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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DO TRABALHO DA MM.

DA 04.ª VARA DO TRABALHO DE MOGI DAS CRUZES - SP

Autos do processo nº: 1001670-56.2022.5.02.0373

JOSE MONTEIRO DA SILVA JUNIOR, já qualificado nos autos da RECLAMAÇÃO


TRABALHISTA, que mov em face de COMPANHIA METALURGICA PRADA,
igualmente já qualificada nos presentes autos, vem, por sua procuradora,
tempestiva e respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, não se conformando
com a r. sentença proferida de Id.23a1e7d, INTERPOR o presente RECURSO
ORDINÁRIO, com fundamento no artigo 895 da CLT, para conhecimento,
processamento e julgamento pelo Tribunal ad quem.

Nestes termos, com as razões inclusas, requer-se o prosseguimento da ação,


deixando de recolher o preparo face a concessão dos benefícios da gratuidade da
justiça.

DA TEMPESTIVIDADE

Conforme se observa da certidão de publicação o prazo para interposição do recurso


ordinário se iniciou em 10.04.2023, com a publicação da sentença. Apresentado o
Recurso Ordinário na presente data – 20.04.2023, tem-se comprovada a
tempestividade.

Termos em que, pede deferimento.

Mogi das Cruzes, data do protocolo.

p.p.

Verônica Pessôa Ohara

OAB/SP 435.226
Origem: 04ª VARA DO TRABALHO DE GUARULHOS - SP
Destino: Egrégio Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo – 2ª Região – TRT-2

RECORRENTE: JOSE MONTEIRO DA SILVA JUNIOR


RECORRIDA: COMPANHIA METALURGICA PRADA

Processo nº: 1001670-56.2022.5.02.0373

Egrégio Tribunal
Colenda Turma

RAZÕES DE RECURSO ORDINÁRIO

EGRÉGIO TRIBUNAL,

ÍNCLITOS JULGADORES!

O MM. Juízo a quo não agiu com o costumeiro acerto ao proferir a r. sentença
vergastada, razão pela qual, data venia, merece ser reformada, consoante se
demonstra contrária à lei, às provas produzidas nos autos e à jurisprudência
dominante deste E. Tribunal Regional do Trabalho e aplicou o direito de forma
discordante com a robusta prova produzida:

No caso em apreço, tem-se por incontroverso que a parte autora, no período


imprescrito, exerceu cargo de chefia, porém, o reclamante nunca foi remunerado
com gratificação adicional pelo exercício do cargo de confiança/fidúcia especial, a
teor do artigo 62 da CLT.
Ao trabalhador que passa a ser enquadrado na referida exceção legal, tem-se que lhe
é retirado o direito ao pagamento de horas extras, somando a isto, tem-se que lhe
são atribuídas maiores responsabilidades, portanto, há que haver um aumento
salarial proporcional à extensão e a complexidade do trabalho’ (art. 7º, V, CF).

Neste sentido, o próprio artigo da CLT estabelece que esse incremento salarial deve
corresponder a 40% do salário efetivo:

‘Art. 62 - Não são abrangidos pelo regime previsto neste capítulo:

[...]

Il - os gerentes, assim considerados os exercentes de cargos de gestão, aos


quais se equiparam, para efeito do disposto neste artigo, os diretores e
chefes de departamento ou filial.

[...]

Parágrafo único - O regime previsto neste capítulo será aplicável aos


empregados mencionados no inciso II deste artigo, quando o salário do cargo
de confiança, compreendendo a gratificação de função, se houver, for
inferior ao valor do respectivo salário efetivo acrescido de 40% (quarenta
por cento). ”

O artigo 62, parágrafo único, da CLT não estabeleceu a obrigatoriedade de


pagamento de uma gratificação de função destacada do salário para a caracterização
do cargo de confiança tratado no inciso II do mesmo dispositivo. Ou seja, não há a
obrigatoriedade de conceder uma "gratificação", mas sim que seja recebido um
acréscimo salarial decorrente da fidúcia.

A lei, em verdade, estabelece que o enquadramento do empregado na norma do


artigo 62, II, da CLT, exige-se que o salário do gestor ou equiparado (gerentes,
diretores, chefes de departamento ou de filial) seja razoavelmente diferenciado,
superior em pelo menos 40% (quarenta por cento), quando comparado com o
salário do cargo efetivo ou dos demais empregados que exercem funções ordinárias
e similares, mas sem os poderes de gestão atinentes ao cargo de fidúcia.
Acrescente-se que a devida majoração salarial referente ao salário do cargo de
confiança deve ser analisado com o salário que o trabalhador recebia quando não
trabalhava nessa condição, e não em relação aos seus subordinados com cargos
totalmente distintos.

Neste sentido, o fato de o autor receber, durante o período imprescrito, mais de 40%
do que seus subordinados não comprovam que o autor passou a receber a mais pelo
cargo de confiança conforme estabelece a lei.

Vale trazer os ensinamentos do magistério de Maurício Godinho Delgado (Curso de


Direito do Trabalho – 5. Ed. – São Paulo : LTr, 2006, pags. 875/876):

"(...) a Lei n. 8966/94 ampliou a já clássica concepção jurídica de gerente,


exigindo-lhe, comparativamente, apenas os poderes de gestão (embora
nestes se possam incluir os de mando), mas sem o requisito dos poderes de
representação. Aduz, ainda, a nova lei que a tais gerentes equiparam-se, para
os fins previstos no art. 62, os chefes de departamentos e/ou filial.
Quantifica, por fim, o novo texto normativo a diferenciação salarial que deve
existir entre o cargo/função de gerente e o cargo/função efetivo: pelo menos
40% de acréscimo salarial entre o ‘respectivo salário efetivo’ e o nível
condizente com o cargo/função de gerente.

Nesta senda, a regra contida no artigo 62 e em seus incisos e parágrafos não


traz disposição expressa acerca da comparação do salário diferenciado aos
subordinados, não podendo a norma ser interpreta de forma ampliativa in
pejus ao obreiro, comparando o patamar salarial elevado aos salários de
subordinados com cargos sem as mesmas especificações técnicas.

A diferença remuneratória atinente ao cargo de confiança, não pode ser comparada


a remuneração de subordinados que exercem cargos com conhecimento técnico e
qualificações inferiores às do reclamante, pois é notório que o patamar salarial de
um engenheiro é efetivamente superior ao patamar salarial de um mecânico, por
exemplo.

E, para que a interpretação ampliada da norma esteja em consonância com o


ordenamento jurídico vigente, devem ser observados os princípios constitucionais
e pautar-se na razoabilidade e proporcionalidade ao aplicar a lei de forma mais
abrangente.
No caso dos autos, ao acolher a tese defensiva e entender que o patamar
salarial do reclamante era elevado, o comparando aos salários de
subordinados com cargos diversos e com funções e necessidades técnicas
inferiores, que não guardam qualquer relação de função, atividades e cargo,
como o exercido ordinariamente pelo obreiro, a r. decisão afrontou o
princípio da isonomia, basilar da Nossa Carta Magna, bem como o um dos
princípios norteadores desta seara especializada; o princípio da proteção e
seus desdobramentos, no caso em apreço da aplicação da norma mais
favorável.

O referido princípio da proteção também veda a aplicação de normas ou alterações


in pejus ao trabalhador e em consonância com seu norteamento, não se pode
interpretar de forma ampliada uma norma – inciso II do artigo 62 da CLT, sem a
observância das especificações técnicas e qualificação profissional do empregado
quando se pretende comparar seu salário com os salários dos seus subordinados,
ocupantes de cargos bem inferiores na hierarquia empresarial e condizentes com
suas atribuições técnicas.

O inciso II do artigo 62, nada dispõe acerca da comparação aos salários dos
subordinados, só devendo ser ampliada a interpretação legislativa para comparar
os salários quando os cargos forem análogos ou com funções iguais.

O reclamante detinha cargo ordinariamente já diferenciado; de chefia e além disso


passou a exercer a função de fidúcia, inserida na exceção contida no artigo 62 da
CLT, passando a exercê-la de forma cumulada com seu cargo ordinário que já era de
liderança e chefia – era coordenador de manutenção – fls. 217 dos autos – Id.
f408dea.

Desta forma, não cabe comparar a remuneração tida como diferenciada ao salário
de empregados com cargos sem relação ao exercido pelo reclamante. Para se
realizar tal comparação e ampliar a interpretação normativa, os cargos devem estar
no mesmo patamar na cadeia hierárquica da reclamada, o que não se vislumbrou
neste caso concreto.

Conforme se verifica nas fls. 428,429,430 e 431 (Id. 5da2f3a) dos autos, a tese
defensiva acolhida pelo MM. Juízo a quo, se limitou a trazer os comprovantes e
comparações ao subordinados com cargos bem inferiores na cadeia hierárquica e
técnica da reclamada, conforme se denota abaixo:
A respeitável decisão de piso, com base nos quadros comparativos trazidos pela
reclamada - fls. 428,429,430 e 431 (Id. 5da2f3a), decidiu de forma a afrontar o
princípio da isonomia, pois não se ateve ao fato de que os subordinados relacionados
nos quadros comparativos não detinham funções equivalentes as do reclamante e
sequer detinham as mesmas qualificações técnicas ou análogas.
Nesta senda, deveria a reclamada ter trazido aos autos a comparação salarial
relativa aos cargos similares ao do obreiro ou de empregados com qualificações
técnicas e experiência profissional análoga, não cabendo a comparação com
empregados com cargos desmedidamente inferiores, como o fez.

A jurisprudência de diversos tribunais, bem como as prevalecentes no TST, seguem


a mesma linha de raciocínio defendida neste recurso, no sentido de que a
comprovação do recebimento de salário diferenciado pelo enquadramento na
exceção disposta no artigo 62 da CLT, deve ser aferido a partir do salário efetivo do
trabalhador ou que seja ao menos 40% acima dos salários dos profissionais de
nível similar na empresa.

Segue jurisprudência sobre o tema e de acordo com o pleito recursal:

CARGO DE CONFIANÇA (ART. 62, II, CLT). ESPECIALISTA DE


OPERAÇÃO/PLANEJAMENTO/TRAÇÃO. SALÁRIO ELEVADO E DIFERENCIADO. PAGAMENTO
DE GRATIFICAÇÃO DE FUNÇÃO. DESNECESSIDADE. FIDÚCIA INERENTE A CARGO DE GESTÃO
OU EQUIPARADO. REQUISITOS OBJETIVO E SUBJETIVO PREENCHIDOS. HORAS EXTRAS
INDEVIDAS. O artigo 62, parágrafo único, da CLT não estabeleceu a obrigatoriedade de
pagamento de uma gratificação de função destacada do salário para a caracterização do
cargo de confiança tratado no inciso II do mesmo dispositivo. Ou seja, não há a
obrigatoriedade de conceder uma "gratificação", nem essa constitui requisito essencial para a
configuração do cargo de confiança em questão. A lei, em verdade, apenas fixou objetivamente,
um percentual mínimo para a gratificação, "se houver", isto é, se o empregador entender que
deve fazer distinção entre o empregado que ocupa cargo de confiança e os demais que ocupam
o mesmo cargo efetivo. Assim, para enquadramento do empregado na norma do artigo 62, II,
da CLT, exige-se que o salário do gestor ou equiparado (gerentes, diretores, chefes de
departamento ou de filial) seja razoavelmente diferenciado, superior em pelo menos 40%
(quarenta por cento), quando comparado com o salário dos demais empregados que exercem
funções ordinárias, sem poderes de gestão, ou quando comparado com o salário do cargo
efetivo. No caso examinado, os elementos constantes dos autos evidenciam que o padrão
remuneratório do reclamante, como especialista de tração (ou especialista de operação/de
planejamento), era substancialmente elevado, muito acima média dos salários pagos aos
empregados que exerciam funções ordinárias, visto que recebia mais do que cinco vezes o
ligeiramente
piso dos salários pagos aos empregados que ocupavam cargo
abaixo do seu cargo na cadeia hierárquica da reclamada. Contexto que
permite concluir-se preenchido o requisito objetivo previsto no artigo 62, parágrafo único, da
CLT, o qual, repise-se, não demanda o pagamento de gratificação adicional destacada sobre
salário já diferenciado recebido pelo empregado. Desse modo, e comprovada, ainda, a
confiança inerente aos cargos de gestão, equiparados a diretores, chefes de departamento ou
filial (requisito subjetivo), nos termos do art. 62, II, CLT, são indevidos os pedidos relativos à
duração do trabalho, como horas extras, sobreaviso e intervalos legais. Jurisprudência do C.
TST. Recurso da reclamada ao qual se dá provimento quanto à matéria.
(TRT-9 - ROT: 00002286020205090660, Relator: SUELI GIL EL RAFIHI, Data de Publicação:
18/01/2022). Destaques.

RECURSO ORDINÁRIO. CARGO DE CONFIANÇA. GRATIFICAÇÃO DE FUNÇÃO. Para


caracterizar o cargo de confiança, não é exigível o pagamento de gratificação específica: basta
que o salário do empregado seja ao menos 40% do salário da média dos
profissionais de nível similar na empresa. É nesse sentido que se interpreta o
artigo 62, parágrafo único, da CLT.

(TRT-1 - RO: 01013267720185010047 RJ, Relator: FLAVIO ERNESTO RODRIGUES SILVA, Data
de Julgamento: 02/10/2019, Décima Turma, Data de Publicação: 10/10/2019). Destaques.

CARGO DE GESTÃO. EXERCÍCIO DE ATIVIDADE COM ESPECIAL FIDÚCIA E PODERES DE


GESTÃO. PAGAMENTO DE REMUNERAÇÃO SUPERIOR AO SALÁRIO FIXADO PARA OS DEMAIS
EMPREGADOS DA CATEGORIA ACRESCIDO DO PERCENTUAL DE 40%. ARTIGO 62, INCISO II E
PARÁGRAFO ÚNICO, DA CLT. SALÁRIO COMPLESSIVO NÃO CONFIGURADO. Nos termos do
artigo 62, inciso II, e parágrafo único, da CLT, a configuração de cargo de gestão depende da
comprovação de dois requisitos: o exercício de cargo com especial fidúcia, e o acréscimo
salarial de, no mínimo, 40% sobre a remuneração salarial do cargo efetivo. Importante
salientar que o parágrafo único do artigo 62 da CLT, ao exigir o pagamento de "salário do
cargo de confiança compreendendo a gratificação de função, se houver," igual ou
superior ao valor do cargo efetivo acrescido de 40%, além da especial fidúcia da
atividade, para o enquadramento do empregado em cargo de gestão, não tornou
obrigatório o pagamento de rubrica específica sob este título, mas apenas assegurou
que o gerente, em razão da assunção de maiores responsabilidades, tenha padrão
remuneratório superior aos demais empregados da categoria que
desempenham funções ordinárias, sem poderes de gestão. Com efeito, tendo em vista que,
o autor exercia o cargo de gerente, com poderes de mando e representação, e recebia
remuneração superior ao salário efetivo dos demais empregados acrescido do percentual de
40%, evidente o seu enquadramento na hipótese prevista no artigo 62, inciso II, e parágrafo
único, da CLT. A ausência de pagamento destacado e em rubrica própria da gratificação de
função não caracteriza salário complessivo, na medida em que a fixação de patamar salarial
para o cargo de gestão em valor superior à remuneração básica do cargo efetivo acrescida do
percentual de 40% está em consonância com o disposto no artigo 62, parágrafo único, da CLT.
Precedentes. Recurso de revista não conhecido.

(TST - RR: 4564020105150071, Relator: José Roberto Freire Pimenta, Data de Julgamento:
09/11/2016, 2ª Turma, Data de Publicação: DEJT 11/11/2016). Destaques.

Ademais se deve considerar que o salário deve ser compatível com as


responsabilidades do cargo ocupado. Não basta atribuir responsabilidades e pagar
acréscimo de 40% (quarenta por cento) sobre um salário irrelevante para se alegar
cargo de confiança e se eximir do pagamento de horas extras.

Conforme artigo científico (


file:///C:/Users/ADM/Desktop/PESQUISAS%20VE/Documentos%20Ve/documen
tos%20modelos/implemento_salarial.pdf) que aborda a relação do salário ao cargo
exercido, temos que:

“A administração de cargos e salários se baseia no ajuste das


necessidades estruturais das organizações e as expectativas dos
colaboradores, abordando as etapas de elaboração, classificação,
procedimento, vantagens e desvantagens, fórmulas estatísticas e sua
utilização prática em ambiente laboral.

Para Chiavenato (1999, p 229),”a avaliação dos cargos é o processo


através do qual se aplicam critérios de comparação dos cargos para se
conseguir uma valoração relativa interna dos salários dos diversos
cargos.” (CHIAVENATO, I. Gestão de pessoas: o novo papel dos
recursos humanos nas organizações. 11º. ed. Rio de Janeiro:
Campus, 1999).

Um plano de cargos e salários visa, proporcionar uma compatibilidade


entre os salários oferecidos pela empresa e os salários pagos pelo
mercado.

A estrutura de cargos e salários geralmente encontra-se verticalmente


nas empresas, distribuídas em níveis estratégicos, táticos e
operacionais.
(...)”

A respeito das considerações retiradas do referido artigo, as empresas devem


promover a adequada repartição das verbas salariais, levando em consideração o
perfil de competência profissional, preservando a consistência interna e ajuste aos
níveis praticados no mercado, visando a valorização da mão de obra qualificada e
remunerando os empregados de acordo com as suas competencias tecnicas e com a
legislação trabalhista vigente.
No caso dos autos, ao ser inserido na exceção contida no artigo 62 da CLT, o
reclamante não só deixou de ter a proteção constituicional relativa a jornada de
trabalho, como também absorveu atividades de maiores responsabilidades, estando
a sempre à disposição da empresa como se fosse o próprio empregador.

Vale salientar ainda, que embora o salário do obreiro fosse relativamente


elevado, sempre esteve de acordo com as suas qualificações técnicas; sua
formação academica e especializações, bem como ao seu cargo ordinário de
chefia e sua experiencia profissional, estando ainda conformidade com o
patamar salarial exercido no mercado de trabalho conforme demosntrado
abaixo:

Link para acesso:


https://www.glassdoor.com.br/Sal%C3%A1rios/coordenador-de-engenharia-de-
manuten%C3%A7%C3%A3o-sal%C3%A1rio-
SRCH_KO0,39.htm#:~:text=Qual%20%C3%A9%20o%20sal%C3%A1rio%20de,de
%20R%2412.156%20em%20Brasil.

Desta forma, temos que o salário percebido pelo reclamante não atendeu a
disposição legal contida no parágrafo único do artigo 62 da CLT, razão pela qual
merece ser reformada a r. Sentença que entendeu estar englobado na remuneração
do obreiro o adicional de 40% relativo ao cargo efetivo, comparando a remuneração
percebida pelo obreiro aos salários de subordinados com cargos de qualificação
técnica muito inferior ao do reclamante.
Cabia a reclamada, nos termos dos artigos 818 da CLT e 373 do CPC, demonstrar que
o obreiro recebia remuneração elevada se comparada com aquelas recebidas pelos
cargos similares ao seu, todavia realizou tal comparação em relação a cargos
totalmente distintos, conforme tabela comparativa contida nas fls. 428,429,430 e
431 (Id. 5da2f3a), dos autos, motivo pelo qual não deve prevalecer a tese defensiva,
devendo a r.sentença ser reformada e ser a reclamada condenada ao pagamento do
acréscimo salarial conforme termos da exordial.

Desta forma, tendo em vista as regras esculpidas nos artigos 818 da CLT e 373 do
CPC, que não foram devidamente respeitadas pelo juízo a quo, merece ser
parcialmente reformada por este E. Tribunal a r. sentença proferida sob o Id.
23a1e7d, que incidiu

Termos em que, pede deferimento.

Mogi das Cruzes, data do protocolo.

p.p.

Verônica Pessôa Ohara

OAB/SP 435.226

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