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DA TEMPESTIVIDADE
p.p.
OAB/SP 435.226
Origem: 04ª VARA DO TRABALHO DE GUARULHOS - SP
Destino: Egrégio Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo – 2ª Região – TRT-2
Egrégio Tribunal
Colenda Turma
EGRÉGIO TRIBUNAL,
ÍNCLITOS JULGADORES!
O MM. Juízo a quo não agiu com o costumeiro acerto ao proferir a r. sentença
vergastada, razão pela qual, data venia, merece ser reformada, consoante se
demonstra contrária à lei, às provas produzidas nos autos e à jurisprudência
dominante deste E. Tribunal Regional do Trabalho e aplicou o direito de forma
discordante com a robusta prova produzida:
Neste sentido, o próprio artigo da CLT estabelece que esse incremento salarial deve
corresponder a 40% do salário efetivo:
[...]
[...]
Neste sentido, o fato de o autor receber, durante o período imprescrito, mais de 40%
do que seus subordinados não comprovam que o autor passou a receber a mais pelo
cargo de confiança conforme estabelece a lei.
O inciso II do artigo 62, nada dispõe acerca da comparação aos salários dos
subordinados, só devendo ser ampliada a interpretação legislativa para comparar
os salários quando os cargos forem análogos ou com funções iguais.
Desta forma, não cabe comparar a remuneração tida como diferenciada ao salário
de empregados com cargos sem relação ao exercido pelo reclamante. Para se
realizar tal comparação e ampliar a interpretação normativa, os cargos devem estar
no mesmo patamar na cadeia hierárquica da reclamada, o que não se vislumbrou
neste caso concreto.
Conforme se verifica nas fls. 428,429,430 e 431 (Id. 5da2f3a) dos autos, a tese
defensiva acolhida pelo MM. Juízo a quo, se limitou a trazer os comprovantes e
comparações ao subordinados com cargos bem inferiores na cadeia hierárquica e
técnica da reclamada, conforme se denota abaixo:
A respeitável decisão de piso, com base nos quadros comparativos trazidos pela
reclamada - fls. 428,429,430 e 431 (Id. 5da2f3a), decidiu de forma a afrontar o
princípio da isonomia, pois não se ateve ao fato de que os subordinados relacionados
nos quadros comparativos não detinham funções equivalentes as do reclamante e
sequer detinham as mesmas qualificações técnicas ou análogas.
Nesta senda, deveria a reclamada ter trazido aos autos a comparação salarial
relativa aos cargos similares ao do obreiro ou de empregados com qualificações
técnicas e experiência profissional análoga, não cabendo a comparação com
empregados com cargos desmedidamente inferiores, como o fez.
(TRT-1 - RO: 01013267720185010047 RJ, Relator: FLAVIO ERNESTO RODRIGUES SILVA, Data
de Julgamento: 02/10/2019, Décima Turma, Data de Publicação: 10/10/2019). Destaques.
(TST - RR: 4564020105150071, Relator: José Roberto Freire Pimenta, Data de Julgamento:
09/11/2016, 2ª Turma, Data de Publicação: DEJT 11/11/2016). Destaques.
Desta forma, temos que o salário percebido pelo reclamante não atendeu a
disposição legal contida no parágrafo único do artigo 62 da CLT, razão pela qual
merece ser reformada a r. Sentença que entendeu estar englobado na remuneração
do obreiro o adicional de 40% relativo ao cargo efetivo, comparando a remuneração
percebida pelo obreiro aos salários de subordinados com cargos de qualificação
técnica muito inferior ao do reclamante.
Cabia a reclamada, nos termos dos artigos 818 da CLT e 373 do CPC, demonstrar que
o obreiro recebia remuneração elevada se comparada com aquelas recebidas pelos
cargos similares ao seu, todavia realizou tal comparação em relação a cargos
totalmente distintos, conforme tabela comparativa contida nas fls. 428,429,430 e
431 (Id. 5da2f3a), dos autos, motivo pelo qual não deve prevalecer a tese defensiva,
devendo a r.sentença ser reformada e ser a reclamada condenada ao pagamento do
acréscimo salarial conforme termos da exordial.
Desta forma, tendo em vista as regras esculpidas nos artigos 818 da CLT e 373 do
CPC, que não foram devidamente respeitadas pelo juízo a quo, merece ser
parcialmente reformada por este E. Tribunal a r. sentença proferida sob o Id.
23a1e7d, que incidiu
p.p.
OAB/SP 435.226