo coletivo de trabalho:
CLT, art. 611 - Convenção Coletiva de Trabalho é o acordo de caráter
normativo, pelo qual dois ou mais Sindicatos representativos de
categorias econômicas e profissionais estipulam condições de trabalho
aplicáveis, no âmbito das respectivas representações, às relações
individuais de trabalho.
CLT, art. 611, § 1º É facultado aos Sindicatos representativos de
categorias profissionais celebrar Acordos Coletivos com uma ou mais
empresas da correspondente categoria econômica, que estipulem
condições de trabalho, aplicáveis no âmbito da empresa ou das
acordantes respectivas relações de trabalho.
Assim, temos:
Negociação
coletiva

Convenção Coletiva de
Trabalho (CCT)

Acordo Coletivo de Trabalho


(ACT)

Resultado de negociação entre o Resultado de negociação entre


sindicato patronal e o sindicato uma (ou mais) empresa(s) e o
dos empregados sindicato dos empregados
Nas alternativas (C) e (D), também incorretas, distorceram-se as regras
quanto à prorrogação e validade dos diplomas coletivos (CCT e ACT):
CLT, art. 615 - O processo de prorrogação, revisão, denúncia ou
revogação total ou parcial de Convenção ou Acordo ficará subordinado,
em qualquer caso, à aprovação de Assembleia Geral dos Sindicatos
convenentes ou partes acordantes, com observância do disposto no art.
612.

CLT, art. 614, § 3º Não será permitido estipular duração de Convenção


ou Acordo superior a 2 (dois) anos.
15. FCC/TRT9 – Técnico Judiciário – Área Administrativa –
2013
Com fundamento nas regras instituídas pela CLT sobre as Comissões de
Conciliação Prévia, é INCORRETO afirmar:

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DIREITO DO TRABALHO P/ TRT-CE
Teoria e Questões
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econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas
legais de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas anteriormente.

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DIREITO DO TRABALHO P/ TRT-CE
Teoria e Questões
Aula 09 – Prof. Antonio Daud Jr

(A) A Comissão instituída no âmbito da empresa será composta de no


mínimo cinco e no máximo quinze membros.
(B) O prazo prescricional será suspenso a partir da provocação da
Comissão de Conciliação Prévia, recomeçando a fluir, pelo que lhe resta, a
partir da tentativa frustrada de conciliação ou do esgotamento do prazo
para a realização da sessão de tentativa de conciliação.
(C) É vedada a dispensa dos representantes dos empregados membros da
Comissão de Conciliação Prévia, titulares e suplentes, até um ano após o
final do mandato, salvo se cometerem falta grave, nos termos da lei.
(D) O termo de conciliação é título executivo extrajudicial e terá eficácia
liberatória geral, exceto quanto às parcelas expressamente ressalvadas.
(E) As Comissões de Conciliação Prévia têm prazo de 10 dias para a
realização da sessão de tentativa de conciliação a partir da provocação do
interessado.
Comentários:
Gabarito (A), que propôs erroneamente o quantitativo mínimo para
composição da CCP:
CLT, art. 625-B. A Comissão instituída no âmbito da empresa será
composta de, no mínimo, dois e, no máximo, dez membros, e observará
as seguintes normas (...).
O fundamento das demais alternativas segue abaixo:
CLT, art. 625-B, § 1º É vedada a dispensa dos representantes dos
empregados membros da Comissão de Conciliação Prévia, titulares e
suplentes, até um ano após o final do mandato, salvo se cometerem falta,
nos termos da lei.
CLT, art. 625-E, parágrafo único. O termo de conciliação é título executivo
extrajudicial e terá eficácia liberatória geral, exceto quanto às parcelas
expressamente ressalvadas.
CLT, art. 625-F. As Comissões de Conciliação Prévia têm prazo de dez
dias para a realização da sessão de tentativa de conciliação a partir da
provocação do interessado.
CLT, art. 625-G. O prazo prescricional será suspenso a partir da
provocação da Comissão de Conciliação Prévia, recomeçando a fluir, pelo
que lhe resta, a partir da tentativa frustrada de conciliação ou do
esgotamento do prazo previsto no art. 625-F.

16. CESPE/AGU – Advogado da União – 2012


A participação dos sindicatos é obrigatória na negociação coletiva
pertinente à obtenção de convenções coletivas de trabalho, mas
facultativa quando envolve acordo coletivo de trabalho, já que, nesse
caso, a repercussão é limitada à empresa contratante.

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DIREITO DO TRABALHO P/ TRT-CE
Teoria e Questões
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Comentários:
Alternativa incorreta, pois a CF/88 estabelece a obrigatoriedade de
participação sindical nas negociações coletivas:
CF/88, art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o
seguinte:
(...)
VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações
coletivas de trabalho;
É de se notar que o sindicato obreiro sempre está figurando nas negociações
coletivas; já o sindicato patronal irá figurar nas convenções coletivas.

17. CESPE/TRT5 – Juiz do Trabalho Substituto - 2012


Acerca de atuação sindical e formas de negociação, assinale a opção
correta.
(A) O prazo máximo de vigência da convenção coletiva de trabalho é de
dois anos, ao passo que o do acordo coletivo de trabalho é de um ano.
(B) Acordo coletivo de trabalho resulta de negociação pactuada entre dois
ou mais sindicatos que representam categorias econômicas e
profissionais.
(C) Convenção coletiva de trabalho resulta de negociação pactuada entre
sindicato de empregados e uma ou mais empresas.
(D) As federações e as confederações, dado seu âmbito de atuação, não
podem firmar convenções coletivas de trabalho.
(E) Tanto a convenção coletiva de trabalho quanto o acordo coletivo de
trabalho deve conter cláusula que estipule sua vigência.
Comentários:
Gabarito (E), pois esta é uma cláusula que todo instrumento deve
obrigatoriamente conter:
CLT, art. 613 - As Convenções e os Acordos deverão conter
obrigatoriamente:
I - Designação dos Sindicatos convenentes ou dos Sindicatos e empresas
acordantes;
II - Prazo de vigência;
III - Categorias ou classes de trabalhadores abrangidas pelos respectivos
dispositivos;
IV - Condições ajustadas para reger as relações individuais de trabalho
durante sua vigência;

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DIREITO DO TRABALHO P/ TRT-CE
Teoria e Questões
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V - Normas para a conciliação das divergências sugeridas entre os


convenentes por motivos da aplicação de seus dispositivos;
VI - Disposições sobre o processo de sua prorrogação e de revisão total
ou parcial de seus dispositivos;
VII - Direitos e deveres dos empregados e empresas;
VIII - Penalidades para os Sindicatos convenentes, os empregados e as
empresas em caso de violação de seus dispositivos.
A alternativa (A) está incorreta porque a vigência máxima de 2 anos se aplica
tanto aos acordos quanto às convenções coletivas de trabalho:
CLT, art. 614, § 3º Não será permitido estipular duração de Convenção ou
Acordo superior a 2 (dois) anos.
Já a alternativa (B) errou ao sugerir que o acordo coletivo resultaria de
negociação entre “dois ou mais sindicatos”.
No Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) figura, de um lado, o sindicato obreiro
(da categoria profissional) e, de outro, a(s) empresa(s).
A alternativa (C) trouxe a definição do acordo coletivo de trabalho sugerindo
que seria convenção coletiva de trabalho.
A alternativa (D) subtraiu das Federações e Confederações a prerrogativa de
firmar convenção coletiva, quando esta possibilidade existe:
CLT, art. 611, § 2º As Federações e, na falta desta, as Confederações
representativas de categorias econômicas ou profissionais poderão
celebrar convenções coletivas de trabalho para reger as relações das
categorias a elas vinculadas, inorganizadas em Sindicatos, no âmbito de
suas representações.

18. CESPE/TRT5 – Juiz do Trabalho Substituto – 2012


(Adaptada)
A CF determina expressamente o reconhecimento das convenções e
acordos coletivos de trabalho.
Comentários:
Alternativa correta. A previsão constitucional de tais instrumentos coletivos é
a seguinte:
CF/88, art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de
outros que visem à melhoria de sua condição social:
(...)
XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de
trabalho;

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DIREITO DO TRABALHO P/ TRT-CE
Teoria e Questões
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19. FCC/TRT11 – Analista Judiciário – Área Judiciária - 2012


As condições estabelecidas em Acordo Coletivo de Trabalho prevalecerão
sobre as estipuladas em Convenção Coletiva de Trabalho.
Comentários:
Alternativa incorreta, pois, no Direito do Trabalho, deve-se observar o
princípio da norma mais favorável e, com isto, é possível que a CCT
prevaleça sobre o ACT.
Nesta linha o art. 620 da CLT:
CLT, art. 620. As condições estabelecidas em Convenção quando mais
favoráveis, prevalecerão sobre as estipuladas em Acordo.

20. FCC/TRT24 – Analista Judiciário – Área Administrativa -


2011
O Sindicado A pretende denunciar Convenção Coletiva de Trabalho. O
Sindicato B pretende prorrogar Convenção Coletiva de Trabalho. O
Sindicato C pretende revisar Convenção Coletiva de Trabalho e o
Sindicato D pretende a revogação parcial de Convenção Coletiva de
Trabalho. Nestes casos, ficará subordinada, em qualquer caso, à
aprovação de Assembleia Geral dos respectivos sindicatos convenentes os
procedimentos pretendidos pelos Sindicatos
(A) A, C e D, apenas.
(B) A, B e C, apenas.
(C) A e C, apenas.
(D) B e C, apenas.
(E) A, B, C e D.
Comentários:
Gabarito (E), pois todos estes procedimentos devem se subordinar, em
qualquer caso, à aprovação de Assembleia Geral dos Sindicatos convenentes ou
partes acordantes:
CLT, art. 615 - O processo de prorrogação, revisão, denúncia ou
revogação total ou parcial de Convenção ou Acordo ficará subordinado,
em qualquer caso, à aprovação de Assembleia Geral dos Sindicatos
convenentes ou partes acordantes, com observância do disposto no art.
612.
Quanto à prorrogação, precisamos lembrar que a própria CLT estabelece
vigência máxima de 2 anos para os diplomas coletivos. Sendo assim, a eventual
prorrogação (somada à vigência inicial, deve respeitar este prazo máximo).

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DIREITO DO TRABALHO P/ TRT-CE
Teoria e Questões
Aula 09 – Prof. Antonio Daud Jr

A revisão do diploma coletivo é o procedimento pelo qual as partes envolvidas


na negociação decidem alterar determinada (s) cláusula (s) durante a vigência
do mesmo.
Já a denúncia significa que uma das partes pretende não cumprir o
instrumento coletivo em vigor, e comunica a outra parte de sua intenção.
Por fim, a revogação (total ou parcial) tem lugar quando as partes decidem,
como o nome sugere, revogar algumas cláusulas - ou a totalidade - do CCT ou
ACT vigorante.

21. FCC/TRT23 – Analista Judiciário – Área Administrativa -


2011
Considere as assertivas abaixo a respeito das Convenções e dos Acordos
Coletivos de Trabalho.
I. As Convenções Coletivas, embora de origem privada, criam regras
jurídicas, ou seja, preceitos gerais, abstratos e impessoais.
II. No Acordo Coletivo de Trabalho é imprescindível que a pactuação
obreira se firme através do respectivo sindicato, mas não é necessária a
presença do sindicato no polo empresarial da contratação.
III. As Convenções Coletivas de Trabalho incidem em um universo amplo,
caracterizado pela base profissional e econômica representada pelos
respectivos sindicatos.
IV. As Convenções Coletivas de Trabalho devem ser necessariamente
escritas, solenes, mas os Acordos Coletivos de Trabalho podem ser
verbais, dependendo de posterior ratificação pelas partes envolvidas.
Está correto o que se afirma APENAS em
(A) I e IV.
(B) I e II.
(C) II, III e IV.
(D) I, II e III.
(E) III e IV.
Comentários:
O gabarito é (D), pois I, II e III estão corretas.
A negociação coletiva se compõe de regras jurídicas (preceitos gerais,
abstratos e impessoais) e, também, de cláusulas contratuais.
As negociações coletivas são normas autônomas, elaboradas com a participação
de seus destinatários, ou seja, não são elaboradas diretamente pelo Estado.
Relembrando o esquema com a natureza do conteúdo das CCT e ACT, a partir
do que verificamos a correção da proposição I:

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DIREITO DO TRABALHO P/ TRT-CE
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Conteúdo dos diplomas coletivos

Regras jurídicas Cláusulas contratuais

Geram direitos e obrigações que


irão se integrar aos contratos Criam direitos e obrigações para as
individuais de trabalho das respectivas partes convenentes
respectivas bases representadas. (sindicato obreiro e sindicato
Consubstanciam a razão de ser da patronal na CCT e sindicato obreiro
negociação coletiva, enquanto e empresas pactuantes no ACT).
mecanismo criador de fontes Em geral, têm presença reduzida
normativas autônomas do Direito do nos instrumentos coletivos.
Trabalho.

Exemplos: fixação de critérios mais Exemplo: cláusula de negociação


vantajosos para cálculo de em que a empresa se obriga a
adicionais, piso salarial da categoria entregar ao sindicato obreiro a lista
e criação de novas garantias de de nomes e endereços de seus
emprego. empregados.

Já a proposição II trata de uma das diferenças principais entre CCT e ACT,


que são os polos subjetivos pactuantes (de fato, na ACT não há participação do
sindicato patronal):

Principais diferenças entre CCT e ACT

Polos subjetivos Abrangência das normas pactuadas


pactuantes

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DIREITO DO TRABALHO P/ TRT-CE
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Na CCT, a negociação é Na CCT, como os sujeitos pactuantes são


entabulada entre sindicatos (o os sindicatos obreiro e patronal, as
sindicato obreiro e o sindicato normas jurídicas por ela definidas
patronal); no ACT a abrangem toda a base territorial das
negociação conta com o categorias profissional e econômica
sindicato obreiro, mas no representadas pelos sindicatos
outro polo da negociação há pactuantes; já o ACT terá aplicação
uma (ou mais de uma) apenas nas empresas que figuraram como
empresa, e não o sindicato polo subjetivo (assim, sua abrangência é
patronal. mais restrita que a da CCT).

A proposição III, também correta, menciona as CCT, que são celebradas


entre o sindicato obreiro e o sindicato patronal.
De fato, a CCT incide em um universo amplo - se comparada à ACT, cuja
abrangência se restringe às empresas que figuraram no polo empresarial.
Por fim, a proposição IV está errada, visto que tanto CCT quanto ACT devem
ser escritos, ou seja, devem ser solenes. Não se admite pactuação verbal de
negociação coletiva.

22. FCC/TRT24 – Analista Judiciário – Área Administrativa -


2011
As Comissões de Conciliação Prévia
(A) terão membros com mandato de dois anos, vedada a recondução.
(B) não poderão ser constituídas por grupos de empresas.
(C) poderão ser instituídas com apenas dois membros.
(D) terão membros com mandato de um ano, vedada a recondução.
(E) terão o dobro de suplentes em relação ao número de seus membros.
Comentários:
O gabarito é (C).
Todas estas regras estão dispostas no art. 625-B, sendo que é possível a
instituição de CCP com apenas dois membros, como sugere a alternativa (C):
CLT, art. 625-B. A Comissão instituída no âmbito da empresa será
composta de, no mínimo, dois e, no máximo, dez membros, e observará
as seguintes normas:
I - a metade de seus membros será indicada pelo empregador e outra
metade eleita pelos empregados, em escrutínio secreto, fiscalizado pelo
sindicato de categoria profissional;
II - haverá na Comissão tantos suplentes quantos forem os
representantes titulares;

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III - o mandato dos seus membros, titulares e suplentes, é de um ano,


permitida uma recondução.

23. FCC/TRT4 – Analista Judiciário – Área Administrativa -


2011
De acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho, as Comissões de
Conciliação Prévia
(A) têm prazo de dez dias para a realização da sessão de tentativa de
conciliação a partir da intimação da parte contrária (reclamada).
(B) não possuem prazo pré-estabelecido na legislação trabalhista supra
mencionada para a realização da sessão de tentativa de conciliação.
(C) têm prazo de trinta dias para a realização da sessão de tentativa de
conciliação a partir da intimação da parte contrária (reclamada).
(D) têm prazo de trinta dias para a realização da sessão de tentativa de
conciliação a partir da provocação do interessado.
(E) têm prazo de dez dias para a realização da sessão de tentativa de
conciliação a partir da provocação do interessado.
Comentários:
Gabarito (E), pelo disposto no já citado art. 625-F:
CLT, art. 625-F. As Comissões de Conciliação Prévia têm prazo de dez
dias para a realização da sessão de tentativa de conciliação a partir da
provocação do interessado.

24. FCC/TRT9 – Analista Judiciário – Área Judiciária - 2010


De acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho, as Comissões de
Conciliação Prévia
(A) instituídas no âmbito da empresa terão 1/3 de seus membros
indicados pelo empregador, em escrutínio, secreto, fiscalizado pelo
sindicato da categoria profissional.
(B) instituídas no âmbito da empresa serão compostas de, no mínimo,
dois e, no máximo, dez membros, com mandato de um ano, permitida
uma recondução.
(C) têm prazo de quinze dias para a realização da sessão de tentativa de
conciliação, a partir da provocação do interessado.
(D) devem possuir caráter intersindical, sendo vedada a constituição por
grupos de empresas.
(E) são órgãos administrativos cujo objetivo é a tentativa de conciliação
entre empregados e empregadores, sendo que o seu termo de conciliação
não possui caráter de título executivo extrajudicial.

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DIREITO DO TRABALHO P/ TRT-CE
Teoria e Questões
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Comentários:
O gabarito é (B), que se relaciona ao art. 625-B:
CLT, art. 625-B. A Comissão instituída no âmbito da empresa será
composta de, no mínimo, dois e, no máximo, dez membros, e
observará as seguintes normas:
I - a metade de seus membros será indicada pelo empregador e outra
metade eleita pelos empregados, em escrutínio secreto, fiscalizado pelo
sindicato de categoria profissional;
II - haverá na Comissão tantos suplentes quantos forem os
representantes titulares;
III - o mandato dos seus membros, titulares e suplentes, é de um ano,
permitida uma recondução.
Pelo disposto neste mesmo artigo vemos que a alternativa (A) está incorreta.
O erro da alternativa (C) está no prazo para realização da sessão, pois este é
de 10 (dez) dias:
CLT, art. 625-F. As Comissões de Conciliação Prévia têm prazo de dez
dias para a realização da sessão de tentativa de conciliação a partir da
provocação do interessado.
Quanto à abrangência de atuação da CCP, ela pode ser composta no âmbito da
empresa, entre empresas e, também, de modo a abranger mais de um
sindicato, e por isso a alternativa (D) está incorreta:
CLT, art. 625-A, parágrafo único. As Comissões referidas no caput deste
artigo poderão ser constituídas por grupos de empresas ou ter caráter
intersindical.
Por fim, a alternativa (E) está incorreta porque o termo de conciliação
elaborado pela CCP possui, sim, natureza de título executivo extrajudicial:
CLT, art. 625-E, parágrafo único. O termo de conciliação é título
executivo extrajudicial e terá eficácia liberatória geral, exceto quanto
às parcelas expressamente ressalvadas.

25. CESPE/MPU – Analista Processual - 2010


É facultado ao empregador dispensar empregado membro da comissão de
conciliação prévia.
Comentários:
Alternativa incorreta, pois a CLT assegura, aos representantes dos
empregados nas CCP, garantia provisória de emprego, como disposto no
artigo abaixo:
CLT, art. 625-B, § 1º É vedada a dispensa dos representantes dos
empregados membros da Comissão de Conciliação Prévia, titulares e

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suplentes, até um ano após o final do mandato, salvo se cometerem


falta, nos termos da lei.

26. CESPE/TRT1 – Juiz do Trabalho Substituto - 2010


No que diz respeito às comissões de conciliação prévia, assinale a opção
correta.
(A) A comissão de conciliação prévia pode ser criada no âmbito
empresarial se tiver, no mínimo, quatro membros e, no máximo, doze.
(B) Todos os membros das comissões são detentores de estabilidade
provisória.
(C) Os integrantes das comissões que representarem os empregados
ficam afastados das suas atividades na empresa e devem ser
remunerados, durante o período em que exercerem atividades nessas
comissões, pela comissão que integrem.
(D) Estão legitimados para constituir as comissões uma ou mais empresas
e um ou mais sindicatos.
(E) O prazo prescricional será interrompido a partir da provocação da
comissão e recomeçará a fluir a partir da tentativa frustrada de
conciliação ou do esgotamento do prazo de dez dias da sessão de
tentativa de conciliação a partir da provocação do interessado.
Comentários:
Gabarito (D), em face do artigo 625-A:
CLT, art. 625-A. As empresas e os sindicatos podem instituir Comissões
de Conciliação Prévia, de composição paritária, com representante dos
empregados e dos empregadores, com a atribuição de tentar conciliar os
conflitos individuais do trabalho.
A alternativa (B) está incorreta porque a CLT assegura aos representantes
dos empregados nas CCP garantia provisória de emprego, como disposto no
artigo abaixo:
CLT, art. 625-B, § 1º É vedada a dispensa dos representantes dos
empregados membros da Comissão de Conciliação Prévia, titulares e
suplentes, até um ano após o final do mandato, salvo se cometerem
falta, nos termos da lei.
A alternativa (C) foi considerada incorreta. O fundamento é o artigo 625-A:
CLT, art. 625-B, § 2º O representante dos empregados desenvolverá seu
trabalho normal na empresa afastando-se de suas atividades apenas
quando convocado para atuar como conciliador, sendo computado como
tempo de trabalho efetivo o despendido nessa atividade.
Em minha interpretação esta alternativa é correta, pois não diz expressamente
que o empregado “ficaria afastado permanentemente de suas funções, etc.”;

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ela só fala que deverá haver remuneração do “período em que exercerem


atividades nessas comissões”, como de fato deve haver (interrupção
contratual).
A justificativa da banca CESPE24 para considerar a alternativa incorreta, no
documento intitulado “RESULTADO DA ANÁLISE DOS RECURSOS CONTRA O
GABARITO PRELIMINAR DA PROVA OBJETIVA” apenas transcreveu o artigo 625-
A:
“Está errada a afirmativa. Segundo o §2º do art. 625-B da CLT ‘O
representante dos empregados desenvolverá seu trabalho normal na
empresa afastando-se de suas atividades apenas quando convocado para
atuar como conciliador, sendo computado como tempo de trabalho efetivo
o despendido nessa atividade’.”
De todo modo, não há dúvida de que a alternativa (D) é correta.
A alternativa (E), por fim, é incorreta porque a provocação da CCP suspende
a prescrição:
CLT, art. 625-G. O prazo prescricional será suspenso a partir da
provocação da Comissão de Conciliação Prévia, recomeçando a fluir, pelo
que lhe resta, a partir da tentativa frustrada de conciliação ou do
esgotamento do prazo previsto no art. 625-F.

27. CESPE/MPU – Analista Processual - 2010


Por ser direito fundamental, a sindicalização é considerada obrigatória
pela legislação brasileira, que também protege os trabalhadores com a
determinação de que toda categoria profissional tenha seu sindicato.
Comentários:
Alternativa incorreta, conforme art. 8º, V, da CF/88.

28. CESPE/TRT1 – Juiz do Trabalho Substituto - 2010


Considere que o empregador de Ênio, do comércio varejista em Niterói,
conceda aos empregados gratificação por tempo de serviço de 1% por
ano trabalhado. Considere, ainda, que, na convenção coletiva de trabalho
que rege a categoria à qual pertence Ênio, conste cláusula que prevê a
concessão de gratificação por tempo de serviço, correspondente a 1% do
salário, relativamente a cada biênio trabalhado. Nessa situação hipotética,
Ênio tem direito à gratificação fornecida pelo empregador — a qual não
pode ser retirada em virtude de já ter aderido ao contrato individual de
trabalho — e àquela prevista no instrumento coletivo de trabalho, durante
a vigência desse instrumento.

http://www.cespe.unb.br/concursos/trt1juiz2010/arquivos/TRT_1_REGIAO_JUSTIFICATIVAS_
24

DE_MANUTENO_ALTERAO_DE_GABARITOS.PDF <acessado em 29JUL13>

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Comentários:
Alternativa incorreta, em face de previsão constante da Súmula 202. No
caso, Ênio teria direito a receber a mais benéfica, que é a do empregador:
SUM-202 GRATIFICAÇÃO POR TEMPO DE SERVIÇO. COMPENSAÇÃO
Existindo, ao mesmo tempo, gratificação por tempo de serviço outorgada
pelo empregador e outra da mesma natureza prevista em acordo coletivo,
convenção coletiva ou sentença normativa, o empregado tem direito a
receber, exclusivamente, a que lhe seja mais benéfica.

29. CESPE/TRT1 – Juiz do Trabalho Substituto - 2010


Quando o labor dos integrantes da categoria for desenvolvido em
condições insalubres, será inválida cláusula de acordo coletivo de trabalho
ou convenção coletiva de trabalho que permita o cumprimento de jornada
compensatória.
Comentários:
A alternativa hoje seria correta, mas à época foi considerada incorreta. O
artigo 60 da CLT exige a inspeção prévia do MTb:
CLT, art. 60 - Nas atividades insalubres, assim consideradas as
constantes dos quadros mencionados no capítulo "Da Segurança e da
Medicina do Trabalho", ou que neles venham a ser incluídas por ato do
Ministro do Trabalho, Industria e Comercio, quaisquer prorrogações só
poderão ser acordadas mediante licença prévia das autoridades
competentes em matéria de higiene do trabalho, as quais, para esse
efeito, procederão aos necessários exames locais e à verificação dos
métodos e processos de trabalho, quer diretamente, quer por intermédio
de autoridades sanitárias federais, estaduais e municipais, com quem
entrarão em entendimento para tal fim.
À época desta prova a questão foi considerada incorreta porque estava vigente
Súmula que dispensava a licença prévia do MTb caso houvesse autorização para
a prorrogação da jornada na negociação coletiva da categoria.
Entretanto, em 2011 esta Súmula foi cancelada:
SUM-349 ACORDO DE COMPENSAÇÃO DE HORÁRIO EM ATIVIDADE
INSALUBRE, CELEBRADO POR ACORDO COLETIVO. VALIDADE
A validade de acordo coletivo ou convenção coletiva de compensação de
jornada de trabalho em atividade insalubre prescinde da inspeção prévia
da autoridade competente em matéria de higiene do trabalho (art. 7º,
XIII, da CF/1988; art. 60 da CLT).

30. CESPE/TRT1 – Juiz do Trabalho Substituto - 2010

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Caso um acordo coletivo de trabalho, cuja vigência se encerrou em


31/3/2010, previsse a concessão de cesta básica aos empregados de uma
empresa, esta poderia deixar de conceder a cesta básica em abril de
2010, pois o direito não integra, de forma definitiva, os contratos
individuais de trabalho.
Comentários:
Alternativa incorreta, atualmente, mas fora considerada correta à época do
concurso.
Foi correta privilegiando-se a teoria da aderência limitada pelo prazo, e hoje
seria incorreta em face da teoria da aderência limitada por revogação. Esta
mudança tem relação direta com a nova redação da Súmula 277 do TST,
alterada em setembro de 2012.
A duração máxima dos CCT e ACT foi definido pela Consolidação das Leis do
Trabalho como sendo de 2 anos:
CLT, art. 614, § 3º Não será permitido estipular duração de Convenção
ou Acordo superior a 2 (dois) anos.
Assim, não se admite a duração de CCT e ACT por prazo superior.
O debate, neste contexto, diz respeito à aderência permanente (ou não) das
regras jurídicas nos contratos de trabalho dos empregados, mesmo depois de
cessada a duração do instrumento coletivo que a previa.
Os posicionamentos doutrinários dividem-se nas teorias da aderência irrestrita,
aderência limitada pelo prazo e aderência limitada por revogação.
Resumidamente seria o seguinte:

As disposições dos CCT e ACT aderem de forma


permanente nos contratos de trabalho dos
Aderência
»» empregados, não podendo mais ser suprimidos. É
irrestrita
que por esta teoria, às disposições do instrumento
coletivo se aplica o art. 468 da CLT25.

Em contraponto à teoria anterior, esta defende que


Aderência as disposições de CCT e ACT somente surtem
limitada »» efeitos durante a vigência do diploma autônomo,
pelo prazo não havendo aderência das disposições juscoletivas
nos contratos de trabalho.

25
CLT, art. 468 - Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas
condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou
indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta
garantia.

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Esta é uma teoria intermediária, segundo a qual as


Aderência
regras instituídas pela CCT ou ACT vigoram até que
limitada por »»
sejam revogadas (expressamente ou tacitamente)
revogação
por outro diploma negocial.

Passemos agora aos comentários complementares sobre o esquema


apresentado.
A teoria da aderência irrestrita não tem sido prestigiada atualmente, e, como
mencionado no quadro acima, fundamenta-se no art. 468 da CLT:
CLT, art. 468 - Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração
das respectivas condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde
que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob
pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia.
A teoria da aderência limitada pelo prazo possuía prestígio na doutrina e
jurisprudência, e se relaciona à antiga redação da Súmula 277 do TST:
SUM-277 SENTENÇA NORMATIVA. CONVENÇÃO OU ACORDO COLETIVOS.
VIGÊNCIA. REPERCUSSÃO NOS CONTRATOS DE TRABALHO
I - As condições de trabalho alcançadas por força de sentença normativa,
convenção ou acordos coletivos vigoram no prazo assinado, não
integrando, de forma definitiva, os contratos individuais de trabalho.
II – Ressalva-se da regra enunciada no item I o período compreendido
entre 23.12.1992 e 28.07.1995, em que vigorou a Lei nº 8.542, revogada
pela Medida Provisória nº 1.709, convertida na Lei nº 10.192, de
14.02.2001.
Já a teoria da aderência limitada por revogação, que é posição
intermediária em relação às outras duas, é a tecnicamente mais adequada,
segundo o posicionamento de Mauricio Godinho Delgado26:
“É a posição tecnicamente mais correta e doutrinariamente mais sábia –
embora não fosse, reconheça-se, prestigiada de modo notável na
jurisprudência entre 1988 até fins da primeira década do novo século. Em
2008, entretanto, a partir de decisões da seção de Dissídios Coletivos do
TST em sentenças normativas, começou a despontar com energia na
jurisprudência da Corte Superior Trabalhista, alcançando o status de
Precedente Normativo 120 da SDC em 2011 e, finalmente, texto explícito
renovado da Súmula 277 em setembro de 2012”.
Esta teoria foi sedimentada na nova redação da Súmula 277, alterada em
setembro de 2012:

26
DELGADO, Mauricio Godinho. Op. cit. p. 1432.

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SUM-277 CONVENÇÃO COLETIVA DE TRABALHO OU ACORDO COLETIVO


DE TRABALHO. EFICÁCIA. ULTRATIVIDADE.
As cláusulas normativas dos acordos coletivos ou convenções coletivas
integram os contratos individuais de trabalho e somente poderão ser
modificadas ou suprimidas mediante negociação coletiva de trabalho.
A ultratividade, como mencionado no verbete, é conceituada por Carvalho,
Magalhães e Delgado27 como
“A norma coletiva de trabalho é ultra-ativa, ou reveste-se de ultra-
atividade, quando continua eficaz após o seu termo final de vigência. Se
uma categoria profissional e a representação patronal definem quais os
direitos que devem ser assegurados a certos trabalhadores a partir da
data inicial de vigência de uma convenção ou acordo coletivo, o advento
da data derradeira de vigência dessa norma não lhe retirará a eficácia.”
Assim, podemos visualizar a ultratividade tanto na teoria da aderência
irrestrita quanto na teoria da aderência limitada por revogação.
Sobre isto os Ministros28 observam que
“Mas a ultra-atividade segue ao menos dois modelos, que se distinguem
pelo seu caráter condicionado ou incondicionado: a ultra-atividade
incondicionada dá-se em alguns países nos quais uma conquista obreira
obtida mediante negociação coletiva não pode ser jamais suprimida,
incorporando-se definitivamente ao patrimônio dos trabalhadores; noutros
países, a ultra-atividade da cláusula resultante de negociação coletiva
está condicionada à inexistência de norma coletiva posterior que a
revogue, ou seja, a cláusula normativa pode ser suprimida ou quiçá ter o
seu alcance reduzido mediante norma coletiva superveniente,
imunizando-se o seu conteúdo somente quanto à incidência das
alterações individuais do contrato de trabalho.”
No Brasil, portanto, prevalece a teoria da aderência limitada por revogação
(ultratividade relativa).
Para encerrar o assunto, vamos acrescentar no nosso quadro anterior mais
algumas informações, que complementam as teorias quanto à vigência dos
acordos e convenções coletivos de trabalho:

Aderência As disposições dos CCT e ACT aderem de forma


irrestrita »» permanente nos contratos de trabalho dos
(ultratividade empregados, não podendo mais ser suprimidos. É

27
CARVALHO, Augusto César Leite de; ARRUDA, Kátia Magalhães; DELGADO, Mauricio Godinho.
A Súmula Nº 277 e a Defesa da Constituição. Disponível em <
http://aplicacao.tst.jus.br/dspace/
bitstream/handle/1939/28036/2012_sumula_277_aclc_kma_mgd.pdf?sequence=1>
http://aplicacao.tst.jus.br/dspace/bitstream/handle/1939/28036/2012_sumula_277_aclc_kma_
mgd.pdf?sequence=1 <acessado em 29JUL13>
28
Idem.

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plena)

que, por esta teoria, às disposições do instrumento


coletivo se aplica o art. 468 da CLT29.

Em contraponto à teoria anterior, esta defende que


Aderência as disposições de CCT e ACT somente surtem
limitada pelo efeitos durante a vigência do diploma autônomo,
»»
prazo (sem não havendo aderência das disposições juscoletivas
ultratividade) nos contratos de trabalho. Prestigiada pela antiga
redação da Súmula 277 do TST.

Aderência Esta é uma teoria intermediária, segundo a qual as


limitada por regras instituídas pela CCT ou ACT vigoram até que
revogação »» sejam revogadas (expressamente ou tacitamente)
(ultratividade por outro diploma negocial. Prestigiada pela atual
relativa) redação da Súmula 277 do TST.

31. CESPE/AGU – Advogado da União – 2009


O Sindicato dos Empregados em Empresas de Processamento de Dados
do Distrito Federal firmou instrumento coletivo de trabalho com a
Empresa SVTD Informática, que tem 98 empregados. O referido
instrumento tem cinco cláusulas, entre as quais se incluem a previsão de
aviso prévio de 60 dias para empregados com mais de 45 anos de idade
dispensados sem justa causa e o adicional de horas extras
correspondente a 100%. Em relação a essa situação hipotética, é correto
afirmar que o instrumento coletivo firmado constitui convenção coletiva
de trabalho, cujo prazo máximo de vigência é de dois anos.
Comentários:
Alternativa incorreta, pois o instrumento firmado entre empresa(s) e
sindicato obreiro é o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT).

32. FCC/TRT7 – Analista Judiciário – Área Execução de


Mandados - 2009
Considere as assertivas abaixo a respeito do Acordo e Convenção Coletiva
de Trabalho.

29
CLT, art. 468 - Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas

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condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou
indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta
garantia.

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I. O Acordo Coletivo de Trabalho é realizado entre o sindicato da categoria


profissional, de um lado, e o sindicato da categoria econômica do outro.
II. Inexistindo sindicato numa base territorial, assumem a negociação
para a celebração de Convenção Coletiva de Trabalho, as Confederações
e, na falta destas, assumem as Federações.
III. Não é permitido estipular duração de Convenção ou Acordo Coletivo
de Trabalho superior a dois anos.
IV. As Convenções Coletivas de Trabalho não possuem a obrigatoriedade
de conter disposições sobre o processo de prorrogação de seus
dispositivos, em razão da existência de norma legal específica sobre este
tema.
De acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho, é correto o que se
afirma APENAS em
(A) I e II.
(B) II e III.
(C) I, III e IV.
(D) II.
(E) III.
Comentários:
O gabarito é (E), pois somente esta proposição está correta.
Na proposição I citaram-se os sujeitos pactuantes da CCT como sendo da
ACT.
Na ACT não figura o sindicato patronal como sujeito da celebração:

Negociação
coletiva

Convenção Coletiva de Acordo Coletivo de Trabalho


Trabalho (CCT) (ACT)

Resultado de negociação entre Resultado de negociação entre


o sindicato patronal e o uma (ou mais) empresa(s) e o
sindicato dos empregados sindicato dos empregados

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A proposição II, também incorreta, inverteu a regra, pois na hierarquia


sindical existem, na base, os sindicatos, acima as federações e, após estas, as
confederações.
Deste modo, inexistindo o sindicato na base territorial, a negociação caberá à
federação, e na ausência desta, aí sim, à confederação:
CLT, art. 611, § 2º As Federações e, na falta desta, as Confederações
representativas de categorias econômicas ou profissionais poderão
celebrar convenções coletivas de trabalho para reger as relações das
categorias a elas vinculadas, inorganizadas em Sindicatos, no âmbito de
suas representações.
A proposição III, correta, explorou o conhecimento do art. 614, § 3º:
CLT, art. 614, § 3º Não será permitido estipular duração de Convenção
ou Acordo superior a 2 (dois) anos.
Ainda sobre o conteúdo dos instrumentos coletivos, registre-se que a CLT, em
seu art. 613, enumera alguns assuntos que, obrigatoriamente, devem ser
abordados nos mesmos:
Sobre a proposição IV, incorreta, vimos que a CLT prevê o conteúdo que
obrigatoriamente deve constar das CCT e ACT, entre os quais disposições sobre
o processo de prorrogação de seus dispositivos - inciso (VI):
CLT, art. 613 - As Convenções e os Acordos deverão conter
obrigatoriamente:
I - Designação dos Sindicatos convenentes ou dos Sindicatos e empresas
acordantes;
II - Prazo de vigência;
III - Categorias ou classes de trabalhadores abrangidas pelos respectivos
dispositivos;
IV - Condições ajustadas para reger as relações individuais de trabalho
durante sua vigência;
V - Normas para a conciliação das divergências sugeridas entre os
convenentes por motivos da aplicação de seus dispositivos;
VI - Disposições sobre o processo de sua prorrogação e de revisão total
ou parcial de seus dispositivos;
VII - Direitos e deveres dos empregados e empresas;
VIII - Penalidades para os Sindicatos convenentes, os empregados e as
empresas em caso de violação de seus dispositivos.

33. CESPE/CEHAP-PB – Advogado - 2009


Quanto às comissões de conciliação prévia (CCPs), assinale a opção
correta.

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DIREITO DO TRABALHO P/ TRT-CE
Teoria e Questões
Aula 09 – Prof. Antonio Daud Jr

(A) As CCPs têm composição paritária, com representante dos


empregados e dos empregadores, e são instituídas somente por
sindicatos a fim de tentar conciliar os conflitos individuais do trabalho.
(B) As CCPs têm a atribuição de tentar conciliar conflitos coletivos de
trabalho.
(C) O representante dos empregados na CCP ficará afastado de suas
atribuições perante a sua empregadora, tendo dedicação exclusiva na
comissão em questão.
(D) Qualquer demanda de natureza trabalhista será submetida à CCP se,
na localidade da prestação de serviços, a comissão houver sido instituída
no âmbito da empresa ou do sindicato da categoria.
Comentários:
Anulada. Gabarito preliminar (D).
O gabarito preliminar apontava a alternativa (D), e o motivo da anulação foi o
seguinte, apresentado pelo CESPE no documento30 “JUSTIFICATIVA DE
ALTERAÇÃO/ANULAÇÃO DE QUESTÕES DO GABARITO”:
“Não há resposta correta para a questão, uma vez que, mesmo sendo a
opção apontada no gabarito a citação literal do artigo 625-D da CLT, há
divergências doutrinárias a respeito da obrigatoriedade ou não (derivada
da forma verbal “será”) de submissão de demanda trabalhista à CCP, que
tem atribuição de tentar conciliar os conflitos individuais do trabalho.”
Existem posicionamentos do STF e do TST no sentido de que não seria
obrigatória a tentativa de resolução do conflito pela CCP para somente depois
poder-se acessar o Poder Judiciário.
É que a CF/88 assegura o princípio da inafastabilidade do controle
judicial:
CF/88, art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no
País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
(...)
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou
ameaça a direito;
As alternativas (A) e (B) estão incorretas porque tanto empresas quanto
sindicatos podem instituir a CCP, que tenta conciliar conflitos individuais de
trabalho:
CLT, art. 625-A. As empresas e os sindicatos podem instituir Comissões
de Conciliação Prévia, de composição paritária, com representante dos

http://www.cespe.unb.br/concursos/cehap_pb2008/arquivos/CEHAP_PB_08_JUSTIFICATIVAS
30

_DE_ALTERAO_DE_GABARITO.PDF <acessado em 29JUL13>

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DIREITO DO TRABALHO P/ TRT-CE
Teoria e Questões
Aula 09 – Prof. Antonio Daud Jr

empregados e dos empregadores, com a atribuição de tentar conciliar os


conflitos individuais do trabalho.
Sobre a alternativa (C), não há “dedicação exclusiva na comissão”; a
participação do empregado como membro da CCP caracteriza interrupção
contratual quando ele estiver convocado como conciliador:
CLT, art. 625-B, § 2º O representante dos empregados desenvolverá seu
trabalho normal na empresa afastando-se de suas atividades apenas
quando convocado para atuar como conciliador, sendo computado como
tempo de trabalho efetivo o despendido nessa atividade.

34. CESPE/TRT5 – Analista Judiciário – Área Execução de


Mandados – 2008
A convenção coletiva é o instrumento normativo firmado entre o sindicato
da categoria profissional e uma ou mais empresas, buscando com isso
prever condições de trabalho aplicáveis às relações de trabalho, no âmbito
da(s) empresa(s) acordante(s).
Comentários:
Alternativa incorreta.
A diferença conceitual entre CCT e ACT é a seguinte: no Acordo Coletivo de
Trabalho (ACT) figura, de um lado, o sindicato obreiro (da categoria
profissional) e, de outro, o empregador.
Existe também a possibilidade do ACT ser firmado entre o sindicato obreiro e
mais de uma empresa (como foi o exemplo da presente questão).
Já na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) figura, de um lado, o sindicato
obreiro (da categoria profissional) e, de outro, o sindicato patronal (da
categoria econômica).
Assim, temos:

Negociação
coletiva

Convenção Coletiva de Acordo Coletivo de Trabalho


Trabalho (CCT)
(ACT)

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Teoria e Questões
Aula 09 – Prof. Antonio Daud Jr

Resultado de negociação entre Resultado de negociação entre


o sindicato patronal e o uma (ou mais) empresa(s) e o
sindicato dos empregados sindicato dos empregados

35. CESPE/Natal-RN – Procurador Municipal – 2008


(Adaptada)
Os acordos coletivos são pactos firmados entre uma ou mais empresas e
o sindicato representativo da respectiva categoria profissional.
Comentários:
Alternativa correta, conforme comentários anteriores.

36. CESPE/Natal-RN – Procurador Municipal - 2008


A respeito da comissão de conciliação prévia, assinale a opção correta.
(A) O prazo prescricional para propor ação trabalhista é suspenso a partir
da provocação da comissão em pauta.
(B) O prazo para realizar a sessão de tentativa de conciliação é de cinco
dias, a contar da provocação do interessado.
(C) A comissão de conciliação mencionada é composta unicamente por
representantes dos empregados.
(D) O mandato dos membros da comissão em apreço é de dois anos, não
sendo permitida recondução.
Comentários:
Gabarito (A).
Sobre a relação entre atuação da CCP e a prescrição trabalhista, o art. 625-F
estabelece que, a partir da provocação da CCP, o prazo prescricional será
suspenso.
Isto significa que o prazo prescricional voltará a correr após as situações
mencionadas (ao contrário da interrupção, que faria com que o prazo fosse
renovado).
CLT, art. 625-G. O prazo prescricional será suspenso a partir da
provocação da Comissão de Conciliação Prévia, recomeçando a fluir, pelo
que lhe resta, a partir da tentativa frustrada de conciliação ou do
esgotamento do prazo previsto no art. 625-F.
Aqui é oportuno relembrar a diferença entre fatores impeditivos, suspensivos e
interruptivos do prazo prescricional, conforme esquema abaixo:

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DIREITO DO TRABALHO P/ TRT-CE
Teoria e Questões
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Impeditivos
Fatores que a lei
considera indicativos de
restrições sofridas pelo
titular do direito no que
tange à defesa de seus Sustam a contagem
próprios interesses. prescricional já iniciada.
Suspensivos Desaparecido o fator
suspensivo, retoma-se
a contagem do prazo.

Inviabilizam,
juridicamente, o início
da contagem da
prescrição.

Fatores previstos em lei Sustam a contagem


que traduzem efetiva e prescricional já iniciada,
eficaz defesa do direito eliminando inclusive o
pelo respectivo titular Interruptivos prazo prescricional em
e que, por isso, têm o fluência (respeitada a
condão de sustar o fluxo prescrição já
do prazo prescricional. consumada)

A alternativa (B) está incorreta porque o prazo é de 10 dias:


CLT, art. 625-F. As Comissões de Conciliação Prévia têm prazo de dez
dias para a realização da sessão de tentativa de conciliação a partir da
provocação do interessado.
Já a alternativa (C) errou ao sugerir que a CCCP somente seria composta por
representantes dos empregados:
CLT, art. 625-A. As empresas e os sindicatos podem instituir Comissões
de Conciliação Prévia, de composição paritária, com representante dos
empregados e dos empregadores, com a atribuição de tentar conciliar os
conflitos individuais do trabalho.
A alternativa (D), por fim, errou na duração do mandato dos membros, que é

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Teoria e Questões
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de 1 ano:
CLT, art. 625-B. A Comissão instituída no âmbito da empresa será
composta de, no mínimo, dois e, no máximo, dez membros, e observará
as seguintes normas:
I - a metade de seus membros será indicada pelo empregador e outra
metade eleita pelos empregados, em escrutínio secreto, fiscalizado pelo
sindicato de categoria profissional;
II - haverá na Comissão tantos suplentes quantos forem os
representantes titulares;

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DIREITO DO TRABALHO P/ TRT-CE
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III - o mandato dos seus membros, titulares e suplentes, é de um ano,


permitida uma recondução.

37. CESPE/Natal-RN – Procurador Municipal – 2008


(Adaptada)
Os sindicatos não precisam participar das negociações coletivas de
trabalho.
Comentários:
Alternativa incorreta, em face dos comentários anteriores.

38. CESPE/TRT9 – Analista Judiciário – Área Judiciária -


2007
Criado o sindicato profissional, todos os trabalhadores da respectiva
categoria são considerados seus filiados.
Comentários:
Alternativa incorreta, que afronta o princípio da liberdade associativa e
sindical.
O direito de associação está assegurado pela Constituição Federal, em seu
artigo 5º:
CF/88, art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no
País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
(...)
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos
ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem
outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo
apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de
caráter paramilitar;
(...)
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer
associado;
Além disso, com relação à liberdade de associação sindical, o art. 8º dispõe
que, além de ser livre a filiação, também o será a desfiliação:
CF/88, art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o
seguinte:
(...)

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V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato;


Retomando o princípio em estudo que, que está implícito na questão, vemos
que será livre a criação associativa e, por outro lado, o empregado não poderá
ser forçado a se associar (ou manter-se associado) ao sindicato.
Sendo assim, nosso ordenamento jurídico não admite cláusulas de
sindicalização forçada.
Um exemplo de cláusula de sindicalização forçada seria a necessidade de o
empregado ser sindicalizado para que a empresa pudesse contratá-lo (esta
cláusula, no caso, seria firmada entre o sindicato obreiro e as empresas).

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5 – Lista de questões comentadas


1. FCC/TRT11 – Oficial de Justiça Avaliador – 2017
A Cláusula X da Convenção Coletiva de Trabalho H fixa adicional de
insalubridade em 10% sobre o salário mínimo regional quando a
insalubridade for graduada em grau médio. A Cláusula Y da Convenção
Coletiva de Trabalho G fixa adicional de insalubridade proporcional ao
tempo de exposição, limitando em 5%, 10% e 15% sobre o salário mínimo
regional, respectivamente, de acordo com o grau constatado, se mínimo,
médio ou máximo. Nestes casos,
(A) ambas as cláusulas são válidas, mas carentes de eficácia.
(B) somente a cláusula X é inválida.
(C) somente a cláusula Y é inválida.
(D) ambas as cláusulas são inválidas.
(E) ambas as cláusulas são válidas e eficazes.

2. CESPE/TRT8 – TJAA – 2016


Acerca das comissões de conciliação prévia, assinale a opção correta.
(A) Membro suplente dos empregados de comissão de conciliação prévia
não possui estabilidade.
(B) Qualquer demanda trabalhista pode ser objeto de discussão em
comissão de conciliação prévia.
(C) Será descontado da sua folha de pagamento o valor equivalente ao
período em que empregado designado a atuar como conciliador em data
de expediente esteve ausente do trabalho.
(D) As comissões de conciliação prévia são necessariamente compostas
pelo sindicato dos empregados e pelo sindicato dos empregadores.
(E) O mandato dos membros das comissões de conciliação prévia é de
dois anos, vedada a recondução.

3. CESPE/TRT8 – AJAA – 2016


Com base no direito coletivo do trabalho, assinale a opção correta.
(A) É aplicável multa prevista em instrumento normativo — sentença
normativa, convenção ou acordo coletivo — no caso de descumprimento
de obrigação prevista em lei, ainda que a norma coletiva seja mera
repetição de texto legal.
(B) É válida a cláusula de acordo ou convenção coletiva de trabalho que
contemple a supressão do intervalo intrajornada.

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(C) Caso o empregador estabeleça gratificação por tempo de serviço e


posteriormente seja a mesma gratificação determinada em convenção
coletiva da categoria, o empregado terá direito ao recebimento apenas da
descrita na convenção coletiva, com exclusão da prevista em seu contrato
de trabalho.
(D) Para o cálculo do valor da hora suplementar, considera-se apenas o
valor da hora normal, integrado por parcela de natureza salarial, não se
computando os acréscimos previstos em acordo coletivo ou convenção
coletiva.
(E) As cláusulas normativas dos acordos coletivos ou convenções coletivas
não integram os contratos individuais de trabalho e somente poderão ser
modificadas ou suprimidas mediante negociação coletiva de trabalho.

4. CESPE/AGU – Procurador – 2015


A comissão de conciliação prévia é órgão extrajudicial cuja atribuição legal
é conciliar os conflitos individuais de trabalho, não podendo ela exercer a
função de órgão de assistência e homologação de rescisão de contrato de
trabalho.

5. FCC/TRT2 – Analista Judiciário – Oficial Avaliador – 2014


Em relação à Comissão de Conciliação Prévia, é correto afirmar:
(A) Na Comissão instituída no âmbito da empresa, o representante dos
empregados ficará afastado de suas atividades normais, atuando apenas
como conciliador durante todo o período do mandato.
(B) Como forma de assegurar o funcionamento ininterrupto da Comissão
instituída no âmbito da empresa, há previsão de dois suplentes para cada
membro titular.
(C) A Comissão instituída no âmbito do sindicato terá sua constituição e
normas de funcionamento definidas no estatuto do sindicato.
(D) A Comissão instituída no âmbito da empresa será composta de, no
mínimo, dois e, no máximo, quinze membros.
(E) O mandado dos membros da Comissão instituída no âmbito da
empresa, titulares e suplentes, é de um ano, permitida uma recondução.

6. CESPE/MTE – Auditor Fiscal do Trabalho – 2013


Nos termos do entendimento sumulado do TST, expirada a vigência da
convenção coletiva, os benefícios proporcionados pela norma coletiva
devem ser mantidos, salvo supressão ou modificação por meio de
negociação coletiva de trabalho.

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7. CESPE/MTE – Auditor Fiscal do Trabalho – 2013


Os acordos realizados no âmbito da comissão de conciliação prévia terão
eficácia liberatória geral, exceto quanto às parcelas expressamente
ressalvadas.

8. Cespe/PG-DF – Procurador - 2013


A convenção coletiva de trabalho, acordo de caráter normativo reconhecido
de forma expressa pela CLT, é enunciada pela CF como fonte capaz de
estabelecer normas e condições de trabalho, mediante a flexibilização de
direitos fundamentais dos trabalhadores, como salários e duração do
trabalho.

9. FCC/TRT15 – Técnico Judiciário – Área Administrativa –


2013
Considere as seguintes assertivas a respeito das Convenção Coletivas de
Trabalho e sobre os Acordos Coletivos de Trabalho:
I. A Convenção Coletiva de Trabalho é um negócio jurídico de caráter
normativo.
II. O Acordo Coletivo de Trabalho é celebrado entre Sindicatos de
categorias profissionais e uma ou mais empresas da correspondente
categoria para estipular condições de trabalho aplicáveis no âmbito da
empresa ou empresas acordantes.
III. As Convenções Coletivas de Trabalho podem ser estipuladas com o
prazo máximo de duração de um ano.
IV. É vedada a prorrogação total ou parcial de Convenção Coletiva de
Trabalho, em razão da necessidade de atenção ao quórum de votação
mínimo deste instrumento.
Está correto o que se afirma APENAS em
(A) I e II.
(B) I, II e III.
(C) II, III e IV.
(D) I e III.
(E) II e IV.

10. FCC/TRT18 – Analista Judiciário – Área Administrativa –


2013
A Constituição Federal prevê que é obrigatória a participação dos
sindicatos nas negociações coletivas. Sobre essas negociações, conforme

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normas previstas na Consolidação das Leis do Trabalho, é correto afirmar


que
(A) as Federações e, na falta destas, as Confederações representativas de
categorias econômicas ou profissionais não poderão celebrar Convenções
Coletivas de Trabalho para reger as relações das categorias a elas
vinculadas, mesmo que a categoria não esteja organizada em Sindicatos.
(B) a Convenção Coletiva de Trabalho é o acordo de caráter normativo,
pelo qual dois ou mais Sindicatos representativos de categorias
econômicas e profissionais estipulam condições de trabalho aplicáveis, no
âmbito das respectivas representações, às relações individuais do
trabalho.
(C) os Sindicatos poderão celebrar Convenções ou Acordos Coletivos de
Trabalho, mesmo que não seja convocada Assembleia Geral para esse fim
específico, visto que representam os interesses coletivos da categoria.
(D) os Acordos e Convenções Coletivos de Trabalho devem conter a
designação dos Sindicatos convenentes ou dos Sindicatos e empresas
acordantes, podendo ser ajustadas por prazo indeterminado.
(E) os Sindicatos representativos de categorias profissionais poderão
celebrar Acordos Coletivos com uma ou mais empresas da correspondente
categoria econômica, que estipulem condições de trabalho aplicáveis no
âmbito de toda a categoria.

11. FCC/TRT18 – Analista Judiciário – Oficial Avaliador –


2013
Com a atribuição de tentar conciliar os conflitos individuais do trabalho, a
lei instituiu as Comissões de Conciliação Prévia. Sobre elas, é correto
afirmar que
(A) podem ser constituídas por empresas e os sindicatos, por grupos de
empresas ou ter caráter intersindical.
(B) terão composição tripartite, com representantes dos empregados, dos
empregadores e do governo federal.
(C) é vedada a dispensa dos representantes dos empregados membros
titulares da Comissão de Conciliação Prévia, até dois anos após o final do
mandato, salvo se cometerem falta grave.
(D) o termo de conciliação lavrado na Comissão de Conciliação Prévia não
constitui um título executivo extrajudicial, bem como não tem eficácia
liberatória, seja das parcelas expressamente consignadas ou daquelas
ressalvadas.
(E) o prazo prescricional para ação trabalhista não será suspenso ou
interrompido a partir da provocação da Comissão de Conciliação Prévia.

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12. CESPE/TRT8 – Técnico Judiciário – Área Administrativa –


2013
Assinale a opção correta com referência às comissões de conciliação
prévia.
(A) Na mesma localidade e para a mesma categoria, podem existir
comissão de empresa e comissão sindical.
(B) Somente poderá existir comissão de conciliação prévia no âmbito do
sindicato.
(C) O prazo prescricional será interrompido a partir da provocação da
comissão de conciliação prévia.
(D) O termo de conciliação é título executivo judicial e terá eficácia
liberatória geral, exceto quanto às parcelas ressalvadas.
(E) As comissões de conciliação prévia têm prazo de vinte dias para a
realização da sessão de tentativa de conciliação a partir da provocação do
interessado.

13. CESPE/TRT8 – Técnico Judiciário – Área Administrativa –


2013
À luz do direito coletivo do trabalho, assinale a opção correta.
(A) Somente será válida a compensação de jornada se ajustada mediante
convenção coletiva de trabalho.
(B) Conforme entendimento pacificado do TST, o empregado integrante
de categoria profissional diferenciada tem o direito de haver de seu
empregador as vantagens previstas em convenção coletiva, ainda que a
empresa não tenha sido representada por órgão de classe de sua
categoria.
(C) Segundo entendimento majoritário do TST, as cláusulas normativas
dos acordos coletivos ou convenções coletivas integram os contratos
individuais de trabalho, somente podendo ser modificadas mediante
negociação coletiva de trabalho.
(D) A convenção coletiva de trabalho, acordo de caráter normativo por
meio do qual dois ou mais sindicatos representativos de categorias
econômicas e profissionais estipulam condições de trabalho aplicáveis, no
âmbito das respectivas representações, aos contratos individuais de
trabalho, é válida apenas pelo período determinado, não integrando suas
cláusulas o contrato de trabalho após o termo desse período.
(E) A participação do sindicato nas negociações coletivas de trabalho da
categoria que representa é facultativa.

14. FCC/TRT1 – Analista Judiciário – Área Judiciária - 2013

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Em relação às normas coletivas de trabalho, é correto afirmar:


(A) Convenção Coletiva de Trabalho é o acordo de caráter normativo pelo
qual se estipulam condições de trabalho aplicáveis, no âmbito da empresa
ou das empresas acordantes, às respectivas relações de trabalho.
(B) Acordo Coletivo de Trabalho é o acordo de caráter normativo pelo qual
se estipulam condições de trabalho aplicáveis, no âmbito das respectivas
representações, às relações individuais de trabalho.
(C) O processo de prorrogação de Convenção ou Acordo será automático,
desde que não haja manifestação expressa em sentido contrário da
Assembleia Geral dos sindicatos convenentes.
(D) Não será permitido estipular duração de Convenção ou Acordo
superior a quatro anos.
(E) Os sindicatos representativos de categorias econômicas ou
profissionais e as empresas, inclusive as que não tenham representação
sindical, quando provocados, não podem recusar-se à negociação
coletiva.

15. FCC/TRT9 – Técnico Judiciário – Área Administrativa –


2013
Com fundamento nas regras instituídas pela CLT sobre as Comissões de
Conciliação Prévia, é INCORRETO afirmar:
(A) A Comissão instituída no âmbito da empresa será composta de no
mínimo cinco e no máximo quinze membros.
(B) O prazo prescricional será suspenso a partir da provocação da
Comissão de Conciliação Prévia, recomeçando a fluir, pelo que lhe resta, a
partir da tentativa frustrada de conciliação ou do esgotamento do prazo
para a realização da sessão de tentativa de conciliação.
(C) É vedada a dispensa dos representantes dos empregados membros da
Comissão de Conciliação Prévia, titulares e suplentes, até um ano após o
final do mandato, salvo se cometerem falta grave, nos termos da lei.
(D) O termo de conciliação é título executivo extrajudicial e terá eficácia
liberatória geral, exceto quanto às parcelas expressamente ressalvadas.
(E) As Comissões de Conciliação Prévia têm prazo de 10 dias para a
realização da sessão de tentativa de conciliação a partir da provocação do
interessado.

16. CESPE/AGU – Advogado da União – 2012


A participação dos sindicatos é obrigatória na negociação coletiva
pertinente à obtenção de convenções coletivas de trabalho, mas

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facultativa quando envolve acordo coletivo de trabalho, já que, nesse


caso, a repercussão é limitada à empresa contratante.

17. CESPE/TRT5 – Juiz do Trabalho Substituto - 2012


Acerca de atuação sindical e formas de negociação, assinale a opção
correta.
(A) O prazo máximo de vigência da convenção coletiva de trabalho é de
dois anos, ao passo que o do acordo coletivo de trabalho é de um ano.
(B) Acordo coletivo de trabalho resulta de negociação pactuada entre dois
ou mais sindicatos que representam categorias econômicas e
profissionais.
(C) Convenção coletiva de trabalho resulta de negociação pactuada entre
sindicato de empregados e uma ou mais empresas.
(D) As federações e as confederações, dado seu âmbito de atuação, não
podem firmar convenções coletivas de trabalho.
(E) Tanto a convenção coletiva de trabalho quanto o acordo coletivo de
trabalho deve conter cláusula que estipule sua vigência.

18. CESPE/TRT5 – Juiz do Trabalho Substituto – 2012


(Adaptada)
A CF determina expressamente o reconhecimento das convenções e
acordos coletivos de trabalho.

19. FCC/TRT11 – Analista Judiciário – Área Judiciária - 2012


As condições estabelecidas em Acordo Coletivo de Trabalho prevalecerão
sobre as estipuladas em Convenção Coletiva de Trabalho.

20. FCC/TRT24 – Analista Judiciário – Área Administrativa -


2011
O Sindicado A pretende denunciar Convenção Coletiva de Trabalho. O
Sindicato B pretende prorrogar Convenção Coletiva de Trabalho. O
Sindicato C pretende revisar Convenção Coletiva de Trabalho e o
Sindicato D pretende a revogação parcial de Convenção Coletiva de
Trabalho. Nestes casos, ficará subordinada, em qualquer caso, à
aprovação de Assembleia Geral dos respectivos sindicatos convenentes os
procedimentos pretendidos pelos Sindicatos
(A) A, C e D, apenas.
(B) A, B e C, apenas.

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DIREITO DO TRABALHO P/ TRT-CE
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(C) A e C, apenas.
(D) B e C, apenas.
(E) A, B, C e D.

21. FCC/TRT23 – Analista Judiciário – Área Administrativa -


2011
Considere as assertivas abaixo a respeito das Convenções e dos Acordos
Coletivos de Trabalho.
I. As Convenções Coletivas, embora de origem privada, criam regras
jurídicas, ou seja, preceitos gerais, abstratos e impessoais.
II. No Acordo Coletivo de Trabalho é imprescindível que a pactuação
obreira se firme através do respectivo sindicato, mas não é necessária a
presença do sindicato no polo empresarial da contratação.
III. As Convenções Coletivas de Trabalho incidem em um universo amplo,
caracterizado pela base profissional e econômica representada pelos
respectivos sindicatos.
IV. As Convenções Coletivas de Trabalho devem ser necessariamente
escritas, solenes, mas os Acordos Coletivos de Trabalho podem ser
verbais, dependendo de posterior ratificação pelas partes envolvidas.
Está correto o que se afirma APENAS em
(A) I e IV.
(B) I e II.
(C) II, III e IV.
(D) I, II e III.
(E) III e IV.

22. FCC/TRT24 – Analista Judiciário – Área Administrativa -


2011
As Comissões de Conciliação Prévia
(A) terão membros com mandato de dois anos, vedada a recondução.
(B) não poderão ser constituídas por grupos de empresas.
(C) poderão ser instituídas com apenas dois membros.
(D) terão membros com mandato de um ano, vedada a recondução.
(E) terão o dobro de suplentes em relação ao número de seus membros.

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Teoria e Questões
Aula 09 – Prof. Antonio Daud Jr

23. FCC/TRT4 – Analista Judiciário – Área Administrativa -


2011
De acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho, as Comissões de
Conciliação Prévia
(A) têm prazo de dez dias para a realização da sessão de tentativa de
conciliação a partir da intimação da parte contrária (reclamada).
(B) não possuem prazo pré-estabelecido na legislação trabalhista supra
mencionada para a realização da sessão de tentativa de conciliação.
(C) têm prazo de trinta dias para a realização da sessão de tentativa de
conciliação a partir da intimação da parte contrária (reclamada).
(D) têm prazo de trinta dias para a realização da sessão de tentativa de
conciliação a partir da provocação do interessado.
(E) têm prazo de dez dias para a realização da sessão de tentativa de
conciliação a partir da provocação do interessado.

24. FCC/TRT9 – Analista Judiciário – Área Judiciária - 2010


De acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho, as Comissões de
Conciliação Prévia
(A) instituídas no âmbito da empresa terão 1/3 de seus membros
indicados pelo empregador, em escrutínio, secreto, fiscalizado pelo
sindicato da categoria profissional.
(B) instituídas no âmbito da empresa serão compostas de, no mínimo,
dois e, no máximo, dez membros, com mandato de um ano, permitida
uma recondução.
(C) têm prazo de quinze dias para a realização da sessão de tentativa de
conciliação, a partir da provocação do interessado.
(D) devem possuir caráter intersindical, sendo vedada a constituição por
grupos de empresas.
(E) são órgãos administrativos cujo objetivo é a tentativa de conciliação
entre empregados e empregadores, sendo que o seu termo de conciliação
não possui caráter de título executivo extrajudicial.

25. CESPE/MPU – Analista Processual - 2010


É facultado ao empregador dispensar empregado membro da comissão de
conciliação prévia.

26. CESPE/TRT1 – Juiz do Trabalho Substituto - 2010

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Teoria e Questões
Aula 09 – Prof. Antonio Daud Jr

No que diz respeito às comissões de conciliação prévia, assinale a opção


correta.
(A) A comissão de conciliação prévia pode ser criada no âmbito
empresarial se tiver, no mínimo, quatro membros e, no máximo, doze.
(B) Todos os membros das comissões são detentores de estabilidade
provisória.
(C) Os integrantes das comissões que representarem os empregados
ficam afastados das suas atividades na empresa e devem ser
remunerados, durante o período em que exercerem atividades nessas
comissões, pela comissão que integrem.
(D) Estão legitimados para constituir as comissões uma ou mais empresas
e um ou mais sindicatos.
(E) O prazo prescricional será interrompido a partir da provocação da
comissão e recomeçará a fluir a partir da tentativa frustrada de
conciliação ou do esgotamento do prazo de dez dias da sessão de
tentativa de conciliação a partir da provocação do interessado.

27. CESPE/MPU – Analista Processual - 2010


Por ser direito fundamental, a sindicalização é considerada obrigatória
pela legislação brasileira, que também protege os trabalhadores com a
determinação de que toda categoria profissional tenha seu sindicato.

28. CESPE/TRT1 – Juiz do Trabalho Substituto - 2010


Considere que o empregador de Ênio, do comércio varejista em Niterói,
conceda aos empregados gratificação por tempo de serviço de 1% por
ano trabalhado. Considere, ainda, que, na convenção coletiva de trabalho
que rege a categoria à qual pertence Ênio, conste cláusula que prevê a
concessão de gratificação por tempo de serviço, correspondente a 1% do
salário, relativamente a cada biênio trabalhado. Nessa situação hipotética,
Ênio tem direito à gratificação fornecida pelo empregador — a qual não
pode ser retirada em virtude de já ter aderido ao contrato individual de
trabalho — e àquela prevista no instrumento coletivo de trabalho, durante
a vigência desse instrumento.

29. CESPE/TRT1 – Juiz do Trabalho Substituto - 2010


Quando o labor dos integrantes da categoria for desenvolvido em
condições insalubres, será inválida cláusula de acordo coletivo de trabalho
ou convenção coletiva de trabalho que permita o cumprimento de jornada
compensatória.

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Teoria e Questões
Aula 09 – Prof. Antonio Daud Jr

30. CESPE/TRT1 – Juiz do Trabalho Substituto - 2010


Caso um acordo coletivo de trabalho, cuja vigência se encerrou em
31/3/2010, previsse a concessão de cesta básica aos empregados de uma
empresa, esta poderia deixar de conceder a cesta básica em abril de
2010, pois o direito não integra, de forma definitiva, os contratos
individuais de trabalho.

31. CESPE/AGU – Advogado da União – 2009


O Sindicato dos Empregados em Empresas de Processamento de Dados
do Distrito Federal firmou instrumento coletivo de trabalho com a
Empresa SVTD Informática, que tem 98 empregados. O referido
instrumento tem cinco cláusulas, entre as quais se incluem a previsão de
aviso prévio de 60 dias para empregados com mais de 45 anos de idade
dispensados sem justa causa e o adicional de horas extras
correspondente a 100%. Em relação a essa situação hipotética, é correto
afirmar que o instrumento coletivo firmado constitui convenção coletiva
de trabalho, cujo prazo máximo de vigência é de dois anos.

32. FCC/TRT7 – Analista Judiciário – Área Execução de


Mandados - 2009
Considere as assertivas abaixo a respeito do Acordo e Convenção Coletiva
de Trabalho.
I. O Acordo Coletivo de Trabalho é realizado entre o sindicato da categoria
profissional, de um lado, e o sindicato da categoria econômica do outro.
II. Inexistindo sindicato numa base territorial, assumem a negociação
para a celebração de Convenção Coletiva de Trabalho, as Confederações
e, na falta destas, assumem as Federações.
III. Não é permitido estipular duração de Convenção ou Acordo Coletivo
de Trabalho superior a dois anos.
IV. As Convenções Coletivas de Trabalho não possuem a obrigatoriedade
de conter disposições sobre o processo de prorrogação de seus
dispositivos, em razão da existência de norma legal específica sobre este
tema.
De acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho, é correto o que se
afirma APENAS em
(A) I e II.
(B) II e III.
(C) I, III e IV.
(D) II.
(E) III.

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33. CESPE/CEHAP-PB – Advogado - 2009


Quanto às comissões de conciliação prévia (CCPs), assinale a opção
correta.
(A) As CCPs têm composição paritária, com representante dos
empregados e dos empregadores, e são instituídas somente por
sindicatos a fim de tentar conciliar os conflitos individuais do trabalho.
(B) As CCPs têm a atribuição de tentar conciliar conflitos coletivos de
trabalho.
(C) O representante dos empregados na CCP ficará afastado de suas
atribuições perante a sua empregadora, tendo dedicação exclusiva na
comissão em questão.
(D) Qualquer demanda de natureza trabalhista será submetida à CCP se,
na localidade da prestação de serviços, a comissão houver sido instituída
no âmbito da empresa ou do sindicato da categoria.

34. CESPE/TRT5 – Analista Judiciário – Área Execução de


Mandados – 2008
A convenção coletiva é o instrumento normativo firmado entre o sindicato
da categoria profissional e uma ou mais empresas, buscando com isso
prever condições de trabalho aplicáveis às relações de trabalho, no âmbito
da(s) empresa(s) acordante(s).

35. CESPE/Natal-RN – Procurador Municipal – 2008


(Adaptada)
Os acordos coletivos são pactos firmados entre uma ou mais empresas e
o sindicato representativo da respectiva categoria profissional.

36. CESPE/Natal-RN – Procurador Municipal - 2008


A respeito da comissão de conciliação prévia, assinale a opção correta.
(A) O prazo prescricional para propor ação trabalhista é suspenso a partir
da provocação da comissão em pauta.
(B) O prazo para realizar a sessão de tentativa de conciliação é de cinco
dias, a contar da provocação do interessado.
(C) A comissão de conciliação mencionada é composta unicamente por
representantes dos empregados.
(D) O mandato dos membros da comissão em apreço é de dois anos, não
sendo permitida recondução.

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37. CESPE/Natal-RN – Procurador Municipal – 2008


(Adaptada)
Os sindicatos não precisam participar das negociações coletivas de
trabalho.

38. CESPE/TRT9 – Analista Judiciário – Área Judiciária -


2007
Criado o sindicato profissional, todos os trabalhadores da respectiva
categoria são considerados seus filiados.

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6 – Gabarito

1. D 22. C
2. B 23. E
3. A 24. B
4. C 25. E
5. Anulada 26. D
6. C 27. E
7. C 28. E
8. C 29. C
9. A 30. E
10. B 31. E
11. A 32. E
12. A 33. Anulada
13. C 34. E
14. E 35. C
15. A 36. A
16. E 37. E
17. E 38. E
18. C
19. E
20. E
21. D

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7 – Resumo da aula
CCP:

ACT e CCT:

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Principais diferenças entre CCT e ACT

Polos subjetivos Abrangência das normas pactuadas


pactuantes

Na CCT, entre sindicatos (o Na CCT, as normas jurídicas por ela


sindicato obreiro e o sindicato definidas abrangem toda a base territorial
patronal). das categorias profissional e econômica
representadas pelos sindicatos
No ACT: sindicato obreiro +
empresa(s) (e não o sindicato pactuantes.
No ACT, terá aplicação apenas nas
patronal).
empresas que figuraram como polo
subjetivo (assim, sua abrangência é mais
restrita que a da CCT).

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8 – Conclusão
Bom pessoal,
Estamos chegando ao final de nossa aula.
Esta aula envolveu alguns assuntos difíceis e, de tudo o que comentamos,
recomendamos atenção especial para as regras sobre acordos e convenções
coletivos de trabalho.

Grande abraço e bons estudos,

Prof. Antonio Daud Jr


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9 – Lista de Legislação, Súmulas e OJ do TST


relacionados à aula
Constituição Federal/88

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer


natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no
País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
(...)
XVI - todos podem reunir-se pac ificamente, sem armas, em locais
==b9cbf==

abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não


frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local,
sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de
caráter paramilitar;
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:
(...)
V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato;

CLT

Art. 9º - Serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de


desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos na
presente Consolidação.

Art. 444 - As relações contratuais de trabalho podem ser objeto de livre


estipulação das partes interessadas em tudo quanto não contravenha às
disposições de proteção ao trabalho, aos contratos coletivos que lhes
sejam aplicáveis e às decisões das autoridades competentes.

Art. 468 - Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das


respectivas condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que
não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena
de nulidade da cláusula infringente desta garantia.

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Art. 611 - Convenção Coletiva de Trabalho é o acordo de caráter


normativo, pelo qual dois ou mais Sindicatos representativos de
categorias econômicas e profissionais estipulam condições de trabalho
aplicáveis, no âmbito das respectivas representações, às relações
individuais de trabalho.
§ 1º É facultado aos Sindicatos representativos de categorias profissionais
celebrar Acordos Coletivos com uma ou mais empresas da correspondente
categoria econômica, que estipulem condições de trabalho, aplicáveis no
âmbito da empresa ou das acordantes respectivas relações de trabalho.
§ 2º As Federações e, na falta desta, as Confederações representativas de
categorias econômicas ou profissionais poderão celebrar convenções
coletivas de trabalho para reger as relações das categorias a elas
vinculadas, inorganizadas em Sindicatos, no âmbito de suas
representações.

Art. 613 - As Convenções e os Acordos deverão conter obrigatoriamente:


I - Designação dos Sindicatos convenentes ou dos Sindicatos e empresas
acordantes;
II - Prazo de vigência;
III - Categorias ou classes de trabalhadores abrangidas pelos respectivos
dispositivos;
IV - Condições ajustadas para reger as relações individuais de trabalho
durante sua vigência;
V - Normas para a conciliação das divergências sugeridas entre os
convenentes por motivos da aplicação de seus dispositivos;
VI - Disposições sobre o processo de sua prorrogação e de revisão total
ou parcial de seus dispositivos;
VII - Direitos e deveres dos empregados e empresas;
VIII - Penalidades para os Sindicatos convenentes, os empregados e as
empresas em caso de violação de seus dispositivos.
Parágrafo único. As convenções e os Acordos serão celebrados por escrito,
sem emendas nem rasuras, em tantas vias quantos forem os Sindicatos
convenentes ou as empresas acordantes, além de uma destinada a
registro.

Art. 614 - Os Sindicatos convenentes ou as empresas acordantes


promoverão, conjunta ou separadamente, dentro de 8 (oito) dias da
assinatura da Convenção ou Acordo, o depósito de uma via do mesmo,
para fins de registro e arquivo, no Departamento Nacional do Trabalho,
em se tratando de instrumento de caráter nacional ou interestadual, ou

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nos órgãos regionais do Ministério do Trabalho e Previdência Social, nos


demais casos.
§ 1º As Convenções e os Acordos entrarão em vigor 3 (três) dias após a
data da entrega dos mesmos no órgão referido neste artigo.
§ 3º Não será permitido estipular duração de Convenção ou Acôrdo
superior a 2 (dois) anos.
Art. 615 - O processo de prorrogação, revisão, denúncia ou revogação
total ou parcial de Convenção ou Acordo ficará subordinado, em qualquer
caso, à aprovação de Assembleia Geral dos Sindicatos convenentes ou
partes acordantes, com observância do disposto no art. 612.
§ 1º O instrumento de prorrogação, revisão, denúncia ou revogação de
Convenção ou Acordo será depositado para fins de registro e
arquivamento, na repartição em que o mesmo originariamente foi
depositado observado o disposto no art. 614.
§ 2º As modificações introduzidos em Convenção ou Acordo, por força de
revisão ou de revogação parcial de suas cláusulas passarão a vigorar 3
(três) dias após a realização de depósito previsto no § 1º.

Art. 620. As condições estabelecidas em Convenção quando mais


favoráveis, prevalecerão sobre as estipuladas em Acordo.

Art. 625-A. As empresas e os sindicatos podem instituir Comissões de


Conciliação Prévia, de composição paritária, com representante dos
empregados e dos empregadores, com a atribuição de tentar conciliar os
conflitos individuais do trabalho. Parágrafo único. As Comissões referidas
no caput deste artigo poderão ser constituídas por grupos de empresas ou
ter caráter intersindical.

Art. 625-B. A Comissão instituída no âmbito da empresa será composta


de, no mínimo, dois e, no máximo, dez membros, e observará as
seguintes normas:
I - a metade de seus membros será indicada pelo empregador e outra
metade eleita pelos empregados, em escrutínio,secreeto, fiscalizado pelo
sindicato de categoria profissional;
II - haverá na Comissão tantos suplentes quantos forem os
representantes títulares;
III - o mandato dos seus membros, titulares e suplentes, é de um ano,
permitida uma recondução.

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Art. 625-C. A Comissão instituída no âmbito do sindicato terá sua


constituição e normas de funcionamento definidas em convenção ou
acordo coletivo.

Art. 625-D. Qualquer demanda de natureza trabalhista será submetida à


Comissão de Conciliação Prévia se, na localidade da prestação de
serviços, houver sido instituída a Comissão no âmbito da empresa ou do
sindicato da categoria.
§ 1º A demanda será formulada por escrito ou reduzida a tempo por
qualquer dos membros da Comissão, sendo entregue cópia datada e
assinada pelo membro aos interessados.
§ 2º Não prosperando a conciliação, será fornecida ao empregado e ao
empregador declaração da tentativa conciliatória frustada com a descrição
de seu objeto, firmada pelos membros da Comissão, que devera ser
juntada à eventual reclamação trabalhista.
§ 3º Em caso de motivo relevante que impossibilite a observância do
procedimento previsto no caput deste artigo, será a circunstância
declarada na petição da ação intentada perante a Justiça do Trabalho.
§ 4º Caso exista, na mesma localidade e para a mesma categoria,
Comissão de empresa e Comissão sindical, o interessado optará por uma
delas submeter a sua demanda, sendo competente aquela que primeiro
conhecer do pedido.

Art. 625-E. Aceita a conciliação, será lavrado termo assinado pelo


empregado, pelo empregador ou seu proposto e pelos membros da
Comissão, fornecendo-se cópia às partes.
Parágrafo único. O termo de conciliação é título executivo extrajudicial e
terá eficácia liberatória geral, exceto quanto às parcelas expressamente
ressalvadas.

Art. 625-F. As Comissões de Conciliação Prévia têm prazo de dez dias


para a realização da sessão de tentativa de conciliação a partir da
provocação do interessado.
Parágrafo único. Esgotado o prazo sem a realização da sessão, será
fornecida, no último dia do prazo, a declaração a que se refere o § 2º do
art. 625-D.

Art. 625-G. O prazo prescricional será suspenso a partir da provocação da


Comissão de Conciliação Prévia, recomeçando a fluir, pelo que lhe resta, a
partir da tentativa frustada de conciliação ou do esgotamento do prazo
previsto no art. 625-F.

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Art. 625-H. Aplicam-se aos Núcleos Intersindicais de Conciliação


Trabalhista em funcionamento ou que vierem a ser criados, no que
couber, as disposições previstas neste Título, desde que observados os
princípios da paridade e da negociação coletiva na sua constituição.

TST

SUM-85, VI - Não é válido acordo de compensação de jornada em


atividade insalubre, ainda que estipulado em norma coletiva, sem a
necessária inspeção prévia e permissão da autoridade competente, na
forma do art. 60 da CLT.

SUM-202 - GRATIFICAÇÃO POR TEMPO DE SERVIÇO. COMPENSAÇÃO


(mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
Existindo, ao mesmo tempo, gratificação por tempo de serviço outorgada
pelo empregador e outra da mesma natureza prevista em acordo coletivo,
convenção coletiva ou sentença normativa, o empregado tem direito a
receber, exclusivamente, a que lhe seja mais benéfica.

SUM-264 - HORA SUPLEMENTAR. CÁLCULO (mantida) - Res. 121/2003,


DJ 19, 20 e 21.11.2003
A remuneração do serviço suplementar é composta do valor da hora
normal, integrado por parcelas de natureza salarial e acrescido do
adicional previsto em lei, contrato, acordo, convenção coletiva ou
sentença normativa.

SUM-277 SENTENÇA NORMATIVA. CONVENÇÃO OU ACORDO COLETIVOS.


VIGÊNCIA. REPERCUSSÃO NOS CONTRATOS DE TRABALHO
I - As condições de trabalho alcançadas por força de sentença normativa,
convenção ou acordos coletivos vigoram no prazo assinado, não
integrando, de forma definitiva, os contratos individuais de trabalho.
II – Ressalva-se da regra enunciada no item I o período compreendido
entre 23.12.1992 e 28.07.1995, em que vigorou a Lei nº 8.542, revogada
pela Medida Provisória nº 1.709, convertida na Lei nº 10.192, de
14.02.2001.

SUM-277 CONVENÇÃO COLETIVA DE TRABALHO OU ACORDO COLETIVO


DE TRABALHO. EFICÁCIA. ULTRATIVIDADE.

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As cláusulas normativas dos acordos coletivos ou convenções coletivas


integram os contratos individuais de trabalho e somente poderão ser
modificadas ou suprimidas mediante negociação coletiva de trabalho.

SUM-364, II - Não é válida a cláusula de acordo ou convenção coletiva de


trabalho fixando o adicional de periculosidade em percentual inferior ao
estabelecido em lei e proporcional ao tempo de exposição ao risco, pois
tal parcela constitui medida de higiene, saúde e segurança do trabalho,
garantida por norma de ordem pública (arts. 7º, XXII e XXIII, da CF e
193, §1º, da CLT).

SUM-374 NORMA COLETIVA. CATEGORIA DIFERENCIADA. ABRANGÊNCIA


Empregado integrante de categoria profissional diferenciada não tem o
direito de haver de seu empregador vantagens previstas em instrumento
coletivo no qual a empresa não foi representada por órgão de classe de
sua categoria.

SUM-384 MULTA CONVENCIONAL. COBRANÇA


I - O descumprimento de qualquer cláusula constante de instrumentos
normativos diversos não submete o empregado a ajuizar várias ações,
pleiteando em cada uma o pagamento da multa referente ao
descumprimento de obrigações previstas nas cláusulas respectivas.
II - É aplicável multa prevista em instrumento normativo (sentença
normativa, convenção ou acordo coletivo) em caso de descumprimento de
obrigação prevista em lei, mesmo que a norma coletiva seja mera
repetição de texto legal.

SUM-449 MINUTOS QUE ANTECEDEM E SUCEDEM A JORNADA DE


TRABALHO. LEI Nº 10.243, DE 19.06.2001. NORMA COLETIVA.
FLEXIBILIZAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE
A partir da vigência da Lei nº 10.243, de 19.06.2001, que acrescentou o §
1º ao art. 58 da CLT, não mais prevalece cláusula prevista em convenção
ou acordo coletivo que elastece o limite de 5 minutos que antecedem e
sucedem a jornada de trabalho para fins de apuração das horas extras.

OJ-SDC-5 DISSÍDIO COLETIVO CONTRA PESSOA JURÍDICA DE DIREITO


PÚBLICO. IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA
Aos servidores públicos não foi assegurado o direito ao reconhecimento de
acordos e convenções coletivos de trabalho, pelo que, por conseguinte,
também não lhes é facultada a via do dissídio coletivo, à falta de previsão
legal.

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OJ-SDC-17 CONTRIBUIÇÕES PARA ENTIDADES SINDICAIS.


INCONSTITUCIONALIDADE DE SUA EXTENSÃO A NÃO ASSOCIADOS
As cláusulas coletivas que estabeleçam contribuição em favor de entidade
sindical, a qualquer título, obrigando trabalhadores não sindicalizados, são
ofensivas ao direito de livre associação e sindicalização,
constitucionalmente assegurado, e, portanto, nulas, sendo passíveis de
devolução, por via própria, os respectivos valores eventualmente
descontados.

OJ-SDC-36 EMPREGADOS DE EMPRESA DE PROCESSAMENTO DE DADOS.


RECONHECIMENTO COMO CATEGORIA DIFERENCIADA.
IMPOSSIBILIDADE
É por lei e não por decisão judicial, que as categorias diferenciadas são
reconhecidas como tais. De outra parte, no que tange aos profissionais da
informática, o trabalho que desempenham sofre alterações, de acordo
com a atividade econômica exercida pelo empregador.

OJ-SDI1-41 ESTABILIDADE. INSTRUMENTO NORMATIVO. VIGÊNCIA.


EFICÁCIA
Preenchidos todos os pressupostos para a aquisição de estabilidade
decorrente de acidente ou doença profissional, ainda durante a vigência
do instrumento normativo, goza o empregado de estabilidade mesmo
após o término da vigência deste.
OJ-SDI1-322 ACORDO COLETIVO DE TRABALHO. CLÁUSULA DE TERMO
ADITIVO PRORROGANDO O ACORDO PARA PRAZO INDETERMINADO.
INVÁLIDA
Nos termos do art. 614, § 3º, da CLT, é de 2 anos o prazo máximo de
vigência dos acordos e das convenções coletivas. Assim sendo, é inválida,
naquilo que ultrapassa o prazo total de 2 anos, a cláusula de termo
aditivo que prorroga a vigência do instrumento coletivo originário por
prazo indeterminado.

OJ-SDI1-420 TURNOS ININTERRUPTOS DE REVEZAMENTO.


ELASTECIMENTO DA JORNADA DE TRABALHO. NORMA COLETIVA COM
EFICÁCIA RETROATIVA. INVALIDADE.
É inválido o instrumento normativo que, regularizando situações
pretéritas, estabelece jornada de oito horas para o trabalho em turnos
ininterruptos de revezamento.

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DIREITO DO TRABALHO P/ TRT-CE
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STF
SÚMULA Nº 679
A fixação de vencimentos dos servidores públicos não pode ser objeto de
convenção coletiva.

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