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0391 (RO)
Vistos etc.
O processo não foi enviado ao MPT, para emissão de parecer, ante a ausência
de obrigatoriedade (RI/TRT - 6ª Região, art. 50).
É o relatório.
VOTO:
PRELIMINARMENTE
Rejeito-a.
MÉRITO
Da prova emprestada
Pois bem.
Nada a prover.
Pois bem.
Na inicial, disse a autora que embora tivesse sido contratada para exercer a
função de vendedora de loja pela EKT Lojas de Departamentos Ltda. (1ª reclamada), na
verdade exercia suas atividades em prol do Banco Azteca (2º reclamado), intermediando
operações de crédito, financiamento, empréstimos e investimento, atendendo clientes para
abertura de contas e liberações de cartão de crédito.
Essa conclusão é a mesma a que chegou o Exmo. Des. Valdir Carvalho, quando
da análise de processo semelhante a este, que restou assim ementado:
Esclareço que, para além do aresto citado, há vasta jurisprudência desta Corte
Regional a respeito de casos similares a estes, envolvendo, inclusive, as mesmas empresas.
Ilustrativamente, as seguintes ementas:
Isso porque deste modo já decidiu o magistrado singular, tanto que determinou a
observância das diferenças para o piso da categoria (“pessoal de escritório”) apenas a partir de
1º/9/2012, quando a remuneração dos bancários prevista na CCT respectiva superou a
remuneração então reconhecida para a obreira, entendida esta como sendo a totalidade das
comissões devidas (R$ 350,00 por semana). É o que se infere do tópico sentencial às fls.
329/330.
Sustentam, ainda, que não há razão para considerar como extra o labor após as
6h de trabalho diário, em virtude da obreira não fazer jus ao enquadramento sindical como
bancária, postulando a fixação da jornada em 44h semanais. Alegam, alternativamente, mesmo
que se considere o enquadramento sindical, que não podem ser condenadas ao pagamento de
horas extras no sábado, em observância à Súmula nº 113 do Tribunal Superior do Trabalho.
Vejamos.
Com base nesses relatos, reconheço que a autora laborava das 7h30 às 21h,
com trinta minutos de intervalo, todos os dias da semana, com uma folga
mensal (em atenção ao princípio da razoabilidade, por ser inacreditável que o
autor não tenha desfrutado uma folga sequer em dois anos de contrato).
É de se ressaltar que, a teor do art. 400, inciso II, da Lei Adjetiva Civil, fonte
subsidiária no Processo Trabalhista, o juiz está autorizado, inclusive, a indeferir a inquirição de
testemunhas sobre fatos que só por documento ou por exame pericial puderem ser provados.
Não prospera, por fim, a pretensão dos recorrentes no sentido de que inexistem
horas extras a quitar em relação ao labor nos dias de sábado, devido à interpretação que
conferem à Súmula nº 113 do TST, uma vez que há na convenção coletiva aplicada ao vínculo
em exame a previsão de que se considera o sábado como dia destinado ao repouso (vide
cláusula 8ª, §1º da CCT às fls. 63).
Nego provimento.
Já quanto aos domingos reconhecidos, consistia encargo das rés, nos termos do
art. 818 da CLT e art. 333, inciso II do CPC, o onus probandi quanto à ausência de trabalho em
tais dias ou, acaso existente tal condição, a comprovação do regular pagamento ou da
compensação, já que esta última também foi alegada como fato obstativo do direito reclamado.
Nada a reformar.
Dispõe o art. 475-J, inserido na Lei Adjetiva Civil, por meio da Lei nº
11.232/2005, in verbis:
Portanto, a multa prevista no art. 475-J, caput, do CPC, não é aplicável, de forma
subsidiária, ao processo do trabalho, uma vez que inexiste omissão na CLT sobre a matéria,
onde é prevista como penalidade, em seu art. 880, apenas a penhora de bens do executado
quando este não satisfaz voluntariamente a obrigação imposta no título judicial e nem garante a
execução.
Desta feita, dou provimento ao apelo para excluir da condenação a multa do art.
475-J do CPC.
(...)
No caso dos autos, sustenta a demandante que sofreu danos morais em razão
de ter sido submetida a diversas situações degradantes no ambiente de
trabalho.
Com isso, embora os limites iniciais da lide apontem outras causas de pedir no
que diz respeito aos danos morais perseguidos, os parâmetros recursais de apreciação hão de
cingir-se ao alegado assédio moral e à submissão à jornada extenuante.
Analiso.
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem,
fica obrigado a repará-lo.
No caso dos autos, nenhum destes elementos restou com provado pela
demandante. Isso porque os depoimentos contidos nos fólios não se mostram aptos a
comprovar qualquer terror psicológico sofrido. Ademais, o trabalho baseado em atingimento de
metas pressupõe constantes cobranças para a obtenção do resultado almejado, não sendo
evidenciado excessos nesse sentido.
Do prequestionamento
CONCLUSÃO:
Ante ao exposto, preliminarmente, rejeito a arguição de não conhecimento do
recurso obreiro, por ofensa ao princípio da dialeticidade, suscitada em contrarrazões pelos
réus. No mérito, nego provimento ao recurso autoral e dou provimento parcial ao apelo dos
reclamados para excluir da condenação a multa do art. 475-J do CPC, além daquela pertinente
à interposição de embargos protelatórios, bem como para reduzir a indenização por danos
morais ao patamar de R$ 1.250,00, nos termos da fundamentação.